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HELIA DEL CARMEN FARIAS ESPINOZA Evolução Temporal da Cobertura Vegetal do Manguezal do Rio Tavares (Florianópolis-SC) empregando Sensoriamento Remoto e SIG Dissertação apresentada como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Ciência e Tecnologia Ambiental, Curso de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciência e Tecnologia Ambiental, Centro de Ciências Tecnológicas da Terra e do Mar, Universidade do Vale do Itajaí. Orientador: Dra.Mônica Maria Pereira Tognella De Rosa. Co-orientador: Dra. Anita Maria da Rocha Fernandes., ITAJAÍ 2008

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HELIA DEL CARMEN FARIAS ESPINOZA

Evolução Temporal da Cobertura Vegetal do Manguezal do Rio Tavares (Florianópolis-SC)

empregando Sensoriamento Remoto e SIG

Dissertação apresentada como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Ciência e Tecnologia Ambiental, Curso de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciência e Tecnologia Ambiental, Centro de Ciências Tecnológicas da Terra e do Mar, Universidade do Vale do Itajaí. Orientador: Dra.Mônica Maria Pereira Tognella De Rosa. Co-orientador: Dra. Anita Maria da Rocha Fernandes.,

ITAJAÍ 2008

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SUMÁRIO

SUMÁRIO ................................................................................................................................................II LISTA DE FIGURAS.............................................................................................................................. IV LISTA DE TABELAS............................................................................................................................. VI LISTA DE SIGLAS................................................................................................................................ VII RESUMO.............................................................................................................................................. VIII ABSTRACT............................................................................................................................................. X AGRADECIMENTOS...........................................................................................................................XIV I INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................1 II OBJETIVOS........................................................................................................................................14

2.1 OBJETIVO GERAL ..................................................................................................................... 14 2.2 OBJETIVO ESPECÍFICOS............................................................................................................ 14 2.3 HIPÓTESES DE TRABALHO ......................................................................................................... 14

III MATERIAIS E MÉTODOS................................................................................................................16 3.1 ÁREA DE ESTUDO..................................................................................................................... 16

3.2 CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL DA ÁREA ...............................................................................19 3.2 CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL DA ÁREA .................................................................................... 19

3.2.1 Espécies de Vegetação.................................................................................................. 19 3.2.2 Hidrografia ...................................................................................................................... 19 3.2.3 Recursos Naturais na Área da Baía sul ......................................................................... 20 3.2.4 Batimetria e Altimetria .................................................................................................... 20

3.3. SISTEMAS UTILIZADOS............................................................................................................. 21 3.3.1 Spring 4.2 ....................................................................................................................... 21 3.3.2 GPS ................................................................................................................................ 22 3.3.3 REGEEMY...................................................................................................................... 24 3.3.4 IDRISI KILIMANJARO.................................................................................................... 24

3.4. SELEÇÃO DO MATERIAL ........................................................................................................... 25 3.4.1 Fotografias aéreas.......................................................................................................... 25 3.4.2 Imagens de satélites....................................................................................................... 25

3.5 METODOLOGIA DE ESTUDO ....................................................................................................... 26 3.6.GEORREFERENCIAMENTO DAS FOTOGRAFIAS AÉREAS ............................................................... 29 3.7 CONSTRUÇÃO DOS MOSAICOS FOTOGRÁFICOS.......................................................................... 31 3.8 INTERPRETAÇÃO VISUAL E DIGITAL............................................................................................ 32

3.8.1 Obtenção do cálculo das Áreas de Vegetação .............................................................. 34 3.8.2 Obtenção de áreas e comprimentos nos outros “layers” ............................................... 34 3.8.3 Classificação dos mosaicos fotográficos e imagens de satélite .................................... 35

3.8.3.1 Mosaicos fotográficos .............................................................................................................................35 3.8.3.2 Imagens de Satélite .................................................................................................................................36

3.9 TRABALHO DE CAMPO............................................................................................................... 37 3.10 GERAÇÃO DE OVERLAY COMPARATIVOS .................................................................................. 39

IV RESULTADOS ..................................................................................................................................40 NÍVEL DE PAISAGEM (AER) ...............................................................................................................40

4.1 DESENHO DA RESERVA A PARTIR DAS COORDENADAS UTM OBTIDAS DO DECRETO N° 533 DE 20 DE MAIO DE 1992 ........................................................................................................................... 40 4.2 GEORREFERÊNCIA.................................................................................................................... 43 4.3 INTERPRETAÇÃO VISUAL DOS MOSAICOS FOTOGRÁFICOS E IMAGEM DE SATÉLITE ......................... 45

4.3.1 Interpretação Visual Mosaico de 1957 ........................................................................... 47 4.3.2 Mosaico de 1978 ............................................................................................................ 50

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4.3.3 Mosaico de 1998 ............................................................................................................ 54 4.3.4 Interpretação imagem de satélite de 2002 ..................................................................... 57 4.3.4 Interpretação imagem de satélite de 2002 ..................................................................... 57 4.3.5 Interpretação imagem de satélite de 2007 ..................................................................... 60

4.4 ANÁLISE DOS COMPARTIMENTOS ............................................................................................... 62 4.5 CÁLCULO DA ÁREA DE AVANÇO DO MANGUEZAL NA BAÍA SUL ...................................................... 64 4.6 CÁLCULO DA ÁREA DA VEGETAÇÃO DE MANGUEZAL.................................................................... 66 4.7 CÁLCULO DA ÁREA DE AVANÇO DA ÁREA URBANA NO MANGUEZAL DO RIO TAVARES..................... 68 4.8 COMPRIMENTO DOS RIOS.......................................................................................................... 69

NÍVEL DE ESPÉCIE (AER) ...................................................................................................................72 4.9 RESULTADOS DE PARCELAS EM CAMPO...................................................................................... 72

4.9.1 Parcelas.......................................................................................................................... 73 4.9.2 Caracterizações fotográficas.......................................................................................... 78

4.10 CLASSIFICAÇÃO DOS MOSAICOS FOTOGRAMÉTRICOS E ANÁLISE DAS IMAGENS DE SATÉLITE........ 80 4.10.1Classificação supervisionada ........................................................................................ 80 4.10.2 Índice de vegetação (NDVI) ......................................................................................... 83

V INTEGRANDO AS INFORMAÇÕES..................................................................................................85 VI DISCUSSÃO......................................................................................................................................86 VII CONCLUSÕES.................................................................................................................................96 VIII BIBLIOGRAFIA ...............................................................................................................................98 ANEXO 1..............................................................................................................................................109 ANEXO 2..............................................................................................................................................113 ANEXO 3..............................................................................................................................................116 ANEXO 4..............................................................................................................................................121

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LISTA DE FIGURAS Figura 1: Área de Estudo com sua localização no Brasil (a) e na Ilha de Santa Catarina (b). Área

delimitada corresponde ao posicionamento dos limites (pontos verdes) da RESEX do Pirajubaé (c)............18

Figura 2: Diagrama metodológico, descrevendo as etapas desenvolvidas no estudo......................................28

Figura 3: Desenho ilustrativo dos polígonos (compartimentos analisados neste trabalho). A numeração da

ilustração corresponde aos compartimentos.....................................................................................................33

Figura 4: Área da Reserva Extrativista Marina de Pirajubaé, em preto o limite definido pelo decreto de

implantação da reserva (imagem de satélite Quickbird banda 4, de novembro de

2002)..................................................................................................................................................................41

Figura 5: Áreas de mangue não consideradas no decreto e já existentes em 1992 encontram-se circundadas

em preto, área A perto do aterro e área B no Campeche. O polígono definido pela linha branca representa a

área da reserva. .................................................................................................................................................42

Figura 6: Novas áreas de mangue ocorrendo na Costeira do Pirajuabaé, que não fazem parte da REMP. O

polígono amarelo representa a área A e o verde,a área B..................................................................................43

Figura 7: Pontos de controle obtidos com GPS nas diferentes saídas de campo realizadas área de estudo. A

área da REMP está delimitada pelo polígono em branco. Cada cor representa uma saída

dferente..............................................................................................................................................................45

Figura 8: Área compartimentada da vegetação para o ano de 1957, as áreas que estão em preto foram

desconsideradas.................................................................................................................................................47

Figura 9: Mosaico de 1957 indicando a área de vegetação de mangue, estradas, drenagem e área de

transição............................................................................................................................................................49

Figura 10: Polígono que representa área de transição entre o mangue e vegetação de porte arbóreo maior, ao

sul do manguezal do Rio Tavares.....................................................................................................................50

Figura 11: Área compartimentada da vegetação para o ano de 1978, as áreas em preto não foram

consideradas......................................................................................................................................................51

Figura 12: Mosaico de 1978 indicando a área de vegetação de mangue, estradas, drenagem e área de

transição.............................................................................................................................................................53

Figura 13: Área compartimentada da vegetação para o ano de 1998, as áreas que não estão numeradas foram

descartadas.........................................................................................................................................................54

Figura 14: Mosaico 1998 indicando a área de vegetação de mangue, estradas, drenagem e área de

transição.............................................................................................................................................................56

Figura 15: Área compartimentada da vegetação para o ano de 2002, as áreas que estão em preto e amarelo

foram desconsideradas.......................................................................................................................................57

Figura 16: Carta-Imagem de 2002 indicando a área de vegetação de mangue, as estradas, a drenagem e área

de transição........................................................................................................................................................59

Figura 17: Área compartimentada da vegetação para o ano de 2007, as áreas compartimentadas que são

possíveis de serem observadas nesta data são os polígonos 1 e

2.........................................................................................................................................................................60

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Figura 18: Carta-imagem de 2007 indicando a área de vegetação de mangue, as estradas, a drenagem e área

de transição........................................................................................................................................................61

Figura 19: Área de avanço na borda em cor verde para 2007 comparada com a área de 1957 em verde

hachurado, áreas em vermelho mostrando as diferenças nos polígonos na área

sul.......................................................................................................................................................................65

Figura 20: Duas linhas paralelas que se repetem nas imagens 1957 e 2002, sinalam onde se encontram

localizadas as clareiras que apresentam um processo de fechamento

diferente.............................................................................................................................................................68

Figura 21: Ocupação urbana no setor sul do Manguezal. Em verde, área de transição; em vermelho, área

urbana. A área hachurada em vermelho sobre área verde, urbanização na área de

transição.............................................................................................................................................................69

Figura 22: Localização de canais e rios no manguezal do Rio Tavares, os pontos em vermelho correspondem

a visitas in loco..................................................................................................................................................71

Figura 23: Localização das parcelas analisadas sobre a imagem classificada de 2002.....................................72

Figura 24: Descrição visual da parcela 1 observada em níveis diferentes de maré. (a) Fotografia obtida no

sentido norte/sul, observe cordão arenoso que pode ser visualizado na imagem de satélite representada na

figura 21. (b) e (c) Registros realizados no sentido

sul/norte.............................................................................................................................................................73

Figura 25: Visualização da Parcela 2 localizada em frente da ilha grande de mangue na Baía Sul. (a) Visual

externo da parcela, destacando-se os indivíduos de Avicennia schaueriana. (b) Visualização do porte dos

indivíduos de Rhizophora mangle no interior do bosque.

...........................................................................................................................................................................74

Figura 26: Visualização do interior da parcela 3. (a) Clareira aberta pelo corte da vegetação, com observação

de indivíduos das três espécies. (b) Área de recuperação onde se observam as plântulas em primeiro

plano.................................................................................................................................................................75

Figura 27: Bosque onde se localiza a parcela 4, observa-se os impactos causados pela atividade humana na

área................................................................................................................................... ................................75

Figura 28: Visualização da parcela 8. Observa-se num primeiro plano o agrupamento de Spartina

alterniflora, algumas plântulas e juvenis de Avicennia schaueriana, com diferentes tamanhos, ainda no

fundo é possível vislumbrar o bosque maduro com indivíduos desta espécie.

...........................................................................................................................................................................78

Figura 29: Descrição visual dos bosques localizados no extremo sul da Baía Sul, limite final do manguezal do

Rio Tavares na Ilha de Santa Catarina. .............................................................................................................79

Figura 30: Descreve os tipos de canais observados no interior do manguezal do Rio

Tavares...............................................................................................................................................................79

Figura 31 : Presença de Rhizophora na baía sul (A) e no Rio Defuntos.......................................................79

Figura 32: Classificações supervisionadas para os anos 1957 e 1978...............................................................81

Figura 33: Classificações dos índices de vegetação para os anos 2002 e 2007................................................84

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LISTA DE TABELAS Tabela 1 : Ponto UTM que tem sua coordenada modificada (decreto de criação da reserva, 1992 )..............41

Tabela 2 : Pontos de controle ...........................................................................................................................44 Tabela 3: Quantificação das áreas, em hectares, dos polígonos para os anos de 1957, 1978, 1998, 2002 e

2007...................................................................................................................................................................64

Tabela 4: Variação das áreas, em porcentagem, entre os mosaicos subseqüentes............................................64

Tabela 5: Variações na área do Polígono 1 do manguezal do Rio Tavares.......................................................65

Tabela 6: Comparação entre as áreas totais do manguezal para os anos analisados e a variação destas em

relação ao ano base de 1957..............................................................................................................................66

Tabela 7: Comparação entre as áreas totais do manguezal para os anos analisados e a variação destas em

relação ao ano base de 1957, incluindo as áreas de clareiras............................................................................67

Tabela 8: Quantificação dos comprimentos, em quilômetros, dos rios e canais do manguezal do Rio Tavares

para os diferentes anos de estudo......................................................................................................................70

Tabela 9: Caracterização dos bosques quanto a dominância de espécies, suas respectivas densidades e

alturas. .............................................................................................................................................................76

Tabela 10: Caracterização estrutural do bosque analisado na parcela 5..........................................................76

Tabela 11: Caracterização estrutural do bosque ribeirinho definido pela parcela 6 (Fonte: Oliveira, 2005)..77

Tabela 12: Caracterização estrutural do bosque ribeirinho definido pela parcela 7........................................77

Tabela 13: Classificação dos mosaicos fotográficos (poligono 1)...................................................................80

Tabela 14: Classificação dos mosaicos fotográficos (poligono 2)...................................................................81

Tabela 15: Classificação dos mosaicos fotográficos (poligono 3)...................................................................82

Tabela 16: Classificação dos mosaicos fotográficos (poligono 4)...................................................................82

Tabela 17: Índice de Vegetação para imagem de 2002 e 2007 (Poligono 1)..................................................83

Tabela 18: Associação de NDVI para espécies imagem de 2002....................................................................83

Tabela 19: Associação de NDVI para espécies imagem de 2007....................................................................84

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LISTA DE SIGLAS APA- Área de Proteção Ambiental AER - Avaliação Ecológica Rápida AREMAPI – Associação da Reserva Extrativista Marinha do Pirajubaé CASAN – Companhia Catarinense de Águas e Saneamento CELESC – Centrais Elétricas de Santa Catarina S.A. CNPT – Centro Nacional para o Desenvolvimento Sustentado das Populações Tradicionais DNOS – Departamento Nacional de Obras e Saneamento EPAGRI – Empresa de Pesquisa Agropecuária de Santa Catarina FATMA – Fundação de Meio Ambiente de Santa Catarina FLONA – FLORAM – Fundação de Meio Ambiente de Florianópolis FNMA – Fundo Nacional do Meio Ambiente IBAMA – Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis IPUF – Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis MMA – Ministério do Meio Ambiente NUC – Núcleo de Unidades de Conservação ONU – Organização das Nações Unidas PMF – Prefeitura Municipal de Florianópolis PNUMA – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente REMP – Reserva Extrativista Marinha do Pirajubaé RESEX – Reserva Extrativista SC-SUL – Superintendência para construção da Via Expressa Sul SETUR – Secretaria Municipal de Turismo SPU – Serviço de Patrimônio da União SNUC – Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza UNIVALI – Universidade do Vale do Itajaí

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RESUMO A Reserva Extrativista Marinha de Pirajubáe (REMP) constitui uma área piloto dentro do

mosaico composto pelas unidades costeiras e marinhas de Santa Catarina, representando

uma amostra ideal para o desenvolvimento de ações integradas nos campos biológico,

administrativo e institucional. Este estudo teve como objetivo interpretar os processos de

colonização do Manguezal do Rio Tavares para dar suporte às decisões de gestão

ambiental. A metodologia utilizada baseou-se na análise temporal (1957 – 2007), do

Manguezal do Rio Tavares por técnicas de sensoriamento remoto, além de utilizar uma

adaptação do processo de Avaliação Ecológica Rápida (AER) de uma área ou região

terrestre e tecnologia SIG. Foi realizado um levantamento flexível, acelerado e direcionado

para as espécies de mangue encontradas na Reserva Extrativista Marinha de Pirajubaé

utilizando uma combinação de imagens de sensoriamento remoto, fotografias aéreas,

coletas de dados de campo e visualização de informação espacial para gerar informações

úteis, baseada em registros fotográficos da área de estudo, para o planejamento da

conservação em múltiplas escalas.

O manguezal do Rio Tavares é composto por três espécies: Avicennia schaueriana,

Rhizophora mangle e Laguncularia racemosa. O manguezal apresenta aspecto homogêneo

em termos de cobertura vegetal, e dominado pela espécie Avicennia schaueriana, como

foi constatado neste estudo, ao gerar as classificações do índice de vegetação (NDVI),

apoiado por estudos em campo. A cobertura vegetal foi se tornando homogênea ao longo

do período analisado. Destaca-se o processo de colonização de clareiras que precisa ser

melhor estudado, com dinâmica de ocupação diferenciada e com velocidades distintas. As

clareiras em 1957 alcançavam uma área de quase 50 hectares, sendo que em 2002 estavam

reduzidas a nove hectares. A metodologia também compartimentou a área em quatro

polígonos que foram estudados separadamente, estes apresentam características diferentes

entre si, principalmente na comparação em área, número de clareiras e limites. O polígono

1 representa quase 60% do tamanho do manguezal, e apresenta uma área de progradação

que se estabelece pela colonização de indivíduos de Spartina alterniflora na borda (linha

de costa), o avanço alcançou em 2007 uma área correspondente a 12 hectares

aproximadamente. Seu incremento em tamanho foi ocorrendo levemente ao longo dos

anos, ao contrario dos outros polígonos analisados que demonstraram uma taxa de redução

em área de quase 16% em relação àquela existente em 1957.

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A área total do manguezal tem diminuído ao longo dos anos e se manteve praticamente

estável entre 1998 e 2002, aproximadamente 5% menor que 45 anos atrás. Também é

notório o avanço da ocupação urbana, que praticamente se limita com o manguezal, isto é

possível de ser observado claramente ao sul do polígono 1 aonde as estradas, em alguns

anos, chegaram a adentrar-se mais de 400 metros no manguezal.

Também foi observado que à medida que a urbanização foi aumentando o escoamento

superficial também cresceu, os canais se delineiam muito melhor hoje que antigamente.

Finalmente, as informações provenientes das mais diversas fontes de informação foram

armazenadas numa base de dados, sendo elaborados quatro mapas temáticos da área de

estudo, com objetivo de auxiliar nos planos de gestão das entidades responsáveis pelo

Reserva Extrativista Marinha de Pirajubaé.

Palavras-chave: Manguezais, sensoriamento remoto e SIG, Classificação e NDVI

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ABSTRACT The Marine Extractive Reserve of Pirajubaé (REMP) is a pilot area located within the

mosaic comprised of the coastal and marine units of Santa Catarina, and represents an ideal

sample for the development of integrated actions in the biological, administrative and

institutional fields. The aim of this study was to interpret the processes of colonization of

the Rio Tavares Mangrove, as a support for environmental management decisions. The

methodology used was based on a temporal analysis (1957 – 2007) of the Rio Tavares

Mangrove, using remote sensing techniques, together with an adaptation of the process of

Rapid Ecological Assessment (REA) of a land area or region, and GIS technology. A

flexible, accelerated survey was carried out, focusing on the species of the mangrove found

in the Pirajubaé Marine Extractive Reserve, using a combination of images from the

remote sensing, aerial photographs, data collected from the field, and visualization of

spatial information, to generate useful information based on photographic records of the

study area, for use in conservation planning at various levels.

The Rio Tavares mangrove is comprised of three species: Avicennia schaueriana,

Rhizophora mangle and Laguncularia racemosa. It has a homogenous appearance in

terms of vegetal cover, with a predominance of the species Avicennia schaueriana, as was

observed in this study, when the vegetation index classifications (NDVI) were generated,

supported by the field studies. The vegetal cover became more homogenous over the

period studied. The processes of colonization of the clearings is highlighted, which

requires further study and has a separate dynamic of occupation, with different speeds. In

1957, the clearings covered an area of almost 50 hectares, and by 2002, this area was

reduced to nine hectares. The methodology also compartmentalized the area into four

polygons, which were studied separately, presenting different characteristics in each,

particularly in the comparison by area, number of clearings, and their outer edges. Polygon

1 represents almost 60% of the total area of the mangrove, and presents an area of

progradation which is established by the colonization of individuals of Spartina

alterniflora at the edge (coastline), with the advance reaching an area corresponding to

approximately 12 hectares by 2007. Its increase in size occurred gradually over the years,

unlike the other polygons analyzed, which demonstrated a reduction in area of almost 16%

in relation to the area in 1957.

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The total area of the mangrove has decreased over the years, and remained practically

stable between 1998 and 2002, approximately 5% smaller than 45 years ago. Also, the

advance of urban occupation, which practically surrounds the mangrove swamp, is very

marked. This can be clearly seen to the South in polygon 1, where the roads, over a period

of several years, have entered the mangrove by more than 400 meters.

It was also observed that as urbanization increased, the surface flow also increased, with

the drainage channels being much better defined than previously.

Finally, the information from the various sources was stored in a database, and four

thematic maps of the study area were created, as a support for the management plans of the

entities responsible for the Marine Extractive Reserve of Pirajubaé.

Key words: Mangrove swamps, remote sensing and GIS, Classification and NDVI

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Os esforços de conservação não serão bem sucedidos se lhes faltar o conhecimento acerca

do caráter e localização da biodiversidade que buscam proteger. (SAYRE et al, 2000)

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À memória de meu pai Ruperto Antonio Farias Jimenez. À minha mãe Nelty A. Espinoza Bustamante.

Ao meu marido Carlos Eduardo Lopes. E, de maneira muito especial, aos meus filhos – Rodrigo Antonio, Carlos Felipe, Michele

Beatriz e Rubens Eduardo, inspiração de todos os dias!

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AGRADECIMENTOS Desejo registrar toda minha gratidão às pessoas que contribuíram para que este momento

chegasse.

- À professora e minha orientadora Dra. Mônica Maria Pereira Tognella, pelo impulso

inicial que me trouxe a esta área de pesquisa tão importante e interessante, pelo apoio em

todas as horas e pela dedicação e paciência na orientação deste trabalho. Seus sábios

conhecimentos foram importantíssimos.

- A professora e Dra. Anita Rocha Fernandes, pelo incentivo nesta caminhada e

direcionamentos para construção de um SIG.

- À professora e Dra. Simone Rabello da Cunha, que com seriedade e generosidade

dispensou parte de seu tempo transmitindo-me conhecimentos preciosos com relação ao

tema tratado, sempre disposta a colaborar e ainda corrigindo meu português.

- Ao professor e MSc. Sergio Freitas Borges, por tantos momentos discutindo, colaborando

e incentivando este trabalho, pelos seus ensinamentos e tantos esclarecimentos. Sua

disposição e as discussões geradas contribuíram muito neste trabalho.

- À Universidade do Vale de Itajaí pelo apoio. Especialmente ao coordenador de nosso

mestrado Dr. Claudemir Marcos Radetski, pela compreensão, orientação, amabilidade e

grande disposição.

- Ao diretor de nosso centro Dr. João Luiz de Carvalho pelo incentivo e disposição.

- Ao projeto Baía Sul, que permitiu as saídas de campo, e a compra de uma imagemde

satélite, na pessoa do MSc. Marcelo Ribeiro.

- À minha família pela força e incentivo e os momentos de descanso e descontração.

- As amizades construídas nesta caminhada Sergio Borges, Simone Rabelo e Mônica que

muito cooperaram.

- Aos alunos, estagiários e oceanógrafos: Olívia, Daniela, Leandro, Isabel, Ana Gabriela,

Mauricio, Marta, Luis e Louisiane, pelos auxílios nos trabalhos de campo,

acompanhamento das atividades, incentivo e descontração.

- Ao Sr. José Bicca pelos acompanhamentos nas saídas de campo, profissionalismo e

disposição.

- Às Oceanógrafas Rafaela Gomes de Oliveira e Bárbara Schaellenberger por permitir

utilizar os dados das parcelas.

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- À MSc. Débora Lugli pelo incentivo, discussões e acompanhamentos nas saídas de

campo.

- À Empresa IMAGEM na pessoa do Sr. Charles Martins, pela doação da imagem de 2002

do satélite Quickbird.

-À INFRAERO pelos pontos GPS da cabeceira do aeroporto, importantíssimos no

processo de Georreferenciamento dos dados.

- À todos os que de uma forma ou de outra prestaram seu auxílio, sua amizade, suas

palavras, nos momentos difíceis, mostrando-se verdadeiros amigos.

- Finalmente, não posso deixar de agradecer ao bom Deus que me proporcionou luz

concedendo-me disposição e paciência em muitos momentos de dificuldades.

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I INTRODUÇÃO A humanidade não se atenta para o fato de que os recursos naturais são limitados e que o

seu esgotamento está comprometendo seriamente o futuro do planeta. Ainda que o

desenvolvimento econômico com base na utilização dos recursos naturais proporcione

bem-estar social e econômico, os objetivos da conservação se contrapõem aos do

desenvolvimento econômico na perspectiva da manutenção da capacidade do planeta

para apoiar esse desenvolvimento e garantir a sobrevivência do homem (UICN, 1992).

Para SAYRE et al (2000), os conservacionistas e os biólogos dedicados à conservação,

as vezes, sentem-se como que capturados em uma armadilha.

“Estão presos entre as incertezas do conhecimento demasiadamente

superficial da diversidade biológica e a necessidade imperativa de fazer

avançar rapidamente a conservação, em face de um poderoso exército de

forças destrutivas. Esta situação apresenta o desafio de se conservar

aquilo que não se conhece.”

Neste contexto e sabendo que quase a metade da população mundial vive há menos de 60

milhas (aproximadamente 97 Km.) do litoral, compreendemos a intensidade do uso e

ocupação desse espaço. Em todo o Brasil, a Zona Costeira é o espaço territorial que se

encontra mais pressionado pelas atividades sócio-econômicas, pois estas atividades são

desenvolvidas sobre terrenos frágeis, de constituição geológica recente, e

permanentemente modificados pela ação de agentes climáticos e oceanográficos como

ventos, pluviosidade, ondas, marés e correntes.

Temos que, a dinâmica natural de transformação do espaço físico vem sendo

negativamente afetada pelo processo desordenado de ocupação e pela má utilização dos

recursos naturais (FILET et al, 2001). Como resultado de tudo isto é possível observar

desequilíbrios sócio-econômicos, refletidos, por exemplo, na ocupação urbana de áreas

de preservação (proliferação da favelização ou condomínios de luxo), industrialização

(com a justificativa de geração de emprego e renda), subemprego, entre outras

conseqüências nefastas. Num efeito dominó, isto leva a uma maior degradação do

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ambiente, natural e urbano, e a um mais acentuado comprometimento da qualidade de

vida.

Portanto, a elaboração e efetivação de planos de gestão para o entendimento dos recursos

e ecossistemas que são encontrados nestas áreas são de uma importante relevância social,

econômica e política.

A zona costeira é definida como patrimônio nacional pela Constituição Federal. A Carta

Magna a destaca como uma porção do território nacional que deve merecer atenção

especial do poder público quanto a sua ocupação e ao uso de seus recursos (FIDELMAN,

2000).

Se observamos a zona costeira ao longo da linha de costa tropical e subtropical do

planeta em locais protegidos, sob influência de salinidade, controlado por fluxos de rios e

marés, por taxas de sedimentação e de evaporação, além de fatores geomorfológicos

encontraremos “os manguezais” (SNEDAKER, 1982; DAWES, 1998).

Os manguezais são locais de transição entre os ambientes marinho e terrestre.

Geralmente, encontram-se associados às margens de baías, enseadas, desembocaduras de

rios, barras, lagunas ou locais onde existe encontro de águas de rios com as dos mares ou

expostos no litoral (linha de costa), protegidos pelos recifes de corais. Eles permitem a

proteção e manutenção da linha de costa, tendo funções ecológicas como berçário e local

de alimentação de muitas outras espécies, transformando e exportando nutrientes e

matéria orgânica dissolvida e particulada (TOGNELLA-DE-ROSA, 2000).

Segundo os estudos de Saenger et al. (1983), no mundo inteiro existiam

aproximadamente 162.000 Km² de manguezais, sendo que o Brasil ao longo de

praticamente todo o litoral possuía aproximadamente 25.000 Km². Este ecossistema

distribui-se desde o Amapá até o município de Laguna, em Santa Catarina. Hoje se sabe

que estes números são bem menores, no Brasil os manguezais ocupam uma área de

aproximadamente 13.800 km², que se distribui ao longo de todo o litoral, do Cabo

Orange, no Amapá (4º20’ N), até Santa Catarina (LACERDA et al., 1993).

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A ocorrência desta formação vegetal até a latitude de aproximadamente 29º S pode ser

atribuída à influência da ação mais regular da corrente quente do Brasil, que ameniza o

clima litorâneo. O inverso ocorre na costa do Pacífico, onde os manguezais estão

restritos a latitude de 4º sul, devido à ação da Corrente Fria de Humlboldt (ROMARIZ

(1974) apud CARUSO, 1983).

O Estado de Santa Catarina possui um litoral de 531 Km de extensão e corresponde

segundo a divisão de unidades fisiográficas feita por Schaeffer-Novelli et al. (1990) ao

VII Segmento. Este se caracteriza por marés de baixa amplitude com variações

inferiores a um metro, pluviosidade entre 1090 e 1400 mm por ano; potencial de

evapotranspiração de aproximadamente 1000 mm/ano (caracterizado por excedente

hídrico); e temperaturas que são consideradas amenas, sendo que a média anual é de

19,6º C, para Laguna, como já foi dito, limite da distribuição do ecossistema Manguezal

na América do Sul.

Assim, à área de estudo corresponde a este Segmento - VII, na Ilha de Santa Catarina e,

propriamente, ao Manguezal do Rio Tavares. Este é um importante ecossistema que faz

parte da Reserva Extrativista Marinha de Pirajubaé ( Decreto Nº 533 de 20 de maio de

1992, Anexo 1).

Para Pereira (1999), a Reserva Extrativista de Pirajubaé1 foi criada com o objetivo

principal de conservar o estuário do Rio Tavares e assegurar o desenvolvimento sócio-

econômico da população que tradicionalmente explorava os recursos da região. A

principal atividade exercida na reserva é o manejo sustentado do molusco berbigão, cuja

reprodução estava sendo ameaçada pela extração desordenada. Segundo o decreto a área

da reserva compreende 700 ha. localizada no interior da baía (Baixio da Tipitinga) e 740

ha. que corresponde ao manguezal, sendo este o segundo maior em superfície na Ilha de

Santa Catarina e considerado como o mais preservado, daqueles localizados na área

urbana.

1 Reservas Extrativistas – áreas naturais ocupadas por populações tradicionalmente extrativistas que as utilizam como fonte de subsistência para a coleta de produtos da biota nativa. A extração é feita segundo formas tradicionais de atividade econômica sustentável, de acordo com planos de utilização previamente estabelecidos e aprovados pelo IBAMA (IBAMA/CNPT, 1992).

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As unidades de conservação presentes na zona costeira e marinha têm como objetivo

contribuir para a proteção da grande diversidade biológica presente nessa área. Os

problemas de implementação das unidades de conservação na zona costeira/marinha são

originados por diferentes fatores econômicos e políticos. Como é o espaço físico do país

que possui a maior densidade demográfica, abrigando aproximadamente a metade da

população, os problemas relacionados com o lixo, saneamento básico, especulação

imobiliária, turismo desordenado, eliminação de vegetação fixadora de dunas, destruição

de manguezais e aterramento de zonas úmidas estão sempre presentes em diferentes

intensidades (MMA/UFRJ/FUJB/LAGET,1996).

As áreas protegidas públicas são chamadas de Unidades de Conservação, as quais são

divididas em diferentes categorias, de acordo com os seus objetivos. As categorias e os

objetivos estão definidos na Lei 9.985 aprovada em junho de 2000, que estabeleceu uma

política nacional para conservação do patrimônio natural público e privado, pela

implantação do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC). A

lei dispõe sobre a forma como o SNUC deverá funcionar, ordenando a gestão das

unidades de conservação.

O grupo onde encontramos as Áreas de Proteção Ambiental (APA), Áreas de Relevante

Interesse Ecológico (ARIE), Florestas Nacionais (FLONA), Reservas Extrativistas

(RESEX), Reservas de Fauna e Reservas de Desenvolvimento Sustentável correspondem

as chamadas “Unidades de conservação de Uso Sustentável”.

Cabral et al. (2004) analisaram a situação atual das unidades de conservação do Brasil,

levando em conta, principalmente, a identificação dos fatores ambientais que

determinam a criação dessas unidades, tais como vegetação, recursos hídricos

superficiais, subterrâneos, áreas de recarga de aqüíferos, relevo, uso e ocupação da terra,

entre outros. Eles concluem que Brasil não possui sistematização na criação de áreas

protegidas. Por outro lado para Alburquerque (2001) salienta que fica difícil administrar

unidades de conservação se a comunidade local não deseja participar ou não se sente

comprometida durante todo o processo.

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Para sustentável encontramos diversas definições:

- Entende-se como uso sustentável a exploração do ambiente de maneira a garantir

a perenidade dos recursos ambientais renováveis e dos processos ecológicos, mantendo a

biodiversidade e os demais atributos ecológicos, de forma socialmente justa e

economicamente viável (APREMAVI- Associação de Preservação do Meio Ambiente do

Alto Vale do Itajaí, 2006).

- Desenvolvimento sustentável: ...a terra não deve ser deteriorada além de um

limite razoável de recuperação. No caso dos minerais e dos combustíveis fósseis, é

preciso dosar o índice de esgotamento e a ênfase na reciclagem e no uso econômico, para

garantir que o recurso não se esgote ( Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento - CMMAD - comissão Brundtland - Nações Unidas, 1987).

- Sustentabilidade: Tendência à estabilidade, equilíbrio dinâmico e

interdependência entre ecossistemas (LIMA, 1997).

Segundo Fonseca et al. (1998) a estratégia para se estabelecer unidades de conservação

deve contemplar as seguintes etapas:

- Realização de estudos de representatividade do sistema atual de unidades de

conservação baseados em conceitos como eco-região e áreas prioritárias e outros

parâmetros biogeográficos;

- Realização e consolidação dos resultados dos workshops regionais do Projeto de

Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira - PROBIO

para seleção de áreas prioritárias para conservação em nível estadual e nacional;

- Elaboração de pesquisas biológicas nas áreas prioritárias já identificadas

direcionadas ao estabelecimento de novas unidades de conservação e à utilização

racional de recursos naturais para promover a preservação da biodiversidade;

- Implantação de sistemas de monitoramento da biodiversidade em níveis regionais

e estaduais; e

- Identificação das áreas críticas para conservação no litoral brasileiro definindo

um sistema de unidades interligadas, capaz de assegurar a manutenção da biodiversidade

marinha em longo prazo.

Segundo IBAMA (1997), as prioridades para ação no Sistema Nacional de Unidades de

Conservação (SNUC) são as seguintes:

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- Consolidação do novo formato institucional para a gestão das unidades de

conservação, a fim de possibilitar um nível de autonomia maior;

- Consolidação do Sistema Nacional de Unidades de Conservação, agilizando a

aprovação do Projeto-Lei;

- Fortalecimento institucional das organizações públicas e privadas responsáveis

pelas áreas protegidas;

- Aumento da representatividade ecológica das unidades de conservação com a

criação de mais áreas e a implantação das já criadas;

- Resolução dos problemas fundiários das unidades de conservação de uso indireto;

e

- Aumento dos recursos financeiros que recebem as unidades de conservação e da

atual lotação de pessoal com melhora de sua capacitação.

O artigo 4° do SNUC destina-se à proteção dos recursos naturais necessários à

subsistência de populações tradicionais, assegurando o respeito e a valorização do seu

conhecimento e cultura, promovendo-as social e economicamente. Por outro lado o

artigo 18 do SNUC define a reserva extrativista como uma área utilizada por populações

extrativistas cuja subsistência baseia-se no extrativismo e, complementarmente, na

agricultura de subsistência e na criação de animais de pequeno porte, e tem como

objetivos básicos proteger os meios de vida e a cultura dessas populações e assegurar o

uso sustentável dos recursos naturais da unidade.

Por outro lado Teixeira (2005) afirma que oficializou-se a noção de desenvolvimento

sustentável para resolver problemas e conflitos relativos à ocupação humana em

unidades de conservação, isto aconteceu na Conferência Rio-92, definida no Relatório

Brundtland2, em 1987, como paradigma para o desenvolvimento socioeconômico aliado

à conservação dos recursos naturais. O Brasil e outros países signatários da Agenda 21

Global3 assumiram o compromisso de adotá-la como orientação para suas políticas de

desenvolvimento.

2 Relatório Nosso Futuro Comum - Comissão Brundtland apontava a pobreza como uma das principais causas e um dos principais efeitos dos problemas ambientais no mundo. 3 Constitui um plano de ação que tem como objetivo colocar em prática programas e efetivas ações para frear o processo de degradação ambiental e promover o desenvolvimento sustentável. A Agenda 21 Global

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O atual SNUC incorporou o desenvolvimento sustentável, e as áreas em questão

passaram a ser denominadas Unidades de Uso Sustentável4 como já foi explicado. No

SNUC consta que a reserva será gerida por um conselho deliberativo, presidido pelo

órgão responsável por sua administração, sendo constituído por representantes de órgãos

públicos, de organizações da sociedade civil e das populações tradicionais residentes na

área, conforme se dispuser em regulamento e no ato de criação da unidade.

Para Henrique (2005), em Florianópolis, ocorre um processo de valorização

monetária de loteamentos e condomínios destinados a população de alta renda, a qual

está sendo seduzida pela propaganda da qualidade de vida e da natureza na Ilha de Santa

Catarina, onde se localiza uma parte do município. Apenas os bairros que sofrem

acelerado processo de urbanização e grande especulação imobiliária é que possuem um

documento normativo, auto-proclamado de Planos Diretores de Bairros, como por

exemplo, a área do Campeche, no sudeste da Ilha, que hoje conta com 8.752 habitantes

(IBGE: 2000), mas que está sendo ‘planejado’, ou melhor, loteado para receber 500.000

pessoas (todo o município de Florianópolis, atualmente, conta com 340.000 habitantes).

Ainda Henrique (2005) diz que existem alguns indicativos de que o crescimento urbano

de Florianópolis chegou ao seu limite, em função da falta de espaço para o crescimento

urbano, pois 80% do município estão protegidos da ocupação urbana, por se

configurarem em áreas de proteção ambiental (APA), enquanto áreas de expansão urbana

e os 20% restantes já estão urbanizados e em grande parte verticalizados. Assim, a área

urbana só poderá aumentar horizonte por meio da construção de aterros na linha costa ou

da ocupação irregular das APAs. No caso do plano de expansão do Bairro Campeche,

cabe ressaltar que o mesmo se encontra na cabeceira do aeroporto de Florianópolis, o

que, segundo a legislação urbana, impede o seu adensamento populacional, além de se

configurar numa área de risco e com forte poluição sonora.

é um programa de ação que define quais são as diretrizes para o desenvolvimento, conciliando métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica”. http://www.agenda 21.org.br/intro.htm). 4 As Unidades de Proteção Integral– Estação Ecológica e Parque Nacional – admitem apenas o uso indireto dos recursos naturais, como pesquisa e educação ambiental (Lei nº 9.985/2000, Art. 7º § 1º).

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A Reserva Extrativista Marinha de Pirajubáe (REMP) constitui uma área piloto dentro

do mosaico constituído pelas unidades costeiras e marinhas de Santa Catarina

representando uma amostra ideal para o desenvolvimento de ações integradas nos

campos biológico, administrativo e institucional.

Na RESEX encontramos a gramínea de mangue, Spartina alterniflora; a Siriúba,

Avicennia schaueriana; o mangue branco, Laguncularia racemosa e o mangue

vermelho, Rhizophora mangle (IBAMA/CNPT, 1992), além de outras associações como

o algodoeiro da praia, Hibiscus pernambucensis; samambaia do mangue, Achrostichum

aureum e aroeirinha vermelha e Schinus terebinthifolius.

A constituição de um ecossistema de manguezal é muito variada e, atualmente, tem uma

importância econômica e ecológica muito grande, pois fornece bens que garantem

moradia, alimentação e proteção ao homem (SOUZA et al., 1993). Dele são obtidos

bens como: madeira, tanino, caranguejos, peixes, aves migratórias, além de outros

benefícios. Na etapa de implantação da reserva extrativista no manguezal do Rio Tavares

e, especificamente, na delimitação da reserva marinha de Pirajubaé não houve custos em

relação à desapropriação de terras e/ou indenização de benfeitorias, a área pertence à

União (IBAMA/CNTP,1992, IBAMA - SC ,1998).

Na literatura, encontramos um número considerável de trabalhos desenvolvidos nos

diferentes manguezais do Brasil e do mundo que abordam uma diversidade de estudos

neste ambiente. Muitos destes trabalhos, atualmente, utilizam “tecnologia de ponta”

para analisar este ecossistema, mas poucos avaliam temporalmente as mudanças

ocorridas em longo período de anos, muitas vezes por falta de dados históricos. A

incorporação de novas tecnologias aos trabalhos em manguezais é considerada vital para

Lugo (1987), pois esta permite alcançar o cumprimento dos objetivos que visam a

conservação deste ecossistema.

Para Bastos (1993), a técnica de Sensoriamento Remoto (SR) está entre aquelas definidas

como “tecnologia de ponta”, quer pelo seu alto grau de especialização, quer pela sua

importância estratégica para subsidiar e proporcionar políticas de desenvolvimento

sustentado. A grande quantidade de informações geradas num planejamento

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conservacionista requer uma fonte de coleta e manipulação de informações que seja ágil

e de custo relativamente baixo.

Os Sistemas de Informação Geográfica (SIG) em conjunto com o Sensoriamento Remoto

(SR) podem ser usados para acessar variáveis espaciais e temporais, proporcionando

melhor integração e organização dos dados, avaliação e prognóstico de problemas com

auxílio de modelos matemáticos de simulação (PETERSEN et al., 1991).

O Sensoriamento remoto é a ciência e a arte de observar um alvo sem ter contato físico

com o mesmo, podendo obter informações de área ou do fenômeno estudado, baseando-

se na interação deste alvo com a radiação eletromagnética (CREPANI, 1993;

LILLESAND E KIEFER, 1995). As interações são registradas, usando para isto o

rastreio regular da energia eletromagnética que interage em diferentes faixas espectrais,

formando várias imagens. A interação de cada faixa com o alvo é função da estrutura

física-química dele e do comprimento de onda da radiação eletromagnética.

Cada alvo interage de maneira diferente com a radiação eletromagnética de cada faixa

espectral. A maior parte dos sensores remotos disponíveis opera nas regiões do espectro

eletromagnético visível, infravermelho próximo e microondas. Para entender e

interpretar os dados em cada intervalo é necessário um conhecimento prévio do

comportamento espectral do alvo, neste caso da vegetação.

A partir da segunda metade da década 90 foram colocados em órbita novos sistemas,

com alta resolução espacial, buscando superar algumas limitações das imagens

adquiridas por outros satélites (TANAKA E SUGIMURA, 2001). No ano de 2000, a

empresa norte-americana DigitalGlobe, responsável pelo programa do QUICKBIRD,

obteve a licença da NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration) para

operar um sistema com alta resolução espacial. Em outubro de 2001, o satélite

QUICKBIRD foi lançado. Também na categoria de alta resolução, encontramos o

satélite, também comercial, IKONOS II da Space Image.

A comparação entre as imagens do IKONOS e do QuickBird já foi utilizada para

mapear áreas de vegetação de mangue (Wang et al., 2004). Primeiro, a comparação foi

feita banda a banda examinando a estatística espectral, logo a rugosidade e textura foi

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usada para comparar as espécies. Na classificação supervisionada utilizando MAXVER,

os autores mostraram que a discriminação espectral das bandas multiespectrais do

IKONOS II foi melhor que a do QuickBird e a inclusão da banda pancromática não teve

efeito na acurácia para ambos.

O status ecológico dos manguezais junto às áreas protegidas na área marinha de Kiunga,

no Quênia (Kairo et al., 2004), foi avaliado por meio das fotografias aéreas e utilização

de SIG, os mapas produzidos nesse ambiente (de SIG) faz possível que seu

armazenamento seja muito rápido, permitindo recuperar e analisar vários tipos de

informação. Os mapas, junto com a informação digitada, são ferramentas importantes

para a gestão neste tipo de ecossistema.

Sabe-se que a estrutura para interceptar a energia solar pela vegetação é formada pelos

cloroplastos contendo moléculas de pigmentos associadas, estando ajustados para

absorver luz para a faixa do espectro solar entre 400 a 700nm. O cloroplasto é a interfase

física pela qual a biosfera é conectada a fonte luminosa, conhecida como radiação

fotossinteticamente ativa (MOREIRA, 2003). O pigmento clorofila absorve boa parte da

radiação na faixa do visível. A maior parte desta radiação que incide sobre o dossel

vegetativo é absorvido pelos pigmentos fotossintetizantes no mesófilo das folhas

(MOREIRA , 2003). Nessa faixa espectral, tanto a reflectância quanto a transmitância

das folhas são menores que 15% da luz incidente, porém a reflectância apresenta um pico

máximo de 555nm. Desta maneira, o aumento da quantidade de biomassa verde ocasiona

a diminuição da radiação deste alvo neste comprimento. Agora no infravermelho

próximo, o aumento se deve as variações no índice de refração do meio celular e dos

espaços intracelulares.

A análise da vegetação e detecção das mudanças nos patrões de vegetação são fatores

preponderantes para avaliar e monitorar os recursos naturais. Então, a detecção e

avaliação quantitativa da vegetação verde são muito importantes e é uma das principais

aplicações do sensoriamento remoto.

Leprieur et al. (1994) e Elvidge e Chen (1995) definiram os índices de vegetação como

formulações empíricas, que visam realçar o contraste espectral da vegetação. Essa

técnica de processamento digital de imagens é freqüentemente uma operação de razão

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simples entre bandas (Infravermelho-próximo/vermelho) ou o índice normalizado de

vegetação (NDVI) (HUETE, 1988), que utiliza as bandas com maior variância, a fim de

destacar um determinado objeto de cena (SCHOWENGERDT, 1997).

Quanto maior o valor dos índices de vegetação, maior a probabilidade do alvo ser uma

vegetação verde. Isto ocorre porque a vegetação verde e saudável absorve a radiação na

faixa do vermelho e possui alta reflectância na região do infravermelho-próximo.

Os dados de SR têm sido difundidos amplamente, assimilados e utilizados para

mapeamentos temáticos. Os mapas produzidos por meio do SR dependem da qualidade

da informação da qual são derivados (CONGALTON, 1988; CONGALTON E GREEN,

1999).

A exatidão dos mapas pode ser medida por meio de dois critérios: exatidão geométrica e

exatidão temática. A exatidão geométrica refere-se ao grau de ajuste dos objetos no mapa

em relação à sua posição no terreno. A exatidão de classificação temática refere-se ao

nível de associação entre os objetos mapeados e a realidade do terreno (CONGALTON E

GREEN, 1999).

A avaliação da geometria de uma imagem é expressa por meio das geometrias interna e

externa. A geometria interna indica o grau de similaridade entre a imagem e o terreno

nela representado. Já a geometria externa estabelece a exatidão das coordenadas da

imagem em relação a um ponto de referência. A correção geométrica objetiva modelar os

efeitos provocados pelas diversas fontes de distorção introduzidas no momento de

aquisição da imagem (FORD E ZANELLI,1985).

As imagens de satélite podem apresentar uma série de distorções espaciais, além de não

conter a exatidão cartográfica no posicionamento dos objetos nelas representados. As

distorções geométricas podem ser eliminadas e/ou reduzidas, por meio de modelos de

correção geométrica. Corrigir estas distorções nas imagens vai permitir a realização de

medições sobre as mesmas, bem como integração com outros dados espaciais.

Dentre os aspectos espaciais, destacam-se os aspectos físicos (geologia, geomorfologia,

drenagem, cobertura vegetal, uso do solo) e urbanos (área residencial e industrial, vias de

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acesso). No entanto, muitos destes dados encontram-se disponíveis em formato

analógico e em diferentes projeções cartográficas (aspectos geométricos, vide Burrough,

1993). Para se trabalhar com este volume de dados empregam-se programas

computacionais, usam-se Sistemas de Informações Geográficas (SIG).

Rocha (2002) é muito claro que o sucesso da implementação de um sistema de

informação depende da qualidade da transposição de entidades do mundo real e suas

interações para um sistema computarizado, num SIG isto é muito mais crítico, portanto,

o modelo de armazenamento de informações adotado pelo sistema gerenciador de dados

associado no SIG é muito importante para sua correta utilização. A organização do banco

de dados em layers de mapas não existe simplesmente por razões de organização, mas

pelo rápido acesso aos elementos necessários para a análise geográfica.

A consulta a um banco de dados é uma ferramenta fundamental do SIG, a partir dela é

possível localizar, classificar e gerar overlays que produzem um ou mais mapas que

reúnem uma ou mais condições de interesse.

No SIG é possível encontrar operadores algébricos, operadores de distância, de contexto,

sistema de processamento de imagens, de modelagem digital de terreno, sistema de

apresentação cartográfica e sistemas de análise estatística e, atualmente, vêm-se

desenvolvendo sistemas mais aplicados, baseados em Geoestatística que estuda

fenômenos naturais, levando em consideração a sua continuidade e variabilidade espacial

(BETTINI, 1999).

Também em todo estudo no qual se realiza a integração de dados físicos, bióticos e

socioeconômicos, provenientes de diferentes tipos de fontes e em diferentes escalas, é

necessária uma estrutura de processamento dos dados que comporte a escala adotada e

permita essa integração. A resolução espacial é um item fundamental para este processo,

quando se trabalha com imagens ou fotos aéreas a resolução está definida pela menor

unidade de área perceptível, o chamado “pixel” (ROCHA, 2000).

Sabendo que o manejo efetivo dos recursos naturais deve estar baseado em um

conhecimento fundamentado do ecossistema e suas respostas às tensões naturais e

antrópicas, este estudo se propõe analisar de maneira temporal todo o ecossistema

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manguezal do Rio Tavares e conhecer em um nível macro, o comportamento ao longo

dos anos desta unidade e avaliar se suas alterações podem estar relacionadas com as

mudanças climáticas ocorrendo em nível global.

No manguezal do Rio Tavares foram realizados diversos estudos envolvendo a análise da

estrutura vegetal, tendo sido aquele desenvolvido por Souza Sobrinho et al. (1969) o

pioneiro. Posteriormente, outros estudos foram desenvolvidos na análise estrutural com

diferentes enfoques, tais como SOUZA et al. (1994); TOGNELLA - DE - ROSA (2000),

VIZINHO (2000).

Em relação a utilização de tecnologia da informação, Lugli (2004) elaborou mapas

temáticos onde realizou a avaliação da ocupação de um das clareiras existentes no

manguezal do Rio Tavares ao longo de uma série temporal de análise de fotografias

aéreas.

Posteriormente, Oliveira (2005) e Schallenberger (2006) avançaram no emprego da

tecnologia de informação e de GPS, realizando avaliações georeferenciadas ao longo de

todo o manguezal do Rio Tavares. Estes estudos, associados ao de Lugli (2004) tiveram

o suporte técnico desta autora já com intuito de elaborar estudos mais complexos

empregando tecnologia SIG que pudessem subsidiar planos de manejo e Oliveira (2005)

buscou determinar suas parcelas e georeferenciá-las para que novos estudos, em longo

prazo, pudesse ser novamente desenvolvidos nos seus locais de estudo. Schaellenberger

(2006) teve como um de seus objetivos complementar as informações obtidas por Lugli

(2004), considerando neste caso o avanço do mangue nas clareiras existentes no

manguezal do Rio Tavares. A avaliação das fotografias aéreas subsidiaram a delimitação

das parcelas no estudo de Schaellenberger.

A associação de dados ecológicos pretéritos com a tecnologia de informação permite

diagnosticar ações de gestão. As informações obtidas em campo e interpretadas sob a

ótica da análise de imagens aéreas contribuem para a avaliação pretérita de séries

temporais, permitem reconhecer padrões ecológicos e associá-los aos eventos climáticos

e, consequentemente, ter suporte para projeções de comportamento ecológico futuro.

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II OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Interpretar os processos de colonização do Manguezal do Rio Tavares a partir da

utilização de dados temporais empregando tecnologia SIG como ferramenta de suporte

às decisões de gestão ambiental.

2.2 Objetivo Específicos

- Levantar dados de estrutura vegetal.

- Coletar dados temporais de sensoriamento remoto para empregar SIG

- Mapear o manguezal do Rio Tavares

- Classificar os compartimentos no interior do manguezal do Rio Tavares

- Gerar mapas temáticos para análise ambiental a serem utilizados na gestão

costeira pelos organismos competentes.

2.3 Hipóteses de trabalho

A hipótese de trabalho, sob o ponto de vista conceitual, sustenta a idéia que se realizando

uma análise temporal a partir da utilização de dados de sensoriamento remoto, medições

de campo e a organização de parâmetros ambientais, todos inseridos num sistema de

informações geográficas, é possível incrementar os conhecimentos técnico-científicos e,

assim, obter ferramentas para a gestão e elaboração de novas políticas públicas de

manejo deste tipo de ecossistemas litorâneos.

Uma segunda hipótese – operacional, quer sustentar que se realizadas análises temporais

abrangendo a totalidade da área a ser estudada é possível melhorar a compreensão destes

ecossistemas com características continentais, além de permitir a criação de bases

cartográficas que possam ser divididas para um estudo mais detalhado das unidades

menores que o compõem.

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Esta segunda hipótese se apóia no fato da existência de vários aerolevantamentos

disponíveis para o litoral de Santa Catarina e do Brasil. Além da existência de imagens

de satélite de alta resolução espacial que vem permitir a integração destes dados.

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III MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Área de Estudo

A Ilha de Santa Catarina está localizada na região Sul do Brasil entre as latitudes sul de

27°22’ e 27°50’ e as longitudes oeste de 48°20’ e 48°35’. Apresenta uma diversidade de

ecossistemas costeiros, com destaque aos costões rochosos de formação granítica,

extensas planícies de maré com manguezais e marismas, dunas e praias, estas contendo

um total de 126 unidades, sendo que 117 são de substrato arenoso (92,85%),

representando 50,5% (88 km) do perímetro total da ilha que corresponde a 172 km

(HORN FILHO, 2006).

Horn Filho et al. (1999) compartimentaram o litoral da Ilha de Santa Catarina sob o

ponto de vista geológico e geomorfológico em seis (6) fisionomias distintas:

1) Costa Norte (do pontal da Daniela à praia dos Ingleses);

2) Costa Nordeste (da praia dos Ingleses à praia da Joaquina);

3) Costa Sudeste (da praia da Joaquina à praia da Lagoinha do Leste);

4) Costa Sul (da praia da Lagoinha do Leste à ponta dos Naufragados);

5) Costa Sudoeste (da ponta dos Naufragados à ponte Hercílio Luz);

6) Costa Noroeste (da ponte Hercílio Luz ao pontal da Daniela).

Na Costa Sudoeste, é possível reconhecer 45 praias, caracterizadas por apresentarem

sedimentos arenosos, de granulometria fina a grosseira, com largura média de 8,9m,

declividade média de 7° e comprimento médio de 273m. Os maciços cristalinos

aparecem muito próximos à costa, contribuindo para a ocorrência de depósitos lagunares

e paludiais (manguezais) de idade holocênica. As praias adjacentes à baía Sul, seguido

das praias da Tapera e Ribeirão da Ilha representam as áreas mais impactadas. As demais

praias ainda são preservadas sob o ponto de vista ambiental.

O manguezal do Rio Tavares localiza-se na Baía Sul (figura 1), ao sul da zona central do

município de Florianópolis, na costa Sudoeste, sendo cortado quase que ao meio pela

rodovia SC-401. Neste manguezal, foi implantada a Reserva Extrativista Marinha do

Pirajubaé – REMP (ANEXO 1), criada em 1992, que engloba além do manguezal do Rio

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Tavares, com 744 ha., o baixio da Tipitinga situado na Baía Sul. Na porção nordeste é

circundado pela rodovia SC-406 que permite a ligação do Bairro da Costeira de Pirajubaé

com o sul da ilha, passando pelos bairros do Rio Tavares e Ribeirão da Ilha, ambos

limitando com o Manguezal do Rio Tavares.

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Figura 2: Área de Estudo com sua localização no Brasil (a) e na Ilha de Santa Catarina (b).

Área delimitada corresponde ao posicionamento dos limites (pontos verdes) da RESEX do

Pirajubaé (c ).

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3.2 Caracterização Ambiental da Área 3.2.1 Espécies de Vegetação O manguezal do Rio Tavares é composto por três espécies: Avicennia schaueriana

(Mangue Preto ou Siriúba), Rhizophora mangle (Mangue Vermelho ou Cachimbeiro) e

Laguncularia racemosa (Mangue Branco ou Sapateiro). Ao longo do manguezal

encontramos vegetações associadas de menor porte Hibiscus pernambucensis e nas

margens podemos encontrar faixas de Spartina alterniflora (SOUZA et al., 1994). O

manguezal apresenta aspecto homogêneo em termos de cobertura vegetal, dominado pela

espécie Avicennia schaueriana. Sendo quase em sua maior parte formado por um

agrupamento misto de Avicennia, Rhizophora e Laguncularia.

3.2.2 Hidrografia

A bacia do Rio Tavares possui uma área total de 31,7km2, é a segunda maior bacia da

ilha. Sua nascente ocorre na localidade denominada de Rio Tavares, sendo esse rio o

principal corpo d’água da bacia, com uma extensão de aproximadamente 9,2 km. O Rio

Tavares tem a sua foz no manguezal do mesmo nome (Rio Tavares) desembocando na

baía sul e possui 5 (cinco) afluentes pequenos. Os principais afluentes são o Ribeirão

Fazenda e o Rio Pirajubaé. A bacia do Rio Tavares tem importância fundamental na

preservação do manguezal do Rio Tavares ( BRASIL, 2002).

A bacia está formada também pelo rio dos Defuntos e outros nove riachos, que também

desembocam na baía sul. No baixo e médio curso do rio Tavares, localiza-se o manguezal

do Rio Tavares (CRUZ,1998).

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3.2.3 Recursos Naturais na Área da Baía sul

A área de baía inserida na REMP segundo decreto (Anexo 1) se estende por 704 hectares

de águas calmas, fundos rasos e marismas, contendo um conjunto de bancos de areia e

lodo denominado de Baixio da Tipitinga, proporcionando a ocorrência de camarão e do

berbigão, os quais são capturados artesanalmente pelos pescadores locais. Inicialmente,

estes pescadores foram responsáveis pela proposição da Associação da Reserva

Extrativista Marinha do Pirajubaé – AREMAPI, autorizada pelo IBAMA. Hoje existem

mais duas associações, segundo os pescadores do local, trabalhando na região.

(Comunicação Pessoal dos pescadores, 2007)

Na atividade de extração, predomina o molusco berbigão (Anomalocardia brasiliensis), o

qual é explorado para comercialização e consumo próprio, de acordo com o Plano de

Utilização da Reserva, assegurando o manejo adequado do molusco, com controle de

rotatividade dos locais explorados, respeito ao tamanho mínimo da espécie para extração

(acima de 20mm) e repovoamento da espécie para garantir a continuidade da atividade

extrativista (IBAMA, 1998).

Na REMP, o berbigão era capturado no baixio por 14 pescadores seguindo um plano de

manejo preestabelecido com a implantação da reserva. Em 1996 e 1997, a obra de

dragagem e aterro para construção da Via Expressa SC-SUL reduziu a área do baixio de

cerca de 240 para 140 hectares. Visando avaliar os impactos da obra sobre o recurso

Pezzuto e Echternacht (1999) analisaram sua densidade, biomassa e composição de

tamanhos entre outubro/96 e dezembro/97 em estações próximas à zona de dragagem

(estação 2); do aterro (estação 25) e numa área intermediária a esses locais (estação 26).

3.2.4 Batimetria e Altimetria

Como a região onde se encontra o manguezal é de gênese fluvio-marítima, se

caracteriza por possuir um relevo natural plano entre as altitudes de 0m e 2m sobre o

nível do mar. De acordo com Caruso Jr. (1993), a região do manguezal do Rio Tavares

caracteriza uma das duas províncias que constituem a geologia da Ilha de Santa

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Catarina. Representa a província definida como de planície costeira, com formação

recente contendo sedimentos de origem continental, transicional e marinha.

A geomorfologia da REMP apresenta assoreamentos com profundidades que variam

entre menos de 1 metro – áreas de águas tranqüilas e marismas, onde se localizam o

Manguezal do Rio Tavares e os bancos de areia submersos do Baixio da Tipitinga, de 3

a 5 metros nas delimitações das áreas mais baixas, até profundidades acima de 5 metros,

sujeitas às correntes de maré (CRUZ, 1998).

As águas protegidas da Baía Sul, associada às pequenas profundidades e ao aporte de

sedimentos finos pelos rios que definem as bacias hidrográficas voltadas para oeste,

levou ao desenvolvimento de manguezais neste setor. Como já foi mencionado

anteriormente, os manguezais são ambientes controlados pela influência das marés e sua

magnitude no setor está diretamente relacionada a importância dos sistemas fluviais à

montante (CASTILHO, 1997).

3.3. Sistemas Utilizados

3.3.1 Spring 4.2

Visando combinar os dados e informações levantadas nas fases de laboratório e de

campo e assim cumprir o grande objetivo deste trabalho foram utilizadas ferramentas

avançadas - os Sistemas de Informações Geográficas (SIGs) e o Sistema de

Posicionamento Global (GPS).

O sistema SPRING (Sistema de Processamento de Informações Georreferenciadas) é

um banco de dados geográfico de segunda geração, desenvolvido pelo Instituto

Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) para ambientes UNIX e Windows. Este

sistema funciona acoplado a um gerenciador de banco de dados relacionais.

O SPRING tem como objetivos integrar as tecnologias de Sensoriamento Remoto e

Sistemas de Informação Geográfica (SIG); utilizar modelo de dados orientado a objetos,

que melhor reflete a metodologia de trabalho de estudos ambientais e cadastrais; e

fornecer ao usuário um ambiente interativo para visualizar, manipular e editar imagens e

dados geográficos (INPE, 1999).

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3.3.2 GPS

O Sistema de Posicionamento Global (GPS) revolucionou o levantamento de dados de

campo na elaboração ou atualização de bases cartográficas. Enquanto a topografia

convencional baseia-se na obtenção de medidas de ângulos e distâncias terrestres com

componentes horizontais e verticais, (necessidade de intervisibilidade entre os pontos

medidos), o GPS permite obter as coordenadas geodésicas de cada ponto

independentemente, de forma rápida, com precisão razoável e sem acumular erros.

O GPS é composto por 24 satélites distribuídos em seis órbitas planas de forma que ao

menos quatro deles sejam observados de qualquer lugar da superfície terrestre em

qualquer momento. Estes satélites compõem o segmento espacial do sistema, que se

complementa com o segmento de controle formado por cinco estações terrestres e o

segmento dos usuários cujos receptores GPS captam o sinal dos satélites e determinam

as coordenadas do ponto onde se encontram. (CORDOVEZ, 2004).

Segundo Cordovez (2004) o sistema é complexo e envolve aspectos como por exemplo,

erros propositais ou acidentais, correções, freqüências. O importante é que a partir dos

sinais emitidos por três satélites informando sua posição exata no espaço, cálculos

geométricos simples determinam a posição do receptor em coordenadas geodésicas. A

leitura do sinal de um quarto satélite permite fazer um ajuste final dessa posição.

A leitura simples das coordenadas de um ponto a partir de quatro satélites denomina-se

como posicionamento absoluto ou isolado. Ele apresenta uma precisão planimétrica que

varia de 3m a 100m em função do tipo de aparelho e do tipo de sinal recebido. No

posicionamento absoluto, necessita-se apenas de um receptor. Mesmo se a coleta de

dados for de longa duração, a qualidade dos resultados não melhora.

Para melhorar a precisão do posicionamento absoluto, e torná-la submétrica, realiza-se o

chamado posicionamento relativo (diferencial). Ele consiste numa correção diferencial

das coordenadas do ponto lido, via GPS, idêntica à correção necessária na leitura de um

ponto base com coordenadas conhecidas de antemão. Esta correção pode ser feita

posteriormente (pós-processada) ou em tempo real. Em alguns casos, como no sistema

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RTK ou Real Time Kinematics, por exemplo, pode se atingir precisão milimétrica,

desde que os pontos levantados se encontrem a pequena distância da base de

coordenadas conhecidas.

Também deve ser considerada a possibilidade de erros na leitura de pontos em áreas

com árvores e prédios altos que podem gerar mudanças de direção e retardamento das

ondas portadoras do sinal GPS. Esse tipo de erro não pode ser eliminado por correção

diferencial, pois suas causas não se repetem no ponto base.

Tem ocasiões em que é impossível realizar a leitura de pontos sob densa cobertura

vegetal. A produtividade de levantamentos com GPS irá depender do tipo e número de

aparelhos receptores, da habilidade dos técnicos, da verticalização da área, da presença

ou não de vegetação e sua densidade, e do número e tipo de atributos a serem coletados

em cada ponto levantado (CORDOVEZ, 2004).

O transporte dos pontos coletados por um GPS para um SIG pode ser feito

automaticamente pelo software que vem junto ao receptor. Posteriormente, devem ser

digitalizados os elementos tipo linha, polígonos e textos que forem necessários. Hoje os

receptores GPS são muito precisos por serem fabricados com multi-canais paralelos.

Os receptores GARMIN de 12 canais são rápidos na aquisição de sinais de satélite,

mesmo numa floresta densa ou numa paisagem urbana com prédios altos. No entanto

alguns fatores atmosféricos e outras fontes de erro podem afetar a precisão de um

receptor GPS. Os receptores GARMIN apresentam, em média, uma precisão de 15

metros.

Os dados de posicionamento foram obtidos em campo, empregando-se o aparelho

GARMIN 12 XL durante várias situações e anos, as medições foram absolutas. Para

cada ponto obtido, foram realizadas três observações consecutivas de forma a diminuir

o erro de leitura e operação do aparelho. Os dados de posição foram obtidos em pontos

fixos, facilmente reconhecidos nas imagens aéreas. Esses dados foram, então, plotados

em arquivos e transferidos para o sistema de forma a georeferenciar as imagens.

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Foram realizadas várias expedições para obter os dados de posicionamento ao redor da

área do manguezal do Rio Tavares, ao longo do canal e no interior do bosque em

clareiras com árvores isoladas.

Para aferir os dados obtidos em campo, realizou-se uma saída até a Base Aérea do

Aeroporto Hercílio Luz, com finalidade de obter os dados de posicionamento do

aeroporto, estes pontos foram fornecidos e fazem parte dos pontos de controle.

3.3.3 REGEEMY

REGEEMY é um sistema de registro automático desenvolvido pela Divisão de

Processamento de Imagens do INPE, em cooperação com a Universidade de Santa

Bárbara, Califórnia (FEDOROV, 2002).

Este sistema permite a elaboração de mosaicos de maneira fácil e intuitiva (é simples e

fácil sua utilização, não precisa de manual, possui ajuda).

3.3.4 IDRISI KILIMANJARO

O Idrisi é um Sistema de Informações Geográficas de concepção atual, desenvolvido

pelo Clark Labs (Clark University), com tecnologia de modelagem geográfica e

ferramentas de suporte à decisão. Possui interface amigável, é de baixo custo e muito

utilizado, em análises ambientais.

Este Sistema reúne ferramentas nas áreas de processamento de imagens, sensoriamento

remoto, SIG, geoestatística, apoio a tomada de decisão e análise de imagens

geográficas. São mais de 200 módulos que permitem analisar, processar e visualizar os

mais variados tipos de dados. É um software raster voltado para ambiente PC/Windows.

Segundo informação contida na “webpage” da Clark Labs

(http://www.clarklabs.org/products/index.cfm), o IDRISI é um software com

funcionalidade analítica matricial, compreendendo facilidades especiais para

monitoramento ambiental e gerenciamento de recursos naturais, incluindo análises por

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séries espaço-temporais, suporte a decisão multi-objetiva e multicritério, análise de

incerteza, abrangendo análise Bayesiana e por conjuntos nebulosos, além de,

modelagem por simulação.

3.4. Seleção do Material

3.4.1 Fotografias aéreas

Em consulta aos arquivos do IPUF e da FATMA foram escolhidas as fotografias aéreas

correspondentes aos anos de 1957, 1978, 1998 e selecionadas aquelas que possuíam

uma cobertura melhor da área de estudo para gerar os mosaicos.

Nestes arquivos, das instituições acima mencionadas também foram obtidas fotografias

de outras datas, mas o critério de escolha foi o intervalo de 20 anos entre as fotografias,

onde seria possível identificar mudanças na cobertura vegetal.

Para o ano de 1957, foram utilizadas duas fotos (Aerofoto Cruzeiro), pancromáticas e

escala 1:25.000; para o ano de 1978, foram empregadas duas fotos (CELESC),

pancromáticas e escala 1:25.000; e para 1998, foram usadas três fotos (CELESC),

pancromáticas e escala 1:15.000.

3.4.2 Imagens de satélites

As imagens de satélite foram adquiridas junto à empresa Imagem Soluções Geográficas,

e correspondem aos anos de 2002 (registro no dia 20 de novembro) e 2007 (registro no

dia 29 de março). São imagens obtidas pelo satélite QUICKBIRD.

O sistema sensor do QUICKBIRD captura imagens no modo Pancromático (PAN) e

Multiespectral (MS). A Resolução Espacial (Nominal) é de 0,61m (nadir)

Pancromática; 2,44m (nadir) Multiespectral; 0,72m (25º off-nadir) Pancromática; e

2,88m (25° off-nadir) Multiespectral. A faixa espectral do modo Pancromático está

entre 0.45 a 0.90 µm. A Resolução Espectral é de: 0.45 – 0.52 µm., para a Banda 1

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(Azul); 0.52 – 0.60 µm., para a Banda 2 (Verde); 0.63 – 0.69 µm., para a Banda 3

(Vermelho); e 0.76 – 0.90 µm., para a Banda 4 (Infravermelho próximo).

Imagens de satélite com esta apurada resolução espacial permitem uma melhor

interpretação das informações além da possibilidade de conferir no campo de forma

mais detalhada a composição da vegetação.

3.5 Metodologia de Estudo

Foi realizado levantamento bibliográfico para comparar as diversas metodologias em

estudos de vegetação e manguezais, bem como o emprego de tecnologia da informação

para o gerenciamento ambiental e de análise da estrutura do bosque.

Então, como primeira etapa se procedeu a elaboração de um roteiro a partir da

bibliografia. De forma a organizar as atividades que seriam executadas, foi realizado um

diagrama metodológico (figura 2). Neste diagrama foi possível sintetizar as etapas

metodológicas e sistematizar as entradas e saídas de dados, estabelecendo as

informações em níveis hierárquicos.

Note que sempre as informações geradas formam parte de um banco de dados de onde

se espera que comecem os planos de gestão. As informações provenientes das diversas

fontes foram cuidadosamente organizadas possibilitando observar de maneira separada

o processamento dos dados.

A metodologia utilizada pretende realizar a análise temporal do Manguezal do Rio

Tavares por técnicas de sensoriamento remoto, além de utilizar uma adaptação do

processo de Avaliação Ecológica Rápida (AER) de uma área ou região terrestre.

Neste caso é um levantamento flexível, acelerado e direcionado para as espécies de

mangue encontradas na Reserva Extrativista Marinha de Pirajubaé e utiliza uma

combinação de imagens de sensoriamento remoto, fotografias aéreas, coletas de dados

de campo e visualização de informação espacial para gerar informações úteis, baseada

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em registros fotográficos da área de estudo, para o planejamento da conservação em

múltiplas escalas (SAYRE et al., 2000).

A AER resulta na caracterização – mapeada e documentada – de unidades classificadas

da paisagem e na descrição da biodiversidade destas unidades em nível de espécie. Elas

produzem dados biofísicos básicos, mapas, documentos, recomendações e o aumento da

capacidade institucional para um trabalho de conservação efetivo.

As vantagens desta metodologia é que os dados gerados por um AER podem ser

produzidos e analisados em diferentes escalas espaciais, dependendo das metas de

conservação, sendo eficientes na caracterização da paisagem e da biodiversidade em

nível de espécie de grandes áreas relativamente pouco conhecidas ou de difícil acesso.

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Figura 2: Diagrama metodológico, descrevendo as etapas desenvolvidas no estudo

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3.6.Georreferenciamento das Fotografias Aéreas

Devido à abordagem multitemporal deste trabalho, o processo de georreferenciamento

torna-se imprescindível, já que proporciona uma uniformidade cartográfica às diferentes

imagens e fotografias utilizadas.

Antes de iniciar a escolha da base cartográfica, foram analisados os produtos pré-

existentes (imagens de satélite, fotografias aéreas e mapas). Os seguintes aspectos foram

considerados nessa análise, pensando na combinação de informações a diferentes

escalas que serão utilizadas:

a- O ano de obtenção: em função da dinâmica de crescimento, os

produtos podem representar realidades muito diferentes da atual. No

caso deste projeto foi escolhida a imagem de satélite de 2002, por ser o

produto que cobria toda a área de estudo, já estava ortorretificada e

georreferenciada além de ser mais próxima da data atual. A imagem

correspondente ao ano de 2007, somente foi adquirida quando o

projeto estava em estado bem avançado. Existiam também fotografias

aéreas de 2004, mas as diferenças com a imagem de 2002 eram

mínimas;

b- O sistema de coordenadas e o DATUM: se os produtos tivessem

apresentado sistema de coordenadas diferentes da UTM e DATUM

que não seja o SAD-69, seria necessária uma transformação em

software especializado antes de tentar aproveitar esses produtos. No

caso do presente projeto a base escolhida apresentou o sistema de

coordenadas adequado;

c- A escala: escalas inadequadas, além de prejudicar a precisão, podem

impedir o uso de geotecnologias como Sistemas de Posicionamento

Global (GPS). Fotografias aéreas não podem apresentar escalas

menores a 1:10.000 em áreas adensadas e 1:25.000 em áreas rurais.

Para mapas restituídos e ortofotos, os limites admissíveis são 1:2.000 e

1:5.000, respectivamente. No caso espécifico deste projeto foram

utilizadas fotografias de escalas iguais ou maiores a escala 1:25.000; e

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d- A apresentação e estado dos produtos: fotografias e mapas analógicos

devem ser escaneados, o que demanda maiores custos sem garantir,

muitas vezes, a precisão necessária. Neste projeto, as fotografias

aéreas foram escaneadas, utilizando-se 500 dpi como resolução do

arquivo digital obtido das imagens.

O transporte da imagem de satélite (Quickbird, obtida em 20 de novembro de 2002) foi

realizado utilizando a ferramenta TIFF/GEOTIFF existente no menu do sistema

SPRING.

Em seguida foi elaborado um banco de dados e o projeto dentro do sistema. para em

seguida armazenar as imagens que serão processadas e analisadas pelo Sistema de

Informações Georreferenciadas SPRING. Este banco contém os planos de informação

para as categorias imagem e mapeamento temático, representando as bandas espectrais

de interesse. As categorias definidas foram vegetação (onde era possível identificar

Manguezal, clareiras (áreas dentro do manguezal sem cobertura vegetal), outras

vegetações. Também foram definidos outros temas (categorias) e elaborados outros

planos de informação que contém rodovias, rede de drenagem, aeroporto, saídas de

campo, linha de maré, área urbana, parcelas, etc.

A georreferência ou registro das fotografias aéreas compreendeu uma transformação

geométrica que relacionou as coordenadas das fotografias (linha, coluna) com as

coordenadas do sistema de referência da imagem de satélite, que foi utilizada como base

cartográfica (imagem de satélite de 2002). Este procedimento foi realizado dentro do

sistema SPRING, usando pontos de georreferência reconhecidos na imagem e

distinguidos na fotografia aérea. Utilizando uma transformação de segunda ordem, as

fotografias aéreas foram levadas ao sistema de coordenadas da imagem.

O georreferenciamento foi comprovado pela aquisição de uma gama de pontos no

campo, obtidos em diferentes situações e locais, ao longo de vários anos de estudos

realizados na área. Esses dados de posicionamento foram obtidos em campo,

empregando-se o Sistema de Posicionamento Global (GPS), marca Garmin 12 XL,

além da utilização dos pontos cedidos pelo Departamento de Infraestrutura

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Aeroportuária (INFRAERO), localizado no Aeroporto Hercílio Luz, esses pontos

correspondem as cabeceiras do aeroporto.

Os dados em campo como já foi citado foram obtidos por GPS tomando-se o cuidado de

registrá-los em três obtenções para evitar erro nas coordenadas (assim cada ponto foi

produto de média das obtenções). Os pontos quando possível foram obtidos perto de um

ponto fixo, facilmente identificável nas fotografias aéreas. Muitos dos pontos foram

obtidos na entrada de canais e meandros, pois havia a necessidade de conhecer e

quantificar os mesmos.

3.7 Construção dos Mosaicos Fotográficos

A partir das fotografias aéreas e imagem de satélite georreferenciadas foi construído um

mosaico fotográfico, que se caracteriza por ser uma união entre as fotografias aéreas

georreferenciadas para cada ano analisado, dentro do software REGEEMY.

O mosaico de imagens ou fotografias aéreas tem como finalidade conectar duas (ou

mais) imagens para gerar uma imagem maior. Desta forma, uma visão completa das

cenas coletadas pelos sensores pode ser obtida. Este processo é utilizado quando a área

de estudo é maior que a cena disponibilizada pelo satélite ou fotografias aéreas.

O processo de mosaico envolve, basicamente, duas etapas: registro de imagens e a

operação de blending. Mesmo quando o processo de registro é bem feito, alguns

problemas podem ser observados na área de transição entre as imagens ou fotografias.

Se os valores de níveis de cinza nesta área forem diferentes, torna-se necessário

determinar novos valores, de modo a suavizar a área de transição entre as imagens.

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3.8 Interpretação Visual e Digital

O procedimento adotado para a interpretação visual dos pares fotográficos foi a

utilização de um estereoscópio de lentes (Wild ST4, fabricado em Singapura). Uma

vez obtida a estereoscopia e tendo certeza de que as interpretações estavam o mais

próximo da realidade, a área de vegetação de mangue foi dividida em compartimentos,

os quais foram analisados separadamente. Realizou-se este procedimento com a

finalidade de corrigir a interpretação na tela do computador devido aos erros provocados

pela diferença na escala das fotografias aéreas.

No computador foi obtido numa primeira etapa, o plano de informação correspondente

as áreas de vegetação de mangue. Desta forma, foram elaborados diferentes

compartimentos, pois se entendeu que correspondem a áreas com características

estruturais e hidrológicas diferentes contendo limites bem definidos. Para cada ano foi

realizado o mesmo procedimento.

Os polígonos representam as áreas de expansão e/ou retração da cobertura vegetal ao

longo dos 50 anos analisados, sendo caracterizados em relação ao ano de 1957, estes

foram numerados (figura 2) e abragem os seguintes limites:

- Compartimento 1 - Está localizado à oeste da Avenida Deputado Diomicio

Freitas que vai ao aeroporto, tendo como limite norte o Saco dos Limões e

limitando ao sul com o bairro Carianos e a Base Aérea;

- Compartimento 2 - Está localizado à leste da rodovia que vai ao aeroporto, à

oeste delimitado pelo rio Tavares e pelo sul confinado pelo bairro Carianos;

- Compartimento 3 - Está localizado à leste do Rio Tavares e limita à oeste com o

Bairro do Rio Tavares; e

- Compartimento 4 - Limita ao norte com os compartimentos 2 e 3 e limita ao sul

com o Bairro Campeche.

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Baía Sul

Base aérea

Bairro Carianos

Rodovia ao aeroporto

Bairro Tavares

Bairro Campeche

Rio Tavares

Figura 3: Desenho ilustrativo dos polígonos (compartimentos analisados neste trabalho). A numeração da ilustração corresponde aos compartimentos.

Uma vez obtida à interpretação das áreas vegetadas, se procedeu à avaliação e

reconhecimento de outras características da área de estudo.

Para cada mosaico analisado foram também identificadas e digitalizadas as entradas de

fluxo do sistema (drenagem), enumerando-as e nomeando-as. Foram também

digitalizadas as rodovias e outras características consideradas de interesse no entorno,

como a malha urbana, linha de costa e área de transição. Uma vez que essas

informações são imprescindíveis num plano de gestão ambiental.

Em relação à linha de costa foi digitalizado um polígono que representava a área de

expansão da linha de costa comparando as fotografias aéreas para os anos de 1957 e a

linha de costa de 1978. Este mesmo procedimento foi realizado entre 1957 e 1998, 1957

e 2002 e, finalmente, entre 1957 e 2007. Comprovou-se este processo no IDRISI

KILIMANJARO, sendo gerados planos matriciais (formato raster), nos quais foi

aplicada uma operação denominada de “overlay”.

No caso da malha urbana, foram obtidos subsídios que permitiram diagnosticar os

efeitos da expansão desta sobre o manguezal do rio Tavares ao longo dos anos. Foram

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digitalizadas as ruas da área sul do manguezal considerando os diferentes anos de

análise. E, finalmente, com essas informações gerou-se um polígono da área urbana

para cada ano analisado. Neste caso, também foi utilizada a operação denominada de

“overlay”.

3.8.1 Obtenção do cálculo das Áreas de Vegetação

Para o cálculo da área de cobertura vegetal e das clareiras em relação aos diferentes

anos analisados, empregou-se, o Sistema SPRING 4.2, os seguintes procedimentos:

a) A primeira etapa constituiu na digitalização dos polígonos de vegetação de

mangue para as diferentes datas considerando tanto as imagens quanto os mosaicos

fotográficos;

b) Numerou-se e nomeou-se os polígonos de acordo com os compartimentos

correspondentes;

c) Empregou-se o aplicativo “operações métricas” do referido sistema para obter a

superfície, em hectares, de cada polígono;

d) Determinou-se a soma da área dos polígonos caracterizando a área total de

mangue para cada data; e

e) Como último procedimento uma vez obtidas as áreas foram comparadas e

analisadas as diferenças.

3.8.2 Obtenção de áreas e comprimentos nos outros “layers” A digitalização da rede de drenagem foi acompanhada pelo aplicativo “operações

métricas” do SPRING 4.2, desta forma, obteve-se os comprimentos dos rios e canais

para cada data analisada. A finalidade desse procedimento é avaliar o avanço da linha

de drenagem ao longo do processo de ocupação do manguezal, essa informação permite

avaliar o processo de drenagem e, consequentemente, a dinâmica de ocupação pela

vegetação.

Cada polígono gerado nos diferentes anos analisados foi medido pelo aplicativo

“operações métricas”, obtendo-se sua área e perímetro de forma que pudesse ser

comparados entre si.

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Em relação às áreas urbanas realizou-se também o cálculo da área dos polígonos

produzidos para cada ano, observando-se a existência ou não de intersecção entre esta e

a área de vegetação. Consequentemente, isto possibilitou a determinação do avanço

sobre a vegetação de mangue, calculando quanto desta área ficou sobreposta à área do

primeiro ano analisado. O procedimento empregado nesta etapa também requereu a

utilização das ferramentas de operações métricas do SPRING 4.2 e “overlay” do

IDRISI.

Na elaboração dos diferentes “layers” foram considerados os procedimentos para

mapeamento à escala, construindo mapas com qualidade cartográfica e possíveis de

navegação.

3.8.3 Classificação dos mosaicos fotográficos e imagens de

satélite

3.8.3.1 Mosaicos fotográficos

Para comparar a vegetação e seu estagio de desenvolvimento, foram classificados os

mosaicos digitalmente, utilizando para isto o sistema SPRING 4.2.

A classificação dos mosaicos foi realizada de acordo com o seguinte algoritmo:

- Máxima Verossimilhança (MAXVER) – sistema classificador supervisionado por

pixel, onde amostras previamente selecionadas são utilizadas para o treinamento do

classificador. Esta classificação considera a ponderação das distâncias entre médias dos

níveis de cinza das classes (JENSEN, 1996).

Uma vez classificado o mosaico, foram geradas as hierarquias que passaram a constituir

os mapas de vegetação que apresentam as categorias de alta densidade, média

densidade, baixa densidade, clareiras, água e areia para cada ano analisado.

Todas as informações geográficas foram associadas a um banco de dados, construído

paralelamente e que disponibiliza informações tais como área total do manguezal,

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número, nome e extensão das entradas de fluxo para cada ano analisado. Esse banco de

dados foi organizado dentro do sistema SPRING 4.2 .

3.8.3.2 Imagens de Satélite

Para analisar as imagens de satélite e aproveitando a vantagem da existência de quatro

bandas para cada imagem (2002 e 2007), sendo três no visível e, especificamente, uma

delas no vermelho; e uma banda no infravermelho próximo, aplicou-se o índice de

vegetação que é uma combinação aritmética simples baseada no contraste entre as

respostas espectrais da vegetação na região do vermelho e do infravermelho próximo.

Índices de vegetação podem ser entendidos como razões matemáticas entre bandas. Um

dos índices de vegetação amplamente utilizado em análises da vegetação é o chamado

NDVI (Normalized Diference Vegetation Index). O índice de vegetação da diferença

normalizada utiliza uma combinação das bandas do vermelho e do infravermelho

próximo, de acordo com EASTMAN (1998), e é expresso como a diferença entre a

banda do infravermelho próximo (IVP) e vermelho (VER), normalizada pela soma das

bandas, o NDVI é definido pela seguinte fórmula:

NDVI = (IVP – VER)/ (IVP + VER)

Onde:

IVP: resposta espectral do pixel na banda do infravermelho próximo (banda 4); e

VER: resposta espectral do pixel na banda do visível (banda 3).

A partir da determinação dos índices foi realizada a classificação empregando para isso

avaliação das espécies presentes e das vegetações associadas. Os índices foram

classificados em 5 classes. Representando as espécies de mangue e vegetações

associadas.

Uma vez obtido o índice de vegetação, procedeu-se ao processo de mascarar a imagem

de satélite deixando somente visível a área correspondente a vegetação de mangue. Este

procedimento foi realizado para melhorar a interpretação dos dados analisados.

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3.9 Trabalho de Campo

Tanto o manejo adequado quanto o uso sustentável dos recursos naturais necessitam de

uma elevada quantidade de dados provenientes das mais diversas fontes (levantamentos

de campo, imagens de satélite, fotografias aéreas, mapas, entre outros). Essas

informações para que possam ser rapidamente integradas e distribuídas, devem ficar

prontamente disponíveis para análise, interpretação e utilização nos processos de

tomada de decisão referentes ao estado do meio ambiente e gestão.

Os estudos de campo realizados na área de estudo tiveram como finalidade identificar

possíveis erros na interpretação das fotografias e das imagens de satélite, resultando

com isso na verdade de campo. Aspecto este imprescindível num processo de utilização

de ferramentas baseadas em SIG. Também as saídas de campo permitiram percorrer as

margens da Baía, para verificar as áreas de progradação do ambiente.

Para a caracterização estrutural do mangue foram realizadas diversas saídas de campo

em pontos estratégicos do ecossistema de manguezal. Essas saídas foram realizadas

juntamente com a análise e processamento da imagem de satélite de 2002 e de 2007,

possibilitando o reconhecimento de espécies e os diferentes estágios de maturidade da

vegetação.

Neste item especificamente, foram de grande contribuição as saídas ao mangue

localizado no canal interior da Via Expressa, que além de ter um fácil acesso,

permitiram verificar as espécies existentes e comparar com os índices de vegetação

gerados.

Como anteriormente já mencionado foram utilizados pontos GPS obtidos em

campanhas (saídas de campo) através de incursões nas avenidas, estradas, ruas, trilhas,

rios, canais e quintais de casas próximas a área de estudo. Tais campanhas tiveram

como objetivo correlacionar as feições presentes nas fotos e nas imagens de satélite

(principalmente nas imagens de 2002 e 2007), com padrões de cobertura vegetal e uso

de solo observados no campo, avaliar as técnicas de realce selecionadas, e coletar dados

e informações etnográficas, fito fisionômicas e do meio físico. Assim, foram definidos

trinta e um pontos GPS de verificação no campo.

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Para aferir os dados, neste estudo houve a necessidade de complementar as informações

sobre a estrutura vegetal, já coletadas anteriormente pelo grupo de estudo em

manguezal, coordenado por Tognella – De – Rosa. Para isso foi realizada uma parcela

contendo uma área de 100 m² (ANEXO 2), utilizando para isto trena de 50 metros,

lacres, fita marrão e barbantes. A metodologia de amostragem empregada encontra-se

descrita em (Schaeffer-Novelli e Cintron, 1986). Nessa parcela foram obtidos dados de

composição de espécie, bem como de diâmetro e altura de cada individuo, sendo

posteriormente convertidos em área basal por espécie e total. Os dados obtidos em

campo foram da circunferência das árvores, tendo sido convertidos em diâmetro,

posteriormente. Esses parâmetros permitem avaliar a estrutura e maturidade do bosque

de mangue, possibilitando a comparação entre distintos bosques (Cintron e Schaeffer-

Novelli, 1983).

As outras parcelas utilizadas neste estudo, e que foram levantadas anteriormente em

outros estudos com aqueles realizados por Tognella - De - Rosa (2000), Oliveira (2005)

e Schallenberger (2006) foram escolhidas pelas suas dimensões sendo possível

reconhecê-las nas imagens mais recentes. Além disso, todas apresentam a mesma

metodologia de amostragem, sendo que aquelas realizadas por Oliveira (2005) e

Schallenberger (2006) já empregaram o posicionamento geográfico com GPS, com

objetivo de subsidiar a implantação de um banco de informações geográficas para o

manguezal do Rio Tavares. Sendo este estudo o gerenciador dessas informações obtidas

anteriormente.

Posteriormente os dados coletados foram manipulados por meio de uma planilha

eletrônica (Excel) visando a caracterização fito-fisionômica das formações de

interesse, sendo analisados os parâmetros de densidade e de área basal em nível de

espécie. A densidade refere-se ao número total de indivíduos de uma espécie que

ocorreu na amostragem enquanto que a área basal é dada pela seguinte formula

(Schaeffer- Novelli e Cintron, 1986):

AB = π D²/4

Onde,

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AB = área basal

π = 3,1416

D = diâmetro do caule

De maneira adicional foram analisados os parâmetros diâmetro do caule e altura total

observada para cada formação considerada, sendo calculados parâmetros estatísticos tais

como média, desvio padrão e coeficiente de variação para as populações amostradas.

3.10 Geração de Overlay comparativos

Uma vez digitalizados os polígonos de vegetação foi possível sobrepor as informações e

comparar os diversos anos analisados. Esse tipo de conduta permite maior visualização

das alterações ocorridas ao longo do tempo na área de estudo, contribuindo para a

projeção de informações ou tomada de decisões futuras. Estas comparações entre

períodos e inter-anuais permitiram obter, por exemplo, a área de avanço ou progradação

do manguezal, área de avanço da urbanização, entre outros elementos.

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IV RESULTADOS Os resultados serão apresentados de acordo com o desenvolvimento do trabalho. Nível de Paisagem (AER) 4.1 Desenho da Reserva a partir das coordenadas UTM obtidas do Decreto N° 533 de 20 de maio de 1992 A implantação da REMP visou preservar a comunidade de pescadores que tem sua

subsistência atrelada aos recursos marinhos provenientes do manguezal (figura 4).

Desta forma, dentro de um plano de manejo o decreto que define a criação de uma

unidade de conservação deve ser o instrumento inicial do processo de avaliação.

Partindo dessa premissa, utilizou-se o decreto de 1992 de criação da reserva extrativista

Marinha de Pirajubaé para a determinação dos limites da reserva (anexo 1).

Durante o processo de transferência dos pontos em UTM definidos no decreto como

sendo aqueles do limite da reserva, verificou-se que existiam dados equivocados na

determinação de alguns pontos de delimitação da reserva. Esse fato foi comunicado via

internet no site do IBAMA. Depois de alguns meses foi observado que as informações

de delimitação da reserva existentes no site do IBAMA haviam sido corrigidas. No

primeiro momento que foi verificada as coordenadas em UTM, um dos pontos com

equivoco apresentava, para a coordenada x, o valor de 744840 metros. Posteriormente,

esse dado foi corrigido, mas a correção foi realizada erroneamente, aumentando o

problema. Atualmente, o ponto apresenta o valor de 742840 metros (tabela 1). Isto

mostra a importância de se ter uma equipe de verificação dos dados dentro dos órgãos

públicos e privados, qualquer usuário que queira saber os limites da reserva acabará por

desenhar uma área que não corresponde a realidade.

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Figura 4: Área da Reserva Extrativista Marina de Pirajubaé, em preto o limite definido

pelo decreto de implantação da reserva (imagem de satélite Quickbird banda 4, de

novembro de 2002).

Tabela 1 : Ponto UTM que tem sua coordenada modificada (decreto de criação da

reserva, 1992 )

Ponto com erro Coordenada UTM errada

(metros)

Coordenada UTM corrigida

(metros)

Nº 34 742840 (x) 6937280 (y) 745840 (x) 6937280 (y)

Uma vez ajustados, os pontos se procedeu ao delineamento da reserva nas fotografias

aéreas e assim restringir a área de estudo. A área da reserva uma vez estabelecida à

união dos pontos corresponde a, aproximadamente, 1690 hectares. Sendo este um valor

diferente daqueles apresentados na literatura e pelo mesmo IBAMA que assinala um

valor de 1444 hectares, como sendo a área da reserva.

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Existem também duas áreas de manguezal que ficaram de fora do limites estabelecidos

para a reserva em 1992 (figura 5). Essas áreas tinham uma superfície que alcançava a

aproximadamente 12,73 hectares, considerando a análise realizada na imagem de 2002.

Figura 5: : Áreas de mangue não consideradas no decreto e já existentes em 1992

encontram-se circundadas em preto, área (A) perto do aterro e área (B) no Campeche. O

polígono definido pela linha branca representa a área da reserva.

A área (A) localiza-se na Costeira do Pirajubaé, tornando-se uma área isolada do

restante do ecossistema em função da malha urbana e ocupação humana. A área (B)

consiste numa área de mangue confinada pelo relevo, tendo sido isolada também do

restante do ecossistema pela pressão imobiliária.

Na atualidade existem outras áreas de mangue no canal interno da via expressa sul (C) e

na borda da própria via expressa (D). essas áreas alcançam uma superfície total

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aproximada de 10 hectares (figura 6) e surgiram após 1996 (TOGNELLA DE ROSA

ET AL., 1999).

Borda da via expressa

Canal interno da via expressa

Manguezal do Rio Tavares

Baía Sul

D

C

Figura 6: Novas áreas de mangue ocorrendo na Costeira do Pirajuabaé, que não fazem parte da REMP. O polígono amarelo representa a área C e o verde,a área D.

4.2 Georreferência

Como a imagem de 2002 vinha ortoretificada e já estava no datum SAD69, que é o

utilizado para nossa região, foi escolhida como cartografia base. Para verificar sua

qualidade se procedeu a obtenção de pontos de GPS nas saídas de campo, além da

verificação de pontos obtidos da Infraero.

Como resultado deste procedimento obteve-se uma tabela com pontos denominados de

pontos de controle e apresentados na tabela 2. Conforme destacado na metodologia, a

tabela 2 apresenta a média obtida com as diversas observações realizadas em cada

ponto.

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Estes pontos possuem a particularidade de estarem armazenados no sistema, além de

terem um link para fotos da área de estudo. Eles também são associados a um par de

coordenadas

geográficas Lat./Long. e tem um identificador (ID – que permite sua identificação

dentro do sistema).

Tabela 2 : Pontos de controle

Pontos de Controle (GPS)

ID observação Latitude (sul) Longitude (oeste)

Saída 04/07/2006 1 Posto 27.64914 48.51878

2 Delta/entrada 27.66536 48.52006

3 Ponte 27.65953 48.50244

4 Ponto 10 27.65719 48.53986

5 Ponto 8 27.65675 48.54497 Pontos de Referência correspondentes ao Aeroporto (Infraero)

6

Referência aeroporto 27.67028 48.55222

7 3 27.67667 48.55444

8 21 27.66333 48.55139

9 14 27.66583 48.55111

10 32 27.67639 48.53111

Saída 13/07/2006 11 Ponte 27.65947 48.50247

12 Fim do rio tavares 27.67117 48.52094

13 Cruzamento 27.66097 48.50064

14 Torre sinal 27.68992 48.541

15 Aras 27.67194 48.516

16 Portera 27.67983 48.50944

17 * 27.66867 48.5195

Saída 08/12/2006

18 Canal 1 27.6495 48.52681

19 Ponto entre canais 27.64858 48.5285

20 Canal 2 27.64806 48.53289

21 Canal 3 27.64772 48.53528

22 Canal 4 27.64714 48.53586

23 Canal 5 27.64603 48.53614

24 Dentro do canal 5 27.64775 48.53869

25 Canal 6 a 27.64392 48.54128

26 Canal 6 b 27.64389 48.54161

27 Canal 7 27.64464 48.54461

28 Canal 8 27.64817 48.55303

29 Canal 9 27.65225 48.55711

30 Canal 10 27.65667 48.55883

31 Canal11 27.65928 48.56039

* Ponto em terra que não foi localizado nas imagens

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Após o levantamento desses pontos controle, os mesmos foram plotados na imagem de

2002, permitindo melhorar as interpretações realizadas a partir da tela do computador

(figura 7), pois cada um possui uma descrição visual da área o que muito contribuiu

para a análise do material fotográfico digitalizado.

Figura 7: Pontos de controle obtidos com GPS nas diferentes saídas de campo realizadas área de estudo. A área da REMP está delimitada pelo polígono em branco. Cada cor representa uma saída diferente.

4.3 Interpretação visual dos mosaicos fotográficos e imagem de satélite Ao realizar a primeira análise nas fotografias aéreas foi possível observar que o

manguezal do Rio Tavares é uma unidade que pode ser compartimentada, onde cada

compartimento apresenta características estruturais e hidrológicas diferentes que devem

ser levantadas, além de apresentarem limites entre si muito bem definidos. Procedeu-se

a avaliação individual dos compartimentos, sendo então os quatro polígonos que

definem os compartimentos comparados quantitativamente.

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Existem novas áreas que correspondem a um manguezal bem definido e já foram

apresentadas em item anterior, estas áreas foram desconsideradas da interpretação visual

dos dados. Por outro lado, por serem de fácil acesso, as saídas de campo dessas regiões

foram utilizadas para compor os dados de reconhecimento de vegetação e a comparação

com as imagens (índice de vegetação e classificação), destaca-se que estas áreas não

pertencem a Reserva Extrativista Marinha de Pirajubaé.

O compartimento 1 apresenta a maior área em relação aos demais e sofre influência

direta da Baía Sul, isto é, da dinâmica de correntes, ondas e marés. Possui um grande

número de canais de drenagem, resultantes dessa dinâmica. O rio dos Defuntos localiza-

se neste compartimento. Apresenta pequenas clareiras no interior do bosque, sendo que

a maior clareira localiza-se ao lado da malha urbana e é conseqüência das inúmeras

intervenções que a área sofreu ao longo dos anos. Este compartimento apresenta uma

área de 424 hectares aproximadamente.

O compartimento 2 apresenta o maior número de clareiras, sendo que algumas delas são

bastante extensas. Possui um número menor de linhas de drenagem e sofre influência

direta do fluxo do Rio Tavares e das conseqüências da maré sobre o mesmo. Sua área

observada é de 123 hectares aproximadamente.

Em relação ao compartimento 3, este apresenta uma forte influência das ações humanas,

inclusive do aporte de efluentes domésticos lançados diretamente no manguezal ou por

drenagem do Rio Fazenda. Também apresenta algumas clareiras, mas as mesmas são

menores que aquelas observadas no compartimento 2. Apresenta um menor número de

linhas de drenagem que os compartimentos anteriores, entretanto, a extensão do bosque

das margens do rio até o limite com a terra não inundável é menor que no

compartimento 2. Sua área foi estimada em 95 hectares aproximadamente em 2002, a

imagem de 2007 não abrange toda sua área.

Finalmente, o compartimento 4 é aquele que apresenta a menor área (69 hectares

aproximadamente em 2002). Observa-se a existência de somente duas clareiras.

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4.3.1 Interpretação Visual Mosaico de 1957

Na análise realizada para o mosaico elaborado com as fotografias de 1957, pode-se

observar a presença dos quatro compartimentos conforme pode ser visualizado na figura

8.

Baía Sul

Base aérea

Bairro Carianos

Rodovia ao aeroporto

Figura 8: Área compartimentada da vegetação para o ano de 1957, as áreas que estão em preto foram desconsideradas. Observando as fotografias aéreas e fazendo a foto-interpretação, depois da

georreferência e da elaboração dos mosaicos (figura 9), é possível verificar que o

ambiente em 1957 possuía clareiras, que em alguns dos casos, tiveram sua origem nas

atividades humanas na região (por exemplo, extração de madeira e abertura de estradas).

Destaca-se em função desses impactos, por exemplo, a clareira ao longo da rodovia que

vai ao aeroporto que nesse trajeto divide o Manguezal do Rio Tavares. Também é

possível observar clareiras que correspondem às áreas de urbanização (loteamento do

terreno) e na região nordeste do manguezal, os danos causados pela construção da

rodovia que leva ao Campeche.

Foram também encontradas várias clareiras margeando o Rio Tavares e outros canais,

como o Rio dos Defuntos. Algumas dessas clareiras, depois de analisar o mosaico,

indicam que são produtos da dinâmica hidrográfica da região que parece ser acelerada.

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Por outro lado, é possível ressaltar que há clareiras que não apresentam padrões de corte

como em outras áreas, mostrando-se distribuídas mais ao sul do manguezal.

Ainda no mosaico de 1957, na região sul do manguezal, é possível observar uma área

entre a porção final da vegetação do manguezal e a linha de maré (terraço), esta área que

pode ser chamada de “Transição Natural” possui atualmente vegetação de restinga,

sendo que deve estar situada a dois metros acima do nível do mar, com possibilidade de

ser uma área inundável. Possui uma superfície que alcança aproximadamente a 198

hectares e protege toda a porção sul do Manguezal do Rio Tavares (figura 10).

É possível observar um segundo terraço contendo uma vegetação arbórea alta que deve

estar localizada aproximadamente entre dois e cinco metros acima do nível do mar que

ainda tem risco de enchente, mas que protege a área do Aeroporto Hercílio Luz.

As linhas de fluxo (rede hidrográfica) são difusas (isto pode ser atribuído ao dia e hora

de obtenção da foto, onde a maré parece ser baixa), podem ser identificados claramente

o rio Tavares, rio dos Defuntos e o ribeirão fazenda.

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49

Figura 9: Mosaico de 1957 indicando a área de vegetação de mangue, estradas,

drenagem e área de transição

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50

Figura 10: Polígono que representa área de transição entre o mangue e vegetação de

porte arbóreo maior, ao sul do manguezal do Rio Tavares.

É possível distinguir áreas de cobertura de mangue densa – descritas como áreas de

vegetação mais alta e homogênea; cobertura medianamente densa - áreas de vegetação

mais baixa e com menor densidade de indivíduos; cobertura fraca - baixa densidade

com outro tipo de vegetação associada; e áreas de clareiras, clareiras com presença de

água.

Posteriormente, será realizado um maior detalhamento desta divisão que permitiu a

classificação supervisionada dos mosaicos fotográficos.

4.3.2 Mosaico de 1978 O mosaico de 1978 também foi compartimentado e numerado de acordo com o mosaico

de 1957 (figura 11). Para depois ser caracterizado.

Ao analisar o mosaico de 1978 (figura 12), é possível observar que várias clareiras

diminuíram de tamanho, sendo que a vegetação de mangue adquiriu uma textura mais

homogênea. Na região sul, a ação antrópica foi mais notória, pois tendo sido abertos

pequenos caminhos ao longo do compartimento 1, que se adentram em torno de 380 a

460 metros no manguezal, com a finalidade clara, em alguns casos, de lotear a terra e,

em outros, de permitir o acesso aos canais pelos pescadores.

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51

È possível observar que neste período, na região sul também começaram a ser

construídas casas bem próximas ao aeroporto, onde hoje se encontra a base aérea. Ao

longo da estrada que vai do manguezal ao aeroporto deu-se início a abertura de ruas e de

loteamentos.

Na área descrita como sendo a de transição natural para o período avaliado não

apresentava construções. Mas cinco estradas pequenas transpõem os seus limites,

denotando num futuro próximo a presença de novos loteamentos.

Baía Sul

Base aérea

Bairro Carianos

Rodovia ao Aeroporto

Figura 11: Área compartimentada da vegetação para o ano de 1978, as áreas em preto não foram consideradas. Nesse período tornou-se possível identificar um avanço da vegetação de mangue na

região norte do ecossistema (linha de costa modificada), novas ilhas de vegetação

apareceram em direção a Baía Sul num período de 21 anos. Na figura 12, a carta-

imagem possibilita a observação dessas diferenças.

A rede hidrográfica, em 1978, apareceu melhor definida, apresentando bastante sinuosa

no interior da vegetação. É como se o mangue criasse “novas artérias” que fornecem

água, isto se deve aparentemente pelo fato de que a maré estava alta na ocasião da

obtenção da foto. São novos canais que aparecem estabelecendo limites, além de

evidenciar uma maior dinâmica hidrográfica, permitindo entre outras coisas o

escoamento do esgoto que já era despejado no canal que passa ao sul. Observa-se

claramente uma tendência dos canais estarem dispostos em direção norte-sul. Isto é

bastante destacado no compartimento 1.

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52

A cobertura vegetal demonstrou estar mais homogênea. Muitas das clareiras existentes

no mosaico de 1957 fecharam, outras se mantêm praticamente inalteradas, sugerindo

que não foram abertas somente para retirada de madeira. É nítida a diferença entre os

locais onde existiam clareiras ou a cobertura apresentava-se dentro da classificação de

cobertura mais fraca. Neste período observa-se nesses locais uma cobertura de

vegetação mais jovem, de menor altura. Novamente, foi possível classificar o mosaico

fotográfico em cobertura densa, medianamente densa e fraca.

Existem clareiras que se mantém evidenciando padrões longitudinais que é necessário

começar analisar desde outros pontos de vista. Mesmo que toda a área tenha sido

desmatada como vários pescadores assinalaram existem áreas (clareiras) que não estão

sendo cobertas pela vegetação novamente, como se alguma coisa impedisse, estas áreas

parecem estar conectadas. Precisando então de estudos mais detalhados em geologia e

geomorfologia.

Na parte nordeste na estrada que vai ao Campeche é possível verificar ao margem da

estrada um número grande de loteamentos que invadiram o Manguezal.

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Figura 12: Mosaico de 1978 indicando a área de vegetação de mangue, estradas,

drenagem e área de transição

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4.3.3 Mosaico de 1998 Como os outros mosaicos também foi compartimentado o correspondente a 1998, sendo

que sua caracterização também será detalhada mais adiante (figura 13). Observa-se que

uma das áreas de mangue que não foram analisadas neste trabalho diminuiu

consideravelmente. Essa área está sendo ocupada por moradias.

Baía Sul

Bairro Carianos

Base AéreaRodovia ao Aeroporto

Figura 13: Área compartimentada da vegetação para o ano de 1998, as áreas que não estão numeradas foram descartadas Analisando o mosaico de 1998, observa-se que a vegetação adquiriu um grau maior de

homogeneização, sendo que muitas das clareiras já fecharam ou estão em fase avançada

de fechamento, sendo colonizadas rapidamente. As fotografias utilizadas neste mosaico

apresentam escala maior (1:15.000).

Analisando o interior do manguezal, identifica-se que continua o processo de

fechamento de clareiras, observando-se uma ampla colonização.

No sul do manguezal, nos compartimentos 2 e 4, existe um eixo com sentido leste-oeste

de clareiras que apresentam uma velocidade de fechamento menor que aquelas dos

compartimentos 1 e 3.

Entretanto, na parte norte do manguezal, compartimento 1, percebe-se um avanço

significativo, a sedimentação permitiu que a vegetação de mangue colonizasse áreas em

direção à Baía Sul. Esse avanço foi quantificado e será apresentado mais adiante no

cruzamento de informações.

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A pressão imobiliária torna-se intensa na Ilha de Santa Catarina, dirigindo-se ao lado sul

da mesma. Destaca-se nesse período, na região sul, o avanço dos loteamentos e malha

urbana de forma considerável. Para essa década já se constata a ocupação da área de

transição, onde agora existem inúmeras casas e ruas. Observa-se na imagem apresentada

na figura 14 que muitas casas inclusive limitam com o manguezal, somente separados

seus quintais pelo canal que foi aberto pelo Departamento Nacional de Obras e

Saneamento (DNOS) em 1996. Este canal foi construído para delimitar o mangue e

dificultar novos processos de invasão como aqueles que ocorreram na parte norte do

manguezal desde a década de 50 (Lisboa, 1996 apud Lugli, 2004). Atualmente, esse

canal se comporta como uma vala que é utilizada para despejo do esgoto doméstico.

Na região Nordeste, depara-se também com um aumento da ocupação e,

consequentemente, com um adensamento da população, as casas limitam nos fundos

com o manguezal e jogam lixo nos canais e no seu interior.

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Figura 14: Mosaico 1998 indicando a área de vegetação de mangue, estradas, drenagem

e área de transição

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4.3.4 Interpretação imagem de satélite de 2002 O aspecto hidrológico, definido aqui pela bacia de drenagem e os canais de marés, é o

principal agente determinante das características macroscópicas do manguezal. Da

mesma forma que os mosaicos anteriores, a imagem de satélite de 2002 permitiu

corroborar a divisão a área de mangue em quatro compartimentos (figura 15).

Baía Sul

Bairro Carianos

Base Aérea Rodovia ao Aeroporto

Figura 15: Área compartimentada da vegetação para o ano de 2002, as áreas que estão em preto e amarelo foram desconsideradas. Na imagem de satélite de 22 de Novembro de 2002, apresentada na figura 16, pode-se

observar claramente um aumento das áreas urbanizadas, novos lotes surgindo, além de

áreas desmatadas ao sul do manguezal, a área urbana neste setor cresceu sensivelmente.

Ocupando uma parte maior da área de transição que foi levantada no mosaico de 1957,

pode ser observado também que foram abertos caminhos que surgem desde a área

urbana localizada ao sul do manguezal em direção à Baía Sul. Entretanto, na imagem

também se observa que alguns deles já estão sendo cobertos pela vegetação.

A acuracidade proporcionada pela escala e qualidade da imagem de satélite permitiu

uma melhor visualização da rede hidrográfica, que nesta análise fica melhor definida e é

possível estimar o comprimento dos cursos de água.

Na região norte, o manguezal continua avançando em direção à Baía Sul, sendo possível

verificar este avanço ao comparar-se o mosaico definido para o ano de 1957 com a

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imagem de 2007. Nesse processo comparativo, observa-se que houve um aumento no

tamanho das árvores, além das densidades terem se tornado maiores.

A qualidade da imagem, sua recente obtenção, bastante próxima da realidade atual do

manguezal, tornou possível identificar áreas diferentes dentro do ecossistema.

Consequentemente, estas áreas foram escolhidas para serem visitadas no campo e onde

se realizou um levantamento da estrutura (espécies, densidades, diâmetro do tronco),

conforme descrito anteriormente na metodologia no item 3.8. Essas diferenças na

vegetação do mangue, que permitiu a verificação in loco, foram identificadas por

algumas ferramentas existentes nos sistemas de informação geográfica utilizados neste

estudo. Esse aspecto ficará mais esclarecido na apresentação dos resultados obtidos na

classificação da imagem.

É também notório o avanço da malha urbana na região Nordeste do manguezal,

evidenciando novamente que o quintal das casas é o próprio ecossistema, pequenas ruas

e desmatamentos que no ano de 1998 tinham ocorrido foram novamente cobertos pela

vegetação de mangue.

Utilizando algumas ferramentas dos sistemas de informação geográfica é possível

identificar diferencias na vegetação. Isto será melhor explicado nos resultados da

classificação da imagem.

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Figura 16: Carta-Imagem de 2002 indicando a área de vegetação de mangue, as estradas, a drenagem e área de transição

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4.3.5 Interpretação imagem de satélite de 2007 Na interpretação da imagem de satélite de 2007 foi possível observar que não existiam

grandes modificações ao comparar-se com a imagem de 2002. O processo de

progradação do manguezal em direção à Baía Sul continua, sendo possível visualizar os

bancos de Spartina alterniflora, agora muito claramente devido a resolução espacial da

imagem.

Baía Sul

Bairro Carianos

Base Aérea

Rodovia ao Aeroporto

Figura 17: Área compartimentada da vegetação para o ano de 2007, as áreas

compartimentadas que são possíveis de serem observadas nesta data são os polígonos 1

e 2.

Uma vez que a imagem de 2007 não engloba toda a Reserva Extrativista Marinha de

Pirajubaé foi possível somente analisar dois compartimentos.

Na figura 18, podemos observar que a vegetação do manguezal aparece bastante

homogênea, existem ainda clareiras no limite sul com o Bairro Carianos, que não

fecharam, ratificando o que já foi assinalado na interpretação dos anos anteriores.

O manguezal continua seu avance ao norte colonizando os bancos de Spartina

alterniflora.

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Figura 18: Carta-imagem de 2007 indicando a área de vegetação de mangue, as

estradas, a drenagem e área de transição

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62

4.4 Análise dos compartimentos

O compartimento 1 ou polígono 1, como iremos nos referir daqui em diante,

corresponde a maior área de vegetação da reserva, que apresentou muitas mudanças ao

longo dos anos analisados em termos de cobertura vegetal. Além disso, nele foi

possível notar as mudanças da linha de costa na região norte ao comparar os diferentes

anos e também se observou a diminuição da vegetação no sul pelo loteamento de uma

grande área e pela construção e ampliação do aeroporto.

Neste Polígono 1 também identificou-se áreas com cobertura vegetal classificada como

muito fraca, produto de desmatamentos segundo o depoimento de diversos pescadores

da região (entrevista a pescadores em saída de campo do dia 13/07/06) e de acordo com

Oliveira (2001). Na análise deste estudo realizado desde o mosaico de 1957, esta área de

mangue apresentava muitas diferenças na textura indicando alturas diferentes nas

árvores, existia um número grande de clareiras e de áreas sendo colonizadas, como foi

descrito anteriormente as áreas de mangue deste polígono não eram homogêneas.

Na medida em que a análise vai avançando, sustentando-se nas fotografias mais

recentes e esta se aproxima do ano 2000, o panorama observado no polígono 1 muda. A

vegetação torna-se mais homogênea, isto é, passa a apresentar maior densidade de

indivíduos com alturas similares e, com isso, muitas clareiras existentes anteriormente,

encontram-se fechadas.

A tabela 3 apresenta a quantificação em área dos diferentes compartimentos ao longo

dos anos analisados. Em termos de área quantificada, para o ano de 1957, o polígono 1

(tabela 3) apresentou uma área aproximada de 417,64 hectares, sendo que em 1978

houve um acréscimo de quase um hectare, ficando a área em aproximadamente 418,80

hectares. Para o ano de 1998, a área foi estimada em 418,84 hectares caracterizando um

pequeno acréscimo para o período de 20 anos. E, em 2002, a área aumentou para 420,63

hectares, o que totalizou um aumento de 0,71% em 45 anos (tabela 4). Em 2007, a área

aumentou 1,68 % perfazendo 424,68 hectares.

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O Polígono 2, a partir daqui representando o compartimento 2, conforme pode ser

visualizado pela tabela 3, também sofreu modificações durante os anos analisados. A

área estimada para o ano de 1957 foi de 130,84 hectares, aproximadamente. Em 1978,

observou-se que houve uma redução em área no período de 21 anos, sendo determinado

uma área de 124,68 ha, tendo uma diminuição de 4,7%, aproximadamente (tabela 4).

Após 20 anos, em 1998, essa área foi reduzida para 120,17 hectares o que significou

uma diminuição de 8% aproximadamente de sua área. Para o ano de 2002, a área deste

compartimento compreendeu 121,00 hectares. Consequentemente, ao longo de todo

período analisado houve uma diminuição de 7,5 % (tabela 4) na área total deste

compartimento. Nota-se que este compartimento apresentou um comportamento

bastante distinto do compartimento 1, representado nesta análise pelo polígono 1.

O Polígono 3 (tabela 3), caracterizando aqui o compartimento 3, apresentou uma área

de 113,65 hectares para o ano de 1957. Vinte anos depois, este compartimento diminuiu

para 104,30 hectares (1978), correspondendo a uma diminuição de 8,2 % em área

(tabela 4). Em 1998, a área de mangue estimada como perdida representava em torno

de 17,2 %, sendo os dados em área medida de 94,06 ha. Em 2002, como já foi

observado para o polígono 3, a área voltou a aumentar atingindo 95,74 hectares, tendo

uma diminuição em área acumulada para os 45 anos de 15,7%, aproximadamente

(tabela 4).

O Polígono 4 (tabela 3), representando o compartimento 4, determinou as seguintes

áreas: 76,55 hectares, para o ano de 1957; 70,67 hectares, em 1978; 72,51 hectares, para

1998; e em 2002, 68,68 hectares. O padrão de diminuição em área de mangue foi

bastante semelhante aos polígonos 2 e 3.

No polígono 1 houve um acréscimo muito baixo na área de manguezal entre os anos de

1978 e 1998, continuando seu aumento numa proporção maior entre 2002 e 2007 como

demonstra a tabela 3, para todos os outros polígonos a taxa foi negativa, não obstante

no polígono 2 e 3 é possível observar que de 1998 para 2002 houve um pequeno

aumento da área de manguezal.

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Tabela 3: Quantificação das áreas, em hectares, dos polígonos para os anos de 1957,

1978, 1998, 2002 e 2007.

Ano Área (pol1) Área (pol2) Área (pol3) Área (pol4) Área total

1957 417,64 130,84 113,65 76,55 738,68

1978 418.80 124,68 104,3 70,67 717,55

1998 418,84 120,17 94,06 72,51 699,95

2002 420,63 121,00 95,74 68,68 701,85

2007 424,58 123,38 --------------- -------------------- --------------------

Tabela 4: Variação das áreas, em porcentagem, acumulado a 1957.

Ano/Porcentagem % (pol1) % (pol2) % (pol3) %(pol4)

% (para

área total)

1957

1978 0,28 -4,71 -8,23 -7,68 -2,86

1998 0,29 -8,15 -17,24 -5,28 -5,24

2002 0,71 -7,52 -15,76 -10,28 -4.98

2007 1,68 -5,70 -------------- ------------- --------

4.5 Cálculo da área de avanço do Manguezal na Baía sul

O manguezal do Rio Tavares apresenta uma área de aproximadamente 700 ha, sendo

que o polígono 1 (Figura 19) corresponde a aproximadamente 60 % do manguezal, com

área de 420 ha. A área total do polígono 1 tem se mostrando relativamente constante

desde 1957 (Tabela 5), sendo que a área atual (ano de 2007) é apenas 0,8% maior que a

de 50 anos atrás. Apesar desta constância, há um pequeno avanço da margem marinha

do polígono, voltada para o Saco dos Limões (Baia Sul), numa taxa média anual de

aproximadamente 0,24 ha ano-1 desde 1957. A área total de avanço (11,86 ha)

representa um incremento de 2,8% da área observada em 1957. Entretanto, isto não se

refletiu na área total do polígono porque houve também perdas de área de manguezal na

face sul do polígono (Bairro Carianos e Aeroporto) devido à ocupação urbana,

quantificada de 1957 a 1978 em quase 5 hectares.

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Desta maneira, a área de cobertura do manguezal estudado pode ser considerada

constante nos últimos 50 anos se analisamos de uma maneira geral, mas se somente

tomamos em conta a borda podemos verificar que esta área esta sedimentando (área de

propagação, colonizada por Spartina alterniflora) o que favorece a fixação dos

propágulos e o aparecimento de plântulas, que estão dando origem a pequenas ilhotas e

contribuindo para o avanço da linha de costa.

Tabela 5: Variações na área do Polígono 1 do manguezal do Rio Tavares.

Modificações da área de manguezal do polígono 1

Ano Área do polígono 1

(ha)

Período Área do avanço na face

marinha do polígono

(ha)

Taxa anual de

avanço (ha/ano)

1957 417,64

1978 418.80 1957-1978 (21 anos) 6,86 0,33

1998 418,84 1957-1998 (31 anos) 7,97 0,19

2002 420.63 1957-2002 (45 anos) 9,80 0,22

2007 424,58 1957-2007 (50 anos) 11,86 0,24

Figura 19: Área de avanço na borda em cor verde para 2007 comparada com a área de

1957 em verde hachurado, áreas em vermelho mostrando as diferenças nos polígonos na

área sul.

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4.6 Cálculo da área da vegetação de Manguezal

Observa-se ao analisar a tabela 6 que a área da reserva extrativista marinha de

Pirajubaé que corresponde ao manguezal do Rio Tavares vem sofrendo uma redução

que alcançou quase 5% em 2002, com relação à área que existia em 1957. Essa

diminuição vem se mantendo estável no que corresponde ao período que vai de 1998 a

2002, significando um tempo de quatro anos onde quase não teve modificações.

Tabela 6: Comparação entre as áreas totais do manguezal para os anos analisados e a

variação destas em relação ao ano base de 1957.

Ano \ superfície em

hectares

Área de

Manguezal (há)

Porcentagem de variação

da área perdida ou

ganha com relação ao

ano de 1957

1957 738.68

1978 717.55 -3 %

1998 699.95 -5 %

2002 701.85 -5 %

2007 ------------- ---------------------

A tabela 6 representa a área da vegetação de mangue sem considerar as clareiras. As

áreas quantificadas na tabela acima foram estimadas a partir da interpretação das

fotografias aéreas.

Considerando as clareiras que são características de este ecossistema (chamadas de

subsistemas) temos que a área de vegetação de mangue alcançou 689 ha em 1957; 697

ha, em 1978; 690.93 ha, em 1998; e 692.9 ha, em 2002 (tabela 7). É claramente

observável que as clareiras vêm diminuindo ao longo dos anos.

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Tabela 7: Comparação entre as áreas totais do manguezal para os anos analisados e a

variação destas em relação ao ano base de 1957, incluindo as áreas de clareiras.

Ano Área de clareiras (hectares) Área de Mangue sem

clareiras

(hectares)

Porcentagem da área

de clareiras com

relação à área total de

manguezal

1957 48,86 689.82 7%

1978 20,49 697.06 3%

1998 9,62 690.93 1%

2002 8,95 692.9 1%

Como resultado deste trabalho temos que foram identificadas clareiras com processo

diferente de fechamento, estas clareiras estão localizadas ao sul do polígono 1, e estão

dispostas paralelas a área de progradação ou de avanço alcançando o centro do

polígono 2 como mostra a figura 20.

1957

2002

Figura 20: Duas linhas paralelas que se repetem nas imagens 1957 e 2002, sinalam

onde se encontram localizadas as clareiras que apresentam um processo de fechamento

diferente.

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A região encontrada onde as clareiras tem um processo diferente de fechamento se

encontram localizadas num local onde a distribuição faciológica e texturais dos

sedimentos no manguezal, segundo Oliveira (2001), corresponde a uma região arenosa,

e a clareira maior chamada de apicum pelo mesmo autor se encontra localizada na fácies

argilo-siltosa.

4.7 Cálculo da área de avanço da área urbana no Manguezal do

rio Tavares

Considerando-se o sul do manguezal, região do aeroporto e o atual bairro Carianos,

pode-se observar que houve um aumento na densidade da população ao longo dos anos,

em alguns dos casos interferindo com a área do manguezal do Rio Tavares, provocando

pressões neste ecossistema. Este avanço se traduz no desaparecimento da área de

transição natural existente na região e que foi apresentada quando da interpretação do

mosaico de 1957, na região sul.

E uma invasão da área de manguezal na região nordeste, isto é claramente observado

pois como foi observado anteriormente na interpretação dos mosaicos, nesta região o

quintal das casas limita com o manguezal. A própria demarcação da reserva em 1992

considerou a área o perímetro da área urbana como o limite.

Em 2007, esta área urbana ocupou 73 hectares da área de transição tomando em alguns

setores áreas da Reserva que não foram quantificadas por serem muito pequenas (figura

21)

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69

Figura 21: Ocupação urbana no setor sul do Manguezal. Em verde, área de transição;

em vermelho, área urbana. A área hachurada em vermelho sobre área verde,

urbanização na área de transição.

4.8 Comprimento dos rios

Foram identificados 11 canais além do Rio Tavares, Ribeirão Fazenda, Rio Pirajubaé e

Rio dos Defuntos. Estes 11 canais foram nomeados por algarismo arábico de forma

seqüencial de 1 até 11 e foram digitalizados tendo seu comprimento medido como

demonstra a tabela 8.

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70

Tabela 8: Quantificação dos comprimentos, em quilômetros, dos rios e canais do

manguezal do Rio Tavares para os diferentes anos de estudo.

Curso (km)\ano

1957 1978 1998 2002 2007

Tavares 5 4,94 5 4,89 ----- Ribeirão Fazenda

3,33 3,29 3,29 3,42 ------

Defuntos 1,54 1,84 1,62 2,35 2,43 Pirajubaé 0,49 0,54 0,54 0,51 0,52 canal 1 0,24 0,21 ----- ----- ------ canal 2 0,49 0,09 0,29 0,42 0,35 canal 3 0,07 0,9 0,84 0,92 1,14 canal 4 0,9 0,35 0,4 0,41 0,43 canal 5 0,14 0,28 0,14 0,31 0,42 canal 6 0,27 0,4 0,42 0,35 0,43 canal 7 0,57 1,06 0,9 2,02 1,61 canal 8 0,79 0,89 0,45 0,87 0,87 canal 9 0,64 1,5 0,74 1,55 1,4 canal 10 0,25 0,29 0,31 0,3 0,41 canal 11 ---- 0,24 0,24 0,21 0,19

A descrição dos canais ocorreu no sentido leste/oeste, isto é, tendo seu inicio perto da

foz do rio Tavares. Como é observado claramente na figura 22.

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71

12

345

6Rio Defuntos

7

8

9

10

11

Rio Tavares

Ribeirão Fazenda

Rio Pirajubaé

Figura 22: Localização de canais e rios no manguezal do Rio Tavares, os pontos em

vermelho correspondem a visitas in loco.

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72

Nível de Espécie (AER)

4.9 Resultados de parcelas em campo

As parcelas analisadas neste estudo se encontram representadas na figura 23. As

espécies observadas foram Avicennia schaueriana (Av), Laguncularia racemosa (Lg) e

Rhizophora mangle (Rz), também se verificou a presença de vegetações associadas,

como Spartina alterniflora, Hibiscus pernambucensis, e Dalbergia ecastophilum.

Alguns dados de caracterização dos bosques foram obtidos por Tognella – De – Rosa

(2000), Lugli (2004) e Oliveira (2005). Os dados referentes à parcela 5 foram obtidos no

presente estudo para complementar as informações necessárias, não disponíveis em

estudos anteriores, para a interpretação e diagnóstico da vegetação (Figura 23). Como o

objetivo era aferir a metodologia baseada em utilização de sensoriamento remoto e

entrada nos SIG, não foi realizado um número grande de parcelas atuais em função dos

objetivos e da disponibilidade de tempo para integralização dos resultados.

1

2345

67

8

Figura 23: Localização das parcelas analisadas sobre a imagem classificada de 2002

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73

4.9.1 Parcelas

Parcela 1: Ilhota localizada na Baía Sul

Esta ilhota localiza-se aos 27°38’48” de latitude sul e aos 48°33’09” de longitude oeste.

Apresenta-se colonizada por Avicennia schaueriana (Av) e está constantemente sendo

inundada pela maré (figura 22), caracterizando um bosque definido como ilhota por

Cintron e Schaeffer-Novelli (1983). Observou-se em campo que as folhas dos

indivíduos presentes nesse bosque são mais suculentas do que aquelas nos bosques de

Avicennia schaueriana no interior da reserva. Na tabela 9 encontram-se descritas as

características estruturais desse bosque, pode-se observar que é um bosque maduro, mas

com bastante estresse, identificado pela baixa estatura dos indivíduos e grande número

de ramificações dos troncos.

(a) (b)

(c)

Figura 24: Descrição visual da parcela 1 observada em níveis diferentes de maré. (a)

Fotografia obtida no sentido norte/sul, observe cordão arenoso que pode ser visualizado

na imagem de satélite representada na figura 21. (b) e (c) Registros realizados no

sentido sul/norte

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74

Parcela 2: Localizada em frente da ilha grande

Esta parcela foi definida aos 27°38’54”.09 de latitude sul e aos 48°33’11” de longitude

oeste. Apresenta-se colonizada por Avicennia schaueriana, Rhizophora mangle e

Laguncularia racemosa, sendo dominada por indivíduos de Avicennia schaueriana e

classificada com um bosque maduro (figura 21). A tabela 9 identifica as características

do bosque. A altura média das árvores é bastante elevada e a área basal morta

corresponde aos indivíduos adultos que morrem por conseqüências naturais. Nas

clareiras abertas por esses indivíduos é que ocorrem Rhizophora mangle, como pode ser

observado na figura 21 (b).

(a) (b)

Figura 25:Visualização da Parcela 2 localizada em frente da ilha grande de mangue na

Baía Sul. (a) Visual externo da parcela, destacando-se os indivíduos de Avicennia

schaueriana. (b) Visualização do porte dos indivíduos de Rhizophora mangle no interior

do bosque.

Parcela 3: Localizada perto da foz do rio Tavares

Esta parcela se encontra localizada aos 27°38’57”.43 de latitude sul e aos 48°

31’26”.57 de longitude oeste. Apresenta-se bastante degradada, com ocorrência das três

espécies (Avicennia schaueriana, Rhizophora mangle e Laguncularia racemosa), sem

dominância entre as espécies em relação à densidade de indivíduos. A figura 22

descreve o interior do bosque, sendo permitido visualizar os impactos causados pelo

corte indiscriminado da vegetação. A mortalidade (tabela 9) ocorre por corte e encontra-

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75

se distribuída nos indivíduos adultos tanto na classe acima de 10,0 cm de DAP quanto

naquela entre 2,5 a 10,0 cm de diâmetro.

(a) (b)

Figura 26: Visualização do interior da parcela 3. (a) Clareira aberta pelo corte da

vegetação, com observação de indivíduos das três espécies. (b) Área de recuperação

onde se observam as plântulas em primeiro plano.

Parcela 4: Localizada fora da reserva

Está localizada aos 27°38’46.50” de latitude Sul e aos 48°31’23.87” de longitude

oeste. Esta parcela situa-se numa área de forte pressão humana. Como as duas parcelas

anteriores, não há uma dominância especifica com a ocorrência das três espécies (tabela

9).

A figura 27 apresenta alguns dos impactos observados nesse bosque, sendo considerado

também um bosque maduro com árvores apresentando uma altura média típica da

região.

Figura 27: Bosque onde se localiza a parcela 4, observa-se os impactos causados pela

atividade humana na área.

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76

Tabela 9: Caracterização dos bosques quanto a dominância de espécies, suas

respectivas densidades e alturas.

Ocorrência de Espécie

Área Basal Troncos (m2/ha) Densidade (no tr./ha) Densidade (no

ind./ha) Parcela Classe DAP < 2,5 > 2,5 > 10,0 < 2,5

> 2,5

> 10,0

< 2,5

> 2,5

> 10,0

Área Basal Total

Área Basal Morta

Altura Média

1 Av. 1.844 16.500 9.822 5600 8400 800 400 2400 800 28.16 0.71 1.18

2 Av., Rz,

Lg 0.441 7.044 14.332 1750 3100 675 1175 2650 240 21.81 5.00 13.03

3 Av., Rz,

Lg 1.673 12.037 9.107 4550 6650 650 4000 6000 650 22.81 0.48 7.23

4 Av., Rz,

Lg 4.876 7.349 8.082 1850 3650 550 1700 3400 500 20.30 0.10 10.4

Parcela 5:

Esta parcela foi determinada aos 48°32’0.87” de longitude oeste e aos 27°38’53.21” de

latitude sul. A parcela 5 foi realizada para determinar a descrição de um bosque com

características visuais distintas dos demais, foi colonizado por Avicennia schaueriana,

sendo posteriormente substituída por Laguncularia racemosa e, atualmente, está

havendo um ingresso de Rhizophora mangle. A autora descreve o bosque como maduro

em função da densidade de indivíduos mortos de Avicennia schaueriana,

principalmente na classe de diâmetro acima de 10,0 cm (tabela 10). Identifica a parcela

como sendo localizada numa depressão do terreno estando alagada antes da porção

frontal do bosque.

Tabela 10: Caracterização estrutural do bosque analisado na parcela 5.

Espécies

Area basal troncos (m2/ha)

> 2,5 2,5 - 10,0 < 10,0 Lg viva 0.596867 0.81102782 0

Lg morta 0.0336 0 0 Lg total 0.630467 0.81102782 0

Rz viva 1.117559524 0.18946556 0

Rz morta 0 0.25198147 0 Rz total 1.117559524 0.44144703 0

Av viva 0.154467 8.573195 10.192680

Av morta 0.00760000 0.90628183 2.00462344 Av total 0.1620671 9.47947702 12.1973039

Total total 1.910094 10.731952 12.1973039

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77

Parcelas 6 e 7:

Estas parcelas estão localizadas no interior do Manguezal, dispostas frontalmente,

porém em margens opostas no Rio Tavares.

A parcela 6 está localizada aos 48°31’3.94” de longitude oeste e aos 27°39’28.53”

latitude sul. Por outro lado, a parcela 7 está localizada aos 48°31’2.34” de longitude

oeste e aos 27°39’27.04” de latitude sul.

Estas parcelas apresentam características diferentes, a parcela 6 é dominada por

Avicennia schaueriana (tabela 11). A parcela 7 é dominada por Laguncularia racemosa

(tabela 12). Os resultados nestas tabelas foram obtidos em Oliveira (2005), uma vez que

a verdade de campo foi realizada para validar a utilização das imagens de sensoriamento

remoto e a classificação dos NDVI..

Tabela 11: Caracterização estrutural do bosque ribeirinho definido pela parcela 6

(Fonte: Oliveira, 2005).

Espécies Area basal troncos (m2/ha) % de índividuos

Lg viva 0,07 0,22

Lg morta 0,00 0,00

Rz viva 0,00 0,00

Rz morta 0,00 0,00

Av viva 31,52 99,65

Av morta 0,04 0,13

Tabela 12: Caracterização estrutural do bosque ribeirinho definido pela parcela 7

(Fonte: Oliveira, 2005).

Espécies Area basal troncos (m2/ha) % de índividuos

Lg viva 3,85 55,17

Lg morta 0,16 3,44

Rz viva 0,78 9,19 Rz morta 0,00 0,00

Av viva 5,45 32,18

Av morta 0,04 0,00

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78

Parcela 8

Localizada entre a foz do rio Tavares e o canal 1, esta parcela teve como objetivo

conferir a área de progradação por agrupamentos de Spartina alterniflora (figura 28).

Não foram medidas as árvores, mas foi constatada a presença de plântulas de Avicennia

schaueriana. Como resultado deste processo, temos uma área de avanço do manguezal

que foi quantificada e apresentada anteriormente.

Figura 28: Visualização da parcela 8. Observa-se num primeiro plano o agrupamento de

Spartina alterniflora, algumas plântulas e juvenis de Avicennia schaueriana, com

diferentes tamanhos, ainda no fundo é possível vislumbrar o bosque maduro com

indivíduos desta espécie.

4.9.2 Caracterizações fotográficas A área de estudo foi percorrida por barco e a pé, tentando abordar a maior quantidade de

áreas possíveis, observando a estrutura da vegetação e as espécies do local.

As fotografias apresentadas na figura 29 descrevem áreas na região da baía sul, parte

oeste, identificada visualmente como sendo da fração areia e cascalho. Esse tipo de

granulometria permite a existência de pequenas manchas de mangue na franja.

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79

(A) (B)

Figura 29: Descrição visual dos bosques localizados no extremo sul da Baía Sul, limite

final do manguezal do Rio Tavares na Ilha de Santa Catarina.

As fotografias descritas na figura 30 mostram dois tipos de canais acontecendo na

região costeira da Baía Sul, parte norte do manguezal. A figura 30 (A) mostra um canal

pequeno que desemboca no mar com vegetação de Avicennia schaueriana. Sendo que a

figura 30 (B) representa um canal que corre paralelo à linha de costa, muito

característico na área, foram observados muitos canais deste tipo acontecendo na parte

norte do manguezal, perto da Baía sul.

(A) (B)

Figura 30: Descreve os tipos de canais observados no interior do manguezal do Rio

Tavares.

(A) (B)

Figura 31 : Presença de Rhizophora na baía sul (A) e no Rio Defuntos

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80

A figura 31 (A e B) mostram a presença de Rhizophora na Baía Sul e nas margens do

rio Defuntos, a medida que nos adentramos no canal vamos encontrando esta espécie.

4.10 Classificação dos mosaicos fotogramétricos e análise das

imagens de satélite

4.10.1Classificação supervisionada

Utilizando a classificação supervisionada descrita na metodologia foram obtidos os

mapas temáticos correspondentes a os mosaicos de 1957 e 1978.

Estes mapas temáticos permitiram afinar a área das clareiras, obtidas nas primeiras

observações, como dividir as áreas para os mosaicos, em áreas de alta densidade,

densidade média e densidade escassa de vegetação (figura 32 ).

Para o ano de 1957, o polígono 1 apresentou uma área de 122,78 hectares para

mangue denso, de 166,50 hectares para mangue com densidade média e de 62,94

hectares para mangue com escassa densidade. A classe Clareiras alcançou 8,34

hectares, a classe outra vegetação teve associada a 53,8 hectares (tabela 13).

Para o ano de 1978, a classificação apresentou os seguintes resultados:

O poligono1 apresentou uma área de 196.075 hectares para mangue denso, 171,38 ha

para mangue de cobertura média e 47.37 há para escassa densidade, a área de clareiras

diminuiu a aproximadamente 3 hectares e as área com outras vegetações ficou abaixo

do esperado, isto provavelmente porque a vegetação se tornou mais homogênea.

A classificação do mosaico de 1998 não será apresentada pois sua qualidade é muito

inferior a dos anos anteriores, alem de apresentar um erro na classificação superior ao

aceitável.

Tabela 13: Classificação dos mosaicos fotográficos (poligono 1)

Ano Mangue

maior

densidade

Mangue

densidade média

Mangue com

pouca

densidade

clareiras Outra

vegetação

Área sem

classificar

Total (ha)

1957 122,78 ha 166,5 ha 62,94 ha 8,33 ha 53,80 ha 3,29 ha 417,64

1978 196,075 ha 171,38 ha 47,37 ha 2,97 ha 0,04 ha 0,96 ha 418,8

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81

1957

1978

Alta

Média

Escassa

Outra veg.

Clareira

Agua

Río Tavares

Río Tavares

Alta

Média

Escassa

Clareira

Agua

Figura 32: Classificações supervisionadas para os anos 1957 e 1978

A tabela 14 apresenta a mesma descrição do bosque para o poligono 2. Observa-se

claramente o desenvolvimento estrutural que resultou numa maior área para a

classificação definida como mangue maior densidade.

Tabela 14: Classificação dos mosaicos fotográficos (poligono 2)

Ano Mangue

maior

densidade

Mangue

densidade média

Mangue com

pouca

densidade

clareiras Outra

vegetação

Área sem

classificar

Total (ha)

1957 27.30 ha 55.82 ha 13.33 ha 21.62 ha 9.87 ha 2.9 ha 130.84

1978 33.13 há 40.15 ha 36.62 ha 10.91 ha 0.34 ha 3.53 ha 124.68

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82

Os dados analisados do poligono 3 estão descritos na tabela 15, demonstrando o mesmo

comportamento observado para a análise do compartimento 2, descrita acima.

Tabela 15: Classificação dos mosaicos fotográficos (poligono 3)

Ano Mangue

maior

densidade

Mangue

densidade média

Mangue com

pouca

densidade

clareiras Outra

vegetação

Área sem

classificar

Total (ha)

1957 37,75 ha 43,03 ha 13,24 ha 4,35 ha 12,70 ha 2,58 ha 113,65

1978 75,40 há 23,20 ha 4,30 ha 0,60 há 0,8 há ----- 104,3

O poligono 4 apresentou um comportamento diferente dos demais compartimentos

estudados, quando se considera a comparação entre os anos de 1957 e 1978.

Tabela 16: Classificação dos mosaicos fotográficos (poligono 4)

Ano Mangue

maior

densidade

Mangue

densidade média

Mangue com

pouca

densidade

clareiras Outra

vegetação

Área sem

classificar

Total (ha)

1957 43,15 ha 29,6 ha 2,50 ha 0,30 ha 1,0 ha ---------- 76,55

1978 5,98 ha 14,95 ha 33,89 ha 4,91 ha 1,35 ha

É notável a diminuição das clareiras do polígono 2 para os anos analisados passando de

quase 22 hectares em 1957 para 11 hectares em 1978. É importante observar que neste

polígono se encontra a maior clareira da área de estudo segundo Lugli (2004).

Existe um percentagem de pixels que não foi possível classificar por este método na

maioria das áreas analisadas. Este percentagem foi convertido a hectares e foi

denominado como “área sem classificar”.

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83

4.10.2 Índice de vegetação (NDVI)

Nas imagens de satélite de 2002 e 2007 foi aplicado como explicado na metodologia o

índice de vegetação, analisando-se os resultados somente para o polígono 1, tendo em

vista que a imagem de satélite de 2007 tem cobertura parcial para os polígonos 2, 3 e 4

(tabela 17).

Tabela 17: Índice de Vegetação para imagem de 2002 e 2007 (Poligono 1)

Ano

NDVI

Laguncularia

NDVI

Avicennia

NDVI

Rhizophora

NDVI

Clareiras

NDVI

Outra

Área sem

classificar

Total (ha)

2002 137,26 ha 262,19 ha 6,28 ha 2,28 ha 12,57 ha 0,05 ha 420,63

2007 80,84 ha 306,31 ha 24,075ha 3,23 ha 8,44 ha 1,68 ha 424,58

Os valores em hectares foram determinados classificando a imagem de índices de

vegetação (NDVI) no IDRISI® (tabela 18 e 19 )

Os valores de NDVI para as espécies foram obtidos como explicado na metodologia a

partir do analise de parcelas estudadas por outros pesquisadores e por saídas de campo

realizadas dentro do projeto Baía Sul, que foram de muita ajuda já que permitiram no

ano de 2007 praticamente em tempo real visitar áreas que são facilmente reconhecíveis

na imagem de 2007.

A figura 33 mostra os índices classificados, é possível apreciar a dominância da espécie

Avicennia para ambos os anos, e a diminuição da área de Laguncularia em 2002 a

2007, com o conseguinte aumento de Rhizophora.

Tabela 18: Associação de NDVI para espécies imagem de 2002

NDVI

Espécie associada

-0.65 - -0.55 clareira

-0.55 - -0.40 Outra veg.

-0.40 - -0.15 Laguncularia

-0.15 – 0.30 Avicennia

0.30 - 1 Rhizophora

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84

Tabela 19: Associação de NDVI para espécies imagem de 2007

NDVI

Espécie associada

0.1 – 0.18 clareira

0.18 – 0.23 Outra veg.

0.23 – 0.34 Laguncularia

0.34 – 0.46 Avicennia

0.46 – 1 Rhizophora

Figura 33: Classificações dos índices de vegetação para os anos 2002 e 2007

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85

V INTEGRANDO AS INFORMAÇÕES

Finalmente como resultado final deste trabalho e cumprindo com o objetivo de gerar

mapas temáticos para análise ambiental a serem utilizados na gestão costeira pelos

organismos competentes, foram elaborados quatro mapas temáticos pertencentes aos

anos de 1957, 1978, 2002 e 2007, que permitem compreender melhor á área estudada.

Estes quatro mapas temáticos foram elaborados cumprindo com a etapa de sobreposição

das informações armazenadas no sistema (ANEXO 3) e permitem sustentar a hipótese

que afirma o seguinte “se realizadas análises temporais abrangendo a totalidade da área

a ser estudada é possível melhorar a compreensão destes ecossistemas com

características continentais”.

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86

VI DISCUSSÃO

Fazendo análises preliminares das informações obtidas nas primeiras saídas de campo,

além das fotografias e imagens de satélite, é possível assinalar que os conflitos mais

importantes na Reserva Extrativista Marinha de Pirajubaé estão relacionados com obras

realizadas dentro da área como a Via Expressa Sul que liga o centro de Florianópolis ao

aeroporto. A comunidade que vive próxima do manguezal faz uso dos bens produzidos

por esse ecossistema, seja para subsistência ou como complemento da renda familiar.

Os esgotos domésticos provenientes das residências e instalações comerciais de entorno

da área de Mangue são lançados em valas abertas, provocando odores e proliferação de

insetos.

Em 29 de dezembro de 2005, o Diário Oficial da União publicou a Instrução Normativa

(IN) IBAMA Nº 81 de 28 de dezembro de 2005, definindo as novas regras de

exploração do berbigão (Anomalocardia brasiliana) dentro dos limites da Reserva

Extrativista Marinha do Pirajubaé (Florianópolis, SC). Este novo dispositivo substituiu

o anterior de 2004. A elaboração é conseqüência de um intenso processo do qual

participaram IBAMA/DF, IBAMA/SC, CEPSUL, Chefia da RESEX do Pirajubaé,

UNIVALI, inúmeros extrativistas e outros convidados, reunidos durante dois dias no

mês de agosto de 2005. A nova IN prevê a permissão de até 25 extrativistas, autorizados

a explorar o berbigão diariamente entre 5 e 14 horas, com o uso do “gancho” (petrecho

tradicionalmente empregado na região). Este deverá apresentar um espaçamento

mínimo entre grades de 13 mm, sendo estabelecido um comprimento de concha mínimo

de 20 mm (com tolerância de 10% em número). Também foi adotado um sistema de

rotação das áreas de pesca ao longo do ano, sendo nove meses de pesca no chamado

“Baixio Principal” e três meses na “Praia da Base” (Informativo de Pesca, 2006).

Por outro lado, no Jornal A Notícia - AN Capital (11/11/2007), foi veiculada a seguinte

reportagem:

“Menos famoso que a ostra ou o marisco, o berbigão é fonte de

renda para diversas famílias da Grande Florianópolis. Na

Costeira do Pirajubaé, perto do trevo da Seta, a rotina de

diversas famílias é de doze horas voltadas aos trabalhos com o

pequeno molusco quase todos os dias, desde a coleta, a lavagem

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e a venda. Claudete, 40 anos, está há 30 na atividade e começou

ajudando os pais, que também eram catadores de berbigão. Ela

estima que aproximadamente 25 famílias da região, perto da

ponte sobre o rio Tavares, vivem da coleta dos moluscos. A

coleta do berbigão começa por volta das 6 horas, quando a maré

na foz do rio Tavares e no mar da baía Sul geralmente está mais

baixa, e pode se estender até o início da tarde, dependendo da

maré. Em dias bons, conta a catadora Sirlei Antunes, ela

conseguia trazer até 12 latas (cada lata corresponde a cerca de

um 1,2kg do molusco), mas conhece pessoas que trazem de 15 a

20. Sirlei deixou de coletar berbigões há cerca de seis meses e

hoje ajuda Claudete no processamento dos moluscos. O berbigão

coletado geralmente pelos homens é vendido por uma média de

R$ 3,00 o quilo às mulheres que fazem o processamento

artesanalmente, como Claudete. Em um barraco de madeira às

margens do Rio Tavares, ela e as ajudantes Sirlei e Ana Paula

Silveira lavam e cozinham os berbigões para facilitar a

separação da carne com a concha, feita em seguida. Depois, a

carne do molusco é ensacada e vendida”.

Entretanto, é importante ressaltar que o sucesso do ordenamento encontra-se largamente

ameaçado pelo mesmo problema enfrentado há anos na reserva: a quase inexistente ação

de fiscalização da pesca no seu interior e em muitos outros aspectos. Segundo

informações dos próprios pescadores existem outras associações atuando na área, além

da AREMAPI (comunicação privada pescadores, 2007).

As informações coletadas nos meios de comunicação, nas conversas com os pescadores

demonstram como são importantes a integralização das informações biológicas,

ecológicas, econômicas e sociais da Reserva Extrativista do Pirajubaé. Desta forma,

avaliamos que as informações gerenciadas num banco de dados e a identificação dos

pontos de coleta do recurso podem contribuir para o melhor manejo do recurso,

possibilitando a delimitação do processo de captura buscando a preservação do recurso

berbigão.

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Consequentemente, a metodologia de Avaliação Ecológica Rápida (AER) proposta

neste trabalho permitiu identificar diversos problemas relacionados à implantação da

REMP, começando com a criação do Decreto que delimita a mesma. Observaram-se

falhas na delimitação que podem trazer conseqüências negativas no processo

administrativo da reserva, como por exemplo, a ausência de uma área de transição que

inviabilizasse a expansão urbana sobre o manguezal conforme pode ser visualizado na

figura 10. Destaca-se a necessidade de preservar uma região entre o manguezal e

ecossistema urbano, uma vez que a pressão das construções, ruas, estradas e

calçamentos alteram o fluxo energia subsidiária (escoamento superficial e nutrientes).

Não houve uma verificação dos pontos geográficos que delimitam a reserva, quando da

definição do decreto que a estabelece. Nossos resultados identificaram um ponto que

estava totalmente fora do polígono que estabelece a área da reserva, este foi corrigido

para poder delimitá-la corretamente. Recomendasse maior acurácia na definição dos

pontos geográficos uma vez que os mesmos são de domínio público.

Uma avaliação importante obtida pela AER no contexto da paisagem é a incorporação

das áreas A e B descritas na figura 5, como parte da REMP, ficando aqui uma sugestão

aos administradores da reserva e a própria comunidade dos bairros que circundam a

mesma. É importante ressaltar que a área B já existia quando da criação do Decreto que

estabelece a reserva. Atualmente esta região do manguezal encontrasse sobre forte

pressão humana comprometendo, principalmente, a qualidade da água do rio Tavares e,

consequentemente, dos bosques de mangue circunvizinho. Recomenda-se um cuidado

especial com as áreas C e D descritas na figura 6, essas áreas devem ser bem estudadas,

pois contribuirão para um melhor entendimento da ecologia de colonização do

manguezal.

Como resultado da interpretação dos mosaicos fotográficos e imagens de satélite, foi

constatado o processo de homogeneização da cobertura vegetal uma vez que as árvores

foram ficando mais altas e os espaços entre elas foram diminuindo. Esse padrão

observado é conseqüência natural da dinâmica da cobertura da vegetação, conforme

pode ser constatados nos diversos estudos de estrutura que foram realizados na área

(SOUZA SOBRINHO et al., 1969; SOUZA et al., 1994; TOGNELLA DE ROSA,

2000; OLIVEIRA, 2005 e SCHAELLENBERGER, 2005).

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A partir da interpretação dos mosaicos, a definição dos compartimentos e sua avaliação

individualizada por ano de estudo foi importante para identificar as conseqüências das

pressões humanas no manguezal. Observa-se nitidamente a resposta do ambiente aos

processos de sedimentação que ocorrem na Baía Sul quando se avalia o processo de

progradação da linha de costa. Entretanto, a porção mais interna do manguezal sofreu

forte pressão da expansão urbana o que pode ter alterado a dinâmica natural da área por

problemas causados pelo corte da vegetação, por depósito de lixo e por despejo de

efluentes domésticos, além das trilhas abertas pela população. Em função desse trabalho

recomendam-se estudos mais aprofundados a respeito de Spartina alterniflora, e nos

bosques mais internos com maior pressão urbana. Esses impactos sobre o manguezal

vêm sendo relatados desde 1969 quando Souza Sobrinho e colaboradores realizaram

seus estudos neste ecossistema. Em 2000 Tognella De Rosa diagnostica que os impactos

estão cada vez mais acentuados.

Numa análise ecológica empregando tecnologia de sensoriamento remoto e SIG, um

ponto interessante observado neste estudo e que deve ser destacado, corresponde à

comprovação do fechamento das clareiras ao longo dos anos, como foi necessário

trabalhar em diversas escalas para o reconhecimento das diversas feições nos mosaicos

na fase de interpretação visual/digital (tela do computador), no processo de digitalização

das clareiras se observou que algumas destas foram se mantendo ao longo dos anos

praticamente inalteradas. Uma das hipóteses aqui empregada para este fato, é que essas

áreas podem representar regiões preteritamente mais elevadas e que por processos

erosivos vem perdendo esta condição, consequentemente, nos últimos anos está

provocado seu fechamento de forma paulatina. Para sustentar essa hipótese, imaginamos

que na região do manguezal do rio Tavares existiam dunas que foram sendo colonizadas

ao longo dos anos. Interessante foi constatar que estas clareiras se encontram alinhadas,

como mostra a figura 20. Entretanto, para corroborar esta hipótese são necessários

estudos mais aprofundados de prospecção local, avaliando a idade geológica dos

estratos sedimentares bem como a análise da velocidade de deposição dos sedimentos.

Outra avaliação que este estudo permite realizar é forma de ocupação do entorno do

manguezal do Rio Tavares. Observando a área de estudo e tendo realizado saídas de

campo ao sul do Manguezal do rio Tavares no Bairro Carianos, é possível verificar que

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a área onde se encontra parte deste bairro corresponde a uma área de inundação. Isto é

possível de ser conferido no Mapa elaborado pela comunidade (Campeche), que

identifica as áreas adequadas para ocupação e aquelas consideradas como inadequadas,

como as áreas inundáveis. Segundo Reynaud (2001), o IPUF desconsidera este mapa

alegando que as áreas inundáveis podem ser submetidas a sistemas de aterros e

drenagens. Lamentavelmente nas mesmas saídas e entrevistando alguns dos moradores

pode ser observado que os aterros foram realizados pela própria comunidade. Além de

verificar diversas valas abertas onde as casas depositam seus esgotos que terminam

dentro do manguezal. Segundo o IBGE (data), somente 1% dos municípios brasileiros

possui tratamento de esgotos e com isso 73,5 milhões de pessoas no país não são

servidas por redes coletoras de esgotos. Assim a poluição fecal é extremamente

disseminada nas águas costeiras brasileiras.

Na área em estudo da REMP, segundo vários autores e já descritos anteriormente neste

estudo, há o predomínio de Avicennia schaueriana nos bosques do mangue, vindo em

seguida a Laguncularia racemosa e também sendo constatada a presença da Rhizophora

mangle. Segundo PANITZ (1993), esta espécie não é a espécie mais abundante, pois, a

temperatura lhe é desfavorável. Entretanto, Souza Sobrinho e colaboradores (1969)

identificam que a baixa densidade de Rhizophora mangle nos bosques de mangue do

Rio Tavares é decorrente da intensa coleta de folhas pela qual passaram os indivíduos

desta espécie durante a Segunda Guerra Mundial. De qualquer forma, a espécie

desenvolve-se de maneira geral ao longo das vias fluviais em ambientes lodosos

salobros, sendo protegida da ação direta da maré. Isto é corroborado na área de estudo

onde foram encontrados nas saídas de campo diversos canais paralelos à linha de costa

com presença de Rhizophora mangle. A distribuição da flora em zonas definidas, é

conseqüência dos diversos graus de tolerância das espécies em relação aos diferentes

teores de salinidade e de suas variações, bem como o grau de adaptação à natureza do

solo, à duração e ao grau de submersão (CARUSO, 1983).

Uma ferramenta importante dentro do SIG é a classificação supervisionada, que nos

permite por meio da resposta espectral determinar diferenças na cobertura vegetal. Ao

analisar os mosaicos fotográficos e amostrar as áreas com diferentes níveis de cinza foi

possível identificar as densidades da cobertura do mangue. Isto quer dizer que foi

plausível separar as áreas onde as árvores não apresentavam espaços (densidade alta)

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das árvores que paulatinamente iam apresentando espaçamentos maiores até chegar a

formação de clareiras. Então, este procedimento permitiu definir as densidades em

termos de cobertura e não de estrutura. Uma conseqüência deste processo é a clara

observação das mudanças na cobertura ao longo dos anos, numa mesma região amostral

Não pode ser esquecido que o papel do interpretador é fundamental neste procedimento,

quanto maior for o contato com seu objeto de trabalho maior vai ser a acurácia de seus

resultados.

Nas análises das classificações do índice de vegetação (NDVI) das imagens de 2002 e

2007, encontramos a presença dominante também da espécie Avicennia Schaueriana.

Bigarella (2001), em seu trabalho, também verifica a dominância absoluta da Avicennia

sobre as demais espécies na paisagem do manguezal localizadas na região sul do país.

Afirmando que poucos foram os exemplares de Rhizophora observados. Segundo

SORIANO-SIERRA et al. (1986), os manguezais do rio Itacorubi, em Florianópolis

(SC), são compostos dominantemente por A. schaueriana, que apresentou a maior

densidade de indivíduos adultos (880/ha) e altura (5,15 m), além do maior diâmetro

(12,9 cm). L. racemosa e R. mangle apresentam respectivamente 200 e 100 árvores/ha.

Os estudos realizados por Oliveira (2005) encontram valores de densidade de

indivíduos, além de altura e diâmetro maiores que aqueles relatados para os bosque do

manguezal do Itacorubi. Para Silva et al. (2005), o gênero Avicennia é considerado o

mais tolerante ao estresse ambiental, podendo ser encontrado dominando substratos

altamente salinos ou em áreas sujeita a baixa temperatura, no entanto, é capaz de atingir

melhor desenvolvimento estrutural em baixas salinidades, em locais livres de distúrbios

ambientais induzidos pelo homem. Recomenda-se desta forma estudos onde NDVI em

manguezais possam ser aplicados. Permitindo comparar áreas e desta forma, corroborar

a técnica como uma ferramenta de suporte na análise de dados pretéritos em vegetação

de mangue.

As tabelas 13, 14, 15 e 16 demonstram a evolução da cobertura vegetal nos diferentes

produtos de sensoriamento remoto utilizados. Os polígonos 1 e 3 (tabelas 13 e 15)

caracterizam o processo evolutivo onde observa-se o incremento na estrutura do bosque,

isto é, as arvores adquirem maior diâmetro, maior altura, maior copa, consequentemente

diminui o espaçamento entre os indivíduos. Entretanto, os polígonos 2 e 4 (tabelas 14 e

16) não apresentam a mesma característica, ao contrário, pode-se identificar alterações

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na estrutura que levam a uma diminuição no porte e na densidade dos indivíduos. A

dificuldade em aferir impactos pretéritos nos leva a sugerir que o corte da vegetação

pode ser um indicativo do stress ao que o bosque esteve sujeito permitindo a

substituição de espécies.

Carine et al.(2006) e outros autores elaboraram uma relação entre as características do

ambiente e os tipos de mangue predominante, chegando a estabelecer uma relação entre:

solo instável - Mangue Vermelho (Rhizophora mangle), salinidade alta - Mangue preto

(Avicennia schaueriana) e influência da maré - Mangue Branco (Laguncularia

racemosa). Neste trabalho é possível identificar que a espécie dominante (Avicennia

schaueriana), estabelece-se fortemente na franja antecedida de Spartina alterniflora. E

predomina em todo o manguezal, independente do teor de salinidade. Aparentemente, a

definição realizada por esses autores não é passível de ser aplicada em todos os

manguezais, devendo ser empregada com cuidado para não estabelecer generalizações.

Finalizando, esquematicamente para o manguezal do Rio Tavares na ilha de Santa

Catarina, podemos realizar seguinte caracterização: Avicennia - Dominante;

Laguncularia - Média; Rhizophora - Mínima.

Em outros estudos utilizando cálculos de NDVI, como aquele realiazado por Berlanga-

Robles et al. (2004), a partir das assinaturas espectrais dos campos de treinamento para

os bosques de mangue de Teacapán-Agua Brava-Marismas Nacionales empregando

imagem Landsat TM datada de 1993, estimaram valores médios de NDVI, encontrando

uma maior representatividade para os valores do mangue vermelho e branco

(Rhizophora mangue e Laguncularia racemosa, respectivamente), na avaliação em

campo pelos autores, essas são as espécies mais abundantes.

A classificação dos mosaicos fotográficos de 1957 e 1978 possibilitou a observação da

densidade da cobertura vegetal, verificar como ela foi se tornando mais homogeneizada

ao longo dos anos. A elaboração da classificação para o ano de 1998 não foi

apresentada, uma vez que a cobertura vegetal já em processo avançado de

homogeneização dificultando sua identificação e apresentando um erro muito superior

aquele observado na análise dos mosaicos de 1957 e 1978. Essa dificuldade também se

deve pela qualidade das fotografias aéreas, que apesar de estarem numa escala maior

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que nos anos anteriores possuem aparentemente erros mais extensos, que podem ser

atribuídos ao momento de tomada das fotos. A georreferência foi também um processo

intenso, isso teria sido facilitado se fosse possível utilizar ortofotos neste trabalho,

lembrando que as ortofotos são fotos aéreas ou de satélite que foram ajustadas para

compensar a curvatura da terra e a distorção da câmera e projetadas em um sistema de

coordenadas padrão geograficamente referenciado, no caso da área de estudo, que é

muito plana compensar a curvatura da terra não seria o problema. Desta forma,

recomenda-se a ortorretificação das imagens de satélite nos estudos futuros sobre a

vegetação para que os possíveis erros sejam minimizados. Foi também observado que

as fotos de 1998 possuíam pouco contraste, fato que Oliveira (2001) menciona em seu

trabalho.

Com a implantação do aterro hidráulico para a construção da Via Expressa - Sul sobre

os baixios do Saco dos Limões e da Costeira do Pirajubaé, iniciado em 1995, que

utilizou a areia do Baixio da Tipitinga por meio do processo de dragagem foi alertado

que poderiam acontecer muitas mudanças. A imagem de 2002 mostra o buraco deixado

pela dragagem, entre outras coisas na área do baixio. Segundo Cruz (1998), os trajetos e

as direções das correntes de maré poderiam ser alterados, criando riscos ecológicos e

situações críticas ao manguezal do Rio Tavares e à Reserva Extrativista Marinha do

Pirajubaé, porém, estudos como os de Oliveira (2001), que se basearam em fotografias

aéreas de 1998 e análises em campo mostraram que não foram constatados efeitos

perceptíveis de impactos na vegetação devido às alterações causadas por tais obras.

Entretanto, Tognella De Rosa (2000) observa a importância de uma avaliação ecológica

em longo prazo sobre os possíveis danos à estrutura dos bosques em função das

modificações impostas pelo processo de dragagem da Baía Sul e também da

implantação do aterro hidráulico para a construção da Via Expressa Sul. Destacam-se

também a inexistência de estudos de circulação hídrica prévia e posteriores as obras,

somado à falta de estudos quantitativos de produtividade da vegetação na área. Por tais

motivos a avaliação sobre sua real influência na integridade do ecossistema é muito

difícil.

Em função da complexidade estrutural do manguezal, bem como sua extensão e

associados as diferentes influências ambientais, buscou-se uma estratégia para conhecer

melhor a área de estudo. Desta forma, optou-se por utilizar a compartimentação das

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áreas facilitando assim as análises e melhorando a qualidade das mesmas. A

compartimentação do meio físico definiu quatro unidades com características

semelhantes de vegetação auxiliando na determinação da potencialidade de ocorrência

de processos erosivos, permitindo estabelecerem áreas com comportamentos diferentes,

para fins de recuperação, preservacionistas e de manejo. Essa compartimentação pode

auxiliar, ainda, na determinação da capacidade de suporte das áreas de manguezal,

quando do desenvolvimento de atividades humanas, e ainda verificar quais atividades

exercem pressão sobre o ecossistema. De acordo com a análise apresentada por Oliveira

(2001), a construção da via expressa não trouxe problemas aparentes para a vegetação

no ecossistema. Entretanto, analisando os polígonos e, específicamente, os

compartimentos 3 e 4 é possível identificar que essas áreas já tem sofrido ao longo do

período uma pressão significativa com a construção de moradias e a utilização do

mangue como depósito de lixo. A construção da via expressa contribuiu no sentido de

ampliar e facilitar o tráfego de veículos, o que sem dúvida permitiu a intensificação da

ocupação da Ilha, através do acesso facilitado aos moradores e turistas.

A Via Expressa Sul foi analisada e mereceu propostas de diversos tipos em foros e

discussões que aconteceram a partir de 1995 na Oficina de Desenho Urbano promovida

pelo IPUF/UFSC, que pretendiam dar-lhe uma outra face, que não de auto-estrada

urbana, mas a de via turística.

“Tratando a Via Expressa Sul paisagísticamente, dando-lhe um

perfil que supere a mera funcionalidade viária”.

Nessas propostas a Via Expressa Sul passaria a criar pontos em que funcionaria como

quebra mar, marina, embarcadouro dos pescadores, de concentração de pontos

turísticos.

“As empresas construtoras e os órgãos públicos estão

preocupados apenas com um mentiroso funcionalismo, que

desconsidera em absoluto o paisagismo, o envolvimento das obras

com o meio natural, e tantas vezes os próprios seres humanos”.

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Hoje como é possível apreciar na própria reserva aumentou o fluxo de veículos,

intensificando também as construções dedicadas ao comércio dos itens mais variados,

benefícios são observados no sentido de que houve uma melhoria na qualidade de vida

dos moradores do bairro com expansão da malha urbana, pela melhoria dos transportes,

das vias de ligação e dos serviços e equipamentos típicos numa cidade. Entretanto,

destacamos que essa qualidade de vida também pode ser obtida com um planejamento

adequado do espaço urbano não desconsiderando a preservação dos recursos naturais

que asseguram inúmeros benefícios ecológicos, econômicos e sociais.

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VII CONCLUSÕES Neste trabalho concordamos em que as obras de dragagem e construção da Via

Expressa não afetaram perceptivelmente a vegetação, mas tem retardado o processo

acelerado de sedimentação que vinha ocorrendo no limite norte do mangue com a Baía

Sul, onde a área em processo de progradação se viu afetada aparentemente pela nova

dinâmica na direção das correntes e da maré. Afetando, como foi assinalado,

indiretamente as áreas de manguezal pela pressão humana, fato também observado ao

sul do polígono 1 onde a área urbana ocupa uma extensão muito considerável do que

deveria ser enquadrado como uma zona de transição entre o ecossistema natural e a

mancha urbana.

A área do manguezal ao longo dos anos tem diminuído, apesar de ter ocorrido um

pequeno aumento que vai de 2002 a 2007, mas este acréscimo é muito cedo para ser

considerado. Precisaria de alguns anos a mais de estudo para corroborar esta afirmação

e possibilitar a identificação de quais processos oceanográficos e climáticos que

estariam atuando nas modificações ambientais associadas aquelas impostas pelo

homem. Por outro lado, é notória a diminuição das clareiras, inclusive aquelas

localizadas no eixo longitudinal, paralelas à linha de costa, localizadas ao sul do

polígono 1 e que continuam numa grande clareira no polígono 2. Estas clareiras estão

em processo de fechamento, e possuem a característica de ter demorado muito mais que

as outras para fechar, podendo este fato estar relacionadas com o aumento das chuvas,

aumento do escoamento superficial, impermeabilização das calçadas, pelo calçamento e

arruamento, construção de valas e canais para o esgoto doméstico do bairro Carianos.

Também é possível concluir que a abertura do canal no interior da Via Expressa, em

conseqüência do aterro, facilitou a colonização do mangue fora da área da reserva ao

longo de todo o canal e na borda da Via Expressa com o mar, permitindo o aumento da

área de mangue e consequentemente das áreas de preservação permanente, situação que

deveria ser considerada para ampliação da área da REMP.

Este trabalho apresentou os resultados iniciais de uma análise multi-temporal sobre a

Reserva Extrativista Marinha de Pirajubaé – Manguezal do Rio Tavares para o período

de 1957 e 2007. A análise quantitativa pelo cálculo de áreas classificadas não pôde ser

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considerada isoladamente como parâmetro de avaliação de atividade antrópica sobre

este ambiente.

Ao sobrepor as classificações dos mosaicos fotográficos e as classificações do NDVI

das imagens, foi possível caracterizar as principais alterações do período, num nível

geral (homogeneização da vegetação), e em particular do aumento aparente das áreas

com Laguncularia racemosa e Rhizophora mangle.

A abordagem de sobreposição espacial, para identificar as áreas de progradação e

diminuição dos manguezais, pode ser considerada como um dos principais produtos

deste trabalho, pois permite definir alguns planejamentos à respeito de estudos futuros,

como a medição e acompanhamento dos bancos de Spartina, e da taxa de sedimentação.

A comparação quantitativa, em termos de área, permitiu um mapeamento dos locais que

sofreram alteração durante o período considerado.

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ANEXO 1

Reserva Extrativista Marinha do Pirajubaé Decreto de Criação Decreto N° 533 de 20 de maio de 1992 O Presidente da República, usando das atribuições que lhe confere o Art. 84, inciso IV, da Constituição e tendo em vista as disposições do Art. 9°, inciso VI, da Lei n° 6.938, de 31 de agosto de 1981, com a nova redação dada pela Lei n° 7.804, de 28 de julho de 1989, Decreta: Art. 1° - Fica criada, no Estado de Santa Catarina, a Reserva Extrativista Marinha do Pirajubaé, com área aproximada de 1.444ha (Hum mil quatrocentos e quarenta e quatro hectares), que passa a integrar a estrutura do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, autarquia vinculada a Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República, compreendida dentro do perímetro que apresenta a seguinte delimitação baseada nas cartas topográficas V-2-S-E-A-44, V-2-S-E-B-45, V-2-S-E-C-51, V-2-S-E-D-52, Escala 1:10.000 (Levantamento Aerofotogramétrico do Aglomerado Urbano de Florianópolis) do Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (IPUF) e Carta n° 1.904 (Canal Sul da Ilha de Santa Catarina), Escala 1:49.918, do Ministério da Marinha do Brasil: inicia-se no ponto mais avançado em direção norte da ponta do Caiacangamirim, próximo a base aérea de Florianópolis no ponto de coordenadas UTM 6.936.745 N e 739.535 E (ponto 1); deste ponto, segue em direção nordeste acompanhando a costa por uma distância aproximada de 550m (quinhentos e cinquenta metros) até encontrar o manguezal, no ponto de coordenadas UTM 6.936.900 N e 740.050 E (ponto 2); segue em linha reta em direção nordeste acompanhando o limite da zona terrestre do mangue por uma distância aproximada de 500m (quinhentos metros) até o ponto de coordenadas UTM 6.937.070 N e 740.520 E (ponto 3); segue em linha reta em direção norte acompanhando o limite da zona terrestre do mangue por uma distância aproximada de 250m (duzentos e cinquenta metros) até o ponto de coordenadas UTM 6.937.320 N e 740.545 E (ponto 4); segue em linha reta em direção nordeste acompanhando o limite da zona terrestre do mangue por uma distância aproximada de 670m (seiscentos e setenta metros) coordenadas UTM 6.937.860 N e 740.940 E (ponto 5); segue em linha reta em direção nordeste acompanhando o limite da zona terrestre do mangue por uma distância aproximada de 470m (quatrocentos e setenta metros) até o ponto de coordenadas UTM 6.938.100 N e 741.360 E (ponto 6); segue em linha reta em direção nordeste acompanhando o limite da zona terrestre do mangue por uma distância aproximada de 510m (quinhentos e dez metros) até o ponto de coordenadas UTM 6.938.375 N e 741.780 E (ponto 7); segue em linha reta em direção leste por uma distância aproximada de 370m (trezentos e setenta metros) acompanhando o limite da zona terrestre do mangue até o ponto de coordenadas UTM 6.938.410 N e 742.160 E, limite da área de segurança da base aérea de Florianópolis

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(ponto 8); segue em linha reta em direção leste acompanhando o limite da zona terrestre do mangue por uma distância aproximada de 310m (trezentos e dez metros) até o ponto de coordenadas UTM 6.938.322 N e 742.458 E (ponto 9); segue em linha reta em direção leste por uma distância de 230m (duzentos e trinta metros) acompanhando o limite da zona terrestre do mangue até o ponto de coordenadas UTM 6.938.350 N e 742.682 E (ponto 10); segue em linha reta em direção leste por uma distância aproximada de 200m (duzentos metros) acompanhando o limite da zona terrestre do mangue até o ponto de coordenadas UTM 6.938.350 N e 742.878 E (ponto 11); segue em linha reta em direção leste por uma distância aproximada de 720m (setecentos e vinte metros) acompanhando o limite terrestre do mangue até o ponto de coordenadas UTM 6.938.115 N e 743.562 E (ponto 12); segue em linha reta em direção leste por uma distância aproximada de 390m (trezentos e noventa metros) acompanhando o limite da zona terrestre do mangue até 30m (trinta metros) antes de encontrar a via Expresso Sul (Rodovia Estadual SC-405), que dá acesso ao aeroporto de Florianópolis no ponto de coordenadas UTM 6.937.990 N e 743.820 E (ponto 13); deste ponto, segue em direção nordeste por uma linha que acompanha por uma distância de 30m (trinta metros) ao longo da Rodovia Estadual SC-405, até a margem esquerda do rio Tavares, no ponto de coordenadas UTM 6.938.965 N e 744.397 E (ponto 14); deste ponto, segue a montante acompanhando a margem esquerda do rio Tavares por uma distância de 60m (sessenta metros) até o ponto de coordenadas UTM 6.938.910 N e 744.410 E (ponto 15); deste ponto, segue em direção sudeste por uma linha que acompanha por uma distância de 30m (trinta metros) ao longo da Rodovia Estadual SC-405 até encontrar o limite da zona terrestre do mangue no ponto de coordenadas UTM 6.937.970 N e 743.880 E (ponto 16); deste ponto, segue linha reta em direção sudeste acompanhando o limite da zona terrestre do mangue por uma distância aproximada de 500m (quinhentos metros) até o ponto de coordenadas UTM 6.937.590 N e 744.258 E (ponto 17); segue em linha reta em direção sudeste acompanhando o limite da zona terrestre do mangue, por uma distância aproximada de 200m (duzentos metros) até o ponto de coordenadas UTM 6.937.535 N e 744.442 E (ponto 18); segue em linha reta em direção sul acompanhando o limite da zona terrestre do mangue por uma distância aproximada de 140m (cento e quarenta metros) até o ponto de coordenadas UTM 6.937.400 N e 744.438 E (ponto 19); segue em linha reta em direção sudeste acompanhando o limite da zona terrestre do mangue por uma distância aproximada 290m (duzentos e noventa metros) até o ponto de coordenadas UTM 6.937.250 N e 744.550 E (ponto 20); deste ponto, segue em linha reta em direção sudoeste acompanhando o limite da zona terrestre do mangue por distância aproximada de 350m (trezentos e cinquenta metros) até o ponto de coordenadas UTM 6.936.950 N e 744.388 E (ponto 21); segue em linha reta em direção sudoeste acompanhando o limite da zona terrestre do mangue por uma distância aproximada de 360m (trezentos e sessenta metros) até o ponto de coordenadas UTM 6.936.720 N e 744.092 E (ponto 22); deste ponto, segue em linha reta em direção sul por uma distância aproximada de 270m (duzentos e setenta metros) até o ponto de coordenadas UTM 6.936.069 N e 744.270 E (ponto 24); deste ponto, segue em linha reta em direção nordeste acompanhando o limite da zona terrestre do mangue por uma distância aproximada de 270m (duzentos e setenta metros) até o ponto de coordenadas UTM 6.936.238 N e 744.431 E (ponto 25); deste, segue em linha reta em direção nordeste acompanhando o limite da zona terrestre do mangue por distância aproximada de 250m (duzentos e cinquenta metros) até o ponto de coordenadas UTM 6.936.372 N e 744.621 E (ponto 26); daí, segue em linha reta em direção nordeste acompanhando o limite da zona terrestre do mangue por uma distância aproximada de 290m (duzentos e noventa metros) até o ponto de coordenadas UTM 6.936.620 N e 744.670 E (ponto 27);

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daí, segue em linha reta em direção nordeste acompanhando o limite da zona terrestre do mangue por uma distância aproximada de 200m (duzentos metros) até o ponto de coordenadas UTM 6.936.835 N e 744.940 E (ponto 28); daí, segue em linha reta em direção nordeste acompanhando o limite da zona terrestre do mangue por uma distância aproximada de 260m (duzentos e sessenta metros) até o ponto de coordenadas UTM 6.936.950 N e 745.065 E (ponto 29); daí, segue em linha reta acompanhando o limite da zona terrestre do mangue, por uma distância aproximada de 340m (trezentos e quarenta metros) até o ponto de coordenadas UTM 6.937.260 N e 745.150 E (ponto 30); daí, segue em linha reta em direção nordeste acompanhando o limite da zona terrestre do mangue por uma distância aproximada de 370m (trezentos e setenta metros) até o ponto de coordenadas UTM 6.937.420 N e 745.370 E (ponto 31); segue em linha reta em direção leste acompanhando o limite da zona terrestre do mangue por uma distância aproximada de 430m (quatrocentos e trinta metros) até o ponto de coordenadas UTM 6.937.315 N e 745.680 E (ponto 32); segue em linha reta em direção nordeste acompanhando o limite da zona terrestre do mangue por uma distância aproximada de 120m (cento e vinte metros) até o ponto de coordenadas UTM 6.937.360 N e 745.790 E (ponto 33); segue em linha reta em direção sudeste acompanhando o limite da zona terrestre do mangue por uma distância aproximada de 100m (cem metros) até o ponto de coordenadas UTM 6.937.280 N e 742.840 E (ponto 34); daí, segue em linha reta em direção sudeste acompanhando o limite da zona terrestre do mangue, por uma distância aproximada de 140m (cento e quarenta metros) até o ponto de coordenadas UTM 6.937.220 N e 745.960 E (ponto 35); daí, segue em linha reta em direção norte acompanhando o limite da zona terrestre do mangue, por uma distância aproximada de 300m (trezentos metros) até o ponto de coordenadas UTM 6.937.515 N e 745.950 E (ponto 36); segue em linha reta em direção leste acompanhando o limite da zona terrestre do mangue por uma distância aproximada de 340m (trezentos e quarenta metros) até o ponto de coordenadas UTM 6.937.590 N e 746.208 E (ponto 37); daí, segue em linha reta em direção nordeste, acompanhando o limite da zona terrestre do mangue por uma distância aproximada de 290m (duzentos e noventa metros) até o ponto de coordenadas UTM 6.937.700-N e 746.370 E (ponto 38); deste ponto, segue em linha reta em direção nordeste acompanhando o limite da zona terrestre do mangue por uma distância aproximada de 170m (cento e setenta metros) até o ponto de coordenadas UTM 6.937.840 N e 746.470 E (ponto 39); dai, segue em linha reta em direção norte acompanhando o limite da zona terrestre do mangue por uma distância aproximada de 140m (cento e quarenta metros) até o ponto de coordenadas UTM 6.937.970 N e 746.450 E (ponto 40); daí, segue em linha reta em direção oeste acompanhando o limite da zona terrestre do mangue por uma distância aproximada de 140m (cento e quarenta metros) até o ponto de coordenadas UTM 6.937.990 N e 746.318 E (ponto 41); daí, segue em linha reta em direção sudeste acompanhando o limite da zona terrestre do mangue por uma distância aproximada de 140m (cento e quarenta metros) até o ponto de coordenadas UTM 6.937.900 N e 746.220 E (ponto 42); daí, segue em linha reta em direção oeste acompanhando o limite da zona terrestre do mangue por uma distância de 150m (cento e cinquenta metros) até o ponto de coordenadas UTM 6.937.880 N e 746.065 E (ponto 43); daí, segue em linha reta em direção oeste acompanhando o limite da zona terrestre do mangue por uma distância aproximada de 200m (duzentos metros) até o ponto de coordenadas UTM 6.937.935 N e 745.880 E (ponto 44); deste ponto, segue em linha reta em direção nordeste acompanhando o limite da zona terrestre do mangue por uma distância aproximada de 270m (duzentos e setenta metros) até o ponto de coordenadas UTM 6.938.180 N e 745.805 E (ponto 45); daí, segue em linha reta em direção nordeste, acompanhando o limite da zona terrestre do mangue por distância

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aproximada de 100m (cem metros) até encontrar um canal artificial no ponto de coordenadas UTM 6.938.280 N e 745.755 E (ponto 46); daí, segue em linha reta em direção oeste por este canal artificial, por uma distância aproximada 440m (quatrocentos e quarenta metros) até o ponto de coordenadas UTM 6.938.250 N e 745.320 E (ponto 47); daí, segue acompanhando por este canal artificial em direção nordeste por uma distância aproximada de 300m (trezentos metros) até o ponto de coordenadas UTM 6.938.575 N e 745.120 E (ponto 48); segue por este canal artificial em direção nordeste por uma distância aproximada de 870m (oitocentos e setenta metros) até o ponto de coordenadas UTM 6.939.295 N e 744.655 E (ponto 49); segue por este canal artificial em direção oeste por uma distância aproximada de 68m (sessenta e oito metros) até o ponto de coordenadas UTM 6.939.310 N e 744.595 E (ponto 50); daí, segue em direção sudeste por este canal artificial por uma distância aproximada de 370m (trezentos e setenta metros) até encontrar a margem direita o rio Tavares no ponto de coordenadas UTM 6.938.950 N e 744.455 E (ponto 51); deste ponto, segue em direção nordeste pela margem direita do rio Tavares acompanhando o limite do mangue voltado para a baia sul, por uma distância aproximada de 380m (trezentos e oitenta metros) até o ponto de coordenadas UTM 6.939.300 N e 744.330 E (ponto 52); deste ponto, segue em linha reta em direção nordeste pela baia sul por uma distância aproximada de 3.390m (três mil, trezentos e noventa metros) até o ponto de coordenadas UTM 6.942.075 N e 742.800 E, próximo ao ponto mais avançado em direção norte do baixio da costeira do Pirajubaé (ponto 53); daí, segue em linha reta em direção sudoeste pela baía sul acompanhando o limite norte do baixio da costeira do Pirajubaé por uma distância aproximada de 2.520m (dois mil quinhentos e vinte metros) até o ponto de coordenadas UTM 6.940.965 N e 740.370 E (ponto 54); deste ponto, segue em linha reta em direção sudoeste pela baia sul acompanhando o limite oeste do baixio da costeira do Pirajubaé por uma distância aproximada de 4.010m (quatro mil e dez metros) até o ponto de coordenadas UTM 6.936.745 N e 739.535 E, ponto inicial e fechamento deste perímetro totalizando aproximadamente 27.548m (vinte e sete mil, quinhentos e quarenta e oito metros) englobando uma área total de 1.444 ha (hum mil, quatrocentos e quarenta e quatro hectares). Art. 2° - O Departamento de Patrimônio da União deverá, no prazo de 90 (noventa) dias, entregar ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, a administração da área descrita no art. 1° deste Decreto. Parágrafo único - Caberá, ainda, ao Poder Executivo, a permanente gestão no sentido de assegurar a eficaz destinação da área descrita no art. 1° deste Decreto. Art. 3° - O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, quando da implantação, proteção e administração da Reserva Extrativista Marinha do Pirajubaé, poderá celebrar convênios com as organizações legalmente constituídas, tais como cooperativas e associações existentes na Reserva, para definir as medidas que se fizerem necessárias a implantação da mesma. Art. 4° - Este Decreto entrará em vigor na data de sua publicação. Brasília, 20 de maio de 1992, 171° da Independência e 104° da República. FERNANDO COLLOR Célio Borja

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ANEXO 2

Especie <2,5 2,5 10,0 >10 altura Observações Rz 2,2 1,68 Av 8,2 4,5 Av 2,8 1,6 Av 6,8 4 Av 6,0 3,5 av 4,0 Rz 2,1 0,67 Av 3,9 2,5 morto Av 4,1 3 Av 2,5 1,8 rebrotando Rz 1,5 0,83 Av 2,9 2,1 novas Av 2,9 1,9 av 1,4 Av 7,5 3,5 Av 6,6 4 Av 3,8 2 Lg 3,8 2 lg 1,9 Lg 2,0 0,76 Lg 1,9 0,85 Av 8,9 3,5 2,8 Lg 2,8 2 lg 2,7 Lg 1,8 0,85 Rz 1,7 0,69 Rz 1,4 0,44 Rz 1,8 0,56 Rz 1,5 0,59 Lg 1,5 0,7 lg 1,6 0,61 Lg 1,9 1,8 Av 15,4 6 av 8,5 Av 8,3 5 Rz 2,3 0,65 rz 2,2 Av 10,2 6 morto Rz 1,6 0,35 Av 5,1 morto Av 3,3 morto Av morto Av morto

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Av 18,7 7 Lg 2,2 0,68 Av 4,1 4 av 1,8 Av 8,9 5,5 Av 8,8 5,5 Av 2,4 1 Lg 1,5 0,7 lg 1,2 Rz 1,5 0,63 Rz 4,1 morto Rz 1,7 0,66 Rz 2,2 0,75 Rz 1,6 0,62 Av 3,6 1,8 Av 7,3 3,5 Av 13,5 7 Av 5,1 3,5 Av 17,4 7,5 av 10,0 Av 5,0 1,8 Lg 1,3 0,93 lg 1,3 Av 3,9 1,8 av 1,0 morto Av 10,4 5 av 1,0 Rz 2,5 1,5 morto Rz 2,2 1,8 Rz 1,7 0,7 Rz 1,7 0,58 Lg 1,4 0,58 lg 1,1 Lg 3,1 1,65 Rz 1,9 0,68 Rz 2,2 0,91 Rz 2,1 0,79 Rz 1,6 0,75 Rz 1,5 0,6 Rz 1,4 0,56 Av 12,3 morto Rz 3,8 0,94 rz 2,2 Lg 3,0 1,6 lg 1,7 Rz 2,4 2 Rz 1,7 0,57 Lg 2,1 1,14 morto Rz 3,0 morto Rz 2,2 2 Lg 3,5 1,8 Rz 3,1 1,6

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Lg 2,0 0,91 Rz 2,0 0,65 Rz 2,3 0,49 Av 7,5 1,63 morto Lg 2,5 1,65 Rz 2,0 0,87 Lg morto Rz 2,1 0,63 Av 8,1 4,5 Lg 3,0 2,5 Rz 1,8 0,7 Lg 2,6 0,86 Rz 1,9 0,57 Rz 1,6 0,57 Rz 1,9 0,48 Lg 4,5 1,65 lg 1,8 Rz 1,7 0,63 Lg 2,4 0,62 lg 2,1 Rz 2,0 1 Lg 2,3 1,3 Rz 2,1 0,82 Lg 2,2 0,35 Lg 2,4 0,35 Rz 2,1 0,74 Av 2,8 0,45 morto Lg 1,3 0,57 Av 9,0 4 Av 10,8 6

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ANEXO 3

MAPAS TEMATICOS Carta temática 1957 Carta temática 1978 Carta temática 2002 Carta temática 2007

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ANEXO 4 “LEIS E ARTIGOS” REPÚBLICA DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL. Decreto nº 14.596, de 31 de dezembro de 1920. Regula o arrendamento de terrenos de mangue de propriedade da União. Diário Oficial [da] República dos Estados Unidos do Brasil. Poder Executivo, Rio de Janeiro, DF, [sd]. REPÚBLICA DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL. Decreto nº 23.793, de 23 de janeiro de 1934. Aprova o código florestal que com este baixa. Diário Oficial [da] Repúblicados Estados Unidos do Brasil. Poder Executivo, Rio de Janeiro, DF, 21 mar. 1935. REPÚBLICA DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL. Decreto-Lei nº 2.490, de 16 de ago. 1940. Estabelece novas normas para o aforamento dos terrenos de marinha e dá outras providências. Diário Oficial [da] República dos Estados Unidos do Brasil. Poder Executivo, Rio de Janeiro, DF, [sd]. REPÚBLICA DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL. Decreto-Lei nº 4.657, de 04 de setembro de 1942. Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro. Diário Oficial [da] República dos Estados Unidos do Brasil. Poder Executivo, Rio de Janeiro, DF, 09 set. 1942. REPÚBLICA DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL. Decreto-Lei nº 9.760, de 05 de setembro de 1946. Dispõe sôbre os bens imóveis da União e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Poder Executivo, Rio de Janeiro, DF, 06 set. 1946. REPÚBLICA DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL. Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965. Institui o novo Código Florestal. Diário Oficial [da] República dos Estados Unidos do Brasil. Poder Executivo, Brasília, DF, 16 set. 1965. REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, 1988. 20ª. Ed. Brasília: Câmara dos Deputados, 2003. REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. Decreto nº 89.336, de 31 de janeiro de 1984. Dispõe sobre as Reservas Econômicas e Áreas de Relevante Interesse Ecológico, e dá outras providencias. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Poder Executivo, Brasília, DF, 01 fev. 1984.

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REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. Decreto nº 84.017, de 21 de setembro de 1979 Aprova o regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Poder Executivo, Brasília, DF, 1979. REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. Decreto nº 99.274, de 06 de julho de 1990. Regulamenta a Lei nº 6.902, de 27 de abril de 1981, e a Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõem, respectivamente sobre a criação de Estações Ecológicas e Áreas de Proteção Ambiental e sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Poder Executivo, Brasília, DF, 07 jun. 1990. REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. Decreto nº 750, de 10 de fevereiro de 1993. Dispõe sobre o corte, a exploração e a supressão de vegetação primária ou nos estágios avançado e médio de regeneração da mata atlântica, e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Poder Executivo, Brasília, DF, 1993. REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. Decreto nº 3.179, de 21 de setembro de 1999. Dispõe sobre a especificação das sanções aplicáveis às condutas e atividades lesivas a meio ambiente, e dá outras providências. Diário Oficial [da] RepúblicaFederativa do Brasil. Poder Executivo, Brasília, DF, 22 set. 1999. REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. Decreto nº 76.389, de 03 de outubro de 1975. Dispõe sobre as medidas de prevenção e controle da poluição industrial de que trata o Decreto-Lei nº 1.413, de 14 de agosto de 1975, e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Poder Executivo, Brasília, DF, 09 out.1975. REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. Decreto-Lei nº 1.134, de 16 de novembro de 1970. Altera a sistemática de incentivos fiscais concedidos a empreendimentos florestais. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Poder Executivo, Brasília, DF, 17 dez. 1970. REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. Decreto-Lei nº 1.413, de 14 de agosto de 1975. Dispõe sobre o controle da poluição do meio ambiente provocada por atividades industriais. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Poder Executivo, Brasília, DF, 1975. REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. Emenda Constitucional nº 32, de 11 de setembro de 2001. Altera dispositivos dos arts. 48, 57, 61, 62, 64, 66, 84, 88 e 246 da Constituição Federal, e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Poder Legislativo, Brasília, DF, 11 set. 2001. REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. Emenda Constitucional nº 45, de 30 de dezembro de 2004. Altera dispositivos dos arts. 5º, 36, 52, 92, 93, 95, 98, 99, 102, 103, 104, 105, 107, 109, 111, 112, 114, 115, 125, 126, 127, 128, 129, 134 e 168 daConstituição Federal, e acrescenta os arts. 103-A, 103B, 111-A e 130-A, e dá outras

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providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Poder Legislativo, Brasília, DF, 31 dez. 2004. REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. Lei nº 7.661, de 16 de maio de 1988. Institui o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Poder Executivo, Brasília, DF, 18 maio. 1988. REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. Lei nº 7.679, de 23 de novembro de 1988. Dispõe sobre a proibição da pesca de espécies em períodos de reprodução e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Poder Executivo, Brasília, DF, 24 nov. 1988. REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. Lei nº 7.735, de 22 de fevereiro de 1989. Dispõe sobre a extinção de órgão e de entidade autárquica, cria o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Poder Executivo, Brasília, DF, 23 fev. 1989. REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. Lei nº 7.803, de 18 de julho de 1989. Altera a redação da Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, e revoga as Leis nºs 6.535, de 15 de junho de 1978, e 7.511, de 7 de julho de 1986. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Poder Executivo, Brasília, DF, 20 jul. 1989. REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. Lei nº 7.804, de 18 de julho de 1989. Altera a Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, a Lei nº 7.735, de 22 de fevereiro de 1989, a Lei nº 6.803, de 2 de julho de 1980, e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Poder Legislativo, Brasília, DF, 20 jul. 1989. REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. Lei nº 8.902, de 27 de abril de 1981. Dispõe sobre a criação de Estações Ecológicas, Áreas de Proteção Ambiental e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Poder Executivo, Brasília, DF, 28 abr. 1981. REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Poder Executivo, Brasília, DF, 13 fev. 1998. REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Poder Executivo, Brasília, DF, 28 abr. 1999. REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. Lei nº 9.984, de 17 de julho de 2000. Dispõe sobre a criação da Agência Nacional de Águas – ANA, entidade federal de implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e de coordenação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, e dá outras

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providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Poder Executivo, Brasília, DF, 18 jul. 2001. REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, §1º, incisos I, II, III e VII, da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Poder Executivo, Brasília, DF, 19 jul. 2000. REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001. Regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Poder Executivo, Brasília, DF, 11 jul. 2001. REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Poder Executivo, Brasília, DF, 11 jan. 2002. REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. Lei nº 10.814, de 15 de dezembro de 2003. Estabelece normas para o plantio e comercialização da produção de soja geneticamente modificada da safra de 2004, e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Poder Executivo, Brasília, DF, 16 dez. 2003. REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. Medida Provisória nº. 2.166-67, de 24 de agosto de 2000. Altera os arts. 1 , 4 , 14, 16 e 44, e acresce dispositivos à Lei n 4.771, de 15 de setembro de 1965, que institui o Código Florestal, bem como altera o art. 10 da Lei n 9.393, de 19 de dezembro de 1996, que dispõe sobre o Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR, e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Poder Executivo, Brasília, DF, 25 ago. 2000 (edição extra). REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. Medida Provisória nº. 2.216-37, de 31 de agosto de 2001. Altera dispositivos da Lei n 9.649, de 27 de maio de 1998, que dispõe o sobre a organização da Presidência da República e dos Ministérios, e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Poder Executivo, Brasília, DF, 01 set. 2001 (edição extra). REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. Resolução CONAMA nº. 04, de 18 de setembro de 1985. Dispõe sobre a caracterização das Reservas Ecologias, e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Conselho Nacional do Meio Ambiente, Brasília, DF, 20 jan. 1986. REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. Resolução CONAMA nº. 10, de 01º de outubro de 1993. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Conselho Nacional do Meio Ambiente, Brasília, DF, 03 nov. 1993. REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. Resolução CONAMA nº. 303, de 20 de março de 2002. Dispõe sobre parâmetros, definições e limites de áreas de

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Preservação Permanente. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Conselho Nacional do Meio Ambiente, Brasília, DF, 13 maio 2002.