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EXTRA PAUTA Jornal do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná - Nº 67 - Março/Abril - 2004 - ISSN 1517-0217 [email protected] http://www.sindijorpr.org.br Impresso Especial 3600137940-DR/PR SIND. DOS JORNALISTAS CORREIOS uma data para comemorar SETE DE ABRIL: Entrevista A jornalista Alessandra SilvØrio analisa em livro o programa Globo Repórter. PÆgina 15 Legislaçªo Procurador-geral da Repœblica dÆ parecer favorÆvel à exigŒncia do diploma específico para o exercício do Jornalismo. PÆgina 4 História Associaçªo dos Cronistas Esportivos do ParanÆ completa 75 anos. PÆgina 13 No Dia Nacional do Jornalista, a categoria soube dar pelo país o exemplo de mobilizaçªo. Representantes da Fenaj e dos sindicatos estiveram com o presidente Lula, de quem conseguiram o apoio pela criaçªo do Conselho Federal de Jornalismo, entidade que darÆ à classe os recursos para controlar efetivamente o exercício da profissªo e restaurar a nossa dignidade, aviltada pelas investidas da desregulamentaçªo. Ivonaldo Alexandre/Colaboração Dissemos de forma enfÆtica que o exercício do Jornalismo requer responsabilidade, Øtica e conhecimento específico. Com as mobilizaçıes demonstramos que a classe estÆ unida pela volta do diploma e contra o aumento da carga de trabalho, que tentam nos infligir. Pelo Œxito político de nossas iniciativas, o 7 de abril foi um momento a ser lembrado. PÆgina 3. Antonio Cruz /ABr

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EXTRA PAUTAJornal do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná - Nº 67 - Março/Abril - 2004 - ISSN 1517-0217

s i n d i j o r @ s i n d i j o r p r . o r g . b r

h t t p : / / w w w . s i n d i j o r p r . o r g . b r

ImpressoEspecial

3600137940-DR/PRSIND. DOS

JORNALISTAS

C O R R E I O S

uma data para comemorarSETE DE ABRIL:

EntrevistaA jornalistaAlessandra

Silvério analisaem livro o

programa GloboRepórter.

Página 15

LegislaçãoProcurador-geralda República dáparecer favorável

à exigência dodiploma

específico para oexercício doJornalismo.

Página 4

HistóriaAssociação dos

CronistasEsportivos do

Paraná completa75 anos.Página 13

No Dia Nacional do Jornalista, acategoria soube dar pelo país o exemplode mobilização. Representantes da Fenaje dos sindicatos estiveram com opresidente Lula, de quem conseguiram oapoio pela criação do Conselho Federalde Jornalismo, entidade que dará àclasse os recursos para controlarefetivamente o exercício da profissão � erestaurar a nossa dignidade, aviltadapelas investidas da desregulamentação.

Ivonaldo Alexandre/Colaboração

Dissemos de forma enfática que oexercício do Jornalismo requerresponsabilidade, ética e conhecimentoespecífico. Com as mobilizaçõesdemonstramos que a classe está unidapela volta do diploma e contra oaumento da carga de trabalho, quetentam nos infligir. Pelo êxito político denossas iniciativas, o 7 de abril foi ummomento a ser lembrado.

Página 3.

Antonio Cruz /ABr

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2 - E X T R A P A U T A - M A R Ç O / A B R I L - 2 0 0 4

Extra Pauta é órgão de divulgaçãooficial do Sindicato dos JornalistasProfissionais do Paraná. Endereço:

Rua José Loureiro, 211, Curitiba/Paraná. CEP 80010-140. Fone/Fax

(041) 224-9296. E-mail:[email protected]

Jornalista ResponsávelRicardo Medeiros

Reg. prof. 24866/106/81

RedaçãoAdir Nasser Junior

[email protected]

Colaboraram nesta ediçãoMário Messagi Júnior

FotografiasAntonio Cruz, Pedro Serápio, Ricardo

Stuckert, Rose Brasil, João deNoronha, Gilson Gerber, Daniel

Derevecki, Mario Nery.

IlustraçõesSimon Taylor

Edição GráficaLeandro Taques

Tiragem3.000 exemplares

ImpressãoO Estado do Paraná

As matérias deste jornal podem serreproduzidas, desde que citada a

fonte. Não são de responsabilidadedeste jornal os artigos de opinião e asopiniões emitidas em entrevistas, por

não representarem, necessariamente,a opinião de sua diretoria.

Expediente

editorial

Ano decisivo para o Conselho Federal de Jornalismo

Está circulando desde o início do mês deabril o jornal O Repórter do Paraná. Diário,em formato standard, o jornal tem oitopáginas e cobre as áreas de política, esportee geral. A equipe, de oito profissionais tem,como editor-chefe o jornalista CarlosQueiroz Maranhão.

A Sociedade Nacional de Defesa doPatrimônio Público da Cidadania e doConsumidor (SND do PPCC) lançou o jornaleletrônico www.gazetadenovo.com,atualizado diariamente com portal de acessoprincipalmente para consultas jurídicas,sócio-econômicas e políticas. O editor doveículo é o jornalista Bernardo BittencourtNeto.

A coluna Interregno, publicada pelojornalista Jamil Salloum Junior, no jornalDiário dos Campos, de Ponta Grossa, estácompletando um ano. A coluna, bissemanal,traz informações culturais e filosóficas sobuma lente crítica.

A jornalista Ruth Bolognese iniciou suacoluna no jornal Folha de Londrina. Ruthvai dar seqüência à publicação de notas dosbastidores da política que fazia no jornal OEstado do Paraná, de onde foi afastada emmarço. Segundo foi informado à jornalista,a contratação visa reforçar a posição dojornal em Curitiba, que foi bastantereduzida nos últimos quatro anos.

A Clarissa Kowalski, ex-Primeira Hora, nãoé mais jornalista responsável pela Rede Andina Ciranda. Ela já está em São Paulo,trabalhando também com terceiro setor. Nolugar dela, assume Joelma AmbrózioNascimento, que de estagiária foi efetivada.

Rosana Félix saiu da Folha de Londrina evai para a Alemanha, em viagem de passeio.Na seqüência, deve iniciar um curso deespecialização, na própria Alemanha ou naFrança.

De O Estado do Paraná, saiu o repórter-fotográfico Hedeson Silva.

Donaldo Primo, ex-Jornal do Estado, estáiniciando no Correio Paranaense.

rádio corredor rádio corredor rádio corredorDo Correio Paranaense sai a jornalista JussaraAraújo, que foi para a RTVE.

Luiz Cláudio de Oliveira, o Lobão, saiu dojornal esportivo Arquibancada para o portalTudo Paraná.

No Arquibancada, entrou Altair Santos, que erado site Futebol PR.

O jornalista Fernando Mendonça assumiu agerência de Comunicação do Grupo Bom Jesus- Colégios e FAE Business School. Mendonçapassou dois anos no Governo do Paraná e trêsna Prefeitura de Curitiba.

Dary Júnior, ex-diretor de Jornalismo da ParanáEducativa, mudou-se para São Paulo, ondecoordena a equipe de comunicação da Secretariade Educação do Estado. Ele continua comovocalista e guitarrista da banda TerminalGuadalupe.

Luis Lomba, que era chefe de Redação da TVestatal, está como editor do jornal esportivoArquibancada.

O jornalista Pedro Júnior da Silva foiaprovado no mestrado de Sociologia daUniversidade Federal do Paraná (UFPR). Omestrado tem como linha Ruralidade e MeioAmbiente, e a pesquisa de Silva tem comotema Mídia e Consumo de AlimentosTransgênicos. Também no mesmo mestradofoi aprovado o diretor administrativo doSindijor, jornalista Guilherme de Carvalho.Ele vai pesquisar a relação entre Estado esindicatos e como elo se traduz na imprensasindical.

A jornalista Nume Teixeira está à frente daDiretoria de Comunicação e Eventos doInstituto de Ecoturismo do Paraná (IEP).

A jornalista Ana Johann depois de trabalhardois anos no Festival de Teatro de Curitiba efazer divulgações na área cultural, passa agoraa trabalhar como roteirista na empresa IesdeBrasil, responsável por cursos à distância paratodo o Brasil. A jornalista também estáescrevendo peças de teatro e roteiros defilme.Bia Moraes deixa a redação da Tribuna doParaná, onde atuou por quatro anos como

repórter especial e editora da páginafeminina do jornal (Tribuna da Mulher). Elapassa atuar como free-lancer, maspermanece como correspondente do siteComunique-se.

Walter Schmidt deixa a redação da Gazetado Povo, onde era o coordenador deQualidade. Passará a atuar no magistério,como professor de Redação Jornalística naEseei.

Ricardo Sabbag deixou a Gazeta do Povo epassa a integrar a equipe da NumeComunicação. A empresa foi aberta emsociedade com o jornalista Luís HenriquePellanda (também ex-Gazeta) e oadministrador Ítalo Gusso (ex-CentralPress).

Quatro repórteres (Humberto Slowik,Raquel Zolnier, Rodrigo Lopes e CarlosEduardo Vicelli), dois revisores (SérgioTavares e Carlos Sedoski) e um repórterfotográfico (Flávio Conterno) foramdemitidos da Gazeta do Povo no início demarço.

O repórter Adriano Koehler, que atuava naeditoria Brasil da Gazeta do Povo, começou atrabalhar na assessoria da GVT.

Mais mudanças na Gazeta do Povo. Ajornalista Cláudia Belfort, além dacoordenação da versão on-line do jornal edo site Tudo Paraná, assume também acoordenação de planejamento diário, emlugar de Nelson Souza, que passou para acoordenação de domingos.

Os jornalistas Eduardo Gomes Nunes eFabiana Ferreira saíram da assessoria daSecretaria de Segurança Pública. GuilhermeLuiz Voitch, que também foi assessor dasecretaria, começou a trabalhar nacomunicação interna da RefinariaPresidente Getúlio Vargas (Repar), emAraucária.

A jornalista Verônica Pacheco mudou o nome desua empresa de comunicação empresarial. AVero Lettera passou a se chamar TodaComunicação e passa a contar com sedeprópria.

O Sindijor mostrou mais umavez estar empenhado naslutas da categoria. A

participação do presidente doSindijor, Ricardo Medeiros, naaudiência com o presidente Lula emBrasília foi eloqüente a esterespeito. Pois, este ano deve serdecisivo para darmos um passo pelaconsolidação do Conselho Federalde Jornalismo, antiga aspiração daclasse. Marcamos nossa posição efomos enfáticos: Conselho é vitalpara a defesa do exercício ético daprofissão. Hoje, embora exista umaregulamentação da profissão, osjornalistas se encontram privados

dos mecanismos ativos defiscalização. Recebemos apromessa de empenho pelaagilização tanto do presidente comodo ministro do Trabalho, RicardoBerzoini, e esperamos que ela secumpra.

Vamos continuar lutando contraas tentativas de depreciação denossa atividade. Precisamos dar umbasta às investidas contra aprofissão. Derrubar na Justiça adecisão que desobriga a cobrançado diploma para o exercício doJornalismo é uma decisão quecompete à Fenaj, mas que devecontar com o apoio de todos os

profissionais. Como? Somoscomunicadores e podemos sempreque possível alertar a populaçãosobre os riscos que o exercício doJornalismo irresponsável representapara a democracia. Além disto, nomomento em que o mercado detrabalho para jornalistas apresentadéficit de vagas, a não-obrigatoriedade do diploma vaipiorar o quadro, beneficiandoapenas os patrões poucopreocupados com a qualidade domaterial editorial de seus veículos.

Também devemospermanecer unidos contra atentativa de aumento da carga

de trabalho. Exatamente quandose debate a diminuição dajornada de trabalho de diversascategorias como forma deestimular o emprego, osjornalistas se vêem ameaçadoscom a possibilidade de ter suajornada aumentada. A iniciativade aumentar o turno de trabalhodos jornalistas – por oraabandonada, mas que devevoltar em breve – só contribuipara atender aos interessespatronais e abre precedentesperigosos para a perda dedireitos dos trabalhadores e adesregulamentação profissional.

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E X T R A P A U T A - M A R Ç O / A B R I L - 2 0 0 4 - 3

Defesa CorporativaBERZOINI PROMETE ACELERAR PROJETO DO CONSELHO

Em reunião com o vice-presidente da Fenaj para o Sudeste, Fred Ghedini, o ministro do Trabalho,Ricardo Berzoini, reafirmou a promessa do presidente Lula de lutar para agilizar a tramitação do

projeto do Conselho Federal de Jornalismo. Segundo ele, o conselho é de interesse público.

NO DIA DO JORNALISTA,a conquista do apoio para a criação do

Conselho Federal de JornalismoO7 de abril, Dia Nacional do

Jornalista, foi marcado pormanifestações em todo o país

e por um acontecimento histórico paraa classe. Pela primeira vezrepresentantes dos jornalistas foramrecebidos por um presidente daRepública em audiência para tratar detemas da categoria. Mais que a marca,o encontro serviu para expressar odesejo da classe de que seja criado oConselho Federal de Jornalismo.

Nesta medida, a audiência derepresentantes da Federação Nacionaldos Jornalistas (Fenaj) e de sindicatos como presidente Luiz Inácio Lula da Silva,em Brasília, foi um sucesso. Afinal 60jornalistas, inclusive profissionais quefazem a cobertura do Palácio do Planalto,puderam ouvir do presidente e doministro do Trabalho a promessa deempenho na rápida tramitação do projetodo conselho. A proposta foi bem recebidae classificada como “simpática” por Lula.

Representando o Sindijor estava opresidente, Ricardo Medeiros, queentregou a Lula uma camiseta dacampanha pela criação do conselho. Aaudiência contou ainda com aspresenças do ministro do Trabalho,Ricardo Berzoini, do ministro daSecretaria de Comunicação Social daPresidência, Luiz Gushiken, doministro da Secretaria-Geral daPresidência, Luiz Dulci, do secretáriode Imprensa e Divulgação daPresidência da República, jornalistaRicardo Kotscho, e do porta-voz daPresidência, jornalista André Singer. Apresidente da Fenaj, Beth Costa, pediuo apoio formal de Lula para que apresseo envio ao Congresso do projeto de leipropondo a criação do conselho.Segundo informou Medeiros, Lula e osministros se demonstraram favoráveisà criação do conselho e se empenharamem agilizar sua implementação.

“Eu acredito que nós chegaremos aum entendimento, e o mais rápidopossível teremos uma resposta”,afirmou Berzoini. Segundo o ministro,até o final deste mês é possível que saiao parecer sobre o conselho, que estáno Ministério do Trabalho há dois anos.Ele afirmou que, embora haja todo umcomplexo trâmite para avaliação, acategoria de jornalista é diferenciada.

MobilizaçãoO Sindicato dos Jornalistas

Profissionais do Paraná promoveu umamobilização em Curitiba para lembrar a datae apresentar à população suasreivindicações. Uma concentração naPraça Santos Andrade, com caminhão desom e distribuição de panfletos, alertou apopulação sobre os riscos para a sociedadeque representam a não-obrigatoriedade dodiploma e o aumento da jornada de trabalhopara os jornalistas. A mobilização contoucom a participação de estudantes deJornalismo e profissionais e recebeu oapoio do vereador André Passos.

Guilherme de Carvalho, diretoradministrativo do Sindijor, afirmou namanifestação o caráter perigoso dasmedidas adotadas contra a categoria, comoa não-obrigatoriedade do diploma, queservem aos interesses patronais e abremprecedentes perigosos para a perda dedireitos dos trabalhadores e a desre-gulamentação profissional.

À tarde, André Passos fez umpronunciamento na Câmara Municipal deCuritiba em favor das demandas dosjornalistas. Ele propôs uma moção paraser enviada à Presidência da República, ao

Ministério do Trabalho e à Casa Civilapoiando a criação do Conselho Federalde Jornalismo, que ele classificou comofundamental para consolidar o respeito eo reconhecimento da categoria. No diaanterior, os deputados estaduaislembraram o Dia do Jornalista em sessãona Assembléia Legislativa do Paraná. Odeputado Natálio Stica (PT) fez uso dapalavra para lembrar a data e a importânciada imprensa.

DemandasO Sindijor está unido à Federação

Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e a outrossindicatos do país para exigir o retornoda exigência do diploma de cursosuperior em Jornalismo para o exercícioda profissão. Hoje, a obrigatoriedade dodiploma, prevista em lei, não está vigendopor conta de uma determinação da JustiçaFederal de São Paulo. A decisão prejudicanão apenas os jornalistas e os estudantesde Jornalismo, mas toda a sociedade, quepode ficar à mercê da baixa qualidade dainformação e da comunicação eticamentequestionável.

Outra reivindicação é a criação doConselho Federal de Jornalismo, entidade

que englobaria toda a legislação queregulamenta a profissão. O anteprojetoestá sendo apreciado pelo governo federale ainda precisa ser aprovado noCongresso Nacional. Com o conselho, osjornalistas poderão tomar conta doprocesso de registro e da fiscalizaçãoefetiva do exercício da profissão, em seusaspectos técnicos, legais e éticos,superando um dos principais problemaspara organizar o mercado de trabalho e aqualidade da produção jornalística, que éo fato de haver uma lei regulamentando aprofissão, mas não existir o instrumentolegal necessário para fiscalizar suaaplicação, como ocorre com a maioriadas profissões regulamentadas.

O Sindijor também defende amanutenção da jornada de trabalho diária,de cinco horas. Um projeto de lei (805/2003), já retirado da pauta do CongressoNacional, tentou aumentar para seis horaso turno de trabalho. A ameaça, porém,continua, já que o autor do projetoprometeu reapresentá-lo, com novaredação. A jornada de cinco horas parajornalista é uma conquista histórica,estabelecida em função da naturezaestressante do trabalho nas redações.

O presidente do Sindijor, Ricardo Medeiros, entrega a Lula a camiseta da campanha pela criação do conselho

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4 - E X T R A P A U T A - M A R Ç O / A B R I L - 2 0 0 4

Defesa CorporativaRAQUEL DE CARVALHO É REELEITA EM LONDRINA

A jornalista Raquel de Carvalho foi reeleita como presidente do Sindicato dos Jornalistas de Londrina(que representa também outras cidades da região Norte do Estado). A chapa única Ética pela

Valorização Profissional promete trabalhar para motivar os profissionais.

JORNALISMOPGR dá parecer favorável à exigência do diploma para o

O procurador-geral da República,Claudio Fonteles, é a favor da exigência dodiploma do curso superior em Jornalismopara quem quiser obter o registro dejornalista. Com esse entendimento, eleenviou parecer (RMS 24213) ao SupremoTribunal Federal, opinando pela negação doRecurso Ordinário em Mandado deSegurança impetrado por Mariza Baston deToledo. Mariza, que é bacharel em Direito,consultora de moda e estilo e colaboradoraem veículos de comunicação, requereu oregistro de jornalista no Ministério doTrabalho e teve a solicitação indeferida. Porisso, recorreu ao Superior Tribunal deJustiça, que também negou-lhe o pedido.

Segundo o procurador-geral, “oJornalismo admite regramentosespecíficos, subsídios que irão objetivar apreservação de eventuais direitosfundamentais que possam ser postos emconflito, sem que isso possa representardiminuição à liberdade de informação”.

A consultora de moda sustenta queestá impedida de escolher livremente a

Fonteles:Jornalismorequerregulamentação

profissão por conta da legislação(Decreto-Lei 972/79). Fonteles afirmouque a administração pública pode, sim,determinar as condições de ingresso naprofissão. “Ao declarar uma notícia, semal formulada ou equivocada, o jornalistapode gerar grave comoção social oudanos de severa monta”, justificou. Parao procurador, não se deve banalizar oJornalismo a ponto de considerar a suaregulamentação desnecessária, acrescen-tando que não há inconstitucionalidade naexigência de formação superiorespecífica para o exercício doJornalismo.

O entendimento de Fonteles, emconsonância com os anseios dosjornalistas, é de que a liberdade deinformação não entra em conflito com aregulamentação de uma profissão. Ereafirmou que Mariza pode continuaratuando como colaboradora de jornais,não mantendo vínculo empregatício como veículo, escrevendo artigos sobretemas de sua área de conhecimento.

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A defesa do diploma e da criação doConselho Federal de Jornalismo e aadoção da mídia técnica para apublicidade governamental forampontos defendidos pelo presidente doSindijor, Ricardo de Medeiros, e pelodiretor de Ação para a Cidadania,Aurélio Munhoz, durante a Reunião dosConselheiros da Federação Nacionaldos Jornalistas (Fenaj), realizada no dia27 de março, no Rio de Janeiro. Deacordo com Munhoz, o evento deuocasião para que o Sindijor ficassefortalecido ao participar do processomaior de defesa dos interesses daclasse. A reunião aprovou o balanço dafederação no exercício 2003 e adeterminação para que todos os

Diretores do Sindijor defendemdiploma em reunião da Fenaj

sindicatos enviem à federação osbalancetes trimestrais e os balançosanuais, bem como os acordos coletivosjá fechados, sob pena de não poderemitir mais carteiras de identidade.

O Sindijor já faz o envio dosbalanços e convenções normalmente.

A reunião – que contou comexposição de dirigentes do Sindicatodos Jornalistas da Paraíba sobre oCongresso Nacional que acontece emagosto em João Pessoa - aprovou aindauma moção para que os sindicatos doAmazonas e Distrito Federal prestemcontas, respectivamente, doCongresso Nacional dos Jornalistas de2001 e da I Conferência Latino-Americana de Mulheres Jornalistas.

Outras medidas foram a aprovação dorelatório de atividades anuais dafederação e do calendário de eleições.

Os conselheiros confirmaram aindaque a Fenaj deve melhorar suacomunicação, com a contratação de umassessor de imprensa, e o site deve sertornado auto-suficiente. A Fenajrecomendou que os sindicatos passema aderir à Associação Brasileira dePropriedade Intelectual dos Jornalistas(Apijor), entidade que vai defender osprofissionais da imprensa em matéria dedireitos autorais. “É interessante, poismostra que o jornalista de texto eimagem tem direito na participação davenda de textos e fotos”, comentouMedeiros.

Foi considerado improcedente opedido de um portador de registroprecário de jornalista, que exigia naJustiça em Minas Gerais a emissão daCarteira de Identidade Profissional deJornalista. No dia 17 de março, o juizEstevão Lucchesi de Carvalho, da 14ªVara Civil de Belo Horizonte, indeferiu enegou a tutela antecipada na açãocominatória de Geraldo Eugênio de Assis,que exigia do Sindicato dos JornalistasProfissionais de Minas Gerais a emissãoda carteira. Para o presidente do SJPMG,Aloísio Lopes, esta decisão reforça aargumentação política e jurídica emdefesa da profissão e do Jornalismo dequalidade. Em Minas, foram expedidospela DRT cerca de dois mil registrosprecários desde outubro de 2001. NoParaná, foram cerca de 210. Da mesmaforma que o Sindicato dos Jornalistasde Minas, o Sindijor não emite carteirapara estas pessoas.

Precário não pode tercarteira de jornalista

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E X T R A P A U T A - M A R Ç O / A B R I L - 2 0 0 4 - 5

InstitucionalJORNALISTA PARANAENSE É HOMENAGEADO NA ABL

O jornalista paranaense José Fiori foi homenageado na Academia Brasileira de Letras (ABL) aoreceber o prêmio pelo quarto lugar obtido no I Concurso Nacional de Poesia para Jornalistas, evento

em homenagem ao jornalista e poeta Carlos Drummond de Andrade.

Sindijor oferece duas modalidades de convênios

O site do Sindijor (www.sindijorpr.org.br) passou por algumasmudanças. Cadastro de empregos: vocêpode cadastrar o seu currículo na bolsade empregos preenchendo o formulário.Vá em “cadastro de empregos” e depois“incluir”. Como se trata de um serviçopara associados, a inclusão do cadastrono banco de dados fica sujeita àconferência quanto à sindicalização.Após a inclusão, você pode fazeralterações em seu currículo, acessando-o por meio de senha. Na seção“Legislação”, estão disponíveis leistrabalhistas gerais, como a CLT eoutras relativas à profissão de jornalista.Em “Convenções coletivas”, está o

Site do Sindijor passapor mudanças

acordo trabalhista vigente e os quevigoraram nos dois anos anteriores.O site conta ainda com listas eformulários para que o jornalistapossa se sindicalizar e obter ascarteiras de identidade; é só clicar em“Documentação”. Há outra seção –“Concursos” – com diversos prêmiosde Jornalismo em vigência. A “Galeriade imagens” foi reativada, e a “Tabelade frilas” está mais visível, da mesmaforma que o link para o Clube deDescontos Sindijor. Na home page,também foi inserido um link para apré-sindicalização, no qual é possívelobter a ficha e visualizar um modelode carteira.

Colegas jornalistas, o Sindijoroferece dois tipos de convênios:os organizados pela ALL Sul

Administradora de Convênios e outrosfeitos diretamente com o Sindijor. Naprimeira modalidade, somente quem estácadastrado no Clube de Descontos Sindijortem acesso; na segunda modalidade, dianteda apresentação da carteira da Fenaj, ojornalista tem descontos em bares,restaurantes, clínicas, academias etc. Arelação dos convênios feitos diretamentecom o Sindijor está disponível no sitewww.sindijorpr.org.br, enquanto os daALL Sul podem ser acessados em umportal específico (www.sindicatopr.com.br/sindijor). Atualmente, a rede deestabelecimentos conveniados com a ALLSul está se expandindo pelo Estado.Cidades como Londrina e Ponta Grossa jácontam com empresas que oferecemdescontos aos membros do clube. Paraobter a carteirinha do Clube de Descontos,é preciso estar em dia com o sindicato,preencher o formulário de adesão e pagara taxa de R$ 10,00 (tanto na adesão quantona renovação). A carteirinha do Clube deDescontos tem de ser retirada na sede doSindijor e vale por um ano. As primeirascarteirinhas feitas começam a expirar estemês; venha ao Sindijor e renove-a.

Pela ALL Sul (precisa carteira do

Clube de Descontos)

Academia Kodokan – karatê

Bar do Peixe de Rio – bar e

petiscos

Bar Zozzziedade – vídeo bar

China Food – disk entrega

Cobra Vídeo – vídeo-locadora

Consultório Primeira Dentista

Consultório Rodrigo Cintra

Diva Ledesma - música ao vivo

Estrela do Sul – hotel

La Fountaine – instituto de beleza

Lírios do Campo – disk entrega

Per Tutti - churrascaria

Pizza Set – disk entrega

Potato Express – disk entrega

Saile – salão de beleza

Santaclin – clínica de

fonoaudiologia

Skill Guabirotuba – escola de

línguas

SP Vídeo Pizza – disk entrega

SP Vídeo Pizza – vídeo-locadora

Wizard Batel – escola de línguas

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apresentarem a carteira da Fenaj.

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517 - Batel. Telefone: (41) 222-

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Telefone: (42) 3028-0300.

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Na região de Curitiba, são os hotéis

Howard Johson (São José dos

Pinhais) e Windsor (Centro de

Curitiba). Em São Paulo, a rede

possui os seguintes hotéis: St. James

(Itaim Bibi), Baden Baden (Campo

Belo), The First Full (Jardins),

Sausalito Flat (Jardim Paulistano).

Garden Special (Jardins) e Howard

Johnson (Faria Lima). Mais

informações: www.astron.com.br. A

central de reservas e informações

funciona nos números (41) 3029-

3006 e 0800 41 9907 (Curitiba) e

(11) 5542-5599 e 0800 55 5598

(São Paulo). E-mail

[email protected] e

[email protected].

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Imprensa no ParanáJUSTIÇA DO TRABALHO REINTEGRA JORNALISTA

A jornalista Valéria Prochmann foi reintegrada ao quadro de profissionais de comunicação daCopel por decisão da Justiça do Trabalho. A inclusão involuntária do nome da jornalista no

plano de demissão incentivada da empresa em 1999 foi considerada irregular.

Jornalista recebede empresárioameaça de morteOjornalista João Natal Wolff Bertotti, repórter da Gazeta do Povo, sofreu ameaças do empresário

Romano Antonio Zambom, sócio do bingo Royal, por ter feito uma matéria publicada naGazeta do Povo no dia 17 de março, em que relatava a prisão do empresário, ocorrida no dia

anterior por determinação da Justiça do Trabalho.Após ser solto, o empresário ligou para o jornalista insultando-o e fazendo ameaças. Bertotti

também foi ameaçado por telefone pelo irmão do empresário, Gianfranco Zambom, que serviracomo fonte na matéria. Descontrolado, o empresário ainda ligou para o editor Oscar Röcker, naGazeta, confirmando as ameaças ao repórter, declarando, entre outras coisas, que iria “passar ocarro em cima” de Bertotti e faria as filhas do jornalista sofrerem.

As ameaças de morte foram explícitas. Zambom falou que mataria ou mandaria matar o repórter.Segundo Bertotti, o empresário não questionou dados da matéria, mas a publicação da sua prisão. Ojornalista registrou um boletim de ocorrência e fez uma representação criminal no Ministério Públicocontra o empresário. A deputada federal paranaense Clair da Flora Martins (PT) encaminhou aoMinistério da Justiça a denúncia feita pelo Sindijor de ameaças a Bertotti. A deputada classificoucomo absurda a ameaça ao jornalista. “Estes atos repressivos à imprensa são para coibir a pessoa adesenvolver o seu trabalho e provocar medo nos cidadãos”, afirmou.

O Clube Atlético Paranaense proibiupor uma semana a equipe de esportesda Rádio Transamérica de cobrir osjogos do time no Estádio JoaquimAmérico. A ordem foi dada no dia 21 demarço por dirigentes do clube, que, deforma prepotente, não admitiram acrítica do jornalista Airton Cordeiro, daequipe de Esportes da Transamérica, aoaumento do valor dos ingressos para osjogos do clube. No dia 18 de março,quando os dirigentes do Atlético iriam àrádio comentar o novo preço dosingressos, Cordeiro declarou que amedida era “um verdadeiro assalto aotorcedor”.

A figura de linguagem não foiassimilada pelo presidente João Fleury,que a tomou em sentido literal. Ele sedirigiu a Airton fazendo ameaças e

Transamérica foi proibidade ir a jogos do Atlético

exigindo uma retratação. Airton semanteve firme, e os dirigentes nãovoltaram ao assunto e nos dias seguintes,os repórteres da rádio, ao cobrir ostreinos do Atlético, não foram barrados.O impedimento veio apenas no jogo dodia 21, contra o União Bandeirantes, peloCampeonato Paranaense.

Posteriormente, nem ao Centro deTreinamentos do Caju os repórteres darádio puderam ir. A represália só foilevantada após uma negociação entre oclube e a emissora. Segundo Manoel deMedeiros, executivo da rádio, o Atléticonão exigiu nada da rádio em troca daliberação. A rádio esclareceu que nadatem contra a instituição Clube AtléticoParanaense, porém não negou suaposição acerca do aumento do preço doingresso.

Requião chama Época de �revista canalha�Após o governo do Estado ter

classificado como “mentiras” informaçõesde uma matéria da Gazeta do Povo queabordava o novo plano de cargos e saláriosdos professores da rede estadual, ogovernador Roberto Requião chamou arevista Época de “canalha”. Na primeirainvestida contra a imprensa, um anúncio(provavelmente pago com verbas públicas)desqualificava a matéria sob o título “Assete mentiras da Gazeta do Povo sobre oPlano de Carreira dos Professores do

Paraná”. Na ocasião, o Sindijor repudioua política de execração de jornalistas emfunção das disputas com os donos deveículos. Semanas depois, o governadorRoberto Requião declarou em entrevista àRádio CBN que a Época é uma “revistacanalha”. A razão do destempero dogovernador foi uma reportagem publicadapela revista na qual investidoresestrangeiros que fizeram críticas à decisãodo governo do Estado de anular o leilão de35% do capital da Sanepar.

A venda da Rádio CBN Curitiba parao grupo J. Malucelli trouxe mudançasna equipe de Jornalismo. Voltou ojornalista José Wille, comandando aequipe, que conta também com MicheleThomé, Gladimir Nascimento e Ney

Venda da CBN afasta jornalistasHamilton Michaud. Saíram Gisele Lima,Toni Casagrande e Melissa Bergonsi,além de Rodrigo Apolloni, que foi fazermestrado em São Paulo. A equipe deesportes, que era toda terceirizada,também sofreu alterações.

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E X T R A P A U T A - M A R Ç O / A B R I L - 2 0 0 4 - 7

Lazer e culturaMELHOR MATÉRIA SOBRE A ONU RECEBERÁ PRÊMIO

A Associação de Correspondentes das Nações Unidas abriu inscrições ao Prêmio Elizabeth Neufeer Memorial,iniciativa que escolhe a melhor matéria sobre a ONU publicada ou transmitida entre 1º de agosto de 2003 e 31

de julho de 2004. Informações: [email protected].

Foi um sucesso o Churrasco do Diado Jornalista, organizado peloSindijor, com apoio da

BrasilTelecom na sede da Associação dosCronistas Esportivos do Paraná (Acep),em Curitiba, no dia 3 de abril. O evento,que reuniu mais de 250 pessoas, entrejornalistas e estudantes contou com apresença do vereador André Passos (PT).

O prato principal estava primoroso,agradando a todos os convidados. A festafoi embalada pelo videokê, onde algunsexperimentaram seus dotes musicais, eo descontraído futebol. A animada tardefestiva dos profissionais da imprensacontou ainda com o sorteio de brindes epartidas de truco. Ricardo Rossi, RubensVandressen e Rodrigo Coelho Sellficaram com camisetas confeccionadaspara o evento; Simone Bello foi sorteadacom uma cesta de Páscoa oferecida pelaconfeitaria Lancaster.

O diretor de Cultura e Lazer doSindijor, Luigi Poniwass, avaliou comoum sucesso o evento. “Embora tenha sidonum local menor que do ano passado,havia muita gente, e todos estavam muitoanimados”, afirmou. Ele anunciou a voltado Ronda da Noite para o dia 4 de maio.Será no Villarigno Café, a partir das 20h.

A dataO Churrasco do Dia do Jornalista

ocorre sempre na semana do 7 de abril,Dia Nacional do Jornalista, data que lembraa abdicação de D. Pedro I em 1831,acontecimento no qual a participação daimprensa foi decisiva. Também nesta datafoi fundada, em 1908, a AssociaçãoBrasileira de Imprensa (ABI), entidade quedesempenharia papel importante na defesados interesses nacionais e da democracia.Outras datas também têm importância paraa imprensa, como o Dia Nacional daImprensa, data que era celebrada em 10de setembro, em homenagem à Gazeta doRio de Janeiro, primeiro jornal editado noBrasil (1808), mas que hoje é comemoradaem 1º de junho, em função da criação doprimeiro diário do país, o Diário do Rio deJaneiro, em 1821. Há também o 3 de maio,Dia Mundial da Liberdade de Imprensa,instituído pela Unesco para lembrar aDeclaração de Windhoek para a Promoçãode uma Imprensa Africana Independentee Pluralista, em 1991. É comemoradoainda o Dia do Jornalista Católico, que écelebrado em 29 de janeiro, numareferência a São Francisco de Sales,apologista católico da época da Contra-Reforma que se tornou padroeiro dosescritores e posteriormente dos jornalistas.

Sucesso no Churrasco doDIA DO JORNALISTA

Jornalistas almoçam no salão da Associação dos Cronistas

No videokê, jornalistas demonstramtodo o talento musical

Vereador André Passos, entre o presidente do Sindijor,Ricardo Medeiros, e o diretor executivo, Pedro Serápio

Jornalistas exibem habilidade com a bola no campo da Acep

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Sindicato dos JornalistasProfissionais do Paraná

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10 - E X T R A P A U T A - M A R Ç O / A B R I L - 2 0 0 4

OpiniãoPRESIDENTE DO SINDIJOR FAZ VISITAS A DELEGACIAS

O presidente do Sindijor, Ricardo Medeiros, faz uma viagem para visitar delegacias dosindicato no interior do Estado a partir de 26 de abril. Os encontros com profissionais e

estudantes de Jornalismo ocorrem em Cascavel, Pato Branco e Foz do Iguaçu.

O estágio e a luta pela defesa do bom JornalismoMário Messagi Júnior *

Oestágio sempre foi um temapolêmico entre os jornalistas.Por conta da proibição do estágio

em Jornalismo pelo artigo 19 da Lei83.284/79, o tema sempre esteve naagenda da categoria, confrontando-a,muitas vezes, com os estudantes. Poroutro lado, se havia um rigor espartanona lei, a falta de mecanismos mais efetivosde fiscalização sempre tornou o nossomercado alvo de toda sorte deaventureiros.

Neste quadro, os estágios irregularessempre foram um problema menor,exceto em situações extremas, nas quaisa ação do Sindijor foi necessária e efetiva.A convivência com pseudo-jornalistas,principalmente no interior do estado,sempre foi o problema maior e distinto,claramente, da questão do estágio. Logo,o tratamento dado a um problemadeveria, necessariamente, ser distinto dotratamento dado a outro.

Duas razões tornam tal distinçãoimperativa. A primeira, de ordem política.Os estudantes, em poucos anos, setornam parte da categoria. Por isso,devem ser também convidados ouconvencidos a discutir as políticas dosindicato para o estágio em Jornalismo.É ruim para a entidade produzir umareação negativa nos estudantes, porrazões estratégicas e por respeito político.A segunda razão é ética. Estudantes estãose preparando para ingressar numacarreira que, em tese, deve durar a vidainteira. A sua relação ética com oJornalismo é substancialmente distinta darelação de aventureiros. Estudantes, emregra geral, não praticam extorsão, nãofiguram nas folhas de pagamento depoderes públicos, sem nunca terembotado os pés na sede do supostoempregador, nem tampouco escrevem eapuram tão mal quanto algunsapadrinhados ou protegidos empregadospor donos de jornais.

Por estas razões, o estágio emJornalismo sempre foi um capítulo à partena luta pelo exercício regular daprofissão, em defesa, principalmente, dobom Jornalismo para o leitor e o cidadão.Isto conduziu o Sindicato dos Jornalistasdo Paraná a defender, há quase dez anos,a regulamentação do estágio em

Jornalismo. O Sindijor chegou aestabelecer parâmetros bastante claros decomo o estágio em Jornalismo deveriaser realizado.

No entanto, na atual gestão, osindicato se deparou com outra realidade,mais ampla e mais complexa na questãodo estágio. Por conta de ter estabelecidoum entendimento com o CIEE, IEL eCetefe, o sindicato avalia os planos deestágio de alunos de Jornalismointegrados por estas agências. Muitosplanos têm se mostrado perfeitamentelegais em relação à Lei 83284/79, poisestabelecem atividades que não sãoprivativas de jornalistas. Portanto, nãorestritas pela lei. Apesar disso, fazem umaleitura bastante livre das restriçõesimpostas pela Lei 6494/77, que instituiuo estágio. Onde a lei determina que ohorário deve ser “compatível”,compatibilidade tem sido interpretadacomo “qualquer horário, em qualquerextensão, desde que não coincida comas aulas do aluno”, cabendo ao aluno,ainda, a tarefa de produzir estacompatibilidade. Há também estágiosnoturnos e madrugueiros. Porém, o maiscomum são os estágio de 8 horas diárias.O sindicato tem defendido que umajornada compatível não possa exceder a5 horas diárias. Com esta jornada, o

estudante pode ir para aula e estudar emcasa, o que faz parte do processo deaprendizagem de qualquer curso sério.Tem a seu favor a DRT, o MinistérioPúblico do Trabalho e o Conselho Federalde Educação, que já aprovou parecerlimitando, no ensino médio, a 8 horas ajornada de estágio somada a jornadaescolar.

A lei também estabelece que o estágioé atividade complementar. Logo não podesubstituir nem anteceder a formaçãoescolar. O sindicato tem defendido queos alunos só possa realizar estágio apósterem concluído, no mínimo, o segundoano de faculdade. Mas já viu estágios quecomeçaram antes do início das aulas docurso. Também é comum ampliar aabrangência do que a lei estabelece como“áreas afins” onde o aluno pode realizarestágio. Venda de carros, recepção,atendimento telefônico, organização deprontuários médicos e aulas de inglês sãoatividades que já figuraram em planos deestágio de alunos de Jornalismo. Asempresas descobriram o estágio comoinstrumento eficiente e barato decontratação de mão-de-obra semencargos trabalhistas, como férias, 13o,FGTS, etc.

Se as empresas são corruptoras, porum lado, encontraram o ambiente

propício para alcançar seus objetivos. Aexpansão do ensino superior privado criouum contingente sem precedentes deuniversitários com a obrigação de pagarseu curso superior. Por isso, os estudantesse vêem forçados a aceitar a exploraçãoe a burla via estágio. Muitas vezes,entendem o estágio como um benefícioindividual e não percebem o engodocoletivo. As escolas, por outro lado,abrem mão do papel de orientadoras e,muitas vezes, de coibidoras de abusos,pois estão próximas da situação financeirado aluno e lutam contra a inadimplência.As agências de integração têm tidoposições variadas. Algumas atuam comointegradoras de estágios e agências derecursos humanos e misturam as duascoisas, sem pudor. Ou seja, estimulam aburla à legislação em troca da taxa deintegração, normalmente de 10% da bolsado aluno. No entanto, as agências sériastêem feito seu trabalho, mas nãoencontram amparo na lei para inibirabusos, dada a real vagueza da 6494/77.

Diante de tudo isso, o Sindijorassumiu a luta ingrata de tentar pôr limiteà utilização da lei do estágio, em todas asáreas e não só em Jornalismo. A entidadeestá na mesma posição. Defende, ainda,a regulamentação do estágio, comosempre defendeu, mas tem lutado paraesta posição prevalecer em todas as áreas.Para tanto, já realizou eventos, participoude debates, procurou a DRT, o MinistérioPúblico, o Legislativo e outras entidadessindicais para discutir e construiralternativas. Longe de ser uma açãocontra o estágio, é uma ação a favor dele,da sua realização como atividadeformativa, acima de tudo. Em defesa,também, dos alunos, ainda que nocaminho tenha negado a alguns apossibilidade de realizar estágiosnitidamente distorcidos.

Se saiu da sua área tradicional deatuação, o Jornalismo, o sindicato, aoexigir regulamentação ampla, para todasas áreas, continua firme na defesa dostrabalhadores como um todo e, no casodos estudantes, dos futuros jornalistas etrabalhadores. Continua, em suma,classista.

* Mário Messagi Júnior é diretor deFormação do Sindijor e professor daUFPR.

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FormaçãoRISCO PARA JORNALISTAS NO BRASIL, APONTA IPI

Relatório da International Press Institute (IPI) apontou que o Brasil é um dos países mais perigosos daAmérica para o exercício do Jornalismo. Os mais visados são os jornalistas que investigam

corrupção, tráfico de drogas e outras atividades ilegais fora dos grandes centros urbanos.

A nona edição do Prêmio Sangue Novono Jornalismo Paranaense, promovido peloSindijor, com apoio do Banco do Brasil, teveum pequeno aumento no número deinscrições em relação à última versão. Foram257 trabalhos, de 610 alunos, registradosnas 11 categorias. Na versão anterior, haviamsido 252.

Participam do concurso acadêmicos de17 instituições do Estado: Cesumar,Faculdades Maringá, FaculdadeMetropolitana Iesb (Londrina), Fadep, FAO/Opet, União Dinâmica de FaculdadesCataratas (Foz), PUC-PR, UEL, UEPG,UFPR, UTP, Uniandrade, Unibrasil,UnicenP, Universidade Paranaense (Unipar,de Umuarama), União Educacional deCascavel (Univel) e Universidade do Nortedo Paraná (Unopar). O destaque foinovamente o Centro Universitário Positivo(Unicenp), que desta vez participa com 50trabalhos.

Sindijor lança a pré-sindicalização de estudantesEm abril, mês dos jornalistas, o

Sindicato dos JornalistasProfissionais do Paraná está

lançando a pré-sindicalização dosestudantes de Jornalismo na sua área deabrangência. O estudante que optar poresta condição irá receber em casa o jornalExtra Pauta pelo qual ficará a par dasdiscussões da classe nos níveis estadual,nacional e internacional, e os boletinseletrônicos do Sindijor, fonte deinformações quentes sobre a categoria,com informações que certamenteajudarão na formação acadêmica.

A condição de pré-sindicalizado dáainda ao estudante a carteira do clubede descontos ALL Sul, para desfrutarpreços reduzidos em cinemas,restaurantes, locadoras e diversosestabelecimentos. Ele ainda seráconsiderado como um jornalistasindicalizado em dia ao usar a bibliotecae participar dos eventos promovidos peloSindijor. O custo para a pré-

sindicalização é de R$ 15,00, apenas paracobrir as despesas operacionais.

O Sindijor produziu camisetas paraserem vendidas aos pré-sindicalizados aopreço de R$ 15,00. Para efetivar a pré-sindicalização, além da taxa, é necessárioapresentar aos centros acadêmicosparceiros ou ao Sindijor declaração dematrícula acompanhada da ficha deinscrição devidamente preenchida. Coma pré-sindicalização, o Sindijor visa seaproximar dos estudantes e fomentar osentimento de classe. Conforme explicao diretor de Formação do Sindijor, MárioMessagi Júnior, a pré-sindicalização temdois aspectos. Por um lado, o sindicatoaumenta o vínculo com os estudantes,buscando novos filiados já nos bancosuniversitários, ao mesmo tempo em queo estudante se sente integrado à classe.Por outro lado, o Sindijor visa fortalecero movimento estudantil provendo a eleuma estrutura mínima e deixandoinformado das demandas da classe.

Acontece de 6 a 9 de maio, noEstação Convention Center, emCuritiba, a Exposição Publicidade,Comunicação & Cidadania, iniciativa doCentro de Ação Voluntária de Curitibae da Parceiros da Vida. No evento, queintegra a III Mostra de Ação Voluntária,Cidadania e Responsabilidade Social,serão apresentados trabalhos realizadosvoluntariamente por agências depropaganda, empresas de design,assessorias de imprensas e veículos decomunicação para organizações não-governamentais (ONGs).

O objetivo do evento, que deve terum público de 10 mil pessoas, é fixarno visitante as empresas que dedicamparte do tempo e trabalho ao fomentodesenvolvimento social, apoiandoiniciativas de entidades sem finslucrativos. A exposição dos trabalhos

Sangue Novo tem 257 trabalhos emdisputa nas 11 categorias

A novidade desta edição foi amodalidade de assessoria de imprensa, quecontou com sete trabalhos inscritos, de12 alunos de quatro instituições (PUC,UEPG, UnicenP e UTP). Segundo o diretorde Formação do Sindijor, Mário MessagiJúnior, é surpreendente o aumento nonúmero de trabalhos inscritos, pois, umavez que as mudanças no processo deinscrição exigiram uma maior densidadeteórica, era esperada uma diminuição nonúmero de trabalhos – o que nãoaconteceu.

Até o dia 7 de junho devem ser divulgadosos trabalhos classificados. A cerimônia deentrega dos prêmios está prevista para o dia17 de junho, às 20h, no Sesc da Esquina.Para ter acesso à listagem completa dostrabalhos por escola, vá no site do Sindijor(www.sindijorpr.org.br) e clique emInstitucional e depois em 9º SANGUE NOVO- Trabalhos por instituição.

Evento mostra comunicação comprometidacom desenvolvimento social

também servirá para mostrar acapacidade criativa e a competênciatécnica das empresas de comunicaçãodo Estado que desejam conquistar acredibilidade da sociedade ao semostrarem socialmente responsáveis.Paralelamente à exposição haverápalestras e mesas-redondas sobre aresponsabilidade social corporativa, queirão atrair empresários do Paraná.

O Centro de Ação Voluntária (CAV),organizador da exposição, foi criado háseis anos e tem como missão articulare organizar a demanda de trabalhovoluntário nas instituições sociais queprecisam desta colaboração. AParceiros da Vida é uma organizaçãoda sociedade civil sem fins lucrativosdestinada a disseminar o conceito demarketing social e comunicaçãointegrada ao terceiro setor.

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Imprensa NacionalJORNALISTA CONTA HISTÓRIA DO FUTEBOL DE SALÃO NO PARANÁ

O jornalista Firmino Dias Lopes está lançando o livro “A História do Futebol de Salão no Paraná”, pelaImprensa Oficial do Estado. Dias Lopes é presidente da Federação Paranaense de Futebol de Salão. Na

obra, ele narra a chegada da modalidade no Estado, em 1955, e a trajetória do esporte.

Definido calendário paraeleições na Fenaj

A Assembléia de Conselheiros daFederação Nacional dos Jornalistas(Fenaj), reunida no dia 27 de abril no Riode Janeiro, aprovou o calendário para aeleição da nova diretoria, este ano, econstituiu a comissão eleitoral. Nos dias6, 7 e 8 de julho, acontecem as eleiçõespara escolha da diretoria que ficará nagestão no período 2004-2007. A votaçãoserá realizada em todos os sindicatos dejornalistas, inclusive no Sindijor, e, pormeio de urna itinerante, em alguns locaisde trabalho. Além da comissão eleitoralnacional, haverá comissões eleitorais emcada sindicato.

O registro de chapas acontece na sededa Fenaj, em Brasília, até o dia 12 de maio,

A criação de uma RedeInternacional de MulheresJornalistas que permita dar “maisvisibilidade” ao trabalho e àsituação das comunicadoras foiaprovada no dia 28 de março, noRio de Janeiro, no encerramentoda II Conferência Latino-Americana de MulheresJornalistas, na qual participaramcomunicadoras do Brasil,Argentina, Costa Rica, ElSalvador, Espanha, México,

às 18h, através de ofício dirigido aopresidente da Comissão Eleitoral Nacional,assinado pelo candidato a presidente ou poralgum integrante da chapa, e pelo candidatoavulso. Ao ofício precisam ser anexadosfotocópia da Carteira de Identidade deJornalista atualizada e declaração dosindicato de que o jornalista está apto adisputar as eleições. As chapas registradasdevem ter, no mínimo, 25% dos cargosocupados por mulheres. A posse da novadiretoria ficou marcada para 7 de agosto.O edital de convocação das eleições pararenovação da diretoria da Fenaj estádisponível em http://www.sin dijorpr.org.br/pub/ publicacoes/ fdd2e8e0e0815b11bd5eb29e1d9274ed. doc.

Conferência de MulheresJornalistas aprova

criação de redeNicarágua, Panamá, Paraguai,Peru e Venezuela. Segundo ajornalista Ana Paula Mira,representante do Sindijor naconferência, outra proposta foi acriação de núcleos de mulheresjornalistas nos sindicatos paradiscutir temas de interesse,alertando sobre os problemas dediscriminação no trabalho eencontrando formas de evitar areafirmação de estereótipossexistas na imprensa.

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E X T R A P A U T A - M A R Ç O / A B R I L - 2 0 0 4 - 13

HistóriaLIVRO MOSTRA MORTES E DESAPARECIMENTOS NA DITADURA

O jornalista Luis Fernando Assunção lançou o livro “Assassinados pela ditadura”. Publicado pela EditoraInsular, traz uma série de reportagens publicada no jornal A Notícia, com entrevistas de familiares dos 10

catarinenses desaparecidos ou mortos políticos durante o regime militar.

Associação dos Cronistas Esportivos do Paraná completa 75 anos

A Associação dos CronistasEsportivos do Paraná (Acep)completou no dia 6 de março

75 anos de fundação. A data foicomemorada com um jantar quehomenageou todos os ex-presidentesda entidade, que congrega jornalistase radialistas. A entidade é uma das maisantigas associações de cronistasesportivos do Brasil.

A Acep é a responsável, dentro doEstado, pelo credenciamento deprofissionais que cobrem esportes queos autoriza a entrar em locais deeventos esportivos. Mas nasceu em1929 como um clube de encontro dosjornalistas, conforme explica seu atualpresidente, Osvaldo Tavares de Mello.Não há registros dos sóciosfundadores, mas é quase certo queentre eles estava o radialista

Epaminondas Santos, da então recém-fundada rádio PR-B2.

A entidade passou por algumasreestruturações; a primeira delasrealizada nos anos 50 pelo presidenteJosé Muggiati Sobrinho. Hoje, a Acepconta com sede própria num terrenocedido pela Prefeitura de Curitiba noParque Peladeiro, Jardim Solitude. Asede social conta com dois campos defutebol (um de areia e outro de grama),salão de festas com churrasqueira,sauna seca e úmida e suítes parahospedagem de cronistas do interiorem viagem a Curitiba (que serãodesativadas). A única fonte de rendada associação é o credenciamento,realizado uma vez ao ano. Ela agoraluta para montar uma Biblioteca doEsporte, coletando acervo de livrossobre as mais diversas modalidades.

Mário Nery/Divulgação

Jornalista e vereador Mário Celso Cunha, o presidente Osvaldo Tavares deMello, o cronista José Cadilhe de Oliveira, o presidente do Sindicato dasEntidades Culturais, Recreativas de Assistência Social, de Orientação e

Formação Profissional do Paraná (Secraso), Milton Garcia, e o presidente daAssociação Brasileira dos Cronistas Esportivos (Abrace), Aderson Maia, na

festa de comemoração do aniversário da Acep.

A imprensa perdeu José Walter, oDeda, repórter-fotográfico e ex-jogador de futebol de salão. Ele atuoudurante 30 anos na Tribuna do Paranáe também no Diário da Tarde, Gazetado Povo e Correio de Notícias. Ele eseu irmão João Filho, também repórter-fotográfico, eram conhecidos como“os irmãos Walter”.

O jornalista Jorge Kudri, diretorexecutivo do jornal Diário Popular,morreu no dia 20 de fevereiro. Ele tinha65 anos e era também presidente daFederação Paranaense de Futebol deSalão. Em seu lugar, a federação elegeuo também jornalista Firmino DiasLopes.

A jornalista Deise Luz, quetrabalhava na RTVE, faleceu no dia 21de fevereiro, vítima de complicaçõesde uma parada cardiorrespiratória,sofrida em dezembro do ano passado.

OBITUÁRIO

Prezados, bom dia!Gostaria de parabenizar o

Sindijor pela postura adotada frenteaos últimos movimentos e decisõesjudiciais no sentido de manter adignidade do exercício de nossaprofissão.

Ressalto ainda a importância doBoletim Extra Pauta que mantémtodos os profissionais informadosdos acontecimentos relevantes.

Abraços, Lucimara O de OHipolito

CARTAS

O curso de Jornalismo daUniversidade Federal do Paranácompletou 40 anos. Criado no diaseguinte ao Golpe de 1964, o cursoenfrentou ao longo de sua históriadissabores que foram superados com adeterminação de mestres que formaramgerações de profissionais da imprensaparanaense.

A data foi comemorada com umfestival de cinema e vídeo de estudantesde Comunicação da Federal e outras

Em 1964, era fundado o curso de Jornalismo da UFPRinstituições. Um ciclo de palestrascomplementou as comemorações estemês, embora outros eventos devamocorrer ao longo do ano. O curso, queganhou as habilitações de RelaçõesPúblicas e Publicidade e Propaganda nadécada de 70, conta hoje com 350 alunose 23 professores, dos quais apenas 15são efetivos.

O curso expandiu o número de vagase flexibilizou a grade curricular, queestabelece 60% de disciplinas

obrigatórias e o restante em matérias dosdiversos cursos de Ciências Humanas,Sociais Aplicadas e, em parte, de Direito.

E, apesar dos reveses, o curso templanos para o futuro. Um deles étransformar a antiga Escola de Florestasda UFPR, onde o curso está instaladodesde o final de 2000, num centro dacomunicação da universidade,congregando, além da ImprensaUniversitária, também a rádio, a TV e aeditora da universidade.

Paraná lembra Golpe MilitarEventos marcaram os 40 anos do

golpe militar de 1964. Dois seminárioslembraram a data: um organizado peloCentro de Pesquisa e Apoio aosTrabalhadores (Cepat), em Curitiba,chamado “1964 – Uma história que nãodá para esquecer. 40 anos depois”, eoutro em Foz do Iguaçu, organizado peladelegacia regional do Sindijor – “AmargaLembrança”.

Em ambos esteve presente ojornalista Milton Ivan Heller, testemunhadas arbitrariedades que se seguiram àtomada do poder pelos militares. Helleré autor de dois livros sobre asperseguições da ditadura: “Resistência

democrática: a repressão no Paraná”(1988) e “Memórias de 1964 no Paraná”(2000, em parceria com Maria de LosAngeles González Duarte).

Trabalhando no jornal Última Hora eatuando como membro do ConselhoFiscal do Sindijor, por ocasião do golpe,Heller sentiu e testemunhou asperseguições e a censura movidas pelosmilitares. Logo depois do golpe, oSindijor, como diversos sindicatos àépoca, foi posto sob intervenção.“Embora o Paraná fosse um Estadoagrário e inexpressivo politicamente, elefoi duramente castigado pela repressão”,avaliou Heller.Milton Ivan Heller: memória

das agruras dos jornalistas

João de Noronha/Colaboração

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tabela de preçosSALÁRIOS DE INGRESSO OUT 2002/OUT 2003

Repórter, redator, revisor, ilustrador, diagramador,

repórter fotográfico e repórter cinematográfico 1.455,14

Editor 1.891,67

Pauteiro 1.891,67

Editor chefe 2.182,71

Chefe de setor 2.182,71

Chefe de reportagem 2.182,71

Estes são os menores salários que poderão ser pagos nas redações; Os valores

da tabela são para jornada de trabalho de 5 horas.O piso salarial da categoria é

definido em Acordo Coletivo de Trabalho, Convenção Coletiva e/ou Dissídio Coletivo.

FREE LANCE

Assessoria de imprensa

Serviço mensal local 1.455,14

Redação

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Reportagem fotográfica – ARFOC (tabela nova)

Reportagem Editorial

Saída cor ou P&B até 3 horas 245,00

Saída cor ou P&B até 5 horas 369,00

Saída cor ou P&B até 8 horas 624,00

Adicional por foto solicitada 90,00

Foto de arquivo para uso editorial 246,31

Reportagem Comercial/Institucional

Saída cor ou P&B até 3 horas 340,00

Saída cor ou P&B até 5 horas 540,00

Saída cor ou P&B até 8 horas 900,00

Adicional por foto 120,00

Reportagem Cinematográfica

Equipamento e estrutura funcional fornecida pelo contratante

Saída até 5 horas 266,00

Saída até 8 horas 326,00

Adicional por hora 100%

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Anúncio de jornais (interna) 533,51

Anúncio de Revista (interna) 574,75

Capa de Disco, calendário, revista, jornal 900,00

Outdoor 1132,26

Cartazes, Folhetos e Camisetas 369,53

Audiovisual até 50 unidades 1530,00

Audiovisual acima de 50 unidades a combinar

Diária em reportagem que inclui viagem a combinar

Reportagem aérea internacional a combinar

Hora técnica 71,73

Observações importantes:

A produção (filme, laboratório, hospedagem, transporte, seguro devida, credenciamento, etc.) é por conta do contratante; Narepublicação, serão cobrados 100% do valor da tabela; A fotoeditorial não pode ter Utilização comercial. Trabalhos publicados semcrédito, junto à foto, sofrerão multa de 50% sobre seu valor, conforme alei 9610 de 19/02/98.

Castello – a marcha para aditaduraLira Neto, 432 pp., EditoraContexto, São Paulo, 2004; R$43,90.Ele foi o primeiro e o maiscontrovertido dos presidentesmilitares conduzidos ao poderapós o golpe de 1964. Entre seus

pares de quartel, tinha fama de intelectual e deexímio estrategista. Para os adversários, noentanto, era um marechal truculento, vaidoso edissimulado, movido apenas pelo rancor, pelaambição e pela vingança. Exatos 40 anos depoisde tomar posse do mais alto cargo da República,Humberto de Alencar Castello Branco ganha umabiografia definitiva, do jornalista e escritor LiraNeto, que convida o leitor a penetrar nosbastidores da caserna e dos palácios, paradesvendar, enfim, o enigma e as contradições deum homem que, amparado por um discursodemocrático, liderou um movimento que arrastariao país para 20 anos de ditadura. O livro é fruto deuma sólida pesquisa, que envolveu a consulta amais de três mil documentos – incluindo cartaspessoais, correspondência oficial, memorandossecretos, bilhetes, diários – colhidos diretamenteno arquivo pessoal de Castello, hoje sob a guardado Exército. Além desse material, em sua boaparte até aqui inédito, foram realizadas mais deuma centena de entrevistas com personagens etestemunhas oculares dos fatos descritos novolume, o que ajuda a compor um retrato de corpointeiro do biografado – e a fugir das armadilhasfáceis do maniqueísmo, o pecado original dogênero biografia.

Cães de guarda – Jornalistas ecensores, do AI-5 à Constituiçãode 1988Beatriz Kushnir, 408 pp., BoitempoEditorial, São Paulo, 2004; R$45,00Doutora em História Social doTrabalho pela Unicamp, BeatrizKushnir lança pela Boitempo, nos

40 anos do golpe de 1964, livro sobre um dosaspectos fundamentais do regime militar: suarelação com os órgãos de imprensa, da censura àcolaboração. O objetivo é mostrar a existência dejornalistas que foram censores federais e quetambém foram policiais enquanto exerciam afunção de jornalistas nas redações. Apesquisadora explora a formação, as basesjurídicas e as diretrizes que orientavam o trabalhoda censura, baseando-se em extensa pesquisadocumental, além de entrevistas, inclusive com 11censores – um aspecto inédito – cujo trabalho era“filtrar”, na imprensa e nas artes, o queincomodasse o regime não só no campo político,como também na cultura e até no campo damoral. Outro foco do trabalho é a cumplicidade daimprensa, especialmente da Folha da Tarde –veículo onde trabalhavam vários militantes deesquerda até a época em que o jornal ficouconhecido como Diário Oficial da Oban (OperaçãoBandeirantes) – com o regime militar e seuaparelho repressivo: os diretores do jornal eramao mesmo tempo funcionários da polícia,reconhecidamente. Eles mesmos confirmam ementrevistas. O livro toca num tema delicado e,indiretamente, critica historiadores de renome quefazem a história da imprensa “esquecendo” ocaso da FT.

Manual de assessoria deimprensaGilberto Lorenzon e AlbertoMawakdiye, 80 pp., EditoraMantiqueira, Campos do Jordão,2004; preço: R$ 12,00.Resultado da vivênciaprofissional de dois jornalistas,Gilberto Lorenzon e AlbertoMawakdiye que, conforme o

conhecido jargão, trabalharam dos dois ladosdo balcão (os autores atuaram tanto em

Biblioteca da comunicaçãoredações de jornais e revistas como emassessorias de imprensa), o livro evita suasarmadilhas comuns neste tipo de obra: oexcesso de teoria e o velho estilo “receita debolo”. Sem renunciar à fundamentação teórica,os autores procuram mostrar qual é hoje otrabalho de uma moderna assessoria deimprensa, e discutir as metodologias eestratégias que podem tornar este trabalhomais eficiente. Nos 16 capítulos que compõemo livro, os autores partem de situaçõesemblemáticas que pontuam o cotidiano de umaassessoria de imprensa, e a partir daí discutemas várias possibilidades de ação.

Fama e anonimatoGay Talese, 504 pp., Companhia das Letras,São Paulo, 2004; preço a definir.No início dos anos 60, o repórter Gay Talesesaiu pelas ruas de Nova York e descobriu umasegunda Estátua da Liberdade, cuja únicafunção era confundir os desavisados. Descobriutambém que os nova-iorquinos piscavam emmédia 28 vezes por minuto; que sob chuva omovimento do comércio caía de 15% a 20%,mas menos gente se matava nestes dias; queum mergulhador ganhava a vida recuperandoobjetos perdidos no fundo da baía; que asprostitutas promoviam anualmente um baile emhomenagem aos cafetões da cidade, e que asfaxineiras do Empire State Building encontravamnas 3 mil salas do edifício mais ou menos US$5 mil todo ano. Fama e anonimato, que reúnetrês reportagens recheadas destas saborosasinformações aparentemente inúteis, é o sexto dasérie Jornalismo Literário, da Companhia dasLetras.

Eleições presidenciais em 2002 no Brasil:ensaios sobre mídia, cultura e políticaAntonio Albino Rubim (org.), 164 pp., HackerEditores, São Paulo, 2004; R$ 26,00.Este livro reúne textos que analisam váriasdimensões da cobertura da mídia sobre aseleições presidenciais de 2002 que, de mododiverso dos pleitos de 1994 e 1998, forammarcadas por uma ampla visibilidade doscandidatos tanto nos jornais e revistas quantonas emissoras de rádio e televisão. Resultadode investigações empreendidas porpesquisadores de várias instituiçõesacadêmicas (UFBA, UnB, UFC, PUC-SP e Iuperj)que atuam na área da Comunicação e daCiência Política, os textos publicados discutemtemas ligados à mídia e ao embate eleitoral de2002: a cobertura do “caso Roseana”, o horáriogratuito, o uso do medo como arma política, asestratégias retóricas, as questões davisibilidade, a valoração e os enquadramentosdos candidatos pelos principais jornais e pelacobertura da TV Globo – e, de modo maisamplo, a relação entre mídia, política e cultura.

Mídia Teoria e PolíticaVenício A. de Lima, 368 pp., Editora FundaçãoPerseu Abramo, São Paulo, 2004; R$ 30,00A Editora Fundação Perseu Abramo lança asegunda edição de Mídia: Teoria e Política, deVenício A. de Lima, atualizado com capítulosobre a concentração da mídia e a entrada decapital estrangeiro no setor. A primeira ediçãofoi publicada em 2001. O capítulo 4,“Comunicações no Brasil: novos e velhosatores”, foi reescrito para abranger dados maisrecentes sobre a concentração da propriedadena mídia e destacar as implicações daaprovação pelo Congresso Nacional daEmenda Constitucional nº 36, que deu novaredação ao artigo 222 da Constituição Federalpara permitir a participação de pessoasjurídicas no capital social de empresasjornalísticas e de radiodifusão. O autor tambémanalisa o papel da televisão na políticabrasileira e apresenta conceitos para acompreensão da centralidade da mídia nomundo contemporâneo.

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E X T R A P A U T A - M A R Ç O / A B R I L - 2 0 0 4 - 15

EntrevistaPROJETO QUER RESTAURAR APOSENTADORIA ESPECIAL PARA JORNALISTA

O deputado federal Carlos Nader (PFL-RJ), o mesmo que quis aumentar a jornada de trabalhopara jornalista, agora quer restaurar a aposentadoria especial para a classe, extinta há cinco

anos. Pelo projeto, jornalistas poderiam se aposentar aos 25 anos de trabalho.

ALESSANDRA SILVÉRIO:Globo Repórter e a mediação de olhares

Jornalista formada pela UniversidadeTuiuti do Paraná, AlessandraSilvério, deve publicar ainda este

ano o livro “Globo Repórter: ummediador entre o olhar do homem e arealidade”, em que analisa o programa daRede Globo veiculado há mais de 30anos. Resultado de seu trabalho deespecialização em ComunicaçãoAudiovisual da PUC-PR, o livro estásendo analisado por três editoras. Naobra, a jornalista – que também éroteirista – traz a história do programa, oestudo de caso de duas edições e analisao poder do programa como agente deconstrução social e de mediação entre ohomem e a realidade. Para ela, oprograma ao longo de sua história soubetratar bem a linguagem audiovisual, e seugrande público – de 30 milhões depessoas – se deve ao reconhecimentodesta competência.

Extra Pauta — Qual a tese central dolivro?

Alessandra Silvério — O poder doGlobo Repórter no processo deconstrução da realidade social.

Extra Pauta — O que motivou você apesquisar o tema?

Alessandra — O interesse pelo temasurgiu na época que eu ainda eraestudante de Jornalismo. Tinha queescolher um tema para meu projeto deconclusão da graduação. Foi quando emmaio de 2001, acabei me deparando,numas dessas zapeadas, com o GloboRepórter sobre o HC de São Paulo, feitopela Graziela Azevedo. Aquele universoaudiovisual trouxe à tona a lembrança damorte de meu pai – que era um vendedorde livros da Editora Abril. Naquelemomento decidi pesquisar sobretransplantes de órgãos. Era esse um dossubtemas daquela edição. Em agosto domesmo ano, já na pós-graduação, tomei oGlobo Repórter como objeto de estudo. Aminha curiosidade me instigava. Quantomais eu pesquisava, mais fascinada euficava. E as dúvidas iam surgindo... Mascomo ele é feito? O que motiva 30milhões de espectadores a assistir a elesemanalmente? O que contém suatrajetória histórica? Quais são os temasabordados e porquê? É realidade ousimulacro do real? Até que ponto ele tem

o poder de construir a identidade dopovo? Qual o perfil dos personagens desuas reportagens? E o estilo dalinguagem? Durante longos três anosessas perguntas permeavam inclusivemeus sonhos. No meio da noite, eu tinhaidéias. Parece até coisa de maluco... maseu levantava da cama e as escreviarápido num papel, para não esquecê-las.

Extra Pauta — Os jornalistastradicionalmente fazem reservas aoGlobo Repórter, por considerá-lo umprograma que teria tudo para “rendermais” em termos de abordagem,investigação e conteúdo – mas nuncaatingir esta meta. Você concorda?

Alessandra — Não concordo. Aedição “Repórter: Profissão Perigo” quetrata sobre a morte de Tim Lopes, tambémé analisada no livro, é um bom exemplo deque há uma forte preocupação do GloboRepórter, sim, com a qualidade daabordagem, da investigação e doconteúdo audiovisual. O que talvezmuitos não saibam é que cada programa égravado três semanas antes de ir ao ar.São dias e dias dedicados à produção,reportagem, gravação em estúdio, ediçãoetc. Um programa de 45 minutos deduração, gravado em VT, não se faz em 45minutos. Requer muito, mas muito maistempo do que isso. Apesar da edição deTim ter sido feita dentro de um dead line

mais enxuto, ou seja, em menos de 21 dias,não a considero superficial. Muito pelocontrário. Além de ser muito rica emdepoimentos de profissionais da área,aborda de forma investigativa a ditadurado crime organizado no Rio de Janeiro. Apreocupação pela elaboração de umaudiovisual de qualidade, capaz de atrair aatenção de quem está do outro lado datelinha, não é somente do apresentador,ao contrário do que se possa imaginar. Éum trabalho de equipe. Para se ter umaidéia, o Globo Repórter ressurgiu doGlobo Shell, introdutor da linguagemcinematográfica na TV e sobrevivente daditadura militar, em 1967. Lutou contra aárdua censura, driblou obstáculos econquistou o direito de informar.Considero o Globo Repórter funcional,dinâmico e ousado. Acho perigosos essestais “rendimentos”, ou seja, essasabordagens dilatadas e expandidas.Acredito que deste modo corre-se o riscode perder o fio condutor temático doprograma e torná-lo desinteressante.Considero que muitos programas de TVpor aí pecam por usufruir desta sede de“rendimento”.

Extra Pauta — Você afirma que oGlobo Repórter “é uma junção defragmentos retirados da realidade -captados pelas lentes das câmeras”. Aque se presta esta fragmentação?

Alessandra — Com a justaposiçãode sons e imagens o Globo Repórter criaum universo audiovisual referencialparalelo ao real. Utiliza recursossonoros e imagéticos, recortados domundo real, que depois passam aexercer papéis específicos e funcionaisno audiovisual. Palavra, música, som esilêncio, cada um ao seu modo, integra-se às imagens e gera uma novasignificação. Imagens e sons podemexpressar situações de alegria, tristeza,luta, vitória e refletir a vida registradapelas lentes. Com mais de mil programasveiculados, documentou trajetória deanônimos e celebridades, estabeleceu oretrato do povo, identidadescompartilhadas, plurais. Contouhistórias de gente pobre que ficou rica efamosa; de pessoas que conseguiram securar de câncer, aids ou por meio de umtransplante; da luta contra a obesidade,envelhecimento, doenças do coração;de relacionamento de pais e filhos,namorados, casados, amigos. Do amorincondicional de humanos e animais.Abordou a importância da fauna e daflora na preservação de animais ereservas naturais freqüentementeameaçadas de extinção pelo homem.Teve como protagonistas de suasreportagens personagens da vida real.Criou imaginários nas mentes daspessoas baseados numa pequenaparcela do real.

Extra Pauta — Quando o livro deveser publicado?

Alessandra — A publicação aindaestá em fase de negociação. Tenho trêsgrandes editoras do eixo Rio-São Paulointeressadas em publicá-lo, mas estoupreferindo aguardar novas propostas. Olançamento certamente será em Curitiba.

Extra Pauta — Quais são os outrosprojetos?

Alessandra — No momento,pretendo terminar de escrever meusegundo livro. O que posso adiantar, porenquanto, é que ele segue a linhaJornalismo científico e de utilidadepública. No final de maio, pretendoretomar o “De Olho na Saúde” - projetode TV, rádio e Internet e definir oscaminhos do meu roteiro de longa-metragem.

A jornalistaAlessandra Silvériomostra o GloboRepórter como umconstrutor derealidades

Ivonaldo Alexandre/Colaboração

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16 - E X T R A P A U T A - M A R Ç O / A B R I L - 2 0 0 4

FotojornalismoARFOC-BRASIL FAZ CONGRESSO EM CURITIBA EM JUNHO

A Arfoc-Brasil confirmou para os dias 18, 19 e 20 de junho deste ano em Curitiba arealização do II Congresso Nacional de Jornalistas de Imagem. A entidade alterou o plano

original, que era de realizar o congresso em Antonina, no litoral do Estado.

Aos 22 anos de idade, orepórter-fotográficoDaniel Derevecki já

acumula experiência de dois anos nofotojornalismo diário, especialmentena cobertura esportiva e policial.Trabalhando no jornal O Popular, deAraucária, sua cidade natal, ele temexercido profissionalmente a paixãoque vem de infância.

“Optei pelo fotojornalismoporque gosto de observar com olharcrítico as coisas que vejo. Já fizoutros trabalhos fotográficos emestúdio, casamentos, festas deaniversário e fotografias aéreas, maso fotojornalismo me permite mostraràs pessoas a minha maneira de ver omundo”, afirmou. Derevecki mantémuma página na internet (http://danielderevecki.cjb.net).

A particularidade de seu trabalhoé a valorização de pequenosdetalhes, com o uso deenquadramentos por elementos dolocal, usados como molduras nasfotos. “Buscar imagens com reflexosou até mesmo espelhadas peloretrovisor do carro”, disse.

Quando perguntado sobre quemsão os grandes nomes dofotojornalismo, Derevecki prefereficar com os talentos locais. “Admiromuito o trabalho do João Bruschz edo Jonathan Campos, da Gazeta doPovo, do Átila Alberti, de O Estadodo Paraná, do Jonas Oliveira e doWashington Fidélis, do Jornal doEstado. Curitiba é muito rica emtalentos”, afirmou.

DETALHESOlhar crítico que valoriza osDaniel Derevecki/Colaboração

Grave acidente na BR-376, próximo ao Ceasa

Ipês amarelos mudamo colorido da

paisagem urbana deCuritiba

Manifestaçãoestudantil

contra aguerra no

Iraque.Adolescente

diz que omundo nãopode ficar

nas mãos deuma sópessoa

Daniel Derevecki

Gilson Gerber/Colaboração

Dan

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abor

ação

Daniel Derevecki/Colaboração