FACULDADE 2 DE JULHO GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO COM

HABILITAÇÃO GERAL

TATIANE ROSE PEREIRA DOS SANTOS

TERCEIRIZAÇÃO DOS SERVIÇOS CONTÍNUOS DO SETOR PÚBLICO: ESTUDO DE CASO DA POLÍCIA FEDERAL DE

SALVADOR

Salvador 2006

TATIANE ROSE PEREIRA DOS SANTOS

TERCEIRIZAÇÃO DOS SERVIÇOS CONTÍNUOS DO SETOR

PÚBLICO: ESTUDO DE CASO DA POLÍCIA FEDERAL DE SALVADOR

Monografia apresentada ao curso de graduação em Administração Geral Faculdade 2 de Julho como requisito parcial para obtenção do grau de bacharel em Administração Geral.

Orientadora: Profª. Alessandra Giovana Borges.

Salvador

2006

TERMO DE APROVAÇÃO

TATIANE ROSE PEREIRA DOS SANTOS

TERCEIRIZAÇÃO DOS SERVIÇOS CONTÍNUOS DO SETOR PÚBLICO: ESTUDO DE CASO DA POLÍCIA FEDERAL DE

SALVADOR

Monografia aprovada como requisito parcial para obtenção do grau de

Bacharel em Administração de Empresas, Faculdade 2 de Julho – F2J,

pela seguinte banca examinadora:

Alessandra Giovana Oliveira Borges – Orientadora _________________________ Titulação: Especialista em Gerenciamento de Projetos

Instituição: Fundação Getúlio Vargas

Catarina Ferreira Silveira _______________________________________________ Titulação: Mestre em Administração Instituição: Universidade de Extremadura (Espanha)

Thereza Olívia: _______________________________________________________

Titulação: Mestre em Desenvolvimento humano e Responsabilidade Social Instituição: Fundação Visconde de Cairu.

Salvador, _____de _______________ de 2006.

À

Deus por ter me dado esta grande oportunidade. Minha mãe, por ter me incentivado a estudar e a aprender. Sei que este é o meu primeiro passo nos degraus da vida, mas a base eles

já mim deram.

AGRADECIMENTOS

A DEUS pelos instantes em que a alegria deu lugar á tristeza; a disposição ao

cansaço, agradeço também as dificuldades superadas, as noite renunciadas, e

todas as barreiras que consegui vencer. A sua energia transmitida revertiu meu

coração de esperança e me fez trilhar sempre em frente; não porque sabia o lugar

certo aonde chegar, mais pela certeza que sua luz clarearia o meu caminho para

chegar ao meu objetivo. Agradeço também a Meishu-Shama pela elevação

espiritual que me trouxe muita disposição.

São poucas e tão especiais as pessoas a quem quero agradecer por ter

conquistado um dos meus objetivos.

Aos meus irmãos, por terem me dado suporte para eu vencer os obstáculos e não

desistir nas dificuldades que ocorreram.

A meu namorado, que me ajudou da melhor maneira, confortando-me.

À Alessandra Giovana e Vanessa, orientadora e professora que

contribuíram para a formação de um caráter, compartilhando experiência,

dedicação, reconhecimento e respeito. Que além de educadoras foram

amigas e partilharam alegrias e tristezas.

A meus Pais, se orgulhosos vocês me aplaudirem estarei modesta a

escutar o eco das palmas vibrando, e em resposta, minha voz contida

falara: quem merece estas palmas são vocês - pois ensinou-me a lutar e

meus projetos concretizar.

A todos que possibilitaram essa experiência enriquecedoras e

gratificantes de maior importância para meu crescimento humano e

profissional.

“Eu já vi a sociedade modificar a lei; nunca, porém, vi

a lei reformar a sociedade.”

Anatole France

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo analisar os procedimentos da terceirização no setor público, procedimentos estes que se distinguem dos da iniciativa privada. Além

disso, será feita uma análise da estrutura do setor público, para a melhor compreensão de como a terceirização se insere em tal contexto. A Polícia Federal

de Salvador será utilizada como estudo de caso, com o objetivo de materializar estes conceitos abordados. Foi realizada pesquisa de campo, entrevista não-estruturada com as pessoas do departamento.

Palavras-chave: Terceirização; setor público; polícia federal; administração pública.

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Comparativo das atividades meio e atividades fim.

Quadro 2 – Vantagens e Desvantagens da Terceirização.

Quadro 3 – Características Principais dos Modelos da Administração Pública.

Quadro 4 – Paradigmas da administração Pública e Privada.

Quadro 5 – Diferenças dos Setores Públicos e Privados

Quadro 6 – Objetivo do Setor Público X Privado.

Quadro 7 – Vantagens e Fatores Restritivos da Terceirização.

Quadro 8 – Cargos e números de funcionários da Polícia Federal de Salvador

Quadro 9 – Empresas contratadas, cargos e números de funcionários.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

1. TERCEIRIZAÇÃO

1.1. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA TERCEIRIZAÇÃO.............................

1.2. ALGUNS CONCEITOS ACERCA DA TERCEIRIZAÇÃO.......................

1.3. VANTAGENS E DESVANTAGENS DA TERCEIRIZAÇÃO...................

1.4. PROCESSOS DA TERCEIRIZAÇAO

2. SETOR PÚBLICO

2.1.CARACTERÍSTICAS DO SETOR PÚBLICO

2.2.CATEGORIAS DO FUNCIONAMENTO PÚBLICO

2.3.ESPECIFICIDADES DO SETOR PÚBLICO X SETOR PRIVADO

2.4.DIFICULDADES ENCONTRADAS PARA IMPLANTAÇÃO DA

TERCEIRIZAÇÃO NO SETOR PÚBLICO

3. TERCEIRIZAÇÃO NO SETOR PÚBLICO

4. POLÍCIA FEDERAL DE SALVADOR

4.1. OS FUNCIONÁRIOS (NÚMEROS, CARGOS E FUNÇÕES) ANÁLISE

DESCRITIVA.

4.2.ANALISE DESCRITIVA – COMO FUNCIONA A TERCEIRIZAÇÃO NO

DEPARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL

4.3. ANÁLISE CRÍTICA

CONSIDERAÇÕES FINAIS

REFERÊNCIAS

INTRODUÇÃO

Não é de hoje que se fala em terceirização. Analistas europeus associam a

terceirização ao que chamam de “especialização flexível”, ou seja, estaria surgindo

uma serie de empresas altamente especializadas na produção de algum item, mas

com alta flexibilidade para atender mudanças de pedidos dos seus clientes.

Este tipo de mão-de-obra existe tanto na seara privada, quanto na pública nos

órgãos municipais, estaduais e federais. Este projeto visa à pesquisa dentro do

Departamento de Policia Federal, o qual está ligado ao Ministério da Justiça,

fazendo parte da Administração Direta Pública do órgão Federal, relacionado

diretamente a terceirização dos serviços contínuos (limpeza, manutenção predial,

digitação entre outros). Ressaltando que não poderá haver terceirização de mão-

de- obra para serviços de atividades especifica, neste caso a atividade policial, pois

a contratação dar-se-á através de concursos públicos.

No segmento dos órgãos públicos, as áreas mais comuns em processo de

terceirização são: vigilância, manutenção em geral, limpeza, serviços de

alimentação, correspondência, portaria, secretaria, telefonia, oficina mecânica,

serviços de malotes e alguns setores administrativos.

Esta pesquisa tem a finalidade verificar os motivos que levaram a implantação deste

tipo de mão - de – obra, buscando responder a seguinte indagação: Ate que ponto a

terceirização pode ser introduzida no setor público, mais especificamente na Policia

Federal?

Parte-se do pressuposto que comparativamente a realidade das instituições privada,

a o crescimento da terceirização, será uma boa estratégia para o setor público, mais

especificamente para Polícia Federal, no âmbito das atividades meio (vigilância,

limpeza, manutenção predial, recepção entre outras), com isso proporcionara

redução de custos, eliminação dos serviços secundários, maior produtividade.

Neste projeto foi utilizado pesquisa bibliográfica, através de livros, revistas, sites

oficiais do governo, além de pesquisa de campo através de entrevista com gestores

do setor interresado e pesquisa documental, levantamento de dados históricos

sobre a terceirização considerando a evolução da empresa.

A tendência de adotar os serviços terceirizados para setores públicos representa

uma oportunidade de planejar um modo de atuar no mercado, também contribuindo

para o aumento do emprego no país, pois já é responsável pelo aparecimento de

centenas de empresas. As complicações trabalhistas derivadas da contratação de

pessoas avulsas fazem com que as organizações prefiram estabelecerem vínculos

de terceirização com empresas formalmente constituídas, em virtude das mesmas

apresentarem menores custos, além de proporcionar uma maior flexibilidade

administrativa aos gestores.

1. TERCEIRIZAÇÃO

1.1. EVOLUÇÃO HISTÓRICA

Como qualquer fenômeno intangível, pontuar no tempo o início da terceirização é

uma tarefa muito imprecisa. Sabe-se, porém, que ao longo da Segunda Guerra

Mundial, a terceirização tornou-se um fenômeno mais visível.

As indústrias bélicas apoiavam na produção de armas. Porém, para suprir a

demanda da guerra, passou algumas de suas atividades para empresas

prestadoras de serviço como um suporte para garantir tamanha demanda.

Foram nos Estados Unidos que a terceirização se consolidou como uma prática

administrativa empresarial, a partir da década de cinqüenta. Já no Brasil, embora,

utilizada em larga escala no primeiro mundo, esta técnica passou a ser difundida

somente após 1990 (GIRARD, 1999, p.23).

Com o surgimento da terceirização, ocorreram muitas oportunidades para as

pequenas e médias empresas, dando-lhe condições de planejar e redefinir o modo

de atuar na tomada de decisão da empresa. Logo, viabilizando uma nova visão para

o mercado competidor. Com isso, originou-se o aparecimento de novas

oportunidades de emprego.

A terceirização trouxe um novo horizonte para as organizações. O primeiro esforço

de mudança foi feito com a introdução, Downsizing, que seria um diferencial para as

empresas, ou seja, a empresa se tornaria mais ágil e flexível, com objetivo de

diminuir a burocracia e enxugamento do pessoal nas organizações.

Downsizing é uma das técnicas a ser empregada para tornar a empresa ágil e competitiva, e normalmente é a primeira ferramenta utilizada para iniciar processos de horizontalização nas empresas e

reestruturação dos recursos humanos (SILVA, 2003, p. 24).

Para Alvarez (2000, p.113), o downsizing é um processo que incentiva e promove

responsabilidade aos funcionários (antes com menor importância perante a

estrutura hierárquica da empresa), proporcionando a oportunidade de poder

provocar o achatamento na pirâmide hierárquica. Desta forma, funciona com um

número menor de funcionários, porém é atribuída uma maior responsabilidade,

obtendo o enxugamento e aumentando o poder de decisão de cada um dos níveis.

O propósito não era demissão de pessoal, ao contrario, interresse seria em delegar

maior responsabilidade a gerentes e funcionários de níveis mais baixos, utilizando-

se da racionalização que proporcionaria maior produtividade para organização,

principalmente em relação ao custo.

Para manter a empresa racionalizada por muito tempo, seria necessária a ajuda de

um parceiro, onde contribuísse ao menos na diminuição de custos. Com isso, as

empresas chegam à conclusão que terceirizar alguns serviços faria o

estabelecimento chegar a este propósito. Depois desta percepção começariam

prepara-se para as mudanças que ocorrerão na organização. “As mudanças são

oportunidades. Podem ser vistas como ameaças por muitos executivos. Mas todas

elas precisam ser exploradas como oportunidades, para renderem algo de novo,

algo melhor, mais produtivo e lucrativo” (DRUCKER apud PAGNONCELLI, 1993, p.

7).

Assim, as empresas têm que estar sempre preparadas para o mundo que está em

transformação, por isso tem que correr riscos, contanto que sejam riscos calculados.

Percebendo a necessidade do processo de racionalização, as organizações utilizam

o outsourcing, processo de terceirização em inglês, que é a tendência de comprar

fora (de terceiros) serviços que não fizer parte do negócio principal de uma

empresa, o objetivo é de comodismo, e sim desenvolver um desempenho acima

daquele antes da terceirização.

Outsourcing é uma palavra inglesa que em português significa terceirização, não chega a se constituir em um instrumento

empresarial para aumento do potencial da empresa, mas uma poderosa ferramenta, e ao mesmo tempo, e um risco muito alto, se não planejado cuidadosamente, para que a empresa aumente seus

ganhos, se mantendo no mercado (ALVAREZ, 2001, p.124).

Neste contexto, a terceirização foi evoluindo, as empresas perceberam que cedendo

lugar para a modernização e racionalização, ganhariam mais agilidade,

principalmente na redução de custo, sem comprometer a cadeia de produção.

De forma geral, pode-se dizer que as empresas são organizadas de várias

maneiras, algumas utilizam o regime burocrático e verticalizado, fechando-se para a

participação de outras empresas. Já outras empresas com nível de hierarquiedade

menor buscam a melhoria dos resultados e da agilidade.

No entanto a terceirização como sendo uma técnica moderna administrativa,

baseada no processo de gestão é uma alternativa viável, que capitaliza toda malha

organizacional com objetivo único quando adotada, atingir melhores resultados

concentrando todos os esforços da organização na atividade fim, para tanto o

sucesso da terceirização, é a maneira que será aplicada de modo que consolide a

metodologia a pratica.

A política interna de como, quando e onde terceirizar acaba provocando retardamento na tomada de decisão e insegurança nos dirigentes das empresas que se propõem a terceirizar. Esses

sentimentos, no mínimo desconfortáveis, acabam aliando-se a insegurança por não saberem se o caminho escolhido com tanto cuidado está correto e se será a posição mais vantajosa. (ALVAREZ,

2001, p.125)

É imperioso ressaltar que, dentro das organizações, existem dois tipos de

atividades, conhecidas como atividades meio e atividades fim, mas para a

terceirização só é de sua competência as atividades meio, ou seja, aquelas que não

exercem papel fundamental dentro das organizações. O quadro a seguir define de

uma melhor forma as atividades meio a as atividades fim, fazendo o comparativo

das duas atividades.

ATIVIDADES MEIO ATIVIDADES FIM

As atividades meio agregam custo ao

produto.

São ações ou atitudes administrativas,

apoio ou suporte.

Para a produção, não interfere na

qualidade da produção.

Pode ser mantida como gestão própria

administrando-as diretamente, traz

incremento no custo operacional da

empresa.

As atividades fim agregam valor ao

produto.

Faz parte do processo produtivo, sendo

essencial para organização.

Faz a diferença no funcionamento e na

qualidade do produto.

O seu gerenciamento será para

melhoria do produto, aumentando o

consumo e melhorando a rentabilidade

da empresa.

Quadro 1 – Comparativo das Atividades Meio e Atividades Fim

Fonte: Queiroz, 1998, p. 100.

O quadro acima mostra que a terceirização não significa perda de poder, nem

controle da gestão, mas proporciona uma modernização e especialização dos

projetos da empresa.

1.2. ALGUNS CONCEITOS ACERCA DA TERCEIRIZAÇÃO

Para se compreender qual é o papel da terceirização no setor público, mais

especificamente na Policia Federal de Salvador, antes é necessário entender, afinal,

o que significa a palavra terceirização.

Para Pagnoncelli (1993, p. 10) “terceirização é um processo planejado de

transferência de atividades para serem realizados por terceiros”.

Logo, percebe-se que, para Pagnoncelli, a terceirização é vista de uma forma

superficial, ou seja, simplesmente como repasse de funções, por elas não serem

especificas.

Já para Galette et al (2004, p. 10) “a terceirização, cujo termo em inglês é

Outsourcing, é uma abordagem de gestão, que permite delegar a um agente

externo a responsabilidade operacional por processos ou serviços ate então

realizados na empresa”.

Desta forma, nota-se que, para Galette, a terceirização é um novo modelo de

gestão. Assim, Pagnoncelli e Galette têm pontos de vista semelhantes quando

percebem que a terceirização irá trabalhar com as atividades das empresas que não

são prioritárias.

Para Martins (2002, p. 20) “é uma técnica administrativa que possibilita o

estabelecimento de um processo gerenciado de transferência, a terceiros, das

atividades acessórias e de apoio ao escopo das empresas, que são seu atividade-

meio, permitindo as estas se concentrarem no seu negocio, ou seja, no objetivo

final, ou como já visto nas suas atividades fim”.

Para Pamplona (1993, p. 10) “a terceirização pode ser definida como transferência

de segmento do processo de produção da empresa, para outra de menor

envergadura, porém de maior especialização na atividade transferida”.

Apesar dos quatro autores anteriormente citados adotarem conceitos próximos para

definir a terceirização, percebe-se que a definição de Pamplona é a mais completa,

pois enfatiza a especialização da empresa que será contratada, pois é muito

importante saber se a empresa tem realmente especialidade no serviço que ele irá

prestar.

Entretanto, através do conceito destes autores, chega-se a conclusão que

terceirização é uma estratégia administrativa desenvolvida pela organização, com

intuito de transferir bens e serviços a uma empresa com maior envergadura nas

atividades transferidas. Permitindo, assim, uma concentração na atividade principal

da empresa.

1.3. VANTAGENS E DESVANTAGENS DA TERCEIRIZAÇÃO

Ao terceirizar uma atividade, busca-se minimizar custos e aumentar a eficiência

para aprimorar a qualidade de toda organização. Isso não quer dizer que irá

aumentar todo potencial empresarial, mas irá contribuir para o enriquecimento da

organização. No quadro a seguir encontram-se os principais fatores que podem ser

classificados como vantagens e desvantagens do processo de terceirização.

VANTAGENS DESVANTAGENS

Racionalização na Administração Dependência das Empresas

Terceirizadas

Minimização das Perdas Falta de Know-how

Redução do Nível da Hierarquiedade Dificuldade dos Funcionários mais

treinados

Possibilidade de Crescimento Risco de coordenação de contratos

Redução de custo Risco de não absorção do serviço na

mesma proporção

Quadro 2 – Vantagens e Desvantagens da Terceirização

Elaboração: Tatiane Rose, baseado em Alvarez (2001, p.126).

Os fatores relacionados anteriormente são importantes na hora de decidir se será ou

não adotada a terceirização dentro da organização, pois ao mesmo tempo em que e

uma estratégia de desenvolvimento organizacional, se não for bem planejada torna-

se um alto risco para empresa, principalmente no que diz respeito aos pontos

negativos. Dentre os pontos negativos, os dois principais são: perda de know-how,

no qual o antigo parceiro torna-se um forte concorrente; e os encargos da

terceirização, que é o tempo para o gerenciamento da terceirização, que pode ser

um aspecto negativo, depois de implantado o processo.

O correto seria que antes, durante e depois seja acompanhado todo o processo de

terceirização periodicamente, para saber se realmente está alcançando os objetivos

da empresa, ou se pelo menos está se mantendo o mesmo resultado anterior.

A vistoria pode ajudar a decidir se mantém ou não à terceirização, ou se deve

estendê–las para outras atividades, tudo isso dependendo da satisfação que a

empresa contratada estar proporcionando a contratante.

Para implantar a terceirização dentro da organização, primeiramente deve-se saber

qual o objetivo da terceirização, que é ajudar a empresa a dar uma maior prioridade

às atividades principal da empresa. Em seguida, devem-se tomar algumas

precauções: (RAMOS, 2002).

• Verificar o que deve ser terceirizado;

• Observar se no quadro de funcionários não existe pessoas com habilidades

que possa exercer este cargo;

• Pesquisa e decidir quem serão os seus parceiros, pois quanto mais conhecer

a empresa que será contratada, mas apurada será sua eficiência;

• Avaliar se a administração da empresa, realmente tem predisposição para

fazer o contrato de prestação de serviços, caso contrario será um trabalho de

pesquisa perdido;

• Definir s atividades que serão terceirizadas.

Não se pode esquecer dos conceitos básicos da administração, que são importantes

ser lembrado. Pois são ferramentas que podem ser usados em todo o tipo, nível e

tamanho de organização. Estas ferramentas são: planejamento; organização;

controle; e coordenação.

Segundo Silva (2001, p.89) “o planejamento é a parte fundamental da

administração”.

Já para Maximiano (2000, p. 175) “é a ferramenta que as pessoas e organizações

usam para administrar suas relações com o futuro”.

Assim, o planejamento é importante para saber os objetivos e recursos que serão

utilizados pela empresa, também podendo dar uma maior ênfase nas mudanças e

oportunidade do mercado garantindo a eficácia da organização.

Maximiano (2000, p. 91-92) define organização como um sistema de recursos que

procura realizarem objetivos ou conjunto de objetivos, é um sistema que transforma

recursos em produtos ou serviços.

Desta forma é entendido que organização é um instrumento de produção e de

relação interpessoais, para realização de objetivos preestabelecidos.

Já acerca do controle, Maximiano (2000, p. 456) “aborda-o como um processo que

ocorre no final do planejamento, consistindo em manter um sistema dentro do

padrão de comportamento, com base em informações contínuas sobre o próprio

sistema e o padrão de comportamento”.

Para Ronzani, Dougla, Motta (2000, p. 39) o controle consiste no acompanhamento

sistemático da execução dos planos e programas governamentais, balizando-se pela

observância do ordenamento legal de regência.

Assim, o controle é importante para ser utilizado quando a estratégia está

alcançando o objetivo que foi determinado, seguindo todas as normas e todos os

padrões que facilitará as informações.

Por fim, ainda para Maximiano (2000, p. 182), a coordenação é necessária, para

preservar a lógicas que deve haver entre as diferentes partes, empenhadas em

alcançar um mesmo objetivo.

Para Ronzani, Douglas, Motta (2000, p. 38) a coordenação visa harmonizar as

ações administrativas, mantendo-as no limite do planejamento, objetivando evitar

duplicidade de atuação, soluções divergentes e desperdícios de recursos

financeiros.

Desta forma, percebe-se que a coordenação é importante para facilitar que a equipe

consiga chegar a seu objetivo, finalizando um plano bem elaborado.

Estas ferramentas, em conjunto, podem definir o sucesso das organizações. Assim,

o administrador tem que enfrentar os riscos de mudanças conhecendo os fatores e

avaliando-os com antecedência para, depois, repassar o que foi definido para toda

organização, para logo decidir. A visão estratégica faz com que as organizações

busquem rumos diferentes de formas de planejamento.

1.4 PROCESSOS DA TERCEIRIZAÇÃO

Quando se fala em terceirização, logo se imagina repassar atividades. A

terceirização trouxe uma desverticalização para organização, ou seja, proporcionou

uma maior confiança para a transferência dos seus serviços, a uma empresa

externa. Contudo, estes tipos de procedimento podem ser feitos tanto na seara

pública quanto na privada.

Segundo Ramos (2002, p. 24), existem alguns processos de terceirização que são

divididos em quatro grupos e subdivididos por serviços que podem ser terceirizados.

• Processo ligado atividade da empresa – distribuição, manutenção,

movimentação de material, operação entre outras;

• Processo não ligado a atividade fim da empresa – publicidade, limpeza,

segurança, protocolo entre outras;

• Atividades de suporte da empresa – treinamento, seleção, alimentação entre

outros;

• Substituição do objeto direto por indireto ou temporário.

Todo este processo tende a gerar uma desburocratização organizacional, na qual

melhora na produtividade e qualidade dos serviços, além de organizar toda estrutura

organizacional.

2. SETOR PÚBLICO

Não se pode falar de setor público sem antes falar de administração pública. As

organizações privadas, em um mundo de transformações rápidas, precisam ser

cada vez mais estratégicas e competitivas. No entanto, buscam modalidades de

gerenciamento inovador para um desenvolvimento e adaptação, mais acelerado

dentro da organização, pois se não acompanharem as mudanças, ficará fora do

mercado.

O Estado não tem o mesmo desenvolvimento do setor privado, por não acompanhar

as mudanças que ocorrem em um mundo tão globalizado. O Estado se desenvolveu

junto com a revolução industrial, isso significou um avanço para o seu

desenvolvimento, mas não respondeu as demandas sociais do mundo em

transformação.

É necessário uma nova gestão pública para que o Estado possa cumprir com a sua

função de melhorar a qualidade de vida e sastifazer o cidadão. Influenciado pela

administração pública, esse Estado utiliza alguns mecanismos do setor privado para

aperfeiçoar seus resultados e melhorar algumas dificuldades.

A administração pública evoluiu através de três modelos básicos: a administração

pública patrimonialista, a burocrática e a gerencial (BORGES, 2006 apud BRASIL,

1995, p.2).

Na Administração pública patrimonialista, o aparelho do Estado funciona como uma

extensão do poder e os seus auxiliares e servidores possuem status de nobreza

real. Em conseqüência, a corrupção e o nepotismo são inerentes a esse tipo de

administração. Quando o capitalismo e a democracia se tornam dominantes, o

mercado e a sociedade civil passam a se distinguir do Estado. Neste novo momento

histórico, a administração patrimonialista torna-se um fenômeno inaceitável

(BORGES, 2006 apud BRASIL, 1995 p. 6).

Assim, o patrimonialismo é entendido como incapacidade de distinguir o setor

público e setor privado, ambos centralizados na figura do Rei.

A administração burocrática surge no final do século XIX como forma de combater a

corrupção e o nepotismo patrimonialista. O seu objetivo residia em um corpo de

funcionários altamente especializados agindo com eficiência para evitar a corrupcao

e o neopotimo. No entanto, por priorizar sua forma de administrar, acabou por se

afastar do seu ideal, que era sastifazer a necessidade dos cidadão, passando a ser

vista como um modelo que reforçava interesses corporativos em detrimento de

interesses coletivos, desta forma impedindo o desenvolvimento da gestao

(BORGES, 2006).

Já a administração pública gerencial emerge na segunda metade do século XX,

como resposta, de um lado, à expansão das funções econômicas e sociais do

Estado e, de outro, ao desenvolvimento tecnológico e à globalização da economia

mundial, uma vez que ambos deixaram à mostra os problemas associados à adoção

do modelo anterior. A eficiência da administração pública – a necessidade de reduzir

custos e aumentar a qualidade dos serviços, tendo o cidadão como beneficiário -

torna-se então essencial. A reforma do aparelho do Estado passa a ser orientada

predominantemente pelos valores da eficiência e qualidade na prestação de serviços

públicos e pelo desenvolvimento de uma cultura gerencial nas organizações

(BORGES, 2006 apud BRASIL, 1995 p.12-13).

Sendo assim, o modelo gerencial foi o mais adquado para a reforma do Estado,

inspirado na administracao de empresas, preocupa-se mais com a eficiência da

Administração Pública, a qualidade dos serviços prestados e as necessidades vitais

da coletividade. Ou seja, uma maior preocupação com os resultados e não com os

processos.

Os avanços e as transformações que ocorreram nas últimas décadas trouxeram

mudanças para as organizações, sendo elas públicas ou privadas, pois todas estão

em busca de novas modalidades e procedimentos para aprimorar os resultados

obtidos.

Os órgãos públicos é definido como centro de competências, unidade de ação, instituídos para o desempenho das funções do Estado,

(administrativa, normativa, jurisdicional), por meio de seus agentes, que ocupam cargos públicos, cujo comportamento será imputado à pessoa

jurídica de direito público interno a que pertencem (RONZANI;

DOUGLAS; MOTTA, 2000, p. 36).

Assim, pode-se definir de uma forma simplificada o setor público como um conjunto

de órgãos e empresas indústrias ou de serviços pertencentes ao Estado.

Os órgãos públicos desenvolvem alguns mecanismos utilizados no setor privado,

para poder atuar de forma mais eficiente, já que as organizações privadas têm uma

tendência bem maior para implantar técnicas inovadoras. Desta forma o quadro

abaixo caracterizar a formas de administração pública

Modelo

Patrimonialista

Modelo

Burocrático

Administração Pública

Gerencial

Lealdade pessoal Interesse Público Busca por resultados

valorizados pelos cidadãos

Ausência de limites dos bens

públicos e privados

Busca Eficiência Busca Qualidade e valor,

valoriza a produção.

Clientelismo, corrupção,

nepotismo

Valoriza Administração, alta

especialização.

Identificar missão,

serviços, usuários e

resultados.

O centro do modelo era o

chefe

político

Especificar

funções,

autoridade e estrutura.

Fortalecer as relações de

trabalho

Ausência de carreiras e

critérios de promoção

Justificar custos e zelar

regras e procedimentos

Melhorar continuamente os

processos

Função do Estado e do servo

público era dar emprego,

favorecer aliados.

Garantir cumprimento de

responsabilidade, estrutura

hierárquica.

Redução dos níveis

hierárquicos. Gestão

participativa

Quadro 3: Características Principais dos Modelos da Administração Pública. Fonte: Elaborada Tatiane Rose, baseado em Bresser (1997, p. 45).

Conforme o quadro acima, percebe-se que existe uma grande necessidade de

remodelar as estruturas de trabalho das organizações do modelo tradicional e

burocrático, para um modelo mais gerencial, no qual possa reduzir a hierarquiedade

e se ter uma maior flexibilidade, mesmo porque hoje as empresa percebem que o

“cliente” é o ponto fundamental. Por isso, há necessidade de se ter uma maior

flexibilidade, aperfeiçoando suas técnicas para atender as necessidades dos

mesmos.

2.1. CARACTERÍSTICAS DO SETOR PÚBLICO

Para destacar as características do setor público, descrever-se-á as suas fases para

melhor avaliar o desenvolvimento dos órgãos públicos.

Com uma necessidade de melhores resultados, houve uma tentativa de tornar o

setor público mais parecido com a iniciativa privada. Para se atingir este fim, as

características observadas eram aumento de controles financeiros, hierarquiedade

na administração, grandes responsabilidades para níveis superiores e concentração

de poder no comando organizacional.

Com o objetivo de aprofundar ainda mais esta semelhança, o setor público adotou

novos procedimentos. Daí surge o downsizing organizacional dentro dos órgãos

públicos, trazendo uma maior flexibilidade, aumento da terceirização minimizando a

padronização, já aproximando as características do setor público com o do privado.

Esta fase caracteriza-se, ainda, por um gerenciamento por influência, tornando a

estrutura organizacional horizontal.

Para Pagnoncelli (1993, p. 46) “a terceirização estar sendo adotada em grande

escala no setor público, mercado formado por empresas estatais e com milhares de

organismos, vinculados aos municípios, aos estados e a união movimentam trilhões

de reais. Portanto disputar licitações públicas representa grande oportunidade de

negocio para micro, pequena, medias empresas”.

Contudo, o setor público começa a buscar inovação, observando como as pessoas

se comportam dentro das organizações, considerando o desenvolvimento e a

aprendizagem organizacional com base nos resultados, utilizando o modelo

administrativo humanista, enfatizando os programas de treinamentos e valorizando

a marca corporativa.

Hoje, o setor público faz vias para utilização das funções de tecnologias de gestão,

tem suas características principais a preocupação com a qualidade no atendimento

dos cidadãos, abordagem voltada para o custo, propósito de alcançar excelência

nos resultados, com interesse maior rapidez dos procedimentos trazendo uma maior

satisfação para os cidadão. Os paradigmas que segue a administração pública,

logo, são leis para o setor público e privado segue abaixo.

Aspectos

Setor público

Setor privado

Ações

Direcionado de acordo com

o que é determinado ou

permitido por lei.

Direcionado de acordo com

o que não é proibido por lei

Pessoas

Instabilidade da gerencia e

estabilidade do corpo

técnico e operacional

Instabilidade da gerencia e

estabilidade do corpo

técnico e operacional

Resultados

Sociais

Lucro

Quadro 4: Paradigmas da Administração Pública e Privada Fonte: Cunha Junior, 2004, p. 5.

Sabe-se que o governo tem um sistema burocrático, ou seja, de regime aberto que

torna seus mecanismos mais lentos, comparados aos da iniciativa privada, que

pode realizar ações com tomada de decisão de forma confidencial, as portas

fechada. Desta forma, alcançando um nível mais elevado de desenvolvimento,

mesmo porque é obrigação do órgão público atender a todos igualmente,

independente do serviço ser pago ou não.

2.2 CATEGORIAS DOS FUCIONÁRIOS PÚBLICOS

Na classificação de Hely Lopes Meirelles (2006, p. 472), os servidores públicos

podem ser classificados como servidores concursados, servidores exercentes de

cargos em comissão e servidores temporários.

O concurso é a exigência para a contratação tanto de funcionários públicos como de

empregados públicos, tanto na administração direta como na indireta. Os

funcionários concursados distinguem-se em duas categorias: os funcionários

públicos, titulares de cargo público, regidos por normas de Direito Administrativo; e

os empregados públicos, titulares de emprego público, regidos pelo regime

celetista.

Já o cargo em comissão só admite contratação em caráter provisório. A nomeação

prescinde de concurso devendo, entretanto, ser observada a ressalva dos cargos de

confiança, que devem ser ocupados por servidores da carreira, para cargos de

chefia, direção e assessoramento. A relação trabalhista estabelecida entre a

Administração Pública e o ocupante de cargo comissionado é administrativa e não

celetista.

Por último, há os servidores temporários, que são aqueles contratados por tempo

determinado para atender à necessidade temporária de excepcional interesse

público. Exercem funções e não cargos públicos.

Paralelamente as estas categorias, há ainda o regime de terceirização, que não

estabelece vínculos empregatícios entre o órgão público e funcionário terceirizado.

Porém, as características de tal regime serão abordadas, de forma mais profunda,

no capítulo três desta pesquisa.

2.3 ESPECIFICIDADES DO SETOR PÚBLICO X SETOR PRIVADO

Como foi observado no capitulo anterior, nos últimos tempos ocorreram várias

transformações no setor público, durante este tempo foram aproveitadas várias

técnicas instrumentais utilizada na seara privada, principalmente aqueles

conhecidos como mecanismos de modernização.

Foi entendido que o setor público é caracterizado pela rigidez e pela convivência

com processos democráticos, logo se diferenciando do setor privado, que é uma

organização que absorve com mais rapidez os avanços e as transformações

rápidas. Assim, pode-se especificar as divergências e convergências que existem

entre o setor público e a iniciativa privada são estas: (TRISTÃO, 2000)

• Direção opostas;

• O setor privado busca competição, enquanto o setor público busca a

privatização;

• Ambos trabalham com parcerias;

• O setor público necessita de modernização, enquanto o privado absorve as

transformações com maior rapidez, assegurando a satisfação dos seus

clientes.

Castor (1998, p.110) “destaca a alteração da figura jurídica dizendo que os órgãos

públicos foram “modernizados” mediante transformações em autarquias,

novamente “modernizados” quando transformados em fundações, sem que

houvesse uma correspondente preocupação com a modernização intelectual e

comportamental dos seus membros”.

Observa-se que deve haver uma preocupação maior na mudança de

comportamento dos membros, mesmo porque ira afeta no resultado final da

organização, isso pode se resolvido com estratégias que efetuem mudanças na

estrutura organizacional, possibilitando que as pessoas se preparem para novas

realidades. Portanto um programa de treinamento é viável para este tipo de

situação.

Quando se trata em qualidade de serviços, é conveniente considerar que o setor

público difere em alguns pontos do setor privado. As principais diferenças entre o

setor público e o setor privado podem ser observadas no quadro que se segue:

SETOR PÚBLICO SETOR PRIVADO

- Custo vem do contribuinte - Maior parte do recurso vem do

lucro recebido do cliente

- Remuneração indireta, através de

impostos

- Remuneração direta

- È um dever satisfazer o cidadão - Satisfaz o cliente, por interrese.

- A qualidade significa competição Qualidade é busca excelência no

atendimento ao cliente.

Quadro 5: Diferenças dos Setores Públicos e Privados Fonte: elaborada Tatiane Rose, baseado em (OSBORNE; GAEBLER, 1994).

Como se pode ser observado no quadro anterior, os dois setores são regidos por

legislação, o setor público pelo direito do cidadão, pois é um dever do setor público

prestar serviços com qualidade, já o setor privado é regido pela legislação do

cliente. No entanto, o setor privado visa o lucro. Desta forma, satisfazer o cliente

acaba por ser um instrumento para se atingir o lucro, enquanto na iniciativa pública

atender ao cidadão é o seu objetivo norteador.

O Setor Público tem a missão de oferecer ao cidadão, soluções inovadoras

baseadas em conhecimentos para o beneficio da sociedade, oferecer capital

intelectual que conheça as necessidades dos clientes e as melhores maneiras de

atendê-los nos diversos nichos de atuação do setor público. O quadro abaixo

especificar os objetivo do setor público e do setor privado.

PÚBLICO PRIVADO

• Atender a sociedade e gerar

recursos para o Estado;

• Serviços normalmente gratuitos;

• Controle estratégico;

• Poder do Estado (influencias

sócias e econômicas);

• Soluções de falhas no mercado;

• Falta de fiscalização (contábil e

• Gerar lucros;

• Competitividade;

• Inovações constantes;

• Recompensas por eficiência;

• Produtividades maximizadas;

• Cobranças de superiores e

acionistas;

administrativa);

• Custo com carreiras garantidas;

• Burocracias excessivas.

• Os benefícios sociais são

jogados ao segundo plano;

• Atende o interesse de poucos.

Quadro 6: Objetivo do Setor Público X Setor Privado Fonte: Cunha Junior, 2004, p. 2

O quadro acima explica cada objetivo do setor público e do privado, o que motiva

cada um dos setores e quais são os seus interesses.

O governo age sempre contrário à maioria das empresas privadas. Enquanto o

governo direciona o poder para o centro, as empresas descentralizam e

direcionam-na para baixo. Enquanto o governo é guiado por regras, as empresas

são guiadas por missão. O governo, normalmente, não tem como avaliar seu

desempenho e quando os parâmetros de avaliação são incorretos, os incentivos

são incorretos. Os representantes do governo são avaliados pelo tempo em que

trabalham na instituição, pelo tamanho do seu staffs, pela soma do dinheiro que

gastam. Raramente recebem critérios pela redução de gastos, economia ou

satisfação dos clientes (MAIN, 1994 apud TRISTÃO, 2000).

3.3 DIFICULDADES ENCONTRADAS PARA IMPLANTAÇÃO DA

TERCEIRIZAÇÃO NO SETOR PÚBLICO

Quando se implanta um projeto em uma organização, logo quer ver o resultado,

um dos maiores fracassos da terceirização é a falta de um planejamento bem

elaborado.

Os empresários se baseiam em que a terceirização trará redução de custo para

sua empresa imediatamente. Isso é altamente errôneo, pois o que provavelmente

irá acontecer de início serão relações confusas, falhas e defeitos que antes não

eram vistos e se tornaram mais visíveis. No entanto, para se ver os resultados , é

necessário um período de adaptação.

Apesar de toda a eficiência e eficácia da técnica da terceirização, temos observado que algumas empresas têm revestido projetos de terceirizados.

Esse volume não passa de 10% de tudo que já foi terceirizado no nosso país. Temos notado que a causa desse retrocesso tem sido a afoiteza, improvisação, despreparo, falta de conhecimento sobre a técnica, do

tomador dos serviços e do terceiro. (ARAUJO apud QUEIROZ, 1998, p.3).

Como já foi dito no capitulo anterior, a terceirização é uma ferramenta de grande

valor, quando planejada cuidadosamente, não deve terceirizar por comodismo,

tendo em vista essa conclusão, é aconselhável que antes de terceirizar toda e

qualquer atividade seja cuidadosamente analisada. No quadro abaixo apresenta

as dificuldades que podem acontecer ao longo do processo da terceirização.

(ALVAREZ, 2001)

• Dificuldade em encontrar o parceiro certo, apesar de não ser fator

imperativo, mas é algo que deve ser levado em conta;

• A terceirização por ser o processo que mexer com itens pessoas e

organizacionais, torna-se extremamente sensível, poriso existe resistência

internas;

• Quando não se faz um bom processo de parceria, encontra-se uma grande

dependência com fornecedor e distribuidor, pois não houve segurança e

clareza nos processos;

• Dificuldades em supervisionar os serviços executados e gerenciar os

contratos;

• Nem todos os setores são passiveis de serem totalmente terceirizados.

3. TERCEIRIZAÇÃO NO SETOR PÚBLICO

Modernizar o setor público é um papel do Estado, seus mecanismos lentos e

burocráticos já se tornaram algo muito imperativo. Visto isto, é necessário modificar

a configuração dos processos do Estado em prol de uma nova administração pública

direcionada para a sociedade.

O objetivo do setor público é otimizar a gestão, em favor a qualidade, produtividade

e redução de custo da máquina pública.

O Estado é um dos maiores compradores de serviços, desencadeando uma cadeia

de ofertas, mão-de-obra e novas empresas, permitindo que o administrador possa

contratar pessoas que não fizeram concursos para trabalhar nos órgão público, que

ficarão prestando serviços através de empresas terceirizadas.

Será através da empresa interposta que o terceirizado ficará recebendo a

remuneração oferecida pelo órgão público, na qual se for de sua vontade

pertencerão por um longo tempo, ainda que não se vincule juridicamente, estará

inserido no órgão de fato.

Para se implantar a terceirização legalmente no setor público, é necessário ter

conhecimento de alguns critérios legais, que existe no setor público que são:

aspectos jurídicos; formas de execução dos serviços públicos; vantagens; e fatores

restritivos da terceirização.

Os aspectos jurídicos são as atividades de poder público que ressaltam que os

serviços são considerados públicos, porque atingem diretamente toda comunidade.

Dentre as formas de execução dos serviços públicos, existem dois tipos de

administração pública, a direta e a indireta.

As diretas se dão no próprio órgão ou entidade integrante da administração pública,

executando o objetivo de sua pretensão, ou seja, centraliza suas atividades em seus

órgãos, tendo total responsabilidade pela prestação de serviços. Já as atividades

indiretas, ao contrário da direta, descentralizam suas atividades através de

empresas privadas, públicas e economias mistas.

Alguns dos serviços públicos podem ser efetuados ser através de contratação,

permissão, concedida e autorizada.

As atividades estatais são indelegáveis, portanto não podem ser terceirizadas.

Porém, todas que não apresentam estas características podem ser terceirizadas

pelo Estado.

No momento de contratar serviços terceirizados para o setor público, deve-se

discutir as oportunidades ou necessidades de prestação de serviços. Assim, o

Estado buscará parcerias com interesses públicos, que através do processo de

licitação assinarão o contrato para poder implantar a prestação dos serviços na

empresa contratante. Acerca das vantagens e restrições, o quadro a seguir

representa a sua síntese:

VANTAGENS FATORES RESTRITIVOS

Desenvolvimento econômico;

Especialização dos serviços;

Aprimoramento do sistema de custeio;

Diminuição dos desperdícios;

Valorização dos talentos humanos;

Maior lucratividade e crescimento.

Desconhecimento da alta administração;

Dificuldade de encontrar o parceiro

certo;

Desconhecimento da legislação

trabalhista;

Resistência ao conservadorismo.

Quadro 7: Vantagens e Fatores Restritivos da Terceirização Fonte: ADM Brasil, Terceirização.

Como pode ser observado através do quadro anterior, é possível afirmar que a

terceirização veio com um novo estágio para diminuir a burocracia das

organizações, cedendo espaço para o desenvolvimento organizacional.

A terceirização no setor público é restrita e criteriosamente limitada para

determinadas atividades. Desta forma, pode ser constituído um instrumento útil para

uma maior eficiência neste setor. No entanto, sua instituição requer firme

observância das normas existentes, juntamente com os mandamentos da

constituição, para evitar que se torne mero mecanismo de burla ao principio do

concurso público e o retorno das contratações de pessoal ao longo do interesse

público.

4. POLÍCIA FEDERAL DE SALVADOR

A vida colonial brasileira, até 1603, não conheceu uma organização policial, todo

poder Executivo, Legislativo e Judiciário estava reunido nas mãos dos

governadores, cabendo-lhe todas as previdências de caráter social.

A Polícia Federal veio para Salvador apartir de 1966, com sede na Avenida da

Forca, no bairro do Comércio, depois transferida para a praça Conde dos Arcos com

a sede no edifício Bom Polar, ainda no bairro do Comércio. Hoje encontra-se

localizada na Avenida Professor Oscar Pontes, 339, Águas de Meninos.

Atualmente, a Polícia Federal de Salvador tem postos no aeroporto, no porto de

Salvador e mais dois pontos de emissão e regularização de passaporte, no SAC da

Barra e outro no SAC Iguatemi.

O Departamento de Policia Federal (DPF) é instituído por lei um órgão, organizado e

mantido pela União. Estruturado em carreira, com autonomia administrativa e

financeira, diretamente ligado ao Ministério da Justiça.

Sua finalidade é executar, especificamente em todo território nacional, atributos

previsto na Constituição Federal e na Legislação Complementar.

A DPF dispõe de 27 superintendências regionais, 84 delegacias de polícia federal,

15 postos temporários e 1 centro de treinamento.

As Superintendências de Polícia Federal são órgãos descentralizados, localizados

uma em cada capital estadual e no Distrito Federal, as mais importantes (pelas

atribuições que lhes são passada) estão localizadas nos seguintes Estados: Bahia,

Pernambuco, Amazonas, Pará, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro,

Ceará, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.

Para adquirir os serviços contínuos terceirizados dentro do Departamento de Polícia

Federal, são necessárias algumas diretrizes, como o plano de trabalho, que é um

documento aprovado pela autoridade competente, que consigna a necessidade de

contratação dos serviços, evidenciando as vantagens para administração e sua

economicidade no que couber. Para isto, são necessários uma elaboração de

projetos básicos.

No projeto básico deve conter a descrição detalhada do objetivo, a ser contratado

que são estes a seguir (MENDES, 2004, p. 505-506):

• Unidade de medida é o parâmetro, é o parâmetro adotado para qualificação

e contratação dos serviços;

• Posto de serviço local onde será desempenhada a tarefa;

• Área física, que é a unidade de medida expressa em metros quadrados de

área externa e interna por cada serviço;

• Planilha de custo e formação de preço, documento apresentado pelas

proponentes, contendo os detalhamentos dos custos que compõem os

preços;

• Custo do homem mês, custo unitário total, inclusive encargos, insumos,

benéficos e tributo, para cada categoria profissional;

• Salários normativos são os salários oferecidos por cada categoria

profissional;

• Insumos são os custos decorrentes de matérias e equipamento efetivamente

utilizados na prestação de serviços. Só será admitido na composição dos

custos quando efetivamente oferecidos aos funcionários.

4.1. OS FUNCIONÁRIOS (NÚMEROS, CARGOS E FUNÇÕES) - ANÁLISE

DESCRITIVA.

A Policia Federal de Salvador é composta por 308 funcionários na ativa. Estes

números representam os funcionários públicos concursados, que trabalham com as

atividades principais da empresa, ou seja, as atividades-fim, aquelas que só

poderão ser exercidas pelos funcionários do departamento, treinados pela própria

organização para fazerem estes tipos de atribuição. A seguir, serão listados esses

cargos e os números de funcionários alocados por função da Polícia Federal de

Salvador.

CARGOS OU FUNÇÕES Nº DE FUNCIONARIOS POR CARGO

Escrivão da Policia Federal –(EPF) 33

Administrativo – (AADM) 35

Perito criminal Federal –(PCF) 22

Agentes Federais –(APF) 138

Delegado Polícia Federal – (DPF) 35

Digitador – (DIG) 3

Papilicopistas Novos – (PPF9) 7

Agente de Investigação - (AV) 7

Motorista Oficial – (MOO) 2

Papilicopista – (PPF) 6

Datilografia – (DAT) 6

Médico –(MED) 4

Motorista Rúbrico –(MOT ) 3

Analista de Sistema – (AS) 2

Agente de Telecomunicação – (ATE) 6

Auxiliar de Serviços Diversos – (AOSD) 2

Agente de Portaria –( AP ) 2

Telefonista – (TEL) 1

Quadro 8: Cargos e números de funcionários da Polícia Federal de Salvador Fonte: Polícia Federal Salvador, 2006·.

As atividades principais, ou seja, atividades-fim do Departamento de Polícia Federal

são: apurar infrações penais contra a ordem política e social e de interesse da União

ou de suas entidades, autárquicas e empresas públicas; prevenir o tráfico ilícito de

entorpecentes e drogas afins; exercer função de polícia marítima, aeroportuárias e

de fronteiras; exercer com exclusividade as funções de polícia judiciária da União;

acompanhar e instaurar inquéritos. O departamento de Polícia Federal é constituído

pos delegacias e setores.

Os respectivos serviços mencionados acima são atribuídos nos setores e

delegacias a seguir:

Setores: SELOG – administrativo; SETEC – técnico e científico de criminalista; NPO

– planejamento operacional; NEOF – orçamento financeiro; GEOPON – estrangeiro;

NTI – suporte de informática; T e D – serviço social, SRA – contratação de

licitações.

Delegacias: DELEMAP – repreensão a crimes contra o meio ambiente; DELEPAT -

contra o patrimônio histórico; DRE – repreensão de entorpecentes; DELEFAZ –

repreensão a crimes da fazendária; DELESP – controle e segurança privada;

DRCOR – controle a crimes organizados; DELEPREV – controle; DELEARM –

armamento; DREX – regional, DELEMIG – passaporte.

4.2. ANALISE DESCRITIVA – COMO FUNCIONA A TERCEIRIZAÇÃO NO

DEPARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL

Como já se foi dito, o Departamento de Polícia Federal é um órgão público Federal

que trabalha diretamente com a segurança pública. No entanto, não constam no

seu quadro funcional algumas atividades necessárias para o departamento como

(manutenção predial, segurança, recepcionista, entre outros). Para preencher estas

atividades, é necessário terceirizar alguns serviços, pois não existe concurso

público no órgão da polícia federal para estas atividades.

É importante ressaltar que não existe concurso público para este tipo de serviços,

no âmbito da polícia federal, pois ainda existem em alguns órgãos públicos,

concursos para serviços contínuos.

As atividades que são terceirizadas no departamento são: segurança, limpeza,

digitação, manutenção predial, operador de reprografia (xérox), recepcionista,

manutenção de veículos e serviços de informática, totalizando 53 funcionários.

Existem algumas vantagens para o departamento com a terceirização, cujas

principais são economicidade, racionalidade e flexibilidade, ocorrendo também que

por não serem atividades principais do departamento e não ter vínculo direto com o

órgão público, logo estará coberto sobre as leis trabalhista.

O único problema com a terceirização é o sistema que é muito burocrático. Para se

contratar uma empresa terceirizada é necessário um processo de licitação, que leva

tempo, além de depender antes de um processo orçamentário. Além disso, se

depois de contratada a empresa ocorrer algum problema (caso haja a necessidade

de aumentar o quadro de funcionário), deverá remodelar novamente todo o

processo, podendo até ter que iniciá-lo novamente.

Existe uma boa convivência entre o terceirizado e os funcionários, mesmo porque o

órgão público preserva um bom atendimento e o respeito mútuo.

Os tipos de procedimentos para se implantar a terceirização na Policia Federal, é

através do processo licitatoria como já foi dito anteriormente, onde na maioria das

vezes, é utilizado a modalidade “pregão eletrônico”, que é feito através um sistema

do governo chamado “Compras Net”.

O Pregão Eletrônico trata-se de uma das formas de realização da modalidade licitatória de pregão, caracteriza-se especialmente pela inexistência da "presença física" do pregoeiro e dos demais licitantes, uma

vez que toda interação é feita por meio de sistema eletrônico de comunicação pela Internet. Possui como importante atributo a potencialização de agilidade aos processos licitatórios, minimizando custos

para a Administração Pública. (PEREIRA JUNIOR, 2003, P. 218).

Quando é necessário avaliar a empresa dos critérios de menor preço ofertado,

como por exemplo, a técnica ou qualidade envolvida para implantar a prestação de

serviço, tal contrato será feito através de um sistema chamado concorrência ou

tomada de preço, nos demais caso é o pregão.

Como já foi mencionado, a Polícia Federal é um órgão federal e está sujeito ao

cumprimento das normas e leis governamentais. Para que as empresas

interessadas possam participar do processo de seleção, deverá estar habilitadas de

acordo com as normas que estão na lei 8.666/93.

Assim, há as modalidades de Concorrência, tomada de preço e pregão eletrônico.

“Concorrência é a modalidade de licitação que comprovar possui os requisitos

mínimos de qualificação exigida no edital para execução do seu objetivo” (PEREIRA

JUNIOR, 2003, P. 216).

Esta modalidade também pode ser utilizada para compra de bens e imóveis.

Já a modalidade tomada de preço, é vista como licitação entre interessados que

atenderem a todas as condições exigidas para o cadastramento.

Tomada de preço é a modalidade de licitação entre os interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento ate o terceiro dia anterior a data do recebimento da

proposta, observada a necessária qualificação (PEREIRA JUNIOR, 2003, P. 216).

O processo de licitação na Polícia Federal é feito por três membros da comissão

licitatória e o processo é passado para três setores. Como já foi dito, para implantar

a terceirização no departamento de Polícia Federal, é necessário um processo de

licitação. Desta forma, os processos de contratação das empresas funcionam desta

forma:

• Comissão de Licitações (três membros) prepara um edital que será

publicado no diário oficial e na internet tendo no mínimo quarenta e cinco

dias para obter respostas e realizar o evento, recebe as propostas das

empresas interessadas, avalia as propostas e adjudica a empresa

vencedora, depois passa o documento de constando a empresa vencedora

para o setor SRA.

• SRA – firma o contrato com a empresa vencedora e o departamento de

polícia federal, confirmado o contrato os documentos são passados para o

NEOF.

• NEOF – é o setor de orçamento financeiro, que realizara as formas de

pagamentos dos salários, encargos e atribuídos, conforme o acordo feito.

Os contratos têm uma vigência de um ano, prorrogado por igual período, até no

máximo sessenta meses. Isso só ocorrerá se não for realizada uma nova licitação e

para empresa permanecer por este período, antes é feito uma comparação de

preço com outras três empresas. Se o preço da contratada for menor, ela

permanece. Após este período, é obrigatória uma nova licitação.

Estes processos trazem vantagens para o departamento, mantendo uma

flexibilidade, mesmo porque quando os funcionários públicos adquiriram

estabilidade, estes não poderão ser demitidos, a não ser se for o caso de processos

judiciais, e o funcionário terceirizado não têm vínculo direto com órgão público,

podendo até mesmo ser substituído por outro funcionário pela empresa terceirizada.

Esta falta de vínculo formal pode gerar um maior estímulo para tais funcionários,

estimulando a sua produtividade. A seguir, o quadro mostra a relação das empresas

contratadas pela DPF, os cargos ocupados pelos terceirizados, além dos números

de funcionários terceirizados.

Empresa Número funcionários Cargo

L.J Manutenção 1 Técnico Encarregado

L.J Manutenção 1 Eletricista

L.J Manutenção 1 Mecânico refrigeração

L.J Manutenção 2 Encanador

Impacto 1 Encarregado

Impacto 12 Auxiliar de serviços

gerais

Impacto 1 Operador de xérox

Impacto 1 Copeira

Impacto 1 Jardineiro

Impacto 1 Auxiliar de mecânica

Impacto 2 Recepcionista

MULTISERVI 9 Vigilante Salvador

MULTISERVI 4 Vigilante Juazeiro

MULTISERVI 8 Vigilante P. Seguro

KUATRO 8 Digitador

Quadro 9: Empresas contratadas, cargos e números de funcionários. Fonte: Polícia Federal de Salvador, 2006.

Os serviços relacionados no quadro acima são contratados com o objetivo de suprir

a necessidade de mão-de-obra da administração pública e devem ser exercidos de

forma indireta e continua pelos órgãos ou entidades de serviços gerais.

4.3. ANÁLISE CRÍTICA

Como já foi visto através dos quadros 8 e 9 anteriormente expostos, na Polícia

Federal do Salvador existem 53 funcionários terceirizados, que ocupam funções

que podem ser caracterizadas como atividade-meio, ou seja, atividades que dão

suporte para a manutenção das atividades do órgão, mas não estão relacionadas

diretamente com a sua finalidade.

O processo de terceirização dos serviços contínuos nasceu de uma necessidade do

Departamento de Polícia Federal de complementação da mão-de-obra interna para

dar suporte nas atividades acessórias do departamento.

No entanto, para Polícia Federal tem sido viável esta metodologia, pois suas

funções de suporte são realizadas sem uma necessidade de contratação de novos

funcionários públicos, dando maior agilidade e eficiência para o órgão.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Devido às alterações que o Estado têm sofrido ao longo das últimas décadas, tanto

por influências internas como externas, tem sido necessário se repensar a

administração pública, para torná-la mais competitiva, produtiva e com qualidade.

Desta forma, rompendo com o modelo anterior, o burocrático, pautado no respeito

absoluto pelas regras e procedimentos, ignorando os fins; passa-se para uma

administração pública gerencial, com características de agilidade e eficiência.

E é neste contexto de agilidade e eficiência que a terceirização tem sido

implementada pelos órgãos públicos, fato este que está em harmonia com o objetivo

da gestão pública, que é o bem comum.

Assim, esta terceirização se debruça sobre as atividades-meio, não comprometendo

a funcionalidade, qualidade e procedimentos que permeiam as finalidades de cada

órgão público. No caso específico da Polícia Federal de Salvador, verificou-se que

tais atividades terceirizadas são meramente de suporte, como as funções de

telefonista, limpeza, entre outras.

Por fim, pode-se afirmar que a terceirização de algumas funções dentro dos órgãos

públicos é a resposta encontrada frente às novas características do mundo

contemporâneo, pois traz para o setor público algumas características do setor

privado que vão propiciar uma maior eficiência e um maior grau de competitividade

para a gestão pública.

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