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1
FACULDADE MERIDIONAL – IMED
ESCOLA DE ARQUITETURA E URBANISMO
Eduardo Antônio Broch
Propriedade Rural Soledade-RS
Passo Fundo
2017
2
Eduardo Antônio Broch
Propriedade Rural Soledade-RS
Relatório do Processo Metodológico de Concepção do Projeto Arquitetônico e Urbanístico e Estudo Preliminar de Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional – IMED, como requisito parcial para a aprovação na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso I, sob orientação da Professora Aqrª. Ms. Liliany Schramm da Silva Gattermann.
Passo Fundo
2017
3
Eduardo Antônio Broch
Propriedade Rural Soledade-RS
Banca Examinadora
Arqª. Ms. Liliany Schramm da Silva Gattermann
Orientador(a)
Arqª. Ms. Amanda Schüler Bertoni
Membro avaliador
Passo Fundo
2017
4
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, por me dar forças em diversos momentos onde encontrei
dificuldades no decorrer da faculdade e no desenvolvimento deste trabalho.
A minha família, que sempre me apoiou durante esta jornada. Em especial ao
meu pai e minha mãe, que não mediram esforços para que eu conseguisse chegar
até aqui.
Ao meu irmãozinho, que desde o seu primeiro dia em casa, teve que me
dividir com o atual trabalho desenvolvido.
A todos os professores do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade
Meridional - IMED, que me ajudaram de uma forma ou outra, com todo o seu
conhecimento até a etapa de desenvolvimento deste trabalho.
Em especial a minha professora e orientadora Liliany Schramm da Silva
Gattermann, que é mais que uma professora, uma verdadeira “mãezona”. Nesse
período, me auxiliou com todo seu conhecimento em assessoramentos na execução
deste trabalho, o maior desafio enfrentado na faculdade até o momento.
Aos meus colegas e amigos, que estiveram comigo nesses últimos anos de
diferentes formas, porém sempre presentes. Em especial a todos aqueles que
estiveram juntos de mim do início ao fim da faculdade, contribuindo para o
desenvolvimento deste trabalho, com sugestões e revisões na parte ortográfica.
Aos Veterinários da Cotriel de Espumoso, ao Agrônomo da Emater de
Mormaço e a equipe da LCs Cereais de Mormaço, que me auxiliaram de uma forma
ou outra, sempre dispostos a esclarecer minhas dúvidas.
5
RESUMO
O presente trabalho aborda o planejamento de uma propriedade rural, e é
objeto de estudo do trabalho de conclusão de curso da graduação em Arquitetura e
Urbanismo. A área de implantação do mesmo, fica localizada na zona rural do
município de Soledade/RS. O trabalho versa sobre o planejamento arquitetônico e
urbanístico na propriedade, de forma que proporcione uma maior produção em um
menor espaço ocupado. Com isso, será possível uma melhor funcionalidade da
propriedade, onde as funções a serem desenvolvidas serão as mais práticas
possíveis. Nesse sentido, haverá garantia de uma maior sustentabilidade econômica
e social da propriedade com as funções desenvolvidas de produção de leite em
sistema Free Stall, suporte estrutural para produção de grãos, e estrutura de
armazenamento de grãos.
Palavras-chave: propriedade; rural; produção; free stall; silo; grãos; produção.
ABSTRACT
The present work deals with the planning of a rural property, and is the object of
study of the graduation course in Architecture and Urbanism. The area of
implantation of the same, is located in the rural zone of the municipality of Soledade /
RS. The work deals with the architectural and urban planning in the property, so that
it provides a greater production in a smaller occupied space. This will enable better
functionality of the property, where the functions to be developed will be as practical
as possible. In this sense, there will be a guarantee of a greater economic and social
sustainability of the property with the developed functions of milk production in Free
Stall system, structural support for grain production, and grain storage structure.
Keywords: Property Rural. Production. Free Stall. Silo. Grains.
6
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Localização da Edificação.........................................................................32
Figura 2 – Identificação das Antigas Instalações a Partir da Rodovia.......................33
Figura 3 – Imagem Conceitual...................................................................................33
Figura 4 – Planta da Implantação...............................................................................34
Figura 5 – Planta Baixa com Zoneamento.................................................................35
Figura 6 – Imagem do Centro do Estábulo.................................................................36
Figura 7 – Imagem das Instalações dos Animais Vista do Corredor de Circulação..36
Figura 8 – Imagem do Projeto Vista da Rodovia........................................................37
Figura 9 – Imagem das Entradas de Ar nos Eitão......................................................27
Figura 10 – Imagem da Lateral Mostra Aberturas de Entrada de Ar e Claridade......38
Figura 11 – Imagem do Fechamento das Aberturas no período de Inverno..............39
Figura 12 – Planta Baixa da Sala de Ordenha ..........................................................40
Figura 13 – Maquete Volumétrica da Sala de Ordenha e Cocheiras ........................41
Figura 14 – Exemplo de Sala de Ordenha Modelo Espinha de Peixe ......................41
Figura 15 – Corredor e Operação de Trato, Cochos e Canzis de Metal....................42
Figura 16 – Planta de Implantação zoneada..............................................................43
Figura 17 – Imagem da Residência e suas Instalações Vista da Plantação.............44
Figura 18 – Imagem da Residência Vista da Frente da Atual Garagem....................44
Figura 19 – Planta de Implantação zoneada .............................................................45
Figura 20 – Planta Baixa Zoneada da Residência.....................................................45
Figura 21 – Imagem Interna da Residência...............................................................46
Figura 22 – Imagem da Residência Vista de Perto do Fosso de Luz da Garagem..46
Figura 23 – Imagem Área no Dia de Campo da Empresa.........................................48
Figura 24 – Localização da Edificação ......................................................................49
Figura 25 – Localização da Edificação ......................................................................49
Figura 26 – Planta Baixa do Deposito de Fertilizantes ..............................................50
Figura 27 – Planta Baixa do Setor de Recebimento de Grãos ..................................51
Figura 28 – Visualização da Entrada da Moega.........................................................52
Figura 29 – Caldeira e o Secador...............................................................................53
Figura 30 – Tombador................................................................................................53
Figura 31 – Planta Baixa do Setor Administrativo......................................................54
7
Figura 32 – Balança de pesagem ..............................................................................54
Figura 33 – Localização I ..........................................................................................56
Figura 34 – Localização II..........................................................................................57
Figura 35 – Localização III ........................................................................................57
Figura 36 – Mapa Nolli ..............................................................................................59
Figura 37 – Mapa de Usos ........................................................................................60
Figura 38 – Infraestrutura Existente I ........................................................................61
Figura 39 – Infraestrutura Existente II .......................................................................62
Figura 40 – Dimensões do Terreno ..........................................................................63
Figura 41 – Topografia ..............................................................................................64
Figura 42 – Levantamento do Terreno ......................................................................65
Figura 43 – Ventos Dominantes no Município de Soledade.....................................65
Figura 44 – Ventos e Insolação .................................................................................66
Figura 45 – Localização das imagens do terreno. .....................................................67
Figura 46 – Vista da Estrada que dá Acesso ao Terreno...........................................68
Figura 47 – Vista da estrada o local onde será implantado a residência...................68
Figura 48 – Local onde será implantado a estrada interna da propriedade...............69
Figura 49 – Vista da área vizinha. .............................................................................69
Figura 50 – Local onde será implantado as instalações econômicas........................70
Figura 51 – Cedro, perto do local onde será implantada a casa sede.......................70
Figura 52 – Vista da propriedade para o leste. .........................................................71
Figura 53 – Vista da propriedade para onde será localizada a entrada.....................71
Figura 54 – Vista para sudeste...................................................................................72
Figura 55 – Vista para sul...........................................................................................72
Figura 56 – Lago existe no terreno.............................................................................73
Figura 57 – Angico existente no terreno.....................................................................73
Figura 58 – Cedro existente no terreno......................................................................74
Figura 59 – Vegetação existente................................................................................74
Figura 60 – Vista para o distrito de Posse Godoy......................................................75
Figura 61 – Rede elétrica existente no terreno..........................................................75
Figura 62 – Araucária existente no terreno................................................................76
Figura 63 – Cedro e construções existentes no terreno.............................................76
Figura 64 – Vista para atual entrada do terreno.........................................................77
Figura 65 – Vista para parte mais baixa onde esta as sangas existentes.................77
8
Figura 66 – Visual existente no terreno......................................................................78
Figura 67 – Visual existente no terreno II...................................................................78
Figura 68 – Rede elétrica existente no terreno..........................................................81
Figura 69 – Perfuração de poço artesiano.................................................................82
Figura 70 – Péssimas condições das estradas de acesso a propriedade.................82
Figura 71 – Pavimentação na estrada interna da propriedade..................................83
Figura 72 – Iluminação interna da propriedade..........................................................84
Figura 73 – Propriedade em geral..............................................................................89
Figura 74 – Casa Sede...............................................................................................89
Figura 75 – Casa de funcionários...............................................................................90
Figura 76 – Administrativo..........................................................................................90
Figura 77 – Apoio ao serviço......................................................................................91
Figura 78 – Estrutura de produção de leite................................................................91
Figura 79 – Estrutura de armazenamento de grãos...................................................92
Figura 80 – Estrutura para maquinas agrícolas.........................................................92
Figura 81 – Proposta de Zoneamento I......................................................................93
Figura 82 – Proposta de Zoneamento II.....................................................................94
Figura 83 – Proposta de Zoneamento III....................................................................95
9
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Programa de Necessidades.....................................................................85
10
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................13
1.1 INTRODUÇÃO AO CAPÍTULO.............................................................................13
1.2 TEMA DO PROJETO ...........................................................................................13
1.3 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DO PROJETO................................................14
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..........................................................................16
2.1 INTRODUÇÃO AO CAPÍTULO ............................................................................16
2.2 HISTÓRIA DA FORMAÇÃO DAS FAZENDAS NO RIO GRANDE DO SUL ......16
2.3 PLANEJAMENTO DA PROPRIEDADE RURAL ..................................................17
2.4 PRODUÇÃO DE LEITE........................................................................................17
2.4.1 SISTEMA EXTENSIVO E SEMIEXTENSIVO .................................................17
2.4.2 SISTEMA INTENSIVO A PASTO ...................................................................18
2.4.3 SISTEMAS DE CONFINAMENTO..................................................................18
2.4.3.1 SISTEMA COMPOST BARN.....................................................................19
2.4.3.2 SISTEMA FREE STALL.............................................................................19
2.4.3.2.1 CAMA.........................................................................................................19
2.4.3.2.2 ÁREAS DE CIRCULAÇÃO ........................................................................20
2.4.3.2.3 ÁREA DE ALIMENTAÇÃO.........................................................................20
2.4.3.2.4 SALA DE ESPERA.....................................................................................20
2.4.3.2.5 SALA DE ORDENHA.................................................................................21
2.4.3.2.5.1 O que é ordenha...................................................................................21
2.4.3.2.5.2 A ordenha mecanizada.........................................................................21
2.4.3.2.5.3 Instalação de ordenha..........................................................................21
2.4.3.2.5.4 Silos de silagem....................................................................................22
2.5 ENERGIA DE FONTES RENOVÁVEIS................................................................22
2.5.1 ENERGIA FOTOVOLTAICA............................................................................22
2.5.2 BIODIGESTOR................................................................................................23
2.6 PRODUÇÃO AGRÍCOLA E ARMAZENAMENTO DE GRÃOS............................23
2.6.1 AGRICULTURA DE PRECISÃO.....................................................................23
2.6.2 INFRAESTRUTURA PARA EQUIPAMENTOS AGRÍCOLAS.........................24
2.6.2.1 GALPÃO DE MÁQUINAS..........................................................................25
2.6.2.2 LAVAGEM E TROCA DE ÓLEO................................................................25
11
2.6.2.3 TANQUE DE COMBUSTÍVEL....................................................................25
2.6.2.4 DEPÓSITO DE DEFENSIVOS AGRÍCOLAS.............................................26
2.6.2.5 DEPÓSITO DE EMBALAGENS VAZIAS...................................................26
2.6.2.6 CAIXA DE SEPARAÇÃO DE ÁGUA E ÓLEO............................................26
2.6.3 ARMAZENAMENTO DE GRÃOS....................................................................27
2.6.3.1 ARMAZENAMENTO DE GRÃOS EM PROPRIEDADES..........................27
2.6.3.1.1 Armazenamento em sacas.........................................................................28
2.6.3.1.2 Armazenamento a granel...........................................................................28
2.6.3.2 COMO FUNCIONA UMA UNIDADE DE ARMAZENAGEM DE GRÃOS..28
2.6.3.2.1 Limpeza da unidade...................................................................................28
2.6.3.2.2 Balança......................................................................................................29
2.6.3.2.3 Moega........................................................................................................29
2.6.3.2.4 Elevador.....................................................................................................29
2.6.3.2.5 Pré-limpeza................................................................................................30
2.6.3.2.6 Silo pulmão.................................................................................................30
2.6.3.2.7 Secagem....................................................................................................30
2.6.3.2.8 Esteira........................................................................................................31
2.6.3.2.9 ARMAZENAGEM EM SILOS.....................................................................31
2.6.3.2.9.1 Silos de concreto..................................................................................31
2.6.3.2.9.2 Silos de alvenaria..................................................................................31
2.6.3.2.9.3 Silos metálicos......................................................................................31
2.6.3.2.10 EXPEDIÇÃO..............................................................................................31
2.7 ESTUDOS DE CASO...........................................................................................32
2.7.1 VEJLSKOVGAARD STABLE...........................................................................32
2.7.2 SALA DE ORDENHA.......................................................................................40
2.7.3 ARREDORES DA FAZENDA..........................................................................43
2.7.4 UNIDADE DE ARMAZENAMENTO DE GRÃOS.............................................48
2.7.5 CONCLUSÃO DOS ESTUDOS DE CASO......................................................55
3 DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO..................................................56
3.1 INTRODUÇÃO AO CAPÍTULO.............................................................................57
3.2 CONTEXTUALIZAÇÃO REGIONAL.....................................................................57
3.3 MAPA NOLLI, USO DO SOLO E ALTURA DAS EDIFICAÇÕES.........................59
3.4 INFRAESTRUTURA URBANA.............................................................................61
3.5 CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS DO TERRENO..........................................63
12
3.6 SÍNTESE DE LEGISLAÇÕES E NORMATIVAS..................................................76
3.6.1 LEGISLAÇÃO..................................................................................................78
3.6.1.1 Código florestal: Lei Federal nº12.727.de 2012.........................................78
3.6.1.2 Lei nº 8.588, de 27 de novembro de 2006.................................................79
3.6.2 NBRs...............................................................................................................79
3.6.2.1 NBR 7505-1................................................................................................79
3.6.2.2 NBR 7505-4................................................................................................79
3.6.2.3 NBR 31.......................................................................................................79
3.6.3 RESOLUÇÃO DE LEIS...................................................................................79
3.6.3.1 Resolução ANP nº 12, de 21 de março de 2007.......................................79
3.6.3.2 Resolução CONAMA nº 273, de 29 de novembro de 2000.......................79
3.6.3.3 Resolução CONSEMA n. 02/2009.............................................................79
4 CONCEITO E DIRETRIZES PROJETUAIS.........................................................80
4.1 INTRODUÇÃO......................................................................................................80
4.2 CONCEITO DO PROJET.....................................................................................80
4.3 DIRETRIZES DE ARQUITETURA........................................................................80
4.4 DIRETRIZES URBANÍSTICAS.............................................................................81
5 PARTIDO GERAL................................................................................................85
5.1 INTRODUÇÃO......................................................................................................85
5.2 PROGRAMA DE NECESSIDADES......................................................................85
5.3 ORGANOGRAMA/FLUXOGRAMA.......................................................................89
5.4 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO..................................................................................93
6 CONCLUSÃO.......................................................................................................97
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................98
8 ANEXOS.............................................................................................................101
13
1. INTRODUÇÃO
1.1 INTRODUÇÃO AO CAPÍTULO
O tema da monografia é centrado nas informações necessárias para o
desenvolvimento de um projeto de uma propriedade agrícola de alta produtividade.
Logo, seu objetivo geral é criar um projeto arquitetônico que tenha como foco
principal a organização e otimização dos espaços para desenvolverem-se as
atividades oportunas à agricultura de precisão. Enquanto que seus objetivos
específicos são: criar espaços adequados no que diz respeito à habitabilidade e à
funcionalidade; buscar atender às questões de conforto ambiental nas edificações,
projetar um complexo unificando os seguintes setores: moradias, estrutura para
produção leiteira, armazenamento de grãos, e instalações para maquinários da
propriedade.
1.2 TEMA DO PROJETO.
O tema do projeto será uma propriedade rural de alta produtividade, na qual o
proprietário vai residir com sua família em uma casa chamada de casa-sede, onde
encontrará toda a estrutura que necessita, sem deixar de ser uma casa típica do
interior, com fogão à lenha, que a deixa mais acolhedora. Contará com toda uma
área de lazer para família e funcionários, também com um espaço direcionado para
as residências dos mesmos, onde haverá todos os requisitos de conforto e
praticidade necessários. Estes irão trabalhar nas diferentes funções que a
propriedade vai compreender como, produção de leite com uma completa
infraestrutura visando uma alta produtividade, e também na produção de grãos,
tendo uma estrutura de silos para armazenagem e uma para guardar os maquinários
utilizados na propriedade.
Uma propriedade rural pode ser definida de diferentes formas: como
chácaras, mais utilizadas para lazer; sítios que também podem suprir as funções de
lazer unindo a geração de uma pequena renda; fazendas, que são grandes
propriedades rurais e exercem papel de produção econômica, como produção de
grãos, pecuária de leite ou de corte e atividades diversas. Todas essas podem ser
encontradas tanto na zona rural como na zona urbana, em alguns casos, estão
divididas em várias matrículas, porém interligadas, havendo até mesmo
interrupções, como estradas, rios, córregos. Em situações diversas, podem estar na
14
abrangência de duas cidades ou mais, todavia pertencendo ao mesmo dono e sendo
uma única propriedade.
A agricultura de precisão teve suas primeiras pesquisas em 1929 nos Estados
Unidos, mas se tornou conhecida no mundo somente na década de 80, tendo no
Brasil suas primeiras pesquisas já na década de 90. Ela vem a ser um sistema de
gerenciamento agrícola que detecta e monitora propriedades rurais para uma melhor
produção e preservação ambiental, com o uso de GPS em equipamentos agrícolas
de alta tecnologia, que trabalha na geração de mapas de produtividade, podendo ser
usado em todas as áreas do agronegócio.
Free Stall é um sistema de criação de gado leiteiro, que teve início nos
Estados Unidos nos anos 50, chegando no Brasil 20 anos depois, já na década de
80. Caracterizado por um galpão onde os animais em produção ficam confinados,
esse modo utilizado gera às vacas leiteiras um alto nível de conforto, mantém a
temperatura ideal para seu corpo e as proporcionando camas, onde passam maior
parte do dia deitadas, saindo somente para se alimentar, conforme suas
necessidades, isso gera um menor gasto de energia corporal e transfere toda sua
alimentação para a produção de leite, retornando em uma maior produtividade por
animal. Esse sistema também permite alocar um maior número por área na
propriedade, gerando, assim, um maior rendimento por espaço ocupado para a
produção leiteira, diferente dos outros sistemas de produção.
1.3 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DO PROJETO
Hoje, estamos voltados para os grandes centros urbanos, onde se concentra
a maior parte da população brasileira, deixando de lado 35 milhões de habitantes
que residem em chácaras, sítios e fazendas na zona rural e correspondem a 15,64%
da população brasileira. Segundo o IBGE (2010), é imprescindível um olhar
proporcional para zona rural, onde se encontra o setor do agronegócio, que é
fundamental para o desenvolvimento da economia brasileira.
É muito comum em propriedades brasileiras a falta de planejamento
arquitetônico e urbano para um melhor desenvolvimento das tarefas que a
propriedade exerce. Devido à presença dessas deficiências, acaba-se gerando
gastos desnecessários de tempo e de funcionários. Segundo o Canal Rural (2013),
hoje, o agronegócio brasileiro emprega 37% dos trabalhadores do país.
15
Uma propriedade rural necessita de um planejamento urbano para uma
melhor distribuição e locação de suas benfeitorias, as quais irão atender toda a
demanda de produção. Da mesma forma, todas as construções necessárias de
projetos arquitetônicos que atendam os quesitos necessários para desempenhar
suas funções de forma prática e rápida com segurança e conforto.
Segundo dados da ONU (2015), a demanda de alimentos em 2050 será 60%
maior daquela que se têm atualmente. Devido a estes dados, seria preciso um
aumento na produção agrícola para suprir a necessidade mundial futuramente. O
Brasil possui um grande potencial para suprir essa necessidade, pois apresenta
apenas 9% da área do país ocupada pelo agronegócio, e grande parte dessas áreas
ainda não são utilizadas. Porém, não é necessário a abertura de novas áreas para
produção agrícola, é possível trabalhar o aumento de produção verticalmente, com
práticas agrícolas de alta produtividade, de maneira que aumente a produção e
conserve o meio ambiente, sem aumentar as áreas de cultivo em extensão. Isso
pode acontecer com o uso da agricultura de precisão que está transformando as
áreas onde já foram implantadas em grandes produtoras agrícolas, com o uso de
tecnologias que reduz os gastos desnecessários e a degradação do ecossistema
que ali existe.
Os projetos atuais desenvolvidos nessa área, são projetos padrões usados
em todas as propriedades. Não existe um estudo do terreno da melhor forma que ele
pode ser alocado com o desníveis, principalmente projetos de infraestrutura para
produção leiteira. Se houvesse uma análise para melhor trabalhar a limpeza dos
fluídos, a propriedade conseguiria economizar em mão de obra e energia.
16
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 INTRODUÇÃO AO CAPÍTULO
Nesta parte, será apresentada a revisão de literatura que demonstra os
principais assuntos pertinentes à compreensão do tema escolhido para o projeto.
Assim, são apresentados os seguintes assuntos: história da formação das fazendas
no Rio Grande do Sul, planejamento da propriedade rural, produção de leite,
produção agrícola e armazenamento de grãos.
2.2 HISTÓRIA DA FORMAÇÃO DAS FAZENDAS NO RIO GRANDE DO SUL
As propriedades rurais têm suas formações a alguns séculos denominadas
como fazendas, se originando no Rio Grande do Sul, mais precisamente no século
XVIII e XIX, iniciando pela região da fronteira com o Uruguai e chegando no planalto
médio no século XIX. Suas características eram simples, se comparadas às
fazendas das províncias de São Paulo e do Rio de Janeiro. Localizadas
principalmente com suas instalações nas partes mais altas da fazenda que permitia
uma ampla visão de tudo a seu redor (SILVA, 2003).
Denominada, no período, por casa-sede, a residência da família possuía uma
arquitetura simples e era construída com materiais típicos da região, possuindo sala
da frente, como era chamada, quartos interligados uns aos outros e cozinha; a seu
redor ficava localizada a cozinha suja, usada pelas escravas da fazenda para
realizar algumas tarefas como geleias, massas, toicinhos, salames, carnear animais
e outras funções; o quarto do forno usado para assar pães, bolos, porcos, galinhas e
outras coisas. Um pouco mais afastado, ficavam as instalações de galpões, onde
geralmente se encontrava o fogo de chão usado só por homens. Algo comum na
época era a existência do quarto de hóspedes, devido às fazendas serem isoladas e
as distâncias entre um local e outro serem grandes (SILVA, 2003).
2.3 PLANEJAMENTO DA PROPRIEDADE RURAL
No planejamento e construção de uma propriedade rural, é importante ter em
mente a atividade que a mesma vai exercer, com a finalidade de executar um
planejamento correto de toda a infraestrutura necessária, que envolve uma série de
fatores como: localização da casa, dos currais, galpões, horta, pomar, identificação
da topografia, de lagos e nascentes, vias de acesso e outros elementos que
17
requerem uma série de cuidados para que as tarefas possam ser executadas de
maneira simples e rápida, não desperdiçando tempo e dinheiro (CHOUCAIR, 2013).
No planejamento de uma residência rural, deve-se levar em consideração as
necessidades da família e seus hábitos. É de extrema importância possuir varanda e
cozinha grande com a finalidade de que ali o proprietário e sua família irão receber
amigos e vizinhos, sentar-se perto do fogão à lenha e desfrutar de uma bela vista. É
imprescindível uma boa ventilação na cozinha devido ao calor do fogão,
necessitando de circulação de ar (CHOUCAIR, 2013).
A localização das demais instalações deve-se a sua funcionalidade e seu
vínculo com a residência; como pode-se notar em propriedades rurais, ao redor da
residência encontra-se o jardim, a horta, depois o pomar, algumas outras instalações
vinculadas diretamente às necessidades da casa, e depois se encontram as
instalações de galpões para maquinários e outras funções com animais; por
exemplo: instalações de suínos e aves requerem uma distância da residência bem
maior do que as outras infraestruturas devido ao forte odor (CHOUCAIR, 2013).
2.4 PRODUÇÃO DE LEITE
Dos 100 maiores produtores de leite do país, 44% deles trabalham com
sistema de confinamento (Embrapa, 2017), em busca de uma maior produtividade
por área ocupada. Em criações de gado de leite a pasto, o custo por animal é bem
abaixo, se comparado aos sistemas de confinamento. Entretanto, em períodos de
seca, a dificuldade de manter a produção devido à falta de pastagem ocasionada
pela estiagem é a maior dificuldade encontrada pelos produtores que,
consequentemente, estão migrando gradativamente para o sistema de
confinamento, pois o mesmo permite que áreas antes investidas em pastagens,
agora possam servir para produção de silagem e feno. Isso possibilita ao produtor
um maior número de animais por área e a criação de um estoque que vai alimentar
as vacas de leite o ano todo sem ter que se preocupar com a queda na produção no
período de estiagem (SEBRAE, 2016).
2.4.1 SISTEMA EXTENSIVO E SEMIEXTENSIVO
Estes dois métodos de produção de leite são muito primitivos. Os rebanhos
são compostos de animais de raças diversas, principalmente de corte, com um baixo
índice de produção; as pastagens são de péssima qualidade. O que diferencia um
18
sistema do outro é que no extensivo, a ordenha é feita uma vez ao dia, o bezerro
mama na vaca até os 8 meses, os animais não ganham suplementação no cocho; já,
no semiextensivo, a ordenha é realizada 2 vezes ao dia em algumas propriedades,
os bezerros mamam até os 3 meses de idade na vaca ou na mamadeira e os
animais ganham uma suplementação de baixa qualidade no cocho em períodos de
estiagem (ASSIS et al. 2005).
2.4.2 SISTEMA INTENSIVO A PASTO
A produção de leite no sistema a pasto é muito comum de se encontrar em
pequenas e médias propriedades pelo país afora, devido a fácil implantação do
sistema, não necessitando de altos investimentos em infraestrutura, basta se ter
uma área de terra e adquirir algumas vacas de raças leiteiras que é possível iniciar a
produção, diferente dos sistemas de confinamento, que requerem grandes
investimentos em galpões e equipamentos que irão levar anos para se pagar
(BENDER, 2017).
Esse método baseia-se em criar o gado em pastagens preparadas, diferente
dos sistemas extensivo e semiextensivo, onde as áreas são de pastagens naturais,
onde se procura piquetear as áreas para um melhor aproveitamento da
propriedades, tendo pastagens de verão e de inverno; e, em períodos de baixa
qualidade das pastagens, procura-se fornecer uma suplementação em cocho, como
silagem, feno e outros (BENDER, 2017).
2.4.3 SISTEMAS DE CONFINAMENTO
Os métodos de produção de leite em confinamento são especificamente dois:
o compost barn e free stall, que envolvem estruturas cobertas e um certo grau de
investimento do produtor para a sua implantação. Possuem certas vantagens
referentes aos demais, pois permitem alocar um maior número de animais em uma
mesma propriedade. Comparados com métodos a pasto, além de possuir uma maior
produtividade por animal devido ao mesmo não gastar energia desnecessária em
caminhadas, algo muito comum que acontece nos outros métodos de produção,
proporciona um grau de conforto aos animais, com temperaturas adequadas para
seu bem estar, o que acarreta uma maior produtividade, além de proporcionar aos
operadores uma melhor condição de trabalho (BENDER, 2017).
19
2.4.3.1 SISTEMA COMPOST BARN
A produção de leite pelo sistema compost barn é mais utilizada por pequenos
e médios produtores; possui suas características de uma estrutura coberta, onde os
animais permanecem fechados no período de sua lactação. Esse método de
produção é composto por uma cama coletiva composta geralmente de serragem,
onde os animais descansam, sendo destinado uma área de 25m² por animal. Possui
uma área de alimentação que está separada da área de descanso por muro ou
cerca, deixando alguns vãos livres para a passagem dos animais que a acessam o
dia todo (SEBRAE; 2016).
2.4.3.2 SISTEMA FREE STALL
O sistema de produção free stall é comum em grandes propriedades
produtoras de leite devido ao alto custo de implantação do sistema baseado
basicamente em uma grande estrutura para alojamento dos animais na qual os
mesmos ficam confinados. O mesmo proporciona aos animais uma melhor qualidade
de vida devido estarem em local projetado para suas necessidades, possuindo todos
os itens indispensáveis para um bom funcionamento do sistema, dentro de uma
propriedade de produção leiteira, podendo atingir altos potenciais de produtividade.
Suas vantagens em relação ao compost barn é a necessidade de uma menor área
de galpão para o mesmo número de animais. Em propriedades, a cama do sistema
compost barn, acaba não fazendo o processo correto de aquecimento que precisa
acontecer para seu bom funcionamento e acaba virando em barro e em pouco
tempo todo o rebanho pode ser contaminado com mastite, um grande problema, cuja
a única solução, por vezes, é o sacrifício do animal. Outra vantagem do sistema é
não necessitar de investimento semanal em camas, ou seja um grande investimento
no início com instalações acaba valendo a pena (BENDER, 2017).
2.4.3.2.1 CAMAS
As camas tem a finalidade de que os animais deitem em um local limpo e
seco, desta forma as mesmas são projetadas de maneira que caibam apenas um
animal por espaço, e que não consigam defecar encima. Um dos métodos de camas
mais utilizado, é a de colchões. Esse método gera um gasto ao produtor na hora do
investimento, porém não necessita de reposição semanal, como as camas de areia e
de serragem (BENDER, 2017).
20
2.4.3.2.2 ÁREAS DE CIRCULAÇÃO
As áreas de circulação permitem que os animais se locomovam de um espaço
para outro; isso requer cuidados para que os mesmos não resvalem quando estiver
úmido, por isso o piso onde os animais vão circular precisa ser antiderrapante
possuindo nervuras que evitem possíveis quedas dos animais. Também não pode
ser um piso com grandes elevações para não machucar o casco devido serem
animais pesados (BENDER, 2017).
2.4.3.2.3 ÁREA DE ALIMENTAÇÃO
Nos sistemas de confinamento, áreas de alimentação são a única forma das
vacas receberem o alimento. Ficam localizadas no centro da instalação ou nas
laterais, onde os animais ficam posicionados lado a lado. Em algumas propriedades,
é optado por canzis, outras não, para prender os animais na hora da alimentação.
Porém, durante o dia, todas elas tem acesso a esse espaço, permitindo a livre
circulação dentro das instalações para se alimentar e para deitar nas camas
(BENDER, 2017).
2.4.3.2.4 SALA DE ESPERA
A sala de espera tem a função de alocar as vacas antes da ordenha, servindo
como um método de preparo psicológico para elas. Tem também como finalidade
facilitar o manejo, concentrando todo o rebanho ou lotes dele perto da sala de
ordenha. Isso facilita na hora da operação, não necessitando que o operador tenha
que se deslocar para buscar animais longe, como por exemplo, nas camas ou na
área de alimentação. Evita ainda que os animais já ordenhados se misturem com os
que não foram. Existem alguns modelos de sala de espera; a mais comum é
geralmente quadrada ou retangular, que dificulta a operação quando sobra poucos
animais dentro da sala. O que não acontece em salas de espera redondas com
portões andantes que permite ao operador ir fechando conforme diminui o número
de animais na espera, fazendo com que as vacas entrem espontaneamente na sala
de ordenha no momento correto (BENDER, 2017).
21
2.4.3.2.5 SALA DE ORDENHA
2.4.3.2.5.1 O QUE É ORDENHA
Ordenha é o exercício de extração do leite do úbere da vaca, o qual pode ser
feito manualmente ou mecanicamente, devendo ser cumprido com cuidado pois é
esse processo que definirá a qualidade final do leite (NETTO et al. 2006). O tipo de
ordenha realizado em uma propriedade depende muito do número de vacas, das
condições financeiras do produtor e da mão de obra disponível (ROSA et al. 2011).
2.4.3.2.5.2 A ORDENHA MECANIZADA
Em propriedades com a função de produção de leite, é utilizado a ordenha
mecanizada (NETTO et al. 2006); a extração do leite é feita de maneira mais rápida
que a manual e, assim, necessita-se de menos mão de obra para o mesmo número
de animais (ROSA et al. 2011). Existem diferentes maneiras de realizar a ordenha
mecanizada; umas delas é com balde ao pé, a mais simples de todas, também
existindo a de circuito fechado, que é apropriada para fazendas com um número
maior de vacas, em torno de 60 animais, evitando assim desperdício de tempo em
caminhadas da sala de ordenha até a sala de leite, pois o circuito fechado
encaminha o leite das teteiras até a sala de leite por tubulações e pode ser
implantado em diferentes tipos de salas de ordenha como: espinha de peixe,
tandem, lado a lado e carrossel, todas com fosso (SOUZA, 1997).
2.4.3.2.5.3 INSTALAÇÃO DE ORDENHA
As instalações para ordenha devem ser projetadas de maneira que tragam as
vacas com tranquilidade para que cheguem ao ambiente e se sintam confortáveis e
seguras. Algumas raças mais específicas sentem muito calor e requerem um
cuidado especial para que não se estressem e, consequentemente, demostrem isso
na produtividade. Assim, faz-se necessário a implantação de ventiladores e
nebulizadores que vão manter a temperatura ideal em dias de muito calor (ROSA et
al. 2011).
Em propriedades de alta produtividade, se trabalha com ordenha mecanizada,
o que agiliza o processo (NETTO et al. 2006); umas delas é em instalação chamada
espinha de peixe, que tem esse nome devido à posição em que as vacas ficam
organizadas para ser feita a ordenha, ficando diagonalmente a um fosso, onde fica o
22
operador que vai fazer o serviço. Esse sistema permite ao operador uma visão
privilegiada do úbere e dos tetos das vacas, sem falar que o animal ocupa menos
espaço na lateral do fosso. Esse modelo possibilita que a ordenha seja feita
somente de um lado ou também bilateral, onde a ordenha ocorre em ambos os lados
(ROSA et al. 2011).
2.4.3.2.4 SILOS DE SILAGEM
Os silos de silagem tem a função de armazenamento devido à necessidade
de se estocar alimentação para rebanhos, principalmente criados em confinamento,
de onde vem toda sua alimentação. A silagem mais comum de ser feita é a de milho,
que apresenta alto rendimento por hectare e por ser preferida pelos animais em
relação aos outros tipos. Existem duas formas de armazenar a silagem, uma delas
em silos trincheiras e outra em silos de superfície, os quais não são muito
recomendados devido ao seu desperdício, já o trincheira é um buraco na terra com
paredes de concreto e piso, que otimiza na hora do preparo para armazenagem
devido facilitar a socagem e não possuir um desperdício tão grande como o outro.
Fica localizado perto da área onde os animais são alimentados, evitando grandes
locomoções diariamente (Araújo, 2016).
2.5 ENERGIA DE FONTES RENOVÁVEIS
2.5.1 ENERGIA FOTOVOLTAICA
A energia fotovoltaica é uma fonte limpa e renovável, que vem se espalhando
pelo Brasil e no mundo (RURAL CENTRO, 2013). Estudos revelam que,
aproximadamente até a metade deste século, o país contará com 13% dos
domicílios produzindo energia solar (FERREIRA et al.2016).
Um dos locais com grande potencial energético são propriedades rurais de
diferentes funções, porém as com maior destaque, são as com instalações de
grandes galpões, que permitem o aproveitamento de toda área do telhado, vista até
então como um espaço inútil, agora podendo aproveitada para instalação dos
painéis solares (FERREIRA et al. 2016).
As propriedades rurais que trabalham com produção de leite no sistema de
confinamento, possuem um grande gasto de energia devido a suas instalações, e
estão adotando a energia fotovoltaica em busca de redução de custos (FERREIRA
23
et al. 2016). Uma propriedade gaúcha com 430 mil metros quadrados de painéis tem
potencial de suprir a necessidade de 13 mil casas (RURAL CENTRO, 2013).
2.5.2 BIODIGESTOR
Um biodigestor em uma propriedade rural tem por função transformar um
grande problema ambiental em biofertilizante, o qual pode ser utilizado como adubo
nas lavouras e biogás, e no mesmo sentido, como energia e gás de cozinha
(RECOLAST AMBIENTAL, s.d).
Os biodigestores são mais usados nas propriedades com a finalidade de
aproveitar os dejetos dos animais como fonte de energia renovável, coletando-os
principalmente em métodos de confinamento de criações de gado de leite, corte,
suínos e até aves e os conduzindo para um local fechado onde passará por um
processo de fermentação (TRISTÃO; 2012).
2.6 PRODUÇÃO AGRÍCOLA E ARMAZENAMENTO DE GRÃOS
2.6.1 AGRICULTURA DE PRECISÃO
As primeiras pesquisas referentes à agricultura de precisão surgiram nos
Estados Unidos em 1929, mas ela foi se tornar conhecida no mundo só nos anos 80,
e tendo seus primeiros experimentos no Brasil já na década de 90 (EMBRAPA,
2014). A agricultura vem passando por mudanças nos últimos anos, a qual
necessita, dos produtores rurais, um grau de especialização para manipular as
novas tecnologias que estão chegando às propriedades, com grandes lançamentos
de equipamentos agrícolas de alta tecnologia, fazendo parte do sistema de
agricultura de precisão (AGROLINK, 2016).
Nesta, agrega-se uma melhor maneira de administrar a propriedade,
utilizando informações exatas, adquiridas por um sistema de sensores e
instrumentos de medidas, geoestatistística e mecânica, os quais informam dados
precisos, permitindo ao produtor uma análise correta da área da sua propriedade
(MUNDOCLIMA, 2017 AGROLINK, 2016).
Com a utilização dessas ferramentas, geram-se mapas da propriedade, nos
quais são feitas análises de solo de diferentes espaços, onde se detectam áreas
bem regulares e outras que apresentam taxas bem variadas da qualidade do solo.
Com os resultados das análises, máquinas agrícolas de última geração podem fazer
24
a correção, distribuindo ao solo a quantidade necessária de fertilizantes sem
excesso (AGROLINK, 2016).
Com o acompanhamento correto das lavouras, consegue-se identificar pontos
de ataques de pragas e doenças, sendo possível fazer a aplicação de produtos
correta no local e momento adequado para se conseguir controlar a doença ou
praga que está instalada na plantação. Faz-se, assim, um melhor uso dos produtos
sem os desperdiçá-los, o que leva a gerar uma economia no bolso do produtor e um
melhor cuidado com o meio ambiente (AGROLINK, 2016). Na agricultura
convencional, que faz aplicação de insumos e fertilizantes de maneira geral, em
alguns casos sem a real necessidade naquele local, geram-se gastos que poderiam
ser evitados pelo produtor rural e agride-se o meio ambiente com o uso inadequado
e exagerado.
Com o uso de equipamentos corretos, consegue-se fazer uma colheita com
qualidade do grão, que acaba diminuindo as perdas por excesso de umidade e
impurezas. Esses equipamentos de colheita também tem a capacidade de gerar
mapas de produtividade, o que permite analisar a produtividade de cada local
(AGROLINK, 2016).
A agricultura de precisão é conhecida por trabalhar com alta tecnologia,
responsável por manter a competição e a sustentabilidade do agronegócio do país,
perante os altos preços dos insumos e da necessidade de reduzir os impactos ao
meio ambiente gerados pelo setor agrícola (CARVALHO FILHO, 2014).
Os benefícios gerados pela agricultura de precisão estão aliados a uma
administração de informações precisas para uma melhor aplicação nas lavouras,
reduzindo os custos a partir de análises completas das plantações, no qual o
produtor consegue dados para fazer uma utilização correta de insumos, o que pode
promover um menor custo, com uma maior colheita, assim podendo gerar maior
lucratividade (MUNDOCLIMA 2017).
2.6.2 INFRAESTRUTURA PARA EQUIPAMENTOS AGRÍCOLAS
Para a produção agrícola do país, algumas culturas desenvolvidas como a da
soja, do milho, trigo e outras, fazem com que seja necessário a utilização de
implementos agrícolas, sejam colheitadeiras, tratores, pulverizadores, semeadeiras e
outros (COSTA; 2014), fato que envolve altíssimos valores gastos. Assim, para se
25
ter uma maior durabilidade desses equipamentos, procura-se no período que não
estão sendo utilizados, mantê-los em estruturas próprias para guardá-los.
Em propriedades de menor porte, é muito utilizado galpões de madeira que
normalmente atendem a todas as necessidades da propriedade em um único
espaço (COSTA; 2014).
Já, em propriedades de maior porte, faz-se uso de galpões de alvenaria e
com estrutura pré-moldada, o que torna possível maiores construções, também
podendo ser utilizadas estruturas metálicas (COSTA, 2014).
Nas grandes propriedades do centro-oeste brasileiro, o uso de galpões
abertos é o mais comumente encontrado, devido à facilidade de alocação dos
maquinários. Nesse caso, sendo empregada muitas vezes estruturas metálicas,
garantindo um maior espaçamento entre os pilares, o que facilita para esse modo de
uso (COSTA, 2014).
2.6.2.1 GALPÃO DE MÁQUINAS
Infraestrutura com a função de alocar o maquinário agrícola da fazenda com a
finalidade de protegê-los contra intempéries e garantindo, assim, uma maior vida útil
dos mesmos. O local muitas vezes é utilizado para fazer pequenos reparos
mecânicos, demandando um espaço para acomodação das ferramentas (SOJA
PLUS, 2013).
2.6.2.2 LAVAGEM E TROCA DE ÓLEO
Este é um espaço utilizado, basicamente, para fazer a lavagem das máquinas
agrícolas e a troca de óleo. É composto por uma rampa que facilita na operação das
funções desenvolvidas no dia a dia e de uma casa de máquinas, onde encontra-se a
bomba, também aproveitado para guardar óleos novos e usados, atendendo a todas
as normas necessárias (SOJA PLUS, 2013), de uma instalação com piso
impermeável com canaletas ao redor, que conduzirá a água até a caixa de
separação de agua e óleo, item extremamente importante (CONAMA, 2004).
2.6.2.3 TANQUE DE COMBUSTÍVEL
Tem a função de armazenar na própria propriedade o combustível utilizado
pelo maquinário, facilitando, assim, o trabalho cotidiano da propriedade, a qual tem
que cumprir com as exigências necessárias (SOJA PLUS, 2013). O tanque de
26
combustível deve ficar instalado a uma distância de 4,5 metros das demais
construções, estando dentro de uma bacia de contenção que tenha capacidade de
armazenar 10% do volume do tanque; junto a esta bacia, deve estar ligada uma
caixa de separação de óleo (CONAMA; 2004 / NBR 7505-1; 2003).
2.6.2.4 DEPÓSITO DE DEFENSIVOS AGRÍCOLAS
Local com a finalidade de armazenar os defensivos agrícolas utilizados na
propriedade com a segurança de que todas as normas da NR31 sejam cumpridas,
contando com uma lavanderia para higienizar os EPIs utilizados (SOJA PLUS,
2013). As regras que um depósito de defensivos deve cumprir em sua construção
são: ter uma altura que permita uma boa iluminação e ventilação, impedindo a
entrada de animais por meio dessas. O local deve ser construído de material que
não propague chamas, tendo o piso de fácil limpeza e que não permita a infiltração.
Esse necessita, na lavanderia, canaletas que irão conduzir a água que escorrer dos
EPIs no período de secagem para uma bacia de contenção, evitando, assim, a
contaminação. Também deve estar distante 200 metros de APPs, e estar a 30
metros de qualquer área de convívio de funcionários, como galpões, casas,
alojamentos e outros (NR31; 2005).
2.6.2.5 DEPÓSITO DE EMBALAGENS VAZIAS
Tem por função alocar as embalagens de fertilizantes e defensivos agrícolas
vazios, com a finalidade de não deixá-los em qualquer local da propriedade (SOJA
PLUS; 2013). Deve ser construído a 300 metros de distância de APPs e sistemas
hídricos, a 50 metros de outras construções e em local plano (CONSEMA, 2009). O
depósito tem de atender à demanda da propriedade, possuir um pé direito de 3
metros, sendo construído em alvenaria, madeira ou metálico, possuindo iluminação
e ventilação natural. Os beirais e calçadas em seu perímetro devem ter 1 metro de
largura e o piso deve ser permeável, apresentando canaletas que conduzirão os
resíduos líquidos até a caixa de detenção (NR31, 2005).
2.6.2.6 CAIXA DE SEPARAÇÃO DE ÁGUA E ÓLEO
A caixa de separação de água e óleo tem por função separar resíduos de óleo
junto a água, ela pode ser construída para atender as trocas de óleo e a lavagem
dos maquinários. Em caso do tanque de combustível estar perto, pode ser
27
aproveitada a mesma caixa de separação, a qual possui quatro etapas: a primeira é
uma caixa de areia que fará a separação das partes mais sólidas, a segunda tem por
função separar o óleo da graxa, já a terceira fará a separação do óleo da água, na
quarta, a água já se encontra limpa e armazenada, pronta para ser descartada sem
contaminação (SOJA PLUS, 2013).
2.6.3 ARMAZENAMENTO DE GRÃOS
A armazenagem de grãos tem o objetivo de manter o produto com a mesma
qualidade que veio do campo; para isso, é preciso fazer uso de boas práticas de
armazenagem, como secagem dos grãos em silos adequados (EMBRAPA, 2017)
que os protegerão contra intempéries, controle da umidade e temperatura em que se
encontram os grãos, prevenindo o ataque de roedores e insetos (LACERDA FILHO
et al. 2008).
Nos últimos anos, as safras brasileiras vem batendo recordes e as estruturas
de armazenamento não vem acompanhando esse crescimento. Na safra 2016/2017,
o déficit de armazenagem chegou a 77 milhões de toneladas, necessitando
improviso, o que ocasionou depósitos de soja a céu aberto vulneráveis a ataques de
animais e intempéries até se conseguir um local adequado (SF AGRO, 2017).
Após uma grande safra, que gerou milhões de toneladas de grãos a céu
aberto, o governo brasileiro diminuiu a taxa de juros do financiamento do Programa
de Construção e Ampliação de Armazéns (PCA) de 8,5% para 6,5%, financiando até
100% do empreendimento com prazos que chegam a 15 anos, tudo isso para tentar
diminuir o déficit que o Brasil tem com a armazenagem de sua produção. Enquanto
que, os Estados Unidos possuem uma capacidade 20% além da sua produção anual
(SF AGRO, 2017).
2.6.3.1 Armazenamento de grãos em propriedades
Uma unidade de armazenagem de grãos na fazenda pode gerar uma série de
vantagens ao proprietário, como economia de frete, permitindo que a produção seja
vendida nos períodos de maior preço, no qual ele negocia direto com a indústria,
garantindo assim um maior ganho (ARAÚJO, 2017).
Os primeiros registros de armazenamentos de grãos em fazenda no Brasil
encontram-se em 1900; desde essa época, já se tinha uma preocupação com o
problema que se encontra hoje. Mesmo esse processo de armazenagem nas
28
fazendas tendo começado há tantos anos atrás, o país está muito longe de alcançar
países desenvolvidos, como Estados Unidos e os da Europa, que conseguem
armazenar nas próprias fazendas de 30 a 60% da produção anual, sendo que o
Brasil consegue apenas 3,5% de toda sua produção (LACERDA FILHO et al. 2008).
2.6.3.1.1 Armazenamento em sacas
A armazenagem de grãos em fazendas é feita de diferentes formas. A mais
comum de se encontrar é em sacarias que, muitas vezes, são feitas em lugares
improvisados e possuem caráter de subsistência das propriedades, como para
utilizar no plantio da próxima safra e também para alimentação dos animais
(LACERDA FILHO et al. 2008).
2.6.3.1.2 Armazenamento a granel
A armazenagem de grãos na forma a granel nas fazendas corresponde
apenas 3,5% da produção do país podendo ser de diferentes formas, como
armazéns graneleiros, que possuem suas características de forma que é maior em
seu comprimento do que a sua altura e largura, possuindo fundo em V e podendo
estar no nível do solo ou semienterrado. Também, podem ser armazenados os grãos
em silos que possuem formas cilíndricas e em grandes alturas, podendo ser
construídos de diferentes materiais (LACERDA FILHO et al. 2008).
2.6.3.2 COMO FUNCIONA UMA UNIDADE DE ARMAZENAGEM DE GRÃOS
As unidades de armazenagem nas fazendas, para serem eficazes com sua
função não podem apenas armazenar, precisam exercer diversas funções que vão
ser fundamentais para garantir a qualidade dos grãos, até a hora de vender (SILVA
NETO).
2.6.3.2.1 Limpeza da unidade
No período que se encontra a entressafra, deve se fazer a limpeza de toda a
unidade, tirando restos de grãos que sobraram da safra anterior depositados em
espaços que equipamentos mecânicos não conseguirão retirar. Também deve ser
feita uma pulverização adequada para controle de insetos, fungos, roedores e tudo
que possa prejudicar a qualidade dos grãos armazenados futuramente
(PARAGINSKI et al. 2017).
29
2.6.3.2.2 Balança
A primeira etapa pela qual a produção passa, assim que chega na unidade de
armazenagem, é a pesagem, a qual tem por finalidade saber a quantidade que cada
produtor está entregando; já, em unidades próprias, serve também para manter um
controle do que está sendo colhido. Ali mesmo na balança, também é feita a
calagem, que coleta grãos de diversas partes da carga, para poder ser analisada no
laboratório instantaneamente, com a finalidade de detectar a umidade do produto, a
impureza e a identificação das variedades, sendo regra em algumas empresas,
devido a patente que possuem sobre certas variedades de soja. Esses 3 testes
duram em torno de 5 minutos e são de extrema importância para manter a qualidade
do produto final.
2.6.3.2.3 Moega
As moegas são espaços com a função de receber os grãos das lavouras em
forma a granel (SILVA, 2015), das carrocerias dos caminhões, onde são
descarregadas em uma tulha e, por processo de gravidade, chegam até o elevador
que os vai conduzir até a máquina de limpeza. Existem duas formas para o processo
de descarregamento, uma delas é de forma manual que ocorre sobre ação da
gravidade após a abertura de alguns alçapões no assoalho do caminhão, e
necessita do auxílio humano com rodos na carroceria, puxando a carga até as
pequenas aberturas (ZANATTA, 2014), levando em torno de 15 a 20 minutos para
descarregar um caminhão (SILVA, 2015). A outra forma de descarregar é feita por
uma plataforma hidráulica, onde os caminhões se posicionam e são fixados, após
ela é basculada (ZANATTA, 2014) com uma inclinação de até 45° diminuindo o
tempo de descarga para 5 minutos no máximo (SILVA, 2015).
2.6.3.2.4 Elevador
Os elevadores tem por função transportar os grãos de um lugar para o outro,
por meio de um método antigo, porém de eficiência. Através de canecas engatadas
em uma correia, o sistema do elevador conduz a produção da parte mais baixa até a
mais alta, despejando em uma tubulação que vai conduzir até o próximo passo a ser
realizado.
30
2.6.3.2.5 Pré-limpeza
O processo de pré-limpeza será realizado dependendo dos resultados das
amostras coletadas na chegada da carga na unidade; conforme esses resultados, a
carga vai passar primeiramente por um equipamento com peneiras e injeção de ar
para fazer a separação dos resíduos maiores que se encontram junto a carga
(PARAGINSKI et al. 2017), como as casquinhas de soja, os pequenos pedaços da
estrutura da planta que, muitas vezes, a colheitadeira não consegue separar na
lavoura e acabam indo junto com a carga de grãos.
2.6.3.2.6 Silo pulmão
O objetivo dos silos-pulmão é fazer a armazenagem dos grãos
temporariamente, se o sistema de secagem não estiver vencendo; conforme a
chegada de cargas, se usa o silo-pulmão como processo de desafogamento da
moega (SILVA, 2015). Objetivando evitar filas que, consequentemente, ocasionariam
perdas de produtividade e qualidade nas lavouras.
2.6.3.2.7 Secagem
O processo de secagem pelo qual a produção tem que passar é de extrema
importância para garantir a qualidade do produto por determinado tempo, o que evita
a proliferação de doenças e pragas ocasionadas pela umidade. É necessário, para
uma armazenagem de um ano, umidade inferior a 11% e, para períodos além de um
ano, entre 9% e 10% (PARAGINSKI et al. 2017). Esse processo de secagem é feito
com a introdução dos grãos na parte superior do secador onde encontra ar quente
circulando de um lado para o outro. Esse fará o processo de secagem enquanto os
grãos são conduzidos por um processo de gravidade encontrando canaletas em
formatos de V invertido, que são por onde o ar quente se encontra em processo de
passagem. Conforme os grãos são conduzidos, começam a sair do processo de
secagem e entrar ao processo de resfriamento, passando a receber ar natural para
devolver ao grão a sua temperatura normal e ser conduzido ao próximo passo do
processo de armazenagem (SILVA et al. 2008).
31
2.6.3.2.8 Esteira
As esteiras tem por função conduzir a produção na forma vertical onde,
geralmente, encontram-se instaladas entre o elevador após o secador até a
distribuição nos silos, em caso de vários silos distribuídos linearmente, sendo
também usadas na retirada dos grãos de dentro do silo na hora da expedição
(SILVA, 2015).
2.6.3.2.9 ARMAZENAGEM EM SILOS
2.6.3.2.9.1 Silos de concreto
Os silos de concreto são grandes estruturas que mantem uma qualidade do
grão por até 4 anos, porém seu custo de construção por tonelada é altíssimo perante
os demais e o gasto de energia para manter a qualidade do grão é elevado
(ARAÚJO, 2017).
2.6.3.2.9.2 Silos de alvenaria
Os silos de alvenaria não são muito recomendados para grandes produções,
pois não mantem a excelência de qualidade em grandes volumes e necessitam de
vários silos menores, onde se desenvolve uma excelente função. O mesmo possui
um custo menor se comparado ao metálico e ao de concreto (ARAÚJO, 2017).
2.6.3.2.9.2 Silos metálicos
As silos metálicos tem por função fazer a armazenagem por tempo
indeterminado, mantendo a qualidade a qual os grãos possuem após a passagem
pelo processo de secagem. Assim, se trabalha com a instalação de termometria que
irá identificar a qualidade em que se encontra a produção armazenada em cada silo.
O sistema de aeração, que tem por função injetar no silo ar natural quando
necessário, visa manter a qualidade do produto ali armazenado (SILVA, 2015). São
os mais usados nas propriedades rurais devido a sua eficiência, apresentando o
menor custo por tonelada. A sua vida útil pode passar de 3 décadas, dependendo
das condições climáticas. Sua capacidade de armazenar é de mais de um ano, sem
perder a qualidade do grão (ARAÚJO, 2017).
32
2.6.3.2.10 Expedição
O setor de expedição é o último local por onde a produção passa após ter
sido comercializada, de onde chega após ser retirada internamente dos silos através
de túneis com esteiras dentro dos mesmos. As esteiras levam os grãos até o
elevador onde são elevados até a estrutura de expedição que fica elevada do solo
com a finalidade de que as carretas e caminhões possam estacionar embaixo, onde
serão carregados com parte da produção comercializada (SILVA, 2015).
2.7 ESTUDO DE CASO
2.7.1 VEJLSKOVGAARD STABLE
O jovem escritório Lumo Architects responsável pelo projeto estudado, foi
fundado em 2009 na cidade de Odder, na Dinamarca; o mesmo possui um grande
diferencial dos demais, que é a intenção de mudar a paisagem rural.
O projeto arquitetônico analisado é de um estábulo para produção leiteira em
sistema free stall na cidade de Odder na Dinamarca, tendo sido desenvolvido pelo
escritório no ano de 2012.
Figura 1: Localização da Edificação
Fonte: Google Maps (2017) adaptado pelo autor (2017).
33
O projeto fica localizado às margens de uma rodovia (8300), e tem acesso
pela estrada Favrgaardsvej a qual corta a propriedade ao meio, separando as casas
e as antigas instalações da nova infraestrutura.
Figura 2: Identificação das Antigas Instalações a Partir da Rodovia.
Fonte: Google Maps (2017) adaptado pelo autor (2017).
Pode-se observar antes mesmo da construção do novo estábulo, que a
tradicional propriedade da família já trabalhava com a produção de leite em sistemas
de confinamento há anos devido a identificação das antigas construções existentes
na propriedade.
Figura 3: Imagem Conceitual.
Fonte: Archdaily (2014) adaptado pelo autor (2017).
34
O formato de uma cruz na implantação da propriedade devido ao local
escolhido para ser construído a nova estrutura para produção leiteira, serviu de
inspiração para o desenvolvimento da nova infraestrutura e também formou uma
centralidade no meio da propriedade, como se fosse uma praça, pois tudo está
voltado para esse ambiente.
Figura 4: Planta de Implantação.
Fonte: Archdaily (2014)
Na implantação, conseguimos analisar melhor a tentativa de centralidade que
o projeto buscou trazer com as antigas instalações, formando uma praça central no
meio da propriedade para onde todas as construções encontram-se voltadas.
35
Figura 5: Planta Baixa com Zoneamento.
Fonte: Archdaily (2014) adaptado pelo autor (2017).
O formato do novo estábulo em cruz apresenta a divisão dos setores de
trabalho e dos lotes de animais, ocasionando uma centralidade, como se fosse uma
praça no centro da cruz, no mesmo estilo que a implantação onde todos os
corredores se encontram.
36
Figura 6: Imagem do Centro do Estábulo.
Fonte: Archdaily (2014)
Como podemos ver nessa imagem, todos os corredores levam ao ponto
central do estábulo, o qual divide todas as funções da instalação. Podemos ver,
ainda, no canto superior à esquerda, a área de 2 robôs; nos 2 cantos inferiores
encontram-se as áreas destinadas a vacas pré-partos e as baias individuais.
Figura 7: Imagem das Instalações dos Animais Vista do Corredor de Circulação.
Fonte: Archdaily (2014)
37
Na imagem anterior, podemos identificar aspersores de água, que ajudaram a
minimizar o calor nos dias de verão, evitando o estresse dos animais; também
podemos visualizar um coçador automático, muito utilizado em grandes
propriedades.
Figura 8: Imagem do Projeto Vista da Rodovia.
Fonte: Archdaily (2014)
O projeto do estábulo tenta trazer a quem passa pela rodovia uma visão que
remeta às colinas típicas da região onde está inserido, com seus volumes no telhado
que trazem ao projeto algo mais harmônico para o ambiente, além de promover uma
circulação de ar através de aberturas existentes nas cumeiras dos telhados.
38
Figura 9: Imagem das Entradas de Ar nos Eitão.
Fonte: Archdaily (2014)
Aqui, podemos identificar um método de ventilação natural, com aberturas no
oitão do estábulo que proporcionam uma ventilação cruzada nos dias de verão,
amenizando o calor.
Figura 10: Imagem da Lateral Mostra Aberturas de Entrada de Ar e Claridade.
Fonte: Archdaily (2014)
39
A imagem anterior deixa visível grandes aberturas que permitem a entrada de
claridade e ventilação natural. Isso ajuda a conservar o ambiente bem higienizado,
não permitindo a entrada de umidade.
Figura 11: Imagem do Fechamento das Aberturas no período de Inverno.
Fonte: Archdaily (2014)
Podemos ver que, no inverno, as aberturas que amenizavam o calor no verão
são fechadas com uma cortina de lona muito utilizada em grandes estruturas de
criações de aves e suínos. Aqui, podemos identificá-la como uma solução para evitar
que a chuva molhe as camas dos animais e também protegendo do rigoroso inverno
dinamarquês.
40
2.7.2 SALA DE ORDENHA
O projeto estudado é de uma sala de ordenha que foi desenvolvida pelo
escritório de arquitetura Personalle, no ano de 2017, na cidade de Ibirubá, no Rio
Grande do Sul, com o objetivo de facilitar a vida do produtor.
Figura 12: Planta Baixa da Sala de Ordenha
Fonte: Personalle (2017)
41
Podemos analisar que o projeto conta com uma sala de ordenha de modelo
espinha de peixe, onde as vacas ficam posicionadas na diagonal com relação ao
fosso, ocupando menos lugar. Este modelo que foi proposto facilita muito a tarefa do
operador, devido à praticidade que a ordenha pode ser desempenhada.
Figura 13: Maquete Volumétrica da Sala de Ordenha e Cocheiras
Fonte: Personalle (2017)
Pode-se ver que os materiais usados na estrutura do telhado são metálicos e
a parte estrutural é pré-moldada, o que facilita muito na hora da execução da obra.
Figura 14: Exemplo de Sala de Ordenha Modelo Espinha de Peixe
Fonte: Milkpoint (2013)
42
Uma sala de ordenha com fosso modelo espinha de peixe com capacidade
para 8 vacas e operação de 4 animais por vez. Possui sua estrutura de metal
fabricada por empresas especializadas no ramo de salas de ordenha, facilitando
muito a vida dos produtores de leite pela praticidade de operação que a mesma
proporciona.
Figura 15: Exemplo de Corredor e Operação de Trato, Cochos e Canzis de Metal
Fonte: Autor (2017)
Pode se observar o corredor de operação onde passam tratores com
equipamentos específicos, onde é distribuída a alimentação nos cochos para as
vacas, que se encontram com a cabeça e o pescoço posicionados dentro dos
canzis. Esses canzis podem variar de propriedade para propriedade, sendo
fechados ou não na hora da alimentação.
43
2.7.3 ARREDORES DA FAZENDA
O projeto estudado fica localizado na cidade de La Garrotxa, na Espanha, e
foi desenvolvido pelo escritório de arquitetura ARNAU em 2 etapas. A primeira foi no
ano de 2011, quando o escritório restaurou um antigo celeiro de forma que o
transformou em residência para uma nova geração de agricultores da família. Já, a
segunda etapa foi desenvolvida em 2014 nos arredores do antigo seleiro. Nesse
projeto, trabalhou-se a recuperação de antigas estruturas e a construção de novos
empreendimentos necessários para propriedade, a organização de caminhos e da
propriedade.
Figura 16: Planta de Implantação zoneada.
Fonte: Archdaily (2014)
Conseguimos visualizar que a propriedade conta com uma grande área livre
em volta da residência, onde provavelmente é usada para descanso, caminhar em
meio as árvores. Permite, também, que crianças possam brincar, sendo
praticamente um grande jardim da fazenda. Também conseguimos notar, na
implantação, uma estrada levando até a área onde se encontram as instalações de
galpões, celeiros de animais e outras funções que a propriedade pode exercer,
como a estrada principal da fazenda que passa ao lado da residência indo em
direção aos fundos da mesma, onde vai se encontrar o foco econômico da
propriedade.
44
Figura 17: Imagem da Residência e suas Instalações Vista da Plantação.
Fonte: Archdaily (2014)
Nesta imagem, pode-se identificar a estrada de acesso a fazenda, à qual,
primeiramente, encontra a residência da família, onde se tem acesso através de um
caminho que surge da principal estrada indo em direção a parte de produção da
propriedade. Essa fica aos fundos da residência, como pode-se ver nessa imagem, 2
galpões e, ao lado, bolsas de feno.
Figura 18: Imagem da Residência Vista da Frente da Atual Garagem.
Fonte: Archdaily (2011)
Nesta imagem, feita antes do projeto do entorno da fazenda ser executado,
também pode se confirmar a existência de galpões aos fundos da residência, e
notamos que o antigo celeiro que hoje é a residência da família foi construída com
materiais existentes na região no período de sua construção.
45
Figura 19: Planta de Implantação zoneada.
Fonte: Archdaily (2011)
Aqui, novamente, podemos confirmar a localização das infraestruturas da
fazenda que fica aos fundos da residência, sendo possível identificar que a estrada
da fazenda dá como acesso principal essa área da propriedade, passando ao lado
da residência.
Figura 20: Planta Baixa Zoneada da Residência.
Fonte: Archdaily (2011)
46
Pode-se identificar ambientes amplos, algo típico de casas rurais,
principalmente o espaço onde está inserido a cozinha, local que é muitas vezes
usado para receber amigos em confraternizações.
Figura 21: Imagem Interna da Residência.
Fonte: Archdaily (2011)
A residência possui alguns ambientes com grandes vãos envidraçados que
proporcionam entrada de luz natural, sem afetar a privacidade da família.
Geralmente, a residência está inserida no meio rural e distante de vizinhos. Nota-se
que a residência conserva as antigas paredes do celeiro, dando um aspecto rústico
para o ambiente e, ao mesmo tempo, proporciona um pé direito duplo no centro da
residência, juntamente com uma abertura para iluminação zenital que proporciona
um estilo contemporâneo. Ainda, próximo das aberturas, tem-se um pé-direito mais
baixo, o qual resulta em um ambiente mais aconchegante.
Figura 22: Imagem da Residência Vista de Perto do Fosso de Luz da Garagem.
Fonte: Archdaily (2014)
47
Podemos notar que um projeto de uma fazenda envolve vários aspectos,
principalmente a organização dos espaços que ela possui, como o posicionamento
da residência, estradas internas da propriedade, a localização de estrutura para
animais, maquinários e outras diversas funções que uma propriedade pode exercer.
Nota-se, nessa imagem, que a residência está localizada em um local para a família
desfrutar de horas de lazer e descanso e, em sua volta, há plantações e outras
atividades.
48
2.7.4 UNIDADE DE ARMAZENAMENTO DE GRÃOS
O projeto estudado é de uma unidade de armazenamento de grãos e foi
desenvolvido pelo engenheiro civil Felipe Fontana Cherine, no ano de 2012, ficando
localizado na estrada da Água Branca, no município de Mormaço, no Rio Grande do
Sul.
Figura 23: Imagem Área no Dia de Campo da Empresa
Fonte: LC-Cereais 2017).
49
Figura 24: Localização da Edificação
Fonte: Google Maps (2017) adaptado pelo autor (2017).
Nas imagens, pode-se analisar que o projeto está inserido no meio rural, o
que facilita o acesso de caminhões no período da safra de grãos. Está localizado a
menos de 500m de sua concorrente e tem seu acesso através da estrada da Água
Branca. Essa estrada é de chão batido, algo que dificulta um pouco o escoamento
da produção armazenada em direção ao porto, pois alguns caminhoneiros são
resistentes a colocar suas carretas em estradas de terra batida.
50
Figura 25: Localização da Edificação
Fonte: Felipe Fontana Cherine (2012) adaptado pelo autor (2017).
Aqui, pode se ver a necessidade de um bom planejamento de uma unidade
de armazenamento de grãos, para que o fluxo de caminhões seja prático e
funcional, da forma mais ágil possível.
Figura 26: Planta Baixa do Deposito de Fertilizantes
Fonte: Felipe Fontana Cherine (2012) adaptado pelo autor (2017).
51
Aqui, se encontra o pavilhão que tem por função armazenar fertilizantes e
defensivos agrícolas até que os produtores façam suas retiradas. A sala de reuniões
é usada todos os dias como refeitório da empresa, onde todos os funcionários
almoçam juntos, devido nela haver uma mini cozinha. Já, o almoxarifado é usado
como depósito de defensivos agrícolas, o qual necessita de um local seguro, pois há
um alto número de roubos desta mercadoria.
Figura 27: Planta Baixa do Setor de Recebimento de Grãos.
Fonte: Felipe Fontana Cherine (2012) adaptado pelo autor (2017).
Aqui, se pode identificar todas as etapas por onde os grãos recebidos pela
unidade irão passar, desde a sua entrada até sua expedição.
52
Figura 28: Visualização da Entrada da Moega .
Fonte: autor (2017).
Pode-se visualizar da entrada da moega a caldeira e, na parte de cima do
telhado, é possível identificar as torres do elevador e também o secador, que se
projeta acima do telhado.
53
Figura 29: Caldeira e o Secador.
Fonte: autor (2017).
Aqui, pode ser vista a caldeira, onde é feito o fogo que vai servir para secar os
grãos no secador que está ao lado, e também a máquina de limpeza.
Figura 30: Tombador.
Fonte: autor (2017).
Nessa imagem, se apresenta o tombador utilizado na moega para fazer a
descarga dos caminhões carregados de grãos.
54
Figura 31: Planta Baixa do Setor Administrativo.
Fonte: Felipe Fontana Cherine (2012) adaptado pelo autor (2017).
A área administrativa tem, junto dela, a balança que não pode ser visualizada
devido a não estar anexada no projeto.
Figura 32: Balança de pesagem .
Fonte: autor (2017).
Aqui, pode ser identificada a balança de pesagem por onde os caminhões
passam na entrada e na saída da unidade.
55
2.7.5 CONCLUSÃO DOS ESTUDOS DE CASO
Pode se concluir que os projetos estudados são válidos para um melhor
entendimento de como funcionam certas funções. Como podemos ver no estábulo
de criação de vacas leiteiras, os animais são divididos em três lotes e, ainda, há as
áreas de animais que estão com alguma restrição na produção. Também, esse
mesmo projeto mostra uma centralidade e divisão para todas as funções através do
seu conceito em cruz. No projeto de planejamento da fazenda, conseguimos
identificar que todas as construções que fazem parte das infraestruturas ficam
localizadas na parte de trás da residência, deixando ela como destaque aos que
chegam na mesma. Porém, a estrada principal leva para as instalações econômicas
aos fundos. Já, no projeto da sala de ordenha, pode-se observar a necessidade de
espaços para cada função, como a farmácia de medicamentos, o tratador, e a sala
de máquinas que tem como função diminuir o ruído na sala de ordenha, evitando
que os animais se estressem. Na unidade de armazenagem de grãos, podemos
notar que a mesma trabalha com um formato cujo os caminhões chegam da forma
mais rápida possível e já possam estar voltando às lavouras através do fluxo por
onde eles passam, não sendo necessário fazer voltas e manobrar os veículos como
acontece em alguns lugares.
56
3. DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO
3.1 INTRODUÇÃO AO CAPÍTULO
Nesta parte, será apresentado o diagnóstico da área de implantação, a contextualização
regional, o mapa Noli, o mapa de uso do solo e de altura das edificações, a infraestrutura
urbana, as características específicas do terreno, e a síntese de legislações e normativas.
3.2 CONTEXTUALIZAÇÃO REGIONAL
Figura 33: Localização I
Fonte: Wikipédia (2017).
Localizado no município de Soledade, no norte do estado do Rio Grande de sul.
57
Figura 34: Localização II
Fonte: Google Maps (2017) adaptado pelo autor (2017).
Figura 35: Localização III
Fonte: Google Maps (2017) adaptado pelo autor (2017).
O projeto proposto tem como local de sua implantação uma propriedade rural
localizada na comunidade denominada Fazenda Tarumã, no município de Soledade,
58
que está inserido na região do Alto da Serra do Botucaraí, dentro da abrangência do
Planalto Médio, no norte do estado do Rio Grande do Sul. A propriedade fica
distante cerca de 20km do centro da cidade de Soledade, tendo seu acesso através
da BR-386 e, também, por estrada de terra.
A comunidade, atualmente, tem sua economia baseada na produção de grãos
e, algumas famílias, na produção de leite. Diferente de 15 anos atrás, quando o
cenário da região era outro: possuía poucas lavouras para produção de grãos e a
maioria dos moradores locais criavam gado de corte, havendo pequenas plantações
de fumo, para comércio, milho e mandioca, e outros para sua subsistência. Essa
situação começou a mudar com a chegada de alguns produtores de soja,
impulsionados com a liberação do cultivo da soja transgênica. Estes compraram
algumas áreas de campo para transformar em lavouras na época e, com o passar
dos anos, foram arrendando as terras dos moradores da região para o cultivo.
A área de implantação do projeto é, hoje, usada como lavoura de soja, trigo,
aveia e, também, para criação de gado de corte; possui nascentes de sangas,
lagoas e mata nativa, ficando distante cerca de 1 km da BR-386 através de estrada
de terra.
O município conta com uma população de 30.044 habitantes e estima-se que,
hoje, tenha uma população de 31.361 habitantes. Sendo que conta com uma
população de 6.012 habitantes residindo em zona rural, tendo uma soma de 2.429
endereços rurais (IBGE, 2010). Já, na comunidade, segundo dados levantados a
campo, existem 47 residências com uma média de três moradores por cada,
totalizando 141 pessoas que residem na mesma.
O setor agropecuário do município é responsável por 17,87% do PIB, e
emprega 143 pessoas (IBGE, 2013), tendo uma área de 89.985 hectares para
diversas atividades (IBGE, 2006), sendo que 35 hectares são destinados para cultivo
de grãos (IBGE, 2016). Também possui um rebanho de 2.441 cabeças de vacas de
leite (IBGE, 2006).
O projeto tem sua importância para a cidade devido ao município estar em
estágio de desenvolvimento no setor agropecuário da produção de grãos e de leite;
pois, por muitos anos, foi a pecuária de corte que predominava no município; devido
a isso, se propõe uma propriedade que poderá servir de modelo para as demais.
59
Nesse sentido, o planejamento arquitetônico e urbanístico é de extrema importância
para atingir a alta produtividade aliada à economia de tempo e espaço, algo que no
futuro será de grande relevância para o mundo. O investimento necessitará de mão-
de-obra para desenvolver suas tarefas, podendo ser suprida pela própria
comunidade onde está inserido, assim gerando emprego e renda para o local de sua
implantação.
A proposta de armazenagem de grãos é válida para os produtores do
município devido a muitas propriedades estarem localizadas longe de unidades de
recebimento de grãos. Os piores problemas gerados na hora da colheita são as
grandes distâncias, aliadas às péssimas condições que as estradas do interior do
munícipio se encontram há anos. Isso acaba causando perdas significativas e
demora elevada dos caminhões no transporte das cargas desde as lavouras até as
unidades de armazenamento.
3.3 MAPA NOLLI, USO DO SOLO E ALTURA DAS EDIFICAÇÕES
Figura 36: Mapa Nolli
Fonte: Google Maps (2017) adaptado pelo autor (2017).
60
No mapa Nolli, conseguimos visualizar que a área da implantação do projeto está
inserida em uma região do interior do município de Soledade, a qual possui poucas
edificações, visualizando-se assim uma grande área livre. Pode-se observar uma
área de aglomeração onde localiza-se o distrito de Posse Godoy, já no município de
Mormaço.
Figura 37: Mapa de Usos
Fonte: Google Maps (2017), adaptado pelo autor (2017).
Aqui, podemos visualizar que a ocupação nas proximidades da área de
implantação varia entre residências e galpões de serviços, que são usados para
criação de animais e armazenamento de alimentos, também para guardar e proteger
de intempéries as ferramentas de trabalho das lavouras. Pode-se identificar a igreja
e o salão de festas da comunidade Fazenda Tarumã, que fica localizada perto do
terreno. Já, na comunidade de Posse Godoy, consegue-se notar uma pequena
formação urbana em um espaço localizado, possuindo posto de saúde, floricultura,
posto de combustível, dois restaurantes, duas lojas de vestuários, uma tenda de
produtos coloniais e artesanato, três mercados, fábricas de costura e de calçados,
61
oficinas e auto elétrica, borracharia e agropecuária. Todos esses itens atendem aos
moradores da região e também às pessoas que estão de passagem pelo local,
devido à comunidade de Posse Godoy ficar localizada às margens da BR – 386.
3.4 INFRAESTRUTURA URBANA
Figura 38: Infraestrutura Existente
Fonte: Google Maps (2017) adaptado pelo autor (2017).
62
Figura 39: Infraestrutura Existente
Fonte: Google Maps (2017) adaptado pelo autor (2017).
O entorno da área de implantação conta com uma infraestrutura de vias rurais
de chão batido, tendo apenas a BR – 386 com pavimentação asfáltica e todas sendo
de sentido duplo. Possui, na estrada geral, a passagem de ônibus escolar e, na BR
– 386, diversas linhas de ônibus rumo a diferentes cidades e estados. A
infraestrutura de abastecimento de água é recente, a qual foi instalada pela
prefeitura aos moradores sócios da comunidade Fazenda Tarumã. A região onde o
projeto será inserido não possui coleta de lixo, também não há rede de esgoto
cloacal, o mesmo é destinado para fossas negras. Porém, na comunidade de Posse
Godoy, existe coleta de lixo, sendo realizada duas vezes por semana.
A rede elétrica é fornecida pelas concessionárias da Coprel e da RGE, que
atendem a região. O entorno do terreno possui uma grande área ocupada por mata
nativa com diversas espécies onde encontram-se algumas sangas que fazem parte
da bacia hídrica que forma o rio Porongos.
63
3.5 CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS DO TERRENO
Figura 40: Dimensões do Terreno
Fonte: autor (2017).
64
Figura 41: Topografia
Fonte: Google Maps (2017) levantamento acampo pelo autor (2017).
65
Figura 42: Levantamento do Terreno
Fonte: Google Maps (2017) adaptado pelo autor (2017).
Figura 43: Ventos Dominantes no Município de Soledade
Fonte: Projeteee dados climáticos? Cidades (2017).
66
Figura 44: Ventos e Insolação
Fonte: autor (2017).
VENTO LESTE e SUDESTE: Atua tanto no verão quanto no inverno; nesse sentido,
são conhecidos como os ventos predominantes, sendo ar quente e seco.
VENTO NORTE: Forma-se na região da floresta amazônica e vem para o sul no
verão, trazendo ar quente e úmido, acompanhado de chuvas; tem sua importância
devido aos anos de grande intensidade. Garante safras boas devido ao alto índice
de chuvas que ocasiona.
VENTO SUL NO VERÃO: É um vento seco e quente; quando surge, demonstra a
algumas regiões preocupações, pois não permite que os ventos que vêm da floresta
amazônica tragam chuva, gerando, assim, seca nos estados do sul.
VENTO OESTE: São ventos vindos da Argentina, geralmente quentes e secos, que
atuam tanto no verão quanto no inverno. Trazem instabilidades como: temporais,
ventos fortes e quedas de granizo. São grandes problemas para plantações e
construções, necessitando de quebra-ventos para proteção.
VENTO SUL NO INVERNO: Vento frio e úmido, vindo da Patagônia e oceano. Atua
no inverno, ocasionando chuva e frio.
67
Figura 45: Localização das imagens do terreno.
Fonte: autor (2017).
68
Figura 46: Vista da Estrada que dá Acesso ao Terreno.
Fonte: autor (2017).
Figura 47: Vista da estrada o local onde será implantado a residência.
Fonte: autor (2017).
69
Figura 48: Local onde será implantado a estrada interna da propriedade.
Fonte: autor (2017).
Figura 49: Vista da área vizinha.
Fonte: autor (2017).
70
Figura 50: Local onde será implantado as instalações econômicas.
Fonte: autor (2017).
Figura 51: Cedro, perto do local onde será implantada a casa sede.
Fonte: autor (2017).
71
Figura 52: Vista da propriedade para o leste.
Fonte: autor (2017).
Figura 53: Vista da propriedade para onde será localizada a entrada.
Fonte: autor (2017).
72
Figura 54: Vista para sudeste.
Fonte: autor (2017).
Figura 55: Vista para sul.
Fonte: autor (2017).
Figura 56: Lago existe no terreno.
Fonte: autor (2017).
73
Figura 57: Angico existente no terreno.
Fonte: autor (2017).
Figura 58: Cedro existente no terreno.
Fonte: autor (2017).
74
Figura 59: Vegetação existente
Fonte: autor (2017).
Figura 60: Vista para o distrito de Posse Godoy.
Fonte: autor (2017).
75
Figura 61: Rede elétrica existente no terreno.
Fonte: autor (2017).
Figura 62: Araucária existente no terreno
Fonte: autor (2017).
76
Figura 63: Cedro e construções existentes no terreno.
Fonte: autor (2017).
Figura 64: Vista para atual entrada do terreno.
Fonte: autor (2017).
77
Figura 65: Vista para parte mais baixa onde esta as sangas existentes.
Fonte: autor (2017).
Figura 66: Visual existente no terreno.
Fonte: autor (2017).
78
Figura 67: Visual existente no terreno.
Fonte: autor (2017).
3.6 SÍNTESE DE LEGISLAÇÕES E NORMATIVAS
3.6.1 LEGISLAÇÃO
3.6.1.1 Código florestal: Lei Federal nº12.727.de 2012
Capítulo II - Das áreas de preservação permanente
Art. 4º
I a) Para cursos d’água com menos de 10 metros de largura, deve se proteger 30
metros da borda do canal.
II a) Para lagos e lagoas com menos de 20 hectares de superfície, a faixa
necessária será de 50 metros da borda d’água.
III) Para represas de curso d’água natural, o limite da faixa de preservação deve ser
definido no licenciamento ambiental.
IV) Para nascentes e olhos d’água irrelevantes à topografia, deve ser isolado um raio
de 50 metros.
XI) § 4º Nos acúmulos naturais ou artificiais de água que forem inferiores a 1
hectare, está dispensada a faixa de proteção prevista no capítulo II III.
Capitulo IV – Áreas de Reserva Legal
79
Art. 12º
II) Todas as propriedades rurais devem manter uma área de 20% destinada a
reserva legal.
3.6.1.2 Lei nº 8.588, de 27 de novembro de 2006
Trata da forma de armazenagem de embalagens vazias de agrotóxicos.
3.6.2 NBRs
3.6.2.1 NBR 7505-1
Armazenagem de líquidos inflamáveis e combustíveis.
3.6.2.2 NBR 7505-4
Armazenagem de líquidos inflamáveis e combustíveis.
3.6.2.3 NBR 31
Normas técnicas para propriedades rurais.
3.6.3 RESOLUÇÃO DE LEIS
3.6.3.1 Resolução ANP nº 12, de 21 de março de 2007
Liberação para comercialização de combustíveis.
3.6.3.2 Resolução CONAMA nº 273, de 29 de novembro de 2000.
Estabelece diretrizes para o licenciamento ambiental de postos de
combustíveis e serviços.
3.6.3.3 Resolução CONSEMA n. 02/2009
Estabelece diretrizes para armazenamento de embalagens vazias.
80
4. CONCEITO E DIRETRIZES PROJETUAIS
4.1 INTRODUÇÃO
Nesta parte, será apresentado o conceito de projeto e suas diretrizes arquitetônicas e
urbanísticas.
4.2 CONCEITO DO PROJETO
Implantação do planejamento arquitetônico e urbanístico no meio rural,
proporcionando sustentabilidade econômica, funcionalidade e desempenho com
maior produção em menor espaço ocupado, acarretando o desenvolvimento
regional.
4.3 DIRETRIZES DE ARQUITETURA
O projeto traz a proposta de implantar a casa-sede da propriedade na parte
mais alta do terreno, onde se encontra uma belíssima vista e uma lagoa. Sua
construção ocorrerá com materiais tradicionais e incluirá uma grande varanda, algo
muito comum em casas de fazenda. Estas, geralmente possuem grandes aberturas
e ambientes, proporcionando uma boa iluminação e ventilação.
A área de produção de leite é pensada em uma grande estrutura, que pode
ser aberta e fechada. No verão, há a circulação de ar, tendo também sua estrutura
de telha com uma inclinação diferenciada, favorecendo a saída de ar quente por
uma abertura na cumeeira. A sala de espera é pensada de tal forma que possibilita
um manejo facilitado. E, por sua vez, a sala de ordenha é alocada de maneira a
oferecer um melhor fluxo para os animais.
A instalação de armazenamento de grãos necessita que o pé direito seja mais
elevado em determinado local da estrutura, pois disso depende a descarga dos
caminhões, os quais são erguidos nos tombadores. Demanda, ainda, de uma
ventilação cruzada, devido à poeira que as descargas dos grãos proporcionam,
devendo, portanto, permanecer aberto.
Para o acondicionamento de máquinas agrícolas, é proposta uma estrutura
metálica, devido à possibilidade de ofertar maiores espaços entre pilares, facilitando,
assim, a manobra dos equipamentos agrícolas.
81
4.4 DIRETRIZES URBANÍSTICAS
Figura 68: Rede elétrica existente no terreno
Fonte: autor (2017).
Faz-se necessário uma alteração de potência da rede elétrica existente no
local, transformando-a para trifásica, pois há uma alta demanda de energia elétrica
na instalação de produção de leite e no armazenamento de grãos.
82
Figura 69: Perfuração de poço artesiano
Fonte: Acquatec poços artesianos (2017).
Haverá um alto consumo de água na propriedade, portanto, será
imprescindível a perfuração de um poço artesiano.
Figura 70: Péssimas condições das estradas de acesso a propriedade
Fonte: autor (2017).
83
As condições das estradas da região são precárias, dessa maneira, se propõe
uma pavimentação asfáltica ligando a propriedade à BR-386, o que visa tornar o
acesso mais facilitado.
Figura 71: Pavimentação na estrada interna da propriedade
Fonte: Agencia de notícias (2017).
Na proposta para a estrada interna da propriedade, sugere-se um calçamento
de paralelepípedos, o qual evitará a poeira em períodos de alto fluxo de veículos,
mas manterá a permeabilidade do solo.
84
Figura 72: Iluminação interna da propriedade
Fonte: autor (2017).
Também é proposto, para a propriedade, uma iluminação adequada e um
sistema de câmeras de segurança. Isso tornará a mesma mais segura à noite, visto
que há, na região, um elevado índice de roubos.
85
5. PARTIDO GERAL
5.1 INTRODUÇÃO
Nesta parte será apresentado o partido geral do projeto.
5.2 PROGRAMA DE NECESSIDADES
Tabela 1: Programa de Necessidades
Setor Nome do compartimento Mobiliário necessário Área útil
Varanda Poltronas 201m²
Garagem 70m²
Hall de Entrada Aparador 10m²
Sala de Estar Sofás 41m²
Sala de Jantar Mesa e cadeiras 23m²
Cozinha
Fogão a lenha, balcão, pia
fogão a gás, geladeira,
freezer, bancada e outros.
26m²
Lavanderia 7m²
Lavabo Bacia sanitária e lavatório 3,60m²
Sala de TV Poltronas, sofá, lareira e TV 62m²
4 Suítes Banheiro, roupeiro, cama,
TV e criado mudo. 76m²
5 Banheiros Bacia, sanitário, lavatório e
chuveiro. 28m²
Salão de Festas Sofá, mesa de sinuca, mesa
de churrasco e cozinha. 125m²
Piscina Poltronas pergolado 84m²
Sub Total do Setor 756,6m²
Casa
Sed
e
86
Varanda Poltronas 27m²
Garagem 27m²
Sala de Estar Sofá e TV 13m²
Cozinha Fogão a lenha, balcão, pia,
fogão a gás, geladeira,
freezer, bancada e outros.
27m²
Lavanderia Armário, máquina de lavar e
tanque. 5m²
3 dormitórios Roupeiro, cama e criado
mudo. 28m²
Banheiros Bacia, sanitário, lavatório e
chuveiro. 4,50m²
Sub Total do Setor 131,5m²
Sala de leite Resfriador a granel 61m²
Farmácia Armário 21m²
Lavabo Bacia sanitário e lavatório 5m²
Deposito de feno 645m²
Sala de maquinas Motores 26m²
Sala de ordenha Estrutura espinho de peixe e
equipamentos de ordenha. 262m²
Sala de espera Bebedor 442m²
Baias dos animais Bebedor, cocho de
alimentação e camas. 3.492m²
Baias pré parto Bebedor e cocho de
alimentação. 350m²
Baias pós parto Bebedor e cocho de
alimentação. 350m²
Baias para terneiros Bebedor e cocho de
alimentação. 490m²
6 Silos de silagem 3.000m²
Casa
de
Fu
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87
Baias para vacas secas Bebedor e cocho de
alimentação. 210m²
Corredor de trato 1.216m²
3 Esterqueira 750m²
Sub Total do Setor 11.320m
²
Silos Elevadores, esteiras, e
aeradores. 572m²
Silo pulmão 50m²
Moega
Tombadores, elevadores,
máquina de limpeza,
secador, e caldeira.
438m²
Balança Calador 116m²
Escritório Mesa e bancada . 25m²
Sala de Espera Cadeira 8m²
Lavabo Bacia Sanitária e lavatório. 3,60m²
Sub Total do Setor 1.212,6
m²
Baracão de maquinas agrícolas Bancada de feramentas 2.024m²
Tanque de combustível 84m²
Lavatório de máquinas agrícolas Casa de máquinas 325m²
Caixa de separação de água e
óleo 36m²
Depósito de embalagens vazias Banheiro, tanque e varal. 30m²
Depósito de defensivos 21m²
Lavanderia de IPI Tanque 20m²
Sub Total do Setor 2.540m²
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88
Auditório Cadeiras 27m²
Escritórios Mesas, cadeiras e bancada. 31m²
Sala de espera Cadeira 8m²
Lavabo Bacia sanitária e lavatório 3,60m²
Sub Total do Setor 69,6m²
Cozinha
Fogão industrial, pia
geladeira e balcão. 26m²
Despensa Freezer e armário. 9m²
Lavanderia Máquina de lavar, tanque e
armário. 8m²
Refeitorio Mesas, bancos e sofá. 51m²
Vestiários Chuveiros, bacias sanitárias,
lavatórios e box individuais. 41m²
Varanda 30m²
Sub Total do Setor 165m²
ÁREA TOTAL m²
Fonte: do autor (2017).
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89
5.3 ORGANOGRAMA/FLUXOGRAMA
Figura 73: Propriedade em geral
Fonte: autor (2017).
Figura 74: Casa sede
Fonte: autor (2017).
90
Figura 75: Casa de funcionários
Fonte: autor (2017).
Figura 76: Administrativo
Fonte: autor (2017).
91
Figura 77: Apoio ao serviço
Fonte: autor (2017).
Figura 78: Estrutura de produção de leite
Fonte: autor (2017).
92
Figura 79: Estrutura de armazenamento de grãos
Fonte: autor (2017).
Figura 80: Estrutura para maquinas agrícolas
Fonte: autor (2017).
93
5.4 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO
Figura 81: Proposta de Zoneamento I
Fonte: autor (2017).
94
Esta proposta não foi escolhida por trazer uma divisão dos setores de
produção da propriedade. Antes de chegar a casa sede é realizada uma distribuição
dos setores, localizando-se a produção de leite na parte leste do terreno. Nessa
proposta destaca-se como ponto negativo, o fato de estudos apontarem a presença
de um vento localmente predominante. Esse vento ocasionaria um mal cheiro a
região das residências. Ainda, o setor de produção de grãos, possui itens nos quais
devem ser respeitadas distâncias mínimas, com isso as instalações ficariam
espalhadas pelo terreno.
Figura 82: Proposta de Zoneamento II
Fonte: autor (2017).
95
Esta proposta não foi escolhida, porém apresenta pontos positivos, possui em
sua entrada a residência sede, o que possibilita fazer um controle de tudo que chega
a propriedade. Todavia, possui como ponto negativo, uma má distribuição da área
econômica da propriedade, permanecendo uma longa distância entre a área de
armazenamento de grãos e a área de produção.
Figura 83: Proposta de Zoneamento III
Fonte: autor (2017).
96
Esta foi a proposta foi escolhida como mais adequada, devido sua entrada na
propriedade. Primeiramente se encontra a casa sede, que é priorizada com uma
vista da região, a qual permite um controle geral de tudo e todos que chegam ao
local. Em seguida, é feito uma distribuição de todos os setores da área econômica,
alocando-as umas ao lado das outras, iniciando pela estrutura de produção de leite.
Na sequência, está posta a área de armazenamento de grãos, e ao seu lado toda a
infraestrutura da produção de grãos, com barracão para os maquinários, tanque de
combustível, depósito de defensivos e outros itens necessários. A proposta traz
ainda, a distribuição das residências dos funcionários próximas de suas funções de
trabalho.
97
6. CONCLUSÃO
Após o desenvolvimento de pesquisa e análise deste trabalho, pode-se notar
uma carência em planejamentos de propriedades rurais. Foi possível observar nos
estudos de caso, a dificuldade de se encontrar projetos referentes ao tema e os
poucos encontrados, não englobam a propriedade como um todo. Tratam apenas de
um determinado assunto que está implantado em todo aquele espaço.
Partindo desse pressuposto, foi possível visualizar na realidade, uma perda
em tempo, dinheiro e espaço ocupado de forma significativa. Isso advém da falta de
organização da propriedade em linhas gerais, havendo, portanto, a necessidade de
um planejamento arquitetônico e urbanístico de uma propriedade rural.
98
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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inflamáveis e combustíveis. Parte 1: Armazenagem em tanques estacionários.
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leiteira: Tudo que você precisa saber sobre como plantar os grãos, colher e ensilar
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produzir-silagem-de-qualidade-para-pecuaria-leiteira/>. Acesso em: 23 set. 2017.
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03 de março de 2005. Disponível em:
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maio de 2012, que dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis nos
6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22
de dezembro de 2006; e revoga as Leis nos 4.771, de 15 de setembro de 1965, e
7.754, de 14 de abril de 1989, a Medida Provisória no 2.166-67, de 24 de agosto de
2001, o item 22 do inciso II do art. 167 da Lei no 6.015, de 31 de dezembro de 1973,
e o § 2o do art. 4o da Lei no 12.651, de 25 de maio de 2012. Disponível
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101
CAPÍTULO 8: ANEXOS