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FACULDADE TECSOMA Curso de Biomedicina Lília Matos de Sousa AVALIAÇÃO DO CONTROLE GLICÊMICO EM PACIENTES PORTADORES DE DIABETES MELLITUS CADASTRADOS NO ESF VILA MARIANA MUNICÍPIO DE PARACATU-MG Paracatu 2012

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FACULDADE TECSOMA

Curso de Biomedicina

Lília Matos de Sousa

AVALIAÇÃO DO CONTROLE GLICÊMICO EM PACIENTES PORTADORES

DE DIABETES MELLITUS CADASTRADOS NO ESF VILA MARIANA

MUNICÍPIO DE PARACATU-MG

Paracatu

2012

Lília Matos de Sousa

AVALIAÇÃO DO CONTROLE GLICÊMICO EM PACIENTES PORTADORES

DE DIABETES MELLITUS CADASTRADOS NO ESF VILA MARIANA

MUNICÍPIO DE PARACATU-MG

Monografia apresentada à disciplina de

Trabalho de Conclusão de Curso II da

Faculdade Tecsoma como requisito parcial

para obtenção do título de Bacharel em

Biomedicina.

Orientador metodológico: Geraldo Benedito

Batista de Oliveira

Orientadora Temática: MSc. Cláudia Peres

Silva

Paracatu

2012

Sousa, Lília Matos de

S725a Avaliação do controle glicêmico em pacientes portadores de diabetes

mellitus cadastrados na ESF Vila Mariana município de Paracatu-MG. / Lília

Matos de Sousa. Paracatu, 2012.

62f.

Orientador: Cláudia Peres Silva

Monografia (Graduação) – Faculdade Tecsoma, Curso de Bacharel em

Biomedicina.

1. Diabetes Mellitus. 2. Controle glicêmico. 3. Análise bioquímica. 4. Estratégia da Saúde da Família. I. Silva, Cláudia Peres. II. Faculdade Tecsoma.

III. Título.

CDU: 616.379.008.64

Lília Matos de Sousa

AVALIAÇÃO DO CONTROLE GLICÊMICO EM PACIENTES PORTADORES

DE DIABETES MELLITUS CADASTRADOS NO ESF VILA MARIANA

MUNICÍPIO DE PARACATU-MG

Monografia apresentada à disciplina de

Trabalho de Conclusão de Curso II da

Faculdade Tecsoma como requisito parcial

para obtenção do título de Bacharel em

Biomedicina.

_______________________________________________

Mestre Cláudia Peres Silva – Faculdade TECSOMA

Orientadora Temática e

Coordenadora

_______________________________________________

Geraldo Benedito Batista de Oliveira – Faculdade TECSOMA

Orientador Metodológico

_______________________________________________

Mestre Márdem Estêvão Mattos Júnior – Faculdade TECSOMA

Professor convidado

Paracatu, 20 de Junho de 2012

Dedico este trabalho ao meu Pai Amirino e

minha Mãe Marly pelo amor incondicional e pela

dedicação e oportunidade de realizar meu sonho.

Aos meus irmãos Lícia e Júnior pelo carinho e

ajuda. Todos vocês contribuíram para o meu

crescimento.

AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus pela graça da vida e estar sempre ao meu lado guiando o

meu caminho.

A minha família, meus tios e tias, meus primos (as) pelo carinho e confiança.

Agradeço a Eunice Muniz pelo carinho e pelas palavras de incentivo e

motivação.

Agradeço as minhas amigas de república Patrícia Ramos, kerollen Ramos,

Jaqueline Mota e Taíze Oliveira pelo companheirismo e paciência em todos esses anos

de convivência.

Aos colegas de turma, pelas agradáveis lembranças que serão eternamente

guardadas; companheiros de uma caminhada certamente vitoriosa. Vocês sempre

estiveram ao meu lado em tudo que eu precisei.

Agradeço imensamente a Rayany Márcia, Débora Andrade e Adriana Ramalho

pelo companheirismo durante a realização do projeto e por ter me acolhido durante os 6

meses de estudo.

Agradeço à coordenadora e orientadora Cláudia Peres e ao Professor Geraldo

Benedito pelo apoio e esclarecimentos durante a realização desse trabalho.

A todos os meus professores que contribuíram diretamente na minha formação.

Aos diabéticos do ESF Vila Mariana, sem vocês meu estudo não teria sido

realizado.

Ao Laboratório Santa Lúcia pelo apoio e por ter aberto as portas para realização

dos exames.

As bibliotecárias da Faculdade Tecsoma Elidê, Cecília e Mary pela ajuda e

paciência em buscar sempre os melhores livros.

A todos meu muito obrigada!

“Não ignore seus sonhos, eles podem se tornar

realidade e provocar emoções reais.”

Hermes Pardini

RESUMO

O Diabetes Mellitus (DM) constitui um grupo de doenças no qual as concentrações

sanguíneas de glicose se encontram elevadas como resultado da deficiência na

secreção de insulina e/ ou ação anormal da insulina. O diabete é conjunto mais comum

de distúrbios do metabolismo dos carboidratos, afetando aproximadamente 16 milhões

de norte-americanos. Para o Ministério da Saúde (MS), o termo DM tipo 1 indica

destruição da célula beta que eventualmente leva ao estágio de deficiência absoluta de

insulina e o termo DM tipo 2 é usado para designar uma deficiência relativa de

insulina. Este estudo foi realizado com os portadores de DM tipo 1 e tipo 2 do

município de Paracatu- MG. O estudo teve como objetivo avaliar os níveis glicêmicos

por meio de exame laboratorial de glicose e a conscientização através de questionário

socioeconômico dos portadores de Diabetes Mellitus frequentes nas reuniões mensais

para diabéticos, atendidos na Estratégia Saúde da Família (ESF) Vila Mariana de

Paracatu-MG, no período de agosto de 2011 a maio de 2012. Tratou-se de um estudo

analítico com abordagem quanti qualitativa. Foram entrevistados 12 pacientes

diabéticos, os resultados mostraram que os mesmos têm conhecimento sobre a doença,

de um total de 12 pacientes, 11 (91,66%) citaram ter conhecimento. Verificou-se também

que dos 12 diabéticos entrevistados 10 (83,33%) não pratica atividade física. Portanto não

adianta instruir se não houver uma participação de todos e principalmente interesse dos

mesmos, para que não ocorram complicações da doença, necessita de uma equipe

preparada de saúde para orientar e esclarecer os membros familiares para participar e

ajudar no controle glicêmico do diabético.

Palavras-chave: Diabetes Mellitus. Níveis glicêmicos. ESF Vila Mariana.

Complicações.

ABSTRACT

Diabetes Mellitus (DM) is a group of diseases in which blood glucose concentrations

are elevated as a result of deficiency in insulin secretion and / or abnormal action of

insulin. Diabetes is more common set of disorders of carbohydrate metabolism,

affecting approximately 16 million Americans. For the Ministry of Health (MOH), the

term type 1 DM indica destruição beta cell that eventually leads to the stage of

absolute insulin deficiency and type 2 diabetes is the term used to designate a relative

deficiency of insulin. This study was conducted with DM type 1 and type 2 Paracatu-

MG. The study aimed to evaluate blood glucose levels through laboratory examination

of glucose and awareness through socioeconomic questionnaire for patients with

Diabetes Mellitus frequent monthly meetings for diabetics seen at the Family Health

Strategy (FHS) Sleaford Paracatu, MG from August 2011 to May 2012. It was an

analytical study with quantitative qualitative approach. We interviewed 12 diabetic

patients, results showed that they have knowledge about the disease, a total of 12

patients, 11 (91.66%) mentioned having knowledge. It was also found that 10 of the 12

diabetic respondents (83.33%) did not practice physical activity. So it's no use if there

is an instructing participation of all interest and mostly the same, to prevent any

complications of the disease, requires a health team prepared to guide and clarify

family members to participate and assist in glycemic control of diabetes.

Keywords: Diabetes Mellitus. Glucose levels. ESF Vila Mariana. Complications.

LISTA DE FIGURAS

FIGURA1 Pâncreas.......................................................................................................21

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 Complicações do Diabetes Mellitus...........................................................25

TABELA 2 Instrumentos utilizados no projeto de pesquisa.........................................31

LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 Gênero dos pacientes portadores de DM tipo 1 e tipo 2..........................34

GRÁFICO 2 Faixa etária dos pacientes portadores de DM tipo 1 e tipo 2...................35

GRÁFICO 3 Tempo decorrido da descoberta do diagnóstico de DM tipo 1 e tipo 2...36

GRÁFICO 4 Conhecimento da doença DM tipo 1 e tipo 2...........................................37

GRÁFICO 5 Como obteve a informação sobre conhecimento da doença....................38

GRÁFICO 6 Relevância de se ter um Controle Glicêmico regularmente.....................39

GRÁFICO 7 Como obteve informação sobre o Controle Glicêmico............................39

GRÁFICO 8 Principais mudanças no cotidiano do diabético após descoberta da

patologia........................................................................................................................40

GRÁFICO 9 Prática de exercícios físicos.....................................................................41

GRÁFICO 10 Controle alimentar dos pacientes diabéticos..........................................43

GRÁFICO 11 Como faz o controle da glicemia...........................................................44

GRÁFICO 12 Realiza consultas periódicas..................................................................45

GRÁFICO 13 Local onde o portador de DM realiza o tratamento e controle da

doença............................................................................................................................45

GRÁFICO 14 Frequência que realiza as consultas periódicas......................................46

GRÁFICO 15 Terapêutica utilizada pelo paciente........................................................47

GRÁFICO 16 Relação de quais outros medicamentos o paciente faz uso....................48

GRÁFICO 17 Análise Laboratorial dos níveis glicêmicos dos pacientes.....................49

LISTA DE ABREVIATURA/SIGLAS

ADA- Associação Americana de Diabetes

ACS- Agente Comunitário de Saúde

CAIC- Centro de Atendimento e Integração da Criança

DCV- Doença Cardiovasculares

DID- Diabetes Insulino- Dependente

DNID- Diabetes Não- Insulino- Dependente

DM- Diabetes Mellitus

ESF- Estratégia Saúde da Família

GI- Gastrintestinal

IFG- Glicose Alterada em Jejum

IGT- Tolerância a Glicose Diminuída

MS- Ministério da Saúde

OMS- Organização Mundial de Saúde

PP- Polipeptídio pancreático

SBD- Sociedade Brasileira de Diabetes

SUS- Sistema Único de Saúde

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 15

1.3 Objetivos ............................................................................................................. 18

1.3.1 Objetivo Geral ................................................................................................... 18

1.3.2 Objetivos específicos .......................................................................................... 18

2 REVISAÕ DE LITERATURA .............................................................................. 19

2.1 Diabetes Mellitus ................................................................................................ 19

2.1.1 Aspectos epidemiológicos .................................................................................. 19

2.1.2 Conceito............................................................................................................ 20

2.1.3 Fisiologia e Fisiopatologia do Diabetes ............................................................ 21

2.1.4 Classificação..................................................................................................... 22

2.1.5 Manifestações Clínicas ..................................................................................... 23

2.1.6 Complicações do Diabetes ................................................................................ 24

2.2 A importância do Controle Glicêmico para os Diabéticos ................................ 26

2.3 Monitorização do Controle Glicêmico ............................................................... 26

3 METODOLOGIA ................................................................................................. 28

3.1 Tipo de Estudo.................................................................................................... 28

3.2 Campo de Pesquisa ............................................................................................ 28

3.2.1 Caracterização do município ............................................................................ 28

3.2.2 Caracterização da Estratégia da Saúde da Família (Vila Mariana) ................ 29

3.3 Publico Alvo ....................................................................................................... 29

3.4 Critérios de Inclusão .......................................................................................... 30

3.5 Critérios de Exclusão ......................................................................................... 30

3.6 Instrumento de Pesquisa e Coleta de Dados ...................................................... 30

3.7 Caracterização da Análise Bioquímica .............................................................. 31

3.8 Aspectos Éticos ................................................................................................... 32

3.9 Desenvolvimento do Estudo ............................................................................... 32

3.10 Banco de Dados ............................................................................................... 33

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ......................................................................... 34

5 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 51

6 SUGESTÕES......................................................................................................... 52

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 53

APÊNDICES ............................................................................................................. 56

15

1 INTRODUÇÃO

O Diabetes Mellitus (DM) é um grupo de doenças metabólicas caracterizadas

por hiperglicemia e associadas a complicações, disfunções e insuficiência de vários

órgãos, especialmente olhos, rins, nervos, cérebro, coração e vasos sanguíneos. Pode

resultar de defeitos de secreção e/ou ação da insulina envolvendo processos

patogênicos específicos, por exemplo, destruição das células beta do pâncreas

(produtoras de insulina), resistência a insulina, distúrbios da secreção da insulina, entre

outros. (BRASIL, 2006).

Para Maia e Araújo (2004, p. 262) “o Diabetes Mellitus é uma doença crônica

grave que acomete milhares de pessoas em todo o mundo, necessitando de tratamento

intensivo e orientação médica adequada.”

A classificação atual do DM é baseada na etiologia e não no tipo de tratamento,

portanto os termos diabetes mellitus insulinodependente e diabetes mellitus

insulinoindependente devem ser eliminados. A classificação proposta pela

Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Associação Americana de Diabetes

(ADA) inclui quatro classes clínicas: DM tipo 1, DM tipo 2, outros tipos específicos de

DM e diabetes mellitus gestacional. Ainda existem duas categorias, referidas como

pré-diabetes, que são a glicemia de jejum alterada e a tolerância à glicose diminuída.

Essas categorias não são entidades clínicas, mas fatores de risco para o

desenvolvimento do DM e de doenças cardiovasculares (DCV). (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE DIABETES, 2006).

Hoje o diabetes mellitus é caracterizado por uma deficiência absoluta ou

relativa de insulina que irá influenciar de forma negativa no metabolismo dos glicídios,

proteínas, lipídios, água, vitaminas e minerais, e, durante o seu progresso, na

dependência do controle metabólico obtido, podem advir complicações agudas e

crônicas. Essa síndrome hoje constitui um problema de saúde pública, em razão de sua

elevada prevalência, acentuada morbidade e mortalidade e, por fim, das repercussões

econômicas e sociais decorrentes do impacto dessas complicações. (OLIVEIRA,

2004).

Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (2006, p.09) “as taxas de

mortalidade por DM (por 100 mil habitantes) apresentam acentuado aumento com o

progredir da idade.”

16

O termo DM tipo 1 indica “destruição da célula beta que eventualmente leva

ao estágio de deficiência absoluta de insulina, quando a administração de insulina é

necessária para prevenir cetoacidose, coma e morte”. (BRASIL, 2006, p.12).

Tomando como base a Sociedade Brasileira de Diabetes (2006), ressalta que a maioria

dos casos dessa destruição das células beta é mediada por auto-imunidade, porém

existem casos em que não há evidências de processo auto-imune, sendo, portanto,

referida como forma idiopática do DM tipo 1.

De acordo com Santos, Balzaneli e Andrade (2009, p. 208) “As complicações

em longo prazo devido a alterações micro e macrovasculares que levam a disfunção,

dano ou falência de vários órgãos induzem os diabéticos a apresentarem elevado risco

de doença vascular aterosclerótica.”

Atualmente, o DM tipo 2 é considerado como uma das principais doenças

crônicas que afetam a população atual, acometendo pessoas de países em todos os

estágios de desenvolvimento biológico e econômico-social. (VASCONCELOS et al,

2010). Para a Sociedade Brasileira de Diabetes (2006), o DM tipo 2 é a forma presente

em 90%-95% dos casos e caracteriza-se por defeitos na ação e na secreção da insulina.

Em geral ambos os defeitos estão presentes quando a hiperglicemia se manifesta,

porém pode haver predomínio de um deles. A maioria dos pacientes com essa forma de

DM apresenta sobrepeso ou obesidade, e cetoacidose raramente desenvolve-se

espontaneamente, ocorrendo apenas quando associada a outras condições como

infecções. Os pacientes não são dependentes de insulina exógena para sobrevivência,

porém podem necessitar de tratamento com insulina para a obtenção de um controle

metabólico adequado.

Segundo Brasil (2006, p.14) “cerca de 50% da população com diabetes não

sabe que são portadores da doença, algumas vezes permanecendo não diagnosticados

até que se manifestem sinais de complicações.”

A glicose é o principal carboidrato no sangue, é usada como fonte de

energia pelas células do corpo. A glicose sanguínea é um dos testes de

bioquímica clínica realizados com maior freqüência. O teste de glicose é

mais comumente usado para ajudar no diagnóstico e no controle do diabete,

ou no controle da hipoglicemia. (ESTRIDGE; REYNOLDS, 2011, p. 560).

O diagnóstico e acompanhamento correto e precoce do DM e das alterações da

tolerância à glicose é extremamente importante porque permite que sejam adotadas

17

medidas terapêuticas que podem evitar o aparecimento de diabetes nos indivíduos com

tolerância diminuída e retardar o aparecimento das complicações crônicas nos

pacientes diagnosticados com diabetes. (GROSS et al, 2002).

Considerando o exposto, a realização deste estudo justifica-se, pois

reconhecendo a importância da detecção precoce dos fatores de risco e das alterações

da glicose, bem como uma avaliação periódica dos níveis glicêmicos, possibilitará

conscientizar os portadores dessa patologia sobre as complicações que possa vir a

desenvolver, o que contribuirá para o desenvolvimento de orientações em realizar

frequentemente a dosagem glicêmica, consequentemente minimizar a ocorrência de

possíveis complicações.

18

1.1 Objetivos

1.1.1 Objetivo Geral

Avaliar os níveis glicêmicos por meio de exame laboratorial de glicose e a

conscientização através de questionário socioeconômico dos portadores de Diabetes

Mellitus frequentes nas reuniões mensais para diabéticos, atendidos na Estratégia

Saúde da Família (ESF) Vila Mariana de Paracatu-MG, no período de agosto de 2011

a maio de 2012.

1.1.2 Objetivos Específicos

Realizar um levantamento através de questionário socioeconômico dos

pacientes portadores de DM tipo 1 e tipo 2 do ESF Vila Mariana município de

Paracatu-MG, sobre conhecimentos, atitudes e práticas desses portadores

acerca de aspectos relacionados;

Avaliar a glicemia dos pacientes diabéticos através da dosagem laboratorial de

glicose realizada no laboratório Santa Lucia;

Desenvolver atividades de educação em saúde, com ênfase para um melhor

cuidado e controle da sua glicemia, entre os pacientes do ESF Vila Mariana

Município de Paracatu-MG;

Ampliar os conhecimentos sobre DM a fim de desenvolver atividades que

possa prevenir complicações.

19

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Diabetes Mellitus

2.1.1 Aspectos epidemiológicos

O DM é um importante e crescente problema de saúde publica para todos os

países, independentemente do seu grau de desenvolvimento. A prevalência do diabetes,

em particular o do tipo 2, está aumentando de forma exponencial, adquirindo

características epidêmicas em vários países. Para o ano de 2025, as projeções indicam

que o numero de indivíduos com diabetes será em torno de 300 milhões, dos quais

75% serão de países em desenvolvimento. (OLIVEIRA; MILECH, 2004).

Os termos “diabetes insulino-dependente” (DID) e “diabetes não-insulino-

dependente” (DNID) não são mais utilizados porque resultaram em classificação de

pacientes com base no tratamento de seus diabetes em lugar da etiologia subjacente.

Segundo a ADA o uso de numerais romanos (tipo I e tipo II) para diferenciar entre os

dois tipos foi trocado para tipo 1 e tipo 2 para diminuir a confusão. Aproximadamente

90 a 95% das pessoas com diabetes possuem o tipo 2 da doença. (SMELTZER; BARE,

2006).

O número de indivíduos diabéticos está aumentando devido ao crescimento

e ao envelhecimento populacional, à maior urbanização, à crescente

prevalência de obesidade e sedentarismo, bem como à maior sobrevida do

paciente com DM. Quantificar a prevalência de DM e o número de pessoas

diabéticas, no presente e no futuro, é importante para permitir uma forma

racional de planejamento e alocação de recursos. (BRASIL, 2006, p. 08).

Considerando-se o atual estágio da transição demográfico-epidemiológica, “o

DM, ao lado de outros desfechos crônicos, é considerado um problema de saúde

pública não apenas em países desenvolvidos, como também em países em

desenvolvimento”. (MORAES et al, 2010, p. 929).

Mundialmente, a diabetes afeta mais de 194 milhões de pessoas, projeta-se que

este número atinja 366 milhões de casos em 2030. O diabetes é uma das principais

causas de mortalidade e incapacidade precoce, nos Estados Unidos é a principal causa

de cegueira entre os adultos em idade laboral, de doença renal terminal e de

amputações não traumáticas dos membros. O diabetes aumenta em duas a sete vezes o

20

risco de doença cardíaca, cerebral e vascular periférica, constituindo-se em um

importante contribuinte para a morbidade e mortalidade neonatais no cenário

obstétrico. (GOLDMAN; AUSIELLO, 2009).

De acordo com a ADA, recentemente estimou que embora cerca de 15 milhões

de pessoas nos Estados Unidos tenham sido diagnosticadas com diabete, há

provavelmente pelo menos 6 milhões que tem a doença mais não sabem. Estima-se que

os clínicos estejam diagnosticando em torno de 800 mil novos casos de diabete tipo 2 a

cada ano. (ESTRIDGE; REYNOLDS, 2011).

2.1.2 Conceito

O DM é uma doença crônica grave que acomete milhares de pessoas em todo o

mundo, necessitando de tratamento intensivo e orientação medica adequada. Após a

conclusão do maior estudo envolvendo diabéticos tipo 1, determinou que o tratamento

disciplinado no DM tipo 1 permite prevenir ou retardar as complicações agudas e

crônicas da doença. (MAIA; ARAÚJO, 2004).

A doença metabólica é caracterizada por níveis elevados de glicose no sangue

(hiperglicemia) decorrentes dos defeitos na secreção e/ou na ação da insulina.

Normalmente, determinada quantidade de glicose circula no sangue. As principais

fontes dessa glicose são a absorção do alimento ingerido no trato gastrintestinal (GI) e

a formação de glicose pelo fígado a partir das substancias alimentares. (SMELTZER;

BARE, 2006).

Segundo Brasil (2006, p.11) “o Diabetes Mellitus não é uma única doença,

mas um grupo heterogêneo de distúrbios metabólicos que apresentam em comum à

hiperglicemia. Essa hiperglicemia é o resultado de defeitos na ação da insulina, na

secreção de insulina ou em ambos”.

O diabete melito constitui um grupo de doenças no qual as concentrações

sanguíneas de glicose se encontram elevadas como resultado da deficiência

na secreção de insulina e/ ou ação anormal da insulina. O diabete é conjunto

mais comum de distúrbios do metabolismo dos carboidratos, afetando

aproximadamente 16 milhões de norte-americanos. (HENRY, 2008, p. 249).

O DM, comumente chamado de diabete, é uma doença crônica na qual o corpo

produz insulina de modo insuficiente ou é incapaz de usar a insulina devidamente. É

21

uma doença grave, pois a insulina é o hormônio que permite ao corpo converter o

alimento em energia. (ESTRIDGE; REYNOLDS, 2011).

2.1.3 Fisiologia e Fisiopatologia do Diabetes

O pâncreas atua como órgão endócrino e exócrino no controle do metabolismo

dos carboidratos. Como uma glândula exócrina, o pâncreas produz e secreta amilase

responsável pela degradação dos carboidratos complexos ingeridos. (FIGURA 1). Já o

pâncreas endócrino secreta quatro hormônios a partir de diferentes células presentes

nas ilhotas de Langerhans no pâncreas. (HENRY, 2008). Segundo Vinay e outros

(2010, p. 1138) ”o pâncreas endócrino consiste em cerca de 1 milhão de grupos de

células, as ilhotas de Langerhans, as quais contem 4 tipos principais de célula, sendo

elas β, α, δ, e PP (polipeptídio pancreático)”.

Figura 1: Pâncreas

Fonte: HUGO RICARDO

A insulina é secretada por células beta, as quais constituem um dos quatro tipos

de células nas ilhotas de Langerhans no pâncreas. A insulina é um hormônio anabólico

ou de armazenamento. Quando uma pessoa ingere uma refeição, a secreção de insulina

aumenta e movimenta a glicose do sangue para o músculo, fígado e células adiposas.

22

Nas células beta, a insulina realiza as seguintes funções como: transporta e metaboliza

a glicose para a energia; estimula o armazenamento de glicose no fígado e músculo (na

forma de glicogênio); sinaliza ao fígado para interromper a liberação de glicose;

estimula o armazenamento de lipídios da dieta no tecido adiposo; acelera o transporte

de aminoácidos(derivados da proteína nutricional) para as células. (SMELTZER;

BARE, 2006).

A insulina também inibe a clivagem da glicose, proteína e lipídios e

armazenados. Durante os períodos de jejum (entre as refeições e durante a noite) o

pâncreas libera continuamente uma pequena quantidade de insulina (insulina basal);

outro hormônio pancreático, chamado glucagon (secretado pelas células alfa das

ilhotas de Langerhans) é liberado quando os níveis de glicose no sangue diminuem e

estimulam o fígado a liberar a glicose a glicose armazenada. A insulina e o glucagon

mantêm em conjunto, um nível constante de glicose no sangue ao estimularem a

liberação de glicose pelo fígado. (SMELTZER; BARE, 2006).

A proporção entre insulina e glucagon é importante na regulação do

metabolismo dos carboidratos. O anabolismo é favorecido quando há

aumento relativo na razão insulina: glucagon no estado pós-prandial,

enquanto o catabolismo é favorecido com redução relativa nessa proporção

no estado de jejum. A razão insulina: glucagon é influenciada pela

somatostatina, pelo estimulo neural, por peptídeos intestinais e pela

concentração da glicose e de outros metabólitos essa relação é rigidamente controlada para manter as concentrações de glicose sanguínea dentro dos

limites de normalidade. (HENRY, 2008, p. 245).

A insulina e o glucagon são os principais hormônios responsáveis pelo controle

da concentração plasmática de glicose. A homeostase da glicose é controlada, por um

lado, pelo hormônio anabólico insulina e, por outro, por hormônios catabólicos

(glucagon, catecolaminas, cortisol e hormônio do crescimento), conhecidos também

como hormônios anti-insulínicos ou contra-regulatório. (BAYNES; DOMINICZAK,

2010).

2.1.4 Classificação

As duas principais formas de DM em incidência, prevalência e importância

clínica são de origem genética. São as doenças DM do tipo 1 e do tipo 2. (OLIVEIRA;

MILLECH, 2004). Porém, a classificação proposta pela OMS e pela ADA e

23

recomendada pela Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) inclui quatro classes

clínicas: DM tipo 1, DM tipo 2, outros tipos específicos de DM e o DM gestacional.

(BRASIL, 2006).

O DM tipo 1 representa aproximadamente 10% de todos os casos de diabete.

Geralmente existe uma destruição auto-imune das células β produtoras de insulina nas

ilhotas pancreáticas, produzindo uma deficiência absoluta de insulina. (HENRY,

2008). Para Smeltzer e Bare (2006), ressalta que embora os eventos que levam á

destruição da célula beta não sejam totalmente compreendidos, em geral se aceita a

suscetibilidade genética como um fator subjacente comum no desenvolvimento do

diabetes do tipo 1.

“O diabetes tipo 1 geralmente desenvolve em pessoas com idade inferior a 35

anos, com um pico de incidência aproximadamente aos 12 anos de idade. Ele é

causado por destruição autoimune das células β pancreáticas”. (BAYNES;

DOMINICZAK 2010, p. 279).

Segundo o Ministério da Saúde (MS), o termo tipo 2 é usado para designar uma

deficiência relativa de insulina. A administração de insulina nesses casos, quando

efetuada, visa alcançar controle do quadro hiperglicêmico. (BRASIL, 2006).

Para HENRY (2008, p. 251), “DM tipo 2 é o tipo mais comum, acometendo

aproximadamente 90% dos casos norte-americanos com diabete, essa doença é

familiar, mas os defeitos genéticos de base, para a maioria das pessoas acometidas,

ainda não foram definidos.”

Diabete gestacional é a hiperglicemia diagnosticada na gravidez, de intensidade

variada, geralmente se resolvendo no período pós-parto, mas retornando anos depois

em grande parte dos casos. Seu diagnóstico é controverso. A OMS recomenda detectá-

lo com os mesmos procedimentos diagnósticos empregados fora da gravidez,

considerando como diabetes gestacional valores referidos fora da gravidez como

indicativos de diabetes ou de tolerância à glicose diminuída. (BRASIL, 2006).

2.1.5 Manifestações Clínicas

As manifestações clínicas de todos os tipos de diabetes incluem os três “Ps”:

poliúria, polidipsia e polifagia. A poliúria (micção aumentada) e a polidipsia (sede

aumentada) ocorrem em consequência da perda excessiva de líquido associada à

24

diurese osmótica. O paciente também experimenta polifagia (apetite aumentado)

resultante do estado catabólico induzido pela deficiência de insulina e clivagem de

proteínas e lipídios. Os outros sintomas compreendem fadiga e fraqueza, alterações

visuais súbitas, formigamento ou dormência nas mãos ou pés, pele seca, lesões

cutâneas ou feridas que exibem cicatrização lenta. (SMELTZER; BARE, 2006).

Para Goldman e Ausiello (2009, p. 1993) “pacientes com diabetes mellitus do

tipo 1 apresentam pouca ou nenhuma capacidade secretória de insulina e dependem

da insulina exógena para prevenir a descompensação metabólica e o óbito”.

Classicamente, os sintomas surgem abruptamente (durante dias ou semanas) em

crianças ou adultos jovens previamente saudáveis, não obesos, que podem ter parentes

próximos com a doença, mas que, mais comumente, não os têm. (GOLDMAN;

AUSIELLO, 2009).

2.1.6 Complicações do Diabetes

As principais complicações agudas do diabetes estão relacionadas com os

desequilíbrios por curto prazo nos níveis sanguíneos de glicose: hipoglicemia,

cetoacidose diabética e síndrome não- cetótica hiperosmolar hiperglicêmica, que

também é chamada de coma não-cetótico hiperosmolar hiperglicêmico ou síndrome

hiperosmolar hiperglicêmica. (SMELTZER; BARE, 2006).

Segundo o MS a história natural do diabetes é marcada pelo aparecimento de

complicações crônicas, geralmente classificadas como microvasculares e

macrovascular. Todas são responsáveis por expressiva morbimortalidade, com taxas de

mortalidade cardiovascular e renal, cegueira, amputação de membros e perda de

função e qualidade de vida muito superior a indivíduos sem diabetes. (TABELA 1).

(BRASIL, 2006).

Para Henry (2008, p. 249), “DM é a principal causa de nefropatia terminal, a

causa mais comum de amputações não traumáticas, e a causa mais comum de

cegueira em adultos, entre os 20 e os 74 anos de idade, danos neurológicos

conhecidos como neuropatia diabética”.

“As complicações do DM tipo 2, tanto micro como macrovasculares, emergem

como uma das maiores ameaças à saúde em todo o mundo, levando a custos

econômicos e sociais de enorme repercussão”. (QUEIROZ, et al. 2011, p. 255).

25

As complicações macrovasculares diabéticas resultam de alterações nos vasos

sanguíneos de médio e grosso calibres. As paredes dos vasos sanguíneos espessam-se,

sofrem esclerose e eles ficam ocluídos por placas que aderem as paredes vasculares.

Mais adiante, o fluxo sanguíneo é bloqueado. (SMELTZER; BARE, 2006).

“A prevenção primária da doença macrovascular do diabetes implica a

prevenção do diabetes associada à dos outros fatores de risco de doença

cardiovascular associado à hipertensão, dislipidemia, obesidade e sedentarismo”.

(BRASIL, 2006, p. 83).

Tabela 01: Complicações do Diabetes Mellitus

Complicações do DM

Complicações Agudas Complicações Crônicas

Cetoacidose diabética Macrovasculares:

o Cardiopatia coronariana

o Doença vascular cerebral

o Doença vascular periférica

Síndrome Hiperosmolar não-

cetótica

Microvasculares

(microangiopatia)

o Neuropatia diabética

o Nefropatia diabética

o Retinopatia diabética

Hipoglicemia Doença Cardiovascular

Acidose Lática Pé diabético

Fonte: (BRASIL, 2006/ SMELTZER; BARE, 2006).

A retinopatia diabética é a principal causa de cegueira em pessoas em idade

produtiva (16 a 64 anos). A doença possui fatores de risco conhecidos, e um período

assintomático no qual o diagnóstico e o tratamento podem ser realizados. Essa

complicação tardia é comum nos indivíduos, sendo encontrada após 20 anos de doença

em mais de 90% das pessoas com DM tipo 1 e em 60% dos com DM tipo 2, muitos

com formas avançadas de retinopatia e ainda assintomáticos. (BRASIL, 2006).

26

As complicações vasculares do DM são a principal causa de

morbimortalidade nos países desenvolvidos e constituem preocupação

crescente para as autoridades de saúde. Alguns fatores estão envolvidos na

gênese das complicações crônicas do DM2, destacando-se a hiperglicemia,

hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia e tabagismo, bem como

disfunção endotelial, estado pré- trombótico e inflamação. (QUEIROZ, et

al., 2011, p.255).

O rápido envelhecimento da população, a urbanização e o estilo de vida com a

dieta inadequada, o sedentarismo, e o consumo de tabaco e álcool são os fatores

responsáveis pelas doenças crônicas serem a principal causa de mortalidade.

(MENDES, et al., 2011).

2.2 A importância do Controle Glicêmico para os Diabéticos

A dosagem da concentração plasmática de glicose é o mais importante teste

laboratorial do metabolismo energético. As concentrações de glicose aumentam após

as refeições; portanto, é importante relatar o tempo de amostragem sanguínea em

relação à última refeição. Dois tipos de dosagens que são usadas como critérios

diagnósticos para diabetes são a concentração de glicose em jejum (sem ingestão

calórica por aproximadamente 10 horas) e a concentração dosada 2 horas após a

ingestão oral de uma quantidade padrão de glicose. (BAYNES; DOMINICKAK,

2011).

A glicose plasmática em jejum é extraordinariamente estável. Normalmente,

ela deve permanecer abaixo de 6,1 mmol/L (<110 mg/dL). As anormalidades pré-

diabéticas do metabolismo de carboidratos são definidas como glicose alterada em

jejum (IFG) ou tolerância a glicose diminuída (IGT). (BAYNES; DOMINICKAK,

2011).

“A dosagem da glicose plasmática é o teste-chave para o diagnóstico de

diabetes”. (BAYNES; DOMINICKAK, 2011).

2.3 Monitorização do Controle Glicêmico

Atualmente, a maioria dos profissionais da saúde usa a glicemia de jejum para

diagnosticar diabete. A glicemia de jejum é realizada em uma amostra de sangue

obtida do paciente em jejum por um período de tempo especificado. A amostra de

27

jejum costuma ser obtida antes do café da manhã, após o paciente ter ficado pelo

menos oito horas sem alimentar-se. (ESTRIDGE; REYNOLDS, 2011).

No laboratório clínico, resultados de teste que são extremamente altos ou

baixos são chamados valores críticos, valores de alerta ou valores de ação, significando

que uma ação imediata é necessária, por parte do pessoal do laboratório, para alertar o

medico e/ou a equipe de enfermagem dos resultados. (BAYNES; DOMINICKAK,

2011).

O princípio da análise da glicose consiste em uma reação em duas etapas. A

glicose é convertida em acido glucônico e peróxido de hidrogênio (H2O2) na presença

de glicose oxidase e oxigênio. As concentrações resultantes de acido glucônico e H2O2

são proporcionais à quantidade de glicose originalmente presente. Na segunda parte da

reação, na presença da enzima peroxidase e de um cromógeno, o H2O2 é convertido em

água (H2O) e o cromógeno produz uma cor. (ESTRIDGE; REYNOLDS, 2011).

Glicose + O2 + H2O Ácido Glucônico + H2O2 (1)

O peróxido de hidrogênio formado reage com 4-aminoantipirina e fenol, sob

ação catalisadora da peroxidase, através de uma reação oxidativa de acoplamento,

formando uma antipirilquinonimina vermelha cuja intensidade de cor é proporcional à

concentração da glicose na amostra. (LABTEST, 2006).

2H2O2 + 4-Aminoantipirina + fenol Antipirilquinonimina + 4H2O (2)

“O bom controle do diabete é importante para prevenir ou retardar

complicações microvasculares”. (ESTRIDGE; REYNOLDS, 2011, p. 562).

28

3 METODOLOGIA

3.1 Tipo de estudo

O método utilizado para o desenvolvimento desse trabalho foi estudo analítico

com abordagem quanti qualitativa, desde modo é fundamental ressaltar que foi

respeitado integralmente o pensamento particular de cada pessoa envolvida nesta

pesquisa, comprometendo sobre sigilo ético profissional os dados colhidos.

De acordo com Lima-Costa e Barreto (2003, p.194) “estudos analíticos são

aqueles delineados para examinar a existência de associação entre uma exposição e

uma doença ou condição relacionada à saúde.

Os estudos que empregam uma metodologia qualitativa podem descrever a

complexidade de determinado problema, analisar a interação de certas

variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos vividos por grupos

sociais, contribuir no processo de mudança de determinado grupo e

possibilitar, em maior nível de profundidade, o entendimento das

particularidades do comportamento dos indivíduos. (RICHARDSON, et

al.,2010, p.80).

Segundo Richardson e outros (2010, p.70) “o método quantitativo representa,

em principio, a intenção de garantir a precisão dos resultados, evitar distorções de

análise e interpretação, possibilitando, consequentemente, uma margem de segurança

quanto às interferências.”

O trabalho de pesquisa deve ser planejado e efetuado de acordo com normas

solicitadas por cada método de investigação. Faz-se necessário ressaltar que o método

precisa estar apropriado ao tipo de estudo que se deseja desempenhar, mas é a natureza

do problema ou o seu nível de aprofundamento que de fato determina a escolha do

trabalho. (RICHARDSON et al, 2010).

3.2 Campo de Pesquisa

3.1.1 Caracterização do município

O trabalho foi desenvolvido no município de Paracatu-MG. De acordo com

dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 2011, o município de

29

Paracatu se localiza na região sudeste, microrregião Noroeste do Estado de Minas

Gerais, sendo o terceiro maior município do estado com uma extensão territorial de

8.232 Km2, possui uma população de aproximadamente 84.718 habitantes a 220 km de

Brasília-DF e a 498 km de Belo Horizonte - MG e conta com doze unidades de ESFs,

um hospital municipal, um hospital particular e dois postos de saúde. Delimitado ao

Norte com o Município de Unaí, a Leste com o Município de João Pinheiro e Lagoa

Grande, ao Sul com os Municípios de Vazante e Guarda-Mor, e a Oeste faz divisa com

o Estado de Goiás. (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA,

2011).

3.2.2 Caracterização da Estratégia da Saúde da Família (Vila Mariana)

Estratégia da Saúde da Família foi implantada em 1994, e é tido com uma

estratégia para reorientar e reorganizar a assistência, neste período era denominado de

Programa da Saúde da Família, mas hoje se reconhece que não é mais um programa e

sim uma Estratégia para uma Atenção Primária à Saúde. (SANTOS, 2010).

A ESF Vila Mariana foi implantada em primeiro de Agosto de 2000, na

administração do Senhor Almir Paraca, a unidade de Saúde funciona em uma estrutura

adaptada no Centro de Atendimento e Integração da Criança (CAIC), que foi

construída com recursos do governo federal na administração do Senhor Manoel

Borges (gestão 1989 a 1992), de forma independente da estrutura escolar. Localiza- se

na Região Leste de Paracatu na Rua 06, n° 15, Bairro Vila Mariana, sendo a sétima

unidade de atendimento a população implantada no município. A equipe é formada por

1 Médico, 1 Enfermeira, 1 Técnica de Enfermagem, 3 Agentes Comunitários de Saúde

(ACS), 1 Auxiliar Administrativo, 1 Auxiliar de Serviços Gerais, 1 Dentista e uma

Auxiliar de consultório dentário. Em levantamento pelos ACSs da ESF Vila Mariana a

instituição possui em torno de 3923 pessoas cadastradas, em um total de

aproximadamente 998 famílias, entre elas crianças, adultos e idosos, divididas em 6

micro áreas (SANTOS, 2010).

3.3 Publico Alvo

Participaram da pesquisa 12 pacientes portadores de DM tipo 1 e tipo 2

30

cadastrados que frequentam as reuniões mensais na unidade da ESF Vila Mariana.

Segundo Marconi e Lakatos (2006, p.225) o universo ou população refere-se ao

“conjunto de seres animados ou inanimados que apresentam pelo menos uma

característica em comum.”.

Os nomes e endereços dos diabéticos foram fornecidos pela enfermeira chefe

da Unidade Básica de Saúde, totalizando 23 pacientes.

3.4 Critérios de Inclusão

Todo paciente portador de DM tipo 1 e DM tipo 2, cadastrados no ESF Vila

Mariana, do município de Paracatu-MG, até o mês de abril de 2012, frequentes nas

reuniões mensais na Unidade Básica de Saúde.

3.5 Critérios de Exclusão

Pacientes cadastrados na ESF, mas não ser portador de DM, diabéticos que não

residiam nos endereços constados no ESF Vila Mariana e que não assinaram o termo

de consentimento livre e esclarecido. (APÊNDICE A).

3.6 Instrumentos de Pesquisa e Coleta de Dados

Os dados foram coletados por meio da utilização de entrevista semi-

estruturada (APÊNDICE B) realizadas pela pesquisadora, composto de questões

discursivas e questões de múltipla escolha, oferecendo ao entrevistado a liberdade e

espontaneidade das respostas, o que certamente tornou a investigação condizente com

o objetivo da pesquisa.

De acordo com Richardson e outros (2010, p.189) ”a informação obtida por

meio de questionário permite observar as características de um individuo ou grupo,

por exemplo: sexo, idade, estado civil, nível de escolaridade, preferência política etc.”

A entrevista é semi-estruturada, pois é composta por perguntas fechadas e

abertas, e foi elaborada a partir de instrumentos de coleta de dados já existentes. A

entrevista traz perguntas relativas aos dados de identificação do paciente e referente ao

diagnóstico e tratamento do paciente.

31

Pode-se dizer que a entrevista semi-estruturada, pelo seu caráter flexível, na medida em que não apresenta uma padronização de pergunta e resposta,

oferece a possibilidade de o sujeito alcançar maior liberdade e

espontaneidade para falar sobre sua história pessoal e familiar. Assim,

justifica-se a opção pela entrevista, pois possibilita flexibilidade,

profundidade, reiteração e reflexão na abordagem dos dados. (SANTOS, et

al., 2005, p. 04).

As análises laboratoriais das amostras de sangue colhidas foram feitas logo

após a coleta, com no máximo duas horas para que não sofra interferências; as mesmas

foram encaminhadas para o Laboratório Santa Lúcia.

Instrumentos que foram utilizados para realizar a coleta das amostras de

sangue:

Tabela 02 – Instrumentos utilizados no projeto de pesquisa, 2012.

Instrumentos Quantidade

Algodão (pacote) 01

Garrote 01

Seringas de 3 ml (luer slip) 12

Agulhas múltipla hipodérmica (25x0,

7mm)

12

Álcool 01

Tubos vacuetes com anticoagulante

fluoreto de 4 ml(13x75mm)

12

Fonte: A autora

3.7 Caracterização da Análise Bioquímica

Inicialmente, os tubos devidamente identificados foram calibrados e colocados

na centrifuga para centrifugar por 5 minutos a 3000 rotações por minuto. Após

centrifugação a parte líquida foi separada dos elementos figurados, em que o plasma

foi separado do coagulo em tubos de ensaio devidamente identificados com nome e

numero do paciente.

32

Por conseguinte, foi iniciada a etapa de análise das amostras. O controle interno

de qualidade do Laboratório foi realizado antes das análises para avaliação de todos os

procedimentos e parâmetros a ser utilizados.

A dosagem de glicose é realizada com o Kit LABTEST que é composto por um

reagente de glicose e o padrão. Tomado um tubo para o calibrador (padrão) e os outros

para reação de cada amostra, estes foram identificados, com o número, nome e exame.

No tubo de ensaio padrão foi pipetado 0,5 ml de reagente de glicose mais 5ul do

calibrador. Nos tubos de ensaios para reação da amostra foi pipetado 0,5 ml de

reagente de glicose e 5ul do plasma fluoretado. As reações foram homogeneizadas e

incubadas a 37°C no banho Maria por 10 minutos. Em seguida foi realizada a leitura

no aparelho semi-automático Bio-2000, onde os parâmetros do Kit LABTEST já foram

devidamente cadastrados. O aparelho ler as absorbâncias e automaticamente já efetua

os cálculos liberando o resultado final, que foram anotados.

3.8 Aspectos Éticos

A autorização para a coleta de dados foi concedida pelo Gestor Municipal do

Sistema Único de Saúde (SUS), conforme APÊNDICE C

Os procedimentos éticos adotados na pesquisa foram seguidos segundo as

indicações da Resolução 196/96, que tratam das normas de pesquisas envolvendo seres

humanos, todos os procedimentos metodológicos desse estudo obedeceu aos padrões

estabelecidos pela resolução do Conselho Nacional de Saúde, e somente foi realizada

após apresentação e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido pelo

diabético. Ressaltou-se que a pessoa entrevistada estava livre para desistir do estudo a

qualquer momento, ficou-lhes garantido o direito do anonimato.

3.9 Desenvolvimento do Estudo

O estudo foi realizado no período de agosto de 2011 a maio de 2012.

Inicialmente, realizou-se uma pesquisa bibliográfica para reunir informações

relevantes a cerca do tema a ser trabalhado a fim de enriquecer com idéias e

conhecimento a pesquisadora e ratificar a necessidade e importância de se realizar um

33

estudo com o público e com o tema escolhido. Após isto o tema foi apresentado aos

professores e iniciou-se a elaboração do projeto.

Foi encaminhada ao gestor do SUS uma solicitação de autorização para

realização do estudo, onde foram apresentados os objetivos e justificativa do mesmo.

Após a concessão da autorização foi realizada uma visita a equipe da ESF Vila

Mariana onde apresentou a referida autorização e solicitado o apóio para o

desenvolvimento das pesquisas através da informação da quantidade de portadores de

diabetes cadastrados frequentes e seus respectivos endereços.

No período de março e abril foram realizadas as visitas domiciliares para

apresentação dos objetivos da pesquisa aos diabéticos, estes foram devidamente

esclarecidos em relação às questões éticas.

Neste mesmo período após consentimento e assinatura do termo, foi feita a

entrevista e coleta de sangue dos portadores de diabetes na Unidade Básica de Saúde.

Após coletar todos os dados, os pacientes portadores de DM tipo e tipo 2 foram

informados da data e local de entrega dos laudos(APÊNDICE D). Os dados colhidos

foram analisados e discutidos pela pesquisadora e as amostras de sangue foram

encaminhadas para o Laboratório Santa Lucia onde foram feitas dosagens de glicose

pela Biomédica Maraíza Cristina e Mara Cristina.

Após análise do material foi feita uma nova visita domiciliar aos diabéticos

para entrega dos resultados dos exames, onde também foram entregues cartilhas

educativas para um bom controle da doença.

3.10 Banco e Análise de Dados

Para a elaboração do banco de dados utilizou-se a planilha eletrônica do

Microsoft Office Excell 2007. Em sequência, os dados foram comparados com o de

outros autores que possuíam abordagens semelhantes. As falas foram analisadas

qualitativamente por meio da leitura e análise de conteúdo. Posteriormente foi

realizada a discussão e conclusão do estudo.

34

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

A amostra da população entrevistada foi constituída por 10 (83,33%) pacientes

do sexo feminino e 2 (16,67%) do sexo masculino (GRÁFICO 1).

Gráfico 1- Gênero dos pacientes portadores de DM tipo 1 e tipo 2

Fonte: Dados coletados pela acadêmica Lília Matos de Sousa durante entrevista realizada com os

pacientes portadores de Diabetes Mellitus tipo 1 e tipo 2 cadastrados no ESF Vila

Mariana- Paracatu-MG, Abril/Maio de 2012.

Em relação à faixa, as idades foram entre 50 a 75 anos, predominando a faixa

etária de 63-75 anos, onde tivemos 7 (58,34%) e 50 a 62 anos 5 (41,66%). (GRÁFICO

2). De acordo com o Ministério da Saúde (2006), o DM tipo 2 apresenta maior

prevalência na população acima de 30 anos.

17%

83%

Masculino

Feminino

35

Gráfico 2- Faixa etária dos pacientes portadores de DM tipo 1 e tipo 2

Fonte: Dados coletados pela acadêmica Lília Matos de Sousa durante entrevista realizada com os

pacientes portadores de Diabetes Mellitus tipo 1 e tipo 2 cadastrados no ESF Vila Mariana-

Paracatu-MG, Abril/Maio de 2012.

A incidência do DM tem aumentado num ritmo explosivo em virtude do

envelhecimento da população, do crescimento do sedentarismo e da obesidade, no qual

esses fenômenos são responsáveis pelo aumento da ocorrência de DM tipo 2, condição

que representa mais de 90% dos casos de diabetes. (MONTEIRO et al. 2009).

Segundo Otero, Zanetti e Ogrizio (2008) o predomínio do sexo feminino na

busca pelo atendimento pode estar relacionado ao fato de que as mulheres têm mais

facilidade para comparecer às instituições de saúde, em geral, estão mais atentas ao

aparecimento de sintomas, têm um conhecimento melhor das doenças e utilizam mais

os serviços de saúde do que o homem. Além disso, em geral, a mulher se sente com

mais liberdade para expressar seus problemas físicos do que o homem. A procura de

assistência médica precoce é explicada como uma das causas de um melhor

prognóstico das doenças crônicas desse grupo.

Em uma pesquisa de campo com a aplicação de um questionário, realizada em

um Centro de Saúde da cidade de Goiânia (GO) /Brasil, dos 30 participantes 80% eram

do sexo feminino e 20% do sexo masculino. Sendo possível verificar “que houve uma

grande predominância feminina no grupo estudado, porém dados da literatura

apontam que na maioria da população a prevalência da doença é igual para ambos os

sexos”. (MONDENEZE apud COELHO; FARIA; PACHECO, 2010, p.17), No

entanto, o Ministério da Saúde (2004, p.23) “aponta que a incidência e prevalência do

58% 42%

63-75 anos

50 a 62 anos

36

DM tipo 2 é 1,4 a 1,8 vezes mais frequente nas mulheres do que nos homens.”

Contudo em dados do Ministério da Saúde (2006, p.45) “esses resultados podem estar

atrelados também ao fato de que a população masculina não tem o mesmo grau de

interesse aos cuidados com a saúde como as mulheres.”.

Um estudo realizado com portadores de DM atendidos em serviços de atenção

básica do estado de São Paulo nos mostra que a maioria dos participantes constitui-se

de mulheres, com idade acima de 45 anos e que apresentavam co-morbidades como a

hipertensão arterial e obesidade, evidenciando também a presença de fatores de risco

que aumentam a chance dos indivíduos desenvolverem a doença. (RODRIGUES apud

GACK; SOUZA; MACHADO, 2009).

O gráfico 3 nos mostra as respostas em relação ao seguinte questionamento: Há

quanto tempo descobriu que é portador de Diabetes? Pode se perceber que, dos 12

pacientes, 1 (8,34%) tem menos de 1 ano que descobriu ser diabético, 3 (25%)

pacientes possuem de 1 a 4 anos da descoberta, 2 (16,66%) tem decorrido 5 a 8 anos

do diagnóstico e outros 6 (50%) sabem que tem há mais de 8 anos.

Gráfico 3- Tempo decorrido da descoberta do diagnóstico de DM tipo 1 e tipo 2

Fonte: Dados coletados pela acadêmica Lília Matos de Sousa durante entrevista realizada com os

pacientes portadores de Diabetes Mellitus tipo 1 e tipo 2 cadastrados no ESF Vila Mariana-

Paracatu-MG, Abril/Maio de 2012.

O tempo decorrido do diagnóstico pode ser proporcional à adaptação do

paciente e da sua família à patologia: quanto maior o tempo, maior adaptação e vice-

versa. Na maioria das vezes, uma família que convive com a condição patológica de

8%

25%

17%

50%

Menos de 1 ano

1 a 4 anos

5 a 8 anos

Mais de 8 anos

37

um familiar há mais tempo consegue enfrentar esta situação mais facilmente, se

comparadas com famílias que descobriram recentemente e precisam aprender a

manejá-la, ou até mesmo, criar consciência do que está acontecendo. O portador de

DM tem que o mais cedo possível começar o controle e tratamento da doença, visto

que não há escolha; ou o individuo aceita e inicia mais rapidamente o controle, ou terá

que enfrentar as complicações advinhas da patologia.

“Diabete permanece assintomático por um tempo antes de seu diagnóstico, e o

diagnóstico precoce e as intervenções preventivas deveriam ser priorizadas e

direcionados aos indivíduos de maior risco, permitiria a redução das complicações”.

(TOSCANO apud MENDES et al, 2011, p. 1241).

O gráfico 4 nos revela o questionamento a seguir: Tem conhecimento sobre a

doença? Os resultados demonstram que 11 (91,66%) dos pacientes pesquisados

responderam que sim, tem conhecimento sobre a doença e 1 (8,34%) respondeu que

não tem conhecimento exato da doença.

Gráfico 4- Conhecimento da doença DM tipo 1 e tipo 2

Fonte: Dados coletados pela acadêmica Lília Matos de Sousa durante entrevista realizada com os

pacientes portadores de Diabetes Mellitus tipo 1 e tipo 2 cadastrados no ESF Vila Mariana-

Paracatu-MG, Abril/Maio de 2012.

Levantou-se também em relação ao questionamento se os pacientes que tem

conhecimento da patologia como que os mesmos obtiveram essa informação? Os

resultados foram os seguintes: 2 (16,67%) em consulta médica particular, 7 (66,67%)

92%

8%

Sim

Não

38

no ESF Vila Mariana, 1 (8,33%) no ESF Bela Vista e 1 (8,33%) através da mídia.

(GRÁFICO 5).

Gráfico 5- Como obteve a informação sobre conhecimento da doença

Fonte: Dados coletados pela acadêmica Lília Matos de Sousa durante entrevista realizada com os

pacientes portadores de Diabetes Mellitus tipo 1 e tipo 2 cadastrados no ESF Vila Mariana-

Paracatu-MG, Abril/Maio de 2012.

Oliveira e Milech (2004), diz que o conhecimento sobre a doença implica numa

melhoria do cuidar-se, sendo então, de extrema importância para o sucesso do

tratamento. Segundo outros autores nos mostra também que “a falta de conhecimento

dessas medidas para o controle do diabetes revela a ausência de informação a

respeito da literatura”. (MENDES et al, 2011, p. 1240).

Em relação ao controle glicêmico o gráfico 6 traz o seguinte questionamento:

Sabe da relevância de se ter um controle glicêmico regulamente? O estudo demonstrou

que 9 (75%) dos pacientes entrevistados sabem dessa relevância e 3 (25%) não tem

essa informação com clareza.

17%

67%

8%

8% Consulta médica

particular

ESF Vila Mariana

ESF Bela Vista

Mídia

39

Gráfico 6- Relevância de se ter um Controle Glicêmico regularmente

Fonte: Dados coletados pela acadêmica Lília Matos de Sousa durante entrevista realizada

com os pacientes portadores de Diabetes Mellitus tipo 1 e tipo 2 cadastrados no ESF Vila

Mariana- Paracatu-MG, Abril/Maio de 2012.

Também questionados sobre através de qual meio sabe dessa importância,

obtivemos que 10 (83,34%) através das reuniões no ESF, 1 (8,33%) mídia e 1 (8,33%)

consulta médica particular. (GRÁFICO 7).

Gráfico 7- Como obteve informação sobre o Controle Glicêmico

Fonte: Dados coletados pela acadêmica Lília Matos de Sousa durante entrevista realizada com os

pacientes portadores de Diabetes Mellitus tipo 1 e tipo 2 cadastrados no ESF Vila Mariana-

Paracatu-MG, Abril/Maio de 2012.

84%

8%

8%

Reuniões no ESF

Mídia

Consulta médica

particular

75%

25%

Sim

Não

40

O controle glicêmico para os pacientes diabéticos e de extrema importância,

quando se tem diabetes significa que você precisa ajudar o seu organismo a controlar o

nível de açúcar no sangue. Antes de desenvolver o diabetes, o pâncreas desempenhava

o seu papel, mantinha o nível normal de açúcar no nosso sangue produzindo a

quantidade certa de insulina. Agora é o portador da diabetes e o seu próprio médico

que, juntos, vão gerenciar e controlar isso, para que o organismo funcione

corretamente. Não é tão difícil quanto parece, nós conhece melhor que ninguém nosso

corpo e vai aprender os momentos exatos que organismo precisará de ajuda.

A questão seguinte está relacionada ao que mais mudou na vida dos diabéticos

depois que o mesmo foi diagnosticado como portador da patologia. (GRÁFICO 8).

Pode-se verificar que, dos 12 entrevistados, 9 (75%) responderam que os hábitos

alimentares foram os que mais sofreram mudanças, 2 (16,67%) citaram que foram à

adoção a praticas de exercícios físicos e 1 (8,33%) relatou que não mudou nada.

Gráfico 8- Principais mudanças no cotidiano do diabético após descoberta da

patologia

Fonte: Dados coletados pela acadêmica Lília Matos de Sousa durante entrevista realizada com os

pacientes portadores de Diabetes Mellitus tipo 1 e tipo 2 cadastrados no ESF Vila Mariana-

Paracatu-MG, Abril/Maio de 2012.

Dentre as modificações que ocorrem no cotidiano dos pacientes após a

descoberta da diabetes, pode-se identificar que a alimentação foi aquela que mais

modificou.

75%

17%

8% Hábitos alimentares

Praticas de exercícios

físicos

Não mudou

41

A orientação nutricional e o estabelecimento de dieta para controle de

pacientes com diabetes mellitus (DM) associados a mudanças no estilo de

vida, incluindo a atividade física, são considerados terapias de primeira

escolha. Está comprovado que essa associação provoca uma melhora na

sensibilidade à insulina, diminui os níveis plasmáticos de glicose, reduz de

forma expressiva a circunferência abdominal e a gordura visceral,

melhorando o perfil metabólico com redução nos níveis de LDL-C e

triglicerídeos e aumento do HDL-C. Diversos estudos em pacientes com

DM fundamentam as condutas referentes à terapia nutricional. (BRASIL,

2006, p. 22).

“A adoção de um plano alimentar saudável e fundamental no tratamento do

DM, para estabelecer as necessidades nutricionais do individuo, o primeiro passo e

realizar uma avaliação nutricional detalhada, incluindo índice de massa corporal”.

(BRASIL, 2006, p. 22).

Em estudo realizado em São Paulo/ Brasil, revela que em relação ao

conhecimento pelos idosos diabéticos das medidas de controle da doença, observa-se

que a mudança nos hábitos alimentares foi à medida que eles mais conheciam para

controlar o diabetes, 73,6%. (MENDES et al, 2011).

Apesar de ser considerada grande aliada do tratamento do diabetes conforme

Ministério da Saúde (2004), a atividade física não é praticada pelos entrevistados, em

que 10 (83,33%) não pratica atividade física regularmente e 2 (16,67%) realiza

atividade física sendo somente caminhada. (GRÁFICO 9).

Gráfico 9- Prática de exercícios físicos

Fonte: Dados coletados pela acadêmica Lília Matos de Sousa durante entrevista realizada com os

pacientes portadores de Diabetes Mellitus tipo 1 e tipo 2 cadastrados no ESF Vila Mariana-

Paracatu-MG, Abril/Maio de 2012.

84%

16%

Não

Sim

42

“O exercício é extremamente importante no controle do diabetes por causa de

seus efeitos sobre a diminuição da glicemia e redução dos fatores de risco

cardiovascular”. (SMELTZER; BARE, 2006).

Como sabemos atividade física atua na prevenção e tratamento do diabetes,

juntamente com o uso de medicamentos e dieta alimentar. (FECHIO; MALERBI apud

MONTEIRO et al. 2009).

Para Nieman citado por Coelho, Faria e Pacheco (2010, p.28), “os indivíduos

ativos apresentam um risco 30 a 50% menor de chance de terem DM não insulino-

dependente do que nos indivíduos que não praticam nenhum tipo de exercício físico”.

As atividades físicas regulares ajudam a diminuir e/ou manter o peso corporal,

a reduzir a necessidade de hipoglicemiantes orais, a diminuir a resistência à insulina e

contribuem para uma melhora do controle glicêmico, o que por sua vez, reduz o risco

de complicações. (POWERS; HOWLEY apud MONTEIRO et al. 2009). Contudo não

pode atribuir o sucesso terapêutico apenas a essa prática, excluindo os resultados

oriundos de outras terapias, como a alimentar e a de práticas regulares de atividades

físicas. (COELHO; FARIA; PACHECO, 2010).

Segundo estudo realizado apenas 2% praticava atividade física, apesar de a

literatura reforçar cada vez mais a importância dos hábitos saudáveis no tratamento do

diabetes, na redução de 60% do risco da doença e de reforçar a superioridade destas

mudanças em relação às intervenções farmacológicas, ainda é muito precária a

incorporação de um estilo saudável de vida entre os idosos. (MENDES et al, 2011).

A questão seguinte está relacionada aos hábitos alimentares, se o paciente faz

controle alimentar. Pode-se verificar que, dos 12 entrevistados, 11 (91,67%) realiza

controle alimentar onde reduziu os açucares e lipídios do seu dia a dia e 1 (8,33 %) não

fazem o controle alimentar. (GRÁFICO 10).

43

Gráfico 10- Controle alimentar dos pacientes diabéticos

Fonte: Dados coletados pela acadêmica Lília Matos de Sousa durante entrevista realizada com os

pacientes portadores de Diabetes Mellitus tipo 1 e tipo 2 cadastrados no ESF Vila Mariana-

Paracatu-MG, Abril/Maio de 2012.

Nutrição, dieta e controle do peso constituem a base do tratamento do diabetes.

O objetivo mais importante no tratamento dietético e nutricional do diabetes é o

controle da ingesta calórica total para atingir ou manter um peso corporal razoável e

controlar os níveis sanguíneos de glicose. (SMELTZER; BARE, 2006).

As recomendações relativas ao conteúdo lipídico da dieta do diabético incluem

a redução do percentual total de calorias a partir de fontes lipídicas para menos de 30%

das calorias totais e a limitação da quantidade de lipídios saturados a 10% das calorias

totais. As recomendações adicionais incluem limitar a ingestão total de colesterol na

dieta a menos de 300mg/ dia. Essa conduta pode ajudar a reduzir os fatores de risco,

como os níveis séricos elevados de colesterol, os quais estão associados ao

desenvolvimento da cardiopatia coronariana, a principal causa de morte e incapacidade

entre as pessoas com diabetes. (SMELTZER; BARE, 2006).

Em relação ao controle da glicemia o gráfico 11 revelou que 5 (41,67%) dos

entrevistados realizam o controle da glicemia indo ao médico regularmente; 1 (8,33%)

quando se sente mal e 6 (50%) realizam controle regularmente através da glicemia

capilar, “o que seria importante para eficácia do programa ao realizar testes de

glicemia capilar nas consultas mensais”, conforme preconizado pelo Ministério da

Saúde. (BRASIL, 2006 p. 76).

92%

8%

Reduziu os açucares e

lipídios

Não faz o controle

alimentar

44

Gráfico 11- Como faz o controle da glicemia

Fonte: Dados coletados pela acadêmica Lília Matos de Sousa durante entrevista realizada

com os pacientes portadores de Diabetes Mellitus tipo 1 e tipo 2 cadastrados no ESF Vila

Mariana- Paracatu-MG, Abril/Maio de 2012.

Segundo estudo realizado por Steemburgo e Mello (2009), “atingir e manter as

concentrações plasmáticas de glicose o mais próximo possível da normalidade é

crucial para prevenir e/ou retardar o aparecimento das complicações crônicas do

DM”.

Inúmeras evidências têm demonstrado que o bom controle glicêmico

geralmente previne o aparecimento das complicações crônicas que constituem as

principais causas de mortalidade, morbidade e piora da qualidade de vida do paciente

com diabetes DM. Entretanto a manutenção persistente da glicemia em níveis que

espelhem o fisiológico e de difícil obtenção, pois requerem mudanças no estilo de vida,

intensificando o exercício físico, maiores disciplina e atenção alimentar, perda e

manutenção do peso corporal e um rigoroso controle diário das glicemias, que na

maioria das vezes não e obtido e valorizado pelos pacientes e profissionais que o

atendem em função da falta ou pequena sintomatologia associada à hiperglicemia

moderada. (BRASIL, 2006).

O gráfico 12 traz as respostas para o seguinte questionamento: Realiza

consultas periódicas? Verifica-se que 100% dos pacientes entrevistados realizam

consultas periódicas e acompanhamento da diabetes; sendo que a grande maioria dos

pacientes realiza o tratamento em Unidade Básica de Saúde, os mesmos citaram 10

(83,34%) realiza o tratamento em Unidade Básica de Saúde, 1 (8,33%) dos pacientes

42%

8%

50%

Indo ao médico

regularmente

Quando se sente mau

Glicemia capilar

45

no Hospital Municipal e 1 (8,33%) realiza o tratamento na Clínica de referência.

(GRÁFICO 13).

Gráfico 12- Realiza consultas periódicas

Fonte: Dados coletados pela acadêmica Lília Matos de Sousa durante entrevista realizada com os

pacientes portadores de Diabetes Mellitus tipo 1 e tipo 2 cadastrados no ESF Vila Mariana-

Paracatu-MG, Abril/Maio de 2012.

Gráfico 13- Local onde o portador de DM realiza o tratamento e controle da doença

Fonte: Dados coletados pela acadêmica Lília Matos de Sousa durante entrevista realizada com os

pacientes portadores de Diabetes Mellitus tipo 1 e tipo 2 cadastrados no ESF Vila Mariana-

Paracatu-MG, Abril/Maio de 2012.

83%

8%

9%

Unidade Básica de Saúde

Hospital municipal

Clínica de referência

100% Sim

46

O gráfico 14 mostra com que frequência os pacientes realiza as consultas.

Observou-se que 7 (58,33%) realizam mensalmente, 4 (33,34%) a cada seis meses e 1

(8,33%) realiza anualmente.

Gráfico 14- Frequência que realiza as consultas periódicas

Fonte: Dados coletados pela acadêmica Lília Matos de Sousa durante entrevista realizada com os

pacientes portadores de Diabetes Mellitus tipo 1 e tipo 2 cadastrados no ESF Vila Mariana-

Paracatu-MG, Abril/Maio de 2012.

No entanto os dados encontrados em estudo realizado em São Paulo/ Brasil em

relação ao uso do serviço de saúde são bem diferentes, em que 24,6% não procuraram

os serviços de rotina e 5,5% procuraram somente quando tinham problema. Entre as

justificativas dadas para a não procura, 37,5% dos diabéticos não acharam necessário,

o que revela a gravidade da falta de informação, o desconhecimento do diagnóstico já

que o diabetes é uma doença silenciosa e altamente incapacitante e que faz com que a

maioria procure o serviço na presença de uma manifestação crônica da doença.

(MENDES et al, 2011).

Em relação há que tipo de terapêutica o paciente utiliza para controle da

glicemia o gráfico 15 nos revela que 6 (50%) dos pacientes utiliza somente

hipoglicemiante oral para o tratamento, 5 (41,67%) utiliza insulina e hipoglicemiante

oral para tratamento e 1 (8,33%) utiliza insulina e dieta.

58% 34%

8%

Mensalmente

A cada seis

meses Anualmente

47

Gráfico 15- Terapêutica utilizada pelo paciente

Fonte: Dados coletados pela acadêmica Lília Matos de Sousa durante entrevista realizada com os

pacientes portadores de Diabetes Mellitus tipo 1 e tipo 2 cadastrados no ESF Vila Mariana-

Paracatu-MG, Abril/Maio de 2012.

Do ponto de vista clinico, a justificativa racional para a combinação da

insulinoterapia com os antidiabéticos orais se basearia na obtenção de

melhor e adequado controle glicêmico, redução das doses de insulina

administradas, menor ganho de peso e menor incidência de hipoglicemias.

Uma justificativa secundaria teria como base uma maior receptividade do

paciente ao uso da insulina, tendo em vista ocorrerem barreiras a uma introdução mais precoce de insulinoterapia em pacientes com DM tipo 2.

(BRASIL, 2006. p. 39)

Segundo Mendes et al (2011) em relação ao conhecimento pelos idosos

diabéticos das medidas de controle da doença, no estudo realizado em São Paulo

observou-se que a dieta foi à medida que eles mais conheciam para controlar o

diabetes, 73,6%, e ainda assim poucos praticavam, 52,1%. As outras medidas mais

prevalentes foram tomar medicação oral de rotina, 61%, e tomar insulina, 15,1%.

O gráfico 16 nos mostra o tratamento medicamentoso dos pacientes diabéticos

em relação às quais outros medicamentos o paciente faz uso. Observou-se que 8

(66,67%) fazem uso de medicamentos para a diabetes associada com os para

hipertensão arterial; 2 (16,67%) fazem uso somente de medicamentos para tratamento

da diabetes e 2 (16,66%) faz uso de medicação para tratamento da diabetes associado

com outros medicamentos.

50% 42%

8% Somente hipoglicemiante

oral

Insulina e hipoglicemiante

oral

Insulina e dieta

48

Gráfico 16- Relação de quais outros medicamentos o paciente faz uso

Fonte: Dados coletados pela acadêmica Lília Matos de Sousa durante entrevista realizada com os

pacientes portadores de Diabetes Mellitus tipo 1 e tipo 2 cadastrados no ESF Vila Mariana-

Paracatu-MG, Abril/Maio de 2012.

Agentes antidiabéticos orais são substancias que, quando ingeridas,tem

finalidade de baixar a glicemia e mantê-la normal (jejum < 100mg/dl e pós-prandial<

140mg/dl). A escolha do medicamento deve levar em conta: os valores das glicemias

de jejum e pós-prandial e da hemoglobina glicada; o peso e idade do paciente; a

presença de complicações, outros transtornos metabólicos e doenças associadas; as

possíveis interações com outros medicamentos, reações adversas e as contra-

indicações. (BRASIL, 2006).

DM e Hipertensão arterial são condições clínicas que frequentemente se

associam. O tratamento da hipertensão arterial e particularmente importante nos

pacientes diabéticos, tanto para a prevenção da doença cardiovascular (DCV) quanto

para minimizar a progressão da doença renal e da retinopatia diabética. A terapêutica

inicial inclui métodos não-farmacológicos, como redução de peso, pratica de

exercícios físicos, moderação no consumo de sal e álcool e abandono do fumo.

Entretanto, por serem pacientes considerados de alto risco para eventos

cardiovasculares, todos os indivíduos diabéticos com pressão arterial acima de

130/80mmHg devem também iniciar o uso de medicação anti-hipertensiva. (BRASIL,

2006).

67% 17%

16% DM associado a

hipertensão arterial

Somente para tratamento

de DM

DM associado com outros

medicamentos

49

42%

33%

25% Inferior a 110mg/dl

120 a 160mg/dl

Acima de 170mg/dl

“As evidências indicam que níveis pressóricos mais baixos que os usuais

precisam ser atingidos para que se obtenha máxima proteção contra o

desenvolvimento da doença cardiovascular e da progressão da nefropatia diabética”.

(BRASIL, 2006. p.74).

Os níveis glicêmicos dos pacientes estudados foram avaliados através de

dosagem da glicose plasmática onde se obteve os resultados seguintes: dos 12

avaliados, 5 (41,66%) esta abaixo de 110mg/dl a dosagem glicêmica; 4 (33,33%) a

dosagem glicêmica foi de 120-160mg/dl e 3 (25%) os resultados encontrados da

dosagem glicêmica foi acima de 170mg/dl. (GRÁFICO 17).

Gráfico 17- Análise laboratorial dos níveis glicêmicos dos pacientes

Fonte: Dados coletados pela acadêmica Lília Matos de Sousa durante entrevista realizada com os

pacientes portadores de Diabetes Mellitus tipo 1 e tipo 2 cadastrados no ESF Vila Mariana-

Paracatu-MG, Abril/Maio de 2012.

Os valores de referência (normal) para a glicose sérica de jejum são de 60 a 100

mg/dL. Os valores no plasma são cerca de 5% mais baixos do que no soro e

aproximadamente 10 a 15% mais altos do que no sangue total. (ESTRIDGE;

REYNOLDS, 2011).

Em laboratório clínico, resultados de teste que são extremamente altos ou

baixos são chamados valores críticos, valores de alerta ou valores de ação, significando

50

que uma ação imediata é necessária, por parte do pessoal do laboratório, para alertar o

medico e/ou a equipe de enfermagem dos resultados. Na glicose considera-se que um

paciente é hipoglicêmico se a glicose está abaixo de 50mg/dl, glicose abaixo de

40mg/dl é considerado um valor crítico. Níveis de glicose extremamente altos podem

levar a coma diabético e requerem tratamento imediato para redução do seu nível.

Glicemia acima de 400mg/dl é considerada perigosamente alta. (ESTRIDGE;

REYNOLDS, 2011).

51

5 CONCLUSÃO

A realização deste trabalho possibilitou a análise do controle glicêmico dos

portadores de Diabetes Mellitus. Constatou-se que 91,66% dos pacientes tem

conhecimento da doença, mas necessita de orientações em relação ao tratamento,

estando o mesmo voltado para o tratamento medicamentoso, observado durante as

entrevistas; mas também deve procurara adição de outras práticas terapêuticas, como o

exercício físico, que os resultados encontrados neste estudo mostraram que não é

seguida pelos pacientes, do mesmo modo o seguimento de um plano alimentar,

resultando, muitas vezes, em mudança no estilo de vida.

Acreditava-se que a participação dos portadores de DM tipo 1 e tipo 2 fosse

maior. No entanto, a maioria dos diabéticos não participou do estudo por não se

enquadrarem nos critérios de inclusão.

É de suma importância ressaltar que a maioria dos pacientes estudados tem

conhecimento da doença, tais como o que é a patologia, sabe da relevância de se ter

um controle glicêmico regularmente, tem noção das complicações que a doença pode

trazer se não for feito um controle rigoroso.

O controle metabólico rigoroso associado a medidas preventivas e curativas

relativamente simples são capazes de prevenir ou retardar o aparecimento das

complicações crônicas do diabetes mellitus, resultando em melhor qualidade de vida

ao indivíduo diabético.

A medicina sozinha não consegue dar conta de ajudar no controle da doença

para que não haja complicações, pois além de exames e medicamentos, é necessário

dieta, exercícios físicos e um equilíbrio emocional, visto que estes aspectos influem

diretamente sobre a doença, descontrolando-a e agravando o quadro.

Por fim, um indivíduo inserido em qualquer meio sofre influencias deste. Com

isso, conclui-se que não adianta instruir os pacientes se não houver uma participação

de todos, tanto familiar como de uma equipe preparada de saúde. A família também

deve ser preparada e esclarecida, para que possa, enfim, ser capaz de participar do

controle do DM do seu ente querido.

52

6 SUGESTÕES

Considerando-se o estudo realizado, grande parte das complicações crônicas do

Diabetes Mellitus pode ser poupada através de melhor acompanhamento e um melhor

controle da patologia, e da preocupação em ofertar ações de educação em saúde,

partindo do conhecimento prévio, torna-se imprescindível e de grande relevância o

acréscimo de práticas de ensino e atividades educativas continuadas dirigidas ao

paciente. Estas ações permitem o melhor conhecimento e adaptação do portador à

doença e maior estimulo a desenvolver ações de autocuidado o que proporciona uma

melhoria da qualidade vida.

Este estudo só abre portas para projetos futuros acerca do tema Diabetes

Mellitus, sendo de extrema importância à realização de novos estudos na área, para que

assim não somente o controle glicêmico seja avaliado, mas também outros pontos

sejam debatidos.

Sugere-se, que os serviços de saúde se reorganizem para que possam ser

introduzidos diferentes profissionais habilitados como médico endocrinologista,

psicólogo, nutricionista e educador físico nas Unidades Básicas de Saúde, para que não

somente os pacientes sejam orientados, mas também os seus familiares.

Sugere-se capacitação permanente dos profissionais lotados nas Estratégias

Saúde da Família, visando à produção de qualidade em saúde.

53

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56

APÊNDICES

57

APÊNDICE A: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(Conselho Nacional de Saúde, Resolução 196/96)

Eu,_______________________________________________________, DECLARO

para fins de participação em pesquisa, que fui devidamente esclarecido do Projeto de Pesquisa

intitulado “Avaliação dos níveis glicêmicos em pacientes portadores de Diabetes Mellitus do

ESF CAIC município de Paracatu- MG” desenvolvido pela acadêmica Lília Matos de Sousa do

Curso de Biomedicina da Faculdade Tecsoma, quanto aos seguintes aspectos: O presente

estudo justifica-se, pois reconhecendo a importância da detecção precoce dos fatores de risco e

das alterações da glicose, bem como uma avaliação periódica dos níveis glicêmicos,

possibilitará conscientizar os portadores dessa patologia, o que contribuirá para o

desenvolvimento de orientações em realizar frequentemente a dosagem glicêmica,

consequentemente minimizar a ocorrência de complicações.

Considerando as afirmações acima optou-se por desenvolver este estudo tendo como objetivo

geral avaliar os níveis glicêmicos e conscientização dos portadores de Diabetes Mellitus

através de exame laboratorial de glicose e aplicação de questionário socioeconômico,

residentes no bairro Vila Mariana, atendidos no ESF CAIC de Paracatu-MG, no período de

novembro de 2011 a junho de 2012.

Ao sujeito objeto deste estudo será garantidos os esclarecimentos que se fizerem

necessários, antes e durante o curso do estudo, bem como o sigilo e privacidade dos dados

confidenciais envolvidos na pesquisa e a liberdade de recusar-se em participar ou cancelar o

seu consentimento sem penalização alguma e sem qualquer prejuízo. Os dados e informações

provenientes deste estudo serão utilizados com fins de produção e apresentação de Trabalho de

Conclusão de Curso do Curso de Biomedicina da Faculdade Tecsoma.

DECLARO, igualmente, que após convenientemente esclarecido pelo

pesquisador e ter entendido o que me foi explicado, consinto voluntariamente a participação

nesta pesquisa.

Paracatu,_____ de ____________________de 2012

_____________________________________________________

Assinatura do Declarante

_____________________________________________________

Acadêmica do Curso de Biomedicina da Faculdade Tecsoma Telefone: (038)91505279

Email: [email protected]

58

APÊNDICE B- ENTREVISTA ESTRUTURADA

1- Dados Pessoais:

1.1Iniciais:_________________________ 1.2Código numérico:______________

1.3 Idade:____ anos 1.4 Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino

1.5 Endereço:_________________________________________________________

2- Dados Sócio-Culturais e Comportamentais:

2.1 Há quanto tempo descobriu que é portador de Diabetes?

( ) Menos de um ano ( ) Entre 1 e 4 anos ( ) Entre 5 e 8 anos ( ) Mais de 8 anos

2.2 Têm conhecimento sobre a doença?

( ) Sim ( ) Não

Se sim como obteve essa informação?______________________________________

2.3 Sabe da relevância de se ter um

controle glicêmico regulamente?

( ) Sim ( ) Não

Se sim através de qual meio sabe dessa

importância?

( ) Reuniões no ESF ( ) Mídia ( )

Orientações da família ( ) Outro

Em caso de outro,

especificar_______________________

2.4 O que mais mudou em sua vida

depois que descobriu que é diabético?

( ) Adoção de praticas físicas

( ) Hábitos alimentares

( )Outros.

Especificar_______________________

_____

2.5 Em relação a pratica de exercícios físicos: é feita regularmente?

( ) Sim ( ) Não

Se sim quais exercícios realiza: ( ) Caminhada ( ) Academia( ) Pratico esportes

( ) Outros Especificar_______________________

2.6 Em relação aos hábitos alimentares: o paciente faz controle alimentar?

( ) Sim ( ) Não

Se sim quais alimentos diminuiu em suas refeições diárias?

( ) Açucares

( ) Lipídios (gorduras)

59

( ) Carboidratos (pães, bolos, bolachas)

2.7Como faz o controle da sua glicemia?

( ) Indo ao médico regularmente

( ) Glicemia capilar regularmente

( ) Somente quando a enfermeira do ESF faz visita

( ) Quando me sinto mal

( ) Não sei informar

Outros___________________

2.8 Realiza consultas periódicas?

( ) Sim ( ) Não

Se sim onde realiza o tratamento e controle do diabetes?

( ) Unidade básica de saúde

( ) Consultório particular

( ) Hospital municipal

( ) Clínica de referência

( ) Outro. Em caso de outro, especificar_______________________

2.9 Com que frequência? ( ) Mensalmente ( ) A cada seis meses ( ) Anualmente

( ) Mais de um ano

2.10 Que tipo de terapêutica você usa para o controle da glicemia?

( ) Insulina ( ) Hipoglicemiante oral ( ) Insulina + Hipoglicemiante oral ( ) Dieta

2.11 Faz uso de quais outros

medicamentos?_________________________________________________________

_____________________________________________________________________

60

APÊNDICE C- AUTORIZAÇÃO PARA COLETA DE DADOS

61

APÊNDICE D- LAUDO