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FACULDADE VÉRTICE UNIVÉRTIX SOCIEDADE EDUCACIONAL GARDINGO LTDA. SOEGAR TRABALHOS DE CONCLUSÃO DE CURSO LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA 2018/02 COORDENAÇÃO DE CURSO: PROF. M. SC. ANDRÉ SALUSTIANO BISPO PROFESSORAS RESPONSÁVEIS: PROFA. M. SC. KELLY APARECIDA DO NASCIMENTO PROFA. M. SC. DEYLIANE APARECIDA DE ALMEIDA PEREIRA MATIPÓ - MG 2018

FACULDADE VÉRTICE UNIVÉRTIX SOCIEDADE ......Foi aplicada a Bateria Psicomotora (BPM) de Vítor da Fonseca (1995) a 58 alunos dos anos iniciais do ensino fundamental, de uma determinada

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FACULDADE VÉRTICE – UNIVÉRTIX

SOCIEDADE EDUCACIONAL GARDINGO LTDA. – SOEGAR

TRABALHOS DE CONCLUSÃO DE CURSO

LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA 2018/02

COORDENAÇÃO DE CURSO:

PROF. M. SC. ANDRÉ SALUSTIANO BISPO

PROFESSORAS RESPONSÁVEIS: PROFA. M. SC. KELLY APARECIDA DO NASCIMENTO

PROFA. M. SC. DEYLIANE APARECIDA DE ALMEIDA PEREIRA

MATIPÓ - MG 2018

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SUMÁRIO

ANÁLISE DO PERFIL TÔNICO E DE EQUILIBRAÇÃO EM ESCOLARES DO

MUNICÍPIO DE MATIPO-MG ...................................................................................... 3

AVALIAÇÃO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO POR ACADÊMICOS DE UMA

INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR (IES) PARTICULAR................................... 26

CONHECIMENTO DECLARATIVO SOBRE HANDEBOL POR ALUNOS DO ENSINO

MÉDIO DE UMA ESCOLA ESTADUAL DA ZONA DA MATA MINEIRA. .................. 44

ESTILO DE VIDA DE SECUNDARISTAS DE UMA ESCOLA PÚBLICA ESTADUAL

DA ZONA DA MATA MINEIRA: UM COMPARATIVO QUANTO AO SEXO ............. 58

NÍVEL DE APTIDÃO CARDIORRESPIRATÓRIA DE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO

DE UMA ESCOLA PÚBLICA ESTADUAL DE UM MUNICÍPIO DA ZONA DA MATA

MINEIRA ................................................................................................................... 78

NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA DE TEMPO DE TELA DOS ESTUDANTES DO

ENSINO FUNDAMENTAL II ...................................................................................... 94

PRÁTICA DA MODALIDADE ATLETISMO NO CONTEXTO ESCOLAR ................ 110

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ANÁLISE DO PERFIL TÔNICO E DE EQUILIBRAÇÃO EM ESCOLARES DO

MUNICÍPIO DE MATIPO-MG

ACADÊMICOS: Bruno Henrique Pereira de Souza; Michael Coelho Martins; Rafael

Schiavo Dias

ORIENTADORA: Prof.ª M.Sc. Deyliane Aparecida de Almeida Pereira

LINHA DE PESQUISA: Práticas educativas, didática e currículo

RESUMO: O objetivo do estudo foi identificar o perfil tônico e equilibração de escolares em uma escola pública municipal de um município da Zona da Mata Mineira. A amostra foi composta por 58 alunos do ensino fundamental, somando quatro turmas: três quintos anos e somente um quarto ano. Foi aplicada a Bateria Psicomotora (BPM) de Vitor da Fonseca (1995) para diagnóstico do perfil psicomotor da criança. O programa de análise foi aplicado durante 2 semanas em 6 sessões de 50 minutos. A idade média dos escolares é de 9,84 (DP=±0,89) anos, sendo a maioria do sexo feminino (51,7%). A tonicidade teve 60,3% de adequação e o equilíbrio 70,7% de eupraxia. Concluiu-se que grupo de escolares analisados apresentaram perfil de tonicidade e equilibração normal revelando criança sem dificuldade de aprendizagem, porém com fatores psicomotores variados. PALAVRAS-CHAVE: Psicomotricidade, Equilibração; Tonicidade; Desenvolvimento Motor.

1. INTRODUÇÃO

A psicomotricidade é a ciência que objetiva estudar o ser humano por meio do

corpo em movimento, relacionando-se ao seu mundo intrínseco e extrínseco. Assim,

ela se relaciona ao processo de maturação, no qual o corpo é cerne das aquisições

mentais, afetivas e orgânicas. Dessa forma, esta ciência é amparada por três

conhecimentos básicos: o movimento, o intelecto e o afeto (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE PSICOMOTRICIDADE, 2017).

Segundo Fonseca (1995), a psicomotricidade é importante para o

desenvolvimento psicomotor e das habilidades motoras das crianças, pois é por meio

dela que o sujeito descobre os objetos, os outros e seu próprio mundo. Para isso, o

autor elenca a necessidade de desenvolvimento dos fatores psicomotores, a saber:

noção do corpo, estruturação espaço-temporal, lateralização, equilibração, tonicidade,

praxia global e praxia fina.

Considerando os fatores psicomotores, destaca-se que a educação

psicomotora “é a educação da criança através de seu próprio corpo em movimento,

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dando espaço a sua espontaneidade, criatividade, levando em consideração sua

idade cronológica, cultural corporal, maturação e interesses sociais” (SOUSA, 2004,

p. 72).

Logo, a educação psicomotora é indispensável para o desenvolvimento motor

de crianças, pois algumas defasagens motoras podem se manifestar em dificuldades

de aprendizagem, por exemplo, a dislexia e a disgrafia (LUSTOSA; FIORENTIN;

ROCHA; 2004).

As principais características da dificuldade de aprendizagem envolvem

alterações na aquisição e uso da leitura, escrita, raciocínio ou habilidades

matemáticas, pois ocorre um desenvolvimento irregular da habilidade mental que

dificulta a capacidade de racionar e executar atividades, sejam acadêmicas ou da vida

diária (COLL C. et al, 1995). Uma das causas é o acometimento por uma disfunção

neurológica, ou seja, o desvio das funções do Sistema Nervoso Central que pode

envolver desde o desenvolvimento irregular da habilidade mental a disfunções

químicas e lesões específicas do cérebro, mas também pode ter como causa fatores

hereditários (GARCÍA SÁNCHEZ, 1998; CIASCA, 2000).

Os principais tipos de dificuldade de aprendizagem são o transtorno da leitura,

transtorno do cálculo e transtorno da expressão escrita. E podem estar associados a

problemas no desenvolvimento na memória, da linguagem, na motricidade fina e de

funções tais como aquisição da noção de direita ou esquerda, interações sociais,

noção de tempo.

Para Fonseca (1995), dentre os fundamentos psicomotores indispensáveis

para o desenvolvimento da aprendizagem, estão a tonicidade e a equilibração, duas

das sete funções psicomotoras. A tonicidade é fundamental para o desenvolvimento

da criança, pois, por meio dela, a criança mostra toda atividade humana, isto é, todas

as suas emoções, posturas, atitudes etc., tendo, assim, papel primordial no

desenvolvimento motor e cognitivo. A equilibração é um fator básico de organização

que envolve vários ajustamentos posturais, que dão suporte a respostas motoras do

corpo do indivíduo. Essa função se resume em controle postural e o desenvolvimento

de destrezas de locomoção.

Diante do exposto e corroborando com o que afirmam David et al. (2016, p.3)

— o mau desenvolvimento de certas estruturas pode ocasionar dificuldades na

aprendizagem do sujeito, como por exemplo, a diferenciação de grafias, como: b-d, p-

q, b-p, 6-9, 3-5, entre outras —, este estudo propõe o seguinte questionamento: Qual

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é o perfil tônico e de equilibração dos escolares do município de Matipó-MG? Tem-se,

para tanto, o objetivo do estudo de avaliar o perfil tônico e equilibração de escolares

de 8 a 11 anos de uma escola pública municipal de um Município da Zona da Mata

Mineira.

Com este estudo pretende-se contribuir para a conscientização em relação ao

valor do desenvolvimento dos fatores psicomotores para todas as faixas etárias e a

importância de as escolares identificarem possíveis distúrbios psicomotores e

realizarem encaminhamento precoce para o atendimento educacional especializado.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Barbosa e Oliveira (2007) realizaram um estudo descritivo com teor

exploratório, cujo objetivo é analisar a equilibração de indivíduos de 5 a 6 anos de

idade cronológica, sendo 9 meninos e 10 meninas, alunos da creche CEMEI e

participantes do projeto de extensão FAMINAS Sorriso. Por meio de atividades

lúdicas, são reforçados o equilíbrio, a coordenação motora fina e ampla, a lateralidade,

a marcha e o esquema corporal, ajudando a desenvolver no grupo uma melhor

habilidade motora.

Campos (2008) apresentou um estudo que foi realizado com 22 crianças que

frequentam um projeto denominado SOS-Bombeiros no Resgate da Cidadania,

dedicado ao atendimento sócio educativo de crianças e adolescentes de baixo nível

socioeconômico. Trata-se de uma pesquisa descritiva. Os resultados sugerem que o

programa de intervenção foi capaz de beneficiar o desempenho psicomotor dos

participantes.

Almeida (2009) realizou uma pesquisa com o objetivo de verificar o perfil motor

de crianças com idade entre 7 e 9 anos. A amostra foi composta por 28 alunos, de

ambos os gêneros, sendo 16 meninos e 12 meninas, estudantes do projeto Pía

Ambiental no município de Campo Magro. Trata-se de uma pesquisa descritiva

comparativa. Foi utilizada a Bateria Psicomotora de Fonseca-BPM (1995). O resultado

do estudo aponta que 25% das meninas e 12% dos meninos atingiram o nível de

pontuação máximo, isto é, nível de pontuação 4.

Pereira e Tudella (2008) efetuaram um estudo com o objetivo de qualificar o

perfil psicomotor de alunos da primeira série, de acordo com o gênero, idade

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gestacional e aspecto somático. A pesquisa qualitativa envolveu 20 meninos e 17

meninas, totalizando 37 alunos de um colégio particular. Após os pais assinarem o

termo de autorização e consentimento, os alunos foram avaliados pela Bateria

Psicomotora de Fonseca (1995). Os resultados deste estudo apontaram que, em

relação ao gênero, idade gestacional e aspecto físico concluiu-se que foi

majoritariamente eupráxico, ou seja, bom, de acordo com a escala de pontuação da

BPM.

Rosa Neto et al. (2010) realizaram um estudo cujo objetivo foi investigar o perfil

motor de escolares de 6 a 10 anos e analisar a confiabilidade da Escala de

Desenvolvimento Motor EDM de Rosa Neto (2002). Trata-se de uma pesquisa

descritiva, composta por 101 alunos, sendo 56 meninos e 45 meninas. De maneira

geral, o desenvolvimento motor dos alunos está normal, de modo que o desempenho

motor está relacionado à atuação escolar deles em na sala de aula, não havendo

nenhum tipo de relatos de estorvos na aprendizagem.

2.2. REFERENCIAL TEÓRICO

Segundo Gallahue e Ozmun (2005), o desenvolvimento motor possuir estreita

relação com o desenvolvimento cognitivo, ou seja, o que o sujeito aprende

cognitivamente irá, em seguida, se colocado em movimento. O desenvolvimento

motor é influenciado por diversos fatores, desde a idade cronológica até o ambiente

em que a pessoa vive e insere-se. No que diz respeito ao ambiente, observa-se que

na escola, especificamente na aula de Educação Física, as propostas curriculares dos

professores podem gerar maior determinação dos mais variados padrões motores.

Por conseguinte, influenciam na forma como o sujeito usufrui e atua no meio

corporalmente, bem como no seu desenvolvimento motor.

Segundo Levitt (1995), o desenvolvimento motor atípico serve como guia e

parâmetro para que se avalie a alteração e a disfunção que a criança com distúrbio

neurológico pode apresentar no funcionamento do Sistema Nervoso Central (SNC).

Cabe destacar que algumas dificuldades/distúrbios motores são proeminentes

no ambiente escolar, pois possuem estreita relação com o rendimento escolar.

Corroborando com Rosa Neto et al. (2004, p. 423) “a atividade motora é de suma

importância para o desenvolvimento por inteiro de uma criança, evitando algumas

defasagens cognitivas, motoras e até mesmo afetivas”. A exemplo disso, tem-se

transtorno de déficit de atenção.

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Diante do exposto, é indispensável que os ambientes educacionais estimulem

atividades psicomotoras que contribuam para o desenvolvimento motor cognitivo.

Segundo Thurin (2010), a psicomotricidade trata o ser humano holisticamente, ou

seja, nos mostra que a criança deve ser vista de corpo inteiro, nos mais variados

aspectos (afetivo, mental e motor) e estes de forma integrada. Logo, a escola deve

proporcionar um ambiente lúdico que favoreça o desenvolvimento pleno do aluno.

Perante o desenvolvimento humano, vivem-se diversos tipos de alterações ao

longo da idade, assim, há alterações nos níveis fisiológicos e de funcionamento motor

por fatores intrínsecos e extrínsecos.

3. METODOLOGIA

A pesquisa descritiva foi realizada com alunos do Município de Matipó-Mg.

Segundo Gil, pesquisas descritivas:

Tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob esse título e uma das características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática (GIL, 2010, p.41-42).

Foi aplicada a Bateria Psicomotora (BPM) de Vítor da Fonseca (1995) a 58

alunos dos anos iniciais do ensino fundamental, de uma determinada escola municipal

localizada na cidade de Matipó-MG.

De acordo com descrição de Vitor da Fonseca (1995), a Bateria Psicomotora

(BPM) é composta por sete itens identificados como fatores psicomotores: tonicidade,

equilibração, lateralização, noção do corpo, estruturação espaço-temporal, praxia

global e praxia fina. Para este estudo, optou-se pela avaliação do perfil tônico e

equilibração, uma vez que o teste Bateria Psicomotora (BPM) de Vítor da Fonseca

(1995) contempla a faixa etária de 6 a 11 anos.

Cada fator da bateria é composto por subfatores, com tarefas pontuadas de um

a quatro, de acordo com o desempenho da criança, ou seja, quanto melhor o

desempenho, maior a pontuação por ela obtida. Ao final da avaliação, divide-se o valor

total alcançado nos subfatores pelo número de tarefas correspondentes a cada fator,

assim, obtêm-se valores que variam de um a quatro, os quais correspondem ao perfil

psicomotor.

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O perfil psicomotor pode ser classificado em:

• realização imperfeita, incompleta e descoordenada (fraco) perfil apráxico;

• realização com dificuldade de controle (satisfatório) perfil dispráxico;

• controlada e adequada (bom) perfil eupráxico;

• realização perfeita, econômica, harmoniosa e bem controlada (excelente) perfil

hiperpráxico.

Os dados foram coletados no mês de junho de 2018, após a assinatura do

Termo de Autorização pela direção da escola. Posteriormente, os dados foram

digitados no programa Microsft Excel, versão 2016 e analisados no programa SPSS

versão 24. Os dados estão expressos em medidas de frequência relativa, de

tendência central (média) e de dispersão (desvio padrão).

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os dados retratados abaixo foram adquiridos por meio de questionários

aplicados em uma escola pública municipal no município de Matipó-MG. A idade

média dos escolares é de 9,84 (DP=±0,89) anos, sendo a maioria do sexo feminino

(51,7%).

Papalia e Olds (2000) dizem que entre seis e sete anos de vida de uma

determinada criança o desenvolvimento muscular e esquelético evolui, tornando os

ossos mais fortes, com maior capacidade respiratória e cardíaca, acarretando uma

maior resistência física. Sendo assim as habilidades motoras se aprimoram e elas são

capazes de pular corda, jogar bola, andar de bicicleta, equilibrar-se em cima do meio

fio, isto é, executar tarefas que requerem maior coordenação.

De acordo com as brincadeiras entre as crianças, observamos as diferenças

entre ambos os sexos. Por um lado, os meninos, estão sempre brincando com

atividades mais extravagantes, enquanto as meninas preferem atividades mais

pacíficas com uma com a outra, segundo Benenson (1993). Carvalho et al (2001)

afirmam que as crianças do sexo masculino preferem atividades que contem

arremessos de arcos e bolas e tarefas relacionadas à carpintaria, como, por exemplo,

serrar uma tábua. Enquanto as do sexo feminino preferem atividades relacionadas à

corda e à boneca, imitando a mãe em tarefas de casa, como cozinhar, lavar, passar,

varrer e outras.

Além das diferenças entre sexos, pode haver diferenças na performance

motora de crianças nascidas com idade gestacional abaixo de 37 semanas, podendo

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apresentar distúrbios de comportamento como hiperatividade, ansiedade, déficit de

atenção e baixa autoestima, sendo ele no âmbito escolar ou familiar (OMS, 1999).

A imagem 1 apresenta o somatotipo dos escolares, conforme avaliação descrita

na Bateria Psicomotora (BPM) de Vítor da Fonseca (1995).

Imagem 1: Somatotipo de escolares do município de Matipó-MG, de acordo com o sexo. 2018 Fonte: elaborado pelos autores

O somatotipo é apresentado como um recurso extremamente útil na analise

das repercussões na variação de forma corporal, decorre dos processos de

crescimento físico e na maturação biológica e monitoração das adaptações

morfológicas que provem dos hábitos alimentares e da prática de exercícios, Malina

(1991 apud Fortes et al 2016). Ele e formado por três componentes: endormorfia que

reflete a quantidade de gordura não essencial; mesomorfia, que traduz o

desenvolvimento do esqueleto e da musculatura em relação a estrutura e, finalmente,

a ectomorfia, que representa a linearidade relativa do indivíduo (ARAÚJO, 1985 apud

FORTES et al, 2016).

O somatotipo é apresentado como um recurso extremamente prestadio na

análise das repercussões na variação de forma corporal que decorre dos processos

de desenvolvimento físico, na maturação biológica e na vigilância das adaptações

morfológicas que provem dos hábitos alimentares e da prática de exercícios (MALINA,

1991 apud FORTES et al, 2016).

O somatotipo é composto por três componentes: endormorfia que reflete a

quantidade de gordura não essencial; mesomorfia, que traduz o crescimento do

32,8%

13,8%

5,2%

29,3%

12,1%

6,9%

0,0%

5,0%

10,0%

15,0%

20,0%

25,0%

30,0%

35,0%

Ectomorfo Mesomorfo Endomorfo

Feminino Masculino

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esqueleto e da musculatura em relação a estrutura, e, finalmente, a ectomorfia, que

representa a linearidade relativa do indivíduo (ARAÚJO, 1985 apud FORTES et al,

2016).

A tabela 1 apresenta a caracterização do controle respiratório dos escolares.

Tabela 1: Caracterização do controle respiratório de escolares, de acordo com o sexo, do município de Matipó-MG. 2018

Controle respiratório Perfil

Apráxico Dispráxico Eupráxico Hiperpráxico

Inspiração

Feminino - 3,3 63,3 33,3

Masculino - 3,6 60,7 35,7

Expiração

Feminino - 20,0 50,0 30,0

Masculino - 7,1 53,6 39,3

Apneia

Feminino 10,0 30,0 30,0 30,0

Masculino - 10,7 42,9 46,4

Fatigabilidade

Feminino 20,0 40,0 40,0 -

Masculino 28,6 46,4 17,9 7,1

Fonte: elaborado pelos autores

Os diferentes resultados podem ser atribuídos ao fato de que os tipos de

brincadeiras realizadas pelas meninas e pelos meninos muitas vezes diferem-se.

Segundo Teixeira e Myotin (2001), as brincadeiras dos meninos exigem coordenação

motora ampla, como soltar pipa, subir em árvore e jogar futebol, ao passo que as

meninas passam boa parte do tempo brincando em ambiente fechados. Assim,

corroborando com Pereira (2005), as atividades influenciam na aprendizagem e no

desempenho motor das crianças. Logo, sempre haverá diferença no desempenho

motor em ambos sexos.

Santos (2008) afirma que o controle respiratório é concedido por meio de uma

respiração abdominal e que o tempo de inspiração deve ser sempre inferior ao de

expiração. O autor expõe que a respiração se adapta automaticamente às

necessidades de cada momento, dessa forma, é importante respeitar e não forçar a

criança nos exercícios respiratórios para não provocar tonturas, enjoos e,

principalmente, a fadiga.

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Dada a influência da respiração sobre os processos psicológicos, sua

educação, ainda na pré-escola, é de suma importância. O controle das emoções por

meio da respiração é resultado de um processo de aprendizagem que vai fazendo-se

um processo puramente automático, que já se dispõe desde o nascimento (SANTOS,

2002).

Desta forma, é relevante compreender o perfil psicomotor dos escolares e as

possíveis influências na aprendizagem. A imagem 2 apresenta a prevalência dos

perfis psicomotores quanto à tonicidade e equilibração.

Imagem 2: Perfil psicomotor de escolares, quanto à tonicidade e equilibração, no município de Matipó-MG (2018). Fonte: elaborado pelos autores.

Um dos perfis que merece atenção neste gráfico é o eupráxico que, segundo

Fonseca (1995), é um perfil adequado para tal tarefa realizada, isto é, um bom perfil

psicomotor. A tonicidade, fundamento que teve 60,3% de adequação, é um

fundamento caracterizado pelo autor como uma atividade postural dos músculos, que

está incluída na unidade funcional do cérebro e garante as atitudes, posturas,

mímicas, emoções, entre outras. Assim, suas modulações estão relacionadas aos

estados afetivo e emocional, conscientes ou inconscientes.

Fonseca (1995) afirma que o tônus é um componente fundamental da

individualidade, qualquer modificação ocorrida em uma parte do corpo acarreta,

solidariamente, uma alteração no estado tônico das outras porções. Assim, a

1,7

60,3

37,9

17,2

70,7

12,1

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

perfil dispráxico perfil eupráxico perfil hiperpráxico

Tonicidade Equilibração

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tonicidade assegura a preparação para o movimento para os mais variados moldes

de tarefa postural e práxica.

A tonicidade abarca todos os músculos encarregados pelas finalidades

biológicas e intelectuais, tendo como característica essencial o seu irrelevante nível

energético, que permite o ser humano manter-se de pé por maiores períodos sem

fadigar, ou seja, a tonicidade e a motricidade são inseparáveis.

Quirós e Schrager (1980) comprovam que o equilíbrio, fundamento no qual

obteve-se 70,7% de eupraxia, trata-se de um contato direto com várias forças,

especialmente, da gravidade e da força motora dos músculos do corpo humano. O

organismo obtém o equilíbrio quando tem capacidade de dominar as posturas e

atitudes corporais. Sendo assim, a tonicidade e a equilibração andam juntas. A

equidade motora, isto é, a autonomia fundamenta- se na manutenção de um bom

equilíbrio.

Segundo Fonseca (1995), a ausência de um bom equilíbrio pode ser a falta de

confiança que um determinado indivíduo tem em si mesmo, sendo acompanhada de

perturbações no controle motriz. Crianças que, no ponto de vista psicomotor são

instáveis, isto e, mudam de posição o tempo todo, estão apenas tentando estabelecer

seu equilíbrio, prejudicando sua capacidade detalhada.

Segundo Fernandes (2004), a tonicidade muscular é responsável pelo

movimento, essencialmente reflexo, sendo caracterizada como uma situação de

tensão muscular permanente, tendo seu papel primordial nos ajustamentos posturais

e a atitude geral do corpo. Na amostra investigada, a maioria (60,3%) apresenta perfil

de hipotonicidade, ou seja, diminuição do tônus muscular que afeta o controle nervoso

motor pelo cérebro ou força muscular. Já os demais (37,9%) apresentam

hipertonicidade, ou seja, a amplificação incomum no tônus da musculatura lisa ou

esquelética.

Nesse sentido, é indispensável compreender os cofatores da tonicidade são

responsáveis por essa musculatura e suas ações complementares. Dentre os

cofatores tem-se extensibilidade de Membros Inferiores (MI) e Membros Superiores

(MS), Passividade, Paratonia de MI e MS, Diadoconésias da Mão Direita e Mão

Esquerda, e por fim a Sincinésias Bucais e Contralaterais.

A imagem 3, a seguir, representa os cofatores de extensibilidade de Membros

Inferiores (MI) e Membros Superiores (MS) dos alunos pesquisados, de acordo com o

sexo.

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Imagem 3: Cofator Extensibilidade de Membros Inferiores e Superiores em escolares, de acordo com o sexo, do município de Matipó-MG (2018) Fonte: Elaborado pelos autores Legenda: MI = Membros Inferiores; MS = Membros Superiores

A flexibilidade é definida como característica motriz que necessita da

elasticidade do músculo e da mobilidade articular, representada pela amplitude

máxima de movimento necessária para a execução de qualquer atividade física

voluntaria, sem que ocorram lesões (PAVEL e ARAÚJO, 2008 apud CONTURSI,

1998, p. 03).

Segundo Contursi (1998), a flexibilidade é de suma importância para

prevenções de lesões, melhora do desempenho com menos gasto energético, além

do bem-estar que ela favorece. Uma pessoa flexível é capaz de realizar grandes

movimentos de amplitude com maior segurança e competência, beneficiando,

significativamente seu desempenho no esporte que prática e também nas aulas de

Educação Física.

A imagem 4 apresenta a proporção de alunos quanto ao cofator passividade.

0,0%

23,3%

36,7%

40,0%

10,7%

50,0%

39,3%

3,3%

6,7%

40,0%

50,0%

7,1%

35,7%

57,1%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

perfil apráxico perfil dispráxico perfil eupráxico perfil hiperpráxico

MI Feminino MI Masculino MS Feminino MS Masculino

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Imagem 4: Cofator Passividade em escolares, de acordo com o sexo, do município de Matipó-MG (2018) Fonte: Elaborado pelos autores.

De acordo com Fonseca (1995), a passividade — cofator que no sexo feminino

teve 73,3% de aperfeiçoamento e enquanto o masculino teve 57,1% —, é definido

como a eficácia de relaxamento passivo dos membros e suas pontas distais diante

das mobilizações, oscilações e balanceios.

A imagem 5 à frente, exibe a porcentagem de aperfeiçoamento dos alunos

diante do cofator Paratonia de MI e MS, de conforme o sexo.

Imagem 5: Cofator Paratonia de Membros Inferiores e Superiores em escolares, de acordo com o sexo, do município de Matipó-MG (2018) Fonte: Elaborado pelos autores Legenda: MI = Membros Inferiores; MS = Membros Superiores

16,7%

73,3%

10,0%7,1%

57,1%

35,7%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

80,0%

perfil dispráxico perfil eupráxico perfil hiperpráxico

Feminino Masculino

13,3%

43,3% 43,3%

10,7%

25,0%

64,3%

6,7%

40,0%

53,3%

42,9%

57,1%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

perfil dispráxico perfil eupráxico perfil hiperpráxico

MI Feminino MI Masculino MS Feminino MS Masculino

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A paratonia é a persistência de uma rigidez muscular caracterizada por uma

inadequada incontinência das reações tônicas. Pode aparecer nos quatro membros

ou apenas em dois. Há uma instabilidade na posição estática ou quando se caminha

ou corre devido à rigidez (BARBOSA, 2014).

A imagem 6 mostra o cofator Diadococinesias de MI e MS dos escolares, de

acordo com sexo.

Imagem 6: Cofator Diadococinesias de Membros Inferiores e Superiores em escolares, de acordo com o sexo, do município de Matipó-MG (2018). Fonte: Elaborado pelos autores Legenda: MI = Membros Inferiores; MS = Membros Superiores

A Diacocinesias é a habilidade para realizar repetições rápidas de padrões

relativamente simples de contrações musculares opostas, utilizada para avaliar a

maturação e a integração neuromuscular (MODOLO, 2007).

A próxima imagem está se referindo ao cofator Sincinésias Bucais e

Contralaterais.

20,0%

80,0%

10,7%

89,3%

30,0%

70,0%

3,6%

10,7%

85,7%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

80,0%

90,0%

100,0%

perfil dispráxico perfil eupráxico perfil hiperpráxico

MI Feminino MI Masculino MS Feminino MS Masculino

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Imagem 7: Cofator Sincinésias Bucais e Contralaterais em escolares, de acordo com o sexo, no município de Matipó-MG. (2018) Fonte: Elaborado pelos autores Legenda: MI = Membros Inferiores; MS = Membros Superiores

A Sincinesia é caracterizada pela ação de músculos que não atuam em

determinado movimento, impedindo a realização de atos coordenados e com ritmo,

devido a sua descontinuidade nos gestos e imprecisão dos movimentos. Podem

aparecer, ainda, outros sintomas como tremores na língua, lábios, pálpebras e dedos

quando estes são solicitados para a execução de um determinado movimento.

(BARBOSA, 2014).

A imagem 8 apresenta o cofator Imobilidade de escolares do município de

Matipó-MG.

3,3%

30,0%

43,3%

23,3%

7,1%

64,3%

28,6%

3,3%

26,7%

46,7%

23,3%

17,9%

42,9%39,3%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

perfil hiperpráxico perfil dispráxico perfil eupráxico perfil hiperpráxico

Bucais Feminino Bucais Masculino Contralateriais Feminino Contralateriais Masculino

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Imagem 8: Cofatores Imobilidade em escolares, de acordo com o sexo, do município de Matipó-MG. (2018) Fonte: Elaborado pelos autores

O cofator Imoblidade ganha destaque sendo que o sexo masculino teve o

resultado de 46,4%, no perfil dispráxico, ao passo que o sexo feminino teve 46,7% o

perfil eupráxico. Fonseca (1995) diz que a imobilidade se relaciona ao fato de o

indivíduo ser capaz de parar voluntariamente todo e qualquer movimento durante um

curto espaço de tempo.

A próxima tabela indica os cofatores do equilíbrio dinâmico e marcha

controlada.

Tabela 2: Co-fatores Equilíbrio Dinâmico, Marcha Controlada, em escolares, de acordo com o sexo, do município de Matipó-Mg. 2018

Equilíbrio

Perfil

Feminino Masculino

Apráxico Dispráxico Eupráxico Hiperpráxico Apráxico Dispráxico Eupráxico Hiperpráxico

Estático retilíneo - 33,3 46,7 20,0 - 25,0 50,0 25,0

Estático ponta 3,3 16,7 56,7 23,3 3,6 14,3 42,9 39,3

Estático apoio 3,3 23,3 53,3 20,0 3,6 10,7 42,9 42,9

Dinâmico marcha 3,3 6,7 63,3 26,7 3,6 7,1 53,6 35,7

Fonte: Elaborado pelos autores

O equilíbrio dinâmico e também o estático envolvem o controle postural e das

aquisições de locomoção, integrando a capacidade de equilibração. Isso ocorre

devido aos sistemas de controle do movimento e da postura. A equilibraçao coordena

3,3%

40,0%

46,7%

10,0%

3,6%

46,4%

25,0% 25,0%

0,0%

5,0%

10,0%

15,0%

20,0%

25,0%

30,0%

35,0%

40,0%

45,0%

50,0%

perfil apráxico perfil dispráxico perfil eupráxico perfil hiperpráxico

Feminino Masculino

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dados intracorporais e extracorporais, cruciais na atividade motora e na aprendizagem

(FONSECA, 1995, p.146)

A tabela 3 apresenta dados referentes ao cofator equilíbrio dinâmicos, de

acordo com sua evolução no banco.

Tabela 3: Co-fatores Equilíbrio Dinâmico, Evolução no banco, em escolares, de acordo com o sexo, do município de Matipó-Mg. 2018

Equilíbrio Dinâmico

Perfil

Feminino Masculino

Apráxico Dispráxico Eupráxico Hiperpráxico Apráxico Dispráxico Eupráxico Hiperpráxico

Para a frente - 3,3 30,0 66,7 3,6 7,1 25,0 64,3

Para trás 16,7 30,0 43,3 10,0 7,1 21,4 42,9 28,6

Do lado direito 3,3 20,0 46,7 30,0 - 17,9 32,1 50,0

Do lado esquerdo 10,0 26,7 43,3 20,0 3,6 21,4 35,7 39,3

Pé cochinho esquerdo 3,3 10,0 63,3 23,3 3,6 32,1 25,0 39,3

Pé cochinho direito - 26,7 60,0 13,3 - 21,4 35,7 42,9

Pés juntos para frente 6,7 10,0 33,3 50,0 - 10,7 25,0 64,3

Pés juntos para trás 20,0 40,0 26,7 13,3 10,7 28,6 32,1 28,6

Pés juntos com olhos

fechados 63,3 20,0 10,0 6,7 32,1 35,7 21,4 10,7

Fonte: Elaborado pelos autores

Fonseca (2012) afirma que, no equilíbrio dinâmico e, na marcha controlada, a

criança realiza movimentos ocasionais e ligeiras reequilibrações, com rápidos sinais

difusos. Com relação aos saltos de olhos abertos, a criança realizou com ligeiras

reequilibrações e pequenos desvios de direção, sem demonstrar sinais disfuncionais,

revelando um controle dinâmico adequado. Já os saltos com os olhos fechados, a

criança realizou moderadamente, vigiados e controlados com alguns sinais de

reequilibração.

O domínio postural é consequência da contratação tônica dos músculos, que

agem como um agente estabilizador das estruturas articulares, melhorando a ação

muscular das articulações distais. Essa modulação tônica e traduzida no domínio da

equilibração, isto é, a tonicidade e a equilibração andam juntas para decorrência das

funções de coordenação dos grupos musculares. (FONSECA, 1995, p.149).

Sendo assim, Fonseca (1995, p.151) afirma que uma insegurança gravitacional

deixa a equilibração complexa, impossibilitando a atenção exclusiva, desencadeando

a fragilidade emocional.

O papel da Educação Física é de suma importância para desenvolver a

tonicidade e o equilíbrio dos escolares. Sendo assim, o profissional da área deve

buscar que seu espaço seja de formação e informação, no qual a aprendizagem dos

demais temas favoreça o aluno no dia a dia dos pontos sociais marcantes em um

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mundo cultural, propiciando o desenvolvimento de capacidades, compreensão e

intervenção em fenômenos sociais e culturais (BRASIL, 1997, p.45).

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclui-se que grupos de escolares analisados apresentaram perfil de

tonicidade e equilibração normal, revelando crianças sem dificuldade de

aprendizagem, porém com fatores psicomotores variados. Cabe destacar que o

avaliador era conhecido pelas crianças o que facilitou aplicação dos testes. Assim, a

realização das tarefas das sessões da Bateria Psicomotora depende da criança, do

seu interesse e da sua motivação. Sugere-se que estudos futuros avaliem os outros

fatores psicomotores (Lateralização, Noção do Corpo, Estruturação Espaço-temporal,

Praxia Global e Praxia Fina) e associem com o desempenho escolar.

A tonicidade é composta por cinco cofatores (Extensibilidade, Passividade,

Paratonia, Diadococinésias e Sincinnésias), ao passo que a equilibração é divida em

Imobilidade, Equilíbrio Estático, Equilíbrio Dinâmico e Marcha Controlada. Esses

cofatores juntos são de suma importância para o desenvolvimento por inteiro da

criança, uma vez que eles sempre andam juntos (tonicidade e equilíbrio), isto é, um

depende do outro. Para que o individuo tenha um bom equilíbrio, ele necessita ter um

bom tônus muscular, isto é, bem forte para possa executar com maior facilidade as

trocas de posturas e também mantê-las.

As limitações do estudo aconteceram devido ao uso de apenas 2 dois fatores

da psicomotricidade — tonicidade e equilibração —, dessa forma, sugere-se que

estudos futuros investiguem os outros 5 fatores psicomotores na amostra investigada

e/ou em outras realidades escolares.

6. REFERÊNCIAS ALMEIDA, C. M. Perfil Psicomotor de alunos com idade entre 7 a 9 anos. In: Congresso Nacional de Educação EDUCERE e Encontro Sul Brasileiro de Psicopedagogia, 9º e 3º, Anais, Paraná, PUCPR, 2009. ARAÚJO, C. G. S. Avaliação da flexibilidade: valores normativos do flexiteste dos 5 aos 91 anos de idade. Nº4. São Paulo. Arq. Bras. Cardiol. vol.90 Apr. 2008 BARBOSA, G. P.; OLIVEIRA, M. M. Análise da equilibração em crianças de 5 a 6 anos institucionalizadas em Muriaé, MG. Revista Cientifica da Faminas, v. 3, n. 2, maio- ago. de 2007.

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ANEXOS

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FACULDADE VÉRTICE – UNIVÉRTIX

SOCIEDADE EDUCACIONAL GARDINGO LTDA. – SOEGAR

CURSO: LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA – 6º PERÍODO

TERMO DE CONSENTIMENTO

Eu,___________________________________________________________,

brasileiro (a), residente na cidade de _________________________ declaro ter sido

procurado (a) pelos acadêmicos pesquisadoras (PREENCHER NOME COMPLETO

DOS ACADÊMICOS E RETIRAR O AMARELO E ISSO QUE ESTÁ ESCRITO) para

dar o competente consentimento a fim de participar do trabalho investigativo para a

disciplina Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) do curso de Licenciatura em

Educação Física da Faculdade Vértice – Univértix a ser conduzido pelos citados

acadêmicos.

Os acadêmicos, em reunião específica para esse fim, prestaram os

esclarecimentos sobre o objetivo do trabalho, cujo exame prévio pormenorizado foi

realizado, havendo, em especial, alertado para possíveis riscos em que poderá

incorrer o (a) signatário (a), ao participar desse trabalho, bem como esclareceu os

benefícios pessoais e sociais que o trabalho poderá trazer.

Além disso, os acadêmicos, ao discutir as medidas que serão adotadas no

decorrer do trabalho, para proteger a pessoa do (a) signatário (a), informou da

impossibilidade de assegurar cem por cento de confidencialidade e anonimato. Após

o exame e os esclarecimentos prestados, foi-lhes dado o consentimento, inclusive

para posteriores publicações, na certeza de que os benefícios pessoais e sociais da

pesquisa serão maiores que os riscos que ela poderá oferecer.

Matipó, ___ de abril de 2018.

ASSINATURA DO(A) ENTREVISTADO(A)

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AVALIAÇÃO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO POR ACADÊMICOS DE UMA

INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR (IES) PARTICULAR

ACADÊMICOS: Leandro Luiz Polesca; Jose Paulo de Oliveira Mol; Marcelo Loures

Pereira Júnior

ORIENTADOR: Prof. M.SC. André Salustiano Bispo

LINHA DE PESQUISA: Formação de professores

RESUMO: O objetivo do estudo foi verificar a avaliação de discentes sobre estágio curricular supervisionado de uma Instituição de Ensino Superior particular, na Zona da Mata Mineira. A amostra foi composta por 51 estudantes do 2°,3°,4°e 6° períodos, regularmente matriculados no ano 2018, na referida Instituição, e foram aplicados questionários no segundo semestre de 2018. O instrumento de coleta de dados contemplou questões sócio-demográficas e das competências do estágio. Segundo a legislação vigente a maioria realizou o estágio em escolas (82,0%), entre os turnos matutino e vespertino (98,0%), com a duração em média de 3 meses e 2 dias para concluir, sendo que o tempo dedicado para tal atividade oscilou em média 2 horas semanais, e que (12%) do número total de entrevistados realizaram o estágio curricular obrigatório sendo remunerados. Além disso, observa-se que (98%) dos discentes afirmaram que tiveram aquisição de conhecimento no estágio. Entretanto, o nível de satisfação é (84,0%), quanto que todos os discentes apresentaram preocupação em conhecimentos básicos necessários para atuar e em conciliar o tempo dedicado às questões pessoais com as questões universitárias. Nota-se que (98%) dos discentes preocuparam em atingir os objetivos dos alunos, por exemplo. Cabe destacar que a instituição oferece cursos de extensão e capacitação que tem uma participação de (56%) dos discentes. Houve também a afirmação por parte dos entrevistados sobre a participação em outras atividades extracurriculares como projeto de pesquisa, grupos de estudo, cursos fora da faculdade, atividades de organização de eventos e outros, que mostrou a sua eficácia na rotina de estágio dos entrevistados. Conclui-se que a realização desta pesquisa possibilitou a análise a partir de um olhar reflexivo sobre a avaliação do estágio curricular supervisionado realizado por acadêmicos de uma instituição de ensino superior (IES) particular, permitindo descrever o público participante, as preocupações, desenvolvimento, capacitação, limitações e potencialidades das quais são praticadas pelos discentes enquanto estagiários desta instituição. PALAVRAS-CHAVE: Avaliação, Estágio Supervisionado, Formação de Professores.

1. INTRODUÇÃO

Historicamente o processo de formação do professor está ligado diretamente à

capacitação da mão de obra para o mercado de trabalho. Essa formação diz respeito

a um modelo educacional de transmissão de conhecimentos científicos, pautados na

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teoria e racionalidade técnica. A partir de modelos de formação acreditou-se que os

profissionais da educação estariam preparados e instrumentalizados a lecionar e

também na resolução de possíveis problemas que surgem na vida profissional (LIMA

e BATISTA, 2016).

Porém, observa-se um hiato na relação teoria e prática, pois os discursos são

abstratos e não tem impactado positivamente na prática docente. Verifica-se que os

novos modelos de formação profissional devem centra-se em modelos de colaboração

entre pesquisadores, estudantes em formação inicial, universidades e escolas, para

que haja um avanço no entendimento (CAMBRAIA e ZANON, 2018).

Dentro desta perspectiva, a formação de professores, segundo as políticas

educacionais, tem ênfase no caráter técnico-instrumental, com competência

determinada para solucionar problemas da prática cotidiana (FREITAS, 2002). Para

isto, os estágios acadêmicos são indispensáveis para entrelaçar a teoria e a prática,

nos cursos de ensino superior.

A lei 11.788, de 25 de setembro de 2008, define que o estágio supervisionado

visa aprimorar o aprendizado dos discentes e potencializar seu currículo e formação,

sendo assim o acadêmico deve desfrutar do estágio para adquirir uma oportunidade

de experiência e vivenciar todos os obstáculos que hão de ser enfrentados. O

professor orientador deve instruir o discente a fim de aplicar e explorar todo o seu

conhecimento adquirido durante a sua formação, além disso, colaborar com o mesmo

nas discussões teóricas das práticas pedagógicas (BRASIL, 2008).

As atividades de prática profissional são indispensáveis na formação

profissional, configurando-se como espaço de articulação entre teoria e prática, e não

somente como uma atividade que visa qualificar o indivíduo a exercer determinadas

funções. Observa-se rotineiramente que é através do estágio que o discente faz sua

primeira aproximação com a prática, criando um vínculo direto com sua realidade

profissional.

Segundo BISCONSINI et al., (2016), é através do estágio que o aluno pode

estabelecer relações entre teoria e a prática, bem como toda a dinâmica que envolve

o contexto escolar, pois, não se trata apenas de metodologias mais também de

aprendizado e experiência, onde se defronta com os impasses e se submete a uma

intervenção crítica e comprometida com o projeto proposto. Além disso, o autor afirma

que se pode, através do estágio, compreender a relação entre a prática profissional e

o contexto mais amplo das suas relações com a sociedade, estabelecer as mediações

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necessárias que possibilitem a criação de alternativas ao exercício profissional e

desenvolver habilidades e competências de conteúdo prático em complemento aos

conteúdos teóricos do curso, permitindo ao aluno uma interação com seu universo de

atuação profissional.

Para isto, o estagiário deve descrever sua observação, experiência, a relação

aluno e professor, caracterizar estrutura física da escola, a rotina diária e semanal,

bem como possíveis dificuldades enfrentadas pela escola, dentre outros aspectos que

contribuem para formação.

Diante do exposto, tem-se como problematização: qual a percepção dos

discentes sobre o estágio curricular supervisionado? Logo, o objetivo do estudo é

verificar a avaliação de discentes sobre estágio curricular supervisionado de uma

Instituição de Ensino Superior particular, na Zona da Mata Mineira.

Acredita-se que este estudo contribuirá para compreender a relação entre a

teoria e as habilidades/competências práticas do estágio supervisionado, bem como

identificar possíveis fragilidades do processo de estágio e dificuldades encontradas

nas escolas.

2. FUNDAMENTAÇAO TEÓRICA

2.1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

IZA e SAMUEL NETO (2015) realizaram um estudo com o objetivo de analisar

as produções cientificas que relatam sobre o estágio supervisionado na formação de

Professores de Educação Física realizado em uma Instituição Pública Federal no Rio

Grande do Sul – Brasil. A saber, trata-se de uma pesquisa qualitativa descritiva, cuja

estratégia de coleta de dados foi à observação dos participantes e a entrevista não

estruturada, que foi realizada baseada em experiências no contexto de estagiário, e,

também com analise literária. Os resultados evidenciam-nos que o estágio

supervisionado é uma ferramenta fundamental e deve ser utilizada para potencializar

a formação do corpo discente enquanto observado e seu aprendizado na instituição

em que se encontra matriculado e em curso de graduação.

Assim sendo, o Estágio Supervisionado é essencial na vida acadêmica para

que o discente tenha uma prévia vivência na área onde será formador de opiniões,

professores-colaboradores, mediadores no processo ensino aprendizagem e também

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influenciador em resultados que beneficiem aos alunos que só podem ser

conquistados com ensino satisfatório e experiências que vão gerar qualidade para o

intercâmbio entre aluno-professor.

CAMARGO et al.,(2014) realizaram um estudo, objetivando relatar a prática foi

desenvolvido durante o primeiro semestre de 2013. A atividade foi realizada em uma

Escola Pública de Ensino Fundamental do município de Ariquemes no estado de

Rondônia, com crianças do segundo ano, totalizando aproximadamente 105 alunos.

Trata-se de uma pesquisa realizada com metodologia de pesquisa-ação descritiva,

cuja estratégia de coleta de dados foi realizada através de filmagens e anotações em

campo, sendo posteriormente analisado elaborado um relatório de informações sobre

as práticas pedagógicas, atividades e conteúdos abordados e utilizados nas turmas

observadas.

Os resultados deste estudo, por sua vez, apontam que o estágio

supervisionado é a forma de aproximação dos conteúdos apresentados durante a

formação acadêmica, vivenciando a realidade que se encontra dentro do âmbito

escolar, sendo sua prática indispensável para a formação completa de um profissional

em Educação e também é de grande importância, pois possibilita momentos de

interação com a realidade profissional gerando compreensão através da postura

prévia vivida no campo de estágio que é de grande valia para o futuro como professor-

colaborador.

CALDAS NETO e NASCIMENTO (2018) realizaram um estudo em Icó, Ceará

que se caracteriza como uma revisão integrativa de alguns trabalhos resgatados no

banco de dados da Scielo. Esta revisão permitiu investigar os trabalhos que já

estavam produzidos a fim de contribuir para possíveis novas experiências para

formação de docentes enquanto discentes em uma IES sendo ela particular ou privada

e na condição de estagiários.

Os Resultados obtidos por meio deste estudo revelaram que o estágio está em

constante mudança e os discentes necessitam de se adaptar a essas condições para

estarem aptos a exercerem tais funções de estagiários. Os professores têm um papel

fundamental para a formação dos futuros profissionais da área, mas enquanto

mediador no processo em que deve explorar a capacidade e também o máximo do

aprendizado dos discentes para que haja aproveitamento no conteúdo programático

de estágio supervisionado, bem como a qualidade do desenvolvimento de cada

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atividade e o planejamento do que deve acontecer através da Práxis que deve ser

exercida pelos discentes.

SILVA e BASTOS (2017), em seu artigo, analisaram os resultados obtidos de

uma pesquisa em doutorado que se referem a uma proposta metodológica durante o

estágio supervisionado, referente à Educação à Distância. Nesta pesquisa, além das

propostas metodológicas, o objetivo principal foi analisar entre dois grupos de sujeitos

às suas concepções, onde um dos grupos foi integrado por representantes

relacionados com parcerias entre universidade e escolas. De acordo com alguns

aspectos que podem facilitar ou dificultar a atuação do estagiário no modo escolar e

o segundo grupo, composto por licenciandos, onde os aspectos que consideravam

relevantes estão ligados à prática docente no Ensino Médio. Optaram também em

analisar quais as contribuições do trabalho com Grupos Cooperativos, referentes a

formação de professores, modalidade à distância.

CAZETTA et al.,(2018) realizou um estudo com a finalidade de avaliar os

processos de mudança nas identidades docentes que costumam ocorrer na formação

inicial desses professores, principalmente os professores em formação em

licenciatura no período de realização das atividades dos estágios que seriam

obrigatórios nas escolas. Foi solicitado aos estudantes que ao participarem do estágio

utilizassem em suas aulas, narrativas audiovisuais e também que observassem

qualquer mudança significativa durante o acompanhamento dessas interações e

situações em sala, alterando o modo de linguagem nas aulas, usando a produção

discursiva. Obtém-se como resultado deste estudo, a modificação da educação,

possibilitando que as topografias consideradas até então invisíveis, sofram processos

de ensino e aprendizagem e ganhem visibilidade plástica por meio da linguagem

audiovisual. Além disto, acredita-se que este estudo possa colaborar para a realização

de futuros estudos, bem como apontar caminhos que subsidiem o processo de

formação de professores.

2.2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.2.1 O PROCESSO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES: UM OLHAR PARA A

EDUCAÇÃO FÍSICA

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O processo de formação ainda é um assunto muito discutido no âmbito

acadêmico. Este é centrado em saberes docentes, prática, processos reflexivos,

“feedback” e formação do professor pesquisador. O estágio supervisionado é uma

fase da formação, que une a teoria que o aluno adquiriu até então com a prática que

possibilita o indivíduo a ter uma experiência ou um “feedback” quando for exercer a

profissão docente no futuro.

De acordo com a Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008, art. 1, §§ 1,2

(BRASIL, 2008), o estágio supervisionado é um componente curricular obrigatório em

que o acadêmico é orientado por profissionais capacitados, sendo uma etapa da

formação profissional e não apenas uma atividade qualquer. Assim sendo, a carga

mínima exigida para os cursos de licenciatura plena, como nos afirma a CNE/CPN

28/2001 (BRASIL, 2001), sendo esta de 400 horas. Estas, geralmente, são realizadas

a partir da metade da graduação, fato que gera muitas discussões, uma vez que o

tempo é muito pouco para a formação do acadêmico. Desta forma, uma das partes

essenciais do estágio se concentra na atuação acadêmica na prática propriamente

dita. Além disso, essa disciplina, como o próprio nome sugere, proporcione aos

estagiários supervisão de profissionais qualificados, visando orientar e ajudar a

resolver problemas.

Ademais, com a publicação da lei de diretrizes e bases da educação nacional,

n° 9.395/96 (BRASIL, 1996), houve ampliação e reconhecimento perante legislação

de ensino brasileiro. Para tanto, é importante frisar que o estágio supervisionado é

imprescindível no processo de formação docente, sendo o espaço onde se associa

teoria e prática. Porém, devido a seu contexto, é o momento de maiores dificuldades

para solucionar problemas. Assim sendo, o estágio deve ser visto como uma atividade

em que, assim como deveria ser em todos os outros campos, teoria e prática se

complementam. Além disso, este consiste em uma ação investigativa e importante

campo de pesquisa.

Os estágios devem ser condutores de projetos que serão desenvolvidos na

escola, vinculados com os projetos dessas instituições e da universidade. Contudo, o

modelo de formação no Brasil é marcado por fragmentações (CAMARGO,2014).

Verifica-se que ainda não mantém um trabalho vinculado com as escolas de ensino

básico, especialmente na comunicação entre universidade e a escola, dificultando

assim a adaptação do estagiário ao âmbito escolar e projetos desenvolvidos por eles.

Quando acontece esta parceria entre universidade e escola o estagiário é

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contemplado com uma ampla oportunidade de adquirir experiências docentes que irão

contribuir para a sua prática pedagógica (BORGES, 2017).

Por meio da promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

(LDB 9.394/96), uma nova proposta é instaurada em nosso País para a formação de

professores, disciplinada de acordo com o parecer CNE/CP 9/2001, fundamentando

resoluções como CNE/CP 1/2002 e também 2/2002 propondo Diretrizes curriculares

específicas a todos os cursos de licenciatura e formação de professores,uma delas

relacionada ao estágio, às suas horas de duração e seu acompanhamento durante o

curso com duração mínima estipulada de acordo com a licenciatura do curso em

prática (HONÓRIO, 2017).

2.2.2. COMPETÊNCIA PEDAGÓGICA DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Em junho de 2015 foram aprovadas leis através das Diretrizes Curriculares

Nacionais para a formação inicial em nível superior Brasil (2015), que garantem as

diretrizes curriculares pelo Conselho Nacional para a formação do professor. Estas

estão relacionadas com aportes e concepções indispensáveis para a formação do

profissional em nível superior em cursos de licenciatura, formação pedagógica e

graduação para cursos de segunda licenciatura. Estas concepções são:

1. Consolidação das normas para a formação dos profissionais da área da

educação;

2. Concepção sobre conhecimento;

3. Igualdade nas condições de acesso e permanência nas escolas;

4. Experiências em diferentes etapas de ensino;

5. Articulação de Diretrizes curriculares nacionais, para formações continuadas,

iniciais, e educação básica;

6. Sólida formação teórica, trabalho coletivo, compromisso social, gestão

democrática, avaliação e regularização de cursos;

7. Articulação entre graduação e pós-graduação;

8. Docência como questão educativa;

9. Práticas educativas formais e não formais e a orientação de trabalho;

10. Todo contexto escolar desde instituições até cursos de formação atentos às

características das crianças e adolescentes, jovens ou adultos;

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11. O reconhecimento do direito à educação;

12. A importância do profissional de educação e a sua valorização;

13.Trabalho coletivo com dinâmica que requer um planejamento que seja

sistemático, e integrado (BRASIL, 2015).

A instituição de ensino superior vem com o grande papel e a responsabilidade

de preparar e qualificar o aluno para a vivência futura no âmbito escolar,

correlacionando os conhecimentos e saberes científicos adquiridos. Para a prática do

exercício dentro do âmbito escolar, é exigido do aluno o mínimo de conhecimento

possível e adequado dentro da prática docente para a formação profissional. A prática

do acadêmico tem por finalidade fundamental proporcionar ao discente o máximo de

desenvolvimento profissional juntamente com os conhecimentos e saberes

aprendidos ao longo da formação. Ademais, o conhecimento do ser humano vem da

sua relação em estar próximo ou mesmo distante de outro ser humano e as demais

situações e experiências, pois toda prática deve ser considerada uma superação de

desafios (SOARES E SEVERINO, 2018).

Os estágios curriculares são considerados componentes curriculares

obrigatórios para a prática, experiência, vivência e desenvolvimento profissional do

aluno, tendo a meta estabelecida para o comprimento de 400 horas de carga horária

total, permitindo que o aluno tenha a relação e a interação com o futuro que o espera.

A formação do professor caminha lado a lado com a realidade e a compreensão, pois

a maneira que o aluno terá que lidar com a situação que enfrenta, será sua forma de

buscar seus conhecimentos e o que realmente ele aprendeu cientificamente. No

entanto, aluno e futuro professor podem sofrer o choque de realidade quando se

deparam com a real situação do trabalho docente (ISSE e MOLINA NETO, 2016).

Compreende-se que a Instituição de Ensino Superior é o local apropriado e

mais adequado para que os discentes, futuros profissionais, possam transformar suas

habilidades práticas e conhecimentos, aproximando o acadêmico o mais próximo

possível de suas vivências possibilitando a prática de sua intervenção profissional

desde o começo de sua formação, fato este que capacita o aluno a prática consistente

de todas as diversidades que o meio educacional possui. PIMENTA e LIMA (2004)

destacaram que, se o acadêmico não compreender a dinâmica do estágio futuramente

poderá encontrar problemas e não conseguir superá-los.

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A formação inicial e profissional adequada para a realização das funções de

forma curricular pedagógica são fatores correspondentes de um bom ensino por parte

do docente dentro de sala na área acadêmica, que se complementa ao longo do curso

e de sua formação inicial, possibilitando ao aluno a aplicação do ensino prático e

metodológico para o prático pedagógico. Assim, o aluno terá o olhar crítico, sabendo

atuar, de forma profissional, desempenhando, atuando e estimulando sua prática

reflexiva e continuada (CAMARGO, 2014).

3. METODOLOGIA

Este estudo é de natureza quantitativa, de caráter descritivo. O pesquisador

mensura opiniões, hábitos e atitudes em uma população ou por meio de uma amostra

estatística (TERENCE E ESCRIVÃO FILHO, 2006). Sendo assim, estudos desta

natureza, coletam descrições detalhadas de variáveis existentes e usam dados para

justificar e avaliar condições de práticas cotidianas de um Curso Superior de uma IES

privada de MATIPÓ-MG.

Segundo Carlos Gil (2008), a pesquisa descritiva tem o objetivo de estudar as

características de um determinado grupo de pessoas, sendo caracterizada por idade,

gênero, escolaridade, renda econômica, saúde física e ou mental, dentre outros.

Aplicou-se um questionário sócio-demográfico, contendo questões abertas

(com justificativa), e fechadas (múltipla-escolha) que contemplou questões sociais

demográficas, de caracterização do estágio, da percepção ao realizar o estágio, seu

grau de satisfação e preocupações. A amostra foi composta por 51discentes do curso

de educação Física sendo eles do 2°,3º,4º,6° e 8° períodos regularmente matriculados

no ano 2018, em uma Instituição de Ensino Superior (IES) Particular, localizada na

Zona da Mata Mineira. A coleta de dados ocorreu no segundo semestre de 2018,

tendo em vista que foram selecionados os alunos que cursam a disciplina de estágio

supervisionado curricular obrigatório nas respectivas grades de cada período dos

discentes.

Foi solicitada, aos discentes, a assinatura do Termo de Consentimento Livre e

Esclarecimento (TCLE) e posteriormente aplicados os questionários. Os dados foram

tabulados no Microsoft Excel versão 2016 e realizadas as análises descritivas.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

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A tabela 1 apresenta a distribuição dos valores percentuais referentes ao

sexo, ano de curso e modalidade dos discentes que realizaram o estágio

supervisionado durante suas formações acadêmicas.

Tabela 1: Caracterização dos discentes de um curso de graduação (licenciatura e bacharelado) em Educação Física, que realizaram estágio supervisionado, de uma IES Privada da Zona da Mata Mineira, localizada em Matipó – MG. 2018.

Variável %

Sexo Feminino 42,0 Masculino 58,0 Ano do Curso 2º Período 8,0 3º Período 4,0 4° Período 46,0 6° Período 34,0 8° Período 8,0

Fonte: elaborado pelos autores A saber, com relação à parte de amostra em porcentual sobre gênero, o público

masculino obteve uma diferença de (+16,0%) em números sobre o sexo feminino, este

teve um total (42%), sendo a maioria integrantes do 4°e 6° períodos. Na formação do

profissional de Educação Física o estágio curricular supervisionado é reconhecido

como um espaço de preparação para o exercício da docência, seja ela escolar ou em

outras áreas de atuação, o qual deve privilegiar sempre a articulação entre teoria e

prática, além da compreensão da realidade, a valorização da postura crítico-reflexiva

e a articulação entre ensino, pesquisa e extensão, de forma que considere a

especificidade das disciplinas de Educação Física e o seu contexto de atuação (SILVA

JÚNIOR E OLIVEIRA, 2018).

A tabela 2 apresenta as características do estágio realizado:

Tabela 2: Caracterização do estágio supervisionado realizado por discentes de um curso de graduação, na Zona da Mata Mineira, localizada em Matipó – MG. 2018.

Variável %

Local_ estagio Academia 18,0 APAE 8,0 Escola 74,0 Turno Matutino 48,0 Vespertino Noturno

50,0 2,0

Meses 1 meses

6,0

2 meses 14,0 3 meses 10,0 4 meses 26,0 5 meses 14,0 6 meses 30,0

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Tempo Semanal 2 a 4 horas 56,0 4 a 8 horas 8 a 12 horas

30,0 14,0

Frequência semanal 1 vezes por semana 44,0 2 vezes por semana 32,0 3 vezes por semana 4 vezes por semana

16,0 8,0

Fonte: elaborado pelos autores

Na tabela 2 nota-se que a realização do estágio curricular supervisionado

obteve um público maior na Escola. Este representa (74%) dos discentes, tendo em

vista que eles cursavam o 2°, 3°, 4° e 6° períodos.KRUG e KRUG (2010) destacam

que é através do estágio supervisionado escolar que o profissional egresso do curso

de Licenciatura em Educação Física estará habilitado para atuar na educação básica

(instituições públicas e privadas de ensino infantil, fundamental, médio e superior;

instituições, entidades ou órgãos que atuam com populações especiais); além de

secretarias municipais, estaduais e nacionais voltadas à área da Educação Física,

tendo maior competência para o desenvolvimento de suas aulas e atividades gerais.

Além disso, observa-se que (98%) dos discentes realizaram o estágio curricular

supervisionado no período matutino e vespertino, enquanto que apenas (2%) dos

discentes realizaram no período noturno. Nota-se, ainda, que a duração do estágio

supervisionado em relação a quantidade de meses em que foi realizado teve a média

de 3 meses e 2 dias sabendo que os mesmos utilizaram em média de 4 horas

semanais com a frequência semanal de 2 vezes. Segundo FOLLE et al., (2008), os

critérios de avaliação da disciplina, a jornada diária da vida extra acadêmica e pessoal

podem influenciar na escolha do horário, dedicação e frequência semanal.

Cambraia e Zanon (2018) destacaram em sua pesquisaque alguns professores

têm a dificuldade de inserir algumas propostas pedagógicas e afirmaram que existe

certa resistência na participação de um processo de estudo e aprendizado. Porém,

existe a necessidade de um determinado tempo, e exposição a situações diferentes,

para que haja abertura ao lidar com diversas situações de conflito ou dificuldade.

A tabela 3 apresenta a percepção dos discentes quanto ao estágio:

Tabela 3: Avaliação dos discentes de um curso de graduação sobre o estágio supervisionado, em uma IES privada na Zona da Mata Mineira, localizada em Matipó – MG.2018.

Variável Sim (%) Não (%)

Aquisição de conhecimento 98,0 2,0 Recomendava a participação no estagio 96,0 4,0 Prejuízos na vida acadêmica 12,0 88,0 Remuneração 12,0 88,0 Trabalha e estuda a quanto tempo: 80,0 20,0

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Realizou alguma atividade extracurricular que auxilia na realização do estágio supervisionado obrigatório

58,0 42,0

Possui alguma experiência de estagio não obrigatório (remunerado)antes do estágio supervisionado obrigatório no curso de Educação Física: Há quanto tempo realiza o estágio não obrigatório (remunerado) na área de Educação Física

40,0

26,0

60,0

74,0

Fonte: elaborado pelos autores

Na tabela 3, foi predominante o aspecto da aquisição de conhecimento entre

os discentes, tendo em vista que apenas (2%) afirmaram o contrário. No entanto,

(94,08%) dos mesmos que tiveram aquisição de conhecimento também

recomendaram e participaram no estágio. Percebe-se, também, que, (12%) do

número geral de discentes recebem a remuneração, enquanto (80%) conciliam

trabalho e estudo. Um estudo realizado por ISBARROLA e COPETTI (2018), teve

objetivo de analisar as percepções de estagiários em educação física referentes às

experiências positivas e negativas encontradas em seus estágios curriculares

supervisionados, concluíram que houve múltiplas contribuições relacionadas ao

componente do Estágio Curricular Supervisionado, evidenciando a importância da

criação de estudos a partir da diversidade de material teórico que a Comunidade

Universitária desenvolve em cada ano de curso, de modo que contribua para o modelo

de formação e capacitação dos discentes enquanto vivenciam a prática e a postura

que devem ter no futuro quando conquistar a formação profissional. Além disso,

(58,0%) dos discentes afirmaram que realizaram alguma atividade extracurricular

atrelada a capacitação para a realização do estágio supervisionado obrigatório, e

(40,0%) mostraram que já tiveram experiências na área de atuação remunerada antes

de realizar o estágio do curso, e que (60,0%) afirmaram não ter vivenciado tal

experiência.

A tabela 4 apresenta o grau de satisfação durante a realização do estágio

supervisionado e qual atividade contribuiu para seu desempenho:

Tabela 4: Grau de satisfação do estágio supervisionado e contribuições do curso de formação, na visão dos discentes de um curso de graduação, de uma IES Privada na Zona da Mata Mineira, localizada em MATIPÓ – MG. 2018.

Variável %

Satisfação Muito pouco 8,0 Pouco 8,0 Razoável 66,0 Muito 18,0 Atividade extracurricular Projeto de Pesquisa Grupo de Estudos

14,0 10,0

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Curso fora da Faculdade 4,0 Projeto de extensão 56,0 Atividades de organização de eventos Outras

6,0 10,0

Fonte: elaborado pelos autores

Observa-se que (84,0%) dos discentes tiveram satisfação na realização do

estágio supervisionado curricular, quanto que (100%) dos discentes tiveram

participação em atividades curriculares, sendo elas projetos de pesquisa, grupos de

estudo, cursos fora da faculdade, projetos de extensão, atividades de organização de

eventos e outros. O estudo apresentado por KRUG e KRUG (2010), objetivou analisar

as palavras caracterizadoras dos momentos dos Estágios Curriculares

Supervisionados na percepção dos acadêmicos da Licenciatura em Educação Física

do CEFD/UFSM. Este destacou que as experiências positivas com a docência durante

os Estágios Curriculares Supervisionados impulsionam os acadêmicos da

Licenciatura em Educação Física do CEFD/UFSM a se motivarem para a futura

carreira profissional na escola.

As atividades extracurriculares são indispensáveis para os discentes com a

finalidade de enriquecer seu currículo e dar visibilidade para o mesmo utilizar

futuramente conhecimentos adquiridos. Verifica-se que pelo fato de os cursos serem

oferecidos pela instituição de ensino as quais os alunos estão vinculados favorece o

acesso a conteúdo diversificado, portanto, o acadêmico tem a oportunidade de

adquirir conhecimentos para aplicá-los no Estágio Supervisionado e outras realidades

no campo de atuação da prática, quando associada à teoria.

O quadro 1 apresenta as principais preocupações dos discentes quando estão

realizando o estágio supervisionado:

Quadro 1: Grau de preocupação com o estágio supervisionado na percepção dos discentes de um curso de graduação, na Zona da Mata Mineira.

Questões NI

(%) IP

(%) IR

(%) IG (%)

Preocupação em encontrar um local para realizar o ES 22,0 6,0 22,0 50,0 Preocupação em ter um conhecimento básico para poder atua no ES - 8,0 18,0 74,0 Preocupação em passar a imagem de que possuo conhecimento técnico/pratico suficiente para atender o aluno

6,0 6,0 16,0 72,0

Preocupação em conciliar o tempo dedicado às questões pessoais (família, amigos, etc.) com as questões universitárias (outras disciplinas, prova, trabalho, seminários, ES, trabalho de conclusão de curso, etc.)

- 12,0 24,0 64,0

Preocupação em ter uma alimentação adequada para poder suportar as atividades do ES

8,0 26,0 30,0 36,0

Preocupação em prescrever atividades físicas adequadas para população que necessita de cuidados especiais (obesos mórbidos, cardiopatas, etc.)

4,0 12,0 22,0 62,0

Preocupação em atingir o objetivo dos alunos 2,0 - 16,0 82,0 Preocupação em aprender com a vivência do ES 2,0 2,0 22,0 74,0

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Preocupação em cumprir as obrigações burocráticas do ES 2,0 2,0 28,0 68,0 Preocupação em cumprir as atividades planejadas no plano do ES 2,0 2,0 24,0 72,0 Preocupação em ser útil para os alunos atendidos 2,0 - 24,0 74,0 Preocupação em passar uma imagem de profissional para o aluno 2,0 - 24,0 74,0 Preocupação em ser educado com os alunos 4,0 2,0 22,0 72,0 Preocupação com a carga de trabalho no ES 4,0 4,0 28,0 64,0 Preocupação em respeitar o horário estabelecido pela instituição receptora do ES, e acordado em convênio

4,0 2,0 24,0 70,0

Legenda: ES = Estágio Supervisionado; NI = Nenhuma Importância; IP = Importância Pequena; IR = Importância Razoável; IG = Importância Grande. Fonte: Elaborado pelos autores.

De acordo com o quadro 1 foi possível analisar que os discentes (78,0%) se

preocuparam em encontrar um local para a realizaçãodo estágio curricular

supervisionado. Ademais, (100,0%) dos discentes tiveram a preocupação em ter o

conhecimento básico para sua atuação, desfrutando de sua atuação e capacitação no

estágio, enquanto que apenas (6%) dos discentes não se preocuparam em passar

uma imagem técnico-cientifica pautada no conhecimento técnico-prático suficiente

afim de atender ao aluno.

No tocante a preocupação dos discentes em conciliar o tempo dedicado às

questões pessoais, familiares e amigos, juntamente com as questões universitárias,

houve preocupação por parte de todos os discentes, embora para alguns, não ter

havido tanta relevância. A saber, (95%) dos discentes mostraram-se preocupados em

ter uma alimentação adequada para suportar as atividades do estágio, embora não

tenha sido muito preocupante para todos. Haja vista que apenas (2%)dos discentes

não mostraram preocupação em atingir os objetivos dos alunos, preocupações com

as vivências do estágio, cumprir atividades de obrigações burocráticas e as atividades

planejadas no plano do estágio, ser útil em ensinar e passar uma imagem profissional

para os alunos. Nota-se, ainda, que apenas (4%) não demonstraram preocupação em

serem educados com os alunos, obediência a carga horária de trabalho do estágio e

preocupações em respeitar o horário estabelecido pela instituição receptora do

estágio que é acordado em convênio a instituição de ensino superior.

De acordo com ANDRADE e MARTINS, (2017), as principais preocupações

dos futuros professores estão diretamente ligadas à questão da complexidade em

obter conhecimento profissional, ou mesmo dificuldade em interagir com diferentes

situações. Ademais, a fase inicial do estágio supervisionado está associada com a

preocupação do estagiário consigo próprio, levando em consideração dois aspectos

básicos durante o estágio: as preocupações encobertas e preocupações evidentes.

Essas características estão relacionadas com a vivência dentro e fora da instituição e

com a relação do estagiário no ambiente escolar com os demais professores e alunos.

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclui-se que a realização desta pesquisa possibilitou a análise a partir de um

olhar reflexivo sobre a avaliação do estágio curricular supervisionado, este sendo

realizado por acadêmicos de uma Instituição de Ensino Superior (IES) Particular,

permitindo, assim, descrever o público participante, as preocupações,

desenvolvimento, capacitação, limitações e potencialidades às quais são praticadas

pelos discentes enquanto estagiários desta instituição.

O estágio supervisionado deve ser vivenciado pelos discentes a fim de que

extraiam e apliquem conhecimento técnico científico, pautados em relacionamentos

teórico-práticos para fundamentar seu aprendizado e potencializar seu currículo em

cima do modelo que é pautado pela instituição de ensino superior, levando em

consideração que este momento é essencial para lapidar o caráter profissional do

mesmo e as correções propostas pelo supervisor de campo e coordenador de estágio

a fim de que chegue ao ápice do desenvolvimento acadêmico em campo de estágio.

Os resultados mostraram que, em sua maioria, os discentes encontraram

preocupação para a realização do estágio, visando saber utilizar o conhecimento,

relacionando o teórico-prático-científico, para cada público a que deve ser

direcionado, como também as preocupações em conciliar um tempo favorável para

melhorar o seu desempenho, objetivando suprir as necessidades de carga horária do

estágio, demanda de trabalhos, provas, trabalhos científicos, cursos e outros.

As atividades extracurriculares (projeto de pesquisa, grupo de estudos, cursos

fora da faculdade, projeto de extensão, atividades de organização de eventos, outras),

mostraram uma grande eficácia para a potencialização, diversidade de conteúdo,

preparação dos discentes enquanto estagiários visando um apanhe geral para aplicá-

las no exercer da futura profissão, que foi também através destes que mostraram

interesses e preocupações em desfrutar da organização, proposta curricular

elaborada pela instituição, para expandir e amplificar o conhecimento para manuseio

destes discentes com a finalidade de usufruir das metodologias e disciplinar com o

intuito de moldar estes para o mercado de trabalho o qual espera-nos.

REFERÊNCIAS

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CONHECIMENTO DECLARATIVO SOBRE HANDEBOL POR ALUNOS DO

ENSINO MÉDIO DE UMA ESCOLA ESTADUAL DA ZONA DA MATA MINEIRA.

ACADÊMICOS: Helivânio Alves Moura; Sávio Souza; Tiago Oliveira Souza

ORIENTADOR: Prof. Esp. Carlos Eduardo Toledo

LINHA DE PESQUISA: Manifestações esportivas

RESUMO Este estudo tem por objetivo, verificar qual o nível de conhecimento sobre o Handebol entre estudantes do Ensino Médio de uma Escola Estadual do distrito de São Domingos, pertencente à cidade de Santa Margarida, em Minas Gerais. A amostra foi composta por 105 alunos, de ambos o sexo. Aplicou-se um questionário contendo 08 (oito) questões fechadas, no mês de agosto de 2018, envolvendo a temática prática do handebol na escola e extraclasse, a frequência semanal da prática e a natureza da utilização desse esporte no cotidiano destes alunos. A maioria da amostra é do sexo feminino (52,83%) e estão cursando o primeiro ano do Ensino Médio (45,71%). Há participação “sempre” de 49,06% dos discentes nas aulas de Educação física e 43,40% participam “às vezes”. A modalidade esportiva de maior prática é o futsal (50,0%) e voleibol (23,58%). Cerca de 52,0% possuem conhecimento sobre a modalidade handbol, 64,15% possuem vivência e 33,02% praticam fora da escola. Quanto aos conhecimentos sobre os fundamentos e sobre as regras, a maioria afirma possuir (90,57% e 92,45%, respectivamente). Conclui-se que a prática da modalidade não é predominante no local investigado, mas verifica-se que a maioria dos alunos possui conhecimento. PALAVRAS-CHAVE: handebol; Ensino Médio; Educação Física.

1. INTRODUÇÃO

O esporte sempre foi uma atração favorável na vida dos jovens, não importa a

modalidade que se pratica, mas sim os benefícios que se adquire com a sua prática.

Os jovens, de modo geral, possuem uma carga de energia que precisa ser liberada e

o esporte, em contrapartida, tem essa característica de transformar, de modo positivo,

essa energia que necessita ser extravasada (TOLEDO, 2016).

A palavra Handebol surgiu a partir do termo inglês Handball, em que Hand,

significa mão e ball significa bola, mas também pode ser chamado de Andebol ou

Handebol popularmente conhecido. Foi também denominado de handebol moderno,

quando surgiu por meio do professor alemão Karl Schelenz, no século XX, na

Alemanha. Jogado em campos de futebol com 11 jogadores em cada equipe, pela

primeira vez o handebol seria incluído nos Jogos Olímpicos em 1934. Na década de

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60, houve uma mudança em questão ao espaço de jogo quando deixou de ser jogado

em campos e passou a ser jogado em ginásios (CORDEIRO, 2016).

O Brasil teve seu auge esportivo na modalidade no ano de 2013, quando

conquistou seu primeiro título mundial na categoria feminina. Por conta dessa

importante conquista, o número de praticantes teve um aumento significativo, assim

ganhando um novo olhar em sua prática nas escolas e em locais de lazer, passando

a ser praticado tanto por pessoas do gênero masculino quanto feminino.

Segundo Tenroller (2008), o handebol é um dos esportes mais praticados no

Brasil no âmbito escolar e é o terceiro esporte de quadra mais praticado entre os

desportos coletivos. Devido a sua baixa complexidade, é de fácil apropriação por parte

dos alunos, pois depende de gestos naturais para sua aprendizagem, por exemplo,

correr, saltar e arremessar, cujo objetivo é conduzir a bola e arremessá-la com as

mãos ao gol adversário. Assim, por meio dessas características, chega-se à

conclusão de que se trata de uma das modalidades mais ricas como meio de

educação, lazer, recreação e prática de alto nível.

As metodologias de ensino utilizadas para aprendizagem da modalidade em

questão dependem da faixa etária, objetivos e tempo de treinamento. Segundo Greco

e Benda (1998) a metodologia de ensino dos esportes coletivos deve-se iniciar de

forma incidental, para depois passar à forma intencional. Nesse sentido, a Educação

Física Escolar tem papel fundamental no seu desenvolvimento, pois imprime um

caráter lúdico na iniciação esportiva, progredindo, gradualmente, para os fundamentos

e regras do esporte.

Em nível escolar, a conduta esportiva visa o desenvolvimento integral das

crianças, jovens e adolescentes, capacita o sujeito a lidar com suas necessidades,

expectativas e desejos, bem como com as necessidades, expectativas e desejos dos

outros. Assim, o aluno possa a desenvolver as competências técnicas, sociais e

comunicativas, essenciais para o processo de desenvolvimento individual e social

(TUBINO, 2001).

Sabe-se que o esporte assume importante papel educacional frente à realidade

social em que vivemos, principalmente quando levamos em conta o seu cunho

pedagógico em detrimento do caráter tecnicista. Diante disso, defende-se a ideia de

que a aprendizagem deva ir além do ensino dos fundamentos em suas execuções

analíticas, acordadas e aplicadas em circunstâncias de jogo, ampliando o campo

experimental do aluno, criando obrigações, estimulando a personalidade cognitiva,

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física e afetiva, oferecendo, assim, chances reais de integração social. Ou seja, um

instrumento positivo que caminha na direção do desenvolvimento do ser humano

(TUBINO, 2001).

Nesse sentido, observa-se que o handebol adquiriu um caráter recreativo

quando jogado em praias e clubes, onde as regras podem ser adaptadas a espaços

informais, o que lhe confere um aspecto lúdico e anti-estresse. Esse movimento não

só leva à adesão de novos adeptos como também garante assiduidade a um programa

de exercícios físicos. Em suma, o esporte é compreendido como um fenômeno que

apresenta diversas formas de manifestação, dentre elas: esporte educacional, esporte

de participação e esporte de rendimento; podendo ainda ser incluídas nesse rol, as

manifestações do esporte de reabilitação e, de acordo com classificações do

Ministério do Esporte, o esporte social (COUTO, 2006).

Este estudo tona-se relevante na medida em que debate a importância de a

modalidade estar sendo aplicada não apenas de forma competitiva, mas também de

forma educativa, para o desenvolvimento da corporeidade dos alunos. Tudo isso sem

se esquecer do aprendizado de forma coletiva e individual, considerando o aluno um

ser social, promovendo os conhecimentos para contemplar sua autonomia.

As questões norteadoras deste estudo são: Qual o nível de conhecimento dos

alunos em relação ao handebol? Eles conhecem as regras que contemplam esse

esporte? O handebol é um esporte praticado nas escolas?

Dessa forma, este estudo tem como objetivo verificar qual o nível de

conhecimento sobre o Handebol entre estudantes do Ensino Médio de uma Escola

Estadual do distrito de São Domingos, pertencente à cidade de Santa Margarida, em

Minas Gerais.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O Handebol está entre os três esportes mais praticados no Brasil, ficando atrás,

em primeiro lugar, do futebol e do voleibol, respectivamente. Essa prática também

está associada às aulas de Educação Física, pois se trata de uma atividade dinâmica

que faz com que os alunos participantes associem habilidade, coordenação motora e

pensamento rápido nas execuções de seus movimentos, o que o torno fácil de

aprendizagem, pois não apresenta regras complexas (Greco, 2005).

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Barbosa (2013) apresentou um estudo sobre a atuação dos professores de

Educação Física no ensino dos fundamentos básicos do handebol como conteúdo

escolar das escolas públicas da rede estadual na cidade de Macapá. O autor iniciou

seus estudos fazendo observações em 3 escolas públicas da cidade de Macapá, com

o objetivo de averiguar as ações dos professores na modalidade esportiva

pesquisada, dentro do ambiente escolar, nas aulas de Educação física. Para tal,

realizou entrevista a 6 (seis) professores de Educação Física dessas escolas, dois

representantes de cada uma. Concluiu-se, no estudo, que os professores não tinham

interesse em desenvolver essa prática esportiva entre os alunos, pois eles não

demonstram aptidões e, como consequência, o futebol era a atividade esportiva

dominante nas aulas. Segundo o autor, os professores, quando tomam essa decisão,

estão deixando de proporcionar oportunidades iguais a todos que participam das

aulas, uma vez que só predomina uma única modalidade.

Serra (2017) escreveu um artigo cujo objetivo era compreender como o

handebol influencia o aluno socialmente dentro do ambiente escolar, ou seja, o

handebol como prática social.

Pires et al. (2016) também escreveram sobre o esporte na escola. A pesquisa

foi realizada com 25 (vinte e cinco) professores e corroborou com o que foi defendido

por Serra (2017) sobre a abordagem predominantemente tecnicista do ensino do

handebol. Pires et al. (2016) também afirmam que o esporte nas aulas de Educação

Física é pouco voltado para as atividades sociais, ficando apenas como atividade

física e competitiva entre os alunos. Isso indica ser preciso uma mudança na postura

do professor e principalmente nos objetivos que norteiam suas aulas, com melhores

elaborações e planejamento das atividades esportivas a serem desenvolvidas.

Concluiu, também, que essa mudança ocorrerá a partir do momento em que os

professores estiverem em constante atualização e formação continuada, saindo de

conformismo.

Marchini e Armbrust (2012) afirmam que, nas aulas de Educação Física, no

tocante às modalidades esportivas praticadas na escola, o professor, por meio de

atividades, pode influenciar diretamente as escolhas e opções esportivas dos alunos

não apenas dentro da escola, mas também fora dela. Essas constatações dos autores

são comprovadas pelas entrevistas realizadas pelos autores, no estudo, com 60

alunos do Ensino Médio de uma escola pública. Segundo os dados, 32 dos

entrevistados responderam ‘sim’ (53,3%) quando foram indagados se há relação entre

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a modalidade esportiva mais trabalhada na escola e o que é praticado fora dela. Os

outros 28 ‘não’ (46,7%) responderam não haver essa correspondência. Concluiu-se,

no estudo, que a influência exercida pelo professor nas elaborações das atividades

esportivas reflete nas escolhas esportivas praticadas pelos alunos fora do ambiente

escolar, portanto se percebe a necessidade de mais dinamismo e habilidades

diferenciadas por parte do professor de Educação Física em suas aulas.

2.2. REFERENCIAL TEÓRICO

De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) (BRASIL, 1998),

o ensino dos esportes enquanto eixo temático viabiliza a execução de fundamentos,

trabalhando a cultura corporal, desenvolvendo a autonomia, no caso do handebol

(recepção, passe, progressão arremesso, drible, finta), bem como as diferentes

vivências das situações de jogo.

Pereira (2000) e Joaquim (2011) apontam para a necessidade de novas

pesquisas no campo escolar, contemplando os esportes. O esporte é um dos

elementos para se trabalhar a cultura corporal e o Handebol, principalmente, pode

contribuir para a adoção de uma nova postura, criando barreiras contra o preconceito

e a discriminação em diferentes grupos étnicos e sociais.

O desporto apresenta características de esforços de alta intensidade e curta

duração, com ênfase nas capacidades motoras, visando à força rápida e explosiva.

No ensino dos fundamentos básicos do handebol, destaca-se o processo de

conscientização do indivíduo. A competição também faz parte desse processo, mas

de forma saudável, e não se almeja a performance (GONÇALVES, 1994 apud

NUNES, 2013).

Souza et al. (2006) afirma que o treinamento das referidas capacidades

motoras é um componente importante do desempenho físico e, a esse respeito, a

atenção deve ser referida ao desenvolvimento do condicionamento físico. A prática do

Handebol vem crescendo significativamente no contexto escolar e, atualmente, vem

sendo bem aceita como conteúdo pelos professores de Educação Física. As práticas

sofreram modificações sendo transmitidas de forma educacional, com movimentos de

fácil execução e que ajudem no desenvolvimento motor dos alunos.

Nas aulas de Educação Física, é relevante respeitar as diferentes culturas dos

alunos, diferentes manifestações corporais e comportamentos. O professor deverá

realizar atividades elaboradas relacionadas ao handebol, permitindo-lhes uma

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vivência do esporte dentro de sua cultura e proporcionando, assim, desenvolvimento

positivo, visando desenvolver novas habilidades ao aluno. A escola e professores

devem valorizar a cultura do aluno como um todo, “os movimentos corporais que os

alunos possuem extrapolam a influência da escola, são culturais e têm significados”

(DAOLIO, 2006, p. 32, apud MONTEIRO, 2011, p.03).

Santos et al (2006) apud Maia (2010) afirmam que, durante as aulas, as regras

são passadas de forma flexível com modificações e visando sempre a participação

coletiva e priorizando a inclusão de todos durante as atividades aplicadas. O

professor, como mediador dos alunos, deve proporcionar-lhes liberdade de ideias e

opiniões em relação às atividades. Assim as aulas fluirão de forma lúdica.

3. METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa de natureza descritiva que, para Gil (2008), possui

como objetivo a descrição das características de uma população, fenômeno ou de

uma experiência e, geralmente, assumem a forma de levantamento de dados.

A amostra foi composta por 105 discentes (47 do sexo masculino e 58 do sexo

feminino) do Ensino Médio, com idade entre 16 e 20 anos, de ambos os sexos. O local

de realização do estudo foi uma Escola Estadual do distrito de São Domingos,

pertencente à cidade de Santa Margarida, na Zona da Mata Mineira. Os entrevistados

são participantes também, de um Projeto Social desenvolvido pela Prefeitura

Municipal de Santa Margarida-MG. Todos os participantes assinaram um termo de

consentimento livre e esclarecido para participarem da pesquisa.

Os dados foram coletados por meio da aplicação de um questionário composto

por 8 (oito) questões fechadas, no mês de agosto de 2018. As perguntas tinham

relação com a prática do handebol na Escola e Extraclasse, Frequência semanal da

prática desse esporte e a natureza da utilização desse esporte no cotidiano destes

alunos.

Após a coleta dos dados, os questionários foram digitados no programa SPSS

versão 24 e realizadas as análises estatísticas.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

A modalidade esportiva vem se tornando referência e crescendo em vários

aspectos e diferentes cenários, tendo muito dinamismo em sua prática,

desenvolvendo a socialização, psicomotricidade, cooperação, inclusão. O esporte

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passa a ser compreendido como um instrumento educacional, abandonando o modo

tecnicista, e passa-se a despertar mais o interesse pela prática esportiva dentro do

contexto escolar. O jogo ainda conta, ainda, com uma perspectiva competitiva, o que

não é prejudicial, mas torna o handebol em si um jogo para o ensino e aprendizagem

significativos.

Dessa forma, esta sessão de resultados apresenta dados que se referem ao

nível de conhecimento dos alunos sobre o handebol. A tabela 1 apresenta as

características da amostra investigada:

Tabela 1: Dados de caracterização de estudantes do Ensino Médio de uma escola estadual, localizada num Distrito de Santa Margarida-MG. 2018.

Variável %

Sexo

Feminino 52,83

Masculino 44,34

Não declarado 2,83

Nível de ensino médio

Primeiro 45,71

Segundo 28,57

Terceiro 25,71

Fonte: elaborado pelos autores

A maioria da amostra é do sexo feminino (52,83%) e estão cursando o primeiro

ano do ensino médio (45,71). De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais

(PCN’s) (BRASIL, 1998), o ensino dos esportes enquanto eixo temático viabiliza a

execução de fundamentos, trabalhando a cultura corporal, desenvolvendo a

autonomia, no caso do handebol (recepção, passe, progressão arremesso, drible,

finta), bem como as diferentes vivências das situações de jogo.

Joaquim (2011) aponta para a necessidade de novas pesquisas no campo

escolar, contemplando os esportes. Para o autor, o esporte é um dos elementos

significativos para trabalhar a cultura corporal. Nesse sentido, o handebol deve ser

adotado para contribuir para a adoção de uma postura contra o preconceito e a

discriminação em diferentes grupos étnicos e sociais. Dessa forma, ele deve ser

desenvolvido no Ensino Médio objetivando a especialização esportiva dos alunos.

A tabela 2 apresenta informações sobre a prática da Educação Física na escola

e a modalidade esportiva desenvolvida:

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Tabela 2: Prática da Educação Física na escola e a modalidade esportiva desenvolvida, de estudantes do Ensino Médio de uma escola estadual, localizada num Distrito de Santa Margarida-MG. 2018.

Variável %

Participação nas aulas de Educação Física

Sim 49,06

Não 6,60

Às vezes 43,40

Nunca 0,94

Modalidade esportiva

Futsal 50,00

Handebol 6,60

Voleibol 23,58

Tênis de Mesa 13,21

Xadrez 6,60

Fonte: elaborado pelos autores

Há participação “sempre” de 49,06% discentes nas aulas de Educação Física,

e 43,40% participam “às vezes”. A modalidade esportiva de maior prática é o futsal

(50,0%) e voleibol (23,58%). Embora o handebol seja um dos esportes coletivos mais

práticos para ensinar movimentos básicos como correr, saltar e arremessar e,

também, para realizar movimentos como mudança de direção, de planos, em

diferentes acelerações, verifica-se que, na amostra investigada, ele é pouco

desenvolvido.

Segundo Tobergte e Curtiz (2013), o Handebol desenvolve e aprimora as

atividades físicas, motoras e cognitivas. Durante sua prática, por exemplo, na

perspectiva lúdica-treino, o aprendiz é orientado a realizar desde os movimentos

básicos do jogo até os mais complexos. Assim, é necessário que ele (aluno/jogador)

desenvolva aspectos como força muscular, agilidade, equilíbrio e precisão bem

aprimorados.

A tabela 3 apresenta informações sobre conhecimento, vivência e prática do

handebol:

Tabela 3: Conhecimento, vivência e prática do handebol por estudantes do Ensino Médio, de uma escola estadual, localizada num Distrito de Santa Margarida-MG. 2018.

Variável %

Conhecimento

Sim 51,89

Não 3,77

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Um pouco 44,34

Vivência

Sim 64,15

Às vezes 29,25

Nunca 6,60

Prática fora da escola

Sim 33,02

Às vezes 32,08

Nunca 34,91

Fonte: elaborado pelos autores

De acordo com a tabela 3, cerca de 52,0% possuem conhecimento sobre a

modalidade, 64,15% possuem vivência e 33,02% praticam fora da escola. A prática

do Handebol vem crescendo significativamente no contexto escolar e tem sido bem

aceita como conteúdo pelos professores de Educação Física. Ela também passou por

modificações e passou a ser transmitida de forma educacional, com movimentos de

fácil execução e que ajudam no desenvolvimento motor e cognitivo dos alunos.

A tabela 4 apresenta o conhecimento declarativo sobre a modalidade quanto

às regras e fundamentos:

Tabela 4: Conhecimento declarativo sobre o handebol por estudantes do Ensino Médio de uma escola estadual, localizada num Distrito de Santa Margarida-MG. 2018.

Variável %

Conhecimento sobre fundamentos

Sim 90,57

Não 3,77

Um pouco 5,66

Conhecimento sobre regras

Sim 92,45

Não 1,89

Um pouco 5,66

Fonte: elaborado pelos autores

Quanto aos conhecimentos sobre os fundamentos e sobre as regras, a maioria

dos alunos (90,57% e 92,45%, respectivamente) afirmam que possuem, mas verifica-

se que a modalidade tem pouca frequência de participação (6,60%). Logo, é

necessário que as aulas de Educação Física respeitem as diferentes culturais dos

alunos e as diferentes manifestações corporais e comportamentos.

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Desta forma, o professor deverá realizar atividades elaboradas relacionadas ao

handebol, proporcionando a eles uma vivência do esporte dentro de sua cultura e

proporcionando assim um desenvolvimento positivo e de benefícios, visando a

melhoria e adquirindo novas habilidades ao aluno. A escola e os professores devem

valorizar a cultura do aluno como um todo, os movimentos corporais que os alunos

possuem extrapolam a influência da escola, são culturais e têm significados (DAOLIO,

2006, p. 32, apud MONTEIRO, 2011, p.03).

Santos et al. (2006) apud Maia (2010) afirmam que, durante as aulas, as regras

são passadas de forma flexível com modificações e visando sempre a participação

coletiva. Além disso, devem priorizar a inclusão de todos durante as atividades

aplicadas. O professor deve ser o mediador dos alunos dando a eles a liberdade de

ideias e opiniões em relação às atividades.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Embora o futsal, o voleibol e o tênis de mesa aparecem como prioridades pelos

alunos nas atividades das aulas de Educação Física, o estudo mostrou que o handebol

é um esporte reconhecido pelos alunos. Além disso, trata-se de uma modalidade

esportiva que vem crescendo de forma discreta dentro do ambiente escolar.

Constatou-se, ainda, que o handebol, é pouco praticado fora do ambiente

escolar, isso pode ser motivado pela pouca ênfase ao esporte nas atividades práticas

dentro da escola. Conforme estudos aqui apresentados, a promoção do esporte na

escola é responsável pelas escolhas que os alunos fazem fora dela. Nesta pesquisa,

verificou-se que a grande maioria dos alunos tem conhecimento dos fundamentos do

handebol 90,57% e conhecem as regras que regem esse esporte 92,45%, mas a

pequena ocorrência da prática fora da escola revela que há apenas um aprendizado

teórico.

Portanto fica aqui uma sugestão para os professores de Educação Física e

futuros profissionais da área que diversifiquem as modalidades esportivas nas aulas

de Educação Física para dar a todos os alunos oportunidades iguais de manifestarem

suas aptidões físicas, sociais e culturais dentro das atividades esportivas.

REFERÊNCIAS

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ANEXOS

ANEXO 1

QUESTIONÁRIO SOBRE CONHECIMENTO DO HANDEBOL

Idade: Gênero: M ( ) F ( ) Série ou Ano (1º) (2º) (3º)

1. Você participa das atividades aplicadas pelo professor nas aulas de Educação

Física?

( ) Sim ( ) Não ( ) Ás vezes ( ) Nunca

2. Qual modalidade esportiva você mais se identifica nas aulas de Educação

Física:

( ) Futsal ( ) Handebol ( ) Voleibol ( ) Tênis de Mesa ( ) Xadrez

3. Você conhece a modalidade esportiva “Handebol”?

( ) Sim ( ) Um pouco ( ) Não

4. Nas aulas de Educação Física, você já vivenciou atividades da modalidade

esportiva “Handebol”?

( ) Sim ( ) Ás vezes ( ) Nunca

5. Você faz prática do esporte fora da escola, nos momentos de lazer?

( ) Sim ( ) Ás vezes ( ) Nunca

6. Você conhece os fundamentos básicos do Handebol?

( ) Sim ( ) Um pouco ( ) Não

7. Qual jogador pode utilizar os pés no jogo de Handebol?

( ) Pivô ( ) Ponta ( ) Goleiro ( ) Armador

8. Quais dos fundamentos a seguir não faz parte do jogo de Handebol?

( ) Passe ( ) Saque ( ) Drible ( ) Arremesso

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ANEXO 2

TERMO DE AUTORIZAÇÃO PARA REALIZAÇÃO DA PESQUISA

Matipó, MG, 09 de agosto de 2018.

Por meio deste instrumento, solicitamos autorização da direção e coordenação

da Escola Estadual do Ribeirão de São Domingos, para que nós, alunos (as) do Curso

de Licenciatura em Educação Física da Faculdade Vértice - UNIVERTIX, Helivânio

Alves Moura, Sávio Souza Soares e Tiago Oliveira Souza, possamos aplicar

questionários para as coletas de dados para o trabalho de Trabalho de Conclusão de

Curso (TCC).

TERMO DE ANUÊNCIA PARA A REALIZAÇÃO DA COLETA DE DADOS PARA

O TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO (TCC).

Eu, ______________________________________________________, no uso

das minhas atribuições, autorizo os acadêmicos (as) do Curso de Licenciatura em

Educação Física da Faculdade Vértice-UNIVERTIX - Helivânio Alves Moura,

Sávio Souza Soares e Tiago Oliveira Souza a realizar as suas atividades para o

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) neste estabelecimento escolar.

Matipó, MG, ___ de agosto de 2018.

___________________________________________________

(Assinatura e carimbo do diretor e/ou responsável legal pelo estabelecimento

escolar)

Desde já, agradeço pela atenção dispensada.

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ESTILO DE VIDA DE SECUNDARISTAS DE UMA ESCOLA PÚBLICA ESTADUAL

DA ZONA DA MATA MINEIRA: UM COMPARATIVO QUANTO AO SEXO

ACADÊMICOS: Fernanda Carvalho Fernandes; Mateus Barçante de Souza; Priscilla

da Costa Gonzaga Candido

ORIENTADORA: Prof.ª M.Sc. Deyliane Aparecida de Almeida Pereira

LINHA DE PESQUISA: Saúde na Escola

RESUMO: O objetivo deste estudo foi avaliar o estilo de vida de adolescentes do Ensino Médio em uma Escola Estadual da Zona da Mata Mineira. Foram selecionados alunos regularmente matriculados no primeiro ano do Ensino Médio, de forma aleatória, que responderam a questionários sócio-demográficos, de saúde e de atividade física. A idade média é15,3 (DP=±0,90) anos, sendo a maioria do sexo feminino (52,2%). Foi observado também, nesta amostra, colesterol elevado (12,3%). Já o sexo masculino apresentou menor proporção deste acometimento (5,0%), contudo possuem maior prevalência de pressão arterial elevada (7,6%). Quanto aos familiares, as doenças de maior prevalência são diabetes — 60,0% no sexo feminino e 34,5% no sexo masculino — e pressão arterial elevada — 62,3% sexo feminino e 45,4% sexo masculino. Verificou-se que ambos os sexos possuem Índice de Massa Corporal adequado (X=21,35±3,73 sexo feminino e X=21,28 ±2,94 sexo masculino). Para nível de atividade física, a maioria são insuficientemente ativos (39,2% feminino e 28,6% masculino). Quanto ao tempo de tela, há maior proporção de homens quando comparados às mulheres, sendo o tempo médio de 2 a 2,5 horas. Tem-se como conclusão preliminar que o ambiente escolar é propício à orientação dos adolescentes quanto à adoção de estilo de vida saudável, por conseguinte, prevenção de doenças cardiometabólicas. PALAVRAS CHAVE: estilo de vida, adolescentes, saúde pública, educação física.

1. INTRODUÇÃO

A adolescência é uma fase de transição tanto física quanto comportamental.

Dentro dos aspectos comportamentais, destaca se, na atualidade, a falta de prática

de atividade física adquirida a partir dos avanços tecnológicos (SILVA et al., 2015).

Durante o período de desenvolvimento do adolescente, ocorrem

transformações que alteram a composição corporal podendo ser de origem hormonal,

social, genética, ambiental, nutricional, cultural dentre outras. Tais transformações

possuem relação com ganho de massa corporal e desenvolvimento físico,

compreendendo também a maturação dos órgãos e sistemas para a aquisição de

capacidades especificas e novas (MIRANDA et al., 2018). Portanto, a nutrição está

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diretamente envolvida com essas modificações, especialmente em relação às

recomendações nutricionais e aos padrões alimentares adotados.

Outro fato que contribui para mudanças corporais é a inatividade física.

Segundo Victo et al (2017), nos últimos anos, houve aumento do número de

adolescentes obesos, assim como as doenças relacionadas a um estilo de vida

inadequado, pois as brincadeiras de crianças têm sido trocadas por horas e horas de

televisores, celulares, computadores, por exemplo (LUCENA et al, 2015).

Para Cardoso et al (2016), compreender os fenômenos que estão relacionados

à saúde é uma das principais formas para se melhorar a qualidade de vida da

população. Neste sentido, a escola parece ser o meio mais adequado de ensinamento

referente aos saberes, conhecimento e formação de conceitos. Sendo assim,

conhecer esses aspectos pode influenciar tanto na prevenção de doenças quanto nos

devidos cuidados necessários.

Miranda et al (2017) afirmam que o estilo de vida sedentário pode ter como

resultado o aumento de consumo na ingestão de alimentos, levando a ingestão de

calorias em excesso, o que pode também acarretar aumento da massa de gordura

corporal. Por outro lado, a elevação dos níveis habituais em relação à atividade física

ou à diminuição do comportamento sedentário aumenta o consumo de energia,

reduzindo assim o risco de doenças e reduzindo o excesso de peso.

Cunha et al. (2017), em seu estudo, notaram que a prevenção é o melhor

caminho. Desde criança, já se deve modelar as atitudes e comportamentos sobre uma

vida saudável, atividades físicas e nutrição. Ademais, no ambiente escolar, dar

atenção à prevenção de doenças, desenvolvendo estratégias para que se crie

motivação para a prática de exercícios físicos e esportes e a ingestão de alimentos

saudáveis.

Outro fator que merece atenção, na adolescência, é a exposição excessiva a

recursos tecnológicos (celulares, computadores, televisão e videogame) o que

contribui para aumento do tempo de tela. Para Lucena et al (2015), o aumento do

tempo de tela pode ter relação com a fase em que se vive e sua definição cultural. Por

exemplo, adolescentes dos 14 aos 15 anos de idade, geralmente, tendem a fazer a

maior parte das atividades impostas pelos pais, tarefa escolar, tarefas domesticas e

os amigos.

Ferrari et al (2017) afirmam que há baixa prevalência de estilo de vida saudável

em adolescentes, porém, um estilo de vida saudável sugere que orientações para a

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saúde vêm de importantes fatores culturais, sociais, econômicos, históricos e políticas.

Nesse sentido, tem-se como problema de pesquisa: O estilo de vida de estudantes

secundarista tem associação com seu estado de saúde? Assim, esse estudo tem

como objetivo investigar o estilo de vida e comportamento sedentário de adolescentes

do ensino médio e associação com a saúde.

Portanto, considera-se que o estilo de vida saudável é um dos diversos fatores

potencialmente importantes em relação à qualidade de vida e prevenção de doenças

cardiometabólicas. Assim, é importante a promoção de programas que levem os

adolescentes ou educandos a adotarem hábitos de alimentação saudável e prática de

atividade física regular (MOREIRA et al., 2016).

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A relação entre saúde e estilo de vida tem sido o foco do estudo de muitos

pesquisadores, principalmente, direcionados à adolescência. Um estilo de vida

saudável — com prática de exercícios físicos e alimentação adequada na infância e

adolescência — tende a prevenir doenças futuras.

Cardoso et al (2016) realizaram um estudo para avaliar o nível de conhecimento

de alunos que cursam o Ensino Médio no sul do Brasil, em relação à quatro fatores

de risco, são eles: o consumo exagerado de álcool, tabagismo, alimentação

inadequada e sedentarismo. Trata se de uma pesquisa de estudo censitário, tendo

como base o questionário elaborado por Borges et al (2009). Tendo como resultado a

falta de políticas públicas escolares necessárias para ampliar o conhecimento sobre

os temas pesquisados, gerando assim a prevenção de doenças crônicas.

Outro estudo realizado para avaliar perfil lipídico de adolescentes e sua relação

com a doença crônica aterosclerose e que mostra suas maiores consequências, na

fase adulta, foi realizado por Cunha et al (2017). Os autores realizaram uma pesquisa

transversal retrospectiva que coletou dados de 600 adolescentes, com idade entre de

10 a 19 anos no município de Araucária/São Paulo. Avaliaram-se as taxas de

triglicerídeos e colesterol e os resultados apontam que os métodos para a

identificação do colesterol no organismo podem também ajudar na prevenção e

tratamento de doenças metabólicas.

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Lucena et al (2015) pesquisaram a prevalência de tempo excessivo de tela e

fatores associados em adolescentes. Foi um estudo epidemiológico transversal,

realizado com 2.874 adolescentes, com idade entre 14 e 19 anos, sendo que 57,8%

eram do sexo feminino. Definiram o tempo de tela com atividades como assistir

televisão, jogar vídeo game e usar computador acima de duas horas por dia. Os

resultados mostraram que o tempo de tela elevado varia de acordo com as

características sociodemográficas, sendo que os valores mais elevados estão em

adolescentes do sexo masculino (84,3%).

Miranda et al. (2018) investigaram o nível de atividade física e a satisfação com

o próprio corpo em adolescentes do sexo feminino. Foi realizado estudo transversal

exploratório, realizado com 120 adolescentes, em que o peso, estatura e perímetro da

cintura foram aferidos. Os autores concluíram que quanto maior o tempo com uso de

celular, maior era a insatisfação corporal das adolescentes. Identificaram que as

adolescentes que são fisicamente ativas apresentam níveis de insatisfação em

relação à circunferência da cintura, relação cintura-estatura e ao índice de massa

corporal.

Ferrari et al (2017) analisaram o estilo de vida das populações adolescentes,

adultas e idosas no município de São Paulo, tendo relação com as variáveis

socioeconômicas e demográficas. Nota-se que os idosos e adultos obtiveram

prevalência maior de estilo de vida saudável, quando comparados aos adolescentes.

O principal fator responsável pelo estilo de vida não saudável é o consumo alimentar,

demonstrando a importância de intervenções de promoção à saúde que compreenda

a adoção de hábitos alimentares saudáveis e prática de atividade física.

O presente estudo tem o propósito de averiguar a associação de doenças

crônicas não transmissíveis, com o estilo de vida, alimentação, nível de exercício

físico, dentre outros, na adolescência, e sua ligação com histórico familiar e em

comparação ao sexo feminino e masculino.

2.2. REFERENCIAL TEÓRICO

A adolescência é uma fase de transição entre a infância e a vida adulta. Nela,

sofrem-se várias mudanças nas dimensões sociais, psicológicas e biológicas. Seria

extremamente importante a escolha de hábitos de vida saudáveis, principalmente uma

boa alimentação. O consumo de alimentos sem monitoração é o principal fator

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responsável pelo quadro epidemiológico de sobrepeso, obesidade, transtornos

alimentares e, até mesmo, carências nutricionais (SILVA et al, 2015).

O estilo de vida da população mundial vem aumentando a incidência de

Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), a saber, doenças cardiovasculares,

diabetes, pressão alta e obesidade. Tais doenças podem ser evitadas com a mudança

de hábitos de vida e estratégias que tenham o intuito de promover a saúde, como

políticas dirigidas diretamente ao ambiente escolar. As estratégias de saúde escolar

podem interferir no estilo de vida atual do aluno, introduzindo hábitos de vida

saudáveis que refletirão na vida adulta (CARDOSO et al, 2016).

Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2004), são necessárias ações para

educação alimentar e nutricional e, também, promoções de práticas de incentivo para

consumo de alimentos saudáveis no âmbito escolar, orientando a prevenção de

doenças. Ações estas que podem contribuir para uma vida mais saudável veiculada

por alimentos adequados, evitando assim doenças não transmissíveis como

obesidade, hipertensão, colesterol, diabetes, doenças cardiovasculares e, até mesmo,

o câncer.

Maldonado et al (2015) afirmaram que a prática de esportes na escola deve

estar voltada para o desenvolvimento de capacidades e habilidades humanas, indo

além do entendimento prático. Dessa forma, poderá refletir sobre os benefícios da

adoção de estilos de vida ativo para a saúde, que fazem parte também da expectativa

de aprendizagem das propostas curriculares.

Segundo Moreira et al (2016), por mais que a Educação Física escolar traga

esforços aos alunos nas suas aulas, verifica-se que os níveis mais elevados de

aptidão física não são adequados, quando relacionados à saúde. Portanto, seria

necessária uma reflexão junto às autoridades da área da educação, elaborando

políticas públicas e garantindo o número adequado de horas por semana. Associado

a isso, é necessário que as aulas de EF tenham as devidas condições para que

nossos escolares adotem práticas úteis para sua vida e atitudes adequadas ao seu

desenvolvimento.

Lucena et al (2015) afirmam que os comportamentos considerados sedentários

são de atividade geralmente de baixo gasto calórico e que na maioria das vezes são

realizados sentados ou inclinados como, por exemplo, assistir televisão, trabalhar

sentado e dirigir. O tempo de tela (screen time), portanto seria a denominação à

medida de tempo que os adolescentes passam diariamente jogando videogame,

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assistindo televisão e usando o computador, além de ser uma das formas mais usadas

no estudo de sedentarismo em adolescentes.

Sendo assim, nota se a importância de averiguar e identificar as causas mais

relevantes de doenças não transmissíveis em adolescentes em consequência do seu

estilo de vida, observando desde sua alimentação às suas atividades físicas.

3. METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa epidemiológica, do tipo descritiva, que foi realizada

com alunos do Ensino Médio da rede pública de uma cidade da Zona da Mata Mineira.

Segundo Gil (2002), pesquisas descritivas tem como o principal objetivo a descrição

das características de determinada população, fenômeno ou, alguma relação entre

variável. Sendo classificadas por vários tipos de técnicas padronizadas como coletas

de dados, por meio de questionários ou por uma observação sistemática.

Por se tratar de um estudo epidemiológico, o questionário utilizado é

estruturado e pré-codificado, com informações relacionadas a características

diversas, sendo elas auto relatadas pelos respondentes. (LIMA-COSTA E BARRETO,

2003)

A amostra foi composta por alunos do primeiro ano do Ensino Médio,

regularmente matriculados, em uma escola da rede estadual. A escolha deste

segmento escolar deve-se ao fato de a primeira fase da adolescência ser o período

de maior risco de obesidade e doenças relacionadas a ela, pois é um período de

transição para as etapas precoces da vida adulta. Ademais, por ser um período em

que ocorrem doenças metabólicas, por exemplo, comorbidades como diabetes e

hipertensão arterial, relacionados ao estilo de vida dotados por esses jovens

(FRIGNANI et al., 2014).

Foram selecionados alunos de forma aleatória que responderam a

questionários sociodemográficos sobre saúde e atividade física (IPAq versão curta).

Por meio dos dados fornecidos, calculou-se o Índice de Massa Corporal (IMC) e o

nível de atividade física. A aplicação do questionário foi realizada após a autorização

da escola e assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido. O período de

realização da pesquisa foi entre o mês de março e maio de 2018.

Os questionários foram digitados no programa Microsoft Excel versão 2017 e

realizadas as análises estatísticas no programa SPSS versão 24. Para as variáveis

qualitativas, calculou-se as medidas de frequência, comparando-as por sexo. Já nas

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variáveis quantitativas calcularam-se as medidas de tendência central (média) e de

dispersão (desvio padrão). Os resultados serão apresentados na forma de tabelas e

gráficos.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Segundo Comini e Braga (2016), é crescente a inatividade física e com ela o

aumento de doenças, causando um distúrbio bem maior que o esperado e o seu

funcionamento, provocando assim uma séria ameaça ao corpo. Lucena et al (2015)

revelam que o tempo de tela de pode interferir mesmo que em baixa magnitude quanto

a sua associação à prática e nível de atividades físicas.

Diante do exposto, esta sessão de resultados e discussões apresentará os

dados relativos ao nível de atividade física, tempo de tela e prevalência de doenças

em estudantes regularmente matriculadas no primeiro ano Ensino Médio. Foram

avaliados 249 estudantes, sendo que 52,2% são do sexo feminino.

A tabela 1 apresenta os dados em relação ao sexo e presença ou não de

doenças, tanto nos estudantes, quanto em seus familiares.

Tabela 1 – Caracterização de adolescentes secundarista, autorreferida, quanto sexo e presença de doenças, expressos em frequência relativa, em um município da Zona da Mata Mineira. Matipó-MG. 2018.

Variáveis Feminino (n=130)

%

Masculino (n=119)

%

Presença de doença nos adolescentes

Diabetes 5,4 4,2

Doenças do coração 5,4 6,7

PA elevada 8,5 7,6

Colesterol 12,3 5,0

Triglicerídeos 9,2 5,0

Histórico Familiar

Diabetes 60,0 34,5

Doenças do coração 38,5 27,7

PA elevada 62,3 45,4

Colesterol 25,4 24,4

Triglicerídeos 27,7 28,6

Fonte: dados coletados pelos pesquisadores

As doenças mais prevalentes nos adolescentes foram colesterol (12,3% sexo

feminino) e pressão arterial elevada (7,6% sexo masculino). Quanto aos familiares, as

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doenças de maior prevalência são diabetes (60,0% sexo feminino e 34,5% sexo

masculino) e pressão arterial elevada (62,3% sexo feminino e 45,4% sexo masculino).

Um estudo realizado por Kern et al (2017) afirma que a pressão arterial elevada

vem aumentando em adolescentes nos últimos anos e que adolescentes hipertensos

podem ter aderido à doença tanto pelo seu estilo de vida quanto pelo seu histórico

familiar. Relata, ainda, que a pressão arterial elevada é o principal fator responsável

pela mortalidade nas doenças cardiovasculares.

Cunha et al (2018) afirmam que a mudança de vida para hábitos saudáveis é a

melhor forma de prevenção para o controle do perfil lipídico, sabendo que o colesterol

alto pode ser adquirido ainda na infância e adolescência de acordo com os hábitos

alimentares das crianças ou adolescentes, podendo também ser influenciado pelos

costumes de seus familiares.

No que se refere à diabetes, um estudo realizado por Cruz (2018) relata que a

doença afeta diretamente a vida dos adolescentes, podendo ter como principal causa

a má alimentação, fatores genéticos, dentre outros. Afirma, ainda, que, na maioria das

vezes, tem-se dificuldades em aceitar a doença, principalmente, por ela exigir

acompanhamento contínuo e sistemático.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2013), como resultado da

inatividade física, morrem, a cada ano, pelo menos 1,9 milhões de pessoas no mundo.

O sedentarismo, juntamente à alimentação inadequada, pode gerar obesidade ou

excesso de peso. A adiposidade, ou seja, o acúmulo de gordura corporal se associa

a sérios problemas na saúde, causando doenças como diabetes, hipertensão e

colesterol elevado. Alguns fatores genéticos e psicológicos também podem acarretar

essas doenças, entretanto os fatores ambientais como o consumo excessivo de

calorias e a diminuição no gasto energético relativo são hábitos que deveriam ser

modificados para maior controle e prevenção de doenças.

A tabela 2 traz informações relativas aos adolescentes, quanto ao sexo, faixa

etária, estatura, estado nutricional, nível de atividade física e tempo de tela.

Tabela 2: Caracterização de adolescentes secundarista quanto sexo, idade, peso, estatura e estado nutricional, expressos média e desvio padrão, em um município da Zona da Mata Mineira. Matipó-MG. 2018.

Variáveis Feminino (n=130)

Média (DP)

Masculino (n=119)

Média (DP)

p

Idade 15,30 (0,90) 15,80(1,10) < 0,001

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Peso 54,71(20,59) 60,94(14,05) 0,022

Estatura 157,30(25,00) 171,80(7,50) 0,000

Índice de Massa Corporal 21,35(3,73) 21,28(2,94) 0,907

Fonte: dados coletados pelos pesquisadores

A idade média da amostra é de 15 anos e, em ambos os sexos, o Índice de

Massa Corporal (IMC) é adequado (X=21,35±3,73 sexo feminino e X=21,28 ±2,94

sexo masculino). No que se refere ao IMC, Almeida et al (2018) afirmam que o

exercício físico se relaciona diretamente com a medida do peso, podendo ter seu nível

reduzido com a prática de exercícios físicos que são efetivos no controle ponderal e

prevenção ou diminuição da obesidade. Embora a maioria dos alunos tenham

apresentado IMC normal, os estudantes do estágio “2” da adolescência (faixa etária

dos alunos pesquisados) podem ser falsos eutróficos, ou sejam, podem apresentar

alterações metabólicas que são fatores de risco para doenças cardiometabólicas

associadas ao estilo de vida inadequado.

O peso e estatura são duas variáveis úteis quando se examina as mudanças

no processo de crescimento nos adolescentes. No início da puberdade, a taxa de

crescimento do adolescente aumenta acentuadamente, logo após, sofre uma redução

exponencial, até que a altura total seja atingida, em média aos 16,5 anos para o sexo

feminino e 18 anos para o sexo masculino. Estas variáveis antropométricas sofrem

alterações significativas por volta de 12-14 anos em meninas e 14 anos em meninos.

Devido ao maior crescimento e também ao desenvolvimento muscular, nos

adolescentes do sexo masculino, o IMC não obteve diferença significativa em relação

ao sexo. (FRIGNANI et al., 2014)

A tabela 3 apresenta a caracterização dos adolescentes pesquisados quanto

ao nível de atividade física.

Tabela 3: Caracterização de adolescentes secundarista quanto ao nível de atividade física, expressos frequência relativa, em um município da Zona da Mata Mineira. Matipó-MG. 2018.

Variáveis Feminino (n=130)

Média (DP)

Masculino (n=119)

Média (DP)

p

Sedentário 17,7 23,5

0,017 Insuficientemente ativo 39,2 28,6

Ativo 30,8 22,7

Muito ativo 12,3 25,2

Fonte: dados coletados pelos pesquisadores

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Na tabela 3, a maioria dos adolescentes foram considerados insuficientemente

ativos, sendo cerca de 39,2 % do sexo feminino e 28,6% do sexo masculino.

Christofaro et al. (2017), em seu estudo, relatam que os adolescentes geralmente

possuem um nível de atividade física diretamente relacionado ao meio em que vivem,

podendo ser influenciados por hábitos de seus amigos e principalmente pelo estilo de

vida adotado por seus pais.

Sabe-se que, quando não se atinge os níveis recomendados de atividade física

semanal, a prevalência de doenças cardiometabólicas aumenta, especialmente

quando as pessoas possuem tempo de tela elevado. Assim, a tabela 4 e 5 apresentam

o tipo de tempo de tela e tempo destinado, nos estudantes investigados.

Tabela 4: Tempo de tela por adolescentes secundaristas em um município da Zona da Mata Mineira. Matipó-MG. 2018.

Variáveis Feminino (n=130)

%

Masculino (n=119)

%

p

Acesso a televisão (sim) 61,9 62,3 0,529

Acesso a videogame (sim) 23,8 59,5 <0,001

Acesso a computador (sim) 48,8 65,2 0,008

Fonte: dados coletados pelos pesquisadores

Na tabela 4, há diferenças estatísticas quanto o acesso ao videogame e ao

computador entre adolescentes do sexo feminino e masculino. Segundo Lucena et al.

(2015), isso pode ser decorrente da definição cultural do adolescente, sendo que a

maior prevalência dos estudantes do sexo masculino diante dos videogames e

computadores é devido ao fato de essas atividades serem um modo de interação entre

eles.

Tabela 5: Tempo de tela por adolescentes secundaristas em um município da Zona da Mata Mineira. Matipó-MG. 2018.

Variáveis Feminino (n=130)

Média (DP)

Masculino (n=119)

Média (DP)

p

Tempo de acesso à televisão (horas) 2,01 (2,79) 2,51 (5,08) 0,337

Tempo de acesso à videogame (horas) 0,62 (2,76) 1,87 (3,43) 0,002

Tempo de acesso a computador (horas) 0,95 (1,56) 2,50 (4,65) < 0,001

Fonte: dados coletados pelos pesquisadores

Quando comparados os estudantes, em relação às horas de tempo de tela,

verifica-se que o sexo masculino possui média superior ao feminino quanto ao acesso

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à videogame e computador. Para Lucena et al. (2015), o tempo de tela excessivo

ainda é um tema conflitante quando relacionado às doenças cardiorrespiratórias,

obesidade ou excesso de peso em adolescentes, pois reflete a falta de atividades

físicas e ao sedentarismo.

Além do sedentarismo e o tempo de tela, considera-se que o tempo sentado

também é um indicativo de aumento das prevalências de doenças cardiometabólicas.

Na tabela 5, é apresentado o tempo sentado em dias de semana e aos finais de

semana pelos estudantes.

Tabela 6: Tempo sentado de adolescentes secundarista em um município da Zona da Mata Mineira. Matipó-MG. 2018.

Variáveis Feminino (n=130)

Média (DP)

Masculino (n=119)

Média (DP)

p

Tempo sentado em dias de semana 5,05(5,19) 4,52(4,14) 0,381

Tempo sentado em dias de final de

semana 4,80(5,79) 8,11(5,59) 0,373

Fonte: dados coletados pelos pesquisadores

Os dados indicam que não há diferenças entre homens e mulheres quanto ao

tempo sentado, segundo a amostra investigada. Lucena et al (2015) relatam, também,

que a causa de maior impacto para o tempo sentado dos adolescentes é a causado

principalmente pelo mal hábito do tempo excessivo de tela, resultando

consequentemente em sedentarismo e estilo de vida inadequado gerando, por

exemplo, doenças cardiometabólicas.

Além dos fatores supracitados, considera-se que o consumo de alimentos

calóricos e gordurosos favorece o acometimento de doenças. A tabela 5 apresenta a

frequência de consumo alimentar, por grupo de alimentos, na amostra.

Tabela 7: Frequência alimentar, em valores médios em dias, de adolescentes secundarista em um município da Zona da Mata Mineira. Matipó-MG. 2018.

Grupos de alimentos Feminino Masculino

Média DP Média DP

Cereais, Pães e Massas (Arroz, Milho, Trigo, Aveia, Cevada)

5,50 2,50 5,11 2,70

Tubérculos (Batatas, Inhame, Mandioca) 2,36 2,39 2,29 2,44

Hortaliças e Leguminosas (Feijões, Ervilha, Verduras, Tomate, Pepino, Repolho, Chuchu, Couve-flor, Cenoura e Beterraba)

4,98 2,55 4,68 2,50

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Leite e Derivados (Queijos, Requeijão, Creme de Leite, Iogurte)

4,40 2,60 4,42 2,52

Açúcares e Doces (Achocolatados, Mel, Refrigerantes, Sorvetes)

3,95 2,65 3,96 2,48

Óleos e Gorduras (Frituras, Azeite, Manteiga, Margarina)

4,24 2,80 3,69 2,66

Condimentos (Molhos, Catchup, Mostarda, Maionese, Molho Inglês, Molho Shoyu)

2,46 2,35 2,21 2,30

Fonte: dados coletados pelos pesquisadores

De acordo com os dados obtidos, tanto o sexo feminino quanto o masculino

possuem um maior consumo de cereais, pães e massas; com média de 5,50

(DP=±2,50) dias por semana para o sexo feminino e de 5,11 (DP=±2,70) dias por

semana para o sexo masculino. Segundo Silva et al. (2015) estes alimentos

agregados ao consumo excessivo óleos e gorduras podem trazer consequências,

como as doenças cardiometabólicas, apesar do significativo consumo de hortaliças e

leguminosas realizado pelos alunos.

Silva et al. (2015) destacam em seu estudo, que, na maioria das vezes, o baixo

nível econômico é o fator que influencia o consumo de alimentos nutricionalmente

inadequados em grandes centros urbanos e o fato de possuir um menor preço é que

lidera seu consumo, mesmo em áreas de cultivos de produtos mais saudáveis, em

áreas mais distantes.

Em suma, diante dos dados apresentados, verifica-se que é importante que os

ambientes escolares adotem medidas de promoção da saúde e estilos de vida

saudável, bem como de prevenção às doenças cardiometabólicas. Embora os

adolescentes da pesquisa tenham apresentando, na sua grande maioria, o IMC dentro

do padrão normal, apresentaram, também, serem falsos eutróficos, pois possuem

índices significativos de doenças relativas ao estilo de vida inadequado.

Logo, a escola, por representar um local de aprendizado e troca de

experiências mútuas, deveria ter como um de seus objetivos a conscientização e a

promoção da saúde e de práticas apropriadas, oferecendo a oportunidade de novos

estudos e pesquisas. Dessa forma, o professor de Educação Física deve se incumbir

do desenvolvimento de programas que demonstrem aos estudantes a importância de

um estilo de vida saudável, fazendo com que as atividades relacionadas à uma boa

saúde estejam sempre presentes no cotidiano das escolas (MOREIRA et al., 2016)

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS:

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A presente pesquisa descreveu relações entre estilo de vida de adolescentes

do primeiro ano do Ensino Médio, sendo a amostra composta por alunos de uma

escola estadual de uma cidade da zona da mata Mineira, com idade adequada à

primeira fase da adolescência, período conhecido como o de maior risco de se obter

doenças metabólicas, por exemplo, comorbidades como diabetes e hipertensão

arterial, que estão relacionados ao estilo de vida.

Conclui-se que o ambiente escolar é propício para orientação dos adolescentes

quanto à adoção de estilo de vida saudável e, por conseguinte, a prevenção de

doenças cardiometabólicas. As doenças de maior prevalência entre os adolescentes

foram: colesterol (12,3% para o sexo feminino) e pressão arterial elevada (7,6%para

o sexo masculino). Referente aos familiares, as doenças de maior prevalência são

diabetes (60,0% sexo feminino e 34,5% sexo masculino) e pressão arterial elevada.

(62,3% sexo feminino e 45,4% sexo masculino).

O estilo de vida dos adolescentes participantes da pesquisa não demonstra

hábitos saudáveis, de acordo com os dados obtidos até o presente momento. A má

alimentação, o tempo de tela excessivo, o tempo sentado, os níveis de atividade física

e etc. refletem a influência do sexo dos adolescentes em relação às suas atitudes,

podendo também sofrer influência familiar, além das suas condições

socioeconômicas. Nota-se que adolescentes do sexo masculino passam por mais

tempo de tela, e com isso mais tempo sentado do que os adolescentes do sexo

feminino.

Assim, cabe às instituições e órgãos responsáveis promover sempre a

qualidade de vida, tendo em vista estudos relacionados e medidas cabíveis à

manutenção da saúde, como prática de atividade física, alimentação saudável e etc.

Diante do exposto, tem-se como limitação do estudo a amostra ser composta apenas

por alunos de uma faixa etária da adolescência, bem como ter sido utilizado

informações auto referidas. Logo, sugere-se que estudos futuros avaliem com

medidas diretas as variáveis antropométricas e de nível de atividade física, bem como

outros estágios da adolescência.

6. REFERÊNCIAS

ALMEIDA, R. L. et al. Efeito do exercício físico sobre a composição corporal em crianças e adolescentes. Semioses, Rio de janeiro, v.12, n.1, p. 46-55. Jan./Mar, 2018.

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Monografia/Graduação. FACULDADE DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO E SAÚDE – FACES. Centro Universitário de Brasília – UniCEUB VICTO, E. R. et al. Indicadores de estilo da vida e aptidão cardiorrespiratória de adolescentes. Revista Paulista Pediátrica, v.35, n. 1, p. 61-68. São Caetano do Sul-SP 2017 World Health Organization (WHO). Global recommendations on physical activity for health. Geneva: World Health Organization; 2010.

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ANEXOS Questionário

1-Nome:________________________________________________ 2-Série/Ano:_____ 3- Sexo: Feminino ( ) Masculino ( ) 4-Data de nascimento: ___/___/___ 5- Idade:___ 6-Bairro que reside:__________________________ 7 – Qual seu peso? _________ 8 – Qual sua estatura? ______ 8 - Você apresenta alguma doença como:

Não Sim Não sabe

Diabetes

Doenças do coração

Pressão alta

Colesterol alto

Triglicerídeos alto

9 - Seus pais/avós/irmãos apresentam/apresentaram alguma doença como:

Não Sim Não sabe

Diabetes

Doenças do coração

Pressão alta

Derrame (Acidente cerebrovascular)

Obesidade

10 – Na sua casa tem:

Posse de itens Quantidade

Televisão em cores

Rádio

Banheiro

Automóvel

Empregada mensalista

Máquina de lavar

Videocassete ou DVD

Geladeira

Freezer (aparelho independente ou parte da geladeira duplex)

11 - Grau de Instrução do chefe de família

Grau de Instrução chefe de família Marque a opção

Analfabeto/ Fundamental 1 Incompleto

Fundamental 1 Completo / Fundamental 2 Incompleto

Fundamental 2 Completo/ Médio Incompleto

Médio Completo/ Superior Incompleto

Superior Completo

QUESTIONÁRIO DE NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA E TEMPO DE TELA

12. Como você vai para escola? (1) A pé (2) de bicicleta (3) de carro ou transporte escolar

13. Como você volta da escola? (1) A pé (2) de bicicleta (3) de carro ou transporte escolar

14. Se vai a pé ou de bicicleta quanto tempo você gasta para chegar a escola? ______ minutos.

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15. Se vai de ônibus quanto tempo precisa andar até o ponto de ônibus? ________ minutos.

16. Você assiste televisão todos os dias? 1- ( )sim 2- ( ) não

17. Se respondeu sim à questão 16 quanto tempo você assiste televisão por dia? ___ horas___

minutos

18. Você joga videogame? 1-( ) sim 2- ( )não

19. Se respondeu sim a pergunta 18, diga quanto tempo joga por dia _____horas _____minutos

20. Você usa computador? 1- ( )sim 2- ( )não

21. Se respondeu sim à pergunta 20 diga quanto tempo usa por dia? _____horas _____minutos

22. Quanto tempo em média você costuma dormir por dia? _______ horas.

23. Você dorme durante o dia? 1- ( ) Sim 2- ( ) Não

24. Se respondeu sim à pergunta 23 informe quanto tempo? _________ horas.

25. Você participa de alguma escolinha, time ou treinamento desportivo? (desde que haja

treinador/professor). 1- ( ) Sim 2- ( ) Não

26.

Se respondeu sim à questão 20, informe qual esporte e a duração da atividade por semana.

Esporte:_____________________________.

duração por semana: ___ horas minutos_____ Há quanto tempo pratica?_______meses

27. Durante quantas horas diárias você brinca ativamente (joga futebol, corre, dança, nada, anda

de bicicleta, brinca de pique (etc.)?________ horas _______minutos.

International Physical Activity Questionnaire (IPAQ):

Nós estamos interessados em saber que tipos de atividade física as pessoas fazem como parte do seu dia a dia

As perguntas estão relacionadas ao tempo que voce gasta fazendo atividade física na última semana As perguntas incluem atividades que voce faz na escola, para ir de um lugar a outro, por lazer, por esporte, por exercício ou parte de suas ativiades em casa. Suas respostas são muito importantes. Por favor, responda cada questão mesmo que considere que não seja ativo. Obrigada pela sua participação Para responder as questões lembre que:

• atividades fisicas vigorosas são aquelas que precisam de um grande esforço físico e que fazem respirar muito mais forte que o normal.

• Atividades físicas moderadas são aquela que precisam de algum esforço físico e que fazem respirar um pouco mais forte que o normal.

Para responder as perguntas pense somente nas atividades que voce realiza pelo menos dez minutos continuos de cada vez. 1 a- Em quantos dias da ultima semana voce caminhou pelo menos dez minutos continuos em cas ou no trabalho, como forma de transporte para ir de um lugar para outro, por lazer, por prazer ou como forma de exercício? dias por semana________________________ ( ) nenhum 1 b- Nos dias em que voce caminhou por pelo menos dez minutos continuos quanto tempo no total gastou caminhando por dia? horas___________ minutos_____________. 2 a- Em quantos dias da ultima semana, voce realizou atividades moderadas por pelo menos dez minutos continuos, como por exempo pedalar leve na bicicleta, nadar, dançar, fazer ginástia aeróbica leve, jogar vôlei recreativo, carregar pesos leves, fazer serviços domestico na casa, no quintal ou no

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jardim como varrer, aspirar, cuidar do jardim ou qualquer atividade que faz aumentar moderadamente sua respiração ou batimentos do coração (NÃO INCLUA CAMINHADA) Dias___________ por semana ( ) nenhum 2 b- No dia em que voce fez essas atividades moderadas por pelo menos 10 minutos, quanto tempo você gastou fazendo essas atividades por dia? Horas ___________ minutos____________ 3 a- Em quantos dias da ultima semana você realizou atividades vigorosas por pelo menos 10minutos contínuos como por exemplo, correr, fazer ginastica aeróbica, jogar futebol, pedalar rapido na bicicleta,fazer serviços domesticos pesados, carregar pesos elevados ou qualquer tividade que faz aumentar muito sua respiração ou batimentos do coração. Dias __________ por semana ( ) nenhum. 3 b- Nos dias em que fez essas tividades vigorosas por pelo menos 10 minutos contínuos quanto tempo no total vocêgatou fazendo essas atividades por dia? Horas__________ minutos____________

Estas últimas perguntas são em relação ao tempo que você gasta sentado ao todo em casa, na escola, durante o tempo livre, fazendo lição de casa, visitando amigos, lendo e sentado ou deitado assistindo televisão, computador, vídeo game. Não inclua o tempo gasto sentado

durante transporte em ônibus ou carro.

4a- Quanto tempo por dia você fica sentado em um dia de semana? Horas:_______ Minutos:______ 4b- Quanto tempo por dia você fica sentado no final de semana? Horas:_______ Minutos:______ 4c- Quanto tempo você pratica atividade física por dia? Horas:_______ Minutos:______

Questionário de Consumo e Frequência Alimentar Resumido (Em Dias/Semana)

Grupo de Alimentos

Menos

que 1

dia

1

dia

2

dias

3

dias

4

dias

5

dias

6

dias

7

dias Nunca

Cereais, Pães e Massas

(Arroz, Milho, Trigo, Aveia,

Cevada)

Tubérculos (Batatas, Inhame,

Mandioca)

Tubérculos (Batatas, Inhame,

Mandioca)

Hortaliças e Leguminosas

(Feijões, Ervilha, Verduras,

Tomate, Pepino, Repolho,

Chuchu, Couve-flor, Cenoura e

Beterraba)

Leite e Derivados (Queijos,

Requeijão, Creme de Leite,

Iogurte)

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Açúcares e Doces

(Achocolatados, Mel,

Refrigerantes, Sorvetes)

Óleos e Gorduras (Frituras,

Azeite, Manteiga, Margarina)

Condimentos (Molhos,

Catchup, Mostarda, Maionese,

Molho Inglês, Molho Shoyu)

Quais refeições são realizadas por dia da semana:

Refeições Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo

Desjejum (Café da manhã)

Colação (Lanche da manhã)

Almoço

Lanche da Tarde

Jantar

Ceia

Total de Refeições

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NÍVEL DE APTIDÃO CARDIORRESPIRATÓRIA DE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO

DE UMA ESCOLA PÚBLICA ESTADUAL DE UM MUNICÍPIO DA ZONA DA MATA

MINEIRA

ACADÊMICAS: Luziane Piler Gonçalves; Pânala Gonçalves de Souza; Rosiane

Salgado Ferreira

ORIENTADOR: Prof. M. SC. Fábio Florindo Soares

LINHA DE PESQUISA: Saúde na Escola

RESUMO O objetivo do estudo foi verificar o nível de Aptidão Cardiorrespiratória de alunos do Ensino Médio de uma escola pública estadual da zona da mata mineira. A amostra foi composta por 100 indivíduos, sendo 52% do sexo masculino e 48% do feminino, que foram submetidos ao teste correr e caminhar - protocolo de Cooper (1977), em uma pista de atletismo semiolímpica (200 metros), sempre no período matutino. Os resultados indicam que 83% da amostra apresentam níveis de aptidão cardiorrespiratória, considerados insatisfatórios, para os parâmetros de Cooper (1982). Vale salientar que 33% da amostra do sexo masculino apresentaram níveis de aptidão cardiorrespiratória satisfatória, sendo que este fenômeno não foi observado em nenhum indivíduo do sexo feminino. Concluímos que podem existir indícios de baixos níveis de aptidão cardiorrespiratória em adolescentes em idade escolar. PALAVRAS CHAVE: aptidão cardiorrespiratória; atividade física; alunos; ensino médio.

1. INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas, a inatividade física tem se tornado mais frequente entre

jovens e adolescentes, devido à velocidade de crescimento dos avanços tecnológicos.

A consequência desta inatividade faz com que o ser humano se torne menos

dependentes de suas capacidades físicas, tendo como consequência principalmente

a diminuição da aptidão cardiorrespiratória (MATSUDO, 2001).

Pode-se definir a aptidão física como uma disposição de bem-estar motivada

por atividade física satisfatória, peculiaridades genéticas e adaptação nutricional

(GALLAHUE e OZMUN, 2005). O nível de aptidão física está relacionado com as

transformações fisiológicas e anatômicas dos indivíduos durante a vida, sendo

diretamente influenciada principalmente por questões hormonais, variando pela

quantidade, ou não, de atividades físicas (BERGMANN et al., 2005).

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A aptidão cardiorrespiratória é identificada como um bom fator da aptidão física,

visto que submete o organismo a suportar cargas físicas por um período prolongado,

podendo proporcionar melhora nos níveis fisiológicos. (COSTA et. al., 2000).

Segundo McArdle, Katch e Katch (2013), a capacidade física é a habilidade de

realizar exercícios dinâmicos, envolvendo grandes grupos musculares, em

intensidade de moderada a alta, por períodos prolongados, sendo assim, esse é um

dos componentes mais importantes da aptidão física.

O nível cardiorrespiratório é considerado como componente da aptidão física

que melhor descreve a capacidade dos sistemas cardiovascular e respiratório de

fornecer oxigênio durante uma atividade física contínua. O mesmo justifica sua

importância na medida em que se configura como um elemento chave para a aptidão

física referindo-se à saúde e a execução de esportes em geral, bem como com a

saúde cardiovascular em particular.

Segundo o American CollegeOf Sports Medicine (ACSM), (1991), os estudos

realizados demonstram associação significativa entre atividade física, aptidão

cardiorrespiratória e saúde.

Dessa forma, a questão norteadora deste estudo é: qual o nível de aptidão

cardiorrespiratório de alunos do ensino médio de uma escola pública estadual de um

Município da Zona da Mata Mineira?

Portanto, esta pesquisa objetiva verificar o nível de aptidão cardiorrespiratória

de estudantes do Ensino Médio de uma escola pública de um Município da Zona da

Mata Mineira.

Com esse estudo pretendemos contribuir para uma melhor compreensão da

importância da prática de atividade física para a melhoria da saúde e prevenção de

doenças cardiovasculares.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A inatividade física e os níveis baixos de aptidão física da população em geral

têm se tornado a cada década um problema de saúde pública, o que pode acarretar

inúmeras patologias.

Costa (2012) realizou uma pesquisa com alunos entre 11 e 13 anos tendo como

objetivo esquadrinhar os níveis de aptidão física relativa à saúde, conforme as

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características como, sexo e idade, aos critérios propostos pelo Projeto Esporte Brasil

(PROESP-BR). Conclui-se que, conforme as obras literárias existentes e o referencial

PROESP-BR, cerca de (90%) dos voluntários estão dentro dos padrões de aptidão

física, podendo ter um comprometimento mínimo em relação saúde e doenças

causadas pela falta de aptidão física relativa à saúde e, somente (10%) dos

voluntários, todos do sexo feminino, com baixos níveis de aptidão física.

Pelegrini et al., (2011), apontaram em seus estudos que 95% de crianças entre

7 e 10 anos, de ambos os sexos, de uma escola do interior do Rio Grande do Sul, não

obtiveram um estágio recomendado de aptidão física para serem considerados

saudáveis.

Deoclécio (2012) realizou um estudo objetivando detectar os níveis de aptidão

física relativa à saúde dos estudantes de 14 anos de idade, do ensino fundamental,

da Escola Sagrados Corações de Alto Paraíso, de Goiás. Os resultados deste estudo

apontaram que os escolares não atingiram o limite de zona saúde, como propõe o

PROESP-BR, mas que podem ser revertidos com a conscientização dos alunos, de

forma que os influencie a praticarem exercícios físicos.

Fonseca et al., (2010), investigou estudantes, de ambos sexos, entre 8 a 10

anos, avaliando o nível de aptidão física de cada aluno. O estudo apurou as variáveis

IMC, resistência aeróbia e força abdominal, adotando também o protocolo PROESP-

BR, onde se conclui que a maior parte da amostra apresentou valores menos elevados

dos preconizados.

Moreira et al., (2005) realizou um estudo que aponta que, entre 10 a 16 anos,

as crianças apresentaram maiores índices de gordura, tendo como maiores resultados

o sexo feminino entre 10 e 16 anos, com diferenças significantes a partir dos 11 anos,

sendo que, no sexo masculino, apresentaram níveis de aptidão cardiorrespiratória

superiores na comparação.

Bergmann et al., (2005) também realizou um estudo parecido com o anterior,

com escolares entre 7 a 17 anos, sendo 53% dos meninos e 66% das meninas que

mostraram menor alcance na aptidão física "Zona Saudável” de aptidão física,

apontando meninas com maior relação nessas idades. Isto ocorre, pois nessa idade

a menina está passando pelo o início da puberdade e o aumento de crescimento das

meninas nessa fase. Entretanto, neste estudo, 57,9% do grupo feminino, e apenas

50% do grupo masculino, estão dentro dos parâmetros (GALLAHUE e OZMUN 2005).

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Em nenhum dos estudos apontados neste levantamento foram pesquisados os

níveis de aptidão física em alunos do ensino médio, de ambos os sexos, em um

município de interior, utilizando o protocolo de Cooper (1977).

2.2. REFERENCIAL TEÓRICO

Bouchardet al., (1994) afirma que a aptidão física se refere à produção de um

desempenho físico bom em suas atividades diárias, podendo ser nas escolas, em

casa, ou em eventos esportivos. Já Guedes (1995) afirma que bons níveis de aptidão

física ajudam no funcionamento regular do organismo, ou seja, enquanto a atividade

física ocorre o organismo se une em grandes grupos de músculos protegendo-o de

doenças externas ou evitá-las.

Corroborando com Guedes (2002) um dos principais motivos de óbito é a

inatividade física, sendo que está relacionada com o aparecimento de várias

patologias. Dentro deste quadro é de fundamental importância o papel do profissional

de Educação Física, uma vez que este deve sempre estar alertando seus alunos para

a importância que a atividade física tem no seu cotidiano.

Os benefícios da aptidão física para a saúde estão cada vez mais evidenciados.

Vários pesquisadores, de diversas áreas, incluindo a Educação Física e a Medicina

do Exercício e do Esporte, pelos métodos de pesquisa epidemiológica, já

demonstraram que, tanto a inatividade física quanto a baixa aptidão física são

prejudiciais à saúde (ARAÚJO et al., 2000a)

Segundo Nahas (2003) para muitas pessoas iniciarem a prática da atividade

física e manter um ritmo saudável a fim de alcançar uma boa condição na aptidão

física é uma tarefa difícil, já que necessitam de esforço individual. Para que ocorra

uma melhoria nos níveis adequados de aptidão física nas sociedades urbanas

modernas é necessária uma forte motivação. Motivados, os indivíduos percebem os

diversos benefícios e notam como é de grande valor para a sua vida, superando as

dificuldades para realizar tais ações e quando as forças sociais oferecem mais

facilitadores do que barreiras.

Existem muitos benefícios no desenvolvimento da aptidão cardiorrespiratória

sobre a saúde, sendo eles: menor risco para doenças como hipertensão e diabetes,

redução da obesidade total e abdominal, melhora da saúde mental e corporal e um

bom caminho para aumentar a carga horária nas aulas de Educação Física. Além

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disso, a aptidão física está mais fortemente relacionada à prevenção da síndrome

metabólica do que a atividade física (DUMITH et al., 2010).

A aptidão cardiorrespiratória necessita das qualidades do coração, pulmões,

sangue e vasos sanguíneos e da capacidade das fibras musculares de utilizarem o

oxigênio transportado para produzir energia.

A aptidão cardiorrespiratória é definida como a eficácia dos sistemas

circulatório e respiratório de proporcionar oxigênio aos músculos durante o exercício

físico, de intensidade moderada a alta, envolvendo grandes grupos musculares, por

longos períodos. É considerado um importante marcador de saúde desde a Infância

até a adolescência. O baixo nível da aptidão cardiorrespiratória associa-se ao

aumento dos fatores de risco cardiovascular e à síndrome metabólica em jovens,

aumentando o risco cardiovascular quando forem adultos (MINATTO et al., 2016, p.

470).

Nahas (2003) afirma que no período da adolescência, os indivíduos passam

por modificações fisiológicas, afetando o organismo, de uma forma geral, que tende a

refletir-se na capacidade de esforço (SOBRAL, 1988).

A literatura especializada diz que a aptidão cardiorrespiratória aumenta com a

idade, sendo já observado na adolescência valores mais altos. De modo geral, em

uma mesma faixa etária, os valores declinam para o sexo feminino (GHORAYEB et

al., 1999).

O baixo nível de aptidão cardiorrespiratória está associado a um maior risco de

doenças cardiovasculares e de mortalidade por todas as causas, tanto em homens

quanto em mulheres (HASKELL et al., 2007).

Portanto, a avaliação da aptidão física e, principalmente, cardiorrespiratória,

tem um papel essencial na descoberta de algum caso que possa predispor a uma

doença, e servindo como alicerce dos programas de educação física, podendo

preservar uma saúde de boa qualidade. (SILVA et al., 2010, p. 1).

3. METODOLOGIA

Esta pesquisa descritiva foi realizada com alunos do ensino médio de uma

escola pública da cidade de Matipó, Minas Gerais. Segundo Gil, pesquisas descritivas:

Tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada

população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis. São

inúmeros os estudos que podem ser classificados sob esse título e uma das

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características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de

coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática (GIL, 2002, p.41-

42).

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2016), a

cidade de Matipó localiza-se no estado de Minas Gerais, na Zona da Mata Mineira.

Fundada em 17de dezembro de 1938, situada numa altitude de 615 metros e a 244

km quilômetros da capital. População estimada é de 17.639 habitantes e a base de

sua economia é agropecuária e cafeicultura.

Para a mensuração da aptidão cardiorrespiratória utilizamos o protocolo de

Cooper (1977), (teste de andar/correr de 12 minutos). Segue figura 1 com a

classificação do teste de Cooper 1982, com o nível de aptidão cardiorrespiratória no

teste de andar/correr durante os 12 minutos:

Figura 1: Classificação do nível de aptidão cardiorrespiratória no teste de andar/correr

Fonte: Cooper, 1982.

A pesquisa foi realizada durante os meses de fevereiro a julho de 2017. A

amostra foi composta por 100 estudantes do ensino médio, de ambos os sexos,

regularmente matriculados em uma escola pública estadual, de um município da Zona

da Mata Mineira, presentes no dia da execução do teste.

A coleta de dados ocorreu no período matutino na pista de atletismo

semiolímpica da Faculdade Vértice. A amostra foi orientada a realizar o teste de

acordo com o protocolo de correr e caminhar de Cooper (1977), sendo que cada

indivíduo deve correr ou caminhar, em pista demarcada, a maior distância possível

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em 12 minutos. A pista foi demarcada em distâncias de 50 em 50 metros para a melhor

visualização durante a execução do teste.

Após a coleta dados e da assinatura do Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (TCLE), as informações serão agrupadas por questões e tabuladas em

arquivo Excel versão 2016, apresentadas em forma de gráficos e tabelas.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os resultados e discussões desse estudo apresentam uma única etapa

quantitativa, organizada através de tabelas e gráficos. A idade média da amostra é

15,8 (DP=±1,1) anos para homens, e 16,2 (DP=±0,7) anos para mulheres.

Segue tabela 1 com a caracterização dos estudantes pesquisados:

Tabela 1: Caracterização dos estudantes secundaristas quanto a sexo, série e nível de aptidão cardiorrespiratória. Matipó-MG. 2018

Variável %

Sexo Feminino 48,00 Masculino 52,00 Série 1º ano 25,00 2º ano 34,00 3º ano 41,00 Nível de aptidão Muito fraca 66,00 Fraca 10,00 Média 7,00 Boa 5,00 Excelente 9,00 Superior 2,00

Fonte: elaborado pelos autores

De acordo com os dados da tabela 1, verifica-se que a maioria da amostra é do

sexo masculino (52,0%), o que segundo Dumith, Azevedo Junior e Rombaldi (2008)

pode influenciar nos resultados da aptidão física relacionada à saúde, ou seja, nos

resultados da aptidão cardiorrespiratória. Outro fator que pode apresentar diferenças,

segundo os autores, é a idade da amostra, o que pode ser observada na maior

proporção de alunos do terceiro ano (41,0%).

Procurando corroborar as influências do sexo e da série nos níveis de aptidão

(distância percorrida durante o teste), a tabela 2 apresenta a associação entre a

distância percorrida no Teste de Cooper pelos estudantes secundaristas.

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Tabela 2: Associação entre a distância percorrida no Teste de Cooper pelos estudantes secundaristas quanto ao sexo e série. Matipó-MG. 2018

Variável Distância percorrida p

Sexo Feminino 1398,96 (248,08)

< 0,001 Masculino 2219,25 (531,81) Série 1º ano 2170,04 (574,63) a

0,001 2º ano 1630,88 (457,72) b

3º ano 1776,83 (610,75) b

Fonte: elaborado pelos autores

Quanto à distância média percorrida durante o teste, observa-se que indivíduos

do sexo masculino apresentam valores superiores aos do sexo feminino, sendo esta

diferença estatisticamente significante (p<0,001). Desta forma, o nível de capacidade

cardiorrespiratória, conforme Cooper (1982), para os homens é considerado médio e

para mulheres, muito fraco. Tais resultados (sexo) corroboram com Dumith, Azevedo

Junior e Rombaldi (2008), contudo diferiram-se quando avaliados nas séries. Segundo

os autores, alunos mais velhos tendem a ter maior capacidade cardiorrespiratória, já

no presente estudo verificou-se que alunos do primeiro ano apresentaram valores

superiores que as demais séries.

Coledam et al.,(2016) afirmam que adolescentes em idade escolar praticam

poucos exercícios físicos de forma regular e o maior contato com os mesmos se faz

através das aulas de Educação Física, sendo esta insuficiente para proporcionar

níveis de aptidão cardiorrespiratória em grau satisfatório.

Segue gráfico 1 do nível de capacidade cardiorrespiratória em indivíduos de

ambos os sexos:

Gráfico 1: Nível de capacidade cardiorrespiratória em indivíduos de ambos os sexos. Matipó-MG. 2018 Fonte: elaborado pelos autores.

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Verifica-se no gráfico 1 que a maioria (76,0%) da amostra apresentam níveis

de capacidade cardiorrespiratória de “muito fraca” a “fraca”, sendo que somente

17,0% apresentam valores preconizados como ideais para uma boa saúde.

Segundo o ACSM (2000), a capacidade cardiorrespiratória é um dos

componentes da aptidão física relacionada a saúde que declina com o aumento da

idade, relatando que uma baixa capacidade cardiorrespiratória poderá desencadear

doenças crônicas degenerativas, o que pode ser confirmado na tabela 2. Entretanto,

uma boa capacidade cardiovascular melhora a aptidão física, interferindo de forma a

reduzir os declínios funcionais e contribuindo para um estilo de vida independente e

mais saudável.

O Gráfico 2 retrata o nível cardiorrespiratório da amostra, classificados por

sexo, segundo Cooper (1982).

Gráfico 2: Comparação do nível de aptidão física de estudantes secundaristas quanto ao sexo. Matipó-MG. 2018 Fonte: elaborado pelos autores.

Analisando o gráfico 2 observa-se que as mulheres apresentam em sua

totalidade níveis baixos de aptidão cardiorrespiratória “muito fraca” (85,50%) e “fraca”

(14,50%). Já os homens, 33% da mesma apresentam níveis de aptidão

cardiorrespiratória satisfatória, obtida e classificada através do teste de Cooper

(1982).

48,1%

7,7%13,5%

9,6%

17,3%

3,8%

85,4%

14,6%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

80,0%

90,0%

Muito fraca Fraca Média Boa Excelente Superior

Masculino Feminino

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De acordo com Silva et al., (2017) a inatividade física e o baixo nível de aptidão

física dos adolescentes têm contribuído para a diminuição da perspectiva de qualidade

de vida, ocasionando o aumento de patologias e mortes prematuras. Diante deste

quadro, para Pelegrini et al., (2017) as aulas de Educação Física escolar são

fundamentais na reversão deste processo, visto que, quando planejadas

adequadamente, apresentam uma ampla gama de ações para a promoção da saúde.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O principal objetivo deste estudo foi analisar o nível da capacidade

cardiorrespiratória dos alunos do ensino médio de uma Escola Pública Estadual de

um Município da Zona da Mata Mineira. Os resultados do presente estudo apontaram

que a maioria dos indivíduos foi classificada com um nível baixo de capacidade

cardiorrespiratória quando avaliados e classificados de acordo com protocolo de

Cooper (1982).

Os resultados indicam que 83% da amostra apresentam níveis de aptidão

cardiorrespiratória considerada insatisfatória segundo Cooper (1982). Vale salientar

que 33% da amostra do sexo masculino apresentaram níveis de aptidão

cardiorrespiratória satisfatória, sendo que este fenômeno não foi observado em

nenhum indivíduo do sexo feminino.

Concluímos através do presente estudo que os níveis de aptidão

cardiorrespiratória, em adolescentes em idade escolar, são influenciados pelo sexo e

série escolar. Recomenda-se a realização de estudos periódicos, abrangendo

diferentes regiões, a fim de comparar os indicadores de aptidão cardiorrespiratória da

população de adolescentes em idade escolar, para que possa servir como alicerce

para as políticas públicas a serem adotadas.

6. REFERÊNCIAS

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ANEXO I

FACULDADE VÉRTICE – UNIVÉRTIX

SOCIEDADE EDUCACIONAL GARDINGO LTDA. – SOEGAR

CURSO: LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA – 6º PERÍODO

Ficha de Coleta de Dados

Teste de Cooper

Q1-Data: Q5-Escola:

Q2-Tempo: Q6-Série:

Q3-Condição Climática: Q7-Sexo:

Q4-Horário:

Q8-Nome Q9-Idade Q10-Sexo Q11-Distância Q12-Aptidão

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ANEXO II

FACULDADE VÉRTICE – UNIVÉRTIX

SOCIEDADE EDUCACIONAL GARDINGO LTDA. – SOEGAR

CURSO: LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA – 6º PERÍODO

TERMO DE CONSENTIMENTO

Eu,___________________________________________________________,

brasileiro (a), residente na cidade de _________________________ declaro ter sido

procurado (a) pelos acadêmicos pesquisadoras LUZIANE PILER GONÇALVES,

PÂNALA GONÇALVES DE SOUZA e ROSIANE SALGADO FERREIRA para dar o

competente consentimento a fim de deixar os alunos a participarem do trabalho

investigativo para a disciplina Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) do curso de

Licenciatura em Educação Física da Faculdade Vértice – Univértix a ser conduzido

pelos citados acadêmicos.

Os acadêmicos, em reunião específica para esse fim, prestaram os

esclarecimentos sobre o objetivo do trabalho, cujo exame prévio pormenorizado foi

realizado, havendo, em especial, alertado para possíveis riscos em que poderá

incorrer o (a) signatário (a), ao participar desse trabalho, bem como esclareceu os

benefícios pessoais e sociais que o trabalho poderá trazer.

Além disso, os acadêmicos, ao discutirem as medidas que serão adotadas no

decorrer do trabalho, para protegerem a pessoa do (a) signatário (a), informaram da

impossibilidade de assegurar cem por cento de confidencialidade e anonimato. Após

o exame e os esclarecimentos prestados, foi-lhes dado o consentimento, inclusive

para posteriores publicações, na certeza de que os benefícios pessoais e sociais da

pesquisa serão maiores que os riscos que ela poderá oferecer.

Matipó, __________________ de________________________________de 2017.

______________________________________________

ASSINATURA DO(A) ENTREVISTADO(A)

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NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA DE TEMPO DE TELA DOS ESTUDANTES DO

ENSINO FUNDAMENTAL II

Acadêmicos: Ana Maria Mariano Gomes; Diana Lopes Batista Coelho; Maria José

Vidal da Silva

Orientador: Deyliane Aparecida de Almeida Pereira.

LINHA DE PESQUISA: Saúde na Escola

RESUMO: O presente estudo tem por objetivo avaliar o tempo de tela e o nível de atividade física de estudantes do Ensino Fundamental II, ressaltando o nível de sedentarismo em cidades distintas. Trata-se de um estudo quantitativo do tipo descritivo em que foram avaliados 216 alunos do Ensino Fundamental II, dos municípios de Abre Campo, Raul Soares e Rio Casca. O instrumento de coleta de dados foram: questionário sociodemográfico, questionário IPAq, recordatório de atividade diária e questionário de avaliação de tempo de tela. A idade média foi de 12,61 (DP=±1,27) anos e o tempo de sono de 7,68 (DP=±3,22). As formas de deslocamento para escola é transporte escolar e a pé (45,4% em ambos). A maioria não pratica atividades esportivas (67,4%) e utilizam cerca de 14,10 (DP=±21,36) horas por dia de aparelhos eletrônicos. O nível de atividade física foi classificado como sedentário a insuficientemente ativo para 24,8% dos homens e 22,9% das mulheres; e ativo a muito ativo para 27,6% homens e 24,8% para mulheres. Conclui-se que os alunos do ensino fundamental II possuem nível de atividade física consideravelmente bom, em contrapartida o tempo de tela está elevado, sendo fator de risco para doenças cardiometabólicas. PALAVRAS-CHAVE: tecnologia, sedentarismo, saúde, atividade física.

1. INTRODUÇÃO:

Sendo considerado atualmente um fator preocupante para a sociedade, o

sedentarismo juntamente com a tecnologia, tem causado muitas mudanças na vida

de várias crianças e adolescentes. Isso vem acontecendo porque as atividades que

envolvem grande movimentação como pular, correr e saltar estão sendo trocadas pela

TV, o videogame e os smartphones. Segundo a Organização Mundial de Saúde

(WHO, 2010) o sedentarismo é definido como a falta, ausência ou diminuição de

atividade física onde a ingestão de alimentos é maior que o gasto de energia e calorias

fazendo com que adquiramos hábitos sedentários em nosso cotidiano.

Carmo et al (2013) afirma que o estilo de vida sedentário associado ao uso

excessivo da tecnologia acarreta vários problemas de saúde, por exemplo, o

surgimento de doenças cardiometabólicas, tais como a hipertensão, diabetes,

obesidade, ansiedade, aumento do colesterol, infarto e entre outras. Ademais,

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acarreta prejuízos no desenvolvimento motor, psicológico e dificuldades de

socialização.

Nota-se tal cenário nos estudos de Rycerz et al (2014) , Paiva et al e Costa et

al (2015) eles afirmam que as brincadeiras de rua já não são mais frequentes nos dias

de hoje e nas escolas a situação tem se agravado, pois os alunos estão dependentes

dos professores para realizar atividade física. Benedito et al (2015), complementam

declarando que a idade escolar é o melhor período para o desenvolvimento da aptidão

física e para adoção de um estilo de vida mais ativo que tende a ser mantido na vida

futura.

Segundo Alves (2013), cabe ao Educador Físico orientar e acompanhar a

realização dessas atividades, pois a atividade física para as crianças e os

adolescentes deve ser alegre e prazerosa, para que se torne um hábito em sua vida.

As recomendações atuais, orientam que para reduzir e evitar demais problemas

cardiometabólicos, a prática frequente de atividades físicas de 3 a 5 vezes por

semana, durante 40 a 60 minutos, bem como a mudança nos hábitos alimentares

contribuem para aquisição de hábitos de vida saudável e minimização do risco de

desenvolvimento de doenças hipocinéticas (WHO, 2010).

Corroborando com Rycerz (2013)., a Educação Física Escolar tem sua

contribuição desde as séries iniciais, pois a mesma ao incentivar a prática regular de

exercício físico e adquirir hábitos saudáveis, incorpora-a a vida do indivíduo e este

hábito tende a perpetuar na idade adulta. Em contrapartida, o uso excessivo de

tecnologia contribui para que haja decréscimo na prática de atividades físicas, que

são essenciais para prevenção de doenças cardiometabólicas.

Diante do exposto tem-se a seguinte problematização: o nível de atividade

física está associado ao tempo de tela (comportamento sedentário)? Logo, o objetivo

é investigar a associação entre o nível de atividade física e o tempo de tela de

estudantes do Ensino Fundamental II.

Espera-se que esse estudo contribua para conscientização dos jovens e de

seus familiares em relação aos danos que podem ser causados pelo sedentarismo

devido as tecnologias, como resultado, tem-se maior predisposição de

desenvolvimento de doenças hipocinéticas e falta de socialização.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

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2.1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O sedentarismo é definido como a falta, ausência ou diminuição de atividade

física onde a ingestão de alimentos é maior que o gasto de energia e calorias (WHO,

2010). Torna-se importante a análise desse tema, pois tem-se observado mudanças

no comportamento e estilo de vida de diversas crianças e adolescentes devido aos

avanços tecnológicos, acarretando assim na diminuição dos níveis de atividades

físicas.

Guedes (2015) realizou uma pesquisa transversal para investigar a influência

da tecnologia para o sedentarismo de estudantes no ensino fundamental. Investigou-

-se 1.130 escolas públicas e privadas do ensino fundamental de São Luiz, MA. O meio

para alcançar os resultados foi através de questionários adaptados do Ipaq

(Questionário Internacional de Atividade Física). Os resultados expõem sobre o

exercício físico praticado e tempo consumido com algumas atividades ocupacionais.

Lourenço (2016) investigou o desenvolvimento infantil procurando

compreender a influência da tecnologia. Foram pesquisadas crianças de uma escola

pública na cidade de Monte Alto- SP. Foram pesquisados os benefícios e malefícios,

a forma como a tecnologia afeta as capacidades linguísticas, psicológica, motora, bem

como os ricos que trazem para a saúde. Os autores concluíram que uma das

alternativas é monitorar e orientar os alunos sobre os riscos do excesso, pois a

tecnologia usada de forma correta pode ajudar no aprendizado e trazer benefícios.

Mendes (2013) em estudo realizado com 40 alunos e profissionais de duas

faculdades no Ceará objetivou compreender como as novas tecnologias têm

influenciado para que as pessoas se tornem sedentárias, bem como a sua propagação

no trabalho e na vida social. A tecnologia trouxe vários benefícios, mas tem que ser

usada de forma correta, caso contrário pode fazer com que as pessoas se tornem

mais sedentárias.

Silva, Barreto e Cascão no ano de 2012 realizaram uma pesquisa em escolas

públicas e privadas na região de Mogi das Cruzes com crianças e adolescentes para

verificar a influência da tecnologia nos níveis de atividade física e analisar a

interferência destes aparelhos em relação a prática ou não de atividade física. O

instrumento de pesquisa foi o questionário do IPAq para obter dados quantitativos e

qualitativos que possibilitaram chegar à conclusão de que a influência tecnológica é

global e está presente nos hábitos de consumo e comportamento cotidiano onde a

utilização exagerada está levando a uma vida sedentária. Contudo cabe à Educação

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Física promover atividades recreativas e prazerosas principalmente nas escolas,

atividades estas que estimulem a vida ativa para assim proporcionar melhor qualidade

de vida. A tecnologia na sociedade contemporânea vem se tornando a referência de

lazer, trabalho e conhecimento nos dias atuais. Grande parte das crianças,

adolescentes e jovens está deixando de praticar atividades físicas recreativas,

atividades estas que exigem grande movimentação e gasto de energia, isso vem

reduzindo devido à evolução tecnológica.

Relatórios da Secretaria Executiva da Rede Nacional Primeira Infância (2014)

expõem como a tecnologia afeta o desenvolvimento e influencia nos níveis de

atividade física das crianças. Por meio de uma pesquisa comparativa compreendeu-

´-se que o uso indiscriminado da tecnologia traz graves riscos à saúde, causando

assim um comportamento sedentário. Diante disso, sugere-se que os dispositivos

tecnológicos sejam utilizados de forma educativa e recreativa para que assim seja

estimulada a prática de atividades físicas de forma lúdica e prazerosa para que desta

forma novos hábitos saudáveis levem a uma melhor qualidade de vida.

2.2. REFERENCIAL TEÓRICO

Atualmente o século XXI é considerado o período de maior manifestação

tecnológica, que tem contribuído para desenvolvimento rápido da inteligência e

construção de um vocabulário verbal enriquecedor para escrever coisas simples e o

uso de estruturas frasais mais complexas e outros aspectos (GUERRA, 2014).

Entretanto, observa-se aspectos negativos no âmbito da prática de atividade

física, ou seja, há aumento significativo da prevalência de hábitos sedentários,

especialmente em crianças e adolescentes. As atividades recreativas como

brincadeiras de roda, pique- pega, rouba bandeira, o mestre mandou, entre outras,

estão sendo deixadas de lado por causa da tecnologia que tem atraído a atenção

deste público.

O sedentarismo pode ser compreendido como falta, ausência ou diminuição de

atividade física Barreto et al (2013). Segundo Paiva e Costa (2015) de acordo com a

faixa etária há um maior índice no uso de recursos tecnológicos para divertimento e

lazer, especialmente celular, notebook, videogames, tablets e TV. Contudo, toda essa

evolução deixa pontos negativos na sociedade, principalmente os que dizem respeito

à saúde, como o aparecimento de doenças cardiometabólicas, a diabetes, infarto e

pressão alta decorrentes do sedentarismo.

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Sabe-se que a Educação Física Escolar pode ser uma estratégia para

minimizar estes efeitos, pois pode ser um dos meios para incentivar de forma criativa

e prazerosa a prática de atividades físicas principalmente na escola e no contra turno

escolar. Paixão e Regina (2014) afirmam que esta disciplina é responsável por

transmitir saberes da cultura corporal de movimento e quanto a necessidade de uma

vida ativa para desenvolvimento de aspectos motores, cognitivos e sócio afetivos; e

também que estes hábitos saudáveis se perpetuem na vida adulta.

Em suma, apesar das boas influências o impacto tecnológico também pode ter

impacto negativo, assim, cabe aos pais e responsáveis controlar o uso dessa

tecnologia na vida de seus filhos e fazer com que essa tecnologia atue de forma

positiva na vida de todos. Para isto, pode-se incentivar a realização de atividades

recreativas em ambientes educacionais e não educacionais.

3. METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa descritiva que foi realizada nas escolas, dos

municípios de Abre Campo, Raul Soares e Rio Casca. A pesquisa descritiva, segundo

Gil (2008) objetiva descrever as características de uma população, fenômeno ou de

uma experiência. Neste estudo, irá descrever as características da amostra quanto a

sexo, faixa etária, renda familiar, nível de atividade física e tempo de tela.

A amostra foi composta por estudantes do Ensino Fundamental II, regularmente

matriculados nos municípios supracitados, que aceitaram participar da pesquisa

assinando o Termo de Consentimento Livre, de esclarecimento e preenchimento dos

questionários.

Os instrumentos de coleta de dados foram:

• Questionário sociodemográfico - para caracterização

• Questionário IPAq (Questionário Internacional de Atividade Física) versão curta –

para avaliar o nível de atividade física. A Inatividade física será definido pelo não

cumprimento de pelo menos 60 minutos diários de atividade física moderada ou

vigorosa, conforme recomendações da Organização Mundial de Saúde (1998).

• Recordatório de atividade diária – para avaliar as atividades diárias

• Questionário de avaliação do tempo de tela – para avaliar o comportamento

sedentário, que diz respeito ao tempo gasto em uma semana habitual com base

no “tempo de tela”, obtido pela soma do tempo diário gasto com televisão,

computador, videogame e tablet. Assim, o sedentarismo será definido como tempo

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de tela maior que 120 minutos diários, conforme preconizado pela Academia

Americana de Pediatria (2011).

A coleta de dados foi realizada nos meses de maio e junho de 2018,

posteriormente foram digitados os questionários no programa Microsoft Excel e

realizada as análises estatísticas descritivas. Os resultados serão apresentados na

forma de tabela e gráficos.

4 – RESULTADOS E DISCUSSÕES

A amostra do presente estudo constou de 216 alunos, regularmente

matriculados no ensino fundamental II, com idade entre 10 à 14 anos de idade, que

responderam aos questionários relacionados ao tempo de tela e o nível de atividade

física. Os dados foram coletados em três cidades da Zona da Mata Mineira, a saber,

Abre Campo, Raul Soares e Rio Casca.

A tabela 1 apresenta a característica dos estudantes quanto a cidade de origem

e série que estão matriculados.

Tabela 1: Caracterização de estudantes do Ensino Fundamental II quanto a sexo, cidade de origem e série, expressos em frequência relativa. Matipó – MG. 2018

Variável %

Cidade de origem

Abre Campo 28,4

Raul Soares 33,5

Rio Casca 38,1

Série

6º ano 32,1

7º ano 34,9

8º ano 20,6

9º ano 12,4

Fonte: elaborado pelos autores

A Educação Física Escolar tem papel fundamental no processo de prevenção

do sedentarismo e de promoção da qualidade de vida. Na maioria das vezes o único

lugar que a criança ou o adolescente tem a oportunidade de praticar atividade física é

dentro da escola. Percebe-se então a importância da escola para a prática de

atividades e adoção de hábitos saudáveis na infância. Quando crianças e

adolescentes adotam a prática regular de exercícios físicos desde cedo, eles têm mais

chances de ter uma vida adulta ativa (RYCERZ, 2013).

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O sono é um fator muito relevante em toda vida do ser humano influenciando

na vida da pessoa, portanto ter um tempo de sono adequado à idade é muito

importante. Foi feita uma análise quantitativa do tempo em que cada aluno passa

dormindo e a idade desses alunos (tabela 2).

Tabela 2: Caracterização de estudantes do Ensino Fundamental II quanto a idade, tempo de sono, expressos em média e desvio padrão. Matipó – MG. 2018.

Variável Média (DP)

Idade 12,61 (1,27)

Tempo de sono 7,68 (3,22)

Fonte: elaborado pelos autores

Segundo a Academia Americana de Medicina do Sono (AASM), conforme a

idade aumenta, a necessidade de sono diminui, a exemplo disto, dos 6 aos 12 anos,

a recomendação cai para 9 a 12 horas, sendo que nas idades antecessoras, a

recomendação é de 11 a 14 horas. Os adolescentes de 13 a 18 anos devem dormir

de 8 a 10 horas por noite para manter a saúde em dia, sendo este número considerado

uma hora a mais em relação a diretriz da Fundação Nacional do Sono (PARUTHI et

al, 2016).

Segundo Paruthi et al (2016), o sono é essencial para a boa performance do

cérebro infantil em desenvolvimento, sendo que o sono insuficiente está associado a

risco aumentado de acidentes, diabetes, obesidade, problemas mentais e depressão.

Ademais, os autores afirmam que na adolescência há aumento do risco de

automutilação, pensamento suicida e tentativas de suicídio. Em contraponto, dormir

as horas adequadas em horários regulares está associado a melhores desfechos

incluindo: memória, comportamento, qualidade de vida, aprendizado, saúde física e

mental.

No que tange a saúde, verifica-se que o sono pode interferir diretamente no

nível de atividade física dos estudantes. No gráfico 1 é apresentado as formas de

deslocamento dos educandos até a escola.

Segundo Santos et al (2010), o deslocamento fisicamente ativo para escola

pode constituir uma importante fonte de atividade física diária. Segundo os autores,

evidências consistentes sugerem que a prática de atividades físicas nos

deslocamentos está intimamente associada a diversos desfechos relacionados à

saúde, como o aumento dos níveis gerais de atividade física, de aptidão

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cardiorrespiratória, manutenção da massa corporal e redução do risco de acidente

vascular cerebral isquêmico.

Gráfico 1: Formas de deslocamento para escola por estudantes do Ensino Fundamental II, expressos em frequência relativa. Matipó – MG. 2018. Fonte: elaborado pelos autores

Outro fator que contribui para redução dos fatores de risco cardiovascular é a

prática de atividade esportiva. No gráfico 2 são apresentadas as atividades esportivas

praticadas pelos discentes do ensino fundamental II.

Gráfico 2: Tipo de atividades esportivas realizadas por estudantes do Ensino Fundamental II, expressos em frequência relativa. Matipó – MG. 2018. Fonte: elaborado pelos autores

45,4

9,2

45,445,9

9,6

44,5

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

A pé Bicicleta Transporte escolar

Deslocamento para escola Retorno para casa

67,4

2,8

22,9

7,1

0

10

20

30

40

50

60

70

80

Não praticante

Academia/Ginástica/Caminhada

Futebol

Outros (Educação Física, Vôlei,queimada, peteca, natação,karatê,Bicicleta,Ciclismo)

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De acordo com Paiva e Costa (2015), o fato das crianças substituírem as

brincadeiras como: pega-pega, esconde-esconde, jogar bola e atividades que

envolvem movimento físico, por jogos eletrônicos (computadores e videogames)

podem comprometer a saúde física e psicológica, provocando o isolamento social.

Outro fato que merece atenção e que é desencadeado pelo estilo de vida inativo é o

fenômeno da obesidade, causado principalmente em função do sedentarismo

estimulado pelos dispositivos eletrônicos.

Gualano e Tinucci (2011) afirmam que a prática de exercícios físicos é um meio

de prevenção às diversas doenças crônicas, tais como: diabetes do tipo 2, hipertensão

arterial, artrite, osteoporose, obesidade, câncer, etc. Os autores afirmam que um

indivíduo sedentário não pode ser considerado saudável, logo, a prática de atividade

física é essencial à saúde, por ser uma opção barata e segura, se orientada por um

profissional de Educação Física. Embora a maioria da amostragem (67,4%) não

pratica esporte, os (67,0%) declaram que praticam atividade física em forma de

brincadeiras, fato que contribui para um estilo de vida ativa.

A tabela 3 apresenta o tempo gasto para prática de atividade física e o

comportamento sedentário da amostra.

Tabela 3: Atividade física e Comportamento Sedentário de estudantes do Ensino Fundamental II, expressos em média e desvio padrão. Matipó – MG. 2018

Variável Média (DP)

Tempo de prática de esporte (Horas) 3,70 (10,90)

Tempo de prática de esporte (meses) 1,72 (2,74)

Tempo de brincadeiras (Horas) 10,20 (14,63)

Tempo de tela

Televisão 6,83 (11,86)

Videogame 1,97 (1,99)

Computador 2,74 (7,28)

Tablet 1,57 (6,65)

Celular 14,10 (21,36)

Tempo sentado (dias de semana) 4,49 (3,56)

Tempo sentado (final de semana) 3,97 (4,49)

Fonte: elaborado pelos autores

Vários estudos apontam prevalências consideráveis de doenças relacionadas

ao sedentarismo na população. Este fato pode ser atribuído ao atual estilo de vida das

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pessoas, tais como: utilização demasiada de aparelhos eletrônicos (cerca de

14,10±21,36 horas por dia na amostra investigada), estudos excessivos, trabalho sem

esforço físico, maior oferta e consumo de produtos de alto valor energético. Torna-se

ainda mais preocupante em crianças e adolescentes, uma vez que é nesta fase, que

o indivíduo adquiri vários hábitos que tendem a permanecer na vida adulta. Assim,

fica evidente a importância de programas de intervenção alimentar e de exercícios

físicos, a fim de combater os malefícios provocados por este estilo de vida, nada

saudável (BARRETO et al, 2013).

Diante deste contexto, em que a sociedade se encontra, os grandes

prejudicados são as crianças e adolescentes em idade escolar, que estão se tornando

cada dia mais sedentários. Na amostra investigada, o tempo em que a criança e o

adolescente permanece sentado oscila de 4,49 (±3,56) horas a 3,97 (±4,49) horas em

dias de semana e aos finais de semana, respectivamente. Ao invés de saírem para

brincar nos parques, nas ruas ou nas quadras, eles passam o dia em frente à TV

(cerca de 6,83±11,86 horas), computadores (cerca de 2,74±7,28 horas), e celulares

(cerca de 14,10±21,36 horas), desfrutando desse conforto que a tecnologia

proporciona. Associada a este estilo de vida, grande parte das crianças e

adolescentes não se alimentam corretamente, o que pode provocar obesidade e

outras doenças crônicas não transmissíveis (RYCERZ, 2014). Tal situação, na

amostra investigada, pode ser influenciada pelo não controle do tempo de tela pela

maioria dos pais (57,8%).

No entanto, o uso indiscriminado da tecnologia pelas crianças provoca

desequilíbrio orgânico, isolamento do mundo real, despersonalização, ansiedade e

depressão, impedindo o desenvolvimento e amadurecimento afetivo, físico, cognitivo

e social das crianças (PAIVA; COSTA, 2015).

O gráfico 3 traz os resultados do nível de atividade física dos alunos pesquisados.

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Gráfico 3: Nível de atividade física de estudantes do Ensino Fundamental II, expressos em frequência relativa. Matipó – MG. 2018. Fonte: elaborado pelos autores

Verifica-se no gráfico 3 que o sedentarismo é maior em crianças e adolescentes

do sexo feminino (15,6%), já as maiores prevalências de alunos ativos (16,5%),

entretanto, são estudantes do sexo masculino possuem prevalências maiores quando

se referem ao nível de atividade muito ativo (13,8%). Santos et al. (2009), de maneira

geral, os meninos tendem a possuir maiores níveis de atividade física quando

comparados com as meninas, já existindo algum consenso na literatura de que esta

diferença pode ser explicada por fatores socioculturais.

Desde as idades mais precoces já é concebida a ideia de que homens e

mulheres possuem papéis diferentes na sociedade, sendo os homens mais

tradicionalmente caracterizados por tarefas voltadas ao trabalho e atividades manuais

enquanto as mulheres são caracterizadas para atividades familiares e tarefas

domésticas (SANTOS et al., 2009). Esta diferença nos níveis de atividade física pode

ainda ser maior quando o instrumento utilizado para avaliar a atividade física não

contempla atividades ocupacionais, tarefas domésticas, transporte ou atividades

familiares. No entanto, mesmo quando são utilizados métodos objetivos para avaliar

atividade física, os meninos são mais fisicamente ativos do que as meninas.

Oliveira (2015) afirma que educação física nos anos iniciais é indispensável,

pois é o momento propício para desenvolver coordenação motora, aspectos cognitivos

e afetivos. Além disso, sabe-se que os hábitos adotados na infância e na adolescência

tendem a se manter na vida adulta, a exemplo disto, a atividade física.

15,6

7,3

16,5

8,3

11

13,8 13,8 13,8

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

Sedentário Insuficientemente ativo Ativo Muito ativo

Feminino Masculino

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em suma, os dados apresentados demonstram que o nível de atividade física

é preocupante, pois embora as prevalências não sejam baixas, encontram-se alunos

com elevado tempo de telas, fator que pode trazer prejuízos para o desenvolvimento

desses alunos. Desse modo, cabe ao professor de Educação Física orientar os alunos

sobre os riscos que o uso indiscriminado da tecnologia pode trazer a eles, também

orientá-los sobre os grandes benefícios da pratica de esportes e atividades físicas

diárias. Ademais, deve-se falar nas aulas sobre os riscos causados pelo sedentarismo

que provem da falta de atividade física, bem como propor aulas diferenciadas e

descontraídas para que aumente a aderência à prática de atividades físicas e

esportivas no seu tempo de lazer.

Tem-se como limitações no presente estudo o fato de ter sido realizado em apenas

três municípios e escolas da Zona da Mata Mineira, assim, sugere-se que estudos

futuros avaliem as demais escolas e cidades.

6. REFERÊNCIAS

ALVES, Jairo. A importância das atividades lúdicas nas aulas de educação física no processo ensino aprendizagem. Ariquemes-RO, 2013. F.45 p.9-10. Monográfia/Trabalho de Conclusão de Curso II e no Curso de Licenciatura em Educação Física do Programa Pró-Licenciatura da Universidade de Brasília – Polo. BARRETO, A. B. R. et al. Obesidade e sedentarismo: fatores de risco para doença cardiovascular. Com. Ciências da Saude. Maringá, PR. v. 24, n. 4, pp. 375-384, 2013. DANTE, de Rose Jr.; Alessandro H. Nicolai Ré Et al. Esporte e atividade física na infância e na adolescência: uma abordagem multidisciplinar – 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. GUALANO, B; TINUCCI, T. Sedentarismo, exercício físico e doenças cronicas. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte. São Paulo. v.25,p. 37-43, dez. 2011. GUEDES, N. A influência da tecnologia para o sedentarismo de estudantes no ensino fundamental. 2015. Dissertação (conclusão de curso Ed. Física) - Faculdade de Ciências da Educação e Saúde Centro Universitário de Brasília-UniCEUB, Brasília, 2015. GUEDES, Natan. A influência da tecnologia para o sedentarismo de estudantes no ensino fundamental. Brasília, 2015.7p. Trabalho de conclusão de Curso apresentado como requisito parcial à obtenção do grau de Licenciatura em Educação

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Física pela Faculdade de Ciências da Educação e Saúde Centro Universitário de Brasília – UniCEUB. GUERRA, Raissa. Até que ponto a tecnologia faz mal a infância. Tecmundo. Disponível em: http:www.tecmundo.com.br/estilo-de-vida/32723-ate-que-ponto-a-tecnologia-faz-mal-na-infancia-htm. Acesso em:07 de out. de 2017. MENDES, C.; CUNHA, R.. As novas tecnologias e suas influências na prática de atividade física e no sedentarismo. Saúde, Humanas e Tecnologia, Crato, v.1, n. 1, p. 1-23, junho. 2013. OLIVEIRA, Elvis. Análise do processo de educação física e sua influência na formação e desenvolvimento dos alunos das primeiras séries do ensino fundamental (1°- 5° ano) uma revisão. Ariquemes-RO, 2015. F.32 p.11-12. Monografia/Graduação. Educação Física da Faculdade de Educação e Meio Ambiente – FAEMA. PARUTHI, Shalini, MD, et al. Quantidade recomendada de sono para populações pediátricas: uma declaração de consenso da Academia Americana de Medicina do Sono. Journal of clinical sleep medicine, v. 14, n. 08, 2016. Disponível em: http://dx.doi.org/10.5664/jcsm.5866. Acesso em 05.set.2018 as 15:14h. RYCERZ,L. Atividade Física e saude na educação física escolar. Revista Digital Efdeportes. Buenos Aires. v. 19, n.197, out.2014. Disponível em http://www.efdeporttes.com/. Acesso em: 16/04/2015. SANTOS, Carla Menêzes. et al. Prevalência e fatores associados à inatividade física nos deslocamentos para escola em adolescentes. Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde v.26, n. 07, p. 13-20, 2009 Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/csp/v26n7/21.pdf acesso em 05.set.20018 as 15:29. SANTOS, Marina Silva. et al. Prevalência de barreiras para a prática de atividade física em adolescentes. Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde, Curitiba v.2, p. 14, 2009. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbepid/v13n1/09.pdf . Acesso em: 05. Set.2018. SCHAFRANSKI, Elvio. Os desafios da escola pública paranaense na perspectiva do professor Produções Didático Pedagógicas. Curitiba Volume III, Cadernos PDE set 2013.

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FACULDADE VÉRTICE – UNIVÉRTIX

SOCIEDADE EDUCACIONAL GARDINGO LTDA. – SOEGAR

Pesquisa: NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA DE TEMPO DE TELA DOS ESTUDANTES

DO ENSINO FUNDAMENTAL II

QUESTIONÁRIO DE NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA E TEMPO DE TELA DO

ENSINO FUNDAMENTAL II

Pesquisadores: Ana Maria Mariano Gomes, Diana Lopes Batista Coelho, Maria José Vidal da Silva Orientadora: Dnt. Deyliane Aparecida de Almeida Pereira

Q1-Nome:__________________________________________________ Q2- Sexo: F( 1 ) M ( 2 ) Q3-Data de nascimento: __/__/__ Q4-Idade:_________ Q5-Cidade:__________________________ Q6-Escola:_________________________

Q7 Como você vai para escola? (1) A pé (2) de bicicleta (3) de carro ou transporte escolar

Q8 Como você volta da escola? (1) A pé (2) de bicicleta (3) de carro ou transporte escolar

Q9 Se vai a pé ou de bicicleta quanto tempo você gasta para chegar a escola? ______ minutos.

Q10 Se vai de ônibus quanto tempo precisa andar ate o ponto de ônibus? ________ minutos.

Q11 Você assiste televisão todos os dias? 1- ( )sim 2- ( ) não

Q12 Se respondeu sim a questão 11 quanto tempo você assiste televisão por dia? ___ horas___

minutos

Q13 Você joga videogame? 1-( ) sim 2- ( )não

Q14 Se respondeu sim a pergunta 13, diga quanto tempo joga por dia _____horas _____minutos

Q15 Você usa computador? 1- ( )sim 2- ( )não

Q16 Se respondeu sim a pergunta 15 diga quanto tempo usa por dia? _____horas _____minutos

Q17 Quanto tempo em média você costuma dormir por dia? _______ horas.

Q18 Você dorme durante o dia? 1- ( ) Sim 2- ( ) Não

Q19 Se respondeu sim a pergunta 18 informe quanto tempo? _________ horas.

Q20 Você participa de alguma escolinha, time ou treinamento desportivo? (desde que haja

treinador/professor).

Q21

Se respondeu sim a questão 20, informe qual esporte e a duração da atividade por semana.

Esporte:_____________________________.

duração por semana: ___ horas minutos_____ Há quanto tempo pratica?_______meses

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Q22 Durante quantas horas diárias você brinca ativamente (joga futebol, corre, dança, nada, anda

de bicicleta, brinca de pique (etc)?________ horas _______minutos.

Avaliação do comportamento sedentário medido pelo tempo de tela,

Segundo Barros e Nahas (2003). Nome: _______________________________________________________ Escola: _______________________________________ serie/ano________ Data de nascimento: ____/____/____ Idade:______ Sexo: M ( ) F ( ) 1- Na sua casa tem aparelhos de televisão, televisão por assinatura ou antena parabólica, videogame

para utilização no televisor e computador? ( )Não ( )Sim

Especifique:_________________________________________________

2- Alguém controla o tempo que você passa assistindo televisão, ou mexendo no celular ou

computador? ( )Não ( ) Sim

3- Você pratica atividade física frequentemente? ( ) Não ( ) Sim

Especifique ______________________________________________

Dia da semana 1° dia 2° dia 3° dia 4° dia 5° dia 6° dia 7° dia 8° dia

Tempo de tela

Televisão

Vídeo game

Computador

Tablet

Celular

International Physical Activity Questionnaire (IPAQ):

Nós estamos interessados em saber que tipos de atividade física as pessoas fazem como parte do seu dia a dia

As perguntas estão relacionadas ao tempo que voce gasta fazendo atividade física na ultuma semana As perguntas incluem atividades que voce faz na escola ou no trabalho, para ir de um lugar a outro, por lazer, por esporte, por exercício ou parte de suas ativiades em casa ou no jardim Suas respostas são muito importantes. Por favor, responda cada questão mesmo que considere que não sejaa ativo. Obrigada pela sua participação Para responder as questões lembre que:

• atividades fisicas vigorosas são aquelas que precisam de um grande esforço físico e que fazem respirar muito mais forte que o normal.

• Atividades físicas moderadas são aquela que precisam de algum esforço físico e que fazem respirar um pouco mais forte que o normal.

• Para responder as perguntas pense somente nas atividades que voce realiza pelo menos dez minutos continuos de cada vez.

1 a- em quantos dias da ultima semana voce caminhou pelo menos dez minutos continuos em cas ou no trabalho, como forma de transporte para ir de um lugar para outro, por lazer, por prazer ou como forma de exercício? dias por semana________________________ ( ) nenhum 1 b- nos dias em que voce caminhou por pelo menos dez minutos continuos quanto tempo no total gastou caminhando por dia?

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horas___________ minutos_____________. 2 a- em quantos dias da ultima semana, voce realizou atividades moderadas por pelo menos dez minutos continuos, como por exempo pedalar leve na bicicleta, nadar, dançar, fazer ginástia aeróbica leve, jogar vôlei recreativo, carregar pesos leves, fazer serviços domestico na casa, no quintal ou no jardim como varrer, aspirar, cuidar do jardim ou qualquer atividade que faz aumentar moderadamente sua respiração ou batimentos do coração(NÃO INCLUA CAMINHADA) Dias___________ por semana ( ) nenhum 2 b- no dia em que voce fez essas atividades moderadas por pelo menos 10 minutos, quanto tempo você gastou fazendo essas atividades por dia? Horas ___________ minutos____________ 3 a- em quantos dias da ultima semana você realizou atividades vigorosas por pelo menos 10minutos contínuos como por exemplo, correr, fazer ginastica aeróbica, jogar futebol, pedalar rapido na bicicleta,fazer serviços domesticos pesados, carregar pesos elevados ou qualquer tividade que faz aumentar muito sua respiração ou batimentos do coração. Dias __________ por semana ( ) nenhum. 3 b- nos dias em que fez essas tividades vigorosas por pelo menos 10 minutos contínuos quanto tempo no total vocêgatou fazendo essas atividades por dia? Horas__________ minutos____________

Estas últimas perguntas são em relação ao tempo que você gasta sentado ao todo em casa, na escola, durante o tempo livre, fazendo lição de casa, visitando amigos, lendo e sentado ou deitado assistindo televisão, computador, vídeo game. Não inclua o tempo gasto sentado

durante transporte em ônibus ou carro.

4a- Quanto tempo por dia você fica sentado em um dia de semana? Horas:_______ Minutos:______ 4b- Quanto tempo por dia você fica sentado no final de semana? Horas:_______ Minutos:______ 4c- Quanto tempo você pratica atividade física por dia? Horas:_______ Minutos:______

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PRÁTICA DA MODALIDADE ATLETISMO NO CONTEXTO ESCOLAR

ACADÊMICOS: Guilherme Rolim Campos; Raissa Ferreira Moreira; Samuel de Sousa

Martins

ORIENTADOR: Prof. Ms. Fábio Florindo Soares

LINHA DE PESQUISA: Manifestações esportivas

RESUMO: Este estudo teve com objetivo avaliar como é a prática da modalidade Atletismo no contexto escolar no município de Raul Soares, Minas Gerais. A amostra foi composta por 100 indivíduos, de ambos os sexos, alunos do 1o ao 3o anos do ensino médio, do turno matutino de uma escola pública da cidade de Raul Soares-MG. Os resultados indicam que, a maioria dos participantes da pesquisa, pouco praticam o Atletismo no contexto escolar, devido ao pequeno número de aulas e, em muitos casos, a não inexistência deste conteúdo. Em relação à importância e benefícios da prática do Atletismo, os alunos destacam aspectos fisiológicos e psicológicos como principais pontos frisados. Os pesquisados relatam que o principal motivo da não difusão do Atletismo escolar é devido à falta de infraestrutura física e apoio institucional. Conclui-se que a prática do Atletismo é pouco difundida no contexto escolar. PALAVRAS-CHAVE: Contexto Escolar; Atletismo

1. INTRODUÇÃO

A escola é o ambiente primordial para a construção do conhecimento com seus

diversos conteúdos, entre os quais, inclui-se a Educação Física. A Educação Física

Escolar é uma disciplina cujo objetivo é a difusão dos conteúdos da cultura corporal e

de movimento (SOARES et al., 1992). Uma das atividades sugeridas nos PCN’s

(Parâmetros Curriculares Nacionais) da Educação Física (BRASIL, 1998) é o

Atletismo, com objetivo de desenvolver capacidade física e psicomotoras e sociais dos

educandos.

De acordo com Schmolinsk (1992), o Atletismo é um esporte primordial na

educação física escolar, pois utiliza as habilidades naturais do ser humano, como:

marchar, correr, saltar e lançar objetos à distância, que desde a antiguidade eram

utilizados por todos os povos do mundo. “Entretanto, é um conteúdo pouco difundido

e trabalhado nas aulas de Educação Física Escolar” NETTO (2008, p.16). E quando

é explorado se limita a poucas modalidades como as corridas e, às vezes, aos saltos

(MARQUES e IORA, 2009).

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Segundo Rosa (2011), o Atletismo como modalidade esportiva pode ajudar o

professor de educação física a desempenhar um trabalho exitoso na escola, além de

desenvolver aptidões físicas (força, agilidade, flexibilidade e resistência), psicológicas

(tomada de decisões) e noção espaço-temporal, pode ser praticado por todos e

adaptado à infraestrutura da escola. Diante do exposto, a questão eixo do estudo é:

como o Atletismo está sendo trabalhado e praticado no contexto escolar?

Esta pesquisa tem como objetivo avaliar como é a prática da modalidade

Atletismo no contexto escolar no município de Raul Soares, Minas Gerais. Pretende-

se contribuir para análise e compreensão da prática do Atletismo no contexto escolar,

identificando possíveis fragilidades e potencialidades no ensino da modalidade, por

fim, direcionar ações educacionais em relação a sua prática no âmbito escolar.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O Atletismo pode ser considerado como uma das mais antigas modalidades

esportivas do mundo, visto que requer ações básicas e naturais do movimento

humano. A prática do mesmo no contexto escolar deve servir de alicerce na formação

das capacidades motoras do individuo.

Netto (2008) em estudo realizado sobre o conhecimento do conteúdo Atletismo

na educação física escolar apresenta a forma com que o Atletismo deve ser trabalhado

e abordado. Foi realizada uma pesquisa direta, de cunho qualitativo e quantitativo em

forma de pesquisa de campo na qual teve como meio de obtenção de dados. Para

isto, o autor utilizou dois testes físicos básicos para fundamentar a tese do “pré-

Atletismo”, que é composto por gestos motores básicos (correr, saltar e lançar), e por

maior codificação dos movimentos básicos, em segundo momento. O Atletismo faz

parte do âmbito da Educação Física Escolar trazendo o conhecimento através da

prática e fazendo com que os alunos adquiram, não somente experiências para uma

atividade esportiva no âmbito escolar e sim, para o domínio da vida.

Matthiesen (2003) e Gomes (2008) abordam razões distintas do porquê do

Atletismo não ser trabalhado nas escolas, dentre elas envolvem situações que são

nítidas no dia-a-dia escolar e no cotidiano. Os autores expõem que muitos o deixam

de lado por não saberem como abordá-lo, até pela falta de infraestrutura e quando o

abordam esquecem aspectos históricos e visam apenas o rendimento. Notamos que

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hoje em dia é difícil trabalhar o Atletismo como um todo e por isso poucos o abordam

da maneira correta, e muitas das vezes nem o abordam e deixam os alunos sem até

mesmo terem noção de seu conhecimento histórico cultural.

Marques e Iora (2009) afirmam que os acadêmicos se limitam superficialmente

no Atletismo competitivo, baseado apenas em saltos. É comum vermos hoje em dia

professores que só visam vencer e muitas das vezes não passam valores éticos e

morais que são indispensáveis, assim como a melhoria das habilidades naturais que

são elementos fundamentais trabalhados com o Atletismo.

Miranda (2007) aborda que a pedagogia ou até mesmo a abordagem

pedagógica pode auxiliar nas diversas vivências propostas a serem trabalhadas, com

o uso do Atletismo, sendo as crianças e jovens os principais alvos. Ele sugere que

sejam abordados, de forma lúdica, os esportes, jogos, danças e outros; além de

abarcar a expressão corporal em si como forma de linguagem.

Schmolinsky (1992) declara que o professor pode, por meio de várias formas

de abordagens, mas de preferência com exemplos, para a melhor compreensão,

desde que promova uma ampla vivência aos seus alunos, incluindo o conhecimento

histórico e o aprimoramento das valências físicas básicas como: força, velocidade,

resistência, flexibilidade, extensibilidade, agilidade, etc.

Em nenhum dos estudos apresentados até aqui os autores realizaram as

pesquisas analisando a prática da modalidade Atletismo no contexto escolar.

2.2 REFERENCIAL TEÓRICO

O Atletismo é um conjunto de modalidades desportivas que se originou na

antiguidade, e desde então está presente nos jogos olímpicos. Porém, no Brasil o

Atletismo nunca se firmou como um esporte de relevância por falta de campos, pistas,

equipamentos adequados e por falta de profissionais de Educação Física capacitados

e especializados nessa prática. Outro fator de extrema importância para o Atletismo

não ser aderido nas escolas é a falta de incentivo que deveria ocorrer desde o inicio

da vida escolar das crianças (MIANI, 2009).

O Atletismo é considerado esporte base, sendo de grande importância para as

crianças que se encontram na fase escolar e desenvolvendo as capacidades e

habilidades inerentes aos seus conteúdos, que servem de suporte para outras

modalidades desportivas. Este fato torna-se evidente observando a dificuldade que as

crianças têm em desenvolver de maneira coordenada os movimentos de arremessar

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objetos, saltar e correr. No processo de aprendizagem motora, uma das finalidades

de estudo da Educação Física é compreender o desenvolvimento das crianças com

intuito de expor suas habilidades e capacidades motoras coordenativas (MIANI, 2009).

Meinel (1984), afirma que o processo da formação de personalidade é um

processo básico na vida do ser humano. Podemos citar, por exemplo, os animais, que

aprendem a movimentar-se conforme o ambiente em que vivem, através da

observação de seus semelhantes e permanecem com aquele padrão por toda a vida.

Os humanos, enquanto criança tem seus movimentos naturais básicos, observando

os mais velhos, porém, tais movimentos podem sofrer mudanças quando estes são

direcionados a uma vivência específica como uma modalidade desportiva.

Ainda em consonância com o autor, na iniciação ao Atletismo como um esporte

de base, compreende-se que o processo de aprendizagem nas escolas deverá ocorrer

como direcionamento e conhecimento dos movimentos corporais, auxiliando no

processo de aquisição das valências físicas de base e contribuindo para o crescimento

e melhora da mesma.

Por isso, a aprendizagem motora na fase escolar, principalmente os

movimentos sensoriais, encontra-se em primeiro plano. Por meio deste processo,

normalmente é muito complicada a iniciação de movimentos, visto que os princípios

necessários à aprendizagem são diversificados levando em consideração a

individualidade de cada ser humano. Para cada modalidade esportiva percebem-se

os diferentes movimentos realizados pelas crianças.

Hildebrandt e Laging (1986) afirmam que as transformações na modalidade

esportiva Atletismo, em um ponto de vista prático, podem apresentar certas

dificuldades. Inicialmente, não se pode pensar que isso significa a redução de um

modo correto da prática. Trata-se de uma mudança de concepção, tanto no ensino

quanto no esporte e na maneira como é visto pela sociedade.

Kunz (1991) existem mudanças importantes a serem aplicadas na prática

escolar. Por isso, é indispensável que o professor de Educação Física faça uma

analise do seu método de ensino, tendo o Atletismo como exemplo, que trará um

grande desenvolvimento no contexto escolar, considerando o objetivo do conteúdo e

o método de ensino utilizado nas aulas de Educação Física.

Sousa (apud KUNZ, 1998), as práticas tradicionais do Atletismo, como correr,

saltar e arremessar são utilizadas como uma base para mudanças didáticas

pedagógicas. Contudo, seus métodos devem conter múltiplos e diversos campos de

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experiências e aprendizagem para os alunos e não apenas modelos padronizados na

execução dessas atividades.

3. METODOLOGIA

Esta pesquisa descritiva foi realizada com alunos do ensino médio de uma

escola pública da cidade de Raul Soares, Minas Gerais. Segundo Gil (2010),

pesquisas descritivas:

Tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada

população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis. São

inúmeros os estudos que podem ser classificados sob esse título e uma das

características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de

coleta de dados, tais como o questionário e a, observação sistemática (GIL, 2010,

p.41-42).

Visando compreender a prática do Atletismo no contexto escolar foi aplicado a

100 alunos, do 1o ao 3o ensino médio, do turno matutino, um questionário fechado

contendo 17 questões em visita in loco, durante as aulas de Educação Física em uma

escola pública da cidade de Raul Soares, em alunos de ambos os sexos do ensino

médio durante os meses de maio a agosto de 2018.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (IBGE, 2017),

a cidade de Raul Soares localiza-se no estado de Minas Gerais, na Zona da Mata

Mineira. Foi fundada em 19 de dezembro de 1924. Localizada numa altitude de 294

metros e a 294 km quilômetros da capital. Sua população estimada é de 24.408

habitantes e a base de sua economia é a agropecuária e cafeicultura.

Após a coleta de dados e da assinatura do Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (TCLE), as informações serão agrupadas por questões e tabuladas em

arquivo Excel versão 2016, apresentadas em forma de tabela e gráficos.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os resultados e discussões desse estudo apresentam uma única etapa

quantitativa, organizada através de tabelas e gráficos. A tabela 1 apresenta as

características sociodemográficas dos escolares, sendo a idade média de 16,52

(DP=±1,09) anos e o tempo médio a qual estuda na escola de 2,58 (DP=±1,75).

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Tabela 1: Características sociodemográficas da população investigada, tempo a qual estuda na escola, Raul Soares-MG 2018.

Características %

Sexo

Feminino 47,0

Masculino 53,0

Idade

15 anos 22,0

16 anos 25,0

17 anos 35,0

18 anos 15,0

19 anos 3,0

Tempo a qual estuda nesta escola

Menos de 1 ano 14,0

1 ano 15,0

2 anos 24,0

3 anos 31,0

5 ou mais anos 16,0

Fonte: elaborado pelos autores

Analisando a tabela 1, verificamos que a maioria (53,0%) da amostra é de

indivíduos do sexo masculino, idade de 17 anos (35,0%) e 24,0% relatam estudarem

nesta escola há pelo menos 2 anos.

A tabela 2 retrata a participação e percepção dos alunos quanto à prática do

Atletismo no contexto escolar, assim como sua inserção no currículo escolar.

Tabela 2: O Atletismo como parte do currículo da disciplina Educação Física, participação do Atletismo na escola e percepção quanto às aulas de Atletismo. Raul Soares-MG. 2018.

Questões %

Atletismo faz parte do currículo de Educação Física da sua Escola Sim 61,0 Não 39,0 Participação dos alunos nas aulas de Atletismo na escola Sim 56,0 Não 44,0 Percepção quanto às aulas de Atletismo Interessantes 15,0 Divertidas 20,0 Monótonas 2,0 Criativas 1,0 Chatas 6,0 Boas 23,0 Não deveria existir 2,0 Não existem aulas de Atletismo 31,0

Fonte: elaborado pelos autores

Na tabela 2, observa-se que a maioria (61,0%) da amostra afirma que o ensino

do Atletismo faz parte do currículo da disciplina Educação Física e 56,0% participam

da aula. Quanto à percepção das aulas de Atletismo, os alunos as classificam como

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interessantes (15,0%), boas (23,0%) e divertidas (30,0%), entretanto 31,0% relatam

inexistência de aulas de Atletismo.

O ensino de Educação Física na escola é marcado por uma dura dualidade:

uma parte dos alunos gosta e percebe a importância das aulas e, por outro, uma

grande parcela as classifica como: monótonas, chatas e inúteis (BETTI; LIZ, 2003).

Para superar esta concepção, Kunz (2014) afirma que é necessário variar as diversas

formas do ensino do Atletismo, para que os alunos ampliem a percepção da

importância deste conteúdo.

Na tabela 3 são abordados o interesse e. a frequência de participação dos

alunos em relação a prática do Atletismo em um período anual.

Tabela 3: Interesse dos alunos em relação ao conteúdo Atletismo e Frequência de participação do Atletismo nas aulas de Educação Física em um período anual. Raul Soares 2018.

Interesse dos alunos em relação ao conteúdo Atletismo %

Todos participam. 3,0 A maioria dos alunos participa. 54,0 A minoria dos participa das atividades. 11,0 Ninguém participa. 1,0 Não existem aulas de Atletismo. 31,0

Fonte: elaborado pelos autores

Na tabela 3, verifica-se que a maioria da amostra relata participar das aulas de

Atletismo escolar, apesar dos alunos apresentarem frequência de participação inferior

a menos de 10 aulas anuais (33,0%). Vale salientar que 31,0% afirmaram que não

existem aulas de Atletismo.

Segundo Daolio (1995), é necessário buscar novas metodologias para valorizar

a disciplina na sociedade e dentro das unidades escolares. Os professores precisam

atualizar-se constantemente para que suas aulas atendam às verdadeiras

necessidades dos alunos e, não promoverem a evasão na disciplina, aumentando

assim a capacidade cognitiva e motivacional dos alunos.

Corroborando com Mota e Silva (2015), o Atletismo deve ser ministrado dentro

das unidades de ensino, visto que o mesmo proporciona uma ampla gama de

movimentos naturais, o que possibilitará ao seu praticante uma melhor qualidade de

vida, principalmente relacionada aos aspectos motores e fisiológicos.

A tabela 4 demonstra a organização escolar quanto à prática do Atletismo.

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Tabela 4: Organização Escolar quanto à prática do Atletismo. Raul Soares 2018.

Questões %

Locais aonde são desenvolvidos as atividades em Atletismo na sua escola Na própria escola 69,0 Não é desenvolvido na minha escola 31,0 Turno no qual são ministradas as aulas de Atletismo Turno Escolar 92,0 Fora do turno escolar 8,0 Representação em competições de Atletismo Escolar Sim 69,0 Não 31,0

Fonte: elaborado pelos autores

Na tabela 4, observa-se a organização escolar quanto à prática do Atletismo,

onde as aulas em sua maioria ocorrem na própria escola (69,0%) e em turno escolar

(92,0%), sendo que 69,0% das escolas possuem representações em competições de

Atletismo escolar.

Para Magno et al., (2011), a prática do Atletismo escolar deve ser pautada como

agente da promoção da aprendizagem, visto que o mesmo ajuda no desenvolvimento

das capacidades motora básicas, sendo alicerce para o desenvolvimento integral do

indivíduo.

Em consonância com Matthiesen (2017, p. 17), ao abordar os objetivos do

Atletismo no contexto escolar, reforça que esse deve “ser considerado um meio para

educar, ao mesmo tempo em que tem como objetivo – e, portanto, fim – a transmissão

de um saber construído historicamente”.

A figura 1 apresenta os conteúdos que os alunos participam e quais as suas

preferências nas aulas de Educação Física.

Figura 1: Conteúdos mais ministrados e de maior preferência nas aulas de Educação Física.

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Legenda: A - Atividades Rítmicas e Expressivas; B – Voleibol; C – Atletismo; D - Futebol (Futsal); E – Peteca; F - Jogos populares; G – Ginásticas; H – Lutas; I - Xadrez (jogos de tabuleiros).

Verifica-se, na figura 1 que os conteúdos que os alunos participam (ministrados

pelo professor) e os de preferência são Futebol (26,0% e 37,0%, respectivamente) e

Voleibol (50,0% e 39,0%, respectivamente). Tais dados confirmam que a prática do

Atletismo é inexistente dentro deste contexto.

Os Conteúdos Básicos Comuns (MINAS GERAIS, 2017) apresentam quatro

eixos temáticos a serem ministrados nas aulas de Educação de Física:

• Eixo temático I – Esporte;

• Eixo temático II – Jogos e Brincadeiras;

• Eixo temático III – Ginástica;

• Eixo temático IV – Dança e Movimentos Expressivos.

Ainda em consonância com os Conteúdos Básicos Comuns (MINAS GERAIS,

2017), no Eixo Temático I – Esporte, em média, cada conteúdo ministrado devem ser

trabalhados aspectos como: História, Elementos Técnicos Básicos, Táticas das

Modalidades Esportivas e Regras, totalizando 19 aulas anuais para o conteúdo em

questão. Logo, verifica-se que a amostra investigada não tem acesso a tais

conteúdos. A falta da prática da modalidade Atletismo pode privar ao educando a

possibilidade de ampliar o seu conhecimento e desenvolvimento psicomotor.

A figura 2 retrata a percepção dos benefícios da prática do Atletismo segundo

os alunos.

Figura 2: Benefícios da prática do Atletismo segundo os alunos entrevistados.

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Legenda: A - Contribui para desenvolver o espírito de equipe. Espírito de Luta; B - Controle da ansiedade e Melhora a autoestima; C - Contribui para a melhoria na tomada de decisões; D - Estabelece vínculos entre os conhecimentos e a vida cotidiana; E - Desenvolve a capacidade de atenção, memória e raciocínio lógico; F - Desperta a competitividade, mas de uma forma sadia; G - Contribui para elevação Capacidade Cardiorrespiratória

Em relação à percepção dos benefícios da prática do Atletismo segundo os

alunos, verificamos que os mesmos apontam diversos benefícios com o resultado da

prática regular deste esporte. Caraballo (2017) aponta diversos benefícios para a

prática do Atletismo no contexto escolar, principalmente aspectos fisiológicos a nível

cardiorrespiratório e psicológicos como autocontrole e tomada de decisões.

De acordo com Osborne (2017), o desenvolvimento e aprimoramento total dos

alunos é um conceito educacional escolar que visa a formação de indivíduos de forma

ampla, ou seja, enquanto processo formativo deve atuar pelo desenvolvimento dos

educandos nas suas múltiplas dimensões: fisiológicas, psicomotoras, sociais e

simbólicas.

A tabela 5 apresenta a análise da prática da modalidade Atletismo escolar na

visão dos alunos.

Tabela 5: Análise do Atletismo escolar na visão dos alunos. Raul Soares 2018.

Questões %

O Atletismo é pouco difundido – praticado no contexto escolar Sim 7,0 Não 3,0 Razões dificultadoras para a prática do Atletismo no contexto escolar Falta de infraestrutura 61,0 Falta de conhecimento 9,0 Falta de apoio institucional (direção da escola e coordenação pedagógica) 30,0

Fonte: elaborado pelos autores

A tabela 5 apresenta a análise do Atletismo no contexto escolar na visão dos

alunos, onde 77% dos mesmos afirmam que o Atletismo é pouco difundido na escola

e apontam a falta de infraestrutura e falta de apoio institucional como principais razões

para este processo. Em consonância com Pieri e Huber (2013), a pouca difusão da

prática do Atletismo escolar passa pela falta de propostas didático-pedagógicas,

assim como a falta de infraestrutura em geral, o que acarreta o desinteresse de

professores e alunos para a prática desse conteúdo.

A prática da modalidade Atletismo deveria estar constantemente presente nas

aulas de Educação Física, visto que os benefícios proporcionados pela mesma são

de fundamental importância para o desenvolvimento dos educandos. A pouca difusão

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no Atletismo escolar com o evidenciado neste estudo pode acarretar danos na

formação integral dos indivíduos.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados apontam que, a maioria dos participantes da pesquisa, pouco

pratica o Atletismo no contexto escolar, devido ao pequeno número de aulas e, em

muitos casos, inexistência deste conteúdo. Em relação à importância e benefícios da

prática do Atletismo, os alunos destacam aspectos fisiológicos e psicológicos como

principais pontos frisados.

Os pesquisados relatam que o principal motivo da não difusão do Atletismo é

devido à falta de infraestrutura física e apoio institucional, logo, conclui-se que a

prática do Atletismo é pouco difundida no contexto escolar.

Recomenda-se a realização de estudos periódicos envolvendo diversas faixas

etárias e gêneros, assim como, abrangendo diferentes regiões a níveis regionais e

estaduais a fim de comparar a percepção da população em geral sobre a prática do

Atletismo no contexto escolar, servindo como alicerce para as políticas educacionais

a serem adotadas.

6. REFERÊNCIAS

BETTI, M.; LIZ, M.T.F. Educação Física escolar: a perspectiva de alunas do ensino fundamental. Motriz, v.9, n.3, p.135-142, 2003. BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais. Terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: Educação Física. Brasília: Ministério da Educação/Secretaria de Educação Fundamental, 1998. 114p. (PCNs 5ª a 8ª Séries). CARABALLO, Alba. Atletismo para crianças. Revista digital. Disponível em https://br.guiainfantil.com/materias/esportesAtletismo-para-criancas/ Acesso em:17 maio. 2018 DAOLIO, J. Da cultura do corpo. Campinas: Papirus, 1995 GIL, A. C. Como elaborar projeto de pesquisa. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2010. GOMES, Cecilia Leda Jordão. Atletismo como conteúdo pedagógico e formativo. Londrina,2008.36p.Objeto de aprendizagem colaborativo. Atletismo. Programa de Desenvolvimento Educacional. Secretaria de Estado da Educação – SEED.

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HILDEBRANDT, R.; LAGING, R. Concepções abertas ao ensino da educação física. Rio de Janeiro: Livro Técnico, 1986. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICO - IBGE. Cidades. Disponíveis em: <http://www.Ibge.Gov.br/cidadesat/topwindow.htm>. Acesso em: 25. ago.2017. KUNZ, E. Educação Física ensino e mudanças. Ijui: Unijuí, 1991. KUNZ, E. Didática da Educação Física. Ijui: Unijuí, 1998 KUNZ, E. Transformação didático-pedagógica do esporte. 8. ed. Ijuí: Unijuí, 2014. MAGNO, Carlos et al. O Atletismo como recurso metodológico no ensino infantil. Disponível em http://www.efdeportes.com/efd159/o-Atletismo-como-recurso-metodologico.htm. Acesso em:24.nov.2018. MARQUES, Carmen Lucia da Silva; IORA, Jacob Alfredo. Atletismo Escolar: possibilidades e estratégias de objetivo, conteúdo e métodos em aulas de Educação Física. Movimento. Porto Alegre, v. 15, n. 02, p. 103-118, abril/junho de 2009. MATTHIESEN, S. Q. (Org.) Atletismo teoria e prática. 2. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan. 2017 MATTHIESEN, S. Q. (Org.). Atletismo se aprende na escola. Rio Claro: NE, 2003. 58p. MEINEL, K. Motricidade. Teoria da Motricidade Esportiva sob o Aspecto Pedagógico, 1984. MIANI, A.R. A prática do Atletismo nas aulas de Educação Física nas Escolas de ensino fundamental. Baueri. Manole.2009. MINAS GERAIS. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes curriculares de Educação Física para o ensino fundamental e médio (CBC). Minas Gerais/MG. Disponível em: http://crv.educacao.mg.gov.br/sistema_crv/index2.aspx??id_objeto=23967. Acesso em:16.ago.2017. MIRANDA, Carlos Fabre. Panalfas: relato de oficina para séries iniciais dos Jogos Pan-Americanos do Rio 2007. In: Congresso do Desporto e Educação Física dos Países de Língua Portuguesa, 12., Anais... Porto Alegre: UFRGS, 2008. MOTA e SILVA, Eduardo Vinicius. et al. Atletismo (ainda) não se aprende na escola? revisando artigos publicados em periódicos científicos da educação física nos últimos anos. Movimento, v. 21, n. 4, p. 1111-1122, out./ dez., 2015 . NETTO, Reynaldo Seifert. O ensino do Atletismo nas aulas de educação física. Paraná Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/804-4.pdf

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Acesso em:24.nov.2018. OSBORNE, Kim Hurtault. Conceito de Desenvolvimento Integral. Revista digital. Disponível em: http://www.oas.org/pt/sobre/sedi.asp. Acesso em: 27. Mai. 2018. PIERI, Anderson de.; HUBER, Marcos Paulo. A utilização do Atletismo na Educação Física escolar como base para o desenvolvimento motor. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, v. 17, n. 178, colocar páginas, Marzo de 2013. Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd178/Atletismo-na-educacao-fisica-escolar.htm Acesso em: 10.mai.2018. ROSA, L. A. Brincando de Atletismo no meio escolar. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Educação Física, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal-RN 2011. SCHMOLINSKY, G. Atletismo. 3. ed. Editorial Estampa: Lisboa, 1992. SOARES, C. L. et al., Metodologia do Ensino da Educação Física. São Paulo: Cortez, 1992.

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ANEXO I

SOCIEDADE EDUCACIONAL GARDINGO LTDA. – SOEGAR

CURSO: EDUCAÇÃO FÍSICA – 50 e 60 PERÍODOS – 2018

ACADÊMICOS: GUILHERME ROLIM CAMPOS

RAÍSSA FERREIRA MOREIRA

SAMUEL DE SOUSA MARTINS

ORIENTADOR: PROF. FÁBIO FLORINDO SOARES

PRÁTICA DA MODALIDADE ATLETISMO NO CONTEXTO ESCOLAR

Nome:____________________________

Idade :_______________anos

Sexo (M) (F)

Há quanto tempo estuda nesta escola: ____________________anos

O Atletismo faz parte do currículo de Educação Física da sua Escola?

Sim ( ) Não ( )

Você já praticou Atletismo na escola? Sim ( ) Não ( )

Você considera as aulas de Atletismo:

( ) Interessantes ( ) Divertidas ( ) Monótonas ( ) Cansativa ( ) Criativas ( )

Recreação ( ) Chatas ( ) Boas ( ) Não deveria existir ( ) Não existem aulas de

Atletismo

Como você vê o interesse dos alunos em relação ao conteúdo Atletismo?

( ) Todos participam.

( ) A maioria dos alunos participa das atividades.

( ) A minoria dos participa das atividades.

( ) Ninguém participa.

( ) Não existem aulas de Atletismo

Com qual frequência você participa do Atletismo nas aulas de Educação Física

em um período anual?

( ) Menos de 10 aulas.

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( ) 10 a 15 aulas.

( ) 16 a 20 aulas.

( ) Mais de 20 aulas

( ) Não existem aulas de Atletismo

Assinale com um (x) outros casos que você concorda quando ao ensino de

Atletismo na Escola:

( ) Contribui para desenvolver o espírito de equipe. Espírito de Luta;

( ) Controle da ansiedade e Melhora a autoestima

( ) Contribui para a melhoria na tomada de decisões.

( ) Estabelece vínculos entre os conhecimentos e a vida cotidiana.

( ) Desenvolve a capacidade de atenção, memória e raciocínio lógico.

( ) Desperta a competitividade, mas de uma forma sadia.

( ) Contribui para elevação Capacidade Cardiorrespiratória.

Dos conteúdos abaixo, qual você participa com a maior frequência em suas

aulas de Educação Física?

( ) Atividades Rítmicas e Expressivas.

( ) Voleibol.

( ) Atletismo

( ) Futebol (Futsal).

( ) Basquetebol.

( ) Peteca.

( ) Jogos populares.

( ) Ginásticas.

( ) Lutas.

( ) Xadrez ( jogos de tabuleiros).

Qual o de sua maior preferência?

( ) Atividades Rítmicas e Expressivas.

( ) Voleibol.

( ) Atletismo

( ) Futebol (Futsal).

( ) Basquetebol.

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( ) Peteca.

( ) Jogos populares.

( ) Ginásticas.

( ) Lutas.

( ) Xadrez ( jogos de tabuleiros).

Em quais locais são desenvolvidos os trabalhos de Atletismo na sua escola?

Na própria escola ( )

Em local emprestado ( )

Aberto ( )

Outros ( )

Não é desenvolvido na minha escola ( )

Em qual turno são desenvolvidas as aulas?

Turno Escolar ( ). Fora do turno escolar ( )

Sua escola tem equipe representativa de Atletismo nas competições?

Sim ( ) Não ( )

Você concorda que o Atletismo é pouco difundido – praticado no contexto

escolar?

Sim ( ) Não ( )

Quais as razões dificultam a prática do Atletismo no contexto escolar?

Falta de infraestrutura ( )

Falta de conhecimento

Falta de apoio institucional (direção da escola e coordenação pedagógica)

Outros:________________________________________________

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ANEXO II

FACULDADE VÉRTICE – UNIVÉRTIX

SOCIEDADE EDUCACIONAL GARDINGO LTDA. – SOEGAR

CURSO: EDUCAÇÃO FÍSICA

TERMO DE CONSENTIMENTO

Eu,_______________________________________________________________,

brasileiro (a), residente na cidade de______________________________declaro ter

sido procurado (a) pelos acadêmicos pesquisadores GUILHERME ROLIM CAMPOS,

RAÍSSA FERREIRA MOREIRA E SAMUEL DE SOUSA MARTINS, para dar o

competente consentimento a fim de participar do trabalho investigativo para a

disciplina Trabalho de Curso (TC) do curso de Educação Física da Faculdade Vértice

– Univértix a ser conduzido pelos citados acadêmicos.

Os acadêmicos, em reunião específica para esse fim, prestaram os

esclarecimentos sobre o objetivo do trabalho, cujo exame prévio pormenorizado foi

realizado, havendo, em especial, alertado para possíveis riscos em que poderá

incorrer o (a) signatário (a), ao participar desse trabalho, bem como esclareceu os

benefícios pessoais e sociais que o trabalho poderá trazer.

Além disso, os acadêmicos, ao discutir as medidas que serão adotadas no

decorrer do trabalho, para proteger a pessoa do (a) signatário (a), informou da

impossibilidade de assegurar cem por cento de confidencialidade e anonimato. Após

o exame e os esclarecimentos prestados, foi-lhes dado o consentimento, inclusive

para posteriores publicações, na certeza de que os benefícios pessoais e sociais da

pesquisa serão maiores que os riscos que ela poderá oferecer.

_____________________________, ______ de ____________________ de 2018.

___________________________________________________________________

ASSINATURA DO(A) ENTREVISTADO(A)