Fatores intrínsecos ao crescimento da

Fatores intrínsecos ao crescimento daVulnerabilidade relacionado aos desastres deorigem natural no Município de Angra dos Reis.

André Luís G A PimentaInteligência em Defesa Civil – COPPE/UFRJ

Artigo apresentado para aprovação no Curso de Aperfeiçoamento em Inteligência Defesa Civil pela COPPE/Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ

Sumário

Introdução

Justificativa

Metodologias

Desenvolvimento do Artigo

Conclusão

Objetivos

Fatores intrínsecos ao crescimento da Vulnerabilidade relacionado aos desastres de origem natural no Município de Angra dos Reis.

INTRODUÇÃO

O acentuado crescimento que o Município de Angra dos Reis sofreu nos últimos 70 anos alavancados por instalações de médio e grande porte, oferta de emprego e limitada fiscalização, marcados por crescimento desordenado tiveram paralelamente ações humanas que congruiram com o aumento da vulnerabilidade, pesquisados dados buscamos correlações de fatores intrínsecos ao crescimento populacional e a vulnerabilidade para servir como uma ferramenta eficaz construtiva de políticas públicas Municipais para fomentar o aumento da percepção de risco.

JUSTIFICATIVA

O notório crescimento populacional e paralelamente a vulnerabilidade, sofrido pelo Município de Angra dos Reis nos últimos anos tem seus fatores diretamente e indiretamente associados pela sua origem e consequência, através de pesquisas e estudos históricos, geográficos e estatísticos estamos propondo uma nova ótica sobre a percepção de risco e a integração entre as partes para a busca de um bem comum, uma comunidade mais segura.


OBJETIVOS

- Entender a dinâmica demográfica;- Conhecer as características geográficas;- Conhecer a história do Município;- Avaliar os principais fatores motivadores do crescimento desordenado;- Entender o histórico de ocorrências do Município;- Cruzar e correlacionar dados coletados;- Obter conclusões de redução de risco para o Município.


METODOLOGIAS

- Pesquisamos dados do censo do IBGE de 1940 a 2010;- Pesquisamos dados geográficos do Município junto ao IBGE e ao Plano Diretor

do Município;- Pesquisamos o histórico no Município junto a CULTUAR – Fundação de Cultura

de Angra dos Reis;- Pesquisamos o histórico do aumento da vulnerabilidade no Município;- Avaliamos os fatores intrínsecos do crescimento e da vulnerabilidade;- Elaboramos o diagnóstico da correlação dos dados com dados estatísticos e

gráficos; e- Propomos soluções Municipais para redução de risco.


DESENVOLVIMENTO

Marcos Históricos

1959 - Fundação da Verolme Estaleiros Reunidos pelo empresário neerlandês Cornelis Verolme.1972 - Construção da usina Angra I e abertura da rodovia Rio-Santos1977 - Inauguração do terminal petrolífero da Baía da Ilha Grande.1985 - Construção da usina Angra II2002 - Deslizamento de terra e inundações atingiram a cidade, deixando, aproximadamente, quarenta mortos.2010 - Maior desastre natural registrado na cidade deixou cinquenta e quatro mortos em desabamentos e desmoronamentos de terra devido às chuvas fortes e de longa duração.


Dados: IBGE, CPRM, Defesa Civil Angra dos Reis e PMAR.

DESENVOLVIMENTO

Dados Gerais



DESENVOLVIMENTO

Angra dos ReisMangaratibaParatiRio Claro

837,265 Km²20,81 h/km²

825,088 Km²205,45 h/km²

925,053 Km²40,57 h/km²

356,408 Km²102,29 h/km²

Angra dos R

eis

Manga

ratiba

Parati

Rio Claro

0100200300400500600700800900

1000

Área (km²)Densidade Demográfica

Dados Demográficos



DESENVOLVIMENTO

População

1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000 20100.00

5.00

10.00

15.00

20.00

25.00

30.00

35.00

12.19

26.6629.15 30.39

32.38

28.24 29.65

Percentual Populacional

Percentual Populacional

1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000 20100

20000

40000

60000

80000

100000

120000

140000

160000

180000

18378 2092928536

4027657861

85571

119247

169511

População

População



DESENVOLVIMENTO

1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000 20100.00

10.00

20.00

30.00

40.00

50.00

60.00

70.00

80.00

71.24

11.24

35.37

44.01 42.0634.90

38.78

Percentual Domicilios

Percentual Domicilios

Domicílios

1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000 20100

10000

20000

30000

40000

50000

60000

11403964 4466 6910

12341

21299

32716

53443

Domicilios

Domicilios



DESENVOLVIMENTO

Migração

MARCOS HISTÓRICOS:1959 - Fundação da Verolme Estaleiros Reunidos pelo empresário neerlandês Cornelis Verolme.1972 - Construção da usina Angra I e abertura da rodovia Rio-Santos1977 - Inauguração do terminal petrolífero da Baía da Ilha Grande.1985 - Construção da usina Angra II2002 - Deslizamento de terra e inundações atingiram a cidade, deixando, aproximadamente, quarenta mortos.2010 - Maior desastre natural registrado na cidade deixou 54 mortos em desabamentos e desmoronamentos de terra devido às chuvas fortes e de longa duração.

1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000 20100.00

10.00

20.00

30.00

40.00

50.00

60.00

70.00

80.00

90.00

71.24

11.24

35.37

44.01 42.0634.90

38.78

12.19

26.66 29.15 30.39 32.3828.24 29.00

81.1991869918699 74.36190287019

57

61.0134632999775

65.0068364282292

84.8591578823786

60.4108287957714

DomiciliosPopulaçãoNaturalidade



DESENVOLVIMENTOANO\CIDADE RJ SP ARÁREA (Km²) 1200,278 1521,101 825,0882010(População Residente) 6320446 11253503 169511Domicilios 2145379 3573509 53443Densidade Demográfica 5265,81 7387,69 205,45População/domicilios 2,94607433 3,149146399 3,171809217Aglomerados Subnormais(Moradias) 426965 355756 18341Aglomerados Subnormais(população) 1393314 1280400 60009Naturais do Município 4919821 7818102 102403

Aglomerados Subnormais (IBGE): cada conjunto constituído de, no mínimo, 51 unidades habitacionais carentes, em sua maioria, de serviços públicos essenciais, ocupando ou tendo ocupado, até período recente, terreno de propriedade alheia (pública ou particular) e estando dispostas, em geral, de forma desordenada e densa.

RJ SP AR0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

Aglomerados SubnormaisNaturais do Município

Aglomerados Subnormais e Naturais do Município



DESENVOLVIMENTO


19951997

19992001

20032005

20072009

20110

1000

2000

3000

4000

5000

6000

VistoriasInterdiçõesDesinterdições

Mapeamentos

Registros de Ocorrências


DESENVOLVIMENTO

Percepção de Risco

Habitação(Crescimento Regionalizado)

Qualificação

Profissional

Fisc

aliza

ção

ControleMigratório

Verticalizaçãodas construções

Cubo dos Fatores Intrínsecos

Crescimento daVulnerabilidade:A falta destes fatores.

Crescimento populacionaldesordenado:A falta destes fatores.


CONCLUSÃO

-Em relação aos Municípios circunvizinhos (Paraty, Mangaratiba e Rio Claro), Angra dos Reis tem a 3ª maior área, sendo 100 Km² menos que Parati(a maior área). Em relação a densidade demográfica Angra dos Reis é a maior, 102 h/km² a mais que Mangaratiba (a menor área);

- Sobre o crescimento populacional na década de 40 houve significativo aumento de 26,66% ante última década e posteriormente houve o acréscimo aproximado de 1/3 da população a cada década, havendo apenas desaceleração do acréscimo na década de 80 e 90 por conta de fechamento do Estaleiro Verolme e de paralisação de Furnas; - Sobre a quantidade de domicílios, na década de 40 houve substancial crescimento, sendo 71,24% a mais que a década anterior e entre as décadas de 50 e 70 triplicou a quantidade de domicílios. E na primeira década do segundo milênio de 32.716 domicílios passou a 53.443; - Sobre a Migração oscilou por decréscimo entre as décadas de 40 e 70, chegando a 38,99% de não naturais no Município e no final da década de 90 chegando a um número significativo de 15,14% de não-naturais ao mesmo período do fechamento do Estaleiro Verolme e da paralisação de Furnas e nos dias de hoje chegando ao pico de 39,59% de não naturais no Município. Advém da região Sudeste o maior percentual migratório seguido da Região Nordeste;


CONCLUSÃO

- No gráfico comparativo de Domicílios, População e Naturalidade, relacionados aos marcos históricos concluimos que houve:.Década de 40: Construção Substancial de domicílios.Década de 50: Aumento de ¼ da população .Década de 60: Quase dobrou a quantidade de domicílios perante a década anterior .Década de 70: Queda substancial de naturais no Município.Década de 80: Equilibrio entre domicilio, população e naturais.Década de 90: Equilibro entre domicilios e população e um decréscimo substancial de não-naturais .2000-2010: Aceleração de crescimento, quase dobrou a quantidade de domicilios, aumentou em 29,65% a quantidade populacional e um aumento de não-naturais no Município, passando a 39,59%.

- Em relação as metrópoles do Rio de Janeiro e São Paulo o Município de Angra dos Reis possui mais aglomerados subnormais e menos Naturais do Município, além da maior média aproximada de população por domicílio, mesmo sendo bem aproximado os resultados;


CONCLUSÃO

-Em relação a Mapeamentos grande parte das áreas de Risco estão em aglomerados subnormais (IBGE) e Zona Especial de Interesse Social – ZEIS (Plano Diretor PMAR) e algumas em Zona de Interesse Ambiental de Proteção -ZIAP (Plano Diretor PMAR);

-Em relação ao Histórico de 1995 até o corrente ano de vistorias técnicas realizadas pelo setor de Engenharia da Defesa Civil Municipal de Angra dos Reis, o número de vistorias aumentou e de desinterdições é bem baixo perante ao número de interdições feitas, somadas as interdições realizadas no desastre de 2002 e 2010. O que evidencia um número acentuado de residências interditadas no Município;

- Fatores intrínsecos ao crescimento da vulnerabilidade relacionado aos desastres de origem natural no Município de Angra dos Reis: Falta de verticalização das construções, falta de crescimento regionalizado, falta de qualificação profissional, falta de percepção de risco, falta de fiscalização e falta de controle migratório.


André Luís G A PimentaMestrando em Defesa e Segurança Civil – UFF

Angra dos Reis – Rio de Janeiro – Brasil55 24 9-9981-2480 [email protected]

Integrando e sistematizando forças!


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