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Mata a Fome. Consome, Consome, Consome. Boletim do que por cá se faz. FAZENDO Edição nº 7 | Quinzenal DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Quarta-feira Agenda Cultural Faialense 24 DEZEMBRO 2008

FAZENDO 7

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Agenda Cultural Faialense Comunitário, não lucrativo e independente.

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Page 1: FAZENDO 7

Mata a Fome. Consome, Consome, Consome.

Boletim do que por cá se faz.

FAZENDOEdição nº 7 | Quinzenal

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Quarta-feiraAgenda Cultural Faialense

24 DEZEMBRO 2008

Page 2: FAZENDO 7

#2 COISAS... compostasFICHA TÉCNICA

FAZENDOIsento de registo na ERC ao

abrigo da lei de imprensa 2/99 de 13 de Janeiro, art. 9º, nº2.

DIRECÇÃO GERALJácome Armas

DIRECÇÃO EDITORIALPedro Lucas

COORDENADORES TEMÁTICOS

Catarina AzevedoLuís MenezesLuís Pereira

Pedro GasparRicardo Serrão

Rosa Dart

COLABORADORESAna Correia

Aurora RibeiroFernando Menezes

João Gama MonteiroTomás Silva

GRAFISMO E PAGINAÇÃOVera Goulart

[email protected]

ILUSTRAÇÃO CAPAKen Donald

PROPRIEDADEJácome ArmasPedro Lucas

SEDERua Rogério Gonçalves, nº18,

9900-Horta

PERIODICIDADEQuinzenal

Tiragem_400

IMPRESSÃOGráfica O Telegrafo, De Maria

M.C. Rosa

[email protected]

http://fazendofazendo.blogspot.com

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Ken Donald - Sem Título

A cronicazinha...

Gatafunhos e Mata Borrões

Tomás Silvahttp://ilhascook.no.sapo.pt

NOME: Erminio ArrighiIDADE: 44ORIGEM:Parma, ItáliaDATA DE CHEGADA: 2001PROFISSÃO:ProjeccionistaCASA:própria, mas vive num barco

Veio porque...Ainda não percebi bem porque fiz isto. Eu estava já enjoado da minha vida profissional e de tudo e pedi a uma rapariga que trabalhava comigo: “procura um avião que me deita em baixo no meio do atlântico”. E ela disse “encontrei para o Funchal”, “Mas isso não é no meio do atlântico”. Então vim para Terceira, mas na Terceira fico deprimido, então fiz as ilhas de barco e depois cheguei aqui. E aqui começou outra história. Comecei tudo do zero. O meio do atlântico é a meia distância entre tudo. Conheço a Nova Zelân-dia ou o norte do Canadá que são parecidos com isto aqui mas cá a cultura é latina e não anglo-saxónica, o que cria uma dinâmica muito diferente.

Ficou porque...Tive uma verdade aqui. Não está ainda muito con-taminado com especulação. Aqui há muita qualidade de vida. Não estou a falar de dinheiro, estou a falar de qualidade de vida. Há natureza, há o mar, há el-ementos. Tenho uma casa, construí uma casa, para ter “raízes”, mas agora estou pior porque tenho a

casa mas não consigo estar lá. Numa casa ficas lá, com a tua vista, o teu quintal, o teu frigorífico e a tua máquina de lavar. E quê? No barco também tens qua-tro amarras, mas ele balança... O barco é um útero, perto dos elementos...

Até quando?Não sei...

A coisa que mais gosta no Faial...Aqui é fora do mundo. É particular. É fora do mundo mas posso dizer que foi aqui que conheci o meu país em maior profundidade, através das pessoas que conheci aqui de lá. E outros países também. A ma-rina é uma bagagem de experiências e de enriqueci-mento, tem uma mentalidade diferente. Gosto de ir aos outros barcos, porque se viajas sozinho no teu barco é como se fosse uma casa fechada também. Aqui é especial por causa da marina, tem dinâmica, tem power.

Aurora Ribeirohttp://ilhascook.no.sapo.pt

Chegadas, Arrivals, Arrivées...

Maquiavel e MaquiavélicoAo longo das nossas vidas é frequente ouvir, com toda a naturalidade, que determinado individuo é maquiavélico ou que determinado comportamento é maquiavélico. Porventura, alguns de nós já fomos mesmo vítimas de gente maquiavélica ou de atitudes ardilosas que nos prejudicaram.Na verdade utiliza-se esse termo para pessoas com comportamentos sem escrúpulos e sem ética, para práticas de manipulação, para a obtenção de vantagens a qualquer preço e para posições sem respeito por códigos morais.Na política, maquiavélico é aquele pratica quaisquer acções, boas ou más, para se manter no poder, pois o que verdadeiramente importa é a eficácia dos actos seja qual for o dano para terceiros.Numa palavra, este adjectivo tão divulgado em toda a parte e em todas as línguas, significa que “os fins justificam os meios” sejam eles quais forem.Ora esta palavra maquiavélico deriva do nome de Nicolau Maquiavel, nascido em Florença em 1469 e falecido em 1527, que foi historiador, poeta, diplomata, musico e uma das mais destacadas e conhecidas personalidades do Renascimento.Mais concretamente, o termo e o seu significado resultam de uma critica injusta feita pelo cardeal inglês Reginald Pole ao livro que Maquiavel dedicou ao príncipe Lourenço de Médici II, publicado após a sua morte ocorrida em 1532, no qual se davam conselhos relativamente ao poder e ao seu exercício e que passou a constituir um dos primeiros tratados de ciência política que se conhece.Ali se refere, entre muitos “ensinamentos”, o que é necessário para manter o poder, o que é preciso para ser amado pelo povo e pelos nobres e também ali se diz que é preferível ser temido que ser amado. Em nenhum momento porém se encontra a expressão tão propalada de que “os fins justificam os meios”.Acrescente-se ainda que o próprio Maquiavel caiu em desgraça aos 43 anos depois de 15 anos de serviços prestados aos príncipes.Anos mais tarde, contextualizada essa obra e estudado com cuidado o seu conteúdo, autores como Espinosa, Rousseau e outros estudiosos, concluíram que O Príncipe não retratava o pensamento de Maquiavel mas constituía antes uma sátira sobre os costumes da época e um alerta para os perigos da tirania.Contudo, nada disto valeu ao pobre do Maquiavel cujo nome ficou ligado ao pior que pode haver no comportamento humano, sobretudo no que respeita a certas con-dutas por parte dos detentores do poder.Uma coisa porém é certa, mesmo sem lerem O Príncipe, há e sempre houve gente maquiavélica em todas as sociedades.Ele, o Nicolau Maquiavel, é que não pode ser responsável por isso.

Fernando Menezes

Page 3: FAZENDO 7

Cinema e Teatro DESCULPA PÁ PIPOCA

Chá!

FomeHungerO realismo britânico está de volta! Um filme intimista, de sensibilidade estética e até psicológica…

Realizado por Steve McQueen, esta longa-metragem britânica de 2008, baseada em factos verídicos, que chega agora a Portugal, promete ser um dos grandes filmes britânicos do ano. Michael Fassbender, Stuart Graham, Brian Milligan, são os actores que se destacam nesta fita

perturbante.“Hunger” conta uma história real, a de Bobby Sands, um membro do IRA, o grupo terrorista irlandês actualmente desmantelado. Sands inicou em 1982 uma greve de fome que viria a levá-lo à morte. Na altura, o falecimento de Bobby Sands mereceu uma publicidade inédita para o IRA...O filme abriu o Festival de Cannes este ano, na Secção Paralela “Un Certain Regard”, com críticas muito favoráveis. Integrou também a programação do Doclisboa 2008. Convém dizer aqui que este Steve McQueen, nada tem a ver com o seu homónimo. Este é um artista plás-tico contemporâneo, tem 39 anos, e enveredou recentemente para o cinema. “Fome” é a sua estreia no mundo do cinema, e a sua primeira longa-metragem, acolhida com agradado pelos críticos da 7ª arte.O filme contém uma forte carga política causadora de alguma polémica, (o que de todo não é mau). Conta com um trabalho de realização eficaz em demonstrar o negrume das vidas dos prisioneiros, bem como dos próprios guardas prisionais. Esta fita será lembrada acima de tudo, pela interpretação acertada de Michael Fassbender. Este filme corre sérios “riscos” em tornar-se facilmente em mais uma fita de culto, a merecer os elogios e os prémios que tem recebido ultimamente, nomeadamente para o seu actor prin-cipal, Michael Fassbender. “Fome” é um filme difícil de ver porque é indigesto e desconfortável. Por vezes, até dá-nos murros no estômago. É austero e cru. No entanto, é de uma sensibilidade estética admirável. Uma experiência dos sentidos que ultrapassa o audiovisual. Absolutamente recomendável.

Luís Pereira

À VISTA

“Caos Calmo”Uma película de Antonio Luigi Grimaldi

Uma produção de 2008 com origem na Itália e do Reino Unido. Chega agora a Portugal pela mão criteriosa de Pedro Borges, Director das Distribuidora MIDAS FILMES.Este filme trata uma tragé-dia familiar. “Pietro Paladi-ni (Nanni Moretti) é um ex-ecutivo bem sucedido, que

tem um casamento feliz e é pai de Claudia (Blu Di Martino), de 10 anos. Após salvar uma mulher na praia, ele descobre ao chegar em casa que a sua esposa morreu repentinamente. A partir de então ele precisa lidar com o caos emocional da perda da mulher, ao mesmo tempo precisa manter-se forte para ajudar e cuidar da filha.” Uma fita para vermos nos primeiros dias de 2009. Os mais cinéfilos, ou curiosos, podem espreitar o sítio oficial na Web, em http://www.bacfilms.com/site/caos/

L.P.

“Eu Quero Ver”Uma película de Joana Had-jithomas e Khalil Joreige

Uma surpreendente e original produção Franco-Libanesa, que no elenco conta com Catherine Deneuve e Rabih Mroue.Julho de 2006. Israel lança uma ofensiva militar no sul do Líbano em resposta aos ataques de mís-seis e à captura de dois soldados israelitas pela Hezbollah. Uns

meses depois, a actriz Catherine Deneuve chega a Beirute pela primeira vez para assistir a uma gala de solidariedade. Apesar do apertado horário e da perigosa viagem, ela embarca numa ida ao sul do Líbano para ver com os seus próprios olhos. Guiada pelo ac-tor libanês Rabih Mroué, juntos partem numa viagem pelas zonas mais afectadas pela guerra. Revela-se uma aventura imprevisível. Irá a visão da actriz permitir que a beleza do local seja captada, apesar de ser já irreconhecível aos olhos dos libaneses, toldados pela guerra? Eu quero ver… no grande ecrã, um dia destes!...

L.P.

“O Mundo a Seus Pés”Um filme de Orson Welles

Drama norte-americano, rodado em 1941 e baseado na vida do ricaço Jornalista, também ele americano, (pudera) William Randolph Hearst. O filme fala-nos de um menino pobre que acaba por se tornar um dos homens mais ricos do mun-do. O filme começa com a sua morte, quando se pro-nuncia a palavra Rosebud, que acaba levando um jor-

nalista a investigar a vida de Kane para descobrir o sentido da palavra. Entrevistando pessoas do passado de Kane, o jornalista mergulha na vida de um homem solitário, que desde a infância é obrigado a seguir a vontade alheia. To-dos em seu redor não se importam com Kane, que busca por meio da aquisição de bens e pessoas, encontrar a in-fância perdida.Foi a primeira longa-metragem de Orson Welles. O filme marcou a sua época, sobretudo devido às inovações nas técnicas narrativas e ainda nos enquadramentos cin-ematográficos. Ainda hoje, em número um, da lista dos melhores filmes da American Film Intistute. A ver e a rever, sempre...

L.P.

Já foi visto...

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#4 COMICHÃO NO OUVIDO Música

F - Como defines em poucas palavras o universo sonoro dos Gaiteiros de Lisboa?CG - Defino o universo sonoro dos Gaiteiros como uma súmula de influên-cias culturais que se interligam de forma experimental. Ao mesmo tempo tentamos desmistificar a ideia de que só se pode fazer boa música quando se utilizam instrumentos muito caros. A música não é mais do que aquilo que cada músico traz dentro de si. Não há música “maior” nem música “menor”. Pode haver mais qualidade numa cantiga acompanhada por uma caixa de fós-foros, do que num concerto tocado num piano de cauda. Tudo depende da verdade que o interprete ponha na sua interpretação. E em música é muito difícil mentir. F - Tens ideia de quantos instrumentos originais concebeste até hoje?CG - De vez em quando passam-me assim umas coisas malucas pela cabeça, e apetece-me fazer experiências. Umas vezes resultam, outras vezes não dão em nada, e outras ainda, apesar de resultarem são abandonadas ao fim de pouco tempo.Costumo dizer que hoje em dia está tudo inventado, e cada vez que faço uma experiência tenho a sensação que antes de mim já outros a terão feito, noutro tempo e noutro espaço. É por isso que acho que a Net é um importante meio de divulgação e partilha para muitos malucos como eu, que deixaram de estar isolados e passaram a poder ter acesso ao trabalho dos outros.Por isso não sei quantos instrumentos terei produzido, nem acho isso muito importante. Acho mais importante saber em que medida essas criações resul-taram musicalmente, e a esse nível posso dizer que normalmente se aposta muito para ganhar pouco, mas quando se ganha é muito gratificante, e acaba por equilibrar todas as frustrações anteriores. F - Que materiais usas preferencialmente para a construção dos teus in-strumentos?CG - No inicio só usava produtos naturais. Não por opção ecológica, mas porque eram esses os materiais tradicionalmente utilizados nos instrumentos que me interessavam. No caso dos aerofones (instrumentos de sopro) usava os tubos que a natureza me oferecia: cana mediterrânica, pau de sabugueiro, bambu, chifres, búzios, ossos, etc.Mais tarde, e ao me aperceber de que a regularidade da parede interior dos tubos era determinante para a qualidade do som, comecei a optar por tubos

de vários materiais fornecidos pela indústria: PVC, VD, plástico, alumínio, vidro acrílico, etc.Acho, no entanto, que quando se trabalha com crianças se deve usar o mais possível os materiais que a natureza nos oferece. Não só porque isso repre-senta uma importante sensibilização para a observação e conhecimento da natureza, como pode constituir matéria de estudo interessante em projec-tos interdisciplinares. Quando uso materiais não naturais na construção de instrumentos com crianças, faço-o sempre numa perspectiva ecológica de reaproveitamento e reciclagem de resíduos.Em relação aos cordofones (instrumentos de corda), tenho usado todo o tipo de recipientes como caixa de ressonância, no entanto, quando pretendo con-struir um de qualidade recorro às madeiras nobres normalmente usadas por qualquer luthier. F - Quais são as tuas influências musicais mais marcantes?CG - São tantas que nem sei. Sinto que todas as influências que sofri entraram em mim, instalaram-se e amadureceram. Há uma primeira fase de deslumbra-mento, em que tentamos imitar os nossos ídolos tentando iludir-nos a nós próprios quando achamos que aquilo que acabamos de compor tem a ver com uma intuição exclusivamente nossa, até que os nossos amigos começam a dizer: ó pá, isso cheira a Fausto... ou, essa malha é igual a uma malha do Zeca naquele tema... ou, isso faz lembrar aquela do Sérgio...A primeira reacção é a de não admitir. Depois vamos para casa, pensamos melhor e concluímos que afinal os nossos amigos tinham razão.Comigo aconteceu uma segunda fase, que foi a da rejeição total. Temas que eu compunha com a preocupação de nada terem a ver com tudo o que conhe-cia. Essa fase acabou por ser um tanto inglória, pois ninguém consegue regr-essar a um tal estado de pureza que lhe permita rejeitar todas as influências. No entanto é uma fase que vale pelo exercício!Mais tarde vem a fase em que se não só se admitem as influências como se acarinham. Nessa fase eu já me sentia muito mais seguro do meu caminho, e então deu-me muito prazer agarrar nas minhas influências, desconstrui-las e integra-las na minha linha de composição com a convicção de que “agora quem manda sou eu!”Eu cultivo uma atitude de ecletismo perante a música, e para mim, tal como dizia o António Vitorino de Almeida, só existem dois tipos de música: a boa e a má.Toda a boa música me interessa, e desde que seja verdadeiramente boa, tanto me posso deixar influenciar por Bach como pelo Tom Waits, pelo Debussy, pelo Lopes-Graça, pelo Caetano Veloso, pela Maria João ou pelo Rui Rein-inho. Tomara eu ser assim tão permiavel...De qualquer forma, sendo um pouco mais pragmático, há três grupos que tiveram em mim uma influência determinante na construção da imagem do grupo que eu gostaria de ter: Edning Garnna (não sei se é assim que se es-creve), da Suécia, Penguin Café Orquestra e Les Luthiers, da Argentina. O que me dá mais prazer, no fim de tudo isto é perceber que os Gaiteiros de Lisboa nada têm a ver com nenhum destes grupos, de forma directa, mas que há uma grande influência ao nível da atitude da abordagem da música, o que para mim é o mais importante.

F - Como está para ti o panorama actual da música portuguesa?CG - Se me remeter apenas aquilo que a rádio divulga, arrisco-me a dizer que está pelas ruas da amargura!A boa música portuguesa não passa na rádio, de forma que é necessário ir ao encontro dela um pouco por todo o lado. Por aquilo que se pode observar, pode afirmar-se com alguma segurança que a direcção da Rádio Nacional

tem um plano para aniquilar a música de qualidade que se faz em Portugal, por cedência à pressão das multinacionais. Basta analisar um pouco a infame “play list” da Antena 1 para se perceber que os melhores nomes da música portuguesa não estão lá, começando no Zeca e acabando na Amália, com tudo o que fica pelo meio. É demasiado má para parecer inocente.Acho que apesar da politica saloia e inculta da direcção da rádio nacional, a música portuguesa está de boa saúde, simplesmente porque é feita por gente que acredita, gosta do que faz, cresceu a lutar contra a mediocridade do poder, e não desiste à primeira. Aliás, é naquilo que os músicos portu-gueses começam por se especializar, mal começam a aprender as primeiras notas: lutar contra a maré. Os directores, gestores, programadores, e outros incultos corruptos que mandam para o lixo trabalhos que são parte integrante da história da música portuguesa, são um mal historicamente incontornável que faz com que Portugal seja eternamente um país que se envergonha de si próprio.

F - Depois de mais uma passagem pelo Faial, desta vez no âmbito do teu trabalho de composição musical para a peça do Teatro de Giz “E nós aqui no meio de não saber nada”, o que pensas sobre o estado da cultura Faialense na sua evolução?CG - Tenho-me deslocado ao Faial por diversas vezes nestes últimos anos, e é com grande agrado que constato que neste momento a cidade da Horta é um local onde se realizam projectos artísticos de grande qualidade. Já lá vai o tempo em que o isolamento era desculpa para o imobilismo. Vivi dois anos em S. Miguel e sei do que estou a falar. O isolamento está dentro da cabeça das pessoas.Em relação ao Teatro de Giz e ao importantíssimo trabalho cultural que tem realizado, acho que ele só é possível devido a uma confluência de vontades de muita gente das mais diversas áreas artísticas. Os trabalhos que tenho con-statado ultrapassam o âmbito estritamente regional, e acho que têm quali-dade em qualquer parte do mundo, seja ao nível do teatro, da música ou das artes plásticas.As pessoas passam, mas é bom que os projectos fiquem e sejam continuados e desenvolvidos. A esse nível parece-me importante a aposta na formação e na interligação com as escolas de Ensino Artístico, no sentido de atrair gente jovem e oferecer-lhe meios para se formar e desenvolver projectos. F - Que experiência ao nível da música ainda não fizeste e gostarias de vir a fazer?CG - Gostaria de compor a banda sonora para um filme. Já tive algumas experiências com cinema, mas nada de verdadeiramente grat-ificante. Para alem disso também gostaria muito de compor um bailado. Sei que há gente que dança ao som da minha música, mas compor uma peça para ser dançada por bailarinos deve ser fascinante.

F - Que sonhos e vontades tens para o futuro? CG - como já referi anteriormente, é a insatisfação que me move. Não me consigo dedicar exclusivamente a uma actividade, e por isso saltito entre a música e os trabalhos em madeira, sejam instrumentos ou esculturas. Nunca faço grandes planos para o futuro, mas trago sempre no sentido qualquer coisa que me apetece fazer. Neste momento vou ter que me começar a preo-cupar com o próximo disco dos Gaiteiros, mas por outro lado também me apetece fazer mais escultura, enfim, tentarei gerir o melhor possível o meu tempo.

Fausto

Já foi ouvido...

SUPER TARANTAGogol Bordello 2007

O som electrizante dos Gogol Bordello partiu a loiça em Lisboa no passado dia 10 de Dezembro, em mais uma de-lirante performance. Super Taranta é o seu último álbum, mais uma alucinante viagem pelo punk-gipsy, com claras

influências da música dos Balcãs e do Leste Europeu. Este grupo têm ainda duas características marcantes: a sua apetência para palcos e festivais, e a heterogeneidade de proveniências dos seus 9 elementos - Ucrânia, EUA, Israel, Rússia, Tailândia, China/Escócia e Etiópia. Viva a biodiversidade!

F.

BONNIE AND CLYDE

Serge Gainsbourg 1968

Gainsbourg foi um génio da música, sendo impossível falar dele em tão poucas lin-has. O extravagante francês era apreciador de whisky, Gitanes sem filtro, e óculos escuros. Revolucionou a

música francesa, explorando vertentes como o jazz, afro, reggae, pop e rock, e teve uma passagem profícua pela sétima arte, onde dirigiu dez filmes e actuou em mais de trinta, para além das bandas sonoras que compôs. Bonnie And Clyde é um album de referência, num estilo pop de carácter realista com temas emblemáticos como “la javanaise” ou o tema que dá o nome ao album, cantado por Bri-gitte Bardot. Este disco denota já preliminares do que viria a ser uma obcessão do cantor pelo afro-jazz, e a tendência “music-hall showgirl” de BB. Um clássico de peso que junta duas das maiores figuras do panorama artístico do século XX. Obrigatório!

F.

Entrevista a Carlos Guerreiro (Segunda Parte)

À DESCOBERTAZAPJazzTrio ao vivo

ZAP são Zeca Sousa, Augusto Macedo e Paulo Medeiros. Jazz é o som que fazem. Trio porque são três. Um guitar-rista, um baixista

e baterista compõem este grupo faialense que já não é estre-ante nestas lides: Zeca toca regularmente com Cícero Lee e A-lexandre Delgado entre outros projectos; Augusto faz parte de ”20 canções para Zeca Afonso” e foi recentemente co-autor do songbook do fadista Carlos do Carmo. Paulo César finalizou o curso de bateria na escola do Hot Club de Portugal e actual-mente é professor do mesmo instrumento. Os dois últimos já acompanharam, entre outros músicos, Vasco Agostinho e Pedro Madaleno.A banda apresenta-se nos dias 30 de Dezembro e 2 de Janeiro pelas 23h00 no Bar do Teatro e XF respectivamente. Para estes concertos o trio apresenta um repertório centrado no jazz com incursões por ambientes de música funk e latina, e recurso a ritmos mais dançáveis. Farão parte do alinhamento temas de John Scofield, Herbie Hancock, Miles Davis e Pat Metheny.

Pedro Lucas

Page 5: FAZENDO 7

Artes Plásticas PVC

Da pintura Vermeer ao filme Moça com brinco de pérola

António Carneiro

O Fazendo encontra-se agora a zeros e uns e com milhões de cores em:

http://fazendofazendo.blogspot.com

Um grande pintor e desenhador do século XX, António Carneiro soube transpor as fronteiras da técnica, al-cançando um patamar mais interior, de uma singular melancolia. Sendo um representante do simbolismo e do naturalismo português, ainda que um pouco à mar-gem dos seus contemporâneos, o artista debruçou-se sobre temas históricos e religiosos, mas mais sobre a paisagem (deixando um registo excelente com a série “Nocturnos”) e sobre o retrato. Neste último género terá vincado melhor o seu carácter espiritualista, fican-do conhecido como o “retratista de almas”.

António Carneiro (1872 - 1930) nasceu em Amarante. Estudou no Porto e passou por Paris. Foi o director artístico d’A Águia durante quinze anos e professor na Escola de Belas Artes do Porto. Como o descreveu o poeta e ensaísta Teixeira de Pascoaes, “o nosso mais íntimo artista, o mais de alma e de paisagem, o mais terno, o mais delicado, o mais luarento e crepuscular (…)”.

Ana Correia

(António Carneiro - “Autoretrato” - 1918)

Rapariga com brinco de pérola é o título do filme produzido pelo Reino Unido e Luxemburgo em 2003, dirigido por Peter Weber e com roteiro adatpado por Olívia Hetreed, do romance da autora americana Tracy Chevalier.

O filme gira em torno de uma quadro com o mesmo nome - também conhecido por A Mona Lisa do Norte - de J. Vermeer (Delft 1632 – + Delft 1675), um dos grandes pintores da época do Barroco do Norte da Europa , de que tam-bém faz parte Rembrandt. Vermeer passou toda a sua vida na cidade onde nasceu e está sepultado, tendo sido em vida um pintor de província de reputação modesta. Sa-be-se que vivia com magros rendimentos como comerciante de arte, e não pela venda dos seus quadros. Faleceu com 43 anos, muito pobre, deixando divídas avultadas à mulher e a onze filhos dos quinze que o casal teve. Depois da sua morte, Vermeer foi esquecido. Por vezes, os seus quadros foram vendidos com a assinatura de outro pintor para lhe aumentar o valor. Só em 1866, o crítico de arte Thoré Burg-er (pseudónimo de W. Bürger) ao publicar um ensaio sobre a sua obra, revelou a importância de Vermeer, considerado actualmente como um dos grandes pintores da Idade de Ouro Ho-landesa.

É suposto que Vermeer tenha apreciado a obra de Leonardo da Vinci, no que diz respeito à noção de perspectiva como do método de reflexão da luz com múltiplos tons, considerando que toda a superfície de um objecto retém a cor do objecto adjacente, ou seja, nenhum objecto é visto na sua cor natural pura. Vermeer é particularmente reconhecido com um mestre no uso e tratamento da luz, da textura, da per-spectiva e cores transparentes. Os quadros de Vermeer são fortemente iluminados por uma luz cálida/

intimista, socorrendo-se de cores de terra ou ocres, como em Aula de Música, ou do tom de lápis lázuli ou ultramarino natural, como se pode observar, por exemplo, no turbante da Rapariga com brinco de pérola, de que no séc. XVII, não se conhece outro pintor que tenha utilizado aquela tonalidade.Pela composição das suas obras, sente-se o silêncio das figuras humanas nos momentos íntimos das suas vidas, assim como pelo facto de ter retratado diversas camadas sociais e ambientes interiores, a sua pintura é rica pela interpretação histórica que faculta da vida da época.Conhecem-se hoje muito poucos quadros de Vermeer, uns 35 a 40 trabalhos, sendo que há opiniões contraditórias quanto à autenticidade de alguns, e só em 1935 o Museu de Roterdão lhe dedicou uma primeira exposição individual.Rapariga com brinco de pérola, quadro datado de 1665-1666, que inspirou o romance de Tracy Che-valier, que serviu o roteiro do filme do mesmo nome, insere-se no período da pintura barroca nórdica, que para além de reinterpretar os temas de conteúdo religioso, é também uma pintura realista, con-centrada nas paisagens, nas naturezas-mortas, nas cenas populares, nos retratos do interior das casas e vida doméstica burguesa, temática em que J.Vermeer se especializou. J.Vermeer é o exemplo mais interessante do rigor formal, de olhar místico e profano, na linha dos pintores nórdicos no contexto da Contra-Reforma. A sua obra expressa uma grande perícia técnica e sensibilidade poética, que o filme Rapariga com brinco de pérola, muito bem reproduz, e que por esse facto ganhou o Óscar 2004 de Melhor Direção de Arte, Melhor Fotografia e Melhor Figurino, quando já no ano anterior, tinha vencido na categoria de melhor Fotografia no Festival Internacional de Cinema de San Sebastian (Espanha), entre outros prémios.E facto curioso, é que o director de fotografia, é um português - Eduardo Serra, nascido em Lisboa no ano de 1943, licenciado em História da Arte e Arqueologia pela Universidade de Paris – Sorbonne, residente em Paris.Eduardo Serra iniciou a sua carreira no cinema como assistente de imagem, chegando à fotografia no ano de 1980, tendo ao longo da sua carreira ganho prestigiados prémios, tendo sido o primeiro o pré-mio BAFTA pela Academia Britânica, com The Wings of the Dove, em 1997. Em 2004, Eduardo Serra foi agraciado pelo Presidente da Répública Jorge Sampaio com a Ordem do Infante D.Henrique-Comendador.

Luís Menezes

Já foi exposto...

(Moça com Brinco de Pérola - 1965/1966)

A Taberna de Pim informa os seus clientes e amigos que abrirá as suas

portas nos dias 24 e 31 de Dezembro após as 24h00.

Folia e animação musical com Sakamora & Amigos.

Page 6: FAZENDO 7

# 6 - ENDOS, - ANDOS, - INDOS Literatura

“Os Passageiros da Noite”de Haruki Murakami

O autor de Kafka à Beira-mar volta ao seu tema favorito: a alienação do homem. Em Os Passageiros da Noite seguimos diversas per-sonagens que se escudam nas suas angústias mas que acabam por descobrir pequenos elos que os ligam uns aos outros, sem que nunca saibamos se algum delas existe realmente ou se são apenas sonhadas.As duas personagens centrais são Mari e Takahashi e é através dos seus olhos que atravessamos a noite e o tempo, desvendando o que constitui o âmago de cada um.

C.A.

“Um Cântico de Natal” de Charles Dickens

Este conto, apesar de ter sido escrito em 1843 e ter sido, nas palavras do próprio Dickens, es-crito para saldar dívidas, acabou por simbolizar o Natal para grande parte das pessoas .Ebenezer Scrooge, a avarento que odeia o Natal, torna-se simbolicamente todos os homens ao ser confrontado com os espíritos que lhe mostram o tempo passado, presente e futuro. Muito mais que a história do homem que descobre o verdadeiro sentido do Natal, Um Cântico de Natal é uma re-flexão sobre a efemeridade da vida e a necessidade de não nos alhearmos dos que nos rodeiam.Se, como Scrooge, tivéssemos uma oportunidade de sermos confrontados com o que fomos, somos ou seremos o que mudaríamos? É essa a pergunta que Dickens faz ao leitor, pedindo-lhe que ele veja um pouco mais além do final feliz que a história - uma encomenda - exigia.Numa época de consumo desenfreado, em que sub-stituímos as palavras pelas coisas, talvez seja tempo de relermos Um Cântico de Natal numa óptica mais adulta, deixando de lado o que a história tem de previsível e de ingénuo para mergulharmos no que ela tem de essencial: a necessidade de constru-irmos uma vida que tenha sentido.

C.A.

A Viagem do Elefante de José Saramago

À CONQUISTAJá foi lido...

Mãe, não tenho nada para ler...

“Os Contos de Beedle o Bardo”

Gostas de histórias de fadas, de feiticeiros e de bruxos ? És um fã incondicional do Harry Potter e da escola de Hogwarts ? Queres saber mais sobre esta escola em que tudo é diferente do habitual? Então, não percas Os Contos de Beedle o Bardo, o livro que Dumbledore, o director da escola, oferece a Hermione, a melhor amiga de Harry, em As Relíquias da Morte e que J.K.Rowling es-creveu e ilustrou.

C.A.

“A Viagem do Elefante”

Apesar de ter recebido o Prémio Nobel da literatura, José Saramago continua a ser um autor que suscita grandes celeumas e que é frequentemente amado ou odiado, sem que haja um meio-termo, como se a sua escrita só pudesse suscitar extremos.Em A Viagem do Elefante, tal como já tinha feito em Memorial do Convento, volta a mergulhar-nos num romance que poderia ser classificado como histórico, já que descreve um facto real, a oferta, feita por D.João III em meados do século XVI, de um elefante indiano ao arquiduque Maximiliano da Áustria, mas que vai além da faceta histórica pois entrelaça personagens reais e fictícias para melhor recriar um ambiente e um friso social.Subhro, o cornaca do elefante, e o próprio elefante tornam-se a alegoria do fausto em que viviam os monarcas da época e permitem a Saramago, com a ironia que lhe é habitual, criticar as fraquezas humanas. Contudo, talvez por ter sido escrito após uma doença grave num momento em que se viu confrontado com a sua própria morte, este livro tem um outro pendor mais vibrante, como se o autor quisesse salientar a capacidade de superação do Homem e a necessidade de uma vivência plena.Além disso, A Viagem do Elefante é, como o próprio título indica, uma viagem iniciática, num tem-po e num espaço pré-definidos, que levanta interrogações sobre o que é a essência do Homem.

Catarina Azevedo

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Ciência e Ambiente APAGA A LUZ

Tinha uns 7 anos quando visitei a Praia pela primeira vez. Desse Verão ficou gravado em mim a morabeza, a música, as cores, os cheiros e, acima de tudo, o mar turquesa. Foi aqui que aprendi a nadar, onde vi pela primeira vez a paleta de cores por baixo do azul, onde nasceu o meu sonho de “ser mergulhador quando fosse grande” e onde descobri a minha paixão pelos oceanos. Mais de vinte anos depois regresso para trabalhar no mar de Cabo Verde e estudar as comunidades de coral aqui existentes. Os recifes de coral típicos são característicos de águas pouco profundas, oligotróficas (com pou-cos nutrientes) em regiões tropicais e subtropicais. Na sua maioria, estes recifes dependem de corais que possuem algas microscópicas como simbiontes. Esta relação simbiótica permite ao coral receber energia, na forma de compostos reduzidos de carbono, derivados da fotossíntese, em troca de protecção. Apesar de Cabo Verde não ter verdadeiros recifes de coral, apresenta comunidades coralinas relativamente extensas. Estas comunidades exibem uma diversidade de espécies de coral relativamente baixa, quando comparadas com outras comunidades como as das Caraíbas, no entanto representam uma cobertura significativa do substrato pouco profundo e sus-tentam o habitat de diversas espécies de outros invertebrados e de peixes.A caracterização detalhada destes habitats, dos organismos presentes e da forma como se relacio-nam com factores ambientais, irá permitir entender melhor o papel e importância destas comu-nidades de coral ao nível local e de que forma se assemelham a outros habitats e biótopos corali-nos. As comunidades de coral de Cabo Verde aparentam um bom estado de conservação, sem indí-cios de lixiviamento (perda de pigmentos e capacidade fotossintética ou expulsão de simbiontes induzida por factores de stress como a temperatura ou intensidade da luz) . Este fenómeno é re-sponsável pela deterioração de habitats de coral um pouco por todo mundo. O facto de não haver indícios de eventos de lixiviamento severos em Cabo Verde, e de existirem colónias de dimen-sões consideráveis, sugere que os corais e respectivas algas simbiontes estão de algum modo bem adaptadas às condições ambientais . Este trabalho ainda em curso, prevê o estudo das comunidades coralinas da ilha do Sal como mod-elo. A monitorização ao longo do ano de 2009 de locais chave com sensores de temperatura e luz, juntamente com dados recolhidos sobre as comunidades de coral e sua distribuição irá permitir estabelecer uma relação entre as espécies de coral presentes, fauna e flora associada e estrutura das comunidades com parâmetros físicos como o tipo de substrato e a luz. Por outro lado, a re-colha de exemplares e amostras irá permitir a confirmação taxonómica das espécies de coral e das espécies de algas que possuem, de modo a verificar se existem particularidades que possam estar associadas à sua resistência ou adaptabilidade. Este estudo deu-me a oportunidade de regressar a Cabo Verde e concretizar um sonho, mas, mais importante, fornece novos dados para entender melhor a ecologia e biogeografia de corais, e apre-senta repercussões a nível local para a gestão e conservação deste importante recurso natural.

João Gama Monteiro

Morabeza, Mar e CoraisO Centro de Interpretação do Vulcão dos Capelinhos, em parceria com o Jardim Botânico e a Ecoteca do Faial, apresenta até 30 de Dezembro a exposição “O Jardim vai ao Centro”. Com esta iniciativa pretendem-se transmitir conceitos ambientais, incluindo o reconhec-imento da flora natural dos Açores e a sua utilidade, reforçar o Centro de Interpreta-ção do Vulcão dos Capelinhos como veículo de difusão cultural e científica e divulgar o Jardim Botânico do Faial. A par desta iniciativa ir-se-ão realizar dois workshops: “Os cheiros do Jardim”, nos dias 20 e 21 das 15:00 às 17:00, em que se irão elaborar perfumes e sabonetes e, no dia 27 às 15.00, o workshop “O sabor do

Jardim”, que proporcionará aos visitantes a oportunidade de provar infusões prove-nientes das plantas do Jardim Botânico.O Centro de Interpretação do Vulcão dos Capelinhos pertence à Secretaria Regional do Ambiente e do Mar e, neste ano de estreia, conta, em média, com dois mil visi-tantes por mês. O Jardim Botânico do Faial é propriedade da mesma Secretaria e

celebra este ano os 22 anos de existên-cia. A actividade da Rede Regional de Ecotecas, onde está integrada a Ecoteca do Faial, pode ser seguida através do endereço internet http://ecotecas.blogspot.com/.

Ecoteca do Faial

O Jardim vai ao Centro

Etiqueta Energética: faça uma compra inteligente!A etiqueta energética consiste num rótulo informativo sobre a eficiência energética e outras características dos equipamentos domésticos. A existência deste rótulo permite ao cidadão dispor de informação adicional sobre os custos de funcionamento e dispor de um factor de escolha na altura de aquisição do equipamento.A etiqueta energética pode ser encontrada no exterior da maior parte dos electrodomésticos, incluindo frigoríficos, congeladores, máquina de lavar roupa e louça, fornos eléctricos e até nas lâmpadas.Além de indicar os dados de consumo, como a electricidade, a água e o ruído, a etiqueta clas-sifica os equipamentos cosoante o seu nível de eficiência, desde a letra A (o mais eficiente) até à letra G (menos eficiente).Muito embora esta classificação se aplique à maioria dos aparelhos, existem equipamentos para os quais apenas é permitida a comercialização das classes A a C (caso de alguns frigorí-ficos) e existe ainda uma classificação especial para frigoríficos de eficiência superior (classe A+).

Ecoteca do Faial

AQUELA DICA

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#8 FAZENDUS Agenda

Durante a Época Lectiva 08/09 Projecto Teatral Infantil orientado por Anabela Morais

Atelier “O Jogo Dramático”. Terças e quintas-feiras das 17 às 18 horas. Para crianças dos 6 aos 12 anos.Atelier “Leitura de Textos Teatrais”. Segundas e quartas – feiras, das 18 às 19 horas. Para jovens dos 10 aos 12 anos.Teatro Faialense

Até 31 de Dezembro Exposicão de pintura de Pedro Solá

Museu da Horta

Exposicão de pintura “Sete Mares” de António Domin-gosTeatro Faialense

Exposicão “Trabalhos no Papel” de Ken DonaldSala Polivalente da Biblioteca Pública e Arquivo Regional

João José da Graça

Exposição de “Thiago Romão de Sousa: Um Fotógrafo dos Açores”Museu da Horta

Até 3 de Janeiro Oficina de Cinema “Hora de Filmar”

Biblioteca Pública e Arquivo Regional João José da Graça(inscrições através do Cineclube da Horta)

Até 6 de Janeiro Exposição de pintura de Mário Silva

Bar do Teatro

24 de Dezembro Natal na Taberna c/ Sakamora

24h00, Taberna de Pim

25 de Dezembro Concerto: BabudJah - “Música Não-Tradicional

Açoriana”www.myspace.com/BabudJahBar Azul, 23h00

26 de Dezembro Cinema: W.

Teatro Faialense, 21h30 (repete a 27 e 28)

27 de Dezembro Oficina: “Como Nasce uma História” c/ Manuela Fer-

reira (no âmbito do projecto “Férias no Teatro” para crianças

dos 5 aos 10 anos)Palco do Teatro Faialense, 10h30 -12h30; 14h00-17h00até dia 31 de Dezembro

Hora do ContoTeatro Faialense, 11h00

Concerto: BabudJah - “Música Não-Tradicional Aço-riana”www.myspace.com/BabudJahBar do Teatro, 23h00

Concerto: Morcela Doida - “Rock’n’Roll da Adega Ultrapasteurizado”Bar da Marina - Finalistas, 24h00

29de Dezembro Concerto: Morcela Doida - “Rock’n’Roll da Adega

Ultrapasteurizado”Bar Açores, 23h00

30 de Dezembro Concerto de Natal: Filarmónica Unânima Praiaense

Polivalente dos Cedros, 21h00

Concerto: ZAPJazzTrioBar do Teatro, 23h00

Cinema: “Blade Runner – Perigo Iminente”Um dos grandes clássicos do cinema de ficção científica de regresso às salas de cinema. Por ocasião dos 25 anos desde a sua data de estreia, é exibido o final cut, considerada a versão de-finitiva pelo seu realizador, Ridley Scott. O filme teve um tremendo impacto em toda a produção cinematográfica do final do século, com os seus cenários distópicos futuristas, criando um futuro

negro e verosímil, que desafia o espectador a reflectir sobre as grandes questões da Humanidade, sobre vida e imortalidade, sobre o inevitável avanço da tecnologia e a decrepitude da raça humana, sobre o papel di-vino de Homem e a sua incapacidade para lidar com a sua criação. Há muito a dizer sobre o filme, abrindo portas para um poço inesgotável de questões. Teatro Faialense, 21h30

31 de Dezembro Passagem de ano na Taberna c/ Sakamora

24h00, Taberna de Pim

Concerto de Passagem de Ano: Banda 105Praça do Infante, 24h00

1 de Janeiro Primeiro Banho do Ano

Praia do Porto Pim, 11h30 Grandioso Concerto pela Paz:

Orquestra Skomorochi, fundada em 1969 em São Petersburgo pelo Maestro Victor Akulovich.Os intrumen-tos que compõem esta orquestra sçao, entre outros, as balalaicas, as domaras, baião, flauta, oboé e intrumentos de percurssão.O repertório inclui trechos de música erudita, música popular russa e temas originais,Igreja Matriz, 14h30

2 de Janeiro Cinema: 007: Quantum of Solace

Teatro Faialense, 21h30 (repete dia 4)

3 de Janeiro Encontro de Ranchos de Natal

Teatro Faialense, 20h30

4 de Janeiro Concerto de Reis

Igreja da Matriz, 15h30

6 de Janeiro Exposição de Pintura: “O Expandir da Cor” de Florival

CandeiasAssembleia Legislativa Regional dos Açores, 9h00-18h00(até dia 25 de Janeiro)

Cinema: “Mulheres de Guerra”Uma realização competente de Jean-Paul Sa-lomé, baseada em factos verídicos, com Sophie Marceau, Julie Depardieu, Marie Gillain. Nada mau!...“Maio de 1944. Um grupo de mulheres ao serviço da Resistência francesa é recrutado pelo Comando de Operações Especiais britâni-co para uma missão que tem por objectivos o resgate de um importante geólogo britânico e a

morte de um coronel alemão prestes a desvendar os secretíssimos planos do Dia D.Uma história inspirada na vida real da agente secreta Lisé de Baissac, numa missão de absoluta tensão emocional.”Teatro Faialense, 21h30

7 de Janeiro Atelier de Pintura por Florival Candeias

Biblioteca Pública e Arquivo Regional João José da Graça10h00; 14h00

O Fazendo encontra-se agora a zeros e uns e com milhões de

cores em:

http://fazendofazendo.blogspot.com

Ideias, Sugestões e Comentários e outras oisas para:

[email protected]