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Fenatema denuncia entrega do nosso sistema elétrico Em 2017, travamos várias batalhas Reforma da Previdência gera forte reação Os eletricitários e trabalhadores de vários setores responderam com paralisações e denúncias contra a malfadada reforma da Previdência, que o governo federal quer aprovar a qualquer custo. Por trás do discurso oficial há muita coisa que os trabalhadores precisam saber. Página 4 UM 2018 CHEIO DE BOAS ENERGIAS! Ao final de mais um ano, só temos que agradecer a todos os que nos ajudaram a construir um Sindicato mais forte, mais dinâmico e mais solidário. Que todos os nossos Associados, Diretores, Familiares e Parceiros tenham um 2018 cheio de boas energias, com muita saúde, muita paz e muita prosperidade! Dezembro/2017 Diretoria e Fucionários do SINDEFURNAS A nossa Federação – a Fenatema – publicou uma carta aberta denunciando a política entreguista do governo de Michel Temer. A venda da do sistema elétrico nacional poderá trazer de volta o desemprego no setor, o aumento da conta de luz e os apagões. A Fenatema alerta que “Privatização não é sinônimo de eficiência” e certamente trará impactos negativos a toda a população. Nossa mobilização nas bases do Sindicato também foi intensa. Fizemos um seminário regional e acionamos lideranças políticas e sociais contra a privatização da Eletrobrás. Página 9 Como já prevíamos, este foi um ano de muitas lutas e batalhas em prol da nossa categoria e, por extensão, da classe trabalhadora. Além de debater o Plano de Aposentadoria Extraordinário e a PLR, também entramos na luta contra as reformas que o governo federal quer impor ao país. Página 3

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Fenatema denuncia entregado nosso sistema elétrico

Em 2017, travamosvárias batalhas

Reforma daPrevidência

gera forte reação

Os eletricitários etrabalhadores de vários setoresresponderam com paralisaçõese denúncias contra a malfadadareforma da Previdência, que ogoverno federal quer aprovar aqualquer custo. Por trás dodiscurso oficial há muita coisaque os trabalhadores precisamsaber. Página 4

UM 2018 CHEIO DE

BOAS ENERGIAS!

Ao final de mais um ano,só temos que agradecer a todos os

que nos ajudaram a construir umSindicato mais forte, mais dinâmico e mais solidário.

Que todos os nossos Associados,Diretores, Familiares e Parceiros

tenham um 2018 cheio de boas energias,com muita saúde, muita paz e muita prosperidade!

Dezembro/2017

Diretoria e Fucionários do SINDEFURNAS

A nossa Federação – a Fenatema – publicou uma carta aberta denunciandoa política entreguista do governo de Michel Temer. A venda da do sistema elétriconacional poderá trazer de volta o desemprego no setor, o aumento da conta deluz e os apagões. A Fenatema alerta que “Privatização não é sinônimo deeficiência” e certamente trará impactos negativos a toda a população. Nossamobilização nas bases do Sindicato também foi intensa. Fizemos um seminárioregional e acionamos lideranças políticas e sociais contra a privatização daEletrobrás. Página 9

Como já prevíamos, este foium ano de muitas lutas e batalhasem prol da nossa categoria e, porextensão, da classe trabalhadora.Além de debater o Plano deAposentadoria Extraordinário e aPLR, também entramos na lutacontra as reformas que o governofederal quer impor ao país.Página 3

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JORNAL

SINDEFURNAS Dezembro de 2017

Sindicato dos Eletriciários de Furnas e DME 2

Um ano de muita lutaNo nosso último jornal de fim de ano,

já prevíamos que 2017 seria um ano demuita luta. E foi isso o que aconteceu.Além de ter de lutar para manter nossasconquistas, agora estamos às voltas comoutros fantasmas do passado, como aprivatização do Setor ElétricoBrasileiro.

Como o nosso sindicato mesmo jáabordou em livro publicado tempos atrás,o setor elétrico já foi privado. Quando o

país precisava se desenvolver industrialmente e enfrentou criseenergética o setor privado ficou em silêncio e não investiu o que devia.Os empresários e a sociedade sedenta de empregos de maior valoragregado, uma classe média em acessão com mercado consumidorpromissor, recorreu à “solução mágica” estatal. Mas, bastou o Estadofortalecer as empresas do setor que a iniciativa privada cresceu osolhos para os bilhões de dólares anuais promissores das empresas, as“galinha dos ovos de ouro” da sociedade brasileira.

Essa onda de privatização pregada e praticada pelo atual governovem somar-se à retirada de direitos trabalhistas e previdenciários.Nossa categoria – e diversas outras – mostrou sua força, reagindo aessa retirada de direitos por parte do governo e de muitos deputadose senadores que o apoiam em troca de dinheiro para suas emendasparlamentares. A desculpa é a mesma: é preciso enxugar o Estado,vender empresas estatais para pagar o rombo nos cofres públicos.Ora, falta uma pergunta aqui: Quem fez rombo?

O ano de 2018 chega com um misto de esperança e preocupação.Esperança porque entendemos que depois de sofrer vários reveses, opovo brasileiro saberá dar seu recado nas urnas, elegendo quemrealmente deseja o bem-estar dos nossos trabalhadores e o bem geraldo nosso país. A preocupação fica por conta daqueles que farão detudo para continuar no poder, com o fim único de manter o Estado nasmãos de poucos.

Que 2018 seja um ano de muito discernimento para o nosso povoe para a nossa categoria!

A todos, um excelente 2018!

Miguel Ângelo de Melo FariaPresidente do SINDEFURNAS

EDITORIAL Tempo especial: decisãobeneficia trabalhadores

Diretor Presidente: Miguel Ângelo de Melo Faria, Diretor Secretário-Geral : Alfredo Simas de Oliveira Filho, Diretor de Finanças: Antoninho de Freitas Furtado, Diretor de Patrimônio:Messias Jose Beirigo, Diretor para assuntos Jurídicos: Rogério de Almeida Araujo, Diretor de Formação e Relações Sindicais: Renato Fernandes , Diretor de Relações Trabalhista:Geraldo Edson Rios, Sandro Fonseca Borges, Diretor de Estudos Sócio-Econômicos: Edson Modesto Rodrigues, Diretores representantes dos Aposentados: José Francisco deOliveira, Antônio Cândido de Santana, Carlos Scot - Benecidio Luiz Rodrigues, Leland Braz de Andrade, Ribamar Batista Silva, Diretor de Integração de bases :Gilberto Favaro, Diretorespara assuntos Municipais: Pedro Dilson Rodrigues, Luiz Carlos Borges Alonso, Pedro Araujo, Divino Borges da Silva, Sergio Romeu Lopes, Diretor para Assuntos Previdenciários: Flaviodos Santos Souza, Diretor Social: Carlos Augusto Pardini, Diretor para Assuntos Parlamentares, Claiton Ferreira, Conselho Fiscal Efetivos: Jose Silva, Anisio Henrique de Campos,Sergio Martins Pires, Conselho Fiscal Suplentes: Marcelo Cardoso Loureiro , Lucas Canavez, Anivaldo Lucio da Costa, Delegados Representantes junto á Federação, AlexandreGonçalves Fonseca, Heber Rubens Cardoso, Jose Antonio Rodrigues da Cunha, Amarildo de Freitas Furtado, Diretor de Saúde e Segurança no Trabalho, Alexandre Amorelli, MariaLuiza de Oliveira, Diretor de Imprensa e Comunicação: André Luiz Rodrigues, Diretores Adjuntos: Jose Carlos Ferraz - Antonio Eduardo Frederico, Luciano Ribeiro, David Ramos DoNascimento, Hernani Torresilha, Jose Felix dos Santos, Fabio Fernandes , Maylon Richard Rodrigues e Silva, Ednei Frederico Manhoso, Leonardo Jose Pereira, Cleuber zanini , EsdraLopes de Sinai, Zelio Horta Dias, Luciano Oliveirade Souza, Regis de Oliveira Souza, Deusiron Olinto, Douglas Pereira Ramos, Gustavo André de Oliveira, Wellerson Machado Cunha, Reinaldo Alves P. Junior , Jose Alencar Benfica, Geraldo Carlos dos Reis Souza, Maria Augusta Junqueira Amato

Expediente

Em fevereiro de 2017, oSINDEFURNAS atuou como“amicus curiae” num recursoapresentado em processo sobre otempo considerado de formaespecial na contagem para fins daaposentadoria do eletricitário. OINSS pedia no recurso que otrabalhador comprovasse o tempoespecial não só por meio do PerfilProfissiográfico Previdenciário(PPP), mas também por meio decópia do laudo técnico ambiental,o que iria inviabilizar a concessãoda aposentadoria especial.

Ao final, conseguimosdecisão favorável do SuperiorTribunal de Justiça (STJ), queentendeu ser necessário apenas oPPP para comprovar o tempoespecial. A decisão do STJ criajurisprudência, uniformizando

decisões em primeiro e segundograus de jurisdição de todo o país.

A admissão do nossoSindicato como “amicus curiae” ea nossa intervenção no recurso, pormeio dos advogados FernandoGonçalves Dias e Hugo GonçalvesDias, da Brasil Previdência,contribuíram para o resultado quede agora em diante irá facilitar oacesso dos nossos associados e dostrabalhadores de outras categoriasdo país à aposentadoria especial.

Ameaça de demissões de pessoas do IBDDOs empregados portadores de necessidades especiais em Furnas, con-

tratados por meio do IBDD, enfrentaram em 2017 as ameaças de corte quea empresa pretende implementar: 51 empregados poderão ser demitidos.Ironia ou sarcasmo, a empresa foi homenageada por justamente dar boasoportunidades de trabalho a esses empregados que superam seus própriosdesafios pessoais com resultados para os processos operacional, logísticoe administrativo que Furnas possui. Essas demissões precisam serreavaliadas porque muitas atividades da empresa não funcionarão bem, oumesmo serão paralisadas, porque pessoas com diversas competências im-portantes e com empenho podem deixar postos de trabalho abandonados.Não é isso o que se espera de uma empresa como Furnas, com seu papelsocial, e que tem o dever de prestar boas contas à sociedade brasileira dosseus resultados operacionais. No momento em que o volume de trabalhoaumenta em vários processos da empresa fica incoerente demitir. Ou adiretoria de Furnas está insensível às demandas do seu chão de fábrica,fazendo seus processos operacionais, logísticos e administrativos impor-tantes naufragarem no esquecimento dessa maneira? Não bastou mandarembora boa parte da sua memória técnica no último PAE? Os que ficam emFurnas e olham essas intenções de demissão tem a sensação de que a dire-toria executiva não se importa com a própria atividade fim da empresa,quando olha para números frios numa planilha de computador. Tantas insta-lações, laboratórios, oficinas, salas de controle, pátios de manobra, equi-pamentos , sistemas, segurança de pessoas precisando de cuidados e a di-retoria de Furnas pensando em se desfazer de gente que luta por uma vidamelhor e com a melhor oportunidade que conseguiram na vida e com todaa superação que envolve ter necessidades especiais? Isso não pode ser as-sim. As pessoas do quadro de Furnas querem da diretoria da empresa com-promisso com seu bom funcionamento, nunca com seu sucateamento edeterioração.

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JORNAL

SINDEFURNAS Dezembro de 2017

Sindicato dos Eletriciários de Furnas e DME 3

Nossas lutas e batalhas em 2017Em 2017, tivemos muitos embates no campo político, econômico e social, já que boa parte dos políticos decidiu investir contra as conquistas da

classe trabalhadora, aplicando um golpe atrás do outro em diversas categorias, inclusive com a proposta de privatizar a Eletrobrás e boa parte dasempresas do setor de energia.

Confira algumas das lutas que enfrentamos neste ano:Greve geral contra as reformas

No dia 15 de março, paralisamos nossasatividades contra as malfadadas reformastrabalhista e previdenciária propostas pelogoverno golpista de Michel Temer e seusseguidores.

Novas paralisações

Em abril e maio, também engrossamos asparalisações, com destaque para a que aconteceuno final de abril. Podemos dizer que a fortereação dos trabalhadores atrasou as reformas –principalmente a da Previdência -, já que osparlamentares tiveram medo de enfrentar a fúriada população. Outras paralisações ocorreram nosegundo semestre tendo como motivo principala política entreguista do governo de MichelTemer, que quer a privatização do sistemaelétrico nacional.

Seminário contra a privatização

Realizado pelo Conselho Nacional dosEletricitários em Brasília (DF), na segunda quinzena dejulho, o Seminário “Privatizar não é a Solução” contoucom presença maciça de dirigentes sindicais eespecialistas.

O evento debateu a política de privatização do setorelétrico, que o governo entreguista vem colocando emprática no país, com resultados catastróficos para ostrabalhadores e para a população. Para piorar, o cúmuloda incoerência: as empresas que vêm demonstrandointeresse em comprar as nossas estatais também são, na maioria, estatais em seus países.

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JORNAL

SINDEFURNAS Dezembro de 2017

Sindicato dos Eletriciários de Furnas e DME 4

Plano de Aposentadoria e PLR

Em maio, a União Intersindical – da qual o

SINDEFURNAS faz parte – marcou presença

em Brasília (DF) para discutir o Plano de

Aposentadoria Extraordinário (PAE) e a

Participação nos Lucros e Resultados de 2016

(PLR). Entretanto, a Eletrobrás não possibilitou

o debate, mostrando total descaso para com nossa

categoria

Fórum Permanente

dos Assistidos da FRG

Em maio, o Fórum Permanente dos

Participantes e Assistidos da Fundação Real

Grandeza se reuniu para discutir o Plames e

debater a governança da FRG.

O que queremos é que nossa entidade se

mantenha fora de interferências políticas, por

isso temos de zelar por ela permanentemente.

Pagamento da PLR

Participamos de várias reuniões com aEletrobrás e fizemos várias mobilizações,incluindo paralisações, em resposta ao descasoda “holding” quanto ao pagamento da PLR 2016.Após muita pressão, nossa categoria aprovou aproposta da empresa, em assembleias realizadasno final de junho. Mas, as reuniões para melhorara proposta continuaram por mais algumassemanas

Atuação em várias frentes Cortes de adicionais e mudanças em critérios

Além de participar de várias audiênciaspúblicas regionais e também na Câmara Federal(em Brasília-DF), o SINDEFURNAS teve forteatuação jurídica. Por meio da União Intersindicalde Furnas, o Sindicato participa do ColetivoNacional dos Eletricitários, que desenvolve umaintensa luta contra a privatização do sistemaelétrico nacional.

Uma dessas ações foi ingressar no STJ comum Mandado de Segurança pedindo a suspensãoda privatização de empresas de energia elétrica,entre elas do sistema Furnas. Outra ação foisolicitar do Conselho Nacional da OAB a adoçãode medidas para suspender o processo deprivatização da Eletrobrás e outras estatais

estratégicas

Outra ação da nossa parteocorreu no início de outubro, quandoa União Intersindical esteve reunidacom diretores de Furnas, no Rio deJaneiro, para tratar sobre os cortesde adicionais de periculosdade(atingindo centenas de trabalha-dores) e mudanças nos critérios dereembolso de lanches.

Os diretores da empresainformaram que não houve cortes,mas correção de algumas distorções,mas prometeram que os gerentes reavaliariam a relação dos trabalhadores afetados e recadastrariamos que fazem jus ao adicional, para que voltem a percebê-lo. Quanto ao reembolso de lanches, osdiretores prometeram rever os procedimentos, pois não tinham conhecimento de muitas situaçõesexpostas pelos dirigentes sindicais durante a reunião.

O governo de Michel Temer chegoucom muita vontade de acabar com direitostrabalhistas e previdenciários. Mas, boa parteda população reagiu à altura, inclusive a nossacategoria. Participamos da paralisaçãonacional do dia 15 de março, mostrando aogoverno que não seria fácil passar a malfadadareforma que se propunha a mexer na idademínima, no tempo de contribuição e até emcritérios da aposentadoria especial.

Quanto mais o governo insistia nareforma, mais os trabalhadores debatiam oassunto e descobriam as verdadeiras causas dorombo da Previdência, por exemplo. Por isso,nossas entidades exigiam uma auditoria nascontas, dando total transparência ao processo.É claro que o governo não aceitou. Seaceitasse, teria de divulgar os grandessonegadores (inclusive bancos e empresas degrande porte), esclarecer sobre os desvios daDRU (Desvinculação de Receitas da União) eexplicar a diferença entre Previdência eSistema de Seguridade Social.

A luta dos trabalhadores, comconstantes mobilizações, assustou osdeputados e senadores, que recuaram nareforma da Previdência. Entretanto, o assuntovoltou à baila nesse fim de ano, colocandonossos direitos novamente na mira do governoTemer.

A reação contra a reforma da Previdência

“Senhor Deputado,

Em contato diário com nossos associados — trabalhadores da ativa,

aposentados e pensionistas —, há uma preocupação praticamente unânime: a PEC

287 (que institui a Reforma da Previdência) trará enormes prejuízos a toda a

categoria, como de resto a tantas outras categorias espalhadas pelo Brasil. O

clamor é geral em todas as nossas bases, que se estendem por três Estados,

abrangendo as Usinas Hidrelétricas de Furnas, Mascarenhas de Morais, Itumbiara,

Corumbá, Marimbondo, Porto Colômbia e Manso, bem como as Subestações de

Barro Alto, Goiânia/Bandeirante, Rio Verde, Poços de Caldas e Itutinga.

Por isso, utilizamo-nos do presente para solicitar a V.Exa. que vote

terminantemente contra à PEC 287116.”

Aos deputados, enviamos ofícios contra a reformaDurante as mobilizações nacionais contra as reformas trabalhista e previdenciária,

nosso sindicato deixou claro a sua posição contrária a essa iniciativa do governofederal. Pressionamos os parlamentares das regiões onde temos bases, mostrandoque os eletricitários são contra a retirada de direitos.

Enviamos ofícios a todos os parlamentares federais e senadores que têm suasbases onde atuamos. Deixamos claro aos parlamentares a posição de nossa categoria.Leia o teor de um dos ofícios enviados aos deputados federais:

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JORNAL

SINDEFURNAS Dezembro de 2017

Sindicato dos Eletriciários de Furnas e DME 5

No segundo semestre, reforçamos as açõescontra a proposta do governo de Michel Temerde privatizar Furnas, além de outras empresas dosetor elétrico. Para se ter uma ideia do queFurnas representa para o país, basta dizer que aempresa está presente em 15 estados daFederação, além do Distrito Federal, mantém umsistema por onde passa cerca de 40% da energiaque move o Brasil, atuando no abastecimento aregiões onde estão situados 63% dos domicíliose 81% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.

Furnas possui empreendimentosresponsáveis por quase 10% da energiaproduzida no país, toda essa energia circulandoatravés de nossas subestações em mais de24.000 km de linhas de transmissão.

Nosso tamanho e nossa liderança nomercado são alvos constantes de tentativa deprivatizações, mas além de energia para odesenvolvimento geramos outros serviços paraa sociedade: são diversas ações sociais nosmunicípios do entorno de nossosempreendimentos, programas de cuidado com omeio ambiente, programas de geração de rendapara os que dependem dos lagos dos nossosreservatórios.

Tudo isso será entregue ao “mercado” comjuros subsidiados. O governo está ALUGANDOO PAÍS e, pior, será o inquilino que definirá ovalor da nossa conta de energia!

Em agosto e setembro, o SINDEFURNAS,juntamente com a FENATEMA, ASEF, ACEP eSENGE-MG, esteve em Brasília conversandocom diversos parlamentares e solicitando aosmesmos que não permitam que a matrizenergética, algo considerado estratégico emtodas as nações, seja privatizada.

Participamos também de uma audiênciapública no Congresso Nacional onde o tema foidebatido.

A luta é árdua, mas não fugiremos dela. Masprecisamos que todos estejam juntos nessabatalha.

O que o governo Temer quer entregar?

É preciso que cada trabalhador defenda aempresa em todos os fóruns de debate possível:maçonaria, igreja, faculdades, associação debairros, condomínio, no almoço de família, naroda de amigos.

Também é necessário que façamos,JUNTOS, o repasse de e-mails a todos osdeputados e senadores mostrando nossaindignação.. Precisamos agir.

Outras ações que realizamos foram oseminário sobre a privatização e uma audiênciapública, ambos no dia 25/09. O primeiro ocorreuna Usina de Furnas e o segundo na CâmaraMunicipal de São José da Barra.

É importante que cada trabalhador procureo seu vereador, o seu deputado e cobre apoioparlamentar contra a privatização. É necessáriomostrar a cada cidade, a cada cidadão o que estáem jogo nesta venda da soberania nacional.

Foi criado também um grupo no Facebookpara acumular informações sobre a nossa luta.Entre e informe-se: https:// www.facebook.com/groups/amigosdefurnas/ ?ref=br_rs

Temos também um vídeo que pode sercompartilhado com amigos e familiares visandoexplicar o motivo da nossa luta:www.facebook.com/a s e f . f u r n a s / v i d e o s / 1 6 1 9 8 6 9 4 6 8 0 4 7 7 9 6 /

?fref=gs&dti=1425751410984613&hc_location=group

Os sindicatos que compõem o ColetivoNacional dos Eletricitários estão atuando emmuitas frentes de luta contra a privatizaçãodo sistema Eletrobrás. Na primeira quinzenade setembro, o Coletivo dos Eletricitários(CNE) lançou a Campanha Nacional “Energianão é Mercadoria” e a Rede Parlamentar emDefesa da Soberania Energética e Nacional.

O objetivo dessa Rede, planejada peloCNE, pela Frente Parlamentar em Defesa doSetor Elétrico Brasileiro e pela FrenteParlamentar Mista em Defesa da SoberaniaNacional é organizar nos âmbitos legislativosestaduais e municipais parlamentaresdispostos a defender e fortalecer a luta contraa privatização da maior empresa de energiaelétrica da América Latina.

O desprezo ao patrimônio público étamanho que a equipe econômica de Temerdeseja vender a Eletrobrás poraproximadamente R$ 20 bilhões, sendo quea empresa vale hoje cerca de R$ 400 bilhões.

Além do crime financeiro de lesa-pátria, a privatização do sistema vai tornar aconta de luz ainda mais cara e a qualidade doserviço prestado à população de mal a pior.

É assim a realidade energética nosestados que privatizaram suas empresas dedistribuição de energia. No Pará, onde a Celpafoi vendida para a iniciativa privada na décadade 90, a sociedade paraense paga uma dastarifas mais caras do Brasil e tem um dosmaiores índices de mortes de trabalhadores.

É inadmissível que enquanto paísescomo EUA, Austrália, França estatizam eprotegem o setor elétrico do capitalestrangeiro, o Brasil queira entregar a maiorempresa de energia elétrica da AméricaLatina de bandeja.

Quem fará os investimentosnecessários à universalização da energia nosEstados do Norte, por exemplo? Não vamospermitir essa grave ameaça aodesenvolvimento do País, à soberanianacional e a segurança energética.

Lançada a Campanha Nacional

Seminário do SINDEFURNAS mostraimpactos nefastos da privatização

No dia 25/09/2017, trabalhadores de Furnas reuniram-se no Cinema na Usina deFurnas, em São José da Barra-MG, onde participaram de um seminário que debateu a propostade privatização do Setor Elétrico Brasileiro. O evento, que contou com palestras técnicassobre o tema, mostrou os impactos negativos da proposta do atual (des)governo.Arthur Obino, do Clube de Engenharia do Rio de Janeiro; Agenor de Oliveira, do InstitutoIlumina; Fábio Resende, ex-diretor de Operação de Furnas; e, Dr. Ramon Koelle, advogadodo Escritório de Advocacia Garcez, mostraram sob óticas diferentes (jurídica, técnica eadministrativa) que a proposta de privatização trará consequências graves, como por exemplo,o aumento da conta de energia elétrica e, consequentemente, de toda a cadeia produtivanacional.

Além disso, foram informados os dados de que Furnas está em franca recuperaçãofinanceira, após sofrer os graves impactos da MP 579; que possuímos mais de R$ 19 bilhõesem receitas para receber de indenizações (RBSE); que hoje somos modelo de eficiência emtoda a holding devido à implementação de processos como o SAPERP, Centro de Serviços Compartilhados, gestão dos recursos hídricos, manutençãoe operação dos nossos ativos, gestão de pessoas, que garantiram no 2º Trimestre de 2017 um lucro de R$ 1.151.991,00.

Organizado pelo SINDEFURNAS, o seminário teve a participação de diversas entidades de representação dos empregados: FENATEMA,STIEESP, STIEENNF, STIEPAR, ASEF, ASEN, APÓS FURNAS, CAEFE, SINTERGIA-RJ, SENGE-MG, SINERGIA-CUT, SINERGIA VITÓRIA,AEEL, SINAERJ, STIUDF e SINEFI.

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Em agosto, o presidente do SINDEFURNAS, Miguel Ângelo de Melo

Faria, fez um alerta sobre “o alto risco de privatização de Furnas” pelo governo

de Michel Temer. O alerta foi feito durante o Seminário Regional que tratou

sobre o Prognóstico e Plano de Ações do Plano Integrado de Recursos

Hídricos da Bacia do Rio Grande, evento este realizado no dia 04 de agosto,

em Passos, pela Agência Nacional de Águas (ANA) em parceria com o Comitê

da Bacia Hidrográfica do Rio Grande (área do GD-7, que corresponde ao

Médio Rio Grande). O seminário aconteceu na sede da Associação dos

Municípios da Microrregião do Médio Rio Grande (Ameg).

A fala do presidente do nosso Sindicato surpreendeu os participantes

do seminário, já que a grande maioria não sabia do risco de privatização de

hidrelétricas do Sistema Furnas, inclusive da própria Usina de Furnas. “A

privatização de usinas do Sistema Furnas vai prejudicar toda a população, já

que o primeiro passo será a redução ou o corte dos royalties a que os municípios lindeiros têm direito, e que são aplicados em benefícios para a

população nas áreas de saúde, educação, etc. O segundo passo, que é ainda mais grave, será o controle da água, afetando os setores do abastecimento, da

agricultura, da pecuária, da geração de energia e também do turismo”, advertiu Miguel Faria.

Sindicato alerta que privatização de Furnas afetará toda a região

CARTA ABERTA À POPULAÇÃOENTREGAR A NOSSA ENERGIA É ENTREGAR A NOSSA BANDEIRA!

Nossa luta em defesa da Eletrobrás é uma luta em prol do desenvolvimento dopaís. A FENATEMA é contra o desemprego, contra o aumento da conta de luz econtra os apagões, situações sombrias que estão na lista dos estragos causados pelapossível venda do setor elétrico nacional.

A energia á um bem essencial e público, que jamais deveria ser negociado comas empresas estrangeiras. Enquanto muitos gringos ainda queimam carvão para acenderuma lâmpada dentro de casa, a gangue do presidente Michel Temer quer ensiná-los acontrolar as maiores usinas hidrelétricas do planeta, que pertencem ao povo brasileiro.

O sistema Eletrobrás é um dos grupos mais valiosos do mundo, que controla ageração de eletricidade em quase todo o Brasil: de Itaipu à Amazônia, do rio SãoFrancisco ao interior das Minas Gerais, das usinas nucleares em Angra dos Reis àshidrelétricas no cerrado goiano. A privatização da Eletrobrás representa um riscoenorme para a segurança e para a soberania nacional!

Privatização não é sinônimo de eficiência!A venda da Eletrobrás á uma atitude tenebrosa, que vai trazer impactos negativos

para toda a população. Veja só: dominada pela iniciativa privada, a conta de luz vaidisparar e os apagões voltarão a escurecer o Brasil; com o custo de produção elevado,a indústria entrará em declínio; sem o subsídio da Eletrobrás para os pequenosprodutores agrícolas, o preço da comida vai subir e a fome voltará a ser o prato dodia para muitos brasileiros.

Nossa luta vai muito além de defender os trabalhadores do grupo Eletrobrás!

Fenatema denuncia em carta aberta aentrega do nosso sistema elétrico

Outra ação ocorrida em setembro foi a publicação de uma Carta Aberta da nossaFederação – a Fenatema -, na qual ela denuncia o “entreguismo” praticado pelo governo deMichel Temer. Confira o texto abaixo:

Eletricitários realizaram atono “Dique da Discórdia”

Reunidos no histórico “Dique daDiscórdia” (Capitólio-MG), os trabalhadoresrealizaram um ato emocionante e com faixas epalavras de ordem, registrados pela imprensa. Em1999, no mesmo local, o então governador deMinas, Itamar Franco, demonstrou resistência àsintenções de privatização de Furnas pelo governode Fernando Henrique Cardoso. Portanto, o diquepassou a ser um símbolo contra a privatização deFurnas.

Todos foram convocados a defender opatrimônio nacional que Furnas representa. Ageração de energia elétrica, o controle da vazãode água dos reservatórios e toda uma malha detransmissão de grande porte não podem e nãocairão nas mãos de grupos especuladores.

O governo federal pretende realizar um“negócio da China”, mas não para o Brasil e seuscidadãos, e sim para um pequeno grupo deespeculadores que querem rapinar tudo. Nãopermitiremos. Não DESISTIREMOS. ENERGIANÃO É MERCADORIA.

A Prefeitura e a Câmara Municipal de SãoJosé da Barra-MG, com o apoio doSINDEFURNAS, também promoveu ato quecontou com a presença dos deputados federaisRenato Andrade (PP) e Dâmina Pereira (PSL),dos deputados estaduais Cassio Soares (PSD),Geisa Teixeira (PT) e Emídio Madeira (PSB), dosprefeitos dos municípios de Fronteira, MarceloPassuelo (PMDB) e de Passos, Carlos RenatoLima Reis (PSD); de assessores parlamentaresdo deputado federal Rodrigo Pacheco (PMDB),além de vereadores dos municípios lindeiros doLago da Usina de Furnas. O SINDEFURNASagradeceu a todos e, especialmente, ao prefeitode São José da Barra, Paulo Sérgio Leandro deOliveira (PSB) e ao presidente da Câmara deVereadores, José Antônio Bícego (PSL) peladefesa dos melhores interesses da sociedadelocal e por se posicionarem contra aPRIVATIZAÇÃO DE FURNAS.

JORNAL

SINDEFURNAS Dezembro de 2017

Sindicato dos Eletriciários de Furnas e DME 6

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JORNAL

SINDEFURNAS Dezembro de 2017

Sindicato dos Eletriciários de Furnas e DME 7

O dirigente sindicalcomentou uma fala doministro das Minas eEnergia, Fernando Coelho(que é da região Nordeste),de que a Chesf não seráprivatizada, já que é umpatrimônio do povonordestino. “Na mesma linhade pensamento do ministro,podemos dizer também queFurnas não pode serprivatizada, já que pertenceao povo mineiro”, observouMiguel.

Além de Miguel,também participaram do seminário regional da Agência Nacional de Águas mais dois diretores doSINDEFURNAS: Messias Beirigo e Alexandre Fonseca. Todos os três são integrantes do Comitê daBacia Hidrográfica do Rio Grande (CBH Grande – área do GD-7).

A privatização no Setor Elétrico trará terríveisconsequências para a Sociedade, entre outros:

Patrimônio de Minas

• Aumentos constantes na conta de luz;• Interrupções no fornecimento de energia, pois a maioria dessas empresasprivadas, visando apenas o lucro, não realizam os investimentos necessários

que objetivam a confiabilidade do sistema; • A extinção de programas sociais, como o de tarifa social na conta de luz para

as famílias de baixa renda e o de eletrificação rural (Luz para Todos).

Conforme ele, o atual governo “vemagindo na calada da noite para conseguir seusintentos, prova é que pouquíssimas pessoasestão sabendo da consulta pública que trata sobreesse pacote de privatização de várias empresasdo setor elétrico, inclusive seis do SistemaFurnas – que são Furnas, Estreito, Marimbondoe Porto Colômbia, estas no Rio Grande, e maisduas: Corumbá e Funil”. Outro sinal nessesentido é que estão na lista de “privatizáveis”apenas as empresas que foram recentementemodernizadas.

Miguel Faria informou que oSINDEFURNAS está fazendo o seu papel dealertar a sociedade “sobre o risco de entrega deum patrimônio nacional, que é rentável e quepertence ao povo brasileiro”. Ele aproveitou oevento para solicitar o apoio de entidades comoa Ameg, a Alago (Associação dos Municípiosdo Lago de Furnas), além de outros órgãos einstituições, “para travar essa luta que é de todos,pois todos serão afetados”.

Ao longo de 2017, o SINDEFURNASmobilizou também diversos políticos – comodeputados federais e estaduais, prefeitos evereadores – e lideranças regionais querepresentam os municípios do Lago de Furnaspara que se posicionem contra a privatização dasempresas do setor elétrico. A estratégia incluiua realização de um seminário regional. “Temosde esclarecer bem a nossa população sobre asconsequências que essa política do governorepresenta para a sociedade como um todo”,frisou Miguel.

Consulta pública

Novas regras trabalhistas em vigor: desafios do sindicalismoA Lei 13.467/17, que altera o sistema de relações de trabalho brasileiro, entra em vigor em novembro.

Com a nova legislação, várias formas de contrato, jornada e condições de trabalho são criadas, permitindo altaflexibilidade e ajuste do custo salarial. A proteção coletiva promovida pelas entidades sindicais fica fragilizada.O trabalhador estará mais exposto e submisso ao empregador. Os sindicatos são atacados na representação,no poder de negociação e no financiamento. A Justiça do Trabalho terá a atuação limitada. As empresas ganhamregras que as protegem e evitam passivos trabalhistas.

O sistema de relações laborais combina leis, regras, normas e define procedimentos para regular ascondições de trabalho dos processos produtivos, custos e formas de repartição de resultados entre lucros esalários. Ao funcionar, cria, ao longo do tempo, uma cultura que dá previsibilidade aos agentes, trata dosconflitos e estabelece os canais e o campo para o diálogo entre as partes.

Alterar unilateralmente, sem nenhum diálogo e de maneira tão profunda e extensa o sistema de relaçõesde trabalho, como fizeram o Congresso Nacional e o governo, trará severos impactos sobre o ambiente daprodução econômica e a vida social, o que exigirá renovada capacidade de enfrentamento e a construção denovo patamar de relacionamento no campo trabalhista.

O desafio para os trabalhadores e o movimento sindical será enfrentar as adversidades que surgirãocom as novas regras e criar capacidades organizativas e estratégias para resistir e avançar. Será necessárioapostar que, diante das adversidades, o movimento será capaz de aumentar a representatividade e ampliar acapacidade de luta. Para isso, é preciso mudar.

(Agência DIAP –

Publicado em 21/11/2017)

O desafio para ostrabalhadores e o movimentosindical será enfrentar asadversidades que surgirão com asnovas regras e criar capacidadesorganizativas e estratégias pararesistir e avançar. Será necessárioapostar que, diante dasadversidades, o movimento serácapaz de aumentar arepresentatividade e ampliar acapacidade de luta. Para isso, épreciso mudar.Clemente Ganz Lúcio*

O grande jogoHá um complexo processo econômico,

social, político e cultural que aprofunda eexpande a acumulação de riqueza em escalaglobal e acirra a concorrência entre as empresas,por meio da combinação entre flexibilidade paraalocar a força de trabalho e tecnologia.O sistemaprodutivo está subordinado à lógica daacumulação da riqueza financeira e rentista.

Os ganhos daqueles que vivemexclusivamente de renda se sobrepõem àestratégia de investimento das empresas. Aalocação das plantas empresariais busca o menorcusto, com altos investimentos em tecnologia e

economia ou exclusão quase total do trabalhohumano. As corporações engendram forçapolítica para enquadrar os estados e governos econseguir reformas institucionais que reduzamimpostos; imponham garantias de que o direitoprivado não será ameaçado pelas formas coletivasde deliberação e pelo voto universal; asseguremo avanço da desregulamentação do sistemafinanceiro; protejam a transmissão de herançase a valorização de patrimônios; simplifiquem asrestrições para a apropriação privada da riquezanatural (minério, terra, água, floresta etc.);acalentem a virtude da privatização de empresasestatais e a aquisição e fusão de empresas; eprotejam o pagamento das dívidas públicas.

O desenvolvimento - como resultado darelação entre o Estado e os sistemas produtivosnacionais, geradores da capacidade manufatureirado país, criadores de emprego, e os salários, decrescimento do mercado interno de consumo demassa — perde encanto econômico e político.

O Estado regulador da distribuição doproduto social, que visa minimizar a desigualdadee gerar coesão social, está em desuso. Ocomando agora é feito por uma grandeconcentração do sistema financeiro, pelaampliação da centralização da propriedade e areorganização da estrutura produtiva. Asdemocracias devem ser suportadas e, para isso,precisam ser controladas.

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As mudanças trabalhistas aqui no Brasilfazem parte dessa estratégia global do capitale da oportunidade que agentes econômicos epolíticos encontraram para fragilizar omovimento sindical e a força dostrabalhadores.

É preciso superar a perplexidade e nãoacreditar em milagres. Se não foremenfrentados, com determinação e inteligência,os efeitos da mudança poderão ser nefastos.A construção da resposta se coloca comooportunidade para promover transformaçõesna organização sindical e no sistema derelações de trabalho. O diálogo sindical entreos trabalhadores pode abrir possibilidadespara renovadas formas de organização, desdea base e em toda a estrutura. Da mesmamaneira, as negociações com os empresáriospodem abrir canais para efetivar um sistemade relações de trabalho que invista nofortalecimento da negociação — comcapacidade de dar solução efetiva aosconflitos, com o direito de organização desdeo local de trabalho — realizada entreorganizações altamente representativas.

O movimento sindical deve investir nareorganização das campanhas salarias e dasnegociações coletivas. De um lado, tratandode incorporar nas convenções coletivas aresposta às centenas de mudanças normativasque buscam fragilizar e desproteger ostrabalhadores. De outro, desenvolvendoformas de organização das campanhassalariais, unindo na ação sindical aquilo que afragmentação das categorias divide no localde trabalho. As negociações e campanhaspoderão se tornar uma oportunidade para serepensar profundamente o conceito originalde categoria profissional como instrumentode unidade e não de fragmentação.

A organização sindical será desafiadapelas novas formas de contratação que, em ummercado de trabalho muito desestruturado ecom alta informalidade, afastará ainda mais otrabalhador das condições reais de identidadesindical a partir do local de trabalho. Ossindicatos poderão descobrir o local demoradia como espaço de encontro sindicalpara amplo trabalho de base.

Os bairros poderão suscitar aoportunidade de uma atuação unitária eintersindical de diálogo e filiação, assim comode investimento em atividades culturais eesportivas capazes de promover interação paraa formação crítica da classe trabalhadora.Poderão também representar para omovimento sindical um desafio de interação

Alguns desafios sindicaiscom outros movimentos sociais e populares,permitindo a ampliação da luta e oenfrentamento de questões que afetamdramaticamente a vida dos trabalhadores, comotransporte coletivo, creche, saúde, educação,saneamento, entre outros, e abrir possibilidadesde intervenção unitária em torno de políticaspúblicas.

A representação no local de trabalhopoderá ser retomada em outro patamar. Há noBrasil, hoje, cerca de 24 mil empresas com maisde 200 trabalhadores. O movimento sindicalpode construir uma estratégia para um processode mobilização visando à constituição derepresentação sindical efetiva, que atue nosentido da formação de jovens militantes edirigentes, especialmente mulheres, cominvestimento para o aumento darepresentatividade, a renovação e ofortalecimento da organização sindical desde ochão da empresa. Há exemplos, aqui no Brasil eno mundo, de coordenação do trabalho sindicaldesde o local de trabalho, com esse tipo derepresentação fazendo parte da organização eestrutura sindical. Existem também processosarticulados e simultâneos de eleição dosrepresentantes de todas as comissões, momentoprivilegiado para os sindicatos marcarempresença na vida coletiva da sociedade.

A estrutura sindical poderá serprofundamente renovada, seja com muitas fusõesentre sindicatos ou redesenho da relação entreeles, federações e confederações e organizaçõesno local de trabalho. Poderá ser construído umnovo conceito de sindicato que materializevalores presentes na nossa cultura. Se o conceitode categoria for usado como instrumento paraorientar a organização da força social dostrabalhadores a partir a produção, poderá sercriado um ambiente no qual a identidade de classese expresse na própria organização.

O financiamento sindical é um desafioestratégico. Sem recursos, a capacidade deatuação fica fragilizada e pode até ser destruída.Considerando que os empregadores querem queos efeitos normativos das convenções e dosacordos tenham validade universal para ostrabalhadores, pois isso cria um sentidoorganizativo para as relações de trabalho, énecessário implantar regras de deliberaçãocoletiva para aporte das contribuições negociais,decididas em assembleias gerais da base sindical(sócios e não sócios). Deve-se também buscaruma regulamentação geral, em lei, que dêsegurança a todos.

Como forma de melhorar a capacidade definanciamento, a base patrimonial da estrutura

sindical poderá ser reorganizada, visando, deum lado, alocar parte dos recursos para gerarreceita e, de outro, investir para melhorar aeficiência e compartilhar usos de estrutura eequipamento, bem como permitir e promoverusos coletivos de colônias e serviços comomeio de oferecer lazer de qualidade e baixocusto aos trabalhadores.

Ainda: uma das formas de melhorar acapacidade de financiamento é constituircapacidade coletiva, em termos de serviços decomunicação, formação, pesquisa e assessoria.Isso poderá ampliar a capacidade cognitivacoletiva para criar, desenvolver e estender oalcance das políticas e iniciativas sindicais.

É necessário criar meios nacionais decomunicação capazes de difundir uma visão demundo do trabalhador e do movimento sindical,com o uso de instrumentos que possamdisputar a hegemonia da grande mídia, quedifunde uma perspectiva individualista que secontrapõe aos valores da igualdade, dasolidariedade e de visão crítica e plural.

Um renovado diálogo sindical poderáemergir, com capacidade de construir um pactointersindical de autorregulação e governança,que busque orientar o sentido que nos une emum campo de relações democráticas erespeitosas, que compreende que as diferençasnos tornam grandes, se tratadas com tolerânciae fraternidade política.

Na relação com o empresariado, épreciso apostar que eles não querem o caosnas relações laborais. Por isso, é possível abrirnovos canais de diálogo que coloquem osistema de relações de trabalho como parteessencial de um projeto de desenvolvimentonacional, tratando de acordos e compromissos.Por fim, toda lei só ganha efetividade se ganharlegitimidade. Haverá, por uma década, disputassobre a legalidade, sobre as interpretações emuita resistência. Tudo isso pode ser usadocomo oportunidade para resistir e avançar, masserá necessário coordenação e articulação.

O jogo social não acaba. Não existeapito final. A história das conquistas sociais epolíticas, impulsionadas pela utopia da justiça,da liberdade e da igualdade, indica que não háalternativa a não ser lutar, depois, lutar e, porfim, lutar! E se a esperança estiver se esvaindo,o cansaço se sobressaindo, as costas doídasde tantos embates, será preciso olhar para olado, reconhecer os companheiros ecompanheiras, pedir ajuda e, na solidariedadeque há séculos une os trabalhadores comoclasse, cerrar as fileiras que nos tornamimbatíveis.(*) Clemente Ganz Lúcio é diretor técnicodo Dieese. Texto publicado no Le MondeDiplomatique Brasil em novembro/2017.

JORNAL

SINDEFURNAS Dezembro de 2017

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As reestruturações institucionaisavançam nos países desenvolvidos e emdesenvolvimento, com destaque para a reformada legislação e do sistema de relações detrabalho, com o objetivo de: reduzir o custo dotrabalho; criar a máxima flexibilidade dealocação da mão de obra, com as mais diversasformas de contrato e ajustes da jornada; reduzirao máximo a rigidez para demitir e minimizaros custos de demissão, sem acumular passivostrabalhistas; restringir ao limite mínimo asnegociações e inibir contratos ou convençõesgerais em detrimento de acordos locaisrealizados com representações laboraiscontroladas; além de quebrar os sindicatos.

As reformas das instituições dossistemas de relações de trabalho e da legislaçãotrabalhista foram realizadas por mais de umacentena de países depois da crise internacional.

A OIT (Organização Internacional do Trabalho)publicou um estudo (Drivers and effects oflabour market reforms: Evidence from a novelpolicy compendium), produzido pelospesquisadores Dragos Adascalieti e ClementePignatti Morano, sobre reformas legislativaslaborais e de mercado de trabalho em 110 países,promovidas no período de 2008 a 2014. Apesquisa atualiza investigações anteriores, bemcomo faz comparações com estudos do FMI(Fundo Monetário Internacional), Banco Mundiale da OCDE (Organização para a Cooperação eDesenvolvimento Econômico).

Nos países desenvolvidos, predominaminiciativas para reformar a legislação do mercadode trabalho, no que se refere aos contratospermanentes. Já nos países em desenvolvimento,a ênfase foi maior em reformas das instituiçõesda negociação coletiva. As duas dimensões estão

presentes, com maior ou menor intensidade,em grande parte dos projetos de reformaimplementados.

Outra observação geral indica que amaioria das remodelagens diminuiu o nível deregulamentação existente e teve caráterdefinitivo.

Foram analisadas 642 mudanças nossistemas laborais nos 110 países. Em 55% doscasos, o objetivo foi diminuir a proteção aoemprego, o que atingiu toda a população, etiveram caráter permanente, produzindo umamudança de longo prazo na regulamentação domercado de trabalho no mundo.

Do total de reformas, destacam-seaquelas que diminuem os níveis de regulação:74% trataram de jornada de trabalho, 65% decontratos de trabalho temporário, 62% dedemissões coletivas, 59% de contratospermanentes, 46% de negociações coletivase 28% de outras formas de emprego.

Reforma trabalhista no mundo

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No dia 04 de outubro, dirigentes do

SINDEFURNAS estiveram em Brasília(DF) para uma audiência com o Ministrodas Minas e Energia, Fernando CoelhoFilho, quando debateriam a proposta deprivatização de Furnas e da Eletrobrás.Entretanto, alegando problemas na agenda,o ministro cancelou o encontro na últimahora.

Para aproveitar a viagem, a comitivase encontrou com deputados federais, aosquais pediu apoio contra a privatização deFurnas e da Eletrobrás. Na tarde do mesmodia, os representantes do SINDEFURNASe da região participaram de um encontro coma bancada mineira, na Câmara dosDeputados. Na oportunidade, o deputadoFábio Ramalho (PMDB) disse que abancada mineira está empenhada na lutacontra a proposta do governo Temer, e ainda

Diretores do SINDEFURNASparticipam de encontro em Brasília

se comprometeu em enviar uma carta àPresidência da República na qual osdeputados da bancada mineira se

posicionarão contra a Privatização de Furnase da Eletrobrás.

Além do presidente do sindicato,Miguel Ângelo de Melo Faria, tambémestiveram presentes dois diretores doSINDEFURNAS, Rogério Araújo e RenatoFernandes; o vice-presidente da Fenatema,André Paladino; o presidente da Associaçãodos Municípios da Microrregião do MédioRio Grande (AMEG) e prefeito de Piumhi,Adeberto José de Melo; o presidente daAssociação dos Municípios do Lago deFurnas (ALAGO) e prefeito de Capitólio,José Eduardo Terra; o prefeito de São Joséda Barra, Paulo Sérgio de Oliveira; a prefeitade São João Batista do Glória, AparecidaNilva dos Santos; o deputado estadualEmidinho Madeira (PSB-MG) e o deputadofederal Renato Andrade (PP-MG). Tambémparticiparam representantes da ASEF e daACEP.

Lançada no dia 31 de outubro, em Brasília (DF), a FrenteParlamentar Mista em Defesa de Furnas reúne políticos de diversospartidos, mostrando seu caráter suprapartidário. O papel da Frente é barrara privatização de Furnas, proposta pelo governo de Michel Temer, pois aempresa é um patrimônio não só dos mineiros, mas do povo brasileiro.

Presidida pelo deputado federal Leonardo Quintão (PMDB-MG),a frente reúne parlamentares de diversos partidos, como Rede, PT, PCdoB,Psol, PMDB, PP, PSDB e DEM. Marcaram presença diversos deputadosfederais de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, bem comovereadores e prefeitos dos municípios onde estão instaladosempreendimentos de Furnas, como São José da Barra-MG, Fronteira-MG e São João Batista do Glória-MG.

Os trabalhadores da base do SINDEFURNAS vestiram a camisada luta contra a privatização de Furnas. O presidente do nosso sindicato,Miguel Ângelo de Melo Faria, e outros diretores sindicais estiverampresentes e se empenharam para a realização deste evento. Outraspresenças foram do Dr. Fernando Gonçalves Dias, Consultor Jurídico ePrevidenciário do SINDEFURNAS, com escritório em Uberlândia e SãoPaulo; do presidente da Fenatema, Chicão, e até do ator Mário Gomes,que se uniu aos trabalhadores nessa luta.

Destacada foi a atuação do deputado estadual Emidinho Madeira,de Minas Gerais, que se mostrou muito favorável na defesa de Furnascomo empresa estatal e que ajudou em parte da articulação de políticosmineiros. Os parlamentares presentes discursaram e disseram que épreciso união, articulação e convencimento para virarmos o jogo noCongresso Nacional.

Diversas entidades representativas dos trabalhadores marcarampresença, como SINDEFURNAS, FENATEMA, STIEESP, STIEENNF,SINTEC-RJ, ASEF, ACEP, AEEL, SINTERGIA-RJ, STIU-DF, FNU, CNEentre outras. Vários trabalhadores foram em caravana das localidadesde Itumbiara-GO, Goiânia-GO, Minaçu-GO, Brasília-DF, entre outras,lotando os auditórios da Câmara dos Deputados.

Lançada Frente Parlamentar Mista em Defesa de Furnas

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Como acontece todos os anos, 50 turistas (entreassociados do nosso sindicato e alguns dependentes)fizeram a tão esperada viagem organizada pelo nossodiretor Antônio Candido de Santana. Ele dividiu aorganização do evento com a assistente social DivaArruda. Este ano, a viagem foi para Fortaleza (CE).

Ocorrida de 23 a 29 de setembro/2017, a viagemreuniu 33 pessoas de Fronteira-MG, 08 de Planura-MG, 05 de São José do Rio Preto-SP e 04 de Icém-SP. Os turistas visitaram alguns pontos turísticos deFortaleza, como Praia do Cumbuco, Praia de Lagoinha,Praia de Canoa Quebrada (à noite teve jantar com showdançante), Praia de Morro Branco e Praia do Meireles(que fica bem perto do hotel onde o grupo sehospedou). A tarde do dia 28 foi reservada para ascompras.

“É muito prazerosa essa viagem, pois é umaoportunidade de, mais uma vez, estarmos reunidos comos amigos e a família. Todos aguardam com ansiedadeessa viagem”, observou Santana.

A Subsede do SINDEFURNASde Fronteira-MG realizou um encontrode aposentados em meados de julhodeste ano. Com a participação de 60pessoas, entre aposentados e seusfamiliares, o evento foi um momentode congraçamento entre amigos que,por muitos anos, trabalharam juntos.

“Foi uma excelente tarde, poisalguns amigos não se viam há mais de

Encontro dos Aposentados deFronteira reuniu 60 pessoas

Viagem turística este ano foi para Fortaleza-CE

15 anos. Foi um sucesso”, comentouSantana, diretor representantede Aposentados do SINDEFURNASem Fronteira, que, juntamente com aassistente social Diva Arruda,organizou o evento.

Ele agradeceu a presença dopresidente do Sindicato, MiguelÂngelo, e família.

Diretores e conselheiroseleitos para a FRG

O processo eleitoral da Fundação RealGrandeza teve a apuração dos votos finalizada no dia14/11/2017 e apontou como novos gestores asseguintes candidaturas eleitas: Diretoria deSeguridade: Patrícia Melo Diretoria de Ouvidoria eHorácio de Oliveira; Conselho Deliberativo: FernandoRibeiro Queiroz e Felipe Ferreira Araújo; Tania VeraVicente e Ivan Cunha Mourão; Nelson BonifácioPereira e Willy Correa Ramos.

As demandas dos eleitos não são pequenas.Temos problemas urgentes relacionados à necessidadede um plano previdenciário que amenize a situação dos“tetados” (submetidos a um limite valor de benefício)do plano BD; à gestão eficiente do plano CD, paradiminuição do custo administrativo; à cobrança do PIS/COFINS da patrocinadora Furnas, no que tange o planoprevidenciário e de saúde; à melhoria da rede deatendimento para o plano de saúde de Furnas, e à gestãoeficiente de modo a conter o déficit nos PlanosEspecial e Básico do Plames.

Além disso, precisamos que os novos eleitosengajem a luta contra o PLP 268, que visa mudar agovernança dos fundos de pensão. Somado a tudo isso,precisamos que a gestão dos investimentos seja semprealvo de atenção, impedindo que atos de governo ou deoutrem afetem nosso patrimônio.

Aos eleitos, contem conosco para as lutasdiárias, para defender o resultado das urnas e para umaFRG verdadeiramente blindada de gestores quepossuem dois chapéus, e que se esquecem da REALfinalidade deste Fundo de pensão: focar nosparticipantes e assistidos e trata-los comGRANDEZA. A FUNDAÇÃO REALGRANDEZA é nosso patrimônio.