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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE TECNOLOGIA CURSO DE ENGENHARIA CIVIL Fernanda Duarte A CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL SELO CASA AZUL EM HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL Santa Maria, RS 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE TECNOLOGIA

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

Fernanda Duarte

A CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL SELO CASA AZUL EM

HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL

Santa Maria, RS

2016

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Fernanda Duarte

A CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL SELO CASA AZUL EM

HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Engenharia Civil, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito parcial para obtenção do título de Engenheira Civil.

Orientador: Prof.ª Dr.ª Janis Elisa Ruppenthal

Santa Maria, RS 2016

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Fernanda Duarte

A CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL SELO CASA AZUL EM HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Engenharia Civil, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito parcial para obtenção do título de Engenheira Civil.

Aprovado em 22 de agosto de 2016:

_______________________________________

Janis Elisa Ruppenthal, Dr.ª (UFSM)

(Presidente/Orientador)

_______________________________________

Ana Laura Felkl Cassiminho, MSc. (UFSM)

_______________________________________

Denis Rabenschlag, Dr. (UFSM)

Santa Maria, RS 2016

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente aos meus pais, Luiz e Isolde Duarte, por sempre me

apoiarem em minhas decisões. Agradeço o carinho que vocês sempre me deram e

todas as possibilidades que me propiciaram na vida. O que sou hoje é fruto dos

seus ensinamentos e de tudo que fizeram por mim. Obrigada por me incentivar

nesta trajetória que escolhi. Sou imensamente grata por tudo.

À Professora Dr.ª Janis Elisa Ruppenthal, orientadora deste trabalho, e à

mestranda Vanessa De Conto pela oportunidade concedida, pela dedicação,

paciência, respeito e conhecimento compartilhado.

Aos meus amigos agradeço por todos os momentos compartilhados, os

alegres e os difíceis. Todos vocês participaram de alguma maneira dessa minha

trajetória, tornando a vida mais divertida e especial.

Aos queridos amigos Ana Paula, Ane, Carine, Henrique, Ivan, Kellin, Kim,

Ricardo, Silvana, Manuela, Maurício, Mirela e Ticiana, por terem acompanhado

momentos especiais na vida acadêmica e pessoal, obrigada pelo companheirismo

valioso. Em especial, agradeço à Joane Helena Maggioni pela colaboração para que

eu concluísse esse trabalho.

À Universidade Federal de Santa Maria pelo acolhimento e suporte

necessário para que possa concluir minha formação.

A todo o corpo docente do curso pela experiência e conhecimento adquirido

durante a graduação.

Aos funcionários e todos os servidores da UFSM que tive o prazer de

conhecer, pelo suporte e auxilio prestados.

Por fim, quero agradecer a todas as pessoas que contribuíram de alguma

maneira para a realização deste trabalho.

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RESUMO

A CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL SELO CASA AZUL EM HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL

AUTOR: Fernanda Duarte

ORIENTADOR: Janis Elisa Ruppenthal

Neste trabalho objetiva-se analisar um conjunto habitacional a partir dos critérios

obrigatórios estabelecidos pelo Selo Casa Azul CAIXA, visando a gradação bronze.

Este estudo classifica-se como uma abordagem metodológica de estudo de caso,

com coleta de dados baseada na pesquisa bibliográfica, em fontes primária e

secundária, associada à visita in loco. O checklist foi elaborado e aplicado nas 6

categorias e seus 19 critérios de avaliação considerados obrigatórios para a

gradação bronze, para verificar o atendimento ao estabelecido. O objeto alvo para

desenvolver o estudo foi a Habitação de Interesse Social (HIS) Conjunto Residencial

Leonel Brizola na cidade de Santa Maria do Estado do Rio Grande de Sul. Os

resultados mostram que 42,10% dos indicadores são atendidos, 26,32% atendem a

documentação requerida pelos critérios e mais de 60% dos critérios e indicadores do

Selo são atendidos de forma parcial e total. A obra apresenta um bom desempenho

perante os critérios do Selo, mas não receberia a certificação de gradação bronze.

Com este estudo de caso foi possível levantar evidências de atendimento e de não

atendimento aos critérios e requisitos obrigatórios estabelecidos para a gradação

bronze. Além disso, a utilização do checklist resultou em um recurso apropriado para

verificar a situação do HIS perante as exigências estabelecidas.

Palavras-chave: Habitação de Interesse Social. Certificação ambiental. Selo Casa

Azul.

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ABSTRACT

CERTIFICATION ENVIRONMENTAL SEAL BLUE HOUSE IN INTEREST OF SOCIAL HOUSING

AUTHOR: Fernanda Duarte

ADVISOR: Janis Elisa Ruppenthal

This objective is to analyze a housing work from the mandatory criteria set by the

Blue House Seal CAIXA aimed at bronze gradation. This study is classified as a

methodological approach of case study, with data collection based on literature in

primary and secondary sources, coupled with the in-loco visit. The checklist was

developed and implemented in 6 categories and its 19 assessment criteria

considered mandatory for the bronze gradation, to verify compliance with

established. The target object to develop the study was the Social Housing (HIS)

Conjunto Residencial Brizola in Santa Maria of the Rio Grande do Sul state. The

results show that 42.10% of the indicators are met, 26.32% meet the documentation

required by the criteria and more than 60% of the Seal of the criteria and indicators

are met partially and completely. The work presents a good performance before the

Seal criteria, but would not receive the bronze grading certification. With this case

study it was possible to collect evidence of compliance and non-compliance with

mandatory criteria and requirements for the bronze gradation. Furthermore, the use

of the checklist resulting in an appropriate feature to verify HIS standing under the

requirements established.

Keywords: Social Housing. Environmental Certification. Blue House Seal.

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Resultados obtidos quanto ao atendimento à documentação, critérios e

indicadores do Selo...............................................................................85

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Conceito de desenvolvimento sustentável ............................................... 21

Figura 2 – Municípios em situação de emergência por região hidrográfica .............. 24

Figura 3 – Variação da composição da população residente total, por sexo e por

grupo de idade, do Brasil de 1991 até 2010 ............................................. 28

Figura 4 – Perfil de desempenho mínimo para certificação ...................................... 32

Figura 5 – Localização do Residencial Leonel Brizola .............................................. 47

Figura 6 – Localização do residencial Leonel Brizola em relação ao centro de Santa

Maria ........................................................................................................ 47

Figura 7 – Situação residencial Leonel Brizola.......................................................... 48

Figura 8 – Implantação do Residencial Leonel Brizola .............................................. 49

Figura 9 – Centro comunitário e playground ............................................................. 50

Figura 10 – Planta baixa mobiliada da residência ..................................................... 50

Figura 11 – Sistema de aquecimento solar de uma residência ................................. 51

Figura 12 – Projeto de arborização ........................................................................... 52

Figura 13 – Mapa de localização do Residencial Leonel Brizola e entorno imediato 53

Figura 14 – Vista do Residencial Leonel Brizola da Escola de Ensino Fundamental 55

Figura 15 – Ruas internas do residencial Leonel Brizola de concreto intertravado e

placa indicativa de parada de ônibus próxima a escola ........................... 55

Figura 16 – Linha Jardim Berleze direção bairro-centro no período de domingo e

feriados ..................................................................................................... 56

Figura 17 – Mapa de localização do empreendimento e de fatores de risco em seu

entorno imediato ....................................................................................... 57

Figura 18 – Mudas de árvores plantadas em frente a cada residência do Residencial

Leonel Brizola ........................................................................................... 62

Figura 19 – Espaço em projeto destinado para a colocação de lixeira pelo

proprietário ............................................................................................... 63

Figura 20 – Equipamentos de lazer, sociais e esportivos ......................................... 64

Figura 21 – Zoneamento bioclimático brasileiro ........................................................ 66

Figura 22 – Planta esquemática do apartamento e indicação das orientações

adotadas nas simulações para verão e inverno ....................................... 67

Figura 23 – Orientação solar do empreendimento .................................................... 68

Figura 24 – Lâmpadas em uma unidade habitacional do residencial Leonel Brizola 70

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Figura 25 – Inexistência de lâmpada no ponto de iluminação na fachada do centro

comunitário do Residencial Leonel Brizola ................................................. 71

Figura 26 – Botijão de gás em unidade habitacional do Residencial Leonel Brizola . 71

Figura 27 – Medidor individualizado de água de uma unidade habitacional do

Residencial Leonel Brizola ......................................................................... 74

Figura 28 – Bacia sanitária com caixa de descarga acoplada e botão de

acionamento convencional ......................................................................... 74

Figura 29 – Ruas internas do residencial pavimentadas com bloco de concreto

intertravado ................................................................................................. 75

Figura 30 – Local destinado em projeto para área verde .......................................... 76

Figura 31 – Planta baixa da unidade habitacional para PCD .................................... 79

Figura 32 – Verificação das condições da residência quanto ao deslocamento de

PCR ............................................................................................................ 80

Figura 33 – Verificação das condições do projeto banheiro da residência quanto às

barras de apoio para PCD .......................................................................... 81

Figura 34 – Verificação das condições de circulação para PCR no dormitório ......... 81

Figura 35 – Rampas de acesso nas calçadas públicas do Residencial Leonel Brizola

........................................................................................................................... 82

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Composição de RCD em algumas cidades do Brasil .............................. 27

Tabela 2 – Classificação do porte das árvores .......................................................... 60

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Impactos ambientais decorrentes da construção civil ............................ 18

Quadro 2 – Categorias e critérios do Selo Casa Azul ............................................... 35

Quadro 3 – Relação de algumas obras consultadas ................................................. 40

Quadro 4 – Limites de avaliação para Selo Casa Azul ............................................. 41

Quadro 5 – Modelo para apresentação do checklist ................................................. 42

Quadro 6 – Resumo da correlação de requisitos do checklist .................................. 44

Quadro 7 – Modelo para apresentação dos resultados ............................................. 44

Quadro 8 – Categoria 1: Qualidade Urbana .............................................................. 58

Quadro 9 – Características das plantas utilizadas para o projeto de arborização ..... 59

Quadro 10 – Distâncias mínimas entre elementos urbanos e os elementos de

arborização............................................................................................. 61

Quadro 11 – Especificação das esquadrias e vãos ................................................... 66

Quadro 12 – Categoria 2: Projeto e Conforto ............................................................ 69

Quadro 13 – Categoria 3: Eficiência Energética ........................................................ 72

Quadro 14 – Categoria 4: Conservação de Recursos Materiais ............................... 73

Quadro 15 – Categoria 5: Gestão da Água ............................................................... 76

Quadro 16 – Categoria 6: Práticas Sociais................................................................ 78

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas ABRELPE Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e

Resíduos Especiais ANA Agência Nacional de Águas ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica AQUA Alta Qualidade Ambiental ART Anotação de Responsabilidade Técnica CA Certificações Ambientais CAIXA Caixa Econômica Federal CBIC Câmara Brasileira da Indústria da Construção CBCS Conselho Brasileiro de Construção Sustentável CEMIG Companhia Energética de Minas Gerais CERF Civil Engineering Research Foundation CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente CP Coeficiente de Permeabilidade CSTB Centre Scientifique et Technique du Bâtiment DATec Documento de Avaliação Técnica DOF Documento de Origem Florestal GBC Green Building Council HIS Habitação de Interesse Social HQE Haute Qualité Environnementale IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada ISO International Organization for Standardization LEED Leadership in Energy & Environmental Design LUSO Lei de Uso do Solo MCMV Minha Casa Minha Vida MMA Ministério do Meio Ambiente NIST National Institute of Standards and Technology PAC Programa de Aceleração do Crescimento PBQP-H Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat PCD Pessoas com Deficiência PCR Pessoas em Cadeira de Rodas PGRCC Projeto de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil PROCEL EDIFICA Programa Nacional de Eficiência Energética em Edificações PSF Programa Saúde da Família QAE Qualidade Ambiental do Edifício NBR Norma Brasileira TCC Trabalho de Conclusão de Curso RCD Resíduos de Construção e Demolição RIDE/DF Região integrada do Distrito Federal e Entorno SBPE Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo SGA Sistema de Gestão Ambiental SiAC Sistema de Avaliação da Conformidade de Serviços e Obras SiMaC Sistema de Qualificação de Empresas de Materiais,

Componentes e Sistemas Construtivos s.m. Salário Mínimo

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SiNAt Sistema Nacional de Avaliações Técnicas UH Unidade Habitacional USGBC US Green Building Council

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 14

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA E DO ESTUDO DE CASO ...................... 14 1.2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................. 15 1.3 OBJETIVOS ................................................................................................... 16 1.3.1 Objetivo Geral ............................................................................................... 16 1.3.2 Objetivos Específicos .................................................................................. 17

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO ....................................................................... 17 2 A CONSTRUÇÃO CIVIL SOB A LÓGICA DA SUSTENTABILIDADE .......... 18 2.1 EVOLUÇÃO DA SUSTENTABILIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL ............... 18 2.2 INDICADORES DE REFERÊNCIA NOS PROGRAMAS DE GESTÃO E

CERTIFICAÇÕES AMBIENTAIS .................................................................... 23

2.2.1 Consumo de água ........................................................................................ 23

2.2.2 Consumo de energia elétrica ...................................................................... 25

2.2.3 Resíduos de construção e demolição (RCD) ............................................. 25 2.3 OS PROGRAMAS DE GESTÃO E CERTIFICAÇÕES AMBIENTAIS ............ 27 2.3.1 PBQP-H ......................................................................................................... 29 2.3.2 LEED .............................................................................................................. 30

2.3.3 AQUA ............................................................................................................. 32 2.3.4 PROCEL EDIFICA ......................................................................................... 33

2.3.5 Selo Casa Azul CAIXA .................................................................................. 34 2.4 HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL SOB A ÓTICA DA

SUSTENTABILDADE ..................................................................................... 37

2.4.1 A habitação de interesse social em Santa Maria ....................................... 38 3 METODOLOGIA ............................................................................................ 40

3.1 ESTRATÉGIA E ABORDAGEM DE PESQUISA ............................................ 40

3.2 DESCRIÇÃO DA GRADAÇÃO BRONZE ....................................................... 41

3.3 METODOLOGIA EMPREGADA NO CHECKLIST ......................................... 42 3.4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ...................................................................... 44 3.5 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA ...................................................................... 45 4 APLICAÇÃO DO SELO CASA AZUL EM HIS .............................................. 46

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA HIS ......................................................................... 46 4.2 ANÁLISE A PARTIR DO SELO CASA AZUL ................................................. 52 4.2.1 Qualidade urbana ......................................................................................... 53 4.2.2 Projeto e conforto......................................................................................... 58 4.2.3 Eficiência energética .................................................................................... 69

4.2.4 Conservação de recursos ............................................................................ 72 4.2.5 Gestão de água ............................................................................................. 73 4.2.6 Práticas sociais ............................................................................................ 77 4.2.7 Acessibilidade .............................................................................................. 78

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................... 83 REFERÊNCIAS .............................................................................................. 86

APÊNDICE A – CHECKLIST PARA CATEGORIAS E CRITÉRIOS DO SELO CASA AZUL CAIXA CATEGORIA BRONZE.................................................92

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1 INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA E DO ESTUDO DE CASO

A construção civil representa um importante e significativo setor para a

economia, proporcionando infraestrutura e geração de empregos. Apesar de sua

importância, esse setor representa um dos maiores consumidores de recursos

naturais, como água e energia. Os impactos de suas atividades potencializam

alterações significativas no ambiente, como a geração de resíduos, a deterioração

do meio ambiente e a piora das condições de vida (FORTUNATO, 2014).

Perante o novo cenário desafiador das preocupações e legislações

ambientais e dos seus respectivos impactos, o setor da construção civil necessita de

um reposicionamento no que diz respeito às questões ambientais relacionadas às

suas atividades (MOTA, 2011).

Nesse contexto, o desenvolvimento sustentável ganha espaço em diversos

setores de atividade humana. O estabelecimento de um modelo com diretrizes que

envolvam aspectos econômicos, socioculturais, ambientais e políticos se institui na

área da construção civil e promove benefícios além das questões ambientais. Desse

modo, as concepções da sustentabilidade implicam no surgimento de novos

princípios básicos de projeto (VERAS, 2013).

De acordo com dados do IBGE (2010), estima-se que 91,1% da população

brasileira estará vivendo em cidades, em 2030. A aglomeração urbana, os impactos

ambientais causados pela população e a busca por soluções sustentáveis na

construção civil impulsionam a adoção de certificações ambientais. A adoção dessas

implica na melhoria qualitativa dos ambientes construídos, minimizando os impactos

ao meio ambiente (GRÜNBERG; MEDEIROS; TAVARES, 2014; ALVES, 2014).

Esse trabalho utilizou como base os requisitos obrigatórios do Selo Casa Azul

para Habitações de Interesse Social (HIS). Entre os selos e certificações ambientais

presentes no Brasil, o Selo se destaca por ser o único desenvolvido para a realidade

brasileira, apresentando abordagem aplicada para ambientes habitacionais com

sustentabilidade em projetos de HIS (CAIXA, 2010). O Selo abrange uma execução

simples, de acordo com as características de mercado do país, tornando-se

economicamente viável para projetos de habitação populares (BARATELLA, 2011).

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Segundo Veras (2013), as políticas habitacionais devem almejar a edificação

de conjuntos habitacionais que contemplem qualidade a custos baixos, respeitando

o meio ambiente. Nesse contexto, o presente estudo deteve-se em compreender,

analisar e relacionar aspectos envolvidos na certificação ambiental Selo Casa Azul

CAIXA e desenvolver um estudo de caso no conjunto habitacional Leonel Brizola da

cidade de Santa Maria/RS a partir dos critérios do Selo visando à gradação bronze.

1.2 JUSTIFICATIVA

Entre os setores da economia, a construção civil consome 40% dos recursos

extraídos e gera 60% de resíduos sólidos oriundos das cidades do país. Portanto,

constitui-se em um dos setores que mais consome recursos e gera resíduos. Nesse

contexto, a construção civil sob o contexto do novo paradigma ambiental, necessita

adotar novos conceitos e práticas com capacidade para minimizar os efeitos

negativos decorrentes de suas atividades. Desse modo, as certificações e selos

apresentam-se como um novo conceito, formado por um conjunto de condutas com

capacidade de reposicionar o setor da construção civil no novo cenário (VERAS,

2013).

De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA (2013),

dos 206 milhões de habitantes no Brasil, 80% vivem em áreas urbanas. Esse

percentual representa 85% do défice habitacional do país, sendo que 10% desses

vivem em situação precária. Nessa nova conjuntura, programas facilitadores de

financiamento de imóveis, como o Minha Casa Minha Vida (MCMV) e o PAC

Urbanização de Favelas surgem como uma solução para que famílias desprovidas

de condições financeiras possam adquirir uma residência.

Desse modo, as HIS apresentam-se como uma possibilidade de um novo

mercado a ser explorado. Aliado a esse fator de que a construção civil se encontra

com a necessidade de adotar práticas sustentáveis, surgem as propostas de

certificações ambientais. Dentre as metodologias propostas, o Selo Casa Azul foi

desenvolvido conforme aspectos regionais da realidade brasileira, buscando uma

solução local para um problema global (CAIXA, 2010).

As propostas contidas no Selo Casa Azul apresentam-se como um indutor de

equilíbrio de múltiplas abordagens envolvendo a proteção ambiental, o social e a

viabilidade econômica. O Selo apresenta um conjunto de ações a favor da

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responsabilidade social e o desenvolvimento ambiental, por intermédio dos

seguintes fatores: (i) consciência quanto ao conhecimento da comunidade sobre a

realidade local, seus valores e cultura; (ii) implementação de metodologias

participativas; (iii) valorização do potencial produtivo da comunidade beneficiária; e

(iv) da preocupação com a inclusão social (ALMEIDA; VIANA; PISANI, 2014).

Dessa forma, o Selo Casa Azul contribui para o aumento da responsabilidade

socioambiental, promovendo o desenvolvimento sustentável, e sendo assim, um

agente de transformação social. A procura pela melhoria da qualidade de vida dos

trabalhadores e seu desenvolvimento contribuem para evitar o cenário de exclusão

social, ocasionado principalmente pela falta de escolaridade, a inclusão de

estratégias que envolvam a comunidade e o empreendimento auxilia na redução dos

níveis de desigualdade social, evidenciando a importância do Selo como tema de

estudo (ALMEIDA; VIANA; PISANI, 2014; CAIXA, 2010).

Portanto, a importância do Selo Casa Azul reside num conjunto de fatores

relevantes que justificam o tema do presente estudo, sendo: (i) a Caixa Econômica

Federal (CAIXA) um importante e grande fomentador da construção civil; (ii) é uma

metodologia com proposta para ser aplicada ao cenário brasileiro e é o único que

engloba aspectos sociais, somando-os aos ambientais; (iii) poucos

empreendimentos com Selo; e ainda (iv) poucos estudos relevantes a respeito do

tema (CAIXA, 2010).

Somado a situação de que a CAIXA é o principal órgão de fomento a

construção, a existência da proposta do Selo Casa Azul e a sua recente inserção no

contexto da construção civil, sob o âmbito das questões ambientais, integrando a

construção, as pessoas e o ambiente, motivam a realização da presente pesquisa

em uma HIS com renda de 0 a 3 salários mínimos.

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo Geral

Analisar a aplicação da certificação ambiental Selo Casa Azul como método

de medição da sustentabilidade em um loteamento de HIS.

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1.3.2 Objetivos Específicos

Para atingir o objetivo principal, este trabalho possui os seguintes objetivos

específicos:

a) identificar os critérios para o atendimento da gradação bronze do Selo

Casa Azul CAIXA como método de medição da sustentabilidade na HIS;

b) analisar o perfil de uma HIS que possibilite a aplicação dos critérios do

Selo Casa Azul;

c) aplicar os requisitos da gradação bronze na HIS Leonel Brizola.

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO

O trabalho está configurado em 5 capítulos de forma a propiciar melhores

condições de apresentação do tema e facilitar a compreensão, conforme os

seguintes capítulos: (i) o capítulo 1 apresenta a introdução, o tema da pesquisa, os

objetivos gerais, objetivos específicos e a estrutura do trabalho; (ii) o capítulo 2

refere-se a bibliografia selecionada e classificada em primária e secundária; (iii) o

capítulo 3 aborda a metodologia do estudo. O método adotado foi o Estudo de Caso,

com pesquisa bibliográfica, estudo da legislação municipal e elaboração de

checklist; (iv) o capítulo 4 expõe os resultados obtidos no estudo de caso do

Conjunto Residencial Leonel Brizola localizado na cidade de Santa Maria, estado do

Rio Grande do Sul, sob a ótica do Selo Casa Azul CAIXA gradação bronze; (v) no

capítulo 5 são apresentadas as conclusões obtidas e as sugestões para trabalhos

futuros.

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2 A CONSTRUÇÃO CIVIL SOB A LÓGICA DA SUSTENTABILIDADE

As certificações e programas de gestão ambiental surgem como um meio

para atenuar os impactos ambientais das construções além de auxiliar no

desenvolvimento da consciência socioambiental da população. Para que o

desenvolvimento da sustentabilidade ambiental ocorra, deve existir um equilíbrio

entre questões econômicas, ambientais e sociais. Nesse contexto é que surge a

relações entre as HIS, a sustentabilidade ambiental e a necessidade de certificação

ambiental.

2.1 EVOLUÇÃO DA SUSTENTABILIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL

O termo “sustentável” passou a ser acrescentado ao termo “desenvolvimento”

conciliando economia e prosperidade, a um crescimento com menos impactos

negativos para as gerações futuras. No entanto, o desenvolvimento sustentável,

apesar de ser fundamental para o planeta no século XXI, apresenta-se como um

objetivo a ser alcançado, pois o desenvolvimento sempre terá impactos no meio

ambiente (VERAS, 2013). O ramo da construção civil, consome em média 9,4

toneladas de materiais de construção por habitantes ao ano (ton/hab/ano) e os

impactos ambientais relacionados à construção, exemplificados no Quadro 1, são

diversos no que se refere a sustentabilidade (DE CONTO, 2016; GANGOLELLS,

2009).

Quadro 1 – Impactos ambientais decorrentes da construção civil

(continua)

EMISSÕES ATMOSFÉRICAS – POLUIÇÃO DO AR

- geração de dióxido de carbono (CO2) durante a fabricação de produtos ligados ao setor e ao transporte; - emissão de clorofluorcarbonos (CFC).

EMISSÕES EM RECURSOS HÍDRICOS – POLUIÇÃO DA ÁGUA

- despejo da água resultante da limpeza de maquinário na fase de execução da obra; - despejo de águas cinzas e negras em recursos hídricos; - extração irregular de areia.

GERAÇÃO DE RESÍDUOS

- durante o processo de terraplanagem; - resíduos sólidos urbanos por trabalhadores da construção civil local; - RCC; - resíduos especiais; - resíduos não específicos;

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(conclusão) - entre outros.

ALTERAÇÃO DO SOLO

- ocupação do solo pelas edificações, principalmente as irregulares; - despejo oriundos da liberação de concreto; - despejo de líquidos ou derivados de tratamento de limpeza; - despejo de utilização e manutenção de maquinário envolvidos na obra; - águas resultantes do processo de fundação e muros de contenção; - lançamento de fluidos básicos e resultante da limpeza de calhas; - lançamento de concreto; - despejo de tintas e solventes; - entre outros.

CONSUMO DE RECURSOS

- água; - eletricidade; - combustível; - matérias-primas.

IMPLICAÇÕES LOCAIS

- Geração de poeira através do transporte e das etapas da construção, incluindo: - terraplanagem e estoque; - atividades de corte; - acumulo de entulho; - geração de ruídos; - alteração da paisagem.

PROBLEMAS DE TRANSPORTE

- aumento do tráfego externo devido as atividades construtivas locais; - interferência do tráfego devido ao aumento populacional da região onde o empreendimento foi

construído (condomínios de grande porte). IMPACTOS NA BIODIVERSIDADE

- remoção da vegetação; - erosão do solo; - perda do solo edáfico; - interceptação dos leitos de rios; - impermeabilização e compactação do solo.

INCIDENTES, ACIDENTES E SITUAÇÕES EM PONTENCIAL

- incêndios relacionados ao armazenamento indevido de substâncias inflamáveis e combustíveis em geral;

- ruptura de tubulações subterrâneas; - acidentes relacionados a falta de equipamentos de proteção individual (EPI) e coletiva (EPC).

Fonte: Adaptado de De Conto (2016).

De acordo com Baratella (2011), a construção civil possui importância para

qualquer nação, impactando no desenvolvimento econômico e bem-estar social. As

atividades envolvidas no processo produtivo e operacional, bem como a capacidade

de absorção da mão-de-obra exemplificam tal fenômeno. Dessa forma, a indústria

da construção e o ambiente construído se estabelecem como um dos principais

meios a fim de fomentar o desenvolvimento sustentável. Portanto, devido ao seu

potencial de impactar diferentes setores econômicos, a procura por resoluções

capazes de contribuir para a erradicação da pobreza e preservação do meio

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ambiente contribui para que a construção civil busque métodos construtivos de

menor impacto ambiental (CONDEIXA; HADDAD; BOER, 2014).

A construção sustentável ocorre quando se aplica o desenvolvimento

sustentável no sistema construtivo, composto pelas fases de extração e

aprimoramento de materiais, planejamento, projeto e construção de edificações,

demolição e gerenciamento de resíduos gerados. Em uma análise sob a lógica do

ciclo de vida, uma construção sustentável abrange além de projetos ambientalmente

orientados, métodos operacionais e de manutenção de acordo com preceitos

ambientalmente corretos (BARATELLA, 2011).

No caso de países em desenvolvimento amplia-se ainda o conceito de

sustentabilidade ambiental passando este a englobar também aspectos econômicos

e sociais. Tais aspectos contribuem para a redução da pobreza e aumentar a

qualidade de vida com inclusão social, por meio da institucionalização de sistemas

de trabalho seguros, geração de emprego e renda, construções e habitat

sustentáveis (BARATELLA, 2011). Portanto, os ambientes sadios, duráveis e que

contribuem para a erradicação da pobreza podem ser obtidos com a construção de

cidades sustentáveis, criando empregos e desenvolvendo recursos humanos

(MOTA, 2011).

Nesse cenário, evidencia-se a relação entre economia, sociedade,

desenvolvimento sustentável e o meio ambiente, conforme apresentado na Figura 1.

Para ser sustentável, o empreendimento necessita ser socialmente aceito pelos

envolvidos, economicamente compatível e ambientalmente adequado. Dessa forma,

supera os enfoques de projetos centrados em uso racional da água, do uso da

energia solar, de ventilação natural e de respeito ao meio ambiente (ROSA; SILVA,

2016).

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Figura 1 – Conceito de desenvolvimento sustentável

Fonte: Adaptado de Rosa e Silva (2016).

Segundo Baratella (2011), para resultados mais efetivos, o desenvolvimento

sustentável deve estar alicerçado em princípios de atuação. Esses princípios

envolvem medidas como: (i) gerenciamento e organização que engloba medidas

econômicas, técnicas, legais e políticas e uma grande e variada gama de

profissionais envolvidos como empreendedores, proprietários, arquitetos e

engenheiros, instituições financeiras e autoridades governamentais; (ii) produtos e

edificações: relaciona medidas sustentáveis que exercem sua finalidade fim e

desempenho técnico de produtos e edifícios. Considera aspectos culturais,

climáticos e a fase de desenvolvimento do local na elaboração de melhorias das

construções sustentáveis. Referente aos materiais, atenta-se quanto a sua

capacidade de reparação, reciclagem e energia e emissões incorporadas ao

material; (iii) consumo de recursos: abrange métodos que visem garantir economia

energética, diminuição e reciclagem de recursos, como a racionalização de materiais

ao longo do ciclo de vida, de água, de uso de solo, da necessidade de transporte;

(iv) impactos da construção no desenvolvimento urbano sustentável: os impactos

decorrentes da construção e das infraestruturas necessárias devem ser minimizados

e/ou eliminados.

As cidades, por intermédio da construção sustentável, podem obter equilíbrio

envolvendo os aspectos econômicos, ambientais e sociais, promovendo melhores

condições de vida e do ambiente (RAZZOTO, 2009). No entanto, em países em

desenvolvimento como o Brasil, a busca pela sustentabilidade urbana apresenta-se

de forma desafiadora (CAMARGO; CAPOBIANCO; OLIVEIRA, 2015). O país possui

um cenário de intenso processo de urbanização e défice habitacional. De acordo

Meio Ambiente

Economia Sociedade

DesenvolvimentoSustentável

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com dados do senso do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2010),

80% da população brasileira reside em áreas urbanas, concentradas em regiões

industriais. Tais características acarretam em discrepâncias no âmbito habitacional,

uma vez que este engloba pessoas com diferentes condições financeiras, e, por

diversas vezes em condições precárias de habitabilidade. Desse modo, a busca por

soluções capazes de combater esses problemas deve estabelecer um enfoque

social, englobando o ambiente construído (FROENER, 2013).

Nesse viés, a Constituição brasileira assegura que todos têm direito ao meio

ambiente ecologicamente equilibrado, o qual é essencial à sadia qualidade de vida,

impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo

para as presentes e futuras gerações (BRASIL, 2016a). O Estatuto da Cidade,

regulamenta as políticas urbanas a fim de garantir o direito à cidade, estabelecendo

que todo cidadão tem o direito de habitar cidades sustentáveis. O cidadão também

possui direito à terra urbana, ao saneamento, à infraestrutura, ao transporte, aos

serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, não apenas para as gerações atuais, como

para as futuras (BRASIL, 2016b).

Visando garantir tais direitos, o setor da construção civil no Brasil recebeu

diversos incentivos como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o

MCMV, as obras para a copa do mundo de 2014 e a ampliação da oferta de crédito

imobiliário, na última década. Com tais incrementos na indústria, elevam-se também

os impactos ambientais devido a maior geração de resíduos e utilização de recursos

naturais como fontes de matéria prima e energia. Os significativos acréscimos nos

impactos da construção no ambiente evidenciam a necessidade da adoção de

estratégias sustentáveis como as preconizadas pelas certificações ambientais.

Todos os dias cerca de 158.000 metros quadrados são certificados no mundo.

Nesse ranking o Brasil encontra-se entre os cinco com maior número de projetos

registrados e certificados. Atualmente o Brasil conta com 252 edificações com

certificação LEED e 11 com o Selo Procel Edificações (GREEN BUILDING

COUNCIL – GBC, 2015; PROCEL, 2016).

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2.2 INDICADORES DE REFERÊNCIA NOS PROGRAMAS DE GESTÃO E CERTIFICAÇÕES AMBIENTAIS

As atividades ligadas à construção constituem-se de forma multidisciplinar

que incluem clientes, empreendedores, projetistas, instituições de fomento e

governos. Este conjunto de atividades ocorre nas fases de implantação do projeto,

construção e manutenção, uso, demolição e desmontagem (BARATELLA, 2011).

Um dos recursos utilizados para a comunicação entre os envolvidos em uma

atividade são os indicadores. Os indicadores auxiliam na verificação da situação

atual das práticas; no aperfeiçoamento das práticas tradicionais e a qualidade da

construção; e projeção de tendência. Portanto, o uso de indicadores se estabelece

como um importante recurso para tomada de decisão, constituindo-se em recurso

para monitoramento e correção de rumo. Nesse contexto, faz-se necessário a

escolha correta dos indicadores, para que seja monitorado o que deve ser

controlado, bem como os objetivos sejam atingidos (BARATELLA, 2011).

Segundo Borba (2009), os indicadores ambientais englobam o desempenho

relativo ao uso de energia, água, consumo de matérias-primas e a disposição de

resíduos. Assim, dentre o conjunto de indicadores fundamentais de referência nas

Certificações Ambientais (CAs) merecem destaque os relacionados ao consumo de

água, de energia elétrica e os de Resíduos de Construção e Demolição (RCDs).

2.2.1 Consumo de água

O Brasil possui 13% da água doce disponível do planeta, mas a sua

distribuição ainda é feita de forma desigual. Nesse contexto, 81% desse recurso está

concentrado na Região Hidrográfica Amazônica, que além de possuir a menor

população do Brasil, cerca de 5%, possui também a menor demanda. Já as regiões

hidrográficas banhadas pelo Oceano Atlântico, possuem 45,5% da população do

País, estando disponível 2,7% dos recursos hídricos da nação (Agência Nacional de

Águas – ANA, 2015).

Os municípios que decretaram situação de emergência por região hidrográfica

(Figura 2) em uma análise da ocorrência de secas e estiagens por região

hidrográfica mostram que as regiões do Atlântico Nordeste Oriental, São Francisco,

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Parnaíba e Atlântico Leste apresentaram os maiores percentuais de municípios

nesta situação (ANA, 2015).

Figura 2 – Municípios em situação de emergência por região hidrográfica

Fonte: ANA (2015).

Apesar da enorme disponibilidade de água no Brasil, o saneamento

deficitário, a poluição doméstica e ambiental, impactam negativamente na qualidade

da água ampliando o quadro da disponibilidade de água potável. A qualidade e

acesso à água devem ser administrados pela proteção das fontes, processos de

tratamento, distribuição e manipulação da água. A deficiência de planejamento fica

exposta quando é verificada a qualidade da água das bacias que estão próximas

das áreas com ocupação humana. Essa situação coloca em evidência a importância

do planejamento da infraestrutura (MOTA, 2011).

Como a questão da água afeta toda a sociedade, tanto no sentido positivo

como negativo, a sua conservação acarreta em menor gasto público com energia,

manutenção e/ou mais oferta para um maior número de beneficiados. Nesse

contexto, as CAs e o PBQP-H contribuem para diminuir o consumo de água em

residências, impactando positivamente na melhor conscientização da utilização e

reutilização da água, reiteram (CAMARGO; CAPOBIANCO; OLIVEIRA, 2015).

O ramo da construção civil apresenta-se como um dos grandes setores que

influenciam no ciclo da água, seja pelas obras de barragens, pela impermeabilização

do solo ou ainda pelos resíduos descartados sem tratamento. No entanto, as CAs

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contribuem para a racionalização do uso/reuso da água, buscando reduzir o

desperdício, gerar economia e diminuir os efluentes gerados (MOTA, 2016).

2.2.2 Consumo de energia elétrica

A energia nas suas mais diversas formas contribuiu para a sobrevivência da

espécie humana. Sua importância impulsionou a descoberta e acesso as diferentes

formas, ganhando destaque a elétrica, pela sua facilidade de geração e disposição

para o seu uso (Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL, 2002).

Em comparação com os países desenvolvidos, o consumo de energia elétrica

no Brasil tem sido consideravelmente baixo. Ao comparar o consumo do Brasil, “per

capita”, em 2005, foi idêntico ao dos Estados Unidos em 1943 (diferença de 62

anos). Nesse contexto, ressalta-se que quanto maior o desenvolvimento e a renda

de uma população, maior será o seu consumo (PORTELA, 2006).

Segundo Goldemberg e Lucon (2011), o aumento populacional, as mudanças

climáticas e a busca por qualidade de vida relacionam-se com o aumento do

consumo energético. No âmbito residencial, os maiores consumidores de energia

são os chuveiros e a iluminação, porém estratégias que envolvam a utilização de

alternativas, como a solar e a valorização da iluminação natural surgem como

medidas viáveis que resultam no decréscimo do consumo da mesma.

As construções têm utilizado em escala crescente equipamentos que

necessitam de energia para o seu funcionamento, e podem apresentar um variado

espectro de impactos no ambiente, seja pelo uso de materiais de construção seja

pela geração de resíduos, podendo ocasionar inclusive a síndrome do edifício

doente. Esse contexto apresentado evidencia a importância do indicador de

consumo de energia elétrica (PROCEL, 2016).

2.2.3 Resíduos de construção e demolição (RCD)

Os RCDs oriundos da construção civil são os gerados nas construções,

reformas e demolições de obras, incluindo as escavações de terrenos. De acordo

com os dados da pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Empresas de

Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE), o aumento na geração de

resíduos sólidos urbanos cresceu 2,9% do ano de 2013 para o ano de 2014, sendo

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superior a taxa de crescimento da população que foi de 0,9%. No ano de 2014, o

conjunto de municípios do Brasil coletaram aproximadamente 45 milhões de

toneladas/dia ou 0,603 kg/habitantes/dia (ABRELPE, 2014).

Estima-se que a construção civil seja responsável por cerca de 40% dos

resíduos de toda a economia. Os estudos referentes ao tema evoluíram e a

legislação tem procurado acompanhar a temática do ambiente e a geração de

resíduos oriundos da construção civil (CABRAL; MOREIRA, 2011).

A resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) no 307 no

seu Art. 3° define a classificação dos resíduos da construção civil da seguinte forma

(BRASIL, 2016d):

a) classe A: são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais

como: de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de

outras obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de

terraplanagem; de construção, demolição, reformas e reparos de

edificações: componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de

revestimento, entre outros), argamassa e concreto; de processo de

fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos,

tubos, meios-fios, etc.) produzidas nos canteiros de obras;

b) classe B: são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como:

plásticos, papel, papelão, metais, vidros, madeiras, embalagens vazias de

tintas imobiliárias e gesso;

c) classe C: são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas

tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua

reciclagem ou recuperação;

d) classe D: são resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais

como tintas, solventes, óleos e outros ou aqueles contaminados ou

prejudiciais à saúde oriundos de demolições, reformas e reparos de

clínicas radiológicas, instalações industriais e outros, bem como telhas e

demais objetos e materiais que contenham amianto ou outros produtos

nocivos à saúde.

A composição de RCD de algumas cidades brasileiras são apresentadas na

Tabela 1. Nesse levantamento o somatório dos percentuais de concreto, argamassa

e material cerâmico, para cada cidade apresentada, corresponde a mais de 60% do

total de resíduos gerados (CABRAL; MOREIRA, 2011).

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Tabela 1 – Composição de RCD em algumas cidades do Brasil

Município Argamassa

(%) Concreto

(%) Mat. Cer.

(%) Cerâmica polida (%)

Rochas e solos (%)

Outros (%)

São Paulo/SP 25,2 8,2 29,6 n.d. 32 5

Porto Alegre/RS 44,2 18,3 35,6 0,1 1,8 n.d.

Ribeirão Preto/SP 37,4 21,1 20,8 2,5 17,7 0,5

Salvador/BA 53 9 5 27 6

Campina Grande/PB 28 10 34 1 9 18

Maceió/Al 27,82 18,65 48,15 3,06 n.d. 2,32

n.d. – não disponível

Fonte: Adaptado de Cabral e Moreira (2011).

O sistema de gestão ambiental pode auxiliar nas atividades de planejamento,

classificação e destino dos RCDs. A construção pode gerar indicadores

fundamentais para a análise dos pedidos de certificações ambientais (RUSSELL-

SMITH; LEPECH, 2015).

2.3 OS PROGRAMAS DE GESTÃO E CERTIFICAÇÕES AMBIENTAIS

As aglomerações urbanas consomem energia elétrica e matérias-primas,

gerando sub-produtos que são descartados de forma incorreta, e afetam o ambiente

ocasionando desequilíbrio no habitat em que se está inserido. Nessa conjuntura faz-

se necessário a adoção de processos de gestão ambiental (FROENER, 2013).

Soma-se a essa situação da concentração urbana e seus impactos no

ambiente, o crescimento da população de idosos na composição da população total.

A população idosa vem aumentando sua participação de forma constante ao longo

dos anos, conforme apresenta a Figura 3 (IBGE, 2010). O acréscimo dessa parcela

da população e a consequente desaceleração do crescimento da população ativa

requer a adoção de medidas de maior potencial produtivo. Além disso, o aumento da

população adulta implica no incremento da demanda por unidades habitacionais

devido à probabilidade de geração de novas famílias (ALVES, 2014).

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Figura 3 – Variação da composição da população residente total, por sexo e por grupo de idade, do Brasil de 1991 até 2010

Fonte: IBGE (2010).

O acréscimo da população nas cidades e o crescimento do impacto ambiental

decorrente de sua presença e das atividades desenvolvidas, de sua concentração

geográfica, geram resíduos. Decorrente dessa situação ocorre o aumento da

poluição, tornando inevitável a preocupação com a sustentabilidade. A cidade pode

ser definida em uma composição de ambientes construídos que causam

perturbações positivas ou negativas na vida do cidadão e em especial ao idoso.

Para exemplificar, ao abordar a acessibilidade, surgem aspectos tangíveis, como

barreiras arquitetônicas pela falta de rampas de acesso e as sinalizações de

orientação. Esses aspectos verificados tanto sob o contexto individual como sob o

coletivo, estabelecem uma conexão da rede urbana com a densidade populacional e

influenciam na qualidade e na sustentabilidade do habitat (BESTETTI; GRAEFF;

DOMINGUES, 2012).

O desafio da sustentabilidade possui papel de destaque na agenda da

indústria da construção no Brasil (Câmara Brasileira da Indústria da Construção -

CBIC, 2016). O cenário apresentado exige que uma mudança de atitude focando

ações sustentáveis, em especial a construção sustentável, para obter equilíbrio

econômico, ambiental e social com melhores condições de habitat (RAZZOTO,

2009).

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A crescente concentração da população em áreas urbanas exige uma

reformulação das políticas ambientais, sociais e econômicas. Desse modo, o setor

da construção civil, que impacta fortemente o ambiente, exige atenção e ação, de

forma que a implementação de SGA e CA, como o LEED, a AQUA, o Procel Edifica

e o Selo Casa Azul CAIXA, são importantes para otimizar os espaços urbanos e

para minimizar os impactos negativos no habitat (GRÜNBERG; MEDEIROS;

TAVARES, 2014).

2.3.1 PBQP-H

O Governo Federal instituiu em 18 de dezembro de 1998, pela Portaria n.

134, do então Ministério do Planejamento e Orçamento, o instrumento denominado

de PBQP-H, que busca cumprir os compromissos assumidos na assinatura da Carta

de Istambul (Conferência do Habitat II/1996). Posteriormente, no ano de 2000, com

a necessidade de englobar as áreas de saneamento e infraestrutura urbana, foi

acrescentado o “H” para a denominação de “Habitação” e mais tarde passou a ser

denominado de “Habitat” com o conceito ampliado (BRASIL, 2016c).

O objetivo é criar um ambiente de isonomia competitiva, que propicie

soluções mais baratas e de melhor qualidade para a redução do déficit habitacional

no país, focando a produção habitacional de interesse social. O conjunto de ações

definidos para buscar o objetivo são: (i) avaliação da conformidade de empresas de

serviços e obras; (ii) melhoria da qualidade de materiais; (iii) formação e

requalificação de mão-de-obra; (iv) normalização técnica; (v) capacitação de

laboratórios; (vi) avaliação de tecnologias inovadoras; (vii) informação ao

consumidor; (viii) promoção da comunicação entre os setores envolvidos (BRASIL,

2016c).

Com base nas normas da International Organization for Standardization (ISO)

9000, estrutura-se o Sistema de Avaliação da Conformidade de Serviços e Obras

(SiAC) como norma do programa destinado à avaliação da conformidade de

empresas construtoras. O PBQP-H opera com o conceito de avaliação da

conformidade e por intermédio do SiAC tem estabelecido três níveis de avaliação:

a) nível de adesão: a empresa de serviços e obras fica responsável

legalmente pela veracidade do conteúdo das informações prestadas, não

sendo necessário realizar a auditoria na empresa para emissão do

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certificado de adesão. O nível de adesão possui validade de 12 meses,

improrrogável, e a empresa pode participar do processo de Declaração de

Adesão apenas uma única vez (BRASIL, 2016c);

b) nível B: o terceiro nível de avaliação da conformidade. São verificadas de

forma evolutiva as cláusulas relacionadas a infra-estrutura, planejamento

da execução da obra, análise crítica dos requisitos relacionados à obra,

comunicação com o cliente, controle de alterações de projetos, análise

crítica de projetos fornecidos pelo cliente e propriedade do cliente (DE

CONTO, 2016);

c) nível "A": O quarto nível de avaliação da conformidade, quando, além das

cláusulas auditadas no Nível B, são verificadas de forma evolutiva as

cláusulas relacionadas a comunicação interna, ambiente de trabalho,

planejamento da elaboração do projeto, entradas de projeto, saídas de

projeto, análise crítica de projeto, verificação de projeto, validação de

projeto, validação de processos, medição e monitoramento de processos e

ações preventivas (DE CONTO, 2016).

Nesse contexto os três principais projetos, para a implementação do PBQP-H

são: (i) o SiAC; (ii) o Sistema de Qualificação de Empresas de Materiais,

Componentes e Sistemas Construtivos (SiMaC); (iii) o Sistema Nacional de

Avaliações Técnicas (SiNAt). O SiAC regula e acompanha a conformidade da

prestação de serviços por quem projeta e constrói, o SiMaC regula e acompanha a

conformidade de materiais e componentes normalizados e o SiNAt regula e

acompanha avaliações técnicas de inovações tecnológicas de componentes,

sistemas e subsistemas na construção de edifícios (BRASIL, 2016c).

A participação no programa tem sido utilizada como pré-requisito para as

empresas construtoras aprovarem projetos e obterem linhas de financiamento.

Desse modo, evidencia-se a necessidade de as construtoras participarem desses

programas, sendo preciso a implantação e certificação do PBQP-H, através do SiAC

(BRASIL, 2016c).

2.3.2 LEED

No ano de 1995 nos EUA, a Green Building desenvolveu o sistema de

certificação ambiental LEED. O LEED é um sistema de certificação internacional que

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possibilita verificar se um edifício, residência ou comunidade foram projetados com

base em estratégias para a melhoria em relação ao: (i) uso da água e energia; (ii)

redução de emissões de CO2; (iii) melhora da qualidade do ambiente interno; (iv) uso

dos recursos e seus impactos gerados (GBC, 2015).

Para iniciar o processo para obtenção da certificação da edificação pretendida

de acordo com sua tipologia, deve-se realizar o registro do projeto no sistema

internacional de certificação através da plataforma LEED Online, inserindo os dados

gerais do empreendimento (STEFANUTO; HENKES, 2013).

Esse sistema de certificação internacional possui 7 dimensões a serem

avaliadas nas edificações : (i) implantação sustentável; (ii) eficiência hídrica; (iii)

energia e atmosfera; (iv) materiais e recursos; (v) conforto ambiental; (vi) inovação;

(vii) projeto e créditos regionais. Todas as dimensões possuem pré-requisitos

(práticas obrigatórias) e créditos, recomendações que ao serem cumpridas garantem

pontos a edificação. No sistema LEED o desempenho ambiental do edifício é

avaliado de forma global no que tange ao seu ciclo de vida, desde a extração de

matérias-primas até a disposição final (GBC, 2015).

Sendo atendidos os pré-requisitos, passa-se à etapa de classificação do

desempenho, constituído por um checklist e de acordo com evidências obtidas. Os

créditos são atribuídos pelo atendimento de ações de projeto, construção e

gerenciamento que contribuam para reduzir os impactos ambientais das edificações.

A partir da pontuação adquirida, que varia de 40 pontos a 110 pontos,

correspondentes ao nível certificado e nível platina respectivamente, é possível

estabelecer a gradação da certificação (GBC, 2015).

Na segunda fase, na plataforma LEED Online, pode ser corrigida e atualizada

as informações da primeira fase. Concluída a obra, prepara-se a auditoria por

intermédio de treinamentos para ocupação e operação da construção. A auditoria

analisa a documentação, os pré-requisitos e os critérios para classificar o

empreendimento conforme o grau de cumprimento do sistema de classificação

(STEFANUTO; HENKES, 2013).

O primeiro edifício foi certificado pelo sistema LEED em 2007 e, em 2008, o

sistema de certificação AQUA foi adaptado ao cenário brasileiro e disponibilizado

para uso (GBC, 2015).

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2.3.3 AQUA

Em 2005, com base no modelo francês Haute Qualité Environnementale

(HQE), foi desenvolvido pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo

(USP), pela Fundação Vanzolini e pelo Centre Scientifique et Technique du Bâtiment

(CSTB) o processo de certificação AQUA. O modelo AQUA estrutura-se no

desenvolvimento sustentável englobando aspectos ambientais, sociais e

econômicos (PORTAL VANZOLINI, 2016).

O Processo AQUA-HQE avalia o desempenho de construções e classifica-o

quanto ao grau de sustentabilidade de acordo com critérios de desempenho em 14

categorias da Qualidade Ambiental do Edifício (QAE). Este processo possui os

níveis Base, Boas Práticas ou Melhores Práticas, conforme perfil ambiental definido

pelo empreendedor na fase pré-projeto. Um sistema de gestão deve ser adotado e a

avaliação, realizada pelo empreendedor, deve ser constituída em no mínimo três

fases (construção nova e renovações): (i) pré-projeto; (ii) projeto; (iii) execução. No

caso de edifício em operação e uso, na fase pré-projeto da operação e uso e fases

operação e uso periódicos (PORTAL VANZOLINI, 2016).

Os três diferentes tipos de empreendimentos que o referencial técnico do

AQUA permite avaliar são: (i) edifícios habitacionais; (ii) edifícios do setor de

serviços; (iii) bairros e loteamentos. Esses empreendimentos podem ser novos ou

que ocasionem uma reabilitação que garanta uma melhoria de desempenho

(OLIVEIRA, 2014).

Para um empreendimento ser certificado AQUA-HQE, o empreendedor deve

alcançar no mínimo um perfil de desempenho com 3 categorias no nível Melhores

Práticas, 4 categorias no nível Boas Práticas e 7 categorias no nível Base, conforme

Figura 4 (PORTAL VANZOLINI, 2016).

Figura 4 – Perfil de desempenho mínimo para certificação

Fonte: PORTAL VANZOLINI (2016).

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As categorias são interpretadas, como sendo: Base (B) – prática corrente ou

regulamentar; Boas Práticas (BP) – boas práticas adotadas e Melhores Práticas

(MP) – desempenho calibrado conforme o desempenho máximo constatado

recentemente nas operações de alta qualidade ambiental (PORTAL VANZOLINI,

2016).

2.3.4 PROCEL EDIFICA

Os números relativos ao consumo de energia elétrica nas edificações no país,

atingem o patamar de 45% do consumo faturado. O setor de edificações possui um

potencial de redução do consumo nas novas construções de 50% e de 30% nas

edificações reformadas. Esses números por si só já justificam a importância do

PROCEL EDIFICA, que surgiu em 1985, decorrente de uma ação envolvendo o

Ministério de Minas e Energia, o Ministério das Cidades, as universidades, os

centros de pesquisa e entidades das áreas governamental, tecnológica, econômica

e de desenvolvimento, além do setor da construção civil (PROCEL, 2016).

O Selo Procel avalia quesitos de iluminação, climatização do ar e o entorno

do edifício, considerando áreas e tipos de janelas, proteção solar, vidros utilizados e

a zona bioclimática em que se localiza o empreendimento. A obtenção do Selo

Procel é voluntária (OLIVEIRA, 2014).

O Selo Procel Edificações tem sua concessão voltada a edificações que

apresentem os melhores índices de eficiência energética em determinada categoria

e que atendam a requisitos ambientais. O Selo é outorgado tanto na etapa de

projeto, válido até a finalização da obra, quanto na etapa da edificação construída.

Entre os objetivos do PROCEL, destaca-se a capacitação de profissionais,

promoção de novas tecnologias, disseminação de boas práticas, regulamentação e

critérios de eficiência energética para edificações e etiquetagem de edificações

novas e existentes e ainda a capacitação de laboratórios para atuarem na área de

conforto ambiental (PROCEL, 2016).

A etiqueta pode ser utilizada individual ou por ambiente sob a forma de 5

níveis de gradação: A, B, C, D e E. Essa etiqueta premia ações como o uso de

fontes renováveis de energia e a utilização racional da água, incentivando a adoção

dos conceitos relacionados à eficiência energética em HIS. Periodicamente, a cada

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quatro anos o PROCEL revê os critérios técnicos exigidos para a concessão do Selo

Procel Edificações, e assim estabelece um regular e continuo processo de

desenvolvimento tecnológico e de redução do consumo de energia elétrica no país

(PROCEL, 2016).

2.3.5 Selo Casa Azul CAIXA

Estabelecido conforme a realidade da construção habitacional do Brasil, de

acordo com as características locais, abordando a utilização dos recursos naturais e

os benefícios sociais, o Selo Casa Azul CAIXA consiste no primeiro sistema de

classificação da sustentabilidade de projetos. O Selo engloba premissas que

entendem que os problemas são globais, mas as soluções devem ser locais (CAIXA,

2010).

Nesse contexto, o Selo pode ser definido como um instrumento de

classificação socioambiental de projetos de empreendimentos habitacionais, que

reconhece aqueles que adotam soluções mais eficientes aplicadas à construção, ao

uso, à ocupação e à manutenção das edificações. Sua metodologia foi desenvolvida

e aplicada aos projetos de empreendimentos habitacionais apresentados à CAIXA

para financiamento ou nos programas de repasse. As empresas construtoras, o

Poder Público, empresas públicas de habitação, cooperativas, associações e

entidades representantes de movimentos sociais, podem se candidatar ao Selo

(CAIXA, 2010).

As linhas de crédito da CAIXA voltada a HIS possuem um conjunto de

requisitos que incentivam a construção de empreendimentos sustentáveis. Os

empreendimentos financiados são dotados de infraestrutura básica, vias de acesso

a serviços urbanos de transportes públicos e coleta de lixo. Além desses requisitos,

o empreendedor deve apresentar a documentação obrigatória, no qual inclui: (i)

projetos aprovados pela prefeitura; (ii) declaração de viabilidade de atendimento das

concessionárias de água e energia; (iii) alvará de construção; (iv) licença ambiental;

(v) demais documentos necessários à legalização do empreendimento. Deve ser

apresentado o Documento de Origem Florestal (DOF) e a declaração informando a

destinação final das madeiras utilizadas nas obras. O que define a ABNT NBR 9050,

em relação à acessibilidade, deve ser atendido, bem como o percentual mínimo de

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unidades habitacionais adaptadas de acordo com os pré-requisitos do Selo (CAIXA,

2010).

Assim como os outros selos e certificações, a adesão do Selo é voluntária.

Nesse contexto, a edificação recebe a gradação de acordo com o nível de critérios

atendidos. Para a gradação bronze deve cumprir 19 critérios obrigatórios e nenhum

opcional. O Selo busca reconhecer os projetos de empreendimentos avaliando os

critérios relacionados aos seguintes temas: qualidade urbana, projeto e conforto,

eficiência energética, conservação de recursos materiais, gestão da água e práticas

sociais. Ao total são 53 critérios de avaliação, divididos em 6 categorias, de acordo

com o Quadro 2 (CAIXA, 2010).

Quadro 2 – Categorias e critérios do Selo Casa Azul

(continua)

CATEGORIAS E CRITÉRIOS CLASSIFICAÇÃO 1. QUALIDADE URBANA BRONZE PRATA OURO 1.1 Qualidade do Entorno – Infraestrutura obrigatório

critérios obrigatórios + 6

itens de livre escolha.

Critérios obrigatórios + 12 itens

de livre escolha

1.2 Qualidade do Entorno – Impactos obrigatório 1.3 Melhorias do Entorno 1.4 Recuperação de Áreas Degradadas 1.5 Reabilitação de Imóveis 2. PROJETO E CONFORTO 2.1 Paisagismo obrigatório 2.2 Flexibilidade de projeto 2.3 Relação com a vizinhança 2.4 Solução Alternativa de Transporte 2.5 Local para Coleta Seletiva obrigatório 2.6 Equipamentos de Lazer, Sociais e

Esportivos obrigatório

2.7 Desempenho Térmico – Vedações obrigatório 2.8 Desempenho Térmico – Orientação ao Sol

e Ventos obrigatório

2.9 Iluminação Natural de Áreas Comuns 2.10 Ventilação e Iluminação Natural de

Banheiros

2.11 Adequação às Condições Físicas do Terreno

3. EFICIÊNCIA ENERGÉTICA 3.1 Lâmpadas de Baixo Consumo – Áreas

Privativas obrigatório p/

HIS – até 3 s.m. 3.2 Dispositivos Economizadores – Áreas

Comuns obrigatório

3.3 Sistema de Aquecimento Solar 3.4 Sistema de Aquecimento à Gás 3.5 Medição Individualizada – Gás obrigatório 3.6 Elevadores Eficientes 3.7 Eletrodomésticos Eficientes

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3.8 Fontes Alternativas de Energia 4. CONSERVAÇÃO DE RECURSOS

MATERIAIS

4.1 Coordenação Modular 4.2 Qualidade de Materiais e Componentes obrigatório

4.3 Componentes Industrializados ou Pré-fabricados

4.4 Formas e Escoras Reutilizáveis obrigatório 4.5 Gestão de Resíduos de Construção Civil

(RCD) obrigatório

4.6 Concreto com Dosagem Otimizada 4.7 Cimento de Alto Forno (CPIII) e Pozolânico

(CP IV)

4.8 Pavimentação com RCD 4.9 Facilidade de Manutenção da Fachada 4.10 Madeira Plantada ou Certificada 5. GESTÃO DA ÁGUA 5.1 Medição Individualizada – Água obrigatório 5.2 Dispositivos Economizadores – Sistema de

Descarga obrigatório

5.3 Dispositivos Economizadores – Arejadores

5.4 Dispositivos Economizadores – Registro Regulador de Vazão

5.5 Aproveitamento das Águas Pluviais 5.6 Retenção de Águas Pluviais 5.7 Infiltração de Águas Pluviais 5.8 Áreas Permeáveis obrigatório 6. PRÁTICAS SOCIAIS 6.1 Educação para Gestão de RCD obrigatório 6.2 Educação Ambiental (EA) dos Empregados

obrigatório

6.3 Desenvolvimento Pessoal dos Empregados

6.4 Capacitação Profissional dos Empregados 6.5 Inclusão de trabalhadores locais

(conclusão)

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6.6 Participação da Comunidade na Elaboração do Projeto

6.7 Orientação aos Moradores obrigatório 6.8 EA dos Moradores 6.9 Capacitação para Gestão do Empreendimento

6.10 Ações para Mitigação de Riscos Sociais 6.11 Ações para Geração de Emprego e Renda

Fonte: Adaptado da CAIXA (2010).

Utilizando-se do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), os

sistemas de fomento financeiro da CAIXA são estimulados a buscar o Selo,

contribuindo para a melhora da qualidade da construção civil (CAIXA, 2010).

2.4 HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL SOB A ÓTICA DA SUSTENTABILDADE

A HIS está associada à necessidade de disponibilizar habitação urbana para

os setores menos favorecidos da população. A sustentabilidade ocorre se houver um

equilíbrio envolvendo aspectos econômicos, ambientais e sociais. Entre as

dificuldades enfrentadas pelas cidades encontra-se a habitação de áreas impróprias

para moradia (FORTUNATO, 2014).

Ainda segundo Fortunato (2014), para que haja sustentabilidade tem que

ocorrer a sustentabilidade ambiental, como a redução do gasto de energia, com a

sustentabilidade social. Aborda ainda as oportunidades iguais para os seres

humanos, bem como os padrões de comportamento relacionados à mobilidade,

experiência habitacional, trabalho e relações sociais.

Conforme Reis e Lay (2010), as habitações sustentáveis impactam na

melhoria da qualidade de vida dos residentes por intermédio do equilíbrio no uso

adequado dos recursos naturais e as necessidades humanas. Para que uma HIS

seja sustentável deve conciliar quantidade de moradias com sua qualidade

decorrente de projetos arquitetônicos convenientemente apropriados aos seus

usuários.

O conceito de construção sustentável amplia o escopo tradicional de

qualidade, prazo, tecnologia e custo, e incorpora as dimensões sociais e ambientais.

O desenvolvimento sustentável postula um conjunto de ações que envolvem o

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construir mais usando menos e a redução de materiais residuais que impactam a

natureza, pressionando os aterros em termos de volume e poluição gerados (CAIXA,

2010).

Ao considerar os aspectos da construção, ressalta-se que a qualidade das

soluções arquitetônicas envolvendo os aspectos estéticos e funcionais do projeto da

habitação social determina a eficiência com que o projeto responde às necessidades

de seus usuários. Desse modo, as relações entre as edificações e os espaços

abertos tende a afetar o uso e adequação de tais espaços e, logo, a existência de

um ambiente residencial socialmente sustentável, afirmam Reis e Lay (2010).

Ao comparar os sistemas LEED, AQUA e Selo Casa Azul CAIXA verifica-se

que esses possibilitam o estudo referente à sustentabilidade no ambiente

construído. O Selo Casa Azul e o LEED abordam com mais acuidade o tema da

inclusão urbana da HIS, do que o modelo AQUA. O Selo Casa Azul e o LEED estão

mais adaptados ao cenário do Brasil e, o Selo Casa Azul aborda a existência das

práticas sociais na análise da sustentabilidade da HIS. (FORTUNATO, 2014).

2.4.1 A habitação de interesse social em Santa Maria

De acordo com o censo de 2010 do IBGE, Santa Maria possui

aproximadamente 261 mil habitantes. O crescimento da população gerou

necessidade de construções de moradias para atender esse crescimento. Nesse

contexto, as primeiras unidades habitacionais foram construídas em locais longe do

centro da cidade, não possuindo equipamentos necessários ao atendimento da

população no que tange à saúde, educação, lazer e sistema de transporte (RUBIN,

2013).

Dentro desse contexto considera-se que um novo conjunto residencial, e as

construções de infraestrutura, valorizam o entorno dos terrenos e desencadeia a

especulação. Assim, os menos favorecidos economicamente são deslocados ainda

mais para a periferia, tornando mais caro os custos de deslocamento e outros

associados à distância de suas necessidades (SANTOS, 2009).

A situação exposta por Santos (2009) também é percebida em Santa Maria

(RUBIN, 2013). A população mais desprovida financeiramente não possui condições

financeiras de arcar com os custos que a nova moradia exige. Ainda assim, os

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39

investimentos na construção de moradias foram importantes para dirimir as

demandas por moradia e na forma de ocupação do solo urbano.

De acordo com Grigoletti e Linck (2014), as habitações vêm sofrendo

alterações conceituais em função do exposto nos capítulos anteriores, como

sustentabilidade, novas normas técnicas, ciclo de vida, exigências de espaços

coletivos, infraestrutura de acesso, entre outros. Esse novo cenário propiciou o

surgimento dos sistemas de avaliações das habitações, como um recurso para

auxiliar na compatibilização do habitat com a população. Nessa especificidade, os

resultados, apresentados na Zona Bioclimática 2 e na realidade sociocultural da

população de baixa renda de Santa Maria, no RS, apontam para a necessidade de

que sejam incluídas a vegetação urbana para obter melhor conforto térmico nesses

projetos de edificação habitacional.

As novas unidades habitacionais financiadas pelos órgãos de fomento, em

especial os últimos financiamentos da CAIXA, já abordam e contextualizam os

projetos nesse novo cenário de uso dos recursos naturais, da sustentabilidade da

construção e o respectivo impacto social. O programa MCMV criado em 2009, é um

programa que busca a redução do déficit habitacional e que pode não assegurar os

aspectos relacionados à sustentabilidade das HIS. Essas políticas de HIS colaboram

na agregação de valor ao espaço construído, como um meio de integração social,

desenvolvimento da cidadania e respeitando as questões socioambientais (SILVA,

2014). Para a construção de HIS mais sustentáveis, a CAIXA lançou o Selo Casa

Azul CAIXA (CAIXA, 2010).

O Selo Casa Azul CAIXA, é um sistema de classificação de

empreendimentos, que leva em consideração infraestruturas como ruas de acesso,

transporte, coleta de lixo, energia, arborização, água, entre outros (CAIXA, 2010).

Além desses critérios, esse sistema de certificação também se destaca por ser o

único a incorporar critérios sociais, além dos ambientais. Essa diferenciação faz com

que o Selo seja classificado como socioambiental, buscando a integração social e o

incentivo a práticas mais sustentáveis (DE CONTO, 2016).

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3 METODOLOGIA

A importância da escolha do que se ler e estudar, para estudantes iniciantes,

deve ser realizada sob orientação de professores, selecionando as mais adequadas

e confiáveis para o tema abordado (LAKATOS; MARCONI, 2010). Além disso, ainda

sob a tutela do professor, foi delimitado o escopo do estudo, tanto no que diz

respeito à profundidade das abordagens como na extensão dos temas

desenvolvidos, estruturados em capítulos e subcapítulos para o TCC.

Os processos de levantamento de dados podem ser obtidos, por

documentação direta (como a pesquisa de campo) e indireta em material já

elaborado, como a pesquisa documental primária e a pesquisa bibliográfica de fonte

secundária (LAKATOS; MARCONI, 2010).

A seguir será apresentado as etapas de como este estudo foi conduzido.

3.1 ESTRATÉGIA E ABORDAGEM DE PESQUISA

A escolha dos passos a seguir para o desenvolvimento deste estudo, foi

antecedido por estudos preliminares, permitindo a verificação da teoria existente e

análise de material relacionado ao tema selecionado (LAKATOS; MARCONI, 2010).

Esses estudos possibilitaram a escolha do método a ser utilizado para nortear os

trabalhos, como sendo uma abordagem metodológica de estudo de caso, com

procedimento para coleta de dados baseada na pesquisa bibliográfica em fontes

primária e secundária associada à entrevista in loco.

Os estudos relacionados à pesquisa bibliográfica, foram centralizados em um

conjunto de obras de referências primárias e secundárias. O Quadro 3 apresenta

algumas das obras consultadas.

Quadro 3 – Relação de algumas obras consultadas

(continua)

Autores Título

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade.

Fundamentos da metodologia científica. São Paulo: Atlas. 2010.

CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. Selo casa azul: boas práticas para habitação mais sustentável. Caixa Econômica Federal, São Paulo, 2010.

GOLDEMBERG, José; LUCON, Oswaldo.

Energia, meio ambiente e desenvolvimento. São Paulo, 2011.

DE CONTO, Vanessa. O Caminho para a Sustentabilidade Socioambiental de HIS via Selo CASA AZUL CAIXA. UFSM. 2016.

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(conclusão)

SANTOS, Milton. A Urbanização Brasileira. São Paulo, Edusp, 2009.

RUBIN, Graziela Rossatto. Análise dos Programas Habitacionais em Santa Maria: O caso do conjunto habitacional Tancredo Neves. Dissertação de Mestrado. PPGGG. UFSM. 2013.

Fonte: A autora (2016).

Os estudos realizados no referencial teórico substanciaram a base conceitual

para o entendimento da temática abordada no que tange a construções sustentáveis

e as propostas dos sistemas de certificações. Nessa linha de raciocínio, os estudos

levaram a escolha do Selo Casa Azul CAIXA, o primeiro sistema de classificação da

sustentabilidade em projetos no Brasil, desenvolvido para a realidade da construção

habitacional do país, como o método de certificação a ser estudado.

Com a leitura das obras e consulta as fontes primárias e secundárias (livros,

artigos, normas técnicas e sites) foi possível delimitar o campo de estudo, explorar

nas dimensões de abrangência e profundidade pertinentes as exigências

estabelecidas e delimitadas para este estudo. Esta forma de abordagem possibilitou

estabelecer uma sólida base conceitual a respeito do tema construções

sustentáveis, a legislação pertinente, as certificações aplicáveis, bem como definir o

método de estudo ao tema ora apresentado.

A seguir foi elaborado um checklist decorrente dos estudos do sistema de

classificação Selo Casa Azul CAIXA, como um recurso para orientar a busca de

evidências de atendimento ao solicitado, registrar as evidências objetivas coletadas,

e por fim ponderar a respeito da certificação de construção sustentável.

3.2 DESCRIÇÃO DA GRADAÇÃO BRONZE

O nível de gradação bronze do Selo Casa Azul tem sido concedido aos

empreendimentos cujo valor de avaliação da UH não ultrapassar os limites

estabelecidos pelo apresentado no Quadro 4 (CAIXA, 2010).

Quadro 4 – Limites de avaliação para Selo Casa Azul

(continua)

Localidades Valor de Avaliação da unidade habitacional

Distrito Federal Cidades de São Paulo e Rio de Janeiro Municípios com população igual ou superior a 1 milhão de habitantes

Até R$ 130.000,00

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integrantes das regiões metropolitanas dos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro

Municípios com população igual ou superior a 250 mil habitantes Região integrada do Distrito Federal e Entorno – RIDE/DF nas demais regiões metropolitanas e nos municípios em situação de conturbação com as capitais estaduais (exceto Rio de Janeiro e São Paulo)

Até R$ 100.000,00

Demais municípios Até R$ 80.000,00

Fonte: Adaptado da CAIXA (2010).

O nível Bronze possui 6 categorias e 19 critérios obrigatórios sem nenhum

critério opcional (CAIXA, 2010).

A metodologia estudada está descrita no Manual Selo Casa Azul da Caixa

Econômica Federal, que define as seguintes categorias: (i) Qualidade Urbana; (ii)

Projeto e Conforto; (iii) Eficiência Energética; (iv) Conservação de Recursos

Materiais; (v) Gestão da Água e; (vi) Práticas Sociais.

3.3 METODOLOGIA EMPREGADA NO CHECKLIST

Os quadros do checklist foram elaboradas de acordo com o número de

critérios obrigatórios que visam o atendimento à gradação bronze do Selo Casa

Azul. Desse modo, como são 19 critérios obrigatórios, vinculados a 6 diferentes

categorias, foram elaboradas 19 quadros.

O Quadro 5 apresenta a metodologia utilizada para elaboração e análise de

cada critério, aplicada nos quadros do checklist que encontram-se no Apêndice A:

Quadro 5 – Modelo para apresentação do checklist

Fonte: A autora (2016).

(conclusão)

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As categorias, critérios, indicadores, documentação e requisitos são

apresentados em destaque no quadro modelo para apresentação do checklist da

seguinte maneira:

a) em laranja apresenta-se a categoria em análise, cuja numeração

empregada é a mesma utilizada no guia do Selo Casa Azul CAIXA;

b) em vermelho apresenta-se o critério em análise, cuja numeração

empregada é a mesma utilizada no guia do Selo Casa Azul CAIXA;

c) em amarelo apresentam-se os indicadores e a documentação necessária

para o atendimento ao critério em análise;

d) em verde apresentam-se os requisitos necessários para o atendimento à

documentação e aos indicadores;

e) em azul apresentam-se, quando existentes, as ressalvas vinculadas à

categoria, critério ou requisito.

Cada requisito será avaliado de acordo com a seguinte padronização, com

base em Veras (2013):

a) sim: significa que o conjunto habitacional em análise atende aos requisitos

do critério abordado;

b) não: significa o não cumprimento dos requisitos referentes ao critério

abordado;

c) parcial: significa que atende parcialmente o critério abordado;

d) não se aplica: significa que não há relação entre o requisito e a edificação

estudada ou não obtenção de informações suficientes, impossibilitando

uma avaliação adequada.

Para análise dos indicadores e da documentação utilizou-se a seguinte

correlação dos requisitos, onde o número de resultados SIM, NÃO ou PARCIAL não

foi levado em consideração:

a) sim x sim = sim;

b) não x não = não;

c) sim x não = parcial;

d) parcial x sim ou não = parcial;

e) o resultado não se aplica e sua inclusão na relação dos requisitos não

implica em alteração nos resultados da correlação dos requisitos.

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A correlação dos requisitos em análise pode ser resumida de acordo com o

Quadro 6:

Quadro 6 – Resumo da correlação de requisitos do checklist

Fonte: A autora (2016).

Para a análise dos critérios utilizou-se a correlação dos resultados obtidos

referentes à documentação e indicadores seguindo as mesmas considerações

utilizadas para correlacionar os requisitos.

Os resultados obtidos referente aos critérios de cada categoria serão

apresentados de forma resumida no capítulo 4, utilizando-se do Quadro 7.

Quadro 7 – Modelo para apresentação dos resultados

1. QUALIDADE URBANA EXISTÊNCIA NO PROJETO

CRITÉRIOS SIM NÃO PARCIAL NÃO SE APLICA

1.1 Qualidade do Entorno – Infraestrutura

1.2 Qualidade do Entorno – Impactos

Fonte: A autora (2016).

3.4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

A aplicação e a análise dos critérios de itens estabelecidos pelo checklist

ocorreu através de:

a) análise documental;

b) utilização de recursos como o Programa AutoCAD 2012 para desenvolver

desenhos/redesenhos necessários para simular as situações que necessite

de análise;

c) dados primários obtidos a partir de visitas in loco ao Conjunto Habitacional

Leonel Brizola da cidade de Santa Maria/RS;

EXISTÊNCIA NO PROJETO

SIM NÃO PARCIAL NÃO SE APLICA

SIM SIM PARCIAL PARCIAL SIM

NÃO PARCIAL NÃO PARCIAL NÃO

PARCIAL PARCIAL PARCIAL PARCIAL PARCIAL

NÃO SE APLICA SIM NÃO PARCIAL NÃO SE APLICA

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45

d) entrevista com o Engenheiro Civil da construtora;

e) entrevista com a Arquiteta do escritório de arquitetura.

Posteriormente, efetuou-se a discussão de interpretações e resultados sobre

os dados obtidos.

3.5 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA

A pesquisa foi delimitada por estudo da proposta do sistema de classificação

do Selo Casa Azul CAIXA, com a posterior elaboração de uma proposta de checklist

para o nível certificação Bronze. Para o objeto alvo da aplicação do checklist

proposto, foi escolhido a HIS Conjunto Residencial Leonel Brizola na cidade de

Santa Maria do estado do Rio Grande do Sul.

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46

4 APLICAÇÃO DO SELO CASA AZUL EM HIS

Primeiramente efetuou-se uma contextualização espacial do local em que o

conjunto habitacional está inserido. Após, realizou-se a análise da obra abordando

cada critério obrigatório para gradação bronze do manual Selo Casa Azul da CAIXA.

O conjunto apresentado a seguir, cujo projeto arquitetônico foi desenvolvido

por escritório de arquitetura local e executado por construtora local, faz parte dos

incentivos do governo federal para a habitação em parceria com a CAIXA e a

prefeitura de Santa Maria. O residencial começou a ser construído em 23 de maio de

2014 e a entrega das chaves foi realizada em 26 de abril de 2016. O

empreendimento em questão é o quarto conjunto residencial do MCMV na cidade de

Santa Maria voltado a famílias de baixa renda, resultado da parceria firmada, há

cerca de oito anos, entre o governo federal, a CAIXA e a prefeitura municipal

(FONTANA, 2016).

Ao concluir-se a análise do empreendimento, foram apresentadas as

conclusões relativas ao projeto e sua adequação ao ambiente inserido.

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA HIS

O Residencial Leonel Brizola localiza-se no bairro Diácono João Luiz

Pozzobon, na Estrada Municipal Eduardo Duarte, em Santa Maria (RS), como

mostra a Figura 5.

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Figura 5 – Localização do Residencial Leonel Brizola

Fonte: Google (2016).

O residencial Leonel Brizola dista cerca de 5,5 Km do centro de Santa Maria.

O acesso pela BR 287 do centro de Santa Maria ao residencial dista cerca de 7,6 km

(Figura 6).

Figura 6 – Localização do residencial Leonel Brizola em relação ao centro de Santa Maria

a. Residencial ao centro de Santa Maria

(5,5 Km). b. Acesso pela BR 287 do centro de Santa

Maria ao residencial Leonel Brizola (7,6 Km). Fonte: Google (2016).

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O terreno do empreendimento possui uma área total de 128.349,26m²,

medindo de frente 383,26 m para a Estrada Municipal Eduardo Duarte, e de fundos

350,46m, possuindo 380,5m ao sudeste e 334,37m ao noroeste (Figura 7). Na

porção sudeste do terreno há ainda o córrego, devendo este ser uma área de

preservação permanente que dista, em cada lado da margem, 30,00m de largura a

partir da cota de maior inundação, de acordo com o Art. 46 da Lei de Uso do Solo

(LUSO) do Município de Santa Maria – RS (PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTA

MARIA, 2009).

Figura 7 – Situação residencial Leonel Brizola

Fonte: Projeto Residencial Leonel Brizola (2014).

O Residencial Leonel Brizola contou com um investimento de R$ 23 milhões

do governo federal, totalizando R$ 27 milhões com a contrapartida da Prefeitura de

Santa Maria. A prefeitura municipal também providenciou a área para a construção

do loteamento, contando com 362 UHs, das quais 14 foram adaptadas para Pessoas

com Deficiência (PCD). Das 14 adaptadas para PCD, 11 foram entregues a

cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida, 2 à deficientes auditivos e 1 à um

portador de deficiência visual. As unidades habitacionais são destinadas a famílias

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com renda mensal de até R$ 1,6 mil e que residem em áreas de risco. Cada moradia

do novo residencial custou cerca de R$ 64 mil (FONTANA, 2016; MINUSSI, 2016).

O projeto do Residencial Leonel Brizola conta com 362 lotes destinados a

habitações. Seis lotes foram destinados para uso comercial. São edifícios

habitacionais térreos geminados 2 a 2. Cada habitação possui uma área total de

39,80 m², totalizando 14.407,60 m², sendo 14 residências adaptadas para PNE. O

empreendimento conta ainda com projeto de acessibilidade. Desse modo, toda

calçada pública possui rampas nas esquinas projetadas a fim de garantir o acesso

aos PCR (Pessoas em Cadeira de Rodas).

O residencial conta com um centro comunitário, com uma área de

aproximadamente 203 m², que está integrado à praça de brinquedos, com uma área

de 320 m². Junto a esses, encontra-se um campo de futebol com uma área de 1.152

m². No terreno está localizada a escola de ensino fundamental. Há ainda uma área

de preservação permanente, conforme demostra um esquema da planta de

implantação do Residencial Leonel Brizola na Figura 8.

Figura 8 – Implantação do Residencial Leonel Brizola

Fonte: Adaptado do Projeto Residencial Leonel Brizola (2014).

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Como uma estratégia para garantir a interação da comunidade através de um

ponto de encontro, lazer e esporte projetou-se um centro comunitário, com

churrasqueira e dois banheiros, que estão de acordo com as exigências municipais

para PCD. O centro comunitário está integrado a um playground (Figura 9), além do

campo de futebol que se situa ao lado da praça de brinquedos.

Figura 9 – Centro comunitário e playground

Fonte: Projeto Residencial Leonel Brizola (2014).

Na área interna, cada residência conta com sala e cozinha integradas, além

de dois quartos. Na área externa encontra-se a área de serviço (Figura 10). O piso

em toda área interna é cerâmico, na externa o piso é de concreto alisado.

Figura 10 – Planta baixa mobiliada da residência

Fonte: Projeto Residencial Leonel Brizola (2014).

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As residências possuem um sistema de aquecimento solar para os chuveiros

composto de placa de captação de energia solar instalada sobre o telhado, e pelo

Boiler sob a caixa d’água (Figura 11). A importância da existência de tal sistema

evidencia-se através do histórico de casas que o possuíam entregues do PMCMV

que apresentaram uma economia de cerca de 40 reais por mês (média no ano) na

conta de luz, de acordo com informações obtidas no Manual do Proprietário.

Figura 11 – Sistema de aquecimento solar de uma residência

Fonte: A autora (2016).

Esse sistema necessita de incidência solar e temperatura ambiente acima de

15°C para um funcionamento autônomo, caso contrário, é complementado através

do uso de chuveiro elétrico pois em determinadas épocas do ano a intensidade e

frequência solar podem ser insuficientes para o funcionamento adequado do

mesmo. Seu dimensionamento foi efetuado para atender uma demanda de até 4

banhos com 8 minutos de duração, por dia.

A fim de construir uma sociedade mais sustentável e em equilíbrio com o

meio ambiente, o loteamento apresenta um projeto de arborização (Figura 12). O

projeto apresenta espécies arbóreas nas áreas verdes, grama no passeio público

não pavimentado, além de uma muda de árvore em frente a cada unidade

habitacional.

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Figura 12 – Projeto de arborização

Fonte: Adaptado do Projeto Residencial Leonel Brizola (2014).

Com esta mesma visão sustentável o loteamento apresenta a pavimentação

das vias internas de concreto intertravado, garantindo uma maior permeabilidade do

solo. A calçada pública do empreendimento é de concreto simples.

4.2 ANÁLISE A PARTIR DO SELO CASA AZUL

A análise desenvolvida no conjunto habitacional Leonel Brizola baseou-se no

guia de boas práticas para habitação mais sustentável Selo Casa Azul da Caixa

Econômica Federal (2010) e na posterior revisão nos indicadores do Selo Casa Azul,

que adequou e atualizou a metodologia às normas e diretrizes brasileiras que ainda

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estavam em construção no período de lançamento do guia, como a NBR 15575

(2013) referente ao desempenho de edificações habitacionais.

A análise teve como base as seis categorias que abrangem o selo, das quais

se verificaram os 19 critérios de avaliação obrigatórios que visam à obtenção do

nível de certificação gradação bronze. A avaliação do empreendimento foi realizada

com o auxílio do checklist proposto e posteriormente separando cada categoria de

abrangência.

4.2.1 Qualidade urbana

O empreendimento é dotado de rede de abastecimento de água, rede de

drenagem e de coleta de esgoto, energia elétrica e iluminação pública. Os serviços

mais relevantes no entorno estão identificados na Figura 13, que mostra o

residencial Leonel Brizola em destaque.

Figura 13 – Mapa de localização do Residencial Leonel Brizola e entorno imediato

Fonte: Adaptado do Projeto Residencial Leonel Brizola (2014).

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Portanto, o empreendimento conta com 1 escola de ensino fundamental, 3

escolas de educação infantil, 1 unidade PSF (Programa Saúde da Família), 1

unidade estratégica de saúde e 2 mercados localizados a uma distância inferior a

1km de extensão. Ainda, a uma distância de aproximadamente 2 km de extensão

localizam-se: 1 escola de ensino fundamental, 1 mercado, 1 unidade estratégica de

saúde, 1 escola de educação infantil e 2 farmácias.

Verificou-se que o mercado mais próximo está a uma distancia inferior a 1 km

do residencial e a farmácia mais próxima a 2 km. Deste modo, o empreendimento

cumpre parcialmente as exigências do selo quanto à existência de dois pontos de

comércio e serviços básicos. Tais pontos devem ser acessíveis por rota de

pedestres há uma distância inferior a um quilômetro, sendo a existência de

mercado/feria livre e farmácia itens obrigatórios. No entanto, existem seis lotes no

empreendimento destinados a uso comercial. Até o momento tais lotes ainda não

foram colocados à venda, não havendo, portanto, conhecimento de algum futuro

investidor.

Por meio do estudo realizado quanto à infraestrutura do entorno do

empreendimento decidiu-se pela execução de um posto de saúde e de uma escola

de ensino fundamental para atender a comunidade do Bairro Diácono João Luiz

Pozzobon.

A nova unidade de saúde no Bairro Diácono João Luiz Pozzobon, dentro do

residencial Dom Ivo, foi entregue a comunidade visando atender inclusive aos

moradores do Residencial Leonel Brizola, já que dista cerca de 750 m do

empreendimento. Assim, o empreendimento atende a exigência do selo quanto à

localização de um posto de saúde a no máximo 2,5 km de distância, já que conta

ainda com 1 unidade PSF e uma unidade estratégica de saúde a menos de 1km do

residencial .

A construção de uma nova escola de ensino fundamental (Figura 14), prevista

para 2015, foi efetuada junto ao Residencial Leonel Brizola. A escola deverá entrar

em funcionamento até o final de 2016, segundo informações obtidas na construtora.

Deste modo, atende ao requisito do selo quanto à existência de uma escola pública

de ensino fundamental acessível por rota de pedestre de até 1,5 km de extensão,

contando ainda com 1 escola de ensino fundamental e 3 escolas de educação

infantil localizados a uma distância inferior a 1km de extensão.

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Figura 14 – Vista do Residencial Leonel Brizola da escola de ensino fundamental

Fonte: A autora (2016).

A pavimentação na Estrada Municipal Eduardo Duarte é de concreto

betuminoso usinado a quente (CBUQ). Quanto às ruas internas do empreendimento,

é de concreto intertravado. (Figura 15).

Figura 15 – Ruas internas do residencial Leonel Brizola de concreto intertravado e placa indicativa de parada de ônibus próxima à escola

Fonte: A autora (2016).

As linhas de transporte público regular que atendem o residencial são as

mesmas linhas que atendem os bairros Jardim Berleze e Maringá. Dessa forma, os

ônibus passam pelas ruas do condomínio, havendo também uma parada acessível

por rota de pedestre em frente ao residencial. Portanto, o conjunto habitacional

atende aos requisitos do Selo quanto à disponibilidade de transporte público regular

e parada de ônibus a no máximo um quilômetro de extensão do empreendimento.

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A Figura 16 mostra a linha Jardim Berleze, direção bairro-centro, no período

de domingo e feriados, no horário das 06h10’. Como indicado na figura a linha

atende ao Residencial Leonel Brizola.

Figura 16 – Linha Jardim Berleze direção bairro-centro no período de domingo e feriados

Fonte: Adaptado de SIMSM (2016).

Na área interna do loteamento há os seguintes equipamentos de lazer: 1

centro comunitário, 1 playground e 1 campo de futebol. Estes são equipamentos

públicos de propriedade da Prefeitura Municipal de Santa Maria cujo uso é cedido à

Associação de Moradores do Residencial Leonel Brizola. Deste modo, o

empreendimento atende aos requisitos do Selo quanto à disponibilidade de

equipamentos de lazer. As intermediações ainda contam com 1 campo de futebol a

uma distância de aproximadamente 1,74 km do conjunto habitacional.

Portanto, o empreendimento atende parcialmente aos indicadores do critério

de qualidade do entorno quanto à infraestrutura, sendo a existência de 1 farmácia a

uma distância inferior a 1km o único requisito não atendido. Quanto à

documentação, o residencial também atende de modo parcial, apresentando apenas

a identificação de serviços relevantes no mapa de localização do empreendimento.

No mapa não são identificadas paradas de transporte público regular, rotas de

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acesso de pedestres e distâncias percorridas por rota de pedestre de serviços,

equipamentos e paradas relevantes até o empreendimento.

Desse modo, o entorno imediato no caso do Residencial Leonel Brizola ainda

não apresenta toda a infraestrutura necessária para a adequação ao critério de

qualidade do entorno quanto à infraestrutura do Selo, sendo esse atendido de modo

parcial.

Na visita in loco realizada ao conjunto habitacional, verificou-se a ausência de

fatores perceptíveis como odores, ruídos e outros aspectos que possam gerar

impacto negativo ao empreendimento.

Não foram constatados impactos negativos devido a faixa destinada a

indústria, que encontra-se dentro do raio de 1,5 km marcado a partir do centro

geométrico do empreendimento, como mostra a Figura 17, onde uma empresa

produtora de blocos de concreto está situada.

Figura 17 – Mapa de localização do empreendimento e de fatores de risco em seu

entorno imediato

Fonte: Adaptado de Google (2016).

A BR 287, que tangencia o raio de 1 km do residencial, pode ser considerada

uma fonte de ruídos excessivos e constantes. Portanto, com base nos critérios do

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Selo, pode ser considerada prejudicial ao bem-estar e à saúde dos moradores.

Assim como a RS 509 que se encontra dentro do raio de 2,5 km do conjunto

habitacional. No entanto, empreendimentos que não atendam ao critério inicial de

2,5 km poderão solicitar o Selo, desde que efetuem propostas para minimizar o

incomodo em níveis aceitáveis.

A empresa fabricante de vagões, que se situa entre a faixa de 2 e 2,5 km, não

acarreta em impactos negativos para os moradores do Residencial Leonel Brizola. O

aeroporto de Santa Maria, que dista cerca de 5,8 km do conjunto habitacional,

também não apresenta fatores prejudiciais aos moradores, estando inclusive fora do

raio de análise exigidos pelo Selo.

Deste modo, o residencial atende de modo parcial aos indicadores do critério

que verifica a qualidade do entorno e seus impactos no empreendimento. Constatou-

se também a inexistência de documentação necessária. Portanto, conclui-se que o

critério é atendido parcialmente. A análise da categoria de qualidade urbana pode

ser verificada no Quadro 8.

Quadro 8 – Categoria 1: Qualidade Urbana

1 QUALIDADE URBANA EXISTÊNCIA NO PROJETO

CRITÉRIOS SIM NÃO PARCIAL NÃO SE APLICA

1.1 Qualidade do Entorno – Infraestrutura x

1.2 Qualidade do Entorno – Impactos x

Fonte: A autora (2016).

Portanto, verifica-se que a categoria de qualidade urbana é atendida de modo

parcial, perante os critérios de análise que visam à obtenção da gradação bronze do

Selo.

4.2.2 Projeto e conforto

No projeto de arborização do residencial foram especificados as espécies

arbóreas a serem utilizadas, as dimensões previstas e a localização das mesmas,

de acordo com a convenção utilizada. O Quadro 9 mostra os dados de cada espécie

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adotada no projeto de acordo com os critérios estabelecidos pela Companhia

Energética de Minas Gerais (CEMIG) (2011) e por Lorenzi (2002, 2003, 2009, 2015).

Quadro 9 – Características das plantas utilizadas para o projeto de arborização

(continua)

Convenção Nome

Científico

Nome

Comum

D de

copa

(m)

Altura

(m)

Forma

ecológica Porte

Nativa/Ex

ótica

Luehea

divaricata

Açoita-

cavalo 7,00 15,00 Caducifólia Grande

Nativa

(Mata

Atlântica)

Parapipta

denia

rigida

Angico-

vermelho 7,00 25,00 Caducifólia Grande

Nativa

(Mata

Atlântica)

Araucaria

angustifoli

a

Pinheiro do

paraná 10,0 35,00 Perenifolia Grande

Nativa

(Mata

Atlântica)

Psidium

cattleyanu

m

Araçá 3,0 8,0 Semidecídu

a Médio

Nativa

(Mata

Atlântica)

Peltophor

um

dubium

Canafístula 7,0 20,0 Caducifólia Grande

Nativa

(Mata

Atlântica e

Cerrado)

Casearya

silvestris

Carvalhinho

(Chá-de-

bugre)

3,0 8,0 Caducifólia Médio

Nativa

(todo o

território

brasileiro)

Senna

multijuga

Chuva-de-

ouro

(Cássia)

5,0 10,00 Caducifólia Médio

Nativa

(Mata

Atlântica e

Cerrado)

Lagerstro

emia

indica

Extremosa 3,0 8,0 Caducifólia Médio Exótica

Handroant

hus

impetigino

sus

Ipê-roxo 5,0 12,00 Caducifólia Grande

Nativa

(Mata

Atlântica e

Cerrado)

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(conclusão)

Jacaranda

mimosifoli

a

Jacarandá-

mimoso 4,00 15,00 Caducifólia Grande Exótica

Bauhinia

forficata

Pata-de-

vaca 4,00 10 Caducifólia Médio

Nativa

(Mata

Atlântica e

Cerrado)

Eugenia

uniflora Pitangueira 3,00 9,00

Semidecídu

a Médio

Nativa

(todo o

território

brasileiro)

Caesalpini

a pluviosa Sibipiruna 4,00 12,00

Semidecídu

a Grande

Nativa

(Mata

Atlântica e

Pantanal)

Babusa

taquara Taquareira N/A 10,0 Perenifólia Médio

Nativa

(Mata

Atlântica)

Enterolobi

um

contortisili

quum

Timbaúva 9,0 25,00 Semidecídu

a Grande

Nativa

(Mata

Atlântica,

Cerrado,

Pantanal e

Caatinga)

Fonte: Adaptado do Projeto Residencial Leonel Brizola (2014).

A Tabela 2 apresenta a classificação adotada para estabelecer o porte das

árvores, de acordo com os parâmetros estabelecidos pelo CEMIG.

Tabela 2 – Classificação do porte das árvores

Altura Porte

até 5,0 m Pequeno ou Arbustivo

de 5,0 a 10,0 m Médio

acima de 10,0 m Grande

Fonte: Adaptado de CEMIG (2011).

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O uso das espécies arbóreas na faixa de mobiliário dos passeios foi realizado

de acordo com o Plano de Arborização Urbana do município de Santa Maria. As

distâncias entre as arborizações e dessas com as esquinas (Quadro 10), se

encontram dentro da normativa prevista pelo Programa Caminhe Legal

(PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTA MARIA, 2011). A importância do

cumprimento da adoção de espécies e porte adequados evidencia-se pela maior

durabilidade das calçadas em passeios.

Quadro 10 – Distâncias mínimas entre elementos urbanos e os elementos de arborização

Esquinas Árvores

Pequeno Porte Árvore Médio

Porte Árvore Grande

Porte

Arb

orizaçã

o

Pequeno porte 6,0 m 5,0 m ou

diâmetro da copa

7,0 m 11,0 m

Médio porte 6,0 m 7,0 m 7,0 m ou

diâmetro da copa

12,0 m

Grande porte 6,0 m 11,0 m 12,0 m 15,0 m ou

diâmetro da copa

Fonte: Adaptado de Prefeitura Municipal de Santa Maria (2011).

O protejo de arborização do residencial conta com uma muda de árvore em

frente a cada residência (Figura 18), além do plantio de espécies arbóreas nas áreas

verdes. No Manual do Proprietário do Residencial Leonel Brizola há a

recomendação para que o morador adote e preserve estas vegetações.

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Figura 18 – Mudas de árvores plantadas em frente a cada residência do Residencial Leonel Brizola

Fonte: A autora (2016).

A estratégia de utilização de vegetação com folhas caducas, permitindo uma

maior insolação no inverno e proporcionando sombreamento no verão, foi

empregada de forma predominante no empreendimento. Observou-se também a

adoção de espécies arbóreas de porte médio à alto, que quando dispostas de modo

a prover sombra às paredes leste/oeste, influenciam na redução dos ganhos de

calor no verão.

A escolha de espécies nativas adequadas ao clima local prevaleceu sobre as

exóticas, o que favorece a permanência da vegetação, beneficiando o

desenvolvimento da fauna local. Quanto às espécies vegetais exóticas, as utilizadas

no projeto de arborização se adaptam ao clima local. Portanto, o empreendimento

atende aos indicadores e a documentação necessária do critério de paisagismo.

Logo, o residencial atende ao critério do selo quanto à existência de arborização que

auxilie no conforto térmico e visual do empreendimento.

O conjunto habitacional possui em projeto um espaço destinado para a

colocação de lixeira, conforme mostra em destaque a Figura 19. Porém, as

colocações das lixeiras ficam a cargo do proprietário. Até o momento da visita ao

empreendimento, em abril de 2016, tais lixeiras eram inexistentes.

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Figura 19 – Espaço em projeto destinado para a colocação de lixeira pelo proprietário

Fonte: Adaptado do acervo da construtora (2014).

A coleta de lixo é efetuada pela prefeitura três vezes por semana nas ruas do

conjunto habitacional. Embora o empreendimento possua local em projeto para

coleta de lixo, no Residencial não se fez o uso desse, não havendo também local

adequado para seleção e armazenamento de material reciclável.

Desse modo, o empreendimento atende de modo parcial aos indicadores e a

documentação necessária do critério de local para coleta seletiva. Portanto, o

Residencial Leonel Brizola não apresenta os aspectos necessários para o

cumprimento do critério, atendendo-o de modo parcial.

O residencial Leonel Brizola conta com um centro comunitário (Figura 20a),

um playground (Figura 20b) e uma quadra de futebol (Figura 20c) como modo

incentivo a convivência e entretenimento dos moradores. Portanto, no total são 3

equipamentos, dos quais, 1 equipamentos social, 1 equipamento de lazer e 1

equipamento esportivo. As rotas de pedestres entre as unidades habitacionais e as

áreas de lazer oferecem acessibilidade e segurança aos moradores.

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Figura 20 – Equipamentos de lazer, sociais e esportivos

a) Centro comunitário

b) Playground

b) Campo de futebol ao lado do playground

Fonte: A autora (2016).

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Para o atendimento ao critério do Selo a quantidade mínima de equipamentos

especificada pra 362 UHs seriam necessários quatro equipamentos, sendo

obrigatório dentre esses a existência de um destinado ao uso social e um ao lazer

ou esporte.

De acordo com a LUSO municipal, Art. 82, nos loteamentos, é obrigatório a

transferência ao município de, no mínimo, 35% da área total da gleba para

instalação de equipamentos urbanos e comunitários, bem como sistemas de

circulação e espaços livres de uso público (PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTA

MARIA, 2009).

Conforme o Art. 83 da LUSO, do percentual destinado ao município, 5% deve

ser reservado aos equipamentos urbanos e comunitários, e 10% para os espaços

livres de uso público (PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTA MARIA, 2009). Embora

o empreendimento atenda as exigências quanto à legislação municipal e exista a

documentação necessária, quanto aos indicadores do critério de equipamentos de

lazer, sociais e esportivos houve atendimento parcial. Ainda que existam

equipamentos destinados ao lazer, ao esporte e ao convívio social estes não

comportam a quantidade exigida pelos requisitos do selo. Desse modo, o residencial

também atende de forma parcial o critério referente.

O critério de desempenho térmico das vedações visa propiciar maior conforto

térmico ao morador, através de condutas de projeto especificadas de acordo com a

zona bioclimática onde está localizado o empreendimento.

O Brasil é dividido em 8 zonas bioclimáticas, como mostra a Figura 21 (NBR

15520-3, 2005). Verifica-se que a cidade de Santa Maria, onde o empreendimento

se localiza, está situada na zona bioclimática 2.

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Figura 21 – Zoneamento bioclimático brasileiro

Fonte: NBR 15520-3 (2005).

O sistema construtivo do residencial Leonel Brizola é constituído por paredes

em concreto com espessura de 10 cm e densidade de 2300 kg/m3, com pintura em

cores claras (absortância solar máxima 0,3).

A cobertura do empreendimento é composta por telha de barro (espessura de

15 mm e densidade de 1700 kg/m³), sobre ático, isolamento com manta de

subcobertura aluminizada em uma face e forro de PVC. A manta de subcobertura foi

utilizada visando o atendimento ao desempenho térmico, conforme Roriz (2013), já

que a não utilização da mesma acarretava no não atendimento dos prescritos pela

NBR 15575 (2008).

A especificação das esquadrias e vãos das janelas do empreendimento é

apresentada no Quadro 11.

Quadro 11 – Especificação das esquadrias e vãos

TIPO DIMENSÕES (m) AMBIENTE TIPO

J1 1,2 x 1,2 Dormitórios 2 folhas de correr

J2 1,5 x 1,2 Sala 2 folhas de correr

J3 0,6 x 0,6 Banheiro Basculante

J4 0,8 x 0,8 Cozinha Basculante

Fonte: Adaptado de Roriz (2013).

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As simulações utilizadas na análise de desempenho adotaram as posições

criticas apresentadas na Figura 22

Figura 22 – Planta esquemática do apartamento e indicação das orientações adotadas nas simulações para verão e inverno

Fonte: Roriz (2013).

Para a elaboração da avaliação foi utilizado um modelo digital do edifício

projetado e este foi submetido a simulações no programa EnergyPlus. Para avaliar

os níveis de desempenho térmico apresentados foram adotadas as diretrizes da

NBR 15575 (2008).

Com base nas simulações verificou-se que a edificação apresentou bons

níveis de desempenho térmico, mesmo em condições de orientação solar menos

favoráveis ao conforto e com baixas taxas de ventilação. Foi possível observar

também que a estabilidade das temperaturas internas eram superiores as

temperaturas externas do empreendimento, fato ocorrido devido à elevada inércia

térmica do sistema construtivo. Essa elevada inércia térmica resulta em uma

redução das temperaturas mais elevadas do turno da tarde e numa elevação das

mais baixas durante a madrugada, pois as paredes de concreto possuem a

capacidade de armazenar calor durante os períodos mais quentes do dia, liberando-

os horas depois.

Desse modo, a avaliação de níveis de desempenho térmico foi positiva e

considerou o projeto aprovado, já que as simulações indicaram níveis adequados de

desempenho térmico nos ambientes de longa permanência das habitações, tanto no

verão quanto no inverno referentes à Zona Bioclimática 2.

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No entanto, como a NBR 15575 em vigor no período de realização da

avaliação não era a mesma da que está em vigência atualmente, bem como a falta

de informações para uma avaliação adequada perante os requisitos do Selo, o

indicador do critério de desempenho térmico das vedações foi classificado como não

se aplica. Quanto à documentação, o empreendimento não atende aos requisitos do

Selo. Portanto, o critério de desempenho térmico de vedação não é atendido.

As estratégias obrigatórias, para o atendimento ao critério de desempenho

térmico quanto à orientação ao sol e ventos, levam em consideração a adequação à

orientação solar de acordo com a zona bioclimática onde se localiza o

empreendimento. Desse modo, para a zona bioclimática 2 não deve haver cômodos

de longa permanência (salas e dormitórios) voltados diretamente para face Sul.

Como o empreendimento encontra-se no hemisfério Sul, ambientes voltados

para a face Norte permitem maior incidência solar durante o inverno, o que torna

esta a orientação ideal para salas e dormitórios. A Figura 23 mostra a orientação

solar do empreendimento através de seta indicativa de sentido leste oeste.

Figura 23 – Orientação solar do empreendimento

Fonte: Adaptado do Projeto Residencial Leonel Brizola (2014).

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No entanto, algumas das unidades habitacionais apresentam cômodos de

longa permanência orientados nos quadrantes Sudeste e Sudoeste, o que apesar de

não ser o ideal não se configura em um empecilho para o atendimento ao indicador

do Selo, já que nenhum dos ambientes encontra-se voltado diretamente para a face

Sul.

Desse modo, o empreendimento atende aos requisitos quanto aos

indicadores do critério quanto à orientação ao sol e ventos, porém atende de modo

parcial quanto à documentação. Portanto, observou-se que os ambientes de longa

permanência das unidades habitacionais atendem de modo parcial aos requisitos do

critério. A análise da categoria de projeto e conforto pode ser verificada no Quadro

12.

Quadro 12 – Categoria 2: Projeto e Conforto

2. PROJETO E CONFORTO EXISTÊNCIA NO PROJETO

CRITÉRIOS SIM NÃO PARCIAL NÃO SE APLICA

2.1 Paisagismo x

2.5 Local para Coleta Seletiva x

2.6 Equipamentos de Lazer, Sociais e Esportivos

x

2.7 Desempenho Térmico – Vedações x

2.8 Desempenho Térmico – Orientação ao Sol e Ventos

x

Fonte: A autora (2016).

Portanto, verifica-se que a categoria de projeto e conforto é atendida na

maioria de seus critérios de modo parcial, sendo o critério de paisagismo atendido e

o critério de desempenho térmico de vedações não.

4.2.3 Eficiência energética

As lâmpadas eficientes não foram entregues instaladas nas unidades

habitacionais nem mesmo diretamente ao usuário na entrega da chave aos

moradores do residencial. As lâmpadas utilizadas nas residências foram

providenciadas pelos próprios usuários que fizeram uso de diferentes tipos, sendo

que em alguns ambientes ainda eram inexistentes (Figura 24).

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Figura 24 – Lâmpadas em uma unidade habitacional do residencial Leonel Brizola

a. Lâmpada fluorescente

compacta na sala integrada com a cozinha.

b. Lâmpada incandescente em dormitório.

c. Inexistência de lâmpada no banheiro.

Fonte: A autora (2016).

Neste caso, o uso de lâmpada fluorescente na sala é adequado, pois esse é

um local de permanência prolongada do usuário. Porém no dormitório, que também

se caracteriza como um local de permanência prolongada, o uso de lâmpada

incandescente é inapropriado quando se preza pela redução do consumo

energético. Já no banheiro, local de pouca permanência, mas com acionamentos

não contínuos, seria apropriado o uso de lâmpadas de baixo consumo, como as

florescentes compactas.

Deste modo, o residencial não atende ao critério de lâmpadas de baixo

consumo em áreas privativas para HIS destinada a famílias com renda de até três

salários mínimos.

No centro comunitário, uma área comum do residencial, constatou-se a

inexistência de lâmpadas destinadas à iluminação externa do mesmo (Figura 25).

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Figura 25 – Inexistência de lâmpada no ponto de iluminação na fachada do centro comunitário do Residencial Leonel Brizola

Fonte: A autora (2016).

Portando, o residencial não atende aos indicadores, à documentação

necessária e logo, ao critério relativo à existência de dispositivos economizadores,

como sensores de presença ou lâmpadas eficientes, em áreas comuns.

Nas unidades habitacionais do residencial Leonel Brizola verificou-se que o

abastecimento de gás nas residências é feito através do uso de botijões individuais

(Figura 26).

Figura 26 – Botijão de gás em unidade habitacional do Residencial Leonel Brizola

Fonte: A autora (2016).

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O uso de botijões individuais configura uma medição individualizada, já que a

cada morador compete um gasto financeiro referente ao seu próprio consumo.

Assim, o critério que verifica a existência de medidores individuais de gás é atendido

pelo residencial. A análise desta categoria pode ser verificada no Quadro 13.

Quadro 13 – Categoria 3: Eficiência Energética

3. EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EXISTÊNCIA NO PROJETO

CRITÉRIOS SIM NÃO PARCIAL NÃO SE APLICA

3.1 Lâmpadas de Baixo Consumo – Áreas Privativas

x

3.2 Dispositivos Economizadores – Áreas Comuns

x

3.5 Medição Individualizada – Gás x

Fonte: A autora (2016).

Portanto, verifica-se que a categoria de eficiência energética não é atendida

perante a maioria de seus critérios, atendendo somente ao critério de medição

individualizada de gás.

4.2.4 Conservação de recursos

A construtora responsável pela execução da obra não possui comprovação do

uso apenas de produtos fabricados por empresas classificadas como qualificadas

pelo PBQP-H. Desse modo, não houve atendimento aos indicadores do critério de

qualidade de materiais e componentes.

Além disso, o memorial descritivo não apresenta a especificação de que os

materiais envolvidos provêm de fabricantes que constam na relação de empresas

qualificadas, conforme o PBQP-H. Logo, não ocorre o atendimento a documentação

requerida pelo critério. Portanto, o residencial Leonel Brizola não atende ao critério

que verifica a comprovação do uso de apenas produtos fabricados por empresas

classificadas como qualificadas pelo PBQP-H.

Na execução da obra, foram utilizadas fôrmas de aço, com previsão de cerca

500 reutilizações, além de uma forma de alumínio. Apesar de não constar nos

quesitos do Selo, as formas de alumínio também são passíveis de reutilização, logo

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foram caracterizadas como critério atendido. Desse modo, o residencial atende aos

indicadores e à documentação necessária do critério de fôrmas e escoras

reutilizáveis. Assim, o empreendimento atende ao critério.

A construtora em questão apresenta um Plano de Gerenciamento de

Resíduos de Construção Civil, sendo esse uma exigência da prefeitura. Os resíduos

são destinados a uma empresa especializada em serviços de gestão e transporte de

resíduos da construção civil, localizada em Santa Maria. A empresa emite um

certificado à construtora em que consta o volume de resíduos gerados em cada

obra.

Desse modo, o residencial atende aos requisitos tanto dos indicadores quanto

da documentação necessária para o atendimento ao critério de gestão de resíduos

de construção e demolição do Selo. A análise da categoria de conservação de

recursos materiais pode ser verificada no Quadro 14.

Quadro 14 – Categoria 4: Conservação de Recursos Materiais

4. CONSERVAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

EXISTÊNCIA NO PROJETO

CRITÉRIOS SIM NÃO PARCIAL NÃO SE APLICA

4.2 Qualidade de Materiais e Componentes x

4.4 Formas e Escoras Reutilizáveis x

4.5 Gestão de Resíduos de Construção Civil (RCD)

x

Fonte: A autora (2016).

Portanto, verifica-se que a categoria de conservação de recursos materiais é

atendida na maioria de seus critérios, não sendo atendido apenas o critério de

qualidade de materiais e componentes.

4.2.5 Gestão de água

No empreendimento foi adotado o sistema de medição individualizada de

água (Figura 27), proporcionando aos moradores do residencial um valor de fatura

mais justo, correspondente ao que se foi consumido.

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Figura 27 – Medidor individualizado de água de uma unidade habitacional do Residencial Leonel Brizola

Fonte: A autora (2016).

O residencial atende aos indicadores e a documentação necessária do critério

que verifica a existência de medidores individualizados de água. Portanto, o

empreendimento atende ao critério.

As unidades habitacionais do residencial possuem bacia sanitária com caixa

acoplada, com volume de descarga de seis litros e botão de acionamento

convencional. (Figura 28).

Figura 28 – Bacia sanitária com caixa de descarga acoplada e botão de acionamento convencional

Fonte: A autora (2016).

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Portanto, o empreendimento não atende ao indicador do critério e nem a

documentação que verifica a existência de bacias sanitárias que possuem sistema

de descarga com volume nominal de seis litros e com duplo acionamento,

objetivando a redução do consumo de água. Desse modo, não atende ao critério do

selo quanto a bacias sanitárias.

No residencial observou-se o uso de pavimento com bloco de concreto

intertravado nas ruas internas do loteamento (Figura 29). Esta é uma solução que

permite a infiltração da água no solo e foi utilizada visando o atendimento a

legislação municipal quanto às áreas de permeáveis do empreendimento.

Figura 29 – Ruas internas do residencial pavimentadas com bloco de concreto intertravado

Fonte: A autora (2016).

Além das áreas com cobertura vegetal ao longo do empreendimento, há ainda

áreas verdes estabelecidas no projeto exercendo as funções de drenagem e

paisagismo, como apresenta a Figura 30, que no momento da visita ao

empreendimento ainda encontrava-se com as instalações do almoxarifado da

construtora.

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Figura 30 – Local destinado em projeto para área verde

Fonte: A autora (2016).

Os indicadores do critério de áreas permeáveis foram classificados como não

se aplica, devido a não obtenção de informações suficientes, impossibilitando uma

avaliação adequada do residencial. Quanto à documentação, o residencial possui

projeto de implantação, porém não possui a memória de cálculo do coeficiente de

impermeabilidade requisitado pelo Selo. Logo, atende parcialmente à documentação

necessária.

Portanto, o empreendimento atende de modo parcial ao critério que visa

verificar a existência de áreas permeáveis em, pelo menos, 10% acima do exigido

pela legislação local. A análise da categoria de gestão da água pode ser verificada

no Quadro 15.

Quadro 15 – Categoria 5: Gestão da Água

5. GESTÃO DA ÁGUA EXISTÊNCIA NO PROJETO

CRITÉRIOS SIM NÃO PARCIAL NÃO SE APLICA

5.1 Medição Individualizada – Água x

5.2 Dispositivos Economizadores – Sistema de Descarga

x

5.8 Áreas Permeáveis x

Fonte: A autora (2016).

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Portanto, verifica-se que na categoria de gestão da água é atendido em sua

totalidade apenas o critério de medição individual, dos critérios obrigatórios para a

obtenção da gradação bronze.

4.2.6 Práticas sociais

A construtora possui um Plano Educativo sobre a Gestão de RCD e realiza

treinamentos trimestrais voltados para os empregados envolvidos na construção do

conjunto habitacional. Porém não há toda a documentação necessária para

comprovação de sua execução. Logo, o residencial atende aos indicadores, mas

apenas parcialmente à documentação. Desse modo, atende parcialmente ao critério

que verifica a existência do Plano de Gestão de RCD, voltado para os empregados

envolvidos na construção do empreendimento.

A construtora não apresenta um plano de atividades educativas, para os

empregados, sobre os itens de sustentabilidade do empreendimento, logo, não

atende ao indicador e não apresenta a documentação referente ao mesmo.

Portanto, o empreendimento não atende aos requisitos do selo na análise do critério

que verifica a existência de atividades educativas, para os empregados, sobre os

itens de sustentabilidade do empreendimento.

Aos moradores do residencial foi disponibilizado um Manual do Proprietário,

desenvolvido de acordo com a NBR 14037 (2011). O manual, ilustrado, didático e

com conceitos de sustentabilidade, contém informações sobre os cuidados que

devem ser tomados para manutenção da unidade habitacional, garantias,

procedimentos para manutenção preventiva e inspeção, descrição da parte externa

do loteamento, informações dos projetistas, fornecedores e marcas dos produtos

utilizados, além de projetos e fotos ilustrativas. Realizou-se ainda uma reunião antes

da entrega do Manual com os moradores de caráter informativo, englobando os

aspectos de sustentabilidade previstos no empreendimento. A construtora ainda

disponibilizou três funcionários durante cerca de dois meses após a entrega da

chave do residencial para auxiliar na manutenção e prestar esclarecimentos aos

moradores sobre aspectos do empreendimento, caso necessário. No entanto, não

há todos os documentos comprobatórios necessários para atender aos requisitos do

Selo.

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Portanto, o empreendimento atende aos indicadores, mas atende

parcialmente a documentação requisitada. Logo, o empreendimento atende de modo

parcial ao critério que verifica as orientações prestadas aos moradores. A análise

dessa categoria de práticas sociais pode ser verificada no Quadro 16.

Quadro 16 – Categoria 6: Práticas Sociais

6 PRÁTICAS SOCIAIS EXISTÊNCIA NO PROJETO

CRITÉRIOS SIM NÃO PARCIAL NÃO SE APLICA

6.1 Educação para Gestão de RCD x

6.2 Educação Ambiental (EA) dos Empregados

x

6.7 Orientação aos Moradores x

Fonte: A autora (2016).

Portanto, verifica-se que a categoria de práticas sociais é atendida de modo

parcial na maioria de seus critérios, não sendo atendido o critério de educação

ambiental dos empregados.

4.2.7 Acessibilidade

A acessibilidade é um pré-requisito geral para a obtenção do Selo Casa Azul,

devendo o projeto atender as exigências da NBR 9050 (2015), além de atender o

percentual mínimo de UHs adaptadas. Esse percentual deve estar em conformidade

com a legislação municipal de Santa Maria que estabelece que os empreendimentos

devem contemplar o percentual mínimo de 3% de UHs adaptadas.

O loteamento do residencial Leonel Brizola conta com 362 UHs, sendo 14

destas adaptadas para PCD. Ou seja, 3,87 % do total de residências são acessíveis

e destinadas a esse público específico, contemplando o percentual mínimo exigido

pela legislação municipal e pelo Selo de 3% de UHs adaptadas.

Nos ambientes voltados para PCD observou-se que a área de giro de 360º,

com diâmetro de 1,50 m, para a rotação da cadeira de rodas encontra-se em

conformidade com o que determina a NBR 9050 (2015) (Figura 31).

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Figura 31 – Planta baixa da unidade habitacional para PCD

Fonte: Adaptado do Projeto Residencial Leonel Brizola (2014).

Na planta baixa da habitação voltada para PCD foi observado que as portas

possuem um vão livre de 0,80m de largura e 2,10m de altura em conformidade com

o exigido pela norma. Porém, no deslocamento frontal, quando as portas abrirem no

sentido oposto ao deslocamento do usuário, o espaço livre contíguo à maçaneta é

inferior a 0,60m nas portas de acesso do interior da cozinha e sala ao exterior

(Figura 32). No entanto, uma redistribuição de móveis e da pia da cozinha

asseguraria o cumprimento da norma.

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Figura 32 – Verificação das condições da residência quanto ao deslocamento de PCR

Fonte: Adaptado do Projeto Residencial Leonel Brizola (2014).

No projeto do banheiro nota-se que a porta instalada abre para o lado externo

do sanitário, porém não consta a existência de um puxador horizontal na porta no

lado interno do ambiente, como requer a norma. Percebe-se também a inexistência

de barras de apoio dos lavatórios que podem ser horizontais ou verticais, bem como

a inexistência de barra de apoio reta vertical que deve ser instalada junto à bacia

sanitária, em caso de existência de parede lateral, além das duas barras horizontais

que constam na parede lateral e na parede do fundo da bacia sanitária (Figura 33).

Tais aspectos do projeto foram acertados em obra para o atendimento a norma de

acessibilidade vigente, segundo informações obtidas na construtora, porém não foi

possível obter acesso aos ambientes da edificação para verificar a adequação das

diretrizes da norma com a construção.

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Figura 33 – Verificação das condições do projeto banheiro da residência quanto às barras de apoio para PCD

Fonte: Adaptado do Projeto Residencial Leonel Brizola (2014).

Constatou-se que no projeto dos dormitórios a ideia de mobiliário proposta foi

disposta de forma a obstruir a faixa livre mínima de circulação interna de 0,90 m de

largura (Figura 34).

Figura 34 – Verificação das condições de circulação para PCR no dormitório

Fonte: Adaptado do Projeto Residencial Leonel Brizola (2014).

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Analisando a área comum do loteamento nota-se que existem em todas as

calçadas públicas rampas para PCR, com faixa de piso tátil de alerta (Figura 35).

Tais rampas garantem uma rota acessível que interligam os diferentes espaços para

PCR, através da calçada pública, em concreto simples, e das ruas, em bloco que

concreto intertravado, o que garante uma superfície regular e estável para uma boa

mobilidade.

Figura 35 – Rampas de acesso nas calçadas públicas do Residencial Leonel Brizola

Fonte: A autora (2016).

Portanto, como não foi possível ter acesso ao interior dos apartamentos

adaptados torna-se inviável a realização de uma abordagem consistente quanto à

adequação da construção à NBR 9050 (2015).

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esse Trabalho de Conclusão de Curso, classificado como estudo de caso, foi

elaborado visando analisar a HIS Residencial Leonel Brizola, localizado na cidade

de Santa Maria/RS, a partir dos critérios estabelecidos pelo Selo Casa Azul CAIXA

visando à gradação bronze. Nesse contexto, para ocorrer a sustentabilidade

ambiental em uma construção, faz-se necessário equilíbrio entre as abordagens

econômicas, ambientais e sociais.

O desenvolvimento urbano sustentável deve estar alicerçado nos princípios

de gerenciamento e organização, desempenho dos produtos e edificações, consumo

e racionalização de recursos e impactos da construção minimizados e mesmo

eliminados. As construções de cidades impõem a mobilização de recursos de

matéria-prima e o consumo de energia elétrica. Decorrentes das atividades da

construção urbana resultam resíduos que são descartados, que se de forma

incorreta, afetam e desequilibram o ambiente.

O cenário apresentado faz com que uma mudança no horizonte das ações

humanas seja norteada por atividades sustentáveis no longo prazo. Desse modo, as

atividades ligadas à construção sustentável passam a orientar os projetos com

equilíbrio, seja no campo econômico, ambiental e mesmo social, gerando condições

melhores de habitat. O crescente aumento da construção urbana e a consequente

piora das condições ambientais tornam conveniente a adoção de práticas que gere

menor ou nenhuma interferência ao ambiente. E assim, surgem as propostas de

gestão e certificação ambiental.

O Selo Casa Azul CAIXA possui 6 categorias e para a gradação bronze deve-

se cumprir 19 critérios obrigatórios e nenhum opcional. O Selo busca reconhecer os

projetos de empreendimentos avaliando os critérios relacionados aos seguintes

temas: qualidade urbana, projeto e conforto, eficiência energética, conservação de

recursos materiais, gestão da água e práticas sociais. A abordagem considera

indicadores como o consumo de água, de energia elétrica e os resíduos de

construção e demolição. A proposta do Selo está adaptada às situações peculiares

do Brasil, incluindo na análise da sustentabilidade a adoção de práticas sociais.

O crescimento da cidade ocasionou a urgente necessidade de construções de

novas habitações. Para atender essa demanda os projetos habitacionais devem ser

entendidos sobre o conceito de sustentabilidade ambiental. Entre as quais esta

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inserida a HIS Conjunto Residencial Leonel Brizola, que é o objeto alvo da aplicação

do presente estudo. O conjunto habitacional é composto por 362 unidades

habitacionais, das quais 14 foram adaptadas para PCD, estando inserida na zona

bioclimática 2.

Este estudo consiste na aplicação do sistema de classificação do Selo Casa

Azul CAIXA, composto por 6 categorias e 19 critérios de avaliação obrigatórios.

Elaborou-se um checklist, baseado nas categorias e critérios, para verificar a

situação perante a gradação Bronze. O checklist constitui-se como recurso para

orientar, organizar e registrar as evidências levantadas para o atendimento ao

solicitado. Dessa forma, tornou-se possível abordar e avaliar a adequabilidade de

cada requisito em relação ao exigido pelo Selo Casa Azul.

Os resultados obtidos pelo checklist são apresentados no Gráfico 1. Através

desses, torna-se possível verificar a percentagem do atendimento do Residencial

Leonel Brizola quanto à documentação, critérios e indicadores, referentes aos 19

critérios que visam à gradação bronze do Selo.

Gráfico 2 – Resultados obtidos quanto ao atendimento à documentação, critérios e indicadores do Selo

Fonte: A autora (2016).

Os resultados mostram que embora 42,10% dos indicadores sejam atendidos,

apenas 26,32% atendem a documentação requerida para o atendimento aos

critérios. Dessa forma, é possível observar que quando se visa a obtenção do Selo o

desenvolvimento do projeto deverá ser mais burocrático.

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Apesar de que, a partir do guia Selo Casa Azul, o empreendimento analisado

não receberia a certificação de gradação bronze, os resultados apontaram para o

atendimento de mais de 60% dos critérios e indicadores do Selo de forma parcial e

total. Tais resultados mostram que a obra apresenta um bom desempenho perante

os critérios do Selo, possuindo um projeto que engloba vários aspectos sustentáveis.

Portanto, com este estudo de caso foi possível levantar evidências de

atendimento e de não atendimento aos critérios e requisitos obrigatórios

estabelecidos para a gradação bronze. Além disso, a utilização do checklist resultou

em um recurso apropriado para verificar a situação do HIS perante as exigências

estabelecidas.

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REFERÊNCIAS

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APÊNDICE A – CHECKLIST PARA CATEGORIAS E CRITÉRIOS DO SELO CASA

AZUL CAIXA CATEGORIA BRONZE

SIM NÃO PARCIAL NÃO SE APLICA

1.1 QUALIDADE DO ENTORNO - INFRAESTRUTURA xINDICADORES x

Inserção do empreendimento em malha urbana dotada (ou que venha a ser dotada até o final da

obra) de no mínimo:x

1. Existência de Rede de água potável. x

2. Pavimentação. x

3. Energia elétrica. x

4. Iluminação pública. x

5. ETE. x

6. Drenagem. x

7. Transporte público regular. x

8. 01 parada de ônibus (≤1km). x

9. Escola pública fundamental (≤1,5km), somente para empreendimentos PMCMV faixa I e II¹. x

10. Posto ou hospital (≤2,5km). x

11. 02 pontos de comércio (≤1km): mercado/feira livre (obrigatório), farmácia (obrigatório),

padaria, lojas de conveniência, agência bancária, posto de correios, restaurantes e comércio em x

12. Equipamentos lazer (≤2,5km): praças, quadras, parques, pistas skate, playground (ref. 02

equip./500 unid. Habitacionais)².x

DOCUMENTAÇÃO x

1. Mapa de localização e identificação do entorno imediato (infraestrutura): x

• Identificação de serviços relevantes. x

• Identificação de equipamentos relevantes. x

• Identificação de paradas de transporte público regular. x

• Idendificação da rota de acesso de pedestres para 02 pontos comércio/serviço. x

• Idendificação da rota de acesso de pedestres para 02 equipamentos comunitários. x

• Idendificação da rota de acesso de pedestres para 01 equipamento de lazer. x

• Indicação de escala gráfica. x

• Indicação norte. x

• Distâncias percorridas por roda de pedestre de serviços, equipamentos e paradas relevantes até

o centro geométrico do empreendimento.x

²Não exigido caso previsão de equipamento de lazer em área interna do empreendimento.

¹Faixa I: com renda de até R$1.600; Faixa II: famílias que ganham acima de R$1.600 até R$3.275; Faixa III: famílias que ganham acima de R$3.275 até

R$5.000

1 QUALIDADE URBANA EXISTÊNCIA NO PROJETO

SIM NÃO PARCIAL NÃO SE APLICA

1.2 QUALIDADE DO ENTORNO - IMPACTOS¹ xINDICADORES x

1. Inexistência ruídos excessivos e constanste: rodovias, aeroportos, alguns tipos de industrias (≤2,5 km). x

2. Inexistência odores e poluição excessivos e constantes: de ETE, lixões e alguns tipos de indústrias (≤2,5 km). x

3. Faixa não edificante de 15m de cada lado em linhas de transmissão. x

DOCUMENTAÇÃO x

1. Mapa de localização do empreendimento e entorno imediato (impactos). x

1. Descrição na vizinhança de empreendimento que caracterize risco identificando-os. x

2. Indicação de escala gráfica. x

3. Indicação norte. x

4. Direção predominante de ventos. x

5.Indicação do raio de 2,5 km. x

EXISTÊNCIA NO PROJETO1 QUALIDADE URBANA

¹Avaliação: análise da documentação, do projeto e vistoria técnica. Devem ser verificados fatores perceptíveis durante a vistoria técnica, como odores,

ruídos e outros aspectos que possam gerar impacto negativo ao empreendimento. Empreendimentos que não atendam ao critério inicial de 2,5

quilômetros poderão pleitear o Selo, desde que a proposta inclua medidas de mitigação necessárias para chegar a níveis de risco ou incômodo

aceitáveis, assim como seu desempenho estimado, a ser ratificado durante a vistoria técnica. Havendo a expectativa de que os níveis de exposição a

estes fatores superem em mais de 25% os níveis máximos de referência recomendados, deverão ser realizadas medidas em campo para comprovação

de atendimento.

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SIM NÃO PARCIAL NÃO SE APLICA

2.1 PAISAGISMO xINDICADORES x

1. Arborização, cobertura vegetal e/ou demais elementos paisagísticos que propiciem interferência

à edificação visando desempenho térmico.x

DOCUMENTAÇÃO x

1. Projeto paisagístico. x

2. Indicação das espécies arbóreas e suas dimensões previstas. x

3. Inclusão dos insumos e serviços na documentação técnica (memorial descritivo; planilhas orçamentárias e

cronograma físico-financeiro).x

EXISTÊNCIA NO PROJETO2 PROJETO E CONFORTO

SIM NÃO PARCIAL NÃO SE APLICA

2.5 LOCAL PARA COLETA SELETIVA xINDICADORES X

1. Local adequado em projeto para coleta de lixo. x

2. Local adequado em projeto para seleção de lixo. x3. Local adequado em projeto para armazenamento de lixo: fácil acesso e limpeza, ventilado e com

ponto de água para limpeza/lavagem do espaço.x

DOCUMENTAÇÃO x

1. Projeto arquitônico com indicação dos locais para, coleta, seleção e armazenamento. x

2. Memorial descritivo, planilhas orçamentárias e cronograma físico-financeiro. x

EXISTÊNCIA NO PROJETO2 PROJETO E CONFORTO

SIM NÃO PARCIAL NÃO SE APLICA

2.6 EQUIPAMENTOS DE LAZER, SOCIAIS E ESPORTIVOS¹ xINDICADORES X

1. Existência de equipamentos ou espaços para lazer, convívio social e atividades esportivas. x2. Atende as quantidade mínimas especificadas: 0-100 UH (02 equip.: 01 social + 01 lazer/esportivo); 101-500 UH (04

equip.:01 social+01 lazer/esportivo); ›500 UH (06equip.: 01social+ 01 lazer/esportivo).x

DOCUMENTAÇÃO x

1. Projeto arquitônico com indicação dos equipamentos. x

2. Memorial descritivo, planilhas orçamentárias e cronograma físico-financeiro. x

EXISTÊNCIA NO PROJETO

¹ Não obrigatório para loteamentos ou projeto de reabilitação de edifícios que não disponham de espaço suficiente para o atendimento ao item.

2 PROJETO E CONFORTO

SIM NÃO PARCIAL NÃO SE APLICA

2.7 DESEMPENHO TÉRMICO - VEDAÇÕES xINDICADORES x

1. Atendimento às condições arquitetônicas de acordo com a zona bioclimática onde se localiza o

empreendimento: tabelas 1,2,3,4 e 5 do Guia Selo Casa Azul CAIXA.x

DOCUMENTAÇÃO X

1. Projeto de arquitetura com indicação e/ou descrição dos itens atendidos. x

2. Tabelas 1,2,3,4 e 5 do Guia Selo Casa Azul CAIXA assinaladas e preenchidas. x

3. Demonstração gráfica de projeção dos sombreamentos das aberturas. x

4. Se for o caso, incluir detalhamentos. x

5. Se for o caso, incluir simulações. x

EXISTÊNCIA NO PROJETO2 PROJETO E CONFORTO

SIM NÃO PARCIAL NÃO SE APLICA

2.8 DESEMPENHO TÉRMICO - ORIENTAÇÃO AO SOL E VENTOS xINDICADORES x

1. Caso zona 1, 2 ou 3¹: Atendimento à orientação solar de acordo com a zona bioclimática onde se

localiza o empreendimento, não podendo haver cômodos de longa permanência (salas e

domitórios) voltados diretamente para face Sul: tabela 6 do Guia Selo Casa Azul CAIXA. Outras estratégias da tabela

6 são opcionais.

x

DOCUMENTAÇÃO x

1. Projeto de implantação e arquitetura com indicação/descrição dos itens atendidos. x

2. Justificativas de estratégias adotadas quanto à: geometria solar, localização de aberturas, insolação local,

direção e frequencia dos ventos predominantes, temperatura, umidade e nebulosidade, entre outros, bem como, através do

projeto, uso de cartas solares, máscaras, ou mediantesimulação computacional, se necessário.

x

EXISTÊNCIA NO PROJETO

¹Para as demais zonas: estratégias de conforto listadas na tabela 6 do Guia Selo Casa Azul CAIXA são opcionais; recomenda-se a adoção de elementos de

sombreamento nos empreendimentos com cômodos de longa permanência voltados para a face oeste.

2 PROJETO E CONFORTO

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SIM NÃO PARCIAL NÃO SE APLICA

3.1 LÂMPADAS DE BAIXO CONSUMO - ÁREAS PRIVATIVAS¹ xINDICADORES X

1. Existência de lâmpadas de baixo consumo e potência adequada em todos os ambientes. x

DOCUMENTAÇÃO x

1. Memorial descritivo especificando tipo de lâmpadas: selo Procel ou etiqueta Nível de Eficiência

A.x

2. Planilhas orçamentárias e cronograma físico-financeiro: insumos/serviços. x

EXISTÊNCIA NO PROJETO

¹Esse item é obrigatório somente para empreendimentos de habitação de interesse social destinados a famílias com renda mensal de até três salários

mínimos, devendo o referido item ser entregue instalado na obra ou diretamente ao morador na entrega da chave .

3 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

SIM NÃO PARCIAL NÃO SE APLICA

3.2 DISPOSITIVOS ECONOMIZADORES - ÁREAS COMUNS xINDICADORES x

1. Existência de sensores de presença, minuterias ou lâmpadas eficientes em áreas comuns dos

condomínios.x

DOCUMENTAÇÃO x

1. Projeto de instação elétricas. x

2. Memorial descritivo especificando tipo de dispositivos: selo Procel ou etiqueta Nível de

Eficiência A.x

3. Inclusão dos insumos/serviços em planilhas orçamentárias e cronograma físico-financeiro. x

EXISTÊNCIA NO PROJETO3 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

SIM NÃO PARCIAL NÃO SE APLICA

3.5 MEDIÇÃO INDIVIDUALIZADA - GÁS xINDICADORES x

1. Existência de medidores individuais nas UH (certificados pelo Inmetro). x

2. Inclusão em planilha orçamentária e cronograma físico-financeiro dos medidores individuais. x

DOCUMENTAÇÃO x

1. Apresentação do projeto de instações de gás. x

2. Memorial descritivo com especificações técnicas do equipamento. x

3. ART do projeto. x

4. Inclusão em planilha orçamentária e cronograma físico-financeiro dos insumos/serviços. x

EXISTÊNCIA NO PROJETO3 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

SIM NÃO PARCIAL NÃO SE APLICA

4.2 QUALIDADE DE MATERIAIS E COMPONENTES¹ xINDICADORES x

1. Comprovação do uso apenas de produtos fabricados por empresas classificadas como

"qualificadas" pelo PBQP-H.x

DOCUMENTAÇÃO x

1. Apresentação de memorial descritivo especificando que os produtos provêm de fabricantes que

constam da relação de empresas qualificadas pelo PBQP-H.x

EXISTÊNCIA NO PROJETO4 CONSERVAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

¹ Apresentação de memorial descritivo de até 03 marcas/modelos dos produtos: caso os recursos forem do FGTS, FDS, FAR, FAT.

SIM NÃO PARCIAL NÃO SE APLICA

4.4 FÔRMAS E ESCORAS REUTILIZÁVEIS xINDICADORES x

Neste critério, são admitidas duas soluções alternativas: x

1. Existência de projeto de fôrmas: ABNT NBR 14931: 2004. x2. Especificação de placas de madeira compensada plastificada com madeira legal e cimbramento com

regulagem de altura grossa (pino) e fina (com rosca); selagem de topo de placas e desmoldante industrializado

e/ou sistema de fôrmas industrializadas reutilizáveis (metal, plástico ou madeira) de especificação igual os

superior ao anterior.

x

DOCUMENTAÇÃO x

1. Projeto de fôrmas de acordo com a NBR 14931. x

2. Memorial descritivo descrevendo o sistema de fôrmas: previsão do uso de compensado

plastificado, selagem dos topos, cimbramento com regulagem de altura grossa (pinos) e fina, e indicação da quantidade de reutilizações.x

EXISTÊNCIA NO PROJETO4 CONSERVAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

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SIM NÃO PARCIAL NÃO SE APLICA

4.5 GESTÃO DE RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO - RCD xINDICADORES x

1. Existência de projeto de um PGRCC para a obra. x

2. Apresentação de documentos de comprovação da destinação adequada dos resíduos gerados, ao

final da obra.x

DOCUMENTAÇÃO x

1. Apresentar PGRCC contendo: x

• Descrição e quantificação das estruturas a serem demolidas, se for o caso; x

• Estimativa da geração de resíduos de cada classe, discriminado os gerados pelas demolições, por

cortes e escavações e pela construção;x

• Identificação do local de triagem identificandoo(s) possível(eis) fornecedor(es) do serviço de

triagem;x

• Identificação dos equipamentos de acondicionamento para transporte interno e externo da

obra.;x

• Descrição do fluxo e dos equipamentos de transporte de resíduos no canteiro; x

• Destinação de cada classe de resíduos, o(s) possível(eis) fornecedor(es) do serviço de triagem; x

• Mecânismo de controle da destinação legal das diferentes classes de resíduos: recibos, NF. x

• Documentos de comprovação de destinação adequada dos resíduos gerados apresentados ao

final da obra.x

EXISTÊNCIA NO PROJETO4 CONSERVAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

SIM NÃO PARCIAL NÃO SE APLICA

5.1 MEDIÇÃO INDIVIDUALIZADA - ÁGUA xINDICADORES x

1. Existência de sistema de medição individualizada de água¹. x

DOCUMENTAÇÃO x

1. Inclusão de toda a documentação técnica: projetos, memorial descritivo com especificações

técnicas, planilha orçamentária e cronograma.x

EXISTÊNCIA NO PROJETO

¹Não será levada em conta, para o atendimento a este item, a medição individualizada de água em loteamentos, uma vez que isto já está condicionado

à regularidade da edificação. Neste caso, deve ser considerado obrigatório o atendimento ao Critério 5.8 – Áreas permeáveis.

5 GESTÃO DE ÁGUA

SIM NÃO PARCIAL NÃO SE APLICA

5.2 DISPOSITIVOS ECONOMIZADORES - SISTEMA DE DESCARGA xINDICADORES x

1. Existência, em todos os banheiros e lavabos, de bacia sanitária dotada de sistema de descarga

com volume nominal de 06l e com duplo acionamento (3/6 l)¹. x

DOCUMENTAÇÃO x

1. Inclusão de toda a documentação técnica: projetos, memorial descritivo com especificações

técnicas, planilha orçamentária e cronograma.x

2. Existência de orientações quanto ao uso e à manutenção da tecnologia no manual do

proprietário.x

EXISTÊNCIA NO PROJETO

¹ Podem ser consideradas outras bacias economizadoras, que tenham sistema de descarga com volume nominal inferior a seis litros, com apresentação

da respectiva referência técnica ou que estejam em conformidade com as normas da ABNT. Em caso de tecnologia inovadora deve ser apresentado o

Documento de Avaliação Técnica - DATec.

5 GESTÃO DE ÁGUA

SIM NÃO PARCIAL NÃO SE APLICA

5.8 ÁREAS PERMEÁVEIS¹ xINDICADORES x

1. Existência de áreas permeáveis em, pelo menos, 10% acima do exigido pela legislação local. x

2. Caso inexista legislação local, adota-se CP ≥ 20%. x

DOCUMENTAÇÃO x

1. Projeto de implantação. x

2. Memória de cálculo do coeficiente de impermeabilidade do solo, obtido pela relação entre a

superfície impermeável e a superfície total do terreno.x

EXISTÊNCIA NO PROJETO

¹ Critério obrigatório, exceto para empreendimentos que não dispõe de área disponível no térreo, como no caso de edifícios com ocupação de 100%

da área do lote.

5 GESTÃO DE ÁGUA

Page 97: Fernanda Duarte - UFSMcoral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/1_2016/TCC_FERNANDA DUARTE.pdf · O checklist foi elaborado e aplicado nas 6 categorias e seus 19 critérios de avaliação

96

Fonte: A autora (2016).

SIM NÃO PARCIAL NÃO SE APLICA

6.1 EDUCAÇÃO PARA A GESTÃO DE RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO E

DEMOLIÇÃO - RCD¹x

INDICADORES x

1. Existência de Plano Educativo sobre a Gestão de RCD. x

DOCUMENTAÇÃO x

1. Plano Educativo sobre a Gestão de RCD. x

2. Relatório e demais documentos necessários para a comprovação da execução do plano

educativo.x

¹ Essa atividade está vinculada e deve ser realizada juntamente com o critério Gestão de Resíduos de Construção e Demolição da categoria Conservação

de Recursos Materiais.

EXISTÊNCIA NO PROJETO6 PRÁTICAS SOCIAIS

SIM NÃO PARCIAL NÃO SE APLICA

6.2 EDUCAÇÃO AMBIENTAL DOS EMPREGADOS xINDICADORES x

1. Existência de Plano de atividades educativas, para os empregados, sobre os itens de

sustentabilidade do empreendimento.x

DOCUMENTAÇÃO x

1. Plano de educação ambiental: totalizando carga horária mínima de 4h e abrangência de 80% dos

empregados.x

2. Relatório e demais documentos comprobatórios da execução do plano de educação embiental

para os empregados.x

EXISTÊNCIA NO PROJETO6 PRÁTICAS SOCIAIS

SIM NÃO PARCIAL NÃO SE APLICA

6.7 ORIENTAÇÕES AOS MORADORES xINDICADORES x

1. Existência de, no mínimo, uma atividade informativa sobre os aspectos de sustentabilidade

previstos no empreendimento que inclua a distribuição do Manual do Proprietário (ilustrado,

didático e com conceitos de sustentabilidade), a ser disponibilizado até a entrega do

empreendimento.

x

DOCUMENTAÇÃO x

1. Minuta do Manual do Proprietário. x

2. Plano da ação informativa a ser desenvolvida com os moradores. x

3. Relatório e demais documentos comprobatórios da execução do plano da ação informativa: relação de participante, fotos, ata de reunião, manual do proprietário, entre outros.

x

EXISTÊNCIA NO PROJETO6 PRÁTICAS SOCIAIS