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Fichamento - A Geopolítica (Manual Do Candidato)

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Geografia

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Roteiro1- Li cap.5 manual do candidato Urbanizao.ok2 - Fazer simulado 4 sap.ok3- Ler captulo redes Conceitos e temas.4- Fiz simulado 4 sap. dar sequncia na matria -> Depois de terminar os pontos, ler conceitos e temas.

Livros para ler (importantes): Texto Visentini O que geografia poltica? O que geopoltica?Artigo da Becker no livro Conceitos e TemasLivro Brasil uma nova potncia no mundo Bertha BeckerCastellsHarveyGeopoltica Parte I Geopoltica: termo criado no incio do sculo XX pelo sueco germanfilo Rudolf Kjllen adquiriu um prestgio considervel, ao longo daquele sculo, sem, contudo, deixar de experimentar momentos de alta e baixa valorizao, tendo sido, um dos seus pices, o perodo do entre guerras. Apoiada nos princpios do paradigma do realismo poltico, a geopoltica refora a tradio poltico-geogrfica dos estudos focados no Estado. Mais do que isso, de fato, os estudos geopolticos clssicos reconhecem o Estado como o nico protagonista das relaes internacionais (TPS 2014, Q.27,2), depreendendo-se desse reconhecimento a idia de que o Estado a nica fonte de poder. Essa concepo unidimensional do poder rendeu geopoltica clssica o rtulo de estadocntrica. O realismo poltico, balizador da geopoltica clssica, apresenta trs caractersticas essenciais:a) a poltica interna e poltica internacional so consideradas reas distintas e independentes entre si;b) somente os Estados so reconhecidos como atores internacionais;c) o poder traduzido na possibilidade de utilizar a fora a sua obsesso. Morgenthau (2003) consolida nos EUA a sua teoria do realismo poltico, sistematizando o que denominou de seus princpios, a saber:1. A poltica, tal com a sociedade, regida por leis objetivas comparveis luta pela sobrevivncia, refletindo-se na conduta dos Estados.2. Todo e qualquer interesse poltico, econmico e cultural dos atores internacionais deve ser traduzido na pretenso de alcanar mais poder. 3. O conceito-chave de interesse definido como poder uma categoria objetiva com validade universal.4. No existem regras morais universais aplicveis a todas as situaes e aes dos Estados.5. O sistema internacional absolutamente anrquico, isto , desprovido de qualquer regulao supranacional.6. Consagra a separao entre a poltica interna e externa dos Estados, ou seja, o imprio dos mais fortes.

Esse paradigma realista ou clssico elucida a orientao das primeiras elaboraes das idias geopolticas, a comear pela obra magistral de F.Ratzel, ainda no final do sculo XIX. Ratzel, com sua mxima espao poder, abre um frtil caminho para anlises que vinculassem aes do Estado com a organizao do espao, numa concepo orgnica. Assim, para ele, o Estado consistia num organismo vivo (TPS 2014, Q.27,3). Dentre os conceitos propostos na geografia ratzeliana, sem dvida ressalta o de espao vital, expressando um dos componentes da sua obra, qual seja o expansionismo territorial. Preocupado com a coeso social e territorial de uma Alemanha recm-unificada, Ratzel atribua ao Estado a responsabilidade de orquestrar e concretizar aquela coeso, revelando a inteno de concretizar a unidade nacional na interface da integridade territorial. A senda aberta por Ratzel foi ampliada por outros nomes clebres vinculados geopoltica -> elaboraram hipteses geoestratgicas (ou teorias geopolticas) sobre o poder mundial. Sero comentadas as hipteses de Halford Mackinder, Karl Haushofer (TPS 2014), A.Mahan e N.Spykman. So autores que apresentaram suas idias num contexto que se poderia caracterizar como pr-nuclear, indicando-se com isso que outras hipteses foram sugeridas aps a Segunda Guerra Mundial. As idias que sero apresentadas seguiram dois parmetros: a) a distribuio de terras e mares; b) a busca por espaos autrquicos. -> objetivo: preocupao com a questo nacional, isto , a afirmao de seus respectivos Estados no jogo geopoltico mundial. Halford Mackinder (1861-1947): gegrafo britnico. Sua hiptese foi originalmente apresentada em 1904 no artigo intitulado O piv geogrfico da histria. Nesse artigo, o autor apresenta o conceito de heartland (o corao terrestre), o qual representaria o prprio piv ou regio-piv que consta do ttulo. Essa rea-piv, o heartland, estendia-se do Himalaia ao rtico e do rio Volga ao Yang-Ts, e representava um espao autrquico devido sua extenso, possibilidade de circulao com uma ampla gama de recursos. Tambm se constitua em uma fortaleza natural, numa posio estratgica e inacessvel aos ataques militares por via martima. Em funo dessas caractersticas do heartland e de sua relao com as terras de seu entorno, Mackinder enuncia a sua hiptese numa frase-sntese: quem dominar o leste da Europa domina o heartland, quem dominar heartland, dominar a ilha-Mundo, e quem dominar a ilha-Mundo dominar o mundo. Geograficamente, o heartland correspondia s vastas terras da Rssia estendendo-se pelas imensides siberianas. fcil perceber as motivaes dessa hiptese: Inglaterra, que construra o maior imprio martimo da histria, preocupava-se em mant-lo, vendo como ameaa a expanso moderna da Rssia aliada Alemanha. A percepo de Mackinder era a de que a evoluo do planeta resulta das variaes da relao de fora existente entre o piv central e as terras do anel exterior, ou seja, entre potncias terrestres e potncias martimas. Esboava-se, desse modo, a contraposio mais marcante derivada da hiptese mackinderiana, o oceanismo versus o continentalismo. O poder terrestre passa a ser encarado como a contraface do poder martimo, exigindo esforo para sua coordenao.Na ltima reviso de sua hiptese, Mackinder, em 1943, expande a rea representada pelo heartland e apresenta outro conceito estratgico: o midland ocean. Este ltimo conceito prega a viabilidade de controle de uma rea martima estratgica complementar ao heartland. Dessa forma, o gegrafo britnico vislumbra o potencial geoestratgico do Atlntico Norte -> logo aps a sua morte, cria-se a aliana militar denominada Organizao do Tratado do Atlntico Norte (OTAN - NATO).

Karl Haushofer (diplomata e militar alemo) 1869-1946: a geopoltica alem o prolongamento natural da geografia poltica de Ratzel e de Rudolf Kjllen. Karl Hushofer lhe tomou de emprstimo vrios conceitos, notadamente o de lage (situao) e o de raum (espao). Trata-se de uma hiptese sobre o poder terrestre, orientada por uma ordem internacional idealizada a partir da perspectiva de assegurar, a algumas potncias, zonas de influncia bastante extensas, ou seja, efetivos espaos autrquicos controlados por Estados especficos. Influenciado pela de Kjllen, pelo poder martimo ingls e pela viso de Mackinder, a escola alem conduzida pelo major Haushofer, idealizou a formao de pan-regies como forma de, atravs da complementaridade de recursos produzidos em climas, alcanar a autarquia. Segundo essa concepo, o imprio ingls correspondia, na verdade, a uma pan-regio fragmentada, representada pelas colnias (TPS 2014. Q.28,3). A formao da Pan-regio americana liderada pelos EUA, a Pan-regio frica liderada pela Alemanha, Pan-leste da sia pelo Japo e Pan-Rssia com a ndia, seria uma forma de romper o poderio ingls, concepo que no plano da ao correspondeu ao pacto de no-agresso URSS e aliana com o Japo. Em suma, para ele a poltica externa repousa sobre o espao vital. A partir dessa idia geral desenvolve uma estratgia poltica para os Estados, que leva em conta, necessariamente, a correspondncia ideal entre a densidade populacional, os projetos de plena realizao econmica e cultural das naes e a base territorial, indispensvel ao pleno desenvolvimento de cada pas.

Alfred Mahan (almirante norte-americano) 1840-1914: estava interessado na reflexo sobre o poder martimo e escreve, em 1892, o livro The influence of sea power upon French empire and revolution (1793-1812). J em seu trabalho Problema da sia, ele sublinha a importncia daquilo que Mackinder denominaria alguns anos mais tarde de heartland. Embora com a mesma viso de Mackinder, mas contrariando sua hiptese, o almirante Alfred Mahan (1900) ao analisar os fundamentos da grandeza do imprio britnico, reconhece as desvantagens da continentalidade e atribuiu valor estratgico para o poder aos mares, verdadeira plancie aberta a ser explorada. O poder naval para o controle do mar o que permite o domnio do mundo. Mahan deixa mais clara a sua tese sobre a importncia do poder martimo e naval quando escreve em 1890 o livro de The Influence of sea power upon History. O almirante vislumbra, ainda, numerosas semelhanas entre a Inglaterra e os EUA, e publica em 1897 um texto no qual expe os interesses dos EUA no poder martimo. Neste trabalho so apresentados alguns pontos: a) associao dos EUA com o poder naval britnico;b) oposio s pretenses alems sobre os mares; c) vigilncia sobre a expanso previsvel do Japo sobre o pacfico;d) defesa coordenada dos europeus e americanos contra os povos da sia.Quanto posio do territrio dos EUA, entre os oceanos Atlntico e Pacfico, Mahan assinala a necessidade de interligao rpida entre as suas costas, da a necessidade urgente de um canal no istmo do Panam. Nicholas Spykman (1893-1943): um norte americano que apresentou uma viso crtica aos trabalhos de H. Mackinder e de K.Haushofer, expondo sua prpria hiptese geoestratgica sobre o poder mundial. No final da Segunda Guerra Mundial, Nicolas Spykman (1944) ofereceu subsdios hegemonia americana, reafirmando o poder martimo. Ainda seguindo a viso de Mackinder, elegeu como rea estratgica para o poder o rimland, as terras peninsulares da Eursia onde se concentram a populao, os recursos e as linhas martimas. Parodiando Mackinder, estabeleceu que quem controlasse o rimland controlaria o mundo, alertando para a necessidade de impedir o domnio da Alemanha nessas terras atravs de mltiplas coligaes dos EUA com outros Estados da Amrica, Europa e Extremo Oriente.Na prtica, a estratgia sugerida por Spykman foi seguida aps a Segunda Guerra Mundial; organizou-se a conteno e o cerco da Unio Sovitica para conter a sua expanso, mediante poderoso cinturo de coligao a sua volta.

TPS 2014: Questo 28: Em relao hiptese geoestratgica do poder mundial elaborada por Karl Haushofer, julgue C ou E os itens subseqentes:1. (E) Segundo essa hiptese, o objetivo estratgico baseava-se na consolidao do poder martimo e naval mundial sob o comando da Alemanha. Quem fala no poderio naval Mahan, mas para atender aos interesses geoestratgicos dos EUA, e no da Alemanha. 2. (E) A panregio da Eurfrica, sob liderana alem, englobava a Rssia, subordinada aos imperativos geopolticos das potncias europias. A Rssia formaria uma pan-regio parte sob liderana da ndia.3. (C) A idealizao de panregies comandadas por potncias especficas da Europa, sia e Amrica estava a associada neutralizao do Imprio britnico, concebido como panregio fragmentada. Era uma panregio fragmentada, pois a complementaridade era feita com suas colnias na Amrica, sia e frica.4.(E) A formao das panregies impedia a consolidao de espaos autrquicos, devido s diversas faixas latitudinais dessas reas de influncia estratgicas. A formao de panregies visava justamente formao de espaos autrquicos, obtidos por meio da complementaridade de recursos.Questo 27: Se necessrio definir um paradigma para a geopoltica desde que se constituiu como disciplina, certamente este seria o do realismo, no campo das relaes internacionais. A obra de F. Ratzel, teorizando geograficamente o Estado (1897), constitui uma fonte crucial para a anlise das relaes entre Estado e o poder.Acerca do paradigma mencionado no fragmento e suas relaes com a obra poltico-geogrfica de Friedrich Ratzel, julgue:1. (C) A relao do Estado com o solo refora a concepo ratzeliana do espao vital como o espao fundamental expanso de um complexo povo.2. (C) Por reconhecer a exclusividade dos Estados como atores internacionais, o realismo poltico coaduna-se com os parmetros da geopoltica clssica.3. (E) Por considerar o Estado como organismo vivo, a geografia poltica ratzeliana contradiz o paradigma do realismo poltico. -> ela reafirma os preceitos do realismo poltico.4. (E) As leis do crescimento espacial dos Estados enunciadas por Ratzel retificam os princpios bsicos do realismo poltico. -> ratificam os princpios bsicos do realismo.

Resumo Artigo: Geopoltica na virada do milnio: Logstica e desenvolvimento sustentvel (Becker)

Se necessrio for definir um paradigma para a Geopoltica desde que se constituiu como disciplina, certamente este seria o de realismo, no campo das relaes internacionais. Realismo que pressupe o Estado como unidade poltica bsica do sistema internacional, cujo atributo principal o poder, em suas dimenses predominantes de natureza militar ideolgica e econmica; poder entendido como a capacidade de uma unidade poltica alterar o comportamento de outra no sentido de faz-la comportar-se de acordo com seu interesse. A herana ideolgica da geopoltica reside em dois pressupostos bsicos:1) o excepcionalismo nacional: o Estado-nao como a nica unidade poltica da ordem mundial. Centrar o foco no Estado-nao trat-lo como unidade exclusiva de poder e assumir que os conflitos se do apenas entre Estados. O mundo visto segundo a perspectiva de um Estado na verdade, as potncias que disputam o poder no cenrio internacional que constituiu o ponto de referncia para a ordenao dos demais. 2) o determinismo geogrfico: atribuir o poder configurao das terras e mares e ao contexto dos territrios, seguir o princpio do determinismo geogrfico e omitir a responsabilidade humana na tomada de deciso poltica dos Estados que, na verdade, moldam a geografia dos seus territrios e do planeta. Em sua Teoria Orgnica do Estado (1916), Kjellen assemelha o Estado a uma forma de vida que para crescer necessita expandir o seu espao, levando ao auge o determinismo geogrfico, e legitimando a prtica estratgica do poder do Estado.

A parte central e Sudeste da sia o corao das terras do globo, a se localizando o n de cadeias montanhosas. Desse corao estendem-se eixos montanhosos e terras em trs direes que numa projeo polar, aparecem como trs pennsulas irradiando do corao asitico: Europa e frica para oeste, ndias Orientais, Austrlia e Nova Zelndia para o sul e os continentes americanos para o norte. Com base nessa viso trs hipteses fundamentais foram propostas pelas potncias que estavam ou pretendiam entrar no jogo do poder global. A primeira, e a mais difundida, a do poder terrestre, elaborada por Halford Mackinder, gegrafo ingls em 1904. Segundo ele, o mundo seria dividido em duas grandes unidades: a) a ilha Mundial, constituda por um Heartland, que corresponde justamente massa continental eurasiana, e por regies costeiras ou crescente marginal interno que corresponde s terras peninsulares que circulam o Heartland; b) o crescente externo ou insular, correspondendo s reas martimas da Amrica, frica ao sul do Saara, Austrlia, Gr-Bretanha e Japo.O poder repousaria no Heartland, que denominou de piv geogrfico da Histria, devido possibilidade de desenvolvimento autrquico, com base na extenso Himalaia ao rtico e do Volga ao Yang-Ts nos recursos, na grande mobilidade interna possvel na estepe com a ferrovia, e na sua condio de fortaleza natural. Tais condies lhe atribuam uma posio estratgica: inacessvel aos homens do mar, mas a partir dele possvel chegar costa, ao crescente externo. Da a frase clebre: Quem dominar o leste da Europa domina o Heartland, quem dominar o Heartland dominar a ilha Mundial, e quem dominar a ilha Mundial dominar o mundo. fcil perceber as motivaes dessa hiptese. Inglaterra, que construra o maior imprio martimo da Histria, preocupava-se em mant-lo, vendo como ameaa a expanso moderna da Rssia aliada Alemanha. Embora prevendo a emergncia de um poder autrquico na sia, mostrando a importncia do Oriente Mdio, a terra dos cinco mares, e influindo na ao poltica atravs da implantao do cordo sanitrio europeu entre a Alemanha e a Rssia no primeiro ps-guerra,[footnoteRef:2] Mackinder teve erros de percepo. No considerou a proximidade e o potencial dos EUA devido projeo que utilizou, nem o desenvolvimento tecnolgico que afetaria a noo de monoplio do poder, e tampouco levou em conta as desvantagens da continentalidade. [2: pesquisar sobre isso.]

Ainda assim, a busca de autarquia como base para o poder mundial foi tambm motivo de outra hiptese quanto ao poder terrestre elaborada pela Geopoltica alem. Influenciado pela Geopoltica de Kjellen, pelo poder martimo ingls e pela viso de Mackinder, a escola alem conduzida pelo Major Hauschofer (contexto da II GM), idealizou a formao de Pan-Regies como forma de, atravs da complementaridade de recursos produzidos em climas diversos, alcanar a autarquia. Segundo essa concepo, o imprio ingls correspondia, na verdade, a uma pan-regio fragmentada, representada pelas colnias. A formao da Pan-Regio americana liderada pelos EUA, a Pan-frica liderada pela Alemanha, Pan-leste da sia pelo Japo e a Pan-Rssia com a ndia, seria uma forma de romper o poder ingls, concepo que no plano da ao correspondeu ao pacto de no agresso URSS e aliana com o Japo. Em contrapartida, outras hipteses privilegiam o poder martimo. Foram concebidas nos EUA, visando quebrar o isolacionismo americano. Alfred Mahan, ao analisar os fundamentos de grandeza do Imprio britnico, reconhece as desvantagens da continentalidade e atribui valor estratgico para o poder dos mares, verdadeira plancie aberta a ser explorada. O poder naval para controle do mar o que permite o domnio di mundo. Sua hiptese influiu em mltiplas prticas dos EUA desde a organizao da esquadra, tomada de posies-chave, bases e colnias e abertura do canal do Panam, prticas que visaram transformar o Caribe no mediterrneo americano e estender a influncia dos EUA. No final da Segunda Guerra Mundial, Nicolas Spykman (1944) ofereceu subsdios hegemonia americana, reafirmando o poder martimo. Ainda seguindo a viso de Mackinder, elegeu como rea estratgica para o poder o Rimland, as terras peninsulares da Eursia onde se concentram a populao, os recursos e as linhas martimas. Parodiando Mackinder, estabeleceu que quem controlasse o Rimland controlaria o mundo, alertando para a necessidade de impedir o domnio da Alemanha nessas terras atravs das mltiplas coligaes dos EUA com outros Estados da Amrica, Europa e Extremo Oriente. Na prtica, essa estratgia foi seguida aps a guerra; organizou-se a conteno e o cerco da Unio Sovitica para conter sua expanso, mediante poderoso cinturo de coligaes sua volta.

Da estratgia logstica: o novo significado do territrioNa base da nova Geopoltica est, uma nova racionalidade, a logstica, associada s mudanas decorrentes da revoluo cientfico-tecnolgica. A inovao tecnolgica representada pelas redes transnacionais de circulao e comunicao permite a um s tempo tanto a globalizao como a diferenciao espacial, induzidas tanto pela lgica da acumulao como pela lgica cultural, e resultando na valorizao seletiva de territrios. No que tange lgica instrumental da acumulao, criam-se condies para a internacionalizao da economia num mercado unificado, e um espao de fluxos financeiros, mercantis e informacionais tende a superar os Estados e as fronteiras, delineando uma nova diviso territorial de trabalho e uma nova geopoltica. que globalizao no significa homogeneizao. Pelo contrrio, resgata-se a dimenso poltica do espao pela valorizao da diferena. Se, por um lado, a acelerao do ritmo dos processos econmicos e da vida social, viabilizados pelas redes, encolhe o espao, derrubando barreiras espaciais, por outro lado, num quadro de economia globalizada e tecnificada alta a seletividade. Quanto menos importantes as barreiras espaciais, tanto maior a sensibilidade do capitalismo s variaes dos lugares (Harvey). O significado histrico especfico das novas tecnologias , portanto, a criao de uma nova estrutura de relaes espao-tempo. O valor econmico e estratgico de um territrio decorre da velocidade em passar nova forma de produo, para o que o acesso s redes de informao condio essencial, permitindo ao local se relacionar diretamente ao espao transnacional, by passando o Estado. Tais vantagens competitivas, contudo, no so determinadas pela tecnologia decorrem tambm das condies particulares do territrio, em termos de recursos e da iniciativa poltica. A valorizao da dimenso poltica do espao tambm se relaciona redefinio da natureza e das relaes sociedade-natureza. Na medida em que a crise ambiental estabelece limites reais explorao predatria de recursos naturais, o novo modo industrial atribui outro significado natureza. Por um lado, tenta se independizar da base de recursos naturais utilizando menor volume de matrias-primas e de energia. Por outro lado, as novas tecnologias valorizam os elementos da natureza num outro patamar, como fonte de informao para a cincia (codificao da vida).Por motivaes opostas, a lgica cultural, dos valores, expressa em movimentos sociais diversos, converge para o processo de diferenciao espacial e valorizao estratgica dos territrios. A reorganizao do espao no apenas expresso de processos econmicos e tecnolgicos que, na verdade, so resultados de decises polticas e estratgias organizacionais. As tendncias de reestruturao tecnoeconmicas, do espao de fluxos, devem, pois, serem confrontadas com projetos alternativos vindos da sociedade, do territrio.Tambm os movimentos sociais se organizam na escala global em redes, graas, particularmente, rede de telecomunicaes, permitindo s comunidades se relacionar diretamente ao espao transnacional. Pense globalmente e atue localmente uma bandeira significativa, envolvendo as mais esdrxulas alianas.

Temas clssicos da geopoltica: as fronteiras e as formas de apropriao poltica do espao (pg.149 MC)

Conceito de Territrio: O conceito de territrio retomado pelas Cincias Sociais e h vertentes que falam no fim dos territrios como faz Bertrand Badie. Este autor argumenta que a (des)ordem internacional caracterizada, dentre outros, pela difuso de redes, de fluxos e de trocas. Segundo Badie, o territrio, ainda numa concepo westfaliana, designa mais do que um simples espao, mas sim uma ordem, um agenciamento, um modo de organizao e que a nova cena mundial se desenha como a-territorial, submissa a vrias lgicas e muito raramente sob a lgica do Estado nacional. As Cincias Sociais redescobrem o territrio no final do sculo XX para falar do seu desaparecimento, explicitando essa idia atravs do termo desterritorializao. Santos revaloriza o territrio como referncia importante para o funcionamento do mundo contemporneo -> a interdependncia universal dos lugares a nova realidade do territrio. Assim como antes tudo no era, digamos assim, territrio estatizado, hoje tudo no estritamente transnacionalizado. Mesmo nos lugares onde os vetores da mundializao so mais operantes e eficazes, o territrio habitado cria novas sinergias e acaba por impor ao mundo uma revanche. O gegrafo francs Roger Brunet procura definir territrio referindo-se a uma malha de gesto do espao, a um espao apropriado, com sentimento ou conscincia de sua apropriao, sendo um conceito passvel de uma construo ao mesmo tempo jurdica, social e cultural. No cerne do conceito encontram-se elementos polticos e geogrficos, como, por exemplo, as noes de apropriao e de controle social de uma determinada rea geogrfica. Para Raffestin, espao e territrio no so termos equivalentes, o espao anterior ao territrio, o territrio se forma a partir do espao, o resultado de uma ao conduzida por um ato sintagmtico (ator que realiza um programa) em qualquer nvel. Ao se apropriar de um espao, concreta ou abstratamente (por exemplo, pela representao), o ator territorializa o espao. -> o espao priso original, o territrio a priso que os homens constroem para si. Refletir sobre o territrio, como uma construo social, pens-lo como modo de diviso ou delimitao do espao, de forma tal que, por seu intermdio, os grupamentos humanos estabeleam alguma distino entre si. O gegrafo Guy Di Mo agrega, de forma sistematizada, o que se pode chamar de significaes complementares para se pensar o conceito de territrio. So quatro significaes:

1. A insero de um sujeito num grupo implica a construo de um pertencimento, uma identidade coletiva. Essa uma experincia concreta do espao social que condiciona nossa relao com os outros, nossa alteridade. 2. O territrio traduz um modo de recorte e de controle de espao garantindo a especificidade e a permanncia, a reproduo dos grupos humanos que o ocupam. Essa a dimenso poltica do territrio. 3. No campo simblico, o territrio tambm pertence ordem das representaes sociais e pode expressar-se por sua natureza emblemtica. Fala-se em territrio identitrio, com dupla funo: poltica e simblica. 4. Por fim, a importncia do tempo de longa durao, da histria estrutural, tambm deve ser levada em conta em matria de construo social dos territrios.

Conceito de territorialidade: Para o gegrafo Robert Sack, a territorialidade humana uma estratgia geogrfica poderosa. Sack afirma que a territorialidade uma relao com o espao e se constitui na tentativa de afetar, influenciar ou controlar uma rea geogrfica especfica. Segundo esse autor, a definio de territorialidade contm trs aspectos interligados: a) classificao e delimitao de reas; b) a comunicao (relativa s redes); c) uma forma de controle social (definio de relaes de poder). Essas territorialidades podem, ainda, passar por ativao e desativao, no so eternas. Becker faz a distino entre territorialidade e gesto do territrio. A territorialidade, nos moldes traados por D.Sack, a face vivida do poder. J a gesto do territrio a prtica-estratgica, cientfico-tecnolgica do poder no espao-tempo. A gesto do territrio integra elementos de administrao de empresas e elementos de governamentalidade. O conceito de territrio se presta construo terica desdobrada para a compreenso e formas de apropriao poltica do espao, ou seja, o uso poltico-estratgico do mesmo.

Conceito de fronteira: Na geografia poltica clssica, sob a influncia do organicismo (= Estado como organismo vivo), as fronteiras eram concebidas como o rgo perifrico estatal, como assinalou a obra de F.Ratzel. Uma contribuio desse gegrafo alemo, quanto construo terica do termo, foi a ressalva de que as fronteiras so mveis, pois aparentemente rgidas seriam apenas a deteno temporria de um movimento. bom ressaltar que as fronteiras incorporam uma das mais conhecidas relaes entre o Estado e o territrio.No presente momento, em funo das foras globalizadoras, retoma-se o debate acadmico e pblico sobre as questes de fronteiras. Chega-se mesmo a cogitar o fim das fronteiras. Quanto a esse ltimo aspecto, Martin alerta que a prpria idia da formao de blocos de pases visando obter ganhos de escala parece por si s contradizer a tese do fim das fronteiras. Ao contrrio, so novas fronteiras que esto surgindo, as inter-blocos, e acrescente-se, sem que as nacionais tenham deixado de existir. Os temas clssicos do expansionismo, do universalismo versus particularismo, bem como do regionalismo desta feita na escala supranacional reaparecem com fora neste incio do sculo XXI, a partir da problemtica das fronteiras e das demarcaes territoriais que delas decorrem. Taylor e Flint escrevem que o conceito de periferizao ou processo que conduz situao de periferia implica que estas zonas novas no se incorporaram economia-mundo na qualidade de scios de pleno direito, mas se incorporaram em condies desfavorveis com relao aos antigos membros. Os autores em tela advertem que uma zona geogrfica, uma regio ou um Estado se convertem em centrais ou perifricos dependendo dos processos que neles ocorrem. Para os autores, os processos de centro e de periferia so dois tipos opostos de relaes complexas de produo. Em termos simples, os processos de centro consistem em relaes que combinam salrios relativamente altos, tecnologia moderna e um tipo de produo diversificada; enquanto os processos de periferia so uma combinao de salrios baixos, tecnologia mais rudimentar e um tipo de produo simples. Da exposio conceitual anterior decorre a noo de semiperiferia. De acordo com os autores citados acima, constri-se o conceito de semiperiferia como uma situao na qual se combinam, de forma particular, ambos os processos de centro e de periferia -> a semiperiferia a categoria dinmica da economia-mundo.

Quadro 6.1 - Globalizao Atual Dimenses Caractersticas

Poltica Desregulao, redefinio do Estado, agenda neoliberal

Militar Armas nucleares, monitoramento por satlites

Econmico-produtiva Empresas globais, servios de conhecimento intensivo

Financeira Circulao eletrnica de moeda, mercados globais

De governabilidade global Fraqueza do direito internacional e do debate pblico

Comunicacional- cultural Ocidentalizao do mundo, efeitos homogeneizadores

Cientfico-tecnolgica Cooperao entre instituies, transmisses instantneas

Populacional- migratria Presses migratrias sobre fronteiras

Ecolgico-ambiental Problemas ambientais globais movimento ambientalista

Epidemiolgica Vulnerabilidade da espcie humana, pandemias

Criminal-policial Novas mfias, fraca coordenao policial

Geogrfica Rede de cidades mundiais reordenao do espao

Continuar pag.155.

Ler: A geopoltica na virada do milnio (Becker) In. Geografia conceitos e temas. 2) O retorno da Eursia 1991-2011: vinte anos do novo grande espao estratgico que deu passagem ao sculo XXI; 2) O que a China quer? de Spektor Nedal -> os estudos de Mackinder o remeteu noo de Eursia -> posio estratgica da Europa frente sia, o que permanece atual segundo esses livros recentes.

Aula 3 Geopoltica (conexo entre a Geografia e o poder)Conceito: Geopoltica a cincia da vinculao geogrfica dos acontecimentos polticos e tem por objetivo principal o aproveitamento racional de todos os ramos da Geografia no planejamento das atividades do Estado -> O Estado como forma de vida em 1916 -> Kjllen (sueco): cunhou o termo geopoltica. a poltica estabelecida em virtude das condies geogrficas. Na verdade, Ratzel o pai da geopoltica, apesar de no ter cunhado o termo. Foi o primeiro a relaciona territrio e poder.Teorias Geopolticas ClssicasTeoria do Poder Martimo (1890) do almirante americano Alfred Mahan: a terra costuma ser o obstculo, os mares seriam plancies abertas. Uma nao capaz de controlar essa plancie poder explorar as riquezas do mundo. O almirante Alfred Mahan (1900) ao analisar os fundamentos da grandeza do imprio britnico, reconhece as desvantagens da continentalidade e atribuiu valor estratgico para o poder aos mares, verdadeira plancie aberta a ser explorada. O poder naval para o controle do mar o que permite o domnio do mundo. A partir de 1867, os EUA expandiram pelo Pacfico: para Alasca, Hava, ilhas Marianas, rea do mar do Caribe, canal do Panam (1903). O almirante vislumbra, ainda, numerosas semelhanas entre a Inglaterra e os EUA, e publica em 1897 um texto no qual expe os interesses dos EUA no poder martimo. Neste trabalho so apresentados alguns pontos: a) associao dos EUA com o poder naval britnico;b) oposio s pretenses alems sobre os mares; c) vigilncia sobre a expanso previsvel do Japo sobre o pacfico;d) defesa coordenada dos europeus e americanos contra os povos da sia.Teoria do Poder Terrestre (1904) do ingls Halford Mackinder: O piv geogrfico da histria (piv=heartland). Ele defende que h uma rea no mundo, aproximadamente, na Europa oriental (rea entre Alemanha e Rssia) que ele considera o heartland. Quem dominasse essa rea, dominar a rea fundamental do mundo (Eursia = ilha mundial) e, consequentemente, dominar o mundo.Teoria de um general nazista alemo Karl Haushofer: tese das pan-regies -> a tendncia mundial a diviso em quatro pan-regies: Pan-Amrica comandada pelos EUA, Eurfrica (alm da frica, a Alemanha, a Frana e a Inglaterra) comandada pela Alemanha com possvel aliana com a Inglaterra, Pan-Rssia com a ndia, Pan-sia com Japo.Teoria de Nicolas Spykman (rimland): resposta a Mackinder. Se o entorno do heartland for dominado, possvel isol-lo. Essa teoria foi a base da atuao norte-americana durante a Guerra Fria e da OTAN na conteno da influncia sovitica.Aes geopolticas no Brasil:- marcha para oeste de Vargas.- Transferncia da capital do pas para Braslia -> populao antes concentrada no litoral.- Processo de conexo da Amaznia com o resto do pas -> integrar para no entregar. Livro Brasil uma nova potncia no mundo Bertha BeckerHouve uma decadncia dos estudos geopolticos no ps-guerra, devido a sua relao com o nazismo. Aps o fim da Guerra Fria, entre 1989 e 1991, h uma retomada da geopoltica. Mas o foco muda: conflito Norte-Sul; para Huthington haveria o choque de civilizaes, e no mais conflito entre socialismo e capitalismo ou rico e pobre, mas sim o choque entre civilizaes Ocidentais e Orientais. Uma nova geopoltica (o territrio no ser mais o fundamento do poder):Bertha Becker: a crise ambiental ser elemento para essa nova geopoltica. O territrio, enquanto fonte de recursos naturais, continua sendo importante. Ela citar a Amaznia como o novo heartland, mas no como instrumento para controle mundial, e sim pelos recursos que ela tem: reserva de gua doce, biodiversidade -> com o avano da biotecnologia, o controle desse territrio muito importante. A Amaznia seria uma reserva de capital natural.- Ateno para a Amaznia Azul: o Brasil e a Rssia foram os primeiros pases a pedirem a expanso da ZEE de 200 milhas para 350 -:> 2/3 j foram homologados pela ONU, mas o restante ainda no e onde se encontra parte do pr-sal.- A Amaznia legal quase 60% do territrio brasileiro. Claude Raffestin (franco-suo): livro Por uma Geografia do Poder: o territrio muito importante, mas h outros elementos tambm como a populao.

Com relao geopoltica julgue as afirmaes a seguir:1. (C) O termo geopoltica foi criado por Kjllen em seu livro O Estado como forma de vida, de 1916, obra em que conceitua geopoltica como cincia do Estado enquanto organismo geogrfico tal qual se manifesta no espao.2. (C) Os estudos geopolticos so anteriores criao da expresso geopoltica como mostra a relevncia da obra Ratzel para a geopoltica.3. (E) Como a geopoltica tem como base a correlao entre o espao geogrfico e o poder, ou ainda as decises polticas e o territrio, sua ligao com a geografia absoluta no havendo participao relevante de outros campos de estudo na anlise geopoltica. Geopoltica no pertence geografia, interdisciplinar.Litoral do Brasil;O que foi decidido em Montego Bay em 1982:At 12 milhas martimas mar territorial (soberania absoluta).De 12 at 200 milhas martimas ZEE, o Estado no tem soberania, mas s ele pode explorar economicamente essa regio.Mas se a plataforma continental do Estado vai alm da ZEE? Se o Estado provar que sua plataforma vai alm da ZEE, a ONU autoriza a expanso dessa ZEE. O Brasil pediu a expanso para 350 milhas, mas a ONU s autorizou 2/3 dessa expanso.

1. Aula 8 Clio Formao territorial do Brasil1. Bases territoriais Robert Moraes:

- A importncia da histria territorial na formao de pases de passado colonial -> formao de uma sociedade abordada a partir de seu territorial. Por que o territrio seria importante para se pesquisar elementos centrais da formao desses pases? Porque a colonizao , em si mesma, uma relao sociedade-espao. A relao entre uma sociedade que se expande e os lugares onde ocorre essa expanso. A colonizao conquista territorial. Ningum fala em colonizar seu prprio espao. Na verdade, a colonizao diz respeito a uma adio de territrio ao seu patrimnio territorial. A colnia pode ser entendida como a efetivao da conquista territorial. A colnia a internalizao do agente externo. E a colnia implica a consolidao desse domnio territorial, a apropriao de terras, a submisso das populaes defrontadas e tambm explorao dos recursos presentes no territrio colonial. Na formao dos territrios, temos trs dimenses: o territrio uma construo blica/militar, uma construo jurdica e uma construo ideolgica. H casos de territrios, nos quais existia primeiramente um pleito ideolgico, depois se fez a conquista militar, depois a legalizao jurdica. H casos, como o de Israel, em que primeiramente se fez a legalizao poltica e depois a efetivao da conquista efetiva. H casos em que o ideolgico vem antes e anima esse processo. H casos em que primeiramente se conquista e depois se impe um processo ideolgico de afirmao daquela nova identidade. Dois vetores vo ser bsicos para explicar a conquista do ponto de vista dos territrios coloniais. Primeiro, o quadro demogrfico. Na Amrica espanhola, o colonizar encontrou uma alta taxa demogrfica, um sistema produtivo pronto e riquezas imediatas. J na Amrica portuguesa, o quadro era diferente. O colonizador teria que montar a colonizao. Ele no encontrou uma estrutura produtiva pronta e no encontrou nenhuma riqueza de imediato. Dos doze donatrios das capitanias hereditrias brasileiras, 6 nunca vieram ao Brasil tomar posse das capitanias, porque nelas no havia nenhuma riqueza. Ao contrrio, os donatrios teriam que aplicar capitais na colnia, fazer um investimento. O segundo vetor so os recursos naturais. Onde se encontram recursos naturais valiosos, principalmente minerais, todas as dificuldades so ultrapassadas, porque o rendimento do empreendimento justifica isso. A capitania hereditria foi uma tentativa de passar para particulares o custo da instalao no Brasil, que envolvia a aplicao de capitais vultuosos.Essa leitura geogrfica da histria brasileira j deixa evidente como erradssima aquela idia de que o colonizador chegou aqui para se apropriar de alguma coisa que estava disponvel. No, houve um investimento de capitais; inclusive as capitanias que deram certo foram aquelas que tiveram disponibilidade de capital para tocar o empreendimento colonial.O colono teve que montar o engenho, plantar o canavial, conseguir mo-de-obra. O engenho foi talvez a primeira fbrica, uma instalao cara; existiam inclusive certas funes no engenho altamente especializadas, como a do mestre de acar, e eram assalariados que recebiam bem, no eram escravos; alm disso, o donatrio tinha que proteger o investimento. Ele tinha que ter tropas pagas por ele. Apenas Duarte Coelho e Martim Afonso (capitanias de So Vicente e Pernambuco) conseguiram tocar o empreendimento, pois tinham recursos associados a casas bancrias. O primeiro engenho de So Vicente quem levantou foi um banco alemo. Em 1580, o rei espanhol reivindicou a coroa portuguesa e o Brasil passou a ser uma colnia hispnica. O primeiro efeito foi que Tordesilhas deixou de ter sentido. Foi um perodo de grande expanso territorial, por um lado, e de fracionamento da soberania portuguesa sobre o territrio brasileiro, por outro.As duas coisas ocorreram juntas. De um lado, a expanso ao norte para expulsar os franceses do Maranho: foram tropas que saram de Pernambuco e foram devassando o litoral cearense, at chegar a So Lus, para expulsar os franceses do Maranho (Frana Equinocial). Essas mesmas tropas fundaram Belm, em 1616, gerando uma situao que tpica da geopoltica, segundo a qual quem domina a foz de um rio tem todas as condies de dominar a bacia inteira, e foi o que ocorreu na histria da Amaznia. Porm, com a fundao de Belm, foram feitas loas ao rei da Espanha. A provncia do Maranho e Gro-Par foi, inclusive, uma provncia separada do Brasil, que se relacionava diretamente com o Conselho das ndias, sem passar por Portugal. O grande interesse da Espanha na expulso dos franceses da bacia amaznica era o temor de que eles tivessem acesso s minas de Potos, no Peru. Ao mesmo tempo em que houve expanso territorial, houve tambm fracionamento da soberania. O primeiro fracionamento deveu-se invaso holandesa. Os holandeses foram apeados do comrcio do acar, porque estavam em guerra com a Espanha e resolveram tomar posse das reas produtoras.Na ltima dcada do sculo XVII (1690), ocorreu um fenmeno que foi fundamental para o processo da formao territorial, porque levou a uma interiorizao maior da colonizao: descoberta de ouro. A minerao foi tambm uma atividade essencialmente urbanizadora; em qualquer lugar onde ela ocorria criava cidades. Em conseqncia, gerou a primeira rede de cidades do Brasil. A produo aurfera gerou um setor dominante para a economia colonial brasileira. A partir da, a colnia como um todo, trabalhou para a regio mineradora. A demanda mineira foi responsvel pelo avano da pecuria que, no incio do sculo XVIII, chegou barranca do Araguaia e do Tocantins. Tambm o avano da pecuria no sul do Brasil, nos campos de So Pedro (=Rio Grande do Sul), voltou-se todo para o abastecimento da zona mineira. desse perodo os Tratados de Madri (1750) e de Santo Ildefonso (1776). Dificilmente se entenderia a independncia brasileira, a forma monrquica da independncia, sem levar em conta um aspecto central do ponto de vista da formao territorial, que a existncia, no momento da independncia, de grandes fundos territoriais (terras no ocupadas) em territrio brasileiro.Se refletirmos o que estava ocupado no territrio brasileiro pela economia colonial no momento da independncia, constataremos que era apenas 1/5 do territrio, o resto eram fundos territoriais. Por isso, se por um lado, o elemento que levou adoo da monarquia e a no-fragmentao do Brasil foi a manuteno do escravismo, por outro, foi a manuteno da soberania sobre esses fundos territoriais.Para Robert Moraes, o Brasil vai nascer como territrio, como uma poro do espao terrestre e no como uma nao ou povo. No nascemos como comunidade de indivduos e sim como espao.Perspectiva hidrogrfica:1. Bacia Amaznica: 2. Bacia do Prata:3. Bacia do So Francisco: une a regio nordeste ao sudeste e facilitou a interiorizao da pecuria. Mito da ilha Brasil corpo da ptria Demtrio Magnoli: possvel unio entre afluentes do rio Amazonas e afluentes do rio da Prata. Se isso fosse verdade, haveria uma definio natural das fronteiras do Brasil e, nesse caso, o avano ps-Tordesilhas seria uma conseqncia natural dos limites naturais. Na Amrica do Sul h treze unidades polticas: 12 pases e a Guiana Francesa. O Brasil tem fronteira com 10 pases e com a Guiana Francesa (que um departamento ultramarino). No tem fronteira com Chile e nem com Equador. O Brasil definiu como mar territorial 200 milhas martimas, na dcada de 70.Conveno da ONU sobre Direito do Mar, em Montegobay, Jamaica, de 1982. At 12 milhas martimas = mar territorial -> h soberania absoluta. De 12 milhas martimas at 200 milhas martimas = Zona Econmica Exclusiva -> exclusividade da explorao econmica. Fronteiras martimas do Brasil aps a Conveno de Montegobay: at 12 milhas martimas = mar territorial; de 12 at 200 milhas martimas= zona econmica exclusiva -> a rea da ZEE tratada como Amaznia azul, onde se encontra boa parte do pr-sal. Obs.: A conveno da ONU sobre Direito do Mar permite a ampliao da ZEE at 350 milhas martimas, caso o Estado litorneo comprove a dimenso de sua plataforma continental (ou seja, que sua plataforma continental vai alm das 200 milhas martimas).Brasil e a Rssia foram os primeiros pases a solicitar a ampliao da ZEE. Cerca de 2/3 do pedido brasileiro, baseado no estudo LEPLAC (Levantamento da Plataforma Continental) foi aceito. Fronteiras terrestres:Tratado de Madri 1750.Questo do Amap com a Guiana Francesa: arbitramento feito pelo rei da Sua. Ganho de causa para o Brasil - 1900.Questo com a Guiana Inglesa: arbitramento feito pelo rei da Itlia Vtor Emanuel 1904 defesa de Joaquim Nabuco 2/5 para o Brasil e 3/5 para a Inglaterra.Questo de Palmas com Argentina: Santa Catarina e Paran 1895 arbitramento dos EUA (Cleveland) defendida pelo Baro do Rio Branco e Zeballos do lado argentino. Ler o captulo do Demtrio o Corpo da Ptria. Do arquiplago (no integrado a produo no nordeste, no sudeste e no norte era destinada ao mercado externo) ao continente (integrado). O Brasil se conectou com a industrializao, pois esta estava voltada para o mercado interno. Inicialmente, isso se deu pela opo da rodovia em substituio da ferrovia para o transporte de caf. Milton Santos fala que os meios geogrficos podem ser divididos em meio natural (de tcnica rudimentar, no h prteses no territrio, ex.: rodovia), meio tcnico (dos engenhos at o final do sculo XIX, circulao mecanizada dcadas de 10 a 40 do sculo XX, integrao anos 50 e 60), meio tcnico-cientfico-informacional (anos 70, avano das comunicaes). Esses meios so coexistentes.Quando JK transfere a capital para Braslia, h tambm a necessidade de ocupao, de interiorizao da populao. Aes geopolticas:Na Era Vargas dcada de 30: marcha para oeste -> uma ao geopoltica importante no processo de incorporao de reas. JK anos 50 -> construo de Braslia.Ditadura militar -> ocupao da Amaznia. Conceito de frentes pioneiras: incorporao de reas novas. Ex.: marcha para o oeste dos EUA. Exemplos: fronteiras agrcolas no centro-oeste e na Amaznia. Quanto revalorizao do territrio como referncia importante para o funcionamento do mundo contemporneo, Milton Santos acena que a interdependncia universal dos lugares a nova realidade do territrio. Nesse longo caminho, o Estado-nao foi um marco, um divisor de guas, entronizando uma noo jurdico-poltica do territrio. Reconhecendo o territrio como a base, o fundamento do Estado-nao, sobretudo no passado, o autor em foco adverte que, nos dias atuais, algo dessa realidade se transmuta. Assim como antes tudo no era, digamos assim, territrio estatizado, hoje tudo no estritamente transnacionalizado. Mesmo nos lugares onde os vetores da mundializao so mais operantes e eficazes, o territrio habitado cria novas sinergias e acaba por impor, ao mundo, uma revanche. Becker considera necessrio reconhecer modos e intensidades diversos da prtica estratgica espacial. Para tanto, distingue territorialidade de gesto do territrio. Para a autora, territorialidade a face vivida do poder (dominao de espao?), enquanto gesto do territrio a prtica estratgica cientfico-tecnolgica do poder no espao-tempo. A gesto do territrio integra elementos de administrao de empresa e de governamentalidade. Conceito de fronteira: - Na geografia poltica clssica, sob a influncia do organicismo (=Estado como organismo), as fronteiras eram concebidas como o rgo perifrico estatal, como assinalou a obra de F.Ratzel. Uma contribuio desse gegrafo alemo, quanto construo terica do termo, foi ressalva de que as fronteiras so mveis, pois uma fronteira aparentemente rgida seria apenas a deteno temporria de um movimento. - Para Becker, fronteira uma noo que representa indiferenciao, transgresso e conflitos. O limite, pelo contrrio, significa diferenciao, conteno e consenso pelo reconhecimento do outro e, portanto, da prpria identidade expressa, inclusive, por movimentos de autonomia e resistncia. O limite estimula a idia sobre a distncia e a separao, enquanto a fronteira movimenta a reflexo sobre o contato e a integrao. No contexto atual regido pela globalizao, as conexes que alimentam integrao e unificao, os contatos que formam alianas e fuses parecem exigir uma ateno redobrada com respeito problemtica das fronteiras nacionais e dos territrios por elas definidos. Formao territorial do Brasil Manual do CandidatoA geopoltica foi um fundamento constante da formao do Brasil desde o incio da colonizao. Entendida como poltica do territrio, envolve relaes de poder com o espao geogrfico. Em sua origem no final do sculo XIX (1870-> Ratzel), foi concebida como a poltica geogrfica dos Estados nacionais, que se consolidavam ento em bases expansionistas. Se, a partir dos anos 1970, torna-se patente a ecloso de geopolticas de mltiplos atores que no apenas os Estados nacionais, percebe-se, tambm, que a geopoltica parte de um processo histrico mais amplo das relaes entre poder e espao geogrfico, qual seja, o governo do territrio. A configurao atual do mapa poltico brasileiro revela, antes de tudo, formas diferenciadas de dividir o territrio e, portanto, de repartir o poder no espao. Ela no resulta, pois, ele de um s processo, diretamente relacionado com a diviso federativa do Estado brasileiro, mas de uma combinao complexa de processos agindo, muitas vezes, de modo contraditrio.A modelagem territorial do Brasil contemporneo vai muito alm das referncias histricas que moldaram o nascimento de uma federao constituda a partir de um Estado centralizado, conforme analisado a seguir, passando, a admitir maiores influncias e a refletir interesses de foras externas. O governo central no Brasil preexistia federao e esta foi por ele, em grande parte, construda dentro de uma tenso constante que contrapunha foras polticas legitimadoras da centralizao e da descentralizao do poder. Com efeito, ao longo da histria poltica do Brasil, poucas questes suscitaram tanto debate quanto aquelas relacionadas com a organizao do poder do Estado referentes centralizao e descentralizao poltica administrativa, s quais se articula o tema da configurao e, mais recentemente, da gesto do territrio nacional. Partindo de objetivos e estratgias diferenciadas de organizao do Estado frente aos desafios concretos com os quais se defrontava a elite poltica do pas, temas como os da manuteno da unidade territorial, da acomodao da diversidade regional e do desenvolvimento nacional estiveram, de alguma forma, presentes na agenda poltica do Brasil desde sua constituio enquanto nao independente, gerando formas diferenciadas de delimitar fronteiras, dividir poderes e demarcar a ao do Estado no espao poltico intranacional. Se o passado colonial legou ao Brasil uma burocracia marcada por um projeto centralizado de poder, enquanto processo decisrio, ele tambm legou formas de ao territoriais descentralizadas enquanto estratgia operacional capaz de manter e controlar a unidade de um imenso espao colonial cuja posse pressupunha, antes de tudo, seu uso direto atravs da conquista efetiva. A centralizao poltica verificada na capital do Imprio nos anos 30 do sculo XIX corresponderia, assim, a uma fase da organizao territorial brasileira marcada pela coincidncia espacial entre poder econmico e poder poltico. Tal centralizao acabou por possibilitar a manuteno da unidade territorial por meio de alianas e pactos mais do que, necessariamente, como uma ordem imposta de cima para baixo. Com efeito, a relao entre o poder central e o poder local no sistema poltico imperial antes marcada pelo papel de articulao do que de destruio poltica dos potentados rurais e de seus caciques polticos na construo do Estado centralizado e na sustentao da monarquia. Nesse sentido, mais uma vez a enorme dimenso territorial do pas parece impor a necessidade concreta de o poder central estabelecer alguma forma de compromisso em rede com as distantes e heterogneas bases rurais, onde os senhores territoriais legitimam seu poder em nvel local. pg.161 O imediato...

Diviso do Brasil por Milton Santos e Maria Laura Silveira:

O critrio principal da regionalizao proposta por Milton Santos e Maria Laura Silveira foi o meio tcnico-cientfico-informacional, isto , a informao e as finanas esto irradiadas de maneiras desiguais e distintas pelo territrio brasileiro, determinando quatro brasis.

Questo 3 Fase 2010 Apresentar a proposta de regionalizao do Brasil por Milton Santos e Maria Laura e explicar as caractersticas de cada regio.

-Relaes Sociedade-Natureza: a tecnologia (a tcnica) vai mediar a relao sociedade-natureza que define a produo do espao geogrfico. Milton Santos fala na existncia de um meio natural, de um meio tcnico e do meio atual que o meio tcnico-cientfico informacional. O espao geogrfico o objeto de estudo da Geografia e formado a partir da transformao da natureza pela sociedade. O meio natural no um meio pr-tcnico, pois existe uma tcnica ainda que rudimentar, o que faz com que haja uma enorme dependncia das condies naturais -> ex.: a plantao deveria ocorrer em solos frteis; hoje, se planta em qualquer lugar por meio da fertilizao do solo com uso de tecnologia. Assim, no meio natural havia uma grande dependncia das vantagens naturais. Essa grande dependncia das condies naturais perdurou at a Revoluo Industrial, quando passamos para o meio tcnico.Hoje vivemos em um meio tcnico-cientfico informacional: iniciou-se no ps Segunda Guerra e consolidou-se nas ltimas dcadas com a Revoluo informacional (dcada de 70). Milton Santos (de base marxista) chama a ateno para a extrema intencionalidade da cincia: hoje j se encomenda uma inveno com o fim de servir ao mercado, nem sempre o objetivo atender coletividade, pode ser atender minoria detentora do capital. Urbanizao

I) Redes urbanasA configurao da rede urbana est diretamente relacionada diviso do trabalho no territrio. O processo produtivo comandado pelo capital hegemnico apia-se em redes tcnicas cada vez mais eficientes e desenvolve uma estratgia locacional para melhor aproveitar as especificidades de cada lugar, interferindo decisivamente na articulao entre as cidades, estimulando a competio e ao mesmo tempo a cooperao entre os lugares, influindo decisivamente em seu tamanho e em suas caractersticas. Fatores que interferem na dinmica das cidades:1) Economia: a passagem do fordismo para a produo flexvel gerou profundas transformaes nas metrpoles em todo o mundo, com o deslocamento da produo para cidades do interior que ofereciam custos menores de produo. Antigas cidades industriais fordistas entraram em decadncia ou fortaleceram o setor de servios, concentrando a gesto e a inovao. 2) Tecnologia: O avano das telecomunicaes e da tecnologia da informao, que aliado a uma logstica de transportes eficiente, possibilitou o refinamento da diviso territorial do trabalho e aumentou o grau de liberdade locacional da empresas, com conseqncias bvias no desenvolvimento das cidades. 3) Demografia: As metrpoles de Nova York, Londres e Hong Kong, por exemplo, tm cerca de 1/3 de sua populao nascida no exterior. Isto afeta no somente o tamanho das cidades, mas tem reflexos em sua potencialidade econmica e cultural.

No Brasil, estudo recente do IBGE (2008) aponta uma desigualdade da rede urbana brasileira, apresentando-se consolidada e estruturada no Sul e Sudeste, com poucas cidades de hierarquia elevada no Nordeste e ainda em consolidao no Norte do pas, com peso acentuado das capitais estaduais, principalmente Manaus e Belm.

O estudo classificou as cidades dessa forma: 1. Metrpoles: so os 12 principais centros urbanos do pas, que se caracterizam por seu grande porte e por fortes relacionamentos entre si, alm de, em geral, possurem extensa rea de influncia direta. As metrpoles que comandam a rede urbana concentram as decises e os recursos econmicos. O conjunto foi dividido em 3 subnveis: a) Grande metrpole nacional So Paulo; b) Metrpole nacional: Rio de Janeiro e Braslia; c) Metrpole: Manaus, Belm, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Curitiba, Goinia e Porto Alegre.

2. Capital regional: integram este nvel 70 centros que, como as metrpoles, tambm se relacionam com o estrato superior da rede urbana. Com capacidade de gesto no nvel imediatamente inferior ao das metrpoles, tm rea de influncia de mbito regional, sendo referidas como destino, para um conjunto de atividades, por grande nmero de municpios.

3. Centro sub-regional: integram este nvel 169 centros, com atividades de gesto menos complexas. Tm rea de atuao mais reduzida e seus relacionamentos com centros externos sua prpria rede do-se, em geral, apenas com as trs metrpoles nacionais (SP, RJ, Braslia). Com presena mais adensada nas reas de maior ocupao do Nordeste e do Centro Sul, e mais esparsa nos espaos menos densamente povoados das Regies Norte e Centro-Oeste.

4. Centro de zona: nvel formado por 556 cidades de menor porte e com atuao restrita sua rea imediata; exercem funo de gesto elementares.

5. Centro local: as demais 4.473 cidades cuja centralidade e atuao no extrapolam os limites do seu municpio, servindo apenas aos seus habitantes.

Conurbao, metropolizao e cidades mundiais:A Conurbao a unio, devido ao crescimento, de manchas urbanas de diferentes cidades, formando um espao contnuo. Na maior parte dos casos existe ncleo principal que concentra os elementos dinmicos e impulsiona o crescimento urbano, elemento estes que faz com que a rea urbanizada do ncleo original extrapole os seus limites poltico-administrativos e estimule o crescimento das cidades do entorno. A populao muitas vezes se fixa nas cidades do entorno por conta da maior oferta de reas residenciais de melhor qualidade (os subrbios americanos, por exemplo) ou de custo mais acessvel. Atividades econmicas que necessitam de grande espao, como indstrias tambm se distribuem por estas cidades do entorno. O processo de conurbao no exclusivo de metrpoles, cidades mdias tambm podem se conurbar.

Conurbao, metropolizao e formao de regies metropolitanas so processos distintos, embora geralmente relacionados. Conurbao um conceito que diz respeito morfologia a juno de manchas urbanas vizinhas. um processo fsico que est relacionado ao crescimento das metrpoles, mas existem metrpoles onde no ocorre a conurbao (essas metrpoles respeitam seus limites poltico-administrativo) e existem conurbaes que no constituem metrpole (so apenas aglomerados urbanos). No primeiro caso, a metrpole cresce, mas tem seu espao urbano contido em uma nica unidade-poltico administrativa. o caso de Manaus, que devido grande extenso territorial do municpio, a sua rea urbanizada contnua no extrapola o prprio territrio municipal. Na outra situao, ocorre o processo de conurbao, mas o espao urbano resultante no apresenta os atributos que a caracteriza como uma metrpole. Nesse caso, a aglomerao resulta em um aglomerado urbano.

J as regies metropolitanas so territrios institucionalizados, normalmente definidos por legislao. No caso brasileiro, competncia dos estados tal definio. Em 2010 eram 39 Regies Metropolitanas, mas apenas 12 metrpoles.

Conceito de metrpole: uma forma de concentrao demogrfica, social, econmica e poltica. o lugar de tomada de deciso, de produo e difuso de idias, de modos de vida. As metrpoles esto no topo da hierarquia urbana global. uma rede de metrpoles ao longo do mundo com composies diferenciadas uma das outras que comanda o planeta. Esto nas metrpoles as sedes da maior parte das grandes corporaes, dos centros de pesquisa, da produo meditica. Ali so oferecidos os servios mais avanados (financeiro, marketing, contabilidade, jurdico, etc).

No perodo fordista a dinmica das metrpoles estava muito ligada concentrao industrial. Com a compresso espao/tempo pelo avano das redes tcnicas, principalmente no campo informacional e da logstica, o papel das metrpoles mudou. Ocorreu uma desindustrializao relativa e um aumento da participao dos servios avanados na economia. Esta mudana da metrpole industrial para a metrpole informacional representou uma profunda transformao na estrutura de emprego, e, num primeiro momento, tambm uma grande crise. perceptvel uma grande queda no emprego industrial e, num primeiro momento tambm do emprego total. perceptvel tambm um enorme crescimento dos setores de servios, principalmente dos servios de apoio produo, mas tambm hotis e restaurantes e construo puxando a recuperao do emprego total. Processo semelhante ocorreu nas principais metrpoles mundiais.

As cidades globais devem ser analisadas com base nessa nova estrutura produtiva e das novas funes assumidas por estas metrpoles. Sackia Sassen (caiu no TPS 2014) analisa os principais elementos que caracterizam as cidades globais. necessrio olhar para o processo de globalizao e sua caracterstica de disperso geogrfica das atividades produtivas. Mas, ao mesmo tempo, tais atividades dispersas so crescentemente integradas, o que torna mais complexa e importante as funes coorporativas centrais (gerenciamento, coordenao, finanas, marketing, etc). O aumento dessa complexidade leva a uma crescente terceirizao: as grandes corporaes passam a contratar uma parcela incremental de servios centrais especializados (marketing, contabilidade, jurdico) antes exercidos pelo prprio grupo. As firmas que prestam esses servios especializados esto sujeitas a economias de aglomerao, dado a complexidade dos servios que produzem, a incertezas do mercado em que esto envolvidos e crescente importncia da velocidade nestas transaes criando condies e necessidades de novas dinmicas e aglomeraes. Neste caso, um ambiente urbano com funes de centro informacional e capacidade para aglutinar um grande nmero de profissionais altamente especializados. Estar numa cidade como esta significa estar num contnuo extremamente intenso e denso de informaes que traz vantagens competitivas. justamente a aglomerao destas firmas especializadas que caracteriza uma cidade global. Tais empresas precisam prestar um servio mundial e, para isto, dependem de filiais ou parceiros em outras cidades e pases, formando assim uma rede produtiva que conecta cidades ao redor do globo, caracterizando uma rede urbana internacional. Como conseqncia, o poder econmico das cidades globais ao redor do globo est cada vez mais desconectado com as suas hinterlndias e mesmo com as economias nacionais. As estruturas internas das cidades globais so marcadas por sua dinmica: a grande concentrao de profissionais especializados e bem pagos faz com que haja um crescimento das desigualdades scio-espaciais e da informalizao de certos setores da economia, que tm nessas cidades os seus mercados, mas que no conseguem se inserir nos circuitos econmicos mais lucrativos. Uma forma de compreender o significado de cidade global pensar em uma metrpole cuja rea de influncia extrapole a regio metropolitana para o mundo. Policentrismo: as firmas no se concentram necessariamente num nico ncleo na metrpole, mas se distribuem ao longo de vrios centros de negcio dinmicos e interconectados. O policentrismo pode ser identificado fora dos limites da prpria metrpole quando as firmas distribuem suas atividades em diversas cidades, profundamente interconectadas, que podem estar localizadas a centenas de quilmetros de distncia uma das outras.

A Globalization and World Cities Research Network (GAWC), grupo de pesquisa sediado na Inglaterra, classificou as cidades de acordo com a sua capacidade planetria (influncia) em termos de prover servios avanados de apoio produo, avaliando a sua conectividade com as demais cidades. Os centros identificados foram divididos em 4 grandes grupos:

Cidades Alfa: o grupo de 40 cidades mais conectadas e importantes. Neste grupo, composto por cidades como Paris, Tquio, So Paulo, Xangai, Buenos Aires, Caracas, Cidade do Mxico, Frankfurt, Mumbai, Moscou, Chicago, Londres e Nova York, as duas ltimas se isolam no mais alto nvel de importncia e integrao

- Cidades Beta: so importantes cidades mundiais que fazem a ligao de sua regio ou pas na economia mundial. Engloba cidades como Los Angeles, Rio de Janeiro, Cairo, Munique e Bogot.-Cidades Gama: so cidades mundiais que ligam regies ou pases menores a economia mundial ou cidades mundiais importantes cujo principal papel global no est ligado aos servios avanados da produo. Engloba cidades como Dedroit, Manchester, Cidade do Panam, Lagos e Calcut. - Cidades com servios suficientes: no so cidades mundiais, mas possuem uma quantidade suficiente de servios que as fazem no ser totalmente dependentes das cidades mundiais. Geralmente, so cidades capitais menores ou centros tradicionais de regies manufatureiras. Engloba cidades como Curitiba, Porto Alegre, Otawa e Medeln.

Dinmica intraurbana das metrpoles brasileiras- As metrpoles englobam os territrios mais conectados e, por isso, a dinmica das redes nas quais estes territrios esto vinculados tendem a ser preponderante sobre as dinmicas locais. Mas nem todos os territrios de uma metrpole esto conectados nos circuitos econmicos superiores. Em algumas delas, apenas uma pequena frao de seu territrio est sujeita a essa dinmica. Isso faz com que as metrpoles brasileiras concentrem riqueza, mas tambm grandes contingentes de populao empobrecida.- Para o conjunto das 12 metrpoles, a participao no total do emprego industrial do Brasil cai de 54% em 1985 para 36,2% em 2011, indicando uma clara migrao do emprego industrial para o interior. - A distribuio da populao mais pobre da regio metropolitana do Rio de Janeiro ajuda a entender a fragmentao urbana (existncia de uma parte dinmica e de outra empobrecida), com um imenso anel perifrico e um pontilhado de reas pobres no prprio municpio ncleo, revelando as reas de favela.

A metrpole de SP apresenta caractersticas diferenciadas por sua complexidade e tamanho. No entorno do municpio de SP articula-se, o que foi identificado ainda na dcada de 1970, a chamada macrometrpole paulista. Trata-se de uma imensa regio, altamente integrada e conectada, que, a partir da regio metropolitana de So Paulo, incorpora as regies metropolitanas de Campinas, da Baixada Santista, do Vale do Paraba e a regio de Sorocaba. Nesta rea, com mais de 25 milhes de habitantes, concentra-se o ncleo mais dinmico da economia nacional, onde as corporaes trabalham articuladas em mltiplas localidades. Trata-se de um espao-urbano, uma cidade-regio policntrica. dentro desta regio ou em seu entorno prximo que ocorreu grande parte da desconcentrao industrial relativa regio metropolitana de So Paulo. O papel das cidades mdias na modernizao do BrasilSposito (2004) considera como cidades mdias aquelas que alm de terem tamanho demogrfico correspondente a este porte (alguns falam em mnimo de 100.000 habitantes), desempenham claros papis intermedirios entre as cidades pequenas e as metrpoles. A populao das cidades pequenas, polarizadas por uma cidade mdia, realizam parte do consumo de bens e servios necessrios produo e vida nestas cidades. So elas tambm que apresentam as melhores condies para, dado os ajustes do sistema fordista para o sistema flexvel de produo, abrigarem novas unidades de produo, cumprindo assim no somente o papel de atendimento ao mercado regional, mas desempenhando importantes funes como elos de um sistema produtivo global. Exemplo de rede urbana comandada por uma cidade mdia Chapec (SC). A cidade organiza todo o oeste catarinense, funcionando como um centro intermedirio entre as cidades menores e a metrpole.

O IBGE aponta um conjunto de cidades que podem ser tratadas como mdias: so 70 capitais regionais (excludas as maiores capitais regionais) e 169 cidades listadas como centro sub-regionais. A distribuio destas cidades bastante irregular, concentrando-se em grande nmero e densidade no centro-sul brasileiro, mas escasseando-se em direo ao Nordeste e Amaznia. A estruturao desta rede urbana significa um avano da malha tecno-informacional para pores mais amplas do territrio, integrando estas regies a rede de produo capitalista mais avanada. So as redes produtivas caminhando para o interior do territrio brasileiro, onde as cidades mdias so importantes ns, desempenhando suas funes de modo integrado e complementar s metrpoles que concentram os servios mais avanados e a gesto, enquanto ocorre uma relativa disperso da produo e mesmo de algumas atividades tercirias mais nobres para cidades mdias.Na dcada de 1970, houve um esforo, por parte do governo federal, de reduzir a concentrao metropolitana e fortalecer as cidades mdias. Influenciado pela experincia francesa de amnagement Du territoire, que buscava diminuir a concentrao econmica excessiva em Paris pelo fortalecimento de centros no interior do pas (ex.: Lyon), foi lanado o Programa Nacional de Apoio s Capitais e Cidades de Porte Mdio, parte integrante do II PND. O programa tinha como objetivo o fortalecimento de algumas cidades mdias para aliviar o crescimento das metrpoles. As cidades escolhidas deveriam atrair atividades e pessoas, dando fora economia de suas regies. Crescimento das cidades mdias:- Os dados do Censo de 2010 confirmam o fato de os centros intermedirios terem saldos migratrios maiores do que as metrpoles. As metrpoles continuam crescendo, mas a taxas menores do que as cidades mdias. - So as conexes com redes produtivas superiores (metrpoles) aliada a oferta de bens e servios para a sua rea de influncia que promovem a dinmica das cidades mdias, mas principalmente em detrimento das pequenas cidades e de maneira complementar as metrpoles. - De fato, as cidades mdias ganham importncia qualitativa e quantitativa na rede urbana brasileira. Mas tal ganho no significou um enfraquecimento das metrpoles, mas sim uma consolidao da rede urbana brasileira. Conceito de Megacidades:- Megacidade: cidades com mais de 10 milhes de habitantes -> conceito quantitativo, adotado pela ONU. Esto mais presentes na sia e na frica do que nas reas de urbanizao tradicional (Europa e EUA). - Tanto pases subdesenvolvidos quanto pases desenvolvidos podem possuir megacidades, pois o critrio de classificao independe da condio de qualidade de vida de um pas. - O conceito de megacidade estritamente quantitativo, pois considera apenas o nmero de indivduos habitantes do espao urbano. - Quando a anlise qualitativa, utiliza-se o conceito de cidade global, que avalia a importncia da cidade em relao dinmica advinda da globalizao.

REGIC IBGE- Braslia tem comando ligado gesto pblica.-So Paulo tem o comando corporativo. Urbanizao na Amrica Latina- Na Amrica Latina, o crescimento demogrfico e a urbanizao, processos que no passado foram muito acelerados, tm perdido fora. Atualmente, a maior parte do incremento populacional das cidades resulta do crescimento natural (ou vegetativo). -O processo de urbanizao nos pases latino-americanos no est concludo; desacelerou, mas os nveis de urbanizao esto aumentando.

Urbanizao na frica- A urbanizao na frica est acelerada e ocorre a taxas altas -> o principal fenmeno geogrfico que ocorre na frica atualmente.

Geografia Econmica