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Patrícia Figuerêdo Nardaci – 967142 Prof.: Nelma Violência e a Formação do Individuo na Contemporaneidade Fichamento: Família, emoção e ideologia REIS, José Roberto Tonozi “É na família mediadora entre o indivíduo e a sociedade, que aprendemos a perceber o mundo e a nos situarmos nele [...] Ela é o primeiro “nós “ a quem aprendemos a nos referir.” (p. 99) “A família teria por função desenvolver a socialização básica em uma sociedade que tem sua essência no conjunto de valores e de papeis. Parsons fala de sociedade capitalista e torna a família dessa sociedade como universal e imutável: a família nuclear busrguesa torna-se sinônimo de família.” (p. 100) “Freud enveredou por essa mesma senda [...] Mas o que para Freud é “a família” na realidade trata-se apenas de uma das formas que a instituição familiar assume em determinado momento histórico – a família burguesa.” (p. 100) “A relativa autonomia da organização familiar é determinada por uma complexa interação de diversos fatores que se referem tanto ás formas peculiares de organização interna do grupo familiar, quanto aos aspectos econômicos, sociais e culturais que o circunscrevem [...] É portanto impossível entender o grupo familiar sem pensar em uma complexa trama social e histórica que o envolve.” (p.101, 102) [...] a família não é algo natural, biológico, mas uma instituição criada pelos homens em relação, que se constitui de formas diferentes

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Patrcia Figuerdo Nardaci 967142Prof.: Nelma Violncia e a Formao do Individuo na Contemporaneidade

Fichamento: Famlia, emoo e ideologiaREIS, Jos Roberto Tonozi

na famlia mediadora entre o indivduo e a sociedade, que aprendemos a perceber o mundo e a nos situarmos nele [...] Ela o primeiro ns a quem aprendemos a nos referir. (p. 99)A famlia teria por funo desenvolver a socializao bsica em uma sociedade que tem sua essncia no conjunto de valores e de papeis. Parsons fala de sociedade capitalista e torna a famlia dessa sociedade como universal e imutvel: a famlia nuclear busrguesa torna-se sinnimo de famlia. (p. 100)Freud enveredou por essa mesma senda [...] Mas o que para Freud a famlia na realidade trata-se apenas de uma das formas que a instituio familiar assume em determinado momento histrico a famlia burguesa. (p. 100)A relativa autonomia da organizao familiar determinada por uma complexa interao de diversos fatores que se referem tanto s formas peculiares de organizao interna do grupo familiar, quanto aos aspectos econmicos, sociais e culturais que o circunscrevem [...] portanto impossvel entender o grupo familiar sem pensar em uma complexa trama social e histrica que o envolve. (p.101, 102)[...] a famlia no algo natural, biolgico, mas uma instituio criada pelos homens em relao, que se constitui de formas diferentes em situaes e tempos diferentes para responder s necessidades scias. [...] A segunda considerao que a famlia, qualquer que seja sua forma, constitui-se em torno de uma necessidade material: a reproduo. [...] A terceira considerao que alm da sua funo ligada a reproduo biolgica, a famlia exerce tambm uma funo ideolgica. [...] sua prpria reproduo social: na famlia que os indivduos so educados para que venham a continuar biolgica e socialmente a estrutura familiar. (p. 102)Resumidamente podemos considerar que as duas importantes funes da famlia so: 1) econmica, no que se refere reproduo de mo de obra; 2) ideolgica, no que se refere reproduo da ideologia dominante. (p.102)Althusser, por exemplo, ao descrever as instituies usadas pelo Estado na manuteno da dominao poltica da burguesia considera a famlia um importante aparelho ideolgico, embora afirme ser a escola o aparelho ideolgico mais utilizado. (p.103)Para entendermos mais profundamente como a famlia cumpre suas funes de agente da reproduo ideolgica necessrio voltarmos a ateno para o seu funcionamento interno [...] o que mais a diferencia de outros grupos: ela o locus da estruturao da vida psquica. [...] Mark Poster. Para ele a famlia o lugar onde se forma a estrutura psquica e onde a experincia se caracteriza, em primeiro lugar, por padres emocionais. [...] Alm de ser o locus da estrutura psquica, a famlia constitui um espao social distinto da medida em que gera e consubstancia hierarquias de idade e sexo. (p.104)Poster apresenta quatro modelos de famlia: a famlia aristocrtica e a famlia camponesa (dos sculos XVI e XVII), a famlia proletria e a famlia burguesa (do sculo XIX). [...] Demonstra ainda a determinao de suas estruturas emocionais pelas condies sociais em que se inscrevem no contexto histrico. (p.105)A aristocracia tinha sua riqueza assentada nos favores do monarca e no controle da terra [...] A habitao aristocrata no favorecia nenhuma forma de privacidade, pois era caracterizada por baixa diferenciao funcional de suas peas, pela presena de corredores [...] As relaes entre os membros da casa eram rigidamente hierarquizadas e estabelecidas pela tradio [...] Os aristocratas ento um agudo senso das normas sociais externas, mas no um severo superego. [...] A sexualidade aristocrata obedecia a padres prprios. Seu exerccio era reconhecido tanto para os adultos de ambos os sexos, quanto para as crianas. (p.106)[...] a camponesa se caracterizava por um alto padro de natalidade, associado a uma tambm acentuada mortalidade infantil [...] A famlia no era espao privado ou privilegiado e os laos emocionais se estendiam para fora dela. [...] Enfim, apesar de viver em pequenas unidades nucleares, a famlia camponesa, tendo toda uma vida voltada para si, tambm desconhecia e no valorizava a domesticidade e a privacidade. (p.107,108)A famlia proletria vista por Poster em trs fases que vo da sua constituio at a adoo do modelo burgus. Sua constituio deu-se no perodo inicial da industrializao (incio do sculo XIX) sob condies de extrema penria social e econmica. [...] O segundo estgio da familia proletria corresponde segunda metade do sculo XIX, que coincide com o aparecimento de setores mais qualificados da classe operria e com a ao de alguns filantropos burgueses [...] O terceiro estgio ocorreu j no sculo XX, com a mudana da familia operaria para os subrbios, a partir da romperam se os vnculos com a comunidade. (p.108,109)A famlia burguesa nascida na Europa em meados do sculo XVIII, rompeu com os modelos familiares vigentes criou novos padres de relaes familiares. [...] A familia era recanto de afeto mas no do prazer sexual. [...] Assim, vamos encontrar um novo quadro de vida familiar estabelecido pela burguesia. Ele comea a tomar forma com a recluso da vida familiar, que cria as condies para a total dependncia dos filhos em relao aos pais. [...] Com o isolamento da famlia nuclear e a consequente intensificao das relaes afetivas entre seus componentes, a criana ficou na total dependncia de seus pais para a satisfao de suas necessidades de afeio. [...] O poder parental travestido de amor para submeter os filhos. (p. 109-112)At aqui vimos a famlia, por um lado como instituio que tem por importante funo a reproduo da ideologia e por outro consideramos a dinmica interna da famlia burguesa. [...] Assim, podemos concluir que certas caractersticas fundamentais da famlia burguesa tpica do sculo XIX que criou novos padres para a vida familiar, adequados s necessidades da nova classe dominante continuam presentes nas famlias contemporneas. (p.122)