11
Resumo Social Contract From Hobbes to Rawls Hobbes as “not really a contract theorist” Jean Hampton. Dois tipos de teorias tradicionais do contrato social: quem empresta o poder para os governantes, sob a condição de satisfazer as necessidades mais importantes e; quem aliena ou abre mão do seu poder para os governantes na esperança de que isso satisfaça suas necessidades mais importantes. Segundo a autora, Hobbes não era um contratualista, pois em sua visão somente o modelo de “agência protetora contratada” seria a forma contratualista de dominação política. A teoria de Hobbes seria da alienação, conceito mestre/escravo de poder político. Reação comum de aversão à Hobbes. Locke visto como autêntico contratualista. A diferença não está em primeiro lugar entre as doutrinas de alienação e escravidão, e doutrinas de “contratação”, mas entre teorias do contrato social que dão prioridade À demandas da ordem política, e da “cidade terrena” e aqueles que dão prioridade às demandas da lei moral interior e da “cidade de Deus”. Common features of social contract doctrines 1) A fundação do verdadeiro e autêntico corpo político advem de um contrato firmado por todos os indivíduos. Não entre indivíduos, para não desqualificar a teoria de Rousseau 2) Pacto para ESTABELECER o governo. Não entre governante/governados. A emergência da noção de contrato social está intimamente ligada à emergência da ideia de igualdade entre os seres humanos. Não é original do séc XVII, mas a Reforma Protestante deu um grande ímpeto à ideia. Hobbes: os homens são igualmente capazes de matarem uns aos outros e igualmente temerosos da morte violenta. Entretanto, a ideia de igualdade é que todos seriam igualmente livres por natureza. Doutrina comum: ninguém tem naturalmente o direito de se impor sobre outros. Ideia de Platão rejeitada, na medida em que o acesso à verdade não pode se traduzir em legitimação da dominação. Todo governo no contrato social é constituído por aqueles que serão governados (acordo de vontades). 3) Acordo simultâneo entre uma multidão de indivíduos, não uma sequência de acordos bilaterais. A multidão de incorpora numa unidade atuante. Embora tanto Hobbes (comunidade por aquisição),

Fichamento Social Contract From Hobbes to Rawls

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Resenha da obra Social Contract From Hobbes to Rawls, focando no capítulo sobre Thomas Hobbes.

Citation preview

Page 1: Fichamento Social Contract From Hobbes to Rawls

Resumo Social Contract From Hobbes to Rawls

Hobbes as “not really a contract theorist”Jean Hampton. Dois tipos de teorias tradicionais do contrato social: quem empresta o poder para os governantes, sob a condição de satisfazer as necessidades mais importantes e; quem aliena ou abre mão do seu poder para os governantes na esperança de que isso satisfaça suas necessidades mais importantes.Segundo a autora, Hobbes não era um contratualista, pois em sua visão somente o modelo de “agência protetora contratada” seria a forma contratualista de dominação política. A teoria de Hobbes seria da alienação, conceito mestre/escravo de poder político.Reação comum de aversão à Hobbes. Locke visto como autêntico contratualista. A diferença não está em primeiro lugar entre as doutrinas de alienação e escravidão, e doutrinas de “contratação”, mas entre teorias do contrato social que dão prioridade À demandas da ordem política, e da “cidade terrena” e aqueles que dão prioridade às demandas da lei moral interior e da “cidade de Deus”.

Common features of social contract doctrines1) A fundação do verdadeiro e autêntico corpo político advem de um contrato

firmado por todos os indivíduos. Não entre indivíduos, para não desqualificar a teoria de Rousseau

2) Pacto para ESTABELECER o governo. Não entre governante/governados.A emergência da noção de contrato social está intimamente ligada à emergência da ideia de igualdade entre os seres humanos. Não é original do séc XVII, mas a Reforma Protestante deu um grande ímpeto à ideia. Hobbes: os homens são igualmente capazes de matarem uns aos outros e igualmente temerosos da morte violenta. Entretanto, a ideia de igualdade é que todos seriam igualmente livres por natureza. Doutrina comum: ninguém tem naturalmente o direito de se impor sobre outros. Ideia de Platão rejeitada, na medida em que o acesso à verdade não pode se traduzir em legitimação da dominação. Todo governo no contrato social é constituído por aqueles que serão governados (acordo de vontades).

3) Acordo simultâneo entre uma multidão de indivíduos, não uma sequência de acordos bilaterais. A multidão de incorpora numa unidade atuante. Embora tanto Hobbes (comunidade por aquisição), quanto Locke e Rousseau (consentimento tácito) abordem a sequência de contratos, nenhuma delas representa o coração da ideia de pacto social. O coração da ideia de pacto social para Hobbes é o ato de geração, quando a multidão simultaneamente se transforma em uma unidade, o leviatã.

4) O contrato social não é um contrato qualquer, é sempre distinto e especial, que não pode ser equiparado aos contratos cotidianos nem negociado como tais. O contrato social objetiva criar uma união permanente entre os contratantes mutuamente e uma união que continuará a ligar os sucessores dos contratantes orginais, com ou sem sua expressa adesão. A vontade comum era passar de um estado para outro.

Page 2: Fichamento Social Contract From Hobbes to Rawls

A ideia básica do contrato social pode ser distinguida em duas direções de desenvolvimento: 1) pedra fundamental em direção à criação de um corpo político capaz de atender as necessidades políticas dos homens. 2) meio de cruar um corpo político, mas simultaneamente um meio de manter o corpo político subordinado ao reino da moralidade, ou o “reino de Deus”.

The Basic Divergence within Social Contract Doctrine

Hobbes representa a primeira tendência. Locke e Rousseau, a segunda, não obstante a diferença entre eles.A distinção é a relação entre os comandos da consciência individual e da constituição da ordem política. Hobbes: secularismo (não ateísmo). Recusa a partir de presuposições absolutamente morais. A constituição do poder temporal que garante paz, segurança e felicidade seria cumprimento do propósito de Deus para o homem.Para Locke, a estrutura do governo civil é um suplemento do reino de Deus desenhado no estado de natureza. O contrato social age de um lado para constituir o governo civil e, de outro, para assegura a subordinação do governo às leis originais e indestrutível reino natural de Deus.Rousseau não vê um reino natural moral, nisso se assemelha a Hobbes. O mundo existente é corrupto. Como Hobbes, ele vê a criação da ordem política como estritamente necessária, mas por outro lado, a ordem política é um meio de regeneração moral interior do homem, que é seu objetivo primário. Associação em que cada indivíduo, ao se unir com os outros, obedece a ninguém senão ele mesmo e continua tão livre quanto antes. O contrato social é um ato pelo qual os homens se subordinam diretamente à lei moral soberana, chamada por ele de vontade geral. No contrato, os homens se comprometem a se regerem através da sua razão e consciência, como são regidos no estado de natureza de Locke.No estado de natureza, não haveria uma representação da vontade comum. Alienação. O que destruiria o caráter essencial do homem como ser moral. A única representação permitida era o que ele chamou de governo, insituição provisional, totalmente subordinada ao povo, formada pelo contrato social. Assemelha-se a Locke. Reino político submisso ao reino espiritual interior. Para Rousseau, a virtude seria o princípio reitor de qualquer governo.Tanto Locke quanto Rousseau advogavam a separação de poderes, no sentido de subordinação de poderes. O povo era a fonte do poder político e quanto mais fosse representativo, mais teria que se sujeitar ao controle.Segundo Locke, o legislativo era subordinado à comunidade política como um todo, enquanto o executivo era subordinado tanto ao legislativo quanto à comunidade política. Para Rousseau, o executivo era estritamente subordinado à assembleia popular, que conjugava a assembleia constituinte e o legislativo ordinário. O povo possui o poder supremo pois estaria diretamente sob as regras da lei moral.Para Hobbes, à ordem política era dada total autonomia. Não era advindo de um reino espiritual, nem meio para criação de um reino espiritual superior. A ordem política tem suas raízes na perpétua tendência da liberdade humana de produzir a guerra. Política era a guerra, luta perpétua para restringir a guerra. A guerra não era algo temporário e infortúnio, nem produto de homem mal, nem pela natureza beligerante ou contenciosa. A guerra era produto da relação entre as vontades de duas ou mais pessoas. A guerra

Page 3: Fichamento Social Contract From Hobbes to Rawls

ocorre quando o julgamento natural do que seria desejável entra em conflito com o direito idêntico de outra pessoa. A causa última da guerra não é uma coisa ou substância, mas o direito possuído, dentro da interação, de decidir o que é dele e como preservá-lo.Como a guerra era tão arraigada na natureza humana, a restrição da guerra – formação do Estado – não poderia ser delegada a um “agente contratado”. A formação do Estado deveria ser um ato fundamental humano que institui um “ator”, uma vontade distinta equipada com os meios e poder para restringir a tendência aos conflitos violentos.O contrato social é inteiramente político. Forma uma pessoa capaz de decidir pela maioria e autorizada a preservar paz interna e defesa externa.O povo tem o papel de só criar tal poder, mas não governar.Rousseau: revolução permanente. Hobbes: apenas um momento criativo.Para Hobbes, era ilusório confiar que a aceitação geral de uma lei moral superior era suficiente para prevenir a guerra.Hobbes não distingue a separação de poderes, não faz sentido em sua lógica. Necessidade de unidade na vontade pública, que seria mais eficaz quando só há uma pessoa no processo de tomada de decisão.

Hobbes’s Contract Examined More Closely

O contrato social hobbesiano é a culminação de um processo de desenvolvimento da racionalidade humana subsumido no estado de natureza.Interação entre razão e paixão. Causas eficientes (medo da morte) e causas finais (desejo de felicidade, vida mais segura).A satisfação das paixões individuais deve ser guiada não somente pela razão, mas pela “razão correta”, na forma das leis da natureza. Para Hobbes, única moralidade objetiva. Leis naturais não são feitas ou acordadas, são descobertas pela razão, eternas, dadas por Deus e imutáveis. Aceitáveis pela razão de todos os homens. Prescrevem a forma de ação e comportamento para garantir o mínimo de coexistência social e pacífica.Leis condicionais, não categóricas, dependentes da implementação de outro para implementação de alguém para si. Rompimento com os conceitos anteriores de moralidade. Primeira tentativa de distinguir o que veio a ser posteriormente regras do “certo” em contraste com as regras da “moralidade”. Regras de moralidade política.O terceiro e último estágio no desenvolvimento do estado de natureza, em que ele é transcendido e abolido, ocorre quando os grupos de homens que não podem confiar na implementação individual das leis da natureza, necessitando de um ato de criação coletivo do Estado. Para Hobbes, Deus deu à humanidade as leis da natureza e requer atividade humana em resposta. Fazer o Estado, desempenhar a tarefa de Deus.Diferente de Locke, Hobbes concebia o direito natural como uma liberdade subjetiva, não como objetiva. Locke pensava que o homem tinha direito natural às coisas que possuia. Para Hobbes o homem também era possuidor, mas não tinha o direito natural de propriedade sobre suas posses, tinha sim o direito de julgar unilateralmente e decidir o que fosse necessário ser feito para assegurar sua própria perservação. Conflito entre pretensões de direito legítimas. Legitimidade do direito original fazer guerra.

Page 4: Fichamento Social Contract From Hobbes to Rawls

Quando se entende o direito natural para Hobbes, entende-se que a conotação de alienação servil dos direitos perde sentido. Uma das primeiras responsabilidades do Estado era garantir o respeito mútuo aos direitos naturais. Para o direito se tornar real seria necessário que o “direito unilateral a decidir” fosse renunciado em favore do governante, soberano. Para Hobbes, quanto maior o direito original, maiore a exigência de abdicação do direito individual no estado civil. Hobbes é mais individualista e, paradoxalmente, mais estadista.Sobre a ontologia do estado de natureza. Hipóteses que são úteis para objetivo prático, em vez de propósito estritamente teórico. Não são exigidas que se jam necessárias ou possíveis na explanação, mas instrumentos úteis para alcançar um resultado desejado.Comparação entre a hipótese do estado de natureza de Hobbes e de Rawls. Rawls: “posição original” e “contrato”. Sociedades políticas organizadas, na visão de Rawl, são e deve mser reguladas por princípios de justiça, que é a principal prioridade. Toda forma de cooperação social deve ser julgada e se necessária reformada ou abolida, em termos de princípios de justiça. Princípios de justiça são “convencionais”. Concepções de justiça convergentes. Isso pode ser alcançado quando se descobre quais princípios os indivíduos escolheriam se fossem colocados numa condição “justa” (“equidade”) mentalmente construída. Condição “justa”: noções de equidade que são aceitas pela maioria das pessoas ou são “razoáveis”, que existiriam antes de qualquer cooperação social.Qual o status ontológico da hipótese de Rawls? Não há necessidade da coisa por si, chamada justiça. Finalidade prática e pouco teórica.Em contraste, a hipótese de Hobbes do estado de natureza pretende ser um passo necessário na explicação do mundo político. Método analítico sobre o fenômeno em questão. Hobbes não teve a intenção de formular uma hipótese como útil para objetivo prático. A hipótese de Hobbes sobre o estado de natureza e o contrato social foi formulada como um elo absolutamente indispensável na demonstração da natureza essencial do corpo político, seja qual for suas características empíricas ou fenomenológicas.

ConclusãoO paradoxo na ideia do contrato social foi que ele foi usado, de um lado, como parte de um esforço para legitimar o estado, como um corpo com sua própria lógica política e, de outro lado, como parte de um esforço para reafirmar a supremacia do interior, reino espiritual sobre o estado, sobre a política.Hobbes e Rousseau são os extremos. Hobbes: contenção da consciência individual no interesse da paz social externa. Rousseau: afirmar as demandas da consciência individual interior em detrimento dos interesses da paz social externa. Embora ambos considerem o contrato social como fundação do corpo político.Duas tendências do Protestantismo. Uma de subordinar o político ao espiritual, embora elevando o político como melhor protetor do indivíduo e da sua fé privada, outra, mais secular, representada por Hobbes.Ambas tendências apareceram nas grandes reviravoltas políticas que ocorreram na America e na França no final do século XVIII, quando a doutrina do contrato social de tornou uma demanda concreta e o povo deveria agir como “poder constituinte”.

Page 5: Fichamento Social Contract From Hobbes to Rawls

Resumo Guidebook Hobbes and Leviathan

Cap. II- Leviatã: Jó 41.- Versões em inglês e latim. Na versão em latim Hobbes abaixa o tom das discussões religiosas e teológicas, possivelmente por causa da época menos permissiva da tradução.- Original manuscrito seria presente para o Rei Charles II e está guardado na British Library.- Capa. Homem artificial que incorpora segmentos civis e eclesiásticos da sociedade, sob seu comando. Única religião pública. Ilustração de todos os indivíduos se unindo na figura do soberano.- Livro dividido em quatro partes: 1) Matéria e artífice, ambos o homem; 2) como e pelo quê o pacto é feito, quais os direitos e poderes do soberano e o que se preserva e se dissolve; 3) o que é uma comunidade cristã e 4) o que é o reino das trevas- Ideia central: como fazer um homem artificial que carregará a personalidade da comunidade e agirá como representante político do povo como um todo. Os sujeitos individuais se incorporam num único corpo político como meio de criar uma autoridade política unitária com poder para compelir à obediência.- Hobbes era pioneiro, portanto, não tinha pretensão de elaborar uma teoria política, mas era um matemático e filósofo generalista. A teoria política do Leviatã era continuidade dos seus outros pensamentos filosóficos e intelectuais.- Do ponto de vista de Hobbes, seres humanos deveriam estar sujeitos às mesmas leis que corpos materiais estão, incluindo leis da razão, que por ser um fenômeno natural, deve ser explicável pelo mesmo processo material que outros fenômenos naturais.- Crenças mal-entendidas e mal-entendidos sobre a crença formam uma das causas primárias das disordens do tempo de Hobbes, para as quais a teoria política do Leviatã oferece um remédio.

Cap. IV

Estado de natureza.Anarquia. Grotius, Pufendorf e Locke o conceberam menos turbulento que Hobbes. Propósito: justificar a autoridade política.Em Hobbes, o estado de natureza foi real e histórico ou só uma hipótese? Para o autor, “um pouco dos dois e nenhum deles”.Aspectos descritivos: como seria a vida no estado de natureza.Aspectos normativos: quais direitos, obrigações e leis existiriam no estado de natureza.Crueldade do estado de natureza: guerra de todos contra todos, medo da morte violenta, vida miserável e curta, sem cultura, artes, sociedade, comércio, indústria etc. Guerra não é só a batalha, mas o estado de guerra. Causas: “competição”, “desconfiança” e “glória”.Competição: escassez de recursos e bens. Competição. Inimizade. Acumulação de bens é perpétua e não se satisfaz. Motivação é insegurança, não ganância.

Page 6: Fichamento Social Contract From Hobbes to Rawls

Desconfiança: não há segurança. Razão para atacar outro por medo de ser atacado primeiro. Cada pessoa tem igualmente o poder de matar. Prudência e racionalidade.Glória: deleite no status. Desejo de honra como motivo para ação. Glória vã, superestimação, causa de crime, isento da lei criminal.Raiz comum: escassez. Qualquer bem escasso provocará competição. Segurança física é um bem escasso, porque cada pessoa tem um motivo para um ataque preventivo e todas são igualmente capazes de atacar. O bem da glória é escasso porque depende de ser alguém melhor do que todos.Circularidade. A escassez gera competição e desconfiança, que gera guerra, que gera escassez.Hobbes não acusa a natureza humana: prudência mesmo debaixo de autoridades; motivação não é o interesse próprio, mas a sobrevivência onde os recursos são escassos.

Leis naturais. Pré-existentes. Conteúdo moral. Guia moral.19 leis, mas Hobbes afirma que podem ser contraídas em uma só: “não faça aos outros aquilo que não querem que façam a você”.

Direito naturalTodo homem tem direito a todas as coisas. Para Hobbes, significa que a pessoa não está sob dever ou obrigação. Ou seja, há direito, mas ninguém é obrigado a efetivar seu direito. Direito a fazer todas as coisas que forem necessárias para auto-preservação. Instrumental e condicional. Derivam da razão natural.

Separando Obrigações e DireitosDireito ≠ Lei. Faculdade/obrigaçãoLei natural: o que impede a pessoa de agir em sua autodestruição. Então onde está a faculdade? Segundo o autor, quem impede é a “razão”, não a lei, quando se estuda a tradução em latim de Hobbes. A razão compele a aceitar as conclusões dos “teoremas” das leis naturais. A razão poderia até dizer que é razoável escolher a morte quando ela for um bem maior (ou mal menor): eutanásia. Mas para Hobbes, geralmente, a razão prefere a vida e o que é necessário para mantê-la é a constituição da autoridade política.

Enter the “fool”Tolo. Nega que não há justiça, não há razão, não há Deus. Não cumpre os acordos. Se tem direito a todas as coisas, por que não a quebrar os acordos? Hobbes não diz que a punição divina que faz ser tolice quebrar pactos. Argumenta que seria tolice usar violência injusta para assegurar o Reino de Deus, mesmo que não houvesse nenhuma punição posterior, dado que uma usurpação bem-sucedida de Deus faria de alguém onipotente. O tolo não teria boa razão para quebrar acordos pois seria uma aposta ruim. Entenda-se boa razão dem interesse próprio, dado o interesse que as pessoas possuem na sua própria preservação. O tolo é tolo não porque nega justiça, mas porque pensa ser uma boa ideia quebrar um acordo, mesmo que a outra parte o tenha cumprido. Para Hobbes, não cumprir é irracional, mesmo que haja resultado benéfico, pois uma aposra ruim ainda é irracional.

Page 7: Fichamento Social Contract From Hobbes to Rawls

O Papel do Estado de Natureza no LeviatãEstado de natureza, justificar a autoridade política (ou a comunidade, associação).A miséria do estado de natureza e o fato das pessoas quererem sair dele pode ser uma razão para criar a autoridade política, mas por si só, não jusitifica essa autoridade.Exemplo: caixa no banco assaltado. Entregar o dinheiro é melhor do que ser assaltado, mas não justifica o roubo do banco.A justificação da autoridade política se dá pelo pacto, consentimento, acordo. O fato do povo ter razão para escolher a autoridade política no estado de natureza justifica essa autoridade (essa afirmação será investigada no cap. VI)

ConclusãoAnálise estática do estado de natureza: como ele é e seus conceitos chaveAnálise dinâmica do estado de natureza: condição da qual se deve escapar se uma autoridade política for justificada.

Cap. VI

Contrato e consentimento.Segundo o autor, o estado de natureza não pode ser deixado, pelo menos por decisão racional. Para Hobbes, a autoridade política não é justificada somente porque domina sobre todos. Ela requer concordância.

Contrato e justificaçãoO contrato gera uma obrigação que antes não existia. Atraente para teóricos. Após o contrato, a ideia, a faculdade, se torna obrigação. O contrato pressupõe benefícios ao contratante.

Imaginário coletivoEm Hobbes o poder é exercido por um único agente (o soberano), seja ele um indivíduo ou uma associação de indivíduos. O direiro de dominação repousa no consenso e esse consenso pode ser dado extra-contratualmente. Exemplo do bebê.O direito de dominação não deriva da força bruta, mas do consenso em se submeter a ele. Abrir mão do direito (a todas as coisas) significa tomar uma obrigação. Abre-se mão do direito de julgar o que é ou não necessário para a auto-preservação.Para Hobbes, o contrato é imaginário, mas o consentimento é real, com obrigatoriedade real.A criação do soberano envolve um ato coletivo de imaginação. Primeiro, os sujeitos se imaginam uma unidade real, como uma única pessoa, segundo, eles imaginam que os atos dessa pessoa serão tidos como de todos eles.O soberano não assume compromissos porque não é parte no contrato, surge apenas após o contrato.

ConsentimentoHobbes acredita que a autoridade política é justificada porque o povo concordou com ela. Hobbes não se preocupa muito com os meios pelo qual um indivíduo indica seu consentimento.

Page 8: Fichamento Social Contract From Hobbes to Rawls

No ponto de vista de Hobbes, se alguém está sujeito a um poder superior e por aceitar sua proteção, já consentiu com sua autoridade sobre ele e isso seria suficiente para justificá-la.O contrato por si, e não a força física por trás dele, que cria a transferência de direitos e estabelece obrigações. Promessas extraídas pelo medo da morte dentro da sociedade política são vazias, porque o promitente não tem direito na coisa prometida. Entretanto, não é o contrato que garante a obediência, mas a ameaça do uso da força.

Liberdade e seu oposto.Quem consente age livremente, mesmo que por medo. Medo e liberdade são consistentes. O medo não compromete a liberdade.Hobbes era um determinista. Ações humanas determinadas por causas pré-existentes. Mas ainda assim, pensa que liberdade pode ser conciliada com determinismo.Liberdade é tanto fazer, quanto abster-se de fazer, sem encontrar obstáculos externos.Na omissão do soberano, o indivíduo possui liberdade.Visão da liberdade sem obstáculos e sem lei. Porém estar debaixo de uma autoridade política não é perder a liberdade. Para Hobbes, o ato de submissão é tanto uma obrigação quanto uma liberdade.Contraste entre liberdade natural e civil. Liberdade natural: ausência de obstáculos para fazer o que eu quero. Sob autoridade política coloca-se obstáculos através do acordo com o soberano que irá restringir minhas ações. Liberdade civil: garantia de segurança do bem mais precioso, vida, sendo esta a condição de conseguir o resto. Quanto menos leis, mais liberdade natural. Mas a restrição legal é necessária para a liberdade civil mediante consentimento do poder do soberano.Não há distinção entre liberdade em estados conquistados ou instituídos.Base racional de submissão: proteção do soberano.Distinção do consentimento no estado de natureza e sob governo, em termos de medo (coação e violência) e segurança. Já se entregou a liberdade natural a fim de assegurar a proteção, então não se pode considerar consentimento quando há submissão sob coação. Se, alguém escolhe viver no estado de natureza, deve-se concordar que se se submete ao roubo ou ao estupro em vez da morte violenta, há consentimento quanto a isso.

Moralidade e contrato