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Filme: Um Sonho Possível Comparação das cenas do filme com os textos trabalhados em sala sobre “Avaliação” 1º momento Um rapaz vai pedir vaga ao treinador de um Colégio para seu filho e para seu amigo Michael Oher. O treinador diz que não está envolvido com admissões, então o pai de Steve menciona as habilidades dos dois meninos com jogos, deixando assim, o treinador interessado e boquiaberto ao ver “Big Maik” jogando na quadra da escola com Steve. O treinador leva então os documentos dos dois garotos à comissão de admissão do colégio. O diretor da escola analisa os documentos e diz que os documentos de Steve são aceitáveis, mas os de Michael são insuficientes para o ingresso na escola. Diz também que não vê razões para ele querer estudar e nem motivos para acreditar que ele terá sucesso nesta escola. Michael possui um Q.I. muito abaixo do qual a escola exige para o ingresso. Michael teria sido vítima dessas escolas que passam os alunos sem ao menos se importar se os objetivos estavam sendo alcançados. Iam passando ele de ano sem se importarem se Michael estava aprendendo ou não. (“... o princípio que venho defendendo de que qualquer proposta pedagógica de não reprovação (regimes não seriados) no Ensino fundamental não pode ser entendida pelos professores de não avaliação. Por que se percebe em suas falas que entendem propostas de progressão continuada como total eliminação da prática avaliativa nas escolas.” Avaliação mediadora: Uma prática em construção da pré-escola à universidade – Por uma escola de qualidade – Jussara Hoffman) Percebemos que o que foi citado pela Jussara neste trecho, pode ter acontecido nas escolas anteriores por onde Michael passou. Mas também não podemos descartar o real descompromisso dos professores em relação aos alunos, que podem ter passado os alunos para as próximas séries, vendo que não tinham alcançados os objetivos mínimos para serem promovidos e mesmo assim, promoveram esses alunos. Vemos que para o ingresso neste Colégio, há uma avaliação dos históricos escolares do aluno. E que para ingressar há uma quantidade estipulada no teste de Q.I., portanto percebemos que de início, o que conta para o ingresso é quase que puramente quantitativo, independentemente de suas habilidades. O treinador, que tem um grande interesse em Michael, utiliza-se de todos os argumentos possíveis para convencer aos membros da Comissão a autorizarem o ingresso de Michael e consegue. 2º momento “Big Maik” inicia seu primeiro dia na escola, e um pouco constrangido, chega atrasado em sua classe, com roupar surradas e com uma sacola plástica na mão onde guarda uma camiseta reserva.

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Filme: Um Sonho Possível

Comparação das cenas do filme com os textos trabalhados em sala sobre “Avaliação”

1º momento

Um rapaz vai pedir vaga ao treinador de um Colégio para seu filho e para seu amigo

Michael Oher. O treinador diz que não está envolvido com admissões, então o pai de Steve

menciona as habilidades dos dois meninos com jogos, deixando assim, o treinador interessado

e boquiaberto ao ver “Big Maik” jogando na quadra da escola com Steve.

O treinador leva então os documentos dos dois garotos à comissão de admissão do

colégio. O diretor da escola analisa os documentos e diz que os documentos de Steve são

aceitáveis, mas os de Michael são insuficientes para o ingresso na escola. Diz também que não

vê razões para ele querer estudar e nem motivos para acreditar que ele terá sucesso nesta

escola.

Michael possui um Q.I. muito abaixo do qual a escola exige para o ingresso. Michael

teria sido vítima dessas escolas que passam os alunos sem ao menos se importar se os

objetivos estavam sendo alcançados. Iam passando ele de ano sem se importarem se Michael

estava aprendendo ou não.

(“... o princípio que venho defendendo de que qualquer proposta pedagógica de não reprovação (regimes

não seriados) no Ensino fundamental não pode ser entendida pelos professores de não avaliação. Por que se percebe

em suas falas que entendem propostas de progressão continuada como total eliminação da prática avaliativa nas

escolas.” Avaliação mediadora: Uma prática em construção da pré-escola à universidade – Por uma escola de

qualidade – Jussara Hoffman)

Percebemos que o que foi citado pela Jussara neste trecho, pode ter acontecido nas escolas anteriores por onde Michael passou. Mas também não podemos descartar o real descompromisso dos professores em relação aos alunos, que podem ter passado os alunos para as próximas séries, vendo que não tinham alcançados os objetivos mínimos para serem promovidos e mesmo assim, promoveram esses alunos.

Vemos que para o ingresso neste Colégio, há uma avaliação dos históricos escolares do aluno. E que para ingressar há uma quantidade estipulada no teste de Q.I., portanto percebemos que de início, o que conta para o ingresso é quase que puramente quantitativo, independentemente de suas habilidades.

O treinador, que tem um grande interesse em Michael, utiliza-se de todos os

argumentos possíveis para convencer aos membros da Comissão a autorizarem o ingresso de

Michael e consegue.

2º momento

“Big Maik” inicia seu primeiro dia na escola, e um pouco constrangido, chega atrasado

em sua classe, com roupar surradas e com uma sacola plástica na mão onde guarda uma

camiseta reserva.

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A professora apresenta-o para a classe e em seguida propõe um teste para avaliar tudo

o que a turma aprendeu no ano anterior. Uma espécie de sondagem para orientar o plano de

aula da professora.

Pelo o que foi trabalhado em sala, podemos perceber a presença da avaliação diagnóstica, onde a professora, ao início das aulas, faz uma sondagem para identificar os pontos fortes e os fracos dos alunos, o que eles sabem e o que ainda não conseguiram aprender, verificar se eles atingiram todos os objetivos necessários e se será necessário retomar alguma matéria.

Ao término da aula, todos entregam as avaliações, menos Michael, que ao ver a

professora se aproximar pergunta se ele já pode ir embora. Quando ela recebe a prova dele, vê

que ele não preencheu nada a não ser seu nome e que no verso ele fez um desenho bem

simples até parecia de uma criança.

Ao fim do dia, Michael volta para casa de seu amigo, por onde tem ficado por alguns

dias e percebe que seu amigo discute com sua esposa, e percebe que a discussão é a seu

respeito e que ela não o quer mais em sua casa.

No dia seguinte, Sr. Touhy (muito influente no Colégio, pai de alunos e ex-jogador do

time da escola) vê Michael, ao fim de um jogo de vôlei, recolher uns sacos de pipocas jogados

ao chão, talvez para comer depois, e fica um pouco comovido e um tanto quanto curioso, e

não comenta nada com ninguém.

3º momento

Na sala dos professores, alguns professores conversam sobre “Big Maik” e dizem que

ele está na escola a um mês e ainda não pegou o jeito. Um dos professores até questiona do

porquê a escola faz isso, porquê a escola coloca tanto eles, professores, quanto “Big Maik”

nesta situação. Pensam até que a escola quer que ele fracasse e dizem que ele ao menos

conversa.

Uma professora intervém, dizendo que ele não fala, mas escreve, e lê algo que ela

encontrou escrito por ele numa lixeira: “-Eu olho e vejo branco por toda parte. Paredes

brancas, pisos brancos e muita gente branca. Os professores não sabem que eu não tenho a

menor idéia do que eles estão falando. Eu não quero ouvir ninguém, especialmente os

professores. Eles passam dever de casa e esperam que eu resolva o problema sozinho. Eu

nunca fiz dever de casa na minha vida. Eu vou ao banheiro, olho no espelho e digo: - este não é

Michael Oher.” A professora diz o título que é “Paredes Brancas” e um professor faz uma

piadinha perguntando se ele ao menos escreve certo. A professora ignora e sai da sala.

Neste momento, percebemos que pela atitude do professor que faz piadas com o aluno, muitos professores ainda são presos aos conteúdos quantitativos e que não se abrem para enxergarem habilidades que estão implícitas em algumas atitudes e atividades dos alunos.

Podemos ver nesta escrita de Michael, que nada naquela escola interessa a ele. Nada faz parte de seu mundo, e então entramos no mesmo assunto abordado por Jussara Hoffman no capítulo “As Charadas da Avaliação – Por que um aluno não aprende?”, onde é feito uma pesquisa com professores sobre o porquê o aluno não aprende e dentre as resposta temos: “ O

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aluno não se interessa pelo conteúdo da escola; o aluno apresenta carências diversas; o aluno enfrenta problemas familiares ou desinteresse dos pais por seus estudos; o aluno tem dificuldade de aprender.”

4º momento

Michael estava indo embora da escola e de repente aparece um garoto branco muito

pequeno e começa a metralhar palavras com ele. O garoto é Sean Tuohy Jr, filho de Leigh Anne

Tuohy e Sean Tuohy. O garoto se apresenta e inicia-se uma amizade entre os dois.

Após S.J. ir embora, o diretor da escola chama “Big Maik” e dá a notícia de que seu pai

teria se jogado de uma ponte e morrido. O diretor faz perguntas a ele a respeito de sua relação

com seu pai e Michael diz que não eram “chegados” e não se lembrava da última vez em que

viu seu pai.

Michael vai embora e como não pode ficar mais na casa de seu amigo, vai à lavanderia,

lava a camiseta que está usando e troca pela que está na sacola, fica aguardando a camiseta

secar e depois fica perambulando pelas ruas até dá a hora de voltar para a escola. Quando de

repente aparece a família Tuohy, e mediante a sensibilidade da Leigh Anne, eles lhe oferecem

uma carona, mas Michael não tem para onde ir, então Leigh Anne o leva para casa lhe

oferecendo um lugar para ficar naquela noite.

5º momento

A mesma professora que aplicou a avaliação diagnóstica e que percebeu a dificuldade

do aluno em fazer o teste procurou outros meios e resolveu fazer uma prova oral com Michael

e descobriu que ele sabia grande parte do conteúdo, só tinha dificuldade de passar tudo para a

prova, pois tinha dificuldades em ler. Esta professora leva este assunto para a sala dos

professores e diz que seu nível de leitura é baixo e ele não encontra meios para acompanhar

as aulas, mas entende tudo o que os professores falam. Alguns professores questionam essa

atitude da professora perguntando se isso é permitido na escola, e a professora argumenta

dizendo que não garante que ele passe de ano, mas com certeza ele não é burro.

(“ A discussão mais urgente, então, dos educadores é sobre seu compromisso de manter na escola esse aluno ingressante, mas lhe favorecendo de fato o acesso ao saber e, por conseguinte (não simplesmente por promovê-lo), o acesso a outros graus de ensino (acesso como permanência, continuidade dos estudos.” Avaliação mediadora: Uma prática em construção da pré-escola à universidade – Por uma escola de qualidade – Jussara Hoffman).

Com a atitude da professora em buscar outros meios para avaliar o garoto, percebemos que houve uma preocupação com a permanência do aluno, em descobrir um jeito de fazê-lo aprender e permanecer na escola sem apenas promovê-lo, mas dando condições para isto.

(“...a avaliação é um processo que tem por finalidade o desenvolvimento do aluno. ...Os objetivos permanecem embutidos na situação de ensino-aprendizagem e na própria avaliação e

terminam decidindo o destino do aluno, já que é a avaliação que define se ele terá ou não acesso a mais conteúdo e a qual conteúdo. É esta posição da avaliação, como reguladora de quais estudantes poderão ter acesso aos novos conteúdos no futuro, que faz dela uma categoria central no processo pedagógico da escola atual. “Este é o conceito de avaliação predominante na prática pedagógica, voltado para a classificação e seleção.” Avaliação da aprendizagem: relações professor-aulno na sala de aula.)

Até aqui podemos dizer que todos nesta escola vêem a avaliação e a aprendizagem

com o objetivo de classificar e de selecionar as pessoas para o mundo. Mas com a atitude de

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algumas pessoas como esta professora, alguns passam a olhar a avaliação e a aprendizagem

com a finalidade de alcançar o desenvolvimento do aluno.

6º momento

Após ter passado a noite na casa da família Tuohy, Michael se levanta e arruma as

roupas de cama, e Leigh Anne quando desce até a sala e vê tudo arrumado e não encontra

Michael fica surpresa, pois tinha medo que seu comportamento fosse o de um marginal.

Leigh Anne vai atrás de Michael e vê que este está indo embora, então pede, de modo

bem autoritário, que volte para passar o Dia de Ação de Graças com eles. Leigh Anne fica

intrigada com as atitudes de Michael que são um tanto quanto educadas e afetivas. Com isso,

Leigh Anne começa a mudar os hábitos de sua família para que fiquem de modo mais afetivo,

como almoçar todos juntos a mesa, como “Big Maik” faz. A partir daí, Leigh Anne percebe que

Michael está mudando sua vida, sua maneira de ver a vida e acaba se afeiçoando cada vez

mais ao garoto.

Durante o almoço de Ação de Graças ela puxa assunto com Michael e porpõe fazer

compras de roupas após o almoço. Michael resiste no carro dizendo que tem roupas e não

precisa que ela compre então Leigh Anne pede a ele para levá-la até o local onde ficam suas

roupas. Leigh Anne acaba indo para o gueto da cidade, onde mora a mãe de Michael. Michael

vê que sua mãe foi despejada da casa e finge que ela não estava em casa. Leigh Anne então,

levá-o para as compras e encontra dificuldade para encontrar roupas para o tamanho de

Michael, pois este possui o tamanho de um jogador perfeito de futebol americano.

Michael continua dormindo na casa da família Tuohy e Leigh Anne pergunta a ele se

ele quer ficar morando na casa deles e então ela decide montar um quarto para ele.

No outro dia Leigh Anne mostra a Michael seu novo quarto e Michael fica emocionado,

pois nunca teve um quarto arrumado, nem mesmo uma cama.

7º momento

Em outro momento, Leigh Anne conversando com uma professora da escola sobre

seus filhos, começam a falar de Michael, e como Michael está na 8ª série, foi submetido a um

exame para avaliar suas habilidades. Leigh Anne verifica que Michael tirou zero em

praticamente todas as habilidades, mas a professora ressalta que Michael obteve 86% em uma

categoria chamada “ Instintos protetores”.

Na escola, alguns professores ajudam Michael a realizar as avaliações através de

provas orais, e Michael alcança um nível médio, tirando menções como C. E como suas notas

melhoraram, o treinador permite que Michael jogue no time de futebol americano. A

expectativa é que Michael seja agressivo e, pelo seu tamanho, derrube todos em sua frente,

cobrindo o lado cego do atacante.

Michael ainda se sente muito deslocado no ambiente escolar, mas como está

convivendo com os Tuohy começa a se familiarizar com todos, e automaticamente, todos

começam a se acostumar com Michael.

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A família Tuohy sai para comemorar a entrada de Michael no time, e enquanto o Sr.

Sean fazia a reserva da mesa no restaurante, Leigh Anne e seus filhos S.J. e junto de Michael,

vão a livraria. Neste momento os filhos de Leigh Anne se emocionam relembrando livro que

sua mãe contava par eles quando eram pequenos. Leigh Anne então, compra os livros para ler

para Michael, já que sua mãe não fazia isso para ele.

Aos poucos, Michael vai sendo integrado na família de forma inacreditável. Os filhos de

Leigh Anne vão cada vez mais considerando-o como irmão, e Leigh Anne e seu marido, cada

vez mais felizes e satisfeitos com os resultados que Michael vem alcançando.

8º momento

Como está próximo ao Natal, a família Tuohy faz as fotos de família para desejarem um

bom Natal a todos. As pessoas que recebem os cartões de Natal ficam surpresos e acabam

fazendo comentários desagradáveis.

Em um almoço com suas amigas, Leigh Anne recebe comentários um tanto quanto

preconceituosos e ela decide retrucar as provocações, dando uma lição de moral nas amigas.

Por causa dos comentários, Leigh Anne resolve perguntar a Collins, sua filha, para

saber se ela se incomoda com a presença de Michael em sua casa. Collins diz que todos são

idiotas por fazerem comentários desse tipo, e aceita com um pouco de preocupação em seu

rosto.

Mais adiante, Michael vai a biblioteca da escola estudar e encontra Collins que está

sentada com suas amigas. Collins repara que suas amigas olham diferente para Michael e

resolve deixá-las para sentar-se junto de Michael.

9º momento

Chega o primeiro dia de treinamento de Michael, e ele tem dificuldades em entender a

lógica do jogo e assim fazer sua função.

Leigh Anne chega para assistir o jogo e percebe que o treinador tem dificuldades para

fazê-lo entender. Michael é muito distraído e não consegue ser violento, sempre tem cuidado

para encostar nos outros jogadores, enquanto que sua função é derrubar o adversário.

S.J. fica sabendo da dificuldade de Michael e resolve ajudá-lo com exercícios para

resistência física e para o futebol americano.

10º momento

Michael pede ajuda para Leigh Anne para ter carteira de motorista, pois ele gostaria de

ter algo com seu nome escrito.

Leigh Anne tenta providenciar o documento para Michael e descobre que Michael

praticamente não existe no sistema de identificação americana.

Leigh Anne conversa com Sean e decide investigar mais sobre a vida de Michael e

adotá-lo. Ela vai até a assistência social para resolver a burocracia da adoção e descobre que

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realmente não existe quase nada sobre ele, apenas que ele está sobre a tutela do Estado e que

sua mãe é uma viciada em crack.

Leigh Anne decide procurar a mãe de Michael para avisá-la que irá adotá-lo e para

saber se Michael tem mais algum sobrenome para facilitar a localização dos documentos. A

mãe dele diz que Michael sempre foge para ir atrás dela, esteja onde estiver, ela se emociona

e Leigh Anne tenta consolá-la.

A família Tuohy conversa com Michael e pergunta a Michael se ele gostaria de ser

adotado por eles, se ele gostaria de fazer parte da família e Michel diz que pensou que já fazia.

Após todos os documentos ficarem prontos, Leigh Anne o surpreende com um carro e

ele fica super feliz.

Em outro momento, S.J. explica as regras do futebol a Michael e quando Leigh Anne

chega eles pedem para ela deixar eles irem de carro comprar algumas coisas. Durante o

trajeto, Michael e S.J. se distraem cantando juntos enquanto Michael dirigia. Com a distração,

Michael bate a Pick Up e eles sofrem um acidente. S.J. fica ferido, mas Leigh Anne descobre

que Michael coloca o braço na frente para defender o S.J. do airbag do carro, evitando um

acidente grave, porém machucando seu braço para defendê-lo.

11º momento

Michael vai para o treino e continua com dificuldade no jogo e fica sempre com receio

de machucar os outros jogadores. O treinador conversa com Michael várias vezes, mas não

obtém resultado. Leigh Anne resolve intervir, e entra no meio do treino para conversar com

Michael. Ela conversa com Maik e explica o jogo, contextualizando com o dia a dia, dizendo

que o time é sua família e que ele tem que protegê-los assim como ele protege a sua família.

Quando o treinador reinicia o treino, Michael surpreende a todos, jogando de forma

incrível e não deixando que o adversário se aproxime dos jogadores de seu time. Após isso o

treinador foi perguntar o que ela fez, e ela diz que o treinador precisa conhecer seus jogadores

e mencionou a nota dela em “Instintos Protetores”.

(“ O aluno constrói o seu conhecimento na interação com o meio em que vive. Portanto, depende das condições desse meio, da vivência de objetos e situações, para ultrapassar determinados estágios de desenvolvimento e ser capaz de estabelcer relações cada vez mais complexas e abstratas. Os entendimentos dos alunos são decorrentes do seu desenvolvimento próprio frente a umas e outras áreas de conhecimento. Poderá a escola entender como possível a formação de turmas homogêneas? Poderemos conceber um grupo de alunos como iguais em sua maneira de compreender o mundo?” - Avaliação mediadora: Uma prática em construção da pré-escola à universidade – As Charadas da Avaliação – Jussara Hoffman).

Dessa forma percebemos que o treinador vê seus jogadores de maneira igual e não busca conhecê-lo. Com o que a Hoffman no diz e a observação que Leigh Anne faz no filme, percebemos que se o treinador conhecesse melhor seus jogadores saberia como falar com eles de forma individual. Assim é o professor na sala de aula, precisa conhecer seus jogadores e reconhecer que cada um teve uma vivência diferente, obtendo assim, cada um uma maneira de encarar o mundo e de adquirir o conhecimento.

Chega o dia do jogo, e Michael parece ter esquecido o treino, e um jogador adversário

fica fazendo provocações o tempo todo, deixando Michael cada vez mais irritado. O time

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adversário fica na frente por muitos pontos. Em outro momento do jogo, o mesmo jogador

adversário chuta Michael e treinador defende Michael dizendo que irá defendê-lo sempre.

Michael relembra do que Leigh Anne havia dito e pega o time adversário de jeito, levando o

jogador adversário para o outro lado do campo, fazendo o maior estrago no jogador e

ajudando que seu time faça ponto. Michael entende tão bem o jogo, que faz seu time virar o

jogo de forma que os jogadores adversários nem agüentavam mais jogar.

S.J. faz uma gravação do jogo e passa para um DVD, enviando o arquivo para todos os

grandes times de futebol dos Estados Unidos com o título de “Michael Oher – O

exterminador”. Todos se interessam muito pelo jogador e iniciam-se as ofertas, enchendo a

caixa de mensagens.

Leigh Anne recebe as ofertas de bolsas das universidades e percebe que para Michael

conseguir a bolsa, precisa alcançar notas altíssimas.

Com isso, Leigh Anne resolve contratar uma professora particular para ajudá-lo. Todos

têm a intenção de fazer Michael passar na Universidade do Mississipi, pois a família toda

estudou lá. Aí começa mais um grande desafio que é convencer Michael a ir para o Mississipi.

Michael recebe muitas visitas de treinadores em sua casa, tentando convencê-lo de

qual Universidade escolher. S.J. faz as negociações com os treinadores, tentando ver com qual

ele terá mais vantagens.

A professora inicia as aulas e percebe que Michael tem muitas dificuldades. Mas com

muito estudo ela consegue alcançar resultados com Michael e assim ele começa a melhorar

bastante no colégio.

Durante o filme, nos momentos em que os professores corrigem as provas, podemos perceber que mesmo um colégio bem conceituado e de grande porte, ainda existe avaliação puramente quantitativas. O filme deixa um pouco confuso esta questão da posição da escola em relação a avaliação, pois parece que alguns professores têm uma visão mais ampla da avaliação, enquanto outros permanecem com uma visão restrita da mesma. A escola exige muitas avaliações formais e quantitativas, deixando a entender que é essa visão de avaliação que prevalece.

12º momento

Michael resolve escolher Mississipi e chega perto do final das aulas e Michael

consegue notas em todas as disciplinas, apenas em uma um professor não reconhece seu

esforço e sua melhora no desempenho e lhe atribui uma nota ruim, comprometendo seu

ingresso na Universidade. Leigh Anne conversa com esse professor e ele dá uma ultima chance

a Michael lhe atribuindo um trabalho de final de curso que vale quase metade da média.

Aqui, podemos ver novamente a presença desta concepção de avaliação quantitativa.

Michael teria se esforçado bastante e alcançado algo nunca imaginado, mas este professor

não achou o suficiente para lhe dar uma boa nota. Com essas atitudes, podes-se induzir o

aluno ao fracasso escolar, à desistência.

(“ As posturas conservadoras e resistentes acabam por impedir que haja o diálogo efetivo entre os professores e destes com os alunos, com as famílias. Não se dão, dessa forma, a reflexão conjunta e o

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aprofundamento teórico necessário para se evoluir nessa problemática. Ampliam-se as listas de justificativas! São desmesurados os índices de repetência e evasão no ensino público.” - Avaliação mediadora: Uma prática em construção da pré-escola à universidade – As Charadas da Avaliação – Jussara Hoffman).

A maior dificuldade é encontrar algo que Michael queira escrever e que consiga

escrever no trabalho. Michael não se interessa por nenhum assunto proposto. Em uma

conversa com seu pai, Sean, Michael acaba decidindo sobre o que escrever, e opta por falar da

“coragem”, e acaba contextualizando com tudo pelo qual passou em sua vida, e através disso,

ele consegue ser promovido na escola e se forma junto de sua turma. Todos se emocionam,

inclusive os professores que colocaram obstáculos.

13º momento

Todos começam a planejar onde Michael vai ficar, onde vai comer e onde vai dormir.

Quando de repente Leigh Anne recebe um telefonema de Mississipi e eles querem fazer

algumas perguntas a Michael.

Nessas perguntas eles começam a fazer vários questionamentos sobre o porquê

Michael queria estudar em Mississipi, e gostariam de saber se a família influenciou em sua

escolha para se beneficiarem com seu talento nos jogos, pois sua família, seu treinador e sua

professora particular eram muito influentes e envolvidos com a Universidade de Mississipi,

essas pessoas também têm medo de que, com a entrada de Michael, abra-se as portas de

todas as universidades para muitas crianças carentes serem adotadas e encaminhadas como

bolsistas nas universidades.

Michael fica confuso durante a entrevista e sai muito revoltado com todos, achando

que tudo o que foi insinuado na entrevista era verdade. Leigh Anne fica muito preocupada se

realmente eles impuseram suas vontades sem se importarem com a opinião dele, mas na

verdade eles queriam o melhor para ele.

Michael volta para o gueto na procura de sua mãe e não a encontra. Michael resolve

ficar esperando em uma festinha de seus amigos para ver se sua mãe volta para tomar mais

uma dose da droga. Seus amigos tentam influenciar Michael para entrar na vida do crime e

fazem várias perguntas a ele. Fazem também investigações sobre a sua nova família e acabam

insultando sua irmã, Collins. Michael se chateia e resolve ir esperar a mãe do lado de fora. Este

amigo acaba dizendo coisas sobre Leigh Anne e Michael se sente insultado e vai pra cima do

rapaz.

Leigh Anne procura Michael por todo o gueto de Memphis e encontra com os amigos

que brigaram com Michael. Eles tentam insultar Leigh Anne e ameaçam Michael, mas Leigh

Anne os enfrenta fazendo também algumas ameaças.

Leigh Anne recebe o telefonema de Michael e vai buscá-lo. Leigh Anne pergunta a

Michael como ele conseguiu escapar dessas influências ruins e Michael responde que quando

era pequeno e as coisas ruins aconteciam, a mãe dele dizia para ele fechar bem os olhos.

Leigh Anne conversa com Michael e pergunta se ele realmente quer ir para Mississipi

ou se prefere ir para Tenesse e diz que qualquer coisa que ele decidir ela estará com ele.

Page 9: Filme

Chega o momento em que Michael volta para a entrevista e responde por que quer ir

para Mississipi. Ele diz que é porque toda sua família estudou lá e por isso também quer

estudar lá. Tudo dá certo e Michael se matricula em Mississipi.

O filme termina com Leigh Anne lendo uma notícia em que falava de um dos amigos de

Michael que teria morrido. Na notícia também falava sobre como poderia ter sido diferente a

vida deste garoto se ele não tivesse desistido da escola.

O filme é baseado em fatos reais e ao final mostra os verdadeiros atores desta história. O fato de ser verídica esta história, só nos leva a refletir ainda mais sobre as

concepções de avaliação que prevalecem em todos os lugares. Michael teve a sorte de encontrar educadores que mudaram suas posturas e pensamentos para atender suas diferenças em relação a todos daquele colégio. Isto também nos leva a reflexão de que tantos outros alunos vêm a fracassar por causa de nossa postura e de nossa falta de flexibilidade para nos adaptarmos e para mudarmos nossas concepções de educação.