29
No início do Século XX, nos EUA, Frederick Taylor iniciou uma ideologia, que daria partida aos princípios da Administração Científica. Podemos chamar essa ideologia de Movimento da racionalização industrial. Que consistia em: separar o "pensar" e o "fazer", a produtividade depende diretamente da remuneração e que o homem era um mero instrumento de trabalho. Podemos analisar de imediato que Taylor estava preocupado em Aumentar a produção para satisfazer a necessidade das demandas. E para que isso fosse possível ele teria que aproveitar mais sua mão de obra, capacitando cada operário para um certo setor da fábrica, formando assim a divisão de trabalho e logo agilizando o processo de produção com o mínimo de custo possível. Esse foi um breve resumo da teoria elaborada por Taylor, agora comparando-a com o filme Tempos Modernos que também se passava no início do Século XX na Inglaterra. Podemos reparar o horário em que as pessoas saíam para trabalhar e o horário que elas voltavam, que começava por volta das 6 horas da manhã e terminava no tardar do dia,colocando em prática o máximo aproveitamento da mão de obra. Charles Chaplin, protagonista do filme representava um Operário, onde ele era instruído a fazer um único trabalho de apertar parafusos durante todo dia numa linha de montagem. Após muito estresse no trabalho ele acaba tendo reações que causaram problemas durante o trabalho, cai em confusões no seu setor, e vai parar nas engrenagens da máquina da fábrica, fazendo uma grande crítica à

Resumo Filme Taylor

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Resumo Filme Taylor

   No início do Século XX, nos EUA, Frederick Taylor iniciou uma

ideologia, que daria partida aos princípios da Administração Científica.

Podemos chamar essa ideologia de Movimento da racionalização industrial.

Que consistia em: separar o "pensar" e o "fazer", a produtividade depende

diretamente da remuneração e que o homem era um mero instrumento de

trabalho. Podemos analisar de imediato que Taylor estava preocupado em

Aumentar a produção para satisfazer a necessidade das demandas. E para

que isso fosse possível ele teria que aproveitar mais sua mão de obra,

capacitando cada operário para um certo setor da fábrica, formando assim a

divisão de trabalho e logo agilizando o processo de produção com o mínimo de

custo possível.

Esse foi um breve resumo da teoria elaborada por Taylor, agora

comparando-a com o filme Tempos Modernos que também se passava no

início do Século XX na Inglaterra. Podemos reparar o horário em que as

pessoas saíam para trabalhar e o horário que elas voltavam, que começava por

volta das 6 horas da manhã e terminava no tardar do dia,colocando em prática

o máximo aproveitamento da mão de obra. Charles Chaplin, protagonista do

filme representava um Operário, onde ele era instruído a fazer um único

trabalho de apertar parafusos durante todo dia numa linha de montagem. Após

muito estresse no trabalho ele acaba tendo reações que causaram problemas

durante o trabalho, cai em confusões no seu setor, e vai parar nas

engrenagens da máquina da fábrica, fazendo uma grande crítica à comparação

do homem sendo tratado como uma máquina pela forma de administração de

Taylor.

       A partir daí o Operário vai preso por irresponsabilidades, e na cadeia ele

encontra comida, segurança e abrigo, coisas que na sociedade da época pra

conseguí-las no mínimo você tinha que se render às condições de trabalho que

mesmo sendo ruins eram disputadas à tapa.Cabia ao ser humano na época

aceitar essas condições de trabalho, ou roubar para manter o seu sutento(Ato

que uma Garota orfã comete, que se tornaria companheira do Operário). O

Operário sai da prisão, em busca de um novo emprego se depara com a

fábrica fechada, por motivo de greve. Demonstrando neste ponto influências da

Teoria de Relações Humanas de Helton Mayo que agia como uma reação e

oposição à Teoria Clássica formulada por Taylor, mostrando a reação que os

Page 2: Resumo Filme Taylor

grupos que existem dentro das empresas podem ter, se não forem incentivados

com uma boa remuneração e com condições humanas de trabalho. O Operário

então, vai em buscas de outras oportunidades, e a cada emprego ele era

instruido, sobre como fazer o trabalho, mas nunca o realizava direito,sendo

assim sempre demitido. Enfatizando neste ponto o sistema educativo para o

funcionário antes dele iniciar seu trabalho.

       O protagonista no final do filme se encontra sem emprego junto com sua

parceira a garota Orfã. esta situação em que eles terminaram é resultado de

um sistema capitalista desigual,e forma de trabalho das empresas na época,

que acabou contribuindo com o aumento da criminalidade e da escravidão.

       Apesar da Teoria de Taylor não ser geralmente bem aplicada nas

empresas do filme, sobre pontos como a boa remuneração dos trabalhadores,

e incentivos morais e respeitando as condições humanas, a sua teoria visava o

foco da Produção. Neste ponto as empresas exploraram bem a

Teoria.Finalizado com o exemplo da linha de montagem, gerando a divisão de

trabalho.A racionalização do trabalho, intensificando o tempo de trabalho do

operário.Garantindo assim uma produção maior e suficiente para garantir a

demanda desejada. Podemos ver todo esse processo no filme que faz uma

ótima crítica ao sistema desigual da época, mostrando bem a realidade dos

operários e a dos patrões, e a desordem encontrada nos centros das cidades.

A Administração Científica erigiu-se do esforço dos teóricos da época

para dar conta das conseqüências da Revolução Industrial: crescimento

acelerado das organizações, complexidade de sua administração, bem como,

necessidade de aumentar a eficiência e a competência das organizações, face

à concorrência e à competição entre as empresas.

Os princípios de administração científica de Taylor constituíram-se na

base para o modo de trabalho por toda a primeira metade deste século e, em

muitas situações, predominam até hoje. Basta observar o que acontece com

muitas empresas de sistemas de franquia, que ainda adotam o mesmo enfoque

Taylorista. A organização que adota o enfoque de Taylor separa o

Page 3: Resumo Filme Taylor

planejamento do trabalho de sua execução. Isso faz com que se crie uma

separação entre os trabalhadores que fazem e os que pensam, ou melhor, cria-

se uma divisão "entre mãos e cérebros". O sistema adotado por Taylor

racionalizava o ambiente de trabalho e "podia ser tocado por trabalhadores

substituíveis" (Morgan,1996), compunha-se, pois, de trabalhadores

descartáveis.

É importante lembrar que o sistema de Taylor provocou conflito entre

empregados sindicalizados e seus patrões, fato que levou a discussão dos

efeitos da aplicação do Taylorismo ao Congresso dos Estados Unidos

(Wren,1979). Em razão do conflito, Taylor foi convocado, em 1911, para

defender seu sistema de administração perante um Comitê da Casa dos

Representantes. Na época de sua morte, em 1915, Taylor havia ganho a

reputação de "maior inimigo do trabalhador" naquele país. O filme "Tempos

Modernos", de Charlie Chaplin, é uma crítica ao "taylorismo", pelo seu excesso

de rigidez, de especialização e de mecanização do homem. Carneiro (1995)

caracteriza o personagem chapliano como o homo faber reificado.

A reestruturação produtiva e o mundo do trabalho

Podemos perceber que o capitalismo se nutre fundamentalmente da

exploração dos trabalhadores. Em momentos de crise, os capitalistas tentam

recuperar os lucros perdidos às custas de explorar mais ainda os

trabalhadores, o que agrava ainda mais a situação. Então, o sistema capitalista

é atingido em todo o seu conjunto pela crise econômica e conseqüentemente

acaba criando as condições objetivas de sua ruína. Os modelos de

organização da produção surgem como alternativas às crises econômicas do

capitalismo. Com o passar do tempo, esses modelos vão se tornando

insuficientes e incapazes de conter as contradições inerentes ao sistema.

Nessa perspectiva, daremos continuidade à discussão através da

análise dos modelos de organização da produção que surgem como

alternativas às crises econômicas do capitalismo.

Conseqüentemente, a partir do momento em que um determinado

modelo vai entrando em decadência, outro modelo surge como resposta à

crise, acarretando transformações no processo produtivo. O próprio modelo

denominado ‘fordismo’, surge como alternativa a uma das crises do

Page 4: Resumo Filme Taylor

capitalismo e acaba se tornando um modelo padrão de organização do

trabalho e um modo de regulação das relações na economia.

O fordismo foi criado em 1913, por Henry Ford, e trouxe consigo

inovações tecnológicas, novas formas diferenciadas de gestão e novos

princípios de organização da produção (GOUNET, 2002).

Essa modificação na produção realizada por Ford ocorre porque ele

tinha em mente fabricar um veículo de preço relativamente baixo (que para isso

deveria ser produzido de modo padronizado), de forma que fosse comprado em

massa. A idéia surgiu em função do antigo regime de trabalho, que produzia os

carros lentamente, devido ao fato deles serem compostos por múltiplas peças e

por isso como produtos finais, custavam muito caro (GOUNET, 2002).

Ford modifica todo o processo de produção, aplicando em sua fábrica os

métodos elaborados por Friedrich Taylor, que em seu conjunto são

denominados ‘taylorismo’, que diz respeito à organização científica do trabalho

(GOUNET, 2002) .

O ‘taylorismo’ é essencialmente uma técnica social de dominação,

elaborada por Friedrich Taylor, tendo como principal característica a

individualização dos salários. Seja através do salário por peça produzida, seja

através de prêmios adicionais, forma explícita de introduzir a competição entre

os trabalhadores, objetivando o aumento da produtividade do trabalho evitando

qualquer perda de tempo na produção. Com fundamentação em o que move o

mundo é o dinheiro, se a pessoa não recebe ele não produz, a remuneração é

um incentivo, assim os incentivos seriam sempre financeiros.

As determinações das tarefas não deveriam ficar a cargo dos operários,

mas deveriam ser estudadas, classificadas e sistematizadas por cientistas do

trabalho, no caso a gerência. Como idéia do planejamento para ter uma

cientificidade, ciência no sentido positivista, com determinados conceitos de

base empírica. O operário deve apenas realizar as instruções, submeter-se às

ordens impostas pela hierarquia da fábrica. Segundo os princípios do

‘taylorismo’ cada tarefa e cada movimento de cada trabalhador possuem uma

ciência, um saber fazer profissional.

Assim havia métodos como: método de racionalizar a produção, logo, de

possibilitar o aumento da produtividade do trabalho “economizando tempo”,

Page 5: Resumo Filme Taylor

assegurando definitivamente o controle do tempo do trabalhador pela classe

dominante.

A alienação do trabalhador tenta se apresentar como um dos

subprodutos da "administração científica". Ao se alienar, ele perde o sentido da

totalidade em relação ao processo produtivo, e por conseguinte, do produto. O

trabalhador individualmente está fragmentado, sendo executor de uma tarefa

simples e rotineira. A mecanização da produção reduziu o trabalho a um ciclo

de movimentos repetitivos.

Assenta-se nos princípios do ‘taylorismo’, como a produção em massa e

em série, consolidação do operário-massa, onde o trabalho de um depende do

outro, padronização do processo de trabalho e também do produto. Dessa

perspectiva, o modelo assume outra racionalização: o parcelamento das

tarefas e conseqüentemente o parcelamento do saber. Com isso, o operário

executa apenas uma função específica e não conhece mais a execução de

todas as operações do processo de produção. Além disso também foi

racionalizado o tempo, através da introdução do cronômetro, para regular o

tempo de trabalho e os movimentos dos trabalhadores. Assim a produção

torna-se padronizada, rotinizada e hierarquizada (divisão social do trabalho),

acarretando a desqualificação dos operários na execução de seus respectivos

trabalhos.

Enfim, modelo de organização da produção ‘taylorista’ reduziu o homem

a gestos e movimentos, sem capacidade de desenvolver atividades mentais,

que depois de uma aprendizagem rápida, funcionava como uma máquina. O

homem, de acordo com esse modelo de organização da produção, podia ser

programado, sem possibilidades de alterações, em função da experiência, das

condicionantes ambientais, técnicas e organizacionais. A redução do trabalho

mental também é enfatizada na medida em que a superespecialização da

tarefa levou a simplificação do trabalho a um nível elevado, desprovendo o

indivíduo de sua capacidade pensante.

A natureza genérica do ‘fordismo’, é também uma marca característica

da divisão do trabalho e a aplicação dos métodos ‘tayloristas’ e da atribuição de

funções parcelares dotadas de conteúdo praticamente nulo a trabalhadores de

uma maneira permanente, rotineira e monótona. Nesse sentido, enquanto Ford

se ateve a inovações e incrementações tecnológicas da produção, Taylor se

Page 6: Resumo Filme Taylor

ateve às inovações e incrementações no âmbito da gestão da produção,

visando mudanças na relação do gestor com o trabalhador (SILVA, 2001).

O primeiro passo de Ford visando a produção em massa, foi de

racionalizar ao máximo as operações efetuadas pelos operários para combater

desperdícios, fundamentando-se nos princípios ‘tayloristas’ e da esteira rolante,

que possibilitava a ligação dos trabalhos individuais sucessivos, gerando uma

produção fluida (GOUNET, 2002).

A eficiência do ‘fordismo’ exige escassas doses de qualificação dos

trabalhadores e de envolvimento dos mesmos com o sucesso da produção e

da empresa; exige-se dos trabalhadores que cumpram as tarefas de conteúdo

prescritas pelos gestores da produção.

Conseqüentemente o ritmo do trabalho foi intensificado com a

diminuição do tempo morto da jornada de trabalho. Ao falarmos sobre essa

caracterização do ‘fordismo’, a teoria é ilustrada pelas imagens do clássico

filme “Tempos modernos”, o qual trata de forma bastante cômica (embora não

deixe de ser trágica), todas essas implementações na organização da

produção, que as fábricas começam a assumir, buscando a eficácia e a rigidez.

A princípio, para obter mão-de-obra suficiente para a produção em

massa, Ford atrai trabalhadores para sua fábrica através de um significativo

aumento de salário. Mas somente receberia esse salário o operário que

comprovasse ter boa conduta, distante de certas vicissitudes como beber e

fumar. Com essa tática ele consegue atrair mão-de-obra para a fábrica, mas

não paga esse salário para muitos operários, alegando que não deram boas

provas de uma conduta disciplinada (GOUNET, 2002). Dessa maneira, Ford

estava concretizando os fundamentos básicos desse modelo: aumento da

produtividade, dos salários reais dos trabalhadores e do consumo de massa.

À luz do filme “Tempos modernos” conseguimos compreender melhor a

dinâmica dos modelos ‘fordista’ e ‘taylorista’, quando nele são expressas cenas

de intensificação do ritmo de trabalho, racionalização do tempo, hierarquização,

fragmentação do processo de trabalho, que geram o trabalho como fator de

negação da potencialidade humana e conseqüentemente causa manifestações

de alienação no sentido de alheamento e desumanização dos trabalhadores.

Já no filme “A classe operária vai ao paraíso”, tornam-se claramente

explícitas as manifestações de alienação dentro de uma fábrica e a

Page 7: Resumo Filme Taylor

precarização do trabalho que nela ocorre de forma generalizada; a exigência

do perfil de um operário padrão que cumpre cotas; um ritmo de trabalho

enlouquecido; a influência negativa do trabalho na subjetividade dos operários,

que afeta até mesmo suas relações íntimas e interpessoais; a impregnação do

tempo de trabalho ao tempo livre do trabalhador; e como ponto positivo, a

tentativa constante e persistente de lutar pelo estabelecimento de uma forte

unidade sindical, mas que não consegue ser objetivada.

Visando obter maior intensidade no processo de trabalho, o ‘fordismo’

retoma e desenvolve o ‘taylorismo’, por meio de esteiras nos diversos

segmentos do processo de trabalho, assegurando o deslocamento das

matérias primas em transformação; e pela fixação dos trabalhadores em seus

postos de trabalho. Deste modo, é garantida que a cadência de trabalho passe

a ser regulada de maneira mecânica e externa ao trabalhador. Podemos,

portanto, caracterizar o ‘fordismo’ como produção em massa rígida alicerçada

no trabalho vivo (VIEIRA, 2001).

Tempos Modernos e o fordismo

Análise do Filme "Tempos Modernos" (Modern Times), de Charles

Chaplin (1936)

O termo fordismo se generalizou na linguagem sociológica a partir da

concepção de Antonio Gramsci (em “Americanismo e fordismo”), que o utiliza

para caracterizar os sistemas de produção e gestão empregado por Henry Ford

em sua fábrica, a Ford Motor Co., em Highland Park, Detroit, em 1913. O

fordismo é uma forma de racionalização da produção capitalista baseado em

inovações técnicas e organizacionais que se articulam tendo em vista a

produção e o consumo em massa

Em Tempos Modernos, Chaplin nos apresenta um tipo de fordismo

incompleto tendo em vista que a produção de mercadorias é de massa, mas

não se constituiu ainda uma implicação de consumo de massa, o que ocorreria

apenas no pós-guerra nos principais paises capitalistas, sob pressão do

movimento sindical e político de classe (o compromisso fordista, como diria

David Harvey).

Page 8: Resumo Filme Taylor

O fordismo de Tempos Modernos é apresentado como inovação técnica

e organizacional da produção e do processo de trabalho. Ele se caracteriza

como prática de gestão na qual se observa a radical separação entre

concepção e execução, baseando-se no trabalho fragmentando e simplificado,

com ciclos operatórios muito curtos, requerendo pouco tempo para formação e

treinamento dos trabalhadores (o que permite, deste modo, a integração na

produção capitalista de operários de massa e pessoas simples da plebe, sem

grande formação educacional, como é o caso do the tramp, personagem

clássico de Charles Chaplin).

O processo de produção fordista fundamenta-se na linha de montagem

acoplada à esteira rolante que evita o deslocamento dos trabalhadores e

mantém um fluxo contínuo e progressivo das peças e partes, permitindo a

redução dos tempos mortos, e, portanto, da porosidade. Esta é a impressão

magistral que Chaplin nos apresenta em Tempos Modernos, pois o grande

personagem do filme, ao lado de Carlitos, na cena da fábrica, é o sistema de

máquina, a esteira rolante que impõe seu ritmo, ditado pelo capitalista, aos

demais operários-massa. Em várias cenas, a maquina adquire vida própria. E o

trabalho, como atividade vital, transforma-se, para os operários-massa desta

produção fordista, em atividade repetitiva, parcelada e monótona, com sua

velocidade e ritmo estabelecidos independentemente do trabalhador, que o

executa através de uma disciplina rígida. No fordismo o trabalhador perde suas

qualificações, as quais são incorporadas à máquina. Na verdade, essa é uma

determinação material da grande indústria, segundo Marx. O fordismo é a

assunção plena (e vulgar) da grande indústria tratada por Marx em O Capital,

em 1867.

Nas primeiras cena de Tempos Modernos, Charles Chaplin nos

apresenta os principais elementos da fábrica fordista-taylorista. Através de

imagens, ele faz a anatomia da lógica fordista-taylorista, da produção em

massa, tanto em sua objetividade, quanto em sua subjetividade. Aparecem as

imensas instalações fabris (a grande indústria) e uma massa de operários

entrando na fábrica que, através de um recurso metafórico, é comparada com

um rebanho de ovelhas – no meio delas, uma ovelha negra (em A Greve, de

1926, Serguei Eisenstein utilizou o mesmo recurso metafórico para identificar,

por exemplo, operários em greve com bois indo para um matadouro). O que

Page 9: Resumo Filme Taylor

Chaplin sugere é a idéia do operário-massa, que tanto caracterizou a produção

fordista-taylorista (o próprio Frederick Taylor considerava o “operário-bovino”

como aquele mais adequado para exercer as tarefas parcelares, repetitivas e

monótonas da produção capitalista).

Depois, prosseguindo em sua anatomia da produção capitalista, Chaplin

nos apresenta as formas de controle do capital sobre a força de trabalho. O

capitalista exerce controle total sobre a produção capitalista através do

comando da velocidade da esteira automática, acionada pelo capataz, a partir

das suas ordens dadas através de uma tela imensa. É um controle virtual que

atinge o operário não apenas na linha de produção, mas inclusive nos locais de

privacidade no interior da fábrica, tal como o banheiro, onde o industrial worker

esperava encontrar um espaço para si e não para o capital. A idéia do controle

capitalista através da tela midiática está sugerida também em Metrópolis, de

Fritz Lang (de 1926).

É claro que, nesse momento, Tempos Modernos aparece como uma

curiosa ficção-científica, pois as fábricas fordistas da década de 1930 não

utilizavam telas imensas para o controle operário. O futurismo de Chaplin quer

apenas nos sugerir que o controle do capitalista no locus da produção de

mercadoria é totalizador. E, além disso, é um controle midiático (o que iria se

disseminar apenas no capitalismo tardio com as novas tecnologias da

informação e comunicação, o que demonstra o caráter visionário da “ficção-

científica” de Charles Chaplin).

Entretanto, o controle capitalista que ocorre através da linha de

montagem, a esteira automática, e as telas imensas que existem na fábrica,

não podem ser consideradas absolutas. O que iremos verificar é que o surto

nervoso do industrial worker aparece como uma dimensão da sua subjetividade

insubmissa diante do controle do capitalista (nem o capitalista controla a

disposição intima do industrial worker, nem o próprio Chaplin, como persona do

capital, consegue controlar a si mesmo).

Em Tempos Modernos, os operários são apenas apêndices do sistema

de máquinas, uma mera engrenagem, representada na cena clássica do

operário sendo engolido pela máquina. É a dimensão da objetividade

estranhada e fetichizada, pois a máquina, ou mais propriamente, o sistema de

Page 10: Resumo Filme Taylor

máquina, é a própria representação do fetiche que se impõe sob o comando do

capitalista como persona do capital.

O sistema de máquinas possui, como mediação hierárquica, o capataz,

homem musculoso e de força física, em contraste com os demais operários da

linha de montagem. É ele quem executa as ordens do capitalista no local de

trabalho, acionando o controle de velocidade do sistema de máquinas (a

exposição do capataz como homem de músculos sugere que o exercício do

controle capitalista na produção não pode prescindir da força física, não

apenas para manejar as alavancas do sistema de máquinas, mas para se

impor sobre os operários-massa).

Além do capataz, aparece a secretária, mulher jovem, agente das

mediações complexas do controle capitalista e também objeto de desejo (é ela

que é perseguida pelo industrial workers em surto nervoso, atraído pelos

botões traseiros do seu vestido). Os músculos do capataz e os botões traseiros

da secretária são signos do desejo na corporalidade viva do controle

capitalista. O que Chaplin sugere é que, a lógica de controle capitalista, não

deixa de se apropriar das dimensões do desejo.

Uma persona do capital que merece uma análise particular é o

capitalista. É o único que tem voz – literalmente, apesar de ser um filme mudo

(numa época em que Hollywood já utiliza do cinema sonoro), os únicos sons de

Tempos Modernos provém do lócus de poder do capital e de suas personas

midiáticas: a voz do capitalista, o locutor do rádio (a mídia como persona do

capital?) e a voz de Chaplin quando canta a música nonsense (nesse caso, o

industrial worker não deixa de ser uma persona do capital, pois é pólo

antagônico reflexivo da relação-capital).

Em primeiro lugar, Chaplin nos apresenta o cotidiano do capitalista. Ele

aparece em sua tipicidade parasitária, montando quebra-cabeças, lendo jornal

e digerindo um comprimido de medicamento para alguma disfunção orgânica:

stress? úlcerá gástrica?. Talvez Chaplin esteja sugerindo que o capitalista deve

estar preocupado com a crise. Não nos esqueçamos que o cenário de Tempos

Modernos é o da Grande Depressão. Na verdade, ele é vítima da concorrência

intercapitalista (mais tarde, a fábrica irá aparecer fechada).

Page 11: Resumo Filme Taylor

Em seguida, o capitalista em sua sala de comando, atende um

vendedor, trabalhador de classe média, que aparece deslocado de sua função

profissional por uma máquina automática. Chaplin sugere que a máquina que

caracteriza a modernidade capitalista irá atingir a função do vendedor,

tornando-o, tal como o operário da linha de montagem, um mero apêndice da

máquina.

O vendedor e seus auxiliares técnicos, apenas conduzem as máquinas:

primeiro, um dispositivo automático de áudio que reproduz a apresentação de

uma nova invenção, capaz de reduzir os tempos mortos na produção de

mercadorias: a sopeira automática. É a máquina que faz a apresentação de

venda da máquina. Se a produção de máquinas através de máquinas irá

representar uma importante revolução técnica, a venda de máquinas através

de máquinas deverá indicar uma nova revolução técnica no interior da grande

indústria. O que Chaplin sugere é a revolução das vendas, o que ocorreu com

o fordismo como modo de desenvolvimento capitalista, onde a produção em

massa que ocorre através de máquinas exigiu a venda e um arcabouço

complexo de propaganda e marketing, através de máquinas automáticas,

capazes de criar uma nova demanda para os produtos capitalistas.

Após sua apresentação da sopeira automática, o vendedor e seus

técnicos a conduzem para uma demonstração no local de produção. Escolhem

o industrial worker para ser a cobaia da nova invenção. É um momento de

perda do controle, pois a sopeira automática não consegue cumprir à contento

sua função. O que Chaplin sugere é que as personas do capital, sejam o

capitalista e seus auxiliares diretos e indiretos – incluindo profissionais de

venda e inventores e cientistas à serviço do capital – e inclusive o industrial

worker, estão imersos numa incontrolabilidade intrínseca ao sistema do capital.

O capital busca, é claro, automatizar todas as funções vitais da força de

trabalho, inclusive aquelas que, como o tempo de lanche, são considerados

pelo capital como tempos mortos. O fracasso da sopeira automática é o

fracasso da tentativa de “colonizar” a hora do lanche, automatiznado o gesto

natural da alimentação (o que o capitalismo tardio conseguiu fazer com o fast-

food, uma inovação fordista da alimentação operária).

Page 12: Resumo Filme Taylor

Quanto ao industrial workers, seu surto nervoso pode ser apreendido

como forma subjetiva de resistência à lógica maquinal do capital. É a forma

como o anti-herói problemático pode se expressar numa situação-limite, diante

da máquina e das tarefas parcelizadas e sem conteúdo da produção fordista. É

o protesto incontrolável da disposição subjetiva do operário contra o ritmo

monótono e repetitivo da linha de montagem. Na verdade, o surto nervoso

ocorre após um “dia de cão”: primeiro, a intensificação do ritmo da esteira

automática (numa situação de crise, o capitalista busca extrair o maior quantum

de mais-valia possível – é o que se constata após a ordem do capitalista ao

capataz para aumentar o ritmo da máquina); nesse dia, o capitalista usa o

industrial worker como cobaia de uma experiência fracassada de reduzir os

tempos mortos (mais uma tentativa de extrair mais-valia da força de trabalho).

Além disso, o industrial worker não consegue um momento de dispersão no

banheiro, pois o capitalista o persegue. Enfim, o surto nervoso é a disrupção de

um limite subjetivo que um personagem particular, o industrial worker, possuía

de suportar a exploração intensa do capital.

Ora, apenas o industrial worker teve o surto nervoso, pois a doença do

trabalho vivo é uma disposição psíquica particular-concreta que irrompe

apenas em determinadas personalidade típicas com biografia determinada. Ela

se expressou daquela forma (o surto nervoso) e não de outra forma, pois o

surto nervoso possui algumas características peculiares. Ele se expressa

através do despertar do desejo. O industrial workers executa quase um balé

desvairado ao lado da linha de montagem, inclusive se apropriando do próprio

sistema de máquinas para escapar de seus perseguidores: seus próprios

companheiros operários (o que sugere mais uma brilhante interversão).

A seguir, o industrial worker, alucinado pelo surto nervoso, persegue os

botões traseiros da secretária e mais adiante, os botões exuberantes do

vestido de uma transeunte casual. Em seu surto nervoso, Chaplin quase ensaia

uma dança livre do desejo que irrompe no local de controle do capital. Ora, não

é apenas o capital que se apropria do desejo. Agora, o industrial workers, sob

surto nervoso, busca se apropriar dos signos diruptivos do desejo.

Page 13: Resumo Filme Taylor

Além disso, ao entrar em surto nervoso, Chaplin expressa atitudes anti-

hierarquicas (ao jogar óleo no capitalista) e quase heróicas (quase no estilo de

Errol Flyn, do espadachim que enfrenta os “piratas” do capital). Um detalhe: ao

jogar óleo no capitalista, Chaplin parece estar sugerindo que eles todos –

capitalistas, operários, policiais – são “engrenagens” do sistema de máquinas

que precisam ser lubrificadas. Seu gesto expõe a forma/conteúdo das personas

estranhadas do capital.

Como já salientamos acima, em Tempos Modernos, não sabemos o que

produzem os operários da fábrica fordista. Eles apenas manipulam suas

ferramentas parcelizadas nos postos de trabalho prescritos, ao lado da esteira

mecânica. Talvez Chaplin esteja sugerindo a dimensão do trabalho abstrato, o

único que produz mais-valia, e cuja forma concreta é indiferente. Para o capital

não interessa o trabalho concreto, mas só o trabalho abstrato. O trabalho

abstrato, sem conteúdo, é o objeto de repúdio do personagem de Chaplin, que

se insurge, de forma inconsciente, contra a modernidade capitalista (o tema da

insurgência contra o trabalho fordista-taylorista, tanto em sua forma, quanto em

seu conteúdo, foi tratado por René Clair em A Nous La Liberte, de 1931).

No modo de produção capitalista, o valor de troca se impõe sobre o valor

de uso. A natureza abstrata do produto apenas expõe sua negação, no sentido

dialético, pelo valor de troca e valor. Sua subsunção às determinações do

capital como sujeito automático de auto-valorização. Mais adiante, é contra o

valor de troca que o industrial worker irá se insurgir (a cena da expropriação no

self-service e na Loja de Departamentos, quando ele e a garota se apropriam

dos produtos, desprezando seu caráter de mercadoria).

Mas o surto nervoso do industrial worker no local de trabalho é uma

insurgência contingente contra o trabalho fordista-taylorista em vários sentidos.

Não apenas porque é não-consciente, no sentido de expressar uma

consciência de classe necessária, mas porque é individual, o que significa que

encontra os limites estruturais da insurgência heróica do individuo contra o

sistema do capital. Um individuo solitário não pode triunfar na sua luta contra a

alienação.

É importante salientar que o fordismo que observamos em Tempos

Modernos é mais um modelo de produção em massa, que um modo de

desenvolvimento, o que só tenderia a ocorrer após a II Guerra Mundial. O que

Page 14: Resumo Filme Taylor

significa que Tempos Modernos é um filme de transição, de um período

histórico do fordismo incompleto, ainda não constituído como modo de vida; o

que só ocorreria mais tarde, a partir das lutas de classes e do sindicalismo

organizados e dos acordos coletivos (em Tempos Modernos, estão postos

alguns elementos que irão constitituir, mais tarde, o compromisso fordista – a

ação coletiva dos operários, com passeatas e greves de massa). Como iremos

destacar adiante, é a garota, mulher proletária, excluida da produção, quem

prefigura os anseios fordistas.

Deste modo, a saída vislumbrada pelo industrial worker em Tempos

Modernos parece ser meramente individual, como demonstra a cena final, onde

Chaplin, diante do desalento da garota, enfatiza a crença no amor e na

esperança. Essa sugestão de Chaplin pode demonstrar tanto os limites trágicos

da consciência contingente do industrial workers, quanto sua percepção de que

a outra saída, a proteção do Estado social e sua máquina burocrática, seria tão

somente mais uma disposição de controle do capital. O industrial workers pode

estar sugerindo que a verdadeira felicidade, e não nos esqueçamos que

Tempos Modernos, como observa o próprio Chaplin, trata da busca da

felicidade, significa ir além do capital, ou seja, ir além tanto do capital privado,

quanto do Estado político como exterioridades estranhadas. Implicaria um novo

sócio-metabolismo baseado na autonomia plena dos produtores auto-

organizados (como diria Marx)

Como destacamos, a transgressão do industrial worker assume formas

contingente (e derivativas), que expõem a sua não-adaptação à lógica da

produção de mercadorias. Se num primeiro momento, a transgressão

contingente aparece como surto nervoso, no decorrer do filme ela aparece nas

atitudes desastradas que nos fazem rir. Mas, nesse caso, o riso é expressão da

sua tragédia. É ao ser desastrado, e portanto, exercer sua comicidade, que

Chaplin explicita a conservação do núcleo humano na resistência individual

contra a lógica do capital. É através da sua comicidade trágica que ele

consegue ir além da vida privada de homens médios, enquadrados e passivos.

Page 15: Resumo Filme Taylor

Por exemplo, mais tarde, o industrial worker consegue voltar à fábrica

como ajudante de manutenção de máquinas. Ele não volta para a linha de

produção, talvez devido a seu histórico clínico de surto nervoso. Mas, mesmo

na tarefa de auxiliar de manutenção, Chaplin encontra-se diante do sistema de

máquinas que aparece como expressão suprema do estranhamento, como

coisa viva, um fetiche que se impõe. Nesta cena clássica, ao lado do industrial

worker, está um velho operário de manutenção que apenas cuida da limpeza e

manutenção do sistema de máquinas, e que talvez, no passado pré-fordista,

tenha sido um artesão metalúrgico.

Na verdade, Chaplin e o operário de manutenção são expressões de

duas gerações de operários metalúrgicos. O interessante é que, nesse caso, é

o industrial worker de Chaplin que envolve o velho operário em sua tragédia

moderna. A atitude desastrada do industrial worker, envolvendo o velho

operário de manutenção, é a singela expressão do estranhamento diante do

sistema de máquinas e de si próprio.

Um detalhe da cena desastrada entre Chaplin e o velho operário é

aquela em que o torno mecânico esmaga o relógio do velho operário. Chaplin

contribuiu de modo involuntário para que o velho operário perdesse seu relógio,

herança de família. Nesse caso, a cena pode possuir várias significações: seria

a destruição da tradição artesanal e do savoir-faire dos artesãos metalúrgicos

pelo sistema de máquinas e poderia ser, por outro lado, expressão da rebeldia

do trabalho estranhado. Ao deixar o sistema de máquina esmagar o relógio do

velho operário, Chaplin cometia um gesto de insurgência contingente contra o

capital, prefigurado, em Tempos Modernos, na figura do relógio.

Mais adiante, o próprio Chaplin iria contribuir, ainda de forma involutária,

para que o velho operário ficasse preso nas engrenagens do sistema de

máquina. Desta vez não é ele que é deglutido pelo sistema de máquinas como

ocorreu antes, mas é o velho operário, responsável pela manutenção do

sistema de máquinas.

Tempos Modernos é um filme onde homens e mulheres proletários são

engolidos pelo sistema de máquina, seja na fábrica, seja na sociedade. Por

exemplo, o Estado político, que controla os proletários despossuidos, seriam

formas de deglutir homens e mulheres, digerindo com suas engrenagens

policial-burocráticas (o caso do presídio e a perseguição que os agentes do

Page 16: Resumo Filme Taylor

Estado fazem com a garota, um tema constante em Chaplin, como observamos

ainda em O Garoto – The Kid, de 1921).

Além disso, existem outras engrenagens sutis que dilaceram as

personas do capital em suas rotinas cotidianas (o próprio capitalista, o único

que tem voz imperativa no filme, é meramente uma persona do capital, preso

em suas engrenagens de valorização). Enfim, o sistema de máquinas parece

“engolir” (e dilacerar) a todos.

Outra atitude desastrada do industrial workers ocorre quando ele vai

trabalhar no estaleiro naval, após sair do hospital psiquiátrico. O processo de

trabalho da indústria naval, apesar de assumir a forma capitalista, ainda é

predominantemente artesanal, exigindo dos operários certas habilidades

perceptivas dispensáveis na linha de montagem.

Por exemplo, o operário da indústria taylorista-fordista executa apenas

uma operação rotineira e monótona, manipulando, no decorre da jornada de

trabalho, objetos que são abstrações, meros componentes de uma mercadoria

complexa, parcelizada em elementos padrões. A ferramenta e seu obejto de

manipulação é especializada, não exigindo do operário habilidades mentais

complexas. Na indústria naval, onde não existia uma linha de montagem, a

lógica da produção de mercadorias assume ainda uma base artesanal. A

tragédia (e o desastre) do industrial worker de Chaplin é que ele não consegue

distinguir lógicas desigual, apesar de combinadas, da produção capitalista. Ao

não discernir que uma trava de madeira pode cumprir funções múltiplas no

processo de trabalho, ele confunde a lógica do trabalho fordista-taylorista com

a lógica artesanal.

Tempos Modernos, de Charles Chaplin, herda a tradição crítica da

modernidade fordista-taylorista de A Nous la liberté, de René Clair, de 1931.

Inclusive, diz-se que Chaplin se inspirou em Clair para escrever seu Tempos

Modernos. Na década de 1930, década de grande depressão e de inovações

capitalista profundas na produção e no processo de trabalho, o avanço do

fordismo, objeto de crítica de Clair e de Chaplin, representava o avanço de uma

modernidade catastrófica, que tinha seu lado perverso na agudização das

contradições sociais, da luta de classes e da geopolítica imperialista (o que

veríamos traduzida na II Guerra Mundial). Tanto Chaplin quanto Clair traduziam

em seus filmes a critica da racionalização do mundo, intrínseca ao avanço do

Page 17: Resumo Filme Taylor

capitalismo monopolista, e a afirmação dos valores da vida simples em

harmonia com a Natureza e com o ethos comunitário (algo que o capital não

poderia mais proporcionar).

Bibliografia Básica

Trabalho e Tecnologia – Dicionário Crítico, de Antonio David Cattani,

Verbete Fordismo e Pós-Fordismo (Editora Vozes, 1999).

Trabalho e Capital Monopolista, de Harry Braverman (Editora Zahar,

1985)

O Capital – Crítica da Economia Política, de Karl Marx, Volume 1, Seção

V (Editora Abril, 1998)

"Americanismo e Fordismo", de Antonio Gramsci (In Caderno do

Cárcere).

Observações

Outra análise do filme Tempos Modernos, de Charles Chaplin, pode ser

lida na Revista Tela Crítica, no.1, 2004, no artigo homonimo, de autoria de

Marco Santana.

Uma análise exaustiva do filme Tempos Modernos, de Charles Chaplin,

encontra-se no CD-ROM Tempos Modernos - Uma Análise do Filme (Editora

Praxis, 2004), de autoria de Giovanni Alves.

Giovanni Alves (2005)

Page 18: Resumo Filme Taylor

Melhores correspondências para filme tempos modernos+ford

Tempos Modernos e o fordismo. Análise do Filme "Tempos Modernos"

(Modern... Ir para o texto »

por Henry Ford em sua fábrica, a Ford Motor Co., em Highland Park,

Detroit,... Ir para o texto »

O que é

Fordismo é um sistema de produção, criado pelo empresário norte-

americano Henry Ford, cuja principal característica é a fabricação em massa.

Henry Ford criou este sistema em 1914 para sua indústria de automóveis,

projetando um sistema baseado numa linha de montagem.

Objetivo do sistema

O objetivo principal deste sistema era reduzir ao máximo os custos de

produção e assim baratear o produto, podendo vender para o maior número

possível de consumidores. Desta forma, dentro deste sistema de produção,

uma esteira rolante conduzia a produto, no caso da Ford os automóveis, e cada

funcionário executava uma pequena etapa. Logo, os funcionários não

precisavam sair do seu local de trabalho, resultando numa maior velocidade de

produção. Também não era necessária utilização de mão-de-obra muito

capacitada, pois cada trabalhador executava apenas uma pequena tarefa

dentro de sua etapa de produção.

O fordismo foi o sistema de produção que mais se desenvolveu no

século XX, sendo responsável pela produção em massa de mercadorias das

mais diversas espécies.

Declínio do fordismo

Na década de 1980, o fordismo entrou em declínio com o surgimento de

um novo sistema de produção mais eficiente. O Toyotismo, surgido no Japão,

Page 19: Resumo Filme Taylor

seguia um sistema enxuto de produção, aumentando a produção, reduzindo

custos e garantindo melhor qualidade e eficiência no sistema produtivo.

Fordismo para os trabalhadores

Enquanto para os empresários o fordismo foi muito positivo, para os

trabalhadores ele gerou alguns problemas como, por exemplo, trabalho

repetitivo e desgastante, além da falta de visão geral sobre todas as etapas de

produção e baixa qualificação profissional. O sistema também se baseava no

pagamento de baixos salários como forma de reduzir custos de produção.

Dica de filme:

- Um filme interessante que aborda o fordismo é “Tempos Modernos”,

produzido e estrelado por Charles Chaplin. O filme faz uma crítica ao sistema

de produção em série, além de mostrar a combalida economia norte-americana

após a crise econômica de 1929.