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Filosofia e Didáctica Da Filosofia: Implicações de uma Relação de

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Page 1: Filosofia e Didáctica Da Filosofia: Implicações de uma Relação de

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11 Didactica educa~o pedagogia A dialectica eDSiDoaprendizagem ~ -

Comecemos por nIna analise etimo16gica dos termos para melbar comprecnshyder a significado que boje tem Didlictlca vern do grego (DIDASKEIN) A letra quer dizer uma teoria da instrucao urna teoria do ensino Liga-se portanto aos problemasincrentes a uma transmisslo formal dos conhecimenshytos_ PodeiIOS vcr ucla uma tripla fun~o De facto tem sidb centhtendida quer como arte quer como tknica quer como ciencia (ou simultancamente inteshy

middotgranobtodosestes~os)~

Como arte apela para a criatividade para a inven~ Interessa-lhe 0 modo como os conhecimentos silo transmitidos a maneira como fazemos passar a informafY3o

Pmo tknicaimplicaumsabcr fazer um laquoknowhow que sup5e a aquisifY30 e J JIv minio de certas laquoskilJs Prende-se com urn conjunto de actuacoes que s6

poderao set avaliadas numa pnitica lectiva E0 aspectoquc menos trataremos aquie que certamentc sera trabalhado num futuro estligio pedag6gico

Como ci~1lcia a didactica apoia-se numa determinada teoria do eosino que toma como ponto de refer~ncla Essa tepria por sua vcz enquadrar-se-a Dum plano mais vasto - 0 plano da educacilo

Na obraque dedicaao pensam~to educativo contemporineoJ UlmanD J faz o levantamento de algumas orientacentes presentes nas correntes educaclonais do seculoxx Assim tcmos posi~Oes que pretcndem libertar a natureza infantil pcrmitindo 0 senpleno desenvolvimento Incluem-se nelas as proposshytaB de Montessori ou Dewey Outras mam conduzir a natureza acultura pela sua eleva~ e subor~ avida do espirito - e0 caso de urn Maritain ou de urn Kirscbensteiner Alguns defendem uma natureza humana forjada pela hist6ria colocando Como principal fmalid3de educativa a formacilo das cria~-

~S do proletariado - I 0 caso das orientaci5es ~tas como por exemplotmiddotmiddotmiddotmiddotbull ~nin ou Makarenko

o projecto piagctiaDo aposta namiddot harmonizacao das estrut~ do individuo e na sua integracao nas grandes finalidades sociais Freud Reich e Marcuse aceDtuam a dimenslo fruitiva da educa~ao etc etc

Temos portanto uma diversidade de horizontes te6ricos que levam a opcentes muito diferencladas no plano de uma didActica

Do que ate agora foi dito podemos tirar algumas ~es

A didActica MO eaut6noma hi nela uma radical beteronomia que apela para um conceito gcral de educa~

A didActica nio se encara cOmo uma mera t6cnica como umreceituario um conjunto de praticas que pretendemos dominar

A didactica implica outros conceitos que the saomiddot correlativos - os conceitos de edu~ de pedagogia de filosofta daeducacao

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ti

IJeanFr1uJ9oisIMcm6shyria acerca despriJneingta proshysr-os do Victor de Awyshyron_ ill Ludcn MasoQ As Criimpu $elwIpns Porto Chi~o 1Hl7pl29

6

Tradicionalmente a didctica foi encarada como algo de especifico alga que se situava no interior de disciplinas mais gerais mitis abrangentes e mais integrashy

doras como eram entio a Educayao e a Pedagogia Hoje as froDteiras nio sao tao demarcadas as categorias discipiinares diluem-se e entrecrnzam-se Podemos entio dizer que Educa~o Pedagogia e Didactica perderam os seus COJltomos aitidos 0 que nio impede que fa~mos para cada uma delas a mcsma tentativa de anlllise~t1mo16gica com 0 intuito de mtlhor aclarar 0 seu dominiQ us~ Vejamosoque e~a anAlise nos traz no que respeita a educa~omiddotmiddotmiddotmiddot ~ - ~

J7 EdDca~O vem do latim middotetbtcare ou seja alimentar cuidar Mas vem tambem de tbtcere que significa condum levar A educayiio i um proctsso de integrashy~o de um individuo no seio de umacultura Identifica-se com as modalidades de encu1~o de socializa~o e mesmo de acultura~o A cultura exige um f ideal de transmisslo de coDtinuidade A educayao 6essa transmisslio de um patrim6nio cultural Eurn ensinar e urn receber de

- um modo de estar no mundo - um conjuntode cren~ de saberes de valores de tmcas de preceishy

tos morais e jurldicos de costumes

A edu~o ea perpetnaylio de uma cultura atraves ~e uma sene de meios

institucionais i i

A natureza humana defme-se pela sua capacidade de ser educada Uma invariante comurn passivel para defmir 0 homem seria a virtualidade para aprender Daf 0 interesse que despertou (e desperta) 0 caso das laquocrianas selvagens para a constitui~o de teorias educativas Jean Jacques Rousseau

no seu Discurso sobre a origem do desigualdade lembra a dificu1dade com que estas crian~ adquiriram 0 que irreflectidamentc nos habituamos a consideshyrar como mato natural- a posi~io erecta C 0 andar Vivendo ainargem da sociedade humana alimentadas par lobos ou por ursos a sua postura era semelhante adesses anima is Com esfor~ aprenderam a caminhar sobre as dom pes

Victor de Aveyron 0 menino selvagem imortalizado por ltardnos come~s do seculo XIX eum exemplo flagrante de como privado de educa~o 0 homem se mantem num estado de quasc animalidade 0 relato minucioso da encultushyra~ilo de Victor (Oi-DOS legado pelo seu mentor E reproduzimos as Iinbas iniciais dessa narrativa por DOS parecerem ainda hoje pIenas de actualidade

Lan~do no globo sem forvas flsicas e scm ideias inatas incapax de obedecer s6 par si as leis canstitucionais dasua organizatlio que 0 atraem para 0

primeira lugar do sistema dos seres 0 hamcm s6 pode encontrar DO seia da socicdade a p~o eminente que a natureza Ihe assinalou c scm a civilizashy~ seria um des mais fracas e a menm inteligente dOl animais

Mas como nlo se aprende qualquer coma de qualquer maneira nem em qualqucr altura a educayao tem estarlo privilegiad~cntc ligada a uma pedashygogia Remontemos ao grego PAIDAGOGiA ea arte de educar a cicnda de

educar Aparenta-se com PAIDEUO que significa educar E educa-se prefeshyrenci3lmentealguem que ira ser farmado nioldado 0 PAls ou seja a crianya inserindo-a numa PAIDEiA(= cultura)

Pedagogia aletra significa guia da crianya e are ao seculo XIX esta defini~o literal serviu Admitia-sc que se recebia informa~o elou fotma~o ate uma

certa idade e que depois essa informa~io era coDsolidada e alargada mas nao 9ualitatvamentea~terada Hoje cneam-se a pcdagogia de urn modo muito mais dinimico de um modo processual A pedagogia prospectiva~ aponta para urn futuro e prepara em tcrmos de virtualidades de potencialidades a seu objectivo e uma nexibiliza~o das mentes uma capacidade paraaprender Como d~ Edgar Faure de aprender a ser Dai a transforma~aodilui~ao Idispersio da pedagogia numa multipJicidade de ciricias da educa~l

( ltApedagogia desde sempre esteve ligada AfIlosofJa Estascmpre se preocupou

com 0 saber e comas formas possiveis da sua ~missio com 0 problema da sua ensinabilidade

Podemos dizcr que quando a filosofia reflecte geaericameate sabre 0 modo como C recebido 0 saber est no dominio da pedagogia coincide com a pedagogia Quando se preocupa esped1lcameJlte com os processos particulashyres de aquisi~o do saber com as metodos e estrategias de que nos devemos ~ervir ~sti D~ d~~fDi~ da-didActica

Fa~amos agora umaprimeira paragem atendendo aos-termos que temos vindo a utilizar Com~mos por falar de eosino Gradualmente introduzimos 0

termo aprendizagem Tradicionalmente a educatlo a pedagogia e a didactica centravam-se no eosino Hoje tendemos a valorizar a aprendizagem Mas sera possiveI considerar autonomamente cadaum dos termos des~ bin6mio7

~oder-se-a falar de eosino scm aprendizagem - ~oo

b de aprendizaglm sem eosino

Durante seculos a pedagogia assentou no ensino estruturou-se em funtlo do eosino Nos anos sessenta do nosso sccuIo come~m a surgir orien~es pedag6gicas negando frontalmente 0 ensino laquoTeaching kills learning eo Jema dcCarJ Rogers um dos precursores da nao directividade Paraele e para os seJ-~ seguidores 0 professor edispeosavel transformando-se uum simples animador OU orientador Numa linha de ainda maior radicalidade Ivan Illich nega a pertin~ncia da pr6pria escola defendendo uma sociedade convivenciaI onde todos sao simuItaneamente ensinantes e aprendizes

Nilo cabe aqui desenvolver os problemas das pedagogias nao directivas Apenas referimos estes dois nomes pelo impacto e revoluYio que provocaram no ensmo de~~stificando a sua identifica~o com uma actividade meramente ~nsmissora reprodutora E tambem pelas alteracentSes que as suas propostas introduziram no conceito de escola e de ailla bem como no estatuto do professor e consequentemente dos aluno 0 professor n~o mais se encara

VejaaobradoAdalbettDde CarvaIboJrplllnnaltlp tAu

CibtcUuEtiJMJIcent dtada Da bibiiopflL

Aprcnclinpmenaino

Da nio dirtctMdade

Iltt~

bull

Ensina ttadlcional

Ensino actual

como aquele que adqlliriu as oompetencias de uma vez por tcdas Ete ealguem que aprende ensinando numa relaylio dialectica e dial6gica com os seus alunos Ensina e aprendizagem colocam-se entaa como urn bin6mio inseparavel

Mas 0 que e easinar1 ~ -

Partimos do principio que 0 emino 6 possivel e desejavel Defmimo-l0 pela slla v~ente essencialmentecom~~icativa - ensinar ecomunicar alga a alguem Podemos falar de ensino aplicando-Q a inumeras circunstAncias Mas na sua vertentc escolar exigimos certas requisitos para a sua ocorrencia

Para que haja ensino enecessaria uma IDteDylio claramente assumida de transmitir algo a alguem que 0 pretende aprender Nao se trata de um comportamento esponidico ocasional H que obedecer a urn plano preyjamente tra~do

Nas sociedades industrializadas a a~o do educadar insere-se Dum espa~ subordina-se a uma organizayao institucional 0 eosino tal como o concebemos hoje tern como espa90 pri~legiado a escola

o easino Unplica a liga9o com um tempo com uma duraylio Reveste-se de um caracter processual em que a conti~uidade tern um papel de relevo Exige uma pro~maylio

A existencia do eosino imp5e professores pessoas com um estatuto determinado no acto pedagogico Neste sentido recusaremos para 0

professor a papel de mero animador Consideramo-Io como PC98 essenshycial no processo pedag6gico Dedicar-lhe-emos adiante uma maior atenylio

o easino processa-se em fun~ao dos aluDOS que passam a ser 0 fulCrO da actividade pedag6gica

I

o modelo tradicional favorece a aula expositiva a licio magistral em que 0 r

professor se assume como informadortransmissor de urn saber feito 0 aluno eencarado como receptor de nm discurso fortemente organizado e estrutushyrado 0 seu trabalho circuascreve-se aconsolida~ao e reproduylio da mensashygem do mestre

Na pedagogia clAssica 0 aluno reeebe e restitui Tudo se processa de urn modo solitario individual Desenvolve-se 0 gosto do conformismo e da meditacento isolada A comun1cacento e gerida exclusivamente peto professor passando necessariamentepor ele sern 0 qual assume urn estatuto de clandestinidade 0 pr6prio espayo e rigidamente demarcado com as suas zonas pr6prias shy quadro estrado C8rteiras a1inhadas etc ~~

o modelo classico revelou-se inoperante no contexto cultural que t 0 nosso A tonica colocada na aprendizagem veio dar relevo re1aylio 13 0 aluno indivishy j

dual que ecODsiderado c nlio uma turma an6nima 0 erisinoaprendizagem

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Tradicionalmente a didctica foi encarada como algo de especifico alga que se situava no interior de disciplinas mais gerais mitis abrangentes e mais integrashy

doras como eram entio a Educayao e a Pedagogia Hoje as froDteiras nio sao tao demarcadas as categorias discipiinares diluem-se e entrecrnzam-se Podemos entio dizer que Educa~o Pedagogia e Didactica perderam os seus COJltomos aitidos 0 que nio impede que fa~mos para cada uma delas a mcsma tentativa de anlllise~t1mo16gica com 0 intuito de mtlhor aclarar 0 seu dominiQ us~ Vejamosoque e~a anAlise nos traz no que respeita a educa~omiddotmiddotmiddotmiddot ~ - ~

J7 EdDca~O vem do latim middotetbtcare ou seja alimentar cuidar Mas vem tambem de tbtcere que significa condum levar A educayiio i um proctsso de integrashy~o de um individuo no seio de umacultura Identifica-se com as modalidades de encu1~o de socializa~o e mesmo de acultura~o A cultura exige um f ideal de transmisslo de coDtinuidade A educayao 6essa transmisslio de um patrim6nio cultural Eurn ensinar e urn receber de

- um modo de estar no mundo - um conjuntode cren~ de saberes de valores de tmcas de preceishy

tos morais e jurldicos de costumes

A edu~o ea perpetnaylio de uma cultura atraves ~e uma sene de meios

institucionais i i

A natureza humana defme-se pela sua capacidade de ser educada Uma invariante comurn passivel para defmir 0 homem seria a virtualidade para aprender Daf 0 interesse que despertou (e desperta) 0 caso das laquocrianas selvagens para a constitui~o de teorias educativas Jean Jacques Rousseau

no seu Discurso sobre a origem do desigualdade lembra a dificu1dade com que estas crian~ adquiriram 0 que irreflectidamentc nos habituamos a consideshyrar como mato natural- a posi~io erecta C 0 andar Vivendo ainargem da sociedade humana alimentadas par lobos ou por ursos a sua postura era semelhante adesses anima is Com esfor~ aprenderam a caminhar sobre as dom pes

Victor de Aveyron 0 menino selvagem imortalizado por ltardnos come~s do seculo XIX eum exemplo flagrante de como privado de educa~o 0 homem se mantem num estado de quasc animalidade 0 relato minucioso da encultushyra~ilo de Victor (Oi-DOS legado pelo seu mentor E reproduzimos as Iinbas iniciais dessa narrativa por DOS parecerem ainda hoje pIenas de actualidade

Lan~do no globo sem forvas flsicas e scm ideias inatas incapax de obedecer s6 par si as leis canstitucionais dasua organizatlio que 0 atraem para 0

primeira lugar do sistema dos seres 0 hamcm s6 pode encontrar DO seia da socicdade a p~o eminente que a natureza Ihe assinalou c scm a civilizashy~ seria um des mais fracas e a menm inteligente dOl animais

Mas como nlo se aprende qualquer coma de qualquer maneira nem em qualqucr altura a educayao tem estarlo privilegiad~cntc ligada a uma pedashygogia Remontemos ao grego PAIDAGOGiA ea arte de educar a cicnda de

educar Aparenta-se com PAIDEUO que significa educar E educa-se prefeshyrenci3lmentealguem que ira ser farmado nioldado 0 PAls ou seja a crianya inserindo-a numa PAIDEiA(= cultura)

Pedagogia aletra significa guia da crianya e are ao seculo XIX esta defini~o literal serviu Admitia-sc que se recebia informa~o elou fotma~o ate uma

certa idade e que depois essa informa~io era coDsolidada e alargada mas nao 9ualitatvamentea~terada Hoje cneam-se a pcdagogia de urn modo muito mais dinimico de um modo processual A pedagogia prospectiva~ aponta para urn futuro e prepara em tcrmos de virtualidades de potencialidades a seu objectivo e uma nexibiliza~o das mentes uma capacidade paraaprender Como d~ Edgar Faure de aprender a ser Dai a transforma~aodilui~ao Idispersio da pedagogia numa multipJicidade de ciricias da educa~l

( ltApedagogia desde sempre esteve ligada AfIlosofJa Estascmpre se preocupou

com 0 saber e comas formas possiveis da sua ~missio com 0 problema da sua ensinabilidade

Podemos dizcr que quando a filosofia reflecte geaericameate sabre 0 modo como C recebido 0 saber est no dominio da pedagogia coincide com a pedagogia Quando se preocupa esped1lcameJlte com os processos particulashyres de aquisi~o do saber com as metodos e estrategias de que nos devemos ~ervir ~sti D~ d~~fDi~ da-didActica

Fa~amos agora umaprimeira paragem atendendo aos-termos que temos vindo a utilizar Com~mos por falar de eosino Gradualmente introduzimos 0

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~oder-se-a falar de eosino scm aprendizagem - ~oo

b de aprendizaglm sem eosino

Durante seculos a pedagogia assentou no ensino estruturou-se em funtlo do eosino Nos anos sessenta do nosso sccuIo come~m a surgir orien~es pedag6gicas negando frontalmente 0 ensino laquoTeaching kills learning eo Jema dcCarJ Rogers um dos precursores da nao directividade Paraele e para os seJ-~ seguidores 0 professor edispeosavel transformando-se uum simples animador OU orientador Numa linha de ainda maior radicalidade Ivan Illich nega a pertin~ncia da pr6pria escola defendendo uma sociedade convivenciaI onde todos sao simuItaneamente ensinantes e aprendizes

Nilo cabe aqui desenvolver os problemas das pedagogias nao directivas Apenas referimos estes dois nomes pelo impacto e revoluYio que provocaram no ensmo de~~stificando a sua identifica~o com uma actividade meramente ~nsmissora reprodutora E tambem pelas alteracentSes que as suas propostas introduziram no conceito de escola e de ailla bem como no estatuto do professor e consequentemente dos aluno 0 professor n~o mais se encara

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o modelo tradicional favorece a aula expositiva a licio magistral em que 0 r

professor se assume como informadortransmissor de urn saber feito 0 aluno eencarado como receptor de nm discurso fortemente organizado e estrutushyrado 0 seu trabalho circuascreve-se aconsolida~ao e reproduylio da mensashygem do mestre

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Pedagogia aletra significa guia da crianya e are ao seculo XIX esta defini~o literal serviu Admitia-sc que se recebia informa~o elou fotma~o ate uma

certa idade e que depois essa informa~io era coDsolidada e alargada mas nao 9ualitatvamentea~terada Hoje cneam-se a pcdagogia de urn modo muito mais dinimico de um modo processual A pedagogia prospectiva~ aponta para urn futuro e prepara em tcrmos de virtualidades de potencialidades a seu objectivo e uma nexibiliza~o das mentes uma capacidade paraaprender Como d~ Edgar Faure de aprender a ser Dai a transforma~aodilui~ao Idispersio da pedagogia numa multipJicidade de ciricias da educa~l

( ltApedagogia desde sempre esteve ligada AfIlosofJa Estascmpre se preocupou

com 0 saber e comas formas possiveis da sua ~missio com 0 problema da sua ensinabilidade

Podemos dizcr que quando a filosofia reflecte geaericameate sabre 0 modo como C recebido 0 saber est no dominio da pedagogia coincide com a pedagogia Quando se preocupa esped1lcameJlte com os processos particulashyres de aquisi~o do saber com as metodos e estrategias de que nos devemos ~ervir ~sti D~ d~~fDi~ da-didActica

Fa~amos agora umaprimeira paragem atendendo aos-termos que temos vindo a utilizar Com~mos por falar de eosino Gradualmente introduzimos 0

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Durante seculos a pedagogia assentou no ensino estruturou-se em funtlo do eosino Nos anos sessenta do nosso sccuIo come~m a surgir orien~es pedag6gicas negando frontalmente 0 ensino laquoTeaching kills learning eo Jema dcCarJ Rogers um dos precursores da nao directividade Paraele e para os seJ-~ seguidores 0 professor edispeosavel transformando-se uum simples animador OU orientador Numa linha de ainda maior radicalidade Ivan Illich nega a pertin~ncia da pr6pria escola defendendo uma sociedade convivenciaI onde todos sao simuItaneamente ensinantes e aprendizes

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Partimos do principio que 0 emino 6 possivel e desejavel Defmimo-l0 pela slla v~ente essencialmentecom~~icativa - ensinar ecomunicar alga a alguem Podemos falar de ensino aplicando-Q a inumeras circunstAncias Mas na sua vertentc escolar exigimos certas requisitos para a sua ocorrencia

Para que haja ensino enecessaria uma IDteDylio claramente assumida de transmitir algo a alguem que 0 pretende aprender Nao se trata de um comportamento esponidico ocasional H que obedecer a urn plano preyjamente tra~do

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o easino Unplica a liga9o com um tempo com uma duraylio Reveste-se de um caracter processual em que a conti~uidade tern um papel de relevo Exige uma pro~maylio

A existencia do eosino imp5e professores pessoas com um estatuto determinado no acto pedagogico Neste sentido recusaremos para 0

professor a papel de mero animador Consideramo-Io como PC98 essenshycial no processo pedag6gico Dedicar-lhe-emos adiante uma maior atenylio

o easino processa-se em fun~ao dos aluDOS que passam a ser 0 fulCrO da actividade pedag6gica

I

o modelo tradicional favorece a aula expositiva a licio magistral em que 0 r

professor se assume como informadortransmissor de urn saber feito 0 aluno eencarado como receptor de nm discurso fortemente organizado e estrutushyrado 0 seu trabalho circuascreve-se aconsolida~ao e reproduylio da mensashygem do mestre

Na pedagogia clAssica 0 aluno reeebe e restitui Tudo se processa de urn modo solitario individual Desenvolve-se 0 gosto do conformismo e da meditacento isolada A comun1cacento e gerida exclusivamente peto professor passando necessariamentepor ele sern 0 qual assume urn estatuto de clandestinidade 0 pr6prio espayo e rigidamente demarcado com as suas zonas pr6prias shy quadro estrado C8rteiras a1inhadas etc ~~

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Ensina ttadlcional

Ensino actual

como aquele que adqlliriu as oompetencias de uma vez por tcdas Ete ealguem que aprende ensinando numa relaylio dialectica e dial6gica com os seus alunos Ensina e aprendizagem colocam-se entaa como urn bin6mio inseparavel

Mas 0 que e easinar1 ~ -

Partimos do principio que 0 emino 6 possivel e desejavel Defmimo-l0 pela slla v~ente essencialmentecom~~icativa - ensinar ecomunicar alga a alguem Podemos falar de ensino aplicando-Q a inumeras circunstAncias Mas na sua vertentc escolar exigimos certas requisitos para a sua ocorrencia

Para que haja ensino enecessaria uma IDteDylio claramente assumida de transmitir algo a alguem que 0 pretende aprender Nao se trata de um comportamento esponidico ocasional H que obedecer a urn plano preyjamente tra~do

Nas sociedades industrializadas a a~o do educadar insere-se Dum espa~ subordina-se a uma organizayao institucional 0 eosino tal como o concebemos hoje tern como espa90 pri~legiado a escola

o easino Unplica a liga9o com um tempo com uma duraylio Reveste-se de um caracter processual em que a conti~uidade tern um papel de relevo Exige uma pro~maylio

A existencia do eosino imp5e professores pessoas com um estatuto determinado no acto pedagogico Neste sentido recusaremos para 0

professor a papel de mero animador Consideramo-Io como PC98 essenshycial no processo pedag6gico Dedicar-lhe-emos adiante uma maior atenylio

o easino processa-se em fun~ao dos aluDOS que passam a ser 0 fulCrO da actividade pedag6gica

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o modelo tradicional favorece a aula expositiva a licio magistral em que 0 r

professor se assume como informadortransmissor de urn saber feito 0 aluno eencarado como receptor de nm discurso fortemente organizado e estrutushyrado 0 seu trabalho circuascreve-se aconsolida~ao e reproduylio da mensashygem do mestre

Na pedagogia clAssica 0 aluno reeebe e restitui Tudo se processa de urn modo solitario individual Desenvolve-se 0 gosto do conformismo e da meditacento isolada A comun1cacento e gerida exclusivamente peto professor passando necessariamentepor ele sern 0 qual assume urn estatuto de clandestinidade 0 pr6prio espayo e rigidamente demarcado com as suas zonas pr6prias shy quadro estrado C8rteiras a1inhadas etc ~~

o modelo classico revelou-se inoperante no contexto cultural que t 0 nosso A tonica colocada na aprendizagem veio dar relevo re1aylio 13 0 aluno indivishy j

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