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Financiamento e regulação da educação Superior. IEAL – SEMINÁRIO 24/04/2014

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Financiamento e regulação da educação Superior.IEAL – SEMINÁRIO 24/04/2014

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Fatores estruturantes

Publico – Privado : impede a construção histórica de um sistema publico de educação. Nossa republica não cumpriu tarefas básicas.

Projetos dependentes e antidemocráticos.

O modelo de universidade que foi construída no Brasil.

Em toda a historia da educação brasileira o setor privado estabelece com o Estado Brasileiro uma relação politica- É organizado e economicamente relevante.

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Décadas de 80 e 90

Artigo 209 da Constituição de 1988.

LDB DE 1996 – 5 Tipos de instituições – Universidade por área de saber e somente de ensino – dissociabilidade entre ensino pesquisa e extensão.

Plano Nacional de educação – 2000/2010 – expansão com meta de 30% dos jovens de 18 a 24 anos preferencialmente através da expansão da rede privada.

Rebaixamento da formação superior – cursos de curta duração, modificação nos bacharelados e licenciaturas, cursos sequenciais, cursos tecnológicos rebaixados e sem relação com o desenvolvimento regional.

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Décadas de 80 e 90

Esvaziamento da responsabilidade social das IES publicas.

Problema de financiamento das Intuições publicas- privatização através das fundações.

Expansão privatista de qualidade nova .

Desvalorização da formação e valorização da certificação.

Retirada dos conteúdos críticos dos currículos de formação tanto dos bacharelados como das licenciaturas.

Inicio da concepção produtivista da educação superior – o que vale é a quantidade e não a qualidade – o que Lyotard chamou de alianças espúrias , esvaziamento da produção de conhecimento, produtividade acadêmica.

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Final da década de 90

Quando derrubamos a ditadura militar somente incluíamos na educação superior 11% dos jovens de 18 a 24 anos.

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Expansão da rede publica 2002/2014.

O Programa REUNI, trouxe um expressivo crescimento não somente das Universidades Federais, mas também de campus no interior do país, de 2003 à 2010, houve um salto de 45 para 59 Universidades Federais, o que representa a ampliação de 31%, e de 148 campus para 274 campus/unidade, crescimento de 85%.

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Expansão da rede publica 2002/2014.

A interiorização também proporcionou uma expansão no país quando se elevou o número de municípios atendidos por Universidades Federais de 114 para 272 municípios, com um crescimento de 102%.

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Expansão da rede publica 2002/2014.

Ainda no âmbito da integração e do desenvolvimento regional, destacam-se a criação de 47 novos campus no período entre 2011 e 2014 e as leis de criação das 4 novas universidades :

- Universidade Federal do Sul da Bahia – UFESBA,

- Universidade Federal do Oeste da Bahia – UFOB,

- Universidade Federal do Cariri – UFCA e

- Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará – UNIFESSPA.

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Expansão publica mantendo a orientação privatista

O PROUNI – como programa emergencial se tornou permanente na concepção de transferência de dinheiro publico para e a iniciativa privada.

O FIES se ampliou e hoje este financiamento mantem lucro certo para as instituições privadas inclusive de capital aberto.

A regulação é frágil e mesmo criando uma secretaria de regulação ela é insuficiente para manter a qualidade e impedir que instituições não cumpram com suas responsabilidades sociais. – INSAES.

O governo tenta impedir que no novo plano nacional de educação se estabeleça o aumento de 40% das vagas em instituições publicas (retirando a palavra publica e substituindo por gratuita.

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Expansão publica mantendo a orientação privatista

Nosso ensino superior: 2012

7 024 238 alunos

5 140 312 (73,2%) no setor privado e

1 883 926 (26,8%) no setor público.

De 1980 a 2012 a educação publica cresceu 22% enquanto que a educação privada cresceu 186%

Hoje com toda a privatização e expansão publica atendemos apenas 16,8% dos jovens de 18 a 24 anos.

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A expansão privatista muda de qualidade

De 2005 para cá estamos presenciando no Brasil uma mudança de qualidade no formato privatista da educação superior – instituições sem fins lucrativos se transformam SA e são compradas por grupos de capital aberto nacionais e internacionais. Não são apenas pequenas instituições , mas grandes instituições.

Financeirização e desnacionalização da educação superior.

Formação de concentração de capital, formação de oligopólios e de financeirização da educação superior brasileira.

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Desnacionalização da educação superior brasileira

Venda parcial ou total ao capital estrangeiro: ausência de limite legal para participação do capital estrangeiro .

Alinhamento dos objetivos da administração aos interesses dos acionistas - maior liquidez e maior valorização das ações negociadas no mercado.

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Desnacionalização da educação superior brasileira.

Redução de custos: enxugamento do quadro de pessoal; baixos salários, demissões dos mais qualificados, precarização das relações de trabalho.

Racionalização administrativa e profissionalização da gestão - reitor profissional e gerência.

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Desnacionalização da educação superior brasileira

Abertura do capital e oferta pública de ações de empresas educacionais na BM&F BOVESPA a partir de 2007

Anhanguera, Estácio de Sá, Pitágoras e COC (SEB)

Ações (ON) da Kroton, Anhanguera e Estácio pertencem ao Novo Mercado segmento da BM&FBovespa - empresas que se comprometem voluntariamente a adotar práticas de governança corporativa

Anhanguera -em 2013 passa a fazer parte do índice IBOVESPA - comportamento médio dos principais papéis negociados na BM&FBOVESPA

Kroton - lançamento set/2013 (ADRs) na bolsa de Nova York -acesso aos investidores estrangeiros .

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Antes da fusão

Anhanguera :

429 mil alunos em todos os estados e em 45 cidades

R$ 5,6 bi de valor negociado com 72% de valorização em 2012

Valorização do IBOVESPA em 2012 - 7,4%

Kroton:

411 mil alunos em 10 estados e 39 cidades brasileiras

447 Polos de Graduação EAD credenciados pelo MEC .

69% de valorização acionária nos últimos 12 meses

Duas empresas representam 55,5% das aquisições entre 2007 e 2012

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Principais Negócios em 2013

1.Associação da Anhanguera e Kroton - valor da operação R$ 13 bilhões -1 milhão de alunos - a maior IES privada do mundo - abril de 2013 - julgamento do ato de concentração no CADE.

2.Americana Laureate passou a deter 100% do capital da Anhembi Morumbi - comprou em agosto a FMU por R$ 1 bilhão - 90 mil alunos.

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Principais Negócios em 2013

3.Estácio compra a UniSEB - valor da operação R$ 615,3 milhões mais de 30 mil alunos - setembro de 2013

4.Abertura do capital (IPOs) - outubro de 2013:

Ser Educacional - Uninassau, Faculdade Mauricio de Nassau, Faculdade Joaquim Nabuco em Recife

Anima Educação - centros universitários Una, UniBH e Unimonte e de duas faculdades nas cidades de Betim e Contagem, em Minas Gerais.

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Repasse de dinheiro publico.

56% dos bolsistas PROUNI matriculados em IES lucrativas

Contratos FIES: Anhanguera - 20% alunos presenciais e Kroton - 45% alunos presenciais .

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Invasão Vikings

Naomar Almeida Filho ( 2012 ) também citado pelo companheiro João Augusto no texto intitulado : Interação entre cultura e ensino superior no Brasil.

Porque invasão Viking: por principais três motivos: 1-predadores cruéis cujo objetivo é saquear.

2-entidades cuja vocação não é a educação mas atuam para se beneficiar pela isenção de impostos.

3-Não possuem preocupação com a formação dos nosso jovens , são um atentado a nossa soberania nacional- Isto ocorre porque existe um forte poder do setor financeiro que passa a atuar também na educação brasileira.

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Referencias:

Almeida-Filho, Naomar. Rankings, Vikings, Masters & Colleges: Dilemas da Universidade Brasileira no Contexto da Internacionalização. In: José Luiz Villar; Remi Castioni. (Org.). O Projeto da UnB e a Educação Brasileira - Diálogos entre Anísio e Darcy. 1ed. Brasília: Verbena Editora, 2012 , p. 218-244.

SILVA, Antonio Simões . Expansão da educação superior publica- Ministério da Educação – Secretaria de Educação superior . Brasília, Julho de 2013.

CARVALHO, Cristina Helena de Almeida. Fusão entre Kroton Educacional e Anhanguera Educacional e seu impacto na qualidade do Ensino Brasileiro. Audiência publica . Câmara dos Deputados – Brasília , 10/10/2013.

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Prof.ª Dra Madalena Guasco Peixoto.

Professora Titular do departamentos de fundamentos da educação PUCSP .

Coordenadora Geral da CONTEE.