Formação lato sensu de gestores da educação básica: as tecnologias

digitais no Programa da Escola de Gestores

Natalia Aguiar – UFPEnatalia.jimena@gmail.com

Apresentação• O presente estudo decorre de questões suscitadas

ao fim de pesquisa de mestrado em educação, articuladas a experiência docente em curso de especialização lato sensu em gestão escolar, para os gestores da educação básica do estado de Pernambuco

• Objetivo: investigar se o componente curricular específico sobre tecnologias digitais presente no curso de Especialização em Gestão Escolar abrange atividades de sensibilização dos gestores para o significado da inserção das tecnologias digitais no cotidiano escolar

Metodologia Analise Documental

O corpus da pesquisa foram documentos oficiais do Programa, disponíveis em site do MEC e documentos disponíveis no ambiente virtual de aprendizagem do curso.

Programa Nacional Escola de Gestores da Educação Básica Coordenado pelo Ministério da Educação (MEC), faz

parte das políticas públicas para a educação básica e promove a formação de gestores escolares.

Tem o propósito de:

construir um processo de formação de gestores escolares, que contemple a concepção do direito à educação escolar em seu caráter público de educação e a busca de sua qualidade social, baseada nos princípios da gestão democrática, olhando a escola na perspectiva da inclusão social e da emancipação humana (MEC, 2009).

Curso de Pós-Graduação lato sensu em Gestão Escolar• O curso é desenvolvido na modalidade de educação a distância

(doravante EAD), na plataforma MOODLE,

• Pólos distribuídos nas diversas micro-regiões de cada estado, em núcleos de tecnologia da informação vinculados às secretarias estaduais de educação.

• No curso as disciplinas correspondem as seguintes Salas Ambientes: • Introdução ao Curso e à Plataforma Moodle com 40 horas (única a

ocorrer na modalidade presencial); • Projeto Vivencial (120 horas); • Fundamentos do Direito à Educação (60 horas); • Política e Gestão da Educação (60 horas); • Prática de Planejamento e Gestão Escolar (60 horas); • Tópicos Educacionais (30 horas) e• Oficinas Tecnológicas (30 horas), totalizando 400 horas.

• A Sala Ambiente Projeto Vivencial, com 120 horas, é responsável pela elaboração do trabalho de conclusão do curso.

Os objetivos gerais do curso:

A formação dos gestores no nível de especialização lato sensu

Sua qualificação na perspectiva da gestão democrática e da efetivação do direito à educação escolar básica com qualidade social (MEC, 2006, p. 7).

Curso de Pós-Graduação lato sensu em Gestão Escolar

Entre os objetivos específicos do curso:

Propiciar aos gestores oportunidades de lidar com ferramentas tecnológicas que favorecem o trabalho coletivo e a transparência da gestão da escola;

Possibilitar aos gestores oportunidades para ampliação de capacidades para: analisar e resolver problemas, elaborar e desenvolver projetos e atividades na área de gestão com o suporte das novas tecnologias de informação e comunicação.

Curso de Pós-Graduação lato sensu em Gestão Escolar

Tem como temática o desenvolvimento de aprendizagens relativas à utilização dos diversos recursos das tecnologias da informação e da comunicação no campo da gestão educacional.

Este curso, portanto, pode se constituir como um espaço formativo relevante para os gestores escolares se apropriarem de conceitos e ferramentas que alarguem sua compreensão a respeito da presença das tecnologias digitais no cotidiano das escolas.

A disciplina Oficinas Tecnológicas

Cerca de 40 alunos-gestores. Este componente se constituiu de 4

atividades:

Atividade 1: Pesquisa de blogs de escolas, em seguida uma análise crítica dos blogs pesquisados.

Atividade 2: Construção de blog da escola em que estes gestores trabalham.

A disciplina Oficinas Tecnológicas

Atividade 3: Os alunos-gestores teriam que continuar alimentando o blog das escolas e deveriam visitar e interagir no blog dos demais participantes.

Ainda nesta etapa: O Fórum final desta etapa “Analisando a experiência da construção do blog”, convoca os alunos-gestores: “Vamos juntos refletir sobre o significado desta experiência com o uso de tecnologias digitais na educação.”

A disciplina Oficinas Tecnológicas

Este tipo de atividade:

Amplia os efeitos das atividades do blog, não se tratando apenas de uma questão técnica, mas possibilitando a discussão das repercussões do uso de tecnologias digitais dentro da escola

Perceber e explorar a postura crítica dos gestores em relação às tecnologias digitais, como também posturas de resistência para a sua utilização.

Contribui para uma reflexão destes profissionais a respeito da utilização destas tecnologias de forma mais crítica e eficiente

A disciplina Oficinas Tecnológicas

Leitura e discussão do texto “Gestão inovadora da escola com tecnologias”, de José Manuel Moran.

O texto trata de questões ligadas diretamente à gestão administrativa e pedagógica, principalmente através do computador e da Internet, com sugestões e reflexões.

O autor considera que para a gestão inovadora da escola, apoiada nas tecnologias digitais, é preciso quatro passos: garantir o acesso às tecnologias digitais, o domínio técnico destas, o domínio pedagógico e gerencial e por fim, buscar soluções inovadoras que seriam impossíveis sem essas novas tecnologias.

Moran (2003) reflete ainda, que é fundamental levar em consideração que cada escola tem uma situação concreta, que interfere em um processo de gestão com tecnologias.

A disciplina Oficinas Tecnológicas

Problematização das exigências demandadas pela inserção destas tecnologias, que repercutem nas condições de trabalho docente.

Saberes e experiências dos professores para lidar com as exigências do mundo atual são questionados. As cobranças em relação às atividades docentes são inúmeras, mas os investimentos nas condições de trabalho não são proporcionais a essas exigências.

Reflexão permite aos gestores uma compreensão mais ampla do fenômeno da cultura digital, de como a tecnologia está implicada na dinâmica das relações de poder e de dominação, sendo capaz de ampliar processos de exclusão e de dominação.

Considerações

Ao fim de nossa reflexão, no Programa analisado verifica-se a presença de textos e discussões em fóruns virtuais que estimulam a reflexão sobre a importância da inserção das tecnologias digitais na escola, no entanto, não existe ainda o debate a propósito das implicações desta inserção sobre as condições do trabalho docente.

Conclui-se que nos cursos de formação de gestores da educação básica a distância é necessário incluir conteúdos e atividades concernentes à análise da condição docente frente às mudanças da sociedade

Considerações

ALAVA, S. Ciberespaço e formações abertas: rumo a novas práticas educacionais? Porto Alegre: Artmed, 2002.

ALMEIDA, M. E. B. de. Prática e formação de professores na integração de mídias. Prática pedagógica e formação de professores com projetos: articulação entre conhecimentos, tecnologias e mídias. In ALMEIDA, M. E. B.; MORAN, J. (Orgs.). Integração das Tecnologias na Educação. Salto para o Futuro. Brasília: MEC/SEED, 2005. Disponível em: http://www.eadconsultoria.com.br/matapoio/biblioteca/textos_pdf/texto19.pdf Acesso em: junho de 2013.

BEHRENS, M. Projetos de aprendizagem colaborativa num paradigma emergente. In: MORAN, J.; MASETTO, M. E BEHRENS, M. Novas tecnologias e mediação pedagógica. 16 ed. Campinas: Papirus, 2009.

FORQUIN, J.C. Escola e cultura: as bases sociais e epistemológicas do conhecimento escolar. Porto Alegre: Artes Médicas do Sul, 1993.

GOMES, A.M.et al. Escola de Gestores: politica de formação em gestão escolar. RBPAE – v.25, n.2, p. 263-281, mai./ago, 2009.

KENSKI, V. M. Tecnologias e ensino presencial e a distância. 2 ed. Campinas: Papirus, 2003.

LEVY, P. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999. MASETTO, M.T. Mediação Pedagógica e o uso da tecnologia. In: MORAN, J.;

MASETTO, M. E BEHRENS, M. Novas tecnologias e mediação pedagógica. 16 ed. Campinas: Papirus, 2009.

audiovisuais e telemáticas. In: MORAN, J. ; MASETTO, M. E SAMPAIO, M.N.;  

Referencias

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