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Gastronomia du Perú Uma delícia de revista! 8 a 17 de julho de 2011 Uma revista sem paladar, sem olfato e sem apoio da Prefeitura A festa oficial do Festival Gastronômico de Búzios é no Privilège neste sábado Delírios da Baixa Gastronomia Por Ruy Castro A comida como ela é Por Sandro Peixoto O império dos sentidos é aqui! Por Vilmar Madruga Fabio Rossi fotografa no Renascimento Págs. 10 e11 Págs. 26 e 27 Pág. 3 Pág. 20 R$ 4,90 Ouriços ao natural do Satyricon by Marcelo Lartigue

Gastronomia do Perú

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Revista especial pata o festival gastronômico de Búzios - Julho/11

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Gastronomiadu Perú

Uma delícia de revista!8 a 17 de julho de 2011

Uma revista sem paladar, sem olfato e sem apoio da Prefeitura

A festa oficial do Festival Gastronômico de Búzios é no Privilège neste sábado

Delírios da Baixa GastronomiaPor Ruy Castro

A comida como ela é Por Sandro Peixoto

O império dos sentidos é aqui!Por Vilmar Madruga

Fabio Rossifotografa noRenascimento

Págs. 10 e11

Págs. 26 e 27

Pág. 3

Pág. 20

R$ 4,90

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Con se lho edi to rial Bri git te Bar dot, Clau dio Kuck, Ivald Gra na to, Jo mar Pe rei ra da Sil va, Fi no Quin ta ni lha, Re na ta Des champs, Ota vi nho, Umberto e Clau dio Mo dia no, Er nes to Za bo tinsky, Tra ja­no Ri bei ro, Re na to Pa co te, Jor ge Te des co, Clau dio Co hen, Lau ritz Lach man, Gui lher me Araú jo, Pe dro Pau lo Bul cão, Pau lo Ma ria ni, Al ber to Fan ti ni, Ma rie Anick e Jac ques Mer­cier, Ara guacy da Sil va Mel lo, Luis Ed mun do Cos ta Lei te, Mar cos Pau lo, Elie Sha ye vitz, Jo nas Suas su na, Gló ria Ma ria, Ruy Castro, Heloisa Seixas, Márcio Fortes, Luiz Fernando Pedroso, Lula Vieira, Antônio Pedro Figueira de Melo, Eduardo Modiano, Ancelmo Góis, Etevaldo Dias, Joaquim Ferreira, Thomas Sastre e Armando Ehrenfreund.

Di re tor: Mar ce lo Lar ti gue Jor na lis ta res pon sá velHamber R. de Carvalho (reg. prof. 13.501 DRT/RJ)Editor de fotografia: MarujoRe pór teres: Sandro Peixoto / Mônica CasarinAlessandra Cruz / Denis KuckDiagramação: Caroline Moreira / Marcela da Silva

Diretora Comercial : Alessandra CruzFun da do res : Ma rio Hen ri ques e Pe dro Luis Lar ti gueGe rên cia de Ven dasRio: Tráfego Tel: (21) 2245­8660Me ce nas : Umberto Mo dia noIm pres são: EdiouroDiretor de Distribuição: Depto. Jurídico: Dr. Ulisses Tito da Costa

O Pe rú Mo lha do / Edi to ra Mi ramar ­ CNPJ: 02.886.214/0001­32Rua Alfredo Silva, 226, casa 4 ­ Cep 28 950­000 Brava ­ Ar ma ção de Bú zios – RJRedação: (22) 8128­3781 / 2623­1422 ­ Comercial: (22) 8116­6356

E­mail: operu mo lha [email protected] [email protected]

Si te: www.operu mo lha do.com.br

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8 a 17 de julho de 2011 – Gastronomia du Perú

Por Vilmar Madruga

Os chatos de plantão que me descul-pem, mas adoro o Fes-

tival Gastronômico. Ao lado do Festival de Cinema, ou-tro evento cultural importan-te para o calendário da cidade é quando Búzios consegue mostrar toda sua vocação de charme, bele-za e competência ao colocar na rua a preços para lá de razoáveis uma verdadeira festa para os sentidos.Mesmo do alto de seus 10 anos de fama o Festival não se deitou à mesa. Ao contrário, a cada ano re-aliza pequenos e bem-vindos ajus-tes em seu formato e programação. A última novidade é o desdobra-mento do mesmo cardápio servido pelos 45 restaurantes participantes ao longo da semana. Sem dúvida uma boa pedida para quem quer re-petir algum prato que tenha gosta-do ou mesmo experimentar algum que não tenha degustado durante o evento. Ganham também os co-mensais que não poderão estar no balneário na abertura do Festival que começa no dia 8 e 9 de julho mas prolonga-se até o dia 17 da se-mana seguinte. A ambientação das mesas em ex-posição pelo circuito de restauran-tes é sempre um capítulo à parte. Valendo-se do trabalho dos me-lhores profissionais da cidade a criatividade das equipes permite adivinhar numa passada de olho o conceito e a especialidade de cada um apenas pelos elementos visuais dispostos à mesa. Se não estiver já corrigido este ano talvez um dos poucos reparos a fa-zer à produção do Festival seja a utilização ainda dos pratos e talhe-res de plástico descartável. Uma prática comum em grandes even-tos, mas que realmente destoa do brilho que se requer da festa. Uma

louça branca ainda que modesta e de fácil reposição em caso de quebras ou furtos, ta-lheres de metal e até copos de cristal “Ca-jaíba” seriam mui-tíssimo bem vindos.

Mas, a gente chega lá. É possível que com um pouquinho mais de incentivo consigamos fa-zer do Festival Gastronômico uma festa com desdobramentos culturais relevantes como a exibição paralela de filmes nacionais e internacionais que tenham a comida como tema ou mesmo exposições de arte que lidem com o mesmo conceito. Por outro lado, houve um tempo em que se aconselhava às moças casa-doiras pegar o marido pelo estô-mago. Os tempos mudaram e hoje elas ocupam um lugar de destaque na gastronomia disputando com os homens o charmoso título de chefs de cousine numa versão revisitada e saudável da máxima de que lugar de mulher é na cozinha.À exemplo do que acontece na co-zinha mundial, o Rio de Janeiro e Búzios em especial, tem um grande e competente numero de mulheres à beira de seus fogões.Este ano elas serão destaque tam-bém em três mesas com menu inspirado na culinária caiçara. São as cozinheiras donas de casa, filhas de pescadores, que utiliza-rão insumos e receitas locais. Os chefs mirins também estarão presentes em deliciosas receitas de sobremesa. Pratos clássicos, contemporâneos, afrodisíacos, orgásticos ou dionisí-acos. Não importa.Levemos nossos sentidos e nos de-sarmemos deixando em casa em banho-maria toda e qualquer resis-tência. Aproveitemos que o paladar ainda é democrático. E até onde se saiba não tem partido.

FESTIVAL GASTRONÔMICOO Império dos Sentidos é Aqui

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8 a 17 de julho de 2011 – Gastronomia du Perú

L ocalizado na Rua das Pedras e com vista para a bela Praia da Armação, o Restaurante Cigalon une em seu belo espaço o que há de melhor

em Búzios: charme, descontração, bom atendimento e excelente gastronomia. Comandado pela simpática Chef Sonia Persiani, o Cigalon tem um cardápio que agrada a todos. Os produtos uti-lizados na casa são todos de primeira qualidade. Os peixes sempre frescos, assim como legumes e verduras, que são adquiridos de pequenos produtores rurais do bairro da Rasa. Tudo produzi-dos sem agrotóxicos.Sonia Persiani é uma das chefs de cozi-nha mais dedicadas de Búzios. Todos os anos viaja a Europa em busca de novi-dades. No velho continente frequenta as melhores Escolas de Gastronomia- prin-cipalmente as francesas. Tudo para ofe-recer aos clientes do Cigalon, o que há de melhor na gastronomia mundial.O cardápio do Cigalon é bastante va-riado. Tem lagosta, pato, carne bovina, cordeiro, massas (feitas na casa), galinha d’angola, peixes, etc. As saladas são ma-ravilhosas e as entradas e as sobremesas são um caso a parte. O sor-vete de manjericão e o Crème brûlée al`anis, com sorvete de frutas vermelhas são inesque-cíveis.

O Cigalon

MENU FESTiVAL(DE 8 A 17 DE JULHO)Entrada: Bruschetas com tomate, azeite de oliva e manjericão.Principal: Filet de lírio, em colchão de purê de batata baroa, cogumelos da estação ou Medalhão de filé mignon ao vinho tinto e legumes de Provence grelhados.Sobremesa: Cremoso de chocolate, bana-na prata e cumble de amêndoas.Preço: R$ 70

DEGUSTAÇÃO

Sobremesa: Cremoso de chocolate, banana prata e cumble

de amêndoas.

R$ 10

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A chef Sonia Persiani

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8 a 17 de julho de 2011 – Gastronomia du Perú

MENU FESTiVAL(DE 8 A 17 DE JULHO)

Principal: Menu de sortido de tapas (jamon com pimentos, Revuelto de atum, Terrine de champanhe, Tortilla de patata, Croquetes de pollo e quese, Pulpo a feira) OU Paella de mariscos mais uma taça de sangria.

Preço: R$ 38,00

O Restaurante La Barceloneta, de propriedade do chef Ricardo Dotta se transformou em pouco tempo, num dos pontos mais procurados de Búzios quando o assunto é gastronomia espa-

nhola. Suas Paellas, Tapas e Pinchos são inigualáveis. As-sim como os kebabs, pratos típicos da gastronomia Turca e Grega, mas com leve sotaque mediterrâneo. Os kebabs da La Barceloneta levam carne, salada, iogurte caseiro e pão árabe. Uma opção vegetariana com falafel (comida árabe marroquina a base de grão de bico) salada e iogurte espera os clientes que não comem carne. O chef Ricardo porém avisa que o La Barceloneta tem muito mais que comida espanhola. - No La Barceloneta os clientes encontram comida medi-terrânea tradicional. Mas também temos pratos de países como Líbano,Turquia, Espanha, itália e Grécia. isso sem falar na Feijoada tipicamente brasileira que servimos aos sábados. Ricardo aprendeu cozinhar fazendo, comendo e observan-do. Com uma namorada francesa conheceu os sabores gau-leses. Com um amigo italiano, os sabores do mediterrâneo. Mas foi em Barcelona, mas precisamente no bairro de La Barceloneta que ele desenvolveu a arte de sua cozinha. Lá estudou e trabalhou. - O La Barceloneta é restaurante familiar. Tenho o orgulho de trabalhar ao lado dos meus pais, Márcia e Otto. Ofe-recemos um ambiente aconchegante e uma culinária tra-dicional. Como já disse, sou fã das comidas tradicionais, mas procuro criar novas versões de apresentação. Não mexo nas receitas. Considero sagrado. Procuro ousar em outras áreas. Um prato conquista você pela visão, olfato e paladar. Tem cozinheiro que decora maravilhosamente um prato, mas não tem cheiro. Outros fazem pratos bem decorados, cheirosos, mas sem sabor. Minha busca é para encontrar essa harmonia. Por isso gosto de trabalhar com sabores de vários países.Este ano o La Barceloneta vai participar do Festival Gas-

tronômico de Búzios com uma Paella de Mariscos. Prato este que estará disponí-vel aos clientes após o evento. Quem ir ao Barceloneta nos próximos dias tam-bém encontrará um Festival de Tapas espanholas. Quem se aventurar pelos sabores do país de Antonio Banderas, poderá ainda sabo-rear uma deliciosa sangria, feita es-pecialmente pelo chef Ricardo para a ocasião.

Hay que comer, pero sin perder la ternura jamás

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O chef Ricardo Dotta

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8 a 17 de julho de 2011 – Gastronomia du Perú

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O restaurante Zamaris vai partici-par do Festival de Gastronomia de Búzios com um prato que certamente vai fazer um enor-

me sucesso. A proprietária Maristela se esmerou para conseguir os melhores pro-dutos para oferecer aos clientes a melhor Feijoada de Frutos do Mar de suas vidas. Estela optou por um prato com sabor mais regional, que levasse os clientes a ̀ sentir` o verdadeiro sabor de Búzios. Esse é o ano de estréia do Zamaris no tra-dicional festival buziano. Ano passado fo-ram até convidados, mas Maristela recusou pois não se sentia preparada. Agora, se sen-tindo pronta para mostrar o que sabe, Ma-ristela pretende oferecer mais que comida de qualidade. Neste Festival o Zamaris vai oferecer arte. - Vamos fazer um evento gastronômico/cul-tural. O Armando Mattos está me assesso-rando nessa área. Estou usando produtos da loja Âmbar, que é uma das mais char-mosas de Búzios. Não vamos fazer uma coisa glamorosa. Será algo simples e chi-que ao mesmo tempo. Para quem conhece. Uma coisa posso dizer: teremos surpresa. A Feijoada de Frutos do Mar será acompanhada de muita criativida-de. Acho que o Festival extrapola a gastronomia, por isso estou in-vestindo na parte visual. A Feijoada de Frutos do Mar do Zamaris trará tudo que uma panela de Frutos do Mar tem direito. Ca-marão, lagosta, lula, polvo, peixe, mexilhão, lagostim, etc. O toque especial ficará por conta da pimen-ta rosa, a popular aroeira. A iguaria será produzida apenas por mulhe-res - visto que no Zamaris, 90% dos funcionários são do sexo feminino. Maristela vai utilizar apenas papel recicla-do durante o festival. Vai convidar pescado-res buzianos para tecer redes de pesca ao vivo durante o evento e distribuir panfletos explicando os segredos do prato servido na casa. Aliás, a Feijoada será feita por ela mesma. Afinal ela é hoje, a Chef da casa. Tudo que aprendeu, revela Maristela, foi o com o marido. -Mas o diferencial será o amor com que fa-remos tudo e a garra da nossa equipe que já se mostrou vencedora desde sempre, fi-nalizou a chef.

Comida com arte

MENU FESTiVAL(DE 8 A 17 DE JULHO)

Principal: Feijoada de frutos do mar

Preço: R$ 68,00 (duas pessoas)

Durante o festival, o Zamaris vai funcio-nar normalmente e quem tiver interes-se em provar a Feijoada do festival, ou outros pratos da casa é só escolher uma mesa e chamar um garçom.

DEGUSTAÇÃO

Prato PrincipalFEiJOADA DE FRUTOS DO MARCom feijão branco e frutos do mar (mexilhão, lulas, polvo, filé de peixe)

R$ 15

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Maristela e sua saborosíssima feijoada

de Frutos do Mar

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B úzios acaba de ganhar mais uma loja. Mas não uma simples loja. inaugurou essa se-mana na Rua das Pedras a FEM, loja es-pecializada em grifes de qualidade e bom

Gosto. Essa é a primeira FEM do Brasil. A loja piloto que em breve será a matriz de várias filiais. De propriedade dos empresários Orlando e Carla, a FEM é uma loja multimarcas, que chegou para oferecer ao público classe A e B (mas a loja tem preço para todo mundo) produtos diferenciados, de marcas como Morena Rosa(Moda casual); Morena Rosa Beach (moda praia); Maria Valentina (para as pessoas mais cheinhas e mais formais); Zinco (do grupo Morena Rosa, voltada para jovens e adoles-centes) e a Joy (casual infantil); Joy Beach (moda Praia ) para os mais pequenos. Depois da praia, do passeio no fim da tarde e da noite é hora de dormir a para esse momento a FEM tem maravilhosos pi-jamas e roupas confortáveis para uma boa noite de sono, da grife Any-Any. -A FEM foi um nome que criamos, uma marca, mas nossa loja não tem apenas produtos femini-nos. Podemos vestir a família inteira, declarou a empresaria Carla enquanto da os últimos toques na vitrine antes da inauguração.Carla e Orlando já são experientes no ramo. O ca-sal administra com muito sucesso, uma franquia da loja Lilica & Tigor no Shopping Tijuca, no Rio de Janeiro. A FEM chega a nossa cidade para se juntar a outras grandes grifes que ocupam lojas na Rua das Pedras. Aliás, a rua mais famosa da cidade aos poucos vai se transformando num verdadeiro shopping a céu aberto. Um shopping com a cara e o glamour de Búzios.

O lado FEM de Búzios

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A jovem em-presária Carla

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Venha celebrar conosco os 10 anos da Desatadora dos Nós

e 1 milhão de peregrinos visitantes

Show do Padre Ricardo White • Fogos

É tempo de alegria!

Missa • Barraquinhas De 8 a 11/9

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Por Ruy Castro

H oje em dia, comer “bem” significa co-mer mal e quanto mais caro, melhor.

Você se certifica disso toda vez que se deixa atrair por mais um restaurante que acabou de abrir na sua cidade e que ficou na moda. Depois de sobreviver a um baita engarrafamento para chegar a ele e a 45 minutos de fila de espera no bar do dito cujo, você se vê finalmente sentado diante do prato. Neste, que acabou de sair pelando do micro-ondas, a comida lembra uma linda instalação minima-lista, com um design irresistí-vel e cores dignas de Natalie Kalmus. É um arranjo tão bo-nitinho que dá pena destruí-lo com garfo e faca. Bem, além das cores e do ir-resistível design, o que esse prato tem a oferecer em troca de tanto sacrifício? Um bi-finho muito do mixuruca ou um insosso peixinho, uma massa quase sempre medío-cre ou uma micro-porção de arroz “selvagem” e – aí está o segredo – belas firulas com molho de cassis e talinhos de nirá circundando os quase in-visíveis ingredientes. Fome zero é isso aí: quinze minutos depois, você está raspando so-fregamente o fundo do prato com o último pedaço de pão e pensando seriamente em pedir uma feijoada para rebater. Fico me perguntando sobre como é a vida em outros luga-res. Chefs criativos abundam em toda parte e só a matéria-

prima varia. Na China, por exemplo, eles fazem sopa de cachorro, espetinho de escor-pião e torresmo de pênis de cobra. Já no Japão, uma gran-de pedida é o tradicional sashi-mi, sendo que, ao ler isto, você perguntará: “E daí? Sashimi tem em toda parte.” Sim, só que, em alguns restaurantes de Tóquio, eles o preparam com o peixe ainda vivo. No Laos, os melhores restaurantes servem barata frita – eu disse barata, não batata. O visual deve ser espetacular e, provavelmente, dispensa o molhinho de amora com que os nossos chefs enfei-tam os seus pratos. Na Argélia, um must dos sába-dos à tarde são gafanhotos na brasa. Em Madagascar, morce-go ensopado. No Equador, fa-

rofa de formiga. E não sei em que país, mas certamente liga-do à itália, uma das atrações é a pizza de minhoca. Uma ami-ga minha provou e não achou grande coisa. Não por causa das minhocas (não são piores que aliche), mas porque não vê muita graça em pizza. E não pense que esses pratos malucos são coisa de gente subdesenvolvida, que não tem mais o que comer. No Alasca, que é um estado americano, a turma vibra com intestino cru de foca – parece que o lavam antes de servir. No México, a fritada de grilos é um grande tira-gosto. Na França, nin-guém dispensa as perninhas de rã (no que não vejo nenhuma façanha, porque também ado-ro). E, na Noruega, os nativos

lambem os beiços diante de uma pa-nela com língua e bochecha de ba-calhau. É verdade que, no quesito intragabilidade, ninguém supera os Estados Unidos. Afinal, foram eles que inventaram a fast food. Por sorte, já superei essa mania por restaurantes me-tidos a besta, princi-palmente se estiverem na moda. Da mesma forma, não entro mais em restaurantes com fila e muito menos na-queles em que se vai “para ver e ser visto” – uma das coisas mais

cafonas que se pode atribuir a um restaurante. Res-taurante bom é aquele em que não apenas a comida é ótima e a bebida, honesta, mas aquele a que se pode ir a pé, em que os garçons são maravilhosos e o chef – digo, o cozinheiro – aceita fazer algumas adapta-ções no prato para acomodar o seu paladar. E, de preferência, que seja freqüentado por gente como você e eu, que não esta-mos ligando para ninguém, e não por novos-ricos a fim de exibir o último modelito. Ah, sim, se um famoso escritor ou sambista estiver no recinto, o problema é dele. Pessoalmen-te, sou ainda mais radical e prefiro restaurantes aonde se pode ir de bermudas, sem pre-juízo de quem quiser ir a rigor.

DELÍRIOS DA BAIXA GASTRONOMIAA culinária popular carioca dá um show em muito restaurante metido a besta

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Ruy Castro e Heloisa Seixas

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Claro, não se pode exigir isso de qualquer lugar – porque há restaurantes cujo forte não é a comida, mas a clientela. Para esses, dou tchauzinho de longe e entro feliz no primeiro bote-quim.Falando em botequim, a edi-tora Casa da Palavra acaba de publicar mais uma edição atualizada de Rio Botequim, seu guia quase anual de 50 botequins com a “alma cario-ca”. Botequim, você sabe, é um lugar perto da sua casa, a que se vai para beber, comer e conversar fiado, em pé ou sentado, calçado ou descalço, vestido ou pelado, exigindo-se uma mistura eqüitativa de ho-mens e mulheres e de bacanas e vadios. Pelo menos, esta é a receita do botequim carioca – o verdadeiro inventor da baixa gastronomia. O fato é que em nenhum dos 50 botequins elei-tos este ano se serve pratinho decorado com nirá e molho de cassis, que ninguém está ali para frescuras. E, se estiver lo-tado, a própria espera, sentado num barril de chope na calçada, é um prazer. A comida é heavy metal, mas sem as crueldades dos pênis de cobras ou gafa-nhotos fritos dos restaurantes de alhures. E – o que sempre surpreende os de fora – cada prato serve generosamente duas pessoas, desmoralizando essa história de fome em certas partes do Terceiro Mundo. A simples leitura do Rio Bote-quim é um mergulho nos fas-cínios da gastronomia popular carioca. E, como conheço e freqüento boa parte dos lugares citados, de suas delícias posso atestar e dar fé. O Cosmopoli-ta, por exemplo (Travessa do Mosqueira, 4, na Lapa), onde vou pelo menos uma vez por mês para saborear sua maior criação: o filé à Oswaldo Ara-nha (sim, ele foi inventado ali, pelo próprio, nos anos 30). Ou o indescritível cabrito com ar-roz e brócolis do Nova Capela (Avenida Mem de Sá, 96/98, também na Lapa) – o Capela já foi um ardente reduto vascaíno,

mas hoje está tão democrático que admite até rubro-negros como eu. Ou os sanduíches de pernil com abacaxi do Cervan-tes (Rua Prado Jr., 335, em Co-pacabana), principalmente lá pelas três ou quatro da manhã, horário em que se especializa-ram em salvar boêmios da ina-nição – eu próprio, em tempos idos, já estaria morto há muito tempo sem o Cervantes. Meus insuperáveis vizinhos, o Jobi e o Bracarense, ambos no Leblon, cometeram há tempos a ousadia de fechar ao mesmo tempo para reformas, o que le-vou os vagabundos do bairro a sair para explorar a cidade. Nem todos foram muito lon-ge. Alguns chegaram, no má-ximo, aos pastéis do Degrau (Av. Ataulfo de Paiva, 517) ou à sopa de siri do Caranguejo (Rua Barata Ribeiro, 771, em Copacabana) – dois monumen-tos da comida carioca que não estão no Guia! Mas houve os que, como eu, se aventuraram pelo Triângulo das Sardinhas, um complexo de quatro bote-quins na altura da Rua Miguel Couto, 154, no Centro, onde as sardinhas efetivamente de-saparecem aos milhares, mas todos sabem para onde: para o bucho dos outros tantos milha-res de pessoas que se sentam àquelas mesas ao ar livre a par-tir do fim da tarde. Ou se entregaram à dobradi-nha à lombeira, com feijão branco, lombinho, lingüiça e costela, do Sobral da Serra (Rua Carolina Machado, 1038, em Oswaldo Cruz), às lulas à alentejana (com lombo e lin-güiça) do Serafim (Rua Alice, 24, em Laranjeiras) e ao PF do Varnhagen (Praça Varnhagen, 14, na Tijuca). Colesterol tam-bém é cultura.

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Capítulo do livro “Terramare-ar --- Peripécias de dois turis-tas culturais”, de Ruy Castro e Heloisa Seixas, a sair em agosto pela Companhia das Letras

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S ó abre um restaurante fora do circuito gas-tronômico quem se garante. E a mineira Gisele se garante. A fama de seus pratos ela adquiriu quando tinha um pequeno

restaurante na Associação de Pescadores, em Man-guinhos. Ficava ao lado das bancas de peixe e em pouco tempo conquistou uma vasta clientela. Prin-cipalmente com seu pastel de camarão. Até hoje inimitável. Na verdade, foi a Gisele que primeiro levou a alta gastronomia para Manguinhos. O atual sucesso do empreendimento Porto da Barra, com seus reno-mados restaurantes começou com Gisele. Foi ela quem tirou os bons gourmets do centro da cidade. Ela foi a pioneira. De 1996 a 2006. Foram dez anos de sucesso. Hoje, Gisele tem um bonito e aconchegante res-taurante em Geribá, ao lado do Shopping 5000. Os pratos mineiros são os carros chefes da casa. A leitoa à Pururuca, o cozido e o torresmo são ines-quecíveis. - A leitoa à pururuca só faço por encomenda. Uso um leitão mamão (desmamado) de 6 quilos, mais ou menos. O leitão nessa idade é uma delícia. Faço com abacaxi assado e acompanha tutu de fei-jão e arroz. O leitão fica crocante, um espetáculo, revelou Gisele. Para quem deseja outros sabores, os pasteis de ca-marão continuam no cardápio. Assim como a mo-queca de lagostins ao bafo e a tradicional feijoada aos sábados. Para quem anseia algo ainda mais di-ferenciado, a Gisele indica ovas de peixe dourado

assadas, servida com alho, limão, flor de sal e azeite extra virgem. Para acompanhar, uma boa cachaça mineira. A casa tem uma das melhores cartas de cachaça e Búzios. - Eu adoro cachaça. Por isso tenho as me-lhores. Também temos excelentes sobreme-sas. Meus canudinhos recheados com doce de leite são famosíssimos. Fazemos na hora. Usamos uma massa fininha, crocante. infelizmente, os turistas que vierem a Bú-zios participar do festival de gastronomia não vão encontrar os deliciosos pratos da Gisele em nenhum stand. Quem ficar com água na boca depois dessa reportagem, tem (e deve) que ir até o restaurante em Geribá. - Estou muito distante do centro da cida-de. Mas acho muito bacana o Festival. infelizmente não vou poder participar.

Delícias da Gisele

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Gisele e sua es-petacular equipe

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gastronomia, para julgar a melhor vitrine.

Almoço ViPNo sábado (9), acontece o tradicional almoço para os jornalistas e Chefs or-ganizado pela produção do Festival Gastronômico. O recém inaugurado “Valdivia Cozinha Contemporânea” será palco para o evento que reunirá as “estrelas” do Festival, no Porto da Barra. O Espaço Bardot Hair Stylist estará oferecendo brindes promo-cionais de produtos Sebastian/Wella para o público. inovando com uma ação promocional diferenciada, a XPTO colocará modelos circulando no espaço, destacando as peças da coleção da grife carioca.

Cia Circolo é indi-cada ao Prêmio de Cultura 2011Em cerimônia no Theatro Municipal, a Cia Circolo de Cria-ção esteve presente no evento que reuniu

os principais destaques do RJ . A trupe circense foi uma das indicadas nas 18 categorias que estavam concorrendo ao prêmio. Para a diretora artística da trupe, Marina Codeço, “esta indicação, pra nós, sem dúvida alguma já é um grande prêmio pelo reconhecimento do trabalho que nós já desenvolvemos há 9 anos.

Animale traz suas “jóias” para BúziosQuando o assunto é luxo, a Animale sabe definir muito bem tal significado. Basta conferir as araras de uma das lojas mais bem freqüentadas pelas “iT GiRLS” da região dos Lagos. inovando nesta coleção de inverno, inspirada na imagem tradi-cional da selaria, a Animale trouxe a sua coleção de jóias para Búzios. Mas não é apenas as jóias, a arquitetura e o vestuá-rio da Animale que garante a posição de estar entre as cinco melhores empresas de moda do país. E sim, o atendimento dis-pensado à suas clientes. Aqui em Búzios, esta equipe de vendas é comandada pela competente e descolada Raquel Goulart que tem a preocupação no atendimento de qualidade ao seu cliente. Dica: aproveitem que a liquidação está com peças incríveis a preços irresistíveis! Feira ForteDiferente do que muita gente pensa, 80% das 240 lojas que participaram da Feira Forte este ano em Cabo Frio, produziram peças exclusivamente para o evento que

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U m dos maiores eventos de Bú-zios, o Festival de Gastrono-mia, que sempre ocorria em outubro, foi antecipado este

ano. Gol dentro do produtor Gil Castelo Branco e do secretário de Turismo, Cris-tiano Marques, que anteciparam o evento gastronômico num período considerado “um dos piores do ano” para os comer-ciantes buzianos.

Lounge Cervejaria Germania e XptoPela primeira vez em 10 edições, haverá um lounge ViP no Festival Gastronômico. Serão 70 m² estrategicamente posiciona-do, no Shopping Número 1, no início da Rua das Pedras. O espaço será decorado pela renomada arquiteta Mariza Magrani (Casa Modelo, Casa Design) e terá patro-cínio exclusivo da Cervejaria Germania, da grife carioca Xpto e do Espaço Bar-dot. O lounge funcionará como ponto de encontro para patrocinadores, jornalistas e convidados Vips, e terá a cobertura contínua do Programa iT Tendências, da JovemTV, canal 8, que estará retransmi-tindo para 90 mil assinantes da região dos Lagos.

Banco do Brasil patrocina o Festival de Gastronomia pela primeira vezO Banco do Brasil também estréia no evento como patrocinador do Festival de Gastronomia de Búzios. O BB daqui de Búzios é capitaneado pelo gerente geral Alberto Silva, que na sua gestão, já trouxe a nossa amada aldeia de pescadores, atra-vés do patrocínio do Banco do Brasil, o Circuito Nacional de Volei.

XPTOA grife carioca com mais de 20 anos no mer-cado da moda, também é uma das estreantes no Festival Gastronômico deste ano patrocinando o lounge oficial e também responsável pela confecção dos aventais que serão usados pelos Chefs durante o evento. O avental foi produzido em parceria com a ibiza Life, da designer Karen Sarto e promete ser a grande sensação do Festival . A Xpto também estará com uma mega liquidação durante o Festival na sua loja na Rua das Pedras, 52, loja 10. Não perca!

Concurso de vitrines das lojas locaisO Festival irá escolher a melhor vitrine de loja caracterizada de acordo com o tema gastronômico do evento. As lojas terão suas vitrines fotografadas e haverá um júri especializado, jornalistas de moda e

já se tornou tra-dicional duran-te o feriado de Corpus Christi. Mais de 90 mil visitantes passa-ram pelos corre-dores nos cinco dias de evento. A feira registrou negócios em torno de R$9 milhões. Grifes como a Pier, Sara Design e as multimarcas Mulher Rendeira, BBrink e 900 Graus participam em várias edições e todas são unânimes em afirmar que a feira é um sucesso de vendas. Para a Pier, que hoje totaliza 21 lojas e está em processo de ampla expan-são da marca através das franquias com seu pioneiro “Toninho”, produziu peças específicas para a feira, “nós apostamos muito nesta feira e as vendas superaram expectativas”, afirmou o diretor de marke-ting da grife Marcio Cravo. Dicas de Beleza by Bardot Hair Stylist – VERAO 2012Espaço Bardot, dá as dicas das apos-tas para o verão 2012. O verão 2012 será fresco e colorido, com a cara do Rio de Janeiro. Pó bronzeador, batom bicolor, sombras e delineadores coloridos são os pontos de cor entre as maquiagens leves e com aspecto natural e saudável. A make com jeito de “cara lavada”predomina. Cabelos soltos, bem naturais, blush rosa-do para um aspecto saudável e bocas em tons de naturais e alaranjados. O laranja, aliás, foi uma das cores que mais apare-ceram entre os desfiles brasileiros que apostaram na maquiagem colorida, e tam-bém em tons clarinhos, quase naturais. Os azuis também predominam. Entre os pen-teados, coques e rabos de cavalo baixos, valorizando sempre tonalidades e efeitos de ondas naturais de cabelo. Agende seu horário 22-26232324.

By Aline Santana

Samanta, Márcio e Toninho

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O Restaurante e Pi-zzaria Cilico`s mantém a tradição da boa gastronomia

há mais de 25 anos em Man-guinhos. A casa serve (e bem) pizzas feitas no forno à lenha, picanhas (importadas) na pe-dra e excelentes pratos de fru-tos do mar, com destaque para as moquecas. O cardápio ainda tem casquinha de siri (difícil de encontrar em Búzios), fran-go com gorgonzola e risoto de camarão, entre outras delícias. O Restaurante e Pizzaria Cilico`s é bastante procurado por diversos motivos. Além da variedade do cardápio, a simpa-tia do dono atrai mui-ta gente. O excelente som ambiente, o bom atendimento e a fácil localização fazem do Restaurante e Pizzaria Cilico`s, um dos pon-tos mais procurados em Búzios. São pou-cos os dias em que a casa fica vazia - que só abre três dias por sema-na. Sexta, sábado e do-mingo. Em julho a casa só abre por 15 dias. O proprietário desdenha da si-tuação.- Eu nunca pensei que fosse trabalhar tanto....O Restaurante e Pizzaria Cilico`s nasceu há mais de 30 anos. No começo era um sim-ples bar. Cilico, o proprietário tinha apenas 18 anos de ida-de. Era um garoto que como outros, amava os Beatles, os Rolling Stones e a praia de Geribá.-Eu era um gato. As mulheres de Búzios eram todas apaixo-nadas por mim. Hoje estou um pouco diferente. Acho que vou fazer igual aos siris. Trocar de casca para ficar mais novo. O Cilico`s começou como pi-zzaria. Como os clientes sem-pre pediam outros pratos, o cardápio foi mudando. Entrou feijão, arroz,massas, peixes, frutos do mar e carnes. Prin-

cipalmente picanha. Mas a pi-zzas são ainda um dos carros chefes da casa. Cilico continua morando em Manguinhos, mas de vez em quando vem ao Cen-tro da cidade para encontrar os amigos. - Gostava muito da Búzios de antigamente, principalmente do Cheval Blanc, na Rua das Pedras. Gostava de ficar sen-tado na calçada, olhando as mulheres desfilando e trope-çando nas pedras irregulares. Passa um monte de mulher em frente ao meu restaurante, mas nem olham para cá. Aqui não é a Rua das Pedras.Sem querer chamar nosso en-trevistado de velho, mas a ver-dade é que o Cilico pertence a velha guarda buziana. Ele é da época do único telefone da ci-dade (que ficava no Ceceu) Do caminhão que trazia pó de café

que vinha de Cabo Frio e da luz a candeeiro, pois a usina de energia a diesel funcionava até as 8 da noite. Depois entreva o querosene. - Meu bar ficava em frente do Clube da Esquina. Estamos fa-lando do fim dos anos 70. Era bem legal.isso aqui lotava. Foi uma época maravilhosa. Recebia muitos artistas. E as mulheres eram todas bonitas. Os artistas vinham todos para cá. Até o ator Mario Gomes, que era conhecido como ce-nourinha vinha no meu bar. O Mario Gomes adorava meus legumes. Quando Cilico abriu seu res-taurante, Búzios era muito diferente. Haviam poucas op-ções na cidade. Principalmente em Manguinhos. O prato pre-ferido do nosso entrevistado é o tradicional feijão com arroz e bife acebolado. Peixe ele nem

pode ouvir falar. Filho de pescador, o que não fal-tava a mesa eram peixes. Quando seu pai vinha do mar, e sua mãe ouvia o barulho do motor come-çava a passar mal. Cilico diz que jamais comeu o tradicional Pilorda, pra-to a base de farinha, banana e peixe. Muita gente boa cresceu co-mendo Pilorda de ma-nhã, de tarde e de noite. A sobremesa era sempre

frutas. Plantadas no quintal de casa que alem de laranja tinha abacate, aipim, banana, caram-bola, pitanga, amora, etc.,Com o tempo os filhos foram casando e construindo casas nos terrenos das famílias tra-dicionais. Viraram pequenos condomínios familiares. E as-sim acabaram os quintais de Búzios. Fruta hoje, somente nos horti-frutis. -Meu restaurante é simples, mas temos uma boa varieda-de, boas opções de pratos e com isso conseguimos agra-dar a muita gente. Não vou participar do Festival de Gas-tronomia. Acho o evento mui-to pobre. Pratos de plásticos, copos de plásticos. As pessoas comendo na rua em pé. Me re-cuso a servir meus clientes em pé. Também acho que não dá retorno. Dificilmente o cliente volta pela degustação.

Cilico continua o mesmo

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A geração saúde já elegeu o sorvete de iogurte como sobre-mesa preferencial.

O frozen yogurt Yogolove abriu sua primeira loja em Bú-zios em outubro de 2010 e em pouco tempo, conquistou bu-zianos e turistas. Com apenas 111 calorias por 100g, e usan-do receita original italiana, os sorvetes da Yogolove são le-ves, saborosos, 100% naturais e perfeitos para um lanche após o almoço, à tarde ou à noite, ou mesmo numa sim-ples caminhada pelas ruas do centro de Búzios. É a opção ideal para quem deseja manter a forma de maneira gostosa. Os sorvetes de iogurte devem ser consumidos por vários mo-tivos. Além do motivo óbvio do sabor, os sorvetes da Yo-golove são importantes fontes de proteínas. É um alimento saudável e seguro e está dispo-nível nos sabores cream natu-ral, frutas vermelhas e misto. Os clientes ainda podem adi-cionar coberturas de amarena, amora e maracujá entre outros sabores e somar a tudo isso pe-daços de frutas como pêssego, kiwi, morango e manga. Quem deseja turbinar ainda mais o sorvete, pode acrescentar gra-nola, cereais, chocolates e cas-tanhas. Se os sorvetes da Yogolove já são naturalmente saborosos, imagine então com todas essas delicias em cima. Para os clientes que já se apai-xonaram pelas delícias da Yo-golove, a empresa criou um Cartão de Fidelidade - o Yogo-love Card. Preocupado com a questão ambiental, a empresa utiliza desde o início de suas operações, ações sustentáveis. Todos seus potes, talheres e guardanapos são produzidos

I Love you

com material descartável. Já as sacolas de viagem são pro-duzidas com material biode-gradável. Na Yogolove é assim: você se alimenta bem a ainda ajuda a preservar o meio ambiente.

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Loja da Yogolove na Rua das Pedras

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Hello Kitie!O Kitie Bistrô, da simpática Kitie, não

vai participar do Festival Gastronô-mico de Búzios esse ano. Mas não vai ficar de fora da festa gastronômica da

cidade. Estrategicamente localizado entre a Rua das Pedras e a Turíbio de Farias, o Kitie Bistrô é um lugar simpático, aconchegante e ideal para quem gosta de curtir Búzios de maneira despoja-da. Para quem gosta de ver e ser visto. Para quem gosta de saborear uma boa massa italiana, delicio-sos raviólis e até mesmo uma tradicional pizza de mussarela. Todas as massas da casa são feitas por Rafael, fi-lho da proprietária. Antes de servir comida italia-na, o Kitie Bistrô era especializado em sanduíches e empanadas. Mas como o movimento não era lá essas coisas, a proprietária resolveu mudar o car-dápio. Deu certo: Hoje o Kitie Bistrô é um dos restaurantes mais movimentados de Búzios. Suas poucas mesas são concorridíssimas. Principalmen-te pelos turistas italianos que encontram no local, os verdadeiros sabores itálicos. Além das massas italianas, o Kitie Bistrô tem ainda pratos de degustação, ide-ais para acompa-nhar uma cerveja (ou um vinho) e jogar conversa fora.- Graças a Deus o movimento está muito bom. Mes-mo na baixa tem-porada trabalha-mos bem. Não vou participar direta-mente do Festival, mas vamos abrir normalmente. Se eu fosse participar do Festival iria servir um Chivito uruguaio. Adoro esse prato. Ele é feito com filé de carne, alface, tomate, pão, presunto, bacon, queijo, pimentão, ovos e batatas fritas. É um prato chique. A cara de Punta del Este.

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Kitie em frente ao seu restaurante

O tradicional Chivito Uruguaio

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O restaurante Amora fica ao lado da Câmara de Búzios, em Manguinhos. Pertence a carioca Katherine Cansação, ou melhor, KK, que come-çou no ramo de gastronomia no restaurante do

hotel Marriot, na cidade de Fênix, nos Estados Unidos. Bú-zios entrou em sua vida por acaso. Ela veio a nossa cidade fazer uma consultoria. Gostou tanto de Búzios que acabou ficando. Em 2004 abriu um Buffet e uma empresa de con-sultoria. - Hoje trabalho diretamente com gastronomia, mas sou especialista mesmo na parte operacional. Montagem de cardápio, elaboração de pratos, evento, custeio, etc. Tenho grande experiência em montagem de restaurantes. Posso ajudar bastante aquelas pessoas que não tem experiência e desejam abrir uma empresa de gastronomia. KK estudava medicina na Faculdade Gama Filho, no Rio de Janeiro. Casou-se, teve a primeira filha e de repente se apaixonou pela gastronomia. Trocou o estetoscópio pelas panelas e não se arrepende. Em Búzios casou novamente e hoje vive feliz fazendo o que mais gosta. A novidade é um restaurante/barco que KK inaugura nos próximos dias. A empresaria está ansiosa e não vê a hora de inau-gurar o novo projeto. - O barco também se chama Amora. É uma traineira onde cabem onze pessoas. Tem uma suíte com duas ca-mas e um banheiro. A idéia é fazer passeios fechados com cardápio exclusivo. Podemos fazer peixes, carnes, sala-das, etc. Teremos ainda alguns sanduíches para crianças e bebidas para os adultos como cerveja e caipirinha. Acho que não existe nada parecido na cidade.Cristiano, marido de KK e marinheiro do barco ficará res-ponsável pelas informações turísticas e pela pescaria. Se algum grupo desejar pescar, Cristiano, que conhece todos os pesqueiros do mar de Búzios garante a fartura de peixe. O Amora de Manguinhos trabalha basicamente com mo-radores de Búzios. Pessoas que descobriram o tempero da KK e não trocam o Amora por nada.

Assim na terra como no mar

KK no salão de seu restaurante

KK na cozinha de seu restaurante

KK em frente ao seu restaurante

O barco/restaurante da KK KK no jardim de seu restaurante

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F otografia e culinária se completam em uma suges-tiva exposição que une o melhor da gastronomia e das belezas buzianas sob o olhar do fotógrafo do Globo, Fabio Rossi.

Fabio completa cinco anos fotografando o Festival Gastro-nomico de Búzios e presenteia a cidade com a exposição Delícias do Paraíso que poderá ser vista a partir dessa sex-ta feira no Bar Renascimento. A mostra ficará durante dois meses no local de terça a domingo, a partir das 18h. O Bar Renascimento da DJ Help é conhecido por ceder seu espaço a arte e cultura. Por lá já passaram grandes nomes, como os fotógrafos Paulo de Deus, Julio Mello, Berg Silva e as famosas capas do Perú Molhado.

Delícias do Paraíso

Ranieri

Bar do Zé

Renascimento

Voltaire

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Manguinhos

Salt

Parvati

Captain`s

Praia do Canto

Salsa

Ilha Feia

Zuza

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Lorenzo O Lorenzo Pizzaria & Cantina, localizado no

início da Rua Turíbio de Farias tem um dos melhores cardápios de pizzas e massas de Búzios. As pizzas são assadas num forno a lenha e as massas são todas produzidas na

casa, o que garante uma excelente qualidade visto que seus cozinheiros são todos especializados em comida italiana. Com arquitetura moderna e atendimento diferenciado, o Lorenzo é um dos preferidos dos turistas. Principalmen-te os europeus, argentinos, chilenos e brasileiros.A casa tem três ambientes, e pode receber bem, cer-ca de 250 pessoas. O Lorenzo tem salão principal; segundo piso e área externa com mesas na calçada, lugar ideal para curtir a cidade. As massas e as pizzas são todas produzidas com técnicas antigas e produtos de primeira qualidade, o que garante um sabor dife-renciado em todos os pratos. Já os peixes, crustáceos e frutos do mar (outros destaques da casa) estão sem-pre frescos. Comprados de pescadores locais logo pela manhã. Para quem gosta de uma boa carne, o Lorenzo tem em seu cardápio excelentes cortes nacionais e importados. O Lorenzo é um restaurante completo.

MENU FESTiVAL(DE 8 A 17 DE JULHO)

Entrada: Bruschetta a pomodoro

Principal: Tortoloni de Lagosta

Sobremesa: Petit Gateau

Preço: R$ 39

Rafael, sócio doRestaurante Lorenzo

TORTOLONI DE LAGOSTA(Massa caseira recheada com

lagosta, alho poro)

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Gastronomia Contemporânea • Sushi Bar • Interiores & ObjetosEXPERIENCIE, SABOREIE, UNA-SE

Orla Bardot, 412 Centro - Armação dos Búzios, RJ+55(22)2623-0937 | [email protected]

Terça a domingo de 12h `as 0h

MENU FESTiVAL(DE 8 A 17 DE JULHO)

Entrada: Quiza de carne de boi e suínaPrincipal: Salmão grelhado com risoto lilásSobremesa: Sorvete frito

Preço: R$ 68,00

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A Turíbio de Farias acabou de ganhar mais uma loja multi marcas

A empresária Lívia Bello percebeu a necessidade das mães buzianas que não tinham muitas opções e de-cidiu unir acessórios, roupas e cal-çados em um só local .Alem da comodidade de encontrar tudo para os filhos, a filha consegue sair igual a mãe .A loja Mamãe Bebê trabalha com roupas desenvolvidas pela própria dona e com as famosas marcas Anjos Baby, Pulla Bulla e Lilica Ripilica.Outro destaque da loja Mamãe Bebê são os clássicos literários.Lívia quis dar a loja um ambiente agradável e divertido onde as mães

possam levar as crianças e ficarem à vontade pra escolher e experi-mentar.Quem passa na rua Turíbio de Farias não deixa de entrar para ver de per-tinho a sessão da loja Mamãe Bebê, algumas crianças chegam a perguntar “como tira o cami-nhão daqui pra dar uma volti-nha?”. A empresária já sabia que com esse caminhãozinho rosa iria conseguir prender a atenção das crianças e com isso dar maior comodidade as mães .Não deixe de conferir na Rua Turíbio de Farias. Além das melhores marcas, Lívia man-tém o bom preço e a qualidade das peças de sua marca própria.

Um mundo de encantos

O casal Lívia e Chiquinho da Educação na loja Mamãe Bebê

O casal com a filhinha buziana Laura Paola

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F ica no aprazível bairro dos Ossos, um dos melhores res-taurantes de comida japone-sa do Brasil. O Sushi Jardin,

comandado pela simpática inez (santa esposa do Zé itajahy) mantém a tra-dição da boa gastronomia no bairro , que começou três décadas atrás com Zé

Hugo Celidônio, Gato Dumas, Caste-já e porque não dizer também, com o agradável Zé itajahy.Quem comanda as facas do Sushi Jardin é o talentoso Fidelis. Natural da cidade de São Fidelis, o sushimam do Sushi Jardin é um virtuoso.Quem já teve o privilégio de saborear seus sushis, sashimis, hot fi-

ladélfia, califórnias, combinados, tempura ou um quente yakisoba de legumes ou de lulas e camarão, sabe do que estamos fa-lando.Montado no meio de um bucólico jardim, a casa fica em frente a Praça dos Ossos e abre todos os dias na alta temporada e nos finais de semana nos meses de baixa.

Sabores asiáticos

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Inês à frente de sua primo-rosa equipe. O carequinha é o sushimam Fidelis

Zé Itajahy e Inês, o casal mais feliz dos Ossos

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A história gastro-nômica de Bú-zios começou há muito tempo. Mesmo sem sa-

ber, os buzianos de outrora comiam de maneira sofistica-da, visto que tudo era fresco - principalmente o que vinha do mar e dos quintais. No iní-cio, bem no inicio, não havia vendas ou supermercado em nossa cidade - até então, uma simples aldeia de pescadores. Tudo era produzido nos terre-nos do município. Raízes, grãos, legumes, ver-dura, frango, carne (de porco) e peixes. Tudo era fresco e limpo. Já as receitas, mesmo simples, produziam verdadei-ros manjares. Quem já comeu um peixe fresco assado na brasa, acompanhado apenas de legumes cozidos sabe bem o que estamos falando aqui. isso sem falar no famoso bo-nito escalado, prato tradicio-nal que até hoje frequenta as mesas buzianas. As donas de casa, as mães e avós, eram verdadeiras chefs de cozinha. Búzios tinha ain-da vários restaurantes nati-vos como a Pizzaria do Maia, o Restaurante Central do Aquiles, o Bar do Pacato, e o Restaurante Capelinha - que depois virou Oásis.O parâmetro mudou com a chegada de algumas figuras como o José Hugo Celidô-nio, Zé itajahy, Gato Dumas, e Claude Troisgos- que tra-balhava na cozinha do Res-taurante Le Petit Truc, que pertencia a um português. Na inauguração do Petit Truc, o dono mandou pintar as ca-deiras com esmalte sintético, que demorava dias para se-car. Os convidados comeram bem, mas voltaram para casa com a roupa suja de tinta.- A comida de Búzios era uma maravilha. Besteira falar de chefs de cozinha atualmente. Não podemos louvar nenhum desses que estão aí sem falar de Deise, Jacira, dona Ruth,

etc. Temos que falar das mu-lheres mais antigas da terra que faziam uma culinária de fuder. Bonito escalado com purê de banana sempre foi um manjar dos deuses. O único chef de cozinha e dono de restaurante que eu res-peito é o Miro do Satyrycon. Conheci o Miro duro, traba-lhando na cozinha do Oasis,

do saudoso Jacó. Hoje ele é um empresário realizado. Por isso o respeito, declarou Zé itajahy. A primeira tentativa de se criar um festival gastronô-mico em Búzios foi idéia do chef Hugo Celidônio, que ti-nha um restaurante nos Ossos. Com patrocínio do cigarro Charm, Hugo criou um Guia

de Búzios, com os poucos (mas bons) restaurantes que haviam naquela época. Entre eles o Le Cheval Blanc, do suíço Paul Blancpain. Já o primeiro Festival Gastronô-mico de verdade aconteceu em 1997. O empresário Ste-fano Monti (Restaurante Le Streghe) e a promoter Anna Maria Tornaghi organizaram

A comida

Sylv

ana

Gra

ça

Deu no O Globo

Velhos pescadores de Búzios, mos-trando a fartura de lagosta da cidade

Stefano Monti, o homem que orga-nizou o primeiro Festival Gastronô-mico de Búzios

Christophe Lidy pro-vando a orelha de um amigo Roland Vilard

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o Primeiro Festival de gas-tronomia Marinara. Na época, mais de 20 restau-rantes participaram do evento e hoje, comemoramos sua dé-cima edição com um número recorde de 45 participantes. - O Búzios Charm foi mais um guia. Eu tinha o Cheval Blanc e participei. Naque-la época a gastronomia de

Búzios era melhor que a de hoje. Tínhamos restaurantes muito bons. Uns cinco no máximo. Nos anos 80, ter um restaurante em Búzios era di-fícil. Para se ter uma idéia, eu comprava alface em Ma-caé. ia todos os dias buscar alface. Comprar Filet Mig-non era outra batalha. Saia catando pela região, lembra

Paul Blancpain.O Cheval surgiu onde havia o restaurante Baluarte. No inicio o Cheval abria ape-nas sexta, sábado e domingo - Nesse dia apenas para ao al-moço. Antes da inauguração, Paul reuniu os funcionários e explicou que os trabalhos co-meçavam na sexta pela ma-nha e acabavam no domingo

a tarde. Eis que um funcioná-rio fez a pergunta mais difícil de responder: E quando é a nossa folga?

Anos 80/90

Com os anos, a cidade foi recebendo mais e mais chefs de cozinha . Tínhamos o Gor-lero, o Gerbô (L`Hermitagem Praia Rasa), o Fernando (Fernando`s Point) o Chris-tophe Lidy (Fígaro /Ciga-lon), o chinês Zee (do Mister Zee), Dominique Raymond e Claude Troisgos. Hoje nossos chefs são outros: temos Nelsi-nho( O Quintal), a Beth (77), Sonia Persiani (Cigalon), Ri-cardo Ferreira (Salt), Marcos Sodré (Sawasdee), Fabiano (Bar do Zé), Pacho (Bar do Mangue), Baixinha (Por aí) e Fabiano (Capitan`s), entre outros profissionais. A partir dos anos 90 os res-taurantes mudaram. Os donos deixaram de ser importantes e as casas perderam persona-lidade. Surgiram restaurantes com ar condicionado, carta de vinhos, comida a quilo, fast food, assim por diante. Não temos hoje um restau-rante com características na-tiva. Hoje é quase impossível comer um prato tradicional do povo de Búzios. - Búzios não tem mais chefs. Temos alguns empresários que pegaram uma grana e abriram restaurantes. Coisa de peri-feria. A culinária de hoje em Búzios é uma farsa. Não temos na cidade nenhuma pessoa au-torizada a fazer comida fran-cesa. Outra coisa. Aqui não temos festival de gastronomia. Temos um festival de degusta-ção. É peixe grelhado, massas, carnes, etc. Os mais sofistica-dos oferecem camarão ou la-gosta mas tudo com gosto de papel. É tudo uma porcaria.Este festival é uma promoção capciosa, fedorenta, nojenta. Não acrescenta nada a cidade. Uma grande xaropada, finali-zou Zé itajahy.

como ela éO pescador Ermínio e Nito, que teve um dos melhores restaurantes de Búzios, o Vip Club

Fachada do Cheval Blanc

Beth, do 77

Miro com o famoso Pargo do Satyricon

Zé Itajahy com um pato e um ganso

Toninho, o único prefei-to que apoiou o Festival de Gastronomia e fez questão de cozinhar um crepe no Chez Michou

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Foto

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raça

Búzios é aquiO Bar do Zé é um

dos principais pon-tos de encontro da

cidade. Suas mesas rece-bem tanto cidadãos de alta classe, como simples mora-dores de Búzios. É no Bar do Zé que se encontram os bons cariocas que frequen-tam nossa cidade desde os anos 80. Quando o encontro acontece, a conversa entra noite adentro. Tudo começou quando a chilena Soledad (proprietá-ria do Bar do Zé junto com seu filho Estevão) veio mo-rar em Búzios. Ela vivia no Rio, onde se dedicava ao surf. Soledad lembra que quando chegou à Búzios nossa cidade era simples e chique ao mesmo tempo. Os ricos, vinham a Búzios para brincar de pobre. Esse foi um dos motivos que a fez se apaixonar por nossa cidade, lembra Soledad. O Bar do Zé, com seu es-tilo simples, sua decoração mediterrânea com mesas, cadeiras e paredes brancas esconde um restaurante de cozinha internacional. Co-mandada pelo chef Fabia-no, o Bar do Zé se transfor-mou em pouco tempo, num dos melhores restaurantes de Búzios.

Soledad na Praia do Arpoador, uma das primeiras mulheres a surfar naquela praia

Estevão, mais conhecido como Zé

Zé com Bimba

Zé com Santiago Bebiano

Oskar Metsavaht, dono da Osklen, cliente cativo do Bar do Zé

Taisa, Zé, nosso Reitor Marinho Veiga de Almeida e Fernanda

Nunca faltou peixe fresco no Bar do Zé

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MENU FESTiVAL(DE 8 A 17 DE JULHO)

Entrada: Fantasia da Terra (pães italianos, abobrinhas, berinjelas, pimentões)Principal: Filet de Peixe a Belle MeunièreSobremesa: Capriccio Caldo

Preço: R$ 90,00

O Satyricon foi o primeiro res-taurante de Búzios a alçar vôo em direção a capital. Hoje,

a filial carioca é mais famosa que a matriz. Seu proprietário, o italiano Miro Leopardi começou sua epopéia gastronômica na cozinha de um sim-ples restaurante buziano- o Oásis. O primeiro Satyricon abriu suas portas onde hoje funciona o Restaurante

Aquarium, ao lado do Restaurante Sawasdee – na Orla Bardot. Na época, a área externa do Satyricon, à beira da Praia da Armação ficava lotada. Principal-mente nos finais de semana. Os garçons atra-vessavam a rua com badejas lotadas de cham-pagnes francesas e pratos de peixes e frutos do mar. O Pargo ao sal grosso já era destaque na casa. Os vongôles do famoso Espaguete ao

Vongôle, Miro catava na praia de Mangui-nhos ao lado de João Candal. No início, Miro comandava quase que sozi-nho seu restaurante. Tinha ajuda do fiel escu-deiro João Candal, um buziano legítimo que se transformou num dos grandes chefs de Búzios. Tudo que aprendeu, claro, foi com o patrão.O Satyricon de Búzios mudou de lugar (mas continua na Orla Bardot) ficou maior e ganhou ao lado uma filial da Pizzaria Capricciosa, que ao contrário do Satyricon fez caminho inver-so- nasceu no Rio e abriu filial em Búzios. Atualmente Miro pouco vem a Búzios. Mas o restaurante está em boas mãos.A gerente Cláudia cuida de tudo com o mesmo esmero do patrão. Para deleite dos clientes, o padrão Satyricon de qualidade continua o mesmo.

De Búzios para o mundo

Miro com seus camarões vermelhos, pescados em alta profundidade no mar de Búzios

Vitório Del Gatto, da loja Benneton de Búzios, com Sting e Marly no Satyricon

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Só faltava o Valdívia no Porto da Barra...Só faltava o Valdívia no Porto da Barra...

agora não falta mais!agora não falta mais!

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