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GEDIC Comunicação & Ciência Versão Final

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Livro sobre Ciência e Comunicação.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBAReitor:Rmulo Soares PolariVice-Reitora: Maria Yara Campos MatosGRUPO DE ESTUDOS DE DIVULGAO CIENTFICAEDITORA UNIVERSITRIADiretor: Jos Luiz Da SilvaVice-Diretor: Jos Augusto dos Santos FilhoSupervisor de Editorao: Almir Correia de Vasconcellos JuniorCapa: Alan Mangabeira ([email protected])Projeto Grfico e Diagramao: Joclio de Oliveira ([email protected] / 9174-3061)C741Comunicao & Cincia / Olga Tavares, Claudio Paiva, Ed Porto, Norma Meireles (Organizadores) - Joo Pessoa: Editora Universitria da UFPB, 2009 299 p. ISSN: 978-85-7745-385-6 1. Comunicao de massa I. Tavares, Olga. II. Paiva, Cludio. III Porto,Ed. IV. Meireles, Norma. V. GEDIC - Grupo de Estudos de Divulgao Cientfica.UFPB/BCCDU: 659.3185GRUPO DE ESTUDOS DE DIVULGAO CIENTFICAMdia e Universidade: Caminhos Radiofnicos para a Conscientizao Ambiental Kalinne de Silveira Arcoverde, Karla Rossana F.R. Noronha e Sara Lusa de Oliveira24 MEIO AMBIENTE E MDIA: UMA VISO INICIALDiante das mudanas ambientais ocorridas atualmente, sentimos a necessidade de incentivar a conscientizao e preservao do ecossistema. O ser humano passa porfasesdeevoluoacadainstante,ondevisaapenasoconfortodesimesmo, um individualismo nato que muitas vezes tende a prejudicar o ambiente; todavia, o mesmo no percebe como este desenvolvimento no-sustentvel vem a prejudicar o 24 Alunas de Rdio e TV do Decom/UFPB. 186COMUNICAO & CINCIAplaneta, considerando sua relao com o meio que sofre modicaes drsticas.Uma simples tampa de garrafa a um chip de computadorjogadono cho pro-vocam um desequilbrio no solo, no ar e, conseqentemente, na vida das pessoas. Percebe-se, ento, a importncia de levar o conhecimento a todos desta realidade em questo e oferecer subsdios demelhoramento das condies de vidana Terra para assegurar a sobrevivncia dos seres vivos. Adisseminaodainformaosobrecomocuidardomeioemquevivemos abrangente, podendo envolver trabalhos de conscientizao em escolas, universida-des e a todos aqueles que tm vontade em melhorar a qualidade de vida da popula-o, independente de classe social ou etnia. fundamental que as pessoas aprendam desde cedo, em casa e na escola, a im-portncia do processo educativo sobre a preservao do meio o qual esto inseridas, seja na valorizao de uma rvore ou de uma or para a manuteno da vida como nos cuidadosbsicosjunto s aeshumanas adequadasparaum cotidianomais saudvel. Tomemos como base o paradigma da utilizao da comunicao, no caso a mdia audiovisual com seu poder de integrao, que vem desencadear e agilizar o recebimento da informao por parte da sociedade. Assim sendo, este artigo especi-ca os termos e aes realizadas no projeto em destaque, partindo de uma conscien-tizao e nalizando com a execuo de projetos ambientais, podendo obter uma excelente resultado da preservao do ambiente nos campi universitrios. 187GRUPO DE ESTUDOS DE DIVULGAO CIENTFICAa aEDUCOMUNICAO AMBIENTAL: UMA CINCIA DO COTIDIANO ATUALDe acordo com a resoluo CONAMA 306:2002: Meio ambiente o conjunto de condies, leis, inuncias e interaes de ordem fsica, qumica, biolgica, social, cultural e urbanstica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas.NoISO14001:2004,tem-se a denio de que omeio ambiente a circunvizi-nhana, uma organizao que opera incluindo-se ar, gua, solo, recursos naturais, ora, fauna, seres humanos e suas inter-relaes, onde uma organizao respon-svel pelo meio ambiente que a cerca, devendo, portanto, proteg-lo, agir como no poluente e cumprir as legislaes e normas pertinentes.A juno de conhecimento cientco e da sensibilidade do ser humano que vem a permitir sua integrao com o meio onde vive e a participao na construo de uma sociedade mais integrada os condiciona a caracterizar essa relao por educa-o ambiental. Muito se fala em educao ambiental e conservao do meio ambiente, desde os ambientalistas que no sabem abordar de forma precisa e com indagaes concre-tas, de efeitos imediatos para exigir essa conservao por parte da sociedade, como dos estudos e conhecimentos passados no ensino escolar da populao. notrio o fato de se colocar em diversos locais slogans de Proteja a Natureza, No suje o ecossistema, dentre outros que vm a forar uma conscientizao des-favorvel queles que no vem o fator agravante que o inverso das aes esperadas surte no meio ambiente.188COMUNICAO & CINCIAA falta de informao quanto a esse aspecto faz com que a populao no obte-nha uma compreenso da relao existente entre o ambiente cultural e o ambiente natural, como por exemplo, a relao de sua habitao, rvores e o lixo que se pe ao redor delas, um contato sem os cuidados precisos, que prejudicam a natureza como umtodo,assimcomoacabaporprejudicaraprpriasociedade.Umarelaode reciprocidade entre o meio social e o meio ambiente, onde as interaes existentes entre os mesmos, trata-se de uma ao e reao constante.Portanto,deve-sepraticarumaeducaointegrada,emquetodasasreasde conhecimentoestejamjuntas,ondesepossibiliteaoindivduooatodepensare repensaroambientequeestinseridoebuscarnovasformasdemelhor-lopara umamaiorsocioambientalizaodetodoscomomeioambiente.Tendoissoem vista que a educao ambiental proporciona desenvolver todos os aspectosfsicos ementais para que se possa exercer e exigirjustia social e ticanas questes so-cioambientais, o contexto desta cincia e suas signicaes tm por base melhorar o equilbrio entre o ser humano com o meio em que habita, e para que isso venha a suceder, faz-se necessrio um conhecimento geral de todas as reas, todavia no s terico como tambm prtico, baseado nos valores de cada um e na convivncia com as pessoas, a natureza e a mdia que hoje vista como uma das principais fon-tesdeconhecimentoeinformao.Porisso,importanteobservarmosarelao comunicao-educaonestasociedade daimagem que o sculo XXI prenuncia como aponta ngela Schaun:O paradigma da educao no seu estatuto de mobilizao, divulgao e sistema-v189GRUPO DE ESTUDOS DE DIVULGAO CIENTFICA araaatizao de conhecimento implica acolher o espao interdiscursivo e meditico da comunicao como produo e veiculao da cultura, fundando um novo locus: o da inter-relao comunicao/educao. (SCHAUN, 2002, p.79).Muitaspraiasestosujasporquenohumapreocupaocomobem-estarde todos e com o que a sujeira deixada na areia ou na gua possa vir a causar ao homem.Damesmaformaexistematitudessemelhantesnombitodasuniversidades. Nessa perspectiva aparece nossa proposta de educao ambiental na UFPB, em es-pecico no Decom. Se preocupar com os resduos que ns produzimos, para onde eles vo, se podem ser reaproveitados uma questo de conscincia, da a importn-cia da unio comunicao/educao, no sentido de promover aes que, no espao da dialogicidade entre as reas do saber, possam modicar esses cenrios.Essa tomada de conscincia no s dirigida sociedade como tambm aos go-vernantes, reetimos assim, a partir do determinado na Constituio Federal, o art. 225,oqualespecicaque:Todostmdireitoaomeioambienteecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial a qualidade de vida impondo-se ao Poder pblico e a coletividade o dever de defend-lo e preserv-lo para os presen-tes e futuras geraes.Mas, certamente, toda esta relao deve ser constituda em interface e em inte-rao com o homem e outros tantos seres vivos. Assim, a educao ambiental pode oferecer a possibilidade de os seres humanos conviverem em harmonia, ou em equi-lbrio homeosttico, com as leis clssicas e, algumas vezes, questionveis, da ecolo-gia ou da biologia clssicas. No existe natureza intocada sem o homem. No existe um homem sequer que no seja natural. Por isso, a introduo da Educomunicao 190COMUNICAO & CINCIAAmbiental nas universidades se faz to importante neste novo milnio, em virtude deestarsebuscandoigualmenteumasustentabilidadeintelectualqueprivilegie uma prtica sistmica interpares. Inicialmente adotada por escolas em todo o pas, aEducomunicao possibilita o uso dasferramentasmiditicas que podem surtir maiorefeitojuntoaopblicoacadmico,bemcomomotivarosestudantespara criar os produtos que promovero a conscientizao das pessoas. MDIA E SOCIEDADE: O AMBIENTE COMO QUESTO PRIMORDIALA mdia abrange um universo de instituies, organizaes e estabelecimentos voltadosparaaproduoedifusodeinformaesparapblicosdiversos,sendo assim, uma cincia multidisciplinar, movido pela cultura dos meios. Abrange vecu-los impressos (revistas, boletins, jornais, cartazes, folhetos etc.), audiovisuais (ou-tdoors, televiso em canais abertos e em diversas modalidades pagas, lmes, vdeo, rdio etc.), mdia computadorizada (on-line), dentre outros (HERNANDES, 2006). Esse conjunto demeiostem afuno detransmitirinformao, opinio, entrete-nimento, publicidade epropaganda. Nesse sentido, um espao de fora, poder e sociabilidade capaz de atuar na formao da opinio pblica em relao a valores, crenas e atitudes.Mostrar s pessoas o que elas podem fazer com as sobras e restos das coisas que elas consomem, por exemplo, permite-lhes mostrar novos caminhos para solucio-nar problemas socioambientais, melhorar sua qualidade de vida e dar vida da Terra v191GRUPO DE ESTUDOS DE DIVULGAO CIENTFICAra alguns milhares de anos. A televiso, o rdio e quaisquer outros meios que transmi-tam informao devem ajudar nesse processo de transformao social e ambiental. Usar todos os aparatos tecnolgicos para melhorar as condies de vida do planeta vem mostrar ao homem que a cooperao facilita a sustentabilidade e preservao de tudo o que vivo permitindo que todos vivam com dignidade onde se possa deixar para as geraes futuras os valores essenciais para a preservao da vida. Segundo Guareschi e Biz (2005, p. 40), a comunicao, hoje, constri a realidade; portanto, os valores, os conceitos, enm, a sociologia do cotidiano de todos passa pela mdia. Ento, importante que a mdia se volte para essas questes que nortearo o sculo 21, como sugere Andr Trigueiro: Hnamdiareexosimportantesdessedesejodemudananadireodasus-tentabilidade.Masoexercciodavisosistmicaouacompreensodequeo universo se revela como uma rede de fenmenos interligados e interdependentes ainda no se disseminou o suciente para que possamos entend-lo como uma ferramentaimportanteparaacompreensodarealidade.(TRIGUEIRO,2005, p.7).Deve-se, portanto, abordar a transmisso de conhecimento e informao, contri-buindo para formao de cidados mais conscientes dos problemas ambientais. Que istopossa gerarmudanas de atitude emotivaopara agir afavor de solues, ou seja, mostrar quais so os problemas ambientais e as possveis alternativas para uma mudana dos valores da sociedade atual que possibilite uma transformao e assegure a sobrevivncia do ser humano e todos os outros seres. Em um projeto de educao ambiental devem-se buscar novos modelos de ao e explorao dos recursos naturais para alcanar o desenvolvimento sustentvel, formando pessoas que saibam identi-192COMUNICAO & CINCIAcar os problemas e participar de sua soluo e preveno, permitindo a sobrevivncia de todas as geraes e a conservao do patrimnio natural e cultural.A sociedade de hoje uma sociedade de comunicao globalizada, uma socie-dade dosmeios de comunicaomassmedia, quese ver envolvidapor diversas informaes, deixando-se inuenciar pelo mesmo, muitas vezes sendo banalizada a imagem e ideologia. Neste aspecto, visvel como o fator da globalizao acaba por modicar a cultura da sociedade, no caso, a conscincia da populao que vem a ser manipulada, o poder de persuaso da indstria miditica de consumo na mesma. E o meio ambiente parece ser visto sob essa perspectiva de usos e graticaes, ou seja, tudo dele se tira para o bem-estar social, mas quando ocorrem catstrofes, o meio ambiente tambm o respons-velporelas.Osmeiosdecomunicaomostramprincipalmentefatosocorridospor questes ambientais, avaliam os estragos visveis causados pela natureza em algumas partes do mundo, citam as causas para o mesmo, demonstram futuras fatalidades que podero vir a ocorrer, mas no apresentam solues, bem menos propem campanhas, projetos que diminuam estas tragdias. Ou at mesmo, fazem dos programas de maior audincia, de maior alcance na sociedade, a utilizao do seu espao para deixar clara a situao atual do mundo. A sociedade se v confusa diante de interpretaes diferentes realizadas por cientistas renomados. Como por exemplo, na questo do aquecimento global, onde muitos deles falam em um resfriamento da Terra, alegando a omisso de dadosdaspesquisas,outrosarmamaindaqueapreocupaocomaoaquecimento global seja desnecessria, pois a natureza sempre se renovar.v193GRUPO DE ESTUDOS DE DIVULGAO CIENTFICArrrSomos escravos de uma viso reducionista, que muitas vezes relega natureza a funo de apenas nos suprir de alimentos, energia, matria-prima e belas pai-sagens. Dilapidamos o patrimnio natural sem a percepo de que somos parte do planeta, de que o meio ambiente comea no meio da gente, a partir da nossa constituio fsica. (TRIGUEIRO, 2005, p.264).Asaeseducativasvoltadasparaomeioambientedevemfocarafunode cidadaniaparamostrar os grandesproblemas ambientais como o desmatamento, poluio, esgotamento dos recursos naturais etc., a m de que as pessoas venham a procurar solues paraminimizar esses problemas emelhorar sua qualidade de vida. Atravs da compreenso do que homem, natureza, cidade e ambiente, de tal modo como sua inter-relao, podem vir a se criar um novo ambiente social onde as pessoas resgatem os princpios de cooperao e sustentabilidade para oferecer o bem-comum a todos.Contudo, para isso ocorrer necessrio elaborar uma proposta capaz de atingir o ponto central da atividade humana que est provocando todos os problemas am-bientais atualmente. PROPOSTA DE CONSCIENTIZAO AMBIENTAL PARA O DECOM-UFPBAplicar a comunicao junto educao um meio de transformao social para incentivar uma mudana de conscincia coletiva fazendo o ser humano respeitar a si mesmo e ao outro. Isso permite uma ao mais crtica em relao aos aconteci-mentos da sociedade e faz as pessoas buscarem novos caminhos para a valorizao do lugar onde vivem. 194COMUNICAO & CINCIAO Departamento de Comunicao Social Decom, da Universidade Federal da Paraba faz parte do Centro de Cincias Humanas, Letras e artes desde 1977, onde inicialmente se estabeleceu com a implantao da habilitao em jornalismo, que foi regulamentada pelas resolues 10/77, de 22 de maro de 1977 e 24/77, de 4 de maro de 1977.Logo, por meio da resoluo 09/78, cou estabelecida a estrutura curricular do Curso de Graduao em Comunicao Social, composto de duas habi-litaes: Jornalismo e Relaes Pblicas.Assim como o mundo que se renova a partir da inovao tecnolgica, bem como da sociedade vigente, e que passa por transformaes socioculturais a m de uma melhoria e crescimento pessoal e social, o mercado de trabalho tem exigido que os prossionaissejamcadavezmelhorcapacitados,verdadeiroslderes,nospor merecimento, ou competncia prossional, como tambm de opinio. Foi com o in-tuito de contribuir no apenas com as perspectivas de implantao de projetos que visam reestruturao dos servios de radiodifusono pas,mas de proporcionar para o mercado prossionais preparados para as transformaes do meio que, em maio de 1997, o Departamento de Comunicao Social da UFPB enviou diretoria do Centro de Cincias Humanas, Letras e Artes o projeto de criao da habilitao emRadialismo,hoje com anomenclatura deRdio e TV,pois, com o objetivo de ampliar o mundo miditico televisionado, foi submetido apreciao do Conselho deCentro.Oprojetofoi analisado, discutido e,nalmente, aprovado.Aprimeira turma dessa habilitao ingressou na instituio no ano de 1998.A universidade, enquantomeio acadmico deve sermediadora de transforma-195GRUPO DE ESTUDOS DE DIVULGAO CIENTFICAa a rra aes eincluses sociais, permitindo umamaior convivncia entre as pessoas.Isso geraumareexocapazdemudaraformadeagirdoserhumano,criandouma sociedadeemqueasdiferentesculturaspodemconviveremharmonia,superan-do as diculdades que possam surgir. Os acadmicos com o apoio da universidade precisam elaborar projetos e aplic-los na sua rea de estudo e aos poucos expandir para outros setores tanto na academia quanto fora dela para estimular a preservao e revitalizao.A extenso da Mata Atlntica na cidade de Joo pessoa de cerca de 7 mpor habitante, uma rea de 6 mil hectares, perdendo o posto de cidade mais verde do mundo somente para Paris (capital da Frana), conforme ditam os folders tursti-cos.Composta por duas reservas deMata Atlntica, oJardimBotnicoBenjamim Maranho, mais conhecido como Mata do Buraquinho, e o Parque Arruda Cmara, a Bica, a cidade reconhecida como a capital brasileira com maior extenso verde urbana do pas. Tendo em vista que a Universidade Federal da Paraba ca localizada em uma faixa de Mata Atlntica, ao lado do Jardim Botnico Benjamin Maranho, e na qual existe grande diversidade de fauna e ora, o ambiente estudantil composto por esse habitat natural de mata que cerca no s o campus, mas a populao que reside prxima UFPB.ApesardessadiversidadenaturalnocampusIdaUFPB,faz-senecessrioum plano de revitalizao ambiental que englobe todo o campus estudantil. Pensando nisso, foi elaborado um projeto de revitalizao, com subsdios para gerar uma cons-cientizao,primeiramentedoambientedoqualpertencemos.Nadamelhorque 196COMUNICAO & CINCIAcuidar do Departamento que tem como objetivo mostrar a veracidade dos fatos, dos acontecimentos, que forma prossionais da informao e da comunicao, que iro apresentar situaes de cunho especulativo, e que proponham uma convico sobre os pensamentos e idealizaes humanas. Uma educao para a comunicao deve oferecer condies para que a comuni-dadedescubraanaturezadosprocessosdecomunicaoemqueestinserida; ajudarseusmembrosadesvendarosmecanismospelosquaisasociedadeao utilizar recursos de comunicao exerce o poder da manipulao; favorecer o exercciodeprticascomunicacionaisdemocrticaselibertadoras.(PUEBLA, apud GUARESCHI e BIZ, 2005, p.10).RDIO: NAS ONDAS DO MEIO AMBIENTE RdioeCincia,noBrasil,ligaram-sejdesdeacriaodoveculo,em1923, haja vista a Rdio Sociedade do Rio de Janeiro ter como objetivo levar educao e cultura ao povo brasileiro. No entanto, a sobrevivncia das rdios se daria tomando o caminho da comercializao. Coube s rdios educativas, ento, o papel de manter o sonho de Roquette Pinto: programao voltada ao conhecimento, primazia do saber.Emnvelacadmico,emboraaindasejampoucosostrabalhosdedicados divulgao cientca e em menor nmero ainda aqueles que busquem o rdio como veculo de divulgao, o Ncleo Jos Reis de Divulgao Cientca da ECA/USP tem realizado projetos nesse sentido (SANTOS, 2004).A utilizao de novas tecnologias que possam difundir em maior escala a inova-o no mundo na humanidade notria, visto que a cada novo tempo, encontra-se algo de maior ascendncia e poder tecnolgico. O mundo, nos tempos atuais, espera por agilidade nas suas aes, de preferncia com a ajuda de mecanismos que faam 197GRUPO DE ESTUDOS DE DIVULGAO CIENTFICA r ade seu trabalho um mero lazer, quando se trata de as mquinas organizarem e -nalizarem o trabalho destinado a eles. Assim caminha a humanidade, para destinos em que a era digital e tecnolgica s vem a favorecer a falta do pensar pelo homem, mas sem deixar de lado a contribuio para aqueles que utilizam de seu pensar para inovar cada vez mais.Mesmo com armaes de que o velho no tem mais tanta utilidade, que o Rdio quebra estes esteretipos rmados pelas novas tecnologias, quando aprisio-na a ateno do telespectador atravs de notcias inesperadas, trazendo o imagin-rio da noticia para o concreto, a realidade pessoal. Valesalientarofatodequeoradionoummeiodecomunicaodemassa completamente absorvente se comparado com os impressos e as mdias visuais, que mobilizam uma maior ateno do receptor.Arecepodessediscursocaracterizadamenteumaatividadesecundariado ouvinte, realizada simultaneamente a outras atividades com que divide a aten-o. Assim, alm do zoom auditivo entre o ouvir e o escutar, a recepo do rdio caracterizadaporumzappingperceptivoentreessaatividadeeaprincipal. (HERNANDES apud MEDITSCH, 2001, p.161). O autor especica as diferenciaes e diculdades, que o rdio, no caso a mdia sonora, sofre para levar a ateno total do pblico, mas sem deixar de mencionar o fato do feedback que ocorre no momento em que se ouve a notcia e se decodica a informao, gerando de imediato uma resoluo sobre o tema em questo.Ciclia Peruzzo (1998) fez um estudo sobre as rdios comunitrias no Brasil e ex-ps a problemtica da sua manuteno. Elas ainda so em pouco nmero e prestam grandes contribuies socioculturais s comunidades das quais fazem parte. 198COMUNICAO & CINCIANo Brasil, so poucos os programas que retratam e tem como tema especico a conscientizao e educao ambiental. Um exemplo a rdio USP Ribeiro Preto, FM 107, 9, que toda tera e quinta-feira, s 15h, vai ao ar com o programa intitulado Ambiente o Meio, onde ocorre uma conversa com a sociedade sobre questes do nosso dia-a-dia, como as queimadas urbanas, lixo e uso da gua.Este estudo tambm se inspira nos modelos de rdios comunitrias para esboar o seu projeto de trabalho, cujos objetivos so: criar uma comunicao entre pessoas queestojuntasporquequeremomesmo;prestarumserviocomunidade,no caso, a acadmica; criar conscincia coletiva; cuidar de temas que no tm espao em outros meios o meio ambiente da UFPB; promover a integrao da comunida-de s questes ambientais; destacar os direitos e deveres do cidado na comunidade, na cidade e no pas, em relao ao meio ambiente. Deste modo, tendo como base esse conceitos e idias em geral, produzimos spots de radio, com tempos de durao curtos, mas que propusessem mensagens de ree-xo e uma melhor percepo dos acontecimentos da sociedade e sua interao, bem como as modicaes causadas pela mesma ao meio ambiente. Os textos abordam situaes ocorridas no dia-a-dia, como tambm no Departamento de Comunicao da UFPB que o foco central do trabalho.Tendo como slogan inicial: O meio Ambiente est no ar, na gua, na terra, na gente, ostextostrazemreferncia sformas depreservao domeio ambiente, e como slogan nal: Juntos em favor do Decom e da Natureza, reavivar o foco princi-pal do trabalho e a relao entre o meio social e o meio natural.199GRUPO DE ESTUDOS DE DIVULGAO CIENTFICAa r aQuadro I. Textos selecionados para gravao e veiculao em Rdio.SPOT CONSCIENTIZAO GUA LIXO NATUREZATEXTOFaa dos 4 Rs ensinamentos para sua vida.Repense, recomece, recicle e reaproveite.O meio ambiente agradece.00:00:39gua e vida: voc sabia que o ser humano pode car 28 dias sem co-mer, mas ape-nas 3 dias sem gua? Valorize o que se tem de precioso. No jogue lixo e no deixe as torneiras abertas00:00:40No jogue no cho, pontas de cigarro, tapinhas de garrafa, plsti-cos, papel. Eles demoram cer-ca de cem anos para serem degradados pelo meio. No prejudique o ambiente, ele faz parte de voc.00:00:40No suje os nossos cartes postais, farol do Cabo, par-que Slon de Lucena, Centro Histrico e o nosso DECOM agradecem o seu cuidado e sua ateno.00:00:37O direito a um ambiente limpo e a um desenvolvi-mento sustentvel fundamental e est intimamente ligado ao direito a vida, a sade e ao bem estar de todos. Proteja o lugar que voc vive, preserve o Decom.00:00:42Cada pessoa produz, por dia, cerca de meio quilo de lixo. Multipli-que isso pela populao de sua cidade para ter idia do tamanho do problema. Jogue o lixo no lugar certo, h muitas lixeiras em cada corredor.00:00:42Ajude a de-fender cada arvore existen-te. Utilize os dois lados da folha de papel e faa coleta seletiva em seu departamento-Faa algo pela natureza que no vota e nem se defende. 00:00:39200COMUNICAO & CINCIACONSIDERAES FINAISPropomos uma atividade acadmica que envolvesse as pessoas deforma geral, sejaempropostasdeconscientizaopormeiosconvencionaisoudeabordagem tcnica, visando construirum ambiente queinteraja com a sociedade, sendofato decisivo e de vital procedncia para sua preservao e sobrevivncia.O Grupo de Estudos de Divulgao Cientca GEDIC parceiro no projeto da criao de uma Agenda 21 para a UFPB, junto ao Laboratrio e Ocina de Geograa LOGEPA.Emumapesquisaempricainterdisciplinar,osestudantesdoGEDIC vo desenvolver produtos miditicos para promover o projeto por todos os quatro campos da Instituio. A universidade como instituio educacional viabiliza uma maior integrao do homem, como ser social, com o meio ambiente, e como o ser natural integra o mes-mo. No ambiente acadmico, de forma coletiva, e utilizando de subsdios para uma maior abrangncia, no caso as diferentes mdias, pode-se mostrar a importncia da natureza e a possibilidade de os corpos docente e discente se integrarem a ela, que est to prxima.Destarte, o trabalho tenta desempenhar um papel multidisciplinar, trazendo ao alcance detodos,no caso os estudantes de comunicao,uma veracidade quanto squestesambientais,oequilbriosocialenatural,eaobrigaodosmesmos, enquanto prossionais formadores de opinio pblica. 201GRUPO DE ESTUDOS DE DIVULGAO CIENTFICA aaaa REFERNCIAS BIBLIOGRFICASGUARESCHI, Pedrinho e BIZ, Osvaldo. Mdia, educao e cidadania. Pe-trpolis: Vozes, 2005.HERNADES, Nilton, A Mdia e seus truques: o que jornal, revista, TV, r-dio e internet fazem para captar e manter a ateno do publico. 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