Gerencia de Manutenção de Equipamentos Hospitalares - BVS - Saúde e Cidadania Vol 11

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    GERENCIAMENTO DE MANUTENÇÃO DEEQUIPAMENTOS HOSPITALARES

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    Saide Jorge CalilMarilda Solon Teixeira

    GERENCIAMENTO DEMANUTENÇÃO DEEQUIPAMENTOSHOSPITALARES

    PARA GESTORES MUNICIPAIS DE SERVIÇOS DE SAÚDE

    INSTITUTO PARA O DESENVO LVIMENTO D A SAÚ DE – IDSNÚ CLEO DE ASSISTÊNCIA MÉDICO-H OSPITALAR – NAM H/FSP – USP

    BA NCO ITA Ú

    SÃO PAULO1998

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    Copyright © 1998 by Faculdade de Saúde Pública

    da U niversidade de São Paulo

    Coor denação do Proj eto G onzalo V ecina N eto, Valéria Terra, Raul Cutaite Luiz Eduardo C. Junqueira M achado

    Produção edi to r i al e gráfi ca 

    Editora Fundação Peirópolis Ltda.Rua G irassol, 128 –Vila M adalena

    São Paulo –SP 05433-000

    Tel: (011) 816-0699 e Fax: (011) 816-6718

    e-mail: peirop ol@ sysnetw ay.com .br

    Proj eto gráfi co e edi toração eletr ôn ica 

    AG W M Artes G ráficas

    Tiragem 

    3.000 exem plares

    É autorizada a reprodução total ou parcialdeste livro, desde que citada a fonte.

    Di str ib u ição gra tu it a ID S –Rua B arata Ribeiro, 483 –6º andar01308-000 –São Paulo –SP

    e-mail: ids-saude@ uol.com .br

    FSP –Av. D r. Arnaldo, 715 –1º and ar –Adm inistração H ospitalar01246-904 –São Paulo –SP

    Tel: (011) 852-4322 e Fax: (011) 282-9659e-mail: adm hosp@ edu.usp.br

    Banco Itaú –PRO AC –Program a de Apoio C om unitárioRua Boa V ista, 176 –2º andar –Corpo I

    01014-919 –São Paulo –SPFax: (011) 237-2109

    Calil, Saide JorgeG erenciam ento de M anutenção de Equipam entos H ospitalares, volum e 11 /

    Saide Jorge Calil, M arilda Solon Teixeira. ––São Paulo : Faculdade de Saúde

    Pública da U niversidade de São Paulo, 1998. ––(Série Saúde & Cidadania)

    Realizadores: “Instituto para o D esenvolvim ento da Saúde –ID S, N úcleo deAssistência M édico-H ospitalar –N AM H /FSP –U SP, Banco Itaú”.

    1. Estabelecim entos de assistência à saúde –Adm inistração 2. H ospitais –M óveis e equipam entos 3. H ospitais –M anutenção e reparos 4. M unicípios –G overno e adm inistração –Brasil 5. Serviços de saúde –Adm inistração –BrasilI. Teixeira, M arilda Solon. II. Título. III. Série.

    98–4501 CDD–362.10682

    Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

    Índices para catálogo sistemático:

    1. Equipam entos m édico-hospitalares : M anutenção : G erenciam ento : Estabele-cim entos de assistência à saúde : Bem -estar social 362.10682

    2. Estabelecim entos de assistência à saúde : Equipam entos m édico-hospitalares :M anutenção : G erenciam ento : Bem -estar social 362.10682

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    INSTITUTO PARA O DESENVOLVIMENTODA SAÚDE

    Presidente: Prof. Dr. Raul Cutait

    FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA DAUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO – FSP/USP

    Diretor: Prof. Dr. Jair Lício Ferreira

    NÚCLEO DE ASSISTÊNCIAMÉDICO-HOSPITALAR – NAMH/FSP

    Coordenador: Prof. Gonzalo Vecina Neto

    BANCO ITAÚ S.A.

    Diretor Presidente: Dr. Roberto Egydio Setubal

    REALIZAÇÃO

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    CONSELHO NACIONAL DE SECRETÁRIOSMUNICIPAIS DE SAÚDE

    MINISTÉRIO DA SAÚDE

    ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE

    FUNDO DASNAÇÕESUNIDASPARA A INFÂNCIA – UNICEF

    APOIO

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    Agradecemos às equipes das secretarias da Saúde doscinco municípios que participaram dos módulos detreinamento, que, através da troca de experiências e su-

    gestões – incorporadas neste manual –, enriqueceramsobremaneira o seu conteúdo:

    DIADEMADorival AlvesWagner Vieira Janicas

    FORTALEZAEdísio Jatai Cavalcante Filho

    VOLTA REDONDAFernando Luiz G. Chaves

     Jorge Alves

    FOZ DO IGUAÇUAdélia Maria GiulianiIvatan Batista dos Reis

     José da Mata e Souza

    Sandra Melo

    BETIMEduardo Santos MendesMaurício Cleber Marinho

    Agradecimentos dos autoresAgradecimento especial ao engenheiro Ernesto Fernan-

    des Ferreyra Ramirez, que nos auxiliou muito com suaspesquisas e idéias para a elaboração deste manual.

    AGRADECIMENTOS

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    ste conjunto de m anuais para o projeto Saúde & 

    Cidadania se insere no trabalho iniciado há cinco anos

    pelo B anco Itaú com a criação do Program a de A poio

    Com unitário (PR O AC). Voltado desde a origem para

    program as de educação básica e saúde, o PRO AC tem

    desenvolvido dezenas de projetos de sucesso. U m dos

    m elhores exem plos é o Raízes e Asas, elaborado em

    parceria com o Fundo das N ações U nidas para a Infância

    (U nicef) e o C entro de Estudos e Pesquisas em Edu-

    cação, Cultura e Ação Com unitária (Cenpec). Com ini-

    ciativas com o essa, o Program a de A poio Com unitáriotem recebido diversas m anifestações de reconhecim ento

    e prem iações.O s resultados positivos obtidos com os program as já

    im plantados levam agora o Itaú a viabilizar este projetodirigido às necessidades detectadas na área de saúde. Oprojeto Saúde & Cidadania resulta da honrosa parceriado B anco Itaú, do Instituto para o D esenvolvim ento daSaúde (ID S) e do N úcleo de A ssistência M édico-H ospitalarda Faculdade de Saúde Pública da U niversidade de SãoPaulo (N AM H /FSP –U SP). A m eta agora é divulgar paraos m unicípios brasileiros o conhecim ento e as expe-riências acum uladas por especialistas na área da saúdepública, que participaram da elaboração destes m anuais,bem com o os resultados advindos da sua utilização na

    fase de teste em cinco m unicípios. Por m eio deles pre-tende-se aperfeiçoar a atuação dos gestores m unicipais

    PREFÁCIO

    E

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    setor da saúde no B rasil vive hoje umm om ento peculiar. O Sistem a Ú nico de Saúde (SU S)constitui um m oderno m odelo de organização dos

    serviços de saúde que tem com o um a de suas caracte-rísticas prim ordiais valorizar o nível m unicipal. Contudo,apesar de seu alcance social, não tem sido possívelim plantá-lo da m aneira desejada, em decorrência desérias dificuldades relacionadas tanto com seu finan-ciam ento quanto com a eficiência adm inistrativa desua operação. Essa situação fez com que fossemam pliados, nos últim os anos, os debates sobre o

    aum ento do financiam ento do setor público da saúdee a m elhor utilização dos lim itados recursos existentes.Sem dúvida, as alternativas passam por novas pro-postas de m odelos de gestão aplicáveis ao setor e quepretendem redundar, em últim a análise, em m enosdesperdício e m elhoria da qualidade dos serviçosoferecidos.

    O s M anuais para G estores M unicipais de Serviço deSaúde foram elaborados com a finalidade de servircom o ferram enta para a m odernização das práticasadm inistrativas e gerenciais do SU S, em especial param unicípios. Redigidos por profissionais experientes,foram posteriorm ente avaliados em program as detreinam ento oferecidos pela Faculdade de Saúde Públi-ca da U SP aos participantes das cidades-piloto.

    Este m aterial é colocado agora à disposição dosresponsáveis pelos serviços de saúde em nível m unicipal.

    APRESENTAÇÃO

    O

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    D aqui para a frente, esforços conjuntos deverão ser m ul-tiplicados para que os m unicípios interessados tenham

    acesso não apenas aos m anuais, m as tam bém à suam etodologia de im plantação. M ais ainda, a proposta éque os resultados deste projeto possam ser avaliados dem aneira a, no futuro, nortear decisões técnicas e políticasrelativas ao SU S.

    A criação destes m anuais faz parte do projeto Saúde & Cidadani a e é fruto dos esforços de três instituiçõesque têm em com um a crença de que a m elhoria das

    condições sociais do país passa pela participação ativada sociedade civil: o Instituto para o D esenvolvim entoda Saúde (ID S), que é um a organização não-governa-m ental, de caráter apartidário, e que congrega indivíduosnão só da área da saúde, m as tam bém ligados a outrasatividades, que se propõem a dar sua contribuição paraa saúde; o N úcleo de A ssistência M édico-H ospitalar daFaculdade de Saúde Pública da U niversidade de São

    Paulo (N AM H /FSP –U SP), que conta com a participaçãode experiente grupo da academ ia ligado à gestão eadm inistração; e o Banco Itaú, que, ao acreditar que avocação social faz parte da vocação em presarial, apóiaprogram as de am pla repercussão social. O apoio ofere-cido pelo Conselho N acional de Secretários M unicipaisde Saúde (CO N ASEM S), pelo M inistério da Saúde e pelaO rganização Pan-Am ericana da Saúde (O PAS) reforça apossibilidade de êxito dessa proposta.

    O sentim ento dos que até o m om ento participaramdeste projeto é de entusiasm o, acoplado à satisfaçãoprofissional e ao espírito de participação social, num legí-tim o exercício de cidadania. A todos os nossos profundosagradecim entos, extensivos à Editora Fundação Peirópolis,que se m ostrou um a digna parceira deste projeto.

    R  AUL CUTAITPresidente 

    XII

    Instituto para oDesenvolvimento da Saúde

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    XIVcom hierarquização, descentralização e universalização,iniciando-se já a partir do Program a de Interiorização das

    Ações de Saúde e Saneam ento (PIASS), em 1976. Em1980, foi criado o Program a N acional de Serviços Básicosde Saúde (PREV -SAÚ D E)–que, na realidade, nunca saiudo papel –, logo seguido pelo plano do ConselhoN acional de Adm inistração da Saúde Previdenciária(CO NASP), em 1982, a partir do qual foi im plem entada apolítica de A ções Integradas de Saúde (AIS), em 1983.Estas constituíram um a estratégia de extrem a im portân-

    cia para o processo de descentralização da saúde.A 8ª Conferência N acional da Saúde, realizada emm arço de 1986, considerada um m arco histórico, con-sagra os princípios preconizados pelo M ovim ento daReform a Sanitária.

    Em 1987 é im plem entado o Sistem a U nificado eD escentralizado de Saúde (SUDS), com o um a consoli-dação dasAIS, que adota com o diretrizes a universaliza-

    ção e a eqüidade no acesso aos serviços, a integralidadedos cuidados, a regionalização dos serviços de saúde eim plem entação de distritos sanitários, a descentraliza-ção das ações de saúde, o desenvolvim ento de institui-ções colegiadas gestoras e o desenvolvim ento de um apolítica de recursos hum anos.

    O capítulo dedicado à saúde na nova ConstituiçãoFederal, prom ulgada em outubro de 1988, retrata o

    resultado de todo o processo desenvolvido ao longodessas duas décadas, criando o Sistem a Ú nico de Saúde(SU S) e determ inando que “a saúde é direito de todos edever do Estado”(art. 196).

    Entre outros, a Constituição prevê o acesso universale igualitário às ações e serviços de saúde, com regionali-zação e hierarquização, descentralização com direçãoúnica em cada esfera de governo, participação da com u-

    nidade e atendim ento integral, com prioridade para asatividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assis-tenciais. A Lei nº 8.080, prom ulgada em 1990, opera-cionaliza as disposições constitucionais. São atribuiçõesdo SU S em seus três níveis de governo, além de outras,“ordenar a form ação de recursos hum anos na área desaúde”(CF, art. 200, inciso III).

    N o entanto, um conjunto de fatores –com o problem as

    ligados ao financiam ento, ao clientelism o, à m udança dopadrão epidem iológico e dem ográfico da população, aos

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    crescentes custos do processo de atenção, ao corpora-tivism o dos profissionais da saúde, entre m uitos outros –

    tem se constituído em obstáculos expressivos paraavanços m aiores e m ais consistentes. Tudo isso redundaem um a sensação de inviabilidade do SU S, apesar de ocam inho ser unanim em ente considerado com o correto.

    Existe um consenso nacional de que um a políticasubstantiva de descentralização tendo com o foco om unicípio, que venha acom panhada de abertura deespaço para o controle social e a m ontagem de um sis-

    tem a de inform ação que perm ita ao Estado exercer seupapel regulatório, em particular para gerar ações comcapacidade de discrim inação positiva, é o cam inho parasuperar as causas que colocam o SU S em xeque.

    Assim , é necessário desenhar estratégias para superaro desafio da transform ação a ser realizada, e um a delasdiz respeito ao gerenciam ento do setor da saúde. É pre-ciso criar um novo espaço para a gerência, com prom eti-

    da com o aum ento da eficiência do sistem a e com a ge-ração de eqüidade.D essa form a, entre outras ações, torna-se im prescin-

    dível repensar o tipo de gerente de saúde adequado paraessa nova realidade e com o deve ser a sua form ação.

    Esse novo profissional deve dom inar um a gam a deconhecim entos e habilidades das áreas de saúde e deadm inistração, assim com o ter um a visão geral do con-

    texto em que elas estão inseridas e um forte com pro-m isso social.Sob essa lógica, deve-se pensar tam bém na necessi-

    dade de as organizações de saúde (tanto públicas com oprivadas) adaptarem -se a um m ercado que vem se tor-nando m ais com petitivo e às necessidades de um paísem transform ação, em que a noção de cidadania vem seam pliando dia a dia.

    N esse contexto, as organizações de saúde e as pessoasque nelas trabalham precisam desenvolver um a dinâm i-ca de aprendizagem e inovação, cujo prim eiro passodeve ser a capacidade crescente de adaptação àsm udanças observadas no m undo atual. D evem -se procu-rar os conhecim entos e habilidades necessários e a m e-lhor m aneira de transm iti-los para form ar esse novoprofissional, ajustado à realidade atual e preparado para

    acom panhar as transform ações futuras.É esse um dos grandes desafios a serem enfrentados.

    XV

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    XVIO PROJETO S AÚDE & C IDADANIAA partir da constatação da necessidade de form ar

    gerentes para o nível m unicipal, um conjunto de institui-ções articulou-se para desenvolver um a estratégia quepudesse dar um a resposta ao desafio.

    Assim , o Instituto para o D esenvolvim ento da Saúde(ID S) e o N úcleo de A ssistência M édico-H ospitalar daFaculdade de Saúde Pública da U niversidade de SãoPaulo (N AM H /FSP –U SP), com o apoio político do Con-selho N acional de Secretários M unicipais de Saúde

    (CO NASEM S), da O rganização Pan-Am ericana da Saúde(O PAS) e do M inistério da Saúde, com o apoio finan-ceiro do Banco Itaú, desenvolveram este projeto com osseguintes objetivos:

    • Apoiar, com fundam ento em ações, a im plantaçãodo Sistem a Ú nico de Saúde (SU S).

    • Criar um a m etodologia e organizar um conjunto deconhecim entos que possam ser aplicados am pla-m ente no desenvolvim ento de capacitação geren-cial em gestão de ações e serviços de saúde presta-dos em m unicípios com m ais de 50.000 habitantes.

    • Colocar à disposição dos m unicípios brasileiros umconjunto de m anuais dedicados à gestão local deserviços de saúde, tanto em form a de livros com o emm eio m agnético e ainda por interm édio da Internet.

    • G erar a form ação de m assa crítica de recursoshum anos com capacidade para interpretar, analisare prom over m udanças organizacionais em favor deum a m aior eficiência do setor da saúde.

    M ediante a organização e consolidação de um con-junto de conhecim entos já disponíveis, o projeto desen-volveu um a série de doze m anuais que privilegia a áreagerencial e que, além de reunir os conhecim entos exis-

    tentes de cada tem a específico, articula as experiênciaspráticas de seus autores, gerando um produto finalcapaz de oferecer ao usuário um cam inho para seuaprendizado de form a clara e acessível. Portanto, não setrata de um sim ples agrupam ento de m anuais e sim deum projeto educativo e de capacitação em serviço nãotradicional, destinado a criar e fortalecer habilidades econhecim entos gerenciais nos funcionários que ocupam

    postos de responsabilidade adm inistrativa nos serviçoslocais de saúde.

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    XVIIO s m anuais que com põem o projeto e seus respecti-

    vos autores são os seguintes:

    1.Distr i tos San i tários: Con cepção e Organ ização –Eurivaldo Sam paio de Alm eida, Cláudio G astãoJunqueira de Castro e Carlos Alberto Lisboa.

    2. Planejamento em Saúde –Francisco B ernardiniTancredi, Susana Rosa Lop ez B arrios e JoséH enrique G erm ann Ferreira.

    3. Qualidade na Gestão Loca l de Serviços e Ações de Saúde –Ana M aria M alik e Laura M aria CesarSchiesari.

    4. Gestão da Mu da nça Or gan i zaci ona l –M arcosK isil. Colaboração de Tânia Regina G . B. Pupo.

    5. Audi tor ia, Contr ole e Programação de Serviços de Saúde –G ilson Calem an, M arizélia Leão M oreira eM aria C ecília Sanchez.

    6. Sistemas de In for mação em Saúde para Mu n icí- pios – André de O liveira Carvalho e M ariaBernadete de Paula Eduardo.

    7. Vigilância em Saúde Pública –Eliseu A lvesW aldm an. Colaboração de Tereza Etsuko da CostaRosa.

    8. Vigi lância San i tári a –M aria Bernadete de PaulaEduardo. Colaboração de Isaura Cristina Soares de

    M iranda.9. Gestão de Recur sos Humanos –Ana M aria M alik e

    José Carlos da Silva.

    10. Gestão de Recur sos Financeir os –Bernard FrançoisCouttolenc e Paola Zucchi.

    11. Gerenciamento de Man utenção de Equ ipamentos Hospitalares –Saide Jorge C alil e M arilda Solon

    Teixeira.12. Gestão de Recur sos Ma teri ai s e Medi camentos –

    G onzalo Vecina N eto e W ilson Reinhardt Filho.

    A METODOLOGIA UTILIZADAApós a elaboração da prim eira versão dos m anuais,

    realizaram -se três m ódulos de treinam ento com os cincom unicípios indicados pelo CO NASEM S (D iadem a-SP,

    Betim -M G , Foz do Iguaçu-PR, Fortaleza-CE e Volta Redon-da-RJ) com o objetivo de testá-los e expô-los à crítica.

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    XVIIIA proposta de aplicação desenvolveu-se da seguinte

    form a:

    • M ódulo 1: apresentação pelo docente do m aterialproduzido e discussões em sala de aula, com aproposição de sua aplicação ao retornar para ocam po.

    • M ódulo 2 (seis sem anas após o prim eiro): apresen-tação pelos alunos das dificuldades encontradas nocam po e transform ação da sala de aula em umespaço de consultoria e troca de experiências.

    • M ódulo 3 (seis sem anas após o segundo): avaliaçãodos avanços obtidos, das lim itações, dos conteúdosdos m anuais e do processo com o um todo.

    Cada m ódulo de treinam ento dos m anuais 1, 2, 3 e 4prolongou-se por quatro dias, contando com cerca de cin-co participantes de cada m unicípio, de preferência do ní-vel político-adm inistrativo. Para os m anuais operacionais

    (de 5 a 12), os treinam entos desenvolveram -se em m ódu-los de três dias, com três participantes por m unicípio.

    N a avaliação final, ficou claro que todo o processo foiextrem am ente positivo tanto para os participantes com opara os autores, que puderam enriquecer os conteúdosdos m anuais m ediante a troca de experiências e a cola-boração dos m ais de cem profissionais que participaramdos sem inários.

    Tam bém ficou evidenciado que, para o desenvolvi-m ento futuro do projeto, o prim eiro m ódulo (didático) édispensável para o processo de aprendizado. Entretan-to, é fundam ental um m om ento de esclarecim ento dedúvidas e de proposição de soluções para as dificul-dades encontradas, principalm ente se isso ocorrer emum espaço que perm ita troca de idéias com outras pes-soas com experiências sem elhantes.

    O projeto Saúde & Cidadan ia propõe que, paralela-m ente ao uso dos m anuais, seja utilizado o projetoG ERU S –D esenvolvim ento G erencial de U nidades Bási-cas de Saúde, para a capacitação de gerentes deunidades de baixa com plexidade. O G ERU S é um proje-to desenvolvido conjuntam ente pelo M inistério daSaúde e pela O rganização Pan-Am ericana da Saúde quepretende institucionalizar m udanças nos padrões de

    organização dos serviços, com o objetivo de adequá-los

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    XIXà realidade de cada localidade ou região, e já está emuso em vários m unicípios do país.

    A IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETOO m aterial resultante do processo relatado pode

    ser utilizado diretam ente pelas secretarias m unicipais daSaúde para a capacitação dos profissionais que ocupampostos de responsabilidade adm inistrativa.

    Eventualm ente, a sim ples leitura dos m anuais e a dis-cussão entre seus pares poderão ser consideradas pelosgerentes com o insuficientes para um m elhor desem penhodas atividades descritas, ou talvez haja a necessidade deum m aior aprofundam ento das questões levantadas.N esse caso, o gestor m unicipal poderá solicitar aoN úcleo de Saúde Pública ligado à universidade m aispróxim a de seu m unicípio ou, se houver, à escola de for-m ação da secretaria da Saúde de seu Estado, a realiza-ção de um período de treinam ento (nos m oldes do

    descrito no m ódulo 2), tendo com o base o m aterial ofe-recido pelo projeto Saúde & Cidadan ia. Com o já foim encionado, esse processo torna-se m uito m aisproveitoso quando possibilita a troca de experiênciasentre profissionais de diferentes m unicípios.

    U m a outra proposta, ainda em fase de desenvolvi-m ento, é a transform ação dos m anuais em hipertexto,tornando-os disponíveis em CD -RO M e em site na Internet,

    este últim o possibilitando inclusive a criação de chats para discussão de tem as específicos e um diálogo diretocom os autores.

    N esse entretem po, o N úcleo de A ssistência M édico-H ospitalar da Faculdade de Saúde Pública deverá realizarreuniões com os núcleos de Saúde Coletiva que estiveremdispostos a form ar m onitores para o processo. Tam bémpoderá realizar treinam entos em m unicípios que os soli-

    citarem . Para isso, devem entrar em contato com a Facul-dade de Saúde Pública, por m eio de carta, fax ou e-mail.

    PERSPECTIVASA cultura organizacional do setor público brasi-

    leiro, em geral, não estim ula a iniciativa e a criatividadede seus trabalhadores. Entretanto, deve-se lem brar quetodo processo de m udança im plica a necessidade de

    profissionais não apenas com boa capacitação técnica,m as com liberdade de criação e autonom ia de ação.

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    Introdução...................................................................................... 1

    Implantação............................................................................................................ 3

    Elaboração da proposta inicial de trabalho .............................................. 13

    Gerenciamento da manutenção .................................................................... 31

    Manutenção corretiva ........................................................................................ 53

    Manutenção preventiva .................................................................................... 73

    Considerações finais .......................................................................................... 83

    Anexos...................................................................................................................... 85

    Glossário.................................................................................................................. 107

    Bibliografia ............................................................................................................ 109

    Os autores .............................................................................................................. 111

    SUMÁRIO

    GERENCIAMENTO DE MANU TENÇÃO DE EQUIPAMENTOS HOSPITALARES

    1

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    GERENCIAMENTO DE MANU TENÇÃO DE EQUIPAMENTOS HOSPITALARES

    INTRODUÇÃO

    objetivo deste m anual é orientar um a equipe de m anutenção a geren-ciar suas atividades e conscientizá-la da sua im portância. Ele foi espe-cialm ente elaborado para pessoas que estão iniciando um grupo de

    m anutenção ou que querem reform ular o sistem a de gerenciam ento já exis-tente. Apresentam os sugestões de m etodologias que deverão ser adaptadas àrealidade de cada Estabelecim ento de A ssistência à Saúde (EA S), conform e suasespecificidades, ou seja, o tipo de EAS, sua função e, se hospital, o núm ero deleitos, a característica do parque de equipam entos instalados, etc.

    Ao se im plantar um sistem a de m anutenção de equipam entos m édico-hos-pitalares é necessário considerar a im portância do serviço a ser executado eprincipalm ente a form a de gerenciar a realização desse serviço. N ão basta a

    um a equipe de m anutenção sim plesm ente consertar um equipam ento –é pre-ciso conhecer o nível de im portância do equipam ento nos procedim entos clíni-cos ou nas atividades de suporte (apoio) a tais procedim entos. É necessárioconhecer a história do equipam ento dentro do EAS, a que grupo ou fam ília deequipam entos ele pertence, sua vida útil, seu nível de obsolescência, suas ca-racterísticas de construção, a possibilidade de substituição durante am anutenção; enfim , tudo o que se refira ao equipam ento e que possa, de algu-m a m aneira, subsidiar o serviço de m anutenção, visando a obter segurança equalidade no resultado do trabalho. Todos esses dados vão auxiliar o técnicona análise para detecção de falhas, no conhecim ento da urgência da realizaçãodo serviço, no estabelecim ento de um a rotina de m anutenção preventiva e naobtenção do nível de confiabilidade exigido, já que um a m anutenção inade-quada poderá colocar em risco a vida do paciente.

    Cabe, portanto, ao responsável pelo grupo, a partir do conhecim ento doEAS, de sua infra-estrutura e do parque de equipam entos instalados, estabele-cer um sistem a de gerenciam ento de serviços capaz de garantir a presteza econfiabilidade na execução.

    O

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    Porém , todo um sistem a perfeito de gerenciam ento dos serviços dem anutenção não será útil se não estiver efetivam ente vinculado a um sistem ade gerenciam ento dos recursos hum anos envolvidos nessa atividade. É im pres-cindível que os técnicos participem sem pre de cursos de treinam ento, princi-palm ente quando novos equipam entos forem adquiridos, que haja m oni-toração constante de sua produtividade e da qualidade dos serviços por elesrealizados, que saibam interagir com o corpo clínico de m aneira cordial e efi-ciente, que conheçam os term os m édicos para entender e se fazer entender. Éainda im prescindível que o pessoal de apoio adm inistrativo tam bém estejaenvolvido no tipo de trabalho do grupo de m anutenção, que não se resum e

    apenas aos serviços de m anutenção propriam ente ditos, m as ao auxílio naaquisição de novos equipam entos, na realização ou acom panham ento de testesno m om ento do recebim ento desses equipam entos e eventualm ente nainstrução aos usuários sobre a sua utilização m ais adequada.

    Assim , além do gerenciam ento do serviço de m anutenção, cabe ao respon-sável pela equipe de m anutenção estabelecer um sistem a de gerenciam entodos recursos hum anos sob sua responsabilidade capaz de garantir que todo opessoal que com põe a equipe, sejam da área técnica ou adm inistrativa, execute

    seu trabalho com qualidade. D esse m odo, um sistem a de gerenciam ento dam anutenção de equipam entos m édico-hospitalares só será com pleto se abarcaro gerenciam ento dos serviços e dos recursos hum anos.

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    o ser designado ou contratado para a elaboração de um a tarefa que envol-va um razoável investim ento financeiro para a aquisição de recursosm ateriais e hum anos, é de fundam ental im portância que o responsável

    por essa tarefa conheça e entenda a situação atual do am biente em que está tra-balhando. Esse conhecim ento perm itirá que ele apresente à sua chefia um aproposta de trabalho com todas as m etas a serem atingidas e respectivas justi-ficativas, os recursos m ateriais e hum anos necessários, os prazos para o cum -prim ento desses objetivos e, principalm ente, o investim ento financeiro neces-sário para concretizar cada m eta.

    A elaboração desse tipo de proposta é necessária não só para a m ontagemde um grupo de m anutenção, m as tam bém para a im plantação ou reform ula-

    ção de qualquer atividade dessa área que envolva recursos financeiros, m ate-riais ou hum anos.

    O objetivo deste capítulo é orientar o leitor nas várias etapas de elaboraçãode um a proposta para a im plantação e im plem entação de um departam ento ougrupo de m anutenção em um a unidade de saúde (hospitais, centros de saúde,clínicas especializadas). É im portante lem brar que a m etodologia propostaneste m anual é destinada a um grupo de m anutenção a ser im plantado em umhospital de aproxim adam ente 100 a 150 leitos, com um parque de equipam en-tos de m édia com plexidade tecnológica.

    As atividades a serem desenvolvidas são apresentadas seqüencialm ente.Assim , antes de definir os recursos m ateriais, hum anos e financeiros que fazemparte da proposta, o responsável pelo grupo de m anutenção deve elaborar uminventário dos equipam entos m édico-hospitalares, de apoio e de infra-estrutu-ra existentes no hospital.

    Ç Q

    IMPLANTAÇÃO

    A

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    REALIZAÇÃO DO INVENTÁRIOO conhecim ento da quantidade e da qualidade dos equipam entos (de

    infra-estrutura, apoio e aplicação direta ao paciente) existentes é de fundam en-tal im portância para a estruturação de um departam ento de m anutenção.Em bora exista um a tendência de se atribuir pouca im portância à realização deum inventário, é recom endável aproveitar essa oportunidade para a obtençãode dados que serão m uito úteis na elaboração da proposta de im plantação egerenciam ento do departam ento ou grupo de m anutenção.

    A obtenção dos dados para o inventário é um a tarefa relativam ente sim ples,em bora em m uitos casos dem orada, dependendo do parque de equipam entos

    instalados. O m aior problem a a ser enfrentado é o processam ento desses dadospara a obtenção de inform ações que servirão com o base para o sistem a degerenciam ento e com o argum entos para a proposta de im plantação do grupode m anutenção. A realização do inventário exige recursos m ateriais e hum anoscapazes de processar os dados obtidos nessa tarefa.

    PROPOSTA DE QUESTIONÁRIO PARA INVENTÁRIOApresentam os na página seguinte um exem plo de questionário que ser-

    ve com o auxílio para a elaboração do inventário. O s dados nele contidospodem fornecer inform ações fundam entais para o conhecim ento da quantida-de e qualidade dos equipam entos existentes, assim com o a opinião dos usuá-rios em relação à efetividade de cada equipam ento. Em bora contenha váriasquestões, seu preenchim ento será proporcional aos recursos com putacionaisexistentes na unidade.

    Incluím os tam bém um a relação parcial de equipam entos m édico-hospitalaresexistentes em um a unidade de saúde que, apesar de não ser com pleta, serve

    com o guia para orientar o inventariante sobre os equipam entos m ais com unsexistentes em um EA S.

    Independentem ente dos recursos para o processam ento de dados obtidos noquestionário, o preenchim ento do prim eiro conjunto de questões (1 a 4) é obri-gatório, tendo em vista que as inform ações ali contidas com põem parte do sis-tem a de cadastram ento dos equipam entos. Esse conjunto serve para identificaros equipam entos existentes na unidade com relação ao tipo (ventilador, desfibri-lador, etc.), ao

    fabricante (Takaoka, Spacelab, etc.), ao

    modelo (M onterey, Fars-

    600, etc.), ao número de série e ao valor de aqu isição atu al izado .

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    Formulário nº ___________________________ 

    (não preencher)1. Tipo: ________________________________________ Código do equipamento | __ | __ |-| __ | __ | __ | __ | __ | __ |

    2. Fabricante: _________________________________ 

    3. Modelo: ____________________________________ Nº de série | __ | __ | __ | __ | __ | __ | __ | __ | __ | __ | __ | __ | __ | __ | __ |

    4. Valor de aquisição atualizado: R$ _______________________________________________________________ 

    5. Número de reparos do equipamento nos últimos 6 meses: _____________________________________ 

    6. Idade aproximada do equipamento

    Menos de 1 ano

    Entre 1 e 2 anos

    Entre 2 e 4 anos

    Entre 4 e 10 anos

    Mais de 10 anos

    Desconhecida

    Esclarecer a situação do equipamento em caso de desconhecimento

    Novo = N

    Seminovo = S Velho = V7. Condição de funcionamento do equipamento:

    Funciona satisfatoriamente

    Funciona precariamente

    Não funciona

    8. Especificar número médio de utilização/intervenções por semana executado com esse equi-pamento especificamente _________________________________________________________________________ 

    9. Informar o número de operadores que utilizam o mesmo equipamento  ______________________ 

    10. Número de operadores que tiveram cursos de operação do equipamento ____________________ 

    11. Esclarecer como é feita a manutenção do equipamento

    Somente internamente

    Somente através do fabricante/representante

    Somente por prestadores de serviços

    Mais do que uma alternativa

    Não houve manutenção até o momento

    12. Em caso de já ter ocorrido manutenção do equipamento, em sua opinião a qualidade damanutenção executada foi:

    Ruim = RMédia = M Boa = B

    13. Quando o equipamento é enviado para manutenção, qual o tempo médio (em dias) de seuretorno para operação? | __ | __ | __ | (dias)

    Comentários: ___________________________________________________________________________________________

    FORMULÁRIO PARA CADASTRAMENTO INDIVIDUAL DE EQUIPAMENTO

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    1. Acelerador linear2. Agitador (laboratório)3. Am algam ador4. Am nioscópio5. Analisador de função pulm onar6. Analisador de oxigênio7. Analisador sangüíneo8. Aquecedores de sangue

    9. Aspirador cirúrgico10. Aspirador torácico11. Aspirador uterino12. Aspiradores (em ergência e

    traqueal)13. Audiôm etro14. Autoclave15. Balança analítica (laboratório)16. Balança de adulto17. Balança eletrônica18. Balança infantil19. Balão intra-aórtico20. Bebedouro21. Berço aquecido22. Bicicleta ergom étrica

    23. Bisturi elétrico24. Bom ba de cobalto25. Bom ba de infusão26. Bom ba de vácuo27. Cadeira de rodas28. Caixa de prova (oftalm oscopia)29. Calibrador de decibelím etro30. Calorím etro

    31. Cam a elétrica32. Caneta de alta rotação33. Capinógrafo34. Carro de anestesia35. Central de gases36. Centrífuga37. Centrífuga refrigerada38. Ceratôm etro

    39. Colposcópio

    40. Coluna pantográfica41. Com pressor para central de gases42. Com pressor para equipo

    odontológico43. Com pressor para inalação44. Condicionador de tem peratura45. Congelador (freezer)46. Contador de célula

    47. D ecibelím etro48. D esfibrilador49. D estilador50. D etector fetal51. D isco esquiascópico52. Ecógrafo53. Eletrocardiógrafo54. Eletrocautério55. Eletroencefalógrafo56. Eletrom iógrafo57. Endoscópio58. Equipam ento de esterilização a gás59. Equipam ento de esterilização a

    vapor60. Equipam ento de hem odiálise

    61. Equipam ento de raio X62. Equipam ento de raio X odontoló-gico

    63. Equipam ento de vídeo64. Equipam ento de ultra-som para

    diagnóstico65. Equipam ento de ultra-som para

    m onitoração

    66. Equipam ento de ultra-som paraterapia

    67. Equipo odontológico68. Esfigm om anôm etros69. Espectrofotôm etro70. Estufa71. Fonocardiógrafo72. Forno de bier

    73. G am a câm ara

    Relação de alguns equipamentos existentes emunidades de saúde

    IMPLANTAÇÃO

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    74. G eladeira75. G rupo gerador76. H em odialisador peritoneal77. Incubadora78. Incubadora de transporte79. Lâm pada cirúrgica80. Lâm pada de fenda ou biorrefrator81. Laser cirúrgico82. Lensôm etro83. Litotriptor

    84. Luxím etro85. M arcapasso externo86. M edidor de débito cardíaco87. M esa cirúrgica88. M icrom otor para equipo

    odontológico89. M icroscópio analítico90. M icroscópio cirúrgico

    91. M onitor de ECG92. M onitor de tem peratura93. M onitor fetal94. M onitores de apnéia (neonatal)95. M onitores de oxigênio96. M onitores de pressão97. N ebulizadores ultra-sônicos98. N egatoscópio

    99. O ftalm oscópio100. O ftalm oscópio binocular indireto

    101. O ftalm oscópio direto102. O toscópio103. O xím etro (pulso)104. Processadora de film e de raio X105. Projetor de optótipos106. Projetor de slides 107. Refratôm etro ou refrator108. Refrigerador com um109. Refrigerador para bolsa de sangue110. Réguas esquiascópicas

    111. Ressonância nuclear m agnética112. Retinoscópio113. Secadora de roupa (lavanderia)114. Serra de gesso115. Sistem a de m onitoração fisiológica116. Televisor117. Tom ógrafo118. Tonôm etro

    119. Transform ador de energia elétrica120. U m idificadores121. U nidade de autotransfusão122. U nidade de diaterm ia123. U nidade de ondas curtas124. U nidade de potencial evocado125. U nidades de anestesia126. Ventilador (tipo eletrodom éstico)

    127. Ventilador para terapia128. Ventiladores anestésicos

    1. Sistema de codificação de equipamentos Em locais onde já exista um controle por m eio do núm ero de patrim ônio, podese utilizar esse tipo de codificação. N esse caso, substitui-se o cam po códi go do equipamento por número de patri môn io . Por outro lado, geralm ente o contro-

    le patrim onial envolve som ente um código num érico ou alfanum érico de m odoseqüencial, o que torna difícil a identificação do equipam ento e, conseqüente-m ente, com prom ete o controle gerencial.

    N este m anual sugerim os um tipo de codificação que só será viável se o gru-po possui, ou tem perspectivas de possuir, recursos com putacionais. N o casode um a unidade com grande núm ero de equipam entos, é praticam ente im pos-sível executar esse tipo de controle de form a m anual. Entretanto, a falta derecursos com putacionais não deve ser um em pecilho para a criação e im ple-

    m entação de um sistem a de codificação, por m ais sim ples que seja.

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    A criação de um sistem a de codificação auxilia o gerente do grupo de m anu-tenção a identificar o serviço ao qual o equipam ento pertence, o núm ero deequipam entos de um m esm o tipo existentes na unidade, as datas de com pra deum determ inado grupo de equipam entos, a quantidade e o tipo de equipam en-tos com prados em um dado ano, e assim por diante. Todas essas inform açõessão baseadas em um a codificação específica criada pelo próprio responsávelpelo grupo de m anutenção.

    N a codificação para definição dos equipam entos, sugerim os oito dígitos, dem aneira que os dois prim eiros deste cam po identificam o serviço para o qual oequipam ento está alocado; os dois seguintes, o tipo de equipam ento; os outros

    dois quantificam os equipam entos adquiridos pela unidade de saúde em umdeterm inado ano, e os dois últim os, o ano de aquisição do equipam ento.Segue abaixo um exem plo de codificação:

    Lista de códigos para definição de serviços dentro do EAS

    AV –Am bulatório de vascularCC –Centro cirúrgicoEP –Enferm aria de cirurgia plástica

    EV –Enferm aria de vascularN E –Serviço de neurologiaRA –Serviço de radiologiaU T –Unidade de terapia intensiva

    Lista de códigos para definição de equipamentos

    VT –Ventilador para terapia

    BE –Bisturi elétricoRX –Equipam ento de raio XD S –D esfibriladorD I –D eionizadorCV –CardioversorM C –M onitor cardíacoBI –Bom ba de infusão

    Assim , no exem plo acim a, o 3ºequipam ento para ventilação adquirido noano de 1994, pertencente ao Centro Cirúrgico do hospital, pode ser codifi-cado, no cam po códi go do equi pamento existente no questionário, com o:CC-VT0394. A quantidade de dígitos existente nesse bloco fica a critério dapessoa que desenvolve o sistem a de codificação. Entretanto, é recom endávelque, para cada dado diferente que com ponha a codificação, seja definido umcam po específico com a quantidade necessária de dígitos. Com o sugestão paraesse tipo de controle, é recom endável a utilização de um

    software gerenciador

    de banco de dados (ex.: Clipper). Convém lem brar que, atualm ente, com o o

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    gerenciam ento de sistem as de m anutenção ainda é um evento bastante novonas unidades de saúde, inform ações relativas à data de aquisição do equipa-m ento são difíceis de obter, principalm ente em hospitais públicos, onde existe

    um a constante troca de adm inistradores.Ainda nesse prim eiro conjunto de questões pode-se incluir um cam po para o

    códi go do serviço . Em bora redundante no caso de im plem entação do sistem a decodificação, esse cam po deve ser utilizado quando não existem recursos com puta-cionais, tanto para o cadastram ento quanto para pesquisas, e podem ser feitos deform a m anual. Conform e m encionado anteriorm ente, o form ulário é apenas um asugestão e fica a critério do usuário a escolha dos cam pos a serem incluídos.

    Conform e se verá neste capítulo, o conhecim ento do valor atualizado deaquisição do equipam ento, assim com o do parque instalado, é de grandeim portância para a elaboração de relatórios que deverão ser periodicam enteapresentados à chefia da unidade de saúde. Para isso, dentro do prim eiro con-junto de questões, sugerim os a colocação de um cam po onde é especificadoo valor de aqu isição atu al izado . Esse dado pode ser obtido diretam ente dosetor adm inistrativo em um a fase posterior à realização do inventário. Entre-tanto, o responsável pelo grupo deve ter sem pre em m ente que em um futuro

    próxim o será m uito im portante a obtenção dessa inform ação.Finalm ente, o cam po denom inado Formulári o nº é um espaço de proprie-

    dade do digitador ou da pessoa que fará o controle dos form ulários. A notifi-cação para não preencher só é necessária se o inventário for realizado porpessoas (estagiários, enferm eiras e auxiliares) que não fazem parte do grupode m anutenção.

    2. Avaliação do questionário 

    A segunda parte do questionário (questões 5 a 13) foi desenvolvida para aavaliação de algum as características atuais de operação e m anutenção do equi-pam ento. O m odo de resposta às questões foi elaborado em um form ato quefacilita ao digitador a introdução dos dados no program a de processam ento.Em bora a utilização das questões no questionário aqui sugerido seja opcionalao usuário, as inform ações obtidas são fundam entais para a im plantação e ogerenciam ento do grupo de m anutenção.

    Apresentam os abaixo um a relação das inform ações obtidas através do ques-

    tionário que podem ser utilizadas na im plantação, dim ensionam ento e geren-ciam ento do grupo de m anutenção:

    • os tipos e a quantidade de equipam entos disponíveis no serviço/unidade;

    • a freqüência de quebra de cada equipam ento ou m odelos de equipa-m ento;

    • a freqüência de quebra de equipam entos por serviço;

    • a idade de cada equipam ento;

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    • a taxa de utilização por equipam ento;

    • o núm ero de pessoas autorizadas a operar um equipam ento;

    • o núm ero de pessoas treinadas para operação de um equipam ento;

    • o tem po em que esse equipam ento fica ocioso durante a m anutenção;

    • o núm ero de atendim entos que deixam de ser feitos por falta doequipam ento;

    • se existe a possibilidade de rearranjo dos equipam entos no servi-ço/unidade;

    • se existem equipam entos de reserva por serviço/unidade;• a taxa de ociosidade dos equipam entos;

    • os problem as existentes para a operação dos equipam entos;

    • a m édia diária de atendim entos;

    • a capacidade ociosa do serviço;

    • os problem as e lim itações existentes para a execução de um determ i-

    nado serviço;• o tipo (preventiva e/ou corretiva), local (interna e/ou externa) e a qua-lidade da m anutenção executada.

    O conjunto das inform ações acim a é de grande im portância para:

    • o planejam ento dos recursos necessários para a im plantação do grupode m anutenção;

    • a definição do perfil dos técnicos a serem contratados;

    • a avaliação periódica do setor de m anutenção;

    • o estabelecim ento de m etas e cronogram as de execução de serviços dem anutenção;

    • o tipo de m anutenção a ser executado por grupo de equipam entos;

    • os contratos de m anutenção externos que devem ser m antidos;

    • a elaboração do program a de m anutenção corretiva;

    • a elaboração do program a de m anutenção preventiva;

    • os serviços que devem ser priorizados no atendim ento de corretiva;

    • a elaboração do program a de treinam ento a ser feito por técnicos dem anutenção;

    • a elaboração do program a de treinam ento para os operadores de equi-

    pam entos.

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    É possível tam bém a elaboração de um estudo para program ação da desati-vação e eventual substituição de equipam entos em virtude da quantidade dequebra, tem po de ociosidade, lucro cessante (equipam ento deixa de produzir

    durante o período de m anutenção) e custos de m anutenção envolvidos.

    LEVANTAMENTO DO VALOR DE AQUISIÇÃOATUALIZADO DO EQUIPAMENTOConform e m encionado acim a, o levantam ento do valor atualizado do

    equipam ento, assim com o do parque de equipam entos, é um dos itens im por-tantes para o gerenciam ento de um departam ento de m anutenção. Conform ese verá adiante, vários cálculos gerenciais, relatórios e contratos se baseiamnesses valores.

    Esses valores podem ser obtidos por dois m étodos:

    a. através do valor do equipam ento na época de aquisição;

    b. através do custo de substituição do equipam ento.

    O prim eiro m étodo é o m ais indicado, pois o valor do equipam ento pode serobtido através da nota fiscal e corrigido para a m oeda atual, dependendo do

    ano de aquisição. O segundo só deve ser utilizado em caso de inexistência denota fiscal. N essa hipótese, deverá ser atribuído o valor de um equipam entonovo, que tenha recursos bastante sem elhantes aos do equipam ento perten-cente à unidade de saúde.

    Caso o valor do equipam ento seja obtido através de nota fiscal, dependen -do do ano de aquisição, é necessária a conversão desse valor para o valor emm oeda atual, devidam ente corrigido em relação à inflação no período. Poste-riorm ente a essa conversão deve ser efetuado o cálculo do valor real doequipam ento, tendo em vista a depreciação que ocorreu ao longo dos anosde utilização. O s adm inistradores, para efeito de contabilização, sugeremum a depreciação de 10% ao ano. Assim , para efeito de contabilidade, umequipam ento de cinco anos teria um valor 50% m enor que seu valor de aqui-sição. Para facilitar os cálculos, sugerim os converter o valor registrado na notafiscal em dólares am ericanos naquela data. Em bora no Brasil tenha ocorridoum acréscim o, m esm o em dólares, no preço dos equipam entos, a porcenta-

    gem de erro que deve ocorrer no cálculo final será com pensada pelo volum ede trabalho que haveria se todos os cálculos de conversão e atualização esti-vessem baseados em m oeda local.

    N o caso de utilização do m étodo do custo de substituição, estim a-se que, nadata de aquisição, o valor do equipam ento existente na unidade de saúde sejao m esm o do equipam ento novo. A depreciação é calculada de acordo com onúm ero de anos de utilização do equipam ento. Para a obtenção desse valorsugerim os três opções:

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    a. entrar em contato com fabricantes nacionais dos equipam entos;

    b. utilizar um a fonte de inform ações em nível internacional, com o, por

    exem plo, o ECRI –Product Com parison Sistem (inform ações básicassobre: funcionam ento, estágio de desenvolvim ento, problem as conheci-dos, dados com parativos com fabricantes conhecidos, incluindo lista depreços, dados atualizados, custo de substituição);

    c. estim ar o valor de equipam entos sim ilares, no caso de equipam en-tos/m odelos não m ais fabricados.

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    ara a elaboração de proposta de im plantação de um a equipe de m anuten-ção em um EA S, deve-se adotar a seguinte seqüência de procedim entos:

    • classificação dos equipam entos por grupos de com patibilidade;

    • definição do local de realização da m anutenção;

    • definição do tipo de contrato de m anutenção a ser adotado;

    • especificação do perfil e cálculo do núm ero de pessoas para o grupo;

    • especificação da infra-estrutura física necessária;

    • definição da infra-estrutura m aterial necessária;

    • cálculo dos custos de im plantação e m anutenção do grupo.

    Provavelm ente, ao contratar a pessoa para im plantar o grupo de gerênciae m anutenção, o responsável por essa contratação apontou os problem as,relativos à área de equipam entos hospitalares que m ais afligem o hospital.Esses problem as auxiliarão a p riorizar os serviços do EA S (am bulatórios,centro cirúrgico, U TI, etc.) para os quais deverão ser desenvolvidas as ativi-dades do grupo de m anutenção. Assim , para iniciar a im plantação do grupo,

    recom enda-se:

    a. priorizar os pontos críticos apontados pela adm inistração do hospital;

    b. para serviços hospitalares cujos operadores e o pessoal clínico emgeral estejam satisfeitos com a m anutenção externa e os custos doscontratos não sejam tão elevados, evitar, em um prim eiro m om ento, atransferência da m anutenção de equipam entos para o grupo a serim plem entado;

    ELABORAÇÃO DAPROPOSTA INICIAL DE TRABALHO

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    c. para equipam entos cuja com plexidade de m anutenção exija técnicoscom treinam ento especializado, tentar m anter os contratos de m anuten-ção existentes até o m om ento em que haja a possibilidade de treinam en-

    to de técnicos internos do grupo.

    CLASSIFICAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS PORGRUPOS DE COMPATIBILIDADECom essas prem issas em m ente, e acom panhando a seqüência de ativi-

    dades definidas acim a, deve-se prim eiram ente fazer a seleção e classificaçãodos equipam entos em grupos. Essa atividade tem com o finalidade facilitar aquantificação dos recursos m ateriais e hum anos, assim com o a definição doperfil do pessoal a ser contratado para atuar em cada grupo de equipam ento.

    Sugerim os neste m anual quatro m odos de executar essa classificação:

    a. agrupam ento por princípio físico de funcionam ento, ou seja; ótica,eletrônica, m ecânica, eletrom ecânica. Por exem plo: grupo de equipa-m entos que em item radiação, ionizante ou não (raio X, tom ógrafo, ultra-som , etc.); grupo de equipam entos de m ecânica (congeladores, geladei-ras, ar-condicionado, bebedouros, autoclaves, balanças, m esa cirúrgica,

    etc.); grupo de equipam entos eletrom ecânicos (serras de gesso, equiposde odontologia, ventiladores, estufas, etc.); grupo de equipam entos ele-trônicos (m onitores cardíacos, eletrocardiógrafos, eletroencefalógrafos,desfibriladores, etc.), e grupo de ótica (m icroscópio cirúrgico, m icroscó-pio de bancada, lensôm etro, lâm pada de fenda,laser , etc.);

    b. agrupam ento por utilização m édico-hospitalar, ou seja, equipam entosde im agem , diagnóstico, terapia, laboratório, apoio, infra-estrutura. Por

    exem plo: grupo de equipam entos por im agem (raio X , ultra-som , gam acâm ara, ressonância, etc.); grupo de equipam entos de diagnóstico (ele-trocardiógrafo, eletroencefalógrafo, esfigm om anôm etro, m onitor de tem -peratura, etc.); grupo de equipam entos de terapia (ventiladores, diater-m ia, bisturi elétrico, carro de anestesia, etc.); grupo de equipam entos deapoio (ar-condicionado, autoclaves, estufas, processadoras de film es,geladeiras, congeladores, etc.), e grupo de equipam entos de infra-estru-tura (grupo gerador, sistem a de ilum inação,no-break , transform adores,

    filtros de água, etc.);

    c. agrupam ento p or sistem a fisiológico, ou seja, equipam entos destina-dos ao tratam ento ou diagnóstico de sistem as fisiológicos: cardiovascu-lar, pulm onar, nervoso, endócrino, etc. Esse tipo de classificação causaum a superposição considerável de equipam entos com o m esm o prin-cípio de funcionam ento. N esse caso, sugerim os que o responsável pelogrupo de m anutenção som ente utilize essa classificação quando o EA S

    contar com um grupo de m édicos especializados e com equipam entos

    ELABORAÇÃO DA PROPOSTA INICIAL DE TRABALHO

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    de alta com plexidade para o tratam ento de um dos sistem as fisiológi-cos m encionados acim a;

    d. agrupam ento por especialidade clínica, ou seja, equipam entos utili-zados em serviços m édicos tais com o: pediatria, obstetrícia, cardiolo-gia, radiologia, etc. N esse caso, vale a m esm a observação feita para oitem “c”.

    Pode-se notar que, em qualquer m odo de divisão adotado, vários equipa-m entos se encaixam em m ais de um grupo, com o é o caso de equipam entos deraio X , que se encaixam tanto no grupo de im agem com o no grupo de diagnós-

    tico. A m aneira pela qual o responsável pelo grupo de m anutenção irá dividiré particular, dependendo de cada tipo de hospital e de sua experiência pessoal.Entretanto, esse tipo de divisão tem a finalidade de:

    a. facilitar a instalação da infra-estrutura necessária para m anutenção decada grupo de equipam entos (local de gases para teste dos ventiladores,pontos de energia de diferentes tensões para equipam entos eletrônicos,tanque de lim peza de m ateriais em poeirados ou com graxa, capela de

    fluxo para lim peza de equipam entos de ótica, etc.);b. facilitar o gerenciam ento de equipam entos cuja m anutenção será exe-cutada externam ente;

    c. auxiliar a definição do perfil dos técnicos que devem atuar em cadagrupo de equipam entos;

    d. facilitar o sistem a de gerenciam ento de produtividade e custo da m ão-de-obra por grupo.

    LOCAL DE REALIZAÇÃO DA MANUTENÇÃOÉ virtualm ente im possível para um grupo de m anutenção dar suporte

    para todos os equipam entos do hospital por m eio de serviços internos. O hos-pital necessita de serviços externos para a m anutenção de equipam entos dem aior com plexidade eletrônica, através de contratos para áreas específicas. N oBrasil, os contratos são norm alm ente destinados a equipam entos de alta e

    m édia com plexidade, que devem , em princípio, representar de 4% a 10% doparque de equipam entos instalados em term os quantitativos. Por outro lado,esses equipam entos podem atingir de 30% a 60% do valor total do parque.

    Partindo do princípio de que o grupo de m anutenção está na fase de im plan-tação e que o pessoal contratado ainda não se encontra fam iliarizado com am anutenção de equipam entos m édicos, seria interessante que em um prim eirom om ento os equipam entos destinados à m anutenção interna sejam equipa -mentos de bai xa complexi dade. O s equipam entos de média e al ta complexi - 

    dade devem ser deixados para etapas posteriores, quando o próprio responsá-

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    vel pelo grupo estiver m ais fam iliarizado com o sistem a e m ais apto a solucio-nar os problem as que certam ente ocorrerão nessa prim eira fase. U m outrom otivo para essa cautela é que norm alm ente a unidade de saúde possui um

    grande núm ero de equipam entos de baixa com plexidade, que irão exigir um aquantidade razoável de horas de serviço do pessoal técnico.

    Considerando que a decisão sobre o local de m anutenção é um a questãopuram ente técnica, ou seja, não existe um a solicitação específica da adm inistra-ção para um determ inado tipo ou grupo de equipam entos, a m anutenção inter-na ou externa de cada grupo de equipam entos é baseada tanto na disponibili-dade de recursos m ateriais e hum anos quanto nos custos para treinam ento em anutenção de pessoal especializado. Para a decisão entre m anutenção inter-na ou externa, devem -se considerar vários fatores:

    a. existência de pessoal treinado para a m anutenção de cada tipo em odelo de equipam ento. A contratação de pessoal com treinam ento naárea de equipam entos m édicos é um a tarefa ainda bastante com plexa.N orm alm ente, o pessoal disponível no m ercado é proveniente de esco-las técnicas que possuem som ente o curso para técnicos em eletrônicaou m ecânica;

    b. existência de docum entação técnica referente ao equipam ento a rece-ber m anutenção internam ente. Em m uitos casos, devido ao desconheci-m ento por parte dos com pradores de equipam entos, não houve a exi-gência em contrato/edital do fornecim ento de docum entação técnica, anão ser do m anual de operação. D essa m aneira, fica bastante com plica-do para um recém -criado grupo de m anutenção conservar equipam en-tos sem a respectiva docum entação técnica;

    c. existência de equipam entos de teste e calibração para posterior ava-liação após a m anutenção. Vários tipos de equipam entos, principalm en-te aqueles que representam riscos ao paciente (vide portaria conjuntaSV S/SAS nº 1, de 23 de janeiro de 1996 do M inistério da Saúde), neces-sitam de testes de segurança e/ou calibração logo após um a m anuten-ção preventiva ou corretiva. N esses casos, o responsável pelo grupo dem anutenção deve estar bastante atento, pois, em caso de algum aciden-

    te hospitalar por falha do equipam ento, a equipe de m anutenção pode-rá ser responsabilizada;

    d. proxim idade do fabricante/representante técnico do equipam ento. Emalguns tipos de m anutenção externa, o custo do transporte do equipa-m ento até o representante técnico ou deste para o hospital pode se tornarm ais caro que a própria m anutenção. N esses casos, seria im portanteinvestir ou program ar futuros investim entos para o treinam ento de pes-soal interno. D eterm inados fabricantes de equipam entos ou grupos de

    m anutenção, no Brasil, oferecem cursos ou estágios com essa finalidade;

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    e. possibilidade de aquisição de peças originais. É possível que um aequipe de m anutenção possua pessoal treinado, equipam entos de testee recursos hum anos para a m anutenção de um determ inado equipam en-

    to e opte por m anutenção externa devido à dificuldade de obtenção depeças de reposição. Após sua m anutenção, a responsabilidade pela faltade calibração de um equipam ento de sustentação da vida dos pacientes,é tão grande quanto a não-colocação de determ inadas peças ou disposi-tivos originais. D evido à falta de exigência contratual no m om ento daaquisição do equipam ento, e dependendo da política interna da em pre-sa fornecedora, esta pode recusar o fornecim ento de peças de reposiçãoao grupo de m anutenção. Tam bém nesses casos é recom endável que, nafase de im plantação do grupo, algum as m anutenções sejam realizadaspelo fabricante/representante técnico.

    Apresentam os a seguir um a sugestão para auxiliar a decidir entre a realiza-ção de m anutenção interna ou externa, que consiste no preenchim ento de um atabela para cada equipam ento ou grupo de equipam entos, na qual se atribuium a pontuação para cada parâm etro colocado.

    Tabela 1Pontuação atribuída a parâmetros que devem ser levadosem consideração para auxílio à seleção de equipamentos paramanutenção interna

    EQUIPAMENTO

    GRUPOS PARÂMETROS PONTOS TOTAL

    I Solicitação da administração variável

    II Necessidade de rápido “tempo de resposta” variável

    Existência de pessoal treinado 10III Pessoal qualificado mas não treinado 8

    Pessoal com baixa qualificação técnica 0

    Fácil acesso a peças de reposição 2

    IV Relativa dificuldade para obter peças de reposição 1

    Impossibilidade de obter peças de reposição 0

    Existência de equipamentos de teste e ferramental 2

    V Existência apenas de ferramental 1

    Inexistência de ferramental e equipamentos 0VI Existência de documentação técnica 2

    Inexistência de documentação técnica 0

     Total

    A seleção de cada tipo de equipam ento para m anutenção interna é feita atra-vés da som a algébrica dos fatores técnicos incluídos nos grupos III+IV+V+VI,que deve atingir um m ínim o de 13 pontos. Assim , se para a m anutenção corre-

    tiva de um determ inado equipam ento existir pessoal treinado (10 pontos), for

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    fácil a obtenção de peças (2 pontos), existir apenas o ferram ental para execu-ção do trabalho (1 ponto) e não houver docum entação técnica (0 pontos), estedeverá ser incluído no grupo de equipam entos para m anutenção interna, ten-

    do em vista que a som a totaliza 13 pontos. A inexistência de docum entaçãotécnica não deve ser um fator lim itante da m anutenção, tendo em vista que ogrupo possui pessoal treinado no reparo do equipam ento. Além disso, a gran-de m aioria dos grupos de m anutenção não possui docum entação dos equipa-m entos sob sua responsabilidade. Cabe ao responsável organizar seu gerencia-m ento, de m odo a exigir do fabricante a docum entação necessária para m anu-tenção no m om ento da aquisição do equipam ento.

    O grupo I foi colocado na tabela porque, conform e já explicado acim a, asolicitação da adm inistração é um parâm etro totalm ente político e que pesa for-tem ente na decisão do responsável pelo grupo. Assim , m esm o que exista pes-soal qualificado m as não treinado, é im portante que o responsável leve emconsideração esse parâm etro.

    O parâm etro considerado no grupo II leva em consideração a necessidadede resposta rápida da m anutenção. Esse parâm etro norm alm ente deve ser con-siderado para equipam entos que não possam ser substituídos em caso de que-bra, ou seja, o EAS não possua equipam entos de reserva. N esse caso, a consi-deração para inclusão ou não na lista de equipam entos para m anutenção inter-na deve levar em consideração os dem ais fatores, principalm ente a existênciade pessoal treinado e de ferram ental necessário, o fácil acesso à peças de repo-sição e a necessidade de ferram ental.

    DEFINIÇÃO DO TIPO DE CONTRATO DEMANUTENÇÃO A SER ADOTADO

    Entre os vários tipos de contratos usados para a m anutenção externa deequipam entos hospitalares sugerim os duas alternativas:con tr atos de serviço por períodos determinados e con tratos de serviço sob deman da .

    O con tr ato de serviço por período m ais utilizado é o que inclui a m ão-de-obra para m anutenção corretiva (opcionalm ente, tam bém a m anutenção pre-ventiva é incluída) no valor do contrato entre a unidade de saúde e a em presaprestadora de serviço. Esse tipo de contrato é feito para equipam entos m aissofisticados (raio X, ressonância nuclear, tom ografia com putadorizada, gam a

    câm ara, acelerador linear, ultra-som , etc.), quando o custo de treinam ento, ovalor dos equipam entos necessários para teste e calibração, a dificuldade deobtenção de peças de reposição e provavelm ente o salário diferenciado a serpago para o técnico não justificam a m anutenção interna.

    Entre as m odalidades de contrato de serviço sob deman da podem os destacarduas: solicitação de conserto para em presas prestadoras de serviço com preço equalidade de trabalho e contrato com um a em presa específica, para atendim en-to de um grupo específico de equipam entos, em que a solicitação de conserto

    seria feita sob dem anda. O prim eiro tipo de contrato é bastante utilizado pelas

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    equipes de m anutenção para equipam entos de m édia e baixa com plexidade.N esse caso, a em presa só é cham ada quando ocorre a necessidade de um am anutenção corretiva, sendo que o responsável pelo grupo deve sem pre verifi-

    car o preço cobrado pelo serviço, com parando-o com outras em presas, e a qua-lidade do serviço prestado. Para grupos de m anutenção pertencentes a estabe-lecim entos públicos, de acordo com o valor do serviço será necessário aberturade edital, com cláusulas que prevejam o valor e a qualidade do serviço. N asegunda m odalidade de contrato de serviço sob dem anda existe um contratoform al com um determ inado prestador de serviço, que é pago pela m anutençãocorretiva som ente quando ocorre a quebra do equipam ento, não existindo aobrigatoriedade de um pagam ento m ensal, com o é o caso de contratos de ser-viço por período. Esse tipo de contrato deve ser utilizado para equipam entos dem édia e baixa com plexidade, que raram ente quebram e que não estão incluídosno program a de m anutenção preventiva. Em bora pouco utilizado no Brasil, essetipo de contrato pode trazer algum as vantagens em term os de preço, tendo emvista a exclusividade, durante a vigência do contrato, do prestador de serviço,que em princípio foi tam bém escolhido em função do preço e qualidade.

    Q ualquer que seja o tipo de contrato a ser adotado, o m odo pelo qual ele

    será negociado com a em presa e gerenciado pelo grupo de m anutenção é umdos pontos críticos que define com o o grupo, e conseqüentem ente o seu res-ponsável, será visto pelo restante do pessoal de saúde e principalm ente pelaadm inistração da unidade.

    ESPECIFICAÇÃO DO PERFIL E CÁLCULO DO NÚMERODE PESSOAS PARA A FORMAÇÃO DO GRUPOU m a vez separados por grupo de com patibilidade e definidos o núm ero

    e o tipo de equipam entos que serão m antidos internam ente pelo grupo, podese fazer a quantificação e a especificação do perfil do pessoal a ser contratado.

    A quantidade de pessoas necessárias para cada grupo de equipam entos estádiretam ente relacionada com a quantidade de horas de trabalho anual que ogrupo deve efetivam ente dispor para m anter todos os equipam entos seleciona-dos para serviço interno. Para esse cálculo deve-se conhecer o núm ero m édiode horas necessárias para m anutenção corretiva de cada equipam ento (TM R),o tem po m édio entre falhas de cada um desses equipam entos (TM F) e a quan-

    tidade de cada tipo de equipam ento. N esse cálculo, som ente devem ser consi-derados os equipam entos selecionados pelo grupo para a m anutenção correti-va interna. A m anutenção preventiva tam bém não deve ser considerada aqui,pois esse procedim ento só deverá ser adotado algum tem po (aproxim adam en-te doze m eses) após a im plantação do grupo de corretiva.

    Para o cálculo anual da quantidade de horas de trabalho necessárias param anutenção corretiva (N H T/ano), tem os:

    NHT/an o = (nº de equi pamentos do mesmo ti po) x (TMR) x (12meses/TMF) 

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    Por exem plo, se a unidade dispõe de 6 m onitores cardíacos, a m édia donúm ero de horas para m anutenção corretiva é de 2 horas por equipam ento(TM R = 2 horas), e se cada equipam ento quebra em m édia 1,8 vez por ano

    (para um TM F = 6,5 m eses), será necessário dispor de um total de 21,6 horastécnicas por ano para esse tipo de equipam ento (6 equipam entos x 2horas/corretiva x 1,8 vez/ano).

    U tilizando o m esm o procedim ento de cálculo acim a para todos os equipa-m entos enquadrados pelo grupo para m anutenção corretiva interna e som an-do todos os tem pos (N H T/ano) obtidos, é possível obter o núm ero total dehoras técnicas de que o grupo efetivam ente deverá dispor para atender am anutenção interna do hospital. Infelizm ente, tanto o TM F com o o TM R não

    são valores de fácil obtenção no Brasil. A tabela a seguir m ostra valores de TM Fem m eses, para os equipam entos m édico-hospitalares com m aior utilizaçãodentro do com plexo de saúde da U niversidade Estadual de Cam pinas. Essesvalores foram levantados com base em aproxim adam ente 24.000 ordens de ser-viços (últim os trinta m eses) executadas pelo Centro de Engenharia Biom édi-ca/U nicam p. O s valores apresentados na tabela representam a m édia dosperíodos transcorridos entre m anutenções corretivas para cada tipo de equipa-

    m ento, independentem ente de sua m arca. É possível que o valor m édio apre-sente distorções entre um fabricante e outro, m as, com o o núm ero de O S levan-tadas é bastante significativo, essas distorções podem ser reduzidas. Salienta-m os que esses autores desconhecem publicações que inform em valores deTM R e TM F para equipam entos de infra-estrutura para o Brasil.

    ELABORAÇÃO DA PROPOSTA INICIAL DE TRABALHO

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    EQUIPAMENTO TMF EQUIPAMENTO TMF

    Agitador de plaquetas 30* Estufa de uso comum 24Agitador de tubos 30* Foco cirúrgico 5,5

    Agitador magnético 30* Fonte de luz 11Agitador orbital 24 Forno bier 13,5Aparelho de raio X 09 Fototerapia 15Aspirador cirúrgico 24 Freezer horizontal 30Aspirador e compressor 15 Freezer vertical 12Autoclave 10 Incubadora 7,5Balança antropométrica 30* Lâmpada de fenda 08Balança eletrônica 30* Laringoscópio 15

    Banho-maria 30* Mamógrafo 4,5Berço aquecido 10 Máquina de hemodiálise 2,5Bisturi elétrico 4,5 Mesa cirúrgica 7,5Bomba de infusão 7,5 Mesa ginecológica 30*Bomba de vácuo 30* Microcentrífuga 15Bomba de vácuo e ar 30* Microscópio 20Bomba para circulaçãoextracorpórea

    4,5 Microscópio cirúrgico 04

    Broncoscópio 04 Microscópio eletrônico 02Cardioversor 10 Monitor cardíaco 6,5Centrífuga de bancada 30* Monitor de pressão não-invasivo 03Centrífuga refrigerada 08 Monitor fisiológico 7,5Colposcópio 8,5 Oftalmoscópio 20Compressor de ar 15 Otoscópio 30*Destilador 11 Oxímetro de pulso 09Detector fetal 15 Phmetro 15Eletrocardiógrafo 06 Processadora 2,5

    Eletroencefalógrafo 2,5 Refrigerador 30Equipo odontológico 06 Respirador 03Estetoscópio 09 Serra de gesso 24

    * Equipamentos cujo TMF é maior do que 30 meses, ou seja, que não apresentaram ocorrências nohistórico de manutenção durante o período observado.

    O s valores discrim inados na coluna TM F significam o período, em m eses,transcorrido entre as m anutenções corretivas. Assim , por exem plo, o período

    m édio entre m anutenções corretivas de um aspirador com pressor é de 15m eses, enquanto esse m esm o período para um broncoscópio é de 4 m eses. Ém uito im portante salientar que os valores de TM F apresentados nessa tabelasão oriundos de equipam entos pertencentes a som ente um local (U nicam p).H ospitais que possuem equipam entos m ais antigos, m ais novos ou com tecno-logias diferentes certam ente terão valores tam bém diferentes.

    Tendo o núm ero total de horas de que o grupo deve dispor para a m anuten-ção corretiva anual de todos os equipam entos selecionados para a m anutenção

    interna, torna-se possível calcular o núm ero de pessoas necessárias para reali-

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    zar todo o trabalho. O prim eiro valor a ser obtido é o núm ero de horas por anoem que um técnico realm ente trabalha na m anutenção corretiva, ou seja, o tem -po total por ano em que esse técnico está, de fato, consertando um equipam en-

    to. Para esse cálculo tem os:

    • Total de horas de trabalho/ano = (40 horas/sem ana x 52 sem anas) =2.080 horas.

    • Total de horas a serem descontadas:

    a. m ínim o de 10 feriados por ano = 80 horas;

    b. férias anuais do funcionário = 160 horas;

    c. m édia anual de dias que o funcionário pode adoecer = 40 horas.

    • N úm ero de horas que o técnico está disponível no hospital =2.080 –280 = 1.800 horas.

    U m outro ponto a ser considerado nesse cálculo é a produtividade do fun-cionário. Em bora ele esteja presente no hospital, nem sem pre está na oficinareparando um equipam ento. D e um m odo geral, a literatura (Bronzino, 1992)sugere que seja usado um valor aproxim ado de 70% . Em bora bastante otim ista

    para um cálculo inicial, esse valor deverá ser ajustado de acordo com a produ-tividade m edida no desenvolvim ento do trabalho pelo grupo de m anutenção.

    Assim , adotando o valor de 70% para a produtividade, o tem po total noperíodo de um ano que o técnico estará realm ente consertando um equipa-m ento, ou seja, o tem po real para m anutenção (TM C), será de 1.260 horas.

    D ividindo a quantidade de horas de trabalho necessárias para m anutençãocorretiva (N H T/ano) pelo TM C, terem os o núm ero total de técnicos necessáriospara a m anutenção de todos os equipam entos selecionados pelo grupo para am anutenção corretiva interna.

    Por exem plo, se após som arm os todos os N H T/ano de todos os equipam en-tos para m anutenção corretiva interna, obtiverm os um valor igual a 7.500 horas,a divisão desse valor por um TM C = 1.260 horas indica a necessidade da con-tratação de 6 técnicos. Para facilitar o cálculo do núm ero de técnicos para cadagrupo de equipam entos (vide seção sobre classificação dos equipam entos porgrupos de com patibilidade), o N H T/ano utilizado será o resultado obtido pela

    som a de todos os equipam entos de cada grupo de com patibilidade.Q uerem os salientar novam ente que não foi possível obter valores para a ela-boração dos cálculos acim a para equipam entos de infra-estrutura. Por outrolado, a prática do pessoal de m anutenção de infra-estrutura hospitalar dem ons-tra que o custo anual dessa m anutenção é de aproxim adam ente 7% a 10% dovalor total da obra.

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    ESPECIFICAÇÃO DA ÁREA FÍSICA NECESSÁRIAO s dados existentes no B rasil para a definição da área física ainda

    estão em estudo. O s dados que descrevem as áreas necessárias por ativida-

    de estão disponíveis som ente em livros estrangeiros (Veterans H ealth A dm i-nistration). D essa m aneira, a inform ação contida na tabela abaixo é som en-te um a sugestão baseada em literatura estrangeira, m as que p ode ser adota-da tam bém no Brasil.

    O espaço de 37 m etros quadrados é a área m ínim a para a instalação de umgrupo de m anutenção. Além dessa área m ínim a, sugerim os um espaço de 9,3m etros quadrados para cada em pregado, que deve ser dividido entre o grupode m anutenção corretiva de equipam entos de eletrônica e de m ecânica. Essaárea total inclui um espaço entre as bancadas para a colocação de algum equi-pam ento de grandes dim ensões (m áquina de hem odiálise, ultra-som , estufas,etc.), espaço para a passagem de outro equipam ento, arquivos, alguns equipa-m entos m ecânicos (furadeira de bancada, torno, esm eril de bancada, bancadasplanas para trabalhos m ecânicos, etc.).

    Manutenção corretiva e desenvolvimento 37 m2 (espaço mínimo) +9,3 m2/empregado

    Recebimento e limpeza 9 m2 (espaço mínimo) +2,3 m2/empregado

    Armazenagem 9 m2 (espaço mínimo) +2,3 m2/empregado

    Reuniões e biblioteca 14 m2

    Sala do diretor 14 m2

    Secretaria e sala de espera 11 m2 para 1 empregado +7,5 m2/empregado adicional

    Banheiros 1 para até 20 empregados

    A área destinada ao recebim ento e lim peza é um espaço onde o funcionáriopode tanto abrir e lim par o equipam ento com o fazer os testes de inspeção paranovos equipam entos adquiridos pelo EA S.

    N a área de arm azenam ento, deve-se levar em consideração os arm áriosnecessários para o arm azenam ento de equipam entos e espaços no solo para oarm azenam ento de equipam entos de grandes dim ensões.

    DEFINIÇÃO DA INFRA-ESTRUTURA MATERIAL NECESSÁRIAAlém das considerações já feitas, devem os observar tam bém os itens de

    m ateriais relacionados abaixo, que devem com por a infra-estrutura da equipede m anutenção:

    • ferram entas necessárias para os técnicos de eletrônica, m ecânica erefrigeração (vide A nexo 1);

    i t i i tili ã b d (A 2) t

    GERENCIAMENTO DE MANU TENÇÃO DE EQUIPAMENTOS HO SPITALARES

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    • equipam entos essenciais para utilização em bancada (Anexo 2), m ate-rial para teste e calibração de equipam entos m édico-hospitalares(Anexo 3);

    • docum entação técnica;

    • telefone/central de recados (bip);

    • escritórios, suprim entos operacionais (canetas, envelopes, papéis, etc.);

    • infra-estrutura predial para m anutenção;

    • assinatura de revistas e publicações técnicas, com pra de livros, etc.;

    • diversos.

    Ferramentas necessárias para os técnicos de eletrônica,mecânica e refrigeração Com o será visto nos capítulos sobre m anutenção corretiva e preventiva,sem pre que é enviado para execução de um serviço (equipam entos ou m anu-tenção predial) fora da oficina, o técnico deve levar um a m aleta com um m íni-m o de ferram entas essenciais. Esse procedim ento reduz significativam ente otem po de reparo, assim com o evita as idas e vindas entre a oficina e o local deexecução do trabalho. N o Anexo 1 há um a lista com a relação das ferram entasbásicas necessárias para técnicos de m anutenção de equipam entos eletrôni-cos, m ecânicos e de refrigeração. Cada técnico deve ter um a m aleta para guar-dar essas ferram entas, assim com o outros m ateriais específicos do conjunto deequipam entos pelos quais ele é responsável. N o Anexo 2 apresentam os um arelação de equipam entos de utilização geral que devem fazer parte dos recur-

    sos do grupo de m anutenção. Com o o m anual é destinado à im plantação deum grupo de m anutenção de equipam entos e m ateriais de infra-estrutura exis-tentes em um hospital, a relação contem pla um núm ero bastante grande deequipam entos para m anutenção de itens de hotelaria, eletrônicos, m ecânicose de infra-estrutura predial.

    Material para teste e calibração deequipamentos sob manutenção 

    O Anexo 3 relaciona os equipam entos de teste e calibração que são m uito uti-lizados por equipes de m anutenção de equipam entos m édico-hospitalares. Éim portante salientar que, em bora nem todos os equipam entos possam seradquiridos devido ao alto custo, alguns deles são fundam entais para o grupo(m arcados com *), tendo em vista que são utilizados para teste de equipam en-tos m édico-hospitalares essenciais para sustentação da vida dos pacientes.

    D t ã té i

    ELABORAÇÃO DA PROPOSTA INICIAL DE TRABALHO

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    Documentação técnica N em todos os equipam entos existentes no hospital possuem docum entação téc-nica que auxilie sua m anutenção. Enquanto alguns fabricantes se dispõem a

    entregar essa docum entação gratuitam ente, outros som ente as vendem . Entre-tanto, nem todos os fabricantes estão dispostos a fornecer a docum entação, ten-do em vista que favorecem seus representantes técnicos na região. Assim , logoque o grupo de m anutenção for im plantado, seu responsável deve visitar osvários serviços clínicos e reunir toda a docum entação relativa aos equipam entosdo hospital, inclusive os m anuais de operação ainda existentes (vide capítulosobre gerenciam ento). Com isso, é possível identificar a docum entação faltantee tentar providenciá-la junto ao fabricante ou a outros hospitais que possuam om esm o equipam ento. Por essa razão, é necessário program ar um a reserva finan-ceira para a aquisição da docum entação dos equipam entos com m aior priorida-de, ou seja, daqueles que terão m anutenção interna e que foram priorizados deacordo com a tabela de decisões apresentada na página 17.

    Telefone/central de recados (bip)O sistem a de com unicação do local onde está localizado o grupo de m anuten-

    ção, assim com o a com unicação entre os técnicos do grupo, é fundam ental tan-to para o gerenciam ento com o para a visão do usuário com relação à qualida-de do serviço oferecido. Assim , caso a adm inistração perm ita, além da obriga-toriedade de instalação de um sistem a de telefonia, seria im portante o aluguelde um sistem a de com unicação do tipo bip ou pager, que perm itiria a im plan-tação de um program a de plantão noturno ou de final de sem ana à distância,assim com o a localização do pessoal técnico em casos de em ergência. O graude dificuldade que o usuário encontra para com unicação com o pessoal de

    m anutenção reflete diretam ente na visão da qualidade de serviço que o grupopretende apresentar.

    Escritórios, suprimentos operacionais(canetas, envelopes, papéis, etc.)Com a im plantação do grupo, é necessário que sejam colocados nesse item os cus-tos relativos à aquisição de m obiliário para escritório (escrivaninhas, m esas paracom putadores e/ou m áquinas de escrever, com putadores e seus acessórios,

    im pressoras, arm ários, prateleiras, arquivos de aço, cadeiras e m esa para reunião