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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE Otávio Rodrigues da Silva Nunes GESTÃO COM PESSOAS: ABORDAGEM CONTEMPORÂNEA E AS MODERNAS FERRAMENTAS DE GESTÃO ORGANIZACIONAL. Orientadora Profª. Drª. Aleksandra Sliwoska Bartsch. Rio de Janeiro 2011

GESTÃO COM PESSOAS: ABORDAGEM CONTEMPORÂNEA … · pessoas e a percepção das necessidades pessoais e organizacionais surgidas a partir da segunda fase da Revolução Industrial

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

Otávio Rodrigues da Silva Nunes

GESTÃO COM PESSOAS:

ABORDAGEM CONTEMPORÂNEA E AS MODERNAS

FERRAMENTAS DE GESTÃO ORGANIZACIONAL.

Orientadora

Profª. Drª. Aleksandra Sliwoska Bartsch.

Rio de Janeiro 2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

Otávio Rodrigues da Silva Nunes

GESTÃO COM PESSOAS:

ABORDAGEM CONTEMPORÂNEA E AS MODERNAS

FERRAMENTAS DE GESTÃO ORGANIZACIONAL.

Apresentação de monografia a Universidade

Cândido Mendes como condição prévia

para a conclusão do curso de Pós-Graduação

“Lato Sensu” em Gestão de Recursos

Humanos.

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Agradecimentos

Agradeço a Deus, à minha noiva Fernanda,

ao meu pai, ao meu irmão e à minha mãe que

sempre estiveram presentes em todos os

momentos da minha vida me dando força,

carinho e incentivos diários.

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Dedicatória

A Deus, por prover tudo em minha vida.

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Resumo

O presente estudo nasce da necessidade de contextualizar a área de

Gestão de Pessoas ao longo das últimas décadas até o cenário atual no qual

desempenha ações estratégicas e contemporâneas adequando-se às

demandas das pessoas e das organizações.

Desta forma, é possível observar novas abordagens, entre elas “Gestão

com Pessoas” na qual a Administração de Recursos Humanos percebe não

estar mais atrelada às antigas e rotineiras atividades de departamento pessoal.

Atualmente, a Gestão de Pessoas desempenha função estratégica,

concomitante às demais funções organizacionais subsidiando-as com

profissionais em constante capacitação e desenvolvimento utilizando-se de

técnicas como BSC, Benchmarking, T&D, entre outras conhecidas como as

modernas ferramentas de Gestão Organizacional.

Desta forma, o trabalho em tela objetiva responder ao problema

proposto que versa sobre as atividades contemporâneas desempenhadas pela

área de Gestão de Pessoas e quais ferramentas devem ser incorporadas a

uma abordagem contemporânea de Gestão apresentando as modernas

ferramentas de gestão organizacional das quais o gestor de pessoas dispõe

hoje no desempenho das suas principais atividades.

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Metodologia

Para esta investigação, este estudo utilizará como procedimento de

coleta de dados a pesquisa bibliográfica por meio de consultas a obras e

artigos de autores brasileiros e estrangeiros que possam dar subsídio de

natureza acadêmica, bem como, será considerado de forma ética e

transparente, o uso da internet que é hoje amplamente utilizada na busca de

material disponível e confiável.

É fundamental ressaltar que, considerando o fato de a pesquisa

qualitativa não ser fundamentada em critérios numéricos, faz-se mister para

este estudo selecionar empresas nacionais e/ou internacionais que apresentam

uma vinculação mais significativa com o tema proposto.

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Sumário

INTRODUÇÃO...............................................................................................

CAPÍTULO I - Percebendo as primeiras relações trabalhistas,...............

CAPÍTULO II - Gerenciando com pessoas.................................................

CAPÍTULO III - As modernas ferramentas de Gestão Organizacional....

CONCLUSÃO................................................................................................

BIBLIOGRAFIA,............................................................................................

ÍNDICE,..........................................................................................................

ÍNDICE DE QUADROS E FIGURAS.............................................................

FOLHA DE AVALIAÇÃO..............................................................................

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INTRODUÇÃO

É possível observar ao longo da história, as primeiras relações entre as

pessoas e a percepção das necessidades pessoais e organizacionais surgidas

a partir da segunda fase da Revolução Industrial tornando fundamental a

organização de pessoas e recursos.

Logo, fazia-se necessário uma administração que pudesse organizar

pessoas, atividades e recursos atendendo ao mesmo tempo aos interesses dos

trabalhadores e das organizações. É neste contexto que surge a Administração

de Empresas com base em teorias e princípios de diversos estudiosos acerca

das primeiras relações trabalhistas.

O resultado foi o surgimento de diversas áreas como a Gestão com

Pessoas, tema central deste trabalho, sendo hoje, uma das principais funções

em uma organização.

O presente estudo nasce da necessidade de contextualizar a área de

Gestão de Pessoas ao longo das últimas décadas até o cenário atual no qual

desempenha ações estratégicas e contemporâneas adequando-se às

demandas das pessoas e das organizações.

Desta forma, é possível observar novas abordagens, entre elas

“Gestão com Pessoas” na qual a Administração de Recursos Humanos

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percebe não estar mais atrelada às antigas e rotineiras atividades de

departamento pessoal.

Atualmente, a Gestão de Pessoas desempenha função estratégica,

concomitante às demais funções organizacionais subsidiando-as com

profissionais em constante capacitação e desenvolvimento utilizando-se de

técnicas como BSC, Benchmarking, T&D, entre outras conhecidas como as

modernas ferramentas de Gestão Organizacional.

Desta forma, o trabalho em tela objetiva responder ao problema

proposto que versa sobre as atividades contemporâneas desempenhadas pela

área de Gestão de Pessoas e quais ferramentas devem ser incorporadas a

uma abordagem contemporânea de Gestão?

A fim de elucidar o problema exposto, o presente estudo fundamenta-se

em uma abordagem qualitativa, na qual, utilizando-se de uma investigação

descritiva, a administração mercadológica é abordada com seus fenômenos,

características e atividades desde seus primórdios.

Os autores que embasam este estudo foram selecionados por

desenvolverem três fatores fundamentais, dentre outros, à concepção aqui

proposta: primeiramente, exploram a área de Gestão de Pessoas como função

organizacional fundamental à integração organizacional, ou seja, busca

promover uma relação sólida e promissora entre o gestor de pessoas, os

gestores responsáveis pelas demais unidades, as pessoas da organização e os

clientes, sejam eles internos ou externos facilitando e estreitando o

relacionamento entre estes agentes.

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Segundo, além de enfatizarem a necessidade das organizações em

desenvolver e promover a integração organizacional abordam a área de gestão

de pessoas quando desempenhada em nível estratégico. Por fim,

compreendem o conceito de interdisciplinaridade atribuído à área de gestão de

pessoas na medida em que esta interage e atua em diversas áreas, por meio

de um acesso global e sistêmico, como também, defendem que “as

repercussões mais relevantes da AERH estão ligadas à linguagem aos

significados que empregados e gestores conferem a sua organização, a eles

mesmos e a seu trabalho” (MABEY; SALAMAN; STOREY, 1998 apud

DAVEL;VERGARA, 2010, p. 9).

Para esta investigação, este estudo utilizará como procedimento de

coleta de dados a pesquisa bibliográfica por meio de consultas a obras e

artigos de autores brasileiros e estrangeiros que possam dar subsídio de

natureza acadêmica, bem como, será considerado de forma ética e

transparente, o uso da internet que é hoje amplamente utilizada na busca de

material disponível e confiável.

É fundamental ressaltar que, considerando o fato de a pesquisa

qualitativa não ser fundamentada em critérios numéricos, faz-se mister para

este estudo selecionar empresas nacionais e/ou internacionais que apresentam

uma vinculação mais significativa com o tema proposto.

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CAPÍTULO I

1 As primeiras relações trabalhistas

Embora a Administração de Empresas receba destaque nas empresas e

em nosso dia a dia, além de estar em agressivo desenvolvimento, sua

importância é mencionada há mais de um século, por Henry Fayol (1950 apud

CHIAVENATO, 2003, p. 80), denominada naqueles tempos, como função

administrativa, limitada às atividades relacionadas com a integração de cúpula

das outras cinco funções destacadas por Fayol. São elas as funções técnicas,

comerciais, financeiras, de segurança e contábeis. Fayol destaca que as

funções administrativas coordenam e sincronizam as demais funções da

empresa pairando sempre sobre elas.

Atualmente a atividade de Administração de Empresas encontra-se

ramificada em muitas especializações. Dentre elas, a Gestão de Pessoas, tema

central deste estudo. No entanto, para que hoje a Administração de Empresas

e suas especializações fossem reconhecidas e aplicadas com êxito nas

pequenas e grandes empresas muitas décadas foram necessária à evolução

de pensamentos e ações retrógradas que visavam apenas lucros crescentes e

trabalhos rotineiros.

Desta forma, objetivando proporcionar maior compreensão e

aproveitamento deste estudo, faz-se necessário, um breve histórico de como

se deram as primeiras relações trabalhistas até a atualidade, as diferentes

teorias desenvolvidas com o propósito de aumentar a produção e mais tarde,

compreender os diversos e diferentes fatores aos quais as pessoas da

organização estão submetidas.

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Neste contexto, será abordada a evolução da área de Gestão de

Pessoas que, segundo GIL (1994), surge em decorrência do forte crescimento

das organizações e do aumento da complexidade das tarefas da área de

gestão de pessoas, uma vez que, seu desenvolvimento confunde-se com a

própria História da Administração.

Sendo assim, este estudo chegará ao seu objetivo principal, apresentar

a abordagem contemporânea da área de Gestão de Pessoas e as modernas

ferramentas de Gestão Organizacional das quais o gestor dispõe atualmente a

fim de alcançar excelência no desenvolvimento e no aprimoramento das

organizações, bem como das pessoas – que depositam nestas, expectativas e

competências – de maneira sistêmica e estratégica.

1.1 Necessidades organizacionais x necessidades pessoais

Atualmente, as organizações buscam incessantemente um rápido

desenvolvimento e crescimento das suas operações. Este fato decorre da

tecnologia hoje ofertada e da demanda apresentada pela sociedade, entre

outros tantos aspectos característicos deste século.

Logo, torna-se fundamental desenvolver uma gestão eficaz, participativa,

consultiva, em integração com toda a organização e pessoas que nela

depositam seus esforços e expectativas, como também, uma relação

consistente e próspera entre o gestor de pessoas, os gestores de linha das

demais unidades, clientes e fornecedores.

Hoje, os gestores estão conscientes de que “o planejamento estratégico

de RH refere-se à maneira como a função de RH pode contribuir para o

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alcance dos objetivos organizacionais e, simultaneamente, favorecer e

incentivar o alcance dos objetivos individuais dos funcionários” (CHIAVENATO,

2005, p. 75).

No entanto, esta relação pessoas x organizações ocorreu ao longo de

muitas décadas de lutas objetivando direitos, reconhecimento e novas formas

der gratificações. Portanto, a Gestão com Pessoas é o resultado destas

primeiras relações trabalhistas e das diversas teorias que surgiram a fim de

compreender e atender às necessidades das pessoas e das organizações.

Afinal, “a organização é um sistema concebido, estruturado e acionado

para atingir determinados objetivos. Utiliza insumos produtivos (pessoas,

recursos financeiros, recursos materiais e de informação) para, através do

processo de transformação pertinente à natureza de suas atividades, produzir

resultados previsíveis (bens e serviços)” (TACHIZAWA; FERREIRA e

FORTUNA, 2001, p. 40).

Sabe-se que “no século XVIII, as tendências que o mercantilismo havia

iniciado foram impulsionadas pela Revolução Industrial, que foi produto de dois

eventos: o surgimento das fábricas e a invenção das máquinas a vapor. A

Revolução Industrial revolucionou também a produção e aplicação de

conhecimentos administrativos” (MAXIMIANO, 2010, p. 40).

Para o autor, na maior parte do tempo que a antecedeu, a administração

esteve predominantemente presente na história de países, cidades,

governantes, exércitos e organizações religiosas, sendo somente a partir do

século XVIII, após a Revolução Industrial que a administração se destaca no

surgimento das empresas industriais. Na Figura (1) é possível observar

algumas das principais tendências administrativas criadas e aceleradas pela

Revolução Industrial.

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Chiavenato (2003, p. IX prefácio) apresenta a história da administração

desde seus primórdios até os dias atuais por meio de oito abordagens distintas

desde a Revolução Industrial. São elas: Abordagem Clássica, Abordagem

Humanística, Abordagem Neoclássica, Abordagem Estruturalista, Abordagem

Comportamental, Abordagem Sistêmica, Abordagem Contingencial e as Novas

Abordagens da Administração.

Um dos primeiros conceitos notado inicialmente na Revolução Industrial

é a divisão de tarefas, no qual uma pessoa se faz responsável por parte de

uma determinada atividade proporcionando maior agilidade ao processo, ao

invés de apenas uma pessoa fazer todo um processo.

Figura 1 Administração e organizações na Revolução Industrial.

Fonte: MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria Geral da Administração: da revolução urbana à revolução digital. 6ª ed. rev. e atual. São Paulo: Atlas, 2010, p. 40).

Substituição do artesão pelo operário especializado

Invenção das fábricas

Crescimento das cidades, originando novas necessidades de

administração pública

Surgimento dos sindicatos

Marxismo

Doutrina social da Igreja

Darwinismo social

Administração consolida-se como área do conhecimento

Primeiras experiências práticas com a moderna

administração de empresas (Soho).

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Este conceito, que fez parte da Abordagem Clássica esteve presente

nas experiências de Frederick W. Taylor (1856-1917) nos Estados Unidos,

Henri Fayol (1841-1925) na França e Henry Ford (1863-1947) pioneiro da

indústria automobilística americana e objetivaram o aumento de capital através

da produção em massa, da otimização do tempo e da racionalização das

tarefas.

A aplicação de métodos de pesquisa também fez parte desta abordagem

identificando a melhor maneira de trabalhar – como chamava Taylor: “the best

way” – como também a seleção, treinamentos científicos e especialização dos

trabalhadores por Frederick Taylor; fixando estes no posto de trabalho onde o

produto se encontrava, dentro de um processo em linha de montagem

passando por cada pessoa, onde cada uma fazia a sua parte, atividades estas,

identificadas por Henry Ford.

Henri Fayol foi outro importante estudioso que igualmente contribuiu ao

longo da Abordagem Clássica. Com seus princípios, a administração passou a

ser considerada uma gestão distinta das operações de produção sendo então,

um processo de prever, organizar, comandar, coordenar e controlar. Fayol

observou o processo de administração por meio das seis funções –

administrativa, técnicas, comerciais, financeiras, de segurança e contábeis e

dos 14 Princípios Gerais de Administração (Quadro 1).

Taylor, Ford e alguns psicólogos industriais buscavam, além da alta

produção, trabalhadores que deveriam fazer repetidamente as tarefas que lhes

eram ordenadas, sem questionar ou nem mesmo, contribuir com novas idéias e

acreditavam que uma adequada remuneração seria fator indispensável para as

pessoas na seleção de um trabalho, condições desumanas de trabalho

negligenciando as relações informais.

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“Todavia, o inesperado ocorreu. Dentro desse ambiente de incentivo à

produtividade máxima, as pessoas logo perceberam que estavam arriscando a

sua própria segurança no trabalho” (BERGAMINI, 1997, p. 20). Além de

realizarem trabalhos rotineiros, sem motivação, sem um ambiente de trabalho

adequado que incluem a saúde e segurança das pessoas dentro de uma

organização, as pessoas logo percebem que o salário não era o único fator

decisório na escolha por um emprego. Havia algum outro fator, que Taylor e

Ford desconheciam naquele momento. É neste contexto que surgem alguns

movimentos de valorização das relações humanas caracterizando Escola das

Relações Humanas.

“Surgem, em 1945, à luz do Behaviorismo, os primeiros estudos sobre

liderança, autocratismo, democracia no trabalho e motivação humana. Nesse

novo cenário a função de chefe de pessoal vê-se envolvida com as teorias de

Simon, McGregor, Barnard, Argyris, Likert e com uma variável até então

desconhecida por eles e pela organização: o poder das relações informais”

(MARRAS, 2000, p. 23).

O psicólogo George Elton Mayo (1880-1949), no início da segunda

década do século XX, inicia seus estudos na fábrica da Companhia Western

Electric, no distrito de Hawthorne. Inicialmente, Mayo desejava observar dentro

do ambiente industrial, aspectos como a influência da iluminação na

produtividade, o índice de acidentes e a fadiga humana ao longo da jornada de

trabalho.

Os resultados apontaram que a produção também é afetada por fatores

psicológicos e sociais. Bergamini (1997, p. 21) ressalta que a partir dos estudos

de Mayo, passou-se a valorizar a intensificação dos canais de comunicação, ou

seja, uma interação entre os diferentes níveis gerenciais.

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1. Divisão do trabalho

Consiste na especialização das tarefas e das pessoas para aumentar a eficiência

2. Autoridade e responsabilidade

Autoridade é o direito de dar ordens e o poder de esperar obediência. A responsabilidade é uma conseqüência natural da autoridade e significa o dever de prestar contas. Ambas devem estar equilibradas entre si.

3. Disciplina

Depende de obediência, aplicação, energia, comportamento e respeito aos acordos estabelecidos.

4. Unidade de comando

Cada empregado deve receber ordens de apenas um superior. É o princípio da autoridade única.

5. Unidade de direção

Uma cabeça e um plano para cada conjunto de atividades que tenham o mesmo objetivo.

6. Subordinação dos interesses individuais aos gerais

Os interesses gerais da empresa devem sobrepor-se aos interesses particulares das pessoas.

7. Remuneração do pessoal

Deve haver justa e garantida satisfação para os empregados e para a organização em termos de retribuição.

8. Centralização

Refere-se à concentração da autoridade no topo da hierarquia da organização.

9. Cadeia escalar

É a linha de autoridade que vai do escalão mais alto ao mais baixo em função do princípio do comando.

10. Ordem

Um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar. É a ordem material e humana.

11. Equidade

Amabilidade e justiça para alcançar a lealdade do pessoal.

12. Estabilidade do pessoal

A rotatividade do pessoal é prejudicial para a eficiência da organização. Quanto mais tempo uma pessoa permanecer no cargo, tanto melhor para a empresa.

13. Iniciativa

A capacidade de visualizar um plano e assegurar pessoalmente o seu sucesso.

14. Espírito de equipe

A harmonia e a união entre as pessoas são grandes forças para a organização.

Quadro 1 Os 14 Princípios Gerais de Administração.

Fonte: FAYOL (apud CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração: uma visão abrangente da moderna administração das organizações. 7ª ed. ver. e atual. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003, p. 83).

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Chiavenato (2003, p. 111) esclarece que “a Experiência de Hawthorne

marca, ao longo de sua duração, o início de uma nova teoria calcada em

valores humanísticos na Administração, deslocando a preocupação colocada

na tarefa e na estrutura para a preocupação com as pessoas”. O autor ainda

destaca sete aspectos no que se refere às conclusões desta experiência, a

saber:

- O nível de produção é resultante da integração social: o nível de

produção não é determinado pela capacidade física ou fisiológica do

empregado (como afirmava a Teoria Clássica), mas por normas sociais

e expectativas grupais.

- Comportamento social dos empregados: o comportamento do

indivíduo se apóia totalmente no grupo.

- Recompensas e sanções sociais: os operários preferiam produzir

menos – e ganhar menos – a pôr em risco suas relações amistosas com

os colegas.

- Grupos informais: a empresa passou a ser visualizada como uma

organização social composta de grupos sociais informais, cuja estrutura

nem sempre coincide com a organização formal, ou seja, com os

propósitos definidos pela empresa.

- Relações humanas: no local de trabalho, as pessoas participam de

grupos sociais dentro da organização e mantêm-se em uma constante

interação social.

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- Importância do conteúdo do cargo: o conteúdo e a natureza do

trabalho têm influência sobre o moral do trabalhador.

- Ênfase nos aspectos emocionais: os elementos emocionais não

planejados e irracionais do comportamento humano merecem atenção

especial da Teoria das Relações Humanas.

Os gestores percebem que alinhar objetivos individuais e

organizacionais torna-se fundamental à satisfação e desenvolvimento de

ambas as partes. Desta forma, utilizam-se das diversas teorias motivacionais a

fim de melhor embasar sua gestão. “Descobre-se, finalmente, que o ser

humano não se submete passivamente ao desempenho de atividades que lhe

sejam impostas e que, por conseguinte, não tenham para ele nenhum

significado” (BERGAMINI, 1997, p. 23).

A autora relembra que o salário como fator isolado não constitui fator de

motivação e que é preciso encontrar e adotar recursos organizacionais

capazes de não sufocar as forças motivacionais inerentes às próprias pessoas,

agindo de tal forma que as pessoas não percam a sua sinergia motivacional.

Muitas foram as decorrências da Teoria das Relações Humanas, por

exemplo, a influência da motivação humana, a liderança, a comunicação, a

organização informal e a dinâmica de grupo. A Hierarquia das Necessidades de

Maslow e os Fatores motivadores e higiênicos de Frederick Herzberg estão

entre as mais disseminadas teorias motivacionais.

F. Herzberg (1959 apud ARAUJO, 2006, p. 45) ao realizar algumas

entrevistas com o intuito de identificar fatores que contribuíssem para a

satisfação ou insatisfação das pessoas no trabalho, identificou que aspectos

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como o sucesso, o crescimento profissional, a responsabilidade e a realização

de algo importante que norteiam o trabalho em si eram fundamentais para a

satisfação das pessoas, e por outro lado, em se tratando da insatisfação,

observou que a questão não recaía sobre o tipo de trabalho realizado, mas nas

condições oferecidas pelo ambiente organizacional onde as atividades eram

executadas.

Com base nos resultados de sua pesquisa, o autor concluiu que as

necessidades das pessoas poderiam ser representadas por dois fatores:

os fatores higiênicos (relacionados ao ambiente) e os fatores motivacionais

(relacionados às atividades diárias).

Os fatores higiênicos abordam as condições oferecidas pelo ambiente

organizacional, as relações interpessoais estruturadas ao longo das jornadas

de trabalho, a remuneração, as políticas organizacionais, a gestão e seus

responsáveis, como também os benefícios oferecidos e a questão da saúde e

segurança das pessoas.

Os fatores motivacionais abordam o reconhecimento das pessoas,

a valorização das atividades desempenhadas, a posição ocupada, o

crescimento profissional, o exercício da responsabilidade, como também, o

desenvolvimento do potencial de cada profissional e de novas habilidades.

Outra contribuição decorre do psicólogo Abraham Maslow (1908-1970) o

qual discorre sobre as necessidades humanas em “A theory of human

motivation”. Psychological Review, 1943. Maslow apresentou uma teoria da

motivação chamada ‘Hierarquia das Necessidades’, segundo a qual as

necessidades humanas estão organizadas e dispostas em níveis de

importância e de influenciação representada por como uma pirâmide, onde,

na base encontram-se as necessidades mais baixas (necessidades

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fisiológicas) e no topo, as necessidades mais elevadas (as necessidades de

auto-realização).

A hierarquia é composta de cinco níveis, a saber: necessidades

fisiológicas, necessidades de segurança, necessidades sociais, necessidades

de estima, e no topo, as necessidades de auto-realização. Segundo Maslow, as

necessidades mais básicas têm prioridade e devem ser satisfeitas

primeiramente, assim ao longo da pirâmide, o nível seguinte de necessidades

só poderá ser satisfeito quando o nível anterior estiver relativamente satisfeito.

Com a contribuição de Chiavenato (2003, p. 329) é possível observar as

características de cada um dos níveis mencionados:

1. Necessidades fisiológicas. Constituem o nível mais básico de

todas as necessidades humanas, contudo, de vital importância para

qualquer ser, principalmente, o ser humano. Nesse nível estão as

necessidades de alimentação (fome e sede), de sono e repouso

(cansaço), de abrigo (frio ou calor), como também, o desejo sexual etc.

As necessidades fisiológicas estão relacionadas com a

sobrevivência do individuo, dia após dia. São as mais prementes de

todas as necessidades humanas. Um exemplo simples e vivenciado por

todos, destaca o autor, pode ser percebido quando o homem com o

estômago vazio não tem outra preocupação maior do que matar a fome.

Porém, quando come regularmente e de maneira adequada, a fome

deixa de ser uma motivação importante.

Chiavenato atenta para a seguinte questão: quando todas as

necessidades humanas estão insatisfeitas, a maior motivação será a das

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necessidades fisiológicas e o comportamento do indivíduo terá a

finalidade de encontrar alívio da pressão que essas necessidades

produzem sobre o organismo.

2. Necessidades de segurança. Constituem o segundo nível das

necessidades humanas. São necessidades de segurança, estabilidade,

busca de proteção contra ameaça ou privação e fuga do perigo. Surgem

no comportamento quando as necessidades fisiológicas estão

relativamente satisfeitas. Quando o indivíduo é dominado por

necessidades de segurança, o seu organismo no todo age como um

mecanismo de procura de segurança e as necessidades de segurança

funcionam como elementos organizadores quase exclusivos do

comportamento.

Um exemplo mencionado por Chiavenato é o fato de todo empregado

estar sempre em relação de dependência com a empresa onde atua, na

qual ações administrativas arbitrárias ou decisões incoerentes podem

provocar incerteza ou insegurança no empregado quanto à sua

permanência.

3. Necessidades sociais. Surgem no comportamento, quando as

necessidades mais baixas (fisiológicas e de segurança) encontram-se

relativamente satisfeitas. Dentre as necessidades sociais estão a

necessidade de associação, de participação, de aceitação por parte dos

companheiros, de troca de amizade, de afeto e de amor. Todas as

pessoas experimentam estas sensações e têm necessidades destas

relações.

Chiavenato observa que quando as necessidades sociais não estão

suficientemente satisfeitas, o indivíduo torna-se resistente, antagônico e

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hostil em relação às pessoas que o cercam. Em nossa sociedade, a

frustração das necessidades de amor, e de afeição conduz à falta de

adaptação social, ao isolacionismo e à solidão. Afinal, dar e receber

afeto são importantes forças motivadoras do comportamento humano,

estas sensações fazem parte das ações cotidianas inerentes aos

indivíduos.

4. Necessidades de estima. São as necessidades relacionadas com a

maneira pela qual o indivíduo se vê e se avalia. Envolvem a auto-

apreciação, a autoconfiança, a necessidade de aprovação social e de

respeito, de status, de prestígio e de consideração. Incluem ainda o

desejo de força e de adequação, de confiança perante o mundo,

independência e autonomia.

A satisfação das necessidades de estima conduz a sentimentos de

autoconfiança, de valor, força prestígio, poder, capacidade e utilidade.

A sua frustração pode produzir sentimentos de inferioridade, fraqueza,

dependência e desamparo que, por sua vez, podem levar ao desânimo

ou a atividades compensatórias.

5. Necessidades de auto-realização. São as necessidades humanas

mais elevadas e que estão no topo da hierarquia de Maslow. Estão

relacionadas com a realização do próprio potencial e

autodesenvolvimento contínuo.

Essa tendência se expressa por meio do impulso que a pessoa tem

para tornar-se sempre mais do que é e de vir a ser tudo o que pode ser.

As necessidades humanas assumem formas e expressões que variam

conforme o indivíduo. A intensidade das necessidades e sua

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25

manifestação são variadas e obedecem às diferenças individuais entre

as pessoas.

Esta resumida evolução histórica permite perceber o quanto o

pensamento dos estudiosos da Administração Científica mudou ao longo de

décadas conduzindo à percepções e estudos acerca das necessidades

humanas.

É neste contexto, que a área de Gestão de Pessoas se desenvolve com

o objetivo de organizar e prosperar pessoas e organizações. O próximo

capítulo apresenta a evolução desta área e a importância dos diferentes papéis

sociais desempenhados pelos gestores na atualidade.

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26

CAPÍTULO II

2 Gestão com pessoas

“Falar de gestão de pessoas é falar de gente, de mentalidade, de

inteligência, de vitalidade, ação e proação. A Gestão de Pessoas é uma das

áreas que mais tem sofrido mudanças e transformações nestes últimos anos.

Não apenas nos seus aspectos tangíveis e concretos, como principalmente nos

aspectos conceituais e intangíveis” (CHIAVENATO, 2010, p. VII prefácio).

Segundo o autor, a Gestão de Pessoas tem sido, hoje, a responsável

pela excelência das organizações bem-sucedidas e pelo aporte de capital

intelectual que simboliza, mais que tudo, a importância do fator humano em

plena Era da Informação.

O capítulo anterior apresentou algumas mudanças ocorridas ao longo de

décadas que possibilitaram a percepção das pessoas e da importância destas

para o sucesso organizacional. Além das mudanças destacadas, observa-se,

segundo Chiavenato (2010, p. VII prefácio), com a globalização dos negócios,

o desenvolvimento tecnológico, o forte impacto da mudança e o intenso

movimento pela qualidade e produtividade, surge uma eloqüente constatação

na maioria das organizações: o grande diferencial, a principal vantagem

competitiva das empresas decorre das pessoas que nelas trabalham.

Observe a seguir o desenvolvimento histórico da área em tela e as

principais atividades desempenhadas na atualidade.

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27

2.1 Gestão de Pessoas, evolução histórica e principais atividades

A década de 30 marca o início, no Brasil, de uma gestão amparada por

leis e documentos com força de lei que têm por finalidade assegurar as

relações individuais e coletivas de trabalho. Ademais, é nesta época, que o

Decreto nº 19.433, de 26 de novembro é assinado pelo presidente Getulio

Vargas criando o antes chamado, Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio,

atual Ministério do Trabalho e Emprego. Passados 12 anos, em 1º de maio de

1943, a fim de reforçar as ações trabalhistas foi assinado o Decreto-lei nº 5452

que aprovou a Consolidação das Leis do Trabalho (PRESIDÊNCIA DA

REPÚBLICA, 2009).

A Consolidação das Leis do Trabalho vem, por intermédio de seus

artigos, assegurar que ações trabalhistas de cunho burocrático realizadas e

controladas pelos chamados departamentos de pessoal possam ser tramitadas

de forma justa, conforme a lei. Ademais, além do Ministério do Trabalho e do

Emprego, da Consolidação das Leis do Trabalho e as demais ações legais que

surgiram nesta época, outro fator contribuiu consideravelmente para o

progresso das relações trabalhistas: os sindicatos.

Na verdade, nas décadas de 60 e 70, sobretudo no final da década de

70, é observado o surgimento de associações e sindicatos defendendo suas

profissões e direitos e organizando e estruturando suas atividades, uma vez

que segundo Dalló (2005), há uma necessidade de ‘profissionalizar’ a ação e a

organização destas entidades sindicais considerando o fato dos desafios a ser

enfrentado pelas pessoas e entidades serem cada vez mais complexos, de

difícil entendimento e enfrentamento.

Os sindicatos, assim “como muitas outras instituições capitalistas,

reúnem os interesses de diferentes pessoas para a obtenção de uma meta

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comum. Quando alinhados com as metas nacionais, os sindicatos podem

contribuir para o crescimento econômico” (KOTLER; JATUSRIPITAK;

MAESINCE, 1997, p. 295).

Desta forma, as ações sindicais vêm fortalecer as relações entre

organização e pessoas, além de auxiliar o ambiente organizacional em se

tratando de negociações, concomitante às ações desempenhadas pelo gestor

de pessoas, uma vez que estes são os tomadores de decisão e dispõem hoje,

de atividades que os auxiliam e os possibilitam compreenderem o que é melhor

para a empresa e para as pessoas.

Logo, a então chamada área de recursos humanos, ou administração de

recursos humanos, passa por mais uma importante transição: a percepção da

necessidade de novas atividades além das famosas rotinas trabalhistas, como

contratação, demissão e suas derivações, impulsiona as empresas a ir além.

Em Chiavenato (2010, p. 15), as atividades desempenhadas pela

Gestão de pessoas são abordadas em seis processos de Gestão de Pessoas,

a saber: Processos de Agregar Pessoas (Recrutamento e Seleção),

Processos de Aplicar Pessoas (Modelagem do Trabalho e Avaliação do

Desempenho), Processos de Recompensar Pessoas (Remuneração,

Benefícios e Incentivos), Processos de Desenvolver Pessoas (Treinamento,

Desenvolvimento, Aprendizagem e Gestão do Conhecimento), Processos de

Manter Pessoas (Higiene e Segurança, Qualidade de Vida e Relações com

Empregados e Sindicatos) e Processos de Monitorar Pessoas (Banco de

Dados e Sistemas de Informações Gerenciais).

A seguir, estes processos são apresentados de forma sucinta com a

contribuição do autor. Observe:

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29

- Processos de Agregar Pessoas: são os processos utilizados para

incluir novas pessoas na empresa. Podem ser denominados processos

de provisão ou suprimento de pessoas. Incluem recrutamento e seleção

de pessoas.

- Processos de Aplicar Pessoas: são os processos utilizados para

desenhar as atividades que as pessoas irão realizar na empresa,

orientar e acompanhar seu desempenho. Incluem desenho

organizacional e desenho de cargos, análise e descrição de cargos,

orientação das pessoas e avaliação do desempenho.

- Processos de Recompensar Pessoas: são os processos utilizados

para incentivar as pessoas e satisfazer suas necessidades individuais

mais elevadas. Incluem recompensas, remuneração e benefícios e

serviços sociais.

- Processos de Desenvolver Pessoas: são os processos utilizados

para capacitar e incrementar o desenvolvimento profissional e pessoal

das pessoas. Envolvem seu treinamento e desenvolvimento, gestão do

conhecimento e gestão de competências, aprendizagem, programas de

mudanças e desenvolvimento de carreiras e programas de

comunicações e consonância.

- Processos de Manter Pessoas: são os processos utilizados para criar

condições ambientais e psicológicas satisfatórias para as atividades das

pessoas. Incluem administração da cultura organizacional, clima,

disciplina, higiene, segurança e qualidade de vida e manutenção de

relações sindicais.

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30

- Processos de Monitorar Pessoas: são os processos utilizados para

acompanhar e controlar as atividades das pessoas e verificar resultados.

Incluem banco de dados e sistemas de informações gerenciais.

GESTÃO DE PESSOAS

1. Processos de Agregar Pessoas

. Recrutamento

. Seleção

2. Processos de Aplicar Pessoas

. Modelagem do Trabalho

. Avaliação do Desempenho

3. Processos de Recompensar Pessoas

. Remuneração

. Benefícios

. Incentivos

4. Processos de Desenvolver Pessoas

. Treinamento

. Desenvolvimento

. Aprendizagem

. Gestão do conhecimento

5. Processos de Manter Pessoas

. Higiene e segurança

. Qualidade de vida

. Relações com empregados e sindicatos

6. Processos de Monitorar Pessoas

. Banco de dados

. Sistemas de informações gerenciais

Quadro 2 Os seis processos de Gestão de Pessoas.

Fonte: CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. 3ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010, p. 15. Adaptado.

Chiavenato (2010, p. 16) esclarece que todos esses processos estão

intimamente relacionados entre si, de tal maneira que se interpenetram e se

influenciam reciprocamente. Cada processo tende a favorecer ou prejudicar os

demais, quando bem ou mal utilizado.

Desta forma, “os profissionais de recursos humanos são cada vez mais

desafiados a adotar uma perspectiva mais estratégica quanto a seu papel na

organização. Entendemos que, à medida que os profissionais de RH reagem a

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31

esse desafio, a mensuração do desempenho de RH e de suas contribuições

para o desempenho da empresa emerge como tema crucial” (BECKER;

HUSELID e ULRICH, 2001, p. 9).

O próximo tópico apresenta percepções estratégicas necessárias para a

absorção e implementação destas ferramentas no contexto organizacional

atual, afinal, “(...) as realidades da nova economia estão pressionando RH a

ampliar seu foco, da sua função administrativa tradicional, para uma função

estratégica mais abrangente” (BECKER; HUSELID e ULRICH, 2001, p. 16).

2.2 Gestão com Pessoas, abordagem contemporânea

Muitos foram os paradigmas quebrados pela moderna gestão de

pessoas que hoje, com a contribuição de Chiavenato (2010, p. 10) apresenta

cinco aspectos fundamentais:

- As pessoas como seres humanos: dotados de personalidade própria

e profundamente diferentes entre si, com uma história pessoal particular

e diferenciada, possuidores de conhecimentos, habilidades e

competências indispensáveis à adequada gestão dos demais recursos

organizacionais. Pessoas como pessoas e não como meros recursos da

organização;

- As pessoas como ativadoras de recursos organizacionais: como

elementos impulsionadores da organização e capazes de dotá-la do

talento indispensável à sua constante renovação e competitividade em

um mundo cheio de mudanças e desafios. As pessoas como fonte de

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32

impulso próprio que dinamiza a organização e não como agentes

passivos, inertes e estáticos;

- As pessoas como parceiros da organização: capazes de conduzir a

organização à excelência e ao sucesso. Como parceiros, as pessoas

fazem investimentos na organização – como esforço, dedicação,

responsabilidade, comprometimento, riscos etc – na expectativa de

colherem retornos desses investimentos – por meio de salários,

incentivos financeiros, crescimento profissional, satisfação, carreira etc.

Todo investimento somente se justifica quando traz um retorno razoável.

Na medida em que o retorno é bom e sustentável, a tendência

certamente será a manutenção ou aumento do investimento. Daí o

caráter de reciprocidade na interação entre pessoas e organizações. E

também o caráter de ação e autonomia e não mais de passividade e

inércia das pessoas. Pessoas como parceiros ativos da organização e

não como mero sujeitos passivos dela,

- As pessoas como talentos fornecedores de competências: ou seja,

as pessoas como elementos vivos e portadores de competências

essenciais ao sucesso organizacional. Qualquer organização pode

comprar máquinas ou equipamentos, adquirir tecnologias para se

equiparar aos concorrentes. Isso é relativamente fácil, mas construir

competências similares aos concorrentes é extremamente difícil, leva

tempo, maturação e aprendizado e

- As pessoas como o capital humano da organização: ou seja, as

pessoas como o principal ativo organizacional que agrega inteligência ao

negócio da organização.

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33

Figura 3 Aspectos fundamentais na moderna Gestão de Pessoas.

“O desenvolvimento das pessoas passará a ser questão central do novo

líder, que deve estimular a participação e a criatividade dos empregados no

processo decisório. O novo líder surge como visionário, integrador, agente de

mudanças, motivador, facilitador, comunicador, capacitador e desenvolvedor de

pessoal, além de guardião dos valores centrais da organização” (TACHIZAWA;

FERREIRA e FORTUNA, 2001, p. 26).

A fim de complementar esta nova visão e ação da Gestão de Pessoas, o

tópico a seguir apresenta o novo perfil do gestor de pessoas e os diferentes

estilos gerenciais vislumbrados atualmente.

As pessoas como Seres humanos

As pessoas como ativadores de recursos

organizacionais

As pessoas como parceiros da organização

As pessoas como talentos fornecedores de competências

As pessoas como capital humano da organização

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2.3 O gestor de pessoas e os desafios hodiernos

O grande desafio que os gestores de pessoas se deparam atualmente

consiste em, primeiramente, “aceitar que diferentes pessoas busquem

diferentes objetivos motivacionais ao se engajarem em determinado tipo de

trabalho” (BERGAMINI, 1997, p. 23).

A partir desta percepção, esclarece a autora, as pessoas passaram a ser

vistas como depositárias de talentos potenciais cabendo ao gestor focar suas

ações no desenvolvimento de atividades que atendam às demandas das

pessoas da organização e no desenvolvimento de estratégias capazes de

desbloquear a saída de tais recursos, para que, objetivamente, se transformem

em ações eficazes e produtivas.

Desta forma, é fundamental que os profissionais da área de gestão de

pessoas compreendam que “aprender a atuar como parceiros estratégicos não

é apenas um meio para justificar sua existência ou defender suas funções,

como também, implicações para a sua própria sobrevivência e para a

sobrevivência da empresa como um todo” (BECKER; HUSELID e ULRICH,

2001, p. 19), visto que, segundo os autores, se a gestão de pessoas for

incapaz de demonstrar que agrega valor, ela corre o risco de ser terceirizada.

Milkovich e Bourdreau (1994 apud CHIAVENATO, 2010, p. 443)

apresentam um Desenho de um Programa de Relações com Empregados no

qual as principais decisões dos gerentes de linha para desenhar um programa

de relações com empregados devem incluir:

1. Comunicações: a organização deve comunicar e explicitar a sua

filosofia aos funcionários e solicitar deles sugestões e opiniões sobre

assuntos do trabalho. As comunicações devem ser de mão dupla;

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35

2. Cooperação: a organização deve compartilhar o processo decisório

e o controle das atividades com os funcionários para obter sua

cooperação e comprometimento;

3. Proteção: o local de trabalho deve afetar o bem-estar dos

funcionários sob o ponto de vista físico e proporcionar proteção

contra possíveis retaliações ou perseguições do ponto de vista

psicológico. As pessoas devem sentir que seu local de trabalho é

agradável e seguro,

4. Assistência: a organização deve responder às necessidades

especiais de cada funcionário dando-lhes suporte e apoio para tanto.

As pessoas devem sentir apoio e suporte da organização em suas

necessidades e expectativas e

5. Disciplina e conflito: a organização deve ter regras claras para lidar

com a disciplina e a resolução de possíveis conflitos.

Outra colaboração para o melhor desempenho do gestor de pessoas

decorre da empresa Hay Group (2005 apud ARAUJO, 2006, p. 72). Trata-se de

uma pesquisa realizada pela consultoria Hay Group que aponta os diferentes

estilos de gestão do atual profissional brasileiro (Figura 2).

A pesquisa revela primeiramente, que um gestor bem sucedido no

gerenciamento eficaz de processos de transição organizacional deve ter três

requisitos: a coragem para mobilizar recursos, o respeito às pessoas com

quem trabalha e habilidades interpessoais efetivas.

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Em um segundo momento, a pesquisa revela que o gestor de pessoas

deve assumir três papeis: o papel de líder que apresenta como características

o compartilhamento da visão com todos, a difusão dos valores e princípios,

o alinhamento das pessoas e fonte de motivação e inspiração; o papel de

gestor ao planejar, organizar e alocar recursos, como também controlar e

solucionar problemas coordenando e tomando as decisões necessárias para a

eficácia do processo e o papel de coach (treinador) à medida que desenvolve

pessoas, constrói relações entre elas por meio de um ambiente de trabalho

harmonioso e propício às demandas pessoais e profissionais promovendo

inovações na organização como um todo.

Por fim, a pesquisa apresenta o perfil dos estilos de gestão,

apresentados a seguir, e esclarece que o estilo gerencial é o comportamento

do gestor, ou seja, é o grau em que ele ouve e estabelece objetivos,

desenvolve planos de ação, dirige e desenvolve as pessoas, dá

feedback, recompensa e pune; e estabelece relações pessoais com os demais

profissionais da organização. Sendo assim, o perfil de estilos gerenciais são os

seguintes:

- O gestor coercitivo: que promove uma submissão imediata à medida

que fornece uma clara direção dizendo o que as pessoas devem fazer

sem ouvir, ou seja, sem questionar;

- O gestor dirigente: que fornece visão e diretrizes de longo prazo sem

deixar dúvidas quanto a quem toma as decisões, ouve as demais idéias,

acompanha o desempenho de todos fornecendo feedback positivo e

negativo;

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37

Figura 2 Perfil de estilos de gestão.

Fonte: Hay Group (2005, apud ARAUJO, Luis César G. de. Gestão de pessoas: estratégias e integração organizacional. São Paulo: Atlas, 2006, p. 72.

- O gestor afetivo: que evita conflitos por meio de um relacionamento

amigável, não proporciona uma direção clara em termos de objetivos e

padrões de desempenho, em contrapartida, prioriza a segurança do

trabalho mantendo um clima de satisfação, reconhece e recompensa as

características pessoais e não o desempenho no trabalho, por

conseguinte, raramente pune;

GESTOR COERCITIVO�SUBMISSÃO IMEDIATA � “FAÇA DO JEITO QUE EU LHE DISSE!”.

GESTOR DIRIGENTE�CRIAR UM SENSO DE DIREÇÃO, INFLUENCIANDO OUTROS A SEGUI-LO � “FIRME, MAS JUSTO”.

GESTOR AFETIVO�OUVIR A TODOS� “PRIMEIRO AS PESSOAS”.

GESTOR DEMOCRÁTICO�BUSCAR COMPROMETIMENTO PELO CONSENSO� “PARTICIPATIVO”.

GESTOR MODELADOR�ALTOS PADRÕES DE EXCELÊNCIA � “VEJAM COMO EU FAÇO E SIGAM MEU EXEMPLO”.

GESTOR COACH (TREINADOR)�DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL NO MÉDIO E LONGO PRAZO�“DESENVOLVIMENTO”.

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- O gestor democrático: que busca o comprometimento pelo consenso

satisfazendo as pessoas e a organização, convida as pessoas a

participarem das decisões realizando reuniões e ouvindo todos e

raramente dá feedback negativo ou punição;

- O gestor modelador: que busca altos padrões de excelência e

acredita que as pessoas devem seguir o seu exemplo proporcionando

pouca integração e coordenação com outras pessoas; e

- O gestor coach (treinador): que estimula o desenvolvimento

profissional das pessoas a longo prazo ajudando as pessoas a

identificarem seus pontos fortes e aqueles que devem ser

desenvolvidos.

Convém ressaltar que “cada organização tem uma forma ideal de gestão

de pessoas, de acordo com seu estágio de vida e sua natureza, e de acordo

também com o meio ambiente (setor econômico), a cadeia de agregação de

valores e a tecnologia dominante em seu contexto social” (TACHIZAWA;

FERREIRA e FORTUNA, 2001, p. 121).

No entanto, a pesquisa sugere como o melhor estilo gerencial,

uma combinação do gestor dirigente, do gestor democrático e do gestor

treinador, onde este usa influência para comunicar metas organizacionais,

estabelece metas desafiadoras, mas realistas com a participação de todos,

delega responsabilidades, fornece feedback orientando para o resultado,

reconhece excelentes desempenhos e desenvolve pessoas. Além das ações

mencionadas, é fundamental que o gestor de pessoas tenha bom senso e ética

na conduta de suas ações cotidianas.

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Sabendo que o gestor de pessoas é capaz de promover um ambiente

organizacional propício a uma produtividade saudável, as relações

interpessoais, a satisfação pessoal e profissional das pessoas da organização,

ao desenvolvimento e ao alcance de objetivos organizacionais, é fundamental

um destaque para esta pessoa.

O gestor de pessoas desempenha muitos papéis no desenvolvimento de

suas atividades principais. Muitas vezes os gestores se deparam com pessoas

envoltas a problemas pessoais de diversos gêneros podendo responder a elas

de maneiras variadas. “Uma delas é deixar que o próprio subordinado resolva

seus problemas por si próprio. Outra é assistir ao subordinado através de

programas internos ou pondo o subordinado em contato com assistência

profissional promovida pela empresa” (CHIAVENATO, 2010, p. 445).

O autor esclarece que o aconselhamento pode variar desde uma breve

conversa com o gerente até reuniões privativas com consultores profissionais

no local de trabalho e ressalta que esta prática conhecida por Programas de

Assistência aos Empregados (PAE) embora enfatizada nos dias de hoje, não é

nova.

A Ford Motor Company, nos EUA, instituiu o Departamento de Ajuda

Legalem 1916 para assistir seus empregados gratuitamente, em questões

legais, de seguro, investimentos, disputas judiciais, documentação, etc.

O capítulo a seguir, apresenta novas ferramentas de gestão

organizacional que podem ser utilizadas pelo gestor de pessoas no auxílio aos

demais gestores da organização.

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CAPÍTULO III

3 As modernas ferramentas de gestão organizacional

Os capítulos anteriores apresentaram um breve histórico acerca da área

de Gestão com Pessoas. Percebe-se que grandes mudanças ocorreram em se

tratando de ideologias e iniciativas por parte dos trabalhadores. Hoje entende-

se que a área em tela, não mais está restrita à contratação e demissão de

pessoas, nem somente à elaboração da antiga “folha de pagamento”.

As pessoas hoje constituem parte fundamental no sucesso

organizacional e “esse novo contexto exigirá uma gestão de pessoas que leve

em conta a existência, na organização, de um acervo intelectual constituído

pelas experiências – know-how – acumuladas pelos trabalhadores”

(TACHIZAWA; FERREIRA e FORTUNA, 2001, p. 25).

O gestor de pessoas dispõe hoje, de muitos fatores que contribuem para

o desenvolvimento e aperfeiçoamento da sua gestão. Contudo para que estas

ferramentas possam ser utilizadas faz-se necessário o entendimento de que:

O primeiro ganho decorrente de um alinhamento das forças da

organização com as tendências de mudança do ambiente é a

utilização mais racional das energias disponíveis. A organização que

trabalha em sintonia com as mudanças em curso tem a vantagem

adicional do impulso a seu favor e multiplica suas possibilidades de

êxito. Essa capacidade de sintonia com o ambiente maior pode vir a

ser o principal diferencial competitivo de organizações num mercado

em transformação: é a diferença entre deixar-se levar pelas

mudanças e interagir com elas, buscando influenciar o próprio

processo de renovação do ambiente, papel este a ser desempenhado

pelos gestores (TACHIZAWA; FERREIRA e FORTUNA, 2001, p. 22).

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Conscientes de que a capacidade de sintonia com o ambiente maior

pode caracterizar o principal diferencial de uma organização, os gestores

percebem a importância em interagir com as mudanças que o ambiente

organizacional apresenta. Logo, face à demanda contemporânea, os gestores

dispõe hoje, de diversas tecnologias de gestão organizacional.

“No Brasil, o período de surgimento de novas tecnologias vem sendo

reduzido com as novas tendênciais globais: profissionalização mais rápida,

competição acirrada, contínuas mudanças de ações governamentais e cerco

constante dos investidores” (ARAUJO, 2007, p. 378).

Face ao exposto, as organizações dispõe hoje de diferentes tecnologias,

não necessariamente devendo optar por um ou outra. Ao contrário, muitas

delas, se complementam e juntas, permitem eficácia comprovada. Observe a

seguir.

3.1 Tecnologias de gestão organizacional

Este tópico será apresentado com a contribuição de Araujo (2007),

consultor de empresas e especialista em O&M e apresenta em sua obra as

modernas tecnologias de gestão organizacional. A fim de complementar seu

estudo, este tópico também utilizará contribuição de diversos autores conforme

a tecnologia destacada.

“Todas as tecnologias de gestão apresentadas demosntram

perspectivas distintas e válidas para alcançar a desejada flexibilidade

organizaconal que impedirá a estagnação ante as mudanças universais, os

anseios dos clientes e as flutuações de mercado” (ARAUJO, 2007, p. 136).

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Logo, percebe-se, que a área de Gestão com Pessoas face à

abordagem contemporânea apresentada, pode, além das suas principais

atividades, desempenhar em conjunto com as demais áreas organizacionais,

as tecnologias a seguir:

1. Balanced Scorecard: da medição do desempenho empresarial à

gestão estratégica plena, “pode ser entendido como um novo caminho

para o gerenciamento estratégico; seria, portanto, um sistema de

gerenciamento e não apenas um sistema de medição” (FRANCISCHINI;

SOUZA, 2002 apud ARAUJO, 2007, p. 68).

O BSC é um sistema integrado de medição de desempenho

baseado em quatro perspectivas: financeiras, clientes, processos de

negócios e aprendizado e crescimento. Araujo (2007, p. 68; 83) ressalta

que esta tecnologia é considerada recente pelo fato de ter menos de dez

anos de mercado e menos cinco anos de utilização no Brasil e apresenta

seis motivos que justificam a aplicação desta tecnologia: 1) vantagem

proporcionada pelos seus indicadores de desempenho, 2) ajuda a

apontar o diferencial competitivo, 3) fornece meios e modos para gozar

das oportunidades do ambiente, 4) ajuda a formular a estratégia de uma

forma mais ativa e dinâmica, 5) obter feedback para aprofundar o

conhecimento da estratégia e aperfeiçoá-la e 6) possibilita o alinhamento

dos objetivos pessoais, departamentais e da organização como um todo.

Embora o BSC apresente estas quatro perspectivas, por serem mais

adotadas pelas organizações, elas não as únicas. Os gestores podem

selecionar quantas forem necessárias à natureza do seu negócio. Desta

forma, trata-se de uma tecnologia contemporânea e de grande utilização

pelas empresas, uma vez que estas podem se adaptar aos índices de

desempenho necessários às suas ações e objetivos.

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43

2. Arquitetura organizacional: a empresa do futuro (próximo),

“a arquitetura organizacional surgiu como uma abordagem que prima

pelo aperfeiçoamento do formato empresarial, procurando otimizar

fatores considerados chaves como o próprio negócio da organização, as

pessoas que o executam e as regras que o regem” (ARAUJO, 2007, p.

99).

Arquitetura organizacional, ou, desenho organizacional, consiste em

definir uma nova configuração para as organizações, ou seja, um novo

conjunto de características que determinaram o posicionamento da alta

gerencia, do staff, dos departamentos, de uma estrutura verticalizada ou

horizontalizada.

Esta tecnologia, antes observada apenas na arquitetura física, hoje

pode ser delineada para toda a organização caminhando de encontro

com os pressupostos fundamentais da teoria clássica, verticalizada e

hierarquizada. Quando aplicada na atualidade, permite novas rotas de

comunicação entre gestores da alta cúpula e gestores de linha, pessoas

da organização, clientes e fornecedores, como também, maior

dinamismo e agilidade aos processos.

3. Terceirização (outsourcing): foco nos produtos e nos serviços,

“a integração dos mercados internacionais do final da década de 80 e

início da década de 90 marca o começo de um novo estilo de gestão nas

organizações: a busca pela excelência empresarial. Nesse contexto,

muitas organizações descobriram que a concentração de esforços nas

principais competências, isto é, na missão mesmo da empresa, era uma

alternativa possível na questão da sobrevivência no mundo moderno

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marcado pelas freqüentes turbulências e pela permanente incerteza”

(ARAUJO, 2007, p. 137).

A terceirização, como esclarece a definição destacada, permite às

organizações foco em seu core business, ou seja, em suas atividades-

fins, transferindo a gestão parcial ou total das atividades-meios para

terceiros. Esta tecnologia permite enxugamento de estrutura

organizacional, de custos, de pessoas e atividades e maior dedicação ao

que a empresa faz de melhor, e que deve fazê-lo. Por conseguinte, as

organizações podem despender maior atenção e recursos às suas

atividades finais.

4. Gestão pela qualidade total: a excelência conquistada

gradualmente, “se o objetivo é atingir a Qualidade Total, devemos

medir os resultados para saber se este objetivo foi alcançado ou não.

Então devemos medir a qualidade do produto ou serviço, o número de

reclamações dos clientes, a fração de produtos/serviços defeituosos (...)

o custo do produto/serviço, os atrasos de entrega de cada produto, a

fração de entrega realizada em local errado, a fração de entrega

realizada em quantidade errada, o índice de turn-over de pessoal, o

índice de absenteísmo, o índice de acidentes, etc” (CAMPOS, 2004, p.

15).

Resumindo, a Qualidade Total consiste na busca pelo zero

erro/defeito, podendo esta tecnologia ser aplicada a toda a organização,

abrangendo pessoas e processos.

5. Benchmarking: parcerias em busca da excelência empresarial,

“é uma abordagem de gestão organizacional que conduz à tão desejada

excelência, que se utiliza de procedimentos de investigação, que

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pretende reunir e adaptar as respostas encontradas por outras

organizações. Longe de se igualar à mera cópia, revela alternativas

valiosas de incrementos de níveis de eficácia e eficiência” (ARAUJO,

2007, p. 220).

Em outras palavras, esta tecnologia de caráter contínuo, consiste em

aprender com as empresas que melhor desempenham os processos a

serem analisados e aperfeiçoados, ou seja, um processo de medição

seja por um prisma qualitativo ou quantitativo.

6. Aprendizagem organizacional: educação como instrumento de

reflexão e ação coletiva, “prima pela constante busca do auto-

aperfeiçoamento é de extrema capacidade de adaptabilidade ou

resposta à cada vez mais crescentes e intensas exigências externas às

organizações, (...) está voltada para a análise, participação, rompimento

com barreiras tradicionais de gestão, e, principalmente, para o raciocínio

sistêmico, recebeu a denominação de organizações que aprendem ou

aprendizagem organizacional (learning organizations)” (ARAUJO, 207, p.

277).

Uma organização que aprende reconhece que é preciso mudar as

concepções atuais, permitindo que as pessoas contribuam com suas

competências essenciais em contínuo processo de aprendizagem,

ambas em sintonia com as variáveis exógenas à organização.

7. Empowermente: pessoas com poder na organização, esta

tecnologia possibilita o estreitamento de “hierarquia ou a distancia entre

as unidades organizacionais, valorizando-se quem está em contato

direto com o cliente na base da pirâmide organizacional. Assim,

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promove-se, inclusive, a inversão da pirâmide organizacional” (ARAUJO,

2007, p.325).

Consiste em dar poder às pessoas, em delegar o poder de decidir

para quem está próximo aos fatos permitindo mais agilidade, mais

eficiência e eficácia aos resultados.

Outro fator que decorre desta tecnologia é o fator motivacional.

As pessoas quando capacitadas ao processo decisório se sentem mais

motivadas quando contribuem significativamente ao sucesso da

organização.

8. Coaching/Mentoring: aconselhando direto com ótima opção para

o crescimento pessoal e profissional, consiste em “atividade de

aconselhamento ao executivo profissional visando orientar e otimizar o

desenvolvimento de sua carreira, à luz dos anseios pessoais, aptidões e

mapeamento das suas características e necessidades de

aprimoramento” (site: EDUCAR MAIS, 2003 apud ARAUJO, 2007, p.

360).

Em outras palavras, “o professor (ou coach, ou treinador) informa,

motiva, guia, inspira e apóia o treinando, no sentido de fazer mudanças

entendidas como necessárias, fazer planejamento estratégico,

aperfeiçoar sua função cognitiva, alcançar objetivos ou simplesmente,

viver melhor!” (site: VCM, 2003 apud ARAUJO, 2007, p. 362).

9. Open-book Management (Gestão com Livro Aberto):

transparência total, “nem todas as empresas, certamente, estarão

dispostas a utilizá-la. A maioria, normalmente as de grande porte,

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apresentam uma razoável desconfiança dos princípios de abertura total

que prega, escondendo-se, por vezes, atrás do medo de exposição dos

segredos industriais como pretexto para não prover acesso total, pleno

ao corpo funcional sobre os números da organização” (ARAUJO, 2007,

p. 379).

Esta tecnologia permite às organizações, transparência total dos

seus negócios, no que se refere aos seus números e resultados

financeiros.

10. Gestão e organização horizontal: o (quase) fim da estrutura

hierárquica, “a organização horizontal pode ser definida como aquela

em que se reduzem os níveis hierárquicos existentes na empresa, de

modo que todos os empregados ficam mais próximos da clientela (...)

elevando o nível de comprometimento e responsabilização das pessoas

da organização, tornando-as parte ativa de todo o processo” (ARAUJO,

2007, p. 393).

A organização, quando horizontalizada, possibilita redução da

hierarquia, maior rapidez nas comunicações, agilidade no processo de

tomada de decisões, maior motivação às pessoas da organização.

11. Reengenharia: começar (tudo) de novo, “a reengenharia talvez

seja a mais dramática, e por isso mesmo, a mais discutida de todas as

tecnologias postas à disposição dos gestores. (...) Concebida dentro de

um contexto de crise para as organizações, propunha a inovação e o

desapego às tradicionais formas de gestão que ainda hoje dominam os

meios empresariais” (ARAUJO, 2007, p. 405).

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Esta tecnologia esclarece o autor, já foi confundida, quando do início

da sua aplicação, com redução drástica do quadro pessoal.

Erroneamente concebida, a reengenharia consiste em inovar processos,

começar do zero. Rever tecnologias e processos, não pessoas.

12. Gestão e organização reversa: uma tecnologia ainda em

formação, “na gestão e organização reversa, a ação seria, inicialmente,

na origem do problema ou de determinado estudo, como em qualquer

outra abordagem, mas o foco seria não do início, mas no fim do

processo, por exemplo” (ARAUJO, 2007, p. 451).

O autor explica o conceito acima com um exemplo bastante rotineiro.

Um problema de atendimento ao cliente teria como base de análise a

última pessoa da organização que manteve o relacionamento

problemático com o cliente. Em seguida a penúltima pessoa da

organização e, nessa ordem, pessoa a pessoa, até a que deu o passo

número um no processo.

É possível que neste momento você esteja se perguntando, após

conhecer as doze Tecnologias de Gestão Organizacional apresentadas, o que

de fato, estas tecnologias têm a ver com a Gestão com Pessoas? A resposta

pode ser mais simples do que você imagina. Basta apenas recordar o que dizia

Araujo (2007) nos seguintes trechos:

1. “No Brasil, o período de surgimento de novas tecnologias vem

sendo reduzido com as novas tendênciais globais:

profissionalização mais rápida, competição acirrada, contínuas

mudanças de ações governamentais e cerco constante dos

investidores” (ARAUJO, 2007, p. 378). Assim como você observou nos

capítulos anteriores, a evolução histórica da administração de empresas

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e logo após, da área de Gestão com Pessoas, verificou-se que hoje a

área em tela desempenha novas atividades além de recrutar ou

selecionar.

Além destas, a Gestão de Pessoas dispõe das tecnologias

apresentadas uma vez que, em se tratando em gerenciamento com

pessoas, pode lançar mão de tecnologias como Benchmarking,

Coaching/Mentoring, Empowermente, entre as demais apresentadas. E

convém ressaltar, a Gestão de Pessoas não necessariamente deve

optar por uma ou outra. As tecnologias se interelacionam e se

complementam.

2. “Todas as tecnologias de gestão apresentadas demonstram

perspectivas distintas e válidas para alcançar a desejada

flexibilidade organizaconal que impedirá a estagnação ante as

mudanças universais, os anseios dos clientes e as flutuações de

mercado” (ARAUJO, 2007, p. 136).

Esta assertiva vem confirmar as observações e tecnologias

apresentadas por Araujo e permitir a você, aprofundar seus

conhecimentos acerca da evolução histórica da área em tela e suas

atividades desempenhadas na atualidade.

Desta forma, o estudo em tela, alcançou seu objetivo central ao passo

que apresentou a abordagem contemporânea da área de Gestão de Pessoas e

as modernas ferramentas de Gestão Organizacional das quais o gestor dispõe

atualmente a fim de alcançar excelência no desenvolvimento e no

aprimoramento das organizações, bem como das pessoas – que depositam

nestas, expectativas e competências – de maneira sistêmica e estratégica.

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CONCLUSÃO

Considerações Finais

O presente estudo contextualizou a área de Gestão de Pessoas ao

longo das últimas décadas até o cenário atual no qual desempenha ações

estratégicas e contemporâneas adequando-se às demandas das pessoas e

das organizações.

Foi possível observar que a área de Gestão de Pessoas passou por

muitas mudanças desde a Revolução Industrial. Muitos paradigmas foram

quebrados e novas concepções surgiram contribuindo para um melhor

entendimento acerca do comportamento humano.

Neste novo contexto é possível observar novas abordagens, entre elas

“Gestão com Pessoas” na qual a Administração de Recursos Humanos

percebe não estar mais atrelada às antigas e rotineiras atividades de

departamento pessoal, como contratação e demissão de pessoal.

De igual forma, o papel desempenhado pelo gestor de pessoas passou

por grandes adaptações. Hoje o gestor de pessoas desempenha papel de líder,

integrador e desenvolvedor de competências essenciais responsável pelo

suprimento de capital intelectual de toda a organização.

Atualmente, a Gestão de Pessoas desempenha função estratégica,

concomitante às demais funções organizacionais subsidiando-as com

profissionais em constante capacitação e desenvolvimento utilizando-se de

técnicas como BSC, Benchmarking, T&D, entre outras, conhecidas como as

modernas ferramentas de Gestão Organizacional.

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Logo, a Gestão de pessoas não está mais limitada às suas atividades

principais, mas dispõe hoje das modernas ferramentas de gestão

organizacional apresentadas e sugeridas neste estudo.

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BIBLIOGRAFIA

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CAMPOS, Vicente Falconi. TQC – Controle da Qualidade Total (no estilo japonês), 8ª edição. Nova Lima – MG: INDG Tecnologia e Serviços Ltda, 2004.

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DAVEL, E.; VERGARA, S.C. (Orgs.) Gestão com pessoas e subjetividade. São Paulo: Atlas, 2001.

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PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Decreto-Lei n.º 5.452, de 1º de maio de 1943. Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil/Decreto-Lei/Del5452.htm>. Acesso em: 17 nov. 2009.

TACHIZAWA, Takeshy; FERREIRA, Victor Cláudio Paradela; FORTUNA, Antônio Alfredo Mello. Gestão com pessoas: uma abordagem aplicada às estratégias de negócios. Rio de Janeiro: FGV, 2001.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO

AGRADECIMENTOS

DEDICATÓRIA

RESUMO

METODOLOGIA

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

CAPÍTULO I

AS PRIMEIRAS RELAÇÕES TRABALHISTAS

1.1 Necessidades organizacionais x necessidades pessoais.

CAPÍTULO II

GESTÃO COM PESSOAS

2.1 Gestão de pessoas: evolução histórica e principais atividades.

2.2 Gestão com Pessoas, abordagem contemporânea.

2.3 O gestor de pessoas e os desafios hodiernos.

CAPÍTULO III

AS MODERNAS FERRAMENTAS DE GESTÃO ORGANIZACIONAL

3.1 Tecnologias de Gestão Organizacional.

CONCLUSÃO

BIBLIOGRAFIA

ÍNDICE

ÍNDICE DE QUADROS E FIGURAS

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12

13

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ÍNDICE DE QUADROS E FIGURAS

Quadro 1

Quadro 2

Os 14 Princípios Gerais de Administração.

Os seis processos de Gestão de Pessoas.

Figura 1

Figura 2

Figura 3

Administração e organizações na Revolução Industrial.

Perfil de estilos de gestão.

Aspectos fundamentais na moderna Gestão de Pessoas.

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

Gestão com Pessoas:

Abordagem contemporânea e as

Modernas Ferramentas de Gestão Organizacional.

Otávio Rodrigues da Silva Nunes

Data da entrega: 31/01/2011

Avaliado por: Profª. Drª. Aleksandra Sliwoska Bartsch.

Conceito: ___