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Ed. 6 Ano: 2008 Revista Eletrônica Lato Sensu – UNICENTRO ISSN: 1980-6116  OS PRINCÍPIOS E A GESTÃO DO COOPERATIVISMO DE CRÉDITO: CASO SISTEMA CRESOL www.unicentro.br  Edma Luiz dos Santos Pós-Graduanda do Curso de Especialização (Pós-Graduação lato sensu) em Gestão Estratégica de Negócios. UNICENTRO, 2007. E-mail: [email protected]  Silvio Roberto Stefano Professor Orientador. Doutorando em Administração FEA/USP - Recursos Humanos. Mestre em Administração - Gestão de Negócios. Departamento de Administração. UNICENTRO RESUMO O cooperativismo chama a atenção pela sua forma de gestão participativa, na qual as decisões são focadas no bem-estar comum. Sendo assim, o objetivo principal deste artigo foi identificar as principais contribuições do cooperativismo no desenvolvimento local na região central do Estado do Paraná, mais especificamente no segmento de crédito. A metodologia foi desenvolvida em três etapas: a primeira apresenta a revisão de literatura, a segunda foi realizada por meio do levantamento de informações com os cooperados e gestores e a terceira etapa consistiu na análise dos dados, coletados por meio dos questionários aplicados a uma amostra de dez cooperados e dez dirigentes. A pesquisa foi realizada na segunda quinzena do mês de maio de 2008 nas unidades do Sistema Cresol nos municípios de Turvo e Pitanga, além de entrevistas com dirigentes da Central em Francisco Beltrão e Base Regional em Guarapuava. Os resultados apontaram que os princípios cooperativ istas são observados pelo Sistema Cresol em suas ações, fazendo com que este contribua para o desenvolvimento dos municípios em que atua, por meio de parcerias com governos locais, entidades e comércio, buscando facilitar não somente o acesso ao crédito, mas também projetos sociais como habitação rural, programas de investimento nas pequenas propriedades, gerando emprego, renda e desenvolvimento das comunidades envolvidas. As sugestões apresentadas consistem em maior formação e qualificação dos dirigentes e colaboradores, maior envolvimento do quadro social nas ações da cooperativa, padronização de processos entre as unidades, melhoria no sistema de garantias na tomada de crédito, acompanhamento técnico e maior investimento em desenvolvimento de agroindústrias voltadas a área rural. Palavras-chave:  Cooperativismo, desenvolvimento local, Sistema Cresol .  AB STRACT The cooperative attracts attention for his form of management participative, where the decisions are focused in the common well-being. Being so, the principal objective this work was identified the contributions of the cooperative in the local development in the central region of the state of the Parana, more specifically in the segment of credit. The methodology was developed in three stages: the first one presents the revision of literature, the second one was carried out through the information with the cooperated and gestures and the third stage consisted of the analysi s of the data, collected through the questionnaires devoted to a sample of ten cooperated ones and ten leaders. The search was carried out in the second fortnight of the may of 2008 in the unities of the System Cresol in municipal district of Turvo and Pitanga, with leaders of the Central office in Francisco Beltrão and Regional Base in Guarapuava. The results pointed that the cooperative beginnings are observed by the System Cresol in his action, doing so that the same thing contributes to the development of the municipal district in which act, through partnerships with local governments, entity and commerce, searching easy not only the access on the credit, but also to social projects as rural dwelling, programs of investment in the small properties, producing job, income and

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Ed. 6 Ano: 2008 Revista Eletrônica Lato Sensu  – UNICENTRO ISSN: 1980-6116 

OS PRINCÍPIOS E A GESTÃO DO COOPERATIVISMO DE CRÉDITO:CASO SISTEMA CRESOL

www.unicentro.br  

Edma Luiz dos Santos

Pós-Graduanda do Curso de Especialização (Pós-Graduação lato sensu) emGestão Estratégica de Negócios. UNICENTRO, 2007.E-mail: [email protected]  

Silvio Roberto Stefano

Professor Orientador. Doutorando em Administração FEA/USP - RecursosHumanos. Mestre em Administração - Gestão de Negócios. Departamento deAdministração. UNICENTRO

RESUMO O cooperativismo chama a atenção pela sua forma de gestão participativa, na qual as

decisões são focadas no bem-estar comum. Sendo assim, o objetivo principal deste artigofoi identificar as principais contribuições do cooperativismo no desenvolvimento local naregião central do Estado do Paraná, mais especificamente no segmento de crédito. Ametodologia foi desenvolvida em três etapas: a primeira apresenta a revisão de literatura, asegunda foi realizada por meio do levantamento de informações com os cooperados egestores e a terceira etapa consistiu na análise dos dados, coletados por meio dosquestionários aplicados a uma amostra de dez cooperados e dez dirigentes. A pesquisa foirealizada na segunda quinzena do mês de maio de 2008 nas unidades do Sistema Cresolnos municípios de Turvo e Pitanga, além de entrevistas com dirigentes da Central emFrancisco Beltrão e Base Regional em Guarapuava. Os resultados apontaram que osprincípios cooperativistas são observados pelo Sistema Cresol em suas ações, fazendo comque este contribua para o desenvolvimento dos municípios em que atua, por meio de

parcerias com governos locais, entidades e comércio, buscando facilitar não somente oacesso ao crédito, mas também projetos sociais como habitação rural, programas deinvestimento nas pequenas propriedades, gerando emprego, renda e desenvolvimento dascomunidades envolvidas. As sugestões apresentadas consistem em maior formação equalificação dos dirigentes e colaboradores, maior envolvimento do quadro social nas açõesda cooperativa, padronização de processos entre as unidades, melhoria no sistema degarantias na tomada de crédito, acompanhamento técnico e maior investimento emdesenvolvimento de agroindústrias voltadas a área rural.Palavras-chave: Cooperativismo, desenvolvimento local, Sistema Cresol.

 ABSTRACTThe cooperative attracts attention for his form of management participative, where thedecisions are focused in the common well-being. Being so, the principal objective this workwas identified the contributions of the cooperative in the local development in the centralregion of the state of the Parana, more specifically in the segment of credit. The methodologywas developed in three stages: the first one presents the revision of literature, the secondone was carried out through the information with the cooperated and gestures and the thirdstage consisted of the analysis of the data, collected through the questionnaires devoted to asample of ten cooperated ones and ten leaders. The search was carried out in the secondfortnight of the may of 2008 in the unities of the System Cresol in municipal district of Turvoand Pitanga, with leaders of the Central office in Francisco Beltrão and Regional Base inGuarapuava. The results pointed that the cooperative beginnings are observed by theSystem Cresol in his action, doing so that the same thing contributes to the development of

the municipal district in which act, through partnerships with local governments, entity andcommerce, searching easy not only the access on the credit, but also to social projects asrural dwelling, programs of investment in the small properties, producing job, income and

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development of the included com munities. The presented suggestions consist of biggerformation and qualification of the leaders and collaborators, bigger involvement of the socialgroup of the actions of the cooperative, standardization of processes between the unities,improvement of the system of guarantees of the capture of credit, technical attendance andbigger investment of development of agribusiness when the rural area was turned.Key words: Cooperative, local development, System Cresol.

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1 INTRODUÇÃO

Partindo do propósito da gestão participativa, o cooperativismo toma forma apartir da união de grupos que possuem objetivos comuns, espalhados em diversas áreas

que concentram esforços para atingir resultados positivos.Acerca da expansão do cooperativismo, Freitas e Leite (2006) afirmam que:

Nos últimos anos, observa-se uma intensificação do movimentocooperativista no Brasil, configurando-se como uma tendência irreversível.Este movimento ganha força devido às transformações ocorridas naestrutura do mercado e nas próprias relações de trabalho, decorrentesprincipalmente do processo de abertura econômica e de reestruturaçãoprodutiva verificado no Brasil a partir dos anos 90.

Pinheiro (2007) define o cooperativismo da seguinte forma:

Uma sociedade de pessoas com forma e natureza jurídica próprias,

constituídas para prestar serviços aos associados, cujo regime jurídico foiinstituído pela Lei nº 5.764, de 16 de dezembro de 1971. Divididas emvários segmentos, as cooperativas representam os objetivos deaproximadamente 7,6 milhões de associados, de acordo com levantamentoda OCB para o ano de 2007, caracterizando-se como um instrumento deinclusão social e desenvolvimento humano sem exploração para os seusassociados, promovendo acesso a crédito, programa de repassesgovernamentais como aqueles voltados à habitação rural, entre outros.

Araújo (2007) afirma que:

A cooperação enquanto concepção institucional tem uma dupla relação de

interesses sociais e econômicos, essa definição contribui para oentendimento da forma de gestão organizacional, entre vários ramoscooperativistas, bem como define normas e regras de conduta e valores,como os princípios cooperativistas. As teorias cooperativistas têm seusestudos a partir da lógica de organização da classe trabalhadora na buscade melhoria das condições sociais e econômicas, resultantes dasmudanças ocorridas na Revolução Industrial, decorrentes da evolução docapitalismo.

Neste contexto, o presente artigo tem como objetivo principal identificar asprincipais contribuições do cooperativismo no desenvolvimento local na região Central doEstado do Paraná, mais especificamente no segmento de crédito. Para isso, será analisadoo Sistema Cresol, por meio da realização de entrevistas com sócios fundadores e dirigentes

de algumas unidades do sistema, a fim de levantar os avanços e benefícios alcançados pormeio da parceria comunidade e cooperativa de crédito.

O problema de pesquisa envolve: quais as principais contribuições docooperativismo de crédito (CRESOL) no desenvolvimento local na região Central do Estadodo Paraná, segundo a percepção dos cooperados e da direção?

Para a realização deste estudo, tornou-se necessário o desenvolvimento deuma pesquisa de caráter bibliográfica, iniciando com a apresentação do surgimento docooperativismo, princípios cooperativistas, seus principais ramos de atividades,especificamente no segmento de crédito, fazendo uma ponte entre cooperativismo edesenvolvimento local, utilizando livros, sites, artigos, revistas, inerentes ao tema, além dapesquisa de campo com a utilização de questionários de entrevistas com associados edireção, a fim de atingir os objetivos propostos.

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2 REVISÃO DA LITERATURA 

2.1 Origem do Cooperativismo

A respeito do surgimento do cooperativismo, Correia e Moura (2001) afirmamque:

A doutrina do cooperativismo surgiu em fins do século XVIII e primeirametade do século XIX, na Europa, embora haja indícios de que, na pré-história ocorria a reunião de homens pra caçar, pescar ou realizar outrastarefas econômicas; de que na Europa, após o século V, algumasorganizações apresentavam características de cooperativismo; e de que naAmérica, a organização socioeconômica dos indígenas centrava seuinteresse no consumidor e no problema de consumo.

“O cooperativismo foi idealizado por vários precursores e aconteceu, de fato,em 1844, quando 28 tecelões do bairro de Rochdale, em Manchester, na Inglaterra, criaramuma associação que, mais tarde, seria chamada de Cooperativa.” (OCB, 2008).

Os ideais cooperativistas começam a ser praticados principalmente comRobert Owen (1771-1858) e Carlos Fourrier (1722-1837), sendo que esses criaram as basesdo pensamento cooperativo, por meio de suas experiências práticas, sendo que nenhumdos dois modelos teve continuidade na íntegra. Contemporâneos ao trabalho e aexperiências de Owen e Fourrier, ainda destacam-se outros precursores, bem comodivulgadores de suas obras, que merecem também o título de Precursores doCooperativismo, segundo Chaves (2002): Willian King (1786-1865) na Inglaterra, PhilippeJoseph Benjamin Buchez (1796-1865) na Bélgica, Sean Joseph Charles Louis Blanc (1822-1882) na França.

“A palavra cooperação vem do verbo latino cooperari, de cum e operari =

operar juntamente com alguém” (PINHO, 1966) citado por Correia e Moura (2001).“Quando organizada através de estatutos previamente estabelecidos, acooperação dá origem às cooperativas” (OCB, 2008).

De acordo com a Organização das Cooperativas do Estado de Minas Gerais -OCEMG (2005), citado por Alves (2006): “Cooperativa é uma associação autônoma depessoas que se unem, voluntariamente, para satisfazer aspirações e necessidadeseconômicas, sociais e culturais comuns, por meio de uma empresa de propriedade coletivae democraticamente gerida.”

Baseado no conceito da ajuda mútua e cooperação, o cooperativismo seapresenta como uma forma de integração social, conforme citação de Stefano; Zampier eGrzeszczeszyn (2006):

A doutrina do cooperativismo tem por objetivo a transformação do socialpelo econômico através de associações de fim predominantementeeconômico, que são as cooperativas. Do ponto de vista sociológico,cooperação é a forma de integração social e pode ser entendida comoação conjugada em que pessoas se unem, de modo formal ou informal,para alcançar o mesmo objetivo.

“Pode-se, então, definir cooperativa como sendo uma sociedade de pessoasorganizadas em bases democráticas que visam não somente a suprir os seus membros debens e serviços, como também a realizar determinados programas educativos e sociais”(OCB, 2008).

“Seus valores baseiam-se em ajuda mútua e responsabilidade, democracia,

igualdade, eqüidade e solidariedade. Na tradição dos seus fundadores, os membros das

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cooperativas acreditam nos valores éticos da honestidade, transparência, responsabilidadesocial e preocupação pelo seu semelhante” (PINHO, 1982), citado por Esativalete;Nakayama; Binotto e Gabrielli (2001). Assim, a cooperativa promove a defesa e a melhoriaeconômica dos cooperados, a partir de custos mais baixos dos bens e serviços prestados, ecoloca no mercado a preços justos, cumprindo o seu papel de organização econômica,estruturada em empresa cooperativa.

Pinheiro (2007) apresenta a seguinte definição a respeito do surgimento dasprimeiras cooperativas no Brasil:

Em obra publicada pela Organização das Cooperativas do Estado de MinasGerais (Ocemg) (1997), há referência à Sociedade Beneficente de Juiz deFora, fundada em 15 de março de 1885, portanto antes da citadacooperativa de Ouro Preto. Esta obra afirma que tal sociedade possuía, em1894, 1.003 sócios, que se denominavam “consórcios”. Segundo a Ocemg(1997), esta sociedade cuidava da educação, saúde e seguridade de seus‘consórcios’, regendo-se, indubitavelmente, pelos princípioscooperativistas. Não encontrou-se na literatura nenhuma referencia à

sociedade cooperativa no Brasil anterior a essa de Juiz de Fora.

“No Brasil, o cooperativismo surgiu no início do século XX, com açõesprincipalmente em São Paulo e no Rio Grande do Sul. Em 1902, na pequena localidade deLinha Imperial, Município de Nova Petrópolis, Rio Grande do Sul, surgiu a primeiracooperativa de crédito da América Latina, criada pelo padre suíço Theodor Amstadt”(SEBRAE, 2008).

O cooperativismo instala-se legalmente no Brasil por meio do Decreto 22.239,de 19 de dezembro de 1932, período em que ocorre forte expansão do sistema cooperativoaté a reforma bancária, e por meio da Lei 5.764 de 1971 que são estabelecidas ascondições de organização e funcionamento das Cooperativas.

Segundo Correia e Moura (2001) “é somente na Constituição de 1988 que é

incluído pela primeira vez, o cooperativismo, ficando a cargo dos usuários e associados àdecisão, execução e controle de suas entidades, independentemente de autorização, sendovedada a intervenção do Estado em seu funcionamento.“

De acordo com Chaves (2006), “as cooperativas como quaisquer outrosempreendimentos sofrem influências e determinações externas que exigem que elas seadaptem de várias maneiras à competição no mercado, aos consumidores, à legislação etributação em vigor.“ Assim, o cooperativismo vem buscando se moldar as expectativas domercado, expandindo de forma autônoma, a fim de suprir as necessidades dos própriosmembros e assim se livrarem da dependência dos especuladores.

2.2 Princípios Cooperativistas

Os princípios cooperativos são as linhas orientadoras por meio das quais ascooperativas levam os seus valores à prática. De acordo com a Organização  dasCooperativas Brasileiras - OCB (2008), os princípios cooperativistas são caracterizados por:

1 Adesão voluntária e livre -  As cooperativas são organizaçõesvoluntárias, abertas a todas as pessoas aptas a utilizar os seus serviçose assumir as responsabilidades como membros, sem discriminações desexo, sociais, raciais, políticas e religiosas.

2 Gestão democrática - As cooperativas são organizações democráticas,controladas pelos seus membros, que participam ativamente na

formulação das suas políticas e na tomada de decisões. Os homens e

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as mulheres, eleitos como representantes dos demais membros, sãoresponsáveis perante estes. Nas cooperativas de primeiro grau osmembros têm igual direito de voto (um membro, um voto); ascooperativas de grau superior são também organizadas de maneirademocrática.

3  Participação econômica dos membros -  Os membros contribuemeqüitativamente para o capital das suas cooperativas e controlam-nodemocraticamente. Parte desse capital é, normalmente, propriedadecomum da cooperativa. Os membros recebem, habitualmente, sehouver, uma remuneração limitada ao capital integralizado, comocondição de sua adesão. Os membros destinam os excedentes a umaou mais das seguintes finalidades:

§  Desenvolvimento das suas cooperativas, eventualmente atravésda criação de reservas, parte das quais, pelo menos será,indivisível.

§

  Benefícios aos membros na proporção das suas transações com acooperativa.§  Apoio a outras atividades aprovadas pelos membros.

4 Autonomia e independência -  As cooperativas são organizaçõesautônomas, de ajuda mútua, controladas pelos seus membros. Sefirmarem acordos com outras organizações, incluindo instituiçõespúblicas, ou recorrerem a capital externo, devem fazê-lo em condiçõesque assegurem o controle democrático pelos seus membros emantenham a autonomia da cooperativa.

5 Educação, formação e informação -  As cooperativas promovem aeducação e a formação dos seus membros, dos representantes eleitos

e dos trabalhadores, de forma que estes possam contribuir,eficazmente, para o desenvolvimento das suas cooperativas. Informamo público em geral, particularmente os jovens e os líderes de opinião,sobre a natureza e as vantagens da cooperação.

6 Intercooperação -  As cooperativas servem de forma mais eficaz osseus membros e dão mais força ao movimento cooperativo, trabalhandoem conjunto, através das estruturas locais, regionais, nacionais einternacionais.

7 - Interesse pela comunidade -  As cooperativas trabalham para odesenvolvimento sustentado das suas comunidades através de políticasaprovadas pelos membros.

Destacam-se como sendo os valores cooperativistas: honestidade,transparência, cooperação, democracia, autonomia, eqüidade, equilíbrio e auto-gestão. Taisprincípios e valores devem nortear a gestão das cooperativas quanto ao seu conceito deresponsabilidade social, preocupação com cidadania, com o meio ambiente, com o bemestar social, com a educação, com a saúde, com a qualidade de vida dos associados,funcionários, comunidade, clientes, fornecedores e consumidores.

2.3 Os Ramos do Cooperativismo

O modelo cooperativo tem sido usado para viabilizar negócios em vários

campos de atuação. Para efeito de organização do Sistema Cooperativo elas estão

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produção propriedade coletiva. São as chamadas indústriascooperativas, de grande, médio ou pequeno porte.

 j) Cooperativas de Saúde: compostos por cooperativas que se dedicam àpreservação e recuperação da saúde humana. As cooperativasabrangem médicos, psicólogos, odontólogos e pessoal afim, desse bemcomo os usuários desses serviços. Esse ramo surgiu no Brasil, nacidade de Santos (SP), no dia 18 de dezembro de 1967 e se estendeu aoutros países.

k) m) Cooperativas de Trabalho: composto por cooperativas detrabalhadores de qualquer categoria profissional, para prestar serviços,organizados num empreendimento próprio. A OCB classifica ascooperativas de trabalho em três grupos: Artesanal, Cultural e Diversos.

l) n) Cooperativas de Transporte: neste segmento estão as cooperativasque atuam no transporte de cargas e de passageiros. Foi criado pelaAssembléia Geral da OCB no dia 30 de abril de 2002. É um ramorecente e muito dinâmico, com boas perspectivas de crescimento.

m) o) Cooperativas de Turismo e Lazer: composto por cooperativas queprestam serviços turísticos, artísticos, de entretenimento, de esportes ede hotelaria, ou atendem direta e prioritariamente o seu quadro socialnessas áreas. Foi criado pela Assembléia Geral Ordinária da OCB nodia 28 de abril de 2000. Seu objetivo é criar fluxo e refluxo permanentede turistas dentro do Sistema Cooperativo.

Os números do cooperativismo no Brasil no ano de 2007 de acordo com aOCB (2008), por ramo de atividade seguem apresentados na tabela 01.

TABELA 01: Números do Cooperativismo por Ramo de Atividade (31/12/2007)

Ramo de atividade Cooperativas Associados EmpregadosAgropecuário 1544 879.649 139.608Consumo 141 2.468.293 8.984Crédito 1148 2.851.426 37.266Educacional 337 62.152 2.913Especial 12 385 13Habitacionais 381 98.599 1.258Infra-estrutura 147 627.523 5.867Mineral 40 17.402 77Produção 208 11.553 1.427Saúde 919 245.820 41.464Trabalho 1.826 335.286 6.682Transporte 945 88.386 5.363Turismo e Lazer 24 1.094 39TOTAIS 7.672 7.687.568  250.961 

Fonte: http://www.brasilcooperativo.coop.br/Portals, acesso em 02/04/2008

A tabela 01 apresenta os vários segmentos de cooperativas no Brasil poratividade, número de associados e empregados. Juntas, os segmentos de cooperativasforam responsáveis por mais de 250 mil empregos formais no país no ano de 2007,representando um aumento em relação ao ano anterior de aproximadamente 15%, além dese apresentar como fonte de desenvolvimento e representatividade para cerca de 7,6milhões de associados. Apesar de as cooperativas de trabalho se apresentarem em maior

número, pode-se notar a importância do cooperativismo agropecuário no contexto nacional,

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ficando em segundo lugar em quantidade de cooperativas e em primeiro, quando se refereao número de empregados.

Em relação ao ano anterior, houve um aumento de 0,91% no número decooperativas instaladas e em funcionamento no país. Os destaques são as cooperativas decrédito, de consumo e agropecuário, que concentram o maior número de associados, sendoque as cooperativas agropecuárias são as que mais empregam por se tratar do ramo quecuida de toda a cadeia produtiva, desde o preparo da terra até a industrialização ecomercialização dos produtos.

De acordo com a OCB (2008) o número de cooperativas no Brasil evoluiucerca de 207% de 2004 a 2007, conforme apresentado no Gráfico 01:

GRÁFICO 01 - Evolução das cooperativas 1990-2007 Fonte: http://www.brasilcooperativo.coop.br/Portals, acesso em 02/04/2008.

O Gráfico 01 apresenta uma significativa evolução do número de cooperativasno Brasil nos últimos dezessete anos, por ramos de atividade. Nos últimos cinco anos, estecrescimento esteve na ordem de 1,62%, reforçando em números a importância docooperativismo. De 2002 e 2007, este crescimento se manteve linear, sendo que apenas em2004 houve uma pequena queda no número de cooperativas no país. Destaca-se aevolução das cooperativas de trabalho, considerando as observações 1 e 2 destacadas nográfico.

2.4 Cooperativismo de Crédito: Origem e evolução

Pinheiro (2007) define as cooperativas de crédito da seguinte forma:

Cooperativas de crédito são instituições constituídas sob a forma desociedade cooperativa, tendo por objetivo a prestação de serviçosfinanceiros aos associados, como concessão de crédito, captação dedepósitos a vista e a prazo, cheques, prestação de serviços de cobrança, decustódia, de recebimentos e pagamentos por conta de terceiros sobconvênio com instituições financeiras públicas e privadas e de correspondeno país, além de outras prestações específicas e atribuições estabelecidas

na legislação em vigor.

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As primeiras cooperativas de crédito foram organizadas na Europa nasegunda metade do século XIX, principalmente na Alemanha e na Itália, conforme Schröder(2005):

No Brasil, o cooperativismo de crédito surgiu no princípio do século XX,trazido por imigrantes alemães e italianos que, na tentativa de resolver seusproblemas de crédito, produção e consumo, implantaram o sistema decrédito cooperativo nos moldes daquelas organizações comunitárias queexistiam em suas cidades e vilas de origem. A primeira cooperativa fundadafoi do tipo Raiffeisen na serra gaúcha. A partir dessa iniciativa, outrasorganizações do mesmo tipo foram criadas no Estado do Rio Grande do Sule, mais tarde, com a colonização do Oeste catarinense, o cooperativismo decrédito ultrapassou as fronteiras gaúchas e foi para o estado de SantaCatarina.

De acordo com o SEBRAE (2008), os principais objetivos das cooperativas decrédito são:

§  Estabelecer instrumentos que possibilitem o acesso ao crédito e aoutros produtos financeiros pelos associados.

§  Despertar nos associados o sentido de poupança.§  Conceder empréstimos a juros abaixo do mercado.§  Promover maior integração entre os empregados de uma mesma

empresa, entre profissionais de uma mesma categoria e entre micro epequenos empresários, desenvolvendo espírito de grupo, solidariedadee ajuda mútua.

A principal vantagem das cooperativas de crédito está no fato de elas teremmais autonomia na gestão administrativa. Apesar de serem fiscalizadas pelo Banco Central,

pode captar recursos de seus associados por meio dos depósitos à vista e a prazo, fornecerdiferentes modalidades de crédito e podem atuar como repassadores de recursos oficiais decrédito, especialmente as cooperativas de crédito rural.

De acordo com a OCB (2008), a evolução do número de cooperativas decrédito se deu conforme apresentado no gráfico 02:

GRÁFICO 2 - Números do Cooperativismo de Crédito no Brasil Fonte: http://www.brasilcooperativo.coop.br/Portals, acesso em 02/04/2008

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A importância do cooperativismo de crédito no Sistema Financeiro Nacionaltem crescido em período recente. Em 2001, existiam cerca de 1.379 cooperativas de créditoe, em 2007, foram registradas 2.497 cooperativas, representando um crescimento noperíodo, em termos absolutos, de aproximadamente 81%.

Com a recente ampliação no número de cooperativas, o total de cooperadostambém sofreu alterações. Segundo a OCB (2008), em 2006 o número de cooperados naárea de crédito era de 2.462.875, em 2007 era de 2.851.426 pessoas, o que representavaum aumento em torno de 16%. A evolução do cooperativismo de crédito também épercebida em relação ao número de empregos gerados, apresentando uma variação deaproximadamente 23% em relação ao ano anterior.

Segundo Pinheiro (2007), ao contrário do que ocorre em alguns outrospaíses, não há no Brasil uma entidade de cúpula única para o cooperativismo de crédito.Nosso cooperativismo de crédito é organizado em três grandes sistemas principais: Sicredi,Sicoob e Unicred. As duas centrais Cresol, a Ecosol, a Central Crehnor, mais algunspequenos sistemas não-organizados em centrais (Creditag, Ascoob e Integrar) constituíramem 2004, uma associação de cooperativas de crédito para os representar, a Associação

Nacional do Cooperativismo de Crédito da Economia Familiar e Solidária (Ancosol), que, noentanto, não chega a se constituir em um sistema nos moldes dos citados anteriormente.

2.5 Cooperativismo e Desenvolvimento Local

A análise do desenvolvimento local não deve se concentrar apenas nocrescimento econômico, conforme comenta Carvalho (2005):

Por muito tempo, a análise do desenvolvimento centrou-se apenas emfatores econômicos, desconsiderando a amplitude de uma realidade tãocomplexa. Quando, por exemplo, ao falar de desenvolvimento remetia-se

apenas ao crescimento econômico, aumento de produtividade, aumento daprodução, ou seja, uma análise restrita a fatores econômicos. O PIB é umindicador importante de crescimento econômico, mas não o único dedesenvolvimento, portanto é necessário incorporar informações, outrosíndices, componentes, incluir também aspectos como educação, saúde,liberdade política e econômica, aspectos ambientais, de combate à pobreza,construção da cidadania, dentre outros que permitam dar uma gama maiorde dados e levem a obter informações mais concretas e embasadas, umarealidade que é muito mais complexa que simples aspecto econômico– financeiro.

O conceito de local não está isento de imprecisões, segundo Coelho e Fontes(1998) citados por Doniak (2002):

Freqüentemente identificamos a região, o município e o distrito como local.Esta ambigüidade exige que qualifiquemos melhor o que se entende porlocal. O conceito de local é relativo tanto ao contexto global quanto aoregional. No contexto global, por sua inscrição no processo atual dedesenvolvimento, onde se constituem redes econômicas estruturadas comoligação de pontos no espaço, desprovidos de identidade e contigüidadeterritorial.

BROSTOLIN (2002, p.24) citado por Grzeszczeszyn (2007), afirma que:

O desenvolvimento local se concretiza quando há um “processo de

aproveitamento de recursos e riquezas de um determinado local ou região,

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os quais podem ser valorizados e transformados através do efetivoenvolvimento da comunidade, resultando na melhoria da qualidade de vidada população através da geração de empregos, renda e acesso à saúde eeducação.”

De acordo com Cote (2000), citado por Grzeszczeszyn (2007), odesenvolvimento local possui características como “a valorização dos recursos que se temno local onde a comunidade vive, o compartilhamento de conhecimentos e experiênciasentre a população, a organização e a solidariedade, a participação e, sobretudo, odinamismo local ou a mobilização de energias.”

“A importância do desenvolvimento local baseia-se no despertar e noincentivo ao empreendedorismo, buscando parcerias com o poder público, lideranças,sociedade organizada, criando um ambiente favorável ao surgimento de novosempreendimentos que gerem ocupações produtivas de forma sustentável” (SEBRAE, 2008).

Borsato e Borges (2008) apresentam o conceito de sustentabilidade daseguinte forma:

O conceito de sustentabilidade pressupõe um sistema que adquirecaracterísticas autocriativas e que se mantém ao longo do tempo. Engloba atríplice visão do economicamente viável, socialmente justo eambientalmente correto. Nesse aspecto, estão envolvidos os elementosculturais, políticos e institucionais, interagindo entre si. Nessa interação, oselementos acabam sendo fatores geradores de tensões e conflitos a seremenfrentados e conciliados junto às comunidades e agentes locais.

Assim, as contribuições das cooperativas e associações têm um papel centralno desenvolvimento local, por meio de oferta de crédito para as populações mais carentes,estratégias de apoio ao desenvolvimento das comunidades, tendo como eixos a construçãode capital social, incentivo adequado aos micro e pequenos empreendimentos e o

fortalecimento da liderança local, por meio da cooperação, da construção de parcerias,considerando a realidade econômica e social do público alvo, que conduza ao objetivocoletivo de desenvolvimento com mais igualdade.

3 METODOLOGIA

A presente pesquisa foi desenvolvida em três etapas: a primeira apresenta arevisão de literatura, a segunda foi realizada por meio do levantamento de informações comos cooperados e gestores e a terceira etapa consistiu na análise dos dados, coletados pormeio dos questionários aplicados a uma amostra de dez cooperados e dez dirigentes.

Os respondentes desta pesquisa são 20 (vinte), incluindo diretores dascooperativas filiadas à Cresol Baser da região Central do Paraná, representados por dezrespondentes e associados do Sistema, mais dez pesquisados. Pretendeu-se com estaamostra identificar a visão do quadro social sobre os objetivos da cooperativa, entre o quese pretende atingir e o que realmente é percebido pelos associados quanto à questão dodesenvolvimento local, dos princípios cooperativistas e da gestão da cooperativa. Oinstrumento utilizado para o levantamento de informações foi o questionário de auto-relato,conforme SILVA (2001), não contendo nenhuma identificação dos respondentes (Apêndice 1e 2).

Os tipos de dados utilizados foram extraídos de fontes primárias esecundárias. De acordo com Marconi e Lakatos (1996):

A principal característica da pesquisa documental é que a fonte de coleta de

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dados está restrita a documentos, escritos ou não, constituindo o que sedenomina de fontes primárias, e as fontes secundárias abrangem todabibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo, desdepublicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas,monografias, teses, material cartográfico, etc., até meios de comunicação

orais: rádio gravações em fitas magnética e audiovisuais: filmes e televisão.

Desta forma, este estudo é caracterizado como uma pesquisa exploratória,com levantamento de dados primários (pesquisa de campo) e secundários, obtidos por meiode sites como Banco Central do Brasil, OCB - Organização das Cooperativas Brasileiras,Sebrae, além de produção bibliográfica e acadêmica relacionada ao tema de pesquisa nosúltimos anos, a fim de fundamentar o estudo realizado.

A pesquisa foi realizada na segunda quinzena de maio de 2008 nas unidadesda Cresol dos municípios de Turvo e Pitanga, além de contar com dirigentes da Central deFrancisco Beltrão e com a Base Regional de Guarapuava. Os questionários foram enviadospor e-mail para as unidades, além do preenchimento na unidade do Turvo. Eram doisinstrumentos de pesquisa, sendo um para os dirigentes (Apêndice 1) e outro para os

associados (Apêndice 2).

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 Análise do Sistema Cresol

O Sistema Cresol de Cooperativas de Crédito Rural com Interação Solidária éresultado da luta de famílias agricultoras por acesso ao crédito e pela participação, comosujeitos, num projeto de desenvolvimento local sustentável.

De acordo com a CRESOL BASER (2008), o processo de consolidação deste

sistema se deu da seguinte forma:No final da década de 1980, as dificuldades de acesso ao crédito rural, anecessidade de financiar experiências alternativas da agricultura e a lutados assentados da reforma agrária nas regiões Sudoeste e Centro-Oestedo Paraná, levaram algumas organizações a estruturar um fundo definanciamento para a agricultura familiar – o Fundo de Crédito Rotativo-FCR. No final de 1994 e início de 1995, a partir da união de entidadescomo Fundação Rureco, Assesoar (Associação de Estudos, Orientação eAssistência Rural), e intercâmbios com visitas às cooperativas de créditode Quilombo, Caçador e Itapiranga, no Oeste catarinense, apoiadas pelaApaco (Associação dos Pequenos Agricultores do Oeste Catarinense),consolidou-se o projeto de um sistema de cooperativas de crédito

independentes e autônomas, gestionadas pelos próprios agricultores, comcrescimento horizontal e inclusão social. Assim, em 1995 foram criadas asprimeiras cooperativas do Sistema Cresol e em seguida uma base deserviços (Baser) encarregada de dar suporte a essas cooperativas nasáreas de formação, normatização, contabilidade, informática, organizandoainda a interlocução com outras organizações, bancos, governos eentidades de apoio. Com o gradativo aumento do número de cooperativasnos anos seguintes, novas bases regionais foram criadas. Em 1998 sãoconstituídas as primeiras cooperativas do Sistema Cresol nos estados deSanta Catarina e Rio Grande do Sul. A expansão para outros territórios foiresultado da atuação de organizações da agricultura familiar dessesestados, que se identificaram com a proposta do Sistema Cresol. Em 2000,a Cresol Baser, por orientação do Banco Central, foi transformada em

cooperativa central, com sede em Francisco Beltrão/PR. Em 2004,

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conforme o princípio da descentralização e crescimento horizontal foicriada a segunda cooperativa central de crédito. A Cresol Central, comsede em Chapecó/SC, tem filiadas as cooperativas do Rio Grande do Sul eSanta Catarina, enquanto a Central Cresol Baser tem como filiadas ascooperativas singulares do Paraná e também de Santa Catarina.

Caracterizado como uma rede de cooperativas de crédito rural com interaçãosolidária que busca promover a inclusão social de agricultoras e agricultores familiares, aofacilitar o acesso a produtos e serviços financeiros, o Sistema Cresol foi criado com amissão de “atuar no fortalecimento e estímulo da interação solidária entre estes agricultorese suas organizações, por meio do crédito e da apropriação de conhecimento, visando aodesenvolvimento local com sustentabilidade” (CRESOL BASER, 2008).

Búrigo (2006), afirma que:

Uma cooperativa solidária é aquela que não se preocupa apenas em obterbenefícios para o seu quadro social, mas procura estender a sua ação aomáximo de pessoas que integram aquele segmento, como também busca

fortalecer seus aderentes em outras dimensões (social, cultural, política,etc). A cooperativa solidária depende, portanto, de uma forte incrustaçãona realidade local para alcançar e manter sua legitimidade e darcumprimento a sua missão estratégica.

A fim de cumprir exigências da legislação que regulamenta o cooperativismode crédito no Brasil e permitir o controle social, o Sistema Cresol está estruturado daseguinte forma:

Cooperativas Singulares: São cooperativas de primeiro grau que atuamdiretamente com o público alvo, os agricultores e agricultoras familiares. Têm como objetivofacilitar o acesso ao crédito rural e a serviços financeiros, buscando a viabilização daagricultura familiar e contribuindo para um projeto de desenvolvimento local sustentável.

Estimulam a formação, a capacitação e a organização dos associados a fim de ampliar ocontrole social, orientando relações de parceria em nível local. Os recursos captados pelassingulares são aplicados localmente, contribuindo com a economia dos municípios e para odesenvolvimento local.

Bases Regionais de Serviços: São cooperativas de serviço, de caráteroperacional, agregando cooperativas singulares por proximidade. Tem a responsabilidadede organizar e oferecer serviços de formação, contabilidade, informática e demais atividadesrelacionadas ao cooperativismo de crédito rural.

Cooperativas Centrais: Têm a função de representar legal e politicamente oSistema Cresol junto ao Banco Central e à sociedade civil. Estabelece e fomenta asrelações de parceria, tanto com organizações da agricultura familiar, como com instituiçõespúblicas e privadas, de forma a assegurar a sustentabilidade institucional do Sistema.

Compõem o Sistema Cresol duas cooperativas centrais: Central Cresol Baser, em FranciscoBeltrão/PR e Cresol Central, com sede em Chapecó/SC.

A evolução do Sistema Cresol, apresenta-se na Tabela 02.

TABELA 02 - Evolução do Sistema Cresol (1997 – 2007)Indicadores 1997 1999 2001 2003 2005 2007Cooperativas 7 28 46 75 59 103Associados 2.674 11.316 20.540 42.375 34.340 50.885Prest. Serv. (em milhões) 2,6 13,4 21,6 71,0 63,2 113,4Repasse Investimento 650.000 996.464 9,8 27,5 24,8 49,6PL (em milhões) 308.000 1,8 6,1 21,5 32,3 63,7

Dep. Vista/prazo 1,2 2,9 15,6 41,0 33,8 92,5

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Carteira Recurso Próprio 958.280, 3,2 8,6 38,8 33,8 81,3Sistema Financeiro (BB) 532.280, 4,8 14,7 41,0 39,8 68,9Resultado Financeiro -38.950 37.830 282.298 543.000 1,2 3,3

Fonte:  Adaptado de http://www.cresol.com.br/site/arquivos/quadro_comparativo.pdf , acesso em13/05/2008.

De 1997 a 2007, houve uma significativa evolução no número de cooperativasdo Sistema Cresol, sendo que a partir de 2006 começam a surgir os primeiros PACs (Postode Atendimento Cresol). O quadro social também acompanhou esta evolução, atraídospelos benefícios que o sistema oferece. Em dezembro de 2007, o Sistema Cresol encerrousuas atividades com 50.885 associados, tendo 73 cooperativas, 40 PACs e 6 bases deserviços regionais. No final de 2007 o Sistema Cresol estava presente em 178 municípios doSul do Brasil, a maioria com características rurais.

Nos primeiros anos de consolidação, o Sistema Cresol apresentava baixarentabilidade financeira, sendo que as cooperativas estavam em fase de estruturação. Aolongo de dez anos, a evolução do sistema pode ser percebida nos resultados apresentadose no crescimento de suas singulares, avançando para outros municípios. Pode-se perceberque, apesar do tamanho reduzido e da baixa remuneração obtida dos agentes de créditoparceiros como Banco do Brasil e BNDES, nos serviços de repasse do Pronaf, (em torno de1,2% referente a spread operacional), as cooperativas do Sistema Cresol tornaram-seorganizações estruturadas e apresentam equilíbrio financeiro, mesmo atendendo aoagricultor de baixa renda.

No final de 2007, o Sistema Cresol encerrou suas atividades, oferecendo osseguintes produtos e serviços financeiros aos seus associados: cheque especial; aplicações(depósitos a prazo); conta corrente (depósitos à vista); crédito para habitação; crédito ruraloficial para investimento e custeio; custeio pecuário e agrícola e crédito para investimentorural com recursos próprios; DOC/ TED; empréstimo pessoal (CAC); microcrédito;correspondente bancário do Banco do Brasil para recebimento de contas de água, luz,

telefone e pagamento de títulos; talão de cheques, cartão de crédito Cresol, seguro.Lannoy (2006, pg. 03) afirma que:

O Sistema Cresol deu origem à construção de um outro cooperativismo,diferente do chamado cooperativismo empresarial. Em vez de estruturascentralizadas, com forma de pirâmide e grandes unidades, o Sistema Cresoloptou por estruturas descentralizadas, com forma de rede e unidadespequenas mas articuladas entre si e com a comunidade local. Como rege aprópria lei ainda em vigor e que deveria fazer-se valer: “área de admissãode associados limitada às possibilidades de reunião, controle, operações eprestação de serviços”. O respaldo institucional do Sistema Cresol, garantiade sustentabilidade, são as demais cooperativas municipais de agricultoresfamiliares, sindicatos de trabalhadores rurais, entidades e movimentos

populares.

4.2 Análise da Pesquisa

A base do cooperativismo é caracterizada por seus princípios, no entanto asua organização depende muito da forma como os seus integrantes interpretam taisprincípios. Cada cooperativa se organiza de acordo com suas necessidades, mesmoquando pertencem a um mesmo sistema, buscam a adaptação de acordo com a região eperfil dos seus membros. Assim, as ações voltadas à educação e ao desenvolvimentocontínuo dos associados e colaboradores diretos, se colocam como uma questão chavepara o sucesso deste tipo de organização.

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Na realização da pesquisa com os dirigentes da Cresol, buscaram-se verificarquestões como conhecimento dos princípios cooperativistas, objetivos, missão e valores dacooperativa, perguntas direcionadas ao dia-a-dia da cooperativa como serviços e produtos,vantagens e desvantagens desta, parcerias, desenvolvimento local e verificação do realconhecimento acerca de cada princípio, e, por fim, sugestões para melhoria dos processosna cooperativa.

Quanto aos princípios cooperativistas, todos os entrevistados conhecem nomínimo dois princípios, sendo que o princípio da adesão livre e voluntária e da gestãodemocrática aparece em metade dos casos entrevistados. No entanto, notou-se que osprincípios gerais do cooperativismo são confundidos com os objetivos, missão e valores daprópria cooperativa em que estão vinculados, e com os princípios adotados por ela, sendoque o Sistema tem por princípios a interação solidária dos agricultores, a democratização eprofissionalização do crédito, a direção e gestão dos próprios agricultores, a transparência, adescentralização das decisões e o crescimento horizontal da rede de cooperativas.Princípios que buscam a ampliação do acesso a serviços financeiros, a transparência ehonestidade na gestão, além de contribuir para o desenvolvimento socialmente justo e não-

degradante. Quando questionados acerca da missão, objetivos e valores da cooperativa,todos os entrevistados acreditam que o fortalecimento da agricultura familiar é a razão deser do Sistema Cresol, sendo que apenas dois entrevistados conhecem a missão doSistema na íntegra.

Quanto à observação do princípio do interesse pela comunidade, oitoentrevistados acreditam que suas singulares atuam de forma participativa nas comunidades,buscando realizar seminários, promovendo a valorização do quadro social para motivá-los abuscar conquistas para suas associações e membros. Dois pesquisados acreditam que ofoco da cooperativa é meramente financeiro, priorizando aumentar a demanda de quadrosocial e liberação de recursos.

Quanto às contribuições do Sistema para o Desenvolvimento local, nove

pesquisados acreditam que a principal contribuição é que os recursos captadas por meio daCresol circulam no próprio município, gerando renda, empregos e desenvolvimento docomércio local. Um respondente acredita que o investimento em habitação rural em longoprazo por meio de parcerias com governos apresenta-se como a maior contribuição doSistema para a área rural e municípios contemplados.

Em relação às vantagens e desvantagens do acesso ao crédito por meio dascooperativas do Sistema Cresol, aparecem como principais vantagens: juros mais baratos,desburocratização dos processos, o agricultor trata com outro agricultor (diretor), queconhece a realidade do setor. Como desvantagens, destacam-se a necessidade deintegralização de capital social no momento da tomada de crédito (sendo esta umaexigência do Banco Central do Brasil) e a dependência de repasse de recursos de outrasinstituições.

Sete pesquisados destacam a habitação rural como o principal projeto dedesenvolvimento local do Sistema em parceria com governo estadual e federal, sendo queum deles destacou o curso de “Gestão com Ênfase em cooperativismo de Crédito” como umincentivo ao desenvolvimento local por meio da educação e formação de seu quadro social.Dois entrevistados responderam que o principal projeto são os financiamentos rurais pormeio do PRONAF (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar).

Os resultados demonstram que as parcerias do Sistema Cresol sãorealizadas com Associações e Sindicatos, que se constituem como a base de formaçãodeste sistema por meio de um esforço conjunto para sua consolidação e tambéminstituições financeiras com quem o Sistema mantém convênios para repasse de crédito,como BNDES, BRDE, Banco Safra, Banco do Brasil e outros.

Quando questionados a respeito da observação de regimentos e estatutos

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nas decisões do conselho, todos os entrevistados afirmam que estes são observados emfunção de exigência legal do Banco Central. Observam-se que tais normativos internos dascooperativas são aprovados mediante Assembléias e contêm aprovação e deliberação doquadro social.

Quanto à participação ativa do quadro social na administração dacooperativa, sete entrevistados responderam que isso não acontece em função dadificuldade que eles possuem em entender certos procedimentos das cooperativas, mesmoquando participam dos conselhos de tais cooperativas. Três pesquisados responderam quea participação ocorre através de Assembléias e seminários, ou seja, quando o quadro socialtem poder de voto.

Todos os pesquisados afirmaram que as cooperativas do Sistema Cresoldivulgam suas atividades, produtos e serviços amplamente por meio de folder, vinculação depropagandas em rádios locais, panfletos, jornais e informativos mensais.

Por se tratar de pessoas envolvidas na gestão das cooperativas, a maioriados entrevistados participa ativamente na formulação de suas políticas e decisões voltadasao bem comum.

Em relação ao capital social, todos os entrevistados são sócios dascooperativas ligadas ao Sistema Cresol, sendo assim contribuem igualmente por meio daintegralização de capital no momento da associação e tomada de crédito, tendo ainda opapel de fiscalizar tal situação quando ocorre o desenquadramento de qualquer associado.

Todos os pesquisados afirmam que o Sistema Cresol promove educação eformação de seus membros por meio de cursos voltados ao quadro social, formação deconselheiros fiscais e agentes de crédito. Observa-se que o Sistema possui parcerias comuma Universidade Federal e Universidade Estadual do Oeste do Paraná para realização detais cursos.

Na entrevista com os cooperados buscou-se verificar o conhecimento destesacerca dos produtos e serviços oferecidos pelas cooperativas do Sistema Cresol, vantagense desvantagens destas, evolução na propriedade e na condição de vida do cooperado, após

ingressar no Sistema, desenvolvimento local do município e verificação dos princípioscooperativistas nas ações da cooperativa do ponto de vista do quadro social e, por fim,sugestões para melhoria dos processos das unidades pesquisadas. A média de tempo deassociação dos entrevistados varia de três a dez anos, sendo que alguns deles sãoconsiderados sócios fundadores.

Quando questionados sobre por que escolheram fazer parte do SistemaCresol, dois entrevistados responderam que buscavam melhorias nas condições de vida einvestimento na propriedade, cinco entrevistados foram atraídos pela facilidade de crédito e juros mais baixos e três entrevistados responderam que acreditaram na iniciativa de umacooperativa voltada a pequenos agricultores, que os representasse perante as grandesinstituições.

Os resultados mostram que metade dos entrevistados possui conta em outras

instituições financeiras, destacando-se Bradesco (banco de maior tradição na cidade deTurvo-Pr, local de realização da pesquisa) e Banco do Brasil (em função do repasse decrédito com recursos do PRONAF). Os demais pesquisados responderam que mantémconta corrente e movimentação financeira apenas na Cresol.

Em relação aos principais produtos e serviços oferecidos pela Cresol, todosos entrevistados destacam as linhas de crédito com juros acessíveis como sendo o maisimportante. Sete entrevistados citam também a conta corrente, cartão de crédito e talão decheques.

Quando questionados sobre as principais contribuições do Sistema Cresol nodesenvolvimento do município, todos os entrevistados responderam que as parcerias daCresol com o comércio local faz os recursos ficarem no próprio município, gerandodesenvolvimento.

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De acordo com todos os entrevistados, houve melhoria nas condições devida após o ingresso na Cresol, sendo citados por eles os juros acessíveis, facilitando oinvestimento e diversificação da área rural, permitindo que pessoas que trabalhavam foravoltassem para a propriedade. Os entrevistados afirmam que também houve evolução napropriedade, citando os programas de construção e reforma de moradia, investimentos emgado leiteiro, entre outros como os principais benefícios para a mesma.

Quanto ao acesso a crédito, as principais vantagens abordadas pelosentrevistados são: baixa burocracia, empréstimos de longo prazo com juros mais baixos quebancos comerciais, menos tarifas. Entre as desvantagens aparecem: necessidade detrabalhar na cooperativa com grupos de agricultores, que servem de avalistas na tomada decrédito, sendo que um membro do grupo com crédito em atraso prejudica todos os outros,sendo necessário mobilizar todo o grupo para qualquer decisão. 

Quanto ao cumprimento dos estatutos e regimentos internos da cooperativa,sete entrevistados disseram não ter conhecimento da sua observação nas ações dosdirigentes. Três entrevistados afirmaram que a cooperativa os observa na admissão denovos sócios e demissão.

Quando questionados acerca da participação do quadro social naadministração da cooperativa, seis entrevistados responderam que esta responsabilidadecabe ao conselho de administração. Quatro entrevistados responderam que procuramparticipar das Assembléias a fim de acompanhar a gestão da cooperativa.

Em relação aos projetos de desenvolvimento local em parceria com governos,cinco entrevistados dizem não ter conhecimento de nenhum projeto em andamento, trêsentrevistados citam o Trator Solidário como um projeto de desenvolvimento localdisponibilizado pela Cresol por meio de recursos do Governo Federal e dois entrevistadoscitam a habitação rural como o principal projeto voltado a área rural.

A divulgação das atividades da Cresol, de acordo com todos os entrevistados,são por meio de rádio, cartazes, folder, jornais e panfletos na sede da cooperativa.

O princípio do interesse pela comunidade é percebido por todos os

entrevistados nas ações da Cresol, por meio de reuniões nas comunidades para divulgaçãode atividades, palestras e orientações para capacitação do seu quadro social, bem como pormeio do acompanhamento técnico, buscando, assim, otimizar o trabalho de concessão decrédito rural. Assim, todos os entrevistados apontam à relevância do Sistema Cresol emrelação às demais instituições, que, de acordo com eles, buscam apenas lucratividade.

A contribuição igualitária de capital social é respeitada por todos osentrevistados, sendo que este investimento vem associado ao tempo em que o cooperadotrabalha com a cooperativa, ou seja, quanto maior o tempo de associação, maior asegurança para aumentar o crédito. No entanto, alguns deles mostraram-se desaforáveis aesta obrigatoriedade no momento da tomada de crédito, questionando tal medida mesmosabendo de sua importância para o crescimento e estruturação da cooperativa.

Quanto à promoção de programas de educação e formação por parte da

Cresol, oito entrevistados afirmam não ter conhecimento sobre tais programas. Doisentrevistados disseram já ter participado de curso de formação de agentes de crédito, alémde serem alunos do curso de cooperativismo oferecido pelo Sistema Cresol.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir da análise da pesquisa realizada, partindo do princípio de identificar avisão do quadro social sobre os objetivos da cooperativa, entre o que se pretende atingir e oque realmente é percebido pelos associados quanto ao desenvolvimento local, princípioscooperativistas e gestão da cooperativa, buscou-se responder as seguintes perguntas: quais

as principais contribuições do cooperativismo de crédito (CRESOL) no desenvolvimento

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local na região central do Estado do Paraná, segundo a percepção dos cooperados e dadireção?

Os resultados do estudo demonstram que as cooperativas são de granderelevância para a melhoria das condições de vida dos cooperados, sendo que muitos delesnão tinham nenhum acesso ao crédito rural antes de se associar na cooperativa. Noentanto, os associados devem ser participativos, acompanhar de forma assídua aadministração da cooperativa na qual estão inseridos, colaborando nas assembléias edebates para melhoria destas, garantindo o cumprimento dos princípios cooperativistas.

Os investimentos em educação por parte do Sistema Cresol são expressivos,amplamente discutidos entre os dirigentes. No entanto, percebeu-se que o quadro social semantém praticamente alheio a estes programas, sendo que estes ainda apresentam baixoíndice de participação. Este fato se observa porque muitos deles transferem talresponsabilidade para a administração da cooperativa, acreditando que somente estesnecessitam de formação para bem representá-los.

Notou-se com as entrevistas a importância que os dirigentes dão às ações dacooperativa voltadas ao desenvolvimento do município e à percepção principalmente do

quadro social nos programas voltados a este fim. A ênfase está nos projetos de habitaçãorural, visto por eles como uma grande conquista para o sistema desde a sua criação,conseguido por meio de parcerias. Observa-se nas entrevistas o orgulho destes cooperadose dirigentes em fazer parte do Sistema Cresol, visto por eles como uma saída parapequenos agricultores familiares mostrarem sua força e representatividade na luta porobjetivos comuns. Segundo os entrevistados, as parcerias realizadas pela Cresol comcomércio local, entidades, governos municipais, estaduais e federal, fazem com que osrecursos liberados na cooperativa circulem no próprio município de atuação, promovendogeração de empregos, renda e conseqüentemente o desenvolvimento local. Além disso, ascooperativas promovem regularmente seminários, reuniões nas comunidades, a fim deinformar seu quadro social a respeito de suas realizações, bem como acompanhar suasnecessidades. Tal característica diferencia este sistema das demais instituições pela sua

preocupação com o social.Os princípios cooperativistas são observados pelo Sistema Cresol nas suas

ações e procedimentos, conforme identificado nas entrevistas.As sugestões apresentadas na conclusão deste estudo partem dos próprios

cooperados e dirigentes do Sistema Cresol e são focadas na melhoria da gestão nascooperativas Cresol, concentrando-se no campo operacional e administrativo, comoformação e qualificação do quadro de funcionários e diretores, maior envolvimento doscooperados nos assuntos da cooperativa, ou seja, maior conscientização da importância desua participação, sendo que a cooperativa trata do bem comum, e eles como “proprietários”desta devem se envolver mais, não deixando a cargo somente dos conselhos deadministração e dirigentes.

Outro aspecto, levantado pelos entrevistados, trata da padronização dos

processos e decisões entre cooperativas singulares. Apesar da independênciaadministrativa das unidades, eles defendem que alguns processos devem ser padronizadospara melhor atender o quadro social, principalmente em aspectos como tarifação. Outrasugestão seria a abertura dos grupos de agricultores, desburocratizando ainda mais oprocesso de acesso ao crédito, passando a utilizar com mais rigor as ferramentas deserviços de proteção ao crédito como forma de controle da inadimplência.

Quanto ao desenvolvimento local, a sugestão é que seja promovido pelascooperativas singulares, acompanhamento técnico nas propriedades, embora já exista umtrabalho voltado para atender a esta demanda, este se concentra mais em épocas decusteamento de lavouras e liberação de créditos sociais, sendo que os incentivos àdiversificação da propriedade rural e agroindústrias carecem de mais atenção.

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Conclui-se que há um envolvimento de todos com os princípioscooperativistas, sendo que os dirigentes atuam de forma transparente e suas ações sãopercebidas pelos cooperados. Dessa forma, constatam-se que os objetivos traçados noinício deste trabalho foram alcançados, pois foram apresentadas e analisadas asinformações obtidas por meio da entrevista, buscando o comparativo entre a visão dosassociados e dirigentes das cooperativas do Sistema Cresol, focando nas contribuiçõesdeste para o desenvolvimento local dos municípios onde estão localizadas as cooperativas.

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SANTOS, Edma Luiz dos; STEFANO, Silvio Roberto

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OS PRINCÍPIOS E A GESTÃO DO COOPERATIVISMO DE CRÉDITO: CASO SISTEMA CRESOL

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 APÊNDICE 1

Questionário de Pesquisa: Equipe interna

Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino.Idade:Escolaridade:Cargo:( ) Diretor ( ) Conselho administrativo ( ) Conselheiro Fiscal( ) Funcionário ( ) Associado

1) Você conhece os princípios cooperativistas? Quais são?

2) Quais os objetivos, missão e valores desta cooperativa?

3) Você considera que o princípio do “Interesse pela comunidade” é observado por esta

cooperativa na prática? Em que ações são possíveis perceber tal princípio?

4) Quais os principais serviços que a cooperativa oferece ao quadro social? (CITÁ-LOS)

5) Quais as principais contribuições do sistema CRESOL no desenvolvimento domunicípio?

6) Quanto ao acesso ao crédito, quais as vantagens/desvantagens que a cooperativa(CRESOL) oferece em relação às demais instituições?Vantagens:

Desvantagens:

7) A cooperativa participa de algum projeto de desenvolvimento local junto a órgãosmunicipais/ estaduais/ federais? Quais?

8) Como você classifica o nível de importância da cooperativa para a comunidade emrelação às demais organizações? Por quê?

9) Quais são os principais parceiros da cooperativa? Por quê?

10) Em sua opinião, os Estatutos e Regimentos Internos são observados em todas as açõesna cooperativa? De que forma? (Admissão, demissão, AGO, distribuição de sobras, entreoutros).

11) Ocorre a participação ativa e constante de todos na administração da cooperativa?Como?

12) A cooperativa (CRESOL) divulga suas atividades para o quadro social e sociedade emgeral? De que forma?

13) Você participa ativamente na formulação das suas políticas e na tomada de decisões dacooperativa? De que forma?

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14) Você contribui igualmente para o capital da sua cooperativa e controlam-nodemocraticamente? De que forma?

15) A cooperativa promove a educação e a formação dos seus membros, de forma queestes possam contribuir, eficazmente, para o desenvolvimento da mesma? De que forma?

16) Quais sugestões seriam interessantes para a melhoria da Gestão na CRESOL?

17) Quais sugestões você faria para CRESOL para a melhoria do Desenvolvimento Localdos associados?

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 Apêndice 2

Questionário de Pesquisa: Quadro Social

Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino.Idade:Escolaridade:Cargo:( ) Diretor ( ) Conselho administrativo ( ) Conselheiro Fiscal( ) Funcionário ( ) Associado

1) Há quanto tempo é sócio da cooperativa (CRESOL)?

2) Por que escolheu fazer parte do quadro social da cooperativa?

3) Possui conta/ associado em outra instituição financeira?

4) Quais os principais serviços que a cooperativa oferece ao quadro social?

5) Quais as principais contribuições do sistema CRESOL no desenvolvimento domunicípio?

6) Como você classifica a evolução da sua condição de vida, antes e depois doingresso na cooperativa? Por quê?

7) Quanto ao acesso ao crédito, quais as vantagens/desvantagens que a cooperativa(CRESOL) oferece em relação às demais instituições?Vantagens:

Desvantagens:

8) Houve alguma evolução na sua propriedade após a participação na cooperativa?Quais?

9) Em sua opinião, os Estatutos e Regimentos Internos são observados em todas asações na cooperativa? De que forma? (Admissão, demissão, AGO, distribuição de sobras,entre outros).

10) Ocorre a participação ativa e constante de todos na administração da cooperativa?Como?

11) Você tem conhecimento se a cooperativa participa de algum projeto dedesenvolvimento local junto a órgãos municipais/ estaduais/ federais?

12) A cooperativa (CRESOL) divulga suas atividades para o quadro social e sociedadeem geral? De que forma?

13) Você considera que o principio do “Interesse pela comunidade”  é observado por estacooperativa na prática? Em que ações são possíveis perceber tal princípio?

14) Como você classifica o nível de importância da cooperativa para a comunidade emrelação às demais organizações? Por quê?

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OS PRINCÍPIOS E A GESTÃO DO COOPERATIVISMO DE CRÉDITO: CASO SISTEMA CRESOL

Revista Eletrônica Lato Sensu – UNICENTRO

15) Você participa ativamente na formulação das suas políticas e na tomada de decisõesda cooperativa? De que forma?

16) Você contribui igualmente para o capital da sua cooperativa e controlam-nodemocraticamente? De que forma?

17) A cooperativa promove a educação e a formação dos seus membros, de forma queestes possam contribuir, eficazmente, para o desenvolvimento da mesma? De que forma?

18) Quais sugestões seriam interessantes para a melhoria da Gestão na CRESOL?

19) Quais sugestões você faria para CRESOL para a melhoria do DesenvolvimentoLocal dos associados?