22
RP381 GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA SECRETARIA DE INFRA-ESTRUTURA DEPARTAMENTO DE INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTES DA BAHIA PROGRAMA DE RESTAURAÇÃO E MANUTENÇÃO DE RODOVIAS FINANCIADOR: BANCO INTERNACIONAL DE RECONSTRUÇÃO E DESENVOLVIMENTO - BIRD (BANCO MUNDIAL) Dezembro/2005 Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized

GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA SECRETARIA DE INFRA-ESTRUTURA · Departamento de Infra-estrutura de Transporte da Bahia - DERBA quando do ... que é aquele que recomenda a: "Manutenção,

Embed Size (px)

Citation preview

RP381GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA

SECRETARIA DE INFRA-ESTRUTURA

DEPARTAMENTO DE INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTES DA BAHIA

PROGRAMA DE RESTAURAÇÃO E MANUTENÇÃO DERODOVIAS

FINANCIADOR: BANCO INTERNACIONAL DERECONSTRUÇÃO E DESENVOLVIMENTO - BIRD

(BANCO MUNDIAL)

Dezembro/2005

Pub

lic D

iscl

osur

e A

utho

rized

Pub

lic D

iscl

osur

e A

utho

rized

Pub

lic D

iscl

osur

e A

utho

rized

Pub

lic D

iscl

osur

e A

utho

rized

Pub

lic D

iscl

osur

e A

utho

rized

Pub

lic D

iscl

osur

e A

utho

rized

Pub

lic D

iscl

osur

e A

utho

rized

Pub

lic D

iscl

osur

e A

utho

rized

SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO ............................................ 2

2. INTRODUÇÃO ............................................ 2

3. FUNDAMENTOS DO PLANO DE REASSENTAMENTO .................................. 3

3.1. OBJETIVO ............................................ 3

4. PASSOS METODOLóGICOS ............................................ 4

4.1. CADASTRAMENTO DA POPULAÇÃO AFETADA ...................................... 4

4.2. AVALIAÇÃO IMOBILIÁRIA .......... ................................... 6

4.3. QUESTÃO DA DOCUMENTAÇÃO ............................................. 7

4.4. COMUNICAÇÃO E PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA ................................. 8

5. PROGRAMAS DE DESENVOLVIMENTO ....................... ...................... 9

6. PLANO DE ATENDIMENTO ............................................. 9

6.1. OPÇÕES DE COMPENSAÇÃO PROPOSTAS ......................................... 10

7. REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA ............................................ 13

8. ESTUDO DE VULNERABILIDADE ............. ............................... 13

9. PLANO DE AÇÃO ............................................ 14

10. MATRIZ INSTITUCIONAL ............................................ 14

11. CRONOGRAMA DE TRABALHO ............ ................................ 15

12. ORÇAMENTO ............................................ 15

13. FONTE DE RECURSOS ............................................ 16

14. MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO .............. .............................. 17

15. GLOSSÁRIO ............................................ 17

16. BIBLIOGRAFIA ............................................ 20

1

1. APRESENTAÇÃO

Este documento trata das diretrizes e procedimentos que deverão orientar as ações doDepartamento de Infra-estrutura de Transporte da Bahia - DERBA quando doReassentamento de Populações afetadas pela implementação de empreendimentosrodoviários, sob sua responsabilidade, no ambito do Programa de Restauração eManutenção de Rodovias, a ser parcialmente financiado com recursos do BancoMundial.

Estas diretrizes visam reduzir os impactos adversos às comunidades afetadas, namedida em que o deslocamento se mostra inevitável e, nesses casos, potencializar osimpactos benéficos decorrentes dos seus empreendimentos.

E, finalmente, vale ressaltar que na elaboração deste documento foi utilizada aestrutura (enquanto forma de apresentação), e o conteúdo (tais como: conceitos eprocedimentos), do documento "Diretrizes para o Reassentamento Involuntário",elaborado pelo DNIT.

2. INTRODUÇÃO

O presente documento apresenta as diretrizes básicas para os procedimentos e açõesa serem adotados pelo DERBA, órgão responsável pelo planejamento, construção emanutenção de empreendimentos rodoviários do Estado da Bahia, no ambito doPrograma de Restauração e Manutenção de Rodovias, que prevê o financiamento deobras de restauração e manutenção de rodovias estaduais pavimentadas. A execuçãode tais obras envolve as atividades seguintes:

* Conservação de rodovias pavimentadas: serviços de reparos nos defeitosocasionados na obra de arte corrente ou no pavimento, sendo de carátercorretivo e não preventivo, incluindo-se, entre outros, a limpeza dos dispositivosde drenagem da rodovia e faixa de domínio, tais como: "tapa buraco", reparo nomeio fio, limpeza da sarjeta, desobstrução de bueiros, roçada do entorno deobra de arte especial, roçada de placas, roçada da vegetação da faixa dedomínio da rodovia, limpeza do acostamento, reparos na sinalização vertical ehorizontal;

* Manutenção de rodovias pavimentadas: serviços de reparo dos defeitosocasionados pelo desgaste natural, face ao uso ou à exposição às intempéries,onde se procura reabilitar as funções de trafegabilidade, em caráter preventivo,com intervenções singelas, de baixo custo, tais como a sinalização horizontal e arecuperação asfáltica; e

* Restauração de rodovias pavimentadas: serviços de reparos dos defeitos,reabilitação estrutural da rodovia, com aplicação de camadas de reforços ourevitalização da base, reabilitação de trechos em elevado estado de deterioraçãofísica dos pavimentos e das condições dos elementos situados dentro da faixade domínio do corpo estradal.

Tais atividades são restritas na faixa de domínio e nos sítios relacionados com asobras, incluindo caminhos de acesso, instalações de apoio, canteiros. Devido àlocalização destas atividades, não haverá, a principio, reassentamento de populações.

2

Entretanto, caso isto venha a ser necessário, o DERBA assumirá o princípio explicitadono documento "Diretrizes para o Reassentamento Involuntário" do DNIT, que é aqueleque recomenda a:

"Manutenção, restauração da cultura ou melhoria (quando possível) daqualidade de vida das famílias afetadas, oferecendo a plena participação dascomunidades atingidas em todo o processo decisório, a fim de garantir a defesade seus direitos e seus anseios".

Ainda seguindo este princípio, as ações e os procedimentos que orientam a atuação doDERBA nos casos de Reassentamento Involuntário, visam sempre reduzir os impactosadversos decorrentes do empreendimento rodoviário, sejam eles materiais, como aperda de uma moradia ou local de trabalho, sejam eles imateriais, como a quebra dasrelações culturais ou da rede de apoio social ou ainda resgatar perdas culturais/sociais,se indicadas a partir dos estudos ambientais ou de levantamento antropológico.

3. FUNDAMENTOS DO PLANO DE REASSENTAMENTO

3.1. OBJETIVO

O principal objetivo dessas diretrizes é orientar a atuação do DERBA para que noscasos de Reassentamento Involuntário, as pessoas ou famílias afetadas tenham acompensação justa pela perda do local de moradia ou trabalho, e a reabilitaçãoadequada no novo local de assentamento.

Para tanto, serão analisadas todas as alternativas com o objetivo de evitar ou, casoseja inevitável, minimizar a necessidade de reassentamento. A partir da confirmaçãodesta necessidade será elaborado um Plano que deverá atender aos preceitos legaisvigentes, sobretudo nos aspectos que se referem: "aos processos de desapropriação,pautados fundamentalmente na Constituição Federal de 1988, nas normas definidaspela ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas e outras diretrizes".

O DERBA, ainda seguindo os princípios preconizados pelo DNIT, quando daelaboração de um Plano de Reassentamento segue as diretrizes estabelecidas poreste órgão, a saber:

> minimização das áreas a serem desapropriadas, estudos alternativos de projetossempre deverão ser desenvolvidos com o objetivo de se evitar que hajadesapropriação;

> garantia da oferta de diferentes opções de atendimento, considerando que asfamílias afetadas possuem realidades diferentes, é necessário que a política deatendimento ofereça diferentes opções de compensação;

> garantia da liberdade de escolha aos desapropriados quanto à sua opção deatendimento;

> garantia da melhoria ou da manutenção das condições de moradia, asmoradias a serem disponibilizadas para o Reassentamento Involuntário, quer sejamrurais ou urbanas deverão ser providas dos serviços de infra-estrutura básicos, taiscomo água, luz e esgoto, condições de iluminação e ventilação conforme normas daABNT;

3

> garantia da oferta de serviços sociais, como por exemplo: educação, saúde etransporte, etc.;

> garantia da possibilidade de manutenção da renda e da produção, as áreasescolhidas para o reassentamento deverão propiciar a manutenção ou incrementoda renda familiar;

> minimização dos impactos sociais e/ou ambientais sobre a população;> reconhecimento das reivindicações da comunidade, mantendo sempre canais

abertos de comunicação entre o empreendedor e a comunidade;> respeito aos direitos humanos, não impondo-lhes condições de negociações que

impeçam às famílias afetadas de recompor a sua vida;> não pressionar a população visando atender ao cronograma da obra, caso haja

atraso no cronograma.

4. PASSOS METODOLÓGICOS

O Plano de Reassentamento a ser elaborado pelo DERBA, em todas as situações nasquais, necessariamente, deverão ser removidas pessoas, deverá obedecer ao seguinteroteiro: metodologia utilizada; objetivos e fundamentos; fases de monitoramento e,quando for pertinente, a avaliação de organismos financiadores. Este plano deveráatender às seguintes etapas:

4.1. CADASTRAMENTO DA POPULAÇÃO AFETADA

O nível de detalhamento do projeto do empreendimento rodoviário deverá permitir quea definição da área que será atingida pela obra tenha a necessária precisão, para queos imóveis situados na área diretamente afetada possam ser devidamentecadastrados. A poligonal que define esta faixa é, quase sempre, representada pelalinha de off-set do empreendimento.

Nos casos onde a base de informação é o Projeto Básico, segundo as normas doDNIT, "é sempre prudente analisar se não é necessário ampliar um pouco mais asfronteiras dessa poligonal, de forma a garantir que todas as famílias a serem afetadasencontrem-se dentro da mesma. Na definição da área afetada deve-se incluir tambémas afetadas temporariamente pela execução das obras, por ruídos, vibrações,qualidade do ar, transtorno no trânsito, dificuldades de acesso às moradias, trânsito deequipamentos, etc.".

Por outro lado, a definição desta poligonal deve também considerar e evitar assituações que possam criar expectativas falsas, envolvendo famílias que poderão, poralgum tempo, se sentirem inseguras diante da possibilidade de serem desapropriadas.Uma vez definida a poligonal da obra, o próximo passo é o cadastramento sócio-econômico e imobiliário dos afetados.

O cadastramento deve ser precedido de um amplo trabalho de comunicação de formaa estabelecer uma relação de confiança entre o DERBA e as lideranças locais e acomunidade como um todo. O êxito deste trabalho é fundamental para permitir o livreacesso aos imóveis e benfeitorias para o necessário cadastramento. Nesta fase éindispensável a participação ativa do profissional de Serviço Social do DERBA.

4

Após os entendimentos, a equipe responsável pela realização do cadastro deve serpreparada e treinada, iniciando-se a etapa subseqüente, na qual as atividadesprevistas deverão ser realizadas simultaneamente:

1. Cadastro sócio-econômico;2. Cadastro imobiliário;3. Notificação.

O cadastro socioeconômico tem por objetivo identificar os critérios de elegibilidade eas condições de compensação e reabilitação da população afetada.

As informações básicas a serem consideradas neste cadastro são as seguintes:

> quantos e quem são os ocupantes do imóvel;

> qual a relação familiar e/ou social entre eles;

> o uso do imóvel (residencial, comercial, industrial, serviços ou misto);

> a ocupação do imóvel (próprio, alugado);

> definir se há família expandida, sob o mesmo teto;

> tempo de residência no imóvel;

> escolaridade dos ocupantes;

> atividade ocupacional;

> renda familiar e número de participante nesta renda;

> número de crianças, idosos e deficientes;

> organização social.

O cadastro socioeconômico deve ser aplicado a todas as famílias afetadas, pois éfundamental o conhecimento daqueles que serão desapropriados. Esta atividade éimportante para instruir a etapa de negociação com as famílias, já que é através docadastro socioeconômico que são (a) definidos os critérios de elegibilidade e requisitosde compensação e reabilitação para cada família afetada, e (b) identificados as famíliasmais vulneráveis. Por essa razão, torna-se necessário que as informações sejamobtidas com a devida clareza e se possível o entrevistado ao término da consulta deveassinar o formulário.

Vale ressaltar que as informações deverão ser atualizadas caso ocorra uma defasagemmaior que dois anos entre o cadastro e o início das negociações. A realização docadastro define a data de corte para a elegibilidade e compensação, não sendoadmitidas novas adesões. Este fato deve ser amplamente divulgado por todos os meiosde comunicação.

O cadastro imobiliário corresponde ao levantamento físico do imóvel afetado para finsde avaliação, e deve ser efetuado com muito cuidado. Segundo recomendação doDNIT, devem ser observados os seguintes aspectos:

> que o imóvel seja numerado;

> que o imóvel seja fotografado e que o seu número apareça na foto;

> que seja feito um croqui do bem com todas as medidas;

5

> que seja cadastrado todo e qualquer investimento realizado pelo seu ocupantee/ou proprietário, como por exemplo, muros, cisternas fossas, hortas, pomares,canil, etc.;

> que sejam bem definidas as medidas, os limites e as confrontações do terreno;> que o ocupante ou seu representante acompanhe o levantamento;> que sejam cadastrados todos os serviços disponíveis na propriedade, como por

exemplo, água, luz, esgoto, telefone, pavimentação, etc.;> que sejam cadastrados todos os serviços sociais nas imediações do imóvel, tais

como escola, comércio, transporte, associação, postos de saúde, campos equadras esportivas, etc.;

> que sejam descritas as condições topográficas de localização, etc.;> que seja indicado qual o grau de afetação do ímóvel, se parcial ou totalmente

atingido;

> que seja identificada e registrada a opção da família, que neste momento seráapenas um indicador;

Estas informações são partes integrantes do laudo de avaliação e correspondem à suaetapa de campo.

A última fase deste cadastro corresponde à notificação ao proprietário e/ou posseirodo imóvel afetado, de maneira a impedir que ocorram novas adesões. Medidasapropriadas serão tomadas pelo DERBA para impedir novos assentamentos, mesmoporque a inserção de novas pessoas ou famílias na área ou em qualquer dos imóveiscadastrados, por qualquer que seja a razão, não implicará em direitos sobre aelegibilidade e compensação ou reabilitação.

Qualquer nova ocupação, ou nova intervenção de qualquer tipo de moradia, mesmoaquelas de caráter emergencial, não serão ressarcidas posteriormente pelo DERBA.No entanto, caso o prazo decorrido entre a pesquisa e o início da etapa de negociaçãoseja maior que dois anos, as eventuais modificações serão incorporadas quando daatualização do cadastro, no novo laudo de avaliação.

A notificação deve ser feita em duas vias e assinada pelo proprietário e/ou posseiro ouseu representante, que deverá receber uma dessas vias, sendo a outra incorporada aoprocesso.

Após a etapa de levantamento de campo, os dados serão processados e incluídos emum banco de dados que permitirá a realização de diversos tipos de análises, bem comoo resgate de informações de quaisquer dos imóveis e/ou famílias cadastradas. A partirdestes dados, também serão montados os processos para cada um dos imóveisafetados.

4.2. AVALIAÇÃO IMOBILIÁRIA

As diretrizes estabelecidas pelo DNIT, e adotadas pelo DERBA, recomendam que "aavaliação imobiliária deve ser realizada baseada no princípio da reposição do bem, ouseja, o valor de avaliação obtido pelo laudo deve possibilitar ao afetado que o mesmoobtenha um imóvel igual, ou melhor, ao que ele possui no momento dadesapropriação".

6

O cadastro imobiliário deverá subsidiar o laudo de avaliação. A equipe responsávelpelo cadastro deve ter profissionais da área de edificações para os laudos urbanos ena área de agronomia para a área rural. A avaliação deve considerar a valorização dosterrenos e benfeitorias após a obra, além de eventuais variações climáticas eeconômicas.

As indicações da área afetada, da área remanescente, da localização das benfeitorias,são informações utilizadas na elaboração do laudo e na verificação da possibilidade depermanência ou não do afetado na área remanescente. Também importante naavaliação é a pesquisa do mercado de terras, em zona urbana ou rural.

Torna-se necessário também, o conhecimento dos custos de construção para que sejaestimado o real valor do imóvel atingido, visando permitir que o afetado possa adquirirou construir moradia equivalente aos níveis anteriores à desapropriação.

4.3. QUESTÃO DA DOCUMENTAÇÃO

A Constituição Federal garante o direito de propriedade, ao tempo em que define queesta deve atender a sua função social. Também diz que "a lei estabelecerá oprocedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou porinteresse social, mediante justa e prévia indenização". Cabe, portanto ao PoderExecutivo - Federal, Estadual ou Municipal - a iniciativa de desapropriar os imóveisnecessários à implementação do empreendimento rodoviário.

Este processo deve ser feito de forma transparente e bem documentada. Os imóveisafetados devem ter a documentação de propriedade regularizada, caso contrário, oprocesso de desapropriação será por via judicial.

Nestes casos, segundo o Decreto-Lei n° 3.365/41, que dispõe sobre desapropriaçãopor utilidade pública, somente a pessoa que comprovar a propriedade é que poderáretirar o valor depositado em juízo.. Portanto, se o ocupante do imóvel não estiver coma documentação regularizada, este se verá obrigado a deixá-lo sem nada receber. Esteé o enfoque da questão, que do ponto de vista social é extremamente perverso.Considerando isto, o DERBA, adotando as diretrizes do DNIT, sempre que iniciar umprocesso de desapropriação deve colocar à disposição da população afetada umaequipe de advogados para orientá-los quanto à documentação requerida, e a forma deobtê-la. Evitando com isto situação de ruptura social".

No caso em que apenas a posse da terra é possível ser comprovada, o processo deindenização considera, apenas, o valor do imóvel e benfeitorias. Não considerando ovalor da terra, que às vezes pode ser demandado por outro. A documentaçãoespecífica e particular é, também, muito importante que esteja em ordem. O DERBAauxilia-os na providência de obtenção da Carteira de Identidade, e de CPF, logo oafetado tem a sua situação resolvida sob o menor impacto possível. Estas diretrizesvisam a assegurar que, mesmo neste caso, a família a ser reassentada beneficia decompensações que permitirão a esta família de se reestruturar em outro lugar comcondições semelhastes.

7

4.4. COMUNICAÇÃO E PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA

O Plano de Reassentamento deverá refletir o resultado das consultas às comunidadesafetadas, seja através de suas lideranças, seja diretamente à população afetada, desdea fase de projeto até o final da execução e mesmo posteriormente na fase deavaliação.

O DERBA envidará esforços necessários para que os canais de comunicação com apopulação afetada sejam fluidos e transparentes, de forma que a troca de informaçõesalém de esclarecer as duas partes possam também fundamentar as soluçõesadotadas, e que serem resultado dessa ação conjunta.

Essa comunicação pode ser efetivada através de reuniões, palestras, pesquisas eoutros meios que permitam propiciar o melhor contato entre o DERBA e a populaçãoafetada. Também é muito importante assegurar que os subgrupos mais vulneráveistenham seus interesses atendidos de maneira adequada e justa.

Segundo diretrizes do DNIT, incorporadas pelo DERBA, algumas fases do projetomerecem maior atenção, a saber:

> Proieto de desapropriação devem-se promover reuniões com as comunidadesvisando informá-las do projeto da obra, de sua importãncia de seus benefícios e daocorrência das desapropriações, e também informar aos presentes da mudança detratamento que os desapropriados passaram a receber após a ConstituiçãoBrasileira de 1988, e das diretrizes do órgão. Estas reuniões iniciais são importantesnão só para esclarecer à população, mas, sobretudo para tranqüilizá-la.

> Cadastramento sócio-econômico e imobiliário antes de iniciar esta etapa detrabalho é necessária a promoção de reuniões com as famílias, para que asmesmas sejam informadas da importância da realização deste cadastro, e para quetambém ao serem visitadas pelo cadastrador, elas possam fornecer as informaçõeso mais corretas possível. É também, sobretudo, de bom tom pedir "licença" paraadentrar seus domicílios;

> Áreas de reassentamento, a participação da comunidade na escolha da área dereassentamento é imprescindível. Após a pesquisa, identificação e estudo deviabilidade técnica e econômica das diversas áreas é necessário consultar acomunidade quanto à escolha da área. Para isto o DERBA deve promover reuniõespara esclarecimento das vantagens e desvantagens de cada área, apurando-seaquela de maior aprovação por parte da comunidade. A localização da área dereassentamento é um fator determinante no grau de adesão da comunidade quantoà opção de reassentamento;

> Unidade Habitacional Urbana/Lote Agrícola qualquer que seja o modelo deassentamento, tanto no caso do urbano quanto no caso do rural, também aqui édesenvolvido pelo DERBA, uma unidade padrão a ser adotada e provida de infra-estrutura. Este modelo proposto é apresentado à comunidade, juntamente com asua estimativa de custo para discussão. Este fator juntamente com o descritoanteriormente define o grau de aceitação pela opção reassentamento;

8

> Avaliação Imobiliária é necessário que os afetados sejam esclarecidos dametodologia adotada para a elaboração da avaliação imobiliária. Deve-se promoverreuniões de forma a informar e prestar esclarecimento quanto à metodologiaempregada, utilizando uma linguagem simplificada e despojada de termos técnicobastante acessível ao cidadão. Estas reuniões dão credibilidade ao projeto.

Em todos os casos, o DERBA deverá proporcionar formas e meios de comunicaçãocom a população afetada, tais como: Balcão de Informações, Sistema de Ouvidoria ououtras modalidades de serviço que garantam o acesso das pessoas envolvidas àsinformações. Deve ser disponibilizado, também, um serviço permanente de registro dereclamações e avaliação de queixas por parte da comunidade.

5. PROGRAMAS DE DESENVOLVIMENTO

A política de compensação de Projeto de Reassentamento Involuntário, às vezes, nãopode ficar limitada ao ressarcimento do imóvel urbano, do lote agrícola ou a relocaçãodos negócios afetados.

A compensação e a reabilitação devem assegurar que as populações reassentadassofrerão o mínimo de transtorno, quanto possível, das suas relações sociais e culturais,oportunidades de trabalho e acesso aos recursos naturais e serviços e equipamentospúblicos. Nestes casos, a população deve ter o auxílio necessário, sobretudo osegmento mais carente e frágil, à sua re-inserção no novo local de assentamento.

Para tanto, o DERBA deve implementar projetos que ofereçam aos reassentadosoportunidades equivalentes ou melhores de moradia, emprego e acesso aos serviçosurbanos. Estes projetos, sempre que possível, devem ser implementados porAssociações de Bairro e/ou ONG's (organizações não governamentais), que tenhamexperiência com a comunidade afetada.

Estes programas devem ser amplamente discutidos com a população. A suacontinuidade deve estar mais associada ao envolvimento da população do que com osuporte institucional. Esses programas podem ser deflagrados na fase da construçãodos locais de reassentamento, com projetos sendo realizados através daautoconstrução, do mutirão, até a fase pós-relocação com atividades deimplementação de renda.

Segundo as diretrizes do DNIT, aqui adotadas, além do "treinamento na área afim daatividade a ser desenvolvida, um pequeno grupo deve ser treinado nas atividadesgerenciais, de forma que possam conduzir o processo dentro das regras do mercado".

6. PLANO DE ATENDIMENTO

A responsabilidade de atendimento do DERBA à população afetada peloempreendimento está restrita à faixa de domínio da rodovia, ou área diretamenteafetada.

9

O Plano de Atendimento, no entanto, deve estar assentado nos princípios decompensação justa e reabilitação das redes sociais que apóiam a subsistência e arenda. A variedade de situações exige a oferta de opções diferenciadas. Algumasperdas, porém, são imensuráveis, tais como, o rompimento dos laços familiares e devizinhança, de mudança de usos e costumes estabelecidos entre a população e o localde residência de direito aos recursos naturais da região e tantos outros.

Vale salientar que bens de uso comunitário, tais como: escolas, postos de saúde,sedes de associações e de sindicatos, quando afetados serão reconstruídos oucompensados pelo DERBA.

O DERBA, tal como estabelece a diretriz do DNIT, na condição de "coordenador doprocesso é responsável pela orientação, esclarecimento, oferta das opções, mas adecisão final é do cidadão".

6.1. OPÇÕES DE COMPENSAÇÃO PROPOSTAS

Conforme mencionado acima, as atividades a serem desenvolvidas no âmbito doPrograma são restritas à faixa de domínio e aos sítios relacionados com as obras,incluindo caminhos de acesso, instalações de apoio, canteiros, o que implica que nãodeveria haver necessidade de reassentamento de populações. Entretanto, caso istovenha a ser necessário, o DERBA proporá duas opções de compensação, para osproprietários de imóveis rurais e urbanos.

Quando se tratar de imóvel urbano, as opções serão as seguintes:

> Indenização - Está referenciada aos laudos de avaliação, porém, o seu valor final éformado pela somatória do resultado do laudo de avaliação acrescido de umaparcela de compensação social pelas perdas não mensuráveis. Este valor finaldeverá ser no mínimo suficiente para que a família possa recompor a sua condiçãode vida, atentando-se para a questão da faixa de domínio e competência doDERBA.

Na medida em que for constatado que a condição de vida da família afetada é deextrema miséria o DERBA pode adotar um valor mínimo independente do laudo deavaliação. Assim, a família pode conseguir obter no mercado imobiliário umamoradia adequada. Os imóveis comerciais, industriais e de serviços terão seusvalores avaliados e acrescidos da compensação social e, quando alugados, seusinquilinos receberão ajuda para que possam fazer sua re-inserção no mercado.

> Reassentamento - Esta opção prevê a construção de conjuntos habitacionais que,segundo as diretrizes do DNIT já referidas, atendam as seguintes características:

o mais próximo possível do local da retirada das famílias (quando isto éimpossível devido a falta de terrenos adequados, devem ser discutidasalternativas tais como a verticalização da moradia ou a seleção de lotes maisdistantes dotados de infra-estrutura, inclusive transportes urbanos que permitamo acesso ao mercado de trabalho, em qualquer das hipóteses a solução deveser discutida com a comunidade);

10

- dotados de infra-estrutura urbana;- com área disponível para equipamentos;- podendo ser construído, pelo DERBA diretamente ou por delegação a empresas

ou por mutirão.

A unidade habitacional deve atender aos padrões mínimos de abrigo - iluminação eventilação - e acesso aos serviços básicos - água potável e esgotamento sanitário. Afamília proprietária do imóvel poderá optar pelo ressarcimento, isto é, indenização.

Caso o imóvel não tenha sido totalmente afetado, o proprietário ou posseiro poderádecidir pela permanência na área remanescente, desde que atendido o critério de áreamínima. Deve ser também permitido pelo DERBA que os proprietários e/ou posseirosretirem de seus imóveis os elementos e materiais construtivos que julgaremreaproveitáveis.

O DERBA, seguindo as diretrizes do DNIT, pagará aos inquilinos uma ajuda demoradia correspondente a seis meses de aluguel de forma que esta família possa sereestruturar em outro local. Esta ajuda de moradia visa atenuar os transtornoscausados pela mudança de endereço, que muitas vezes acarretam em transferênciasdas crianças de escolas, etc.

A todos os relocados o DERBA oferece a execução da mudança ou o pagamento damesma para que o relocado promova sua própria mudança.

Quando se tratar de imóvel rural, cresce o grau de complexidade. Na maior parte doscasos, a afetação do imóvel pode atingir também a atividade produtiva. Neste caso asopções oferecidas são as seguintes:

> Indenização - Da mesma forma que foi comentada para os imóveis urbanos, estaopção é fundamentada nos laudos de avaliação, que neste caso abrangem as áreasde cultura atingidas. Também neste caso, o valor final é formado pela somatória doresultado do laudo de avaliação acrescido de uma parcela de compensação socialpelas perdas não mensuráveis.

Este valor final deverá ser no mínimo suficiente para que a família possa recompora sua condição de vida.

Na medida em que for constatado que a condição de vida da família afetada é deextrema miséria o DERBA pode adotar um valor mínimo independente do laudo deavaliação. Assim, a família pode conseguir obter na região uma moradia adequadae o retorno das condições de trabalho.

> Reassentamento - Esta opção considera a possibilidade de oferta de lotesagrícolas individuais ou agrovilas para aqueles que tiverem sua propriedadetotalmente atingida, ou aqueles que não possuem terras mas que tem acesso àmesma (arrendatário, cedente, rendeiro) e perderam o acesso com a implantaçãoda obra.

1 1

A área escolhida, ainda de acordo com as diretrizes do DNIT, deve apresentar asseguintes características:

- que área de relocação esteja dentro da área de influência do empreendimento;- em localização estratégica, com relação ao transporte e acesso ao mercado;- com topografia favorável ao tipo de atividade desenvolvida pelos

desapropriados;- com qualidade de solo mais adequado possível ao tipo de atividade

desenvolvida pelos desapropriados.

Os lotes agrícolas ou as agrovílas deverão ser dotados de:

- área mínima suficiente para o desenvolvimento do trabalho de uma famíliapadrão da região, dentro de suas atividades produtivas;

- ser titulada;- moradia que atenda aos critérios de habitabilidade, ou seja de iluminação,

ventilação e condições hidráulico-sanitárias.

A afetação de um imóvel rural exige que além da recomposição física do imóvel, sejamdadas opções ao afetado de recompor suas atividades, ou seja, se este trabalha naagricultura, o DERBA seguindo as diretrizes do DNIT, deve oferecer assistência técnicaque consiste (conforme as necessidades) no fornecimento de insumos e de tecnologia,crédito rural, havendo alteração de atividades, cursos de novas técnicas e apoio àfamília até a primeira safra no lote agrícola do reassentamento.

Para aqueles que tiverem sua propriedade parcialmente atingida o ressarcimento doimóvel pelo DERBA corresponderá ao valor da indenização, conforme o laudo deavaliação da parte atingida, acrescido do valor de compensação social.

> Auto-reassentamento - Esta opção, também utilizada pelo DNIT, tem como objetivoatender à família afetada que mora em imóvel rural, a ser totalmente atingido, quequer continuar morando em um imóvel rural, porém diferente daqueles ofertadospelo DERBA. Esta opção deve receber uma compensação social maior que a opçãoda simples indenização por dois motivos:

a) não há intenção de induzir o deslocamento da população rural para as áreasurbanas;

b) a recomposição da condição de vida em um imóvel rural é mais dispendiosado que na área urbana e bem mais lenta;

Esta opção deve ser acompanhada pelos técnicos do DERBA e somente após acerteza de que o afetado irá realmente adquirir um imóvel rural e nele se estabelecercom sua família é autorizado o pagamento.

O DNIT recomenda ainda que em "casos de indenização em dinheiro a mesma sejapaga conjuntamente ao casal residente, e quando a união for consensual à mulher docasal. Neste caso também se adota um valor mínimo para que a família possa buscarno mercado uma propriedade mínima para que possa se estabelecer, independente dovalor de sua propriedade anterior".

12

Para os casos de afetações temporárias, deve ser ofertado um aluguel de casa,acrescido de um valor para o transporte das mudanças, além de uma compensaçãomonetária devida à interrupção da produção, no caso de imóvel agrícola. No caso deimóvel urbano, o imóvel a ser alugado deverá oferecer condições de conforto elocalização semelhantes ao ocupado pela família afetada.

7. REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA

Este tema, conforme as diretrizes do DNIT correspondem a duas situações: (i)regularização fundiária das áreas desapropriadas; (ii) regularização fundiária das áreasde reassentamento, sejam elas urbanas ou rurais.

O DERBA, seguindo a diretriz do DNIT, deverá dar "suporte técnico à população paraque se possa proceder à regularização da documentação tanto da propriedade quantodo proprietário e/ou posseiro, para que se efetive da forma mais rápida e eficientepossível o processo de desapropriação".

Após o encerramento da negociação, seja de forma amigável ou judicial, é efetuado oregistro das áreas desapropriadas em nome do DERBA. Em seguida é providenciada aregularização fundiária das áreas de reassentamento, o que corresponde à entrega detítulo de registro dos imóveis aos reassentados.

Para tanto, é necessário ao DERBA aprovar o conjunto habitacional junto à Prefeiturado município onde o mesmo está situado e, na seqüência, registrar em Cartório eentregar os títulos de propriedade para aqueles que optaram pelo reassentamentoassumirem, de fato, as suas moradias. Da mesma forma o DERBA deve aprovar oslotes agrícolas junto ao INCRA, registrar e entregar os títulos de propriedade paraquem optou pelo reassentamento.

8. ESTUDO DE VULNERABILIDADE

Para cada projeto de desapropriação a ser desenvolvido pelo DERBA será elaboradoum plano de reassentamento Involuntário, específico para aquele projeto. Este plano ébaseado nestas diretrizes e define de forma precisa a política de atendimento.

O que significa dizer que define todo o elenco, que compõem a política de atendimentode um plano de Reassentamento Involuntário, ou seja, as opções de compensação aserem ofertadas, as tabelas de compensação para a opção de indenização e local e omodelo de reassentamento a ser adotado, considerando todas as premissasapresentadas neste documento de diretrizes.

Mas, para termos certeza de que esta política de atendimento irá mesmo atenuar osimpactos decorrentes do projeto e que a população poderá administrar uma novarealidade, se inserindo nela de forma gradativa e os menores transtornos possíveis, éque o DERBA realiza o teste de vulnerabilidade, para checar, se na verdade suasintenções, serão realizadas.

13

O teste consiste em selecionar 15% das famílias afetadas aquelas que possuem maiorrelação entre número de dependentes pelo número de pessoas em idade produtiva.Isto é, soma-se o número de crianças, idosos e deficientes (impossibilitados departiciparem da renda familiar) divide-se pelo número de pessoas em idade produtiva.As famílias que se enquadrarem nos 15% com o maior número deverão ser analisadascom mais detalhes.

É preciso verificar a capacidade de sobrevivência destas famílias dentro do modelo decompensação ofertado. Porque de nada adianta oferecer um bom lote agrícola a umamulher que vive na companhia de sua mãe idosa e duas crianças bem pequenas. Apósverificação, se for necessário o DERBA procede às correções necessárias para oajuste da política em atendimento a este grupo.

9. PLANO DE AÇÃO

O Plano de Reassentamento Involuntário divide-se em três etapas:

PARTE 1 - corresponde à identificação, levantamento de dados e diagnóstico. Estáconsubstanciada pela delimitação da área afetada, pela realização do cadastrosocioeconômico imobiliário e pelos laudos de avaliação, pela análise do perfil dapopulação atingida, pela documentação da população afetada.

PARTE 2 - corresponde à elaboração das diretrizes de atendimento e definição desuas opções, de suas compensações e dos mecanismos de comunicação com acomunidade, etc.

PARTE 3 - corresponde ao Plano de Ação, que é objeto deste capítulo, constituídopela matriz institucional, pelo cronograma de trabalho, pelo orçamento e pela definiçãodas fontes de recursos.

10. MATRIZ INSTITUCIONAL

O DERBA é responsável pela condução de todo o Plano de ReassentamentoInvoluntário, entretanto, existem diversas ações que necessitam da participação deoutros órgãos e setores das esferas municipal, estadual e federal, bem como deconcessionárias de serviços públicos. Desta forma, será necessário a preparação deuma Matriz Institucional específica para cada Plano de Reassentamento Involuntário,onde deverão estar identificadas todas as instituições intervenientes, bem como asatribuições, atividades e intervenções às quais serão envolvidas. Esta matriz éfundamental para que sejam estabelecidos os convênios/contratos para que asatividades e intervenções ocorram no devido tempo, evitando-se atrasos nocronograma de implementação do Plano de Reassentamento Involuntário.

No Programa de Restauração e Manutenção de Rodovias, a princípio, não haveráreassentamento de populações, entretanto, caso isto venha a ser necessário, o DERBAcontratará consultores autônomos (assistentes sociais, sociólogos, etc.), que sobcoordenação da DPE - Diretoria de Projeto e Programas Especiais, responderá pelodesenvolvimento e implementação do Plano de Reassentamento Involuntário. Destaforma, a DPE, através da GERAM, conduzirá todo o processo desde a fase deplanejamento até a implantação do empreendimento rodoviário, sendo a articuladora

14

de outras agências que, por necessidade do projeto, tenham que ser envolvidas. Nestecaso, serão estabelecidos convênios ou parcerias entre o DERBA e as Prefeituras dosmunicípios afetados pelo empreendimento rodoviário, bem como com as Agências deHabitação e com a Secretaria de Agricultura, visando a construção de conjuntoshabitacionais ou de lotes agrícolas.

Além da DPE tem-se, ainda, a DCM - Diretoria de Construção e Manutenção, queatravés da GEDES, responde pela condução dos processos de desapropriação dasáreas para a implantação das obras e daquelas necessárias para o reassentamento depopulações. Fazem parte das atividades desta diretoria, a avaliação de imóveis, apesquisa documental em cartório de imóveis e a condução das questões juridico-legaisrelativos às propriedades afetadas.

Quando da reposição dos equipamentos de uso comunitário, como escolas, postos desaúde, sede de sindicatos ou de associações, os agentes responsáveis pelos mesmosdeverão ser envolvidos na solução de reposição.

O DERBA encaminhará a minuta final do Plano de Reassentamento Involuntário aoBanco Mundial para avaliação e aprovação do mesmo antes de iniciar o processo delicitação das obras de manutenção e restauração que geraram a necessidade dereassentamento.

Finalmente, a DPE - Diretoria de Projeto e Programas Especiais será o ponto decontato para tirar duvidas ou analisar pedidos que uma família afetada possa terdurante o processo de preparação e implementação do Plano de ReassentamentoInvoluntário. Caso um pedido não seja atendido de maneira satisfatória pela DPE, afamília terá a possibilidade de recorrer a um processo de mediação conforme previstona legislação estadual.

11. CRONOGRAMA DE TRABALHO

O cronograma de trabalho é um instrumento de planejamento e controle das atividades.O cronograma de um Plano de Reassentamento Involuntário deve abranger todas asfases de trabalho, além de registrar como marco a data de início das obras. Este itemdo cronograma é muito importante, pois sinaliza qual o prazo disponível para que aárea a ser afetada esteja totalmente desimpedida para a execução das obras.

O responsável pelo Plano de Reassentamento Involuntário deve estar em contatopermanente com o responsável pela equipe de obra, evitando transtornos,reclamações, enfim impactos sobre a população, além de desgaste para o órgãoexecutor.

12. ORÇAMENTO

O DERBA ao elaborar o orçamento do Plano de Reassentamento Involuntário deveconsiderar os seguintes itens:

15

* Custo das atividades meio:

1. Elaboração do cadastro-sócio econômico;2. Elaboração dos laudos de avaliação dos imóveis e benfeitorias;3. Pesquisa em cartórios de registros de imóveis;4. Elaboração do plano de Reassentamento Involuntário;5. Apoio jurídico à população afetada;6. Despesas com a equipe do programa.

* Custo das atividades fim:

1. Aquisição das áreas para reassentamento;2. Construção das unidades de reassentamento;3. Pagamento das indenizações acrescidas dos subsídios;4. Custas judiciais (distribuições de ações e pagamento de peritos judiciais);5. Despesa com a mudança das famílias;6. Despesa com a demolição dos imóveis;7. Despesa com a guarda da área desocupada;8. Despesa com a guarda da área de reassentamento, até a sua total entrega;

A apropriação dos custos de cada um dos itens descritos, da forma mais detalhadapossível, compõe o orçamento do Plano de Reassentamento Involuntário. Valeressaltar a importância da disponibilidade dos recursos financeiros dentro das datasprevistas. Torna-se fundamental e imprescindível para o bom desenvolvimento doplano.

13. FONTE DE RECURSOS

O quadro fonte de recursos é outro elemento de planejamento e controle do projeto deReassentamento Involuntário.

É necessário ter conhecimento da origem dos recursos para que se possa planejar econtrolar o desenvolvimento de um projeto de Reassentamento Involuntário. Muitasobras são realizadas apenas com recursos do DERBA, mas outras possuem recursosfederais, internacionais. Daí torna-se importante conhecer a participação de cadaagente e quais as formas e mecanismos de liberação de cada entidade. No caso doPrograma de Reabilitação de Rodovias, os recursos devem estar previstos no âmbitodos quantitativos de custos dos projetos contemplados pelo Programa.

Portanto, matriz institucional, cronograma de trabalho, orçamento e fonte de recursossão informações interdependentes e que no seu conjunto formam o plano de ação doprojeto de Reassentamento Involuntário a ser implantado, quando necessário e dentrodas possibilidades de cada projeto.

16

14. MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO

O monitoramento é o instrumento utilizado na obtenção de subsídios de análise queavaliam o andamento e o sucesso do plano e deve, segundo as diretrizes do DNIT,ocorrer em três momentos distintos: (i) antes do início das negociações, ou seja, logoapós o cadastro das famílias afetadas; (ii) durante as negociações, e, (iii) logo após oreassentamento, de forma a retratar as três realidades.

O monitoramento, ainda segundo as diretrizes do DNIT adotadas pelo DERBA, tem osseguintes objetivos:

* observar se as ações do Plano de Reassentamento estão sendo desenvolvidasdentro dos conceitos básicos e, caso venha ser detectados distorções, proporcorreções de rumo;

* detectar entraves e oportunidades para implantações das ações, indicando, emtempo hábil, as soluções para superação das primeiras e otimização das segundas;

* avaliar os efeitos do programa sobre a população afetada, considerando, para isto,os momentos antes, durante e depois do projeto;

* formar um banco de dados, de forma que esta experiência venha a servir dereferência a futuros programas;

* verificar o nível de restabelecimento ou melhora das condições sócio-econômicasdos afetados como condições de saneamento, atividades econômicas, educação,etc, no caso das famílias;

* prever e garantir condições de sustentabilidade para as atividades econômicas dasfamílias, seja em áreas urbanas ou rurais considerando o acesso ao comércio,serviços, infra-estrutura de transporte, etc.

O processo de monitoramento deve ser realizado por uma equipe interdisciplinar quenão tenha participado, diretamente, do processo de desapropriação, com condições deobservar, de forma independente, e corrigir eventuais desvios de rumo.

E, finalmente, ratificando as diretrizes do DNIT, "o trabalho desta equipe deverá tersempre como indicador o grau de satisfação da comunidade afetada se baseando napremissa de que a melhora das condições sociais dos reassentados deverá ter comofoco, as benfeitorias geradas pela aquisição das novas moradias que devem dar plenascondições de saneamento, acesso aos serviços básicos de educação, saúde,transporte, etc, que possibilitem cálculos quantitativos como índices de mercado dasmelhorias implementadas na vida socioeconômica das famílias afetadas, servíndocomo forma de compensação das perdas sociais não mensuráveis".

15. GLOSSÁRIO

O DERBA, em atenção às diretrizes do BIRD, incorpora neste Glossário as definiçõesformuladas pelo DNIT, necessárias ao bom entendimento de um projeto dereassentamento Involuntário, de modo a evitar distorções quanto à interpretação dedeterminados termos.

Comunidade é a unidade social que compartilha de um convívio comum, que possuiuma identidade reconhecida e que freqüenta as mesmas instituições, de caráter social,lazer, religioso, institucional, independente de seu tamanho;

17

Plano de Reassentamento Involuntário plano a ser elaborado baseado nas diretrizesdo DERBA para a situação específica, ou seja, quando da execução de determinadaobra deverá ser elaborado plano específico que contemple ações que minimizem sobreà população afetada;

População afetada ou população atingida são todas as pessoas atingidas direta ouindiretamente pela obra, ou seja, diretamente são aqueles que perderão suas moradiase/ou comércio ou indústria e indiretamente são aqueles que, por exemplo, ficarão semacesso às suas moradias ou atividades devido à obra. Esta afetação pode ocorrer deforma permanente ou temporária, como são os atingidos durante à execução das obraspelos ruídos, vibrações, trânsito de máquinas.

Proprietário é a pessoa que detêm o título de propriedade ou documento de registrode imóvel;

Posseiro é o ocupante do imóvel no momento do cadastro, podendo ser ou nãoproprietário do mesmo, o posseiro se divide em duas categorias a da do posseiro diretoou do posseiro indireto.

Posseiro direto é o dono da benfeitoria que pode ou não ser proprietário do terreno;posseiro indireto é a pessoa ou família que vive sob o regime de cessão.

Inquilino é a pessoa ou família que vive sob o regime de aluguel documentado ou não;

Arrendatário é a pessoa ou família que aluga imóvel rural para moradia ou paraatividades agrícolas ou pontos comerciais para vender bens ou serviços;

Cadastro Socioeconõmico é a pesquisa realizada em 100% dos casos de forma aidentificar e definir quem e quantos e onde estão os afetados;

Área Afetada é a área atingida pela obra, pode ou não incluir o off-set, isto será funçãodo tamanho da área e da altura do off-set, ou seja, se o mesmo for pequeno e nãoinviabilizar o acesso à área remanescente do imóvel, não é incluído, mas do contrário éconsiderado parte da área afetada;

Off-set é a linha que determina o limite de afetação da obra, determinada a partir dosestudos ambientais de cada projeto;

Área Remanescente é a área que após a desapropriação poderá permanecer depropriedade ou posse do desapropriado desde que atendida à legislação urbana. ALegislação Federal Lei 6.766, determina que o lote urbano mínimo deve ser superior a125m2 , mas alguns municípios possuem legislação específica, como por exemplo, BeloHorizonte, que a Lei de Uso e Ocupação do Solo prevê lote mínimo de 200m2 ;

Decreto de Utilidade Pública é o instrumento do Poder Executivo Federal, Estadualou Municipal no qual declara determinada área de utilidade pública para fins dedesapropriação, para implantação de determinada obra, como por exemplo construçãode rodovias;

Decreto de Interesse Social é o instrumento do Poder Executivo Federal, Estadual ouMunicipal no qual declara determinada área de interesse social para fins dedesapropriação, para a implantação de determinada obra, como por exemploconstrução de conjuntos habitacional ou agrovilas;

18

Laudo de Avaliacão Imobiliária é o laudo técnico onde é feito todo o levantamentodas benfeitorias e dos terrenos atingidos tanto qualitativamente quantoquantitativamente para determinação de seu valor monetário para fins de negociação,que poderá ser pela via amigável ou judicial, com a foto e croqui de todas asbenfeitorias;

Pesquisa de Mercado Imobiliário é a pesquisa do valor das terras na mesma regiãode forma a fundamentar à apropriação de preços do laudo de avaliação imobiliária;

Custo Unitário Padrão é o valor do metro quadrado de construção, dentro do padrãoconstrutivo do imóvel afetado, normalmente adota-se os valores publicados porinstituições de credibilidade na área como, por exemplo, COHAB (Companhia deHabitação), Sinduscon (Sindicato da Construção Civil) e outros;

Fator de Depreciação é o índice que deprecia os imóveis conforme o seu estado deconservação e idade de construção. Este índice não é aplicado uma vez que ametodologia utilizada é a do custo de reprodução do imóvel;

Custo de reprodução da benfeitoria é o valor do imóvel à sua reposição, ou areconstrução ou a aquisição de imóvel semelhante;

lndenização é o valor oferecido à família afetada, e que é o resultadó do valor daavaliação dos terrenos e benfeitorias atingidos acrescidos da compensação social;

Compensação Social é a parcela definida para repor as perdas não mensuráveis taiscomo a quebra das relações sociais, a rede de apoio da vizinhança, as mudanças noshábitos de vida, etc.;

Reassentamento é a reposição pelo órgão promotor dos imóveis suprimidos peladesapropriação, ou seja, é a construção de conjuntos habitacionais, agrovilas, lotesagrícolas que visam regular o estoque de habitações destruídas pelo projeto. É umadas opções de negociação;

Regularização fundiária é o conjunto de atividades de natureza urbanística ou agráriae jurídica, que visa registrar determinado imóvel, tornando-o e seu proprietáriooficialmente reconhecidos;

Título ou Registro é o documento registrado em Cartório de Registro de Imóveis quecomprova a propriedade;

Poligonal é a linha topográfica (cotas planimétricas), que delimita a área de afetaçãoda obra, é, no mínimo, igual à área do off-set da obra;

Monitoramento é a atividade que tem por finalidade o acompanhamento dodesenvolvimento do processo de desapropriação e reassentamento, que visa corrigiros rumos do mesmo e o fundamentar futuras experiências;

Processo é o documento individual de cada família ou pessoa atingida, composto dosseguintes documentos: cadastro sócio-econômico, laudo de avaliação, documentos depropriedade (se houver), atas das reuniões de negociação e acordos, no caso denegociação amigável;

19

Necociacão é a etapa do projeto de Reassentamento Involuntário quando as famíliassão convocadas a comparecerem junto ao órgão promotor do projeto para conhecer deforma específica ao seu caso quais são as suas opções de compensação. Durante estareunião é explicado à família afetada todo o levantamento social e imobiliário, o métodode avaliação, os valores definidos, e por fim apresentado as suas opções de escolha.Esta etapa pode se encerrar de forma amigável ou judicial;

16. BIBLIOGRAFIA

Política para Reassentamento Involuntário - DNIT / Ministério dos TransportesSite:www.obancomundial .orq

20

- -