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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE GESTÃO E ECONOMIA ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO ESTRATÉGICA DA PRODUÇÃO CARLOS EDUARDO WEINRICH MOTIVAÇÃO NO TRABALHO DOS FUNCIONÁRIOS E SÓCIOS DA EMPRESA MN ORGANIZAÇÃO CONTÁBIL SOCIEDADE SIMPLES LTDA. MONOGRAFIA - ESPECIALIZAÇÃO CURITIBA 2007

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE GESTÃO E ECONOMIA

ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO ESTRATÉGICA DA PRODUÇÃO

CARLOS EDUARDO WEINRICH

MOTIVAÇÃO NO TRABALHO DOS FUNCIONÁRIOS E

SÓCIOS DA EMPRESA MN ORGANIZAÇÃO CONTÁBIL

SOCIEDADE SIMPLES LTDA.

MONOGRAFIA - ESPECIALIZAÇÃO

CURITIBA 2007

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CARLOS EDUARDO WEINRICH

MOTIVAÇÃO NO TRABALHO DOS FUNCIONÁRIOS E

SÓCIOS DA EMPRESA MN ORGANIZAÇÃO CONTÁBIL

SOCIEDADE SIMPLES LTDA.

Monografia de conclusão do curso de Gestão Estratégica da Produção do Departamento Acadêmico de Gestão e Economia da Universidade Tecnológica Federal do Paraná como requisito parcial para obtenção do grau de Especialista em Gestão Estratégica da Produção. Orientadora: Profa Msc. Hilda A. de Carvalho

CURITIBA 2007

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CARLOS EDUARDO WEINRICH

MOTIVAÇÃO NO TRABALHO DOS FUNCIONÁRIOS E

SÓCIOS DA EMPRESA MN ORGANIZAÇÃO CONTÁBIL

SOCIEDADE SIMPLES LTDA.

Esta Monografia foi julgada e aprovada como requisito parcial para a obtenção do grau de Especialista em Gestão Estratégica da Produção no Programa de Pós-graduação em Gestão Estratégica da Produção da Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

Curitiba, 05 de julho de 2007

Profª Drª Denise Rauta Buiar Coordenadora do Curso

BANCA EXAMINADORA

Profa. Msc. Hilda Alberton de Carvalho Universidade Tecnológica Federal do Paraná Orientadora

Profª Drª Isaura Alberton de Lima Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Profº Dr. Cezar Augusto Romano Universidade Tecnológica Federal do Paraná

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DEDICATÓRIA

A você Marlete, pelo incentivo à realização deste curso, o que me deu força para

seguir até o fim e concluí-lo, mesmo diante da distância que nos separou fisicamente neste

período. Por isso, quero agora dedicar este espaço a você, e agradecer por todas as lições de

vida que tem me dado. Tenha certeza querida, que se hoje sou o que sou, devo muito a você,

por me fazer enxergar a vida de outra maneira, por ter sido o canal, designado pelo Pai, da

minha restauração como pessoa. Desde o primeiro dia destes dezessete anos que resolvemos

nos unir em matrimônio e viver um para o outro, te amo cada dia mais intensamente.

À minha filha Fernanda, que teve que superar a minha ausência em tantos momentos,

justamente na sua juventude, quando eu tive que sair da nossa cidade para trabalhar e estudar

em outro Estado.

Aos meus queridos pais Fabiano e Judita, exemplos inquestionáveis de pessoas, e que

foram os propulsores desta caminhada, lá no início, há muito tempo, trabalhando duro até os

filhos serem auto-sustentáveis e poderem ser o que eles não puderam ser.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço, acima de tudo, a Deus, pela vida maravilhosa que me deu e pelos anjos que

Ele coloca no meu caminho para me guiar nos momentos difíceis. Muito obrigado Senhor por

se fazer presente em todos os meus momentos, em especial durante o período de realização

deste curso.

Muito obrigado à minha orientadora, Profa. Msc. Hilda Alberton de Carvalho, pelo seu

comprometimento na orientação deste trabalho e interesse em conduzi-lo da melhor maneira

possível ao cumprimento do objetivo.

E ao Sr. Claudemir José Molinetti, sócio administrador da MN Organização Contábil

Sociedade Simples Ltda., muito obrigado por permitir a realização da pesquisa de campo na

sua empresa, e por toda atenção dedicada a este trabalho, o que foi além da aplicação de um

questionário. Pelas reuniões que aceitou fazer para sanar dúvidas diversas, geralmente em

finais de semana, sou muito agradecido. Da mesma forma, o meu muito obrigado também a

todos os colaboradores da MN por colaborarem com esta pesquisa.

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“Gerência não é algo que você faça para os outros. Você gerencia seu inventário, seu talão de cheques, seus recursos, e pode até gerenciar a si mesmo, mas você não gerencia seres humanos. Você gerencia coisas e lidera pessoas. [...] Liderança é a habilidade de influenciar pessoas para trabalharem entusiasticamente visando atingir aos objetivos identificados como sendo para o bem comum”. (James C. Hunter, em “O monge e o executivo”, p.25)

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RESUMO

WEINRICH, Carlos Eduardo. Motivação no trabalho dos funcionários e sócios da empresa MN Organização Contábil Sociedade Simples Ltda. 2007. 101 p. Monografia (Especialização em Gestão Estratégica da Produção) – Programa de Pós-graduação em Gestão da Produção, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, 2007. Esta monografia avalia a motivação no trabalho na MN Organização Contábil Sociedade Simples Ltda., envolvendo seus funcionários e sócios, sendo que para isso se fez necessário obter informações acerca do nível de motivação dos trabalhadores da empresa. Inicialmente, a pesquisa foi planejada mediante projeto que envolveu, principalmente, a elaboração do tema e sua delimitação, a problemática abordada, os objetivos do trabalho bem como sua estrutura e a justificativa do mesmo. Em seguida foi construída a fundamentação teórica com o objetivo de agregar conhecimentos inerentes ao tema em questão visando tornar estes conhecimentos aplicáveis em uma proposta de melhoria. Depois, os procedimentos metodológicos utilizados no trabalho foram especificados, sendo em seguida, caracterizada a empresa explorada. Realizou-se então uma pesquisa de campo mediante aplicação de um questionário o qual foi encaminhado aos colaboradores da empresa objetivando coletar as informações necessárias ao estudo. Em seguida, os dados coletados na pesquisa de campo foram analisados e interpretados, quando foram identificados alguns pontos positivos, mas também algumas falhas na empresa (o resultado final mostrou baixo nível na motivação dos colaboradores da organização) o que serviu de base para formular a proposta de melhoria, sendo que esta, com certeza, pode ajudar a empresa e seus colaboradores a despertar em si a importância da motivação no trabalho para ambas as partes, haja vista esta proposta ter sido elaborada em conseqüência da necessidade exposta pelos próprios funcionários e sócios da organização, sendo fundamentada pelos conceitos trazidos dos autores mais conceituados na administração de recursos humanos, da atualidade. Com isso, o objetivo principal proposto para este trabalho foi alcançado. Palavras-chave: motivação no trabalho; qualidade de vida; comportamento; gestão de pessoas.

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ABSTRACT

WEINRICH, Carlos Eduardo. Work force motivation at MN Organização Contábil Sociedade Simples Ltda. 2007. 101 p. Research (Post-graduation studies on Production Estrategic Management) – Post-graduation Program on Production Strategic Management, Federal Technology University of Paraná, Curitiba, 2007. This paper analyses the work force motivation at MN Organização Contábil Sociedade Simples Ltda., involving not only its employees but the ownership as well, by using motivation survey data from the company. First of all this research was planned through a project considering the subject selection and its approach, as well as the main problem to be treated and the goals to be achieved. After that, the most important motivation theories were studied aiming to get some knowledge on this matter, which should apply in a strategy to enhance internal work motivation. Following, the method to be used in this research was established and the main characteristics of the selected company were pointed out. So, an employee/ownership survey was made by means of a questionnaire in order to get all the necessary information. After analyzing the survey result it was identified both positive and negative points but with an emphasis at low level of job motivation. With such basis, a strategy to motivate the work force was prepared which surely can help the company as a whole to think about motivation as a job key factor for both employees and ownership, since this strategy was thought in order to meet their needs as well as based on the modern ideas of respected authors on human resources administration. In this way the main goal of this paper was achieved. Key-words : job motivation, life quality, behaviour, people management.

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LISTA DE FIGURAS, GRÁFICOS E QUADROS

Figura 1 – Modelo de comportamento baseado em algum estímulo...................................... 33Figura 2 – Hierarquia das necessidades de Maslow............................................................... 42Figura 3 – Organograma da MN Organização Contábil......................................................... 64 Gráfico 1 – Aceitação do questionário................................................................................... 59Gráfico 2 – A divisão da hierarquia (organograma) da empresa............................................ 67Gráfico 3 – O favorecimento da qualidade de vida no ambiente de trabalho......................... 68Gráfico 4 – A promoção de boas condições no ambiente de trabalho.................................... 69Gráfico 5 – Faixa etária dos colaboradores............................................................................ 70Gráfico 6 – Tempo na empresa............................................................................................... 70Gráfico 7 – Escolaridade dos colaboradores........................................................................... 71Gráfico 8 – Atuação dos colaboradores na área da formação profissional............................. 72Gráfico 9 – A esperança de realização no atual emprego....................................................... 73Gráfico 10 – A motivação individual ao trabalho................................................................... 74Gráfico 11 – A motivação ao trabalho pelo grupo.................................................................. 75Gráfico 12 – A existência de falhas na empresa resultantes da falta de motivação............... 75Gráfico 13 – Os itens que mais contribuem para não sentir motivação no trabalho.............. 76Gráfico 14 – A necessidade primordial a satisfazer............................................................... 77Gráfico 15 – A iniciativa da empresa em trabalhar a motivação nos colaboradores.............. 78Gráfico 16 – Opinião se programas motivacionais desenvolvem a empresa......................... 78Gráfico 17 – A auto-motivação dos colaboradores................................................................ 79Gráfico 18 – As metas pessoais como auxílio para o desenvolvimento na organização........ 80Gráfico 19 – O fator mais importante para que aconteça a motivação................................... 81Gráfico 20 – O fator menos importante para que aconteça a motivação................................ 81Gráfico 21 – A conceituação de motivação no trabalho......................................................... 82Gráfico 22 – Dicas para auxiliar a empresa a elevar a motivação dos colaboradores............ 83Gráfico 23 – A existência de oportunidade de desenvolvimento de carreira......................... 84 Quadro 1 – Os cinco processos básicos na gestão de pessoas................................................ 20Quadro 2 – O que os executivos preferem como forma de reconhecimento.......................... 44

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SUMÁRIO

DEDICATÓRIA.................................................................................................................... 03 AGRADECIMENTOS......................................................................................................... 04 EPÍGRAFE............................................................................................................................ 05 RESUMO............................................................................................................................... 06 ABSTRACT........................................................................................................................... 07 LISTA DE FIGURAS, GRÁFICOS E QUADROS........................................................... 08 SUMÁRIO............................................................................................................................. 09 1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 12 1.1 TEMA............................................................................................................................ 12 1.1.1 Delimitação do tema............................................................................................. 13 1.2 PROBLEMA E PREMISSA.......................................................................................... 14 1.3 OBJETIVOS.................................................................................................................. 15 1.3.1 Objetivo geral....................................................................................................... 16 1.3.2 Objetivos específicos............................................................................................ 16 1.4 JUSTIFICATIVA.......................................................................................................... 16 1.5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.................................................................. 17 1.6 EMBASAMENTO TEÓRICO...................................................................................... 18 1.7 ESTRUTURA DO TRABALHO.................................................................................. 19 2 ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS....................................................... 20 2.1 O PROCESSO DA ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS..................... 20 2.1.1 Provisão de recursos humanos.............................................................................. 21 2.1.1.1 Pesquisa de mercado de recursos humanos.............................................. 21 2.1.1.2 Recrutamento de pessoas.......................................................................... 21 2.1.1.3 Seleção de pessoas.................................................................................... 22 2.1.1.4 Integração de pessoas............................................................................... 22 2.1.2 Aplicação de recursos humanos............................................................................ 23 2.1.2.1 Desenho de cargos.................................................................................... 23 2.1.2.2 Descrição e análise de cargos................................................................... 23 2.1.2.3 Avaliação do desempenho........................................................................ 24 2.1.3 Manutenção de recursos humanos........................................................................ 24 2.1.3.1 Remuneração e recompensa...................................................................... 25 2.1.3.2 Benefícios................................................................................................. 25 2.1.3.3 Higiene e segurança do trabalho............................................................... 26 2.1.3.4 Relações sindicais..................................................................................... 26 2.1.4 Desenvolvimento de recursos humanos................................................................ 27 2.1.4.1 Desenvolvimento organizacional.............................................................. 27 2.1.4.2 Educação corporativa................................................................................ 28

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2.1.4.3 Desenvolvimento de pessoal..................................................................... 29 2.1.4.4 Desenvolvimento de carreira.................................................................... 30 3 MOTIVAÇÃO.................................................................................................................... 31 3.1 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE MOTIVAÇÃO E COMPORTAMENTO. 32 3.1.1 Estilos de comportamento motivacional............................................................... 35 3.1.2 Orientação motivacional....................................................................................... 37 3.1.3 A relação da expectativa com a motivação........................................................... 37 3.2 EXPLORANDO A MOTIVAÇÃO NO TRABALHO................................................. 39 3.2.1 Os objetivos da motivação no trabalho................................................................. 40 3.2.2 Possuir metas específicas aumenta a motivação?................................................. 41 3.3 QUAIS NECESSIDADES AS PESSOAS PROCURAM SATISFAZER?.................. 41 3.3.1 A relação do salário com a motivação.................................................................. 43 3.3.2 A importância da qualidade de vida no trabalho.................................................. 47 3.4 SATISFAÇÃO, INSATISFAÇÃO E POLÍTICAS DE RECURSOS HUMANOS...... 49 3.5 COMO MOTIVAR PESSOAS...................................................................................... 52 4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.................................................................... 56 4.1 EXECUÇÃO DA PESQUISA....................................................................................... 56 4.1.1 Pesquisa de campo................................................................................................ 57 4.1.1.1 Coleta de dados......................................................................................... 58 4.1.1.2 População e amostra................................................................................. 58 5 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA ONDE FOI REALIZADA A PESQUISA..... 61 5.1 CAMPO E SETOR DA PESQUISA............................................................................. 61 5.1.1 Breve histórico da empresa................................................................................... 61 5.1.2 Missão da empresa................................................................................................ 62 5.1.3 Visão da empresa.................................................................................................. 62 5.1.4 Instalações............................................................................................................. 62 5.1.5 Serviços prestados................................................................................................ 62 5.1.6 Organograma........................................................................................................ 63 5.1.7 Atividades da empresa.......................................................................................... 64 6 ANÁLISE DA PESQUISA E PROPOSTA DE MELHORIA....................................... 67 6.1 ANÁLISE DOS DADOS.............................................................................................. 67 6.2 PROPOSTA DE MELHORIA...................................................................................... 84 6.2.1 Implantação de pesquisas de clima organizacional.............................................. 85 6.2.2 Promoção da melhoria na qualidade de vida no trabalho..................................... 85 6.2.3 Investimento na qualificação profissional............................................................ 86 6.2.4 Implantação de política de benefícios e salários................................................... 87 6.2.5 Outras sugestões................................................................................................... 88 6.2.6 Adoção de um programa motivacional................................................................. 89 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................ 90 7.1 COMPROVAÇÃO DA EFICÁCIA DO TRABALHO................................................ 92

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7.2 SUGESTÕES DE TRABALHOS FUTUROS.............................................................. 92 REFERÊNCIAS.................................................................................................................... 94 APÊNDICE A........................................................................................................................ 97 ANEXO A.............................................................................................................................. 101

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1 INTRODUÇÃO

A motivação no trabalho é a premissa para as empresas alcançarem a tão esperada

produtividade e a qualidade em seus produtos e/ou serviços. Investir na motivação dos

trabalhadores é investir no capital intelectual da organização, e com isso, ganhar um ótimo

diferencial competitivo frente à concorrência, principalmente quando se trata de uma empresa

de prestação de serviços, como é o caso da empresa a qual foi realizada a pesquisa que deu

origem a esta monografia.

1.1 TEMA

Todo administrador deve procurar despertar e manter a motivação dos subordinados,

voltada às metas da organização, pois um funcionário motivado trás consigo uma energia

positiva e a transmite aos demais companheiros, bem como, consegue chegar com mais

facilidade ao cumprimento dos seus objetivos.

De acordo com Fiorelli (2003, p.100) quando a motivação está presente nas pessoas,

elas tornam-se mais produtivas, atuam com maior satisfação, e produzem melhores efeitos, ou

seja, pessoas motivadas produzem mais e melhor. Esta afirmação é, sem dúvida, o grande

desafio e o grande desejo de todo gestor de equipe, seja como funcionário de uma organização

ou como patrão, além da sua própria motivação, afinal, um gestor sem motivação jamais

conseguirá motivar alguém ou uma equipe inteira.

Todas as pessoas são diferentes umas das outras, esta é uma afirmação básica, mas o

que difere uma pessoa da outra não é apenas a capacidade, mas também a vontade com que a

pessoa faz alguma coisa, ou seja, a motivação. E a motivação depende diretamente da

intensidade dos motivos que esta pessoa tem para fazer a ação; os motivos são as necessidades

do indivíduo de chegar aos seus objetivos (HERSEY; BLANCHARD, 1986, p.18). A

afirmação destes dois autores vai além, eles dizem que os motivos são os porquês do

comportamento e são as molas propulsoras da ação, logo, a dificuldade de um gestor está em

resgatar os motivos da ação de seus subordinados frente às condições que a empresa oferece.

A motivação no trabalho envolve vários aspectos, entre eles está o salário, o

reconhecimento pelo trabalho, o clima organizacional, a qualidade de vida no trabalho

(ambiente, segurança e saúde), a estabilidade no emprego, o plano de carreira que a empresa

oferece, os benefícios (plano de saúde, convênios, recreação, plano privado de aposentadoria),

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entre outros. Hoje, não é muito comum encontrar uma empresa que ofereça todas estas

vantagens, pois a redução de custos, mediante reduções de despesas, está cada vez mais

presente nas organizações, mesmo naquelas altamente competitivas.

Segundo Muchinsky (2004, p.368) nas últimas quatro décadas muitos estudos e teorias

sobre a motivação no trabalho surgiram e trazem explicações muito diferentes para o mesmo

aspecto do comportamento humano (a motivação), sendo que estes estudos e teorias, acerca

da motivação no trabalho, têm sido propostos a partir de perspectivas ambientais, sociais e

cognitivas (aquelas que buscam a aquisição do conhecimento). Mas, segundo o escritor supra

mencionado, foi nesta última década que se procurou efetivamente buscar a coerência entre as

construções psicológicas que embasam as teorias criadas nos últimos anos, porém, algumas

destas construções evoluem mais rapidamente que outras, o que não permite afinar a

coerência entre as teorias.

Diante do exposto, foi viável o estudo da motivação no trabalho a fim de identificar

falhas e apresentar idéias que contribuam para a elevação da motivação na M.N. Organização

Contábil Sociedade Simples Ltda, tanto para os funcionários como também para os sócios da

empresa, para com isso, elevar o nível de produtividade e qualidade nos serviços prestados, e

como conseqüência, a empresa se tornar cada vez mais competitiva no mercado, afinal, é de

suma importância conhecer os mecanismos que envolvem a motivação porque todo

comportamento humano é gerado por alguma coisa que o motiva, ou seja, se não existir

motivação, poderá não existir bom comportamento (MACÊDO et al, 2003, p.91).

1.1.1 Delimitação do tema

A delimitação do tema, em alguns casos, se faz necessária para limitar a pesquisa, pois

nem sempre é possível pesquisar todos os indivíduos do grupo ou todos os assuntos

relacionados ao tema que se quer ou precisa estudar. Porém, há casos em que o próprio tema,

bem como os objetivos da pesquisa, por si só automaticamente já estabelecem os limites, ou

seja, nem sempre há necessidade de delimitação (MARCONI; LAKATOS, 2006, p.29-30).

Esta afirmação de Marconi e Lakatos (2006), no parágrafo anterior, foi visível neste

trabalho quando o tema limitou a pesquisa com relação ao assunto motivação no trabalho,

sendo que, se a motivação não fosse limitada ao trabalho, poderia envolver um universo bem

maior, pois está muito presente na vida particular e social das pessoas, também.

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Quanto ao campo de investigação, o tema também já limitou a pesquisa à empresa MN

Organização Contábil Sociedade Simples Ltda., localizada na cidade de Joinville, Estado de

Santa Catarina. A investigação se desenrolou entre o segundo semestre de 2006 e o primeiro

semestre de 2007, período este que aconteceu a pesquisa de campo envolvendo todos os

funcionários e sócios da empresa, conseqüentemente todos os respectivos departamentos, haja

vista ser uma empresa pequena.

1.2 PROBLEMA E PREMISSA

Muitas empresas, via seus gestores, têm encontrado dificuldades em motivar seus

funcionários. O que acontece é que estas empresas fazem pesquisas de clima organizacional e

acabam esbarrando em resultados que não conseguem reverter, porque de uma forma geral, as

respostas são as mesmas: salário baixo, chefia sem liderança e/ou autoritária, falta de

comprometimento de alguns membros da equipe, burocracia, falta de qualidade de vida no

trabalho, entre outros.

Entre alguns pontos citados no parágrafo anterior, está o salário, sendo que a relação

deste com a motivação no trabalho ainda está diretamente ligada na maioria das empresas

pois, apesar do dinheiro não ser a única fonte de motivação, não se pode dizer que ele não

motiva (ROBBINS, 1999).

Outro ponto importante, e de difícil reversão (porém não impossível) no caso de

deficiência, é a qualidade de vida no trabalho. Esta, como o próprio nome sugere, é a

qualidade no ambiente de trabalho ou na vida profissional. Se o ambiente organizacional não

é bom, o indivíduo terá dificuldades em conseguir se motivar a alcançar os objetivos próprios

e os da empresa (BITENCOURT, 2004).

Macêdo et al. (2003) dizem que o estudo da motivação é complexo devido à

multiplicidade de aspectos particulares do ser humano, ou seja, o que agrada um não agrada o

outro, quando agrada um não agrada o outro. Corrobora-se com Macêdo et al. (2003) quando

estes afirmam que o estudo da motivação é complexo, mas as empresas precisam saber

aumentar o nível de motivação dos colaboradores, aumentando assim o comprometimento e

conseqüentemente a produtividade e a qualidade dos seus produtos e serviços.

Afirma-se baseado em Drucker (1998, p.87) que o trabalhador pode estar presenciando

o fim das regras de trabalho e das descrições de cargos. O que se observa é que alguns dos

aspectos comentados anteriormente estão invertendo, ou seja, os salários estão menores, o

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clima organizacional está cada vez mais tenso em alguns segmentos, a qualidade de vida no

trabalho diminuiu, ninguém tem segurança em afirmar que está estável em um emprego (com

exceção de funcionários públicos concursados), os benefícios estão sendo cortados aos

poucos, cargos estão sendo extinguidos e com isso a evolução na carreira em função de

promoções está ficando mais difícil.

Diante do exposto nos parágrafos anteriores, resta saber o que fazer, e é exatamente

este o questionamento que direcionou a presente pesquisa: como aumentar a motivação dos

funcionários e sócios da MN Organização Contábil Sociedade Simples Ltda.?

Baseando-se na pergunta apresentada, se buscou dentro do ambiente organizacional da

MN, a partir de uma pesquisa de campo, dados que levassem ao conhecimento do

comportamento dos colaboradores, a fim de obter subsídios para apresentar proposta que

auxilie a empresa a despertar a motivação nos colaboradores, aumentá-la nos que deixaram

enfraquecer, ou ainda resgatá-la naqueles que a perderam.

Bergamini e Coda (1990) comentam que uma boa análise do grau de satisfação dos

trabalhadores com relação ao conteúdo e ao tipo de trabalho e também com relação às

políticas de gestão de pessoas que a empresa oferece, trás recursos que possibilitam a

elevação do nível de comprometimento e de motivação. Se o comprometimento e a motivação

aumentam, eleva-se também o grau de produtividade e qualidade dos serviços e todos ganham

(empregados e empregadores). Em outras palavras, Bergamini e Coda (1990) dizem, que além

do trabalhador desejar gostar do que faz, ele espera ter uma boa política de gestão de pessoas.

Sabe-se que ao final, toda empresa que aplica uma pesquisa de clima organizacional e

a transforma em um programa motivacional está buscando mesmo, acima do bem estar do

colaborador, o maior comprometimento do mesmo a fim de obter com isso maior

produtividade e conseqüentemente lucratividade, pois a empresa paga o funcionário com uma

única meta: que o mesmo cumpra seus objetivos pré-estabelecidos e que participe de alguma

forma com o resultado positivo da organização.

1.3 OBJETIVOS

Para se chegar ao final desta pesquisa com êxito, foi preciso traçar alguns objetivos

que auxiliaram não só a obtenção do sucesso do trabalho, mas também que levaram à

expansão dos conhecimentos acadêmicos adquiridos. Para tanto, traçou-se um objetivo geral e

alguns específicos, sendo que estes, levaram ao objetivo geral do trabalho.

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1.3.1 Objetivo geral

Apresentar proposta para aumentar a motivação no trabalho dos funcionários e sócios

da M.N. Organização Contábil Sociedade Simples Ltda., aumento este necessário para a

otimização da vantagem competitiva e conseqüentemente do desenvolvimento organizacional.

1.3.2 Objetivos específicos

Para conseguir alcançar o objetivo geral deste trabalho, foram propostos os seguintes

objetivos específicos:

a) diagnosticar, a partir de uma pesquisa de campo, a situação atual da motivação no

trabalho, dentro da organização;

b) identificar possíveis causas de desmotivação dos colaboradores;

c) descobrir se existem e quais são os recursos disponíveis na empresa que ajudem

elevar a motivação no trabalho;

d) identificar a maneira mais adequada para aumentar a motivação na empresa;

e) apresentar propostas de ações de melhoria motivacional para a organização.

1.4 JUSTIFICATIVA

A era da globalização está fazendo com que as empresas passem por muitas

transformações. Os mercados se alteram rapidamente, a evolução tecnológica é ininterrupta,

cada vez se exige mais em qualidade dos produtos, preço, responsabilidade social, entre

outros aspectos.

As organizações estão se desenvolvendo muito para conseguirem cumprir os

requisitos, mas nenhuma delas consegue alcançar os objetivos seja de produtividade ou

qualidade, sem profissionais motivados para isso, pois o colaborador contribui com uma

parcela muito grande no desenvolvimento ou no fracasso da organização.

Por isso, cada vez mais o investimento na motivação no trabalho deve ser visto como

um investimento no capital intelectual da empresa, e não como uma despesa ou custo, pois o

capital humano tem grande peso no futuro da mesma. Antigamente não se dava muita ênfase

para o grau de entusiasmo das pessoas, pois a concorrência era muito menor, ou seja,

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praticamente não existia dificuldade para uma organização colocar seu produto ou serviço no

mercado.

Porém hoje, a globalização praticamente obrigou o mercado a ser muito mais

competitivo, e com isso, a empresa que não dispor de funcionários com alto grau de

motivação poderá ser levada ao fracasso. É necessário que todos os membros de uma empresa

estejam entusiasmados, para com isso, exercer sua função da melhor forma possível para fazer

funcionar o sistema organizacional.

Mas, como a globalização alterou o cenário, foi preciso mudar também as regras dos

programas motivacionais nas empresas, ou seja, um programa motivacional deve estar de

acordo com as necessidades de cada organização. O cliente ou consumidor não aceita mais ser

mal atendido, e se for, dificilmente voltará a comprar deste mesmo fornecedor que não o

atendeu bem, seja em qualquer aspecto, bem pelo contrário, ele fará questão de fazer

propaganda negativa do mau atendimento que teve.

É necessário também estar ciente de que a motivação no trabalho é como se fosse uma

caminhada que não termina, cada vez mais a evolução e o crescimento do mercado obriga as

organizações a investir no potencial humano que elas detém.

Muito se tem estudado a motivação das pessoas, porém mais ainda se tem a estudar,

principalmente nas micro-empresas onde o contingente de pessoal é pequeno, não se tem

muito tempo de parar para aplicar programas motivacionais e as verbas para investimento em

remuneração e benefícios (que de certa forma são fontes motivadoras) são restritas para a

organização.

Dentro deste contexto, considerou-se este trabalho viável de ser desenvolvido na MN

Organização Contábil Sociedade Simples Ltda., pois esta não é diferente das demais

empresas, ou seja, se não tiver colaboradores motivados, não poderá apresentar bons serviços

aos clientes, e conseqüentemente, não conseguirá acompanhar o mercado que está evoluindo

com rapidez e está exigindo sempre mais em qualidade dos serviços. Para tanto, a MN precisa

de profissionais motivados, pois estes, tem elevada importância no futuro da organização.

1.5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Para o desenvolvimento deste trabalho, inicialmente foi feita uma pesquisa

bibliográfica em materiais didáticos como livros, revistas, dissertações, teses, artigos e ainda

outros materiais que puderam trazer base para o bom andamento da monografia.

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Segundo Marconi e Lakatos (2006, p.25), a pesquisa bibliográfica é um apanhado geral sobre os principais trabalhos já realizados, revestidos de importância por serem capazes de fornecerem dados atuais e relevantes relacionados com o tema. O estudo da literatura pertinente pode ajudar a planificação do trabalho, evitar duplicações e certos erros, e representa uma fonte indispensável de informações podendo até orientar as indagações.

A pesquisa bibliográfica foi de fundamental importância para obter aprofundamento

no tema, pois trouxe conhecimentos em assuntos que até o momento da pesquisa não se

apresentavam claros, aqui especificamente, a motivação de pessoal (motivação no trabalho).

Quanto a sua natureza, a pesquisa foi do tipo aplicada, ou seja, terá interesse prático

futuro.

Quanto ao objetivo macro, o presente trabalho descreve uma situação onde se tiveram

dados coletados e registrados, logo após é apresentada uma análise, ou seja, um diagnóstico

da situação atual (por isso a pesquisa é qualitativa, pois explica o fenômeno a partir de uma

pesquisa de campo), sendo que em seguida os dados coletados são interpretados a fim de

identificar as causas do problema, caracterizando a pesquisa também como explicativa.

Os dados, conforme comentário no parágrafo anterior, foram coletados via uma

pesquisa de campo, aplicada em forma de questionário, sendo que este trouxe perguntas

abertas, fechadas e de múltipla escolha, totalizando 21 perguntas, considerando que um bom

questionário deve apresentar de 20 a 30 perguntas (MARCONI; LAKATOS, 2006, p.99).

Segundo Marconi e Lakatos (2006, p.101-103), as perguntas abertas [...] são as que permitem ao informante responder livremente, usando linguagem própria, e emitir opiniões, [...] as perguntas fechadas [...] são aquelas que o informante escolhe sua resposta entre duas opções: sim e não, [...] e as perguntas de múltipla escolha são perguntas fechadas mas que apresentam uma série de possíveis respostas, abrangendo vários aspectos do mesmo assunto.

A intenção da pesquisa de campo, conforme comentado anteriormente na delimitação

do tema, é envolver a maior amostragem possível, que neste caso, foi toda a população da

empresa, sendo que para despertar o interesse às respostas, o questionário teve especificado

em seu cabeçalho seu real objetivo e trouxe inicialmente perguntas gerais, indo em seguida às

específicas, tudo isto para não gerar insegurança às pessoas que responderam.

1.6 EMBASAMENTO TEÓRICO

Neste trabalho, tanto na fundamentação teórica quanto nas outras etapas, foram

explorados vários conceitos bibliográficos de autores renomados, como por exemplo,

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Maximiano, Chiavenato, Robbins, Drucker, Maslow, Bergamini, Coda, Macedo, Marconi,

Lakatos, entre outros. As obras destes autores são o que tem de mais apurado atualmente no

estudo da administração de Recursos Humanos nas organizações.

1.7 ESTRUTURA DO TRABALHO

O primeiro capítulo, sendo introdutório, apresenta o planejamento da pesquisa,

enfocando o tema e sua delimitação, o problema a ser resolvido e a premissa, os objetivos

geral e específicos, a justificativa da importância do trabalho, os procedimentos

metodológicos, o embasamento teórico utilizado e a estrutura que o trabalho tem.

O segundo e o terceiro capítulo trazem o referencial teórico. Eles abordam desde o

processo da administração de recursos humanos (capítulo dois) até chegar à motivação no

trabalho (capítulo três), tema desta monografia, onde são apresentados vários conceitos, a

partir da definição de motivação. Estes dois capítulos dão fundamento à pesquisa.

O detalhamento dos procedimentos metodológicos é feito no quarto capítulo (como foi

feita a pesquisa em seu âmbito).

No quinto capítulo é caracterizada a empresa onde a pesquisa de campo (questionário,

conforme expresso nos procedimentos metodológicos) foi realizada, onde ganham destaque o

campo da pesquisa, o histórico, a missão e a visão da empresa, suas instalações, os serviços

que ela executa e sua estrutura organizacional.

O desenvolvimento da pesquisa é tratado no sexto capítulo, o qual traz os resultados

da pesquisa de campo mediante análise dos dados coletados, e também, a proposta de

melhoria para a empresa, quando algumas ações são sugeridas visando atingir o objetivo

macro deste trabalho, ou seja, a apresentação de uma proposta que ajude no aumento da

motivação no trabalho dos funcionários e sócios da M.N. Organização Contábil Sociedade

Simples Ltda.

Por fim, no sétimo capítulo são feitas as considerações finais sobre o trabalho

desenvolvido onde se comprova a eficácia no alcance do objetivo geral e são sugeridos

trabalhos futuros em continuação ou derivação deste.

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20

2 ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

Todo administrador deve desempenhar as quatro funções administrativas que formam

o processo administrativo: planejar, organizar, dirigir e controlar. A administração de recursos

humanos está relacionada a todas essas funções, ela refere-se às políticas e práticas

necessárias para administrar o trabalho e a vida das pessoas.

Conforme Chiavenato (1999, p.8), administração de recursos humanos é o conjunto de políticas e práticas necessárias para conduzir os aspectos da posição gerencial relacionados com as pessoas ou recursos humanos, incluindo recrutamento, seleção, treinamento, recompensas e avaliação de desempenho.

2.1 O PROCESSO DA ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

A administração de recursos humanos consiste em diversificadas atividades: descrever

e analisar os cargos, planejar os recursos humanos, recrutar, selecionar, orientar e motivar as

pessoas, avaliar o desempenho, remunerar, treinar e desenvolver, entre outras atividades.

A gestão de pessoas é responsável por várias transformações nas pessoas e nas

organizações. Tudo deve ser observado, desde a maneira de buscar as pessoas no mercado de

trabalho até o controle quando essas já estão dentro da organização. Essas tarefas formam um

ciclo que é chamado de processo de recursos humanos. “Os processos básicos na gestão de

pessoas são cinco, a saber: prover, aplicar, manter, desenvolver e monitorar as pessoas”

(CHIAVENATO, 2002, p.155).

O quadro 1 mostra os objetivos e as atividades dos processos da gestão de pessoas:

Processo Objetivo Atividades envolvidas

Provisão Quem trabalhará na organização Pesquisa de mercado de Recursos Humanos Recrutamento, seleção e integração de pessoas

Aplicação O que as pessoas farão na organização

Desenho, descrição e análise de cargos Avaliação de desempenho

Manutenção Como manter as pessoas trabalhando na organização

Remuneração, recompensa e benefícios Higiene e segurança do trabalho Relações sindicais

Desenvolvimento Como preparar e desenvolver as pessoas

Treinamento Desenvolvimento organizacional

Monitoração Como saber o que são e o que fazem as pessoas

Banco de dados/Sistemas de informação Controles, freqüência, produtividade e balanço social

Quadro 1 – Os cinco processos básicos na gestão de pessoas Fonte: adaptado de Chiavenato (2002)

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21

2.1.1 Provisão de recursos humanos

A provisão, em recursos humanos, é o suprimento das pessoas para a organização.

Envolve a pesquisa de mercado, recrutamento, seleção e a integração das pessoas na empresa.

O objetivo da provisão é dizer quem irá trabalhar na organização (CHIAVENATO, 2002).

2.1.1.1 Pesquisa de mercado de recursos humanos

O mercado de recursos humanos é a disposição de mão-de-obra ao mercado de

trabalho.1 São os candidatos reais (quando estão em busca de alguma oportunidade, mesmo

que estejam empregados) e potenciais (embora não estejam procurando emprego, tem o perfil

para determinada vaga oferecida).

Segundo Chiavenato (2002, p.177), o mercado de recursos humanos interage

diretamente com o mercado de trabalho: quando um está ofertando o outro está procurando,

havendo então a pesquisa de mercado de recursos humanos.

A organização vai pesquisar no mercado de recursos humanos quando está oferecendo

alguma vaga de trabalho ou de emprego,2 para aproveitar a oferta de mão-de-obra disponível

neste mercado. Com a instabilidade na economia mundial, a oferta no mercado de recursos

humanos aumentou consideravelmente.

2.1.1.2 Recrutamento de pessoas

Recrutar é atrair candidatos com as qualificações exigidas pelo cargo que foi colocado

a disposição do mercado de recursos humanos. O recrutamento deve abranger candidatos reais

e potenciais que oferecem à seleção (próxima etapa do processo) a menor chance de erro na

contratação. “Recrutamento é o processo de localizar, identificar e atrair candidatos capazes”

(ROBBINS, 2000, p. 234).

Para um recrutamento ser bem estruturado, ele deve passar por um planejamento, que

é constituído de três fases: o que a organização precisa do cargo oferecido, o que o mercado

1 Mercado de trabalho são as ofertas de trabalho ou de emprego oferecidas pelas organizações. 2 Trabalho é o exercício das funções no emprego. Emprego é a utilização do trabalho humano em troca de remuneração.

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22

de recursos humanos pode oferecer ao mercado de trabalho e qual a técnica de recrutamento

que a empresa deverá adotar (se o recrutamento será interno ou externo).

A gestão de pessoas deverá ter bem estruturado o processo de recrutamento da

empresa, pois este poderá ser fator de motivação ou desmotivação para os colaboradores.

Quando for interno este tipo de recrutamento pode ser entendido como promoção para muitas

pessoas. Por outro lado, o recrutamento externo, em alguns casos, pode causar desmotivação

dos colaboradores quando um determinado perfil de profissional estiver sendo procurado fora

da empresa sendo que esta dispõe de profissional qualificado para ocupar determinada vaga.

2.1.1.3 Seleção de pessoas

A seleção de pessoas é a etapa que acontece imediatamente após o recrutamento. A

seleção é a escolha, a filtragem e a decisão acerca de quem vai preencher determinada vaga

oferecida. A tarefa da seleção é escolher o candidato que melhor está preparado para o cargo,

ou seja, que tem o perfil mais parecido com o perfil exigido. Deve ser feita de forma muito

cautelosa, de modo a oferecer o mínimo possível de chance de erro na contratação.

Para Chiavenato (2002, p.225), a seleção “é um processo de comparação entre duas

variáveis: de um lado, os requisitos do cargo a ser preenchido (requisitos que o cargo exige de

seu ocupante) e, de outro lado, o perfil das características dos candidatos que se apresentam”.

A seleção é feita pelo departamento de recursos humanos da empresa, ou se

terceirizada, pela empresa (ou agência) especializada, porém, a decisão final a respeito de

quem irá ocupar o cargo oferecido, deverá ser sempre de quem está requisitando.

2.1.1.4 Integração de pessoas

Depois de feita a seleção do candidato que irá ocupar o cargo, e este já ter sido

contratado, o mesmo deverá passar pela integração. A integração pode ser individual ou em

grupo, quando se estiver contratando várias pessoas ao mesmo tempo. Em alguns casos,

quando só uma pessoa está sendo admitida em determinado período, são esperadas mais

contratações para fazer a integração, pois o processo envolve várias pessoas da organização,

porém essa espera não pode ser muito prolongada, sendo que o novo funcionário precisa

conhecer os procedimentos da empresa, seus benefícios, entre outros aspectos.

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23

A integração é a etapa do processo de recursos humanos que vai, como o próprio nome

já diz, integrar o novo funcionário à empresa. Essa integração se dá, orientando o funcionário

a respeito de vários fatores pertinentes à organização, como por exemplo: regras de conduta,

horários, convênios médicos e hospitalares, direitos e obrigações, entre outros.

2.1.2 Aplicação de recursos humanos

A aplicação, no processo de gestão de pessoas, relata, basicamente, o que as pessoas

farão na organização. Envolve o desenho de cargos, a descrição e análise de cargos e a

avaliação de desempenho (CHIAVENATO, 2002).

2.1.2.1 Desenho de cargos

Desenhar um cargo é especificar, por escrito, tudo o que compõe o cargo.3 É

estabelecer as tarefas que o ocupante do cargo deve desempenhar, como as tarefas são

executadas, a quem o ocupante deve se reportar e quem ele supervisionará. É feito pelo

departamento de recursos humanos, porém com a intensa acessoria das áreas afins.

Megginson et al (1998) afirmam que desenhar um cargo é especificá-lo, tornando-se a

base para contratações futuras. É também declarar por escrito as qualificações exigidas para

cada cargo, para a pessoa desempenhar bem sua função.

2.1.2.2 Descrição e análise de cargos

A descrição do cargo está relacionada com o desenho de cargos (item 2.1.2.1 deste

capítulo). Relata o conteúdo do cargo (tarefas, deveres e responsabilidades). É o detalhamento

das atribuições ou tarefas, o período da execução dessas tarefas ou atribuições, o método

empregado na execução e quais os objetivos do cargo. É um documento escrito dos principais

aspectos, deveres e responsabilidades envolvidos.

3 Cargo é o composto das atividades, responsabilidades e requisitos do funcionário na organização.

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Depois de feita a descrição, se faz a análise, a qual é feita em relação aos aspectos

extrínsecos do mesmo, ou seja, os requisitos que o cargo impõe ao seu ocupante. Ela estuda e

determina os requisitos qualitativos, as responsabilidades envolvidas e as condições exigidas

pelo cargo.

2.1.2.3 Avaliação do desempenho

Conforme Chiavenato (2002, p.325), a avaliação do desempenho é uma apreciação sistemática do desempenho de cada pessoa no cargo e o seu potencial de desenvolvimento futuro. Toda avaliação é um processo para estimular ou julgar o valor, a excelência, as qualidades de alguma pessoa. [...] Além do mais, a avaliação do desempenho constitui uma técnica de direção imprescindível na atividade administrativa.

A avaliação do desempenho pode ser feita a partir de várias formas: pelo gerente, pelo

próprio indivíduo, pelo indivíduo e o gerente juntos, pela equipe de trabalho, entre outras

maneiras. A forma de avaliar o desempenho vai depender da política de recursos humanos da

empresa.

2.1.3 Manutenção de recursos humanos

O importante é, além de atrair as pessoas para trabalharem nas organizações, conseguir

mantê-las trabalhando. Para a empresa é interessante manter as pessoas devido vários fatores,

como por exemplo, o custo com admissão e demissão de funcionários, os gastos com

treinamento, os gastos com uniformes e a possível perda na qualidade do produto ou serviço

em conseqüência da falta de experiência e/ou desconhecimento do produto ou serviço a cada

vez que um novo funcionário entra na empresa.

Segundo Gil (2001, p.46), a evasão de talentos não poderá ser evitada apenas mediante compensação salarial ou oferecimento de benefícios indiretos. Será necessário criar condições para que os empregados desejem realmente permanecer na empresa, sintam a contribuição significativa para seu desenvolvimento profissional e pessoal.

Esta afirmação de Gil (2001) vem a encontro do tema desta monografia, pois para o

empregado permanecer na empresa ele precisa estar motivado. O autor ainda comenta que é

razoável uma organização admitir que está sujeita a perder seus colaboradores para outras

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25

empresas quando reconhece que seu principal capital é o intelectual, e que cabe a empresa

criar mecanismos que amenizem a perda dos seus talentos, sendo que as maneiras mais

tradicionais de manter os talentos, ou seja, de manter os recursos humanos nas organizações

são: o sistema de remuneração e recompensa, benefícios e serviços sociais, higiene e

segurança do trabalho e relações sindicais.

2.1.3.1 Remuneração e recompensa

A remuneração é, para os empregados, a medida de seu valor para si mesmos, para

seus colegas, familiares e a sociedade. Para muitas pessoas, o nível de renda determina o

prestígio, status4 e valor de um funcionário para a organização. Para outras, o nível de renda

determina o grau de motivação que um funcionário tem na empresa onde trabalha.

“Remunerar é dar aos empregados um pagamento financeiro como recompensa pelo trabalho

realizado e como motivador de desempenho futuro” (MEGGINSON et al, 1998, p.302).

Já o sistema de recompensa trata do pacote total de benefícios que a organização

coloca à disposição de seus funcionários e a forma para fazer uso dos mesmos. Não apenas

salários, férias, promoções para posições mais elevadas, mas também recompensas como

garantia de segurança no cargo, transferências laterais para posições mais desafiantes ou para

posições que levem a um crescimento e as várias formas de reconhecimento por serviços

notáveis.

2.1.3.2 Benefícios

Em algumas empresas, uma boa parte da remuneração total dos funcionários é

constituída de benefícios. Hoje, os benefícios já são considerados um diferencial na hora de

decidir por uma vaga de trabalho.

Os benefícios são aquelas facilidades, conveniências, vantagens e serviços que a

empresa oferece aos seus empregados, com objetivo de poupar-lhes esforços e preocupação,

sendo que a empresa pode financiar uma parte ou a totalidade dos gastos envolvidos nos

benefícios. “O benefício é uma forma de remuneração indireta que visa oferecer aos

4 Status pode ser entendido com uma posição social de prestígio (Dicionário Michaelis).

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funcionários uma base para a satisfação de suas necessidades pessoais” (CHIAVENATO,

2002, p.415).

As principais formas de benefícios são: gratificações em dinheiro, seguro de vida,

prêmios por produção, lazer, refeitório, cantina dentro da empresa com custo acessível,

transporte, recreação e atividades comunitárias.

Os benefícios podem ser legais (aqueles exigidos pela legislação trabalhista,

previdenciária ou convenção coletiva entre sindicatos) ou espontâneos (aqueles concedidos

por liberalidade das empresas).

2.1.3.3 Higiene e segurança do trabalho

Para a gestão de pessoas, a saúde e a segurança dos empregados, constituem uma das

principais bases para a preservação da força de trabalho adequada, ou seja, se um funcionário

estiver com uma boa saúde ele irá trabalhar bem e motivado, mas se não estiver com a saúde

boa, ele não produzirá o que a empresa espera dele (logicamente a produção não depende

somente da saúde do funcionário). A higiene e segurança do trabalho são duas atividades

relacionadas, que garantem as condições pessoais e materiais de trabalho capazes de manter

certo nível de saúde dos empregados.

A higiene do trabalho refere-se ao conjunto de normas e procedimentos que visa à

proteção da integridade física e mental do trabalhador, preservando-os dos riscos de saúde

inerentes às tarefas do cargo e ao ambiente físico onde são executadas. Já a segurança do

trabalho é o conjunto de medidas técnicas, educacionais, médicas e psicológicas, empregadas

para prevenir acidentes, quer eliminando as condições inseguras do ambiente, quer instruindo

ou convencendo as pessoas da implantação de práticas preventivas.

2.1.3.4 Relações sindicais

A manutenção de recursos humanos também envolve o relacionamento da organização

com as entidades representativas dos empregados, isto é, com os sindicatos. É importante essa

relação da empresa com o sindicato porque envolve vários assuntos de interesse dos

empregados.

Segundo Vroom (1997, p.7),

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27

as leis trabalhistas, as políticas públicas, a economia de salários e custos, a demografia e gestão do potencial humano, acordos coletivos, gestão de contratos e ações trabalhistas estão sob o domínio das relações trabalhistas. Consideram a política no nível da fábrica, empresa, sindicato, estado e nação, juntamente com as leis trabalhistas, como elementos principais em qualquer situação. Normalmente, sua postura é antagonista e intransigente – seguindo rigidamente os termos dos contratos, não permitindo exceções, evitando precedentes e estabelecendo uma posição forte para negociação.

Tanto para o funcionário quanto para a organização, sempre é interessante um bom

relacionamento com o sindicato da categoria, sendo opcional a filiação do trabalhador a ele.

Um fato interessante é que, a partir do momento que um sindicato esteja autorizado a

representar uma empresa, ele não pode fazer distinção entre os integrantes da mesma, ou seja,

a negociação deve correr de forma igual para todas as pessoas, independente de elas serem ou

não filiadas a ele (BOHLANDER; SNELL; SHERMAN, 2003, p.404).

2.1.4 Desenvolvimento de recursos humanos

A administração de recursos humanos está relacionada com todas as funções

administrativas (planejar, organizar, dirigir e controlar), ela refere-se às políticas e práticas

necessárias para administrar o trabalho e a vida das pessoas. Mas, além de administrar os

recursos humanos, é preciso desenvolvê-los. O desenvolvimento de recursos humanos trata do

desenvolvimento da organização de uma forma corporativa e do desenvolvimento pessoal.

2.1.4.1 Desenvolvimento organizacional

Desenvolvimento organizacional é um programa educacional que tem a visão em

longo prazo, cujo sentido é melhorar os processos de resolução de problemas da organização.

É uma mudança planejada e que envolve a organização como totalidade. Tem uma noção

macro e sistêmica, ou seja, acontece em termos organizacionais, diferente do treinamento e

desenvolvimento que quase sempre são individuais.

Segundo Chiavenato (1999, p.331), desenvolvimento organizacional é um esforço de longo prazo, apoiado pela alta direção, no sentido de melhorar os processos de resolução de problemas e de renovação organizacional, particularmente através de um eficaz e colaborativo diagnóstico e administração da cultura organizacional – com ênfase especial nas equipes formais de trabalho, equipes temporárias e cultura intergrupal – com a

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assistência de um consultor-facilitador e utilização da teoria e tecnologia das ciências do comportamento, incluindo ação e pesquisa.

O desenvolvimento organizacional apresenta as seguintes características: focaliza a

organização toda, tem orientação sistêmica, funciona como agente de mudança, enfatiza a

solução de problemas, a aprendizagem é experimental (os participantes aprendem pela

experiência no ambiente de treinamento), os processos são grupais e há desenvolvimento das

equipes. Seus principais objetivos são: aumentar o nível de confiança e apoio entre os

membros da organização, melhorar a comunicação organizacional, incrementar o nível de

entusiasmo e satisfação pessoal na organização, procurar soluções aos problemas e

incrementar o nível de responsabilidade individual e grupal.

Mas, embora o desenvolvimento organizacional busque a mudança e a inovação, ele

apresenta algumas limitações: a eficácia dos programas é de difícil avaliação, os programas

demandam muito tempo, os objetivos são geralmente muito vagos e os custos totais de um

programa são difíceis de avaliar. Porém, “Essas limitações não significam que se deve

eliminar os esforços de desenvolvimento organizacional. Apenas indicam as áreas em que o

programa precisa ser aperfeiçoado” (CHIAVENATO, 1999, p.339).

A administração de recursos humanos pode ser impulsionada pelo desenvolvimento

organizacional, pois este representa um dos mais promissores campos de atuação na melhoria

das organizações e no desenvolvimento das pessoas.

2.1.4.2 Educação corporativa

No desenvolvimento de pessoas nas organizações, o treinamento e desenvolvimento

estão apresentando uma tendência para a educação corporativa. A educação corporativa muda

as estruturas de treinamento e desenvolvimento em um conceito de atuação projetado para

uma sociedade do conhecimento, e aí surgem as universidades corporativas.

Éboli (1999) afirma que a universidade corporativa é, sobretudo, um processo que tem

a missão de formar e desenvolver os talentos humanos, promovendo a geração, assimilação,

difusão e aplicação do conhecimento organizacional por meio da aprendizagem ativa e

contínua.

As principais características das universidades corporativas são:

a) apresentam total interação com o planejamento estratégico da empresa;

b) privilegiam a aprendizagem contínua e permanente;

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c) promovem a capacitação orientada aos objetivos da organização;

d) necessitam de investimentos significativos por parte das empresas;

e) o retorno sobre os investimentos é de difícil medição;

f) podem ter instalações próprias ou usar as instalações de instituições de ensino

superior tradicionais em regime de parceria;

g) apresentam aprendizagem contínua e permanente;

h) podem estender-se para fora da empresa, servindo a clientes, fornecedores,

franqueados e público externo em geral.

Alperstedt (2001) garante que as universidades corporativas estão voltadas não apenas

à formação de desenvolvimento de competências essenciais ao negócio da empresa, mas

também, aos serviços educacionais externos à empresa, bem como o estabelecimento de

parcerias com instituições de ensino superior.

Embora tenha características próprias, as universidades corporativas podem ser

entendidas como uma evolução direta do processo de treinamento e desenvolvimento.

2.1.4.3 Desenvolvimento de pessoal

O desenvolvimento pessoal relaciona-se com a educação e a orientação para o futuro

da carreira do colaborador. É formado por um conjunto de atividades e processos que tem

como objetivo explorar o potencial de aprendizagem e a capacidade produtiva do ser humano

nas organizações.

Para Chiavenato (1999, p.323) “desenvolvimento são as experiências não

necessariamente relacionadas com o cargo atual, mas que proporcionam oportunidades para o

desenvolvimento e crescimento profissional”.

O desenvolvimento pessoal busca nas pessoas novas habilidades e conhecimentos, e

também a modificação de comportamentos e atitudes. É motivador porque cria perspectivas

de evolução e contribui para a melhoria dos resultados, e pode ser feito no cargo atual

(rotação de cargos, posições de acessoria, atribuição de comissões, entre outros) e fora do

cargo (tutoria5 e aconselhamento6).

5 A tutoria acontece quando um funcionário aspira subir a níveis mais elevados e recebe assistência e advocacia de executivos da cúpula, ou seja, quando ele é guiado em sua carreira. 6 Quando um gestor aconselha o funcionário no sentido de assisti-lo no desempenho de seu cargo. Difere-se da tutoria porque surge quando o problema de desempenho é relacionado com a disciplina, ou seja, quando o funcionário tem um comportamento inconsistente com o ambiente de trabalho.

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30

2.1.4.4 Desenvolvimento de carreira

Antigamente, o desenvolvimento de carreira era somente para atender as necessidades

organizacionais. “Hoje algumas organizações estão atribuindo gradativamente a

responsabilidade pela administração de carreira aos seus próprios funcionários, dando-lhes as

condições e suportes possíveis para que eles façam escolhas adequadas e sejam bem

sucedidos” (CHIAVENATO, 1999, p.326).

O desenvolvimento de pessoas relaciona-se fortemente com o desenvolvimento de

suas carreiras.7 A carreira pressupõe desenvolvimento profissional gradativo (vai acontecendo

com o passar do tempo) e cargos crescentemente mais elevados, sendo que o desenvolvimento

de carreira é um processo (formalizado e seqüencial) que focaliza o planejamento da carreira

futura dos funcionários. Mas, atualmente não são muitas organizações que planejam o

desenvolvimento da carreira dos seus funcionários, o que pode ser ruim para ambos os lados:

para o funcionário que não vê perspectiva de crescimento e para a empresa, caso exista alta

rotatividade de pessoal, pois sempre terá gastos com a preparação do funcionário para exercer

o cargo ou a função atual.

As ferramentas mais usadas para desenvolver carreiras são: centros de avaliação, testes

psicológicos, avaliação de desempenho e projeções de promoções.

7 Carreira é uma sucessão ou seqüência de cargos ocupados por uma pessoa ao longo de sua vida profissional.

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31

3 MOTIVAÇÃO

A palavra motivação pode receber vários conceitos, vindos de vários autores, e cada

um colocará seu ponto de vista buscando definir o que realmente é a motivação. Para a

psicologia, a motivação é uma espécie de energia psicológica ou tensão que põe em

movimento o organismo humano.8 “O homem move-se para completar o que lhe falta”

(FIORELLI, 2003, p.101).

A afirmação de Fiorelli (2003) vem a encontro da definição dada sob o ponto de vista

psicológico (no parágrafo anterior), a qual também fala em movimento. Nas definições de

motivação, dadas nos parágrafos seguintes, poderá se observar que, ao final, não se tem

grandes diferenças conceituais, embora de diferentes autores.

Sob o ponto de vista da administração, Robbins (2005, p.342) afirma que “motivação é

a disposição de exercer um nível elevado e permanente de esforço em favor das metas da

organização, sob a condição de que o esforço seja capaz de satisfazer alguma necessidade

individual”. Levando em consideração o significado de esforço9, pode-se entender com a

afirmação de Robbins (2005) que, estar motivado é ter ânimo para executar as atividades

necessárias para conseguir alcançar os objetivos propostos pela organização, sendo que este

ânimo conseqüentemente levará à satisfação do próprio indivíduo, seja pelo recebimento de

uma recompensa ou simplesmente por ter colaborado com a empresa.

Se um funcionário estiver constantemente motivado, ele conseqüentemente estará

envolvido com as questões estratégicas, mesmo que sem saber, porque geralmente quando

está em estado de motivação é porque algo o motivou dentro da empresa, e se algo o motivou

está vindo a encontro do planejamento estratégico da organização. Porém, nem sempre as

estratégias da empresa motivam as pessoas.

Para Maximiano (2005, p.256) a “motivação é a energia ou força que movimenta o

comportamento e que tem três propriedades: direção (o objetivo do comportamento motivado

ou a direção para a qual a motivação leva o comportamento), intensidade (magnitude da

motivação) e permanência (duração da motivação)”.

A afirmação de Maximiano (2005) acerca das propriedades da motivação é importante

porque relata em poucas palavras a abrangência da mesma, ou seja, fala no comportamento

que será gerado pela motivação, na grandeza e importância da motivação e também na

duração em que ela estará gerando estímulos para o comportamento. Isto quer dizer que uma

8 Definição de motivação, sob o ponto de vista psicológico (Dicionário Michaelis). 9 Esforço é o emprego de energia, ânimo, vitória à resistência (Dicionário Michaelis).

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32

pessoa motivada estará automaticamente se comportando de uma forma que a levará a atingir

o objetivo previamente traçado.

Vale lembrar que a motivação no trabalho deve ser entendida como motivação “para o

trabalho”, ou seja, o ato de a pessoa se motivar para trabalhar e trabalhar da melhor forma

possível para atingir as metas da organização, pois a simples expressão “no trabalho” pode dar

a entender que no local de trabalho o indivíduo pode se motivar a fazer coisas que vão a

sentido contrário aos objetivos da organização, como, por exemplo, fazer greve, sabotagens,

roubos, entre outros. A força que movimenta o comportamento, gerada pela motivação, pode

agir de forma positiva ou negativa (MINICUCCI, 1995, p.215).

Para entender melhor a questão da força gerada pela motivação ser tanto positiva

quanto negativa, citada por Minicucci (1995) no parágrafo anterior, deve-se considerar que a

força positiva gera desejo pelo qual excita o indivíduo a atingir objetivos comuns entre ele e a

organização. Por outro lado, a força negativa gera aversão que afasta a pessoa do estímulo, da

excitação em atingir estes objetivos comuns às partes.

3.1 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE MOTIVAÇÃO E COMPORTAMENTO

Impossível falar de motivação sem falar em comportamento. Comportamento é a

maneira de se comportar, são as ações e reações diante das pessoas e das situações. Diferentes

motivações levam o indivíduo a diferentes comportamentos, ou seja, dependendo da

motivação que a pessoa está em determinado momento de sua vida, ela terá diferentes

comportamentos para falar, agir, reagir e até pensar, pois o comportamento das pessoas é

movido pelas suas necessidades ou as conseqüências de suas ações (MANTOVANI; RIOS,

2002, p.21).

Segundo Bergamini (1993, p.19), a motivação cobre uma grande variedade de aspectos comportamentais. A diversidade de interesse percebida entre os indivíduos permite aceitar, de forma razoavelmente clara, que as pessoas não fazem as mesmas coisas pelas mesmas razões. É dentro dessa diversidade que se encontra a mais importante fonte de informações a respeito desse fenômeno que mostra até aspectos paradoxais10. Quando se fala de motivação humana, parece inapropriado que uma simples regra geral seja o recurso suficiente do qual se possa lançar mão, para se conseguir uma abrangente e mais precisa explicação sobre as verdadeiras razões que levam as pessoas a agirem.

10 Paradoxais são opiniões contrárias às comuns; um contra-senso; uma contradição (Dicionário Michaelis).

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33

Hersey e Blanchard (1986, p.17) comentam que a consecução dos objetivos é o que

orienta o comportamento. Nosso comportamento geralmente é motivado pelo desejo de

alcançar algum objetivo. A pessoa terá determinados comportamentos para conseguir atingir

determinados objetivos, vai depender da situação.

Como pode ser observado, a motivação leva a um comportamento. Se a pessoa está

motivada para o trabalho, ela terá um comportamento positivo e que a levará a atingir seus

objetivos e conseqüentemente os objetivos da empresa, mas também por outro lado, se o

indivíduo estiver motivado a fazer alguma coisa que vá contra os interesses da organização,

ele terá seu comportamento direcionado para isto, como por exemplo, um funcionário

sindicalista falando para seus companheiros da necessidade de uma greve, estará com certeza

impulsionando-os para a paralisação das atividades. “Qualquer ação ou manifestação

observável das competências e características individuais, como falar, pensar, escrever,

decidir ou não fazer nada, é exemplo de comportamento” (MAXIMIANO, 2005, p.257).

Bergamini (1993, p.38) fala de um ponto de vista que a motivação é uma força interior

individual de cada ser humano, o que faz com que uma pessoa não consiga motivar outra, mas

consiga estimular a outra. Essa individualidade de cada pessoa deve ser compreendida pelo

enfoque da história particular de cada indivíduo. Todo e qualquer comportamento é gerado

por uma disposição, ou seja, por um estímulo. A figura 1 ilustra que o estímulo leva a pessoa

a atingir seus objetivos, conseqüentemente, que o objetivo é o resultado que o comportamento

proporciona.

Figura 1 – Modelo de comportamento baseado em algum estímulo Fonte: Maximiano (2005, p.257)

Se durante este processo de comportamento, mostrado na figura 1, a pessoa se sentir

capaz e ser tratada com igualdade diante do grupo, ela alcançará os objetivos dela e da

empresa e estará satisfeita. Mas, o contrário também poderá acontecer, se ela se sentir incapaz

e não tiver um tratamento de igualdade em relação aos demais do seu grupo de trabalho, ou

seja, se for tratada de forma inferior, ela não conseguirá impulsionar seu comportamento para

que seja bom, ou se conseguir, estará insatisfeita, frustrada, mesmo que no início do processo

ela estivesse estimulada. Sendo assim, aquela frustração que resultou da necessidade que não

foi satisfeita, ou da percepção da desigualdade, gera outras manifestações do comportamento

humano (MAXIMIANO, 2005, p.272).

ESTÍMULO PESSOA OBJETIVO ⇒ ⇒

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34

Se durante o processo do comportamento um membro de uma equipe ou a equipe

inteira se sentir frustrado, a tendência é a mudança de comportamento para a direção contrária

aos objetivos da empresa. Este é um acontecimento que requer muita habilidade do gestor

para que consiga reverter a situação, pois em alguns casos a frustração é gerada em

decorrência de um acontecimento isolado. Caso isto aconteça, é fundamental que a

organização mostre claramente aos trabalhadores, através de seus gestores, quanto eles são

importantes para o sucesso da empresa (VOLPATO; CIMBALISTA, 2002, p.81).

Entende-se com isto que um bom funcionário, que sempre esteve engajado com a

empresa, pode se decepcionar devido a um acontecimento isolado que não o agradou, daí a

importância do líder em conseguir reverter a situação para que este funcionário volte a ter um

bom comportamento e conseqüentemente volte a se estimular para conseguir atingir os

objetivos, particulares e da própria organização.

De acordo com Volpato e Cimbalista (2002, p.78), o processo de motivação nos indivíduos se dá de forma intrínseca, em que cada um desenvolve impulsos motivacionais distintos em momentos diferentes, reconhecendo que estas forças afetam diretamente a maneira de encarar o trabalho e suas próprias vidas.

Vergara (2000, p.48) comenta que quando a organização não reconhece o esforço, as

atitudes, as idéias, o engajamento do colaborador, este poderá ficar frustrado e com

sentimento de vazio, e o ser humano não pode experimentar este sentimento. Com esta

afirmação, Vergara (2000) sustenta a importância do papel do gestor em acompanhar o

comportamento de seu subordinado a fim de guiá-lo numa direção onde não encontre a

frustração.

Se ao final de uma caminhada onde no início traçou-se como objetivo uma promoção

de cargo ou aumento de salário, ou quem sabe ambos, se deparar com o travamento destas

recompensas, o funcionário precisa estar preparado para enfrentar esta situação, pois no

decorrer do caminho poderão acontecer algumas situações onde a organização será obrigada a

frear alguns processos que acarretem em aumento de gastos, seja com a implantação de

benefícios, aumento na folha de pagamento decorrente de promoções, ou qualquer outra

situação que exija maior volume das suas contas.

No estudo da motivação e comportamento, algumas literaturas que falam de

comportamento trazem consigo estudos que tratam do behaviorismo, mas como este em

alguns casos tem interpretações diferentes do enfoque comportamental por ser associado com

o adestramento de animais, não é levado em consideração neste trabalho (apenas comentado).

O behaviorismo é um ramo do estudo do comportamento que se baseia em experimentações

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35

de laboratório com animais. Os princípios do behaviorismo são usados para treinar golfinhos

e baleias dos parques de diversões (MAXIMIANO, 2005).

De acordo com Bergamini (1993, p.25), o ponto de vista comportamental propõe que o

organismo se mantenha passivo diante de um estímulo externo a ele, sendo que esta

estimulação provocará uma reação específica no comportamento. Os autores que defendem

estas teorias fazem parte da Escola Behaviorista, a qual procura explicar o comportamento

como um encadeamento perfeito entre os estímulos externos e as reações comportamentais

dos organismos que se submeteram a tais estimulações.

As descobertas behavioristas explicaram muito do comportamento dos seres vivos

estudados em laboratórios, o que contribuiu para a compreensão de muitos aspectos

específicos dos fenômenos de aprendizagem, mas muito pouco (ou até mesmo nada) puderam

explicar sobre o comportamento motivacional, pois quando se fala em motivação, a

metodologia mais adequada e coerente para se pesquisar é a que estuda o ser humano na sua

realidade existencial, pois de outra forma é impossível controlar as variáveis que compõe o

ambiente natural e se opõe a toda tentativa de previsão do comportamento habitual de cada ser

vivo (BERGAMINI, 1993, p.25).

Porém, Maximiano (2005) comenta que o behaviorismo trata de alguns conceitos que

o gestor deve levar em consideração no estudo de sua equipe: o condicionamento operante (é

o comportamento repetitivo, independente da situação), reforço positivo (são as recompensas

ganhas por bom comportamento), a punição (castigo dado a um indivíduo quando ele tem um

comportamento ruim na organização), programação de estímulos (trata da programação de

recompensa em virtude de bons comportamentos), extinção (é o encerramento do programa de

recompensa, decorrente dos bons comportamentos terem sidos extinguidos), e por fim, o

behaviorismo também estuda a modificação do comportamento (a possibilidade de um

comportamento ser modificado, por exemplo, em decorrência de uma punição).

Finalizando, Archer (1997, p.33, apud MANTOVANI e RIOS, 2002, p.23) comenta

que “a tarefa da administração não é a de motivar seus empregados, mas sobretudo induzir

comportamentos positivos por parte deles”.

3.1.1 Estilos de comportamento motivacional

A maneira pessoal de lutar para atingir os objetivos é denominada de estilo de

comportamento motivacional. O estilo, por sua vez, é um padrão de comportamento que

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costuma se apresentar relacionado com um tema central, e retrata um conjunto de regras que

configuram um padrão de maneira de agir relativamente estável, ou seja, o estilo de

comportamento motivacional pode se entendido como as principais dimensões das atividades

do viver do cotidiano (BERGAMINI, 1993, p.55).

Bergamini (1993, p.57-68) lista como sendo quatro os estilos de comportamento

motivacional, os quais são em seguida, são explicados:

a) estilo de participação;

b) estilo de ação;

c) estilo de manutenção e;

d) estilo de conciliação.

O estilo de participação se apresenta na convicção pessoal de que o mais importante na

vida é facilitar ou promover o valor dos outros. Uma pessoa com esse estilo se sente

naturalmente atraída em participar e contribuir ativamente no desenvolvimento dos demais, o

que lhes dá maior sentido à sua vida. A regra básica no estilo de participação é a necessidade

de ajuda por parte de outra pessoa, o que faz com que o indivíduo com esse estilo se sinta

motivado a entrar em ação (BERGAMINI, 1993, p.57-58).

Diferentemente do estilo de participação onde a ênfase é dada àquilo que uma pessoa é

capaz de fazer por outra, o estilo de ação apresenta como norteador motivacional a

oportunidade de agir efetivamente, para se certificar que as coisas sejam realmente feitas, isto

para que os resultados finais das ações humanas sejam conhecidos no menor tempo possível.

É fácil perceber pessoas que apresentam o estilo de ação, pois elas se apresentam irrequietas e

na maioria das vezes estão sedentas que um desafio fora da rotina exija que suas competências

pessoais sejam colocadas à prova (BERGAMINI, 1993, p.60).

O estilo de manutenção traz como centro a razão, pois o sentido da ação apenas é

obtido às pessoas que, com esse comportamento motivacional, tem a oportunidade de pensar

antes de agir, sendo que essas pessoas têm a crença que se temos cérebro, é para ser usado.

Diferentemente das pessoas que se orientam pela ação onde a movimentação é típica, no estilo

de manutenção prevalece a ponderação (reflexão) e a cautela na tomada de decisões. A

característica da pessoa com esse estilo é se custar a entrar em ação, porém quando entra, age

da melhor forma possível, pois considera muito desagradável falhar por falta de atenção

(BERGAMINI, 1993, p.62-63).

Por fim, o estilo de conciliação enfatiza como direcionador de comportamento

motivacional a necessidade de conhecer a fundo as pessoas, de compreender seus valores,

atitudes, crenças e reações. As pessoas com esse estilo têm como principal preocupação estar

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em sintonia com seu grupo, e se empenham em conseguir a reconciliação entre as partes

quando há desavenças, perseguindo o entendimento. Indivíduos que apresentam o estilo de

conciliação destacam-se pelo seu jeito de ser, e são notados pelo grande poder de

sociabilidade. A regra para este estilo é conseguir vender a idéia da harmonia e da

convivência agradável (BERGAMINI, 1993, p.65-66).

3.1.2 Orientação motivacional

Segundo Ricco (2004, p.59) a orientação motivacional se baseia “no Modelo dos

Recursos Humanos, como sendo aquilo que orienta a ação, com base nos traços de

personalidade”.

A orientação motivacional é importante para a empresa, pois dela, se dará o processo

motivacional do empregado, e este processo está diretamente ligado ao sucesso da

organização. O desenvolvimento do processo motivacional na organização é o elemento-

chave para aquele gestor que gerencia estrategicamente e visa resultados (VOLPATO;

CIMBALISTA, 2002, p.79).

Para Coda (2000, apud RICCO, 2004, p.59), orientação motivacional é um componente de tendências relativamente estáveis no comportamento, como as maneiras específicas e peculiares segundo as quais as pessoas se organizam para atender suas necessidades, definindo-a como um padrão de comportamento que surge freqüentemente nas atividades de alguém.

Mas, para Archer (1997, apud RICCO, 2004, p.59) a orientação motivacional depende

do conceito de motivação, sem, contudo, ser responsável pela direção da ação, diferentemente

do conceito de Ricco (2004) dado no primeiro parágrafo, quando diz que a orientação

motivacional orienta a ação.

3.1.3 A relação da expectativa com a motivação

A expectativa é uma situação em que a pessoa espera, ou não, um acontecimento.

Pode ser em tempo conhecido ou não, e pode ser autogerada ou gerada através de uma

promessa. Ela está ligada à probabilidade, ou seja, a possibilidade de um fato acontecer ou

não, e está diretamente ligada a motivação, por exemplo, uma pessoa está com esperança que

se atingir suas metas irá ser recompensada com uma promoção em seu cargo ou com um

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aumento de salário, com isto, ela está na expectativa, ou seja, na espera que o fato vai se

consumar, assim irá estar mais motivada para trabalhar no atendimento às metas.

A expectativa é a antecipação das conseqüências do comportamento, é a habilidade ou

inabilidade de apresentar um comportamento particular, bem como a compreensão da relação

entre o comportamento atual e as conseqüências das ações, sendo que cada pessoa tem suas

próprias expectativas, o que faz com que cada uma delas tenha suas próprias preferências

(BERGAMINI, 1993, p.79).

Segundo Robbins (2005, p.355), uma das explicações mais amplamente aceita sobre motivação é apresentada pela teoria da expectativa, que afirma que a força de uma tendência para agir de certa maneira depende da força de uma expectativa de que o ato seja acompanhado por dado resultado e da atratividade desse resultado para o indivíduo.

Esta afirmação de Robbins (2005) explica a forte ligação da expectativa com a

motivação, quando fala que a atratividade por determinado resultado gera tendência de ação

motivada para que se chegue ao resultado, ou seja, se o resultado de uma ação gerar a

atratividade para o indivíduo, ele vai estar motivado para chegar ao fim do trabalho com êxito.

De acordo com Fiorelli (2003, p.109) “o indivíduo motiva-se mais facilmente quando

acredita na recompensa decorrente do esforço. A probabilidade de êxito também se associa ao

valor percebido da recompensa”. É lógico que, quando a pessoa sabe ou imagina que seu

esforço será recompensado, ela irá se motivar mais fácil, e ainda, se a recompensa for grande,

como por exemplo, uma promoção no cargo ou um aumento de salário, ou quem sabe até

ambas as coisas, ela terá mais motivação para ir a busca do alcance das metas da organização

porque com isso, estará conseguindo atingir seus objetivos. Logicamente ao contrário, se o

indivíduo percebe durante o processo que seu esforço não será recompensado, ou será aquém

das suas expectativas, ele não terá o mesmo nível de motivação.

A expectativa é uma esperança, e caminha lado a lado com a motivação. Não existe

motivação que não traga expectativa, nem no caso em que não haverá recompensa com

promoção no cargo ou aumento no salário, pois a pessoa sempre está buscando alguma coisa,

nem que seja o simples reconhecimento pelo seu trabalho ou por sua atitude através de um

elogio, ou o simples fato de ter um resultado bom na sua atividade, diferente do seu cotidiano,

e que a leve a sair da monotonia em que está acostumada.

Maximiano (2005, p.258) coloca de uma forma um pouco diferente, mas que diz a

mesma coisa: a teoria da expectativa propõe que as pessoas irão naturalmente se esforçar para

conseguir os resultados ou recompensas que são atraentes para elas, e que os resultados que

não chamam sua atenção, serão evitados, ou seja, o resultado que não é desejado não gerará

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expectativa, com isso, não existirá motivação. O autor apresenta uma função onde a

motivação é função da crença de que é possível alcançar o resultado esperado, multiplicado

pelo valor atribuído a este resultado. Esta função é apresentada da seguinte maneira:

Motivação = Expectativa x Valor atribuído ao resultado

3.2 EXPLORANDO A MOTIVAÇÃO NO TRABALHO

Sabe-se que não existem organizações sem pessoas, e que administrar as diferenças de

cada uma dessas pessoas não é nada fácil, porém não impossível. A motivação é um dos

fatores intrínsecos ao indivíduo e influencia o seu comportamento nas organizações

(MANTOVANI; RIOS, 2002, p.21).

Embora os conceitos sobre motivação, estudados até agora, sejam parecidos, é preciso

diferenciar alguns dos elementos que, embora estejam falando da mesma coisa (motivação)

tem significados um pouco diferentes: comportamento (ação da motivação, pode ser bom ou

ruim), desempenho (advém da motivação, pode ser baixo ou alto), habilidade (capacidade ou

aptidão, se relaciona com o comportamento e com a motivação), restrições situacionais

(fatores que facilitam ou dificultam o comportamento) e motivação (movimento que o

indivíduo fará para atingir objetivos) (MUCHINSKY, 2004, p.367).

Segundo Minimel (2006, p.114), a busca pelas motivações que levam aos trabalhadores a comparecerem ao trabalho objetiva aprender o por quê, mesmo estando submetido a condições insalubres e às sobrecargas de trabalho, o trabalhador continua comparecendo diariamente ao trabalho. Óbvio, sabe-se que a necessidade de inserção social e a satisfação das necessidades são grandes motivadores. Contudo, interessa conhecer o “algo a mais”, já que a remuneração financeira não sustentaria por muito tempo a permanência no local de trabalho [...]. Uma das motivações mais comuns é gostar do que faz, outro fator é o sentimento de prazer desencadeado pela resposta positiva aos serviços prestados, a formação de uma identidade pessoal e social, a atuação em sua área de preferência e o convívio e a amizade no trabalho.

Para Robbins (1999, p.109) “motivação no trabalho é a vontade de empregar altos

níveis de esforço em direção às metas organizacionais, condicionada pela capacidade do

esforço de satisfazer alguma necessidade do indivíduo”.

Aguiar (2002, p.292) comenta que há organizações onde seus gestores acreditam que a

motivação no trabalho é responsabilidade única do próprio funcionário, ou seja, a empresa

quer que o funcionário se auto-motive. O fato é que, em muitas empresas, grande parte dos

empregados não está motivada em decorrência de situações existentes nas organizações, e que

levam o funcionário à insatisfação.

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Bergamini e Coda (1990, p.3,5-6) defendem a idéia de que uma pessoa literalmente

não pode motivar a outra, porque as necessidades são os motivadores do comportamento, e se

não é possível criar necessidades em outra pessoa, também não é possível motivá-la; e que a

satisfação não necessariamente leva à motivação. Uma pessoa pode sim, satisfazer ou contra-

satisfazer as necessidades de outra pessoa.

De acordo com Gil (2001, p.202), a evidência de que de fato uma pessoa não é capaz de motivar outra não pode, no entanto, significar que o fenômeno da motivação deva ser desconsiderado pelos gerentes. Muito pelo contrário; os gerentes precisam estar atentos à motivação de seus empregados. Precisam estar aptos para identificar suas necessidades e criar condições para que as tarefas a eles atribuídas, assim como seu ambiente de trabalho, sejam capazes de satisfaze-los. Em suma: os gerentes não podem motivar seus empregados, mas precisam dispor de conhecimentos e habilidades suficientes para despertar ou manter sua motivação no trabalho.

Segundo Robbins (2005, p.341), os gestores que pensam que a motivação no trabalho

é atribuição específica do indivíduo, estão se apoiando em um mito11, pois a motivação é uma

condição atribuída à situação. Estes gestores precisam entender que estas noções

preconcebidas podem limitar sua capacidade de obter o máximo das pessoas.

Para detectar como anda a motivação dos trabalhadores na empresa, uma excelente

ferramenta é a pesquisa de clima organizacional, a qual ajuda no planejamento estratégico da

organização e auxilia na reorganização da mesma (VOLPATO; CIMBALISTA, 2002, p.341).

Mantovani e Rios (2002, p.25) comentam sobre pesquisas de clima organizacional: a pesquisa de clima organizacional é importante para elaborar o retrato da empresa, como é percebida pelas pessoas que dela fazem parte, bem como suas atitudes, estado de ânimo, tendências de comportamento, predisposições e causas e efeitos desses fatores e, ainda, serve para identificar imperfeições e problemas que possam ser antevistos e/ou corrigidos, por meio de ações adequadas, visando a melhoria e o aprimoramento do ambiente de trabalho, elevando os padrões de qualidade e de produtividade.

O fato é que, sem pessoas motivadas à fazerem uma empresa funcionar, de nada vai

adiantar esta empresa ter uma tecnologia de ponta e os mais sofisticados equipamentos em sua

planta (MANTOVANI; RIOS, 2002, p.21).

3.2.1 Os objetivos da motivação no trabalho

Segundo Megginson et al. (1998, p.346) a motivação no trabalho tem pelo menos três

objetivos: encorajar empregados potenciais a ingressar na empresa, estimular os empregados a

11 Mito é uma interpretação primitiva, uma utopia, ou seja, algo fora da realidade (Dicionário Michaelis).

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produzir mais ou a desempenhar suas funções com eficácia e encorajar os empregados a

permanecer na empresa.

3.2.2 Possuir metas específicas aumenta a motivação?

A importância da existência de metas é diretamente proporcional à motivação. A meta

ajuda orientar o funcionário, e estando este em direção a um objetivo, automaticamente fará

um esforço maior para atingir tal objetivo. Por outro lado, um funcionário sem meta traçada se

sente desorientado e sem rumo na organização.

De acordo com Robbins (2005, p.351), existem dados que apontam que as metas

levam a motivação, e que as metas específicas melhoram consideravelmente o desempenho do

funcionário, e complementa dizendo que a meta difícil, uma vez aceita, resultam em

desempenho melhor que a fácil, e que o feedback12 sobre a progressão nas metas é

fundamental, pois funciona como orientação. Robbins (2005) vai além: ele diz que o feedback

auto-gerado, ou seja, quando o funcionário chega a ponto de conseguir monitorar seu próprio

progresso, tem apresentado maior eficácia que o feedback trazido por outras pessoas. A estas

afirmações, Robbins chama de teoria de fixação de metas.

Não é difícil entender que a meta pode levar à motivação ou aumentá-la, em um

trabalhador, mas esta afirmação pode reverter negativamente, ou seja, se um funcionário tem

uma meta muito difícil (imposta pela organização), que o leve a pensar que não vai conseguir

atingi-la, poderá leva-lo a falta de motivação. A presença de metas em geral é algo motivador,

desde que seja coerente com as capacidades do indivíduo e que tenham sido construídas de

acordo com o que a organização poderá fornecer em termos de estrutura interna (recursos

financeiros para investimento em treinamento) ou em recursos materiais, para se conseguir

atingir as metas.

3.3 QUAIS NECESSIDADES AS PESSOAS PROCURAM SATISFAZER?

Os gestores precisam ter em mente quais as necessidades os seus subordinados estão

buscando atender, afinal, ninguém trabalha sem ter um motivo, nem mesmo uma pessoa que

12 Feedback é a retroinformação, ou seja, são comentários e informações sobre algo que já foi feito, com objetivo de avaliação (Dicionário Michaelis).

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financeiramente não precisaria trabalhar, pois esta estará buscando ocupar seu tempo com

uma atividade que lhe agregue conhecimento, que lhe tire a sensação de inutilidade, ou

qualquer outro motivo (é muito raro encontrar alguma pessoa nesta condição, que não precise

trabalhar por recompensa financeira).

Segundo Robbins (2005, p.343) “provavelmente a abordagem mais conhecida da

motivação é a hierarquia das necessidades, de Abraham Maslow”. Esta hierarquia aponta a

existência de cinco necessidades básicas que as pessoas procuram atender, sendo:

necessidades fisiológicas (fome, sede, abrigo, sexo e outras necessidades de sobrevivência),

de segurança (segurança, estabilidade e proteção contra danos físicos e emocionais), sociais

(interação social, afeição, companheirismo e amizade), estima (auto-respeito, amor próprio,

autonomia, realização, status, reconhecimento e consideração) e auto-realização (crescimento,

auto-satisfação e realização do potencial pessoal). A figura 2 mostra em forma de pirâmide

esta hierarquia.

Figura 2 – Hierarquia das necessidades de Maslow Fonte: Maslow (2001)

Para Maslow (2001, p.XXV) os seres humanos pretendem se tornarem auto-

realizados. Esta afirmação de Maslow significa dizer que as pessoas começam atendendo as

necessidades fisiológicas e vão galgando os degraus seguintes da pirâmide, até chegar no

cume, quando estão realizados.

Chegar ao topo da pirâmide não é impossível. Porém, para algumas pessoas se torna

muito difícil, por exemplo, uma pessoa desempregada ou empregada com um baixo salário, já

tem comprometido o primeiro degrau, que são as necessidades fisiológicas citadas

anteriormente, e já coloca em risco o segundo degrau (segurança) conseqüentemente. O

Fisiológicas

Segurança

Sociais

Estima

Auto-realização

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43

terceiro degrau, a necessidade social, não está diretamente ligado às necessidades fisiológicas

ou de segurança, vai depender mais de cada pessoa, afinal, não depende, necessariamente, de

bom salário para ter amizade e companheirismo da comunidade que o cerca. A necessidade de

estima pode ser afetada pela fisiológica, pois se a pessoa encontrar-se desempregada, por

exemplo, ela poderá não se sentir realizada. Por fim, a auto-realização vai depender um pouco

de cada uma das outras necessidades, ou seja, para chegar ao topo, um pouco irá depender de

cada indivíduo mas uma outra parcela vai depender das oportunidades que este terá no

decorrer de sua vida.

Como se pode perceber, a teoria da motivação humana de Maslow considera o ser

humano na sua totalidade, buscando integrar os aspectos biológicos, psicológicos e sociais

(AGUIAR, 2002, p.296).

De acordo com Maslow (apud Montana e Charnov, 1998, p.205) “apenas as

necessidades não satisfeitas são fontes de motivação”. Esta afirmação fica clara diante dos

conceitos acerca da motivação vistos anteriormente, sendo que apenas quando o indivíduo

sentir necessidade de conseguir alguma coisa é que ele vai se motivar, pois a necessidade já

satisfeita gera acomodação, pelo motivo da pessoa já ter alcançado determinado objetivo e já

dominar a situação, sendo que quando ela quiser ir adiante, irá automaticamente gerar

estímulos para conseguir alcançar o novo objetivo, ou seja, irá se motivar.

Segundo Cechet (2005, p.16), hoje, já aparecem literaturas citando a sexta necessidade

que as pessoas estão buscando como sendo a necessidade transpessoal, caracterizada por ser

uma necessidade superior, a qual não é vinculada aos bens materiais. Nesta necessidade, as

pessoas se dedicam aos seres humanos, estando livres do apego aos bens materiais. Além

disso, ela é interessante porque a pessoa que a busca, pode ou não já ter atendido as outras

cinco necessidades indicadas pela pirâmide de Maslow. Por exemplo, uma pessoa, mesmo

desempregada, ou seja, as necessidades básicas não se cumprem, pode ter vontade de se

dedicar às causas humanitárias, em benefício de outras pessoas mais carentes que ela. Quando

se fala aqui em carência, não deve ser entendida unicamente a financeira, mas toda aquela que

priva o indivíduo da satisfação pessoal, do prazer vital, da felicidade.

3.3.1 A relação do salário com a motivação

A motivação é acionada pela perspectiva das recompensas desejadas. Existem duas

categorias de recompensas: recompensas extrínsecas e intrínsecas. As extrínsecas são aquelas

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que a empresa concede em forma de dinheiro, privilégios ou promoções, ou até mesmo o

reconhecimento por parte dos supervisores e colegas de trabalho. As recompensas intrínsecas,

por sua vez, resultam da própria execução da tarefa e podem incluir a satisfação pela sua

conclusão ou uma sensação de poder (VROOM, 1997, p.21).

O salário pode não ser a principal fonte motivadora no trabalho, mas ainda tem um

peso considerável para muitas pessoas, porém este, tem se tornado cada vez mais irrelevante

na competição mundial, e está sendo suprimido pela produtividade e qualidade (DRUCKER,

1998, p.27).

Para Megginson et al. (1998, p.363) a recompensa em dinheiro pode ser ou não um

agente motivador. A falta ou escassez do dinheiro pode ser um desmotivador, porém mais

recompensa em dinheiro (salário) não necessariamente aumenta a motivação, o que presume

que não existe relação direta entre salário e desempenho. Por outro lado, se levar em

consideração àquelas pessoas que lutam para atender as necessidades de nível mais baixo (de

acordo com a hierarquia de Maslow), o dinheiro é sim o principal motivador.

Quando observado o quadro 2, onde numa pesquisa realizada com 125 executivos

apontou que a maioria dos entrevistados relatou que prefere o reconhecimento do trabalho

vindo em forma financeira, ou seja, não se está falando naquelas pessoas que lutam para

atender as necessidades de nível mais baixo, e sim, executivos, observa-se uma realidade um

pouco diferente do ponto de vista de Megginson et al. (1998) citado no parágrafo anterior,

quando dizem que mais dinheiro (salário) não necessariamente aumenta a motivação,

concluindo a inexistência da relação entre salário e desempenho.

Bônus 32% Promoção 24% Elogio 10% Aumento de salário 10% Treinamento 9% Benefícios (plano de saúde, carro, previdência privada, etc.) 5% Prêmios em viagem 4% Folga remunerada 3% Prêmio em bens (notebooks, TVs, DVDs, etc.) 1% Outros 2%

Quadro 2 – O que os executivos preferem como forma de reconhecimento Fonte: Revista Você S/A (Agosto 2005, p.36)

Para Herzog (2005, p.35) “o que faz com que a maioria dos profissionais vá para casa

realmente feliz da vida e, o mais importante, com muita vontade de marcar mais gols para a

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empresa, é uma boa soma de dinheiro no bolso”. Ou seja, para Herzog existe relação entre

salário e desempenho.

Lawer III (1997, p.132, apud RICCO, 2004, p.50) afirma que a motivação é baseada

em dois pontos de vista: a motivação pode ser tanto intrínseca quanto extrínseca [...]. As

pessoas motivam-se tanto por recompensas extrínsecas (por exemplo, o salário), como por

recompensas intrínsecas (sentimentos de realização e de competência, entre outros).

Bergamini (1997a, p.33, apud RICCO, 2004, p.50) afirma que: existem autores que consideram a motivação apenas como intrínseca. Eles acreditam que esse seja um processo interior que leva à ação e do qual as ocorrências exteriores não fazem parte, podendo somente contribuir no sentido de possibilitar a ação e apenas no caso de o fator motivacional (necessidade) estar ativo, mas não no sentido de motivar a pessoa a agir.

Independente do ponto de vista dos diferentes autores, o fato é que as empresas

precisam criar programas de incentivos à motivação, sejam eles baseados em salários ou não,

pois estes programas objetivam estimular ou premiar o desempenho do colaborador. Os

incentivos representam o reconhecimento da gestão pelo desempenho do trabalhador

(MAXIMIANO, 2004, p.283-284).

Segundo Vroom (1997, p.21), as recompensas visam motivar determinados

comportamentos, mas para que elas motivem de fato os funcionários, elas precisam ser úteis,

oportunas e associadas ao desempenho eficaz do colaborador. Baseado nisso, existe uma

teoria que apresenta algumas condições necessárias para que aconteça a motivação oriunda da

recompensa financeira:

a) os colaboradores precisam acreditar que se tiver um desempenho eficaz (ou um

determinado comportamento específico) o levará ao recebimento de uma

bonificação;

b) os funcionários precisam considerar atraentes as recompensas que a eles forem

oferecidas. Cada um terá um ponto de vista, sendo que alguns desejarão promoção

de cargo porque visam poder, porém outros poderão querer recompensas em forma

de benefícios;

c) as pessoas precisam acreditar que um determinado nível de esforço individual as

levarão ao alcance dos padrões de desempenho da empresa.

Nas pesquisas sobre motivação no trabalho, a recompensa em forma de dinheiro é um

fator levado muito em consideração. Para ficar um pouco mais claro se o dinheiro motiva ou

não um funcionário, pode-se imaginar uma situação que ocorre com certa freqüência nas

empresas onde o procedimento para fins de aumento no salário se dá através de mérito por

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tempo que a pessoa trabalha na empresa, e não pelo desempenho obtido em determinado

período. Neste caso, a política de Recursos Humanos poderá estar favorecendo uma pessoa

mais antiga na empresa mesmo que seu rendimento tenha sido inferior a outra pessoa com

menos tempo na organização, mas que teve maior comprometimento e superou as metas, e aí,

esta política poderá estar desmotivando a pessoa que teve um melhor desempenho. Neste

caso, o dinheiro pode levar à desmotivação, indiretamente (através de uma política que poderá

não agradar as pessoas mais comprometidas).

Com relação ao exposto no parágrafo anterior, Vroom (1997, p.30-31) comenta que o

fator tempo de casa, para fins de recompensa, pode ser levado em consideração desde que

esteja atrelado com outros fatores, como por exemplo, a promoção demorada mas segura,

objetivando uma estrutura organizacional desejada. Com relação a remuneração baseada no

desempenho, algumas organizações adotam este critério porque: motiva o comportamento

desejado, ajuda a atrair e manter funcionários voltados para resultados, ajuda a manter

colaboradores com bom desempenho e ao mesmo tempo, desestimula funcionários com mau

desempenho.

Mas, Drucker et al. (2000, p.233), comentam que: um sistema de remuneração baseado no desempenho pode forçar os gerentes a diferenciar pessoas de bom desempenho daquelas de fraco desempenho, mas não os ajuda a internalizar novos padrões pelos quais possam julgar o desempenho dos subordinados. Da mesma forma que também não os ensina a lidar eficazmente com problemas de desempenho.

Não são muitas as empresas aonde o reconhecimento vem pelo alcance ou superação

das metas. É natural que, se o colaborador não vê perspectivas de melhora no seu salário, ele

não necessariamente irá se motivar a alcançar as próximas metas da organização, afinal, “o

dinheiro pode não ser o único motivador, mas é difícil argumentar que ele não motiva”

(ROBBINS, 1999, p.124).

Porém, apesar da importância do dinheiro, não significa dizer o mesmo é condição

básica para o indivíduo estar satisfeito, e conseqüentemente motivado, tanto que dinheiro e

promoções, apesar de serem muito explorados nas pesquisas de motivação, geralmente são

apontados como últimos das prioridades, especialmente pela mão-de-obra profissional, haja

vista os profissionais geralmente serem mais bem pagos e gostarem do que fazem, quando o

que mais vai ser levado em consideração será os desafios do próprio cargo, onde a maior

recompensa em seu trabalho, é o próprio trabalho (ROBBINS, 1999, p.141).

Pode-se então imaginar um exemplo aonde um funcionário pode estar com um bom

salário, acima da média que o mercado está pagando, e ele está satisfeito com seu pagamento,

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mas não está motivado ao trabalho por estar trabalhando em um ambiente onde há

discriminação, autoritarismo, falta de companheirismo, metas impossíveis de atingir, não há

apoio da chefia para financiar intra-empreendedorismo, as tarefas são muito repetitivas, entre

outros. Independente de qual for a situação, o funcionário poderá apresentar diferentes

reações, como por exemplo, procurar outro emprego, chegar atrasado com certa freqüência,

não apresentar um desenvolvimento condizente com sua potencialidade, provocar

desperdícios e outras reações. Tudo isso gerará aflição para ambas as partes, e para a empresa

é ainda pior, pois na maior parte dos casos incorrerá em gastos com demissão e futura

contratação de funcionário para substituir aquele que se desligou por estar insatisfeito. Por

esses motivos é difícil entender o processo motivacional (BERGAMINI; CODA, 1990, p.68).

Mas, Volpato e Cimbalista (2002, p.78) alertam que: a dificuldade em se entender o processo motivacional reside no fato de que não há uma única motivação capaz de determinar como os trabalhadores se conduzirão com relação ao desenvolvimento de suas tarefas e, conseqüentemente, não há estratégia específica que faça com que todos em todas as partes tenham um “moral elevado”, ou seja, deve-se tentar levar em consideração as desigualdades humanas (peculiaridades individuais) quer pareça, ou não, conveniente para o ambiente organizacional.

De acordo com Bergamini (1993, p.33-34), o período que a pessoa fica satisfeita após

conseguir um aumento no salário é de curta duração, e a pessoa pede maiores salários

insistentemente, e a estabilidade no emprego, oferecida como forma de segurança, também

não colabora com a satisfação no trabalho, basta perceber que as empresas onde a estabilidade

domina não apresentam funcionários mais felizes na profissão e mais eficazes no trabalho.

Finalizando, se pode afirmar que a satisfação de um trabalhador é o resultado de um

conjunto de recompensas e não de apenas uma recompensa. Tanto as recompensas intrínsecas

quanto as extrínsecas são importantes, e uma não poderá substituir diretamente a outra, em

hipótese alguma (VROOM, 1997, p.20).

3.3.2 A importância da qualidade de vida no trabalho

As teorias sobre motivação e satisfação vêm gradativamente se ampliando, buscando

um enfoque mais amplo, abordando uma maior abrangência na vida das pessoas, trazendo

uma visão sistêmica do ser humano, enfocando também a qualidade de vida no trabalho.

Minimel (2006, p.109) acredita que: partindo da premissa que a saúde, a educação, o lazer e o dinheiro são condições básicas mínimas para que se tenha qualidade de vida (boa ou má) e que é através do

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trabalho que o acesso a tais elementos torna-se viável, a condição sine quanon é estar trabalhando, independente das condições. Isto porque, estando no trabalho, a percepção da qualidade de vida amplia-se, porque as necessidades básicas já estão supridas e, portanto, abre-se espaço à outras necessidades. Contudo, se, na ausência de alguma atividade que ofereça fonte de renda, as necessidades primárias não são satisfeitas, a prioridade passa a ser a busca por esta condição que as satisfaça.

Segundo Davis (apud CHIAVENATO, 1999, p.391) a qualidade de vida no trabalho

se refere à preocupação com o bem estar e a saúde dos trabalhadores quando estão

desempenhando suas tarefas na organização.

Para Bitencourt (2004, p.396) “qualidade de vida no trabalho se refere à qualidade de

vida em relação ao que se passa em nossos ambientes de trabalho ou em nossa vida laboral”.

Isto deixa claro que a motivação está diretamente ligada à qualidade de vida no trabalho – é

muito lógico, se o ambiente organizacional não é bom ou se a vida profissional do funcionário

não está evoluindo da maneira que se esperava, dificilmente o indivíduo irá conseguir se

motivar a alcançar os objetivos próprios e os da empresa. O curioso, é que algumas

organizações parecem não querer enxergar esta situação, não promovendo o clima

organizacional e tão pouco o desenvolvimento de carreira, parece até que estas empresas

acreditam que custe mais barato demitir o funcionário desmotivado, admitir outro e treiná-lo,

não levando em consideração o que se perde com isso e o tempo que levará para recuperar.

Apesar das teorias sobre motivação estarem evoluindo, buscando explorar mais a

qualidade de vida no trabalho, nem todas empresas se preocupam com este fator, e vem se

tornando freqüente o afastamento de colaboradores devido ao stress ocasionado pelo trabalho,

embora algumas empresas ofereçam tratamento psicológico.“O stress depende da capacidade

de adaptação, que envolve o equilíbrio entre a exigência que a tarefa faz a quem a realiza e a

capacidade da pessoa que a realiza” (MAXIMIANO, 2005, p.277).

A ausência de uma boa qualidade de vida no trabalho tem sido uma das grandes causas

de stress no dia a dia, pois grande parte do tempo das pessoas elas passam em seus empregos,

e como conseqüência, a motivação diminui ou desaparece. Porém, uma certa quantidade de

stress é importante para o bem-estar, e certos tipos de stress (eustress13) é essencial na vida do

ser humano (SCHIRRMEISTER, 2006, p.27).

Segundo Schirrmeister (2006, p.27) “stress é a resposta não específica do corpo para

qualquer demanda que não é agradável [...]. A melhor maneira de lidar com o stress é a

atitude com que se lida com as diferentes situações enfrentadas na vida – buscando reagir aos

eventos de forma positiva e prazerosa [...]. Tanto o stress positivo quanto o negativo,

impactam na saúde da pessoa”. 13 Quando se faz algo agradável e se sente valorizado pelo esforço despendido, está-se em eustress.

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Para França e Rodrigues (1997, apud SCHIRRMEISTER, 2006, p.27): considera-se que há basicamente dois tipos de stress: o positivo e o negativo. O positivo é chamado eustress, que implica em alto nível de atividade, refletindo em boa saúde geral. O negativo, ou distress, pode ocorrer de duas formas: no caso de um baixo nível de atividade, que gera doenças como, por exemplo, a depressão; e no caso em que ocorre em situações de uma taxa muito alta de atividade gerando outros tipos de doenças, como por exemplo as cardiovasculares.

As empresas precisam, através de seus gestores, perceberem que o ambiente

organizacional proporciona ou não a boa qualidade de vida e que esta, tem ligação direta com

a motivação no trabalho. “O trabalho deixou de ser apenas um local de execução de tarefas e

passou a ser concebido como um ambiente que pode provocar tanto o adoecimento quanto o

prazer e o favorecimento da qualidade de vida” (MINIMEL, 2006, p.39).

De acordo com Minimel (2006, p.39), as pessoas precisam saber fazer do seu dia-a-dia

uma escalonada para a obtenção de uma boa qualidade de vida no trabalho, neutralizando as

ações oriundas das situações de desgaste.

3.4 SATISFAÇÃO, INSATISFAÇÃO E POLÍTICAS DE RECURSOS HUMANOS

Perceber quando uma pessoa está satisfeita14 ou insatisfeita15 não é uma tarefa muito

difícil. Muitas vezes as palavras, respostas, e até um olhar falam por si só. Mais difícil é

descobrir o que levou esta pessoa a estar satisfeita ou não. Sempre existem os motivos os

quais deixam os indivíduos bem ou mal. Neste caso, vai depender das políticas e práticas

desenvolvidas pelo departamento de Recursos Humanos para lidar com insatisfação, caso se

perceba que ela exista.

Segundo Herzberg (apud ROBBINS, 2005, p.349), a satisfação no trabalho está

relacionada com os fatores intrínsecos, por outro lado, a insatisfação relaciona-se com os

fatores extrínsecos (a esta relação, Herzberg chamou de teoria da motivação-higiene). Em

uma das suas pesquisas, Herzberg descobriu alguns eventos no trabalho que levam as pessoas

a extrema insatisfação:

a) política e administração da empresa mal conduzida;

b) relacionamento perturbado com a supervisão;

c) condições ruins de trabalho;

d) baixo salário;

14 A satisfação é o contentamento, o prazer, a alegria (Dicionário Michaelis). 15 Insatisfação é a falta de satisfação (Dicionário Michaelis).

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e) falta de harmonia entre os colegas de trabalho;

f) vida pessoal problemática;

g) falta de status no trabalho;

h) insegurança de emprego.

Por outro lado, Herzberg também descobriu fatores que resultam em grande satisfação:

a) realização pessoal;

b) reconhecimento pelo trabalho e esforço;

c) o trabalho em si (gostar do que faz);

d) atribuição de responsabilidade;

e) avanço na carreira;

f) crescimento profissional.

Quando um gestor se depara com uma situação que torna o clima ruim no trabalho,

cabe a ele, estrategicamente, ajudar a reverter a situação. Porém, é preciso saber que uma vez

trabalhados alguns fatores que estão gerando insatisfação, estes podem ser eliminados e trazer

a satisfação, mas não necessariamente levarão a motivação ou vice-versa, por exemplo, uma

pessoa pode estar insatisfeita com o seu salário, mas motivada a fazer um trabalho que a ela

foi designado, por ser um trabalho gratificante em outros aspectos (um trabalho que dará

status na empresa ou no departamento, entre outros). “A motivação nasce somente das

necessidades humanas e não daquelas coisas que satisfazem estas necessidades”

(BERGAMINI; CODA, 1990, p.5).

A satisfação é apenas um requisito para a motivação, mas não é o único, sendo assim,

é importante saber que auxiliará na geração de satisfação dos subordinados: proporcionar

trabalhos desafiadores, dar recompensas justas, oferecer condições desafiadoras e encorajar

colegas desafiadores (ROBBINS, 2005, p.351).

Mas é bom lembrar que o que satisfaz uma pessoa pode não satisfazer outra, o que

motiva uma pessoa pode não motivar outra. Cada pessoa é diferente, tem necessidades

diferentes, age diferentemente e tem aspirações diferentes. Elas até podem ao mesmo tempo

estar motivadas a alcançarem o mesmo objetivo, mas nem todas irão ter exatamente as

mesmas necessidades ao mesmo tempo e possivelmente também não terão os mesmos

comportamentos (BERGAMINI, 1993, p.19).

Montana e Charnov (1998, p.208) comentam que as necessidades básicas de

sobrevivência e segurança, da pirâmide de Maslow, funcionam como fatores de insatisfação

no ambiente de trabalho, e as necessidades do nível superior como a estima e auto-realização,

também de Maslow, são fatores de satisfação. Enquanto o indivíduo está suprindo suas

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necessidades básicas (sobrevivência e segurança) ele não tende a se motivar. Quando o

elemento consegue superar a parte de baixo da pirâmide ele começa estar motivado,

aumentando sua estima e é quando ele começa a se realizar profissionalmente.

É difícil para o departamento de Recursos Humanos estabelecer uma política na

empresa que agrada a maioria, pois existem diferenças entre as pessoas. Cada pessoa tem

necessidades diferentes, cada pessoa tem sua particularidade, para umas o que importa

primeiramente é o dinheiro, para outras é o status, existem aquelas que buscam segurança, e

por aí vai. Cabe ao departamento de Recursos Humanos traçar políticas que amenizem as

conseqüências desagradáveis causadas pelas diferenças de necessidades entre as pessoas,

fazendo com que estas políticas tragam o menor impacto negativo possível para os

funcionários. Apesar das diferenças entre as pessoas, elas querem ser tratadas com igualdade

umas perante as outras, acima de qualquer outra coisa, até mesmo da recompensa financeira.

“O tratamento digno e respeitoso, a capacidade de contribuir para o sucesso da organização e

o sentimento de participação sempre aparecem acima do dinheiro” (HUNTER, 2004, p.36).

Usando o exemplo da evolução de salário e de cargo, existem empresas que tem sua

política baseada em habilidades, outras em competências, outras no alcance e superação de

metas, existem também as que levam em consideração o tempo de empresa, entre outros

métodos. É preciso que as políticas internas da organização atinjam de forma positiva a

maioria das pessoas, ou pelo menos, não gere grandes desconfortos para parte de seus

colaboradores, para não leva-los a insatisfação.

Como se verificou, a satisfação é o prazer, a alegria. Mas existe outra palavra que tem

relação com a satisfação: o entusiasmo. O entusiasmo é acreditar na própria habilidade de

fazer as coisas darem certo, é uma capacidade intrínseca do indivíduo, sem depender de

outros fatores, diferentemente do otimismo, que tem em si uma quantia de entusiasmo mas

depende de fatores externos ao indivíduo. A relação entre satisfação e entusiasmo está em

atingir os objetivos, sendo que o entusiasmo é a crença na própria capacidade de atingir tais

objetivos, e a satisfação é o resultado da efetivação do entusiasmo. “Entusiasmo é a

capacidade de transformar a natureza, de ter força interna” (CECHET, 2005, p.21).

Mas, Bergamini (1993, p.20) alerta que não é muito fácil compreender uma pessoa

entusiasmada e valorizar de forma justa as suas intenções e os seus motivos, pois esta pessoa

que demonstra entusiasmo frente aos desafios oriundos das oportunidades que aparecem,

demonstrando rapidez na resolução dos problemas, geralmente acredita que todas as outras

pessoas estão com mesmo grau de entusiasmo e terão a mesma agilidade que ela, o que em

alguns casos poderá provocar atritos na equipe.

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3.5 COMO MOTIVAR PESSOAS

Diante do referencial teórico apresentado nos parágrafos anteriores, percebe-se que

não existe uma receita milagrosa a ponto de afirmar que a motivação tenha um caminho que a

leve com certeza, a se estabelecer em um indivíduo. “Por isso, identificar fatores capazes de

promover a motivação dos empregados e dominar as técnicas adequadas para trabalhar com

ela vem se tornando tarefa das mais importantes para os gerentes” (GIL, 2001, p.201).

Muitos artigos, livros, palestras e workshops16 indagam melancolicamente a

possibilidade de motivar as pessoas. A psicologia da motivação é complexa, e o que se

desvendou até hoje ainda é pouco, o que gera uma triste relação conhecimento-especulação

(VROOM, 1997, p.55).

Afirmar que as pessoas que atingiram o platô de suas carreiras (estágio na carreira

onde a pessoa já atingiu os 40 anos de idade) irão se manter motivados o tempo todo, não é

real. Algumas, quando sentirem o enfraquecimento na motivação, irão pensar no que está

acontecendo, mas outras talvez tenham seus espíritos tão enfraquecidos por algum

acontecimento que nada poderá reascender a motivação em si (VROOM, 1997, p.115,120).

Segundo Bergamini (1993, p.112), independente de o impulso motivacional ser auto-

gerado no interior de um indivíduo ou ser gerado por algum fator externo, em ambos os casos,

não significa dizer que sua manutenção irá depender exclusivamente deste indivíduo. Não

adiantará a pessoa estar individualmente em uma sinergia17 positiva se o ambiente na

organização não estiver proporcionando a manutenção da motivação desta pessoa.

Para Maximiano (2004, p.281), as práticas motivacionais compreendem todos os tipos de incentivos e recompensas que as organizações oferecem a seus empregados na tentativa de conseguir o desempenho que possibilite a realização de seus objetivos. As práticas motivacionais abrangem desde os elogios e desafios propostos pelos gerentes até a participação dos funcionários no processo decisório, nos lucros ou na propriedade da empresa, passando por benefícios, prêmios, programas de enriquecimento do trabalho e planos de carreiras.

Levando em consideração a afirmação de Maximiano (2004) onde diz que um simples

elogio pode ser entendido como um reconhecimento pelo trabalho executado, proporcionando

motivação ao trabalhador, poderia ser perguntado porque ainda existem tantos casos de falta

de motivação nas empresas? Tudo leva a crer que existam muitos gestores mal preparados

para entender as necessidades e aspirações de seus subordinados e também que existam

16 Workhops são seminários, reuniões, que visam tomadas de decisões e resoluções de problemas, visando melhorias em alguma coisa específica (Dicionário Michaelis). 17 Sinergia é a ação simultânea de diversos órgãos, na realização de uma função (Dicionário Michaelis).

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aqueles que estão na empresa com o único objetivo de receber seu salário no final de um mês

de trabalho. Somente quando o gestor saber o que satisfaz e o que não satisfaz cada um de

seus subordinados dentro do ambiente de trabalho ele será capaz de ajudar no processo da

motivação, seja de cada indivíduo ou da equipe.

Infelizmente, há gestores que não conseguem conhecer seus subordinados e com isso

não entendem seus sentimentos, suas aspirações, e conseqüentemente não entendem porque

eles não se motivam. O fato é que as situações que motivam os executivos não estão presentes

na vida do subordinado e vice-versa, [...] pois as pessoas têm valores, necessidades,

interesses, organização familiar, cultura e formação profissional diferentes, enfim, toda uma

história de vida diferente, o que condiciona suas motivações (VERGARA, 2000, p.42-43).

Uma das responsabilidades do gestor é conhecer seu subordinado, um a um, e saber

trabalhar com as divergências pessoais de cada indivíduo, entender que as pessoas têm

necessidades e aspirações diferentes, do contrário, não conseguirá trabalhar na motivação de

cada uma delas. O problema é que “um dos grandes entraves que se têm feito sentir em um

número respeitável de empresas brasileiras reside no despreparo dos administradores de

recursos humanos que nelas atuam” (BERGAMINI, 1993, p.113).

Bergamini (1993, p.114-115) aponta duas condições indispensáveis para um gestor

conseguir subordinados motivados: primeiro, saber quais as necessidades e expectativas de

cada subordinado, e segundo, ter recursos para oferecer fatores que satisfaçam e

complementem as expectativas de cada pessoa, facilitando desta forma, o ato motivacional do

indivíduo.

Gil (2001, p.208, 210-214) comenta que, motivar pessoas no trabalho constitui uma

das tarefas mais difíceis para os gestores, mas, apesar da dificuldade, pode-se aplicar algumas

recomendações que poderão de alguma forma, despertar a motivação dos colaboradores ou

aumentá-las naqueles que a deixaram enfraquecer. São elas:

a) valorizar as pessoas (observar as pessoas sem preconceitos, concentrando a

atenção principalmente nos fatores relacionados ao desempenho, deixando os

hábitos pessoais e a aparência física sempre em segundo plano);

b) reconhecer os avanços (cada avanço deve ser reconhecido e todos os seus êxitos

devem ser elogiados e recebidos de modo animador);

c) encorajar iniciativas (o recurso de solicitar a participação da equipe na formulação

de novas propostas e soluções de problemas constitui um dos mais poderosos

fatores de motivação);

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d) oferecer incentivos (os incentivos são importantes recursos para ajudar na

motivação das pessoas. Porém, estes recursos não podem ser confundidos com

aumentos salariais ou benefícios pessoais ou familiares, eles devem estar

relacionados às necessidades dos empregados e dos grupos, para que estes

incentivos desempenhem sua função motivadora);

e) enriquecer as funções (dividir o grupo em equipes de pessoas com habilidades

intercambiáveis e torna-las responsáveis por uma tarefa menor, porém completa);

f) delegar autoridade;

g) fazer avaliações (objetivando o desenvolvimento das pessoas);

h) promover mudanças (experiências que provoquem aumento do interesse,

desenvolvam a auto-estima e o espírito de equipe);

i) atribuir responsabilidades aos funcionários;

j) transmitir reconhecimento da capacidade de trabalho do colaborador;

k) reconhecer o desempenho no cargo;

l) lançar desafios (distribuir tarefas reconhecidas como difíceis);

m) permitir a realização de trabalhos adequados às expectativas do colaborador (uma

dica para realizar este fator motivador é o rodízio de cargos e tarefas);

n) colaborar para o crescimento profissional do empregado (ajudá-lo a alcançar ou

ultrapassar os objetivos).

Para Vroom (1997, p.58-60), as seguintes dicas são válidas para instilar18 a motivação

nas pessoas:

a) reduzir a jornada de trabalho quando o gestor percebe que está excessiva;

b) desenvolver programas de recreação durante o expediente de trabalho;

c) criar uma política de salário em espiral (em pequenas quantidades, a fim de que o

funcionário se motive para ir a busca do próximo aumento salarial);

d) implantar benefícios e/ou melhorar os existentes;

e) criar um programa de treinamento e/ou melhorar o existente;

f) melhorar a comunicação na empresa;

g) permitir a participação no trabalho, em todos os níveis da organização, a fim de

que cada trabalhador saiba o que ele está fazendo (visão sistêmica);

h) ouvir os problemas dos funcionários e aconselhá-los.

18 Instilar é introduzir algo em pequenas porções (Dicionário Michaelis).

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Cechet (2005, p.18), por sua vez, dá algumas dicas que ajudam a despertar a

motivação nas equipes de trabalho, quando o assunto não é o trabalhador individualizado, e

sim, grupos:

a) transmitir confiança no trabalho da equipe (dando valor ao trabalho de cada

indivíduo e ao próprio indivíduo como integrante da equipe);

b) dar importância ao trabalho, fazer cada pessoa sentir-se realmente como integrante

de uma equipe (para levá-la a pensar e a trabalhar como equipe);

c) desafiar cada integrante (de forma sadia) e;

d) elogiar o trabalho da equipe.

Seja individualmente ou em equipes, a realidade é que algumas das dicas que

objetivam a motivação ou o aumento dela são relacionadas entre si, pelo motivo de que

quando uma pessoa está trabalhando em grupo, ela não desconsidera os pontos que

particularmente a satisfaz, e também geralmente não muda seu pensamento com relação às

necessidades que está buscando atender para se satisfazer, mesmo trabalhando em equipe.

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4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A busca pelo conhecimento e o conhecer não se dão por acaso. Sempre será para

esclarecer uma curiosidade ou para solucionar um problema que uma pessoa busca respostas,

sendo que essa procura por resposta já envolve um processo investigatório, mesmo que seja

definido por traços puramente ligados ao senso comum (BARROS; LEHFELD, 2005, p.29).

Marconi e Lakatos (2006, p.15) comentam que, de acordo com o Webster’s

International Dictionary, a pesquisa é uma investigação atenciosa, ou um exame crítico

exaustivo, que procura fatos e princípios, uma cuidadosa busca para averiguar alguma coisa.

O ato de pesquisar não é apenas a busca pela verdade, mas é o encontro de respostas para

questões propostas, fazendo uso de métodos científicos.

Dentre os métodos científicos para execução de uma pesquisa, tem-se: pesquisa

teórica, pesquisa metodológica, pesquisa empírica, pesquisa pura ou básica, pesquisa aplicada

ou prática, pesquisa descritiva, pesquisa explicativa, pesquisa bibliográfica, pesquisa de

campo, pesquisa experimental e pesquisa-ação (BARROS; LEHFELD, 2005, p.33-35).

Neste trabalho, conforme já citado em detalhes no item 1.5, a pesquisa se apresenta

como bibliográfica, aplicada (quanto a sua natureza), qualitativa (pois explica o fenômeno a

partir de uma pesquisa de campo) e explicativa (quanto ao objetivo macro). Por fim, foi

aplicada uma pesquisa de campo (em forma de questionário).

4.1 EXECUÇÃO DA PESQUISA

O início deste trabalho, logo após a definição do projeto, deu-se com a pesquisa

bibliográfica em livros, dissertações, teses e periódicos. Através destes, se pôde aprofundar o

conhecimento no tema, o que torna este tipo de pesquisa indispensável, neste caso.

A pesquisa bibliográfica apresentou-se muito interessante neste trabalho em virtude do

universo de literaturas que abordam a administração de recursos humanos, mais

especificamente neste caso, a motivação no trabalho. Isto possibilitou o aprendizado levando

em consideração diferentes pontos de vistas, colocados por diferentes autores, como por

exemplo, no item 3.1.2 quando um autor afirma que a orientação motivacional é aquilo que

orienta a ação, diferentemente do ponto de vista de outro autor que comenta que a orientação

motivacional não é responsável pela direção da ação.

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Quanto à natureza da pesquisa, ela é considerada do tipo aplicada, pois existe o

interesse prático futuro. A intenção é que, tão logo a empresa pesquisada tenha acesso à

análise (que inclui o diagnóstico) e conseqüentemente, à proposta de melhoria para a situação

da motivação na organização, ela coloque em prática as idéias relatadas como proposta a fim

de elevar o nível motivacional dos seus colaboradores. A “pesquisa aplicada, como o próprio

nome indica, caracteriza-se por seu interesse prático, isto é, que os resultados sejam aplicados

ou utilizados, imediatamente, na solução de problemas que ocorrem na realidade”

(MARCONI; LAKATOS, 2006, p.20).

O objetivo macro do presente trabalho é caracterizado por descrever uma situação

onde dados foram coletados e registrados. Em seguida, é apresentada uma análise

(diagnóstico) da atual situação da motivação dos trabalhadores na empresa, o que permite

afirmar que a pesquisa é qualitativa, pois explica um fenômeno a partir de uma pesquisa de

campo. Em seguida os dados colhidos foram interpretados, o que possibilitou identificar

possíveis causas do problema, o que caracteriza a pesquisa como explicativa.

4.1.1 Pesquisa de campo

Concluídas as etapas anteriores, ou seja, o projeto, a pesquisa no referencial teórico e o

estabelecimento dos procedimentos metodológicos, partiu-se para a pesquisa de campo, com o

objetivo de diagnosticar a atual situação na motivação dos funcionários e até dos sócios da

empresa.

Segundo Marconi e Lakatos (2006, p.83), pesquisa de campo é [...] utilizada com o objetivo de conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um problema para o qual se procura uma resposta, ou de uma hipótese que se queira comprovar, ou, ainda, descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles. Consiste na observação de fatos e fenômenos tal como ocorreram espontaneamente, na coleta de dados a eles referentes e no registro de variáveis que se presume relevantes, para analisá-los.

No caso específico deste trabalho, dificilmente teria outra forma de diagnosticar o

nível de motivação dos colaboradores da empresa, se não aplicasse uma pesquisa de campo.

Restava saber qual seria a melhor forma de coletar as informações necessárias para a análise e

posterior elaboração de proposta de melhoria.

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4.1.1.1 Coleta de dados

O levantamento dos dados para o diagnóstico da empresa se deu com a aplicação de

um questionário, sendo considerado este como a maneira mais indicada (neste caso) para

coletar informações dos colaboradores, uma vez que neste, o informante não precisa se

identificar, aumentando a confiança nas respostas. “Questionário é um instrumento de coleta

de dados constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por

escrito e sem a presença do entrevistador” (MARCONI; LAKATOS, 2006, p.98).

Houve, ao elaborar o questionário, uma preocupação em deixá-lo atraente, com uma

linguagem acessível, de fácil compreensão, sendo exposto no cabeçalho o objetivo e a

importância da pesquisa, bem como o prazo para devolução do mesmo, preenchido.

Inicialmente, apresentou perguntas sobre aspectos gerais (hierarquia da empresa, qualidade de

vida no trabalho, idade do informante, tempo de serviço, nível de escolaridade), em seguida,

foram feitas perguntas mais específicas sobre o tema motivação no trabalho. Ao elaborar um

questionário, é fundamental que haja a preocupação com o tamanho do mesmo, o conteúdo, a

organização e a formulação das perguntas, a fim de gerar estímulos para o informante

responder (BARROS; LEHFELD, 2005, p.73).

O questionário foi construído trazendo perguntas abertas, fechadas e de múltipla

escolha (definição dos tipos de perguntas já dadas no item 1.5), num total de 21 perguntas, o

qual pode ser verificado na íntegra, no APÊNDICE A – Questionário sobre motivação no

trabalho.

4.1.1.2 População e amostra

De acordo com Marconi e Lakatos (2006, p.30, 41) “a amostra é uma parcela

convenientemente selecionada do universo (população); é um subconjunto do universo [...].

População, é um conjunto de seres animados ou inanimados que representam pelo menos uma

característica em comum”.

A intenção na pesquisa de campo, desde o início, quando se estava trabalhando no

projeto, era de envolver a maior amostragem possível. Geralmente, as pesquisas são

realizadas através de amostras, pois uma observação completa de um fenômeno comumente

envolve uma quantidade muito grande de dados, o que dificulta e prolonga a análise

(BARROS; LEHFELD, 2005, p.57). No caso específico desta pesquisa, toda a população da

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empresa foi envolvida, ou seja, 07 colaboradores (02 sócios e 05 funcionários), uma vez que

se trata de uma pequena empresa.

O fato de toda empresa estar participando da pesquisa, através do preenchimento do

questionário, é uma condição muito importante, pois se tem a idéia ampla de uma situação ou

um fenômeno, que neste caso, trata de diagnosticar o nível da motivação no trabalho na

empresa MN Organização Contábil Sociedade Simples Ltda. Porém, vale lembrar que uma

quantia muitas vezes inexpressiva de pessoas, em alguns casos, preenche e devolve a

pesquisa. “Em média, os questionários expedidos pelo pesquisador alcançam 25% de

devolução” (MARCONI, LAKATOS, 2006, p.98).

O interessante que aqui, o questionário foi enviado a todos os colaboradores da

empresa, e exatamente todos eles devolveram o mesmo, conforme mostra o gráfico 1, fugindo

à regra da afirmação de Marconi e Lakatos, dada no parágrafo anterior (sabe-se que aqui se

trata de um caso isolado).

100%

0%

RetornadoNão retornado

Gráfico 1 – Aceitação do questionário Fonte: Primária (2007)

A pesquisa de campo foi realizada no período de 19 a 23 de fevereiro de 2007, na

empresa MN Organização Contábil Sociedade Simples Ltda. Após a conclusão da elaboração

do questionário, foi feito um contato com os gestores da empresa, objetivando a autorização

da aplicação da pesquisa, bem como a utilização do nome da empresa e a apresentação da

análise oriunda da pesquisa, incluindo a proposta de melhoria, no corpo do trabalho

(monografia), e também a divulgação posterior dos resultados (ANEXO A – Autorização para

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60

pesquisa de campo). Tendo em mãos a autorização, no dia 19 de fevereiro de 2007 foi feito,

pelo pesquisador, uma visita nas dependências da empresa, a fim de se fazer um contato

pessoal com o público-alvo, com o objetivo de estimular a população às respostas, além de

deixar o questionário em mãos dos informantes. Apesar de constar no cabeçalho do

questionário o motivo da pesquisa, foi dada ênfase na importância da mesma e foi

estabelecida a data que o pesquisador voltaria para recolher o questionário devidamente

preenchido (foi estabelecido que teriam a semana inteira para responder, ou seja, no dia 23 de

fevereiro de 2007 o questionário foi recolhido). Na data combinada para o recolhimento, a

pesquisa de campo se deu por encerrada.

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5 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA ONDE FOI REALIZADA A PESQUISA

Este capítulo descreve onde foi realizada a pesquisa, relatando o campo e o setor da

pesquisa, o histórico da empresa, sua missão e visão, as instalações que a empresa possui, os

serviços prestados por ela, o organograma e as atividades desenvolvidas por cada setor da

organização.

5.1 CAMPO E SETOR DA PESQUISA

A pesquisa de campo que integra esta monografia foi realizada na empresa MN

Organização Contábil Sociedade Simples Ltda., a qual atua na prestação de serviços de

contabilidade geral há três décadas em Joinville/SC e região. A pesquisa foi realizada nos

setores Fiscal, Contábil e Recursos Humanos (incluindo serviços externos), ou seja, em toda

empresa por se tratar de uma pequena empresa.

5.1.1 Breve histórico da empresa

A empresa MN Organização Contábil Sociedade Simples Ltda. teve sua fundação, por

quatro pessoas, em 01 de maio de 1977, tendo sua primeira sede na rua Princesa Isabel nº 281,

na cidade de Joinville, em Santa Catarina. A empresa foi registrada na Junta Comercial do

Estado em 07 de junho do mesmo ano.

Inicialmente trabalhavam na empresa apenas os sócios fundadores, mas logo surgiu a

necessidade da contratação de funcionários. Em 11 de abril de 1978 houve a primeira

alteração contratual, quando dois dos sócios retiraram-se da sociedade, transferindo suas cotas

a um novo sócio (eram então, 3 sócios).

Mas, foi em 1998 que as maiores modificações aconteceram e três funcionários da

época, compraram a empresa, sendo que um dos três se desligou da organização logo depois.

Hoje a empresa é administrada apenas por dois sócios-proprietários, contando com um quadro

de 05 funcionários, totalizando 07 colaboradores. A MN não possui uma grande carteira de

clientes como a maioria dos escritórios de contabilidade porque optou em ter um número

menor de clientes, porém grandes clientes. Atualmente a empresa está instalada na avenida

Juscelino Kubitscheck nº 410, no centro da cidade de Joinville/SC.

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5.1.2 Missão da empresa

“Oferecer soluções à gestão contábil de nossos clientes seja nos serviços fiscais,

contábeis ou recursos humanos, através da seriedade e comprometimento, formando uma

parceira entre as empresas”.

5.1.3 Visão da empresa

“Ser referência na prestação de serviços fiscais, contabilidade e recursos humanos

entre as empresas que prestam serviços de terceirização de contabilidade geral”.

5.1.4 Instalações

A MN Organização Contábil está instalada em uma sala comercial com área de

120m2, no andar térreo de um grande centro comercial de Joinville, na área central da cidade,

com fácil acesso e com estacionamento próprio.

A sala é climatizada e bem arejada. Possui espaços para recepção e para os

departamentos (Fiscal, Contábil e Recursos Humanos) e ao fundo da sala se encontra um

mezanino onde há uma sala de reuniões e o arquivo físico da empresa (o arquivamento

eletrônico, além de estar nos computadores, se encontra em CD’s, disponibilizados através de

backup diário). Entre os departamentos não existem paredes nem biombos para dividir o

ambiente. A empresa é equipada com computadores modernos, sendo oito estações de

trabalho e um servidor. Possui uma impressora laser, duas impressoras com jato de tinta e três

impressoras matriciais. Conta com três sistemas de informação diferentes para poder atender

os serviços solicitados, sendo eles: Visual Sucessor (para a Contabilidade), Pratice (para o

departamento de Recursos Humanos) e Suprema (para a Escrita Fiscal).

5.1.5 Serviços prestados

A MN Organização Contábil atua na prestação de serviços de contabilidade geral,

mais especificamente na gestão fiscal, escrituração contábil e na gestão pessoal.

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Na gestão fiscal, dá orientação e controle da aplicação dos dispositivos legais vigentes,

faz os lançamentos dos registros fiscais do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias)

e ISS (Imposto Sobre serviço), preenche guias de informação e tributos, atende às dúvidas

referentes às exigências previstas em atos normativos e leis, auxilia em procedimentos de

fiscalização tributária e elabora guias diversas de apuração e lançamentos de impostos.

Na escrituração contábil, a MN classifica e escritura a contabilidade de acordo com as

normas e princípios contábeis, apura balancetes, elabora o balanço anual de demonstrativos de

resultados, orienta e controla as aplicações dos dispositivos legais vigentes, elabora

declarações de rendimentos, elabora declarações de contribuições e tributos federais, faz

declaração de imposto de renda para pessoa física e jurídica, auxilia os clientes em eventuais

procedimentos de fiscalização tributária e também no atendimento às demais exigências

previstas em atos normativos.

E na gestão pessoal, orienta e controla a aplicação dos preceitos da CLT

(Consolidação das Leis do Trabalho), elabora folha de pagamento e pró-labore, preenche as

guias dos encargos sociais e afins, elabora a RAIS (Relação Anual de Informações Salariais) e

CAGED (Cadastro Geral dos Empregados e Desempregados) para o Ministério do Trabalho

bem como o atendimento às demais exigências previstas na legislação, atende aos

procedimentos de fiscalização dos órgãos competentes, faz a inclusão e manutenção dos

registros de empregados (admissões e demissões). Também orienta e controla a aplicação dos

preceitos da previdência social, do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço),

sindicatos e outros aplicáveis às relações de emprego.

5.1.6 Organograma

A empresa atualmente é composta por dois sócios e cinco funcionários, conforme

comentado anteriormente. A direção da MN é de responsabilidade dos sócios, sendo a

coordenação Fiscal e Contábil de um dos sócios e a de Recursos Humanos do outro. A

estrutura organizacional da MN Organização Contábil é mostrada pela figura 3.

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Figura 3 – Organograma da MN Organização Contábil Fonte: Manual da Qualidade da Empresa (2002)

5.1.7 Atividades da empresa

Como a MN Organização Contábil exerce serviços de contabilidade geral, são várias

as atividades que envolvem cada setor, sendo que cada um deles tem suas características

próprias. A empresa é dividida basicamente em três setores: Fiscal, Contábil e Recursos

Humanos, conforme organograma apresentado anteriormente, sendo esses setores a

coordenação dos dois sócios proprietários. Os sócios, além de cuidarem dos três setores,

juntos são responsáveis pela parte comercial e administrativa da empresa.

O setor Fiscal deve resgatar os documentos necessários à função do setor junto aos

clientes, realizar a escrituração fiscal e também a conferência dos lançamentos, preencher as

fichas de acompanhamento e controle de faturamento e impostos dos clientes, preencher as

guias dos impostos para que os clientes efetuem o pagamento dos mesmos, sanar as dúvidas

fiscais e tributárias dos clientes, emitir os livros obrigatórios dentro dos prazos legais,

preparar e enviar lotes de informações para os órgãos públicos competentes, preencher e gerar

as declarações fiscais obrigatórias dentro dos prazos determinados por lei, gerar o backup

diário do sistema do setor fiscal, realizar o cálculo de guias para que os clientes possam

efetuar o pagamento de impostos atrasados e manter atualizado e organizado o arquivo de

informativos e publicações fiscais e tributárias.

Ao Contábil cabe solicitar os documentos necessários ao setor junto a clientes, realizar

a escrituração contábil e de livro caixa, sanar as dúvidas contábeis e legais dos clientes,

Escri turário Fi sca l

Co ordenador Fiscal(Técnico contábi l)

Assistente contáb il

Coo rdenador C ontábi l(Contador)

Auxil iar de dep artamentopessoal

Auxili ar de escritó ri o(Recepcioni sta)

Contínuo

Coordenador d e RecursosHumanos (Contador)

DIREÇÃO

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preparar os relatórios contábeis dos clientes, emitir os livros contábeis obrigatórios dentro dos

prazos legais, preencher e gerar as declarações contábeis obrigatórias dentro dos prazos

determinados por lei, gerar o backup diário do sistema do setor contábil, preencher guias de

impostos e realizar a análise de balanços e balancetes dos clientes.

E o setor de Recursos Humanos deve efetuar a admissão e demissão de funcionários

da MN e também de seus clientes, fazer a integração de novos colaboradores da MN, calcular

rescisões e emitir os relatórios necessários, preparar as guias de impostos trabalhistas para que

os clientes efetuem o pagamento, manter os clientes informados sobre a situação trabalhista

dos seus colaboradores, assessorar e orientar os clientes referente às dúvidas trabalhistas e

previdenciárias, confeccionar e conferir as folhas de pagamento e impostos da MN e dos seus

clientes, acompanhar os registros dos funcionários controlando os vencimentos de contratos

tanto para a MN quanto para os seus clientes, elaborar recibos de férias e seus respectivos

controles, prestar assessoria aos clientes e funcionários referente os benefícios do INSS

(Instituto Nacional de Seguridade Social) e os respectivos formulários necessários no caso do

uso desses benefícios, fazer o fechamento mensal e pagamento do FGTS (Fundo de Garantia

por Tempo de Serviço), manter contato com sindicatos das categorias dos clientes para mantê-

los informados do que está acontecendo no meio sindical, acompanhar e trabalhar em

processos de parcelamento de impostos junto aos órgãos competentes, atender a fiscalização

do INSS e do Ministério do Trabalho e apresentar os documentos necessários, realizar o

backup diário do sistema de gestão do setor pessoal, controlar e efetuar a compra de vale-

transporte e vale-refeição para os colaboradores da MN e confeccionar e conferir folhas de

pagamento e impostos dos colaboradores da MN Organização Contábil. Ainda ligado ao setor

de Recursos Humanos há os serviços externos e a recepção. Serviços externos deve controlar

os encaminhamentos dos documentos junto aos órgãos públicos evitando assim visitas

desnecessárias a esses órgãos, efetuar pagamentos de taxas nos bancos e órgãos públicos,

levar documentos prontos para os clientes e separar correspondências recém-chegadas e

distribuir aos setores da empresa. E a recepção tem como atividade principal atender os

visitantes quando na sua chegada e encaminhar à pessoa com quem estes desejam falar, e

também, atender ao telefone da central telefônica e transferir para o setor desejado. Mas como

essas atividades na recepção não ocupam todo o tempo disponível da recepcionista, o tempo

que sobra é disponibilizado para ajudar os outros setores da empresa.

A parte comercial, executada pelos sócios da empresa, é responsável por definir as

rotinas e procedimentos que permitam acompanhar e controlar semanalmente e mensalmente

as atividades, fazer cumprir rigorosamente normas e procedimentos adotados pelo setor e pela

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empresa, acompanhar a comissão de avaliação nos setores (5’s, satisfação do cliente interno e

externo, entre outros), vender os serviços da empresa, analisar e propor reformulações e/ou

correções dos serviços prestados pela MN, acompanhar a execução e implantação dos

serviços, ir a busca de novos clientes, assegurar que as exigências dos clientes sejam

atendidas com o propósito de aumentar a satisfação dos mesmos, realizar a pesquisa de

satisfação dos clientes, gerar o backup diário do sistema do setor comercial e também deve

estar sempre atualizando os métodos de vendas.

E por fim, a parte administrativa, também executada pelos dois sócios, deve

acompanhar e zelar pela saúde financeira da empresa, equilibrar as despesas com as receitas e

fazer valer o orçamento anual do planejamento orçamentário da empresa, gerar o backup

diário do sistema do setor administrativo, efetuar as compras da empresa controlando os

gastos, fazer a avaliação periódica dos fornecedores, conferir a documentação enviada e

recebida dos clientes, entre outras atividades pertinentes da área.

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6 ANÁLISE DA PESQUISA E PROPOSTA DE MELHORIA

O sexto capítulo apresenta o resultado da pesquisa de campo, mediante a análise dos

dados obtidos pelo questionário que os colaboradores da empresa preencheram,

espontaneamente, e também, neste capítulo é apresentada uma proposta que visa auxiliar na

melhoria do nível motivacional na organização, quando algumas ações são sugeridas.

Segundo Marconi e Lakatos (2006, p.196, 198, 204) a apresentação dos dados, em

uma pesquisa, pode se dar por meio de cinco procedimentos: série estatística, representação

escrita, representação semitabular, tabelas e gráficos. Neste caso, especificamente, serão

utilizados gráficos, pois estes descrevem o fenômeno de uma forma imediata e atrativa, além

de facilitar a visão do conjunto com apenas uma olhada. A representação escrita

complementará cada gráfico, pois esta apresenta os dados coletados em forma de texto, o que

esclarece ainda mais os dados representados pelos gráficos.

6.1 ANÁLISE DOS DADOS

A pesquisa de campo na MN Organização Contábil iniciou, mediante o questionário,

perguntando a opinião com relação à distribuição dos cargos na empresa: se ela é boa, se é

boa mas poderia ser melhorada ou se ela não está atendendo as necessidades. Todos os

informantes responderam que divisão do organograma é boa e não traz problemas para

empresa (gráfico 2), o que mostra uma boa disposição da estrutura organizacional, sob o

ponto de vista dos colaboradores. Este é um importante ponto e pode ser considerado como

inicial na obtenção de um diagnóstico sobre a motivação, sendo que a distribuição de cargos,

especialmente os de hierarquia, é um dos fatores que podem levar à falta de motivação.

100%

0%0%

Boa

Mediana

Ruim

Gráfico 2 – A divisão da hierarquia (organograma) da empresa Fonte: Primária (2007)

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A opinião dos colaboradores da empresa com relação ao favorecimento à qualidade de

vida no ambiente de trabalho, por parte da gestão de recursos humanos, mostrou que a maioria

informou que ela existe (6 colaboradores) e uma minoria (1 colaborador) afirma que ela não

existe, conforme mostra o gráfico 3. Das pessoas que responderam que há o favorecimento da

qualidade de vida no trabalho, algumas escreveram que a empresa favorece esta situação

oferecendo boas condições de trabalho, como por exemplo, a existência de condicionadores

de ar nas salas e a limpeza dos ambientes. Neste ponto, a única pessoa que respondeu que a

empresa não favorece a qualidade de vida no ambiente de trabalho escreveu que são poucas as

vezes que a organização pensa no funcionário, inclusive esta pessoa fez questão de se

identificar, apesar de o cabeçalho do questionário deixar claro que não era necessária a

identificação; provavelmente esta pessoa faça questão de tornar pública a sua opinião sobre as

condições de trabalho na empresa, embora ela tenha sido a única a ter esta opinião, sendo

contrária a todas as outras.

86%

14%

ExisteNão existe

Gráfico 3 – O favorecimento da qualidade de vida no ambiente de trabalho Fonte: Primária (2007)

Na pergunta imediatamente posterior àquela ilustrada pelo gráfico 3 (o qual mostra

que 86% dos colaboradores acreditam que a empresa favorece a qualidade de vida no

ambiente de trabalho), há uma estratificação das condições que promovem a boa qualidade de

vida no trabalho, e há então uma queda percentual na opinião, por parte dos colaboradores.

Foram consideradas como condições que promovem a qualidade no ambiente de trabalho o

layout, a ventilação, a iluminação, as condições ergonômicas dos equipamentos, o

relacionamento interpessoal e o estilo de liderança. Como neste caso ficaram claro quais eram

as condições capacitadoras para uma boa qualidade de vida no ambiente de trabalho, o

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percentual cai para 57% dos que acreditam que elas existem, quando 4 pessoas consideram

que estas condições são realidades na empresa e 3 pessoas consideram que existe apenas uma

parte destas condições criadoras de um bom ambiente no trabalho, conforme pode ser

observado no gráfico 4.

Nesta situação ilustrada pelos gráficos 3 e 4 já se previa que poderia acontecer esta

diferença percentual, pois são perguntas muito parecidas e até relacionadas entre si, sendo que

uma trata do favorecimento (dar auxílio, participar) e outra da promoção em si (realizar, levar

a efeito, fomentar).

57%

43%

0%

ExisteExiste em parteNão existe

Gráfico 4 – A promoção de boas condições no ambiente de trabalho Fonte: Primária (2007)

A maioria dos colaboradores da empresa estudada ainda é jovem, tendo idade até 20

anos. A faixa etária é um fator que merece a atenção, pois ela deve ser levada em

consideração na criação de uma estratégia motivacional, pelo motivo de que as pessoas têm

diferentes expectativas e procuram atender diferentes necessidades, dependendo da sua faixa

etária.

O gráfico 5 mostra a idade do pessoal, sendo que a maior parte tem idade até 20 anos

(42%, representando 3 pessoas), 2 colaboradores têm entre 20 e 30 anos (29%) e também 2

tem acima de 30 anos de idade (29%).

Porém, vale comentar aqui que, se levar em consideração que hoje uma pessoa quando

está se aproximando dos 40 anos já está, em alguns casos, com dificuldades de entrar ou

reingressar no mercado de trabalho, pode ser interpretado como uma leve tendência à

maturidade na idade da população estudada.

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70

42%

29%

29%

Até 20 anosEntre 20 e 30 anosAcima de 30 anos

Gráfico 5 – Faixa etária dos colaboradores Fonte: Primária (2007)

A MN Organização Contábil, apesar de ser uma empresa com 30 anos de existência

(conforme pôde ser observado no item 5.1.1), tem em seu quadro de pessoal, na maioria,

pessoas com 3 anos ou menos na empresa. Dos 7 colaboradores, 2 tem menos de 1 ano de

casa e 2 tem entre 1 e 3 anos, quando 3 tem mais de 3 anos, conforme pode ser observado no

gráfico 6, o que vai a encontro da informação mostrada pelo gráfico 5 quando a maioria dos

colaboradores tem idade até 20 anos, apontando uma mútua relação entre os dois fatores. Da

mesma forma que a idade do colaborador, o fator tempo de casa também deve ser levado em

consideração na criação de uma estratégia motivacional, pois dependendo do tempo que o

indivíduo tem de empresa, ele também irá ter diferentes expectativas, mostrando uma

correlação entre os dois fatores faixa etária e tempo de empresa.

29%

29%

42%Menos de 1 anoEntre 1 e 3 anosMais de 3 anos

Gráfico 6 – Tempo na empresa Fonte: Primária (2007)

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71

O que está aquém do que poderia ser considerado ideal para a empresa é o nível de

capacitação do capital intelectual, pois o segmento ao qual a MN Organização Contábil atua

exige bastante qualificação, quando o ideal seria que a organização tivesse a maioria dos seus

colaboradores com terceiro grau completo e cursos de especialização em seu currículo. No

entanto, apenas 2, de um total de 7 colaboradores, possuem curso superior (não se tem a

certeza de que estas 2 pessoas sejam os sócios, sendo que foi permitido o anonimato no

preenchimento dos questionários), 2 possuem curso técnico e 3 contam apenas com o segundo

grau (sem habilitação profissional).

O que deixa a situação ainda mais preocupante é o fato de que as únicas 2 pessoas na

empresa que tem formação superior não tem qualquer pós-graduação (porém sabe-se que o

fato de não ter especialização teórica não pode tirar o mérito do profissional, da mesma forma

a ausência de formação superior, sendo que o comentário é válido apenas para sugerir que

uma evolução na formação profissional dos colaboradores poderia fazer a empresa ainda mais

competitiva). Conforme pôde ser observado no item 3.5, a colaboração para o crescimento

profissional, a implantação de benefícios ou a melhoria deles e a criação de um programa de

treinamento poderia ajudar no aumento da motivação, ou na criação dela.

O gráfico 7 mostra a distribuição do nível de escolaridade dos sócios e funcionários da

MN Organização Contábil Sociedade Simples Ltda.

0%0%

42%

29%

29%0%

1º grau completo1º grau incompleto2º grau completoTécnico3º grau completoPós-graduação

Gráfico 7 – Escolaridade dos colaboradores Fonte: Primária (2007)

Levando em consideração os comentários feitos anteriormente acerca do baixo nível

da formação profissional do quadro de colaboradores da empresa contra a alta exigência que o

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72

segmento ao qual ela atua exige, um fator que precisa ser levado em conta, por parte dos

gestores da MN, é o fato de que a maioria das pessoas (71%) está atuando na área de

formação profissional (aquelas pessoas que tem essa formação), pois se esta grande parte das

pessoas atuantes na empresa estão atuando na área a qual tiveram algum tipo de formação, é

viável para a empresa o investimento neste seu capital intelectual.

Interessa comentar que as pessoas podem ter começado sua formação profissional e

por algum motivo de força maior ter abandonado a continuação. O que pode ser considerado

comum é o indivíduo iniciar uma formação tendo se baseado em alguma coisa que o leve a

pensar que isto irá a encontro com o que ele imagina que goste e que trará satisfação

profissional e boa perspectiva para o desenvolvimento da sua carreira.

A parte menos expressiva (29%) que respondeu que não está atuando na área de sua

formação, ainda justificou que assim acontece porque ainda não tem uma formação

profissional e nem sabe se quer esta formação (se referindo à Contabilidade, segmento que

atua a MN Organização Contábil). O gráfico 8 ilustra a relação existente na empresa, entre a

formação profissional dos colaboradores e a atuação na respectiva área.

71%

29%

SimNão

Gráfico 8 – Atuação dos colaboradores na área da formação profissional Fonte: Primária (2007)

Para reforçar a idéia passada no parágrafo anterior (ilustrada no gráfico 8) de ser

viável para a empresa investir no seu capital intelectual em decorrência de a maioria dos

colaboradores da MN estar atuando na área que receberam ou buscaram formação

profissional, o gráfico 9 mostra que 72% (o que representa a maioria), busca no atual emprego

a realização profissional e financeira, ou seja, os indivíduos enquadrados nestes 72% têm

interesse no seu desenvolvimento na própria organização, o que pode ser considerado como

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73

fundamento para o investimento no capital intelectual da organização. Das 7 pessoas que

responderam o questionário, 5 delas querem realizar-se profissionalmente e também

financeiramente na empresa, 1 elemento informou que busca apenas a realização profissional

e 1 indivíduo espera realização somente financeira.

Com relação àquela pessoa que espera somente a realização financeira, ela pode não

ter decidido ainda o que realmente quer da sua vida profissional, sendo que esta indecisão

poderá levá-la à falta de motivação para o trabalho, pois a recompensa em dinheiro pode ser

ou não um agente motivador, conforme pôde ser observado no item 3.3.1 deste trabalho, de

acordo com a afirmação de Megginson et al. (1998, p.363). E aquela pessoa que informou

esperar apenas realização profissional, pode-se entender que ela acredita que a parte

financeira virá como conseqüência.

14%

14%

72%

ProfissionalFinanceiraProfissional e financeira

Gráfico 9 – A esperança de realização no atual emprego Fonte: Primária (2007)

Até este ponto da pesquisa de campo, o que representa as 8 primeiras perguntas do

questionário (num total de 21), as perguntas foram sobre alguns aspectos gerais (estrutura

organizacional da empresa, o favorecimento e a promoção da qualidade de vida no trabalho,

faixa etária dos colaboradores, tempo de atuação na organização, nível de escolaridade e a

perspectiva de realização no atual emprego), mas que tem forte relação com a motivação no

trabalho.

É a partir da 9ª pergunta que o termo motivação aparece de forma direta na pesquisa.

Quando foi perguntado se o colaborador (individualmente) está motivado ao trabalho, mais da

Page 75: GP2007_Motivação No Trabalho Dos Funcionários e Sócios Da Empresa MN Organização Contábil Ltda 11111

74

metade da amostragem (57%) respondeu que está motivado, mas poderia estar mais, o que

sugere que, por estarem em parte motivado, gostam do lugar onde trabalham bem como das

pessoas e das atuais atribuições. Algumas pessoas (29%) afirmam estarem plenamente

motivadas e a minoria (14%) informou que não está motivada (gráfico 10).

O fato de que 14% dos colaboradores não está motivado ao trabalho é um ponto que

não se pode considerar alarmante para a empresa, uma vez que representa apenas uma pessoa

da amostragem, o que torna mais fácil para um gestor trabalhar um caso isolado, mas não se

deve deixar de dar atenção a esta minoria que, se não receber estímulos, poderá contaminar os

demais membros da equipe com sua falta de entusiasmo.

29%

57%

14%

ExisteExiste em parteNão existe

Gráfico 10 – A motivação individual ao trabalho Fonte: Primária (2007)

Um fato interessante é que, conforme pode ser observado no gráfico 11, quando foi

perguntada a opinião de cada pessoa a respeito da motivação do grupo, exatamente o mesmo

número de pessoas (comparando com o gráfico 10), respondeu que a motivação dos

companheiros de trabalho existe em parte, ou seja, 57%. Neste caso, o que mudou foi a

percepção da plenitude, quando aumentou para 43% a percentagem das pessoas que acreditam

que o grupo está plenamente motivado ao trabalho, o que aponta um fato interessante, pois

nem aquela pessoa que informou que individualmente não está motivada agora diz que o

grupo não está motivado (é interessante porque esta pessoa não está deixando público sua

falta de motivação ao trabalho, o que sugere que, apesar deste indivíduo não estar motivado,

ele se comporta de forma comprometida no trabalho).

Page 76: GP2007_Motivação No Trabalho Dos Funcionários e Sócios Da Empresa MN Organização Contábil Ltda 11111

75

43%

57%

0%

ExisteExiste em parteNão existe

Gráfico 11 – A motivação ao trabalho pelo grupo Fonte: Primária (2007)

Quando foi perguntado aos colaboradores da MN Organização Contábil a sua opinião

se a falta de motivação acarretaria em falhas na empresa, novamente a maioria (57%) acredita

que esta falta não interferiria na eficiência e/ou eficácia da organização. Nesta pergunta houve

pessoas que não responderam e houve as que responderam que a falta de motivação resulta

sim em falhas na empresa, e que uma dessas falhas pode ser a diminuição na qualidade dos

serviços prestados. O gráfico 12 ilustra a opinião dos colaboradores acerca da possibilidade de

falhas na empresa oriundas da falta de motivação pessoal.

29%

0%

57%

14%

SimNãoNão interfereNão respondeu

Gráfico 12 – A existência de falhas na empresa resultantes da falta de motivação Fonte: Primária (2007)

Page 77: GP2007_Motivação No Trabalho Dos Funcionários e Sócios Da Empresa MN Organização Contábil Ltda 11111

76

A 12ª pergunta do questionário indagou os funcionários e sócios da empresa sobre

suas opiniões acerca das hipóteses que poderiam contribuir com maior peso para um

indivíduo não sentir motivação no trabalho, sendo que nesta pergunta foi possível assinalar

mais de uma alternativa. Os pontos foram destacados nesta ordem: falta de benefícios,

reclamações injustas por parte da chefia ou de companheiros de trabalho, salário abaixo da

média, comunicação ruim, outros (que preferiram não comentar, apesar da pergunta permitir

comentários), hora extra freqüente, mau relacionamento pessoal, ausência de metas

organizacionais e condições ruins do ambiente físico (estas quatro últimas hipóteses tiveram o

mesmo percentual de apontamento pelos informantes). A inabilidade gerencial não foi

apontada pelos informantes como possível causa de falta de motivação no trabalho.

Um fato interessante nesta parte do questionário é que as respostas puderam ser

comparadas com o ponto de vista de diferentes autores que relatam no item 3.3.1 deste

trabalho suas opiniões acerca da relação do salário com a motivação, quando alguns autores

comentam que esta relação é forte, mas outros afirmam que ela não é tão forte assim,

inclusive, nesta parte da pesquisa os informantes concordam com a idéia de Robbins (1999,

p.141) quando ele descreve que o salário é importante mas não é condição básica para a

pessoa estar motivada, sendo que este geralmente não aparece como principal agente

motivador nas pesquisas sobre motivação no trabalho. O gráfico 13 mostra a opinião dos

colaboradores sobre os pontos que mais se destacam para a pessoa não se motivar no trabalho.

Mais a frente na pesquisa de campo é constatado um fato curioso, quando mostra uma

pergunta muito parecida com esta ilustrada pelo gráfico 13, porém apresentada de forma

diferente, onde há uma divergência de opiniões entre os próprios informantes do questionário

quando comparados os gráficos 13 e 19 (adiante).

4%21%

25%17%

13%

4%4%

4%0% 8%Hora extra frequênteReclamações injustasFalta de benefíciosSalário abaixo da médiaComunicação ruimMau relacionamentoAusência de metasCondições ruinsInabilidade gerencialOutros

Gráfico 13 – Os itens que mais contribuem para não sentir motivação no trabalho Fonte: Primária (2007)

Page 78: GP2007_Motivação No Trabalho Dos Funcionários e Sócios Da Empresa MN Organização Contábil Ltda 11111

77

Com relação à necessidade que o ser humano busca satisfazer, de acordo com a

hierarquia de Maslow, onde relaciona a necessidade fisiológica (fome, sede, abrigo, sexo e

outras necessidades de sobrevivência), a de segurança (segurança, estabilidade e proteção

contra danos físicos e emocionais), a social (interação social, afeição, companheirismo e

amizade), a de estima (auto-respeito, amor próprio, realização, status, reconhecimento e

consideração) e a auto-realização (crescimento, auto-satisfação e realização do potencial

pessoal), a opinião dos colaboradores da empresa aponta, como mostra o gráfico 14, a

necessidade fisiológica e a de estima (empatadas) como a de maior expressividade, vindo em

segundo plano a auto-realização e não recebendo apontamento as necessidades de segurança e

a social.

43%

0%0%43%

14%

FisiológicaSegurançaSocialEstimaAuto-realização

Gráfico 14 – A necessidade primordial a satisfazer Fonte: Primária (2007)

Conforme constatado na pesquisa de campo (de acordo com a opinião da maioria dos

informantes), a empresa nunca trabalhou a motivação dos colaboradores. Mas, como a

diferença entre as opiniões é pequena (gráfico 15), presume-se que as pessoas que apontaram

a ausência de interesse por parte da empresa em criar um programa motivacional, sejam

pessoas com menos tempo de empresa (o gráfico 6 mostrou que a maioria dos colaboradores

tem 3 anos ou menos de casa), uma vez que 43% afirmaram que este interesse já houve no

passado (embora que talvez quando a empresa trabalhou a motivação, segundo estes 43% de

informantes, estes também tinham menos experiência e tempo na empresa, na época).

Uma parte dos informantes (2 pessoas) que relatou que, em algum momento, a

empresa já trabalhou a motivação nos seus colaboradores, escreveu que a iniciativa da

organização em despertar a motivação ou aumentá-la, foi mediante gratificação em dinheiro

Page 79: GP2007_Motivação No Trabalho Dos Funcionários e Sócios Da Empresa MN Organização Contábil Ltda 11111

78

quando um funcionário indicou um cliente potencial e este veio a se efetivar como cliente. A

outra parte (1 pessoa) que respondeu positivamente esta questão, relatou que a empresa já deu

várias oportunidades de corrigir seus erros, sugerindo esta pessoa que já errou várias vezes e

teve a oportunidade para se corrigir, por isso se sente motivada no trabalho.

43%

57%

Já existiuNunca existiu

Gráfico 15 – A iniciativa da empresa em trabalhar a motivação nos colaboradores Fonte: Primária (2007)

No ponto de vista da maioria das pessoas que responderam o questionário (gráfico 16),

a adoção de um programa motivacional na empresa auxiliaria a mesma a crescer e a se

desenvolver no mercado. Apenas uma pessoa respondeu que esta adoção não desenvolveria a

organização, pelo menos não somente a criação de um programa motivacional, pois o

desenvolvimento estaria atrelado a outros aspectos que precisariam ser desenvolvidos

também, não levando em consideração a motivação como sendo condição única. Porém,

nenhum dos informantes é indiferente a esta questão, o que mostra que existe uma opinião

formada sobre a relevância da motivação no trabalho.

86%

14% 0%

SimNãoÉ indiferente

Gráfico 16 – Opinião se programas motivacionais desenvolvem a empresa Fonte: Primária (2007)

Page 80: GP2007_Motivação No Trabalho Dos Funcionários e Sócios Da Empresa MN Organização Contábil Ltda 11111

79

Na MN Organização Contábil todos os colaboradores, ou seja, 100%, acreditam que a

empresa é responsável por uma parte da motivação dos colaboradores, mas uma outra parte é

a própria pessoa que deve desenvolver. O gráfico 17 mostra que na MN, exatamente todos os

funcionários e sócios se esforçam para se auto-motivar. Porém, isto não significa que todos

estejam motivados, pois foi possível observar no gráfico 10 que existe uma parte, embora seja

minoria, de colaboradores que apesar de estarem se esforçando para se motivar, não estão

conseguindo.

100%

0%

AconteceNão acontece

Gráfico 17 – A auto-motivação dos colaboradores Fonte: Primária (2007)

Conforme relatado no item 3.2.2 desta monografia, a existência de metas pessoais

específicas é diretamente proporcional à motivação, pois a meta ajuda orientar o indivíduo, e

estando este orientado, estará mais satisfeito e motivado para o trabalho. O gráfico 18 ilustra

que a maioria dos informantes da pesquisa de campo possui metas que julgam ser positivas

para seu desenvolvimento na empresa. Levando em consideração tanto o exposto pelo gráfico

18 quanto a afirmação de Robbins (2005, p.351) expresso no item 3.2.2 quando descreve que

existem dados que provam que as metas levam a motivação e que as metas específicas

melhoram consideravelmente o desempenho do funcionário, vem à se confirmar o diagnóstico

apresentado pelo gráfico 17 aonde todos os colaboradores se esforçam para se auto-

motivarem, e pelo gráfico 10 quando as pessoas informam que estão motivadas ao trabalho

(seja plenamente ou em parte).

Page 81: GP2007_Motivação No Trabalho Dos Funcionários e Sócios Da Empresa MN Organização Contábil Ltda 11111

80

72%

14%

14%

SimNãoNão respondeu

Gráfico 18 – As metas pessoais como auxílio para o desenvolvimento na organização Fonte: Primária (2007)

Em certa parte no questionário, foram sugeridas algumas alternativas para que os

colaboradores informassem, na opinião deles, quais seriam as mais importantes para que

aconteça a motivação no trabalho. As alternativas foram: o colaborador ter estabilidade no

emprego, o respeito como pessoa que colabora para a estabilidade da empresa, ter um bom

salário, ter boas condições físicas de trabalho, o desenvolvimento da carreira, os benefícios

oferecidos pela empresa, não precisar trabalhar duro, a transparência na organização, receber

elogios quando faz um bom trabalho, a empresa ter um método de avaliação de desempenho,

a orientação do trabalho e a autonomia no trabalho (trabalhar sem supervisão).

O gráfico 19 mostra que, para os informantes, o fator mais importante para que

aconteça a motivação no trabalho é o colaborador ter um bom salário, confirmando a idéia

relatada por Herzog (2005, p.35) no item 3.3.1 onde é abordada a relação do salário com a

motivação, quando ele comenta que o que faz com que a maioria dos profissionais vá para

casa realmente feliz da vida e com muita vontade de trazer mais resultados para a empresa, é

uma boa soma de dinheiro no bolso.

Porém, uma pergunta muito parecida com esta, ilustrada pelo gráfico 13, mostra que

os colaboradores, naquela resposta, não apontam o salário como principal agente motivador,

concordando com o ponto de vista de Robbins (1999, p.141), apresentado também no item

3.3.1, quando ele descreve que o salário é importante, mas não é condição básica para a

pessoa estar motivada.

Page 82: GP2007_Motivação No Trabalho Dos Funcionários e Sócios Da Empresa MN Organização Contábil Ltda 11111

81

29%

0%43%

0%0%14%

0%0%0%0% 14% 0%

EstabilidadeRespeitoBom salárioBoas condições ambientaisDesenvolvimento de carreiraBenefíciosNão trabalhar duroTransparênciaElogiosAvaliação de desempenhoOrientação do trabalhoAutonomia

Gráfico 19 – O fator mais importante para que aconteça a motivação Fonte: Primária (2007)

As mesmas alternativas relatadas anteriormente foram dadas aos informantes do

questionário, porém agora, solicitando suas opiniões sobre aquelas menos importantes para

que aconteça a motivação no trabalho. O gráfico 20 mostra que, para os colaboradores da MN

Organização Contábil, o fator que é menos importante para acontecer a motivação em seu

trabalho, é não precisar trabalhar duro, ou seja, para eles o fato de ter que trabalhar bastante

não os deixa desmotivados, o que pode ser considerado muito bom para a empresa, uma vez

que atualmente é comum as pessoas estarem super-atarefadas.

14%0%0%

29%

0%0%

57%

0%0%0%0%0%

EstabilidadeRespeitoBom salárioBoas condições ambientaisDesenvolvimento de carreiraBenefíciosNão trabalhar duroTransparênciaElogiosAvaliação de desempenhoOrientação do trabalhoAutonomia

Gráfico 20 – O fator menos importante para que aconteça a motivação Fonte: Primária (2007)

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82

Buscou-se, diante da afirmativa que para as empresas sobreviverem às transformações

da era moderna elas precisam de profissionais motivados, saber a opinião dos colaboradores

da MN Organização Contábil sobre o que é a motivação no trabalho, sendo que a grande

maioria deles (gráfico 21) se manifestou, conceituando com suas próprias palavras. Houve

vários conceitos, entre eles, que a motivação é aquilo que resulta de:

a) uma convivência harmoniosa no trabalho;

b) um salário compatível com o do mercado;

c) um ambiente físico agradável;

d) do companheirismo e das suas opiniões flexíveis;

e) do reconhecimento pelo trabalho executado;

f) da disposição de benefícios;

g) da possibilidade de desenvolvimento na carreira;

h) do respeito como funcionário e como pessoa.

Se observadas as declarações dos colaboradores, se verifica a relação de todas elas

com o referencial teórico apresentado no segundo e no terceiro capítulo deste trabalho,

quando traz o conceito de benefícios (2.1.3.2), de higiene e segurança do trabalho (2.1.3.3), da

importância da qualidade de vida no trabalho (3.3.2), do desenvolvimento da carreira

(2.1.4.4), da motivação e do comportamento (3.1), da relação do salário com a motivação

(3.3.1) e das políticas de recursos humanos (3.4).

86%

14%

ResponderamNão responderam

Gráfico 21 – A conceituação de motivação no trabalho Fonte: Primária (2007)

Em seguida, tratou-se de extrair algumas idéias dos colaboradores da empresa que, no

entender deles, auxiliariam a organização a elevar o nível da motivação dos seus

Page 84: GP2007_Motivação No Trabalho Dos Funcionários e Sócios Da Empresa MN Organização Contábil Ltda 11111

83

colaboradores. Houve uma parte consideravelmente grande de pessoas que optaram por não

dar estas idéias (gráfico 22), porém, entre os informantes que responderam este

questionamento, relataram que para o indivíduo se motivar, é necessário:

a) que existam reuniões com os funcionários para os mesmos exporem suas idéias de

melhorias (isto aponta para a ausência de participação dos empregados, o que

sugere centralização de poder);

b) que seja criado um plano de participação nos lucros da empresa;

c) que seja implantada a análise de cargos (o processo da administração dos recursos

humanos relatado no item 2.1, traz o quadro 1 que ilustra este processo, quando

uma das etapas deste é a aplicação dos recursos, ou seja, o que as pessoas farão na

organização, trazendo a análise de cargos como uma das atividades, a qual é

conceituada no item 2.1.2.2);

d) que a empresa patrocine treinamentos que gerem desenvolvimento profissional;

e) que a empresa ofereça benefícios (plano de saúde, assistência odontológica, entre

outros);

f) receber um bom salário;

g) ser valorizado profissionalmente;

h) receber elogios de vez em quando;

i) não sobrecarregar o funcionário com trabalhos.

57%

43%ResponderamNão responderam

Gráfico 22 – Dicas para auxiliar a empresa a elevar a motivação dos colaboradores Fonte: Primária (2007)

Page 85: GP2007_Motivação No Trabalho Dos Funcionários e Sócios Da Empresa MN Organização Contábil Ltda 11111

84

Por fim, os colaboradores da MN Organização Contábil foram questionados na

pesquisa de campo se a empresa oferece desenvolvimento para as suas carreiras, quando a

maioria (gráfico 23) respondeu que sim, dando oportunidade de se desenvolver em outras

áreas diferentes da sua e, no caso isolado de um informante do questionário, a empresa ajuda

pagar cursos (incluindo graduação superior).

71%

29%

SimNão

Gráfico 23 – A existência de oportunidade de desenvolvimento de carreira Fonte: Primária (2007)

6.2 PROPOSTA DE MELHORIA

Como pôde ser visto no item 6.1, o qual trata da análise dos dados obtidos mediante a

pesquisa de campo (questionário), a MN Organização Contábil apresenta resultados bons, mas

também resultados que devem ser revistos pela empresa. Para elaboração de uma proposta de

melhoria, a fim de alcançar o objetivo geral deste trabalho, de um lado levou-se em

consideração principalmente àqueles dados que apontaram algumas deficiências na

organização e de outro lado, as deficiências foram confrontadas com a literatura exposta nos

capítulos 2 e 3, especialmente o item 3.5 que aborda algumas idéias para motivar pessoas e

equipes, a fim de elaborar a proposta de melhoria para a empresa.

A apresentação de uma proposta visando à melhoria na motivação é válida levando em

consideração, principalmente, o gráfico 10 que mostra que na empresa, individualmente,

Page 86: GP2007_Motivação No Trabalho Dos Funcionários e Sócios Da Empresa MN Organização Contábil Ltda 11111

85

apenas 29% das pessoas estão plenamente motivadas, 14% não estão motivadas ao trabalho e

57% estão motivadas em parte mas poderiam estar mais.

6.2.1 Implantação de pesquisas de clima organizacional

Já no início da pesquisa, quando se perguntou a existência do favorecimento à

qualidade de vida no ambiente do trabalho, embora 86% dos informantes respondeu que ela

existe (gráfico 3), uma pessoa disse que a empresa poucas vezes pensa no funcionário. Neste

caso, como se trata de um caso isolado (apenas uma pessoa pensa desta forma), a sugestão é a

MN implantar pesquisas de clima organizacional, pois embora a empresa esteja favorecendo a

qualidade de vida no ambiente de trabalho, pode ser que não esteja tendo uma convivência

harmoniosa, fazendo com que o clima organizacional não esteja tão bom.

Como relatado no item 3.2 por Volpato e Cimbalista (2002, p.341), uma excelente

ferramenta para detectar como anda a motivação dos trabalhadores é uma pesquisa de clima

organizacional, a qual, segundo Mantovani e Rios (2002, p.25), também relatado no item 3.2

deste trabalho, é importante para elaborar o retrato da empresa, o estado de ânimo das

pessoas, as tendências de comportamento e as causas e efeitos desses fatores, e também serve

para identificar problemas que podem ser antevistos, objetivando a elevação da qualidade e

produtividade.

6.2.2 Promoção da melhoria na qualidade de vida no trabalho

De acordo com o relatado no item 3.3.2 (a importância da qualidade de vida no

trabalho), Davis (apud CHIAVENATO, 1999, p.391) comenta que a qualidade de vida no

trabalho se refere à preocupação com o bem estar e a saúde dos trabalhadores quando estão

desempenhando suas tarefas na organização. Para complementar, Schirrmeister (2006, p.27)

diz que a ausência desta boa qualidade de vida no trabalho tem sido uma das grandes causas

de stress no dia a dia, e como conseqüência, a motivação diminui ou desaparece.

Verificou-se na análise da pesquisa de campo (gráfico 4), que quando se estratificou,

ou seja, quando se deixou claro quais seriam as condições que promovem a boa qualidade de

vida no trabalho, que 43% das pessoas acreditam que das condições, existam apenas uma

parte delas criando boas condições no trabalho (foram consideradas como condições criadoras

Page 87: GP2007_Motivação No Trabalho Dos Funcionários e Sócios Da Empresa MN Organização Contábil Ltda 11111

86

de um bom ambiente de trabalho: o layout, a ventilação, a iluminação, as condições

ergonômicas dos equipamentos, o relacionamento interpessoal e o estilo de liderança).

Ainda no item 3.3.2, Minimel (2006, p.39) descreve que o trabalho não é apenas um

local onde as pessoas executam suas tarefas, ele é também um ambiente que pode provocar

tanto o adoecimento no indivíduo quanto o prazer e o favorecimento da qualidade de vida, e

ainda, complementa com a afirmação de que as pessoas precisam saber neutralizar as ações

oriundas de situações de desgaste.

Portanto, a empresa estudada precisa promover uma melhoria da qualidade de vida dos

trabalhadores, pois 43% dos informantes declararam que há uma deficiência em alguns

pontos. A MN precisa rever a distribuição física do seu espaço, rever a climatização e

iluminação do ambiente, melhorar a ergonomia tanto dos equipamentos quanto das mesas e

cadeiras e, um fator importantíssimo para uma boa qualidade de vida no trabalho, a revisão do

estilo de liderança na empresa objetivando a melhoria do relacionamento entre os

colaboradores.

6.2.3 Investimento na qualificação profissional

A pesquisa de campo apontou uma forte deficiência no nível de capacitação do capital

intelectual da MN Organização Contábil (gráfico 7), quando confrontado com a exigência do

mercado ao qual a empresa atua. As dicas de como motivar pessoas, apresentadas no item 3.5

deixa claro que a criação de um programa de treinamento e/ou a melhoria daquele existente,

visando o crescimento profissional do colaborador (conseqüentemente o crescimento da

empresa), ajuda em muito na motivação dos trabalhadores.

Portanto é viável, e principalmente fundamental à empresa, reservar uma parte do

faturamento para destinar à qualificação profissional dos trabalhadores, implantando um

programa de treinamento, ou se ele já existe, melhorando-o ou colocando-o em prática,

visando a abrangência em 100% dos colaboradores, sendo que foi constatada uma deficiência

da qualificação profissional existente na organização.

Para reforçar a viabilidade por parte da empresa em investir na qualificação

profissional dos seus colaboradores, o gráfico 9 mostrou que a maioria destas pessoas

esperam se realizar profissional e financeiramente no emprego atual, ou seja, na própria MN,

o que justifica para a empresa este investimento.

Page 88: GP2007_Motivação No Trabalho Dos Funcionários e Sócios Da Empresa MN Organização Contábil Ltda 11111

87

6.2.4 Implantação de política de benefícios e salários

Na opinião dos colaboradores da empresa, apresentada pelo gráfico 13, os benefícios

oferecidos e os salários pagos estão entre as hipóteses que mais contribuem para que não haja

a motivação no trabalho, sendo o apontamento destes dois aspectos, suficientes para a

empresa rever sua política de recompensas, até mesmo porque os trabalhadores da MN

Organização Contábil demonstraram como sendo a necessidade fisiológica (de acordo com a

hierarquia de Maslow), ou seja, a necessidade de sobrevivência, a primordial à satisfazer,

juntamente com a necessidade de estima, como mostra o gráfico 14.

Se observar o quadro 1 (item 2.1 do referencial teórico) quando apresenta os cinco

processos básicos da gestão de pessoas, num desses processos, o da manutenção, seu objetivo

é manter as pessoas trabalhando na organização, o que traz entre as atividades envolvidas

nesse processo, a política de benefícios e de remuneração e recompensa oferecida pela

empresa. Conforme relatado no item 2.1.3, a manutenção dos recursos humanos da empresa é

importante devido vários fatores, entre eles, o custo com admissão e demissão de

funcionários. O gráfico 13 deixa claro que para os colaboradores da MN Organização

Contábil, os benefícios e o salário são importantes para que a motivação no trabalho aconteça,

e conseqüentemente, para que eles se mantenham trabalhando na empresa.

De acordo com Chiavenato (2002, p.415), relatado no item 2.1.3.2, os benefícios são

as facilidades que a empresa oferece aos seus empregados, objetivando poupar-lhes esforços e

preocupação, sendo uma forma de remuneração indireta que proporciona aos funcionários o

alcance das suas necessidades pessoais. No caso da MN, algumas sugestões de benefícios

podem ser dadas: gratificações (em dinheiro ou prêmios) quando um funcionário atinge uma

meta importante para a empresa, seguro de vida para os colaboradores, convênios com

farmácias e óticas (estendido aos dependentes), auxílio alimentação, entre outros.

Com relação ao salário, este, embora não seja a principal fonte motivadora, ainda tem

grande importância para muitas pessoas, conforme relatou Drucker (1998, p.27) quando fala

da relação do salário com a motivação (item 3.3.1), sendo apoiado por Herzog (2005, p.35)

quando diz que o dinheiro é que faz com que as pessoas vão para casa satisfeitos. Porém,

tanto para a MN quanto para qualquer outra empresa, é necessário levar em consideração os

pontos de vista, também relatados em detalhes no item 3.3.1, de Vroom (1997, p.21), o qual

comenta que as recompensas visam motivar determinados comportamentos, mas para que elas

motivem de fato, elas precisam ser úteis, oportunas e associadas ao desempenho eficaz do

colaborador, e por fim, o ponto de vista de Bergamini (1993, p.33-34), que afirma que o

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88

período que a pessoa fica satisfeita após conseguir um aumento no salário é de curta duração,

sugerindo também que o salário não é a principal fonte motivadora.

Mas, se a MN Organização Contábil observar as dicas passadas no parágrafo anterior,

por renomados autores e profundos conhecedores do assunto, ela será capaz, por meio de seus

gestores, criar uma política de benefícios e salários capaz de satisfazer seus colaboradores e a

própria empresa, uma vez que o gráfico 13 apresentou estes dois aspectos como relevantes

para que aconteça a motivação no trabalho, ou a falta dela.

6.2.5 Outras sugestões

As propostas apresentadas até agora, as quais tratam da implantação de pesquisas de

clima organizacional (6.2.1), a promoção da melhoria na qualidade de vida no trabalho

(6.2.2), o investimento na qualificação profissional dos trabalhadores (6.2.3) e a implantação

de políticas de benefícios e salários (6.2.4), foram elaboradas levando em consideração os

aspectos de maior destaque na análise da pesquisa de campo efetivada na empresa, através do

questionário apresentado aos colaboradores da MN organização Contábil.

Além das propostas já apresentadas, oriundas da análise da pesquisa de campo (de

acordo com as principais necessidades relatadas pelos próprios colaboradores da empresa,

através do preenchimento do questionário), outras ações podem ser sugeridas, e que a

princípio não geram investimentos por parte da empresa, de acordo com o referencial teórico

apresentado no terceiro capítulo deste trabalho, sendo elas:

a) elogiar os trabalhadores quando estes fizerem um bom trabalho;

b) valorizar as pessoas;

c) reconhecer os avanços na execução das tarefas e no desempenho do cargo;

d) encorajar iniciativas individuais e em equipes;

e) oferecer incentivos às iniciativas;

f) enriquecer as funções (tornando-as mais completas);

g) delegar autoridade (incentivando a liderança);

h) fazer avaliações de desempenho (objetivando melhorias do mesmo);

i) atribuir responsabilidades aos funcionários;

j) lançar desafios às pessoas, a fim de encorajar as superações;

k) permitir a realização de trabalhos adequados às expectativas do colaborador;

l) colaborar para o crescimento profissional do empregado;

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89

m) reduzir a carga de trabalho quando se percebe que ela está excessiva;

n) melhorar a comunicação interna na empresa;

o) fazer com que o trabalhador saiba o que ele está fazendo;

p) ouvir os problemas dos funcionários e aconselhá-los, quando possível e oportuno.

6.2.6 Adoção de um programa motivacional

A análise da pesquisa de campo constatou que a empresa nunca trabalhou a motivação

dos trabalhadores, segundo a opinião da maioria dos colaboradores (gráfico 15). A adoção de

um programa motivacional é importante para o desenvolvimento da empresa, inclusive a

maior parte (86%) dos informantes do questionário apresentado na pesquisa de campo,

acreditam que esta adoção faria com que a empresa se desenvolvesse (gráfico 16).

A adoção de um programa deste tipo na MN terá, com certeza, o apoio dos

colaboradores, à vista de que todos eles acreditam que a empresa é responsável por uma parte

da motivação dos trabalhadores e outra parte eles mesmos devem desenvolver, o que, segundo

mostrou o gráfico 17, já está acontecendo, ou seja, todos os funcionários e sócios estão se

esforçando para se auto-motivarem. Outro ponto que facilitará a adoção de um programa

motivacional na empresa é o fato de a maioria dos colaboradores possuírem suas metas

pessoais (gráfico 18), o que ajuda a orientá-los.

O programa motivacional poderá envolver todas as sugestões englobadas neste

capítulo 6, ou parte delas, cabendo à empresa analisar cada sugestão apresentada e inserir na

sua política de gestão dos recursos humanos, as que julgar serem capazes de contribuir para a

motivação em seus colaboradores ou ajudar a recuperá-la naqueles que a perderam.

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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A motivação no trabalho é um fator-chave para as empresas alcançarem a tão esperada

eficácia organizacional. Investir na motivação dos trabalhadores é investir no capital

intelectual, ou seja, no potencial humano da organização, sendo que com isso, a empresa irá

ganhar um ótimo diferencial competitivo frente à concorrência, especialmente quando se trata

de uma empresa de prestação de serviços, como é o caso da empresa a qual foi realizada a

pesquisa de campo que deu origem a esta monografia de conclusão de curso de

especialização, pois comumente as empresas de prestação de serviços dependem mais da

mão-de-obra humana do que de máquinas.

Foi possível por meio do referencial teórico, aprofundar os conhecimentos acerca do

tema escolhido – motivação no trabalho, bem como buscar outras informações

complementares sobre o assunto, sendo que a fundamentação teórica foi embasada em autores

bastante conceituados no estudo da administração de recursos humanos e profundos

conhecedores do assunto motivação no trabalho.

A pesquisa de campo, aplicada em forma de questionário, possibilitou diagnosticar a

atual situação da motivação dos trabalhadores da empresa MN Organização Contábil

Sociedade Simples Ltda., empresa esta que colaborou além de permitir a aplicação de uma

pesquisa de campo, com a divulgação da análise dos dados e do verdadeiro nome da

organização, não se omitindo a si própria, aproveitando-se da ocasião para assimilar as

propostas de melhoria para a empresa.

A apresentação da proposta de melhoria para a organização tornou real, mediante a

elaboração da fundamentação teórica e da aplicabilidade de alguns conceitos obtidos durante

o curso, especialmente na disciplina de Gestão de Recursos Humanos, a possibilidade de

ofertar à MN ações que, caso sejam colocadas em prática, elevem o nível da motivação dos

colaboradores da empresa, o que tornará a organização muito mais competitiva.

Algumas considerações podem ser feitas ao final desta monografia de conclusão do

curso de especialização em Gestão Estratégica da Produção: pode-se acatar que a motivação

no trabalho é, para as empresas, o ponto de partida para aquelas organizações que pensam na

sua própria permanência no mercado, uma vez que sem trabalhadores motivados, elas não

serão competitivas e tão pouco, conseguirão vencer a concorrência frente a um mercado tão

acirrado, como é o caso da empresa estudada; da mesma forma, a motivação é para cada

colaborador, de qualquer empresa, um fator importantíssimo para conseguirem se manter no

mercado de trabalho. Sem motivação no trabalho, a eficácia nos resultados tanto pessoais

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quanto organizacionais se torna muito mais difícil, da mesma forma o desenvolvimento em

ambas as situações é prejudicado, ou pelo menos, tardado.

Existem alguns caminhos que levam uma empresa ao sucesso, e um deles é o

investimento no potencial humano da sua estrutura organizacional, pois isto reflete

diretamente na qualidade dos seus produtos e/ou serviços, e conseqüentemente, no

atendimento aos seus clientes, o que diante da era altamente crucial de globalização por qual a

economia mundial passa, é fundamental para a sobrevivência de qualquer empresa no

mercado.

Caso a MN Organização Contábil Sociedade Simples Ltda. implante as ações

propostas no item 6.2 (proposta de melhoria), se pode dizer que, baseado na fundamentação

explorada por autores renomados na administração de recursos humanos e na motivação no

trabalho, no segundo e terceiro capítulo desta monografia, poderão trazer resultados positivos

tanto para a empresa como também para os colaboradores. Assim, uma série de possíveis

bons resultados pode ser enumerada:

a) o desenvolvimento da empresa e do trabalhador;

b) o aumento no comprometimento dos colaboradores;

c) mudanças de atitudes e de comportamento das pessoas;

d) melhoria na qualidade dos serviços prestados;

e) melhoramento na relação da empresa com os funcionários e na sinergia do grupo;

f) redução do absenteísmo, pois o funcionário estará mais motivado;

g) diminuição da rotatividade de funcionários;

h) melhoramento no entrosamento entre os departamentos;

i) aumento no envolvimento organizacional;

j) melhor aceitação às mudanças por parte dos colaboradores;

k) aumento na excitação dos colaboradores em atingir as metas da empresa;

l) elevação no estímulo à identificação de melhorias;

m) aumento pela busca de soluções;

n) melhora no relacionamento com o cliente e no atendimento do mesmo;

o) melhoria na imagem da empresa, em conseqüência das pessoas trabalharem

motivadas;

p) aumento na eficácia organizacional;

q) aumento na competitividade da empresa;

r) incremento nos negócios e no faturamento da empresa.

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7.1 COMPROVAÇÃO DA EFICÁCIA DO TRABALHO

O problema inicial desta pesquisa foi exposto mediante a pergunta: como aumentar a

motivação dos funcionários e sócios da MN Organização Contábil Sociedade Simples Ltda.?

Diante disto, buscaram-se os recursos a fim de resolver este problema, sendo que, estes

recursos apresentaram-se no trabalho, principalmente, pela fundamentação teórica e pela

pesquisa de campo.

A fundamentação teórica permitiu dar o primeiro passo, ou seja, adquirir os

conhecimentos mínimos em pontos até então desconhecidos, ou ainda, aprofundar estes

conhecimentos em outros pontos pouco conhecidos, e também, dar auxílio à construção do

questionário que compôs a pesquisa de campo. A pesquisa de campo, por sua vez, permitiu

diagnosticar a real situação da motivação no trabalho dos funcionários e sócios da empresa

estudada, a fim de ajudar na elaboração da proposta de melhoria.

Os objetivos específicos, inicialmente propostos, foram todos atingidos: o diagnóstico

foi feito mediante pesquisa de campo, conforme comentado anteriormente, o que envolveu

automaticamente a identificação das possíveis causas de desmotivação dos colaboradores, a

descoberta se existem e quais são os recursos disponíveis na empresa que ajudem elevar a

motivação no trabalho e a identificação da maneira mais adequada para aumentar a motivação

na empresa. Diante desses objetivos prévios alcançados, foi possível apresentar propostas de

ações de melhoria motivacional para a organização, atingindo então o objetivo geral deste

trabalho.

Acredita-se que, frente ao alcance dos objetivos propostos, os quais são comprovados

no desenvolvimento desta pesquisa, aqui relatada, e mediante aceitação das propostas

apresentadas, por parte da empresa em estudo, o problema identificado inicialmente com

certeza será resolvido.

7.2 SUGESTÕES DE TRABALHOS FUTUROS

O estudo do tema motivação no trabalho foi muito interessante devido sua amplitude,

o que necessariamente sugere a pesquisa em vários outros assuntos. A partir deste, outros

trabalhos podem ser explorados, como por exemplo, políticas de salários e de benefícios,

programas de treinamento, clima organizacional, delegação de autoridade, métodos de

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avaliação de desempenho, desenvolvimento pessoal e de carreira, desenvolvimento

organizacional e qualidade de vida no trabalho.

Todos estes pontos sugeridos são, de alguma forma, ligados à motivação no trabalho,

uma vez que, para estudar a motivação, necessariamente precisa saber sua relação com o

salário e os benefícios. O desenvolvimento pessoal, conseqüentemente o desenvolvimento

organizacional, tem forte relação com a qualificação e capacitação profissional, daí a

importância de se explorar o estudo nos programas de treinamento, assim como em métodos

de avaliação de desempenho. O clima organizacional, da mesma forma que a qualidade de

vida no trabalho, conforme foi possível verificar no decorrer da pesquisa, estão intimamente

ligados ao grau de motivação dos trabalhadores. Por fim, faz-se interessante também, o estudo

da delegação de autoridade, uma vez que a pesquisa mostrou que este fator também auxilia na

motivação das pessoas na organização.

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APÊNDICE A

P R

Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR Campus Curitiba

VI Curso de Especialização em Gestão Estratégica da Produção

Pesquisa: “Motivação no Trabalho”

Esta pesquisa (questionário) tem por objetivo diagnosticar a atual situação da motivação no trabalho dos funcionários e sócios da empresa M.N. Organização Contábil Sociedade Simples Ltda., e visa descobrir como a questão é tratada pela empresa. O diagnóstico é importante, pois poderá, no futuro, servir de norteador para a empresa, caso desejar implantar um programa motivacional objetivando o aumento da motivação dos colaboradores da organização. O resultado da análise desse questionário será enviado à empresa, ao final do trabalho. Esta pesquisa de campo irá compor a Monografia de conclusão do curso de Pós-graduação em Gestão Estratégica da Produção de Carlos Eduardo Weinrich, aluno do programa de pós-graduação da UTFPR.

Pede-se gentilmente sua colaboração para que responda todas as perguntas do questionário, haja vista serem perguntas de fácil compreensão, e devolva preenchido em até 5 dias a partir da data de distribuição do mesmo. Você não se identificará, e para sua maior comodidade, ao concluir o preenchimento, poderá lacrar o envelope grampeando ou colando, e entregar para a mesma pessoa que o distribuiu, sendo que esta pessoa irá remeter lacrado ao destinatário. A seguir, estão as perguntas, favor assinalar apenas uma alternativa (salvo na questão onde indique a possibilidade de mais de uma resposta) e completá-las nas linhas pontilhadas, onde existirem. Muito obrigado por responder.

1) Você acha que a hierarquia da empresa (organograma), está bem distribuída? ( ) Sim ( ) Relativamente, pois poderia ser melhorada fazendo modificações no organograma ( ) Não, ela precisa ser melhorada A minha sugestão de modificação/melhoria é: ....................................................................................................................................................... 2) Na sua opinião, a gestão de recursos humanos da empresa favorece a qualidade de vida no ambiente de trabalho? ( ) Sim, porque............................................................................................................................ ( ) Não, porque............................................................................................................................

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3) Considerando os seguintes fatores para uma boa qualidade de vida no ambiente do trabalho: o layout, boa ventilação, iluminação adequada, boas condições ergonômicas dos equipamentos, o relacionamento interpessoal e o estilo de liderança, você acha que a empresa está proporcionando estas condições aos colaboradores? ( ) Sim, isso é realidade na empresa ( ) Algumas coisas ( ) Não, nada disso acontece 4) Qual a sua faixa de idade? ( ) Até 20 anos ( ) Entre 20 e 30 anos ( ) Acima de 30 anos 5) Há quanto tempo você está nesta empresa? ( ) Há menos de 1 ano ( ) Entre 1 e 3 anos ( ) Há mais de 3 anos 6) Qual seu nível de escolaridade? ( ) Primeiro grau incompleto ( ) Primeiro grau completo ( ) Segundo grau completo ( ) Técnico ( ) Terceiro grau completo ( ) Pós-graduação (Especialização, Mestrado, MBA, Doutorado, Pós-doutorado) 7) Você está atuando na área de sua formação profissional? ( ) Sim ( ) Não, porque............................................................................................................................ 8) O que você espera do seu atual emprego? ( ) Realização profissional ( ) Realização financeira ( ) Realização profissional e financeira 9) Você está motivado ao trabalho? ( ) Sim, estou plenamente motivado ( ) Estou motivado, mas poderia estar ainda mais ( ) Não estou motivado 10) Você acredita que os colaboradores da empresa estão motivados ao trabalho? ( ) Sim ( ) Uma parte deles está ( ) Não, porque............................................................................................................................ 11) No caso de falta de motivação dos colaboradores, você acredita que existam falhas na empresa, resultantes desta falta? ( ) Sim, porque............................................................................................................................ ( ) Não, porque............................................................................................................................ ( ) A motivação ou a falta dela não está interferindo na eficiência da organização

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12) Dentre as hipóteses abaixo, assinale aquelas que você acredita serem as que mais contribuem para uma pessoa não sentir motivação no trabalho (neste caso, pode assinalar mais de uma alternativa): ( ) Hora extra com muita freqüência ( ) Reclamações injustas por parte da chefia ou de companheiros de trabalho ( ) Falta de benefícios ( ) Salário abaixo da média do mercado ( ) Comunicação ruim na empresa ( ) Mau relacionamento pessoal ( ) Ausência de metas organizacionais ( ) Condições ruins do ambiente físico de trabalho ( ) Inabilidade gerencial ( ) Outros:.................................................................................................................................... 13) Das necessidades que os seres humanos buscam satisfazer (de acordo com Maslow), qual delas você apontaria como sendo a primordial, ou seja, a principal ou a que deveria ser listada por primeiro (sua própria opinião)? ( ) Fisiológica (fome, sede, abrigo, sexo e outras necessidades de sobrevivência) ( ) Segurança (segurança, estabilidade e proteção contra danos físicos e emocionais) ( ) Social (interação social, afeição, companheirismo e amizade) ( ) Estima (auto-respeito, amor próprio, realização, status, reconhecimento e consideração) ( ) Auto-realização (crescimento, auto-satisfação e realização do potencial pessoal) 14) A empresa, em algum momento, já trabalhou a motivação nos seus colaboradores? ( ) Sim. Como?............................................................................................................................ ( ) Não 15) No seu ponto de vista, se fosse adotado um programa motivacional na empresa, auxiliaria o crescimento e desenvolvimento da mesma? ( ) Sim, a empresa se desenvolveria ( ) Não. Existem outros aspectos a serem desenvolvidos também ( ) Seria indiferente 16) Você se esforça para se auto-motivar? ( ) Sim, pois a empresa é responsável por uma parte, e a outra parte eu devo desenvolver ( ) Não, eu penso que a empresa é a única responsável pela motivação dos trabalhadores 17) Você tem suas metas pessoais traçadas para seu desenvolvimento na organização? ( ) Sim ( ) Não, estou trabalhando sem rumo 18) Nesta questão, você deve assinalar duas alternativas: com ( + ) para o que você considera mais importante e com ( - ) o que você acredita ser menos importante para que aconteça a motivação no trabalho: ( ) o colaborador ter estabilidade no emprego ( ) o respeito como pessoa que colabora para a estabilidade da empresa ( ) ter um bom salário ( ) ter boas condições físicas de trabalho ( ) o desenvolvimento da carreira ( ) os benefícios oferecidos pela empresa

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( ) não precisar trabalhar duro ( ) a transparência na organização ( ) receber elogios quando faço um bom trabalho ( ) a empresa ter um método de avaliação de desempenho ( ) a orientação do trabalho ( ) a autonomia no trabalho (trabalhar sem supervisão) 19) Para as empresas sobreviverem a tantas transformações, elas precisam, acima de tudo, ter profissionais motivados. Diante desta afirmação, e com base nas suas respostas já apresentadas, o que você acredita que seja a motivação no trabalho? ................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 20) Relacione abaixo algumas idéias, que no seu entender, auxiliariam a empresa à elevação do nível de motivação dos seus colaboradores: ................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 21) A empresa oferece oportunidades de desenvolvimento de carreira? ( ) Sim, da seguinte forma:.......................................................................................................... ( ) Não

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ANEXO A