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ESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DO DIÁRIO ECONÓMICO Nº 5720 DE 23 DE JULHO DE 2013 E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE Paulo Alexandre Coelho Guia das PME Conheça as soluções que os especialistas propõem para os problemas das PME Mercado interno, internacionalização, empreendedorismo, inovação, liderança, networking, promoção e presença na rede: os oito temas em destaque Excesso de burocracia é criticado por empresas que querem investir

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ESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DO DIÁRIO ECONÓMICO Nº 5720 DE 23 DE JULHO DE 2013 E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE

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Guia das

PME

Conheça as soluções que os especialistaspropõem para os problemas das PME

◗Mercado interno, internacionalização, empreendedorismo, inovação, liderança,networking, promoção e presença na rede: os oito temas em destaque◗ Excesso de burocracia é criticado por empresas que querem investir

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II Diário Económico Terça-feira 23 Julho 2013

Conheça as soluçõesdos especialistaspara dinamizar as PMEConsultores, associações e empresários nem sempre convergem no tipode problemas sentidos pelas PME. O momento, é certo, é o mais sensível.RAQUEL CARVALHO E IRINA MARCELINO

[email protected]

m tempos de crise, marcar adiferença pode significarvencer uma batalha e marcarpontos perante a concorrên-cia que é cada vez mais feroz.Em Portugal, as PME repre-sentam a esmagadora maio-

ria do tecido empresarial. E se umas soube-ram ultrapassar as dificuldades e vencer, sãomuitas as que sobrevivem com dificuldadesaos tempos turbulentos em que vivemos, ten-do por trás problemas estruturais que urgeserem resolvidos.Ao Diário Económico, consultores, associa-ções e empresários nem sempre convergemno tipo de problemas que consideram os maisgraves das PME. Se os gestores falam das difi-culdades em receber e da burocracia que sen-tem para lançar novos negócios, os consulto-res referem temas como a necessidade deinovar, de profissionalizar a gestão e de se in-ternacionalizarem. Mas não só. Temas como oda formação ou da competição meramentepelo preço são abordados pelos especialistas,enquanto a falta de financiamento e a elevadacarga fiscal é lembrada por associações e em-presários.Um estudo recente da Associação Empresa-rial de Portugal (AEP) dizia que 90% das 888PME por si entrevistadas se afirmavam “pes-simistas” quanto ao futuro. Pessimistas talvezseja pouco para o descontentamento verifica-do. Entre os adjectivos mais utilizados estão o‘dramático’, ‘trágico’, ‘tenebroso’ e ‘som-brio’. Nessa análise, os problemas mais apon-tados pelas empresas são as dificuldades definanciamento, os impostos excessivos e osprazos de pagamento incomportáveis. Os da-dos mais recentes divulgados pelo Banco dePortugal vêm confirmá-lo: a taxa de incum-primento das PME atingiu os 15% em valor e30,4% em número de devedores. As peque-nas e médias empresas são já as empresasmais incumpridoras. Estas são também - de-vido ou em sequência - as empresas cuja con-cessão de crédito por parte dos bancos maiscaiu: menos 8,4% do que em igual período de2012. As grandes empresas, por seu turno, re-ceberam mais 4,4% de empréstimos.As dificuldades de financiamento não são as

E Das quase300 mil PMEexistentesem 2011,segundo dadosdo InstitutoNacional deEstatística,apenas 20 mil,de acordo comdados da AICEP,exportavam.Um número queentretanto subiupara quase 22mil em 2012.

GUIA DAS PME ESTÁ CONFIRMADO o lançamento de uma linha de apoioàs empresas exportadoras no valor de 500 milhões de euros.A linha de crédito servirá para financiar encomendas firmescom origem em mercados externos. Tendo como objectivocolmatar as dificuldades de acesso ao crédito, o apoio teráum período de vigência de um ano e prazos de financiamentoàs empresas até três ou quatro anos.

JOÃO PEDRO SOARES

Presidente da direcção

da Confederação Portuguesa

das Micro, Pequenas e Médias

Empresas

“As microe pequenasempresaslaboram nummercado internooprimido eostracizadopor políticasque teimamem centrar odesenvolvimentodo país nas 4,5%de empresascom potencialexportador.

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MERCADO

únicas referidas pelas pequenas e médias em-presas.Numa altura em que muito se fala da necessi-dade de internacionalizar os negócios, o mer-cado interno continua a ser o mais importan-te para a esmagadora maioria das empresas.Das quase 300 mil PME existentes em 2011,segundo dados do Instituto Nacional de Esta-tística, apenas 20 mil, de acordo com dadosda AICEP, exportavam. Um número que en-tretanto subiu para quase 22 mil em 2012. Ex-portar e internacionalizar-se não é tarefa fá-cil, especialmente para empresas de reduzidadimensão, porque é necessário ter recursoshumanos formados e capacidade de investi-mento. Os números cedidos ao Diário Econó-mico pela AICEP revelam um dado curioso aeste respeito: em 2008, ano muito difícil paraos negócios internacionais, mais de 21 milmicro empresas tentaram a sua sorte nosmercados externos. O número, no entanto,foi de pouca dura. Em 2009 caíram para14.600, estando desde então a subir.Apesar das dificuldades, as PME portuguesastêm vindo a esforçar-se para manter a nor-malidade, como aliás refere a propósito uminquérito feito junto de 200 PME pela consul-tora Fórmula do Talento. O estudo revela, porexemplo, que mais de metade das empresas(57,8%) não alteraram as suas práticas decompensações e benefícios para com os cola-boradores. Isto apesar de, na maioria das em-presas (54,4%), ter havido reestruturações noúltimo ano, entre as quais diminuição do nú-mero de colaboradores.Os tempos não são fáceis e apenas quem rea-gir ou souber ver as coisas de outra perspecti-va conseguirá sobreviver.Não querendo ficar apenas pelos problemas,ou pelos desafios apresentados, o Diário Eco-nomico pediu aos vários especialistas queapresentassem também soluções. Maior for-mação dos recursos humanos, apoios fiscais efinanceiros, inovação, proactividade e em-preendedorismo, maior presença em novoscanais, internacionalização e profissionaliza-ção da gestão estão entre os temas mais refe-ridos pelos especialistas. Áreas que por seremtão diversas muitas vezes não estão ao alcan-ce das PME portuguesas. ■

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Terça-feira 23 Julho 2013 Diário Económico III

ESTÃO ABERTAS AS CANDIDATURAS à participaçãona Semana Europeia das PME 2013, uma iniciativa da ComissãoEuropeia. O objectivo passa por promover a divulgaçãode actividades que contribuam para fomentarempreendedorismo e a inovação na Europa realizadas emtoda a Europa até Dezembro deste ano. Todas as actividadescandidatas devem ser enquadradas num tema principal.

O BANCO CENTRAL Europeu mudou as suas regras sobre asexigências pedidas para o financiamento dos bancos juntoda entidade. O objectivo é dinamizar o acesso ao créditopor parte das PME. O prémio de risco aplicado às carteirasde dívida titularizada foi reduzido de 16% para 10%. Os bancosvão assim conseguir valores de financiamento mais elevadosem troca de carteira de créditos.

INTERNO

ENFOQUE SÓ NAS EXPORTAÇÕES É ERRADOPara João Pedro Soares, presidente da direcção daConfederação Portuguesa das Micro, Pequenas e MédiasEmpresas (CPPME), “o país encontra-se numa encruzilhadapolítica e as micro e pequenas empresas laboram num circuitoeconómico interno nacional muito oprimido e até ostracizadoatravés de estratégias económicas que teimam em centraro desenvolvimento do país apenas em cerca 4,5% das empresascom funcionalidades exportadoras”. Como soluções para estesproblemas por que passam as PME, João Pedro enumeratemas comno mais crédito ou diferenciação fiscal positivo.

JORGE OLIVEIRA

director de Área de Feiras

da FIL, AIP

“Crise teve ocondão de deixaras empresasdisponíveis paraescutar, paranovas formasde gestão, novosparâmetrosde valores paraos seus recursoshumanos,novos mercados,novos ‘targets’de potenciaisclientes.

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Jorge Oliveira, director de Área de Feiras da FIL,divisão da Associação Industrial Portuguesa (AIP) eresponsável pelas missões empresariais, aponta comoproblemas das empresas a questão do financiamento,a queda brusca do consumo interno, a crise naEuropa, a carga fiscal muito elevada, os aumentossubstanciais dos custos de energia, a qualificação dosrecursos humanos, a aposta na inovação, uma vez que“a maioria das nossas PME ainda não tem programas

constantes de inovação dos seus produtose serviços”. Desafio passa por maior aposta nainternacionalização. Jorge Almeida frisa que a crise“teve o condão de deixar as empresas em gerale as PME em particular, mais disponíveis para escutar,para novas formas de gestão, novos parâmetrosde valores para os seus recursos humanos,novos mercados, novos processos de fabrico,novos ‘targets’ de potenciais clientes”.

INTERNACIONALIZAÇÃO

Soluções

1 Renegociação da DívidaÉ um ponto importante e decisivo, mas não deixa de ser“meramente conjuntural”.

2 Dinamização do mercado internoA aposta e dinamização do circuito económico interno nacionalé ponto chave, sobretudo na procura de uma cada vez maiorcapacidade produtiva do país. É ainda fundamental que o poderde compra dos portugueses possa vir a ser valorizado.

3 Financiamento creditício da economiaA Caixa Geral de Depósitos “tem uma importância capitalna revitalização das MPME e da globalidade do mercado internonacional”.

4 Diferenciação fiscal positivaDeve haver uma clara diferenciação fiscal positiva às MPMEdo mercado interno, através da Extinção do Pagamento Especialpor Conta e Pagamento por Conta; Criação de um IVA de caixaque abranja todas as micro e pequenas empresas e em que estaspossam entregar o IVA ao Estado apenas quando o receberem;redução progressiva da taxa de IVA até aos 18%, e a reduçãoimediata da taxa de IVA da restauração para os 13%.

1 Recursos HumanosTer quadros qualificados mas emsimultâneo facilmente adaptáveisa novas realidades do negócio,tendo assim capacidade geral paradesempenhar diferentes funções.Recursos humanos devem estarpreparados para responderde imediato às alteraçõesdo mercado, salientando-se assima importância de uma formaçãoprofissional constante, comvalências no campo técnicocientífico, das línguas, dastécnicas de marketing promoçãoe vendas, ou de noções de gestãofinanceira.

2 InovaçãoÉ imprescindível ao bomdesenvolvimento das nossasempresas. Será essencial umamaior aproximação das empresasàs universidades que as podemajudar no desenvolvimentode novos produtos, maior

conhecimento das tendênciasdo seu cliente final, o ajustamentodo produto ao mercado e a criaçãode uma estrutura de recursoshumanos que seja a referência naPME dos processos de inovação.

3 InternacionalizaçãoPresença assídua das PMEnos mercados internacionais deelevado potencial, onde se devempromover. É muito importantearticular a estratégia com asgrandes empresas portuguesasdo seu sector, participarnas iniciativas facilitadorasde acesso aos mercados externosorganizadas pela Fundação AIP,Aicep, associações e outrasentidades, colocar nos projectosde internacionalização os seusmelhores recursos humanos,apostar na diversificação demercados e desenvolver o espíritode complementaridade, permitindoem conjunto com outras empresasapresentar candidaturas a

projectos com soluções maisglobais e invariavelmente maiseconómicas, aumentando apossibilidade de vitória nessesconcursos.

4 Ser proactivoAs PME devem apostar numaestrutura proactiva junto docliente, sugerindo e projectandosoluções para cada caso emconcreto. É por isso importantea aposta na criação de equipasfortemente vocacionadas paraconstruir propostas à medidade cada um dos seus clientes.

5 Capacidade de investimentoPME devem estar atentasa programas de entidadesfinanceiras internacionais,pois sobretudo quando se trata denegócios para exportação, podemnessas instituições encontrara solução para alguns dos seusproblemas de financiamento.

PRINCIPAL DESAFIO PASSA POR MAIOR APOSTA NA INTERNACIONALIZAÇÃO

Soluções

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IV Diário Económico Terça-feira23Julho2013

GUIA DAS PME

ANTÓNIO PARAÍSO

Consultor na área de vendas,

inovação, marketing

e internacionalização

“PME têmobrigatoriamentede apostarem inovar e emser diferentes daconcorrência. Têmde ter coragemde mudar.

INOVAÇÃO E INTERNACIONALIZAÇÃOAntónio Paraíso, consultor na área de vendas,inovação, marketing e internacionalização,considera que nestes tempos difíceis as PMEtêm que obrigatoriamente apostar nos dois ‘Is’:inovação e internacionalização”. Para o especialista,as empresas “têm que apostar em inovar eem ser diferentes da concorrência, inovarno produto, nos processos, no modelo de negócioe na estratégia. Têm que ter coragem de mudar”, diz.

FRANCISCO MARIA

BALSEMÃO

Presidente da Associação Nacional

de Jovens Empresários

“Existe algumafalta de cultura deempreendedorismoem Portugal.Esta culturapermitiriaa renovaçãoempresarialdo país.

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Francisco Maria Balsemão, presidente daAssociação Nacional de Jovens Empresários, dizserem seis os desafios com que as PME nacionaisse confrontam. A qualificação, que é parca namaioria das empresas, é uma delas. O presidenteda associação dos jovens empresários diz quenas PME subsiste “o chamado empreendedorismode subsistência ou de recurso”. Por outro lado,refere o desafio da justiça, que, por ser muitomorosa e lenta, leva as PME “a arrastar processospor vezes cruciais para a expansão e atéa sua sobrevivência”. Já o desafio empresarialtem a ver com alguma falta de cultura deempreendedorismo em Portugal, o que FranciscoMaria Balsemão diz ser fundamental, uma vez

que permitia a “renovação empresarial do país”.Para o presidente da ANJE, as PME portuguesastêm também que se confrontar com o desafioda competitividade, precisando de apostarno “trinómio ciência, inovação e criatividade”.Há ainda o desafio do financiamento, umavez que muitas empresas precisam de capitalpara concretizar as suas ideias em negócio,mas “são precisos mais incentivos públicos”.Por último, frisa o desafio da internacionalização,acreditando que as empresas “devem continuar adireccionar as suas actividades para o exterior”.Aliás, a internacionalização é um dos desafiosmencionados pela generalidade dos consultores eespecialistas contactados pelo Diário Económico.

INOVAÇÃO

EMPREENDEDORISMO

soluções

1 Mais dinâmica = mais vendasPreocupação em manter os níveis de vendasé uma constante e é preciso contrariar a tendênciaque a maioria sente, de descida na facturação.Mas isso pode ser colmatado se marcarmos peladiferença e dinamizarmos o negócio, quer seja atravésdos produtos, mercados, clientes ou processos.

Soluções

1 Formação“Up grade educativo”, alcançávelcom acções de formação dirigidasa empreendedores de baixasqualificações e com a sensibilizaçãodos estudantes universitáriospara as oportunidadesdo empreendedorismo;

2 JustiçaCriação de mais tribunais de comércio(só existem dois), de forma a cobrirtodo o território nacional e não apenasas duas áreas metropolitanas do país.

3 Empreendedorismo e inovaçãoSubida na cadeia de valor,incorporando mais inovaçãonos processos de fabrico, elevandoo perfil tecnológico de bens e serviços,melhorando os modelos de gestão,valorizando o capital humanoe apostando em elementosdiferenciadores A competitividadepode aumentar se houveruma aproximação entre o tecidoempresarial as universidades,os centros de I&D e os institutosde interface.

4 FinanciamentoApostar na criação de incentivosque abarquem despesas elegíveisdesde a formulação àsua concretização efectiva.

5 InternacionalizaçãoPadrão das exportações do país deveser alterado. Portugal deve substituirpaulatinamente a exportaçãode produtos e serviços de baixovalor acrescentado por vendasao exterior de produtos e serviçossituados no topo da cadeiade valor e caracterizados por umamaior intensidade tecnológica.

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TRINÓMIO CIÊNCIA, INOVAÇÃO E CRIATIVIDADE

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VI Diário Económico Terça-feira23Julho2013

GUIA DAS PME

TERESA BOTELHO

Business & Executive Coaach

da ActinCoach Portugal

“Há uma grandedificuldadeem criar edefinir factoresde diferenciaçãoe os níveisde liderançados empresáriossão normalmentemuito baixos.

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“MUITO POUCA COMPETITIVIDADE” NAS PMETeresa Botelho, business & Executice Coachda ActionCoach Portugal, revela os seis obstáculoscom que as PME se confrontam: “Grande dificuldadeem criar e definir factores de diferenciação,centrarem-se em competir apenas pelo preço tantonas arenas nacionais como internacionais, grandedesconhecimento na área das vendas, muito poucacompetitividade, níveis de liderança dos empresáriosnormalmente muito baixos e grande imaturidadeempresarial que se reflecte numa grande dificuldadede gerar e desenvolver negócios rentáveis”.

LUÍS MARQUES

Director geral da Fórmula

do Talento

“É essencialdotar os nossosempresários deconhecimentose ferramentasque permitamimplementaras melhorespráticasde gestão.

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PME DEVEM PROFISSIONALIZAR A SUA GESTÃOLuís Marques, director-geral da Fórmula do Talento, consultorade recursos humanos especializada em PME refere o desafioda internacionalização, ao qual ainda algumas PME não estãosensibilizadas. Para o especialista, “a procura de novos mercadossurge como a solução para ter acesso a novos clientes numa alturaem que procura se contrai em Portugal”. O responsável enumeraainda cinco outros problemas com que se debatem as PME:a profissionalização da gestão, o rigor e disciplina, a optimizaçãodos processos, a inovação e um grave problema de competitividade.

NETWORKING

LIDERANÇA

soluções

1 Trabalhar em cooperaçãoE não em confrontação.

2 Desenvolver mentalidade de empreendedorDesde os primeiros níveis de ensino e a aplicaçãodesta forma de pensar dentro e fora das empresas,preparando os empresários para criar um negóciocom sucesso garantido.

3 Mentoring para empresáriosCriação de sistemas de ‘mentoring’ e apoio para todosos empresários, sobretudo os que se querem expandir.

4 ’Networking’É fundamental “melhorar o ‘networking’ empresarialdentro e fora do país e facilitar a sistematizaçãodos negócios de forma a permitir a replicação ea exportação”. A especialista garante que a nívelinterno, o que falta a Portugal “é a implementaçãode sistemas para que os negócios que têm potencial,possam de facto ser rentáveis e desenvolverem-se”.

soluções

1 Qualificação e profissionalização da gestãoÉ essencial dotar os nossos empresários de conhecimentose ferramentas que permitam implementar as melhores práticasde gestão. É ainda determinante “qualificar os recursos humanose adaptá-los às exigências dos tempos actuais”.

2 Rigor e disciplinaIntroduzir rotinas periódicas nas empresas é fundamentalpara melhorar a performance das PME, tal como apostarna expansão empresarial através de fusões e aquisições.

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VIII Diário Económico Terça-feira 23 Julho 2013

GUIA DAS PME

JOSÉ ALMEIDA

‘Partner’ da Ideias e Desafios

“PME devemestar atentasà aberturade novos canaispara chegaraos clientes.Um dos maioreserros é insisitirnas estratégiasque todosutilizam.

NOVOS CANAIS PARA SE PROMOVERJosé Almeida, ‘partner’ da Ideias e Desafios – uma empresaespecialista na formação e no ‘coaching’ em vendase liderança –, defende que para que os negócios sejamrentáveis, há que fazer uma boa divulgação dos mesmos.O especialista defende que as PME devem estar atentasà “abertura de novos canais para chegar aos clientese um dos maiores erros que as empresas podem cometeré insistir nas mesmas estratégias que todos estão a utilizar”.

PROMOÇÃO

soluções

1 Contente marketingDeixar de apostar na prospecção telefónica ou por email e campanhasde marketing e apostar na estratégia “de contente marketing’,onde se publique conteúdos que de facto, os clientes querem receber”.

2 Formação gratuitaJosé de Almeida defende ainda uma aposta maior na organizaçãode eventos de “formação gratuita”.

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VASCO MARQUES

Consultor em marketing digital

e negócios na Internet

“O canal digitaltem a grandevantagemde permitirimplementarmaisrapidamentee obter maisresultados comum investimentopotencialmenteinferior.

Vasco Marques, consultor em Marketing Digitale Negócios na Internet, defende que ainda há muitopor fazer na área digital. E acredita que esta áreatem “um potencial incrível especialmente nestemomento de crise”. Vasco Marques afirmaque o canal digital está em contraciclo e “tema grande vantagem de permitir implementar maisrapidamente e obter melhores resultados comum investimento potencialmente inferior, para alémdisso é o único canal, em grande escala, onde

é possível medir com exactidão o retorno doinvestimento (ROI)”. Num estudo realizado pelaW2B concluiu-se que 7% das empresas tem sitemobile, 29% já fez publicidade no Google, 50% temwebsite e 66% tem perfil na rede social Google+.Estes são números que Vasco Marques diz serem“pouco confortáveis” e que é preciso sensibilizaras empresas para a importância de apostarmais na publicidade, via Internet ,“um meiode vendas com um retorno espectacular”.

INTERNETsoluções

1 Estratégia b-Marketinge Plano de Marketing DigitalFazer um plano de marketingdigital. Implementá-lo alinhadocom estratégia da organização,actualizar, rever e monitorizarfrequentemente o planoe métricas.

2 WebsiteCriar um ‘website’ simples,atractivo e actualizado.Optimizar a usabilidade,melhorar a velocidade, definire acompanhar estatísticas.

3 Imagem e vídeoUtilizar imagens únicas oucriar ferramentas de ediçãode imagem, produzir vídeos epublicar no seu canal youtube,fazer ‘download’ de imagenslivres e gratuitas.

4 Social MediaCriar contas: scribd, slideshare,twitter, linkedin, pinterest,instagram, Google +, criar umapágina facebook, ou converter operfil não pessoal, personalizara página com separadores,fan-gate e aplique boaspráticas facebook.

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SENSIBILIZAR AS EMPRESAS PARA A PUBLICIDADE NA INTERNET

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Terça-feira 23 Julho 2013 Diário Económico IX

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A Nutrigreen está em crescimentopara consolidar a sua posição,mas “é impedida de o conseguirde forma mais célere e vigorosauma vez que os fornecedores nãonos conseguem acompanhar pelaausência de financiamento”, dizLídia Santos, administradora daempresa que processa fruta. Aempresa, garante, “tem que cumpriruma função que competia às entidadesfinanceiras: financiar os fornecedores”. Dizque se assiste “a uma constante perda deigualdade de competitividade” e lamenta“o facto de todos os dias se verificara saída de pessoas especializadaspara o estrangeiro”, e critica a excessivaburocratização dos processos, que, no casoda Nutrigreen, tem impedido, há dois anos,a criação de uma nova unidade fabril.Aponta também o dedo à excessivacarga fiscal e entende que deveria havermaior ligação entre empresas e o IEFP.

Nutrigreen criticaelevada burocracia

2 anosA Nutrigreenestá há dois anosà espera de abriruma fábricadevido à elevadaburocracia do país.

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enLídia Santos, administradora

da Nutrigreen, lamenta

que todos os dias saiam

pessoas especializadas

para o estrangeiro.

O que querem seis PME de sucessoPerguntamos a meia dúzia de PME quais os problemas que sentem e o que é preciso fazer para os ultrapassar.RAQUEL CARVALHO

[email protected]

»

A Viriato tem encomendas querequerem investimentos entre os 500mil e cinco milhões de euros e “nemsempre” tem “capacidade financeirapara os adiantar”, diz CarlaRocha, directora de marketing daempresa de mobiliário que“precisa de mais apoio financeiroestatal”. Nas exportações, sente-se “dificuldade em aceder aoseguros de crédito, que seriamum bom apoio”, frisa, afirmandoque o facto de ser portuguesatem sido um obstáculo, uma vezque tem sentido “dificuldades emconseguir credibilidade e aconfiança dos clientes”, que “pedemgarantias bancárias”, diz. Como têmconseguido contornar? “Sendo maiseficazes e procurando novos mercados,que nos permitam ter uma maiormargem e garantir os pagamentosaos fornecedores”.

Viriato reclama maisseguros de crédito

5 milhõesAs encomendasda Viriato chegamaos cinco milhões deeuros. Investimentoque muitas vezestem que serantecipado.

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Carla Rocha, directora

de marketing da Viriato,

diz que ser uma empresa

portuguesa é

um obstáculo.

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X Diário Económico Terça-feira23Julho2013

GUIA DAS PME

A Pekan é uma marca de jóias que aposta forte numa comunicação‘online’ e em parcerias, tendo em conta o potenciar das vendasno exterior. Austrália, Nova Zelândia, Angola, Brasil e Rússia “jámanifestaram interesse em comprar e representar a marca localmente”,diz Tiago Trigo, director-geral da empresa. Uma imagem fortecomo marca e uma presença assídua nos mercados externos, podeser a diferença em tempos de crise e fazer uma PME ultrapassar osobstáculos que existem ao seu sucesso em Portugal. Tiago Trigofrisa como duas das mais preocupantes, “a forte retracção do mercado

interno e a redução do financiamento à economia por parte do sistemafinanceiro”. Uma situação que seria combatida através “da reduçãoda carga fiscal e de um estímulo do crédito”. Para o responsável “nãofaz sentido o Estado estar a capitalizar a banca, contrariando dessaforma um ónus sobre os contribuintes, incluindo as empresas e aomesmo tempo a banca estar a estrangular os contribuintes atravésda redução dos níveis de crédito”. O responsável defende ainda “umaredução dos gastos do Estado”.

Pekan frisa forte retracção do mercadointerno e a redução do financiamento

A Inocrowd é uma empresa inovadora e que está a dar cartas lá fora,sobretudo no Chile, onde ganhou o prémio Start Up Chile. Está, também,desde 2011, no Brasil e a “avaliar oportunidades no México e Colômbia”,confessa Soraya Gadit, CEO e fundadora da empresa que tem ganhoa aposta na internacionalização. Porém, o sucesso não a torna alheiaaos problemas com que se confrontam a generalidade das PME. Paraa responsável, “existem dificuldades de financiamento na banca, nãoexistem verdadeiras capitais de risco e ‘business angels’, há falta detesouraria, os alugueres de espaço para implementar as PME são muitoonerosos e os serviços de telecomunicações são muito dispendiosos”.A CEO da Inocrowd defende que “deveria haver mais estímulo paraas PME apostarem continuamente em inovação e formação dos seusgestores e empregados”. Considera que as “grandes empresas deveriamter incentivos por contratarem serviços às PME recém-criadas eincentivos fiscais para ajudar na exportação e internacionalização”.Soraya Gadit defende “um período de carência entre um e dois anose taxas de juro mais baixas que as aplicadas às grande empresas”.Acredita que “o Estado poderia servir de garantia para os bancosque financiassem essas PME” e frisa que “a TSU não deveriaultrapassar os 10% e que o IRC deveria baixar para os 15%”.

Inocrowd frisa falta de financiamentoe defende mais estímulos à inovação

10%A Inocrowddefendeque a TSU sobreas empresasnão deveriaultrapassaros 10%

5Austrália, NovaZelândia, Angola,Brasil e Rússiasão os cincopaíses quejá manifestaraminteresseem representara marca.

Com uma quota de mercado de 5% naregião de vinhos verdes e uma produçãoanual que ronda os quatro milhões degarrafas, a Quinta da Lixa facturou, em2012, mais de cinco milhões de euros,sendo que dois milhões são de vendas aoexterior. A empresa exporta para um totalde 28 países e a internacionalização é umadas formas que a produtora de vinhos tevepara ultrapassar os obstáculos inerentesà crise. Óscar Meireles, administrador, dizque “a internacionalização tem sido umagrande ajuda para ultrapassar algumasdificuldades”. Mas não só.Para dar a volta à crise,a Quinta da Lixa tem-sepautado “por muito esforço,força de vontade, insistência,persistência e, acima de tudo,proactividade, com odesenvolvimento de um planode continuidade, que apostano desempenho operacionale comercial, na qualidade dosvinhos, e na boa relação qualidade/preçodos seus produtos”. O responsável explicaque as preocupações da Quinta da Lixa,enquanto PME, dizem respeito,“essencialmente, às burocracias existentesa nível institucional”, defendendo, a estepropósito, a “existência de mecanismosque permitissem, com base na realidade,necessidade e importâncias dos factos,bloquear e desburocratizar os processos”.

Quinta da Lixa apostana internacionalização

5%A Quinta da Lixatem uma quotade mercadode 5% na regiãode vinhos verdese exportapara 28 países.

Problemas de tesouraria ao nível de recebimentos são o grande problema sentido pelaempresa de calçado Buenos Aires, uma vez que, segundo João Mesquita, um dos quatrosócios da empresa, “os clientes pagam tarde e tentam dilatar os prazos de pagamento paracada vez mais tarde”. A empresa sente ainda alguma dificuldade em entrar noutros mercados,factor que explica por este ser “um mercado muito competitivo”. Para resolver estesobstáculos, a estratégia seguida tem sido apostar nos agentes em Espanha, Holanda e ReinoUnido e “pegar numa mala e ir visitar lojas e mostrar o produto”. João Mesquita garanteque “a originalidade e a elevada qualidade do nosso calçado costumam ser fortes argumentosde venda quando as pessoas têm contacto directo com as nossas botas”. A empresaestá neste momento a preparar a colecção de Inverno 2013/2014, e está em negociaçõespara entrar em Israel e na Suíça, prevendo quadruplicar as vendas.

Buenos Aires recebe tarde de clientes e senteresistência à entrada a mercados externos

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Tiago Bilbao, Miguel Costa Basto,

João Mesquita (da esquerda

para a direita) são, juntamente

com Bruno Marfim – que não está

na foto –, os sócios e fundadores

da Buenos Aires.

Tiago Trigo é director-geral

da Pekan, uma empresa portuguesa

de design de jóias.

Óscar Meireles é administrador da Quinta

da Lixa que vende para 28 países e facturou,

em 2012, cinco milhões de euros.

Soraya Gadit é CEO

e fundadora da tecnológica

Inocrowd.

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PaísesA Buenos Airesestá presenteem três países:Espanha, Holandae Reino Unidoe quer entrar emIsrael e na Suíça.

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