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Revista Pais Economico, 123 Dezembro12
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Dezembro 2012 | País €conómico › 1
30 anos da interavesAntónio Fernando Correia, administrador da Interaves, descreve uma história de sucesso com 30 anos, e projeta a empresa portuguesa para a internacionalização
nº 123 › Mensal › Dezembro 2012 › 2.20# (IVA incluído)
agroaLimEnTar PorTuguês quEr aJudar o País a ExPorTar
carlos setraPresidente da Edol
Luís martinsPresidente da ancpa
João moitacEo da Firstlink
› HEad
2 › País €conómico | Dezembro 2012 Dezembro 2012 | País €conómico › 3
Editorial
A par da aprovação do Orçamento de Estado para 2013, que já nesta colu-
na anteriormente manifestámos as nossas profundas discordâncias com
a estratégia escolhida pelo governo que preferiu atacar o problema do
país por via de um catastrófico aumento fortíssimo de impostos do que
de uma clara e significativa redução da despesa do Estado, importa-nos
hoje sublinhar algumas das boas notícias que têm surgido recentemente
em Portugal.
Essas notícias começam pela proposta do ministro da Economia, Álvaro
Santos Pereira, e já aceite pela Comissão Europeia, de colocar uma taxa de
IRC de apenas 10% para novos projetos de investimento a implementar
em Portugal. A captação de investimento, seja nacional, seja estrangeiro,
depende também de um sistema fiscal mais competitivo e estável, coisa
que esta redução garante no primeiro dos aspetos, mas que não garante
no que ao segundo aspeto diz respeito. Mas não por culpa do ministro da
Economia, é preciso sublinhar.
O segundo leque de boas notícias respeita precisamente a novos investi-
mentos em Portugal, e também a alguns de empresas portuguesas fora do
país, na consolidação de projetos de internacionalização bem sucedidos.
Neste último caso, saliência para a aquisição de uma empresa brasileira
pela Mota-Engil, ou um novo investimento hoteleiro do grupo Vila Galé,
no caso na cidade do Rio de Janeiro. Mas outros poderiam ainda ser apre-
sentados, como os projetos da Jerónimo Martins na Colômbia, ou da Sonae
Continente em Angola, que poderão ajudar a que mais empresas portu-
guesas exportem para as unidades de distribuição desses grupos portugue-
ses nos países mencionados.
Os anúncios do reforço do investimento da Tyco em Évora e da Autoeuro-
pa em Palmela, o novo investimento da alemã SGL na Fisipe do Barreiro,
ou ainda o previsível reforço do investimento da Bosch em Braga, consti-
tuem exemplos muito significativos de que Portugal poderá estar a ficar
novamente no radar de alguns grupos industriais muito importantes a
nível internacional, garantindo com estes novos investimentos o reforço
da competitividade empresarial do país e a criação de novos e qualificados
empregos.
JorgE gonçaLvEs aLEgria
novos investimentos são boas notícias
Ficha TécnicaPropriedadeEconomipress – Edição de Publicações e Marketing, Lda.
sócios com mais de 10% do capital social› Jorge Manuel Alegria
contribuinte506 047 415
director› Jorge Gonçalves Alegria
conselho Editorial:› Bracinha Vieira › Frederico Nascimento› Joanaz de Melo › João Bárbara › João Fermisson› Lemos Ferreira › Mónica Martins› Olímpio Lourenço › Rui Pestana › Vitória Soares
redacção› Manuel Gonçalves › Valdemar Bonacho› Jorge Alegria
Fotografia› Rui Rocha Reis
grafismo & Paginação› António Afonso
departamento comercial› Valdemar Bonacho (Director)
direccção administrativa e Financeira› Ana Leal Alegria (Directora)
serviços Externos› António Emanuel
moradaAvenida 5 de Outubro, nº11 – 1º Dto.
2900-311 Setúbal
Telefone26 554 65 53
Fax26 554 65 58
sitewww.paiseconomico.eu
delegação no BrasilAldamir AmaralNS&A CearáAv. Santos Dumont, 3131-A-SL. 1301Torre del Paseo – AldeotaCEP: 60150-162 – Fortaleza – Ceará – BrasilTel.: 005585 3264-0406 • Celular: 005585 88293149
Pré-impressão e impressãoLisgráficaRua Consiglieri Pedroso, 90Queluz de Baixo2730-053 Barcarena
Tiragem30.000 exemplares
depósito legal223820/06
distribuiçãoLogista PortugalDistribuição de Publicações, SAEd. Logista – Expansão da Área Ind. do PassilLote 1-A – Palhavã – 2890 AlcocheteInscrição no I.C.S. nº 124043
Dezembro 2012 | País €conómico › 54 › País €conómico | Dezembro 2012
grande Entrevista
índiceSamuel Cunha é Administrador das Tintas
Europa, uma das mais conceituadas empresas
portuguesas produtoras de tintas, e cuja unida-
de fabril se localiza no concelho de Alijó. Com
delegações de norte a sul do país, a empresa
está a assumir uma forte vertente inovadora
para responder com novos produtos à quebra
do tradicional mercado da construção civil
em Portugal, ao mesmo tempo que continua a
apostar em Angola, mercado onde espera inau-
gurar uma unidade fabril em 2014. Moçambi-
que, segundo o administrador das Tintas Euro-
pa, também está no radar futuro da empresa
transmontana.
pág. 32 a 37
A gora que se aproxima a época natalícia, as questões
relacionadas com o vasto e diversificado setor agroali-
mentar merece uma atenção ainda mais especial dos
cidadãos e sobretudo dos agentes do setor. Nas várias
áreas escrutinadas nesta edição, poderá afirmar-se que
o setor agroalimentar está a crescer e a consolidar-se,
contribuindo cada vez mais para que Portugal se aproxi-
me de uma situação de auto-sustentação alimentar, bem
como está produzindo produtos de elevada qualidade,
contribuindo no domínio das exportações para o reequi-
líbrio da balança comercial portuguesa com o exterior.
pág. 6 a 29
ainda nesta edição…
30 Fitch confirma solidez da Prévoir-vie
30 meios Tec aumenta capital para apostar em África
31 novos investimentos chegam a Portugal
38 martifer ganha obras no Brasil
39 unicer investe com a super Bock no Brasil
40 correios brasileiros querem comprar cTT
41 Porto sul em ilhéus recebe autorização
42 câmara Portuguesa em Pernambuco centenária
44 Promovalor consolida projeto em Pernambuco
50 aicep global Parques divulga potencial de sines
52 Firstlink quer operar nos países lusófonos
58 vila galé rio de Janeiro mostra como será
grande Plano
Dezembro 2012 | País €conómico › 76 › País €conómico | Dezembro 2012
› grandE PLano
António Fernando Correia, Administrador da Interaves, fundou a empresa há 30 anos
uma história de sucesso e confiança
A Interaves foi criada no dia 25 de Novembro de 1982. Fundada por António Fernando
Correia em associação com o grupo Valouro, a empresa trilhou um caminho seguro
rumo a um dos patamares cimeiros no setor avícola português. António Fernando
Correia recebeu a País €conómico na fábrica localizada na Abrigada, concelho de
Alenquer, e antes da sua partida nesse mesmo dia para Cabo Verde, onde pretendia
impulsionar as vendas da empresa para aquele mercado africano, descreveu-nos com
enorme entusiasmo mas de forma também muito segura o que a Interaves está a fazer
para consolidar esse trajeto e sustentar a sua posição no mercado português, ao mesmo
tempo que reforça a sua aposta nas exportações, que já valem 15% da produção no
presente, mas igualmente na assunção da possibilidade de apostar num investimento
produtivo no exterior, admitindo mesmo conversações adiantadas com a Arábia Saudita,
além de outras possibilidades, como poderão acontecer no Egito, Sudão do Sul ou Angola.
TExTo › JORGE AlEGRIA | FoTograFia › RUI ROCHA REIS
Como é que foi o percurso da Interaves ao longo dos 30 anos de atividade e que tiveram o seu ponto grande no passado dia 25 de Novembro?O percurso da Interaves ao longo destes
30 anos foi muito interessante do ponto
de vista pessoal, profissional e empresa-
rial.
É um facto, o senhor foi um dos funda-
dores da Interaves, participou no “nas-
cimento da criança” e depois contribuiu
decisivamente para o seu crescimento
até ao que a empresa é nos dias de hoje.
Concerteza de que nos poderá apresen-
tar um testemunho muito vivencial des-
sa trajectória de sucesso nestes 30 anos.
Realmente, eu sou fundador da Interaves,
empresa que foi criada por mim em asso-
ciação com o Grupo Valouro, e constituiu
realmente um projeto deveras interes-
sante, que começou do zero e que depois
não só acompanhei como transmiti todo
o meu saber e energia. Realmente, estes
30 anos de história da Interaves foram
muito interessantes. Por outro lado, em
termos pessoais, representou também a
passagem de um percurso consolidado de
administrado de um grande grupo do se-
tor para ao fundar a Interaves passar a ser
empresário, o que, sendo uma realidade
nova, eu sentia-me completamente prepa-
rado para assumir essa responsabilidade e
o inerente risco, o que é igualmente deve-
ras fascinante.
Descrevendo um pouco alguns dos mo-
mentos mais significativos da nossa histó-
ria, e para além do ponto marcante que foi
a constituição da própria empresa, na pri-
meira fase a nossa maior atenção esteve
virada para a consolidação da produção,
a que se seguiu uma segunda fase, esta
mais virada para a industrialização, ou
seja, para a fase da transformação com a
criação desta unidade industrial de abate
e transformação de aves.
É importante referir a importância do que
designo como a terceira fase marcante no
percurso da Interaves. A fase da introdu-
ção de uma filosofia de sistematização
da qualidade. A qualidade esteve obvia-
mente sempre presente desde a primeira
hora nas nossas preocupações e na nossa
atuação, mas entendemos a partir de uma
determinada altura da importância e da
necessidade de enveredarmos por uma
cultura e uma prática de sistematização
dos processos da qualidade, o que passou
por sermos auditados por entidades exter-
nas à empresa e obtermos as respetivas
certificações, o que realmente aconteceu
em 1998.
Aliás, dando mais uma vez um testemu-
nho pessoal, eu próprio necessitei de
proceder a uma espécie de reciclagem e
realizei formação na Europa, nos Estados
Unidos e no Japão, pois entendi da perti-
nência em estar completamente prepara-
Dezembro 2012 | País €conómico › 98 › País €conómico | Dezembro 2012
› grandE PLano
do para os novos tempos que aí vinham e
para uma nova etapa na vida da Interaves.
E devo realçar que foi uma aposta ganha,
não apenas por mim, mas por toda a es-
trutura da empresa, na medida em que a
aplicação de uma cultura de qualidade e a
sua execução tem de acontecer em todos
os níveis da estrutura da empresa. Só as-
sim ela é efetiva e tem consequências no
que fazemos e na qualidade e segurança
dos produtos que disponibilizamos aos
nossos consumidores. Felizmente, como
presentemente é reconhecido pelo merca-
do, a Interaves está na linha da frente na
qualidade e segurança alimentar nos pro-
dutos de aves consumidos em Portugal.
a importância da sistematização da qualidadeEssas exigências ao nível da qualidade na atuação da empresa estão hoje tão presentes como estavam há 15 anos na altura da certificação?Concerteza, mas mais refinadas. A gestão
da qualidade deve ser transversal, o que
significa que na Interaves todas as pesso-
as são importantes.
Sensibilizámos toda a nossa estrutura,
e ela respondeu, e continua a responder,
de forma muito afirmativa e positiva
nas boas práticas e no cumprimento das
normas constantes da ISO 9011:2000. Na
Interaves, os quase 300 colaboradores di-
retos empenham-se e orgulham-se do que
fazem diariamente na empresa.
No entanto, gostaria de associar neste ca-
minho e neste trabalho, os muitos colabo-
radores e associados indiretos que temos
ao longo de todo o país, pois a Interaves
possui produção em todo o país. Real-
mente os pequenos e médios produtores
que trabalham em exclusividade para a
Interaves, através de um contrato na me-
dida em que são criadores integrados, es-
tão também eles próprios envolvidos no
mesmo processo da qualidade. A título de
exemplo, posso adiantar-lhe que estamos
a desenvolver neste momento um conjun-
to de ações de formação para em todos os
nossos produtores, para que também eles
estejam certificados e em linha com as
boas práticas da qualidade, que entende-
mos uma completa necessidade em estar
disseminada por toda a fileira produtiva.
A satisfação dos clientes é, portanto, o foco essencial de toda a atuação da Interaves e de todos os que com ela se relacionam?Respondo à sua questão com um sim na-
tural, pois os nossos clientes constituem
o que de mais essencial existe na atuação
de uma empresa, assim como poderá de-
preender na minha resposta anterior tam-
bém possuímos uma forte preocupação
em ajudar a desenvolver o mundo rural
deste país, até porque permita-me subli-
nhar que esse conjunto de avicultores
que se relacionam com a Interaves são
excelentes pessoas e excelentes profissio-
nais, e respondem de forma exemplar às
excecionais condições que Portugal possui
para desenvolver a nossa avicultura e todo
a fileira da produção animal. Gostaríamos
que as autoridades oficiais do nosso país,
e falo de todos os governos que têm pas-
sado e pelo presente, pudessem oferecer
melhores condições para os nossos agri-
cultores aproveitarem em toda a sua ple-
nitude as condições realmente muito boas
que possuímos, com particular incidência
nas condições para a criação de proteína
animal.
É preciso criar condições para o desenvolvimento do setorQuais são essas melhores condições que considera importantes a serem assegu-radas para o setor em Portugal?Parto da constatação de que só agora se
começa a observar e a falar da importân-
cia do setor agrícola para garantir o auto
abastecimento do país. É uma preocupa-
ção que deveria ter chegado há mais tem-
po, isto é, o país já deveria ter criado uma
efetiva cadeia produtiva, começando nos
cereais e terminando na carne.
No entanto, é preciso sublinhar que atu-
almente as condições de acesso aos meios
financeiros por parte das empresas são
muito difíceis, como é público e notório,
atingindo particular incidência no caso
das PMEs, isto para não referir a quase
completa impossibilidade das micro-
-empresas acederem ao crédito. Aliás, no
presente, aquelas empresas que ainda
conseguem dispor de condições para ace-
derem ao crédito, só o conseguem com o
pagamento de elevadas taxas de juro. Re-
almente, as empresas portuguesas vivem
momento difíceis em termos do contexto
da União Europeia, o que leva a situações
de completa dificuldade em podermos
competir com as empresas de muitos ou-
tros países europeus nos mercados inter-
nacionais.
A Interaves também tem sentido esses constrangimentos no acesso ao crédito bancário?
codornizes gourmetA Interaves é líder no mercado português no segmento das codornizes gourmet. Este
tipo de codorniz é maior do que a codorniz tradicional, com grande qualidade e pode
ser confecionada tanto nos restaurantes como servir para uma excelente refeição das
famílias nas suas residências. Segundo António Fernando Correia, administrador
da Interaves, «a codorniz gourmet que lançámos está a registar um crescimento de
vendas muito apreciável, com destaque para a cada vez maior preferência que está
a merecer por parte dos consumidores na restauração mais exigente e de qualidade.
Já temos restaurantes em Portugal com uma estrela Michelin que introduziram um
prato tendo por base a nossa codorniz gourmet e tem sido um verdadeiro sucesso». ‹
Dezembro 2012 | País €conómico › 1110 › País €conómico | Dezembro 2012
› grandE PLano
A Interaves não tem quaisquer dificul-
dades de acesso ao crédito bancário, mas
devo sublinhar que não temos queixas
por que nos prevenimos em devido tem-
po e sempre procurámos gerir a nossa
tesouraria com muita prudência e rigor o
que nos levou a que no final de 2010 liqui-
dássemos tudo o que então ainda devía-
mos a qualquer banco. Nesta altura, nada
devemos a qualquer banco. Mas enfatizo
o facto de termos tido a argúcia de pre-
venirmos os tempos difíceis que já então
se adivinhavam que aí vinham e termos
preparado a empresa para uma situação
de grande solidez financeira. Os sócios da
Interaves desde há muitos anos que não
retiram dividendos da empresa, antes in-
vestem nela todos os lucros alcançados,
fundamentalmente porque acreditamos
muito neste projeto. A Interaves tem futu-
ro e não está dependente da banca.
aumentar as exportações é muito importanteEsse futuro está na exportação?Sem dúvida que sim. A Interaves possui
desde há alguns anos um excelente cliente
no Luxemburgo, que faz chegar ao mer-
cado os nossos produtos e devo informá-
-lo que as repercussões que nos chegam
são sobre a excelente qualidade e apre-
sentação. Isso acontece com os produtos
da Interaves, mas igualmente com vários
outros produtos portugueses presentes
naquele mercado. Aliás, entendo que em-
bora Portugal não tenha capacidade para
atingir grandes produções, o que fazemos
é de enorme qualidade – pelas nossas con-
dições naturais excecionais – e podermos
ganhar uma presença muito significativa
em nichos relevantes dos mercados mais
exigentes e sofisticados.
Por outro lado, os produtos da Interaves
chegam a cerca de vinte países, na maioria
países europeus, como sejam a Alemanha,
Holanda, Bélgica, França, Espanha, entre
outros, mas também no continente africa-
no, como são os casos de Angola, Gabão,
Guiné Equatorial, Cabo Verde, entre ou-
tros. E queremos reforçar a presença nos
mercados deste continente.
Por falar em continente, mas no caso da
marca de supermercados do grupo So-nae, a futura presença dessa rede em Angola poderá fazer aumentar as ven-das da Interaves para este país?Consideramos da máxima importância
esse investimento da Sonae em Angola.
A Interaves já estar a aumentar de forma
muito significativa as exportações para o
mercado angolano, onde os nossos pro-
dutos merecem felizmente a preferência
dos consumidores angolanos, que sempre
tiveram, e continuam a ter, um especial
carinho e preferência pelos produtos por-
tugueses.
É óbvio que a presença das principais
marcas portuguesas de distribuição no
mercado angolano constituirá uma vanta-
gem suplementar para os produtores por-
tugueses. Nós já estamos em Angola com
presença no grupo Auchan. Aliás, gostaria
de sublinhar que todas as cadeias nacio-
nais de distribuição têm tido uma grande
abertura e interesse em que possamos
trabalhar com eles e para disporem dos
nossos produtos nas unidades comerciais
que possuem fora do território português.
Neste momento qual é a percentagem da produção da Interaves que é expor-tada?Em torno dos 15%, mas com tendência
para aumentar. Estamos muito focados
em aproveitar todas as oportunidades que
se nos deparam para aumentar as expor-
tações, o que é bom para a Interaves e é
bom para o país. Em virtude da crise eco-
nómica que atravessamos, aumentar as
exportações é fundamental, e devo subli-
nhar de forma suplementar que quando
exportamos não corremos qualquer risco,
na medida em que os seguros de crédito
em Portugal funcionam muito bem.
Podemos vir a investir no exteriorEstá fora de causa a possibilidade da Interaves realizar algum investimento produtivo no estrangeiro?Posso adiantar-lhe nessa matéria que exis-
tem contatos muito avançados para de-
senvolvermos projetos avícolas na Arábia
Saudita, bem como no Sudão do Sul e no
Egito. Mas também estamos a desenvol-
ver contatos sérios nesse sentido noutros
países africanos, como é o caso de Angola.
Sabe, a grande vantagem que possuímos
e que podemos oferecer é know how e
tecnologia, pois o nosso país possui essa
saber fazer de forma quase ímpar e que
muitos poucos possuem. E as empresas
portuguesas do setor avícola estão com
certeza na dianteira internacional do que
de melhor se produz a nível mundial, pelo
que compreendemos a razão de estarmos
a ser solicitados para colaborar na criação
e concretização de projetos em vários pon-
tos do mundo.
De entre os países que referiu qual o que poderá estar mais avançado na futura concretização de um projeto envolvendo a Interaves?A Arábia Saudita é com quem temos man-
tido um diálogo mais intenso, até ao mo-
mento apenas realizado em Portugal, mas
será muito natural que em breve uma
equipa da Interaves se desloque àquele
país do Golfo Pérsico para continuarmos
essas negociações. Caso seja concretizado,
será igualmente uma boa oportunidade
profissional para jovens engenheiros e
jovens veterinários portugueses em traba-
lharem nestes países.
Teme uma quebra de consumo na qua-dra natalícia que se aproxima?Realmente vamos começar agora a tra-
vessar a época natalícia e aproveito para
desejar um Natal muito solidário a todos
os portugueses. Naturalmente que confio
perfeitamente que nesta quadra se vai
continuar a consumir o peru campestre, o
frango campestre, o frango tradicional, as
codornizes, entre outros produtos avíco-
las. As aves fazem parte da tradição nata-
lícia dos portugueses, pelo que confio que
os consumos neste tempo não tenham
quebra porque constituem os produtos
mais seguros e mais baratos. As aves são
seguras e possuem grande qualidade, logo
são das espécies mais acessíveis para os
consumidores.
Como prevê o futuro da Interaves, di-gamos não num prazo de mais 30 anos, mas de curto e médio prazo?O país atravessa uma crise, mas é nos
tempos de crise que também surgem boas
oportunidades, incluindo para medirmos
as nossas forças. É em momentos de crise
que poderemos mostrar verdadeiramente
o que valemos. Eu costumo dizer que ge-
rir uma empresa numa fase de crescimen-
to económico é fácil, difícil é gerir uma
empresa em momentos de crise económi-
ca na sociedade em que vivemos.
Como lhe referi anteriormente, a Intera-
ves precaveu-se em tempo útil e oportuno,
resolvendo as questões de natureza finan-
ceira, e garantindo uma solidez muito im-
portante para atravessarmos com alguma
segurança estes tempos de incerteza em
que vivemos. Não podemos, nem quere-
mos, desperdiçar esta oportunidade do
tempo em que vivemos. Estamos todos
muito confiantes de que vamos trilhar um
caminho vitorioso, mas temos e trabalhar
muito e bem.
A crise é um grande teste à nossa capaci-
dade, incluindo a minha, mas tenho a es-
perança e a firme convicção de que vamos
vencer. ‹
Dezembro 2012 | País €conómico › 1312 › País €conómico | Dezembro 2012
› grandE PLano
Luís Fernando Bulhão Martins, Presidente da ANCPA não tem dúvidas
«os nossos porcos são os melhores da Península ibérica»
Em entrevista à País €conómico, o presidente da Associação Nacional dos Criadores
de Porco Alentejano (ANCPA) não esconde a sua preocupação perante a enorme crise
que o seu sector enfrenta neste momento. «Temos sentido a crise enormemente e
sabemos que a caminhada que temos pela frente não é nada fácil», reconheceu Luís
Bulhão Martins, para afirmar logo de seguida que, infelizmente já concluiu que a melhor
maneira de reagir a esta situação negativa, é reduzir a actividade. «Não é parar a
actividade, é reduzí-la...», sublinhou, lembrando que a esperança está agora na grande
qualidade da Raça Suina Alentejana. «Os nossos porcos são os melhores da Península
Ibérica».
TExTo › VAlDEMAR BONACHO | FoTograFia › RUI ROCHA REIS
como dar a volta a esta situação?
O presidente da ANCPA sabe que
esta pergunta guarda dentro de si
uma resposta muito difícil, mas mesmo
assim não hesitou em deixar-nos o seu
depoimento.
«As estratégias mais comuns para ul-
trapassar a crise, como sejam as de con-
quistar novos mercados, diversificar
comercialmente, baixar custos de produ-
ção e ser mais eficiente, diminuiram de
intensidade porque o contexto não ajuda
nada. Mas quero desde já apontar alguns
pontos que nos preocupam. Em primeiro
lugar, os nossos produtos são de qualidade
e como tal destinam-se a um segmento de
mercado médio e alto. Estávamos a popu-
larizar o consumo dos nossos produtos, e
neste momento essa acção está a arrefecer
grandemente devido em boa parte às di-
ficuldades porque passa neste momento
a classe média portuguesa e o mercado
de Espanha, que absorve a maioria das
nossas exportações, também estar em
profunda crise», comentou Luís Bulhão
Martins, que diz não se recordar de uma
crise como esta. «Já tinhamos passado por
algumas crises cíclicas, e quando ainda
não estávamos integrados no euro passa-
mos por crises de ajustamento da econo-
mia, mas eram crises que nada tinham a
ver com esta que vivemos no presente»,
recorda o presidente da ANCPA
A Associação Nacional dos Criadores de
Porco Alentejano já chegou a ter 300 as-
sociados inscritos, mas hoje, associados
activos são 160.
Será que uma crise como esta porque es-
tamos a passar desmobiliza alguns dos
vossos associados, que não acreditando
no futuro das suas explorações chegam
à conclusão que o melhor é abandonar a
actividade? Perguntámos a Luís Bulhão
Martins, que de certo modo nos confirma-
ria aquilo que previamos.
«Como presidente da Ancpa é com imen-
sa tristeza que assisto ao abandono de
alguns dos nossos associados. Mas aqui
na Ancpa procuramos sempre incenti-
var os nossos associados para que, com a
nossa ajuda técnica e técnica-económica,
encontrem as formas mais adequadas
que permitam minimizar estas situações
de gravidade, e consigam o rumo da re-
cuperação que é sempre muito desejado.
Mas não deixamos de reconhecer que os
tempos actuais são de grande dificuldade
para todos nós...»., enfatizou Luís Bulhão
Martins, para reafirmar que é um dos ob-
jectivos fundamentais da sua associação é
preservar o potencial de produção junto
de cada um dos associados e dar-lhes for-
ças para que não desistam de ir em frente.
«Não podemos dizer aos nossos clientes
que desistam porque as condições são
muito difíceis em termos de rentabilida-
de. O que procuramos é transmitir-lhes a
mensagem da necessidade de se baixarem
os custos de produção para desse modo
tornarem-se mais competitivos nos mer-
cados onde estão inseridos», esclareceu
Luís Bulhão Martins.
governo aposta no desenvolvimento do sectorO presidente da Ancpa não ignora o im-
pacto que a Política de Desenvolvimemto
Rural pode ter no incremento deste um-
portante sector de actividade, e nesta en-
trevista que concedeu à P€ reconheceu
que a ministra Assunção Cristas e a pró-
Dezembro 2012 | País €conómico › 1514 › País €conómico | Dezembro 2012
pria tutela têm demonstrado interesse em
encontrarem as melhores soluções para o
sector.
«Este Governo, apesar do contexto muito
difícil em que exerce a governação, é um
Governo muito mais favorável aos agricul-
tores e ao desenvolvimento da actividade
do que o Governo anterior. Este é um Go-
verno que marcadamente aposta no nos-
so sector, reconheceu Luís Bulhão Martins
para a este propósito dizer ainda que esta
atitude do Governo é boa e benéfica «por-
que cria-nos expectativas muito positivas,
e faz-nos crer que temos da parte dele um
aliado», disse o presidente da Ancpa.
Política de desenvolvimento ruralLuís Bulhão Martins direcciona o seu dis-
curso para as virtudes desta Política de
Desenvolvimento Rural. «Desde logo é
uma política que aguça a competitividade
das empresas, e quando digo empresas
estou também a referir-me às explorações
agrícolas. É uma política que apela à mo-
dernização e à inovação, à susentabilidade
do mundo rural. Esta é uma política que
chama a atenção para a competitividade
e através dela criar condições e garantias
favoráveis para que a actividade prossiga.
E a competitividade é tudo: á a oportuni-
dade das explorações se modernizarem,
de se inovarem, de conquistem mais
mercados, produzirem os produtos den-
tro do mais mais elevados parâmetros de
qualidade, renovar o tecido empresarial.
Competitividade é tudo isto. E tudo isto
são auxílios preciosos para os sectores
produtivos, são ajudas importantes para
o mundo rural, são desenvolvimentos
novos. Depois, é sustentar aquilo que é de
interesse nacional e que não funciona só
através das regras da economia propria-
mente ditas. Há determinadas actividades
e presenças no campo que oferecem à
sociedade um conjunto de bens públicos
muito interessantes.
A Agricultura para além de ser geradora
de produções agrícolas, de emprego e pug-
nar pela segurança alimentar, ela é uma
boa contribuidora para o Produto Inte-
no Bruto (PIB). E é uma actividade que
tem crescido em termos de exportações e,
como tal, a sua presença na contabilidade
pública permite melhorar o saldo da Ba-
lança Comercial», sublinhou o presidente
da Ancpa.
Apesar de tudo, há quem afirme que a ac-
tividade a que a Ancpa está ligada poderá
estar em risco, se não forem tomadas me-
didas urgentes e adequadas. Por exemplo,
são muito perto das 6000 as reprodutoras
existentes e segundo declarações ainda
› grandE PLano
recentes de Pedro Bento, secretário-geral
da Ancpa, a Raça Suina Alentejana po-
derá estar ameaçada a curto prazo, uma
vez que oficialmente não existem neste
momento mais do que 5000 reprodutoras.
«Isto põe em causa a raça autóctone e o
seu património genético», lembrava nes-
sas declarações Pedro Bento.
dar preferência ao produto nacionalEsta situação também preocupa Luís Bu-
lhão Martins. «Na verdade, o sector pode
estar em risco. A redução do efectivo re-
produtor é o primeiro sintoma do panora-
ma muito negro em que neste momento
estamos a desenvolver a actividade. As
reprodutoras são as mães da produção e
o facto do efectivo estar a diminuir deve-
-se exactamente a não haver condições
comerciais para vender maior volume de
produção e termos de baixar esse volume.
Receio esta situação, mas ao mesmo tempo
tenho esperança de que ela seja ultrapassa-
da rapidamente. Para isso é preciso existir
uma grande coesão entre os indústrias do
porco, produtores e consumidores, defen-
dendo afincadamente a necessidasde de
dar preferência ao produto nacional, que
é de excelência», resumiu o presidente da
Ancpa, que aproveitou o ensejo para elo-
giar a qualidade do porco alentejano.
incrementar a agro-indústria nacional«O Porco Alentejano é um profundo va-
lorizador dos recursos endógenos portu-
gueses. Ou seja, valoriza o campo como
ninguém. Ele como coisas como ninguém
mais come, ele cria carne à conta disso, e
carne com as melhores características. O
Porco Alentejano é hoje uma marca in-
desmentível em Portugal e em Espanha.
É um produto de grande afirmação que
nos honra a todos», destacou Luís Bulhão
Martins.
Será que com a crise existente no merca-
do espanhol o presidente da Ancpa já es-
tuda outras alternativas de mercado? Luís
Bulhão Martins não hesitou: «Eu penso
imensamente nisso, mas nós temos de
perceber uma coisa que é uma dificuldade
portuguesa.
A agro-indústria forte do porco está em
Espanha, e a agro-indístria com marcas
mais sonantes do mercado também está
em Espanha. Portanto, é absolutamente
impensável não viver dividido entre o
mercado português e o mercado espanhol,
e outros mercados que possam eventual-
mente existir. Agora alternativas existem,
e elas podem passar pelo incremento da
agro-indústria nacional, e até por expor-
tações para os Palop�s», concluiu o presi-
dente da Associação Nacional dos Criado-
res de Porco Alentejano. ‹
Dezembro 2012 | País €conómico › 1716 › País €conómico | Dezembro 2012
› grandE PLano
Alfredo Martins, Diretor Geral da Zêzerovo
«o nosso objetivo é manter a liderança»
Apesar de o incêndio que no passado dia 2 de Abril de 2012 deflagrou nas instalações
da Zêzerovo ter destruído um dos seus pavilhões, causado a morte de 150 mil galinhas
poedeiras e dizimado cerca de 300 mil ovos, num prejuízo estimado em 2,5 milhões
de euros, ninguém nesta empresa baixou os braços, e um novo pavilhão acaba de ser
construído contribuindo deste modo para que a Zêzerovo mantenha o seu equilíbrio
produtivo e granjeie o estatuto de maior empresa de produção e comercialização de ovos
a nível nacional. «O infortúnio que nos atingiu naquele dia acabou por nos tornar mais
fortes», sublinhou Alfredo Martins, Diretor Geral desta empresa de Ferreira do Zêzere.TExTo › VAlDEMAR BONACHO | FoTograFia › RUI ROCHA REIS
«aquele dia foi trágico», re-
fere Alfredo Martins ao
recordar uma vez mais
o incêndio ocorrido no passado dia 2 de
Abril. «Em 26 anos de existência da Zêze-
rovo nunca havíamos passado por uma
situação daquelas, e isso abalou-nos pro-
fundamente. Desde logo a nossa preocu-
pação foi conhecer as causas do incêndio.
A PJ este durante vários dias no terreno a
acompanhar tudo ao pormenor, e a con-
clusão que nos foi dada a conhecer diz
que o incêndio ficou a dever-se ao super
aquecimento de um motor, facto que não
deixou de nos causar alguma estranheza
até porque até então nada de semelhante
acontecera na Zêzerovo», lembra Alfredo
Martins que deixou bem vincada uma
nota que consideramos muito importan-
te e que revela bem a crença e a determi-
nação da Administração da Zêzerovo. «A
nossa preocupação imediata foi esquecer
rapidamente o que nos tinha acontecido
e reunirmos todas as forças que condu-
zissem à construção de um novo pavilhão
que substituísse aquele que fora destruí-
do pelo fogo. E essa determinação está
consubstanciada no facto de já termos a
funcionar um novo pavilhão», reforça o
Diretor Geral da Zêzerovo.
A Zêzerovo tem neste momento 22 pa-
vilhões instalados com uma capacidade
para 1,3 milhões de galinhas poedeiras. «Desenvolvemos aqui
todo o processo, desde a recria. Adquirimos o pinto com um
dia de vida, este permanece cerca de 16 semanas (4 meses) em
ambiente de gaiola para se adaptar ao ambiente que vai ter na
postura. Depois com 16 ou 17 semanas entra nos pavilhões em
postura e está 52 semanas (1 ano) em produção» esclareceu Al-
fredo Martins, que avançaria em seguida um dado que evidencia
a dimensão do projeto Zêzerovo. «Produzimos aqui 1,1 milhões
de ovos por dia. Mas para além da produção própria, temos tam-
bém três produtores integrados a quem controlamos a produção,
que é toda para a Zêzerovo. Isto faz com que o efetivo total seja
de 1,5 milhões de galinhas poedeiras, que produzem mais de 1,3
milhões de ovos por dia», fez questão de nos esclarecer o Diretor
Geral da Zêzerovo.
maior produtor nacional de ovosA Zêzerovo é a maior empresa de produção e comercialização de
ovos em todo o espaço nacional, e este facto enche de orgulho
Alfredo Martins. «Estes ovos são comercializados em todo o país
de Norte a Sul, grande parte deles na Grande Distribuição, mas
também para o mercado grossista e a retalho. Nos meses de Maio
e Junho, onde por norma o mercado nacional consome menos, a
nossa opção vai para a exportação. Mas estamos a falar de valores
pouco significativos: cerca de 5 por cento do que produzimos»,
sublinhou Alfredo Martins para a este propósito dizer também
que uma parte da escolha que fazem, tanto na produção como
na classificação, e que representa cerca de 10 por cento de ovos
que por terem casca mais fraca, por estarem sujos ou partidos,
são enviados para a indústria transformadora. Nada se perde, ou
perde-se muito pouco», frisou o nosso entrevistado.
Durante os seus 26 anos de vida, a Zêzerovo tem tido sempre um
percurso ascendente. A empresa tem tido uma evolução sustentá-
vel, apoiada em pilares fundamentais onde sobressaem a grande
qualidade do produto e a preocupação de adquirir com frequên-
cia a melhor tecnologia disponível na Europa. «Só deste modo a
Zêzerovo consegue atingir o grau de competitividade que é re-
conhecido, e consegue ser a empresa moderna que é», observa
Alfredo Martins. «Os investimentos da Zêzerovo são contínuos,
e a melhor provas disso reside no facto de termos o maior pavi-
lhão de produção existente em Portugal. Só assim conseguiremos
manter a posição de liderança que temos tido até hoje no merca-
do», precisou Alfredo Martins.
Neste momento a grande parte da produção de ovos da Zêzerovo
é destinada ao mercado português. «Só exportamos em caso de
necessidade, e pelas razões que já apontámos anteriormente. Só
exportamos quando há excesso de produto, quando a procura em
Portugal é menor, e isso acontece por vezes durante os meses de
Maio e Junho. Entretanto quero adiantar que já temos exporta-
Dezembro 2012 | País €conómico › 1918 › País €conómico | Dezembro 2012
do para países como Espanha, Alemanha,
Inglaterra, França, mas estamos a falar de
exportações com pouca expressão: 5 por
cento das nossas vendas», explicou à P€.
Zêzerovo investiu 11 milhõesPor exigência da própria União Europeia,
a Zêzerovo executou recentemente um
projeto de investimento que ascendeu a
11 milhões de euros e que teve a ver com a
transformação da totalidade da capacida-
de instalada de permanência de aves em
capoeiras, norma que foi instituída pela
EU para o setor.
«Tratou-se de uma diretiva comunitária
de 1999 que obrigou a alterar o modo de
alojamento das galinhas poedeiras, medi-
da que não nos surpreendeu muito, mas
que continha alterações que discordamos,
porque na prática algumas são medidas
que não se adaptam.
É evidente que aumentar o espaço dos
animais é importante, mas há situações
em que não estamos de acordo, como seja
um espaço para a galinha poder bicar ou
esgravatar, até porque na prática este pro-
cedimento conduz a que venhamos a ter
um maior número de ovos sujos, uma vez
que o ovo vai estar em contacto com ma-
téria orgânica, coisa que não acontecia an-
tes», alertou o Diretor Geral da Zêzerovo,
lembrando que este investimento de 11
milhões de euros já está implementado,
mas «estamos contudo ainda a fazer al-
gumas alterações, pois esse investimento
incluiu não só a produção como também
a parte de classificação e embalamento, o
que nos levou a adquirir também alguma
tecnologia importada», referiu Alfredo
Martins.
A Zêzerovo está ligada a um forte grupo
económico de empresas: a Agrozel – Agro-
-Pecuária do Zêzere, SA; a Sicarze – Socie-
dade Industrial de Carnes, SA; e a Rações
Zêzere. No entender de Alfredo Martins
esta ligação é-nos favorável até como vos
dizia há pouco, nós adquirimos o pinto
com um dia de vida, a Agrozel é quem faz
a recria do pinto, a adaptação à gaiola de
postura, e temos depois as Rações Zêzere
que fabricam a alimentação das falinhas
poedeiras», elucidou Alfredo Martins.
De referir que este alimento para as fali-
nhas poedeiras é produzido e controlado
com o equipamento mais moderno, in-
cluindo Feed Processor FP34 que elimina
a salmonela e as bactérias patogénicas
através do tratamento térmico da ração.
O Centro de Inspeção e Classificação de
Ovos tem capacidade para classificar 420
mil ovos/hora, fator que garante pronti-
dão nas entregas e que designou a Zêzero-
vo como «a empresa com maior Capacida-
de para a Inspeção e Classificação de Ovos
em Portugal».
Salientar também o facto de a Zêzerovo
acompanhar diariamente as características
naturais dos ovos, efetuando testes de ro-
tina com o apoio de laboratórios externos.
Para além disso a Zêzerovo foi a primeira
empresa do setor a obter as certificações
através da APCER das normas NP EN ISO
9001:2008 e da NP EN ISO 22000:2005,
que se prendem com o seu Sistema de Ges-
tão da Qualidade e Segurança Alimentar.
«Numa empresa como a Zêzerovo estas
certificações são importantes porque ates-
tam o esforço que a empresa realiza neste
âmbito, reconheceu Alfredo Martins, quer
continuar a ver a Zêzerovo no topo da lide-
rança deste setor de atividade. ‹
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Dezembro 2012 | País €conómico › 2120 › País €conómico | Dezembro 2012
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Sónia Neves da Silva, Diretora Geral da Campil, elogia a capacidade e qualidade do tomate produzido em Portugal
Exportamos 95% da produção
A Campil nasceu em 1968 e em 2001 foi adquirida pela família detentora da TOUL, outra
empresa da indústria do tomate localizada na Azambuja. A Campil já se situa no vizinho
concelho do Cartaxo, e Sónia Neves Pereira, Diretora Geral da empresa, em entrevista à
País €conómico, sublinhou a importância que a empresa e a própria indústria em geral
para as exportações do país, pois falamos de um setor que em geral exporta 95% da
produção portuguesa de tomate e arrecada nesse movimento exportador 250 milhões
de euros. A Campil quadruplicou a sua capacidade produtiva em 10 anos, estando agora
capacitada em produzir 135 mil toneladas anuais. Crescer está no ADN do grupo salienta
a responsável da empresa, mas a Campil aposta sobretudo em manter uma forte solidez
e capacidade competitiva no mercado internacional. TExTo › JORGE AlEGRIA | FoTograFia › RUI ROCHA REIS
A Campil dedica-se à produção de con-centrado de tomate e nos últimos 10 anos terá quadruplicado a sua produção. Como é que foi possível conseguir essa quadruplicação?A Campil teve a sua origem em 1968, e
manteve desde a sua origem uma matriz
familiar. Em 2001, a empresa foi adquiri-
da pela TOUL, que é uma empresa dedica-
da ao tomate desidratado e que se localiza
aqui bem próximo na Azambuja.
Realmente, quando adquirimos a Cam-
pil em 2001, a sua capacidade era relati-
vamente pequena, e a sua aquisição teve
sobretudo o propósito de garantir através
da Campil o abastecimento da própria
TOUL, mas também um segundo objetivo
que apontava para a entrada no mercado
internacional vendendo concentrado de
tomate, uma área em que a TOUL sabia
comprar, mas nunca tinha tido a experi-
ência de vender, o que a Campil já fazia.
Portanto, em 2001, realizámos a nossa
primeira campanha do tomate no âmbi-
to da Campil, realizando logo no ano se-
guinte um primeiro investimento na área
da embalagem asséptica, partindo depois
em 2003 para um investimento de maior
amplitude e que se traduziu no aumento
da capacidade da fábrica. Aproveito esta
ocasião para referir que numa fábrica de
concentrado de tomate não basta aumen-
tar os equipamentos para a evaporação,
é preciso também realizar investimentos
desde a fase do tratamento das águas até à
fase do enchimento, assim como nas áre-
as de descarga, de modo a garantir que o
produto quando chega à nossa unidade é
imediatamente levado para a área da eva-
poração. Este tipo de fábricas trabalha em
tempo real, o que significa que o tomate
é apanhado num determinado momento
e dentro das mesmas 24 horas ele tem de
ser transportado e processado de forma a
garantir o melhor resultado possível, além
de garantir igualmente uma completa
rentabilização na performance da unida-
de industrial.
Mas os investimentos continuaram para além de 2003?É verdade. Em 2005 realizámos mais al-
guns pequenos investimentos, e já em
2008 foi o ano em que concretizámos o
último dos grandes investimentos indus-
triais na Campil. Esse investimento re-
sultou sobretudo na introdução da mais
recente tecnologia na área do concentra-
do de tomate, permitindo-nos melhorar a
nossa qualidade em termos de produto, e
igualmente em concretizar uma assinalá-
vel poupança energética, na medida em
que o equipamento produz vapor e atra-
vés de turbinas permite alimentar ener-
geticamente outros equipamentos fabris.
Estas foram, em síntese, as razões para
que em 10 anos tenhamos conseguido
quadruplicar a capacidade de produção
da Campil.
de 19 mil para 135 mil toneladasEm termos de tonelagem no que é que se traduziu essa quadruplicação?A capacidade é medida em termos de to-
mate fresco entrado na fábrica, pelo que a
Campil produzia em 2001 apenas 19 mil
toneladas de tomate fresco, e agora possui
uma capacidade instalada para transfor-
mar entre 130 a 135 mil toneladas.
Uma fábrica produtora de concentrado de tomate terá de ter certamente uma forte relação com o campo, origem da matéria-prima. Como se processa essa relação?A nossa relação com o campo é muito boa.
Aliás, para as coisas funcionarem bem,
não podiam deixar de ser. Os agricultores
são os nossos parceiros por excelência.
Todavia, gostaria de esclarecer que a nos-
sa relação direta é com as designadas Or-
ganizações de Produtores (OP), cada uma
composta por um conjunto de produtores
associados, aliás como está definido desde
1998 através de uma diretiva comunitá-
ria. Quando realizámos os investimentos
que descrevi anteriormente, onde aumen-
távamos de forma muito significativa a
capacidade de produção da empresa, ne-
cessitámos também de saber se o próprio
campo estava disponível e em condições
de também ele aumentar a sua capacidade
de produção e consequente fornecimento
da matéria-prima de que necessitávamos.
A resposta que recebemos foi muito posi-
tiva, pois também os agricultores precisa-
vam de crescer, mas só o poderiam fazer
se a capacidade industrial a jusante tam-
bém o pudesse fazer. Portanto, foi um fe-
liz casamento estratégico entre a Campil e
o campo que nos fornece o tomate de que
necessitamos.
A Campil, através das Ops, intervém di-
retamente no campo para assegurar a qualidade do produto que é fornecido à fábrica?Como referi, a nossa relação direta é com
as Ops, que possuem técnicos altamente
qualificados com quem dialogamos per-
manentemente e que depois intervêm
diretamente no campo junto dos produto-
res. A intenção da produção e da indústria
é que haja sustentabilidade e qualidade na
produção, utilizando, por exemplo, apenas
Dezembro 2012 | País €conómico › 2322 › País €conómico | Dezembro 2012
os pesticidas e fungicidas que são neces-
sários em cada momento, e não mais do
que essa quantidade que é importante ser
aplicada. No fundo, para garantir que o
produto que sai do campo vem em perfei-
tas condições de sanidade e de qualidade.
E isso tem sido garantido de forma exem-
plar.
A Campil apenas adquire tomate em Por-tugal ou também o faz no exterior?Apenas adquirimos tomate em Portugal,
na medida em que o país produz o sufi-
ciente para abastecer a capacidade de
transformação existente no país, além de
ser de excelente qualidade. Aliás, posso
dizer-lhe que quem vem comprar toma-
te em Portugal, precisamente devido à
sua excelente qualidade, são os nossos
vizinhos espanhóis, neste ano em menor
quantidade, mas em anos anteriores, em
quantidades muito apreciáveis.
qualidade garantida pelas certificações mais exigentesAo nível da qualidade e respetivas certi-ficações, em que patamares se situam a Campil?A qualidade é uma condição sine qua non
para uma empresa que fornece a indús-
tria alimentar no mercado internacional e
que exporta cerca de 95% do que produz.
É onde se posiciona a Campil, que possui
todas as certificações necessárias, mesmo
as mais exigentes e reconhecidas no plano
internacional.
A nossa empresa possui a certificação
ao nível do HACCP, assim como da ISO
22000 e a BRC, uma norma inglesa criada
por um organismo deste país para garan-
tir um controle muito forte para produtos
entrados no mercado britânico, mas que
depois acabou por ser extensiva a pratica-
mente todo o mundo. Somos auditados na
altura da produção, que é no Verão, atra-
vés da Loyds.
Quem são os vossos principais clientes?Como sabe, Portugal é um país pequeno
e desenvolve muito pouco a sua capa-
cidade de inovação e de lançamento de
novos produtos. Esse handicap é histórico
e praticamente não mudou. Então, essa si-
tuação levou a indústria nacional na área
do tomate a exportar a quase totalidade
daquilo que se produz no nosso país. Eu
diria que exportamos cerca de 95% do
que se produz em Portugal, o que também
acontece no caso concreto da Campil.
Nós fornecemos alguns dos grandes
players mundiais como são os casos da
Campbel, Heinz, Unilever, Nestlé, entre
outros, que utilizam o nosso concentrado
de tomate para adicionarem aos produtos
que vendem aos consumidores.
Pelos nomes que nos referiu, onde se concentram os principais mercados da empresa?Exportamos fundamentalmente para a
Europa, e através da TOUL também che-
gamos à Austrália, Japão, China, África
do Sul e vários outros países. Devo referir
que os mercados para onde exportamos se
têm revelado estáveis, embora se registem
crescimentos na zona do Médio Oriente.
O grupo poderá vir a realizar algum ou-tro investimento, seja em Portugal, ou no estrangeiro?Seria uma imprudência da minha parte
estar a dizer que no futuro isso não pode-
rá ocorrer. No entanto, dizendo isso, pen-
sar numa possibilidade desse género não
está neste momento dentro das nossas
prioridades estratégicas, antes o de renta-
bilizar efetivamente os investimentos que
aqui foram concretizados.
Mas, volto a sublinhar que poderemos
no futuro pensar nessa possibilidade me-
diante a análise de oportunidades concre-
tas que s e venham a colocar à empresa.
É uma possibilidade que não afastamos,
pois o investimento está no ADN da fa-
mília que detém este grupo formado pela
Campil e pela TOUL.
O volume de negócios deverá crescer em
2012 face ao período homólogo ou não?
Em 2011, o nosso volume de negócios
ultrapassou os 11 milhões de euros. Este
ano, fruto de algum travão mundial no
consumo de tomate no ano anterior, ficá-
mos com algum stock na fábrica, que es-
tamos a escoar no presente ano, além da
venda da própria produção da campanha
de 2012, pelo que estimo que possamos
aumentar o volume de vendas de forma
significativa.
Mais de 20% face ao ano anterior?Certamente que sim.
O grupo onde a Campil se insere atingiu o pódio do setor da produção de tomate em Portugal. Chegar ao mais alto lugar do pódio da indústria no país está nos vossos horizontes?Vou responder-lhe sobre o que move a
Campil e o próprio grupo. Constituímos
um grupo cem por cento nacional, de raiz
familiar, sem participações de organiza-
ções financeiras, sólidos e que sempre
tivemos retorno na nossa atividade. Pre-
tendemos estar dessa forma sólida, agora
e no futuro, tanto no mercado nacional
como internacional, seja sobretudo na
área do tomate, sejam possivelmente de
outros produtos.
Naturalmente que fará todo o sentido o
grupo TOUL/Campil progredir e aumen-
tar a sua capacidade, mas mantemos prin-
cipalmente o objetivo de sermos melho-
res, muito competitivos e continuarmos
a dispor de uma reputação e solidez im-
pecáveis. ‹
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Dezembro 2012 | País €conómico › 2524 › País €conómico | Dezembro 2012
› grandE PLano
Luísa Amorim, Administradora da Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo, destaca a qualidade do projeto vitivinícola da família Amorim na região do Douro
o douro produz dos melhores vinhos a nível mundial
Em 1756 o Douro recebia a denominação de região demarcada na produção de vinhos,
a primeira a nível mundial. Oito anos depois, foi criada a primeira adega na Quinta Nova
de Nossa Senhora do Carmo, inscrição que faz parar de admiração todos os que visitam
a propriedade que corre ao longo de 1,5 quilómetros na margem norte do rio Douro,
perto do Pinhão. Mais de dois séculos depois, precisamente em 1999, a família do
empresário Américo Amorim adquiriu a Quinta com o firme propósito de desenvolver a
cultura da vinha e do vinho, elevando os produtos dali saídos ao mais elevado patamar
de qualidade e reconhecimento nacional e internacional. Luísa Amorim, filha mais nova
de Américo Amorim, é a Administradora da Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo, e
em entrevista à País €conómico, descreve o que mudou na propriedade desde então,
os investimentos realizados na vinha e na adega, dos vinhos de alto padrão que exporta
para 23 países, e do imenso orgulho que o projeto associado do enoturismo está a ter
para agrado dos milhares de visitantes que demandam o Douro e a própria Quinta à
procura de melhor conhecer a região e um terroir abençoado da natureza.TExTo › JORGE AlEGRIA | FoTograFia › CEDIDAS PElA QUINTA NOVA
“Há muito que a família
Amorim se destaca no pa-
norama empresarial por-
tuguês. Além da sua atividade principal,
como líder mundial na indústria da cor-
tiça, desde 1870 que a família desenvolve
várias áreas de atuação. Conhecedora, des-
de 1870, do potencial dos produtos de cor-
tiça de alta qualidade que complementam
os grandes vinhos, a família Amorim vol-
tou-se para a região demarcada do Douro,
com a aquisição da Quinta Nova de Nossa
Senhora do Carmo, em 1999”.
Esta introdução inscrita num folder pro-
mocional da Quinta Nova de Nossa Se-
nhora do Carmo, resume de forma crista-
lina a relação e o porquê da estratégia do
Grupo Amorim em entrar na área dos vi-
nhos, precisamente por essa relação umbi-
lical da cortiça com o vinho. E a ambição
de Luísa Amorim é colocar a propriedade
junto ao Pinhão a produzir os melhores
néctares de baco que o mundo poderá ab-
sorver e deliciar-se.
A administradora executiva da Quinta
Nova entrou na área dos vinhos um ano
depois da aquisição da propriedade no
Douro, entrando para a direção de marke-
ting da J.W. Burmestre, empresa na qual
o grupo Amorim tinha passado a deter
uma importante participação. Entretanto,
em 2005, Luísa Amorim assumia a dire-
ção da empresa proprietária da quinta
no Douro e passava a dedicar-se de alma
e coração à tarefa difícil e exigente, mas
essencialmente apaixonante de contribuir
para produzir vinhos que o mundo viesse
a reconhecer como de grande qualidade.
o início da produção de grandes vinhosSeria no ano seguinte, em 206, que a
Quinta Nova de Nossa Senhora do Car-
mo desenvolve uma estratégia de vinhos
do Douro no segmento de topo de gama.
Luísa Amorim sublinha que no mundo
atual, os players do setor só podem realis-
ticamente posicionar-se ou no segmento
de nicho (niche player) ou do mercado de
massas (mass market player). A gestora
refere então que a escolha para a empre-
sa foi óbvia e posicionou-se no primeiro
dos segmentos referidos, a da procura da
produção de vinhos de alta qualidade e o
consequente posicionamento em nichos
de mercado bem definidos, nomeadamen-
te os topos de gama.
Luísa Amorim recorda que para chegar
aos vinhos que já começaram a sair da
Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo,
foram necessários concretizar uma série
de importantes investimentos, a começar
na própria vinha, sublinhando que quan-
do a quinta foi adquirida existiam apenas
35 hectares de vinha plantada, ao passo
que nos investimentos realizados no cam-
po foi possível aumentar essa área de vi-
nha plantada para os atuais 85 hectares,
«o que para uma região como o Douro,
onde predominam as plantações de mui-
to pequena dimensão, conseguir juntar
numa só propriedade 85 hectares de vi-
nha, isto numa propriedade que global-
mente possui 120 hectares, é realmente
extraordinário, mas também nos faculta
uma possibilidade ímpar de desenvolver
um projeto de grande qualidade, com
muita racionalidade e exigência, e sobre-
Dezembro 2012 | País €conómico › 2726 › País €conómico | Dezembro 2012
› grandE PLano
tudo capaz de produzir vinhos muito inte-
ressantes e de enorme qualidade», enfati-
za a responsável da empresa.
Por outro lado, para além dos investimen-
tos realizados na própria vinha, em 2003
foi inaugurada a nova Adega da Quinta
Nova de Nossa Senhora do Carmo, embo-
ra «a marca identificativa da adega origi-
nal, criada no ano de 1764, continue a en-
cimar a nossa adega e a recordar a todos a
enorme responsabilidade do trabalho que
temos de desenvolver para honrar as mui-
tas pessoas que deram o seu melhor pela
quinta e pela produção de vinho nas suas
instalações, sendo presentemente a nossa
missão de prosseguir nessa caminhada,
elevando os patamares de excelência que
sempre foram caraterística da Quinta
Nova», refere Luísa Amorim.
A nova adega foi equipada com a melhor
tecnologia existente no mundo para a pro-
dução de vinhos topo de gama e nela tra-
balham um corpo de colaboradores muito
qualificados, sendo de referir o nome do
enólogo Pedro Pina Cabral, que entrou na
Quinta Nova como enólogo residente em
2010.
Segundo Luísa Amorim, em 2011 atingiu
uma faturação de cerca de dois milhões
e euros resultante de uma produção de
220 mil garrafas de vinho, tendo atingido
o décimo primeiro lugar em volume de
negócios no ranking DOC Douro, ou seja,
no ranking que apura as vendas de vinhos
em valor, e não propriamente em quanti-
dade absoluta, «o que para uma empresa
extremamente jovem como a nossa na
região é deveras interessante e penso que
traduz uma evolução muito positiva, além
de premiar o magnífico trabalho de todos
os que laboram na nossa propriedade do
Douro», salienta a gestora.
vinhos com distinções internacionaisProduzir vinhos da mais alta qualidade
constitui um risco grande, mas os provei-
tos também podem ser de grande ampli-
tude. O reconhecimento é sempre bem-
-vindo e chegou há alguns meses no guia
de Robert Parker, quando colocou os três
Grandes Reservas da Quinta Nova (Refe-
rência, Quinta Nova e Touriga Nacional)
com distinções bastante elevadas, respeti-
vamente, com 94, 93 e 92 pontos.
O portfólio dos vinhos tintos e brancos
(estes já representam 25% da produção)
produzidos na Quinta Nova de Nossa Se-
nhora do Carmo apresentam-se com as
marcas Quinta Nova de Nossa Senhora
do Carmo (DOC Douro e Vinho do Por-
to), Grainha, Pomares, ambos também na
categoria DOC Douro. De sublinhar que
aproveitando o potencial produtivo da
quinta, a empresa produz também uma
família de produtos gourmet, nomeada-
mente azeite e alguns produtos tradicio-
nais, como o Doce Extra de Uva, Mel, ou
ainda o grupo das tisanas, produtos à base
de ervas aromáticas colhidas na altura da
sua floração.
Retomando a área dos vinhos, segundo
Luísa Amorim, são já 23 os países para
onde são exportados os vinhos da Quinta
Nova de Nossa Senhora do Carmo, com
realce para as apostas mais recentes nos
mercados dos Estados Unidos da Améri-
ca e do Brasil. A gestora salienta mesmo
que «nos últimos dois anos, temos optado
por trabalhar com vários importadores
regionais nestes mercados», embora tam-
bém saliente que a empresa mantém uma
aposta firme de reforçar as suas posições
já alcançadas em diversos mercados eu-
ropeus, sendo de recordar que neste ano
de 2012 as exportações já deverão repre-
sentar cerca de 50% para a produção glo-
bal dos vinhos produzidos na quinta do
Douro.
Questionada sobre as dificuldades que
muitas vezes se colocam aos produtores
portugueses em vingarem com os seus
vinhos nos mercados internacionais, Luí-
sa Amorim sublinha que o mercado dos
vinhos a nível mundial se desenvolveu
muito nas últimas duas décadas, com a
introdução de novas tecnologias de ponta
no setor, com a chegada de novos países
produtores e de milhares de marcas aos
mercados mundiais, «além de que Por-
tugal e Espanha ficaram muito tempo
um pouco adormecidos e sem saberem
exatamente onde se posicionarem estra-
tegicamente neste mercado mundial em
mudança. Penso que Portugal já perdeu
definitivamente o comboio dos merca-
dos de massas, pelo que tem de apostar
decisivamente nos mercados de nicho, ele-
gendo a qualidade como seu paradigma e
referência de atuação e posicionamento. É
evidente que mesmo aí não é fácil, pois
defrontamos países muito reconhecidos
pelos seus vinhos de alta qualidade como
são a França e a Itália. Mas temos de nos
posicionar nesse segmento e Portugal,
devemos assumir isso, produz vinhos
magníficos, particularmente na região do
Douro, cada vez mais reconhecida e valo-
rizada a nível mundial», finalizou Luísa
Amorim.
Primeiro Hotel do vinho em PortugalPara além da produção vitivinícola, e não
esquecendo a importância da loja gour-
met que foi criada na estação ferroviária
do Pinhão, onde os visitantes que ali en-
tram podem apreciar e comprar o por-
tfólio de vinhos e restantes produtos da
Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo,
Luísa Amorim destaca com evidente orgu-
lho para o projeto do enoturismo criado
na quinta e cujo hotel do vinho criado
em Portugal – Hotel Rural Quinta Nova
de Nossa Senhora do Carmo – nascido
em 2005 (ano em que Luísa Amorim as-
sumiu a responsabilidade da Quinta e aí
pode aplicar todos os seus conhecimentos
adquiridos no curso de gestão hoteleira
da Escola Superior de Hotelaria e Turismo
do Porto e do CESE em Marketing que ti-
rou na Universidade of California Irvine
-EUA) e que resultou da reabilitação de
uma casa senhorial oitocentista.
«O projeto do enoturismo permitiu-nos
aproximar a quinta das pessoas que visi-
tam o Douro em cada vez maior número,
que pretendem conhecer �in loco� como
se faz o vinho, no fundo conhecer e com-
preender o terroir que produz aquilo de
que tanto gostam, além dessa possibilidade
extraordinária de poderem tomar uma ex-
celente refeição no “Conceitus Winery Res-
taurant”, onde além das especialidades pró-
prias do Douro, poderá provar toda a nossa
gama de vinhos», sublinha Luísa Amorim,
recordando também a possibilidade dos
visitantes poderem percorrer um circuito
com doze quilómetros de extensão, «todo
dentro da nossa propriedade, o que é mui-
to bom para quem se desloca a um local
privilegiado como é de facto a Quinta Nova
de Nossa Senhora do Carmo». ‹
Dezembro 2012 | País €conómico › 2928 › País €conómico | Dezembro 2012
› grandE PLano
António Silvestre Ferreira, Presidente da Sociedade Agrícola do Vale da Rosa
vamos aumentar a quota de exportação
Com uma mercado nacional em profunda crise, a Herdade do vale da Rosa,
próximo de Ferreira do Alentejo, aumentou este ano a produção, as exportações e
consequentemente o volume de negócios. António Silvestre Ferreira, presidente da
empresa do Vale da Rosa, que presentemente já é mais do que uma empresa, é a mais
reconhecida marca portuguesa de uva de mesa, explica que os novos investimentos na
vinha, na recepção das uvas e na área do frio, acompanhadas pelas acções de melhoria
da formação dos quadros da empresa permitiram melhorar ainda mais a qualidade das
uvas que são produzidas numa região – o Alqueva - que António Silvestre Ferreira
apelida como tendo «tudo para ser uma das regiões de agricultura nobre da Europa».TExTo › JORGE AlEGRIA | FoTograFia › RUI ROCHA REIS
a conjuntura do consumo do mer-
cado nacional tem sido altamen-
te desfavorável no presente ano,
e António Silvestre Ferreira não espera
melhorias em 2013. Por isso, «num ano
em que aumentámos a nossa produção
de 4.500 toneladas de uva de mesa pro-
duzidas no ano passado para as cinco
mil toneladas produzidas neste ano, foi
no aumento das exportações que conse-
guirmos, e de que maneira, compensar a
forte contracção do mercado interno, na
medida em que conseguimos atingir ou-
tros mercados no exterior e, consequente-
mente, elevar a nossa quota de exportação
de 25% alcançados em 2011 para 35% em
2012. E pretendemos continuar a subir
essa percentagem no próximo ano», lança
com contundência e acentuada ambição
o líder da principal empresa portuguesa
produtora de uva de mesa, que encerrará
o presente ano com uma faturação na or-
dem dos 7,5 milhões de euros.
Os novos mercados alcançados este ano
forma essencialmente a Holanda, a Bélgi-
ca, Angola e China, «para onde seguiu re-
centemente o nosso primeiro contentor»,
além do reforço do tradicional mercado
britânico, onde «a Marks & Spencer é o
nosso principal cliente e está muito satis-
feito com o nível de qualidade e o servi-
ço das uvas do Vale da Rosa, hoje em dia
reconhecida no reino Unido como um
produto fantástico e de elevada qualidade
e sabor», enfatiza António Silvestre Fer-
reira.
Sublinhando o excelente resultado al-
cançado na exportação para o mercado
holandês, responsável em grande medida
pelo aumento das exportações no corren-
te ano, o líder da propriedade de Ferreira
do Alentejo pretende reforçar no próximo
ano a atenção ao mercado angolano, mer-
cado para onde já exportou no presente
ano, mas possui o objetivo de reforçar ex-
ponencialmente a sua presença em 2013.
aumentar as exportaçõesAntónio Silvestre Ferreira referiu à País €conómico que a Herdade do Vale da
Rosa, fruto dos investimentos concretiza-
dos nos últimos anos na expansão da área
plantada de vinha, além das melhorias in-
troduzidas com novas estufas e ainda me-
lhor apoio técnico, é possível aumentar a
capacidade de produção de uvas nos pró-
ximos anos, permitindo dessa forma ultra-
passar as cinco toneladas produzidas em
2012 e elevar igualmente a performance
no capítulo das exportações que saem em
número cada vez maior para várias par-
tes do mundo, conseguindo atingir cada
vez mais mercados com elevado grau de
exigência e sofisticação na qualidade dos
produtos que consomem, mas oferecendo
em contrapartida mais elevados retornos
pelos produtos adquiridos, ou seja, as uvas
do Vale da Rosa pretendem chegar a me-
sas e consumidores que possibilitem um
maior valor acrescentado e ganho nessa
caminho da qualidade e das exportações.
Aliás, o empresário não se cansa de subli-
nhar que «Portugal é um país que imprime
aos seus produtos um sabor inigualável, e
se trabalharmos com profissionalismo, se
investirmos na formação das pessoas, po-
deremos ter um presente e um futuro na
agricultura portuguesa muito promisso-
res». António Silvestre Ferreira destacou
mesmo o enorme potencial da região do
Alentejo diretamente influenciada pela
Barragem do Alqueva, «que está a transfor-
mar a tradicional agricultura de sequeiro
em terras de regadio, permitindo a práti-
ca de uma nova agricultura em terras em
que algumas das quais eram até agora
praticamente virgens e que agora demons-
tram todo o seu potencial para produzir os
produtos agrícolas de que o país precisa e
de que podemos também exportar, como
estamos a provar no Vale da Rosa», enfati-
zou um empresário que desde o início da
década de setenta do século passado atua
com grande destaque na produção de uva
de mesa de excelência. ‹
31 › País €conómico | Dezembro 201230 › País €conómico | Dezembro 2012
anTónio mELo PirEsO Diretor Geral da VW Autoeuropa foi o primeiro português a assumir o principal posto na fábrica da multinacional alemã em Palmela e está apostado em desenvolver a mais importante unidade industrial do setor automóvel existente no nosso país. Anunciou novos investimentos no valor global de 109 milhões de euros na melhoria da fábrica e está apostado em ganhar um novo modelo da VW para ser fabricado no nosso país. ‹
JorgE rEBELo dE aLmEidaO Presidente do Grupo Vila Galé continua na senda dos investimentos e da aposta no mercado brasileiro, com o anúncio da construção do futuro Hotel Vila Galé Rio de Janeiro que deverá estar pronto antes do início do Mundial de Futebol em 2014. Em Portugal continua a construção do futuro Vila Galé Palácio dos Arcos, a primeira unidade de cinco estrelas do grupo em Portugal. ‹
Francisco riBEiro TELLEsO Embaixador de Portugal no Brasil apenas chegou no início deste ano a Brasília, mas está a ajudar de forma muito significativa a que os produtos portugueses não sejam prejudicados no mercado brasileiro. Foi o que aconteceu recentemente com o vinho e com o azeite. O diplomata é um dos ícones da nova diplomacia económica portuguesa à escala global. ‹
Autoeuropa, SGL, Tyco, Sonae e Bial com novos investimentos
alemães preparam novos investimentos em PortugalA Autoeuropa está a ser afetada pela retração na aquisição de viaturas em vários merca-
dos mundiais, mas a empresa da Volkswagen vai investir quase 110 milhões de euros no
próximo dois anos na fábrica na optimização dos processos produtivos e em várias áreas
de inovação, «isto independentemente de virmos a captar ou não um novo modelo para a
unidade, embora seja naturalmente desejável e importante que isso possa vir a suceder»,
referiu recentemente António Melo Pires, Diretor Geral da VW Autoeuropa, garantindo
simultaneamente que os postos de trabalho atuais na empresa de Palmela se vão manter
em 2013.
Por outro lado, o ciclo de investimentos alemães em Portugal passou também pela vizi-
nha zona do Barreiro, onde a SGL Group investiu 29 milhões de euros para adquirir a Fi-
sipe, e pretendem reforçar esse investimento em mais 25 milhões de euros para reforçar
a capacidade de produção da empresa. Segundo a SGL Group, a Fisipe não só vai manter
os atuais 330 postos de trabalho, como vai criar mais 12 postos de trabalho em virtude do
investimento na remodelação e ampliação de duas linhas de produção da Fisipe.
Por sua vez, a Tyco Electronics, produtora de relés para a indústria automóvel, vai expan-
dir a sua unidade fabril em Évora com um investimento de 30,6 milhões de euros, dos
quais 25 milhões de euros de incentivos comunitários, e que permitirá a criação de novos
25 postos de trabalho, além da manutenção dos atuais 1537.
Mas, enquanto as empresas alemãs investem em Portugal, e poderá estar também na
calha um novo investimento da Bosch na sua unidade de Braga, a portuguesa Sonae man-
tém a aposta no reforço da internacionalização da sua operação de retalho, tendo inaugu-
rado recentemente a abertura da sua primeira loja Zippy (vestuário de bebé e criança) na
Venezuela, e a breve prazo entrará na Colômbia e no Panamá.
Por outro lado, a farmacêutica Bial, com sede na Maia, prepara a sua entrada nos merca-
dos da Colômbia e do Peru, embora isso só deva ocorrer em 2014. A empresa já visitou
o Peru «em duas ou três ocasiões», reconheceu António Portela, presidente da Bial, no
decorrer de uma cerimónia em Lisboa com o presidente do Peru. ‹
› a aBrir
dana redfordEste académico norte-americano foi o
coordenador do primeiro estudo de Intra-
empreendorismo que foi recentemente
apresentado em Portugal e que teve a
especial colaboração do Lisbon MBA. Neste
estudo foram apresentados doze exemplos
“best practices” em termos empresariais,
tanto em Portugal como noutros pontos do
mundo. ‹
Bruno charnecaÉ o novo Diretor de Negócios da Mind
Source, empresa de base tecnológica
especializada em Consultoria e Outsourcing.
O novo responsável vai acompanhar os
clientes da empresa e também ter uma
participação direta na criação de uma
empresa na Polónia, onde será o futuro
Diretor na empresa a criar naquele país do
leste europeu. ‹
Luís correiaÉ um dos novos Financial Analysts da
Servdebt – Capital Asset Management,
empresa independente de recuperação e
gestão de ativos. Esta contratação surge
na sequência da estratégia de crescimento
e intervenção em novos mercados e que
permitem à empresa gerir ativos na ordem
dos mil e quinhentos milhões de euros. ‹
subindo na Pirâmide
› noTícias
Fitch confirma solidez da Prévoir-vieA Agência Fitch Ratings confirmou a solidez financeira (Insurance Finatial Strengh –
IGS) das sociedades Prévoir-Vie e Prévoir-Risques Divers, ao classifica-las com �A�. A
Agência de rating confirmou igualmente a nota �A-� (Long Term Issuer Default Rating
– IDR) à holding do grupo, a Societé Centrale Prévoir. Todas estas empresas segundo a
conhecida agência de rating possuem uma perspetiva de evolução estável.
Recorde-se que a Prévoir-Vie é a sucursal portuguesa do Groupe Prévoir, especialista nos
seguros de pessoas. Opera exclusivamente em Portugal ma área dos seguros de vida e de
previdência. A Prévoir-Vie possui a sua sede na cidade do Porto, e conta com cerca de 350
mediadores, espalhados pelos seus atuais 14 escritórios, respetivamente, em Amarante,
Aveiro, Braga, Coimbra, Évora, Figueira da Foz, Lamego, Leiria, Lisboa, Vila Real, Porto,
Santarém, Viana do Castelo e Viseu. A nível internacional, para além de Portugal, onde
está desde 1996, o grupo francês está também presente na Polónia, Vietname, Brasil e
mais recentemente no Cambodja. ‹
meios Tec aumenta capitalA Meios Tec, empresa de integração de Sistemas e Serviços de Engenharia na área das
TI, decidiu reforçar os seus capitais próprios, reforçando o seu capital social dos 200 mil
euros para 350 mil euros. Este reforço de capitais será fundamentalmente destinado a
suportar os investimentos associados ao processo de internacionalização, onde no final
do presente ano os negócios no exterior já deverão valer cerca de 35% da faturação da
empresa. A Meios Tec pretende estar operacional nos mercados de Angola e de Moçambi-
que, pelo que Luís Parreira, administrador da empresa portuguesa sublinhou que «o pro-
cesso de internacionalização está a correr com a linha de estratégia definida e atravessa
uma fase crucial para o seu sucesso, com a consolidação da parceria no mercado angolano
e a celebração de um acordo tripartido com um parceiro do mercado moçambicano». No
final de 2012, os mercados internacionais deverão valer 35% da faturação de 600 mil
euros da Meios Tec. Em 2013 o pipeline rondará um montante de dois milhões de euros
em Angola e cerca de 4 milhões de euros em Moçambique. ‹
Cinco consórcios disputam privatização da ANA – Aeroportos de Portugal
Portugueses presentesO Governo escolheu cinco consórcios para concorrerem ao processo
de privatização da ANA – Aeroportos de Portugal. Os cinco consórcios
são, respetivamente, a Blink, que integra os colombianos da Odinsa
e os portugueses da Mota-Engil, a Eama, que junta os argentinos da
Corporacion América com os grupos portugueses Sonae Sierra, Auto
Sueco e Empark, e a brasileira Engevix, os alemães da Fraport, a fran-
cesa Vinci e os suíços Flughafen Zurich, aos quais se juntaram recen-
temente os brasileiros da CCR e o Global Infraestructure Partners. Os
cinco consórcios concorrentes terão de apresentar as suas propostas
vinculativas ao Governo até ao próximo dia 14 do corrente mês. O
governo português espera realizar um encaixa financeiro a rondar os
2,5 mil milhões de euros com a privatização da ANA. ‹
Dezembro 2012 | País €conómico › 3332 › País €conómico | Dezembro 2012
› grandE EnTrEvisTa
Samuel Cunha, Administrador de Tintas Europa
«queremos consolidar o nosso futuro com uma boa presença em angola e moçambique»
Instalada há quase 35 anos na Aldeia do Freixo, concelho de Alijó, a Tintas Europa é
uma empresa especializada na produção de tintas, esmaltes e vernizes, que tem no
mercado nacional uma forte presença. Com a crise que ocorre em Portugal e que nos
últimos anos tem afetado grandemente o setor da Construção Civil, que é vital para a
sua sustentabilidade, as atenções das Tintas Europa estão também voltadas para Angola
(onde tem uma delegação) e Moçambique, um mercado a levar em conta. Em entrevista
que concedeu à País €conómico, Samuel Cunha, administrador da Tintas Europa,
lembra que os últimos cinco anos foram os mais difíceis da história da sua empresa.
«Foram tempos complicados que nos levaram a ter de reajustar a empresa, preparando-a
para melhor poder enfrentar os desafios inerentes a um setor tão competitivo como
este. E agora estamos no bom caminho, muito esperançados com a ajuda que o
mercado externo nos poderá dar, porque qualidade e inovação não nos falta», sublinhou
Samuel Cunha que quer manter a Tintas Europa por muitos e bons anos, prestigiando
essencialmente o concelho de Alijó e a região de Trás-os-Montes.TExTo › VAlDEMAR BONACHO | FoTograFia › RUI ROCHA REIS
samuel Cunha não esconde que o
setor da Construção Civil foi sem-
pre determinante no desenvolvi-
mento e sustentabilidade da sua empresa,
e nesta entrevista que concedeu à P€ fez
questão de lembrar que devido à crise
quase profunda onde aquele setor está
mergulhado, a Tintas Europa viveu nos
últimos cinco anos o período mais difícil
da sua existência.
Foi precisamente há cinco anos que Sa-
muel Cunha assumiu o cargo de adminis-
trador da Tintas Europa, tinha então 23
anos de idade. Seu pai, António Cunha,
e mais um seu irmão, têm a responsabi-
lidade de levar por diante os negócios da
Tintas Europa em Angola, onde está há
duas décadas. Queremos com isto dizer
que coube a Samuel Cunha a missão de
comandar um processo de reestruturação
da empresa para diminuir os efeitos dessa
crise, e prepará-la para o futuro.
A abrir esta entrevista Samuel Cunha
reviveu esta parte difícil do percurso da
Tintas Europa. «Nos últimos cinco anos
temos tido pela frente uma caminhada
muito difícil. A crise económica instalou-
-se na Construção Civil, que é uma área
onde nos movimentamos muito bem, e
isso fez com que estes últimos cinco anos
tenham sido os mais difíceis da vida da
nossa empresa. Foram anos muito com-
plicados, até porque já vínhamos de uma
pequena recessão, e face as essas circuns-
tâncias tivemos a necessidade de reajustar
a empresa, fazer algum corte na despesa
(sobretudo controlar a despesa) e, para
além disso, distribuir melhor as áreas de
trabalho dos nossos colaboradores. Tive-
mos basicamente que fazer uma reestru-
turação da empresa. Nessa altura (e a ideia
foi minha) achámos também por bem al-
terar a imagem institucional da empresa.
Foi uma reestruturação fortíssima, que ti-
nha de ser feita para que a Tintas Europa
não perdesse identidade e ritmo competi-
tivo. E estas alterações beneficiaram gran-
demente a nossa estrutura empresarial»,
refere o administrador da Tintas Europa.
Há 15 anos atrás, com a Construção Civil
em ascendência e a viver tempos áureos,
a Tintas Europa também decidiu desen-
cadear uma ofensiva de marketing, onde
a nota mais relevante se traduziu no pa-
trocínio ao Desportivo de Chaves, e nessa
altura demos um salto muito grande em
termos promocionais, o que nos valeu ser-
Dezembro 2012 | País €conómico › 3534 › País €conómico | Dezembro 2012
› grandE EnTrEvisTa
mos conhecidos em todo o país, incluin-
do ilhas. Mas viríamos a ter uma quebra
significativa, porque a empresa não soube
fazer cortes no momento em que a eco-
nomia já dava sinais de desaceleração e o
setor da Construção Civil começava a per-
der vitalidade. Direi que de certa maneira
não soubemos prever esta crise», relata
Samuel Cunha, que após uma breve pau-
sa, prossegue o seu esclarecimento.
quando angola é uma oportunidade«Nessa altura o meu pai já estava em
Angola (ele e a Tintas Europa já lá estão
há mais de 25 anos, e ele costuma dizer
que já se sente tão angolano como portu-
guês), e quando se fala que as crises (como
esta que estamos a viver) proporcionam
oportunidades, direi que neste momento
é muito complicado reconhecer que Por-
tugal é uma oportunidade. Ao contrário,
direi que Angola é neste momento uma
oportunidade». Uma nova pausa, e Sa-
muel Cunha reforça o seu discurso.
optar pela área da impermeabilização«Face a este momento de crise na Cons-
trução Civil, a nossa iniciativa tem de pas-
sar por procurar mercados que até hoje
não temos acompanhado. Isto obviamen-
te sem esquecer sempre a importância do
mercado nacional, que continua, apesar
de tudo, a ser para nós um mercado estra-
tégico. Agora passa por criar produtos al-
ternativos para além das tintas, para além
dos vernizes, para além dos esmaltes, es-
tamos propriamente dito a falar de pro-
dutos adaptáveis à área das impermeabi-
lizações, porque este, sim, é um mercado
onde ainda não existe muita concorrên-
cia. E neste capítulo a Tintas Europa quer
antecipar-se e poderá fazer uma grande
aposta nesta vertente», chamou a atenção
o jovem administrador da Tintas Euro-
pa, para a este propósito sublinhar ainda
que a experiência da empresa na área da
impermeabilização está a ter um grande
sucesso. «Estamos a descer um pouco as
vendas ao setor da Construção Civil, mas
por outro lado estamos a ser compensa-
dos pelas vendas no mercado destes pro-
dutos auxiliares. Mas estamos a falar de
vendas ainda pouco expressivas, uma vez
que este é um produto muito específico
que nem toda a gente consegue aplicar
porque envolve uma mão-de-obra muito
técnica», especificou Samuel Cunha.
«O surgimento deste segmento ficou-se
a dever essencialmente a muita pesquisa
de mercado, opiniões obtidas junto dos
nossos clientes, e a muito trabalho de
inovação conduzido pelos nossos inves-
tigadores no nosso laboratório», lembra
Samuel Cunha, adiantando que «o nosso
laboratório teve a inteligência para come-
çar a procurar um produto, e perante os
nossos fornecedores a procurar matérias-
-primas que permitissem resolver os pro-
blemas dos nossos clientes. Foram dois ou
três anos de desenvolvimento do produto,
de vários testes, e hoje estamos muito sa-
tisfeitos com os resultados obtidos com
este produto que está no mercado há dois
Dezembro 2012 | País €conómico › 3736 › País €conómico | Dezembro 2012
› grandE EnTrEvisTa
anos», elucidou o administrador da Tintas
Europa.
Faturação em angola cresce 27 por centoEm 2011 a faturação da Tintas Europa
somou 2,6 milhões de euros. Entretanto,
levando em consideração o desenvolvi-
mento das vendas até Novembro de 2012,
Samuel Cunha admite que este ano possa
existir um decréscimo à volta de 6% em
relação ao ano anterior. Mas não são con-
tas definitivas, até porque até ao fim do
ano a situação pode melhorar um pouco.
«Enquanto há um retrocesso na nossa
faturação em Portugal, em Angola nesta
altura estamos com um crescimento nas
vendas da ordem dos 27%, ou seja mais
11/12 por cento que em 2011.
A Tintas Europa foi em 1998 distinguida
com o Prémio Prestígio, e atribuição des-
te prémio mereceu um breve comentário
de Samuel Cunha. «Antes de mais é um
estímulo, é a prova de que estamos no
bom caminho, que as nossas ideias estão
a ser seguidas e que a empresa é credível
no mercado financeiro e no mercado de
trabalho.
Logicamente que isso nos dá confiança
para melhor enfrentarmos os desafios do
futuro», reage o administrador da Tintas
Europa.
Exportar é palavra de ordemEsta empresa de Alijó emprega neste mo-
mento 40 pessoas, distribuídas pela sede
e pelas seis lojas existentes no país: Ilha
Terceira (Açores), Braga, Viseu, Ermesin-
de, Sintra e Boliqueime (Algarve). «Nesta
altura e dado o risco elevado que compor-
ta uma iniciativa deste género, não pen-
samos abrir novas lojas. Mas no futuro
isso poderá acontecer», observou p admi-
nistrador da Tintas Europa, para deixar
claro que neste momento a perspectiva
passa pela exportação. «Todas as nossas
lojas dão retorno, nenhuma delas nos dá
prejuízo, e vamos mantê-las porque quere-
mos estar perto dos nossos clientes. Mas a
exportação é agora uma prioridade indes-
mentível», sublinhou Samuel Cunha.
«Neste momento o nosso principal merca-
do externo é Angola e Moçambique tam-
bém passa pelo nosso futuro, até porque
é um mercado em franco crescimento.
A Guiné-Bissau também esteve este ano
na nossa agenda, mas os problemas que
tiveram a ver com a revolta militar que
aconteceu este ano naquele país, adiaram
esta nossa iniciativa. Portanto, para além
das boas prestações que temos tido em
Angola ao longo destes 25 anos, estamos
a envidar esforços para tentar entrar no
mercado de Moçambique. Qualquer um
destes mercados dão-nos boas perspeti-
vas», destacou Samuel Cunha, que nesta
entrevista avançou com um pormenor
que nós próprios classificamos vital nas
relações com os PALOP. Referimo-nos
à Língua Portuguesa. «Nas relações co-
merciais com estes mercados temos uma
grande vantagem em relação aos restantes
países da Europa, que é a nossa língua, a
nossa identidade», alertou Samuel Cunha,
que questionado sobre um eventual in-
teresse da Tintas Europa pelo mercado
brasileiro, foi perentório: «Para já é mais
distante que o mercado africano, e neste
momento as nossas perspetivas não pas-
sam pelo Brasil. É uma hipótese que está
posta de parte, embora reconheçamos ser
um mercado de grandes potencialidades»,
rematou Samuel Cunha.
Os produtos concebidos pela marca Tintas
Europa são sujeitos a um rigoroso critério
de avaliação da sua qualidade. «Só assim
teremos a certeza de bem servir os nossos
clientes, que são sempre a nossa principal
preocupação», sublinhou Samuel Cunha
que, a este propósito, elogiou a grande en-
trega de todos os que trabalham na Tintas
Europa no processo de certificação no âm-
bito da Qualidade: a ISO 9001:2000, «que
em termos organizacionais e competitivos
foi uma mais-valia importante», reconhe-
ceu o administrador da Tintas Europa. ‹
Dezembro 2012 | País €conómico › 3938 › País €conómico | Dezembro 2012
› LusoFonia › Brasil
martifer ganha estádio de manausDepois de ganhar a construção da cobertura metálica dos
estádios de futebol brasileiros em Fortaleza, Salvador e
Porto Alegre, a Martifer acabou de conquistar a colocação
da cobertura de um quarto estádio brasileiro de futebol,
mais propriamente a do estádio de Manaus, mais conhe-
cido como o “Ninho de Pássaro”. Exceptuando o caso do
estádio do Grémio de Porto Alegre, os outros três estão
seleccionados para receberem jogos do campeonato mun-
dial em 2014, sendo que o Castelão (na foto) em Fortaleza será já
inaugurado no próximo dia 21 do presente mês de Dezembro.
A obra no estádio da capital do Amazonas redundará numa recei-
ta para a Martifer de 48 milhões de euros.
No entanto, as boas notícias vindas do Brasil para a empresa com
sede em Oliveira de Frades não se circunscreveram ao estádio de
Manaus. Também do Rio de Janeiro vieram duas obras juntarem-se
ao portfólio da empresa no Brasil. A primeira, o do futuro Museu
do Amanhã, projeto do arquiteto espanhol Santiago Calatrava, que
constitui um projeto âncora na revitalização da zona portuária do
Rio de Janeiro. Já no que respeita à Transcarioca será um corredor vi-
ário que ligará ao longo de 38 quilómetros a zona da Barra da Tijuca
ao Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão). Nestas duas obras,
a Marifer terá um encaixe na ordem dos 74 milhões de euros. ‹
Portugal exporta maisEm Outubro, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Co-
mércio Exterior do Brasil, as exportações portuguesas para o Brasil voltaram a
crescer tendo atingido os 88,4 milhões de dólares, um valor acima dos 77,5 mi-
lhões de dólares que o país importou do mercado brasileiro. Outubro constituiu
o terceiro mês em 2012 onde as exportações portuguesas para o Brasil superaram
as importações originárias deste país. No acumulado dos primeiros dez meses
deste ano, as exportações portuguesas para o Brasil atingiram os 805,8 milhões de
dólares, um crescimento de 26,7 por cento, enquanto as importações atingiram
até Outubro o valor de 1,4 mil milhões de dólares, uma diminuição de 22% face
ao período homólogo do ano passado. O azeite continua a ser o principal produto
português exportado para o Brasil, com uma quota de 19%, enquanto o petróleo
é o principal produto brasileiro importado. ‹
mostra do imobiliário Português no rio de JaneiroA Câmara Portuguesa de Comércio e Indústria do Rio de Janeiro, em parceria com
a Consultan e a WL Partners, vai promover nos dias 7, 8 e 9 deste mês de Dezem-
bro, no Palácio São Clemente, sede do consulado português na cidade carioca, a
1ª Mostra do Imobiliário Português no Rio de Janeiro (MIP 2012). O evento foi
concebido pelo presidente da câmara portuguesa no Rio, Paulo Elísio de Souza,
e pretende oferecer aos cariocas a possibilidade de conhecerem vários projetos
imobiliários portugueses, considerados como uma oportunidade para um bom
investimento brasileiro em Portugal, além de possibilitarem aquando da aquisi-
ção de imóveis acima dos 500 mil euros um visto de residência permanente em
Portugal, com extensão a toda a Europa comunitária. ‹
aicep mostra Portugal em são PauloA Aicep vai realizar nesta primeira semana de
Dezembro, no Parque Ibirapuera, em São Pau-
lo, uma Mostra de Portugal Moderno, Sentir
Portugal, pretendo com esta iniciativa apresen-
tar um país inovador e dinâmico, cosmopolita,
de qualidade e virados para setores de ponta
e contemporâneos, como a ciência, tecnologia,
arquitetura, design, moda, calçado, têxteis, cor-
tiça, turismo, além de vários outros.
Carlos Moura, diretor da Aicep Portugal Global
no Brasil tem estado muito ativo na divulgação
das potencialidades do nosso país no Brasil,
como aconteceu em Outubro na Bahia, e no
final desse mês promoveu em São Paulo um
encontro com a comunidade empresarial por-
tuguesa sediada na capital económica e finan-
ceira do Brasil, encontro que contou também
com a presença do Cônsul português Paulo
Lourenço, e com o Presidente da Câmara Por-
tuguesa de Comércio, Manuel Tavares de Al-
meida Filho.
Este constitui o primeiro encontro realizado
e procura aproximar a estrutura da Aicep dos
executivos portugueses em São Paulo, amplian-
do o conhecimento e a atuação da estrutura da
entidade no Brasil. ‹
Associação da Raia Histórica aproxima-se de Minas Gerais
Protocolo e geminação entre municípiosA Associação da Raia Histórica, com sede no município de Tran-
coso, distrito da Guarda, assinou a 8 de Novembro em Belo Hori-
zonte, capital do estado brasileiro de Minas Gerais, um protocolo
com a Câmara Portuguesa de Comércio de Minas Gerais, e no dia
seguinte assinou o acordo de geminação com o município minei-
ro de Itabirito.
Na capital mineira, Júlio Sarmento, presidente da Associação Raia
Histórica, assinou com Fernando Meira Dias, presi-
dente da Câmara Portuguesa de Comércio em Minas
Gerais, um protocolo de cooperação para o desenvolvi-
mento e aprofundamento de acções que visem a pro-
moção económica, social, turística e cultural nos respe-
tivos territórios de intervenção.
No acordo celebrado, ambas as entidades estabelecem
propósitos de “dinamização dos tecidos económico, so-
cial e outros a eles associados, bem como uma ampla
participação na promoção, divulgação e intercâmbio de
produtos, pessoas e serviços que fortaleçam os laços de
cooperação”.
A Associação Raia Histórica compreende os concelhos
de Trancoso, Pinhel e Figueira de Castelo Rodrigo, to-
das no distrito da Guarda.
Já em Itabirito, Júlio Sarmento, na qualidade de presi-
dente da Câmara Municipal de Trancoso, assinou com
o seu homólogo Manoel da Mota Neto, um protocolo
de geminação entre as duas cidades, uma “geminação que tem
como fundamento, o interesse cultural e histórico de aprofundar
a ligação entre Itabirito no Brasil e Trancoso”.
De referir ainda que um dos objetivos da geminação passará pela
realização do estudo histórico e científico do topónimo Itabirito
com base na história e na acção do seu fundador, Luís Figueiredo
Monterroyo, senhor de Torre de Terrenho, concelho de Trancoso. ‹
câmara de minas e Fumsoft no PortoA Câmara Portuguesa de Comércio de Minas Gerais e a Fu-
msoft, entidade de promoção tecnológica do Estado brasi-
leiro, vão promover de 10 a 16 de Dezembro, uma missão
empresarial a Portugal para intercâmbios de natureza tec-
nológica, tendo como interlocutor a Universidade do Porto.
Os integrantes desta missão mineira ao Porto debaterão com
cerca de 40 empresas incubadas no Centro Tecnológico da
Universidade do Porto as oportunidades de integração e par-
cerias de negócios. O sentido dos empresários brasileiros é
mostrarem aos seus congéneres portugueses as vantagens
de parcerias com o setor tecnológico brasileiro. Recorde-se
que já em Abril do presente ano, empresas tecnológicas de
Minas Gerais tinham efetuado uma visita a Lisboa e ao Porto.
As tecnológicas mineiras também visitaram Moçambique e
segundo a Fumsoft em 2013 as acções estarão voltadas para
a América Latina, Moçambique, França e EUA. ‹
vinhos verdes promoveram-se em Belo HorizonteSeguindo o caminho de forte crescimento registado no mercado bra-
sileiro, a Comissão de Viticultura dos Vinhos Verdes, em conjunto
com várias empresas deste segmento do vinho português, realiza-
ram em meados de Novembro, uma acção promocional em São Pau-
lo e em Belo Horizonte. Segundo a Comissão dos Vinhos Verdes, na
última década as suas exportações para o Brasil subiram 114%. Os
resultados do primeiro semestre de 2012 comprovam a subida das
exportações de vinho verde português para o Brasil, com a venda
de 572 mil litros, mais 51 mil litros do que em igual período do ano
anterior. Estas vendas resultaram numa receita de 1,2 milhões de
euros. Para além da própria Comissão, estiveram presentes nas capi-
tais paulista e mineira, as adegas cooperativas de Barcelos, Monção,
Ponte de Lima, Vale de Cambra, e pelas empresas Aveleda, Enoport,
Garantia das Quintas, Vinhos Norte, Provam, Quinta da Lixa, Quinta
da Raza, Quinta das Arcas, Quinta de Carapeços, Quinta de Gomariz,
Quintas de Melgaço e Viniverde. ‹
Dezembro 2012 | País €conómico › 4140 › País €conómico | Dezembro 2012
› LusoFonia › Brasil
correios do Brasil querem cTTCom a privatização dos CTT no horizonte para o início de 2013, um dos primeiros candi-
datos anunciados à compra dos correios portugueses são precisamente os seus homólogos
brasileiros. Uma proposta dos Correios e Telégrafos do Brasil para a aquisição dos CTT é
incentivada pelo próprio governo brasileiro, e segundo o jornal Folha de São Paulo tem o
aval do governo português.
Um dos modelos avançados como possíveis, poderá passar por uma parceria dos Correios
do Brasil com o próprio Banco do Brasil de forma a criar futuramente um banco postal
em Portugal. Segundo declarações em Novembro ao diário paulista, o presidente da estatal
brasileira, Wagner Pinheiro de Oliveira, admitiu interesse nos correios portugueses, embora
tenha referido um lacónico «ainda não pensámos nisso», para referir a seguir que «o que
queremos e no que estamos a trabalhar é aprofundar a relação com os CTT», de modo a
reforçar as parcerias com países de língua portuguesa de forma a facilitar a entrada e saída
de correio do Brasil. ‹
super Bock avança para o BrasilAntónio Pires de Lima, presidente da cervejeira portuguesa Unicer, que produz a
Super Bock, prepara-se para entrar no mercado brasileiro, o que deverá acontecer
no início do próximo ano. Em declarações efetuadas no mês passado, o líder da cer-
vejeira com sede em Leça do Balio, referiu que «a partir de 2013, vamos ter equipas
no Rio de Janeiro, São Paulo, Nova Iorque e Maputo para poderem desenvolver
�in loco� as oportunidades que, entretanto, detectámos de crescimento da marca
Super Bock, bem como da nossa marca “Pedras”». A respeito do mercado brasileiro,
Pires de Lima ainda adiantou que «estamos a ultimar a contratualização (com o
parceiro brasileiro) de forma a podermos avançar com a produção local durante o
primeiro trimestre de 2013». O líder da cervejeira portuguesa referiu igualmente
que a empresa está em forte desenvolvimento em Angola, Cabo Verde, Guiné, Fran-
ça e Espanha, pretendendo agora, para além do Brasil, apostar intensamente nos
mercados norte-americano e moçambicano. ‹
abreu advogados no BrasilA sociedade Abreu Advogados assinou re-
centemente um protocolo de cooperação e
parceria com a sua congénere brasileira Si-
queira Castro Advogados, uma das mais des-
tacadas sociedades de advogados do Brasil.
O objetivo desta nova parceria luso-brasilei-
ra será a de apoiar os clientes de ambos os
escritórios em Portugal, no Brasil, bem como
em países como Angola e Moçambique. ‹
EdP Escelsa certificadaA EDP Escelsa, empresa de distribuição elé-
trica do grupo EDP no Brasil, com atuação no
estado do Espírito Santo, recebeu a certifica-
ção ISSO 14001, do Sistema de Gestão Am-
biental (SGA), atestando que as instalações
físicas no Centro Operacional de Carapina e
as Subestações de Maguinhos, na Serra, e de
Goiabeiras, em Vitória, estão adequadas aos
mais rigorosos padrões ambientais. A EDP
Escelsa tem atuação no estado do Espírito
Santo e atende nesta região brasileira cerca
de 1,29 milhões de unidades consumidoras
em 70 municípios capixabas. ‹
rio nave quer estaleiros de viana do casteloA empresa brasileira Rio Nave é um dos dois candidatos à aquisição dos 95% do
capital dos estaleiros navais portugueses de Viana do Castelo (ENVC), estando em
competição com uma empresa russa, concretamente o grupo JSC. O projeto apre-
sentado pela Rio Nave contempla uma parceria entre os portugueses da Lisnave e
os Estaleiros Navais de Viana do Castelo, de forma a potenciar a área de reparação
naval nos estaleiros de Viana.
Segundo o presidente da Rio Nave, Mauro Campos, «a Lisnave tem uma rede in-
ternacional muito forte de reparações e essa rede pode ser uma forma de potenciar
os ENVC». O líder da empresa brasileira, em declarações ao Diário Económico,
também referiu que os ENVC estão em boas condições e prontos a operar, embora
admitindo que sejam necessários alguns investimentos, «na ordem das dezenas
de milhões de euros numa primeira fase, sobretudo na infraestrutura do próprio
estaleiro, nas oficinas e na manutenção da maquinaria». ‹
Porto sul em ilhéus vai ser realidadeO Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recur-
sos Naturais (Ibama) confir-
mou a concessão da Licença
Prévia para a construção do
Porto Sul, no distrito de Ari-
taguá, próximo à cidade de
Ilhéus, no sul do estado bra-
sileiro da Bahia.
A aprovação de um dos pro-
jetos de maior alcance estra-
tégico para o governo baiano
liderado pelo Governador
Jaques Wagner, permitirá
avançar com a construção de
um terminal público e de um
outro privado, além de um
quebra-mar localizado a 3,4
quilómetros da costa. De re-
ferir que o terminal privado
será utilizado pela empresa
Bahia Mineração (Bamin) e
escoará o minério de ferro,
clinquer, soja, etanol e vá-
rios outros produtos sólidos,
muitos dos quais trazidos
pela nova ferrovia (em construção) oeste-leste, que terminará
justamente no Porto Sul. Segundo o secretário da Casa Civil, Rui
Costa, «a decisão do Ibama confirma a qualidade e a sustentabili-
dade deste projeto, que é prioridade para o Governo da Bahia». O
secretário adiantou também que o Governador Jaques Wagner re-
cebeu a notícia «com grande alegria», o que foi depois confirmado
através da assessoria de imprensa do governo com o governador a
garantir que «tanto o governo quanto o empreendedor acertaram
todas as condicionantes para que o projeto traga desenvolvimento
sustentável», finalizou Jaques Wagner. ‹
Porto de salvador aumentadoAs obras de expansão do Tecon Salvador, o terminal de con-
tentores operado pel Wilson Sons, deverão ser finalizadas
ainda no presente ano. Quando a nova infraestrutura estiver
operacional, o porto da capital baiana e um dos principais
do Brasil, estará em condições de receber e operar navios
pós-panamax, embarcações que medem geralmente mais de
300 metros de extensão e possuem capacidade para trans-
portar mais contentores que as usualmente utilizadas nos
portos brasileiros. O Tecon Salvador movimentou 74,5 mil
TEUS (contentor de 20 pés) no terceiro trimestre deste ano,
uma queda de 4,1%. No acumulado do ano, o terminal de
contentores operado pela Wilson Sons movimentou até Se-
tembro 200,8 mil TEUS. ‹
Portugueses no Brasil em debateO futuro dos portugueses no Brasil estará em de-
bate em três sessões distintas, tendo a primeira
sido já realizada no princípio deste mês em São
Paulo, enquanto a segunda sessão está prevista
para o próximo dia 6 na cidade do Rio de Janei-
ro, e finalmente a 11 de Dezembro, será o salão da
Associação Comercial da Bahia, em Salvador, a re-
ceber o debate intitulado “Os Portugueses no Brasil
– Novos Desafios”, onde uma das discussões será
moderada por António Coradinho, presidente da
Câmara Portuguesa de Comércio na Bahia. Nesta
sessão em Salvador estará presente o embaixador
de Portugal no Brasil, Francisco Ribeiro Telles. ‹
Jaques Wagner, Governador da Bahia, acompanhado do seu especial amigo Manuel Rodrigues, empresário português do setor marítimo/portuário
Dezembro 2012 | País €conómico › 4342 › País €conómico | Dezembro 2012
› LusoFonia › Brasil
Câmara Portuguesa de Comércio em Pernambuco (Brasil) comemorou 100 anos
relações empresariais entre Portugal e Brasil devem passar por Pernambuco
Não é todos os dias que se fazem 100 anos. Foi o que aconteceu à Câmara Brasil
Portugal em Pernambuco, uma instituição agora centenária e que no passado dia 22
de Novembro, reuniu cerca de uma centena de empresários e autoridades institucionais
dos dois países numa unidade hoteleira da cidade de Recife, capital de Pernambuco,
para discutirem o estado atual das relações económicas luso-brasileiras, e sobretudo
para perspetivar novos relacionamentos comerciais e de investimentos entre os dois
lados do Atlântico. Arménio Diogo, presidente da Câmara Portuguesa não tem dúvidas:
«Pernambuco é o ponto do Brasil para onde devem olhar os empresários portugueses».
E tem sido muitos a olhar para este estado do nordeste brasileiro.
TExTo › JORGE AlEGRIA | FoTograFia › CEDIDAS PElA CâMARA BRASIl PORTUGAl EM PERNAMBUCO
num ambiente de forte fervor lu-
sófono, foram muitos os empre-
sários brasileiros e portugueses,
assim como autoridades institucionais
dos dois países que se associaram às co-
memorações do Centenário da Câmara
Brasil Portugal em Pernambuco. Na sua
intervenção no seminário realizado numa
unidade hoteleira da capital pernambuca-
na, Arménio Diogo, presidente da agora
centenária instituição de origem portu-
guesa, referiu que «este ano estamos co-
memorando um século de existência da
nossa Câmara de Comércio em Pernam-
buco. Nesta caminhada fizemos o possível
tanto na parte comercial como na social,
para obtermos o nosso objetivo. No co-
meço eram os portugueses que aqui de-
sembarcavam com sua ânsia de vencer, e
agora são os brasileiros que desembarcam
em Lisboa para apreciar aquela linda ci-
dade. A luta continua e esperamos muito
em breve que Portugal atinja o seu melhor
nível e que o Brasil continue brilhando na
esfera mundial».
Presente também no evento, esteve o se-
cretário de Estado Adjunto do Ministro
Adjunto e dos Assuntos Parlamentares
do governo português, Feliciano Barrei-
ras Duarte, sublinhando «que o governo
português está empenhado em reforçar os
laços políticos e económicos com o Brasil,
pelo que tem desenvolvido várias ações
para criar condições políticas e legais para
incentivar os empresários brasileiros a
identificar noas oportunidades de investi-
mentos no mercado português».
O responsável do governo português
aproveitou a ocasião para referir que o po-
tencial de negócios entre os dois países é
expressivo e que vai muito para além do
comércio tradicional que ainda marca a
pauta das exportações portuguesas para o
Brasil, como acontece com o azeite, vinho
e pera rocha. No entender de Feliciano
Barreiras Duarte existe espaço para a rea-
lização de investimentos em empresas ba-
seadas em inovação e tecnologia. De refe-
rir que no ano passado, as exportações de
Portugal para o Brasil atingiram um total
de 585,2 milhões de euros, um crescimen-
to face a 2011. Entretanto, nos primeiros
nove meses deste ano, as exportações por-
tuguesas para o mercado brasileiro conti-
nuaram a crescer acima dos 20%.
O Diretor da Aicep no Brasil, Carlos Mou-
ra, também presente no encontro de Re-
cife, sublinhou que o Brasil constitui o
terceiro maior foco de investimentos de
empresas portuguesas no exterior, fican-
do apenas atrás dos Estados Unidos e da
China.
Já para o presidente da Agência de Desen-
volvimento de Pernambuco, Roberto de
Abreu e Lima Almeida, é grande o interes-
se dos empresários portugueses em inves-
tirem no nordeste brasileiro, constituindo
o estado de Pernambuco um dos princi-
pais focos estratégicos do investimento
português na região.
Segundo ainda o responsável da agência
de captação de investimentos pernam-
bucana, entre os cerca de quatro empre-
sários que semanalmente procuram o
organismo que dirige para identificar
oportunidades de investimentos, 50%
são portugueses e espanhóis, «o que diz
bem do vosso interesse pelo nosso estado
e pelas suas potencialidades e oportunida-
des», onde as áreas mais procuradas são o
turismo e a construção civil.
Roberto Lima aproveitou a ocasião para
sublinhar dados do crescimento pernam-
bucano, informando que no ano passado
o crescimento do PIB estadual atingiu os
4,5% enquanto o crescimento do PIB bra-
sileiro se ficou pelos 2,7%. Já para 2012,
e seguindo a mesma tendência, o PIB de
Pernambuco deverá atingir um cresci-
mento de 3,5% contra um crescimento de
apenas 1,8% do PIB brasileiro.
Efetivamente, são várias as empresas por-
tuguesas que têm realizados investimen-
tos em Pernambuco, abrangendo áreas
como o turismo e hotelaria, construção
civil, indústria e viticultura. Nas áreas do
turismo e da hotelaria, saliência para o
investimento do grupo madeirense Eno-
tel em Porto de Galinhas, ou do também
grupo madeirense Dorisol com uma gran-
de unidade hoteleira na avenida da Boa
Viagem na cidade de Recife. Mais recen-
temente, o grupo Promovalor, liderado
por Luís Filipe Vieira e Tiago Vieira, em
conjunto com a brasileira Odebrecht, ini-
ciaram um forte investimento na Reserva
do Paiva (ver páginas seguintes), com a
construção de edifícios para escritórios,
residenciais e o futuro Hotel Sheraton Re-
serva do Paiva.
Prevê-se ainda a construção de uma gran-
de unidade hoteleira da portuguesa Tei-
xeira Duarte na antiga Casa do Governa-
dor.
Mas, também noutras áreas da economia
existem investimentos portugueses em
Pernambuco. Destaque para a unidade de
fabricação de transformadores elétricos
da Efacec no Complexo Industrial e Portu-
ário de Suape, ou ainda para o importante
projeto vinícola que a Dão Sul em conjun-
to com a brasileira Expand, estão a desen-
volver próximo da cidade de Petrolina, no
interior pernambucano. ‹
Dezembro 2012 | País €conómico › 4544 › País €conómico | Dezembro 2012
› EmPrEsariado
um ‘novo mundo’ com um projeto estruturante, planejado e inte-
grado, que pela sua dimensão vai dar uma nova perspetiva a todos
os seus frequentadores”.
A Promovalor regista o sucesso de vendas à data, o Terraço Lagu-
na já vendeu cerca de 95% das unidades e o Novo Mundo Em-
presarial mais de 70%. Prevê-se que o Hotel esteja concluído em
Março de 2014 a tempo de acolher a Copa do Mundo de 2014. O
Condomínio Terraço Laguna e o Novo Mundo Empresarial têm
como data prevista de conclusão Setembro de 2014.
Terraço Laguna – condomínio residencialUm condomínio residencial, chamado Terraço Laguna, com cerca
de 30 mil m2 e com 224 apartamentos distribuídos por sete torres
de oito pisos. Com apartamentos que variam entre 112 m2 e 198
m2, com dois modelos de apartamentos - Laguna e Jardim - o novo
Condomínio Terraço Laguna sugere um modelo de apartamento
mais compato, focado nas famílias mais reduzidas e no quotidia-
no dos executivos, mantendo o padrão de qualidade da Reserva
do Paiva.
Todos os condomínios residenciais da Reserva do Paiva trazem
uma completa estrutura de lazer para toda a família. No Terraço
Laguna será composto por três piscinas, pavilhão polidesportivo,
salão de festas, espaço gourmet, cinema, ludoteca, ginásio, SPA
com sauna, salas de massagem e de relaxamento, campo de ténis,
pista de cooper e ciclovia.
novo mundo Empresarial – Edifícios Empresariais e open mallO complexo denominado de Novo
Mundo Empresarial introduz uma
nova perspetiva na Reserva do Pai-
va, integrando um centro de negó-
cios multiusos de 92 mil m2, cons-
tituído por seis torres com 1118
salas empresariais com áreas de
32 m2 a 55 m2, com várias opções
de junções horizontais, até pisos
corporativos entre 250 m2 e 1.000
m2. Um mundo onde tecnologia
e sustentabilidade estão interliga-
das, num centro auto-suficiente
que possibilita o mais alto nível de
tecnologia, segurança e conforto.
No Novo Mundo Empresarial exis-
te também uma área de comércio
e serviços que chega ao empre-
endimento através de um novo
conceito, Open Mall, um shopping
aberto, que terá aproximadamente
3.000 m2, com jardins, espelhos
d´água, vistas livres para a mata e
para o mangue, um projeto total-
mente integrado ao ambiente de praia e ao clima tropical Per-
nambucano, com 40 lojas entre serviços, comércio e restauração.
Este “Novo Mundo” destina-se a todos os moradores da Reserva
do Paiva, residentes nas redondezas, visitantes locais e turistas e
para quem trabalha no Suape.
sheraton reserva do Paiva Hotel and convention centerO Grupo Promovalor é o empreendedor do primeiro hotel cinco
estrelas da Reserva do Paiva, uma aposta fortalecida com a asso-
ciação a um parceiro internacional de prestígio, o Grupo Starwood
Hotels & Resorts Worldwide, Inc. e a sua maior e mais global
marca, a Sheraton Hotels & Resorts. O Sheraton Reserva do Paiva
Hotel and Convention Center será inaugurado em 2014, mas já se
pode gabar de fazer parte da melhor rede de Hotéis do Brasil com o
prémio “O melhor de Viagem & Turismo 2012/2013”.
O novo Sheraton Reserva do Paiva Hotel and Convention Cen-
ter será construído numa das faixas de praia mais bonitas do
Nordeste, com 8,6 km de extensão. Dispondo de 289 quartos e
uma ampla estrutura de lazer (nomeadamente SPA, ginásio e
Club Lounge). Diferenciar-se-á das demais estruturas existentes
em Pernambuco por abarcar um moderno Centro de Convenções
com mais de 2.800 m2, uma grandiosa estrutura com capacidade
para receber 2.100 pessoas, configurando-se na maior estrutura
hoteleira com convenções na Região Metropolitana do Recife. ‹
Promovalor faz o balanço da primeira grande aposta no Brasil
reserva do Paiva: uma aposta de sucesso
A Promovalor Investimentos iniciou a internacionalização para o Brasil no ano de 2011
e faz agora o balanço do primeiro investimento do Grupo no estado de Pernambuco no
nordeste brasileiro. A primeira aposta do Grupo Promovalor, em parceria com a Odebrecht
Realizações Imobiliárias, consiste num investimento de cerca de 186 milhões de euros
no desenvolvimento da terceira fase da Reserva do Paiva.
a construção desta etapa do primeiro bairro planeado de
Pernambuco, cada vez mais uma realidade, arrancou no
primeiro trimestre de 2012 e terá mais de 150 mil m2 de
construção. Numa localização estratégica a aproximadamente 30
minutos de Recife e a apenas 15 km do Aeroporto Internacional
de Guararapes e do Complexo Industrial e Portuário de Suape.
Representa uma nova perspetiva para a Reserva do Paiva, com a
inclusão do Novo Mundo Empresarial, um Centro de Negócios
Multiusos com edifícios empresariais e um Open Mall, o novo
Sheraton Reserva do Paiva Hotel and Convention Center, além
do novo Condomínio Terraço Laguna, que introduzem uma sig-
nificativa diversidade de oferta e uma nova vivência a este espaço.
O projeto irá permitir desenvolver um novo pólo residencial, de
negócios, de comércio e serviços, de turismo, de convenções e de
lazer na Região Metropolitana do Recife, com uma forte geração
de emprego. Segundo Tiago Vieira, administrador da Promovalor,
“Este foi o primeiro investimento do Grupo Promovalor no Brasil
e a escolha recaiu sobre a Reserva do Paiva porque o projeto tem
um conceito inovador e claramente diferenciador, além de gozar
de uma localização com um enquadramento natural único. Este é
Terraço Laguna Sheraton Reserva do Paiva Hotel and Convention Center
Novo Mundo Empresarial
Dezembro 2012 | País €conómico › 4746 › País €conómico | Dezembro 2012
› EmPrEsariado
Carlos Setra, presidente da EDOL
«indústria farmacêutica passa por um dos seus piores momentos»
O presidente da Edol está na indústria farmacêutica há quarenta anos e não se recorda
de uma crise tão aguda no setor. Entrevistado pela País €conómico, Carlos Setra
sublinha o papel que o Mercado Externo desempenha neste momento para a grande
maioria das empresas farmacêuticas que operam em Portugal. «Exportar é a única saída
para contrabalançar a quebra que ocorre no mercado nacional, e no que diz respeito à
Edol estamos a procurar intensificar as exportações dos nossos produtos para países
como a Líbia, Iraque, Marrocos, Cabo Verde, Moçambique, e tantos outros. Mas também
não é uma tarefa fácil», reconhece Carlos Setra que adianta que o setor farmacêutico
precisa de estabilidade, previsibilidade e de um clima que permeie e valorize as
empresas, de modo a se poder inverter esta grave situação. «Se medidas como estas não
forem tomadas, receio muito pelo futuro desta indústria em Portugal».TExTo › VAlDEMAR BONACHO | FoTograFia › RUI ROCHA REIS
Há quem afirme que o mercado
farmacêutico nacional na sua
globalidade – indústria, gros-
sistas e farmácias – estão a atravessar um
dos piores momentos desde a Segunda
Guerra Mundial
Carlos Setra, presidente da Edol, que há
quatro décadas está ligado à indústria far-
macêutica comunga da mesma opinião,
dizendo-se extremamente preocupado
com atual momento da indústria dos me-
dicamentos em Portugal, e recusa a ideia
de que o setor a que está ligado tenha al-
guma vez passado por tempos áureos.
«Em abono da verdade tenho de afirmar
que não me recordo que a indústria far-
macêutica nacional alguma vez tenha vi-
vido esses tempos áureos. Se esses tempos
áureos existiram, não foram certamente
com a indústria farmacêutica nacional. É
evidente que houve um período melhor,
mas não poderemos considerá-los tem-
pos áureos», considerou Carlos Setra, que
após uma breve pausa desenvolveu o seu
pensamento, alertando para os maus mo-
mentos porque passa a indústria farma-
cêutica nacional. «Estamos a viver tempos
muito difíceis porque os preços dos medi-
camentos estão a baixar constantemente,
e isto reflete-se em todos os players do
setor, nomeadamente farmácias e armaze-
nistas que vêem também as suas margens
esmagadas».
A Apifarma disse recentemente que o dia
em que o preço do custo do medicamen-
to será maior que o da venda, não andará
muito longe. E Carlos Setra diz que não
pode estar mais de acordo. «Esta é uma
verdade irrefutável. Só quem não quiser
ver as coisas objetivamente é que não a
entende como tal, porque se nós reparar-
mos no esmagamento que tem existido
no preço dos medicamentos, reconhecerá
facilmente que esta situação já não tem
margens de manobra. Chegámos limite
dos limites», chama a atenção o presiden-
te da Edol, para a este propósito dizer ain-
da que não sabe se a tutela tem a noção
da situação que está sendo criada ou se
isto se deve à necessidade absoluta de se
poupar.
sistema de comparticipações está erradoNo entender de Carlos Setra tem de haver
equilíbrio e razoabilidade nas atitudes.
«Eu há muitos anos que advogo uma so-
lução que considero a mais integrada. Não
há governo nenhum que consiga manter
um sistema de comparticipação como o
nosso. Este sistema de comparticipação
está completamente errado, porque tanto
tem os medicamentos comparticipados
Dezembro 2012 | País €conómico › 4948 › País €conómico | Dezembro 2012
uma pessoa que tem um ordenado de 20
mil euros como uma pessoa que ganha
mil euros. Quem ganha mais deveria pa-
gar mais, quem ganha menos deveria pa-
gar menos ou até não pagar nada. Agora
aqueles que pagassem tudo na totalidade,
deveriam poder repercutir essa despesa
no seu IRS. Não tenhamos dúvidas que
esta seria a melhor forma de o Estado sub-
vencionar os medicamentos», comentou o
presidente da Edol.
Como associado da Apifarma já levou a
sua ideia a esta associação? – Insistimos.
E Carlos Setra não hesitou na resposta.
«Devo dizer que a Apifarma como as-
sociação está sobretudo dominada por
multinacionais. Como é uma associação
com uma multiplicidade muito grande
de indústrias e dessas a grande maioria
não produz cá em Portugal, põe preços
absolutamente diversos. Portanto, esta-
mos a defender numa associação coisas
que não são iguais para todos. Para mim
a Apifarma devia ter só as indústrias que
produzem em Portugal», sublinhou Car-
los Setra que nos confessar já ter temido
pelo futuro da sua empresa. «E continuo
a temer, porque a gente não sabe o que é
que o governo vai decidir», lembra.
na Edol não estão previstos despedimentosMas o governo sabe que a indústria far-
macêutica continua mesmo assim a ser
uma boa contribuidora para o Produto
Interno Bruto (PIB) e uma boa geradora
de emprego. «Mas também é verdade que
com a situação que foi criada á indústria
farmacêutica já há registo de muitos des-
pedimentos, e por este andar muitos mais
vão haver. Ninguém faz chouriços sem
carne. Mas também vos digo que aqui na
Edol não se pensa em despedimentos e
que tudo faremos para manter os postos
de trabalho das 120 pessoas que colabo-
ram connosco. Mas como já disse, tudo
vai depender das atitudes futuras do go-
verno. Não aguentamos mais descidas nos
preços dos medicamentos», avisou o pre-
sidente da Edol.
Apesar da crise, a Edol não pode descurar o
mercado interno, até porque ele represen-
ta neste momento uma faturação que em
2012 será ligeiramente superior a 12 mi-
lhões de euros. «Estamos em contra ciclo,
até porque estamos num nicho de mercado
muito específico, com produtos de excelên-
cia em áreas com a Oftalmologia, Derma-
tologia, Dermocosmética, e produtos na
área da Otorrino, e temos realizado um
esforço muito grande para nos mantermos
no topo. Temos de perceber que o nosso
mercado é pequeno (estamos a falar de um
país com 10 milhões de habitantes) e que
por isso mesmo estamos no limite. Por isso
eu digo que a solução está nas exportações
e que neste capítulo a Edol continua a lu-
tar para que a curto ou a médio prazo elas
representem 50 por cento do total da sua
faturação. É um objetivo de algum tempo,
e não descanso enquanto a Edol não atin-
gir esse mesmo objetivo. Já estamos a fazer
registos em muitos países. A Edol está a re-
gistar produtos em Angola, Moçambique,
Cabo Verde, Marrocos, Líbia, Iraque, Liba-
no, e temos ainda outros países. Estes re-
gistos a que me refiro são na Oftalmologia,
de Dermatologia e também da Dermocos-
mética, uma área que antevemos de grande
futuro. Agora não escondo que a Oftalmo-
logia continua a ser a área mais forte da
Edol», esclareceu Carlos Setra.
O presidente da Edol atribui a situação
de contra ciclo que está a verificar-se em
2012, com a faturação a ter uma ligeira
subida em relação a 2011, ao muito tra-
balho e ao esforço conjunto de todos os
trabalhadores da empresa. «Em 2012, e
apesar da crise, devemos subir a faturação
para 12,5 milhões, os que para os tempos
de hoje não é nada mau. Mas o objetivo
que temos de atingir 50 por cento no
mercado externo (e não vou desistir des-
sa meta) mudará a empresa em termos
de sustentabilidade. E esse objetivo ainda
não foi atingido devido em grande parte à
demora que se verificar nos registos dos
produtos nos diversos países. O trabalho
que nos competia desenvolver está feito, a
outra parte está nas mãos desses países »,
frisou Carlos Setra.
Com os acontecimentos que ocorreram há
uns meses atrás na Líbia, Marrocos e Ira-
que (mercados onde a Edol está enraiza-
da), houve alguns carregamentos que não
se fizeram, e isso trouxe para esta empresa
de Carnaxide alguns contratempos. Mas a
situação – segundo Carlos Setra – está já
ultrapassada.
angola, moçambique e BrasilO presidente da Edol reconhece que An-
gola é um mercado de grandes poten-
cialidades, um mercado de futuro, mas
também sabe que é um mercado que
demora algum tempo a pagar. «Angola e
Moçambique são mercados interessantes
que estão a merecer da nossa parte uma
atenção muito especial. Temos uma de-
legada de informação médica a trabalhar
para nós em Moçambique e Angola neste
momento vale para a Edol 1,5 milhões de
dólares, o que é muito pouco para um país
tão grande», explicou Carlos Setra, que
não poderia esquecer o Brasil.
Já disséramos numa entrevista anterior
ao presidente da Edol que o mercado bra-
sileiro está desde há muito na mente de
Carlos Setra. E nesta entrevista voltámos
a falar desta possibilidade.
Carlos Setra já nos disse um dia que já
visitou o Brasil em negócios vezes sem
conta, mas que ainda não conseguiu en-
contrar uma forma de fabricar e vender
ali os seus produtos.
Qual é o atual ponto da situação em re-
lação ao Brasil?! «Construir naquele país
uma fábrica para produzirmos os nossos
produtos está fora de causa, até porque
estaríamos a falar de um investimento
incompatível com as nossas possibilida-
des. Sendo assim a solução que nos inte-
ressava era a de arranjarmos alguém que
nos fabricasse e comercializasse os nossos
produtos naquele país. Mas esta solução
ainda não foi encontrada, não obstante os
inúmeros contactos realizados nesse sen-
tido. Sabemos que o Brasil não é o mer-
cado que muita gente imagina, mas não
desisto dele. Tenho esperanças de que um
dia encontraremos a melhor solução, que
tem de passar forçosamente por alguém
produzir e vender naquele país os produ-
tos da Edol», referiu Carlos Setra que ain-
da se referiu nesta entrevista ao grande
desejo em ver concluída a última fase de
construção da sua linha de produção, na
moderna unidade de Carnaxide.
«É urgente e importante levar por diante
esta fase de obra na nossa linha de produ-
ção, que dará à Edol maiores possibilidades
competitivas. Mas estamos a falar de um
investimento muito significativo, próximo
dos 4 a 5 milhões de euros. Para isso terí-
amos de encontrar um comprador para as
nossas antigas instalações, o que até ago-
ra não aconteceu», justificou Carlos Setra,
que a finalizar esta entrevista à P€ traçou
os objetivos imediatos da sua empresa.
«Queremos continuar a ser uma empresa
que se destaca pela qualidade dos seus pro-
dutos, e ser também uma empresa inova-
dora. Daremos sempre uma atenção e um
carinho muito especial ao mercado nacio-
nal, onde queremos continuar a crescer, e
concentraremos grande parte das bossas
forças na consolidação do mercado exter-
no, uma porta que consideramos impres-
cindível para garantir o futuro da Edol»,
finalizou o presidente Carlos Setra. ‹
› EmPrEsariado
Dezembro 2012 | País €conómico › 5150 › País €conómico | Dezembro 2012
› EmPrEEndEdorismo
Aicep Global Parques
Especialistas em localização Empresarial
A aicep Global Parques é uma empresa detida maioritariamente pela aicep Portugal
Global. A sua atividade é dedicada à gestão de Parques Empresariais e à prestação
de serviços de localização industrial e logística em Portugal Continental – Global Find
e Global Force. A aicep Global Parques garante desta forma condições de captação, e
acompanhamento na instalação de projetos de investimento nacional e estrangeiro,
auxiliando o seu acionista maioritário.
com cerca de 30 trabalhadores (ór-
gãos sociais incluídos), a empresa
é bastante dinâmica e flexível,
conseguindo através da centralização das
áreas funcionais vitais à empresa gerir
parques geograficamente dispersos – a
Zils em Sines, o BlueBiz na Península de
Setúbal e o Albiz em Albarraque - e ainda
prestar serviços em áreas relevantes, onde
foi acumulando um largo know how.
O Global Find, uma plataforma com base
em sistemas de informação geográfica
está disponível gratuitamente na web e
identifica soluções de localização em Por-
tugal continental em função dos requisi-
tos de determinado projeto. Os serviços
Global Force englobam o procurement de
localizações pela equipa de especialistas
da aicep Global Parques com a elaboração
de pormenorizados relatórios, o auxílio
ao processo de instalação empresarial e
o apoio à gestão e promoção de parques
empresariais que não estão sob adminis-
tração direta.
Dos Parques sob a gestão direta destaca-
mos a Zils – Zona Industrial e Logística
de Sines, não só pela sua dimensão – mais
de 2.000 ha com a possibilidade de expan-
são aos 4.000 ha – ou pela sua localização
de excelência, junto a um Porto de águas
profundas e no centro das grandes rotas
marítimas internacionais. Realçamos
também a oferta que proporciona aos
seus clientes com a enorme capacidade de
infraestruturas e de utilities disponíveis
e o acompanhamento personalizado em
todo o processo de instalação.
A equipa técnica da aicep Global Parques
analisa criteriosamente o potencial proje-
to e recomenda a melhor localização na
Zils tendo em conta as infraestruturas e
utilities necessárias. Desta forma é propos-
ta uma solução à medida de cada investi-
mento.
Existe uma oferta de lotes já infraestrutu-
rados, nos quais, caso seja necessário, se
pode realizar um upgrade de infraestru-
turas. Este facto é muito benéfico para a
atração de projetos onde o cronograma
exige rapidez. No caso de nenhum lote
responder às exigências específicas de
uma determinada atividade, a aicep Glo-
bal Parques realiza um loteamento novo
à medida destas exigências. Neste caso o
cronograma dependerá da área escolhida
e das caraterísticas definidas.
Um fator facilitador desta atividade pren-
de-se com o facto de a aicep Global Par-
ques estar apta a licenciar as localizações
industriais e logísticas dos clientes instala-
dos nos parques sob sua gestão direta pela
Lei nº 60/2007, de 4 de Setembro.
centro de negócios facilitadorO Centro de Negócios da Zils possui uma
ampla oferta de escritórios, salas de reu-
nião/formação e Conferências que per-
mitem apoiar os Investidores na sua fase
de instalação e também a localização de
empresas de serviços que desenvolvem a
sua atividade na região. Em 2012 a ofer-
ta alargou-se com a disponibilização do
novo serviço de Escritórios Virtuais. Este
produto vem alargar a possibilidade de
mais empresas desenvolverem a atividade
na região com um investimento mínimo
em localização.
a estreita ligação às escolas da região como facilitador no recrutamento de mão de obra qualificadaOutro dos fatores primordiais é a facili-
dade no recrutamento de mão-de-obra
qualificada e a possibilidade de promo-
ver cursos à medida das necessidades das
empresas. As diversas escolas adicionam
valor à Zils e às empresas instaladas, dis-
ponibilizando formação adaptada às ne-
cessidades concretas.
A ETLA – Escola Tecnológica do Litoral
Alentejano localiza-se na Zils desde 1998.
Esta escola disponibiliza cursos superio-
res em eletrónica, automação e sistemas
de instrumentação, eletricidade, química
analítica e industrial, processamento de
dados, saúde e segurança.
O CENFIM – Centro de Formação da
Indústria Metalúrgicas, com interven-
ção formativa nas áreas de construções
metálicas, em particular, e de soldagem
de estruturas tubulares, com capacidade
a curto prazo de intervenção em outras
áreas técnicas, como o desenho assistido
por computador, construções mecânicas
(tecnologias convencionais) ou mesmo no
campo da manutenção industrial.
De referir também a importância da
parceria da aicep Global Parques com o
IPS-Instituto Politécnico de Setúbal, for-
malizado com o estabelecimento de um
protocolo que, entre outros, pretende
promover estágios profissionais em em-
presas instaladas no parque para alunos
que terminam os cursos nesta escola. O
IPS tem igualmente capacidade para pro-
mover formação superior adaptada às ne-
cessidades concretas de uma empresa que
se localize nos Parques geridos pela aicep
Global Parques.
Todos estes fatores têm conduzido a
uma crescente notoriedade da Zils que
consegue competir regularmente nas
short lists de potenciais localizações para
grandes projetos de investimento es-
trangeiro.
A atração e a manutenção de investi-
mentos na Zils promovem continua-
mente o desenvolvimento sustentável
da região, que se afirma como um polo
industrial contribuinte para a riqueza
nacional. ‹
Dezembro 2012 | País €conómico › 5352 › País €conómico | Dezembro 2012
› EmPrEEndEdorismo
João Moita, CEO da Firstlink, o único grupo independente em Portugal na área da prestação de serviços no setor naval e portuário
Estamos a apostar nos países de língua portuguesa
Em 2003 surgiu a Firstlink, o primeiro grupo independente português a atuar na
prestação de serviços no setor naval e portuário. Constituído por um conjunto de
quadros com vasta experiência e conhecimentos acumulados por muitos anos neste
setor estratégico a nível mundial, a Firstlink apostou desde a primeira hora em reunir
um conjunto de expertise especializado nas várias empresas que o constituem, além
de aproveitar a vasta rede de conhecimentos e contatos a nível mundial que os seus
responsáveis angariaram ao longo de algumas décadas. João Moita é o CEO da Firtslink,
e em conjunto com Manuel Rodrigues, Presidente da Navegar, uma das empresas
integrantes da Firstlink, concedeu uma entrevista à País €conómico, onde descreveu
a estratégia do grupo que passa fundamentalmente pela aposta muito forte nos países
de língua portuguesa, como será o caso de Angola, Moçambique e do Brasil, países onde
poderão vir a constituir empresas com parceiros locais, bem como no espaço dos países
do antigo arco da União Soviética, onde depois de muitos anos de estagnação, esperam-
se agora vários anos de grandes investimentos na reconstrução das frotas navais de
muitos desses países, a começar pela própria Federação Russa.
TExTo › JORGE AlEGRIA | FoTograFia › RUI ROCHA REIS
Em Outubro de 2003 formou-se a
Firstlink, uma sociedade gestora
de participações sociais para lide-
rar um grupo empresarial que nascia nes-
sa altura fruto da aposta de um conjunto
de pessoas com uma experiência de vá-
rias décadas de ligação aos setores naval,
portuário e logístico, e que pretenderam
aproveitar essa ocasião da primeira meta-
de da década passada par iniciar um novo
percurso empresarial, visando não só a
prestação de um conjunto alargado de ser-
viços no plano nacional, mas igualmente
o de aproveitar um vasto conjunto de co-
nhecimentos e de contatos um pouco por
todo o mundo, para fazer chegar o know
how do novo grupo a todos os mares que
compõem o globo terrestre.
João Moita é o Presidente Executivo (CEO)
da Firstlink e explicou à País €conó-mico a estrutura do grupo e o que é que
cada uma das empresas integrantes de-
senvolve. A Firstlink agrupa um conjunto
de empresas que centram a sua atividade
no setor da indústria marítima, prestando
serviços tão diversificados como na área
da gestão de navios (gestão técnica, gestão
de tripulações, recrutamento e formação,
seguros), mas também na consultoria em
projetos de investimento e agenciamento.
Numa segunda fase do seu percurso, a
Firstlink diversificou as suas atividades
para a prestação de serviços especializa-
dos nas áreas de reparação e construção
de navios, construção civil e obras maríti-
mas, além da área de trading.
João Moita destaca a capacidade da par-
ticipada SCMA, empresa possuidora de
uma vasta e especializada gama de ser-
viços que disponibiliza aos seus clientes,
como sejam, a gestão técnica de navios e
equipamentos flutuantes, apoio técnico,
gestão de seguros, sistemas de informa-
ção, contabilidade, gestão de tripulações
(incluindo formação), compra e venda
de navios, fretamento/afretamento de
navios, consultoria em transportes maríti-
mos, supervisão de construção de navios,
docagem e supervisão de inspeções e pro-
jetos de construção de navios.
É de salientar, segundo João Moita, que a
SCMA, no âmbito da prestação de servi-
ços de gestão técnica, é responsável por
uma frota de oito navios químicos (gestão
partilhada), um navio Ro-To Day Pax Fer-
ry (gestão total), 16 ferries de passageiros,
sendo que 14 são catamarãs de alta velo-
cidade (gestão técnica), equipamento flu-
tuante para a construção da ponte sobre
o Zambeze em Caia/Moçambique (ges-
tão total), equipamento flutuante para a
construção da ponto sobre o Cachéu em
S. Vicente/Guiné-Bissau (gestão total), e a
gestão do equipamento flutuante para a
construção da ponto sobre o rio Douro em
Crestuma-Lever, em Portugal.
Estaleiros de Peniche podem ajudar países de expressão portuguesaManuel Rodrigues, presidente da Nave-
gar, e um dos homens-fortes do Firstlink,
aproveitou para lembrar igualmente que
a SCMA possui a representação de alguns
estaleiros mundialmente conhecidos, a
começar pelos estaleiros portugueses de
Peniche, mas igualmente dos também
portugueses estaleiros do Mondego, dos
estaleiros de Damen Shipyards Group, na
Holanda, e dos estaleiros Baltisky Zavod,
estaleiros russos especializados em navios
militares e navios de carga.
O presidente da Navegar, empresa arma-
dora portuguesa com estreitas ligações
à Essberger (grupo alemão Rantzau),
empresa que opera navios de produtos
químicos, aproveitou esta entrevista para
destacar a capacidade construtiva dos
estaleiros de Peniche, «que poderão ser
muito úteis e interessantes na construção
de certo tipo de navios adequados para
operarem em determinado locais e condi-
ções, sobretudo para os países de língua
portuguesa. E a SCMA está inteiramente
capacitada e à disposição das autoridades
oficiais e dos armadores desses países –
Angola, Moçambique, Cabo Verde – assim
como de todos os outros potencialmente
interessados, para encaminhar as necessi-
dades em termos de navios desses países
para Peniche, estaleiros com um excelente
know how e possuidor de uma estrutura
técnica e operacional de elevada qualida-
de e experiência. Digo mais, os estaleiros
de Peniche poderão ser muito úteis na me-
lhoria significativa a médio e longo prazo
de algumas componentes das frotas na-
vais dos países de expressão portuguesa»,
destacou Manuel Rodrigues.
vamos apostar em angola e BrasilA respeito dos países de língua portu-
guesa, a Firstlink está a desenvolver uma
aposta muito significativa para entrar
de forma decisiva nesses mercados. João
Moita assumiu o adiantado das conver-
sações com parceiros locais para a cons-
tituição de uma empresa de gestão de
navios em Angola, país ainda bastante
carente da prestação de serviços técnicos
especializados de gestão de navios, facto
Dezembro 2012 | País €conómico › 5554 › País €conómico | Dezembro 2012
Economia iBÉrica
Conferência Exame/Banco Popular debateu o futuro de Portugal
País precisa de olhar para os bons exemplos
Numa conferência marcada pela intervenção inicial de Enrique Santos, presidente da
Câmara de Comércio e Indústria Luso Espanhola (CCILE), onde apresentou números sobre
a importância e interligação entre as duas economias ibéricas, a última conferência do
ano da revista Exame em conjunto com o Banco Popular, apontou através de diversas
intervenções de empresários portugueses e espanhóis, para a necessidade de se olhar
para os bons exemplos empresariais que existem em Portugal, até como forma de
estímulo e de exemplo do que os portugueses podem e devem fazer.TExTo › JORGE AlEGRIA | FoTograFia › RUI ROCHA REIS
segundo Enrique Santos, presidente
da CCILE, existem cerca de 1.200
empresas espanholas identificadas
com atuação em Portugal e cerca de 400
empresas portuguesas com presença dire-
ta no mercado espanhol. Esse conjunto de
empresas espanholas em Portugal geram
um volume de negócios de cerca de 16 mil
milhões de euros, o que corresponde a cer-
ca de 8% do PIB português, e empregam
mais de 82 mil trabalhadores. A Repsol é
a maior empresa espanhola em Portugal,
destacando-se ainda a Cepsa, os bancos
Santander Totta, Banco Popular e BBVA, o
El Corte Inglés, além da construtora Soma-
gue e a Pescanova.
Já a presença portuguesa em Espanha é
mais limitada, mas ainda assim realce
para a presença de empresas como a Galpenergia, a EDP, Sonae
Sierra, Amorim, Soporcel, Lactogal, CGD, BES, Inapa, entre outros.
Segundo dados da CCILE, até Agosto do presente ano, as exporta-
ções espanholas para Portugal tinham atingido os 10.072 milhões
de euros, enquanto as vendas portuguesas para Espanha atingi-
ram nesses primeiros oito meses de 2012 a cifra de 5.760 milhões
de euros. De registar que o comércio luso-espanhol, devido à crise
que perpassa os dois lados da fronteira, estavam a descer nesse
período.
Entretanto, no painel seguinte que juntou empresários portugue-
ses e um espanhol com investimentos em Portugal, mas igual-
mente o presidente da Aicep Portugal Global, Pedro Reis, foi re-
ferido que o país ainda tem um caminho a percorrer em aspetos
muito importantes para o investimento e o fluir dos negócios,
como é o da desburocratização e a diminuição dos designados
“custos de contexto”, realçando o presidente da Aicep as altera-
ções introduzidas na diplomacia portuguesa e na própria estru-
tura externa do organismo, que está muito mais pró-ativo e em
devida articulação com a diplomacia económica praticada pelas
embaixadas portuguesas no Mundo.
Destaque para a intervenção do empresário espanhol José Luís
Prado, que lidera o projeto da Prado Investimentos, com impor-
tantes projetos na área do olival e da produção de azeite (e do
vinho em menor escala) no Baixo Alentejo, referindo ter encon-
trado condições para investir e desenvolver os seus projetos em
Portugal, como em nenhuma outra parte, incluindo em Espanha.
Já Peter Villax, da Hovione e Filipe de Botton, da Lagoplaste, ex-
plicaram o porquê do sucesso internacional das suas empresas,
sublinhando ambos que muitas outras empresas portuguesas,
dentro e fora do país, poderão seguir os seus exemplos, embo-
ra também tenham reclamado de um ambiente mais favorável
e amigo ao investimento em Portugal, incluindo na área fiscal. ‹
agravado pela circunstância de Angola
dispor de uma significativa frota naval,
muito direcionada para o transporte de
combustíveis, mas «onde subsistem fortes
carências ao nível da gestão, redundando
na paragem por períodos prolongados de
muitos desses navios», referiu o CEO da
Firstlink, adiantando que «a constituição
de uma empresa em Angola, onde conta-
rá com o forte know how português nessa
matéria, facilitará de sobremaneira o de-
senvolvimento da atividade naquele país
da costa ocidental de África».
Já na costa oriental de África, a Firstlink
também tem sido sondada pelo próprio
governo moçambicano para estar repre-
sentada empresarialmente no país. Toda-
via, João Moita sublinhou que o âmbito do
convite que «partiu do próprio Ministro
dos Transportes de Moçambique» não per-
mitiu uma completa rentabilização do in-
vestimento que será necessário concretizar
para operar em profundidade no país. Será
necessário, acrescenta o responsável do
grupo português, «a criação de atividades
envolventes e complementares daquele
que nos foi proposta pelo Senhor Ministro
dos Transportes, para podermos efetiva-
mente vir a estar em Moçambique. Conti-
nua a ser uma possibilidade que estamos
a avaliar até porque existem outros proje-
tos em Moçambique em que estamos no
presente e outros em que poderemos estar
no futuro. Vamos ver », deixando assim a
possibilidade de ter futuramente uma pre-
sença direta junto às margens do Índico.
Atravessando o Oceano Atlântico, a Firts-
link está igualmente muito empenhada
em entrar no vasto e importante mercado
brasileiro, não desdenhando a possibilida-
de de a partir dessa geografia atingir ou-
tros mercados do continente americano.
Segundo João Moita, existem conversa-
ções adiantadas, mas ainda não concluí-
das, que poderão configurar no futuro a
prestação de serviços técnicos de gestão
ao serviço marítimo de transporte fluvial
que a empresa brasileira CCR realiza en-
tre as cidades do Rio de Janeiro e de Ni-
terói. Para o gestor português, o desempe-
nho do transporte marítimo atualmente
desenvolvido tem carências notórias «a
vários níveis» e entende que os
resultados para o desempenho
dos navios e a própria qualidade
do serviço anualmente prestado
a quase 30 milhões de passa-
geiros «poderá ser significativa-
mente corrigido no sentido de
uma maior eficácia e rentabili-
dade dessa operação marítima e
portuária».
Caso as conversações sejam fina-
lizadas com sucesso, a Firtslink
avançará também com a consti-
tuição de uma empresa no Bra-
sil, que ficará diretamente encar-
regue de prestar os serviços que
na ocasião forem contratados,
como poderá servir de platafor-
ma para catapultar os serviços
do grupo Firstlink em conjunto
com a CCR noutras latitudes do
continente americano.
Finalmente, em termos estra-
tégicos, a Firstlink e as suas
empresas associadas, onde se
destaca igualmente a Euroshide
enquanto empresa especializada em en-
genharia e capacitada para a elaboração
e construção de projetos de navios, con-
tinuam a realizar uma forte aposta nos
mercados do leste europeu, com particu-
lar incidência nos países que antigamente
constituíram a ex-União Soviética, a «co-
meçar pela própria Federação Russa, que
tem no seu orçamento uma estimativa
colossal de investimento para a renovação
da frota naval para operar apenas nos seus
mares interiores, não menciono portanto
a componente naval em termos militares,
e que é na ordem dos muitos biliões de
dólares», salienta João Moita, sublinhando
que a Firstlink fruto dos muitos conheci-
mentos adquiridos há muitos anos por
aquelas paragens é muitas vezes contata-
da e requisitada para a prestação de servi-
ços, tanto em termos puramente técnicos
de gestão de navios como no afretamento
de navios ou para encontrar navios no
mercado mundial para armadores daque-
les países. «É uma relação que estamos e
queremos também aprofundar», finalizou
João Moita. ‹
› EmPrEEndEdorismo
Dezembro 2012 | País €conómico › 5756 › País €conómico | Dezembro 2012
› Economia iBÉrica
EdiToriaLo dinheiro não conhece fron-
teiras. Esta frase responde
a uma realidade incontor-
nável e que muitas empresas apro-
veitam bem. Seja para procurar o
melhor rendimento a um investi-
mento ou por motivos de estratégia
empresarial, os limites são impostos
por cada um de nós.
Por isso, da mesma forma que mui-
tas empresas escolhem Portugal
para investir nos PALOPs, também
muitas outras escolhem Espanha
para investir na Hispanoamérica.
Na edição deste mês vamos ver um
dos motivos que podem aconselhar
optar pela Espanha: a ETVE ou hol-
ding espanhola.
Como sempre, podem dirigir as suas
dúvidas ou perguntas para [email protected] ou [email protected]
PLaTaForma EsPanHa: a HoLding EsPanHoLaO que têm em comum Starbucks,
Repsol, Telefónica, Vodafone ou
American Express? Além do seu
carácter de multinacional, todas
constituíram uma holding em Espa-
nha como parte da sua estratégia de
internacionalização. Com efeito, as
holdings espanholas, chamadas enti-
dades de tenencia de valores extran-
jeros (ETVE), revelaram-se como um
instrumento atrativo e competitivo
na altura de planificar investimen-
tos no exterior.
Cabe dizer, em primeiro lugar, que a
ETVE não conforma um tipo especí-
fico de sociedade, mas tanto a socie-
dade anónima como a sociedade por
quotas podem constituir-se como
holdings. Nesse sentido, e para as
sociedades por quotas, basta um ca-
pital social mínimo de � 3.000.
Porquê ter então una holding em
Espanha? Que vantagens traz a
holding espanhola? Como motivos
principais do interesse que susci-
tam entre os investidores podemos
apontar: a) facilidade de constitui-
ção e manutenção; b) objeto social
que pode incluir outras atividades
além da mera detenção e gestão dos
valores; c) tratados de dupla impo-
sição assinados com 70 países, com
especial destaque para os países eu-
ropeus e do continente americano;
d) isenção fiscal no caso de dividen-
dos, participações em lucros e mais-
-valias; e) os dividendos distribuídos
a sócios não residentes não estão
sujeitos a retenção; f) compensação
dos prejuízos fiscais pela atividade
holding com as receitas obtidas me-
diante outras atividades; g) podem
formar parte de um grupo que siga
o regime de consolidação fiscal.
Que requisitos devemos cumprir
para beneficiar deste regime? Em
primeiro lugar, um investimento
mínimo da ETVE nas filiais de 5%
(direto ou indireto) ou de 6 milhões
de euros, mantido durante, pelo
menos, um ano. Ainda, as filiais
devem desenvolver uma atividade
predominantemente industrial ou
comercial. Não obstante, também
podem desenvolver atividades fi-
nanceiras quando se realizem em
favor de residentes no mesmo país
que o da filial, se usarem os seus
próprios meios materiais e pessoais.
Por último, as filiais devem estar su-
jeitas a um imposto análogo ao IRC
espanhol.
Podemos, portanto, concluir, que a
ETVE pode ser um excelente instru-
mento, com vantagens, nalguns ca-
sos, superiores às holdings de países
como a Holanda ou o Luxemburgo.
Antonio Viñal Menéndez-Ponte
Antonio Viñal & Co. [email protected]
FEiras E ExPosiçÕEs sETEmBro 2012
daTa EvEnTo Lugar
16-17 NOVEMBROFUNERGAL
(Feria de productos y servicios funerarios)Orense
22-25 NOVEMBROINTUR
(Feria del Turismo de Interior)Valladolid
25-27 NOVEMBRO MADRID GOLF Madrid
27-29 NOVEMBROEIBTM
(Salón de la industria de viajes de negocios, congresos e incentivos)Barcelona
27-30 NOVEMBROSMART CITY EXPO WORLD CONGRESS
(Salón del Equipamiento para las Ciudades y el Medio Ambiente)Barcelona
6-9 DICIEMBREAUTO RETRO BARCELONA
(Exposición de coches y motocicletas de colección)Barcelona
i.- gaLiZa E a Euro-rEgiÃo gaLiZa- norTE dE PorTugaL
a ProduçÃo indusTriaL gaLEga Em PosiTivo As estatísticas mais recentes sobre a evolução do índice de pro-
dução industrial coloca a Galiza como a única região espanhola
que registou um aumento do IPI em Setembro, e que foi de 2,2 %
relativamente ao mesmo mês de 2011. O progresso deve-se prin-
cipalmente à energia, cuja produção aumentou 17% em Setem-
bro e 7,1 % desde Janeiro. Em segundo lugar, seguem os bens de
consumo, que subiram 10,7% em Setembro, especialmente para
alimentos.
a criaçÃo dE EmPrEsas aumEnTa na gaLiZa 18% A criação de empresas na Galiza aumentou 18% relativamente
ao mês de Outubro do ano passado. Os setores mais dinâmicos
foram o comércio e serviços de negócios. Pontevedra soma mais
159 empresas, A Corunha 141, Lugo 34 e Orense 28. No total anu-
al a Galiza atinge 3.571 novas empresas, mais 4% relativamente
ao ano passado.
comPromisso Para modErniZar a LinHa vigo-PorTo Responsáveis das organizações empresariais, da UE, da Xunta da
Galiza e da Diputación de Pontevedra celebraram, numa cimeira
de urgência que teve lugar em Monforte de Lemos (Lugo), o com-
promisso dos governos de Espanha e Portugal de solicitar fundos
comunitários extraordinários para a modernização da linha entre
o Porto e Vigo.
o Eixo aTLÂnTico rEcLama um sisTEma ELETrónico dE PorTagEns EuroPEuO Secretário-Geral do Eixo Atlántico, Xoan V. Mao, apresentou
uma carta ao comissário do Mercado Interior e Serviços da Co-
missão Europeia, Michel Barnier, sobre a interoperabilidade dos
dispositivos para pagamento das portagens, onde lhe solicita a
criação do Sistema Elétrónico de Portagens Europeu por parte da
Comissão Europeia - uma criação que a Comissão promulgou há
6 anos e que até à data não foi cumprida.
ii.- aPoios E suBvEnçÕEsaJuda: Programa Para a criaçÃo dE consorcios dE EmPrEsas Para acEdEr a concursos PÚBLicos inTErnacionais
ORGANISMO: Conselleria de Economia e Indústria, Xunta da
Galiza
A ajuda contempla um apoio integral à criação de consórcios para
o período 2012-2013, que inclui a formação e acompanhamento
individualizado para as empresas participantes durante o proces-
so de criação. Cabe frisar que só serão selecionadas 15 empresas.
Dezembro 2012 | País €conómico › 5958 › País €conómico | Dezembro 2012
› a FEcHar
Futuro Hotel Vila Galé Rio de Janeiro mostra as primeiras imagens
marco hoteleiro na “cidade maravilhosa”Como noticiámos na nossa última edição, em 2014 abrirá portas
o Hotel Vila Galé Rio de Janeiro, uma unidade que vem preencher
um desejo e uma oportunidade estratégica na presença do grupo
liderado pelo empresário Jorge Rebelo de Almeida no Brasil.
A marca deu agora a conhecer as primeiras imagens, ainda que
virtuais, do que será a configuração da futura unidade carioca
com a marca Vila Galé, onde se conjugará a traça do edifício tra-
dicional no Bairro da Lapa que o grupo adquiriu com uma com-
ponente mais moderna no edifício principal do empreendimento
hoteleiro.
Recorde-se que o Hotel Vila Galé Rio de Janeiro, que Jorge Rebelo
de Almeida espera ter pronto ainda antes do arranque do Cam-
peonato Mundial de Futebol, em Junho de 2014, terá 289 quartos
e suites e será decorado segundo a influência e estilo da Bossa
Nova, algo tão profundamente ligado ao imaginário carioca. O
investimento deverá ultrapassar os 30 milhões de euros. ‹
dilma rousseff na câmara Portuguesa de são PauloA presidente do Brasil, Dilma Rous-
seff, estará presente e será homena-
geada no jantar comemorativo do
centenário da Câmara Portuguesa
de Comércio no Brasil (São Paulo).
O evento terá lugar no dia 7 de De-
zembro e decorrerá na Sociedade
Hípica Paulista, e o presidente da
Câmara Portuguesa no estado de
São Paulo, Manuel Tavares de Al-
meida Filho, promete uma aconte-
cimento de grande importância no
relacionamento económico e em-
presarial entre o Brasil e Portugal. ‹
Paços de Ferreira e santa maria unidosO município português de Paços de Ferreira recebeu no passado dia 15 de Novembro a
visita de uma comitiva da cidade brasileira de Santa Maria, no âmbito de um protocolo
existente entre o Município de Paços de Ferreira, a PFR Invest e o Instituto Politécnico
do Porto. No caso, foi celebrado um protocolo entre o próprio Município de Paços de
Ferreira, a Prefeitura Municipal de Santa Maria, o Instituto Politécnico do Porto, a Univer-
sidade Federal de Santa Maria, a Associação Empresarial de Paços de Ferreira, a Câmara
de Comércio e Indústria de Santa Maria, a PFR Invest e a Agência de Desenvolvimento
de Santa Maria, visando uma colaboração activa para o desenvolvimento sustentado de
Paços de Ferreira e de Santa Maria, “no sentido da qualificação dos recursos humanos,
no estímulo às actividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação, do incremento das
relações comerciais e de mecanismos que garantam a transferência de tecnologia, com
vista a uma melhoria das habilitações técnicas, profissionais e escolares dos ativos de
ambos os municípios”. ‹
mota-Engil compra no BrasilA Mota-Engil anunciou a aquisição de uma posição maioritária no capital social da cons-
trutora brasileira Empresa Construtora Brasil (ECB). Em comunicado enviado à CMVM,
a construtora portuguesa referiu que “apostando na experiência dos atuais sócios da ECB,
a Mota-Engil Brasil assinou um acordo para a aquisição de uma participação de maioria
mínima de controlo por 52,6 milhões de reais (cerca de 19,4 milhões de euros), tendo
sido também acordada a injeção de parte desse montante na sociedade por aumento de
capital”. A ECB faturou em média cerca de 116 milhões de reais (cerca de 43 milhões de
euros) nos últimos anos. ‹
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