Habeas Corpus com liminar. Peça 5

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EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRGIO TRIBUNAL DE JUSTIA DO ESTADO DE __________________. PROCESSO N. _____/_____ COMARCA DE ORIGEM: IMPETRANTE: ADVOGADO IMPETRADA: JUSTIA PBLICA PACIENTES: MARIA E PEDRO AUTORIDADE COATORA: JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ____________________ ESTADO DE _________________.

COLENDA CMARA NCLITOS JULGADORES DOUTA PROCURADORIA Advogado regularmente inscrito nos quadros da OAB sob n. Seo (Estado) ____, subseco (Estado/Comarca) _____/_____ com endereo profissional na (endereo) Rua ________________________, n. __________, Bairro __________________, sob o respectivo Cdigo de Endereamento Postal n. __________________, na cidade de ___________________, Estado de _______________, vem respeitosamente na presena de Vossa Excelncia impetrar ordem de Habeas Corpus com pedido de Liminar, com fundamento no artigo 5, LXVIII da Constituio Federal e sua combinao com o artigo 648, I e 649 do Cdigo de Processo Penal em favor de: MARIA (nacionalidade) _______________, estado civil _____________, profisso _______________, portadora da Cdula de Identidade Registro Geral n. _____________, inscrito no Cadastro de Pessoa Fsica do Ministrio da Fazenda sob n. ______________, e PEDRO (nacionalidade) _____________, estado civil ________________, profisso ___________________, portador da Cdula de Identidade Registro Geral n. _____________, inscrito no Cadastro de Pessoa Fsica do Ministrio da Fazenda sob n. ______________, ambos residentes e domiciliados na rua __________________, n. _____, bairro __________________, sob o respectivo Cdigo de Endereamento Postal n ___________, na cidade de ___________________, Estado de _______________, (conforme procurao anexa), contra ato abusivo do Nobre Magistrado da ____ Vara Criminal da Comarca de _______________, Estado de ______________, ante os fatos e fundamentos a seguir expostos: DOS FATOS

Maria tem conta corrente conjunta com Pedro, seu marido, no Banco TAL, podendo ambos assinar cheques, isoladamente. Maria, numa compra, emite um cheque ignorando que Pedro no mesmo dia, fez um saque de quase a totalidade do saldo disponvel na conta corrente do casal. O cheque emitido por Maria foi apresentado ao banco e devolvido devido falta de fundos. O portador do cheque emitido por Maria vai polcia e a acusa de estelionatrio. Ao tomar conhecimento do ocorrido, Maria procura o credor e paga importncia relativa ao cheque recebendo assim a quitao do debito e o credor lhe devolve o cheque. O Promotor Pblico denuncia Maria e Pedro, como incursos nas sanes do artigo 171, 2, VI, do Cdigo Penal. O Juiz ao receber a denncia abre prazo para que os Acusados apresentassem sua defesa. De posse da defesa escrita, onde Maria e Pedro atravs do competente Procurador provam que a dvida j havia sido paga, provando assim que no agiram de m f, mas sim que por um infeliz acaso veio a desencadear o fato. O Juiz entendeu por bem prosseguir com a persecuo penal, alegando tratar-se de matria referente ao mrito e, portanto, passvel de prova em audincia. Assim, rejeitou os argumentos da defesa e designou data para audincia de instruo. DO DIREITO De acordo com o artigo 5, LXVIII da Constituio Federal: Conceder-se- habeas corpus sempre que algum sofrer ou se achar ameaado de sofrer violncia ou coao em sua liberdade de locomoo, por ilegalidade ou abuso de poder O texto constitucional claro em suas palavras ao informar sobre a possibilidade de concesso do habeas corpus, remdio esse que dever

ser concedido, pois, o caso em questo no passa de um mero abuso de poder da autoridade co-atora. Veja o que relata o seguinte Tribunal: TAMG. Estelionato. Crime contra o patrimnio. Cheque sem fundos. Prdatado. Dolo ab initio do agente. Delito configurado. CP, art. 171. Se o agente agiu com dolo, ab initio, de lesar os sujeitos passivos, a emisso de cheque, mesmo que pr-datado, configura o delito descrito no caput do art. 171 do CP. Perceba-se que o tribunal retrata sobre o dolo do agente, ou seja, sabendo que o cheque no tinha proviso de fundos, mesmo assim fez uso do mesmo, fato que no se configura no caso em tela, pois, Maria no sabia que seu marido havia feito uma retirada na conta, onde ambos possuem conta conjunta, com isso emitiu o cheque, ao tomar conhecimento do fato, Maria procura o credor e paga importncia relativa ao cheque recebendo assim a quitao do dbito e o credor lhe devolve o cheque, ou seja, realizou a troca de quitao, ficando ntida em sua atitude que no h inteno de praticar qualquer ato ilcito, inexistindo o dolo. O Cdigo de Processo Penal em seu artigo 648, I retrata sobre a ilegalidade da coao quando inexiste justa causa, veja o que diz: Art. 648 - A coao considerar-se- ilegal: I - quando no houver justa causa; Tem o mesmo entendimento o respectivo Tribunal: TAMG. Estelionato. CP, art. 171, 2, VI. Cheque sem fundos. Reparao do dano. Ao penal. Ausncia de justa causa. Havendo ocorrido reparao do dano antes do recebimento da denncia e verificando-se ter agido o acusado de boaf, falta justa causa para a ao penal por crime de fraude no pagamento por meio de cheque. Fernando Capez nos ensina que: Quando no houver justa causa: justa causa a existncia de fundamento jurdico e suporte ftico autorizadores do

constrangimento liberdade ambulatria. (Capez, Fernando. Curso de Processo Penal 17. ed. So Paulo: Saraiva, 2010). Desta feita, a hiptese trata da falta de justa causa, pois no h fundamento, nem suporte que autoriza a restrio da liberdade, pois no houve m-f por parte da Paciente, com isso o trancamento da ao penal o que deve ser feito. DA LIMINAR A possibilidade da concesso de liminar est prevista muito claramente no art. 7., III da Lei n. 12.016/09. A liminar, como uma medida antecipatria, exige os requisitos do fumus boni juris e do periculum in mora. Periculum in mora, significa Perigo da demora. o risco de deciso tardia, perigo em razo da demora. Expressa que o pedido deve ser julgado procedente com urgncia ou imediatamente suspenso o efeito de determinado ato ou deciso, para evitar dano grave e de dificil reparacao. Fumus boni iuris a expresso latina que significa sinal de bom direito ou aparncia de bom direito. Significa a suposio de verossimilhana de direito que um julgador tem ao analisar uma alegao que lhe foi submetida. O juiz decide prima facie com base na presuno de que a alegao possua suficiente base legal. Sendo assim, h fumus boni iuris quando existe a possibilidade de que o direito pleiteado exista no caso concreto. o mesmo que diz o ilustrssimo doutrinador Julio Fabrinni Mirabete: Como medida excepcional, a liminar em habeas corpus exige requisitos: o periculum in mora (a probabilidade de dano irreparvel) e o fumus boni iuris (elementos da impetrao que indiquem a existncia de ilegalidade no constrangimento). (Julio Fabbrini Mirabete. Cdigo de Processo Penal Anotado. Editora Atlas. So Paulo. 2001). Com a iminente ausncia de justa causa para caracterizar a coao, por fora do artigo 649 do Cdigo de Processo Penal a liminar deve ser concedia: O juiz ou o tribunal, dentro dos limites da sua jurisdio, far passar imediatamente a ordem impetrada, nos

casos em que tenha cabimento, seja qual for a autoridade coatora. Neste caso, a concesso da medida limar direito dos Pacientes, pois em momento algum ficou demonstrado a vontade de tirar qualquer tipo de vantagem com a situao, garantindo assim a imediata soluo para cessar a ilegalidade e o abuso de poder. DO PEDIDO Ante o exposto requer: - A concesso da liminar pleiteada para sustao da audincia de instruo j designada para a data de ____/____/____. - Que seja oficiada a autoridade coatora para que preste informaes no prazo de 10 dias conforme o artigo 7., I da Lei 12.016/09. - Vistas ao Ministrio Pblico. - Finalmente que seja ratificada a liminar concedida, uma vez j sustada a audincia, que a ordem se torne definitivo para o trancamento da ao penal vez que carece de justa causa, tudo conforme artigos 5, LXVIII da Constituio Fedarl e 648, I do Cdigo de Processo Penal.

Termos em que Com os documentos inclusos Pede Deferimento,

Local, ______de ___________ de _______

___________________________________________ Advogado OAB Seo de ___________________ - n.________

Aluno: Rafael Mendes Mateus Turma: 11 Disciplina: Prtica Jurdica I Instituio: Uni-Anhanguera Data: 14/04/2011