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Morgana Eriko Morita Hidrocinesioterapia Aplicada em Amputa!;ao Unilateral de Membro Inferior: Estudo de Caso Trabalho final apresentado ao Curso de Especializa,ao em Hidrocinesioterapia, Centro de Pos-Gradua9iio, Pesquisa e Extensao da Universidade Tuiuti do Parana Orientador:Prof. M.Sc. Joao Henrique Faryniuk. Curitiba 2000

Hidrocinesioterapia Aplicada emAmputa!;ao Unilateral deMembro Inferior ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/04/HIDROCINESIOTERAPIA-APLICADA-EM... · EMBASAMENTO TEORICO Eo sabidoqueHip6crates

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Morgana Eriko Morita

Hidrocinesioterapia Aplicada em Amputa!;ao Unilateral de MembroInferior: Estudo de Caso

Trabalho final apresentado ao Curso deEspecializa,ao em Hidrocinesioterapia,Centro de Pos-Gradua9iio, Pesquisa eExtensao da Universidade Tuiuti doParanaOrientador:Prof. M.Sc. Joao HenriqueFaryniuk.

Curitiba2000

Agradecimento

Ao paciente que de todas as formascompartilhou com a execu9iio do estudo.Obrigada.

SUM ARlO

Abstract ..

Resumo.

Glossario ..

1. Introduyao..

2. Embasamento Teorico ..

3. Material e Metodos ...

. iv

. v

............................................ vi

. 1

. 3

. 11

4. Apresenta9iio de dados e sua analise 18

Conclus6es.. . 22

Anexo 01 - Quadro de porcentagen das causas de amputa9iio 23

Anexo 02 -Inspeyao Fisica.. . 24

Anexo 03 - Protese 3R.70.. . 28

Bibliografia .. . 30

Hi

ABSTRACT

The objective in this study it was to observe the patient amputed unilateralitythrough femur bone in treatment by hydro therapy vvth movements, VVhereit wasrealized in positions like it body lying down back, lying down belly and standingup, and so it wasnoted that the lack of the member it was very influential in theactivities done in horizontal position, VVherefor lack of the body, brought aboutthe absence of equilibrium of the strengths that act in the center of gravity and offloating, consequently the body achieved the movement trying to align thesestrengths, turning the body to the side. It was observed also that the patient gotto svvm craw, but unfortunately it wasn't possible to svvm backstroke.

iv

ReSUMO

o objetivo do presente estudo foi observar a paciente amputado unilateraltransfemoral em atividade hidrocinesioterapica, ande foi realizados em posic;:6esde decubito dorsal, decubito ventral e em pe, e assim notou-se que a ausenciado membra foi de grande influencia nas atividades em posiyao horizontal, andeessa falta da massa corp6rea provocou 0 desequilibrio das forgas dos centres degravidade e da flutuac;:ao e consequentemente 0 corpo realiza 0 movimentotentando realinhar estas foryas, girando a corpo para a lado. Observou-setambem que 0 paciente conseguiu realizar 0 nado crawl e infelizmente naoconseguiu realizar a nado de costas. Mesma assim foi de grande import~mciaesta experiemcia inedita ao paciente.

GLossARIO

• Abduyao-

• Adu<;ao-

• Amplitude-

Movimento para 0 lado de fora do plano mediasagital do corpo, ou eixo da articula980 domembra.

Movimento na direyao do plano medio sagital docorpo, ou eixo da articula980 do membra.

Medida do maximo de zero ao eixo normal.

• Amputayao-

• Amplitude de movimento - Alcance maximo do movimento atingido pelaarticulayao envoivida.

Retirada total ou parcial de urn membra atravesde urn ato cirurgico ou traumatico.

• Coto-

• Amputayao transfemoral - Amputa980 realizada entre a desarticulayao dojoelho e 0 quadri!.

Extremidade distal de urn membra da qual seamputou uma parte.

• Hidrocinesioterapia-

• Miodese-

• Pr6tese-

• Unilateral-

Terapia atraves de mobiliz8<;oes ativas, passivas,ativas-assistidas e exercicios terapeuticosrealizadas no meio Hquido.

Fix8<;ao cirurgica dos muscutos unindo agonistacom antagonista no tecido 6sseo, dando inser<;8oa musculatura.

Aparelho ortopedico utilizado na substitui980 deurn membra amputado ou ausente.

Situado de urn unico lado.

vi

1. INTRODUC;Ao

Quando cita-se 0 termo "amputayiio" de imediato relacionamos com perda

fisica e principalmente perda funcional do sistema locomotor. E quando a

amputayiio e realizada do membro inferior, pois ocorre que esta regiao e de

extrema importancia para que a sistema locomotor funcione harmoniosamente.

A Fisioterapia constitui num fator de grande importancia na preparayao do

membro amputado para adaptayao e utilizayao da pr6tese. Inserido no universe

da fisioterapia, 0 tratamento para 0 amputado esta dividido em: "Primeira fase:

pre-proteica e a segunda fase: pos proteica" (TANAKA, A.P., 1999, p.23); onde a

cinesioterapia e 0 procedimento primordial na fase pre proteica, para preparar 0

coto. Esse preparo esta em fortalecer, alongar, diminuir 0 edema residual,

modelar 0 coto, dessensibilizar 0 coto e tambem evitar posicionamento vicioso.

Oesta forma a Hidrocinesioterapia tornou-se Qutra forma alternativa para

realizar a preparayao do coto, ende alam dos exercicios realizados sob a agua,

utilizamos as propriedades fisicas do meio liquido (pressao hidrostatica, empuxo,

turbulencia, resistencia, temperatura em tomo de 33° C), para auxiliar na

realizar;ao da cinesioterapia.

Ao aplicarmos este pratocolo tivemos como objetivo especifico observar a

atividade hidracinesioterapica do paciente com relar;ao a falta do membra e suas

dificuldades em realizar os exercicios em determinadas posturas como em

decubito dorsal, decubito ventral e em pe e tambem a ayiio do empuxo (principio

de Arquimedes 287 - 212 A.C.) com relayiio a falta do membro e a influencia

2

sobre 0 metacentro (Principio de Bouguier - 1690 - 1758); e assim relatar os

niveis atingidos pelo paciente.

Ao realizar 0 protocolo de hidrocinesioterapia, e identificar dentro das fases

de tratamento segundo ISRAEL (1995):

A - Ambientagao;

B - Dominic do meio liquido;

C - Exercicios terapeuticos especializados;

o - Exercicios de condicionamento global.

E - Relaxamento

E dentro de cada fase proposta, identificar 0 desempenho atingido pelo

paciente.

E como objetivo geral, atingir 0 fortalecimento da musculatura glutea e

adutora da coxa, alongamento dos flexores, melhorar 0 equilibrio e diminuir a dor

em regiao cicatricial da miodese e final mente melhorar seu condicionamento

global e auto - estima.

3

2. EMBASAMENTO TEORICO

Eo sabido que Hip6crates (460 - 375 A.C.) ja empregava a agua em tratamentos

de doen~s; e a palavra hidroterapia e de origem 9re9a; onde subentende-se

"hydro" - agua e "therapia"- cura.

Em 1697, Sr. John Flayer, medico, publicou: "Uma Pesquisa Sobre 0

Uso Correto e 0 Abuso de Banhos Quentes, Frias, Temperados na

Inglaterra", e 25 anos depois a "Hist6ria do Banho Frio", cnde enfatiza a usa

de banhos.

Em 1779, Dr Wright, cirurgiao naval, com suas observagoes sobre 0 uso

do frio no tratamento de variola para diminuiyao da temperatura, infiuenciou a

Dr. Currie em Liverpool, e assim publicou: "Relat6rios Medicos Sabre Efeito

da Agua Fria e Quente como Remedio para Febre".

Na Silesia, em 1830, Vicent Pressnitz montou urn centro para usa de agua

fria associ ado a exercfcios atlvas; at raves desta ideia iniciou-se urna

investiga~o mais cientifica; nas reac;oes dos tecidos a agua em suas diferentes

temperaturas. Essa investigayao toi realizada pelo Dr. Winternitz, de Viena, e

acrescido dos estudos do Dr. Wright e do Dr. Currie estabeleceram as bases

fisiol6gicas aceitas pela hidroterapia.

As bases de conhecimento da hidroterapia e atraves das propriedades

ffsicas da agua. Onde as seguintes propriedades ffsicas da agua sao:

Materia ~ algo que ocupa lugar no espa~;

Massa ...•e a quantidade materia que ela possui:

Peso ~ e 0 efeito da gravidade sobre a massa, ela e alterada de acordo com

a posigao do corpo em relagao a terra;

4

Densidade Relativa ou Gravidade Especilica -> s a relayao entre massa de

dado volume da substancia e a massa do mesmo volume de agua;

Flutua,ao (Principio de Arquimedes 287 - 212 A.C.) -> 0 principio alirma que

S8 urn corpo 8Sta parcial mente ou completamente imerso na agua, ele sofre

a forga do empuxo para cima igual ao peso do liquido deslocado. A flutuayao

sa for,a contraria a lorga da gravidade. Onde a densidade relativa s maior

que 1 - afunda e menor que 1- flutua. E quando os centros de Ilutua,ao e 0

centro de gravidade esU30 na mesma linha vertical, 0 corpo esta em equilibrio

estavel. 0 que podemos chamar de "Principio do Metacentro" (Bouguier

1690 - 1758). Se caso nao houver alinhamento destas lorgas, as duas

atuarao sabre a carpo, para que possa atingir a equilibrio. Qual movimento

dos membros superiores au inferiores do corpo pode produzir efeitos

rotacionais (eixo transversa au longitudinal); assim as bra90s de alavanca

longos sofrem maior influencia da flutu8980, e ala aumentan3 quando a

membra S8 move mais proximo a superficie.

Pressao Hidrostatica -> a Lei de Pascal (1623 -1662), diz que a pressao do

liquido e exercida igualmente sabre toda area de urn corpo submerso em

repouso. Esta pressao aumenta com a densidade do liquido e com sua

profundidade. Na hidroterapia esta pressao auxilia muito na diminui9Bo de

edemas, espasmos museu lares e melhora a eoordenaC;:8o, etc ..

Tensao Superficial -)- e a forc;:a das moleculas da superficie do liquido, ela

atua como uma forma de resisteneia ao movimento quando 0 membra e

parcialmente submergido.

5

Refra980 ~ e a passagem do raio luminoso de urn meio mais rarefeito para

urn mais denso, como 0 ar para a agua;

Viseosidade (Frie9ao) -> e uma forma de atrito que oeorre entre moleeulas de

urn Ifquido e este e uma forma de resist€mcia a fluxo.

Velocidade e Deslizamento ~ Na Situ8980 de deslizamento aCorre menor

resistencia da agua, e a velocidade e diretamente proporcional a resistencia,

isto e, maior resistencia, maior velocidade.

Turbuleneia (Bernoulli 1700 -1782) -> e a diminui9ao da pressao atraves do

movimento do fluido. 0 professor Osborne Reynolds (1849 -1912),

apresentou que 0 fluxo de um liquido e alinhado atraves de um fluxo

turbulento, esse tipo de fluXQ cria movimentos rotatorios chamados de

redemoinhos. E quando 0 objeto S8 desloca na agua, ocorre uma difereng8

de pressao da agua entre a frente e a traseira do objeto, a pressao e maior

na frente e menor atras, e cria um fluxo de agua no interior da area de menor

pressao, esta fenomeno e conhecido como "Esteira". Assim quanto mais

rapido 0 movimento maior 0 arrasto, e se 0 movimento for inverso, ele sofre

a ag80 da inercia da agua, ocorre a redug80 da press80 provocando 0 que

chamamos de turbult3ncia. Ela e utilizada para auxiliar ou resistir 0

movimento. E com a diminuig80 do volume da massa corporea, devido a

amputa9ao, oeorre altera90es com rela9iio a a9iio das propriedades fisieas

que atuam sobre este corpo, por exemplo: ocorre alterayao na posiyao do

metacentro e consequentemente 0 desequilfbrio na forga do empuxo,

alterando assim a fon;a da flutuag8o, onde como resposta 0 corpo ira em

busca do equilibrio destas for98s.

6

Os efeitos fisiol6gicos durante a imersao varia de acordo com a for9a de

flulua9iio, viscosidade, condutividade termica, profundidade, temperatura,

durat;ao, velocidade e intensidade de como 0 exercicio toi executado. Estes

efeitos podem ser descritos abaixo como:

As altera90es fisiol6gicas podem ser, segundo Bates (1998, p.7):

aumento de frequencia respiratoria;

aumento de respira9Bo periferica;

aumento de freqOemcia cardlaca;

aumento do metabolismo muscular;

diminuic;ao da sensibilidade nervosa;

diminuic;ao de edema;

relaxamento muscular.

E, assim as efeitos fisiol6gicos sao semelhantes aos produzictos par qualquer

forma de calor.

Os efeitos terapeuticos tambem nao fogem a esta compara9ao

anterior(segundo Bates, 1998 p.7), isto e:

produz relaxamento muscular;

diminuic;ao de dar;

diminuic;ao de espasmos museu lares;

facilita9iio de movimentos;

aumenta for~a,resistencia e flexibilidade;

melhora equilibrio, consciemcia corporal;

melhora concticionamento da musculatura respirat6ria;

efeito psicol6gico.

o uso das propriedades fisicas da agua sera 0 suporte para 0 tratamento

hidrocinesioterapico do paciente amputado para realizar as atividades

preconizadas no protocolo proposto.

E urn dos maiores grupos de reabilitac;ao para 0 usc de protese, as

amputayoes dos membros inferiores. A principal causa sao as vasculopatias

perifericas. 0 caso descrito do projeto se encaixa na Segunda maior causa, isto

e, de ordem traumatica, por acidente automobilistico; considerado um grupo de

pessoas jovens. (Vide Anexo 01 - Quadro 01)

A historia sabre a protese nos mostra a busca constante do homem em

melhor sa adaptar ao uso de protese, segundo BOCCOLINI (1990).

A referencia mais antiga da protese e de 500 AC., descrita por Herodoto, na

qual ele descreve a fuga de Hegistratos, na qual ele amputa seu proprio pe e faz

para si um pe de madeira.

No seculo XVI, eram chamados de "PiI6es", confeccionados em madeira.

Ambroise Pare e Leonardo da Vinci tambem, contribuiram com desenhos de

proteses e sistemas de travas no joelho.

Sabe-se que na Primeira Guerra Mundial os ingleses tinham 42.000

amputados, num total de 300.000 em toda a Europa. Na Segunda Guerra

Mundial, foram autorizados programas de pesquisas para Marcha Artificial, a

partir dai surgiram as proteses com maior aproveitamento das bases

biomecimicas.

Em Washington (1972) teve uma convocayao oficial da Oficina Pan

Americana de salide, com objetivo de recomendar determinados tipos de

8

componentes de protese de ambito mundial; e assim continuaram os estudos

com aperfeit;oamentos eletr6nicos e mecanicos.

A amputay80 naD f8sulta apenas na perda fisica e sim na perda de urn

componente do sistema locomotor, na qual tenta-se substituir essa perda com a

coloca9ao de protese. As amputayoes geralmente sao nas regioes medianas

dos segmentos articulados; 0 comprimento do coto osseo e importante para dar

urn brago de alavanca ideal para melhor transmissao de fon;as entre 0 coto e 0

cartucho da protese. E a Miodese (fixa9ao cirurgica do musculo e realizada para

evitar 0 encurtamento e fraqueza dos musculos remanescente); 0 coto deve Ter

6 mm. (mais ou menos) de tecido mole, na extremidade ossea para que a pele

tenha 0 movimento livre sobre 0 musculo. 0 coto deve possuir contornos lisos e

sem redundancias cutaneas, para formar urn coxim natural para protegeo das

partes osseas.

Durante a descriy80 do tipo de amputa<;8o, sera dado enfase no tipo

transfemoral em ter90 medio inferior, que e de 30 - 36 cm abaixo do trecanter.

Em termos de musculatura, a maior importancia S8 da para restaurayao da

musculatura do quadril, para alinhamento da protese e adaptayao do cartucho.

Os museu los abdutores, neste nivel de amputayao sao preservados; e ocorre

uma secyao transversal dos musculos flexores do joelho.

A Miodese dos adutores evita a deformayao do coto. Esse tipo de amputayao

diminui a ayao dos musculos quadriceps e flexores de joelho, e por isso eajustado mecanismos na protese para estimular a funyao destes museu los.

Esses mecanismos podem ser desde elasticos simples do quadriceps,

dispositivos de fric9ao mecanica, sistema de amortecedores de borracha,

9

sistemas de amortecedores hidnflulicos e pneumaticos, ajustados na articulac;ao

do joelho com eixo simples ou policentricos.

o paciente fara uso de protese com cartucho de forma quadrilateral, com

apoio gluteo - esquiatico. A parede lateral tem fun9110 do balanyo medial - lateral

do amputado na fase de apaio durante a marcha.

o usc da musculatura adutora e para manter 0 femur em angulo normal de

adu9ao, dessa forma a protese e alinhada para manter a base de march a

estrelta. A borda lateral e a continuayao da borda anterior, contornando a parte

lateral da nc3.dega, para manter 0 selamento hermetico para cartucho com

succ;ao. A borda medial contribui para 0 apaio medial. E assim para que S8 tenha

melhores resultados para adapta9110 do amputado com 0 uso de protese, deve-

S8 ter as seguintes considerar;:6es:

o cartucho deve ser confortavel;

a importancia e localiz8c;:aOdas forc;asque atuam sabre 0 coto e 0 cartucho;

a rela9110 da afatividade corpo e protese (aceita911o da protese).

Respeitando-se essas considera9oes a fisioterapia visa atingir durante 0

tratamento:

aumento de forc;a muscular;

melhor equilibrio;

malhor angulo de movimente;

melherar fun90es (rolar, sentar, levantar, etc.)

preparar 0 coto com massagens, exercicios ativDS, passiv~s, ativos contra

resistidos, isometricos ...etc.;

10

enfaixamentos; e com mensurac;oes peri6dicas, para atingir contornos ideais

no coto para me thor adaptar no cartucho da protese.

E assim tendo as mesmos as objetivos da fisioterapia em terra; a

hidrocinesioterapia ira atraves das ac;6es das propriedades fisicas da agua para

auxitiar na obten~o dos objetivos anteriormente citados.

11

3. MATERIAL E METODOS

Esta pesquisa fOl realizada em urn paciente com 35 anos, branco, sexo

masculino, portador de amputagao transfemoral em tergo medio inferior do femur

direito, apos lesao traumatica.

Figura 1 - Amputagao transfemural tergo medio inferior

Para realizac;ao deste estudo foi necessario a utilizac;ao da piscina de

hidroginastica da Escola de Natagao Aquatikus. Tambem foi realizado no

periodo de 08/99 a 11/99, tratamento fisioterapico em solo no espago da Clinica

de Fisioterapia da Assist€mcia Social dos Estivadores de Paranagu8, ende ele

apresentou as seguintes sintomas no exame fisico. (Anexo 02 - FotDs inspeyao

fisica)

12

Apes periodo de fisioterapia em solo, foi utilizada a aplicat;:iio da

hidrocinesioterapia, utilizando 0 seguinte protocolo de tratamento, segundo Israel

(1999) onde realizei as exerdcios na seguinte sequencia:

1. Ambientagao: (mais ou menDs10 minutos)

1.1molhar 0 rosto (frontal e lateral);

1.2 exercfcios respirat6rios;

1.3 realizar deslizes, com au sem auxilio;AMBIENTACAO

AMBIENTACAO

Figura 03 - Deslizar

13

2. Dominic do meio Ifquido: (mais au menes 10 minutos)

2.1 flutuar em prono (com au sem auxilio);

2.2 realizar rota,oe8 (com ou 8em auxilio);

2.3 mergulho;

I

Figura 04 - Flutuar em prono DOMiNIO DO MEIO L[aulDo

sem auxilio

Figura 05-- rota,ao com auxilio

14

3.1 decubito ventral - abduc;ao e aduc;ao (1: 2);

3. Exercfcios terapeuticos especializados: (mais ou menos 10 minutos)

3.2 decubito dorsal - abduc;ao e aduc;ao (1: 2);

3.3 em pe - extensao e flexao de quadril (2.1);

- aduyao e abduyao de quadril (2.1);

EXERXlclOS TERAP~UTICOS ESPECIALlZAOOS

Figura 08 - em pe

EXERXiclOS TERAP~UTICOSESPECIAllZAOOS

Figura 07 - Decubilo

dorsal

15

4. Condicionamento Organico Global

4.1 Nado

4.2 Finaliz89c30 com alongamento da musculatura flexora do quadril e adutores

e abdutoresCONOICIONAMENTO GLOBAL

Figura 09 - Nado

C()NntCIONAMFNTO (:;1ORAl

Figura 11 - Alongamento da

musculatura flexora do quadril

CONDICIONAMENTO GLOBAL

Figura 10 - Nado

16

5. Relaxamento

5.1 Massagem para dessensibilizar 0 coto

5.2 Movimentos sinuosos em decubito dorsalRElAXAMENTO

idessensibilizar 0 coto

RELAXAMENTO

A protese utilizada pelo paciente e do tipo joelho 3R.70. (Ver Anexo 03)

o metoda utilizado tern semelhanC;8 com cinesioterapia no solo, mas a

diferenga esta no uso das propriedades do meio liquido que auxiliam no

movimento e que tam bern provocam resistencia au dificuldade em realiza-Ia.

Abaixo apresentamos 0 quadro de evoluyao diaria do paciente:

17

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18

4. APRESENTA\;AO DE DADOS E SUA ANALISE

o objetivo deste trabalho foi analisar a dificuldade do paciente amputado

em realizar 0 protocolo proposto, e ate que nivel a falta do membro influencia

nas atividades. E aD final das 10 sess6es de hidrocinesioterapia, com 45 minutos

de duracao cada e a temperatura mEidiaentre 32' C e 33' C.

Na evoluyao com relayao a amplitude de movimento, nao houve altera980

nos numeros obtidos e segundo as valores norma is citados par Cipriano (1993,

p. 269), inclusive est'; ainda abaixo da normalidade, conforme tabela a seguir:

Movimento Valores norma is Medida realizada Medida realizadasegundo Cipriano em Setembro/1999 em Janeiro/2000

Flexao de Quadril 121· 110· 110·Extensao de 12· 10· 10·QuadrilAbduyiio 41· 40· 40·AduCao 27· 10· 10·

Com relarrao a mensurayao da circunferencia encontramos as seguintes

resultados.

Medida em Setembro/1999 Janeiro/200053cm 58cm50cm 53cm45cm 47 cm

Figura 14- medidas em SeU1999

19

Figura 15 - medidas em Jan/2000

Nestes resultados observamos urn aumento media da circunferencia de 2,66

em em volume. Onda 0 aumento do volume fOI uma intercorrencia apresentada

pois, houve ests aumento ands normal mente deveria ter diminuido;

provavelmente teve urn aumento de tecido adiposo.

Com rela9iio ao grau de dificuldade observamos os seguintes resultados nas

fases:

1. Ambienta~ao:

Paciente bern adaptado, realizou 0 nado com born dominic respiratorio e

visual exceto 0 nado de costas;

20

2. Dominio do meio liquido:

Realizou ratac;6essem auxilio, mas com diliculdade do lado amputado para

a esquerda, ista 13, na rotac;ao horizontal 0 corpo gira para a esquerda devido a

lalta do membra que altera a localiza,ao do "metacentro (ponto do centra de

gravidade)" (Association 01Swimming Therapy, 1986,p18) abaixo do centro de

gravidade, cnde 0 corpo busca uma posic;ao estavel, girando.

3. Exercicios terapimticos especializados:

Nao teve dificuldade em realizar as exercicios nas posic;oes em decubito

dorsal, ventral e em pe.

4. Condicionamento organico global.

Realizou nado Crawl, mas com queixas freqOentes de dar na regiao

cicatricial e no trajeto do musculo reta femoral, naD conseguiu efetuar 0 nado de

costas, pais a falta do membra impossibilitou a pernada de costas, que tambem

causa 0 desvio para a lado amputacto, naD conseguindo compensar esta posic;ao

( ROUTI, MORRIS, COLE; 2000, p. 304).

Ao atingirmos as objetivos visados podemos afirmar que a falta do membra

amputado do paciente em relayao as atividades, principal mente os que foram

realizados na pOSig80 horizontal, ocorre uma grande dificuldade de permanecer

com a corpo alinhado, com a lalta deste membra ocorre um desalinhamento do

centra de gravidade e da flutuac;ao, onde ocorre urn rolamento do corpo ate

encontrar urn ponto de equilibria de estabilidade. Em outras posigaes nao houve

dificuldades para realiza9ao dos exercicios. Provou-se tambem que a lalta do

21

membra nao impediu 0 paciente de realizar urn tipo de nado derivado a sua boa

adaptac;ao ao meio Hquido pais ele ja passu!a conhecimento basico de natar;ao

E segundo ROUTI, MORRIS eCOLE (2000, p.303) quanta mais baixa for a

amputac;ao na perna, menes modificac;6es necessitam ser feitas, para realizar 0

nado.

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BUDHCA ~'."" ..':h.,"~S".""

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22

CONCLUSOES

Concluimos que 0 paciente apesar de possuir algumas dificuldades de

realizar as atividades, dentro do universo da hidrocinesioterapia, e quando bem

adaptado, consegue-se realizar as atividades mesmo sendo 0 mais simples

exercfcio de flexao e extensao do quadril, como tambem consegue-se

desenvolver qualidades adaptativas para realizar 0 nado, aumentando assim a

auto 8stima do paciente para ultrapassar obstckulos. Sendo assim, a

hidrocinesioterapia tornou-se urna op~o a mais para a amputado realizar 0

tratamento de prepara<;iiodo coto para receber a protese.

23

ANEXO 01 - QUADRO DE PORCENTAGEN DAS CAUSAS DE AMPUTA<;Ao

CAUSA %

Doenya Vascular e Diabetes 73%

Traumatismos 12%

Tumores Malignos 06%

Deformidades Congemitas 02%

Outras Etiologias 07%

Cash, 1983, p.142

24

ANEXO 02 -INSPE9Ao FlslCA

a) Dar na regiao cicatricial medial e lateral e tambem na regiao da miodese

Exame Fisico

b) Dor a palpa,ao na regiiio da miodese e no trajeto do musculo reto femoral.

Exame Fisico

Figura 17 - Posicionamento vicioso em flexao de quadril.

25

c) Formato arredondado do coto com edema residual de p6s - operatorio

Exame Fisico

d) Medidas de circunferencia do coto:

Distancia vertical a artir da crista iHaca Circunferencia20cm 53cm25cm 50cm30 cm 45 cm

Exame Fisico

e) Amplitude de movimento do quadril :

Exame Fisico

Figura 20 - Flexilo de quadril

26

110°10°40°10°

Exame Fisico

Figura 21 - Extensilo de quadril

Exame Fisico

Figura 22 - Abduyao

f) 0 paciente nao possui sensagao fantasma

27

Exame Fisico

Figura 23 - Adugao

ANEXO 03 - PROTESE 3R. 70

28

A protese utHizada pelo paciente possui as seguintes caracteristicas:

liberayao do ar de dentro do encaixe;

joelho tipo 3R 70 ou joelho pneumatico, com valvula de sucyao para

pe dinamico, com movimento no plano sagital, ista e, realizando a flexao

plantar com estimulo na regiao do calcanea;

encaixe flexivel ou conteng8o isquiatica ou sistema Cat - Can (Contoured

Adducted Trochanteric - Controlled Alignment Method) com fixayao ossea

Bony Lock, localizada entre ramo isquiatico e a regiao subtrocarterica no

(CARVALHO, 1999, p. 120);

senti do media lateral, ocorrendo assim uma aduyao fisol6gica do femur

confeccionado com 0 material Titanium pela oficina da AssociaC;8o

Paranaense de Reabilitayao (A.P.R.).

Bony Lock

Valvula deSUCg80

- Figura 24 - Protese vista frontal Figura 25 - Protese vista lateral

29

Figura 26 - Paciente em pe com a protese

30

BIBLIOGRAFIA

AST - ASSOCIATION OF SWIMMING TERAPHY. Natagao paradeficientes. Sao Paulo: Ed. Manoele, 1986.

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