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A combinação entre muito sal na dieta, sedentarismo e maus hábitos em geral deflagra uma doença que atinge de 5 a 7% das grávidas brasileiras. Trata-se da hipertensão gestacional, um problema que pode comprometer a saúde e a vida da futura mamãe e a do bebê. A hipertensão gestacional é uma complicação que acompanha entre 5 e 7% das grávidas brasileiras. O aumento da pressão é um mal que pode comprometer a saúde e a vida tanto da mãe quanto do bebê. Alberto D’Auria, médico obstetra e diretor do Hospital Maternidade Santa Joana, na capital paulista, é taxativo: “Maus hábitos e alimentação desequilibrada. Aí está a origem de praticamente todos os problemas de saúde”. Para ele, ainda, o aumento da pressão durante a gestação se inclui nessa sentença. Patrícia Miziara Montalvão, 26 anos, advogada, é um exemplo de como a união de maus hábitos alimentares pode ser fatal. Ela não poupou seu paladar, sempre voltado para comidas salgadas, durante a gestação, não fez restrições alimentares e não praticava atividades físicas, até mesmo porque nunca apresentou problemas de peso. Patrícia estava no sexto mês da sua primeira gravidez quando, num exame de rotina de pré-natal, constatou o aumento da pressão. Entre idas e vindas ao médico, picos da pressão de até 18/11 e várias tentativas em controlá-la com medicamentos, ela chegou ao limite entre a vida e a morte. Patrícia mora em Santa Maria do Tocantins e teve que ser levada às pressas para Brasília. A médica que a recebeu se assustou com seu estado: ela estava muito inchada e, assim que foi internada, começou a ter convulsões. O parto foi induzido algumas horas depois: “Quando tiraram Ana Letícia e junto a placenta, na hora minha pressão se normalizou”, conta Patrícia. “Mas não apontaram a placenta como a única causa da hipertensão. Tive uma gravidez tumultuada, com muito estresse e hábitos alimentares péssimos. Tinha desejo por tomate cru com sal todos os dias!”

hipertensão na gestação

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Page 1: hipertensão na gestação

A combinação entre muito sal na dieta, sedentarismo e maus hábitos em geral deflagra uma doença que atinge de 5 a 7% das grávidas brasileiras. Trata-se da hipertensão gestacional, um problema que pode comprometer a saúde e a vida da futura mamãe e a do bebê.

 

A hipertensão gestacional é uma complicação que acompanha entre 5 e 7% das grávidas brasileiras. O aumento da pressão é um mal que pode comprometer a saúde e a vida tanto da mãe quanto do bebê. Alberto D’Auria, médico obstetra e diretor do Hospital Maternidade Santa Joana, na capital paulista, é taxativo: “Maus hábitos e alimentação desequilibrada. Aí está a origem de praticamente todos os problemas de saúde”. Para ele, ainda, o aumento da pressão durante a gestação se inclui nessa sentença.

 

Patrícia Miziara Montalvão, 26 anos, advogada, é um exemplo de como a união de maus hábitos alimentares pode ser fatal. Ela não poupou seu paladar, sempre voltado para comidas salgadas, durante a gestação, não fez restrições alimentares e não praticava atividades físicas, até mesmo porque nunca apresentou problemas de peso. Patrícia estava no sexto mês da sua primeira gravidez quando, num exame de rotina de pré-natal, constatou o aumento da pressão. Entre idas e vindas ao médico, picos da pressão de até 18/11 e várias tentativas em controlá-la com medicamentos, ela chegou ao limite entre a vida e a morte. Patrícia mora em Santa Maria do Tocantins e teve que ser levada às pressas para Brasília. A médica que a recebeu se assustou com seu estado: ela estava muito inchada e, assim que foi internada, começou a ter convulsões. O parto foi induzido algumas horas depois: “Quando tiraram Ana Letícia e junto a placenta, na hora minha pressão se normalizou”, conta Patrícia. “Mas não apontaram a placenta como a única causa da hipertensão. Tive uma gravidez tumultuada, com muito estresse e hábitos alimentares péssimos. Tinha desejo por tomate cru com sal todos os dias!”

 

Entenda o que é a hipertensão gestacional, os motivos que caracterizam a doença e saiba o que você deve fazer para se prevenir.

 

1. O que é a hipertensão na gravidez?

O aumento da pressão sanguínea diagnosticado durante a gestação em mulheres que nunca haviam antes demonstrado o problema é classificado como doença hipertensiva específica da gestação (DHEG). Esse é um dos distúrbios mais comuns em grávidas e se apresenta de duas formas: como pré-eclâmpsia e eclâmpsia.

 

A pré-eclâmpsia é o aumento da pressão arterial acompanhada da eliminação de proteína pela urina. Normalmente, essa complicação começa depois da 20ª semana de gravidez. Quando não tratada adequadamente, pode culminar na própria eclâmpsia, a

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reta final da doença. Ela se caracteriza pela pressão muito elevada escoltada de outros sintomas mais graves, como convulsões e inchaços. Nesse estágio da DHEG, a vida da mãe e do bebê entra em risco.

 

2. Quais são as causas da hipertensão na gravidez?

Não existe uma única causa. Há o consenso de que o problema é resultado, entre outras coisas, da má adaptação do organismo materno a sua nova condição. Outros motivos são a alimentação desequilibrada, com o excesso de sal, e o sedentarismo. “Mas os principais agravantes da hipertensão são mesmo os hábitos alimentares, embora o começo do problema esteja na formação da placenta”, explica o obstetra Alberto D’Auria.

 

3. Quais os sinais de que o problema está se tornando preocupante?

Além da pressão sanguínea muito alta, dores de cabeça e abdominais, escotomas (visão comprometida com pontos brilhantes) e inchaço em todo o corpo indicam que o quadro da gestante é sério e merece cuidados médicos de pronto.

 

4. Dá para controlar a doença sem medicação?

Depende. Para isso, é preciso ficar de olho na alimentação e no ganho de peso. A dieta, por exemplo, deve ser rica em ácido fólico, já que esse nutriente tem ação vaso dilatadora, e pobre em sal, o gatilho para o disparo da pressão. Se mesmo com esses cuidados a pressão teimar em subir, aí os remédios anti-hipertensivos costumam ser necessários.

 

5. Mulheres que já tinham pressão alta antes da gravidez devem tomar cuidados extras?

Sim. Quem já era hipertensa deve, junto com o cardiologista e o ginecologista, estudar soluções para assumir as rédeas do problema durante a gestação. Muitas vezes, os especialistas optam por trocar o anti-hipertensivo que a mulher já tomava por outro medicamento da mesma classe e mais indicado para esse período. E, claro, é preciso redobrar os cuidados com o aumento do peso e a alimentação. Outra providência é aumentar a suplementação de ácido fólico. As futuras mamães que já tinham hipertensão antes de engravidar não se enquadram nos casos de doença hipertensiva específica da gestação (DHEG), que, como o próprio nome entrega, geralmente se restringe a esse período. No entanto, a partir do momento em que a pressão não para de subir, os sintomas e os procedimentos adotados pelos médicos são similares aos da pré-eclâmpsia e da eclâmpsia.

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6. Existe um perfil de mulheres que desenvolvem a hipertensão gestacional?

Mulheres que engravidam tardiamente costumam ter maior chance de desenvolver o problema – cerca de 14% delas. “De modo geral, são mulheres que trabalham muito e esperaram a estabilidade para engravidar. Por isso também são mais estressadas, sofrem muita pressão e, comumente, ingerem muito café. Esse é um público cativo da hipertensão na gestação”, relata o obstetra D’Auria. A pré-eclâmpsia também tem maior incidência na primeira gravidez e, do mesmo modo, “gestações múltiplas têm grandes chances de desenvolver o problema”.

 

7. A pré-eclâmpsia pode prejudicar a formação do bebê?

A saúde do pequeno não é comprometida quando a mãe está com a pré-eclâmpsia. Mas, se não for tratada, e a gestante chegar ao estágio de eclâmpsia, o risco da perda da criança é alto.

 

8. Quais são os comprometimentos para a mãe?

Quando a pressão não consegue mais ser controlada com o auxílio de remédios e os outros sintomas da eclâmpsia estão evidentes, não existe outra saída: o nascimento do bebê precisa ser acelerado com um parto induzido. Caso contrário, o pequeno e a mãe correm o risco de morte. “É importante considerar que 75% dos óbitos por hipertensão arterial na gravidez têm como causa a eclâmpsia”, alerta D’Auria.

 

Patrícia Miziara é mais uma vez o exemplo desse extremo. Ela chegou ao hospital com a pressão em 16/11 e extremamente inchada mesmo depois de duas semanas tentando diversos anti-hipertensivos. Assim que foi internada, vivenciou as primeiras convulsões, típicas da eclâmpsia. “Se tivesse esperado mais seis horas para realizar o meu parto, segundo a médica, teria perdido meu bebê e a minha vida”, conta Patrícia. Ela sobreviveu e não precisou sequer ficar hospitalizada. Já Ana Letícia, sua pequena, ficou na UTI por mais três meses, lutando para sobreviver.

 

9. Quem teve hipertensão na gravidez tem maior chance de ter pressão alta ao longo da vida?

“Qualquer doença durante a gestação é um indício de uma predisposição. É uma ilusão pensar que o surgimento de algumas complicações seja totalmente aleatório”, diz D’Auria. “A exemplo disso estão os números do diabete gestacional. Cerca de 20% das mães desenvolvem a doença depois da gravidez”, completa. É comum em pacientes que desenvolveram a doença hipertensiva específica na gravidez tenham a pressão

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normalizada ou pelo menos reduzida logo em seguida ao parto. Mas, ainda assim, em muitos casos elas continuam com o anti-hipertensivo por cerca de 40 dias.

O que é hipertensão gestacional?

Hipertensão gestacional é uma forma de pressão alta na gravidez. Ela ocorre em cerca de 5 por cento para 8 por cento de todas as gestações.

Outro tipo de pressão arterial elevada é a hipertensão crônica - pressão arterial elevada que está presente antes da gravidez começa.

Hipertensão gestacional pode desenvolver pré-eclâmpsia em Esta doença ocorre mais freqüentemente em mulheres jovens com uma primeira

gravidez. É mais comum em gestações gemelares, em mulheres com idade acima de 35 anos, em mulheres com hipertensão crônica, diabetes,

Africano-europeu mulheres, e em mulheres que tiveram hipertensão em uma gravidez anterior.

Hipertensão gestacional é diagnosticado quando as leituras de pressão arterial são maiores do que 140/90 mm Hg após 20 semanas de gravidez

com pressão arterial normal.

Pré-eclâmpsia (também conhecida como toxemia) é diagnosticada quando uma mulher com hipertensão gestacional também tem aumentado de

proteína em sua urina.

Eclâmpsia é uma forma grave da pré-eclâmpsia. Mulheres com eclampsia têm convulsões resultantes da doença. Eclâmpsia ocorre em cerca de

um em cada 1.600 gestações e se desenvolve perto do final da gravidez, na maioria dos casos.

Síndrome HELLP é uma complicação da pré-eclâmpsia grave ou eclâmpsia. Síndrome HELLP é um grupo de mudanças físicas, incluindo a

destruição das células vermelhas do sangue, alterações no fígado, e as plaquetas baixas (células encontradas no sangue que são necessários

para ajudar o sangue a coagular, a fim de controlar o sangramento).

O que causa? Hipertensão gestacional?

A causa da hipertensão gestacional é desconhecida. Algumas doenças podem aumentar o risco deste desenvolvimento, incluindo o seguinte:

pré-existentes a hipertensão (pressão arterial elevada)

doença renal

diabetes

hipertensão com uma gravidez anterior

idade da mãe com menos de 20 anos ou mais de 40

fetos múltiplos (gêmeos, trigêmeos)

Africano-europeu corrida

Por que? Hipertensão gestacional é uma preocupação?

Com pressão arterial elevada, há um aumento na resistência dos vasos sanguíneos. Isto pode dificultar o fluxo sanguíneo em muitos sistemas de

órgãos diferentes na gestante, incluindo o fígado, rins, cérebro, útero e placenta.

Existem outros problemas que podem surgir como resultado da hipertensão gestacional. Descolamento prematuro da placenta (descolamento

prematuro da placenta do útero) podem ocorrer em algumas gestações. Hipertensão gestacional também pode levar a problemas fetal, incluindo a

restrição de crescimento intra-uterino (crescimento fetal pobres) e natimorto.

Se não tratada, a hipertensão gestacional grave pode causar convulsões perigosas e até mesmo a morte da mãe e do feto. Por causa destes

riscos, pode ser necessário para que o bebê ser entregue no início, antes de 37 semanas de gestação.

Quais são os sintomas de? Hipertensão gestacional?

A seguir estão os sintomas mais comuns da pressão alta na gravidez. No entanto, cada mulher pode sentir sintomas de forma diferente. Os

sintomas podem incluir:

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aumento da pressão arterial

proteína na urina

edema (inchaço)

ganho de peso repentino

alterações visuais, como visão turva ou dupla

náuseas, vômitos

do lado direito dor na parte superior abdominal ou dor ao redor do estômago

urinar pequenas quantidades

alterações no fígado ou testes de função renal

Como é diagnosticada a hipertensão gestacional?

O diagnóstico é muitas vezes baseada no aumento dos níveis de pressão arterial, mas outros sintomas podem ajudar a estabelecer a hipertensão

gestacional como o diagnóstico. Testes para hipertensão gestacional podem incluir o seguinte:

aferição da pressão arterial

teste de urina

avaliação do edema

freqüentes medidas de peso

exame oftalmológico para verificar se há alterações na retina

as funções hepática e renal

testes de coagulação do sangue

Tratamento para hipertensão gestacional:

Tratamento específico para a hipertensão gestacional será determinada pelo seu médico baseado em:

sua gravidez, saúde geral, e história médica

extensão da doença

sua tolerância para medicamentos específicos, procedimentos ou terapias

expectativas para o curso da doença

sua opinião ou preferência

O objetivo do tratamento é impedir que a doença se agrave e para impedi-lo de causar outras complicações. Tratamento para hipertensão

gestacional podem incluir:

bedrest (em casa ou no hospital pode ser recomendado)

hospitalização (como pessoal e equipamento especializado pode ser necessário)

sulfato de magnésio (ou outros medicamentos anti-hipertensivos para a hipertensão gestacional)

monitoramento fetal (para verificar a saúde do feto quando a mãe tem hipertensão gestacional) podem incluir:

movimento fetal contagem - Curso manutenção de chutes e movimentos fetais. A mudança no número ou freqüência

pode significar o feto está sob stress.

testes nonstress - um teste que mede a freqüência cardíaca fetal em resposta aos movimentos do feto.

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perfil biofísico - um teste que combina o teste nonstress com ultra-som para observar o feto.

Doppler estudos - tipo de ultra-som que usa ondas sonoras para medir o fluxo de sangue através de um vaso

sanguíneo.

testes de laboratório contínuo de urina e de sangue (para mudanças que pode ser sinal de agravamento da hipertensão

gestacional)

medicamentos, chamados corticosteróides, que podem ajudar a amadurecer os pulmões do feto (imaturidade pulmonar é um

problema grave de bebês prematuros)

o nascimento do bebê (se os tratamentos não controle da hipertensão gestacional ou se o feto ou a mãe está em perigo). Parto

cesariano pode ser recomendada, em alguns casos.

Prevenção da hipertensão gestacional:

Identificação precoce de mulheres em risco de hipertensão gestacional pode ajudar a prevenir algumas complicações da doença. Educação sobre

os sintomas de alerta também é importante porque a identificação precoce pode ajudar as mulheres a receber tratamento e prevenir o

agravamento da doença.

HIPERTENSÃO NA GRAVIDEZ

A DHEG (doença hipertensiva específica da gravidez) pode ser definida como uma manifestação clínica e laboratorial resultante do aumento dos níveis pressóricos em uma gestante, previamente normotensa, a partir da 20a semana de gestação.

A incidência da DHEG é em média 5 a 10%, com taxas de mortalidade materna e fetal em torno de 20%. Outras formas de hipertensão arterial podem também estar presentes na gestação (hipertensão crônica e hipertensão transitória).A DHEG compreende a pré-eclâmpsia e eclâmpsia.

Pré-eclâmpsia: é o desenvolvimento da tríade proteinúria (principalmente albumina), hipertensão ou edema (não fisiológico da gravidez) entre a 20a semana de gestação e o final da 1a semana pós-parto.

Eclâmpsia: é a pré-eclâmpsia associada à convulsão (crises) e/ou coma, sem causa aparente.

Sintomas/Sinais e Diagnóstico

O mais importante em termos práticos é a diferenciação entre a hipertensão que ocorre antes da 20a semana de gestação ou que a antecede, e a que ocorre pela primeira vez a partir da 20a semana.

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. Hipertensão crônica e gravidez: gestação que ocorre em pacientes com hipertensão preexistente antes da 20ª semana.

. DHEG: após a 20ª semana de gravidez.

. hipertensão arterial transitória: hipertensão que ocorre pela 1a vez na gestação ou nas primeiras 24 horas após o parto, sem a presença dos sinais que definem a pré-eclâmpsia ou a hipertensão crônica.

Obs.: hipertensão: PAD (pressão arterial diastólica) ³ 90 mmHg e PAS (pressão arterial sistólica) ³ 140 mmHg.

Tratamento

A pré-eclâmpsia e a hipertensão arterial transitória da gestação são formas curáveis de hipertensão, pois o parto normalmente elimina as causas da doença.Na hipertensão arterial crônica, a doença é geralmente progressiva com risco materno-fetal.

A primeira droga de escolha no tratamento da DHEG e na hipertensão crônica da grávida é a alfa-metildopa que têm mostrado ser uma droga segura, sem efeitos colaterais para o concepto.

Na profilaxia da eclâmpsia a droga utilizada na maioria das vezes é o sulfato de magnésio. Nas emergências hipertensivas, a escolha recai sobre o nitroprussiato de sódio.O acompanhamento materno-fetal deve ser freqüente e rigoroso.

Dicas:

Em vários casos, mudanças no peso, dieta e estilo de vida podem ajudar a diminuir a pressão arterial, observe-se:

1- O hábito de fumar cigarros não é uma causa da hipertensão, mas as pessoas que têm hipertensão e fumam correm o maior risco de desenvolver complicações. Existe uma ligação entre o hábito de fumar e a doença das artérias coronárias. Tanto os cigarros como a pressão alta aumentam as chances deproblemas no coração e, por isso, deixar de fumar pode reduzir o risco.

2- Se a pessoa estiver acima do peso, deve reduzi-lo, manter-se firme na dieta até alcançar o peso apropriado para a sua idade, sexo e altura, e então tentar mantê-lo. Também aqui não existe uma evidência sólida de que a hipertensão seja controlada somente pela redução do peso. As pessoas com peso normal sãosujeitas à pressão alta. Além disso, pessoas com peso normal são menos propensas acontrair certas doenças graves associadas à hipertensão.

3- Evite adicionar sal à comida e diminua a ingestão de alimentos ricos em sódio.

4- Tente tornar a agenda de trabalho menos exigente e aprender a contornar as crises. Alguns estudos revelam que uma pessoa que está se apressando em busca do próximo

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objetivo, que fala mais do que ouve, e que olha constantemente para o relógio está mais sujeita à doença das artérias coronárias.

5- O álcool deve ser evitado. O consumo de bebidas alcoólicas pode aumentar a pressão sanguínea e interagir com os medicamentos para a pressão alta.

6- Uma hipertensão bem leve às vezes pode ser tratada sem medicamentos, por meio de exercícios, redução de peso, diminuição da ingestão de sódio e técnicas de relaxamento. Porém, a pessoa deve consultar um médico.

http://www.e-familynet.com/artigos/articles.php?article=330

O perigo da hipertensão na gravidezO mal acomete um número considerável de grávidas e pode trazer conseqüências também para o bebê. Felizmente, é possível assumir as rédeas do problema. Veja comoA combinação entre muito sal na dieta, sedentarismo e maus hábitos em geral deflagra uma doença que atinge de 5 a 7% das grávidas brasileiras. Trata-se da hipertensão gestacional, um problema que pode comprometer a saúde e a vida da futura mamãe e a do bebê.A hipertensão gestacional é uma complicação que acompanha entre 5 e 7% das grávidas brasileiras. O aumento da pressão é um mal que pode comprometer a saúde e a vida tanto da mãe quanto do bebê. Alberto D’Auria, médico obstetra e diretor do Hospital Maternidade Santa Joana, na capital paulista, é taxativo: “Maus hábitos e alimentação desequilibrada. Aí está a origem de praticamente todos os problemas de saúde”. Para ele, ainda, o aumento da pressão durante a gestação se inclui nessa sentença.Patrícia Miziara Montalvão, 26 anos, advogada, é um exemplo de como a união de maus hábitos alimentares pode ser fatal. Ela não poupou seu paladar, sempre voltado para comidas salgadas, durante a gestação, não fez restrições alimentares e não praticava atividades físicas, até mesmo porque nunca apresentou problemas de peso. Patrícia estava no sexto mês da sua primeira gravidez quando, num exame de rotina de pré-natal, constatou o aumento da pressão. Entre idas e vindas ao médico, picos da pressão de até 18/11 e várias tentativas em controlá-la com medicamentos, ela chegou ao limite entre a vida e a morte. Patrícia mora em Santa Maria do Tocantins e teve que ser levada às pressas para Brasília. A médica que a recebeu se assustou com seu estado: ela estava muito inchada e, assim que foi internada, começou a ter convulsões. O parto foi induzido algumas horas depois: “Quando tiraram Ana Letícia e junto à placenta, na hora minha pressão se normalizou”, conta Patrícia. “Mas não apontaram a placenta como a única causa da hipertensão. Tive uma gravidez tumultuada, com muito estresse e hábitos alimentares péssimos. Tinha desejo por tomate cru com sal todos os dias!”Entenda o que é a hipertensão gestacional, os motivos que caracterizam a doença e saiba o que você deve fazer para se prevenir.1. O que é a hipertensão na gravidez?O aumento da pressão sanguínea diagnosticado durante a gestação em mulheres que nunca haviam antes demonstrado o problema é classificado como doença hipertensiva específica da gestação (DHEG). Esse é um dos distúrbios mais comuns em grávidas e se apresenta de duas formas: como pré-eclâmpsia e eclâmpsia.A pré-eclâmpsia é o aumento da pressão arterial acompanhada da eliminação de proteína pela urina. Normalmente, essa complicação começa depois da 20ª semana de gravidez. Quando não tratada adequadamente, pode culminar na própria eclâmpsia, a reta final da doença. Ela se caracteriza pela pressão muito elevada escoltada de outros

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sintomas mais graves, como convulsões e inchaços. Nesse estágio da DHEG, a vida da mãe e do bebê entra em risco.2. Quais são as causas da hipertensão na gravidez?Não existe uma única causa. Há o consenso de que o problema é resultado, entre outras coisas, da má adaptação do organismo materno a sua nova condição. Outros motivos são a alimentação desequilibrada, com o excesso de sal, e o sedentarismo. “Mas os principais agravantes da hipertensão são mesmo os hábitos alimentares, embora o começo do problema esteja na formação da placenta”, explica o obstetra Alberto D’Auria.3. Quais os sinais de que o problema está se tornando preocupante?Além da pressão sanguínea muito alta, dores de cabeça e abdominais, escotomas (visão comprometida com pontos brilhantes) e inchaço em todo o corpo indicam que o quadro da gestante é sério e merece cuidados médicos de pronto.4. Dá para controlar a doença sem medicação?Depende. Para isso, é preciso ficar de olho na alimentação e no ganho de peso. A dieta, por exemplo, deve ser rica em ácido fólico, já que esse nutriente tem ação vaso dilatadora, e pobre em sal, o gatilho para o disparo da pressão. Se mesmo com esses cuidados a pressão teimar em subir, aí os remédios anti-hipertensivos costumam ser necessários.5. Mulheres que já tinham pressão alta antes da gravidez devem tomar cuidados extras?Sim. Quem já era hipertensa deve, junto com o cardiologista e o ginecologista, estudar soluções para assumir as rédeas do problema durante a gestação. Muitas vezes, os especialistas optam por trocar o anti-hipertensivo que a mulher já tomava por outro medicamento da mesma classe e mais indicado para esse período. E, claro, é preciso redobrar os cuidados com o aumento do peso e a alimentação. Outra providência é aumentar a suplementação de ácido fólico. As futuras mamães que já tinham hipertensão antes de engravidar não se enquadram nos casos de doença hipertensiva específica da gestação (DHEG), que, como o próprio nome entrega geralmente se restringe a esse período. No entanto, a partir do momento em que a pressão não para de subir, os sintomas e os procedimentos adotados pelos médicos são similares aos da pré-eclâmpsia e da eclâmpsia.

6. Existe um perfil de mulheres que desenvolvem a hipertensão gestacional?Mulheres que engravidam tardiamente costumam ter maior chance de desenvolver o problema – cerca de 14% delas. “De modo geral, são mulheres que trabalham muito e esperaram a estabilidade para engravidar. Por isso também são mais estressadas, sofrem muita pressão e, comumente, ingerem muito café. Esse é um público cativo da hipertensão na gestação”, relata o obstetra D’Auria. A pré-eclâmpsia também tem maior incidência na primeira gravidez e, do mesmo modo, “gestações múltiplas têm grandes chances de desenvolver o problema”.

7. A pré-eclâmpsia pode prejudicar a formação do bebê?A saúde do pequeno não é comprometida quando a mãe está com a pré-eclâmpsia. Mas, se não for tratada, e a gestante chegar ao estágio de eclâmpsia, o risco da perda da criança é alto.8. Quais são os comprometimentos para a mãe?Quando a pressão não consegue mais ser controlada com o auxílio de remédios e os outros sintomas da eclâmpsia estão evidentes, não existe outra saída: o nascimento do bebê precisa ser acelerado com um parto induzido. Caso contrário, o pequeno e a mãe correm o risco de morte. “É importante considerar que 75% dos óbitos por hipertensão

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arterial na gravidez têm como causa a eclâmpsia”, alerta D’Auria.Patrícia Miziara é mais uma vez o exemplo desse extremo. Ela chegou ao hospital com a pressão em 16/11 e extremamente inchada mesmo depois de duas semanas tentando diversos anti-hipertensivos. Assim que foi internada, vivenciou as primeiras convulsões, típicas da eclâmpsia. “Se tivesse esperado mais seis horas para realizar o meu parto, segundo a médica, teria perdido meu bebê e a minha vida”, conta Patrícia. Ela sobreviveu e não precisou sequer ficar hospitalizada. Já Ana Letícia, sua pequena, ficou na UTI por mais três meses, lutando para sobreviver.9. Quem teve hipertensão na gravidez tem maior chance de ter pressão alta ao longo da vida?“Qualquer doença durante a gestação é um indício de uma predisposição. É uma ilusão pensar que o surgimento de algumas complicações seja totalmente aleatório”, diz D’Auria. “A exemplo disso estão os números do diabete gestacional. Cerca de 20% das mães desenvolvem a doença depois da gravidez”, completa. É comum em pacientes que desenvolveram a doença hipertensiva específica na gravidez tenham a pressão normalizada ou pelo menos reduzida logo em seguida ao parto. Mas, ainda assim, em muitos casos elas continuam com o anti-hipertensivo por cerca de 40 dias.