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Epidemiologia e Controle de Doenças   Departamento de Vigilância à Saúde

História da Raiva

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A raiva é uma das doenças conhecidas

há mais tempo na história dahumanidade.

Muito se descobriu a respeito dela, masmuito ainda permanece obscuro.

Infelizmente, embora sejaimunoprevinível, muitas pessoas, nos diasde hoje, morrem de raiva.

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Da palavra em sânscrito derivou o latimclássico rabĭes , do qual o latim vulgar rabĭa .

A palavra em grego Lyssa  ( / ) provém da raiz lud  que também

significa “violento”. 

A palavra raiva é registrada desde3.000 A.C, no sânscito "rabhas"que significa "fazer violência".

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Português: do latim vulgar rabĭa   século XIV– rávia  / século XV - raiva

O TERMO NAS LÍNGUAS MODERNAS

Inglês: do latim clássico rabĭes   1661 - rabies

Espanhol: do latim vulgar rabĭa   1220-1250 -

rabia

Francês: do latim vulgar rabĭa   1288 - rage

Italiano: do latim vulgar rabĭa   séculos XIII-XIV - rabbia

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“Se um cão está

louco e asautoridadesnotificaram ao dono,

e se ele nãoprendê-lo e o cão

morder um homem ecausar a sua morte,então o dono deve

pagar 40 shekels deprata, mas se ele

morder um escravoe causar sua morte,

o dono pagará 15shekels”.

A mais antigareferênciaconhecida sobre adoença, data de

2.300 AC, naMesopotâmia, nos

Códigos de

Eshnunna:

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Democritus (500 B.C.) andAristotle (322 B.C.) in ancientGreece.

He , believing it to be aninflammation of the nervoussystem

Democritus, in his book ReasonsAbout Animals, he is trying toexplain the role of the internalorgans in the physiology of theanimal.

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Em 30 A.C. PubliusVirgilius Maro,poeta de César,

descreveu a raivacanina, afirmandoque era causada

pelo ar pestilento.

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No 1º século D.C.Aulus Cornélius Celsus

afirmou que a doençaera incurável,reconheceu a conexãoentre a raiva animal ehumana, a transmissão

pela saliva, erecomendou a

cauterização comotratamento paraferidas causadas por

cão raivoso.

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Ainda no séc I D.C,Plínio, o Velho, noVII volume de sua

História Natural,escreveu que um

verme na língua dos

cães era o causadorda raiva.

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Até a descoberta da vacina anti-rábica, adoença, resultado da ação de um vírustransmitido pelos lobos, condenava as

vítimas à morte após longos sofrimentos.

Durante séculos, a mera menção do termo"raiva" suscitava um sentimento de terror,

mesmo entre as pessoas mais corajosas.

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Antes que Louis Pasteur estabelecesse embases científicas as relações entre o

homem e o vírus da raiva, a humanidade foiimpotente diante desse flagelo. Nenhum

tratamento conseguia combatê-la ou

erradicá-la.

As vítimas eram, em geral, abandonadas ou

submetidas a charlatães, que indicavampaliativos sem nenhum efeito sobre aevolução fatal da doença.

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Até então, o tratamento “mais eficaz” era acauterização da ferida.

Amarrada, dominada porfortes assistentes e na

presença de curiosos

horrorizados, a vítima era"operada" por um ferreiro

impassível, que cauterizava a

mordida o mais profundamentepossível, sem se importar comos gritos de dor provocados.

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Haviam também receitas caseiras do tipo:

"Pegue uma galinha viva, depene seutraseiro e aplique-o sobre o local afetado.

Mantenha-a assim por longo tempo e aperte

seu pescoço até que a galinha abra otraseiro e 'extraia' assim o veneno. Depois,moa nozes com sal para fazer um emplastro,

que deve ser aplicado no lugar. A galinhadeve ser queimada para que nenhuma pessoaa coma e se torne assim raivosa".

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Na França, em 1810, uma lei foi proposta,nos seguintes termos:

“Sob pena de morte, proíbe-se estrangular,asfixiar, sangrar pelas quatro extremidades

ou matar de qualquer outra maneira àspessoas atacadas de raiva, hidrofobia ouqualquer outra enfermidade que provoque

acessos, convulsões ou loucura furiosa.

Corresponde à polícia e à família dasvítimas, tomar precauções para proteger a

saúde pública e a particular"

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No século XIX vários cientistaspesquisaram a transmissão do vírus pela

saliva, e sua afinidade com o SistemaNervoso Central.

Dentre estescientistas, LouisPasteur foi quemdescobriu o vírus

fixo, e desenvolveu aprimeira vacina anti-

rábica, em 1885.

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Com as descobertas de Pasteur, iniciou-seuma nova era no controle da raiva,

tornando-se possível tratar essaenfermidade letal e altamente freqüentena época, havendo uma queda nos níveis

de mortalidade por raiva para 1 a 2 %.

Outros pesquisadores desenvolveram

novas vacinas, que passaram a ser usadas.Porém a vacina original de Pasteur aindafoi utilizada até 1959.

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Os primeiros estudos com autilização de imunização

passiva contra raiva datamde 1890, porém o soro anti-rábico só passou a ser

utilizado na imunoprevenção

após importante observaçãofeita em 1955 por Baltazarde Bahmanyar no Irã, quando

um lobo raivoso atacou uma aldeia e mordeu29 pessoas. O uso do soro determinou umadiminuição considerável na porcentagem de

mortalidade nas pessoas tratadas.

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Em 1903, mesmoano em que Negri

descobriu asinclusões

citoplamáticas

patognomônicas deraiva, teve início asAções de Vigilância

Epidemiológica daRaiva no Estado deSão Paulo, pelo

Instituto Pasteur

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Até 1910, não se conhecia a participação dosmorcegos na transmissão da raiva.

Em 1911, Carini, pesquisador do InstitutoPasteur de São Paulo, investigando um surto na

zona rural de Santa Catarina, notou que os

casos ocorriam nas duas margens do rio Itajaí,em locais cuja travessia seria impossível paraum cão. O médico constatou a existência de

morcegos hematófagos e indícios de ataquedestes. No Instituto Pasteur comprovou, emlaboratório, que os morcegos eram os

responsáveis pelo surto.

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Com medo de provocar a enfermidade naspessoas que fossem vacinadas, foramdesenvolvidas as vacinas inativadas:

Fermi (1908) e Semple (1919).

Estas vacinas foram utilizadasamplamente até os anos 50.

A vacina desenvolvida por Pasteur, era detecido nervoso, com vírus vivo atenuadoatravés de várias passagens em coelhos.

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Com medo de provocar a enfermidade naspessoas que fossem vacinadas, foramdesenvolvidas as vacinas inativadas:

Fermi (1908) e Semple (1919).

Estas vacinas foram utilizadasamplamente até os anos 50.

A vacina desenvolvida por Pasteur, era detecido nervoso, com vírus vivo atenuadoatravés de várias passagens em coelhos.

P é 1960 h d

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Porém, em 1960, uma campanha devacinação em Fortaleza-CE, utilizando

vacinas tipo Fermi, resultou num surto deraiva, onde

morreram 18pessoas. Tal

ocorreu devidoa uma mutação

involuntária nas

amostras devírus usados nafabricação da

vacina

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Em 1954, no Chile, Fuenzalida e Palaciosdesenvolveram uma vacina de vírus

inativado, feita no cérebro decamundongo lactente. Assim, emborafeita em tecido nervoso, a vacina não

deveria conter mielina, o que levava àdiminuição dos acidentes vacinais.

Esta foi a vacina utilizada no Estado de

São Paulo até 2000, e no Brasil até 2002,quando foi substituída pela vacina feita

em cultivo de células diplóides.

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Desde Pasteur, asvacinas anti-rábicas

eram aplicadas aoredor do umbigo.

Isto porque aaplicação subcutânea

de volumes como 5

ml não podia ser emoutra localização

anatômica

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Com a evolução das vacinas,tendo-se elas tornado mais

imunogênicas, o volume diminuiu, ea aplicação passou a serintramuscular.

Como as aplicações eram diárias,por pelo menos 7 dias, fazia-se um

rodízio de músculos:1ª dose - Deltóide D 6ª dose – Delt. E

2ª dose - Deltóide E 7ª dose – Glut. E3ª dose - Glúteo E 8ª dose – Glut. D

4ª dose - Glúteo D 9ª dose – Delt. D

5ª dose - Deltóide D 10ª dose – Delt. E

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A partir de dadosdivulgados em 1992 pelo

Comitê de Peritos em Raivada OMS, demonstrando que

a administração no Glúteo

determina baixos níveis deanticorpos, a via deadministração passou a ser

IM profunda no Deltóide.

No caso de crianças menores de 2 anos,pode ser aplicada no Vasto Lateral.