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FICHA TÉCNICA Título original: Diary of a 6 th Grade Ninja Autores: Marcus Emerson e Noah Child, com Sal Hunter Texto © 2012 by Emerson Publishing House Tradução © Editorial Presença, Lisboa, 2017 Ilustrações © David Lee Tradução: António Carlos Andrade Revisão: Paula Caetano / Editorial Presença Composição, impressão e acabamento: Multitipo — Artes Gráficas, Lda. Depósito legal n. o 422 384/17 1. a edição, Lisboa, abril, 2017 Reservados todos os direitos para a língua portuguesa (exceto Brasil) à EDITORIAL PRESENÇA Estrada das Palmeiras, 59 Queluz de Baixo 2730-132 Barcarena [email protected] www.presenca.pt

Ilustrações © David Lee Tradução: Revisão: EDITORIAL … · 2017-04-04 · contrário estamos destinados a deixá -la repetir -se. E isso ... eu não consigo ganhar peso por

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FICHA TÉCNICA

Título original: Diary of a 6th Grade NinjaAutores: Marcus Emerson e Noah Child, com Sal HunterTexto © 2012 by Emerson Publishing HouseTradução © Editorial Presença, Lisboa, 2017Ilustrações © David LeeTradução: António Carlos AndradeRevisão: Paula Caetano/Editorial PresençaComposição, impressão e acabamento: Multitipo — Artes Gráficas, Lda.Depósito legal n.o 422 384/171.a edição, Lisboa, abril, 2017

Reservados todos os direitos para a língua portuguesa (exceto Brasil) àEDITORIAL PRESENÇAEstrada das Palmeiras, 59Queluz de Baixo2730-132 [email protected]

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Para os meus filhos...

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Oh, esta vida de ninja! Eu sei o que estão a pensar: é uma vida espetacular, repleta de segredos, movimentos ninja completamente loucos e corridas na copa das árvores. Pois bem, têm toda a razão. Não vos vou mentir, é uma vida absolutamente fantástica.

Mas nem sempre foi assim.Isto pode surpreender -vos, mas os ninjas são

frequentemente vistos como os maus da fita. Uma loucura, não é? Não fazia ideia disso até me tornar um. Embora, olhando agora para trás, os sinais estivessem lá desde o início. É o que se costuma dizer: em retrospetiva, tudo fica mais evidente.

Esta é, portanto, a minha história, o meu diário... ou seja, as minhas crónicas. Sinto que é uma história que tem de ser contada, para que outros a leiam e saibam o que se passou na Escola Buchanan. A História tem

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de ser estudada e tem de se aprender com ela, caso contrário estamos destinados a deixá -la repetir -se. E isso é algo que não posso permitir.

O meu nome é Chase Cooper e tenho 11 anos.Sou o tipo de miúdo que gosta de ler banda

desenhada e ver filmes de terror antigos com o pai. Se se cruzassem comigo na rua, iriam fazer tudo para tentar não chocar comigo, mas só porque sou um bocado magricelas. Vejo uma data de artigos sobre como perder peso e nos livrarmos da gordura indesejada, e fico completamente boquiaberto porque eu não consigo ganhar peso por nada deste mundo! Comecei a praticar exercício físico com o pai, quando ele chega a casa do trabalho, mas é difícil acompanhar o ritmo dele.

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Isto para explicar que, se me vissem, a última coisa que iriam pensar seria «ninja perigoso».

Não sou propriamente o tipo mais popular da escola, isso é mais do que certo. Nunca tive uma namorada e nunca fiz desporto fora das aulas de Educação Física. Ok, isto não é inteiramente verdade: na 3.ª classe, fiz parte de uma equipa de futebol, mas depois de levar com uma caneleira na cara e partir o nariz, desisti.

Portanto, sou magricelas e nada popular. Que mais posso eu acrescentar a estes dois fatores, para garantir uma experiência completamente desgraçada? O início do ano letivo. Mas esperem! E que tal multiplicar isso por um milhão? É que eu também sou o miúdo novo nesta escola em particular.

Os meus pais decidiram mudar -se para o outro lado da cidade para podermos viver numa casa ligeiramente maior. Quer dizer, a sério?! É preciso ser -se egoísta! Uma casa maior, mas um homicídio social para mim! Estar numa zona nova significa todo um conjunto de novos alunos que não conheço.

Bem, isso também não é inteiramente verdade. Conheço a Zoe. Ela tem a mesma idade que eu, mas não conta porque é minha prima.

Felizmente tínhamos aula de Educação Física juntos. Ela ficou surpreendida ao ver ‑me no primeiro dia de aulas. Lembro -me bem, era segunda-feira e foi o dia em que vislumbrei pela primeira vez os ninjas de Buchanan.

— Chase? — perguntou a Zoe.Ela vestia calções de ginástica e um top com

mangas cavas, com a mascote da escola estampada.

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— Olá, Zoe — respondi.Ela estava com um ar surpreendido.— És mesmo tu! O que é que estás aqui a fazer?A vir à escola, totó! Era isso que queria responder,

mas decidi que era má ideia.— Os meus pais decidiram mudar -se para esta zona

da cidade. Por isso, agora ando nesta escola.A Zoe riu -se.— Isso é tão fixe! O meu primo na mesma escola

que eu! Vamos divertir -nos imenso!Olhei para o cabelo sedoso dela, e para a sua pele

perfeita. Parecia um bocado aquelas modelos das revistas de adolescentes. Iá, ‘tá -se mesmo a ver que ela nunca iria querer ser vista com alguém como eu, mas dei -lhe o benefício da dúvida.

— Hum, hum, vai ser o máximo — suspirei.O professor, o Sr. Cooper, estava diante do

ginásio a riscar o nome dos alunos que já conhecia.

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Depois aproximou -se dos restantes e perguntou -lhes o nome e o ano. Por fim, chegou junto da Zoe e de mim.

— Bom dia, Zoe — saudou o professor Cooper, enquanto riscava o nome dela na lista de presenças. Depois, olhou para mim. — E como é que tu te chamas?

A Zoe respondeu por mim.— Este é o Chase Cooper. É meu primo —

anunciou com um sorriso.— É bom ter -te aqui — disse o professor Cooper.

Depois apontou para a Zoe. — Ela é uma boa miúda para se ter como prima. Estamos no início do ano, mas já vi o nome dela numa série de listas de atividades. Não era má ideia seguires -lhe o exemplo.

Forcei um sorriso.— Claro.Enquanto o professor Cooper se afastava, a Zoe

continuou a conversa:— Porque é que não me contaste que vinhas para

esta escola?Encolhi os ombros.— Não falamos assim tantas vezes um com o outro

e nunca veio à baila. Quase nunca nos vemos.A Zoe fez uma careta.— Vemo -nos todos os fins de semana. As nossas

famílias almoçam juntas no parque todos os domingos!Contra factos não há argumentos.— Estava só um bocadinho envergonhado.— Não tens nada de que te envergonhar. Começar

numa escola nova pode ser estranho, mas não é propriamente algo que possas controlar — explicou.

Não queria dizer -lhe que tinha vergonha e medo de ser o miúdo novo. Que fazer amigos não é propriamente

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o meu ponto forte e que estou destinado a ser o miúdo que passa rapidamente pelos corredores, agarrado às alças da mochila e a olhar para o chão, na esperança de nunca cruzar o olhar com alguém que tenha problemas de gestão da agressividade. Daí não ter dito nada disso.

— Tens razão. Acho que é só os nervos do primeiro dia, sabes?

Os olhos da Zoe até brilharam. Ela não fazia a mínima ideia.

— Bem -vindo ao clube, todos sofremos de nervos do primeiro dia. O meu pai diz sempre que a piscina nunca está tão fria como quando tocas pela primeira vez na água, por isso o melhor é mergulhar logo de cabeça.

Não percebia bem o que a minha prima estava a tentar dizer -me. Por isso respondi com um:

— Palavras sensatas.A Zoe olhou para a esquerda e reparou num rapaz

que estava sozinho, de pé.— Aquele é o Wyatt. Nunca fala com ninguém,

anda sempre sozinho. Sempre foi assim. Provavelmente é por isso que não tem amigos.

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