12
Boletim j Manual de Procedimentos Veja nos Próximos Fascículos a CNPJ - Nova regulamentação a IRPJ/CSL - Compensação de prejuízos fiscais a IRPJ/CSL - Incorporação, fusão e cisão Imposto de Renda e Legislação Societária Fascículo N o 30/2014 Aviso Importante Este fascículo contém folha extra do Calendário Mensal de Obrigações e Tabelas Práticas IOB referente ao mês de Julho/2014. / a Tributos e Contribuições Federais DIPJ Entrega em atraso e retificação 01 / a Legislação Falimentar Plano de recuperação judicial para microempresas e empresas de pequeno porte 05 / a IOB Setorial Comércio Tributos e Contribuições Federais - Tributação das gorjetas recebidas por empregados de hotéis e restaurantes 07 / a IOB Perguntas e Respostas Cofins/PIS-Pasep Locação de veículos - Direito a crédito - Impossibilidade 08 IR Fonte Rede de telecomunicações para transporte de dados - Não inci- dência 08

Imposto de Renda - nº 30/2014 - 4ª Sem Julho - iob.com.br · Federal do Brasil (RFB): . A declaração deve ser preenchida por meio do Programa Gerador da DIPJ/2014 (PGD), igualmente

  • Upload
    phamnhu

  • View
    215

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Imposto de Renda - nº 30/2014 - 4ª Sem Julho - iob.com.br · Federal do Brasil (RFB): . A declaração deve ser preenchida por meio do Programa Gerador da DIPJ/2014 (PGD), igualmente

Boletimj

Manual de Procedimentos

Veja nos Próximos Fascículos

a CNPJ - Nova regulamentação

a IRPJ/CSL - Compensação de prejuízos fiscais

a IRPJ/CSL - Incorporação, fusão e cisão

Imposto de Renda e Legislação Societária

Fascículo No 30/2014

Aviso ImportanteEste fascículo contém folha extra do Calendário Mensal de Obrigações e Tabelas Práticas IOB referente ao mês de Julho/2014.

/a Tributos e Contribuições Federais

DIPJEntrega em atraso e retificação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01

/a Legislação FalimentarPlano de recuperação judicial para microempresas e empresas de pequeno porte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 05

/a IOB Setorial

ComércioTributos e Contribuições Federais - Tributação das gorjetas recebidas por empregados de hotéis e restaurantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 07

/a IOB Perguntas e Respostas

Cofins/PIS-PasepLocação de veículos - Direito a crédito - Impossibilidade . . . . . . . . . 08

IR FonteRede de telecomunicações para transporte de dados - Não inci-dência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 08

Page 2: Imposto de Renda - nº 30/2014 - 4ª Sem Julho - iob.com.br · Federal do Brasil (RFB): . A declaração deve ser preenchida por meio do Programa Gerador da DIPJ/2014 (PGD), igualmente

© 2014 by IOB FOLHAMATIC EBS > SAGE

Capa:Marketing IOB FOLHAMATIC EBS > SAGE

Editoração Eletrônica e Revisão: Editorial IOB FOLHAMATIC EBS > SAGE

Telefone: (11) 2188-7900 (São Paulo)0800-724-7900 (Outras Localidades)

Todos os direitos reservados. É expressamente proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio ou processo, sem prévia autorização do autor (Lei no 9.610, de 19.02.1998, DOU de 20.02.1998).

Impresso no BrasilPrinted in Brazil Bo

letim

IOB

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Imposto de renda e legislação societária : DIPJ : entrega em atraso e retificação.... -- 10. ed. -- São Paulo : IOB Folhamatic EBS - SAGE, 2014. -- (Coleção manual de procedimentos)

ISBN 978-85-379-2204-0

1. Falência - Leis e legislação - Brasil 2. Imposto de renda - Leis e legislação - Brasil 3. Pessoa jurídica - Brasil 4. SIMPLES - Leis e legislação - Brasil I. Série.

14-07257 CDU-34:336.2:347.72(81)

Índices para catálogo sistemático:

1. Brasil : Tributação : Empresas : Direito tributário 34:336.2:347.72(81)

Page 3: Imposto de Renda - nº 30/2014 - 4ª Sem Julho - iob.com.br · Federal do Brasil (RFB): . A declaração deve ser preenchida por meio do Programa Gerador da DIPJ/2014 (PGD), igualmente

EXTRA

Anexo à Edição nº 30/2014 FE 1

Calendário de Obrigações e Tabelas Práticas - Tributário Federal/Trabalhista e Previdenciário

Mantenha esta folha encartada no Calendário Tributário Federal/Trabalhista e Previdenciário para Julho/2014

TRIBUTÁRIO FEDERAL/TRABALHISTA E PREVIDENCIÁRIO

AGENDA DE OBRIGAÇÕES FEDERAIS PARA JULHO/2014 – RETIFICAÇÃO

Posteriormente ao envio dos Calendários de Obrigações e Tabelas Práticas – Tributário Federal e Trabalhista e Previdenciário para o mês de Julho/2014, foi publicada a Instrução Normativa RFB nº 1.478/2014, alterando a Instrução Normativa RFB nº 1.110/2010, que, dentre outras disposições, prorro-gou para o dia 08.08.2014 a entrega da Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF), com informações sobre fatos geradores ocorridos no mês de maio/2014, a qual estava prevista para o dia 21.07.2014.

Foi determinado ainda, que as pessoas jurídicas e os consórcios que não tenham débitos a declarar a partir dos meses de janeiro, fevereiro, março ou abril/2014, deverão apresentar a DCTF relativa ao 1º mês em que não tiveram débitos a declarar até o dia 31.07.2014 (arts. 2º e 3º da IN RFB nº 1.478/2014).

Em razão dessa alteração, solicitamos aos Clientes que anotem na pág. 6 da Agenda de Obrigações dos mencionados Calendários, a seguinte exclusão, a fim de mantê-los atualizados:

EXCLUIR

21Segunda-feira DCTF – Mensal

Entrega da Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF), com informações sobre fatos geradores ocorridos no mês de maio/2014 (arts. 2º, 3º e 5º da IN RFB nº 1.110/2010).

Internet

Page 4: Imposto de Renda - nº 30/2014 - 4ª Sem Julho - iob.com.br · Federal do Brasil (RFB): . A declaração deve ser preenchida por meio do Programa Gerador da DIPJ/2014 (PGD), igualmente
Page 5: Imposto de Renda - nº 30/2014 - 4ª Sem Julho - iob.com.br · Federal do Brasil (RFB): . A declaração deve ser preenchida por meio do Programa Gerador da DIPJ/2014 (PGD), igualmente

Manual de ProcedimentosImposto de Renda e Legislação Societária

Boletimj

30-01Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jul/2014 - Fascículo 30 IR/LS

DIPJ

Entrega em atraso e retificação SUMÁRIO 1. Introdução 2. Apresentação da DIPJ em atraso 3. Retificação da DIPJ 4. Entendimento

1. INTRODUÇÃOCom base nas Instruções de Preenchimento da

DIPJ/2014 e em outras fontes citadas, constam deste tópico as instruções gerais para apresentação em atraso e retificação da Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica relativa ao ano-calendário de 2013, exercício de 2014 (DIPJ/2014), cujo prazo de entrega encerrou-se em 30.06.2014.

Nota

É obrigatória a assinatura digital da DIPJ, efetivada mediante utilização de certificado digi-tal válido, para a apresentação das declarações relativas aos fatos geradores ocorridos a partir do ano-calendário de 2009, por todas as pessoas ju-rídicas (Instrução Normativa RFB nº 969/2009, art. 1º, III; Instrução Normativa RFB nº 995/2010, art. 1º).

(Instrução Normativa RFB nº 1.463/2014, art. 5º)

2. APRESENTAÇÃO DA DIPJ EM ATRASO2.1 Forma e local de entrega

O subitem 2.4 das Instruções de Preenchimento constantes do programa DIPJ/2014 prevê uma única maneira de se apresentar a declaração: transmiti-la pela Internet por meio do programa Receitanet, dispo-nível para download no site da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB): www.receita.fazenda.gov.br.

A declaração deve ser preenchida por meio do Programa Gerador da DIPJ/2014 (PGD), igualmente disponível para download no site da RFB.

Ao efetuar a entrega por meio do Receitanet, a pessoa jurídica deve aguardar a gravação do res-

pectivo recibo de entrega. É conveniente imprimir o recibo para arquivo.

2.2 DIPJ de ano-calendário anterior a 2013Para entregar a declaração relativa a ano-calen-

dário anterior a 2013, a pessoa jurídica deve utilizar o PGD aprovado para o ano-calendário a que se referir a declaração.

2.3 Multa devida pela apresentação fora do prazoA pessoa jurídica que deixar de apresentar a DIPJ

no prazo fixado, ou que a apresentar com incorreções ou omissões, será intimada a apresentar declaração original (no caso de não apresentação) ou a prestar

esclarecimentos (nos demais casos) em prazo estipulado pela Secretaria da RFB.

Além disso, ficará sujeita às multas de:

a) 2% ao mês-calendário ou fração, incidente sobre o montante do Imposto de Renda Pessoa Jurídi-ca (IRPJ) informado na DIPJ, ain-da que integralmente pago, no caso de falta de entrega ou de entrega após o prazo, limitada a 20%, observado o valor da multa mínima, que é de R$ 500,00;

b) R$ 20,00 para cada grupo de 10 informações incorretas ou omitidas.

Notas

(1) Para efeito de aplicação da multa mencionada na letra “a” supra, é considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo originalmen-te fixado para a entrega da declaração, e como termo final a data da efetiva entrega (ou, no caso de não apresentação, a da lavratura do auto de infração).

(2) Considera-se não entregue a declaração que não atender às especi-ficações técnicas estabelecidas pela RFB. Nesse caso, a pessoa jurídica será notificada a apresentar nova declaração no prazo de 10 dias contados da ci-ência à intimação e ficará sujeita à multa indicada na letra “a” deste subtópico.

(3) O Parecer Normativo RFB nº 3/2013 analisa as consequências da nova redação dada ao art. 57 da Medida Provisória nº 2.158-35/2001 pelo art. 8º da Lei nº 12.766/2012 (resultante da conversão da Medida Provisória

a Tributos e Contribuições Federais

A multa devida pela não apresentação

da DIPJ ou pela sua apresentação fora do prazo

será emitida automaticamente e constará do recibo de entrega da respectiva

declaração

Page 6: Imposto de Renda - nº 30/2014 - 4ª Sem Julho - iob.com.br · Federal do Brasil (RFB): . A declaração deve ser preenchida por meio do Programa Gerador da DIPJ/2014 (PGD), igualmente

30-02 IR/LS Manual de Procedimentos - Jul/2014 - Fascículo 30 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

Imposto de Renda e Legislação Societária

nº 575/2012), relativamente aos atos inerentes à Secretaria da RFB, especial-mente no que diz respeito à fiscalização e ao controle do crédito tributário.

Em síntese, o referido Parecer Normativo traça um paralelo entre a legislação vigente sobre as obrigações acessórias e conclui, entre outras disposições, que as multas em relação à DIPJ de que trata o art. 7º da Lei nº 10.426/2002 continuam vigentes.

(Lei nº 10.426/2002, art. 7º; Lei nº 11.051/2004, art. 19; Instrução Normativa RFB nº 1.463/2014, art. 6º; Instruções de Preenchimento da DIPJ/2014)

2.3.1 Redução da multaSem prejuízo do valor mínimo (R$ 500,00) da multa

pela falta de entrega ou entrega após o prazo, as multas indicadas em “a” e “b” supra serão reduzidas:

a) a 50%, quando a declaração for apresentada depois do prazo, mas antes de qualquer pro-cedimento de ofício (ou seja, antes de intima-ção da RFB);

b) a 75%, se houver a apresentação da declara-ção no prazo fixado em intimação fiscal.

(Lei nº 10.426/2002, art. 7º; Lei nº 11.051/2004, art. 19; Ins-trução Normativa RFB nº 1.463/2014, art. 6º, § 2º; Instruções de Preenchimento da DIPJ/2014)

2.3.2 Cálculo da multaDe acordo com o subitem 6.4 das Instruções de

Preenchimento da DIPJ/2014, para efeito de cálculo da multa por atraso, o Imposto de Renda devido e informado na declaração corresponde ao valor resul-tante da soma das seguintes linhas:

a) Linhas 12A/01 a 12A/02 e 12A/24, diminuído da soma das Linhas 12A/03 a 12A/12, para as pes-soas jurídicas em geral tributadas pelo lucro real;

b) Linhas 12B/01, 12B/02 e 12B/21, diminuído da soma das Linhas 12B/03 a 12B/11, para as instituições financeiras e assemelhadas, so-ciedades seguradoras, de capitalização e en-tidades de previdência privada;

c) Linhas 14A/26 a 14A/28 e 14A/37, para as pes-soas jurídicas tributadas pelo lucro presumido;

d) Linhas 14B/62 a 14B/64 e 14B/76, para as pessoas jurídicas optantes pelo Programa de Recuperação Fiscal (Refis) tributadas pelo lucro presumido com isenção e redução do imposto; e

e) Linhas 15/29 a 15/31 e 15/40, para as pessoas jurídicas tributadas pelo lucro arbitrado.

2.3.3 Forma de cobrança da multaA multa devida pela não apresentação da DIPJ

ou pela sua apresentação fora do prazo será emitida automaticamente e constará do recibo de entrega da respectiva declaração - isso significa que não é necessário a pessoa jurídica fazer o pagamento da multa antes da entrega da declaração fora de prazo.

(Lei nº 9.718/1998, art. 16, parágrafo único; RIR/1999, art. 964, § 6º; Instruções de Preenchimento da DIPJ/2014)

2.4 Tributos pagos em atraso - Acréscimos moratóriosSem prejuízo da multa por atraso na entrega da

declaração, caso seja apurado débito relativo ao IRPJ e à Contribuição Social sobre o Lucro (CSL) - ou a qualquer outro tributo declarado na DIPJ -, haverá a incidência de juros e de multa de mora (RIR/1999, art. 964, § 1º).

2.5 Entrega em atraso mediante autorização concedida pelo Fisco - Inaplicabilidade da multaQuando motivos de força maior, devidamente

comprovados perante o chefe da repartição lançadora, impossibilitarem a entrega tempestiva da declaração, poderá ser concedida, mediante requerimento da pes-soa jurídica (antes do vencimento da data estabelecida para a entrega), uma só prorrogação pelo prazo máximo de 60 dias, sem prejuízo do pagamento do imposto nos prazos e nas condições regulares previstos na legislação.

Nessa hipótese, não é aplicável a multa pela entrega extemporânea da declaração referida no subtópico 2.3.

São entendidos como motivos de força maior os fatos imprevisíveis e inevitáveis, tais como incêndios, inundações e desabamentos que provoquem extravio, deterioração ou destruição de documentos necessários ao cumprimento da obrigação de entregar a declaração.

(RIR/1999, art. 828; Instrução Normativa SRF nº 17/1983; Parecer Normativo CST nº 23/1978, subitem 6.3)

2.6 Falta de apresentação da declaração - Implicações perante o CNPJDe acordo com a Lei nº 9.430/1996, art. 80 (com a

nova redação dada pela Lei nº 11.941/2009, art. 30), as pessoas jurídicas que, estando obrigadas, deixarem de apresentar declarações e demonstrativos por 5 ou mais exercícios poderão ter sua inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) baixada, nos ter-mos e condições definidos pela RFB, se, intimadas por edital, não regularizarem sua situação no prazo de 60 dias, contados da data da publicação da intimação.

Poderão, ainda, ter a inscrição no CNPJ baixada, nos termos e condições definidos pela RFB, as pes-soas jurídicas:

a) que não existam de fato;b) que, declaradas inaptas, nos termos da Lei nº

9.430/1996, art. 81, não tenham regularizado sua situação nos 5 exercícios subsequentes; ou

c) com registro cancelado.

Notas(1) Também poderá ser declarada inapta, nos termos da Instrução Nor-

mativa RFB nº 1.470/2014, art. 37, que atualmente disciplina os procedimen-tos relativos ao CNPJ, a inscrição no CNPJ da pessoa jurídica:

Page 7: Imposto de Renda - nº 30/2014 - 4ª Sem Julho - iob.com.br · Federal do Brasil (RFB): . A declaração deve ser preenchida por meio do Programa Gerador da DIPJ/2014 (PGD), igualmente

30-03Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jul/2014 - Fascículo 30 IR/LS

Imposto de Renda e Legislação Societária

Manual de Procedimentos

a) omissa de declarações e demonstrativos: a que, estando obrigada, deixar de apresentar declarações e demonstrativos em 2 exercícios consecutivos;

b) não localizada: a que não tenha sido localizada no endereço infor-mado no CNPJ; ou

c) com irregularidade em operações de comércio exterior: a que não comprovar a origem, a disponibilidade e a efetiva transferência, se for o caso, dos recursos empregados em operações de comércio exterior, na forma prevista em lei.

(2) A regra citada na nota 1 não se aplica à pessoa jurídica domiciliada no exterior.

(3) Não produz efeitos tributários em favor de terceiros interessados o documento emitido por pessoa jurídica cuja inscrição no CNPJ tenha sido considerada ou declarada inapta. Essa regra não se aplica, contudo, nos casos em que o adquirente de bens, direitos e mercadorias, ou o tomador de serviços, comprovar a efetivação do pagamento do preço respectivo e o recebimento dos bens, direitos e mercadorias ou a utilização dos serviços (Instrução Normativa RFB nº 1.470/2014, art. 43).

(Lei nº 9.430/1996, art. 80, § 1º; Instrução Normativa SRF nº 1.470/2014, arts. 37 e 43)

3. RETIFICAÇÃO DA DIPJA DIPJ anteriormente entregue pode ser retificada

mediante apresentação de nova declaração, inde-pendentemente de autorização do Fisco.

A declaração retificadora:a) terá a mesma natureza daquela originalmen-

te apresentada e a substituirá integralmente, inclusive para efeitos de revisão sistemática pelo Fisco;

b) será:b.1) formalizada com a apresentação de nova

declaração, informando-se no campo próprio que se trata de declaração retifi-cadora; e

b.2) processada em função da data de sua entrega.

(Medida Provisória nº 2.189-49/2001, art. 18; Instrução Normativa do SRF nº 166/1999, art. 1º)

3.1 DIPJ retificadora que altere valores informados na DCTFDe acordo com o subitem 4.1 das Instruções

de Preenchimento da DIPJ/2014, a pessoa jurídica que entregar DIPJ retificadora alterando valores que tenham sido informados na Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) deve apresentar DCTF retificadora com as mesmas alterações.

3.2 Hipóteses em que a retificação não é admitidaNos termos da Instrução Normativa SRF nº

166/1999, art. 4º, não é admitida a retificação de DIPJ que tenha por objetivo alterar o regime de tributação, salvo nos casos determinados pela legislação, para fins de se adotar o lucro arbitrado.

Assim, é considerada intempestiva a DIPJ retifica-dora com base no lucro real entregue após o término do prazo previsto, ainda que a pessoa jurídica tenha

apresentado, dentro do prazo, declaração com base no lucro presumido, quando vedada, por disposição legal, a opção por este regime de tributação.

De todo modo, no caso de opção pelo lucro presumido feita por pessoa jurídica que não preencha os requisitos para se enquadrar nesse regime de tributação, a declaração deve ser retificada para que se regularize a situação da empresa.

3.3 Forma e local de entregaA DIPJ deve ser retificada mediante apresentação

de declaração retificadora elaborada com observân-cia das normas estabelecidas para a DIPJ original (retificada), ou seja, deve ser preenchida por meio do PGD aprovado para o respectivo exercício.

A DIPJ retificadora deve ser transmitida pela Inter-net, por meio do programa Receitanet, disponível no site da RFB (www.receita.fazenda.gov.br).

Ao efetuar a entrega por meio do Receitanet, a pessoa jurídica deve aguardar a gravação do recibo de entrega da DIPJ retificadora no disquete de envio, sendo conveniente imprimi-lo para arquivo.

3.4 DIPJ retificadora que apresente redução do IRPJ e/ou da CSLSe a DIPJ retificadora apresentar valores de

IRPJ e/ou de CSL a pagar menores do que aqueles que constaram da declaração original, a diferença verificada no período-base (trimestral ou anual) entre o novo valor do imposto e/ou da contribuição e a importância efetivamente paga poderá ser objeto de restituição ou compensação.

A restituição e a compensação de quantias reco-lhidas a título de tributo ou contribuição administrados pela RFB encontram-se, atualmente, disciplinadas pela Instrução Normativa RFB nº 1.300/2012.

Importa assinalar que, nos termos do art. 41 dessa Instrução Normativa, o contribuinte que apurar crédito (inclusive o reconhecido por decisão judicial transitada em julgado) relativo a tributo ou contribuição adminis-trado pela RFB, passível de restituição ou de ressarci-mento, poderá utilizá-lo na compensação de débitos próprios, vencidos ou vincendos, relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados pela RFB.

Mensalmente, publicamos texto com orientações e tabela prática para cálculo do acréscimo de juros sobre o valor a compensar.

NotaDe acordo com a Instrução Normativa SRF nº 598/2005, art. 2º, o contri-

buinte que apurar crédito relativo a tributo ou contribuição administrado pela RFB, passível de restituição ou de ressarcimento, e que desejar utilizá-lo na compensação de débitos próprios relativos aos tributos e contribuições ad-

Page 8: Imposto de Renda - nº 30/2014 - 4ª Sem Julho - iob.com.br · Federal do Brasil (RFB): . A declaração deve ser preenchida por meio do Programa Gerador da DIPJ/2014 (PGD), igualmente

30-04 IR/LS Manual de Procedimentos - Jul/2014 - Fascículo 30 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

Imposto de Renda e Legislação Societária

ministrados pelo mesmo órgão, ou ser restituído ou ressarcido desses valo-res, deverá encaminhar à RFB, respectivamente, Declaração de Compensa-ção, Pedido Eletrônico de Restituição ou Pedido Eletrônico de Ressarcimento gerados a partir do Programa PER/DCOMP.

3.4.1 Apuração de saldo a pagar na DIPJ original e de saldo a compensar na declaração retificadora

Se a pessoa jurídica for tributada com base no lucro real anual, existe a possibilidade de os saldos de IRPJ e/ou de CSL que, na declaração original, eram positivos (a pagar) passarem a ser negativos (a com-pensar ou a restituir) em decorrência da retificação.

3.5 DIPJ retificadora que apresente aumento do IRPJ e/ou da CSLQuando a retificação da declaração apresentar

imposto e/ou contribuição maiores que os da declara-ção retificada, a diferença apurada será devida com os acréscimos correspondentes, o que significa que haverá a incidência de:

a) multa de mora equivalente a 0,33% por dia de atraso, limitada a 20% (conta-se o número de dias de atraso a partir do 1º dia útil sub-sequente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do débito até o dia em que ocorrer o efetivo pagamento);

b) juros de mora assim determinados:b.1) empresa tributada com base no lucro

real anual: Selic acumulada a contar de 1º.02.2013 até o mês anterior ao do paga-mento, mais 1% referente ao próprio mês em que o recolhimento estiver sendo efetuado;

b.2) nos demais casos (lucro real trimestral, lucro presumido ou lucro arbitrado): Selic acumulada a partir do 1º dia do segundo mês subsequente ao do encerramento do trimestre de apuração a que se referir a di-ferença até o mês anterior ao do pagamen-to, mais 1% referente ao próprio mês em que o pagamento estiver sendo efetuado.

Para cálculo dos acréscimos moratórios, consulte a tabela e as instruções que divulgamos mensalmente.

(RIR/1999, art. 856, § 3º, art. 858, § 2º, e arts. 950 e 953; Instrução Normativa SRF nº 166/1999, art. 3º)

3.6 Retificação da declaração depois de iniciada a ação fiscalA pessoa jurídica que, depois de iniciada a ação

fiscal, retificar a DIPJ não se eximirá, por isso, das penalidades previstas na legislação.

Vale lembrar, no entanto, que o contribuinte sub-metido à ação fiscal por parte da RFB poderá pagar, até o 20º dia subsequente à data de recebimento do

termo de início de fiscalização, os tributos e as con-tribuições já declarados, de que for sujeito passivo como contribuinte ou responsável, apenas com os acréscimos legais aplicáveis nos casos de procedi-mento espontâneo.

Nessa hipótese, porém, o contribuinte deve efetuar o pagamento do valor total do débito relativo a cada um dos tributos e das contribuições já declarados, ou seja, não poderá haver parcelamento do débito.

(Lei nº 9.430/1996, art. 47; Lei nº 9.532/1997, art. 70, II; RIR/1999, art. 833; Ato Declaratório Normativo SRF/Cosit nº 15/1999)

4. ENTENDIMENTO

4.1 Retificação da DIPJ para efetuar compensação de prejuízosA regra consolidada no RIR/1999, art. 832, esta-

belece que a RFB pode autorizar a retificação, pelo contribuinte, de sua declaração de rendimentos - atu-almente, DIPJ.

Para tanto, o dispositivo citado exige:a) que seja comprovado ter havido erro na DIPJ

originalmente apresentada;b) que não haja interrupção do pagamento do

saldo do imposto;c) que a retificação seja solicitada antes de ini-

ciado o processo de lançamento de ofício.

A Instrução Normativa SRF nº 166/1999, em seu art. 1º, dispõe que a retificação da DIPJ anteriormente entregue deve ser efetuada mediante simples apre-sentação de nova declaração, independentemente de autorização do Fisco.

Nesse caso, a declaração retificadora terá a mesma natureza da declaração originariamente apre-sentada, substituindo-a integralmente.

A questão em foco, porém, decorre da regra mencionada na letra “a” supra: a legislação autoriza o Fisco a aceitar a retificação da DIPJ, desde que o contribuinte esteja efetuando a retificação porque cometeu erro no preenchimento daquela original-mente apresentada.

De fato, a correção de erros materiais em decla-rações apresentadas ao Fisco é reconhecida como condição imprescindível para a correta exigência tributária. Assim se manifestou a 4ª Câmara do 1º Conselho de Contribuintes, no Acórdão nº 104-16300/1998, sobre o tema:

IRPJ - DECLARAÇÃO DE RENDIMENTOS - ERROS - COR-REÇÃO - A exigibilidade do imposto de renda não pode se fundar em erros materiais, constantes da Declaração de Rendimentos. Daí, a admissibilidade de sua correção a

Page 9: Imposto de Renda - nº 30/2014 - 4ª Sem Julho - iob.com.br · Federal do Brasil (RFB): . A declaração deve ser preenchida por meio do Programa Gerador da DIPJ/2014 (PGD), igualmente

30-05Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jul/2014 - Fascículo 30 IR/LS

Imposto de Renda e Legislação Societária

Manual de Procedimentos

qualquer tempo, quer por iniciativa do sujeito passivo, quer da administração (Decreto-lei nº 1.967/82, artigo 21; Lei nº 4.506/64, artigo 34, § 3º, e CTN, artigos 138, 142 e § único, e 147, § 2º); mesmo depois de iniciado o procedimento de ofí-cio, hipótese em que, diferença a maior de tributo que venha a ser apurada, ainda que em declaração retificada, não eximirá o sujeito passivo das penalidades de ofício (CTN, artigo 138, § único; Decreto-lei nº 5.844/43, artigo 63, § 5º).

A Instrução Normativa SRF nº 166/1999 determina, em seu art. 4º, que não é admitida a retificação que tenha por objetivo mudança do regime de tributação, exceto nos casos determinados pela legislação, para fins de adoção do lucro arbitrado.

Tal regra, certamente, decorre do fato de que o Fisco entende que o exercício da opção por determi-nado sistema de tributação não pode ser considerado como erro de fato.

Assim, é considerada intempestiva a DIPJ retifica-dora com base no lucro real entregue após o término do prazo previsto, ainda que a pessoa jurídica tenha apresentado, dentro do prazo, declaração com base no lucro presumido, quando vedada, por disposição legal, a opção por esse regime de tributação.

O que se questiona, contudo, é uma situação semelhante a essa, embora com contornos um pouco diferentes. Trata-se do caso de pessoa jurídica que simplesmente apresentou a DIPJ com base no lucro real sem efetivar compensação de prejuízos a que tinha direito. Em tal hipótese, a RFB aceitaria que a empresa retificasse sua declaração para pleitear a compensação?

Entendemos que não.

Parece-nos que a questão se prende ao exato alcance da norma consolidada no RIR/1999, que, como vimos, exige ter havido erro na declaração originalmente apresentada.

Considerando-se que a compensação é uma faculdade do contribuinte, o não exercício de tal

direito por ocasião da apresentação da DIPJ original certamente será tido pela RFB como uma efetiva opção pela não compensação do prejuízo fiscal no período-base - por isso, não passível de ser conside-rado como erro de fato. O mesmo raciocínio se aplica à compensação de base de cálculo negativa de CSL.

Na linha desse entendimento, transcrevemos a ementa do Acórdão nº 105-13.190/2000, no qual a 5ª Câmara do 1º Conselho de Contribuintes concluiu exatamente pela impossibilidade da retificação:

RETIFICAÇÃO DE DECLARAÇÃO - Incabível a retificação da declaração de rendimentos para modificar a compensa-ção de prejuízo não exercida na época própria, pois o não exercício desta opção não se caracteriza como erro de fato.

Nesse sentido, a Solução de Consulta nº 66/2010 da 10ª Região Fiscal (Rio Grande do Sul) decidiu recentemente:

Solução de Consulta nº 66 de 14 de julho de 2010

ASSUNTO: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ

EMENTA: LUCRO REAL. COMPENSAÇÃO DE PREJU-ÍZOS. RETIFICAÇÃO DE DIPJ. Inexiste a faculdade de o contribuinte compensar prejuízos fiscais retroativamente, quando não haja erro de fato cabalmente demonstrado, pois a opção de abater prejuízos fiscais é definitiva. Somente é admissível a retificação da Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ) quando seja comprovado erro de preenchimento com documentos contábeis e fiscais capazes de demonstrar de forma inequívoca a sua ocorrência. Provimento judicial conferindo determinado direito temporário (e não previsto em lei) ao contribuinte de compensar a totalidade de seus prejuízos fiscais não pode ser equiparado a erro de fato.

Portanto, a adequada compensação de preju-ízos fiscais e de base de cálculo negativa da CSL, com estrita observância da legislação de regência, particularmente quanto ao cálculo do montante com-pensável, é item a ser objeto de conferência especial antes da apresentação da DIPJ.

N

a Legislação Falimentar

Plano de recuperação judicial para microempresas e empresas de pequeno porte SUMÁRIO 1. Recuperação de empresas 2. Definição de ME e EPP 3. Regras especiais para recuperação de ME e EPP

1. RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS

Neste texto, vamos focalizar as normas específi-cas sobre recuperação judicial que podem ser ado-tadas pelas microempresas (ME) e pelas empresas de pequeno porte (EPP), conforme dispõe a Lei nº 11.101/2005 (Lei de Falências), arts. 70 a 72.

Page 10: Imposto de Renda - nº 30/2014 - 4ª Sem Julho - iob.com.br · Federal do Brasil (RFB): . A declaração deve ser preenchida por meio do Programa Gerador da DIPJ/2014 (PGD), igualmente

30-06 IR/LS Manual de Procedimentos - Jul/2014 - Fascículo 30 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

Imposto de Renda e Legislação Societária

2. DEFINIÇÃO DE ME E EPPDe acordo com a Lei Complementar nº 123/2006,

art. 3º, consideram-se ME ou EPP a sociedade empre-sária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o empresário a que se refere a Lei nº 10.406/2002 (Código Civil/2002), art. 966, devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que:

a) no caso das ME, aufira, em cada ano-ca-lendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00;

b) no caso das EPP, aufira, em cada ano-calen-dário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00.

NotaO art. 966 do Código Civil/2002 assim dispõe:

“Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente ati-vidade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.

Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.”

2.1 Proporcionalização dos limitesNo caso de início de atividade no próprio ano-

-calendário, os referidos limites serão proporcionais ao número de meses em que a ME ou a EPP houver exercido atividade, inclusive as frações de mês (Lei Complementar nº 123/2006, art. 3º, § 2º), o que signi-fica considerar os seguintes limites:

a) no caso de ME, R$ 30.000,00 por mês ou fra-ção;

b) para EPP, R$ 300.000,00 por mês ou fração.

Por exemplo, para uma empresa constituída durante o mês de novembro que pretenda se enqua-drar como ME, o limite a ser observado será de R$ 60.000,00 (R$ 30.000,00 x 2).

2.2 Pessoas jurídicas excluídasNão se inclui no regime diferenciado e favorecido

previsto no Estatuto Nacional da ME e da EPP (Lei Complementar nº 123/2006), para nenhum efeito legal, a pessoa jurídica:

a) de cujo capital participe outra pessoa jurídica;b) que seja filial, sucursal, agência ou represen-

tação, no País, de pessoa jurídica com sede no exterior;

c) de cujo capital participe pessoa física que seja inscrita como empresário ou seja sócia de ou-tra empresa que receba tratamento jurídico diferenciado nos termos do Estatuto das ME e das EPP, desde que a receita bruta global

ultrapasse o limite mencionado na letra “b” do item 2 deste texto (R$ 3.600.000,00);

d) cujo titular ou sócio participe com mais de 10% do capital de outra empresa não beneficiada pelas normas do Estatuto das ME e das EPP, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite mencionado na letra “b” do item 2 deste texto (R$ 3.600.000,00);

e) cujo sócio ou titular seja administrador ou equiparado de outra pessoa jurídica com fins lucrativos, desde que a receita bruta global ul-trapasse o limite mencionado na letra “b” do item 2 deste texto (R$ 3.600.000,00);

f) que seja constituída sob a forma de cooperati-vas, salvo as de consumo;

g) que participe do capital de outra pessoa jurí-dica;

h) que exerça atividade de banco comercial, de investimentos e de desenvolvimento, de caixa econômica, de sociedade de crédito, financia-mento e investimento ou de crédito imobiliário, de corretora ou de distribuidora de títulos, valo-res mobiliários e câmbio, de empresa de arren-damento mercantil, de seguros privados e de capitalização ou de previdência complementar;

i) que seja resultante ou remanescente de cisão ou qualquer outra forma de desmembramento de pessoa jurídica que tenha ocorrido em um dos 5 anos-calendário anteriores;

j) que seja constituída sob a forma de sociedade por ações (S/A).

NotaAs restrições mencionadas nas letras “d” e “g” supra não se aplicam à par-

ticipação no capital de cooperativas de crédito, bem como em centrais de com-pras, bolsas de subcontratação, no consórcio previsto na própria Lei Comple-mentar nº 123/2006, art. 50, e na sociedade de propósito específico prevista no art. 56, e em associações assemelhadas, sociedades de interesse econômico, sociedades de garantia solidária e outros tipos de sociedade, que tenham como objetivo social a defesa exclusiva dos interesses econômicos das ME e das EPP.

3. REGRAS ESPECIAIS PARA RECUPERAÇÃO DE ME E EPP

O empresário e a sociedade empresária que se incluam nos conceitos de ME ou EPP (item 2) sujeitam-se às normas que disciplinam a recuperação judicial das empresas em geral, previstas na Lei nº 11.101/2005, arts. 47 a 69, 73 e 74, exceto em relação às regras específicas aqui examinadas, estabelecidas pelos arts. 70 a 72 (se optarem por elas).

O art. 70, § 1º, dispõe que as ME e as EPP poderão apresentar plano especial de recuperação judicial, desde que afirmem sua intenção de fazê-lo na petição inicial de recuperação judicial de que trata o art. 51 do diploma legal em foco.

Page 11: Imposto de Renda - nº 30/2014 - 4ª Sem Julho - iob.com.br · Federal do Brasil (RFB): . A declaração deve ser preenchida por meio do Programa Gerador da DIPJ/2014 (PGD), igualmente

30-07Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jul/2014 - Fascículo 30 IR/LS

Imposto de Renda e Legislação Societária

Manual de Procedimentos

COméRCIO

Tributos e Contribuições Federais - Tributação das gorjetas recebidas por empregados de hotéis e restaurantes

1. INTRODUÇÃOEm hotéis, motéis, pousadas, restaurantes

etc., é comum a prática da concessão de gorjetas, também conhecidas como “caixinhas”. Trata-se de uma gratificação oferecida aos funcionários desses estabelecimentos (garçom, carregador, mensageiro, manobrista, atendente etc.) pelos clientes em retribui-ção pelo serviço prestado.

A seguir, trataremos dos aspectos tributários sobre o assunto a serem observados pelas empresas que exercem as atividades descritas.

2. MODALIDADES

São duas as modalidades de gorjetas que podem ser adotadas pelas empresas: as obrigatórias ou compulsórias e as facultativas ou espontâneas.

Nota

Considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente dada pelo cliente ao empregado, como também aquela que for cobrada, pela em-presa, do cliente como adicional nas contas, a qualquer título, e destinada à distribuição aos empregados (CLT, art. 457, § 3º).

Saliente-se que os credores não atingidos pelo plano especial não terão seus créditos habilitados na recuperação judicial (art. 70, § 2º).

3.1 Plano especial de recuperação judicial

De acordo com a Lei nº 11.101/2005, art. 71, o plano especial de recuperação judicial da ME ou EPP será apresentado no prazo improrrogável de 60 dias da publicação da decisão que deferir o processa-mento da recuperação judicial (sob pena de convo-lação em falência - art. 53) e limitar-se-á às seguintes condições:

a) abrangerá exclusivamente os créditos quiro-grafários, excetuados os:a.1) decorrentes de repasse de recursos ofi-

ciais; a.2) de credor titular da posição de proprietá-

rio fiduciário de bens móveis ou imóveis, de arrendador mercantil, de proprietário ou promitente vendedor de imóvel cujos respectivos contratos contenham cláusu-la de irrevogabilidade ou irretratabilida-de, inclusive em incorporações imobili-árias, ou de proprietário em contrato de venda com reserva de domínio;

a.3) relativos a importâncias entregues ao devedor, em moeda corrente nacional, decorrentes de adiantamento a contra-to de câmbio para exportação (Lei nº 4.728/1965, art. 75, §§ 3º e 4º);

b) preverá parcelamento em até 36 parcelas men-sais, iguais e sucessivas, corrigidas monetaria-mente e acrescidas de juros de 12% ao ano;

c) preverá o pagamento da primeira parcela no prazo máximo de 180 dias, contado da distri-buição do pedido de recuperação judicial;

d) estabelecerá a necessidade de autorização do juiz, depois de ouvido o administrador ju-dicial e o comitê de credores, para o devedor aumentar despesas ou contratar empregados.

Importa ressaltar que o pedido de recuperação judicial com base em plano especial não acarreta a suspensão do curso da prescrição nem das ações e execuções por créditos não abrangidos pelo plano.

3.2 Não convocação da assembleia geral de credoresO art. 72, caput, dispõe que, caso a ME ou EPP

opte pelo pedido de recuperação judicial com base no plano especial, não será convocada assembleia geral de credores para deliberar sobre o plano.

Portanto, caberá exclusivamente ao juiz conceder a recuperação judicial se atendidas as demais exi-gências da lei.

3.3 Improcedência do pedidoNos termos do art. 72, parágrafo único, o juiz tam-

bém julgará improcedente o pedido de recuperação judicial e decretará a falência do devedor se houver objeções, nos termos da Lei nº 11.101/2005, art. 55, de credores titulares de mais da metade dos créditos mencionados na letra “a” do subitem 3.1.

Cabe esclarecer que o art. 55 dispõe que qualquer credor pode manifestar ao juiz sua objeção ao plano de recuperação judicial no prazo de 30 dias, contado da publicação da relação de credores exigida pelo art. 7º, § 2º, da Lei de Falências.

N

a IOB Setorial

Page 12: Imposto de Renda - nº 30/2014 - 4ª Sem Julho - iob.com.br · Federal do Brasil (RFB): . A declaração deve ser preenchida por meio do Programa Gerador da DIPJ/2014 (PGD), igualmente

30-08 IR/LS Manual de Procedimentos - Jul/2014 - Fascículo 30 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

Imposto de Renda e Legislação Societária

2.1 Obrigatórias ou compulsórias

Nessa modalidade, é incluído nas despesas do cliente um percentual incidente sobre o serviço pres-tado, o qual é cobrado a título de taxa de serviço. Nessa hipótese, o estabelecimento fica responsável pela arrecadação e distribuição das gorjetas, que passam a ser registradas contabilmente no caixa da empresa.

2.2 Facultativas ou espontâneas

São aquelas concedidas livremente pelos clientes aos prestadores de serviços sem que estejam incluí-das nas despesas.

3. TRATAMENTO TRIBUTáRIO

3.1 Pessoa físicaO valor das gorjetas recebidas diretamente dos

clientes, ou seja, as gorjetas espontâneas ou facultati-vas e mesmo aquelas recebidas de forma obrigatória ou compulsória, cobrado nas notas de despesas ou cupons fiscais, acompanhado, por exemplo, dos dizeres “taxa de serviço obrigatória”, “serviço obriga-tório” ou “gorjeta obrigatória”, integra a remuneração do empregado (CLT, art. 457).

Desse modo, por tratar-se de remuneração do trabalho assalariado, as gorjetas ficam sujeitas à incidência do Imposto de Renda na fonte, calculado por meio da tabela progressiva vigente na data do pagamento (RIR/1999, arts. 43 e 624).

3.2 Pessoa jurídicaComo já dissemos no subtópico 2.1, as gorjetas

recebidas na modalidade obrigatória ou compulsória são cobradas e distribuídas diretamente pelas pessoas jurídicas descritas no tópico 1, as quais registram esses valores em sua contabilidade. No entanto, sobre o valor arrecadado pode ocorrer, eventualmente, cobrança de uma taxa a título de administração, passando, assim, a constituir também receita para a pessoa jurídica. Nesse caso, o auferimento dessa receita de administração será tributado pelo IRPJ, pela CSL, pela Cofins, pelo PIS-Pasep e pelo ISS (veja nota a seguir).

Em relação à contribuição para o PIS-Pasep e à Cofins, devem ser aplicadas as seguintes alíquotas (Lei nº 10.637/2002, art. 8º, II, e Lei nº 10.833/2003, art. 10, II):

a) 1,65% e 7,6%, respectivamente, para as pes-soas jurídicas sujeitas ao regime não cumulati-vo; e

b) 0,65% e 3%, respectivamente, para as pes-soas jurídicas sujeitas ao regime cumulativo.

Vale mencionar que as gorjetas compulsórias integram a receita bruta e não podem ser excluídas da base de cálculo do Simples Nacional devido mensalmente por falta de previsão legal (Solução de Consulta Cosit nº 99/2014).

NotaLembramos que a incidência do ISS sobre o valor da gorjeta, quando

incluído no preço da diária, está prevista no item 9.01 da Lista de Serviços anexa à Lei Complementar nº 116/2003.

N

a IOB Perguntas e Respostas COFInS/PIS-PASEP

Locação de veículos - Direito a crédito - Impossibilidade

1) As despesas com locação de veículos ensejam di-reito a crédito a serem descontados da contribuição para o PIS-Pasep e da Cofins no regime não cumulativo?

Não. Os valores pagos por locação de veículo não ensejam a constituição de créditos a serem descon-tados da contribuição para o PIS-Pasep e da Cofins, apuradas em regime não cumulativo, porquanto tais despesas não estão expressamente relacionadas no art. 3º da Lei nº 10.637/2002 e no art. 3º da Lei nº 10.833/2003, e também não se enquadram em qualquer das hipóteses de creditamento previstas naqueles dispositivos legais.

(Solução de Consulta Cosit nº 1/2014)

IR FOnTERede de telecomunicações para transporte de dados -

Não incidência

2) A disponibilização de rede de telecomunicações para transporte de dados caracteriza-se como presta-ção de serviço profissional para fins de retenção do Imposto de Renda na fonte?

Não. A disponibilização de rede de telecomuni-cações para transporte de dados não se caracteriza como prestação de serviço profissional para fins da retenção do Imposto de Renda na fonte de que trata o art. 647 do RIR/1999. Sendo assim, as importâncias pagas ou creditadas por pessoas jurídicas a outras pessoas jurídicas pela prestação desse tipo de ser-viço não estão sujeitas à mencionada retenção.

(Solução de Consulta Cosit nº 3/2014)◙