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Imunidade Tributária A imunidade tributária, ou simplesmente imunidade, é a vedação constitucional da instituição de tributos em determinadas situações (fatos geradores e contribuintes). Trata-se, na realidade, de um direito fundamental, cláusula pétrea da Constituição Federal e que, portanto, não pode ser suprimida, nem mesmo por via de emenda constitucional. Como exemplos de imunidades pode-se citar a imunidade recíproca, imunidade de templos religiosos e imunidade de imprensa, dentre outros. (parte do Anderson) Imunidade sobre livros eletrônicos, CD-Rom e audiolivros É indiscutível que o objetivo do constituinte ao estabelecer a imunidade de imprensa, ou seja, o elemento finalístico da norma imunizante é a proteção do conteúdo veiculado por livros, jornais e periódicos, reconhecidos como veículos difusores da cultura e da informação. Sendo assim, embora o art. 150, VI, d, da CF mencione o “papel para sua impressão” parece bastante óbvio que a imunidade cultural também é aplicável para formas mais modernas de veiculação da cultura e da informação, além do formato convencional impresso, como livros eletrônicos, CD- Rom e audiolivros. Antes de analisar o posicionamento da Corte Suprema quanto a tais itens, convém apresentar a diferença entre eles. Livro eletrônico ou e-book é o nome dado ao conteúdo de um livro para ser lido em aparelhos eletrônicos como tablets, celulares, computadores etc. Atualmente, é cada vez mais comum milhões de pessoas comprarem o acesso à leitura de e- books sem ter contato com o livro convencional em papel.

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Imunidade Tributária

A imunidade tributária, ou simplesmente imunidade, é a

vedação constitucional da instituição de tributos em determinadas situações

(fatos geradores e contribuintes). Trata-se, na realidade, de um direito

fundamental, cláusula pétrea da Constituição Federal e que, portanto, não pode

ser suprimida, nem mesmo por via de emenda constitucional. Como exemplos

de imunidades pode-se citar a imunidade recíproca, imunidade de templos

religiosos e imunidade de imprensa, dentre outros.

(parte do Anderson)

Imunidade sobre livros eletrônicos, CD-Rom e audiolivros

É indiscutível que o objetivo do constituinte ao estabelecer a imunidade de imprensa, ou seja, o elemento finalístico da norma imunizante é a proteção do conteúdo veiculado por livros, jornais e periódicos, reconhecidos como veículos difusores da cultura e da informação. Sendo assim, embora o art. 150, VI, d, da CF mencione o “papel para sua impressão” parece bastante óbvio que a imunidade cultural também é aplicável para formas mais modernas de veiculação da cultura e da informação, além do formato convencional impresso, como livros eletrônicos, CD-Rom e audiolivros. Antes de analisar o posicionamento da Corte Suprema quanto a tais itens, convém apresentar a diferença entre eles. Livro eletrônico ou e-book é o nome dado ao conteúdo de um livro para ser lido em aparelhos eletrônicos como tablets, celulares, computadores etc. Atualmente, é cada vez mais comum milhões de pessoas comprarem o acesso à leitura de e-books sem ter contato com o livro convencional em papel. Como regra, todo o processo de compra de um livro eletrônico ocorre via internet.CD-Rom é um sigla que designa compact disc read-only memory (disco compacto com memória somente para leitura). Trata-se de uma “mídia” utilizada para armazenar qualquer tipo de conteúdo, como textos, programas de computação, áudios, vídeos. Tornou-se frequente no mercado editorial brasileiro a disponibilização de livros para venda no formato de CD-Rom, permitindo leitura via computador, tendo como vantagens sobre o livro em papel, entre outras: a) preço; b) maior durabilidade; c) facilidade de armazenamento; d) questão ambiental (não são derrubadas árvores para fabricar CD-Rom). Audiolivro ou audiobook é um livro para ser ouvido. A editora realiza gravações em estúdio com a leitura do texto integral do livro e disponibiliza para o “leitor” ouvir.

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A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é ainda bastante retrógrada quanto à extensão da imunidade de imprensa a esses novos formatos. Sobre a imunidade dos livros eletrônicos no julgamento do RE 330.817 o Supremo Tribunal Federal, reconhecendo a repercussão geral do tema, negou aplicação da imunidade. Quanto ao livro em formato de CD-Rom, alguns ministros do Supremo Tribunal Federal já se posicionaram favoravelmente a favor da imunidade, posição amplamente defendida pela doutrina. Mas a posição atual do STF, e que deve ser adotada em provas e concursos, é pela inaplicabilidade da imunidade (RE 416.579) ao argumento de que “o suporte físico que funciona como mídia (cd-rom) não se confunde e não pode ser assimilado ao papel”. Embora o STF não tenha se posicionado expressamente sobre a imunidade dos audiolivros, para provas e concursos deve ser adotado o mesmo raciocínio restritivo aplicado pelo Tribunal na questão dos livros em formato de CD-Rom, ou seja, no sentido da não aplicação da imunidade cultural.

(parte Milene)