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INCLUSÃO DE ALUNOS COM NEE’S: Os professores e o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação e das Tecnologias de Apoio no processo de Inclusão Susana Cristina da Silva Tavares Costa Esteves Dissertação destinada à obtenção do grau de Mestre em Necessidades Educativas Especiais Área de especialização em Cognição e Motricidade INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS Maio de 2011

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INCLUSÃO DE ALUNOS COM NEE’S:

Os professores e o uso das Tecnologias de

Informação e Comunicação e das Tecnologias

de Apoio no processo de Inclusão

Susana Cristina da Silva Tavares Costa Esteves

Dissertação destinada à obtenção do grau de Mestre em Necessidades

Educativas Especiais – Área de especialização em Cognição e Motricidade

INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS

Maio de 2011

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INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS

Unidade Cientifico-Pedagógica de Ciências da Educação

Provas no âmbito do 2º Ciclo de Estudos em Necessidades Educativas

Especiais – Área de especialização em Cognição e Motricidade

INCLUSÃO DE ALUNOS COM NEE’S:

Os professores e o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação e

das Tecnologias de Apoio no processo de Inclusão

Autor: Lic. Susana Cristina da Silva Tavares Costa Esteves

Orientador: Prof. Doutor Marco Paulo Maia Ferreira

Maio de 2011

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AGRADECIMENTOS

A realização deste trabalho traduz o esforço de um conjunto de pessoas, sem as

quais não teria sido possível a sua concretização. Na impossibilidade de agradecer a

todos individualmente, não queria deixar de referir aqueles a quem devo uma gratidão

especial.

Ao meu orientador, Professor Doutor Marco Paulo Maia Ferreira, por todo o

apoio, disponibilidade, prontidão, compreensão e orientação prestados, para a

concretização da tão desejada “tese de mestrado”.

Ao Professor Doutor Paulo Alcobia, por todas as palavras e esclarecimentos.

A todos os professores do 1º Ciclo do Ensino Básico, que dedicaram parte do seu

tempo a preencher o questionário, contributo indispensável para este trabalho.

Agradeço particularmente ao meu marido, por todo o apoio e paciência, no

percurso desta longa caminhada. Perdoa-me a falta de tempo e disponibilidade que,

temporariamente, deixei de te poder dar.

Aos meus pais e irmãs.

À minha Mãe, por nunca deixar de me apoiar e acreditar, mesmo quando

já nem eu acreditava!

E ao meu Pai, por tudo o que foi e continuará sempre a ser. Por tudo o que

transmitiu e me permitiu Ser.

Não poderia deixar de agradecer ao “pai” Zé, à “mãe” Branca, à Marthy, ao Luís e

ao Tito, por tudo e mais alguma coisa.

A uma amiga muito especial.

Eulália, Rui, Filomena e Isabel…a vocês devo parte deste meu crescimento.

A todos o meu profundo agradecimento.

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RESUMO

O presente estudo, de natureza quantitativa, tem como principal objectivo conhecer

as atitudes dos professores do 1º Ciclo do Ensino Básico, face ao uso das Tecnologias

de Informação e Comunicação (TIC) e Tecnologias de Apoio (TA) na inclusão de

alunos com Necessidades Educativas Especiais (NEE’s) em salas do Ensino Regular.

Para tal recorremos a métodos documentais (revisão bibliográfica) e de inquirição

(questionário composto por perguntas de natureza fechada e aberta). A análise dos

resultados permitiu clarificar que os professores apresentam atitudes positivas face à

importância das TIC enquanto ferramentas com potenciais significativos tanto para os

professores, como para os alunos com NEE’s, de forma a poderem ultrapassar barreiras

e promover a aquisição de capacidades e competências. Por outro lado, nem sempre as

escolas têm um parque informático eficaz, tanto para os professores como para os

alunos, condicionando assim o uso das TIC nas suas práticas.

Os professores admitem que as TIC podem promover a integração social e escolar

diminuindo os obstáculos encontrados pelos alunos com NEE’s. A falta de formação

específica em TIC, o sexo dos professores e as competências para o uso das TIC,

revelaram-se como factores a ter em conta na utilização efectiva das TIC no processo de

inclusão dos alunos com NEE’s.

PALAVRAS-CHAVE: Inclusão, Necessidades Educativas Especiais, Tecnologias de

Informação e Comunicação, Tecnologias de Apoio, Competências em TIC, Formação

de Professores em TIC.

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iv

ABSTRACT

The present quantitative study has as main aim to understand the attitudes of

teachers from primary schools towards the use of Information and Communication

Technology (ICT) in the inclusion of pupils with Special Educational Needs (SEN) and

Assistive Technology (TA) in the regular classroom. Therefore a literary review was

made as well as an enquiry (a questionnaire consisting of opened and closed questions).

The analyses of the results clarified that the teachers show positive attitudes towards the

importance of ICT as tools with significant potential for both teachers and pupils with

SEN, so that they can overcome barriers and promote the acquisition of skills and

competencies. On the other hand, not all the schools have enough and effective ICT

resources both for teachers and pupils, conditioning the use of technology in their

practices.

Teachers admit that ICT can promote social integration and education as well as

reducing obstacles encountered by students with SEN. The lack of specific training in

ICT, the gender and skills of the teachers towards the use of ICT, proved to be factors to

be taken in account in the effective use of ICT in the process of inclusion of pupils with

SEN.

KEY-WORDS: Inclusion, Special Educational Needs, Information Technology and

Communication, Assistive Technology, ICT Skills, Teacher Training in ICT.

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v

ÍNDICE GERAL

ÍNDICE v

ÍNDICE DE QUADROS vii

ÍNDICE DE FIGURAS viii

INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 1

1ª PARTE – ENQUADRAMENTO TEÓRICO .............................................................. 4

I. ESCOLA INCLUSIVA ......................................................................................... 4

1. Necessidades Educativas Especiais ................................................................... 4

2. Escola Inclusiva ................................................................................................. 7

3. Diferenciação Pedagógica ................................................................................ 11

4. Do Decreto-lei 319/91 ao Decreto-lei 3/2008 .................................................. 14

II. AS TIC NA EDUCAÇÃO ................................................................................... 21

1. A introdução das TIC em Portugal .................................................................. 21

2. As TIC na Educação ........................................................................................ 24

3. Formação dos professores e TIC...................................................................... 27

4. Atitudes/Representações dos professores face à utilização das TIC em contexto

de sala de aula ......................................................................................................... 28

5. A importância das TIC no processo de Inclusão de alunos com NEE............. 30

6. Determinantes no uso das TIC em contexto de sala de aula ............................ 35

2ª PARTE – ESTUDO EMPÍRICO ............................................................................... 38

I. Objecto de Estudo ................................................................................................ 38

1. Problema .......................................................................................................... 38

2. Objectivos do estudo ........................................................................................ 38

3. Variáveis do estudo .......................................................................................... 38

4. Hipóteses do Estudo ......................................................................................... 39

II. Metodologia de Investigação ............................................................................... 39

1. Amostra ............................................................................................................ 39

5. Medidas e Indicadores ..................................................................................... 41

6. Procedimentos .................................................................................................. 43

III. Apresentação e Análise de Resultados ............................................................ 45

IV. Discussão dos Resultados ................................................................................ 64

CONCLUSÕES .............................................................................................................. 69

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BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................ 72

ANEXOS

Anexo 1 – Questionário aplicado (QAPCI)

Anexo 2 – Carta enviada aos Agrupamentos de escolas

Anexo 3 – Transcrição das respostas abertas ao QAPCI

Anexo 4 – Teste T-Student referente à variável “Habilitações Académicas”

Anexo 5 – Teste T-Student referente à variável “Sexo”

Anexo 6 – Teste T-Student referente à variável “Formação em TIC específica

para as NEE’s”

Anexo 7 – Análise de Conteúdo

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ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 1 - Tipos de NEE Permanentes e Temporárias (adaptado de Correia, 1999, p.53)

................................................................................................................................... 6

Quadro 2 - Indicadores de 2009 (Plano de Acção 2005 – 2009) .................................... 19

Quadro 3 - Alunos em Educação Especial - 2009 (Plano de Acção 2005-2009) ........... 20

Quadro 4 - Manuais escolares adaptados para alunos com NEE - 2009 (Plano de Acção

2005-2009) .............................................................................................................. 20

Quadro 5 - O que pensão os professores da utilização das TIC (DAAP - ME, 2002) ... 30

Quadro 6 - Caracterização da Amostra........................................................................... 40

Quadro 7 - Caracterização da Amostra – Idade e Competências de utilização das TIC 40

Quadro 8 - Caracterização da Amostra – Formação em TIC para as NEE’s e Frequência

de Utilização do Computador .................................................................................. 41

Quadro 9 - KMO e Teste de Barlett ............................................................................... 45

Quadro 10 - Coeficientes de extracção para a análise factorial ...................................... 46

Quadro 11 - Total da variância explicada por factor extraído ........................................ 47

Quadro 12 - Matriz factorial ........................................................................................... 48

Quadro 13 - Estrutura de matriz após rotação Varimax ................................................. 49

Quadro 14 - Coeficientes da análise factorial de componentes principais dos 3 factores

extraídos .................................................................................................................. 50

Quadro 15 - Estatístitcas inter-item para a escala na Globalidade ................................. 52

Quadro 16 - Estatísticas inter-item para a subescala - Inclusão e TIC (ITIC)................ 53

Quadro 17 - Estatísticas inter-item para cada subescala - Determinações na utilização

das TIC (DTIC) ....................................................................................................... 53

Quadro 18 - Estatísticas inter-item para a subescala - Políticas e pedagogias de Inclusão

(PPI) ........................................................................................................................ 54

Quadro 19 - Matriz de correlação factorial .................................................................... 54

Quadro 20 - Resumo das qualidades psicométricas da EIA ........................................... 55

Quadro 21 - Habilitações Académicas ........................................................................... 56

Quadro 22 - Sexo ............................................................................................................ 57

Quadro 23 - Formação específica em TIC para as NEE's .............................................. 58

Quadro 24 - Correlação entre competências TIC e a utilização do computador ............ 59

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 - Sree-plot referente à extracção de componentes principais…………………47

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INTRODUÇÃO

A presente investigação integra-se epistemologicamente, no âmbito da educação

especial, em geral e, em termos mais restritos no uso das TIC no processo de inclusão

de alunos com Necessidades Educativas Especiais.

Actualmente estamos perante um novo paradigma de sociedade, a Sociedade de

Informação, em que as tecnologias de informação e comunicação são as principais

responsáveis por processos de constante mudança, colocando as escolas num

permanente desafio, exigindo uma reorganização das actividades escolares e um

professor preparado para enfrentar novas formas de ensinar e de estar. Este novo cenário

tem introduzido muitas reflexões acerca da utilização das tecnologias no processo de

ensino e aprendizagem, nomeadamente no processo de inclusão de alunos com

necessidades educativas especiais.

O conceito de inclusão defende a inserção física, social e académica dos alunos com

necessidades educativas especiais nas aulas normais, assumindo a heterogeneidade entre

alunos, como um factor positivo no processo de aprendizagem de todos. Esta

perspectiva, tem assim como principal objectivo uma escola para todos, exigindo uma

resposta educacional individualizada e feita à medida das necessidades de cada aluno.

As Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) assumem-se como uma ferramenta

extremamente poderosa no apoio à inclusão, ao serviço do professor e dos alunos, pela

sua capacidade de reduzir as incapacidades dos alunos com NEE e promovendo a

aquisição de competências.

A partir desta perspectiva, com a implementação adequada por parte de profissionais

cientes das possibilidades do uso da tecnologia, e das suas limitações, mas sobretudo

das competências dos alunos com NEE, as tecnologias podem permitir a estes

estudantes desenvolver as competências ao limite das suas capacidades e, assim, obter

os melhores resultados, ou, como indica a actual legislação portuguesa do Ensino

Especial (Decreto-Lei nº 3/ 2008) atingir o sucesso no acesso à educação.

Mas estarão os professores sensibilizados e aptos, para esta nova forma de ensinar?

Assim, o que se procura desenvolver neste este estudo é apurar quais as atitudes dos

professores face ao uso das tecnologias de informação e comunicação e das tecnologias

de apoio, no processo de inclusão de alunos com necessidades educativas especiais,

baseados nesta questão, foram definidos os seguintes objectivos de investigação:

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Estudar as atitudes dos professores relativamente à implementação e aplicação das

TIC no processo ensino-aprendizagem de alunos com NEE’s;

Identificar as competências dos professores no uso das TIC;

Identificar as dificuldades sentidas pelos professores na aplicação das TIC;

Analisar as vantagens de utilização das TIC pelos professores;

Analisar as sugestões que os professores apresentam para uma melhor utilização

das TIC.

Delimitado o campo de aplicação da temática em estudo e após esta breve

contextualização, apresentaremos a estrutura da investigação, que se encontra

organizada em duas partes distintas.

A primeira parte, de cariz mais teórico e alicerçado na revisão de literatura, tem

como objectivo enquadrar o trabalho desenvolvido, centrando-se inicialmente na Escola

Inclusiva, definindo o conceito de Necessidades Educativas Especiais e de Escola

Inclusiva, a diferenciação pedagógica enquanto estratégia indutora de pedagogias

inclusivas e a contextualização legislativa de todo este processo. Numa segunda fase,

aprofundámos a temática das TIC na Educação, começando pelo percurso da introdução

das TIC em Portugal e avançando para questões relacionadas com as TIC,

nomeadamente a formação de professores e as TIC, as atitudes e representações dos

professores face à utilização das TIC em contexto de sala de aula, a importância das TIC

no processo de inclusão de alunos com NEE e quais os determinantes no uso das TIC

em contexto de sala de aula.

A segunda parte remete-nos para o Estudo Empírico da nossa investigação. Numa

primeira fase apresentamos o Objecto de Estudo, onde identificamos o problema, os

objectivos, as variáveis e as hipóteses do estudo; passando depois à apresentação e

fundamentação da metodologia de investigação, começando por identificar a amostra

(quais os critérios de selecção e a caracterização da mesma), quais as medidas e

indicadores utilizados e por último, os procedimentos que orientaram o estudo

realizado. Segue-se a apresentação e análise dos resultados obtidos com o instrumento

de recolha de dados (relevando para o uso de dois programas informáticos Excel e

SPSS, para organizar, apresentar e tratar estatisticamente os dados obtidos a partir do

questionário) e finaliza-se com a discussão desses mesmos resultados, e da análise de

conteúdo das duas questões abertas.

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Na última parte deste estudo, as conclusões, elaborámos uma síntese global da

investigação, cruzando informação proveniente da literatura, da legislação e do

instrumento de recolha de dados. São ainda discutidas as limitações do estudo e

levantadas algumas hipóteses e linhas de acção para futuros estudos.

Os anexos constituem um suporte à dissertação, na medida em que neles incluímos

os instrumentos de recolha e análise dos dados da investigação.

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1ª PARTE – ENQUADRAMENTO TEÓRICO

I. ESCOLA INCLUSIVA

“A educação inclusiva é uma resposta adequada e considerada como um direito face à

diversidade presente entre alunos.” (Unesco, 1997, 2000, 2001)

Antes de iniciarmos o tema principal deste capítulo, gostaríamos de clarificar o

conceito de Necessidades Educativas Especiais, uma vez que a definição deste conceito

influenciou significativamente a educação especial, ao difundir o princípio de que todas

as crianças com deficiência devem ser educadas num meio o menos restritivo possível, a

fim de lhes ser garantido o máximo de normalização.

1. Necessidades Educativas Especiais

Sabe-se que o conceito de Necessidades Educativas Especiais (NEE) surge em

Maio de 1978, no histórico Warnock Report, apresentado ao Parlamento do Reino

Unido, pela Secretaria de Estado para a Educação e Ciência, Secretaria do Estado para a

Escócia e a Secretaria do Estado para o País de Gales. Este relatório surgiu do 1º comité

do Reino Unido, presidido por Mary Warnock, constituído para rever o atendimento às

pessoas com deficiência. No panorama da educação vigente à época, sobressai uma

perspectiva inovadora do relatório de Mary Warnock de uma certa reconceptualização

das necessidades educativas especiais, provocando uma mudança paradigmática, de um

conceito baseado num modelo médico, para um modelo intrinsecamente educacional e

curricular. Warnock (1978) introduz o entendimento de que a expressão necessidades

educativas especiais indicia o que é necessário proporcionar à criança para que esta

possa dar consecução com sucesso, aos objectivos escolares. Trata-se, portanto, de uma

visão que consagra o princípio da disponibilização de meios de compensação educativa

a determinadas crianças e em função das suas características específicas. Desta forma, é

aberto o caminho à adopção das adaptações curriculares em contextos de ensino-

aprendizagem (Brennan, 1985). Nas suas conclusões, o relatório aponta que uma em

cada cinco crianças apresenta NEE em algum período do seu percurso escolar, no

entanto, a proporção de crianças com deficiência é bem menor. Daí que no relatório

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surja a proposta de se adoptar o conceito de NEE. Este conceito propõe a abolição da

classificação em deficiências devido a:

Dificuldade em incluir uma determinada criança numa categoria específica

Os estereótipos criados pelo rótulo de “deficiência”

O baixo nível de expectativas que este sistema de categorias gera, nos alunos,

nos professores e nas escolas.

A evolução do conceito faz com que "hoje em dia, pese embora as carências

ainda existentes no sistema, o aluno com necessidades educativas especiais recebe uma

educação mais adequada às suas características do que recebia atrás" (Correia, 1997,

p.45). O impacto destas mudanças não só se fez sentir no âmbito do atendimento aos

alunos com necessidades educativas especiais, mas, também e progressivamente no que

respeita a outras franjas de alunos, nomeadamente os que, por uma ou outra razão,

“caem” nas malhas do insucesso escolar. Por este motivo, é justo salientar que o

relatório de Warnock promoveu um significativo avanço nas atitudes e práticas

escolares, em termos de organização de respostas dirigidas aos alunos que mais delas

necessitavam, crianças com Necessidades Educativas Especiais.

O conceito de NEE aplica-se “a crianças e adolescentes com problemas

sensoriais, físicos, intelectuais e emocionais e, também, com dificuldades de

aprendizagem derivadas de factores orgânicos ou ambientais” (Correia, 1999, p. 48).

Neste sentido, Sanches (1996) afirma que “necessidades educativas especiais não

significa, necessariamente, uma deficiência física ou intelectual. Qualquer um de nós

pode ter necessidade, num dado momento, de um apoio suplementar para ultrapassar

determinadas barreiras que se nos deparam no processo de aprendizagem” (p.12). Neste

contexto e segundo Correia (2004), os serviços de educação especial são um fim

essencial, pois servem para tentar prevenir, reduzir ou suprimir a problemática de um

aluno com NEE, seja essa problemática do foro mental, físico ou emocional. Em relação

aos serviços de educação especial, o autor acrescenta ainda “(…) vi-os também com

uma preocupação, a de estarem atentos e, quando necessário, contribuírem para a

modificação dos ambientes de aprendizagem dos alunos com NEE, para que eles

pudessem vir a usufruir de uma educação apropriada às suas características e

necessidades(…)” (Correia, 2004, p. 10).

Tendo em conta os conceitos dos vários autores que assinalámos, o conceito de

necessidades educativas especiais, pode ser definido da seguinte forma: partindo da

premissa de que todos os alunos precisam, ao longo da sua escolaridade, de diversas

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Problemas ligeiros ao nível do desenvolvimento das

funções superiores: desenvolvimento motor, perceptivo,

linguístico e socioemocional.

Problemas ligeiros relacionados com a aprendizagem da

leitura, da escrita e do cálculo.

ajudas pedagógicas de tipo humano, técnico ou material, com o objectivo de assegurar a

consecução dos fins gerais da educação, as necessidades educativas especiais são

previstas para aqueles alunos que, para além disso e de forma complementar, possam

necessitar de outro tipo de ajudas menos habituais em contexto ensino-aprendizagem.

Correia (1999) classifica as necessidades educativas especiais a partir do tipo de

adaptações curriculares a implementar, considerando dois grupos distintos, as

necessidades educativas especiais permanentes, as quais exigem adaptações

generalizadas do currículo às características do aluno e se mantém durante grande parte

ou todo o percurso escolar do aluno; e as necessidades educativas especiais temporárias,

que exigem modificação parcial do currículo escolar, adaptando-o ao aluno num

determinado momento do seu desenvolvimento.

Quadro 1 - Tipos de NEE Permanentes e Temporárias (adaptado de Correia, 1999, p.53)

NEE Temporárias

NEE Permanentes (adaptado de Correia,

1999, p. 50)

De carácter intelectual

Deficiência Mental

Ligeira

Moderada

Severa

Profunda

Dotados e Sobredotados

Autismo

De carácter sensorial

Cegos

Amblíopes

Surdos

Hipoacúsicos

De carácter processológico Dificuldades de aprendizagem

Traumatismo craniano

Outros problemas de saúde

Sida

Diabetes

Asma

Hemofilia

Problemas cardiovasculares

Cancro

Epilepsia

De carácter emocional Psicoses

Outros Comportamentos Graves

De carácter motor

Paralisia Cerebral Spina bífida

Distrofia Muscular

Outros problemas motores

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2. Escola Inclusiva

“Inclusão” do latim “Inclusione”, acto ou efeito de incluir (antónimo de

exclusão), relação entre dois termos, um dos quais faz parte ou da compreensão ou da

extensão do outro. (Teixeira, 2009)

De acordo com Leitão (2006), “inclusão é proporcionar a todos e cada um, o

acesso às melhores condições de vida e de aprendizagem possíveis. Não apenas alguns,

mas todos os alunos, necessitam e devem beneficiar da aceitação, ajuda e solidariedade,

dos seus pares, num clima onde ser diferente é um valor” (p. 34)

A inclusão é incompatível com a integração, porque, ela defende o direitos de

todos, sem excepção, frequentarem as salas de aula de ensino regular. Não se trata

apenas de todos frequentarem a mesma escola, mas sim, de frequentarem as mesmas

salas de aula. Todos os alunos juntos, independente das suas necessidades ou

particularidades. A inclusão, como também afirma recorrentemente Ainscow (1994) não

é tanto um acontecimento, mas antes, um processo que vai permitir uma constante

melhoria da escola, de modo a promover a participação e aprendizagem de todos os

alunos.

Segundo Mittler (2000), “ O objectivo da inclusão está neste momento no centro

tanto da política educativa como da política social”. Baseia-se no pressuposto de que as

barreiras à aprendizagem podem ter origens muito variadas e que a sociedade e as

instituições e, de um modo muito especial, os componentes do processo educativo

(escolas, currículos, estratégias de ensino), são opressores, discriminativos e

incapacitantes em relação a grande número de crianças. Este conceito baseia-se nos

seguintes pressupostos:

Qualquer criança pode apresentar dificuldades na escola;

Devem ser averiguadas quais as barreiras que se colocam à aprendizagem de

algumas crianças;

Quando estas barreiras se situam no âmbito do processo de ensino é

necessário actuar a esse nível e procurar caminhos para o desenvolvimento

das estratégias educativas e para a melhoria do funcionamento da escola.

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Recorrendo às palavras de Ainscow a inclusão é um processo com três níveis de

participação:

O primeiro é a presença, o que significa, estar na escola. Mas não é suficiente

o aluno estar na escola, ele precisa participar;

O segundo, portanto, é a participação. O aluno pode estar presente, mas não

necessariamente participando. É preciso, então, dar condições para que o

aluno realmente participe nas actividades escolares diárias;

O terceiro é a aquisição de conhecimentos. O aluno pode estar presente na

escola, participar e não aprender. Portanto, inclusão significa o aluno estar na

escola, ser participativo, aprender e desenvolver as suas potencialidades.

Ainscow (2000).

De acordo com Rodrigues (2000) a inclusão consubstanciou uma ruptura com os

valores da educação tradicional, pois a

“Educação Inclusiva não é um conjunto de documentos legais nem é um novo nome para a

integração: é um novo paradigma de escola organizado em conformidade com um conjunto de

valores de respeito, solidariedade e qualidade para todos os alunos. É um objectivo aliciante mas

muito ambicioso” ( p.13).

Da mesma forma refere Bairrão (2004) que “Os modelos ecológico-sistémicos e

transacionais vieram revelar que o desenvolvimento humano só se entende e evolui de forma

contextualizada, o que sustenta a fundamentação do movimento inclusivo de educação, na medida em que

as crianças aprendem, sobretudo quando se actua sobre o meio ambiente por forma a que encontrem

oportunidades de aprendizagem ricas, adultos envolventes e pares estimulantes e organizadores” (p. 14).

O movimento inclusivo transmite a ideia de que a classe de uma escola regular é

o local ideal para a aprendizagem do aluno com necessidades educativas especiais.

Assim, uma escola inclusiva é uma escola onde toda a criança é respeitada e estimulada

a aprender de acordo com as suas capacidades. Este movimento foi fortemente

influenciado pela Declaração de Salamanca aprovada em Junho de 1994 pelos

representantes de 92 governos (entre os quais o de Portugal) e 25 organizações

internacionais, constituindo uma referência incontornável no percurso de uma escola

inclusiva.

Acordou-se em Salamanca (1994) que as escolas deviam ajustar-se.

“(…) a escola regular deve ajustar-se a todas as crianças, independentemente das suas

condições físicas, sociais, linguísticas ou outras. Neste conceito, devem incluir-se crianças com

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deficiência ou sobredotadas, crianças da rua ou crianças que trabalham, crianças de populações

remotas ou nómadas, crianças de minorias linguísticas, étnicas ou culturais e crianças de áreas ou

grupos desfavorecidos e marginais”. Estas condições colocam uma série de diferentes desafios

aos sistemas escolares. No contexto do Enquadramento da Acção, a expressão “necessidades

especiais” refere-se a todas as crianças e jovens cujas necessidades se relacionam com

deficiências ou dificuldades escolares” (UNESCO, 1994, p.6).

Lê-se ainda na Declaração:

“E para que a possibilidade de sucesso nas escolas regulares se possa concretizar estas

devem adequar-se às crianças e jovens com NEE, através duma pedagogia neles centrada e capaz

de ir ao encontro dessas necessidades (…)

Cada criança tem características, interesses, capacidades e necessidades de

aprendizagem que lhe são próprias. Os sistemas de educação devem ser planeados e os

programas devem ser implementados tendo em vista a vasta diversidade destas características e

necessidades”.(UNESCO, 1994, p.viii)

A Declaração de Salamanca (1994) foi um marco importante numa mudança de

concepção de escola integrativa para escola inclusiva, isto é, uma escola que antes

visava só a integração de alunos com alguns tipos de deficiência comprovada, para uma

escola que inclui todos os alunos que apresentem qualquer necessidade educativa

especial. Esta ideia está patente na Declaração de Salamanca (1994), na qual se afirma

que “o princípio fundamental das escolas inclusivas consiste em todos os alunos

aprenderem juntos, sempre que possível, independentemente das dificuldades e das

diferenças que apresentem” (p.15). Desta forma, as escolas terão de criar condições para

satisfazer as diferentes necessidades dos alunos, de modo a garantir um sistema

educacional mais eficaz, onde todos os elementos da comunidade devem cooperar para

garantir um melhor acesso e sucesso escolar dos seus alunos (Declaração de Salamanca,

1994).

A escola inclusiva rompe com os valores anteriormente veiculados, de que é

exemplo o conceito de integração que só favorecia os alunos com deficiência

comprovada, passando a dar-se atenção ao desenvolvimento de um ensino apropriado

para todos de igual modo, adoptando-se estratégias pedagógicas dirigidas a todos

aqueles que apresentassem necessidades especiais de aprendizagem. (Correia, 1997).

Como nos alerta Sérgio Niza (1996), a construção de uma sociedade inclusiva

passa primeiro pela construção de uma escola inclusiva, em que tudo o que não for ao

encontro do que se acordou em Salamanca, irá contrariar o futuro proposto. Assumir a

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educação inclusiva é comprometermo-nos com a construção de uma sociedade

inclusiva. A sua construção, que é um processo permanente, implica os mais amplos

espaços sociais e culturais e apela à mais vasta participação das comunidades sociais e

científicas.

Segundo Stainback e Stainback, citados por González Ortiz, (2003) “uma escola

inclusiva é aquela que educa todos os alunos dentro de um único sistema, com o

compromisso de lhes proporcionar programas educativos adequados às suas

capacidades e apoios tanto para professores como para os alunos em função das suas

necessidades” (p. 63).

Actualmente, existem em Portugal e nos países ocidentais, orientações para que

a escola seja para todos, em que o aluno é o actor principal. A crescente preocupação

em dar respostas às necessidades tão diferenciadas dos alunos, os conceitos de

diversidade, inclusão, equidade, solidariedade, cooperação e participação são, cada vez

mais, palavras de ordem no seio do sistema educativo (Rodrigues, 2001; César, 2003).

Sue Stubbs (2008) vai mais longe no seu conceito de educação inclusiva e

propõe uma definição mais ampla, que abrange todas as fases da vida e vai além da

escola: “ A educação inclusiva refere-se a uma vasta gama de estratégias, actividades e

processos que visam tornar uma realidade os direitos universais para a qualidade, e uma

educação relevante e adequada” (p. 49, 50).

Gaitas e Morgado (2010), remetem-nos para uma recente análise de Ainscow et

al. (2006), sobre a educação inclusiva, onde é referido que se pode considerar cinco

diferentes perspectivas de abordar a educação inclusiva, dependendo das respostas que

têm sido dadas à diferença. Numa primeira perspectiva, temos a Inclusão enquanto

educação de alunos com deficiência e/ou NEE nas escolas do ensino regular; numa

segunda perspectiva, a Inclusão é encarada como uma resposta apenas para alunos com

problemas comportamentais; numa terceira perspectiva a Inclusão é vista como a

educação de todos os grupos de alunos que possam eventualmente correr o risco de

exclusão; numa quarta perspectiva considera-se a Inclusão como a promoção de uma

escola para todos (confundindo-se com integração) e por último, um quinta perspectiva

a Inclusão enquanto educação para todos. Estas perspectivas, ainda segundo Ainscow et

al (2006)., fazem transparecer as diferentes posições sobre Inclusão, uns pela resposta a

grupos de alunos mais vulneráveis e outros como uma abordagem mais transformadora

da escola.

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A escola tem um papel decisivo a desempenhar na formação e desenvolvimento

da criança ou adolescente, no sentido em que se deve minimizar as diferenças. O

conceito de escola inclusiva pressupõe a integração de todas as crianças e jovens,

independentemente das suas diferenças, num espaço comum, onde se promova a

colaboração e a equidade (Rodrigues, 2001; César, 2003).

3. Diferenciação Pedagógica

Na escola inclusiva a criação de apoios e de diferentes suportes para o trabalho

dos professores, são baseados nas necessidades dos alunos da Escola. Tais

transformações implicam adaptações adequadas por parte da Escola e dos professores,

porque “Uma escola que se fecha não está em condições de aprender, nem de se

desenvolver.” (Guerra, 2001, p.60). Na prática, cabe à escola repensar aquilo que é a sua

missão, constituir uma comunidade de aprendizagem e implementar modelos

organizacionais que valorizem o papel dos diferentes actores envolvidos no processo

educativo focalizados num objectivo muito claro: a necessidade da escola e dos

professores em preparar cidadãos para um mundo competitivo que valoriza a adaptação

à mudança a inovação e a criatividade.

“Uma escola somente poderá ser considerada inclusiva quando estiver organizada para favorecer

a cada aluno, independentemente de etnia, sexo, idade, deficiência, condição social ou qualquer

outra situação. Um ensino significativo, é aquele que garante o acesso ao conjunto sistematizado

de conhecimentos como recursos a serem mobilizados”. (Aranha, 2004, p.11)

Parece-nos claro que, para o sucesso do desenvolvimento de programas de

educação com qualidade e inclusivos, a capacidade do professor em operacionalizar

processos de diferenciação pedagógica é fundamental.

No entanto, Rodrigues (2006) acrescenta que a responsabilidade da

diferenciação do currículo é da escola e não apenas do professor. Pois é a escola que

poderá promover e incentivar a confiança para os professores desenvolverem projectos

inovadores, na medida em que “a diferenciação do currículo é uma tarefa do colectivo

da escola e engloba mais do que a gestão da sala de aula: implica uma abertura para

uma nova organização do modelo de escola” (Rodrigues, 2006, p.313).

Para se fazer uma verdadeira diferenciação pedagógica, partindo da diversidade,

programando e agindo em função de um grupo heterogéneo com ritmos e estilos de

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aprendizagem diferentes, Sanches (2005) defende que temos de dar especial atenção ao

“trabalho cooperativo, a intervenção em parceria, a aprendizagem com os pares, o

agrupamento heterogéneo e o ensino efectivo” (p.132).

O trabalho cooperativo, permite ao aluno uma aprendizagem em grupo e não

individual, promovendo, para além das aprendizagens curriculares, competências

sociais que o incentivam à cooperação em prol da competição, em que todos precisam e

dependem uns dos outros, para que possam ter um bom desempenho. Traçando assim

um caminho para a “igualdade de oportunidades para todos e para cada um dentro do

grupo” (Sanches, 2005, p.134).

Por sua vez, o papel professor não deve ser isolado. Existe uma realidade muito

diversificada de alunos a ensinar. É fundamental existir uma parceria pedagógica entre

os professores implicados no processo ensino-aprendizagem desse aluno/ turma, para

que se possa dar uma resposta mais eficaz e ajustada às necessidades sentidas. Esta

parceria possibilitará ao(s) professor(es), reflectir, partilhar e “discutir” problemas que

serão comuns em termos de grupo/ aluno e do contexto partilhado por todos.

Hoje pretende-se que a aprendizagem se faça com a ajuda do professor, mas

também no grupo de pares, no contexto ao qual pertence cada um dos indivíduos a

educar, valorizando saberes e experiências de todos, com o seu nível de funcionalidade

Vygotsky (1985) numa perspectiva ecológica de desenvolvimento humano, afirma que

o nível de competência entre pares e/ou grupos terá vantagens, tanto em pares cujo nível

de competência seja simétrico, ou em pares cujo nível de competência seja assimétrico.

“…os alunos não só apresentam melhores desempenhos quando trabalham em díade ou em

pequenos grupos com pares mais competentes. O aspecto mais interessante e com maiores

potencialidades educativas é que isso também se verifica quando as díades são simétricas e, nas

díades assimétricas, tanto progride o par mais competente como o menos competente, o que é

particularmente significativo” (César, 2003, p.128).

A autora acrescenta que este benefícios, não se prendem apenas ao nível

cognitivo, abarcando também outros domínios, como a socialização, os afectos e

atitudes académicas, domínios estes, que compõem um todo de extrema importância no

desenvolvimento dos alunos e dos seus desempenhos académicos.

A heterogeneidade do grupo, deve ser encarada como uma grande qualidade das

escolas actuais, promotora de um enorme desafio à criatividade e ao profissionalismo,

em que se promove a educação inclusiva, que assume que todos os alunos são

diferentes… que todos somos diferentes.

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“O certo é que não só os alunos são diferentes, mas também os professores – e ser diferente é

uma característica humana e comum, não é um atributo (negativo) de alguns. A Educação

Inclusiva dirige-se assim aos “diferentes”, isto é… a todos os alunos. E é ministrada por

“diferentes”, isto é... por todos os professores” (Rodrigues, 2006, p.306).

Esta diversidade, remete o professor para novos desafios, a métodos de ensino/

aprendizagem diversificados, flexíveis e eficazes, de forma a gerir a diferença e a

potenciar a aprendizagem de todos. Aos alunos, cabe a responsabilidade de “…aprender

a assumir as suas diferenças e a respeitar as dos outros” (Sanches, 2005, p.136).

Rodrigues (2003) salienta o facto da diferenciação exigir uma gestão pedagógica

mais complexa, atendendo que “os alunos possuem diferentes pontos de partida para a

aprendizagem, que realizam percursos de aprendizagem distintos e podem atingir

patamares de objectivos e competências diferentes” (p.93).

Meijer (2003) salienta a importância de um feedback oportuno, adequado e

pertinente, no processo ensino-aprendizagem do aluno. Mesmo em alunos com NEE, o

sucesso da aprendizagem está associado a um processo educativo dirigido, planificado e

avaliado sistematicamente. No caso concreto de alunos com NEE, existe a necessidade

de ajustar os seus programas educativos às suas necessidades, mas as actividades a

desenvolver devem ser com os colegas de turma e de escola.

Por sua vez, a atitude dos professores, influencia directamente o comportamento

dos outros alunos perante os alunos com NEE, Sanches (2005) relata experiências onde

se verifica “… o interesse dos outros alunos para ajudar e colaborar com os seus colegas

em situação de deficiência, com os que são diferentes pela sua cultura ou cor da pele, se

os adultos forem, eles-próprios inclusivos” (p.136).

A capacidade de promover ambientes educativos positivos entre os alunos com e

sem NEE, depende da atitude professor. A construção de ambientes educativos

positivos, segundo Nielsen, (1999) prende-se com a aprendizagem cooperativa, que

propicia interacções em pequenos grupos e para que se consigam efectivamente estes

ambientes, de apoio e entreajuda, todos deverão cooperar para atingir os objectivos de

grupo e todos se preocupam, acima de tudo, com o sucesso do grupo como um todo.

Para que estes comportamentos se verifiquem é importante, de acordo com o mesmo

autor, antes de um aluno com NEE ser inserido no seu grupo, o professor transmitir aos

restantes alunos informações de carácter geral acerca da problemática do colega em

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questão, de forma a permitir que os restantes alunos possam esclarecer e ultrapassar

quaisquer dúvidas e/ou mitos acerca de pessoas com deficiência. Não esquecendo de,

esclarecer os alunos que todos temos potencialidades, independentemente das nossas

fragilidades, por isso, os alunos devem perceber que antes da problemática, o novo

colega também tem pontos fortes, assim como eles os têm. E, cabe também ao professor

esclarecê-los e consciencializá-los tanto dos pontos fortes como das limitações inerentes

à problemática em questão. Pois todos nós temos fragilidades e potencialidades! Só que

nuns, as fragilidades são tão evidentes que nos esquecemos de olhar para o que

realmente interessa, isto é, um novo colega que também quer aprender, brincar, ter

amigos, crescer…

A inclusão é fundamental e muito importante para uma criança com NEE. Não

se pode privar estas crianças da socialização com outras crianças, é através da

interacção que se adquirem conhecimentos e se desenvolvem competências. Segundo

Mantoan (2000), para que as escolas se tornem inclusivas e acessíveis a todos os seus

alunos, precisam de organizar-se como sistemas abertos, em função das trocas entre

seus elementos e com aqueles que lhe são externos. Os professores precisam de dotar as

salas de aula e os espaços pedagógicos de vários recursos, propiciando actividades

flexíveis, abrangentes nos seus objectivos e conteúdos, nas quais os alunos se

identificam, segundo os seus interesses, inclinações e habilidades. Deste modo, as TIC

surgem como recursos atractivos, promotoras e estimulantes para que o aprendizado dos

alunos consiga inserir-se sem traumas nas escolas regulares, inclusive favorecendo a

cooperação e a entreajuda.

No capítulo seguinte iremos aprofundar a temática das Tecnologias de

Informação e Comunicação (TIC) e das Tecnologias de Apoio (TA) na educação, mais

concretamente na inclusão de alunos com NEE. Primeiro, iremos apenas contextualizar

em termos políticos e legislativos o que até aqui foi referido.

4. Do Decreto-lei 319/91 ao Decreto-lei 3/2008

Todas as mudanças de política, incluindo a educativa, implicam suportes

legislativos onde vão assentar a clarificação dos comportamentos desejados num

determinado momento e face a uma determinada situação.

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O Decreto-Lei n.º 319/91, veio revogar o Decreto-Lei n.º 88/85 e a Portaria n.º

787/85, que apresentavam medidas, nomeadamente sobre as condições de frequência,

adaptação de estratégias especiais ao nível pedagógico e de avaliação, as quais

garantiam a igualdade de oportunidades e sucesso escolar dos alunos com NEE. Neles

se explicitava que a sua aplicação se faria mediante normas a definir, situação esta que

nunca veio a acontecer.

Com a publicação do Decreto-Lei n.º 319/91, as escolas passaram a beneficiar

de um suporte legal para estruturarem o seu funcionamento de forma a orientar e

acompanhar crianças com problemas de aprendizagem. O mesmo Decreto-Lei apresenta

os direitos que o país terá de garantir à população escolar com NEE, do ensino básico e

secundário, que frequentem estabelecimentos públicos (Correia, 1999).

Este Decreto-Lei estabelece também os seguintes princípios: introduz o conceito

de “necessidades educativas especiais” baseado em critérios pedagógicos; apresenta

uma perspectiva de “escola para todos”, privilegiando a máxima integração do aluno

com NEE na escola regular.

Durante a década de 90, o Ministério da Educação produziu diversos

instrumentos reguladores para tentar responder a algumas respostas, nomeadamente, o

Despacho nº 173/ME/91, que regulamenta as condições e os processos necessários à

aplicação do Decreto-lei n.º 319/91; o Despacho Conjunto n.º 105/97, de 1 de Julho, que

segundo Lima-Rodrigues (2007) aponta para um sistema educativo único onde se

assiste pela primeira vez à colocação de professores em funções de Apoio Educativo

(Equipas de Coordenação de Apoio Educativo – ECAE) e se valoriza a colaboração

entre o ensino regular e o ensino especial, procurando atender todas as crianças dentro

da turma, centrando-se o atendimento educativo na escola. Para além destes despachos,

consideramos pertinente salientar a publicação do Decreto-Lei n.º 6/2001, de 18 de

Janeiro, que propõe como grandes princípios a diferenciação pedagógica e a

flexibilização de percursos, dos ritmos de aprendizagem e da organização do trabalho

para cada aluno. Estes são a nosso ver, conceitos essenciais para a promoção da escola

inclusiva.

Os diversos debates nacionais e internacionais sobre educação trouxeram como

consequência um aprofundamento no conceito de inclusão, facto que introduziu a

necessidade de se fazerem alterações paradigmática relativamente à educação especial.

Esta necessidade que o conceito de inclusão trouxe, levou novamente o

Ministério da Educação a considerar a reestruturação da lei, através da publicação do

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Decreto-Lei n.º 3/2008, de 7 de Janeiro, composto por 32 artigos que conduzem o futuro

do sistema Educacional Português.

O Decreto-Lei 3/2008, define o âmbito da educação especial, assim como o

processo referenciação, avaliação e a elegibilidade e a tipologia dos alunos a

beneficiarem de educação especial, na educação pré-escolar e nos ensinos básico e

secundário dos sectores público, particular e cooperativo.

No Capítulo 1 sob o título “Objectivos, enquadramento e princípios

orientadores”, especifica no seu artigo 1º o conceito oficial de alunos com NEE,

“(…) necessidades educativas especiais dos alunos com limitações significativas ao nível da

actividade e da participação num ou vários domínios de vida, decorrentes de alterações

funcionais e estruturais, de carácter permanente, resultando em dificuldades continuadas ao nível

da comunicação, da aprendizagem, da mobilidade, da autonomia, do relacionamento interpessoal

e da participação social (…)”.

O presente Decreto-Lei faz referências à inclusão de todos os alunos, à

diversidade, à flexibilidade e adequabilidade das respostas educativas. Refere ainda a

possibilidade da criação de projectos de transição da escola para a vida profissional,

consagra o princípio da participação dos pais e o direito dos mesmos acederem a toda a

informação referente sobre os seus filhos. Permite, igualmente, avançar com respostas

adequadas aos alunos, quando os pais não exercerem o seu direito/dever de participação.

O Decreto-Lei 3/2008 revoga entre outros, o Decreto-Lei 319/1991, e restringe

as medidas educativas, previstas no ponto 2 do artigo 16º, às necessidades educativas

especiais de carácter permanente, que, de acordo com a Classificação Internacional de

Funcionalidade (CIF) recaem, somente, nos alunos que apresentam limitações

significativas decorrentes de alterações funcionais e estruturais nas áreas: sensoriais, da

comunicação/linguagem, da aprendizagem, da mobilidade, da autonomia, do

relacionamento interpessoal e da participação social. No entanto, este conceito

“permanente” veda o acesso à elegibilidade para estes serviços especializados a um

grande número de alunos com dificuldades e handicaps considerados temporários (por

exemplo, depressão e outras condições psiquiátricas, problemas sócio-emocionais e de

integração, ou ainda alguns problemas emocionais). Nos casos em que se considere não

estar perante uma situação de necessidades educativas que justifiquem a intervenção dos

serviços de educação especial, devemos solicitar ao departamento de educação especial

e aos serviços de psicologia o encaminhamento dos alunos para os apoios

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disponibilizados pela escola que melhor se adequem a cada situação específica

aluno/aprendizagem/contexto.

Alarga a obrigatoriedade da aplicação legislativa sobre educação especial às

escolas de ensino particular e cooperativo.

Clarifica mais uma vez os direitos de deveres dos pais/encarregados de educação

relativamente à implementação da educação especial junto dos seus educandos e

introduz os procedimentos a ter, caso estes não exerçam o seu papel.

No Decreto-Lei n.º 319/ 91, a planificação e a programação educativa exigia a

realização de dois documentos oficiais, o Plano Educativo Individual para todas as

situações consideradas complexas, e o Programa Educativo para os alunos abrangidos

pela medida do “ensino especial”.Os Serviços de Psicologia e Orientação (SPO) eram

os responsáveis pela elaboração do Plano Educativo Individual e os professores de

educação especial pela elaboração do Programa Educativo. O Decreto-Lei nº 3/2008

estabelece um único documento oficial – Programa Educativo Individual (PEI) para

planificar e programar as respostas educativas e respectivas formas de avaliação. Este

decreto explicita, também, a obrigatoriedade da elaboração do PEI para os alunos com

NEE permanentes, reflectindo as necessidades do aluno a partir de avaliações em

contexto (sala de aula) e de outras informações disponibilizadas por outros agentes

educativos.

O Decreto-Lei remete a responsabilidade da coordenação do PEI para os

educadores de infância, para os docentes titulares de turma do 1º Ciclo do Ensino

Básico e para os directores de turma do 2º e 3º Ciclos do Ensino Básico e Secundário.

Estabelece um prazo de 60 dias para a elaboração do PEI, após a referenciação e a

necessidade de o rever, pelo menos, no final de cada ciclo de escolaridade. No final de

cada ano lectivo, é obrigatório a realização de um relatório circunstanciado, com os

resultados obtidos por cada aluno, no âmbito das medidas estabelecidas no PEI. Para os

alunos cujas necessidades educativas impeçam de adquirir aprendizagens e

competências definidas no currículo comum, este Decreto-Lei introduz a necessidade de

realização de um Plano Individual de Transição (PIT) que deverá complementar o PEI.

O processo de avaliação passa a ser da responsabilidade do departamento de

educação especial das escolas e dos SPO, na realização de um relatório técnico-

pedagógico, tendo por referência a CIF.

Consagra obrigação de qualquer escola (pública, privada ou no âmbito da

solidariedade social) aceitar a matrícula dos alunos com NEE, de carácter permanente e

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reconhece a prioridade de matrícula para estes alunos, independentemente da área de

residência.

Ao nível do concurso dos professores de educação especial, foram criados

grupos de recrutamento de docência especial (910 – multideficiência; 920 – surdez; 930

– cegueira).

Institui legalmente as unidades de ensino estruturado para a educação de alunos

com perturbações do espectro do autismo e as unidades de apoio especializado para a

educação de alunos com multideficiência e surdocegueira. As unidades especializadas já

existiam antes do Decreto-Lei n.º 319/91, só que agora passam a ser obrigatórias. São

criadas escolas de referência para o ensino bilingue de alunos surdos (tendo sido criado

um programa de língua gestual portuguesa para o ensino básico); escolas de referência

para o ensino de alunos cegos e com baixa visão; escolas de referência para apoio à

intervenção precoce na infância.

Destaca-se, ainda, a criação de uma rede nacional de 25 Centros de Recursos

TIC para a Educação Especial (CRTIC), tendo como principal objectivo avaliar as

necessidades dos alunos, em termos de tecnologias de apoio, assim como a formação e

informação aos professores, outros profissionais e respectivas famílias. Estes centros

estão equipados com hardware, software e periféricos específicos (switches, ratos

adaptados, joysticks, impressoras Braille, Grid, BoardMaker, digitalizadores de fala,

braço articulado, software inclusivo, entre outros).

Relativamente às medidas educativas a aplicar, no decreto-lei 319/91 apesar de

definidas, havia uma certa confusão entre as adaptações curriculares, currículo escolar

próprio e currículo alternativo. Já no actual 3/2008, essas medidas estão estabelecidas

como forma de promover a participação dos alunos no âmbito da adequação do seu

processo de ensino-aprendizagem, sendo elas:

a) Apoio pedagógico personalizado;

b) Adequações curriculares individuais;

c) Adequações no processo de matrícula;

d) Adequações no processo de avaliação;

e) Currículo específico individual;

f) Tecnologias de apoio

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É sobre esta última alínea, aplicação das tecnologias de apoio como forma de

promover a participação dos alunos no âmbito da adequação do seu processo de ensino

aprendizagem, que nos iremos debruçar na próxima parte do nosso trabalho.

Antes de avançarmos, vamos apresentar um balanço sucinto sobre a

implementação das medidas de política inclusiva lançadas entre 2005-2009, que foi

divulgado pela Direcção Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular (DGIDC)

numa publicação intitulada “Educação Inclusiva – da retórica à prática”.

Quadro 2 - Indicadores de 2009 (Plano de Acção 2005 – 2009)

Indicadores 2009 Nº

Docentes do grupo de recrutamento da Educação Especial 4.779

Docentes em formação contínua 3.000

Auxiliares Acção Educativa em formação 700

Agrupamentos de escolas/ Escolas de Referência para a educação

bilingue de alunos surdos

20

Agrupamentos de escolas/ Escolas de Referência para a educação de

alunos cegos e com baixa visão

52

Unidades Ensino Estruturado para alunos com PEA 187

Unidades de Apoio Especializado para alunos com multideficiência 292

Agrupamentos de Referência para a Intervenção Precoce na Infância 144

Crianças em Intervenção Precoce 4.335

Educadores em Intervenção Precoce 500

Docentes destacados em escolas de educação especial 264

Centros de Recursos para a Inclusão 74

Centros de Recursos TIC para a Educação Especial 25

Técnicos colocados no sistema (terapeutas ocupacionais, terapeutas de

fala, fisioterapeutas, psicólogos, formadores e intérpretes de Língua

Gestual Portuguesa)

1.289

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20

Alunos em Educação Especial – 2009

Quadro 3 - Alunos em Educação Especial - 2009 (Plano de Acção 2005-2009)

Alunos - escolaridade obrigatória (inclui alunos NEE) 1.235.464

Alunos NEE com PEI 31.776 2,6%

Alunos em escolas especiais 2.392 0,2%

Alunos em unidades de apoio especializado nas escolas

públicas

2.115 0,2%

Manuais escolares adaptados para alunos com NEE – 2009

Quadro 4 - Manuais escolares adaptados para alunos com NEE - 2009 (Plano de Acção 2005-

2009)

Em Braille 18.000

Em formato ampliado 1.458

Em formato digital e áudio analógico 1.100

Em formato Daisy 54

Em relevo 9.000

Assim, para uma flexibilização da organização escolar e um melhor

funcionamento da educação especial, devem as escolas ou agrupamentos de escolas

contemplar nos seus projectos educativos as adequações relativas ao processo de ensino

e de aprendizagem, de carácter organizativo e de funcionamento, necessárias à resposta

educativa aos alunos que se enquadram na educação especial.

Estas adequações vão melhorar a qualidade da educação prestada, beneficiando,

desta forma, todos os alunos.

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II. AS TIC NA EDUCAÇÃO

1. A introdução das TIC em Portugal

Nas últimas décadas registaram-se, a nível nacional, o desenvolvimento de

vários projectos relacionados com as TIC no processo ensino-aprendizagem, que

permitiram a introdução progressiva das novas tecnologias nas escolas portuguesas. Não

é nossa pretensão apresentar uma análise exaustiva de todos esses projectos, mas sim os

que consideramos mais significativos.

Em Portugal, nomeadamente desde a década de oitenta, o primeiro documento

oficial relativo à introdução de computadores no ensino público foi feito através do

Despacho nº 68/SEAM/84. Esta iniciativa destinava-se a “(…) iniciar um processo lento

mas inelutável de proceder à alfabetização tecnológica da sociedade por via do sistema

escolar” (p. 69) e compreendia um programa a desenvolver em três anos e quatro fases.

Estas fases incluíam pontos como a caracterização do problema, a elaboração de um

documento para discussão, a dinamização funcional do Projecto e a programação do ano

lectivo experimental de 1985/86. O programa tinha preocupações de inovação

pedagógica que passavam pela denominada alfabetização informática, assim como, por

questões pedagógicas no sentido da integração das novas tecnologias como mais um

meio de ensino/aprendizagem, pela formação de professores, entre outros factores. De

acordo com Afonso (1993), esta deliberação deu origem ao “Relatório Carmona”, e no

seu seguimento realizou-se em Lisboa o “Encontro sobre microcomputadores no ensino

da Matemática”, sendo um dos primeiros a debruçar-se sobre a introdução dos

computadores no ensino (Afonso, 1993).

Por sua vez a Universidade de Coimbra lança um projecto-piloto que envolve

diversas escolas secundárias. Nestas escolas foram testados alguns programas-protótipo,

que viriam a tornar-se num projecto nacional de nome MINERVA (Meios Informáticos

No Ensino – Racionalização, Valorização, Actualização). O Despacho nº 206/ME/85 de

15 de Novembro, ao criar o Projecto Minerva pretendia introduzir o computador no

sistema de ensino não superior e tinha como preocupações fulcrais a oportunidade de

transformar a sociedade e as regiões do país mais desfavorecidas. No balanço final deste

projecto, são de referir duas publicações, uma de âmbito nacional pelo Professor Doutor

João Pedro da Ponte, e outra publicada pela OCDE.

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“O Projecto Minerva representou fundamentalmente um arranque do processo de transformação

da escola tendo em conta a nova realidade cultural que são as tecnologias de informação (…)

permitiu o desenvolvimento de múltiplas dinâmicas, suscitou novas ideias, estimulou iniciativas,

proporcionou o aparecimento de inúmeras equipas” (Ponte, 1994, p.44).

Em 1992 foi implementado o Programa FOCO (Programa de Formação

Contínua de Professores), que se destinava a educadores de infância e a professores dos

ensinos básico e secundário. Em 1996, para dar continuidade ao Projecto Minerva, surge

o Programa Nónio – Século XXI, uma iniciativa do Ministério da Educação que tinha

como principal objectivo “apoiar e adaptar o desenvolvimento das escolas face às novas

exigências colocadas pela Sociedade de Informação: exigências de novas infra-

estruturas, de novos conhecimentos e de novas práticas” (Silva & Silva, 2002, p. 8).

Paralelamente ao Programa Nónio – Século XXI surge o Programa Internet nas

Escolas (PIE), da responsabilidade do Ministério da Ciência e Tecnologia, cujo

objectivo principal era equipar todas as escolas com um computador multimédia e uma

ligação RDIS à Internet via Rede Ciência, Tecnologia e Sociedade (RCTS). No ano de

1994, foi colocada uma ligação à internet em todas as escolas, públicas e privadas, dos

2º e 3º ciclos, secundárias e algumas do 1º ciclo. No final de 2001, todas as escolas do

1º ciclo também já estavam ligadas à internet. O PIE teve um impacto bastante superior

ao Projecto Nónio, no que respeita ao apetrechamento das escolas com equipamentos

TIC. Neste programa a FCCN – Fundação para a Computação Científica Nacional

assumiu o apoio técnico e, para o apoio educativo, foi criada uma unidade de apoio

denominada uARTE, que se prolongou de 1997 a 2003. Esta unidade fornecia apoio

educativo através de actividades de Helpdesk educativo, tanto por telefone, como por

correio electrónico e, mais tarde pelo NetMeeting, através de tarefas de dinamização de

actividades educativas, tanto presenciais, como na Internet (Belchior, Freitas, Pedroso &

Horta, 2005). O PIE e a uARTE estabeleceram as condições para o desenvolvimento de

actividades no âmbito das TIC, em geral, e da Internet, em particular, para uma

mudança de atitudes por parte dos agentes educativos relativamente às TIC e para uma

consciencialização sobre as suas vantagens para o processo ensino-aprendizagem.

Em 2002 foi criada a Unidade de Missão para a Inovação e Conhecimento

(UMIC), uma estrutura de apoio ao desenvolvimento da política governamental para a

sociedade de informação, inovação e governo electrónico. No mesmo ano, o Ministério

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da Educação, publicou e divulgou, as estratégias no âmbito das TIC para a Educação.

Este trabalho é o resultado de largas horas de reflexão conjunta dos representantes dos

diferentes serviços centrais e regionais do Ministério da Educação, ou seja, do Grupo

Coordenador dos Programas de Introdução, Difusão e Formação em TIC. O documento

mencionado é no fundo o referencial para a implementação de estratégias de integração

das TIC no sistema educativo português até ao ano de 2006. Paralelamente ao

investimento nas medidas TIC na Educação através do Programa de Desenvolvimento

Educativo para Portugal (PRODEP) / Terceiro Quadro de Apoio (QCA III) surgem três

ideias fundamentais (Estratégias para a Acção, 2001):

Inclusão - permitindo aos intervenientes educativos o acesso a

equipamentos, recursos e outros conhecimentos essenciais em TIC;

Excelência - valorizando e estimulando tanto os produtos de qualidade

como os processos a alcançar;

Colaboração e parcerias - favorecendo as dinâmicas de projecto ao nível das

instituições e também das convergências que se possam estabelecer inter-

instituições.

Já no ano de 2007, sob a alçada do Ministério da Educação, é lançado o Plano

Tecnológico para a Educação (PTE). Este plano tinha como intenção principal colocar

Portugal entre os cinco países Europeus mais avançados ao nível da modernização

tecnológica do ensino. Assim o programa (Portal da Educação, 2008) assume-se como

um meio para: a melhoria do ensino e dos resultados escolares dos alunos; a igualdade

de oportunidades no acesso aos equipamentos tecnológicos e a modernização das

escolas, possibilitando que os estabelecimentos de ensino funcionem em rede e que os

professores trabalhem de forma colaborativa. Estabelecendo como metas fundamentais:

ligar todas as escolas à Internet em banda larga de alta velocidade (todas as escolas com

uma ligação de pelo menos 48 Mbps); atingir o rácio de dois alunos por computador;

formar e certificar 90% dos docentes em tecnologias da informação e da comunicação.

Paralelamente, o Governo lança um dos programas mais ambiciosos do Plano

Tecnológico - o programa “e.escolas”, “e.porfessor” e “ e.oportunidades” que

permitiram aos alunos do ensino básico (2º e 3º ciclos) e secundário, aos professores e

aos adultos inscritos no programa Novas Oportunidades, aceder a computadores

portáteis e a ligações à internet em banda larga em condições especiais. Esta iniciativa,

publicada a 19 de Março de 2008, na Resolução de Ministros n.º 51/2008, tinha como

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principal objectivo generalizar o uso do computador e da internet entre os professores,

alunos e família. No ano seguinte, o projecto estendeu-se para os alunos do 1º Ciclo

com o programa “e.escolinha”, que disponibiliza a preços reduzidos, ou gratuitamente

(dependendo do rendimento do económico do agregado familiar), os computadores

portáteis Magalhães.

O sucesso do Programa e.escola, motivou ao lançamento de uma nova fase do

projecto denominada Programa e.escola 2.0, publicada muito recentemente, 08 de

Fevereiro de 2011, na Resolução do Conselho de Ministros n.º 12/2011.

Acreditamos que não existem dúvidas que as TIC vieram para ficar e que são

fortes ferramentas de poder, de saber e de pensar. Nos dias de hoje os

educadores/professores encontram-se perante mais e novos desafios.

“Talvez nunca sejamos capazes de perceber completamente as novas auto-estradas da

informação. Mas atenção: os nossos filhos são” (Raible, 1996, p. 42).

2. As TIC na Educação

As Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) estão a tornar-se de forma

crescente, importantes instrumentos da nossa cultura e a sua utilização constitui um

meio concreto de inclusão e interacção com o mundo. (Lévy, 1999)

A escola, ou seja, o processo ensino aprendizagem deve organizar-se de forma a

promover uma interacção significativa, com o maior número de (in)formação adequada,

como afirma Pinto (2002), as TIC podem promover novos modelos de ensinar e

aprender.

Segundo Jonassen (2007), existem novas formas de aprender e de nos

relacionarmos com o conhecimento. A aprendizagem ocorre nos mais diversos

contextos, sejam eles formais ou informais e é um processo que se prolonga ao longo da

vida. Mais do que meios de comunicação ou ferramentas neutras, as TIC e a internet são

ferramentas, tanto cognitivas como sociais, que modificam a nossa forma de comunicar,

interagir, aprender e até de nos relacionarmos.

O uso das TIC em sala de aula, traduz-se em novas possibilidades não só para o

professor que pretende implementar novas estratégias e dinâmicas de ensino, mas

também para o aluno que dinamiza a sua aprendizagem. Utilizando as TIC num

contexto de aprendizagem, o professor passa a ser um conselheiro, um facilitador no

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processo de aprendizagem, permitindo a exploração individual e fomentando a

aprendizagem em grupo.

“A utilização do computador não deve estar dissociada do currículo que o professor pretende

implementar. Para se tirar o máximo partido do uso dos computadores é importante que as

actividades feitas com o apoio deste sejam um complemento das actividades educativas gerais”

(Belchior et al., 1993, p.13).

Os alunos, participantes activos e integrantes deste processo de ensino-

aprendizagem em parceria com os educadores/professores, aprendem fazendo, que é o

que acontece quando se “trabalha” com um computador. Na realidade, as crianças

aprendem a trabalhar com as novas tecnologias com maior facilidade. Existem autores

que afirmam que este facto se deve a uma característica denominada “plasticidade

mental”. A verdade é que o computador “…Enquanto auxiliar de ensino pode

proporcionar simulações de actividades que de outro modo o aluno nunca teria

oportunidade de experimentar…” como afirmam os autores Sprinthall e Sprinthall

(1993, p.272). Como refere Pretto (2001) as TIC não serão instrumentos para auxiliar o

professor, mas sim, elementos de extrema necessidade no quotidiano da escola para, em

conjunto com os professores, introduzir elementos complexos, estimuladores de

criatividade, de forma a produzir conhecimento, quer para ensinar e quer para aprender.

No fundo, esta perspectiva demonstra que as TIC são sem dúvida um elemento

impulsionador da construção de conhecimentos em contextos educativos com

capacidade para revolucionar o ambiente de aprendizagem.

No ano de 1994, o autor Papert (1994) afirma que o computador é uma

ferramenta de trabalho na qual o professor pode utilizar cenários de ensino e

aprendizagem, como por exemplo; simuladores, demonstrações, jogos educativos,

ferramentas de textos, desenhos e imagens, dependendo de seus objectivos

educacionais. As tecnologias devem auxiliar o professor a promover o desenvolvimento

e a autonomia, a criatividade e a sistematização do conhecimento e do seu

desenvolvimento, Graziola Junior e Schlemmer, (2008).

Moran (2004) refere que as tecnologias, por si só, não mudam uma escola, mas

trazem consigo um leque de novas possibilidades e de ajudas para o professor.

Promovendo novas formas de interacção entre professores e alunos. Nessa perspectiva,

o professor deve aprender o máximo sobre estas tecnologias. Por seu lado, Perrenoud

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(2000) refere que a utilização das TIC é uma das dez competências mais importantes no

processo ensino-aprendizagem. O mesmo autor refere que o professor, mais do que

ensinar, deve é “fazer aprender”. Outros autores salientam os novos papéis que o

professor deverá assumir no contexto da sociedade do conhecimento e da

aprendizagem:

Gestor da informação (Pretto & Serpa, 2001),

Mediador das aprendizagens (Nisbet, 1992; Fosnot, 1996),

Guia das cognições (Fino, 2001),

Do facilitador ao construtor do conhecimento (Hartnell-Young, 2003), entre

muitas outras.

No que diz respeito à utilização da internet enquanto ferramenta de

aprendizagem, Neto (2006), apresenta uma síntese dos aspectos mais importante:

Aprendizagem activa,

Flexibilidade de tempo,

Independência geográfica,

Acesso a fontes de informação,

Perenidade da informação,

Educação global,

Abertura ao mundo.

As TIC geram na verdade múltiplas potencialidades e uma enorme

multiplicidade de experiências pedagógicas que impulsionam a convivência com a ideia

de que a aprendizagem é um processo que se desenvolve ao longo de toda a vida, sem

fronteiras de tempo e espaço. A utilização das TIC provoca obviamente uma

transformação efectiva na maneira de ensinar. Assim, é fundamental que haja uma

acção conjunta de todos os sujeitos envolvidos no processo educacional Graziola Junior

e Schmmeler, (2008).

Esta grande preocupação de equipar as escolas com recursos tecnológicos

permitiu que as TIC fossem rapidamente introduzidas no sistema de ensino português.

No entanto, a forma como foram introduzidas tornou-as apenas em mais um recurso,

uma ferramenta, uma fonte de recursos apreciável, mas sem provocar mudanças

significativas na forma de ensinar. Este facto denuncia que não é a simples introdução

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do computador na escola que vai provocar uma mudança paradigmática na arte de

ensinar (Paiva, 2002; Silva, 2005, Piano, 2007; Alves, 2008).

3. Formação dos professores e TIC

Ponte, (1997), Paiva (2003) e Sancho e Hernández (2006) afirmam que o

simples facto de se introduzir o computador nas salas de aula não traz consigo efeitos

automáticos. É por isso necessária uma implementação de metodologias pedagógicas de

formação de forma a rentabilizar o processo.

Por seu lado Ramos et al. (2007) mencionam que os computadores existentes

nas escolas acabam por não ser utilizados pela falta de informação e formação dos

professores. A formação dos professores é extremamente importante, sendo

condicionante no sucesso da integração das TIC e do apoio prestado aos alunos,

nomeadamente, aos alunos com NEE.

Existem vários estudos que relatam problemas de diversa ordem, em que o

denominador comum às diferentes barreiras que impedem a integração das TIC em

contexto educativo é a falta de formação dos professores, tanto ao nível da formação

inicial como da formação contínua. No que concerne à formação inicial, baseados numa

revisão de literatura, Costa et al. (2008) referem como factor determinante a insuficiente

preparação recebida nas instituições responsáveis pela formação, que se restringem, a

maior parte das vezes, à aprendizagem das próprias tecnologias sem perspectivar uma

utilização integrada nas actividades curriculares.

Rodrigues (2003), afirma que ao se introduzir as TIC sem criar condições para a

renovação da Escola, corremos o risco de ter salas de aula com toda a tecnologia do

século XXI e os alunos sentados, passivos a aprender como faziam no século XIX ou,

dito de outra forma, poderemos ter as “novas” tecnologias ao serviço das “velhas”

pedagogias.

Neste sentido, Costa (2007) menciona que mesmo quando motivados para o uso

dos computadores e da Internet, os professores deparam-se com grandes dificuldades,

sobretudo porque não tiveram a preparação específica e adequada para o fazerem,

conseguindo, dificilmente concretizar propostas para além do que habitualmente fazem

com os seus alunos. Downes, et al. (2001) referem que não se pode continuar a apostar

em modelos de formação docente em que as TIC se constituem como o “objecto” de

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estudo. Pelo contrário deve apostar-se em programas de desenvolvimento em que a

aplicação das TIC seja efectiva.

Numa abordagem específica ao apoio a alunos com NEE, surge um estudo

realizado pelos autores Ribeiro, Moreira e Almeida (2009) que aponta fortes

necessidades de formação geral e em particular na formação das TIC orientada para as

NEE. De acordo com Hasselbring e Glaser (2000), a falta de formação adequada pode

ter impacto particularmente preponderante nos alunos com NEE uma vez que a

utilização das novas tecnologias é uma componente crucial no planeamento e

implementação de programas educacionais. Nesta perspectiva, a formação de

professores que lidam com alunos com NEE deve assumir-se como uma prioridade em

prol do acesso e sucesso educativo destes alunos. Deste modo, é ainda essencial

sensibilizar e preparar os professores desde a sua formação inicial, bem como durante o

seu percurso profissional, ao longo da sua vida, para as práticas inclusivas. Este

processo será tanto mais eficaz se o desenvolvimento de competências, por parte dos

professores, para a gestão inclusiva das turmas for proporcionado através de uma prática

continuada, reflexiva e colectiva (Rodrigues, 2006).

4. Atitudes/Representações dos professores face à utilização das TIC em

contexto de sala de aula

Ponte e Serrazina (1998) referem a existência de atitudes diversificadas por parte

dos professores face às TIC. Enquanto alguns professores olham para as TIC com

desconfiança e adiam o mais possível o contacto com este recurso, outros utilizam-nas

nas suas práticas diárias.

Com a revisão do estudo realizado a nível nacional por Paiva (2002), referente

ao ano lectivo de 2001/2002, sobre o uso das TIC, nos contextos pessoal e

educativo/pedagógico, pelo universo dos professores portugueses de todos os níveis de

ensino, excepto o superior. Ficámos a entender que os professores já utilizam as TIC de

forma significativa, no entanto, esse uso em contexto educativo é ainda muito escasso.

O uso principal das TIC refere-se à elaboração de testes e materiais para as suas

disciplinas, sendo pouco utilizado para a interacção directa com os alunos em sala de

aula, em clubes ou em aulas de apoio. Outras das ilações do estudo de Paiva (2002) é

que os professores não utilizam o computador como um recurso pedagógico porque se

sentem inseguros e sem formação específica. Uma grande parte dos professores

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reconhece a exigência de novas competências no uso das TIC, revelando

desconhecimento das vantagens pedagógicas das TIC no contexto educativo, mas

referindo a necessidade de saber mais sobre o assunto. Este estudo revela, também, a

existência de poucas acções de formação, deixando a descoberto a necessidade de

formação de professores relativamente às TIC.

Num estudo efectuado por Teixeira da Silva (2004), sobre a utilização das TIC

pelos professores e avaliação das “atitudes” dos professores relativamente às TIC, foram

utilizados dois questionários: um sobre a “Utilização das TIC na escola” e outro sobre

“Formação e condições de acesso à formação”. Os resultados apontaram para factores

condicionantes da utilização das TIC (sejam elas a idade, o tempo de serviço ou as

habilitações académicas). Por exemplo, professores com idades até 40 anos, licenciados

ou bachareis e com “conhecimentos suficientes” são os que mais utilizam as TIC. Os

professores apontaram poucas condições para frequentarem cursos de formação.

Teixeira da Silva (2004) menciona ainda que a existência de equipamentos tecnológicos

não é suficiente para uma utilização efectiva pelos professores desses recursos. No

entanto, a existência de atitudes positivas na sua utilização constituem sinais de que se

mostram receptivos a integrar as TIC nas suas práticas de ensino-aprendizagem.

As conclusões de um estudo de Clara Coutinho (2008) “sobre o uso das TIC e a

atitude dos professores perante as novas tecnologias”, refere que os professores

reconheceram a importância do uso do computador e da Internet no ensino do século

XXI. Conclui, ainda, que estas tecnologias devem ser usadas como meios de

transmissão de informação, podendo, inclusive, ser mais eficientes do que o próprio

professor, cabendo a este o papel de mediador das interacções professor – aluno –

tecnologia, de modo a que o aluno possa construir o seu conhecimento num ambiente

desafiador.

Paiva (2002), por seu lado, afirma que a utilização do computador em contexto

educativo é reduzida, e os dados são indiciadores de que este uso, não é nem

sistemático, nem pedagogicamente o mais cuidado ou planificado.

Num estudo realizado pelo Departamento de Avaliação Prospectiva e

Planeamento do ME em 2002 “As Tecnologias de Informação e Comunicação a

Qualidade das Aprendizagens – Estudos de casos em Portugal”, constam dados que

merecem realce pois mostram alguns indicadores de tendências dos professores.

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Quadro 5 - O que pensão os professores da utilização das TIC (DAAP - ME, 2002)

O que pensam os professores da utilização das TIC

78% As TIC ajudam os professores a encontrar mais e melhor informação para a sua

prática lectiva

65% As TIC tornam mais fáceis as suas rotinas de leccionar

51% Os professores dizem ter recebido formação em TIC e conhecem as suas

potencialidades

68% As TIC exigem novas competências na sala de aula

47% Dizem que encontram informação na Internet

62% As TIC tornam as aulas mais motivadoras para os alunos

52% As TIC encorajam os alunos a trabalhar em colaboração

72% As TIC ajudam os alunos a adquirirem novos conhecimentos

Segundo Silva (1998) a importância das tecnologias na educação surge devido à

exigência de se redefinir o processo de aprendizagem, assim como os métodos

organizacionais. O professor é confrontado com a necessidade de rever as suas

concepções teóricas e práticas educativas (Silva, 1998).

5. A importância das TIC no processo de Inclusão de alunos com NEE

Segundo Mantoan (2000), para que as escolas se tornem inclusivas e acessíveis a

todos os seus alunos, precisam de organizar-se como sistemas abertos, em função das

trocas entre agentes educativos e comunidade. Os professores precisam de dotar as salas

de aula e os espaços pedagógicos de vários recursos, propiciando actividades flexíveis,

abrangentes nos seus objectivos e conteúdos, nas quais os alunos se identificam,

segundo os seus interesses e capacidades.

Papert (1994) traz à tona a validade do uso do computador afirmando que, este é

uma ferramenta de trabalho que o professor pode utilizar em cenários de ensino e

aprendizagem, entre eles, tutores, simuladores, demonstrações, jogos educativos,

ferramentas de textos, desenhos e imagens, dependendo dos objectivos educacionais.

Obviamente o computador é apenas um dos pontos da tecnologia, mas existem diversos

meios que podem promover situações de aprendizagem favorecendo a construção do

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conhecimento de forma mais atractiva, significativa, participativa e colaborativa tanto

para os alunos de escolas regulares como para aqueles com necessidades educativas

especiais.

A implementação das TIC em actividades de enriquecimento curricular, surge

também como um meio e uma nova forma de ajudar e apoiar alunos com NEE no seu

desenvolvimento. Os recursos tecnológicos, assim como, as suas aplicações interactivas

(por exemplo: jogos) são de extrema importância, uma vez que estas actividades podem

manter a atenção, enquanto apresentam problemas e situações que requerem uma rápida

adaptação e reacção a estímulos. Garcia (2005), acrescenta que um jogo pode ser

idealizado apenas com uma vertente lúdica, mas pode constituir um elemento

significativo de aprendizagem de desenvolvimento de comportamentos, quer ao nível

emocional quer cognitivo.

A presença da tecnologia, por si só, não produz efeitos imediatos na obtenção

dos resultados/ benefícios que temos vindo a apresentar, mas o que se faz com ela sim.

A pedagogia aplicada na interacção professor-aluno-tecnologia-conteúdo/currículo é o

factor principal para se conseguir rentabilizar e potencializar ao máximo as suas

vantagens. Pretende-se assim, que a aprendizagem se faça com o auxílio do professor,

valorizando os saberes e as experiências de todos os intervenientes sempre numa

perspectiva de desenvolvimento (Vygotsky, 1989).

Miranda (2007), salienta que o uso contínuo de computadores, em ambiente

escolar, somente como suporte da aquisição de competências tradicionais, não produz

efeitos positivos na aprendizagem, e considera um desperdício de tempo, custos e

tecnologia. Segundo Ribeiro, Moreira e Almeida (2009), para que as TIC tenham

sucesso em ajudar aqueles que mais necessitam delas no seu percurso escolar, devem

ser ajustadas às necessidades particulares desses alunos, com o apoio de profissionais

cientes do seu potencial e possuidores das competências que permitam um uso eficaz da

tecnologia. No entanto, esses meios nem sempre estão disponíveis e/ou apropriados às

necessidades desses alunos com e sem NEE. Para além disso, segundo o autor, existe

uma falta de treino do pessoal docente e não docente, para apoiar estes alunos, que são,

muitas vezes, privados de equipamento adequado e profissionais especializados.

O autor Mantoan (2000) ressalta a necessidade de somar competências, produzir

tecnologia e aplicá-la à educação, à reabilitação, mas com propósitos muito bem

definidos e a partir de princípios que recusam toda e qualquer forma de exclusão social

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e toda e qualquer atitude que discrimine e segregue as pessoas, nomeadamente as

situações mais cruciais de apoio às suas necessidades.

As TIC podem responder às necessidades educativas dos alunos desempenhando

diversas funções. É por este motivo que se estão a tornar importantes instrumentos de

cultura. Segundo o autor Levy (1999) a utilização das TIC como recurso para a inclusão

e interacção com o mundo deve ser utilizada por todos. Florian e Hegarty (2004)

realçam que a inclusão é a característica mais importante que define as TIC. Uma vez

que ajudam a transpôr obstáculos para todos os alunos, mas especilamente os alunos

com NEE.

“Para a maioria das pessoas, a tecnologia torna a vida mais fácil, para a pessoa deficiente, a

tecnologia torna as coisas possíveis” Radabaugh (1993).

Afonso (2000) afirma que as TIC beneficiam todos os alunos com NEE,

permitindo-lhes desenvolver inúmeras actividades que antes lhes estavam interditas. As

TIC na área das NEE podem criar mais autonomia e ser um auxiliar precioso no

desenvolvimento cognitivo, psicomotor e comunicação. Para muitas pessoas com NEE,

as TIC apresentam-se como um suporte nas actividades escolares, uma vez que o

computador pode ser utilizado como comunicador, facilitando o processo de acesso ou

fornecimento de informação (Rodrigues, 2001). Para outras, pode ser uma solução, no

desenvolvimento da linguagem, da escrita, permitindo-lhes comunicar com o mundo

que as rodeia.

O estabelecimento de interacções de qualidade está estreitamente relacionado

com o sucesso do desenvolvimento do individuo, seja emocional e/ou social, situação

que influenciará todo o seu funcionamento cognitivo. Valente (1997) defende o

computador como um recurso/auxílio para os alunos com necessidades educacionais

especiais de extrema importância e que não deve ser minimizado. Para o aluno com

deficiência motora o computador é o seu caderno diário, para o aluno com deficiência

auditiva, a ponte entre o concreto e o abstracto; para o aluno com deficiência visual, o

integrador de conhecimento; para o aluno autista, o mediador da interacção com a

realidade; e, para o aluno com deficiência mental, um objecto desafiador de suas

capacidades intelectuais. Bica (2007) afirma que as TIC são, por vezes, a única

alternativa que alguns alunos com NEE possuem para interagir com o meio envolvente

e uma das formas de ultrapassar barreiras físicas e sócio-emocionais.

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As TIC proporcionam uma multiplicidade de tecnologias de apoio (TA),

aplicadas às necessidades de cada pessoa. Idea (1997) considera TA, como todo o

dispositivo, equipamento ou parte de equipamento, modificado ou personalizado, usado

para aumentar, manter ou melhorar as capacidades funcionais de uma criança ou jovem

com condição de deficiência. Uma ferramenta ou recurso utilizado com a finalidade de

proporcionar uma maior independência e autonomia. Para alguns indivíduos, as TA

podem funcionar como meio facilitador na realização de tarefas, para outros, será a

única forma de poderem realmente funcionar, comunicar,…. A sua utilização deverá

proporcionar uma maior e melhor autonomia e independência do utilizador.

Actualmente, as TA estão reconhecidas na legislação que regulamenta a

Educação Especial (Artigo 22º, Dec. Lei 3/ 2008 de 7 de Janeiro, 1ª Série, N.º4, 159)

como dispositivos facilitadores que se destinam a compensar uma limitação funcional,

melhorando a qualidade de vida, promovendo a autonomia e o desempenho de

actividades e a participação nos diferentes domínios da aprendizagem, da vida social e,

numa perspectiva mais futura, da vida profissional.

No âmbito da educação especial, na Resolução do Conselho de Ministros de

16/96, de 21 de Março, é publicado em 1997, O Livro Verde da Sociedade da

Informação em Portugal, destacam-se as vantagens da utilização das TIC para as

pessoas com deficiência, onde é referido que,

“as tecnologias da informação oferecem um grande potencial para que os cidadãos com

deficiências físicas e mentais consigam uma melhor integração na sociedade.(…) Os surdos-mudos e

todos os que apresentam deficiências de voz podem tirar grande partidp dos interfaces gráficos como

forma de comunicação e expressão dos seus sentimentos e pensamentos.” (p. 19) tendo que

“desenvolver esforços que diminuam a desadaptação da tecnologia a certos grupos de cidadãos com

deficiências”. (p.19) uma vez que “…a consideração dos requisitos de grupos socialmente

desfavorecidos não é apenas uma questão de solidariedade, ela constitui, também, um aspecto estratégico

da evolução para a sociedade de informação (…) em que todos poderão participar de acordo com as suas

características próprias” (p. 99). Remetendo-nos também para algumas das situações urgentes

“(…) desenvolver esforços que diminuam a desadaptação da tecnologia a certos grupos de cidadãos (…)

No caso dos cidadãos com deficiências visuais é preciso dar prioridade ao desenvolvimento de

sintetizadores de voz em língua portugues adequados à conversão de texto digital em discurso sintetizado

compreensível.”(p.19)

A aplicação das TIC no ensino especial, não se pode reduzir a uma TA. Tal

como no ensino “normal”, mas talvez com mais relevância, as TIC assumem-se como

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uma ferramenta extremamente poderosa, ao serviço do professor e dos alunos, pela sua

capacidade de reduzir as incapacidades dos alunos com NEE, promovendo a inclusão e

a integração social e educativa. Winnenbrenner (1996), acrescenta que o uso eficaz da

tecnologia em sala de aula encurta a distância entre o potencial e o desempenho,

especialmente quando se trata de alunos com NEE.

Se pensarmos em alunos com problemáticas mais severas, em que exista uma

incapacidade concreta, as TIC podem funcionar como uma TA ao aluno, resolvendo

problemas funcionais, compensando ou substituindo a função afectada, de carácter

motor, sensorial ou cognitivo. As TIC e as TA permitem assim, um melhor acesso à

aprendizagem, ao currículo e à participação social, do aluno com NEE.

Na sequência do Programa HELIOS II (Handicap People in the European

Comunity Living Independently in a Open Society), em 1997 é publicado o relatório n.º

8 que se dirige ao Papel dos Centros de Recursos e dos Serviços de Apoio no qual é

defendida a criação de Centros de Recursos como um serviço de apoio à aprendizagem

numa perspectiva de educação inclusiva. (Rodrigues, Warwick, Johnstone & Janessen,

1997, p. 11). Faria, (2010) faz referencia há necessidade de um acompanhamento

contínuo por parte dos Centros de Recursos e Avaliação Especializada, para que o

percurso destes alunos possa ser idêntico e/ou aproximado ao dos seus pares, atendendo

às necessidades das TA para aceder ao currículo. Acrescentando que para um efectivo

acesso ao currículo

“(…)é, então, imprescindível que se proceda a uma avaliação interdisciplinar de competências,

de modo a aferir o que o aluno: é capaz de fazer; como o faz; como, quando e onde vai utilizar a

ajuda técnica; quais as suas expectativas, bem como dos sujeitos que lidam com ele; que tido de

mensagens devem estar disponíveis e o que implica no seu desenvolvimento, independência e

autonomia.” (p.15)

De uma forma sintetizada, constata-se que as TIC e as TA podem auxiliar o

processo de ensino aprendizagem em geral, e em especial dos alunos com NEE. Por

exemplo, quando nos deparamos com um aluno com uma problemática de carácter

motor, com um comprometimento tanto dos membros superiores como inferiores, as

TIC e as TA são indispensáveis no acesso à escrita, no acesso ao currículo, e mesmo na

sua mobilidade, promovendo uma maior autonomia nas suas actividades, uma maior

motivação e um aumento da sua auto-estima. A utilização efectiva das tecnologias

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necessárias, pode marcar a diferença entre o ser espectador e ser actor das suas

aprendizagens, das suas escolhas, da sua palavra, do seu eu.

6. Determinantes no uso das TIC em contexto de sala de aula

Segundo um estudo realizado por Domingues, Gomes, Neto, Rocha e Garcês

(2008) foram identificados vários aspectos determinantes para o uso das TIC nas suas

práticas pedagógicas, nomeadamente nas que envolvem alunos com NEE, dos quais

destacamos: Políticas de Escola claras referentes ao uso das TIC em alunos com NEE;

Disponibilidade de recursos (hardware e software) na sala de aula e na escola;

Promoção de formações básicas e específicas aos professores em TIC; Incrementação

da motivação e competências dos professores no uso flexível das TIC; Disponibilidade

de informação específica e partilha de “boas práticas”; Trabalho em equipa entre os

professores e técnicos de especialidade envolvidos; Consciencialização da comunidade

educativa e da sociedade sobre as vantagens do uso das TIC nas NEE; Existência de

Centros Recursos da Direcção Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular

(DGIDC) – [email protected] – que partilham materiais para os alunos

com NEE (Livros em Braille, livros com caracteres ampliados, manuais escolares em

cd-rom, etc.); Existência de uma rede nacional de 25 Centros de Recursos TIC para a

Educação Especial (CRTIC), que avaliam as necessidades dos alunos, em termos de

tecnologias de apoio, assim como a formação e informação aos professores, outros

profissionais envolvidos e respectivas famílias. Relativamente aos aspectos impeditivos,

os autores referem: a falta de confiança por parte dos professores no uso das TIC,

nomeadamente em alunos com NEE; a falta de partilha de informações entre os

diferentes parceiros (professores, técnicos, escola, escolas); a falta de recursos

(hardware e software); as percepções dos professores sobre a utilização das TIC nas

NEE; a falta de incentivos na responsabilização do uso das TIC nas escolas, por parte

dos professores; a resistência à mudança em geral, e especificamente à que envolve as

TIC no ensino; a disponibilidade e participação limitada nas formações em serviço e,

por último, a falta de especialistas em TIC e/ou falta de interesse do pessoal

especializado de apoio às NEE.

Vilas (2007), no seu esudo refere que a esmagadora maioria de professores a

leccionar no ensino básico e secundário são mulheres, o que se traduz numa elevada

taxa de feminização dos recursos humanos na educação. Este facto revelou-se de

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extrema importância para a autora uma vez que lhe pareceu pertinente conhecer o

posicionamento e a apetência das mulheres face ao uso das TIC em contexto sala de

aula. Segundo a autora, a maioria dos esudos efectuados sugerem as mulheres como

menos motivadas para as TIC, consequentemente, menos utilizadoras. Parece-nos

pertinente considerar a problemática género como um dos factores determinantes à

utilização das TIC. Paiva (2002) também refere atitudes diferenciadas, pelos professores

e professoras, ao nível da utilização das TIC,

“(…) A utilização do computador para fins pessoais depende da idadem do sexo e dos

níveis leccionados. Os homens utilizam mais o computador para realizar multiplas tarefas.

A Internet é mais usada pelo sexo masculino.

O E-mail é usado com grande prevalência por professores do sexo masculino.

Os professores do sexo feminino tendem a ter atitudes mais negativas face às TIC”

(p.125)

A mesma autora, salienta que se podem dividir em duas classes as barreiras para

o uso das TIC em contexto de sala de aula: uma prende-se com o parque informático das

escolas e a outra com os constrangimentos dos agentes educativos. Cunha e Paiva

(2003, p. 25) referem que “Analisando o panorama nacional da utilização das TIC pelos

professores, percebe-se que as ferramentas tecnológicas não são utilizadas tanto como

desejável em prol da relação professor/aluno nem da interacção ensino/aprendizagem.”,

onde se denota algum conservadorismo e resistência à mudança.

Paiva (2002) também considera que os professores com mais tempo de serviço e,

naturalmente, mais velhos são os que apresentam mais dificuldades e resistência ao uso

das TIC no contexto sala de aula.

“As idades dos professores estão relacionadas com o uso do computador, da Internet e do e-mail,

os mais jovens usam mais, bem como os professores estagiários”(Paiva, 2002, p.95)

Sparrowhawk e Healde (2007), vão mais longe ao centralizarem as

potencialidades que as TIC oferecem no processo de ensino aprendizagem dos alunos

com NEE, como aspectos determinantes: na motivação acrescida; na melhora ou

simplificação do processo; na melhoria do desempenho e aumento das expectativas; na

facilidade de diferenciação; no fornecimento de alternativas; na promoção do

envolvimento com o mundo real; na facilidade na monitorização e avaliação por parte

do professor; no apoio ao trabalho administrativo do professor e no apoio da ligação

família-professor-escola.

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Num recente estudo realizado por Ribeiro, Moreira e Almeida (2009), no caso

específico de apoio a alunos com NEE, são apontados como factores determinantes a

necessidade de formação geral em TIC e, em particular, a formação em TIC

direccionada para as NEE.

“A falta de formação e treino adequados tem um impacto particularmente preponderante nos

alunos com incapacidades/deficiência, porque, frequentemente, a utilização da tecnologia é uma

componente crucial no planeamento e implementação de um programa educacional para estes

alunos.” (Ribeiro, Moreira e Almeida, 2009, p. 103)

Nesta perspectiva, deve assumir-se que a formação dos professores que lidam

directamente com estes alunos, como uma prioridade em prol do acesso e sucesso destes

alunos.

Antes de avançarmos para a segunda parte do nosso estudo e como reflexão de

tudo o que até aqui foi exposto, atrevemo-nos a concluir que uma verdadeira inclusão

das TIC nas práticas, no currículo, nas dinâmicas e na vida dos alunos com NEE apenas

ocorrerá quando for entendido, o potencial e a importância das TIC em todo o processo

de aprendizagem e inclusão, desses alunos, tanto na escola como na sociedade.

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2ª PARTE – ESTUDO EMPÍRICO

I. Objecto de Estudo

1. Problema

“Qualquer investigação é conduzida tendo em vista esclarecer uma dúvida, replicar um fenómeno,

testar ou buscar soluções para um dado problema. Colocada de formas diversas, toda a investigação

tem um alvo ou um problema a analisar. Toda a produção científica inicia-se, então, pela

identificação e clarificação do problema.” (Almeida & Freire, 1997, p. 38)

Assim, apontamos como questão orientadora para a nossa investigação:

Quais as atitudes dos professores do 1º Ciclo do Ensino Básico, face ao uso das

Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) e Tecnologias de Apoio (TA) na

inclusão de alunos com Necessidades Educativas Especiais (NEE’s) em salas do Ensino

Regular?

2. Objectivos do estudo

A questão orientadora traduz-se nos seguintes objectivos para a nossa investigação:

Estudar as atitudes dos professores relativamente à implementação e aplicação das

TIC no processo ensino-aprendizagem de alunos com NEE’s;

Identificar as competências dos professores no uso das TIC;

Identificar as dificuldades sentidas pelos professores na aplicação das TIC;

Analisar as vantagens de utilização das TIC pelos professores;

Analisar as sugestões que os professores apresentam para uma melhor utilização

das TIC.

3. Variáveis do estudo

Determinaram-se as seguintes variáveis independentes para o nosso estudo:

Habilitações Académica dos professores

Sexo

Frequência de utilização do computador

Competências em TIC

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Formação específica em TIC para as NEE’s

As variáveis dependentes do nosso estudo serão referentes aos factores a encontrar

na análise factorial de componentes principais sobre a escala de inventário de

atitudes, uma Escala de formato Likert com cinco níveis de resposta.

4. Hipóteses do Estudo

Após a delimitação do campo de investigação, a determinação do problema e a

definição dos objectivos da investigação, definimos as relações entre as variáveis que

nos pareceram mais credíveis a nível teórico. Almeida e Freire (1997) definem o

conceito de hipótese como “a explicação ou solução mais plausível de um problema.” (p.43)

Para o nosso estudo considerámos as seguintes hipóteses:

H1 – A Habilitação Académica dos professores influencia o uso das TIC nas suas

práticas pedagógicas;

H2 – O sexo diferencia o interesse pelo uso das TIC em contexto de sala de aula;

H3 – Professores com formação em TIC na área das NEE utilizam esta ferramenta

como promoção da inclusão;

H4 – Existe entre os professores uma relação directa entre a frequência de

utilização e competências em TIC.

II. Metodologia de Investigação

1. Amostra

A amostra do nosso estudo é composta por Professores do Ensino Regular,

Professores de Educação Especial e do Apoio Sócio-Educativo, que leccionam em

Escolas do 1º Ciclo de quatro Agrupamentos de Escolas da região da grande Lisboa.

a. Critérios de Selecção da Amostra

A amostra do nosso estudo é uma amostra de conveniência, seleccionada a partir de

conhecimentos pessoais da autora do estudo.

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b. Caracterização da Amostra

Quadro 6 - Caracterização da Amostra

Funções Desempenhadas pelo Docente

Ensino Regular

Educação

Especial Total

Habilitações

Académicas Tempo de Serviço Tempo de trabalho NEE

Género

To

tal

Género T

ota

l Género

Fo

rmaç

ão I

nic

ial

Fo

rmaç

ão P

ós-

Gra

du

ada

To

tal

Até

5 a

no

s

6 a

15

ano

s

Mai

s d

e 16

ano

s

To

tal

Men

os

de

5 a

no

s

5 a

10

ano

s

Mai

s d

e 10

ano

s

To

tal

Mas

culi

no

Fem

inin

o

Mas

culi

no

Fem

inin

o

Mas

culi

no

Fem

inin

o

F 13 65 78 6 24 30 19 89 84 24 108 26 40 42 108 79 19 10 108

% 12 60,2 72,2 5,6 22,2 27,8 17,6 82,4 77,8 22,2 100 24,1 37 38,9 100 73,1 17,6 9,3 100

A amostra é constituída por 108 professores do 1º Ciclo do Ensino Básico, dos

quais 82,4% são do sexo feminino (Docentes do Ensino Regular – 60,2%; Docentes de

Educação Especial – 22,2%) e 17,6% do sexo masculino (Docentes do Ensino Regular –

12%; Docentes de Educação Especial – 5,6%). No que concerne às Habilitações

Académicas, destaca-se aqueles que são, apenas, detentores de Formação Inicial

(77,8%). Relativamente ao tempo de serviço, verificou-se que grande parte dos

participantes do estudo (38,9%) possui mais de 16 anos de serviço e que 37% da

amostra tem entre 6 a 15 anos de serviço. A grande maioria dos docentes inquiridos

refere que intervém com alunos com NEE’s à menos de 5 anos (73,1%).

Quadro 7 - Caracterização da Amostra – Idade e Competências de utilização das TIC

Muito Reduzida

Reduzida

Razoável

Boa

Muito Boa

Total Idade

Sexo Sexo Sexo Sexo Sexo

Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Fem.

F % N % F % F % F % F % F % F % F % F % F %

Idad

e

Até

35

anos

0 0 1 0,9 0 0 2 1,9 1 0,9 16 14,8 4 3,7 18 16,7 1 0,9 1 0,9 44 40,7

36 a

50

anos

0 0 0 0 0 0 6 5,6 4 3,7 20 18,5 3 2,8 8 7,4 2 1,9 0 0 % 43 39,8

mais

de

51

anos

0 0 0 0 1 0,9 4 3,7 1 0,9 10 9,3 1 0,9 1 0,9 1 0,9 2 1,9 21 19,4

Total 0 0 1 0,9 1 0,9 12 11,1 6 5,6 46 42,6 8 7,4 27 25,0 4 3,7 3 2,8 108 100

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A maioria dos inquiridos 40,7% tem até 35 anos. Ao nível das competências de

utilização das TIC no processo ensino/aprendizagem, verificou-se que embora os

professores considerem na sua maioria, possuir competências ao nível razoável/bom

(80,6%) na utilização das TIC, a maioria refere não possuir formação na área das TIC

para as NEE’s (76,9%)

Quadro 8 - Caracterização da Amostra – Formação em TIC para as NEE’s e Frequência de

Utilização do Computador

Formação na área das TIC

para as NEE's Frequência de Utilização do Computador

Não Sim Não utilizo

Algumas vezes

por ano

Algumas vezes

por mês

2 a 3 vezes por

semana Todos os dias

Sexo Sexo Sexo Sexo Sexo Sexo Sexo

Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Fem.

F % F % F % F % F % F % F % F % F % F % F % F % F % F %

15 13,9 68 63 4 3,7 4 3,7 0 0 4 3,7 2 1,9 14 13 1 0,9 11 10,2 6 5,6 19 17,6 10 9,3 41 38

Os professores participantes no nosso estudo recorrem ao uso do computador com

frequência (70,5%) na sua prática pedagógica.

5. Medidas e Indicadores

No nosso estudo usámos o questionário como instrumento na recolha de dados. Tal

como refere Quivy e Campenhoudt, (1995) o inquérito por questionário consiste em

colocar a um conjunto de inquiridos uma série de perguntas relativas à situação social,

profissional ou familiar, dando relevo às suas atitudes em relação a opções ou questões

humanas e sociais, às suas expectativas, ao seu nível de conhecimento ou consciência de

um acontecimento ou de um problema, ou ainda sobre qualquer outro ponto que

interesse os/as investigadores.

Apesar de todos os limites e problemas adjacentes a este método de recolha de

informação (peso e custo elevado, superficialidade das respostas, entre outros), parece

ser aquele que melhor se aplica nos casos em que é necessário interrogar um grande

número de pessoas. Por outro lado, também permite tomar conhecimento dos seus

comportamentos, opiniões e valores e, ainda, quantificar uma multiplicidade de dados

(Quivy e Campenhoudt, 1995).

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O questionário aplicado (Anexo 1) é composto por perguntas de natureza fechada e

aberta. Segundo Hill e Hill (2002), estas questões são úteis para recolher informação

qualitativa de forma a complementar e contextualizar a informação quantitativa.

A primeira parte do nosso questionário destina-se à recolha de dados de carácter

pessoal dos docentes, nomeadamente, sexo, idade, habilitações académicas, tempo de

serviço, funções que desempenha e se trabalha com alunos com NEE’s.

A parte seguinte do questionário é constituída por questões de resposta rápida,

referentes aos conhecimentos e uso das TIC no processo de ensino/aprendizagem.

A terceira parte do questionário, é composta por uma escala de inventário de

atitudes, que se denominou EIA e assumiu a forma de uma Escala de formato Likert

com cinco níveis de resposta, indo do discordo totalmente até ao concordo totalmente.

As escalas tipo Likert, de acordo com Gable (1986), são frequentemente usadas, pois

apresentam validade, são de fácil construção e fáceis de adaptar para medir vários tipos

de características no domínio afectivo e atitudinal. Para além de que, é o investigador

que determina a atribuição de um valor positivo-negativo ao item. Os respondentes têm

de se posicionar numa gradação afectiva/atitudinal de acordo com a sua concordância

ou discordância em relação ao assunto. Considerámos o parecer de Gable (1986) na

utilização de itens redigidos na forma negativa para evitar as respostas padrão. A

resposta padrão é o posicionamento do respondente numa posição neutra (valor médio

3), numa escala de 5 pontos de Likert. Explicámos ao respondente, nas instruções de

preenchimento da escala, para indicar o grau de concordância ou discordância para cada

um dos itens, podendo optar por um dos níveis de resposta; 1 – Discordo Totalmente; 2

– Discordo; 3 – Indiferente; 4 – Concordo; 5 - Concordo Totalmente.

A quarta e última parte do questionário, contém duas questões de natureza aberta,

que possibilitarão a recolha de dados mais específicos sobre a opinião de cada inquirido.

Para o tratamento destes dados procedemos a uma análise de conteúdo. De acordo com

a autora Bardin (1977) “a análise de conteúdo é um conjunto de técnicas que analisam as

comunicações procurando obter indicadores que permitam inferências de conhecimentos referentes às

condições de produção das mensagens,” ( p.17).

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Esta ferramenta vai ao encontro dos nossos objectivos na recolha dos dados uma

vez que é possível auscultar as opiniões/representações dos docentes acerca das

questões envolvidas no estudo.

6. Procedimentos

O presente estudo decorreu em diferentes fases. Após uma revisão bibliográfica

fizemos o primeiro esboço do questionário a aplicar. Os procedimentos adoptados

tiveram em linha de conta as orientações sugeridas pelos autores em que se baseia a

metodologia de investigação.

Tivemos a preocupação de, no início do questionário, escrever uma nota

introdutória ao estudo explicando que a sua finalidade é a de avaliar as atitudes dos

professores face ao uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) e

Tecnologias de Apoio (TA) na Inclusão de alunos com Necessidades Educativas

Especiais (NEE) em salas de 1º Ciclo.

Uma vez redigida a primeira versão do questionário, isto é, concluída a formulação

de todas as questões e a sua ordem, passámos o instrumento a alguns docentes de forma

a verificar a compreensão dos itens e a possibilidade de clarificar der alguns conceitos.

Após esta primeira passagem do questionário foram introduzidas algumas

alterações sugeridas pelos docentes, tendo-se chegado a uma versão definitiva do

questionário. O questionário QAPCI (Questionário de Atitudes dos Professores sobre o

uso das TIC em Contextos de Inclusão) (Anexo 1), inclui perguntas fechadas e abertas e

tem como público-alvo os professores do ensino regular, de educação especial e do

apoio sócio-educativo, que se encontrem a leccionar em escolas do 1º Ciclo do ensino

regular.

Para distribuir os questionários, por questões de conveniência, fomos a quatro

Agrupamentos da região da grande Lisboa. Contactámos directamente o(a) Director(a),

apresentámos o estudo e fizemos um pedido de autorização por escrito (Anexo 2) a

solicitar a sua aplicação nas escolas de 1º Ciclo dos respectivos Agrupamentos.

Após a aprovação, dirigimo-nos às escolas de 1º Ciclo, e entregámos os

questionários em mão, às Coordenações das respectivas escolas que se

responsabilizaram pela sua distribuição aos professores (ensino regular, educação

especial e apoio sócio-educativo).

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A data da recolha dos questionários foi acertada com as Coordenações e o prazo

médio de entrega foi de 15 dias.

Os professores foram receptivos ao estudo, havendo uma taxa aproximada de 70%

de questionários respondidos.

Os questionários foram analisados de forma quantitativa em relação às questões

de natureza fechada, escala de tipo Likert, e procedeu-se à análise de conteúdo das duas

questões finais de natureza aberta.

Todos os questionários foram alvo de tratamento estatístico, com recurso ao

programa informático Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 19.0,

construindo-se uma base de dados, efectuando-se uma análise estatística das respostas

dos inquiridos, analisando-se algumas relações entre diferentes variáveis. Para a análise

de conteúdo das duas questões de natureza aberta, procedeu-se à transcrição das

respostas, de forma fidedigna, para que não se alterasse o sentido das ideias/ opiniões

transmitidas. Após a transcrição as respostas foram analisadas (Anexo 3), procurando

observar-se as ideias principais, de forma a construir categorias e subcategorias com

base nas frases e expressões que se registaram com uma certa regularidade.

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45

III. Apresentação e Análise de Resultados

Relativamente à análise factorial da escala do inventário de atitudes (EIA), para

avaliar a possibilidade de aplicação desta análise assegurou-se a correlação da

informação inicial, tendo-se para isso recorrido à estatística de Kaiser-Meyer-Olkin

(KMO), que compara as correlações entre as componentes iniciais, e ao teste da

esfericidade de Bartlett, que testa a hipótese da matriz de correlações ser igual à matriz

identidade.

Quadro 9 - KMO e Teste de Barlett

Medida de adequação amostral de Kaiser-Meyer-Olkin. ,748

Teste de esfericidade de Bartlett 2 aproximado 544,378

Gl 153

Sig. ,000

Reis (2001) considera que a “análise de componentes poder ser considerada “boa” ou

“muito boa” quando a estatística do KMO apresenta valores acima de 0.80, “razoável”ou “média” com

valores acima de 0.60, e “inaceitável” quando os valores se apresentam inferiores a 0.50.” (p. 279)

Assim, podemos considerar que a análise factorial de componentes principais

(ACP) aos dezoito itens se revelou adequada, de acordo com o elevado teor da

estatística de KMO resultante (0,748; n=108).

O quadro 10 apresenta os valores das extracções dos itens da EIA.

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46

Quadro 10 - Coeficientes de extracção para a análise factorial

Itens Comunalidades

1. A utilização das TIC oferece vantagens pedagógicas significativas para os alunos NEE's. ,591

2. As Tecnologias de Apoio habilitam os alunos com NEE's a transpor obstáculos impostos

pelo seu perfil desenvolvimental.

,569

3. As TIC podem auxiliar no desenvolvimento de competências cognitivas e de socialização. ,516

4. As TIC devem ser utilizadas em trabalho colaborativo em alunos com NEE's. ,302

5. A utilização colaborativa das TIC em alunos com e sem NEE's potencia a Plena Inclusão na

sala de aula.

,432

6. As TIC permitem a adaptação a estilos e ritmos de aprendizagem diferenciados. ,447

7. Um computador tem muita utilidade para um aluno com NEE's. ,503

8. Todas as salas de aula devem estar equipadas pelo menos com um computador para

utilização dos alunos.

,362

9. A utilização das Tecnologias de Apoio em sala de aula pode ser distractiva para os alunos

com NEE's.

,636

10. A formação na área de TIC é de grande importância para um professor que apoia alunos com

NEE's.

,523

11. As acções de formação em TIC e TA em NEE's devem ser realizadas com a presença de

alunos com NEE's.

,230

12. Os professores devem estar actualizados ao nível de estratégias de utilização das TIC nas

NEE's.

,462

13. As TIC actualmente existentes em língua portuguesa não são suficientes para um apoio

eficaz de alunos com NEE.

,319

14. A centralização de recursos humanos e materiais na área das TIC nas NEE's (Centros de

Recursos TIC para a educação especial) não constitui uma opção de gestão dos apoios aos

alunos.

,382

15. As escolas regulares possuem os recursos TIC suficientes para acolher os alunos com NEE's. ,400

16. Existem muitos materiais que podem ser melhor rentabilizados através de um computador. ,608

17. A cooperação actual entre profs e outros profissionais (psicólogos, terapeutas,

coordenadores TIC, profs de informática) agiliza a utilização das TIC junto aos alunos com

NEE's.

,559

18. A legislação existente sobre a educação de alunos com NEE's apoia a implementação das

TIC.

,279

Método de extracção: Análise em componentes principais.

Recorremos ao gráfico “Sree-plot” para a visualização dos valores de variância

explicada de cada componente (Reis, 1993 e 2001) (figura 1). Em relação aos pesos das

variáveis nos factores, definiu-se 0.4 como valor acima do qual se considera

significativa a contribuição das variáveis para cada factor, atendendo ao facto de que

este valor se situa tipicamente à volta de 0.30 ou 0.35 (Bryman e Cramer, 1992;

Churchill, 1995; Marouco, J. 2007; Pestana e Gageiro, 2003; Pereira, 2003).

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47

Figura 1 - Sree-plot referente à extracção de componentes principais

Numa primeira fase verificou-se existirem sete factores. Porém, dada a fraca

comunalidade dos itens, optou-se, de forma sustentada pelo método de análise do

gráfico de sedimentação em conjunto com o critério de valores próprios superiores à

unidade (figura 1), a extracção de três factores.

Quadro 11 - Total da variância explicada por factor extraído

Factor Valor próprio % Variância % Variância acumulada

1 4,650 25,833 25,833

2 2,071 11,504 37,337

3 1,398 7,765 45,102

Método de extracção: Análise das componentes principais.

A observação do quadro 11 permite verificar que os três factores extraídos

explicam 45,1% do total da variância, os quais se revelaram interpretáveis do ponto de

vista substantivo, traduzindo conforme antecipado, as atitudes dos professores do 1º

Ciclo face ao uso das TIC e TA na inclusão de alunos com NEE no 1º Ciclo do Ensino

Básico como uma realidade pluridimensional.

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48

Quadro 12 - Matriz factorial

Itens Componentes

1 2 3

1. A utilização das TIC oferece vantagens pedagógicas significativas para

os alunos NEE's.

,765

2. As Tecnologias de Apoio habilitam os alunos com NEE's a transpor

obstáculos impostos pelo seu perfil desenvolvimental.

,752

3. As TIC podem auxiliar no desenvolvimento de competências cognitivas

e de socialização.

,694

4. As TIC devem ser utilizadas em trabalho colaborativo em alunos com

NEE's.

,530

5. A utilização colaborativa das TIC em alunos com e sem NEE's potencia

a Plena Inclusão na sala de aula.

,613

6. As TIC permitem a adaptação a estilos e ritmos de aprendizagem

diferenciados.

,647

7. Um computador tem muita utilidade para um aluno com NEE's. ,700

8. Todas as salas de aula devem estar equipadas pelo menos com um

computador para utilização dos alunos.

9. A utilização das Tecnologias de Apoio em sala de aula pode ser

distractiva para os alunos com NEE's.

,794

10. A formação na área de TIC é de grande importância para um professor

que apoia alunos com NEE's.

,559 ,454

11. As acções de formação em TIC e TA em NEE's devem ser realizadas

com a presença de alunos com NEE's.

,412

12. Os professores devem estar actualizados ao nível de estratégias de

utilização das TIC nas NEE's.

,656

13. As TIC actualmente existentes em língua portuguesa não são suficientes

para um apoio eficaz de alunos com NEE.

,516

14. A centralização de recursos humanos e materiais na área das TIC nas

NEE's (Centros de Recursos TIC para a educação especial) não constitui

uma opção de gestão dos apoios aos alunos.

,487

15. As escolas regulares possuem os recursos TIC suficientes para acolher os

alunos com NEE's.

,570

16. Existem muitos materiais que podem ser melhor rentabilizados através

de um computador.

-,649

17. A cooperação actual entre profs e outros profissionais (psicólogos,

terapeutas, coordenadores TIC, profs de informática) agiliza a utilização

das TIC junto aos alunos com NEE's.

,537 -,455

18. A legislação existente sobre a educação de alunos com NEE's apoia a

implementação das TIC.

Método de extracção: Análise de componentes principais.

Realizou-se uma análise factorial dos itens do inventário de atitudes com rotação

Varimax (ortogonal). Os resultados obtidos figuram no quadro 13.

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49

Quadro 13 - Estrutura de matriz após rotação Varimax

Itens Componentes

1 2 3

1. A utilização das TIC oferece vantagens pedagógicas significativas para

os alunos NEE's.

,733

2. As Tecnologias de Apoio habilitam os alunos com NEE's a transpor

obstáculos impostos pelo seu perfil desenvolvimental.

,709

3. As TIC podem auxiliar no desenvolvimento de competências

cognitivas e de socialização.

,715

4. As TIC devem ser utilizadas em trabalho colaborativo em alunos com

NEE's.

,454

5. A utilização colaborativa das TIC em alunos com e sem NEE's

potencia a Plena Inclusão na sala de aula.

,529

6. As TIC permitem a adaptação a estilos e ritmos de aprendizagem

diferenciados.

,639

7. Um computador tem muita utilidade para um aluno com NEE's. ,697

8. Todas as salas de aula devem estar equipadas pelo menos com um

computador para utilização dos alunos.

,488

9. A utilização das Tecnologias de Apoio em sala de aula pode ser

distractiva para os alunos com NEE's.

,674 ,404

10. A formação na área de TIC é de grande importância para um professor

que apoia alunos com NEE's.

,678

11. As acções de formação em TIC e TA em NEE's devem ser realizadas

com a presença de alunos com NEE's.

,454

12. Os professores devem estar actualizados ao nível de estratégias de

utilização das TIC nas NEE's.

,677

13. As TIC actualmente existentes em língua portuguesa não são

suficientes para um apoio eficaz de alunos com NEE.

,414

14. A centralização de recursos humanos e materiais na área das TIC nas

NEE's (Centros de Recursos TIC para a educação especial) não

constitui uma opção de gestão dos apoios aos alunos.

,594

15. As escolas regulares possuem os recursos TIC suficientes para acolher

os alunos com NEE's.

,632

16. Existem muitos materiais que podem ser melhor rentabilizados através

de um computador.

-,495 ,577

17. A cooperação actual entre profs e outros profissionais (psicólogos,

terapeutas, coordenadores TIC, profs de informática) agiliza a

utilização das TIC junto aos alunos com NEE's.

,667

18. A legislação existente sobre a educação de alunos com NEE's apoia a

implementação das TIC.

,512

Método de extracção: Análise de componentes principais. Método de rotação: Varimax com

Normalização Kaiser. Rotação a convergir após cinco repetições.

Após a rotação, a interpretação dos agrupamentos entre itens com maior

contribuição para cada um dos três factores extraídos permitiu-nos associar três

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50

dimensões: Factor 1 – Inclusão e TIC; Factor 2: Determinações na utilização das TIC; e

Factor 3: Políticas e pedagogias de Inclusão.

Verificaremos, de seguida, que as qualidades psicométricas desta solução são

muito aceitáveis, não havendo grande dispersão dos pesos dos itens por mais do que um

factor, o que revela uma boa ortogonalidade entre as 3 subescalas.

Quadro 14 - Coeficientes da análise factorial de componentes principais dos 3 factores extraídos

Itens Pesos

Factor 1 Subescala – Inclusão e TIC (IT)

1. A utilização das TIC oferece vantagens pedagógicas significativas para os

alunos NEE's.

,733

2. As Tecnologias de Apoio habilitam os alunos com NEE's a transpor

obstáculos impostos pelo seu perfil desenvolvimental.

,709

3. As TIC podem auxiliar no desenvolvimento de competências cognitivas e de

socialização.

,715

4. As TIC devem ser utilizadas em trabalho colaborativo em alunos com NEE's. ,454

5. A utilização colaborativa das TIC em alunos com e sem NEE's potencia a

Plena Inclusão na sala de aula.

,529

6. As TIC permitem a adaptação a estilos e ritmos de aprendizagem

diferenciados.

,639

7. Um computador tem muita utilidade para um aluno com NEE's. ,697

8. Todas as salas de aula devem estar equipadas pelo menos com um

computador para utilização dos alunos.

,488

10. A formação na área de TIC é de grande importância para um professor que

apoia alunos com NEE's.

,678

12. Os professores devem estar actualizados ao nível de estratégias de utilização

das TIC nas NEE's.

,677

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51

Itens Pesos

Factor 2 Subescala – Determinações na utilização das TIC (DTIC)

9. A utilização das Tecnologias de Apoio em sala de aula pode ser distractiva

para os alunos com NEE's.

,674

11. As acções de formação em TIC e TA em NEE's devem ser realizadas com a

presença de alunos com NEE's.

,454

14. A centralização de recursos humanos e materiais na área das TIC nas NEE's

(Centros de Recursos TIC para a educação especial) não constitui uma opção

de gestão dos apoios aos alunos.

,594

15. As escolas regulares possuem os recursos TIC suficientes para acolher os

alunos com NEE's.

,632

Itens Pesos

Factor 3 Subescala – Políticas e pedagogias de Inclusão (PPI)

13. As TIC actualmente existentes em língua portuguesa não são suficientes para

um apoio eficaz de alunos com NEE.

,414

16. Existem muitos materiais que podem ser melhor rentabilizados através de um

computador.

,577

17. A cooperação actual entre profs e outros profissionais (psicólogos, terapeutas,

coordenadores TIC, profs de informática) agiliza a utilização das TIC junto

aos alunos com NEE's.

,667

18. A legislação existente sobre a educação de alunos com NEE's apoia a

implementação das TIC.

,512

Método de extracção: Análise dos componentes principais.

De forma a percebermos as qualidades psicométricas da escala utilizada, fomos

analisar a sua consistência interna, através do Alpha de Cronbach.

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52

Primeiro, estudámos a escala na sua globalidade, revelando um Alpha de

Cronbach de 71. Claramente dentro do normalmente exigido para comprovar a

fiabilidade das escalas, já que os valores tidos como aceitáveis para atestar a fiabilidade

das escalas rondam os 70, podendo ser ainda mais baixos quando se trata de

investigações exploratórias (Bryman e Cramer, 1992, Reis e Moreira, 1993, Hair et al.

1998, Marouco, 2007), e demonstrativo do acerto da ideia inicial.

Analisando os valores do Alpha para cada item, observamos do mesmo modo

uma boa consistência interna, não existindo nenhuma melhoria no valor do Alpha com a

eliminação de qualquer item.

Quadro 15 - Estatístitcas inter-item para a escala na Globalidade

Itens Média da escala se

item eliminado

Variância da escala se

item eliminado

Correlação corrigida

inter-item

Alpha se item

eliminado

1 66,10 30,410 ,491 ,681

2 66,24 29,493 ,526 ,674

3 66,28 30,614 ,445 ,684

4 66,16 30,601 ,358 ,688

5 66,47 29,410 ,483 ,676

6 66,31 29,919 ,488 ,678

7 66,20 30,313 ,454 ,682

8 65,92 32,507 ,132 ,706

9 68,15 29,081 ,224 ,709

10 66,32 30,053 ,361 ,686

11 67,34 30,452 ,215 ,703

12 66,19 30,401 ,439 ,683

13 67,06 30,389 ,269 ,696

14 67,54 32,718 -,021 ,735

15 68,57 31,013 ,114 ,719

16 66,55 31,820 ,154 ,706

17 66,81 28,358 ,451 ,674

18 67,11 31,072 ,226 ,699

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53

Posteriormente calculámos separadamente, o Alpha de Cronbach para cada um

dos factores, de forma a garantir a consistência interna de cada subescala.

Subescala – Inclusão e TIC (ITIC):

Quadro 16 - Estatísticas inter-item para a subescala - Inclusão e TIC (ITIC)

Itens Média da escala se

item eliminado

Variância da escala se

item eliminado

Correlação corrigida

inter-item

Alpha se item

eliminado

1 39,90 12,728 ,683 ,812

2 40,04 12,372 ,624 ,815

3 40,07 12,966 ,601 ,819

4 39,95 13,222 ,418 ,835

5 40,27 12,666 ,491 ,829

6 40,11 12,754 ,564 ,821

7 40,00 12,710 ,612 ,817

8 39,71 13,982 ,340 ,840

10 40,12 12,425 ,496 ,830

12 39,99 12,925 ,555 ,822

A subescala determinada a partir do factor 1, originado na análise factorial de

componentes principais, revela um Alpha de Cronbach de 0.84. Analisando os valores

de Alpha para cada item, observamos do mesmo modo uma boa consistência, não

existindo nenhuma melhoria no valor de Alpha com a eliminação de qualquer item.

Subescala - Determinações na utilização das TIC

Quadro 17 - Estatísticas inter-item para cada subescala - Determinações na utilização das TIC

(DTIC)

Itens Média da escala se

item eliminado

Variância da escala se

item eliminado

Correlação corrigida

inter-item

Alpha se item

eliminado

9 8,55 3,951 ,466 ,283

11 7,74 5,801 ,234 ,509

14 7,94 5,295 ,276 ,479

15 8,97 5,205 ,275 ,480

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54

A subescala determinada a partir do factor 2, originado da análise de

componentes principais, revela um Alpha de Cronbach de 0.52. Analisando os valores

para cada item, observamos do mesmo modo uma boa consistência, não existindo

nenhuma melhoria no valor de Alpha com a eliminação de qualquer item.

Subescala – Políticas e pedagogias de Inclusão (PPI)

Quadro 18 - Estatísticas inter-item para a subescala - Políticas e pedagogias de Inclusão (PPI)

Itens Média da escala se

item eliminado

Variância da escala se

item eliminado

Correlação corrigida

inter-item

Alpha se item

eliminado

13 11,53 2,868 ,165 ,485

16 11,02 2,859 ,275 ,382

17 11,29 2,020 ,457 ,155

18 11,58 2,993 ,176 ,466

A subescala determinada a partir do factor 3, originado na análise factorial de

componentes principais, revela um Alpha de Cronbach de 0.46. Analisando os valores

de Alpha para cada item, observamos do mesmo modo uma boa consistência, A escala

poderia melhorar no valor de Alpha com a eliminação do item 13 ou do item 18, apesar

disso ainda insuficiente para ser considerada uma boa subescala.

Quadro 19 - Matriz de correlação factorial

Factor 1 (ITIC) 2 (DTIC) 3 (PPI)

1 – Inclusão e TIC (ITIC) 1,000

2 – Determinações na utilização das TIC (DTIC) -,050 1,000

3 – Políticas e pedagogias de Inclusão (PPI) ,369 ,125 1,000

Método de extracção: Análise das componentes principais.

Método de rotação: Varimax com normalização Kaiser.

É de destacar, na matriz de correlação do quadro 19, a correlação positiva

esperada, entre a Inclusão e TIC e as Políticas e pedagogias de Inclusão, evidenciam

duas dimensões de causalidade distintas.

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Quadro 20 - Resumo das qualidades psicométricas da EIA

Factores / Subescalas Nº de itens Alpha Valor próprio % Variância

1. Inclusão e TIC 10 .84 4,650 25,833

2. Determinações na utilização das TIC 4 .52 2,071 11,504

3. Políticas e pedagogias de Inclusão 4 .46 1,398 7,765

Total EIA 18 .71 8,118 45,102

Os resultados da análise factorial e da consistência interna dos itens mostraram-

se satisfatórios, verificou-se que tanto a escala na globalidade como as duas primeiras

subescalas oferecem garantias de consistência interna dos seus itens.

De seguida foram construídas três variáveis dependentes correspondentes à

média aritmética dos valores obtidos em cada um dos itens da escala, dando origem a 3

subescalas com as seguintes denominações (como já acima fora referido):

Inclusão e TIC

Determinações na utilização das TIC

Políticas e pedagogias de Inclusão

Com as três novas variáveis passou-se à análise de variância com as variáveis

independentes do estudo:

Habilitações Académica dos professores

Sexo

Formação específica em TIC para as NEE’s

Frequência de utilização do computador

Competências em TIC

De seguida, recorremos à análise da normalidade das distribuições das variáveis

e à homogeneidade da variância, avaliadas respectivamente pelos testes de

Kolmogorov-Smirnov e Levene. Realizámos, também, a análise dos compósitos, pelo

cálculo da soma, média e percentagem média das variáveis estudadas. Procedemos,

posteriormente, à análise das diferenças de médias das variáveis e, para isso, utilizámos

teste estatístico paramétrico T – Student, respeitando o critério de homogeneidade das

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56

variâncias. Utilizámos, também, o teste de Correlação de Pearson, a fim de

determinarmos as correlações ou relacionamentos entre variáveis, influências das

variáveis independentes nas dependentes. As hipóteses do estudo já apresentadas, serão

o fio condutor neste processo.

Hipótese 1

As Habilitações Académicas dos professores influenciam o uso das TIC nas

suas práticas pedagógicas.

No nosso estudo a variável Habilitações Académicas foi recodificada, na base de

dados criada no SPSS. Para as categorias Bacharelato ou Licenciatura passámos a

considerar Formação Inicial; e para as categorias Pós-Graduação/ Especialização,

Mestrado ou Doutoramento, passámos a considerar Formação Pós-Graduada. Esta

recodificação melhorou o tratamento e análise dos dados a tratar.

Quadro 21 - Habilitações Académicas

Categorias N Média Desvio

Padrão

Erro típ. da

média

Inclusão e TIC Formação Inicial 84 4,41 ,39 ,04

Formação Pós-Graduada 24 4,58 ,40 ,08

Determinações na

utilização das TIC

Formação Inicial 84 2,78 ,70 ,08

Formação Pós-Graduada 24 2,72 ,71 ,15

Políticas e pedagogias de

Inclusão

Formação Inicial 84 3,80 ,49 ,05

Formação Pós-Graduada 24 3,72 ,56 ,11

Para realizar o cruzamento entre as três dimensões e a variável Habilitações

Académicas, realizámos os testes estatísticos necessários e concluímos que as

Habilitações Académicas distinguem significativamente as médias na dimensão

Inclusão e TIC, destacando-se os professores com formação Pós-Graduada com uma

média de 4.58.

Para verificar se existiam diferenças significativas entre os valores médios

relativos às três dimensões e à variável Habilitações Académicas, foi efectuado o teste

paramétrico T-Studente (anexo 4). Os p-value resultantes da nossa amostra, ao

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57

aplicarmos o teste-t permitiram-nos assumir a homogeneidade de variâncias nas três

dimensões do estudo. Também o p-value do teste t-student é igual a 0,05 (5%), o que

nos permite rejeitar a hipótese nula (H0). Concluímos assim, que a variável Habilitações

Académicas distingue significativamente as médias na dimensão Inclusão e TIC,

constatando-se que os professores com formação pós-graduada são mais inclusivos.

Hipótese2

O sexo diferencia o interesse pelo uso das TIC em contexto de sala de aula.

Quadro 22 - Sexo

Sexo N Média Des. Pad Error típ. da

média

Inclusão e TIC Masculino 19 4,6737 ,28253 ,06482

Feminino 89 4,3978 ,39999 ,04240

Determinações na utilização das TIC Masculino 19 2,9474 ,72924 ,16730

Feminino 89 2,7275 ,68739 ,07286

Políticas e pedagogias de Inclusão Masculino 19 3,7632 ,61505 ,14110

Feminino 89 3,7893 ,47955 ,05083

Ao estudarmos esta hipótese, procurámos analisar possíveis diferenças entre

homens e mulheres na utilização das TIC em contexto sala de aula. Para esta análise

realizámos os testes estatísticos necessários e concluímos que a variável Sexo distingue

significativamente as médias na dimensão Inclusão e TIC, destacando-se os homens

com uma média de 4,6737.

Para verificar se existiam diferenças significativas entre os valores médios

relativos às três dimensões e à variável Sexo, foi efectuado o teste paramétrico T-

Studente (anexo 5). Os p-value resultantes da nossa amostra, ao aplicarmos o teste-t

permitiram-nos assumir a homogeneidade de variâncias nas dimensões Determinações

na utilização das TIC e Políticas e pedagogias de Inclusão, mas não na dimensão

Inclusão e TIC. O teste t-Studente que se utiliza é, portanto, o que assume

homogeneidade de variância. O p-value do teste t-student é inferior a 0,001 pelo que

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podemos rejeitar a hipótese nula (H0). Verificou-se que a variável Sexo distingue

significativamente as médias na dimensão Inclusão e TIC, uma vez que as mulheres

apresentam médias significativamente mais baixas que os homens.

Hipótese3

Professores com formação em TIC na área das NEE utilizam esta ferramenta

como promoção da Inclusão.

Quadro 23 - Formação específica em TIC para as NEE's

Possui formação na área das

TIC para as NEE's? N Média Des. Pad

Error típ.

da média

Inclusão e TIC Não 83 4,4108 ,37612 ,04128

Sim 25 4,5640 ,44053 ,08811

Determinações na

utilização das TIC

Não 83 2,6506 ,66021 ,07247

Sim 25 3,1500 ,68845 ,13769

Políticas e pedagogias

de Inclusão

Não 83 3,7470 ,50075 ,05496

Sim 25 3,9100 ,49937 ,09987

Relativamente à variável Formação específica em TIC para as NEE’s, e para se

verificar se existiam diferenças significativas entre a respectiva variável e as dimensões

do nosso estudo, foram utilizados novamente os testes estatísticos, acima descritos para

as outras variáveis independentes (anexo 6).

Quanto aos p-value resultantes da nossa amostra, ao aplicarmos o teste-t

permitiu-nos assumir a homogeneidade de variâncias nas dimensões Inclusão e TIC e

Políticas e pedagogias de Inclusão. Também o p-value do teste t-student é igual a 0,05

(5%), o que nos permite rejeitar a hipótese nula (H0). Concluímos assim, que a variável

Formação específica em TIC para as NEE’s distingue significativamente as médias na

dimensão Determinações na utilização das TIC, mostrando que os professores com

formação em TIC específica para as NEE’s apresentam médias mais elevadas (3,1500)

relativamente aos outros.

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59

Hipótese 4

Existe entre os professores uma relação directa entre a frequência de utilização

e competências em TIC.

Quadro 24 - Correlação entre competências TIC e a utilização do computador

Co

mo

co

nsid

era

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a

su

a p

rática

do

ce

nte

?

Como considera as suas competências de utilização das TIC?

Correlação de Pearson 1 ,354

Sig. (bilateral) ,000

N 108 108

Com que frequência utiliza o computador na sua prática docente?

Correlação de Pearson ,354 1

Sig. (bilateral) ,000

N 108 108

A correlação entre a autopercepção de competências informáticas e o grau com

que se utiliza o computador revelou existir uma correlação positiva (0,35) entre ambas.

O que se pode considerar estatisticamente significativo, para um erro inferior a 5% (p-

value = 0,000). Podemos assim considerar que o nível de competências TIC dos

professores influencia a frequência de utilização das mesmas por parte dos professores.

Apresentação de Resultados das questões abertas

Da análise referente à quarta e última parte, do nosso questionário que abarca duas

questões de natureza aberta, podemos observar na grelha de categorização em anexo

(anexo7) que obtivemos duas categorias, “utilização das TIC em contexto sala de aula”

e “processo de Inclusão de alunos com NEE – Contributo das TIC”. A primeira

categoria foi subdividida em cinco subcategorias: “Necessidade de mais material

Informático em sala”, “Formação na área das TIC”, “Cooperação entre os

professores”, “Desenvolvimento de projectos transversais entre as unidades

curriculares”, “Turmas mais reduzidas e horários próprios para as TIC”, “Cooperação

entre os professores”, “Desenvolvimento de projectos transversais entre as unidades

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curriculares” e “Turmas mais reduzidas e horários próprios para as TIC”; a segunda

subcategoria foi subdividida em quatro subcategorias: “Processo de comunicação e

aprendizagem”, “Aquisição de competência e consequente consolidação de

conhecimentos”, “Recursos Financeiros” e “Motivação como veículo de autonomia e

mudança de atitudes”.

Desta análise constatámos que os professores referem que as escolas do 1º Ciclo

deveriam estar todas elas equipadas com material informático suficiente, ou seja, pelo

menos um computador com ligação à Internet, impressora, scanner, quadros

interactivos. Neste sentido, deveria existir um maior investimento por parte das

referidas escolas em Software educativo e didáctico.

“Equipar todas as salas de aulas com, pelo menos, um computador ligado à Internet.”

(P1)

“Um computador por sala, bem como suportes informáticos.” (P11)

“Todas as salas de aula deveriam estar equipadas com pelo menos um computador,

uma impressora e scanner que funcione adequadamente e na escola deverá existir

ligação à internet (…)”(P24)

“Deve existir pelo menos um computador por sala de aula.” (P46)

“As salas de aula devem estar equipadas com material informático. Pelo menos um

computador por sala.” (P69)

“Cada sala ter um computador com ligação à Internet.” (P78)

“Deve ser fornecido aos professores pens com programas adaptados de acordo com os

NEE.” (P46)

É importante que as escolas do 1º Ciclo do Ensino Regular promovam acções de

formação (gratuitas) aos professores na área das TIC. Sendo de igual importância que os

professores da área da Informática pudessem dar uma aula introdutória e/ou de

sensibilização para que os alunos ficassem com umas noções de como utilizar os

computadores, de uma forma mais correcta e autónoma.

“Formar os professores na área das TIC.” (P1)

“Proporcionar aos professores formação com significado pedagógico. A escola deve

investir seriamente nas TIC disponibilizando aos professores todos os recursos

(…)”(P30)

“Os professores terem formação nas próprias escolas sobre a utilização das TIC e

serem sensibilizados para o uso destas em contexto de sala de aula, dando

conhecimento dos vários sistemas e materiais existentes para trabalhos com alunos com

NEE e sem NEE.” (P35)

“Formação gratuita nas TIC’s para os professores.” (P47)

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“Sensibilização e formação contínua de professores para o uso das TIC.” (P102)

“Promoção de acções de sensibilização/ formação por parte dos docentes para facilitar

a utilização das TIC.” (P26)

Para que os professores possam usufruir das TIC em sala de aula, no decurso das suas

actividades diárias, seria relevante que existisse um maior envolvimento e cooperação

por parte da classe docente, no sentido de atingir um objectivo comum: o bem-estar e

sucesso dos alunos.

“Penso que, em primeiro lugar, todos os docentes teriam que cooperar, interagir e

relacionarem-se profissionalmente; com reuniões e debates, discussões com um

objectivo único: o bem-estar dos alunos e a sua aprendizagem com sucesso.” (P12)

A existência de projectos transversais a todas as unidades curriculares incluindo as TIC,

onde se pudesse fazer recolha, tratamento e desenvolvimento de materiais e

consequentemente produção e apresentação de trabalhos entre turmas, seria uma

proposta interessante de aprendizagem e partilha de conhecimentos por parte de ambos

(professores e alunos). Assim sendo, era importante que se verificasse a existência de

mudanças ao nível legislativo (recepção de material informático) que proporcionassem,

em termos nacionais, um trabalho conjunto entre as escolas.

“Desenvolvimento de projectos transversais a todas as áreas curriculares e às TIC:

para apresentação de materiais, para elaboração de trabalhos em grupo, para

desenvolvimento de competências de escrita e leitura, para desenvolvimento de

trabalhos em tempo de estudo autónomo, para apresentação de trabalhos entre turmas,

entre outros.” (P34)

“ (…) mudar a legislação, lei, políticas, para que as escolas a uma escala nacional

possam receber material (computadores, impressoras, outros materiais informáticos)

para que possa trabalhar nesse sentido todos em conjunto.” (P12)

A redução do nº de alunos por turma seria uma alteração com sustentabilidade, pois iria

facilitar a aprendizagem, a captação e a atenção dos discentes. A existência de um

horário semanal só destinado às TIC fomentaria uma maior consolidação de

conhecimentos. No caso dos alunos com NEE, deveria ser fornecido aos docentes

programas adaptados.

“ (…) redução do nº de alunos na turma para poder dar mais atenção.” (P17)

“As turmas mais reduzidas (até 15 alunos).” (P66)

“Turmas mais reduzidas.” (P80)

“E no horário lectivo devia haver tempos semanais para se puder trabalhar a nível da

informática com os alunos.” (P31)

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62

O contributo das TIC no processo de inclusão de alunos com NEE em salas de aula do

1º Ciclo do Ensino Básico Regular, pode ser muito bom e com utilidade, na medida em

que pode facilitar a comunicação entre os alunos e servir até mesmo de inter-ajuda. As

TIC funcionaram como veículo de atenuação de barreiras inerentes à aprendizagem e

participação entre alunos com e sem NEE.

“Muito Bom.” (P1)

“Podem ter um contributo muito útil na inclusão desses alunos.” (P2)

“A TIC na inclusão de alunos com NEE em salas do Ensino Regular é fundamental.”

(P50)

“Melhorar a capacidade de comunicar e participar nas actividades propostas.” (P17)

“Podem contribuir para a inter-ajuda entre os colegas do regular e os com NEE.”

(P20)

“Inter-ajuda entre pares” (P73)

A sua utilização reduz ou elimina todas as barreiras à comunicação e quando

adaptadas às especificidade dos alunos são um facilitador à actividade e participação.

(P26)

“Atenuação ou eliminação das barreiras à aprendizagem e participação.” (P32)

“As TIC promovem o acesso à informação, comunicação e conhecimento.” (P42)

As TIC poderão proporcionar diferenciação ao nível das aprendizagens e facilitarem

aquisições de competências. Com as TIC os alunos irão consolidar mais facilmente

conteúdos e conhecimentos individuais, para além que poderem trabalhar num sentido

de grupo.

“Maior consolidação dos conteúdos trabalhados na sala. Facilidade de aplicação dos

conhecimentos individuais.” (P4)

“As TIC proporcionam a diferenciação de aprendizagens e facilitam a aquisição de

competências.” (P7)

“ (…) as TIC podem ser uma ajuda preciosa no desenvolvimento das competências das

crianças com NEE (…)”(P19)

“Permite a adaptação a estilo e ritmos de aprendizagem diferenciados.” (P70)

“Facilitador na aquisição de competências.” (P83)

“É extremamente importante a TIC no processo de inclusão dos alunos com NEE pois são um

meio facilitador no desenvolvimento das competências cognitivas.” (P104)

As TIC facilitam o processo de inclusão, os alunos com recursos financeiros mais

escassos, incluindo os com NEE’s terão acesso a um universo mais amplo de

conhecimentos e experiências.

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63

“Abertura ao acesso a um “mundo” de conhecimentos e vivências que muitos alunos

não têm por poucos recursos financeiros/ culturais das suas famílias.” (P4)

A utilização das TIC permite a transmissão de conteúdos de uma forma mais apelativa

aos alunos quer tenham NEE’s ou não, pois proporcionam actividades mais dinâmicas.

Neste sentido, os alunos ficam mais motivadas para as actividades propostas sentindo-se

melhorias quanto às suas atitudes, auto-estima e auto-confiança, para além de

adquirirem mais autonomias.

“Poderão ser um “motor” motivacional.” (P42)

“Fomentar a motivação desses alunos e desenvolver determinadas aptidões que só com

as TIC podem fornecer.” (P96)

“Proporciona actividades interactivas e dinâmicas.” (P59)

“Os alunos com este tipo de ferramentas, tornam-se mais autónomos e activos.” (P61)

“Os alunos tornam-se mais autónomos e activos.” (P65)

“ (…) os alunos vêem o trabalho no computador como um prémio, melhorando atitudes

e aumentando mesmo a sua auto-estima e auto-confiança.” (P18)

“Incentivam ao trabalho colaborativo e permitem desempenhos que conduzem a subida

da auto-estima.” (P81)

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64

IV. Discussão dos Resultados

Neste capítulo iremos fazer algumas considerações a partir das sínteses da

análise das hipóteses elaboradas ao longo da apresentação de resultados e dos resultados

apresentados das duas questões abertas, de forma a confrontar esses mesmos dados com

o enquadramento teórico realizado. Por uma questão de coerência a apresentação deste

capítulo é feita de acordo com as hipóteses levantadas no nosso estudo, visando

responder à pergunta de partida: Quais as atitudes dos professores do 1º ciclo do Ensino

Básico, face ao uso da TIC e das TA na inclusão de alunos com NEE em salas de aulas

do Ensino regular?

Existem vários estudos que relatam problemas de diversa ordem, em que o

denominador comum às diferentes barreiras que impedem a integração das TIC em

contexto educativo na inclusão de alunos com NEE, é a falta de formação dos

professores, tanto ao nível da formação inicial como da formação pós-graduada. Costa

et al. (2008) refere como factor determinante a insuficiente preparação recebida nas

instituições responsáveis pela formação, que se restringem, a maior parte das vezes, à

aprendizagem das próprias tecnologias sem perspectivar uma utilização integrada nas

actividades curriculares.

Assim sendo, partimos da hipótese de que existe uma relação entre as

Habilitações Académicas dos professores e o uso das TIC nas suas práticas pedagógicas,

onde constatámos que na variável Habilitações Académicas distinguem-se

significativamente os professores com formação Pós-graduada na dimensão Inclusão e

TIC. Alguns estudos justificam esta tendência, Florian e Hegarty (2004) realçam que a

inclusão é a característica mais importante que define as TIC. Uma vez que as TIC

ajudam a transpôr obstáculos para todos os alunos, mas especilamente os alunos com

NEE. Por outro lado, Costa (2007) menciona que mesmo quando motivados para o uso

das TIC, os professores deparam-se com grandes dificuldades, sobretudo porque não

tiveram preparação específica e adequada para o fazerem na sua formação inicial,

conseguindo, dificilmente concretizar propostas para além do que habitualmente fazem

com os seus alunos. É de salientar que a formação inicial influencia significativamente a

prática e posturas dos futuros professores e que o papel de todos os professores é

importante na educação inclusiva. Os resultados obtidos, confirmam que a formação

Pós-graduada assume assim uma forte importância na mudança de atitudes e práticas de

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65

qualquer docente.

Relativamente aos aspectos de natureza pessoal, pareceu-nos pertinente

considerar a variável “Sexo” como um dos factores determinantes à utilização das TIC e

concluímos que esta variável distingue significativamente as médias na dimensão

Inclusão e TIC, destacando-se os homens com uma média mais significativa. Vila

(2007) no seu estudo sobre a motivação dos professores face à utilização das TIC, um

estudo de Género, confirma esta tendência. Também Paiva (2002), registou atitudes

diferenciadas, pelos professores e professoras, ao nível da utilização das TIC, mais uma

vez os professores do sexo masculino utilizam mais as TIC em contexto educativo do

que as professoras.

Outra das hipóteses considerada, foi perceber se os professores com formação

em TIC na área das NEE utilizam esta ferramenta como promoção da Inclusão e

concluímos que esta variável “Formação específica em TIC para as NEE’s,” distingue

significativamente as médias na dimensão Determinações na utilização das TIC,

mostrando que os professores com formação em TIC específica para as NEE’s

apresentam médias mais elevadas relativamente aos outros. Corroborando Ribeiro

(2009), para que as TIC tenham sucesso em ajudar aqueles que mais necessitam delas

no seu percurso escolar, devem ser ajustadas às necessidades particulares desses alunos,

com o apoio de profissionais cientes do seu potencial e possuidores das competências

que permitam um uso eficaz da tecnologia. Também num estudo recente realizado por

Ribeiro, Moreira e Almeida (2009) a formação específica em TIC para as NEE’s é

apontada como determinante na promoção da Inclusão.

“A falta de formação e treino adequados tem um impacto particularmente preponderante nos

alunos com incapacidades/deficiência, porque, frequentemente, a utilização da tecnologia é uma

componente crucial no planeamento e implementação de um programa educacional para estes

alunos.” (Ribeiro, Moreira e Almeida, 2009, p. 103)

Mantoan (2000) comenta a necessidade de somar competências, produzir

tecnologia e aplicá-la à educação, à reabilitação, mas com propósitos muito bem

definidos e a partir de princípios que recusam toda e qualquer forma de exclusão social

e toda e qualquer atitude que discrimine e segregue as pessoas, nomeadamente as

situações mais cruciais de apoio às suas necessidades.

Levantámos ainda a hipótese de que o nível de competências TIC dos professores

influencia a frequência de utilização das mesmas por parte dos professores, e ao

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66

correlacionarmos a auto-percepção de competências informáticas e o grau com que se

utiliza o computador obtivemos uma correlação positiva entre ambas, isto é, o nível de

competências TIC dos professores influencia a frequência de utilização das mesmas por

parte dos professores, o que veio ao encontro das nossas expectativas. Outra das ilações

do estudo de Paiva (2002) é que os professores não utilizam o computador como um

recurso pedagógico porque se sentem inseguros e sem formação específica. A falta de

competências informáticas, penaliza a frequência de utilização das mesmas. Uma

grande parte dos professores reconhece a exigência de novas competências no uso das

TIC, revelando desconhecimento das vantagens pedagógicas das TIC no contexto

educativo, mas referindo a necessidade de saber mais sobre o assunto. Este estudo

revela, também, a existência de poucas acções de formação, deixando a descoberto a

necessidade de formação de professores relativamente às TIC.

Para finalizar, depois de analisarmos as sugestões dos professores inquiridos

relativas às alterações a implementar nas escolas de 1º Ciclo para fomentar o uso das

TIC em contexto sala de aula e sobre qual o contributo efectivo que as TIC podem ter

no processo de alunos com NEE’s, identificámos vários aspectos que considerámos

determinantes ao uso das TIC em contexto sala de aula, dos quais destacamos:

Disponibilidade de recursos informáticos (computadores, impressoras, quadros

interactivos, software educativo e software específico para alunos com NEE)

tanto na escola como na sala de aula.

Apesar dos investimentos já efectuados com Plano Tecnológico para a Educação

(PTE), os 25 Centros de Recursos TIC para a Educação Especial (CRTIC) e os

Programas e.escolas e e.escolinhas, verificamos que as escolas/ professores continuam a

apresentar carências em termos de recursos informáticos nomeadamente hardware e

software específico para alunos com NEE.

Incrementação de motivação e competências para o uso das TIC tanto por parte

dos professores como dos alunos.

A literatura aponta, efectivamente, para esta necessidade, Perrenoud (2000)

acrescenta que as competências para o uso das TIC são uma das dez competências mais

importantes no processo ensino-aprendizagem.

Promoção de formações básicas e específicas em TIC para os professores.

Tal como Paiva (2002), Silva (2005), Piano (2007) e Alves (2008) referem, não

é a simples introdução do computador na escola que vai provocar uma mudança

paradigmática na arte de ensinar e aprender. A formação dos professores é

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extremamente importante, sendo condicionante no sucesso da integração das TIC e do

apoio prestado aos alunos, nomeadamente, aos alunos com NEE. Caso contrário,

podemos ter os computadores nas escolas, mas não são utilizados pela falta de formação

dos professores, como nos avisam Ramos et al. (2007).

Trabalho em equipa entre os diferentes parceiros (professores, técnicos, escola,

escolas).

Efectivamente o papel professor não deve ser isolado. Temos de dar especial

atenção ao “trabalho cooperativo, a intervenção em parceria, a aprendizagem com os

pares, o agrupamento heterogéneo e o ensino efectivo” (Sanches, 2005, p.132). Na

prática, cabe à escola repensar aquilo que é a sua missão, existe uma realidade muito

diversificada de alunos a ensinar. É fundamental existir uma parceria pedagógica entre

os professores implicados no processo ensino-aprendizagem desse aluno/ turma, para

que se possa dar uma resposta mais eficaz e ajustada às necessidades sentidas. Esta

parceria possibilitará ao(s) professor(es), reflectir, partilhar e “discutir” problemas que

serão comuns em termos de grupo/ aluno e do contexto partilhado por todos.

Relativamente ao contributo das TIC no processo de inclusão de alunos com

NEE em salas de aula do 1º Ciclo, evocamos a opinião de alguns dos professores

inquiridos que consideram que as TIC poderão proporcionar uma diferenciação

pedagógica ao nível das aprendizagens e facilitarem a aquisição de competências,

promovendo assim o processo de inclusão de alunos com NEE’s, na medida em que

funcionaram como veículo de atenuação de barreiras inerentes à aprendizagem e

participação entre alunos com e sem NEE’s. Acrescentam ainda, que a utilização das

TIC lhes permite a transmissão de conteúdos de uma forma mais apelativa e dinâmica,

consequentemente os alunos (com e sem NEE’s) ficam mais motivados para as

actividades propostas. Também Sparrowhawk e Healde (2007), ao apresentarem os

contributos das TIC no processo de ensino aprendizagem dos alunos com NEE, referem

uma motivação acrescida; melhoria ou simplificação do processo; melhoria do

desempenho e aumento das expectativas; facilidade de diferenciação; fornecimento de

alternativas; promoção do envolvimento com o mundo real; facilidade na monitorização

e avaliação por parte do professor; apoio ao trabalho administrativo do professor e no

apoio da ligação família-professor-escola.

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68

Estes resultados, fazem-nos perceber que os professores têm consciência que as

tecnologias podem auxiliá-los a promover o desenvolvimento e a autonomia de todos os

seus alunos Graziola Junior e Schlemmer, (2008).

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69

CONCLUSÕES

Presentemente, vivemos uma realidade em que as escolas são cada vez mais um

espelho e uma sociedade progressivamente mais complexa e heterogénea. Diante deste

panorama, as escolas, têm vindo a adoptar medidas e estratégias diferenciadas, no

sentido de responder às necessidades dos alunos, através dos seus projectos educativos,

procurando criar um espírito de inclusão, onde todos tenham direito à educação de

forma equitativa (Declaração de Salamanca, 1994, Lei n.º 46/86 (Lei de Bases do

Sistema Educativo), Decreto-Lei n.º 3/2008 (revogando o Decreto-Lei n.º 319/91).

Tal como foi exposto, ao longo deste estudo, as TIC podem oferecer formas

diferenciadas de aprendizagem para os alunos com e sem NEE. Ao promover o acesso à

participação, ou simplesmente a formas atractivas de aprender, aumentando a

disponibilidade para adquirir competências e ultrapassar barreiras, as TIC tornam-se um

aliado da Inclusão. Para dar resposta a estas necessidades o Ministério da Educação tem

vindo a desenvolver projectos com o intuito de equipar as escolas, professores e alunos,

dos quais destacamos o Plano Tecnológico para a Educação (PTE), os 25 Centros de

Recursos TIC para a Educação Especial (CRTIC) e os Programas e.escolas e

e.escolinhas.

De acordo com os resultados deste estudo e tendo em conta a questão de

investigação, verificou-se que as atitudes dos professores se revelaram positivas, quanto

à necessidade e uso das TIC. Foi muito evidente, nos resultados das nossas primeira e

quarta hipóteses, onde sugeríamos uma relação entre as habilitações académicas e a

formação específica em TIC para as NEE’s, e a inclusão de alunos com NEE’s, os

professores manifestaram necessidades de formação e que a falta desta, os influencia na

não utilização das TIC sobretudo nos alunos com NEE’s. Deste modo, partilhamos as

opiniões de Ribeiro, Moreira e Almeida (2009) que consideram a formação

específica em TIC para as NEE’s como determinante na promoção da Inclusão. No

nosso estudo os professores sentem uma falta generalizada de formação, mais

concretamente na área das TIC para as NEE’s.

Constatámos, que a variável sexo também poderá influenciar o uso do

computador, uma vez que os professores do sexo masculino, apresentam uma maior

apetência para as TIC, corroborando Vila (2007), e Paiva (2002) que nos seus estudos

focam a mesma variável como um factor determinante ao uso das TIC.

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70

Relativamente ao nível de competências TIC dos professores, levantámos a

hipótese de que estas influenciam a frequência de utilização das mesmas por parte dos

professores, no nosso estudo ao considerarmos esta hipótese, verificou-se que o nível de

competências TIC dos professores influencia a frequência de utilização das mesmas por

parte dos professores.

Os professores desempenham um papel fundamental na implementação das TIC

nas salas de aula de hoje e do futuro. A formação dos professores, técnica e pedagógica,

no uso das TIC em sala de aula, pode constituir um obstáculo ou uma ajuda ao uso das

mesmas. As atitudes dos professores face ao uso das TIC tanto nas suas aulas, como no

processo de inclusão de alunos com NEE, relaciona-se fortemente com a formação

inicial ou contínua que o professor possui relativa às competências em TIC.

Roberto Carneiro (2009), alerta-nos de que "É preciso que os professores se

abram às novas tecnologias, que não tenham medo delas e as introduzam plenamente

nas suas práticas pedagógicas, para que não haja um hiato, como se verifica muitas

vezes, entre uma escola analógica, do século XX, e os alunos do século XXI.

As novas gerações são nativas da tecnologia, nascem já aptas a ela, não são

emigrantes como os mais velhos e não têm grande dificuldade no acesso e uso das

ferramentas tecnológicas. A questão é se usam as tecnologias de forma regrada, de

forma sábia, e se as conseguem aproveitar ao máximo numa perspectiva de

aprendizagem, para a educação",

Ensinar e aprender, estão cada vez mais dependentes das tecnologias, todavia as

TIC sem o factor humano torna-se inútil. Temos de manter em perspectiva que uma

implementação educativa correcta das TIC, depende fortemente da formação dos

professores.

Na recta final deste trabalho convém referir que uma das limitações, que de

alguma forma constituiu um constrangimento a uma maior clarificação da temática em

estudo, foi o número reduzido de participantes e o instrumento utilizado – EIA, para a

recolha de dados.

Como sugestões para futuros estudos neste domínio, apresentamos as seguintes

propostas: abranger um maior número de sujeitos/participantes, possibilitando a

obtenção de dados representativos e generalizáveis; do ponto de vista das mudanças ao

nível da aprendizagem, e uma vez que as principais barreiras se situam ao nível da

capacidade dos professores integrarem as TIC nas suas práticas (OCDE, 2006), faz

sentido a aplicação de um instrumento que já esteja validado para a nossa realidade,

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71

nomeadamente “O Referencial de Competências TIC”, que foi proposto pelo GEPE

sendo mais um dos projectos do Plano Tecnológico da Educação. Possibilitando assim,

aprofundar as necessidades de formação dos professores tanto do regular, como da

Educação Especial, de forma a estabelecer um programa formativo que permita a esses

profissionais utilizarem as TIC como ferramenta de inclusão.

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Despacho n.º 205/ME/85 de 15 de Novembro

Decreto-lei n.º 319/91, de 23 de Agosto

Resolução do Conselho de Ministros de n.º 16/96, de 21 de Março

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Despacho Conjunto n.º 105/97, de 1 de Julho

Decreto-Lei n.º 6/2001, de 18 de Janeiro

Decreto-Lei n.º 3/2008, de 7 de Janeiro

Resolução do Conselho de Ministros n.º 51/2008, de 19 de Março

Resolução do Conselho de Ministros n.º 12/ 2011, de 08 de Fevereiro

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ANEXOS

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ANEXO 1

Questionário aplicado (QAPCI)

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Questionário de Atitudes dos Professores sobre o uso das TIC

em Contextos de Inclusão (QAPCI)

Este questionário é anónimo e visa recolher dados para um trabalho de investigação, no âmbito

do Mestrado em Necessidades Educativas Especiais do Instituto Superior de Educação e

Ciências. O questionário tem como finalidade estudar as atitudes dos professores face ao uso

das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) e Tecnologias de Apoio (TA) na Inclusão

de alunos com Necessidades Educativas Especiais (NEE) em salas de 1º Ciclo.

Tema: As TIC e a Inclusão de Alunos com NEE em salas de 1º Ciclo: um estudo sobre as

atitudes dos professores.

Destinatários: Docentes do 1º Ciclo do Ensino Regular; de Apoio Educativo e de Educação

Especial

Por favor, assinale com um x e (ou) preencha os espaços que correspondem à sua situação.

A – Identificação Pessoal/ Situação Profissional

1. Sexo

Masculino Feminino

2. Idade

Até 35 anos 36 a 50 anos mais de 51 anos

3. Habilitações Académicas

Bacharelato

Licenciatura

Pós-Graduação/ Especialização

Mestrado

Doutoramento

4. Tempo de Serviço (até 31 Agosto de 2009)

Até 5 anos 6 a 15 anos mais de 16 anos

5. Funções que desempenha

Docente do Ensino Regular

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Docente Educação Especial

Docente do Apoio Sócio- Educativo

6. Trabalha com alunos com Necessidades Educativas Especiais?

6.1. Se sim, há quanto tempo trabalha com alunos com NEE?

______ Anos

B. As TIC no processo de inclusão de alunos com Necessidades Educativas

Especiais

1. Possui formação na área das Tecnologias de Informação e Comunicação para as NEE’s?

Sim Não

2. Como considera as suas competências de utilização das TIC?

Muito Reduzida

Reduzida

Razoável

Boa

Muito Boa

3. Com que frequência utiliza o computador na sua prática docente?

Todos os dias

2 a 3 vezes por semana

Algumas vezes por mês

Algumas vezes por ano

Não utilizo

4. Considera a sua escola bem equipada a nível informático?

Sim

Não

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C – Na escala de inventário de atitudes (EIA) , posicione-se relativamente ao seu grau de concordância

em cada uma das afirmações: 1- Discordo Totalmente, 2 – Discordo, 3 – Indiferente, 4 - Concordo e 5 –

Concordo Totalmente.

Discordo Totalmente

Discordo Indiferente Concordo Concordo Totalmente

1. A utilização das TIC oferece vantagens pedagógicas significativas para os

alunos com NEE’s. 1 2 3 4 5

2. As Tecnologias de Apoio habilitam os alunos com NEE’s a transpor

obstáculos impostos pelo seu perfil desenvolvimental. 1 2 3 4 5

3. As TIC podem auxiliar no desenvolvimento de competências cognitivas e

de socialização. 1 2 3 4 5

4. As TIC devem ser utilizadas em trabalho colaborativo em alunos com e

sem NEE’s. 1 2 3 4 5

5. A utilização colaborativa das TIC em alunos com e sem NEE’s potencia a

Plena Inclusão na sala de aula. 1 2 3 4 5

6. As TIC permitem a adaptação a estilos e ritmos de aprendizagem

diferenciados. 1 2 3 4 5

7. Um computador tem muita utilidade para um aluno com NEE’s. 1 2 3 4 5

8. Todas as salas de aula devem estar equipadas pelo menos com um

computador para utilização dos alunos. 1 2 3 4 5

9. A utilização das Tecnologias de Apoio em sala de aula pode ser

distractiva para os alunos sem NEE’s. 1 2 3 4 5

10. A formação na área das TIC é de grande importância para um professor

que apoia alunos com NEE’s. 1 2 3 4 5

11. As acções de formação em TIC e TA em NEE’s devem ser realizadas com

a presença de alunos com NEE’s. 1 2 3 4 5

12. Os professores devem estar actualizados ao nível de estratégias de

utilização das TIC nas NEE’s. 1 2 3 4 5

13. As TIC actualmente existentes em língua portuguesa não são suficientes

para um apoio eficaz de alunos com NEE. 1 2 3 4 5

14. A centralização de recursos humanos e materiais na área das TIC nas

NEE´s (Centros de Recursos TIC para a Educação Especial) não constitui

uma opção eficaz de gestão dos apoios aos alunos.

1 2 3 4 5

15. As escolas regulares possuem os recursos TIC suficientes para acolher os

alunos com NEE´s. 1 2 3 4 5

16. Existem muito materiais que podem ser melhor rentabilizados através de

um computador. 1 2 3 4 5

17. A cooperação actual entre professores e outros profissionais (psicólogos,

terapeutas, coordenadores TIC, professores de informática) agiliza a

utilização das TIC junto dos alunos com NEE´s.

1 2 3 4 5

18. A legislação existente sobre a educação de alunos com NEE´s apoia a

implementação das TIC. 1 2 3 4 5

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D – 1. Que alterações devem existir nas escolas do 1º Ciclo para fomentar por parte dos

professores, nas suas actividades lectivas diárias, a utilização das TIC em contexto de sala de aula?

_____________________________________________________________________________

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2. Qual o contributo efectivo que as TIC podem ter no processo de inclusão de alunos com

NEE’s em salas do 1º Ciclo do Ensino Básico Regular?

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ANEXO 2

Carta enviada aos Agrupamentos de escolas

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Exmo(a). Sr(a).

Director(a) do Agrupamento

Assunto: Pedido de Autorização para aplicação de instrumento no âmbito de um estudo e

investigação

Eu, Susana Cristina da Silva Tavares Costa Esteves, a frequentar o Curso do Mestrado em

Necessidades Educativas Especiais domínio Cognitivo e Motor, no Instituto Superior de

Educação e Ciências, estou a desenvolver um trabalho de investigação sobre as Atitudes dos

Professores face ao uso das Tecnologias de Apoio (TA) na Inclusão de alunos com Necessidades

Educativas Especiais (NEE) nas salas de 1º Ciclo, orientado pelo Professor Doutor Marco

Ferreira.

Solicito por este meio, a sua autorização para aplicar um questionário aos professores de 1º

Ciclo e de Educação Especial do Agrupamento, durante os meses de Junho de 2010. Agradeço

desde já a atenção dispensada por V. Ex.ª para este assunto.

Com os melhores cumprimentos,

Susana Tavares Costa Esteves

939 397 351

Almada, 17 de Junho de 2010

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ANEXO 3

Transcrição das respostas abertas ao QAPCI

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Registo das Respostas ao QAPCI

Que alterações devem existir nas escolas do 1º Ciclo

para fomentar por parte dos professores, nas suas

actividades diárias, a utilização das TIC em contexto

de sala de aula?

Qual o contributo efectivo que as TIC

podem ter no processo de inclusão de

alunos com NEE’s em salas de aula do

1º Ciclo do Ensino Básico Regular?

P1

Equipar todas as salas de aulas com, pelo

menos, um computador ligado à Internet.

Formar os professores na área das TIC

Muito Bom

P2 ------------------------- ---------------------

P3

Todas as salas deveriam ter computador

ligado em rede para um melhor desempenho

nas actividades diárias com os alunos

Podem ter um contributo muito útil na

inclusão desses alunos.

P4

. Existência de PC’s com as devidas

capacidades/ características

. Existência de rede informática na escola

. Possibilidade de acesso à net nas salas de

aula

. Investimento sério em software educativo/

didáctico

. Acções de formação (oficinas de formação)

na área das TIC

. Maior consolidação dos conteúdos

trabalhados na sala

. Facilidade de aplicação dos

conhecimentos individuais

. Prática efectiva de um instrumento

indispensável em qualquer local de

trabalho

. Abertura ao acesso a um “mundo” de

conhecimentos e vivências que muitos

alunos não têm por poucos recursos

financeiros/ culturais das suas famílias

P5 ----------------------- -----------------------

P6 ----------------------- -----------------------

P7

Deveria haver

.mais organização

. mais recursos

. melhor rentabilização dos recursos

. As TIC proporcionam a diferenciação

de aprendizagens e facilitam a aquisição

de competências

P8 ----------------------- -----------------------

P9 ----------------------- -----------------------

P10 ----------------------- -----------------------

P11 Um computador por sala, bem como suportes

informáticos

-----------------------

P12

Penso que, em primeiro lugar, todos os

docentes teriam que cooperar, interagir e

relacionarem-se profissionalmente; com

reuniões e debates, discussões com um

objectivo único: o bem estar dos alunos e a

sua aprendizagem com sucesso. Algo que,

como sabe muitas das vezes não acontece,

sendo o trabalho feito totalmente em situação

individual…! Cada turma por si e só…!

Assim torna-se difícil a progressão das TIC

para os alunos com necessidades especiais de

educação ou outros até sem problemas

desses…

Em segundo lugar, mudar a legislação, lei,

políticas, para que as escolas a uma escala

nacional possam receber material

(computadores, impressoras, outros materiais

informáticos) para que possa trabalhar nesse

Já referi que trabalhei durante 3 anos

com dois meninos com NEE e sem

ajuda de TIC na sala de aula. Eles

tinham apoio com técnicos e professores

especializados e correu bem, os alunos

conseguiram adquirir competências

essenciais necessárias a transitarem para

anos superiores.

É possível e penso ser o futuro a

inclusão de alunos com NEE nas salas

ao pé dos outros colegas, pois são

iguais, humanos, seres humanos, só que

especiais…! Era concerteza um grande

contributo e experiência. Poderia ser

muito gratificante e ambicioso para nós

professores ver o desenvolver de uma

turma assim (…) a interacção a relação,

a socialização…

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sentido todos em conjunto.

P13 ----------------------- -----------------------

P14

As salas de aula deveriam de estar equipadas

com computadores (que trabalhe) e os

computadores ligados em rede,

Deveria haver quadros interactivos

-----------------------

P15 ----------------------- -----------------------

P16

. Acções de formação com a turma presente

. Eliminar material informático obsuleto

. Renovar e actualizar os sistemas

. Manutenção do material feita regularmente

por profissionais

Hoje em dia é muito atractivo para as

crianças a utilização do computador.

Este gosto é comum a qualquer criança,

com e sem NEE, por isso esta forma de

transmitir conteúdos é, nos tempos que

correm, fundamental.

Outro aspecto é o facto de, caso exista

material adaptado, colmatar eventuais

obstáculos que provocam diferenciação

no ensino e tentar generalizar o mesmo,

para que todos os alunos se sintam

“iguais”.

P17

Melhorar e aumentar o equipamento na

escola ou na sala de aula, redução do nº de

alunos na turma para poder dar mais atenção.

Melhorar a capacidade de comunicar e

participar nas actividades propostas.

P18

Deve haver formação em TIC e utilização de

recursos. Pessoalmente, eu desconheço

,muitos recursos e existentes para fazerem

face a tantas necessidades que alguns alunos

têm.

Deve haver computadores suficientes (pelo

menos um ou dois por sala de aula) a

funcionar, e com acesso à internet, pois

torna-se muito mais apelativa uma actividade

com som e imagens/cores do que apenas uma

“ficha” com imagens estáticas.

As hotpotatoes, são um recurso que considero

importante para ser utilizada pelos alunos,

uma vez que estes podem verificar os seus

conhecimentos e autocorrigi-los. As crianças

ficam mais motivadas.

Por outro lado, devia haver professores de

informática que ensinassem previamente os

alunos a utilizarem os computadores.

Como já mencionei anteriormente, as

crianças ficam mais despertas para a

aprendizagem, pois o tipo de trabalho

que fazem no computador cativa-os

ajudando-os a terem mais gosto pela

escola e pelas actividades propostas.

As crianças sentem que são capazes de

fazer algo que em folhas, na sua mesa,

eram capazes de não fazerem.

Por vezes, os alunos vêem o trabalho no

computador como um prémio,

melhorando atitudes e aumentando

mesmo a sua auto-estima e auto-

confiança.

P19

Sem a existência de equipamento é

impossível utilizar as TIC na sala de aula!

As TIC podem contribuir para a

inclusão de alunos com NEE’s na

medida em que podem facilitar ou

mesmo possibilitar a comunicação

destas crianças com os restantes. Por

outro lado, as TIC podem ser uma ajuda

preciosa no desenvolvimento das

competências das crianças com NEE

(que muitas vezes sabemos que têm

muitas limitações).

P20 Devem ter mais formação na área TIC, para Podem contribuir para a inter-ajuda

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ser também uma ferramenta por eles usada é

indespensável.

entre os colegas do regular e os com

NEE.

P21

A existência de computadores na sala de aula

(computadores que funcionem).

Trabalho colaborativo entre alunos com

e sem NEE’s.

Adaptação a estilos e ritmos

diferenciados, dentro da sala de aula.

P22

Devem existir computadores na sala de aula,

facto inexistente. Não tenho computador na

sala de aula.

Penso ser um grande contributo. Não

tenho experiência neste processo.

P23

A primeira grande mudança e urgente é haver

equipamento necessário para a

implementação das TIC na sala de aula do

Ensino Regular de forma a beneficiar os

alunos com NEE e os outros alunos, o que

neste momento não acontece. O único

computador que existe dentro da sala de aula

é o da professora com internet da mesma.

Contribui para uma maior integração na

turma/grupo, privilegiando trabalhos

adequados às necessidades dos alunos

P24

Todas as salas de aula deveriam estar

equipadas com pelo menos um computador,

uma impressora e scanner que funcione

adequadamente e na escola deverá existir

ligação À internet a funcionar em pelo menos

uma das salas que poderá funcionar como

biblioteca, centro de recursos,…

Podem permitir que os alunos estejam

sempre ocupados nas suas actividades,

no seu espaço e que mobilizem também

outros alunos para partilhar e colaborar

nas tarefas que realizam, uma vez que a

utilização das TIC desperta facilmente o

interesse de todos os alunos.

Para além disso, com a formação

adequada os professores poderão

utilizar software e estratégias indicadas

para realmente responder às

necessidades de aprendizagem do aluno

em questão e permitir um real

desenvolvimento das suas competências

em sala de aula.

P25 ----------------------- -----------------------

P26

As alterações que devem existir nas escolas

do 1º ciclo para fomentar por parte dos

professores nas suas actividades lectivas a

utilização das TIC no contexto escolar são:

. Mudança na atitude e nas dinâmicas

pedagógicas

. Existência de TIC e TA nos

estabelecimentos

. Criatividade por parte dos docentes nas suas

dinâmicas de forma a fomentar a utilização

das TIC e o trabalho de tutorial ou parceria

entre alunos com e sem NEE.

. Promoção de acções de sensibilização/

formação por parte dos docentes para facilitar

a utilização das TIC.

As TIC como ferramenta pedagógica de

comunicação facilita a inclusão de

alunos com NEE nas turmas de

referência pois permite que estes alunos

com competências cognitivas e

dificuldades motoras possam participar

activamente.

A sua utilização reduz ou elimina todas

as barreiras à comunicação e quando

adaptadas às especificidade dos alunos

são um facilitador à actividade e

participação.

P27 ----------------------- -----------------------

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P28

. Apetrechamento efectivo das salas de aula

com o software necessário

. Formação no âmbito dos preparar a utilizar

. Trabalho cooperativo em contexto de sala

de aula

. Aumentar significativamente a

participação dos alunos

. Veículo de inclusão dos alunos nas

actividades de sala de aula

P29 ----------------------- -----------------------

P30

Proporcionar aos professores formação com

significado pedagógico. A escola deve

investir seriamente nas TIC disponibilizando

aos professores todos os recursos para se

poder trabalhar com qualidade dentro da sala

de aula.

P31

Deveria haver mais computadores na sala de

aula. E no horário lectivo devia haver

tempos semanais para se puder trabalhar a

nível da informática com os alunos.

Tem um contributo positivo, uma vez

que se torna mais fácil para os alunos,

por exemplo, com dificuldades motoras,

serem incluídos nas tarefas executadas

na sala de aula. Por outro lado, por

vezes os alunos com NEE têm uma

maior facilidade em trabalhar ao nível

da língua portuguesa com o

computador, em substituição do caderno

ou livro. Assim penso que as TIC

contribuem de um modo muito positivo

para a inclusão de alunos com NEE nas

salas de aula.

P32

Formação/ Sensibilização Atenuação ou eliminação das barreiras à

aprendizagem e participação.

P33

O professor de ensino regular é considerado o

recurso mais importante no ensino de alunos

dom Necessidades Especiais;

consequentemente, a sua formação é um

factor fundamental no desenvolvimento das

práticas educativas. Para tal, é necessária a

introdução de uma mudança significativa nas

práticas tradicionais de ensino. Esta mudança

de perspectiva implica a introdução das TIC

na sala de aula por forma a providenciar

novas oportunidades de participação dos

alunos considerando e respeitando as suas

capacidades, o que requer que o professor

possua conhecimentos nesta área.

A formação dos professores na área das TIC

é imprescindível e é por aí que tem que se

começar.

É fundamental adequar equipamentos às

necessidades dos alunos para que estes

possam realizar as suas actividades sem

estigmatizar ou excluir. A integração do

computador e das TIC na sala de aula

potencia novas oportunidades de

participação dos aluno com NEE’S

tornando-se de todo imprescindível nos

dias que correm.

P34

. Um computador (pelo menos) por sala

. Se possível cada aluno possuir o seu próprio

computador

. Desenvolvimento de projectos transversais a

todas as áreas curriculares e às TIC: para

apresentação de materiais, para elaboração de

trabalhos em grupo, para desenvolvimento de

competências de escrita e leitura, para

Permite proceder a um

acompanhamento activo da aula, dos

conteúdos, pelo aluno com NEE.

Permite desenvolver as capacidades

cognitivas do aluno, em todo o

momento, mesmo que este não

acompanhe curricularmente a turma,

tornado até o próprio aluno autónomo.

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desenvolvimento de trabalhos em tempo de

estudo autónomo, para apresentação de

trabalhos entre turmas, entre outros.

Permite integrar o aluno na turma, em

termos sociais, uma vez que tanto ele,

como os colegas, realizam trabalhos e

participam nas actividades escolares,

mas respeitando as suas limitações e

correspondendo de acordo com as suas

capacidades.

P35

Os professores terem formação nas próprias

escolas sobre a utilização das TIC e serem

sensibilizados para o uso destas em contexto

de sala de aula, dando conhecimento dos

vários sistemas e materiais existentes para

trabalhos com alunos com NEE e sem NEE.

Proporciona autonomia nos trabalhos

realizados individualmente, ajuda no

desenvolvimento de várias áreas e

competências (cognitiva e de

socialização).

Permite a estes alunos uma maior auto-

estima e a adopção a estilos e ritmos de

aprendizagem diferenciados.

P36 ----------------------- -----------------------

P37 ----------------------- -----------------------

P38

----------------------- Os meios de tecnologia ajuda os alunos

de algumas características de

necessidades Educativas Especiais

nomeadamente para os alunos com

baixa visão, alguns de paralisia cerebral.

P39 ----------------------- -----------------------

P40 ----------------------- -----------------------

P41 ----------------------- -----------------------

P42

As escolas deviam estar devidamente

apetrechadas com hardware e software.

As TIC promovem o acesso à

informação, comunicação e

conhecimento. Permitem superar

obstáculos de natureza física. Poderão

ser um “motor” motivacional.

P43

. Um computador por sala

. Apoio às famílias na utilização dos

Magalhães: Assistência Técnica

Não tenho experiência a este nível, mas

penso que a inclusão é mais a nível

afectivo e de aceitação por parte dos

colegas e de toda a população escolar

P44

As escolas deverão ter mais material

informático, assim como CD’s-room

actualizados.

As salas de aula devem ter computador,

assim como acesso à Internet.

A cooperação é muito importante no

processo de Inclusão de alunos com

NEE’S. Desta forma, é muito

importante que os colegas com NEE

permaneçam o máximo de tempo junto

aos colegas sem NEE. Se existie

material Informático nas salas de Ensino

Básico Regular os alunos com NEE

poderão fazer muitas actividades em

sala de aula com o apoio dos colegas,

não havendo assim necessidade de

serem retirados.

P45

A grande alteração que deve ser realizada nas

aulas e nas escolas deve ser equipar as

escolas com materiais necessários para o

desenvolvimento de competências TIC.

As TIC são essenciais para o trabalho

com os alunos com NEE, é importante

que estes alunos possam adquirir

competências nesta área para o seu bom

desenvolvimento.

P46 Deve existir pelo menos um computador por

sala de aula.

As TIC permitem que os alunos que não

conseguem escrever possam escrever no

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Deve ser fornecido aos professores pens com

programas adaptados de acordo com os NEE

computador.

Permite fazer tarefas diferenciadas

dentro da sala de aula.

P47

. Melhorar os recursos informáticos;

. Acesso à internet;

. Formação gratuita nas TIC’s para os

professores

Os alunos com este tipo de ferramentas

tornam-se mais autónomos e activos.

P48

Deve existir ao dispor dos alunos, na sala de

aula todo o tipo de material informático

disponível para desenvolver e consolidar os

conhecimentos dos alunos.

São as TIC que permitem que os

discentes com NEE se integrem e se

habituem a trabalhos e a interagis com

outros colegas.

Por sua vez, ficam com a hipótese de se

sentir alunos com condições idênticas

aos restantes alunos.

P49

Haver um pc em sala de aula, para fomentar

o uso do mesmo para pesquisas e até mesmo

para fomentar a amizade entre alunos de

várias escolas através de Blog’s e do email.

Acho que faz todo o sentido usar este já

meio de comunicação banal na faixa

etária escolar pois provoca nos jovens

uma evolução incrível e muito positiva.

Os prof’s das E.E. devem apostar cada

vez mais no uso das TIC.

P50

Existir computadores em todas as salas de

aula para utilizar as TIC em contexto sala de

aula.

As TIC na inclusão de alunos com NEE

em salas do Ensino Regular é

fundamental.

P51

Penso que deveria caminhar respeitando os

seguintes passos:

1º Dotar as escolas de equipamentos

informáticos – computadores, internet,

quadros interactivos

2º Avaliar quais as necessidades de formação

por parte dos docentes;

3º Construir um plano de formação, que

passe pelo acompanhamento dos docentes na

sua prática diária;

4º Os PCT’s devem reflectir estas

metodologias na sala de aula.

Penso que as TIC permitem que os

alunos com fraca mobilidade, destreza

manual reduzida e problemas de

oralidade possam ultrapassar estas

dificuldades, trabalhando com a turma

nas tarefas propostas.

P52 ----------------------- -----------------------

P53

Existência de computadores suficientes nas

escolas e ainda de ligação à internet.

Segurança nas escolas para que o professor

possa trabalhar com os Magalhães.

Computadores suficientes para os alunos

trabalharem e ainda software educativo

adequado.

Trabalho em pc, permite maior

autonomia da criança e maior ligação

entre prof. do regular e do prof. de

NEE’s

P54 ----------------------- -----------------------

P55

As principais alterações são a verdadeira e

plena introdução de computadores nas salas

de aula.

Por se tratarem de estratégias que

exigem a interacção, influenciam em

grande medida a inclusão. Por sua vez

as TIC são recursos e instrumentos

muito válidos do ponto de vista da

motivação, dos estímulos, do

desenvolvimento cognitivo e social.

P56 Primeiro, as escolas devem estar munidas de

computadores com acesso à Internet. Só

As TIC podem contribuir para a

aquisição de competências sociais em

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assim poderá haver uma motivação e

interesse na área das TIC. Desta forma a

formação de professores será também mais

real.

alunos com NEE e deste modo,

promover, ou ajudar a promover a

inclusão destes alunos.

P57

A existência de equipamento informático

bem como internet nas salas de aula.

Suponho que existam certas actividades

que sejam mais fáceis de trabalhar

através do computador, dependendo da

incapacidade de cada criança.

P58

. Existência de computadores e ligação à

internet

. Existência de manutenção dos

computadores

. Maior acreditação das TIC por parte dos

Directores de Agrupamento

. Maior facilidade de aprendizagem

P59 . Mais computadores nas salas. Proporciona actividades interactivas e

dinâmicas.

P60

Devem ser, na verdade introduzidos os

computadores nas salas de aula, na prática e

não apenas teoricamente.

Têm um contributo importante, por se

tratarem de estratégias que exigem a

interacção e fomentam a inclusão, bem

como a motivação e o desenvolvimento

cognitivo e social.

P61

. Melhorar os recursos informáticos

. Acesso à internet

. Formação gratuita nas tic’s para os

professores

. Os alunos com este tipo de

ferramentas, tornam-se mais autónomos

e activos.

P62 ----------------------- -----------------------

P63

Um maior número de recursos tecnológicos

ao alcance dos professores, de modo a que se

possa implementar este tipo de actividades.

. Diversidade de estratégias

. Implementação de novas práticas

. Motivação

. Trabalhar novos conteúdos de forma

adaptada à realidade

P64 ----------------------- -----------------------

P65

. Melhorar os recursos informáticos

. Acesso à internet

. Formação gratuita nas tic’s para os

professores

. Os alunos tornam-se mais autónomos e

activos

P66

As salas devem ser maiores.

As turmas mais reduzidas (até 15 alunos)

Informatizar as salas

As TIC podem motivar os alunos à

aprendizagem. Os alunos gostam muito

de computadores, jogos,… isso pode ser

utilizado para conseguir o que nós

pretendemos.

P67

. Equipar cada sala com (pelo menos) 1

computador com software adequado.

. Formação de professores em TIC (obs. – já

existe alguma mas ainda não é suficiente)

O contributo, neste âmbito, pode ser

muito valioso e eficaz. Por exemplo – o

recurso da Internet como meio de

comunicação;

- a utilização de tecnologias como

comandos de voz (invisuais) teclados no

monitor e outras …

P68

Equipamento informático com software

adequado em todas as salas de aula e salas de

professores e de coordenação.

Quadros interactivos nas salas de aula e

ligação à internet do computador da sala de

aula.

Se cada aluno com NEE tivesse o seu

computador permitiria um

desenvolvimento e ritmo de

aprendizagem diferenciado, contudo

necessitaria de maior apoio também de

um profissional especializado no

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Acções de formação gratuitas. contexto de sala de aula.

P69

As salas de aula devem estar equipadas com

material informático. Pelo menos um

computador por sala.

Continuação da formação de professores em

TIC.

A que existe é insuficiente e deveria ser

gratuita.

-----------------------

P70

. Todas as salas de aula devem estar

equipadas pelo menos com um computador

para utilização dos alunos.

. Formação para professores na área das

Tecnologias de Informação e Comunicação

para NEE.

. Permite a adaptação a estilo e ritmos

de aprendizagem diferenciados.

. Existem materiais que podem ser

rentabilizados através de um

computador.

. Oferece vantagens pedagógicas para os

alunos.

P71

As salas de aula estarem efectivamente

equipadas com material informático

necessário

Inclusão social – caso das P.C.

Organização das competências

cognitivas – feed back muitas vezes só

possível pela utilização do computador.

Operacionalização – invisuais (Braille)

Os contributos são imensos.

P72

As salas de aula do 1º Ciclo deviam possuir

material informático para desenvolver a

utilização das TIC. Algumas escolas possuem

material obsoleto que deveria ser substituído.

Alunos com paralisia cerebral podem

beneficiar muito com o uso do

computador.

P73

As salas de aula deveriam estar apetrechadas

com computadores e impressoras ou, então,

uma sala das TIC com pelo menos 12 PC (1

PC para 2 alunos)

. Inter-ajuda entre pares

. Diferenciação de estratégias

. Maior inclusão dos alunos com NEE

em turmas regulares

. Maior socialização

P74

Melhorar o equipamento informático, bem

como a existência de mais equipamento. Pelo

menos um computador por sala.

A utilização do computador na sala de

aula permite uma melhor integração dos

alunos de NEE na turma.

P75

Em cada escola de 1º ciclo deve haver, pelo

menos, um computador por sala de aula

Considero que deve ser um instrumento

que facilita a inclusão destes alunos na

turma.

P76 ----------------------- -----------------------

P77

Considero pertinente existir mais

equipamento informático em cada sala de

aula, no mínimo um computador/ impressora

por cada grupo de quatro alunos, para que

estes possam, efectivamente/eficazmente,

potenciar o desenvolvimento académico

pretendido em todos os alunos, bem como a

sua motivação e interesse pelos conteúdos

pedagógicos.

Em cada sala de aula deveria existir também

um DataShow, de modo a tornar mais

motivantes/ atractivos os conteúdos

programáticos a leccionar e as próprias aulas,

já que a nova geração de crianças, inclusive

as do 1º ciclo, está muito propensa e aberta à

utilização das novas tecnologias.

As novas tecnologias minimizam as

diferenças existentes nas crianças com

NEE, proporcionando-lhes uma

igualdade de oportunidades, que de

outro modo não obteriam. Estas

proporcionam também aos launos com

NEE transpor/ colmatar os obstáculos

inerentes À sua deficiência , facultando-

lhe uma maior inclusão em termos

cognitivos, motores e de socialização.

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P78

Cada sala ter um computador com ligação à

Internet.

Um computador por aluno (Magalhães ou

similar)

Um professor NEE a trabalhar em

parceria com o professor titular de

turma a tempo inteiro.

P79

Deveria existir pelo menos um computador

ligado à internet e uma impressora por cada

sala de aula (se possível mais do que um).

Pode ser como processo de maior

motivação e para atenuar lacunas a nível

de escrita (para alunos com limitações,

nomeadamente nos membros

superiores).

P80

. Vários computadores na sala de aula;

. Turmas mais reduzidas;

. Ajuda de auxiliar na sala de aula.

Levar a uma eficaz inclusão de todos os

alunos.

P81

As escolas devem possuir recursos materiais

(computadores eafins) suficientes que

permitam a sua utilização em sala de aula, o

que não se verifica.

Incentivam ao trabalho colaborativo e

permitem desempenhos que conduzem a

subida da auto-estima.

P82 Dar formação aos professores nesta área. O contributo é bom, aumentando de

acordo com o grau de deficiência.

P83

Todas as escolas deveriam de ser dotadas de

equipamentos e meios técnicos adequados às

necessidades e características dos alunos.

Deveriam de ter professores e técnicos de

formação para trabalhar com as crianças

assim como ter todo o tipo de software e

hardware adaptado.

Maior qualidade no processo de ensino-

aprendizagem.

Facilitador na aquisição de

competências.

Maior acesso e é um meio facilitador de

acesso ao currículo.

P84

Devem existir mais recursos (computadores,

cd-roms e outros materiais) disponíveis para

a utilização sistemática de forma a

estabelecer como rotina a utilização dos

mesmos.

Permitem alargar conhecimentos que de

outra forma não estão acessíveis –

através da internet.

Permitem trabalho cooperativo entre

pares.

Aproximam os alunos no

desenvolvimento de trabalhos de

projecto, por exemplo.

P85

Deveria existir mais material informático,

bem como formação para professores,

técnicos, auxiliares e Enc. de Educação.

O contributo pode ser muito valioso e

contribuir para o sucesso do aluno.

P86 Mais e melhores informáticos. É essencial para trabalhar com estas

crianças.

P87

Salas devidamente equipadas, manutenção

sistemática, formação adequada e gratuita.

As TIC podem contribuir para que os

alunos consigam desenvolver de forma

mais eficaz, actividades dentro da sala

de aula em simultâneo com os seus

pares.

P88

Salas equipadas com mais materiais

informáticos.

Há muita falta de formação.

As TIC são da maior importância no

trabalho com os alunos tanto dentro

como fora da sala de aula. São muito

importantes para o seu futuro e mais

tarde integrá-los no mercado de

trabalho.

P89

Os computadores fazem muita falta para

trabalhar com os nossos alunos. São uma

ferramenta para os preparar para o futuro.

São uma ferramenta de trabalho muito

importante.

P90 Faltam computadores para os alunos São indispensáveis para trabalhar

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P91 Deverão existir computadores -----------------------

P92 Falta de material informático e os professores

deveriam de ter mais formação.

É um facilitador no processo de ensino-

aprendizagem das crianças.

P93

Formação adequada;

Recursos suficientes;

Materiais diversificados.

Com as TIC os alunos com NEE

conseguem acompanhar com maior

facilidade os temas que estão a ser

leccionados.

Actividades diversificadas com as TIC.

P94

Recursos materiais suficientes: vários

computadores na sala de aula, em rede

Facilitadores da concretização das

actividades.

Facilitador da aprendizagem.

P95

Melhor apetrechamento das escolas a nível

de fornecimento de material informático.

Dar formação aos docentes nesta área.

Não tenho conhecimento nesta área

educativa.

P96

A existência dos mesmos. Fomentar a motivação desses alunos e

desenvolver determinadas aptidões que

só com as TIC podem fornecer.

P97

Formação adequada aos recursos existentes

nas escolas;

Partilha e dinamização dos materiais

existentes;

Dinamização de actividades entre turmas.

- Pode permitir acompanhamento dos

trabalhos a par da turma;

- Pode facilitar o desempenho do aluno,

permitindo-lhe maior sucesso educativo;

- Permite-lhe uma inclusão social no

mundo tecnológico actual;

Digo pode porque as TIC podem

contribuir dependendo do tipo de NEE e

do tipo de trabalho, programa ou

adaptação informática (ex.: teclado

adaptado para os alunos com paralisia) a

que se recorra.

P98

- Pelo menos um computador por sala de

aula;

- Formação em TIC;

- Professores especializados.

- Desenvolver o conhecimento

cognitivo.

P99

Maior investimento financeiro na aquisição

de material informático.

Proporcionar formação a todos os docentes

nesta área.

Permite que não haja um desfasamento

tão grande em relação aos outros

elementos da turma.

P100

- Escolas melhores equipadas ao nível

informático;

- Formação na área para professores e

técnicos;

- Colocação de professores da área a tempo

inteiro nos Agrupamentos.

Alunos com: Paralisia Cerebral, Surdez,

Cegueira, entre outros, beneficiarão e

muito em ter as suas actividades

facilitadas através das TIC.

Deste modo poderão realizar o mesmo

tipo de tarefa que a restante turma.

P101

- PC’s em todas as salas.

- Formação de docentes.

- Abertura dos CD’s

Processo de aquisição de competências

mais atractivo.

P102

- Sensibilização e formação contínua de

professores para o uso das TIC

- Equipara as escolas

- Criar …. TIC que incluam docentes do

Ensino Especial.

- Participar em simultâneo nas

actividades que estão a ser realizadas;

- Participar de modo colaborativo em

trabalhos de grupo

P103 - Um ou mais computadores por sala - Desenvolver o conhecimento

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- Formação em TIC

- Professores especializados

cognitivo

- Desenvolver a socialização dos alunos

P104

As escolas deveriam estar todas apetrechadas

com material informático e se possível todas

as salas deveriam ter um computador, o que

não acontece na realidade.

É extremamente importante as TIC no

processo de inclusão dos alunos com

NEE’s pois são um meio facilitador no

desenvolvimento das competências

cognitivas.

P105 ----------------------- -----------------------

P106 ----------------------- -----------------------

P107 Formação

Sensibilização

Depende do NEE

P108

Todos os alunos terem um PC, Formação aos

professores nas áreas em que pode utilizar

PC. Conhecimento das potencialidades do PC

na aprendizagem e desenvolvimento humano.

O PC poderá diminuir o handicap.

Pode facilitar aspectos de

aprendizagem.

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ANEXO 4

“Teste T-Student referente à variável “Habilitações Académicas”

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Teste T-Student – Habilitações Académicas

Teste de Levene

para a igualdade de

variâncias

Teste T para a igualdade de médias

F Sig. t gl Sig.

(bilateral)

Diferença

de médias

Erro típ. da

diferença

95% Intervalo de confiança para a

diferença

Inferior Superior

Inclusão e TIC

Assumiu-se igualdade de

variâncias ,278 ,599 -1,951 106 ,05 -,17619 ,09029 -,35519 ,00281

Não se assumiu igualdade de

variâncias -1,903 35,898 ,07 -,17619 ,09260 -,36401 ,01163

Determinações na

utilização das TIC

Assumiu-se igualdade de

variâncias ,114 ,736 ,377 106 ,71 ,06101 ,16186 -,25990 ,38192

Não se assumiu igualdade de

variâncias ,372 36,503 ,71 ,06101 ,16399 -,27142 ,39344

Políticas e

pedagogias de

Inclusão

Assumiu-se igualdade de

variâncias 1,867 ,175 ,727 106 ,47 ,08482 ,11665 -,14644 ,31609

Não se assumiu igualdade de

variâncias ,675 33,696 ,50 ,08482 ,12575 -,17081 ,34046

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ANEXO 5

Teste T-Student referente à variável “Sexo”

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Teste T-Student – Sexo

Teste de Levene

para a igualdade de

variâncias

Teste T para a igualdade de médias

F Sig. t gl Sig.

(bilateral)

Diferença

de médias

Erro típ. da

diferença

95% Intervalo de confiança para a

diferença

Inferior Superior

Inclusão e TIC

Assumiu-se igualdade de

variâncias 6,030 ,016 2,854 106 ,005 ,27593 ,09669 ,08423 ,46763

Não se assumiu igualdade

de variâncias 3,563 35,375 ,001 ,27593 ,07745 ,11875 ,43311

Determinações na

utilização das TIC

Assumiu-se igualdade de

variâncias ,001 ,980 1,252 106 ,213 ,21984 ,17556 -,12822 ,56790

Não se assumiu igualdade

de variâncias 1,205 25,290 ,239 ,21984 ,18248 -,15576 ,59544

Políticas e

pedagogias de

Inclusão

Assumiu-se igualdade de

variâncias 1,911 ,170 -,205 106 ,838 -,02617 ,12766 -,27926 ,22692

Não se assumiu igualdade

de variâncias -,174 22,896 ,863 -,02617 ,14998 -,33650 ,28417

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ANEXO 6

Teste T-Student referente à variável

“Formação em TIC específica para as NEE’s”

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Teste t-Student – Formação em TIC específica para as NEE’s

Teste de Levene

para a igualdade de

variâncias

Teste T para a igualdade de médias

F Sig. t gl Sig.

(bilateral)

Diferencia de

médias

Erro típ. da

diferencia

95% Intervalo de confiança para a

diferença

Inferior Superior

Inclusão e TIC

Assumiu-se igualdade de

variâncias 1,640 ,203 -1,714 106 ,089 -,15316 ,08935 -,33030 ,02398

Não se assumiu igualdade de

variâncias -1,574 35,199 ,124 -,15316 ,09730 -,35064 ,04433

Determinações na

utilização das TIC

Assumiu-se igualdade de

variâncias ,004 ,949 -3,283 106 ,001 -,49940 ,15210 -,80096 -,19784

Não se assumiu igualdade de

variâncias -3,210 38,278 ,003 -,49940 ,15560 -,81431 -,18449

Políticas e

pedagogias de

Inclusão

Assumiu-se igualdade de

variâncias ,401 ,528 -1,428 106 ,156 -,16301 ,11417 -,38937 ,06334

Não se assumiu igualdade de

variâncias -1,430 39,674 ,161 -,16301 ,11400 -,39347 ,06745

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ANEXO 7

Análise de Conteúdo

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Tabela de Análise de Conteúdo

Categorias Sub - Categoria Indicadores

Utilização das TIC

em contexto de sala

de aula

Necessidade de

mais material

Informático em

sala

“Equipar todas as salas de

aulas com, pelo menos, um

computador ligado à

Internet.” (P1)

“Um computador por sala,

bem como suportes

informáticos.” (P11)

“Todas as salas de aula

deveriam estar equipadas com

pelo menos um computador,

uma impressora e scanner

que funcione adequadamente

e na escola deverá existir

ligação à internet (…)”(P24)

“Deve existir pelo menos um

computador por sala de aula.” (P46)

“As salas de aula devem estar

equipadas com material

informático. Pelo menos um

computador por sala.” (P69)

“Cada sala ter um

computador com ligação à

Internet.” (P78)

“Investimento sério em software

educativo/ didáctico.” (P4)

“Deve ser fornecido aos

professores pens com

programas adaptados de

acordo com os NEE.” (P46)

Formação na área

das TIC

“Formar os professores na

área das TIC.” (P1)

“Proporcionar aos

professores formação com

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significado pedagógico. A

escola deve investir

seriamente nas TIC

disponibilizando aos

professores todos os recursos

(…)”(P30)

“Os professores terem

formação nas próprias

escolas sobre a utilização das

TIC e serem sensibilizados

para o uso destas em contexto

de sala de aula, dando

conhecimento dos vários

sistemas e materiais existentes

para trabalhos com alunos

com NEE e sem NEE.” (P35)

“Formação gratuita nas

TIC’s para os professores.”

(P47)

“Sensibilização e formação contínua

de professores para o uso das TIC.”

(P102)

“Promoção de acções de

sensibilização/ formação por

parte dos docentes para

facilitar a utilização das

TIC.” (P26)

Cooperação entre

os professores

“Penso que, em primeiro

lugar, todos os docentes

teriam que cooperar,

interagir e relacionarem-se

profissionalmente; com

reuniões e debates, discussões

com um objectivo único: o

bem-estar dos alunos e a sua

aprendizagem com sucesso.”

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(P12)

Desenvolvimento

de projectos

transversais entre

as unidades

curriculares

“Desenvolvimento de

projectos transversais a todas

as áreas curriculares e às

TIC: para apresentação de

materiais, para elaboração de

trabalhos em grupo, para

desenvolvimento de

competências de escrita e

leitura, para desenvolvimento

de trabalhos em tempo de

estudo autónomo, para

apresentação de trabalhos

entre turmas, entre outros.”

(P34)

“ (…) mudar a legislação, lei,

políticas, para que as escolas

a uma escala nacional

possam receber material

(computadores, impressoras,

outros materiais informáticos)

para que possa trabalhar

nesse sentido todos em

conjunto.” (P12)

Turmas mais

reduzidas e

horários próprios

para as TIC

“ (…) redução do nº de

alunos na turma para poder

dar mais atenção.” (P17)

“As turmas mais reduzidas

(até 15 alunos).” (P66)

“Turmas mais reduzidas.”

(P80)

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“E no horário lectivo devia

haver tempos semanais para

se puder trabalhar a nível da

informática com os alunos.”

(P31)

Processo de

Inclusão de alunos

com NEE –

Contributo das TIC

Processo de

comunicação e

aprendizagem

“Muito Bom.” (P1)

“Podem ter um contributo

muito útil na inclusão desses

alunos.” (P2)

“A TIC na inclusão de alunos

com NEE em salas do Ensino

Regular é fundamental.”

(P50)

“Melhorar a capacidade de

comunicar e participar nas

actividades propostas.” (P17)

“Podem contribuir para a

inter-ajuda entre os colegas

do regular e os com NEE.”

(P20)

“Inter-ajuda entre pares” (P73)

A sua utilização reduz ou

elimina todas as barreiras à

comunicação e quando

adaptadas às especificidade

dos alunos são um facilitador

à actividade e participação.

(P26)

“Atenuação ou eliminação

das barreiras à aprendizagem

e participação.” (P32)

“As TIC promovem o acesso à

informação, comunicação e

conhecimento.” (P42)

“Maior consolidação dos

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Aquisição de

competência e

consequente

consolidação de

conhecimentos

conteúdos trabalhados na

sala. Facilidade de aplicação

dos conhecimentos

individuais.” (P4)

“As TIC proporcionam a

diferenciação de

aprendizagens e facilitam a

aquisição de competências.”

(P7)

“ (…) as TIC podem ser uma

ajuda preciosa no

desenvolvimento das

competências das crianças

com NEE (…)”(P19)

“Permite a adaptação a estilo e ritmos

de aprendizagem diferenciados.”

(P70)

“Facilitador na aquisição de

competências.” (P83)

“É extremamente importante a TIC no

processo de inclusão dos alunos com

NEE pois são um meio facilitador no

desenvolvimento das competências

cognitivas.” (P104)

Recursos

Financeiros

“Abertura ao acesso a um

“mundo” de conhecimentos e

vivências que muitos alunos

não têm por poucos recursos

financeiros/ culturais das suas

famílias.” (P4)

Motivação como

veículo de

autonomia e

mudança de

atitudes

“Poderão ser um “motor”

motivacional.” (P42)

“Fomentar a motivação

desses alunos e desenvolver

determinadas aptidões que só

com as TIC podem fornecer.”

(P96)

“Proporciona actividades interactivas

e dinâmicas.” (P59)

“Os alunos com este tipo de

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ferramentas, tornam-se mais

autónomos e activos.” (P61)

“Os alunos tornam-se mais

autónomos e activos.” (P65)

“ (…) os alunos vêem o

trabalho no computador como

um prémio, melhorando

atitudes e aumentando mesmo

a sua auto-estima e auto-

confiança.” (P18)

“Incentivam ao trabalho

colaborativo e permitem

desempenhos que conduzem a

subida da auto-estima.” (P81)