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Indo e Vindo 23 - NOVO - fetranspordocs.com.br · convencer um homem, aparente-mente drogado, a descer do veícu - ... Esta carta se enquadra nesse contexto. O ... de e Valorado,

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3Indo & Vindo 14 - Outubro / Novembro de 2013

EDITORIAL SUMÁRIO

Mães em casa, mães no trabalho

Nesta edição, cuja matéria de capa fala so-bre o Dia das Mães, do jeito da Indo & Vindo, mostrando mãe e fi lha rodoviárias, não pode-mos deixar de refl etir sobre esses dois papéis tão importantes para a sociedade.

Se mãe é aquela que conduz, orienta, cuida da segurança dos fi lhos, a mãe rodoviária tem, na profi ssão, função bem semelhante. Como motorista ou não, trabalhando a bordo ou nas garagens, tem em suas mãos responsabilida-des relacionadas à condução de pessoas, as-segurando que cumpram seus compromissos em segurança, com zelo pelas vidas dos pas-sageiros.

Enquanto umas apontam os caminhos da vida, outras asseguram que os usuários do transporte público percorram seus caminhos físicos para a rotina do trabalho, do lazer, ou do acesso a serviços de saúde, educação e outros. Não poderíamos, pois, deixar de pres-tar homenagem a essas mulheres guerreiras, que exercem missões tão nobres em casa e no trabalho.

Muitas rodoviárias exemplares, mães ou não, têm aparecido em nossas páginas e dado belos exemplos de vida aos nossos leitores. Pois bem, queremos aqui, além de dar os pa-rabéns a todas as rodoviárias que são mães, lembrar que até aquelas que não têm fi lhos exercem, na profi ssão, papel semelhante ao da maternidade: cuidar da segurança, do bem-es-tar, do conforto e da condução de outras vidas.

A todas vocês, nossos mais carinhosos cum-primentos.

Presidente do Conselho de Administração:José Carlos Reis Lavouras

Presidente da Fetranspor:Lélis Marcos Teixeira

Diretoria de Marketing e Comunicação: Paulo Fraga

Gerente de Comunicação e Eventos:Verônica Abdalla(21) 3221-6300

Editora: Tânia Mara Gouveia LeiteChefe de Redação: Roselene AlvesRedação: Fred Pacífi co, Juliana Marques,Renato Siqueira, Roselene Alves e Marilza BigioFotografi a: Arthur Moura, Jorge dos Santose Fred Pacífi coRevisão: Patrícia GonçalvesProjeto Gráfi co: Yuri BigioPublicidade: Verônica Lima - (21) [email protected]ção: www.ArquimedesEdicoes.com.br

Rua da Assembleia, 10/39º andarCentro – Rio de Janeiro – RJCEP: 20011-901

0800 886 1000www.revistaindoevindo.com.br

Uma publicação:

Mirian Fichtner

VOCÊ MERECERodoviários são elogiados por clientes4

11PELO SETORMobilidade Sonora, PMU 2015 e mais

34 RIOCARD EXPLICAO cartão do passageiro vale R$ 1,00

48NO PONTOMoussaká: comida típica grega

50INTERVALOPalavras cruzadas, piadase jogo dos 7 erros

45CUIDE-SERio de Janeiro tem aumentode casos de malária

30 EDUCACÃO EM FOCOUCT: dicas e agenda de cursos e mais

7 QUEM SOMOSSetranspetro: 11 anos de história

16CULTURA E ENTRETENIMENTORodoviários contam o que cantame o que os encanta na música

20 HISTÓRIAFetranspor 60 anos: a segunda década

23 ESPORTEFórmula Truck: Cores! Adrenalina! Paixão!

42CONCURSO CULTURALRodoviários criam frases em homenagem aos 60 anos da Fetranspor

35VIDA DE RODOVIÁRIOMotorista do BRT Transoestedefende a categoria

Tinha um galho no meio do caminhoCarreira, fé e um grande aprendizado

26 CAPAMãe: o espelho da vida

10NA PONTA DA LÍNGUAVeja a pronúncia correta de algumas palavras

4 Indo & Vindo 23 - Abril / Maio 2015

VOCÊ MERECE

Rodoviários de destaqueConfira os elogios recebidos por alguns rodoviários do Estado do Rio de Janeiro,

através do Fale Ônibus pelos seguintes canais de comunicação:• telefone: 0800 886 1000; • SMS, através do envio de mensagem de texto gratuita para o número 28511;• WhatsApp, para o telefone (21) 99992-8511;• chat e e-mail, que podem ser acessados pela página www.faleonibus.com.br;• redes sociais (perfil “faleonibus”, tanto no Facebook como no Twitter); • canais de parceiros.

Fiscal Sérgio da Silva Ferreira, da Viação Senhor do Bonfim

Cliente elogia o profissional pela honestidade. Ela relata que seu marido perdeu a carteira dentro do ônibus, e que a mesma foi devolvida intacta, com todos os documentos e os R$ 1.200,85 que estavam dentro. A cliente conta ain-da que tentou recompensar o fiscal, mas ele não acei-tou nenhum pagamento.

Motorista Alexandre Marinho da Silva, da Viação Ideal, na linha 696 (Méier – Praia do Dendê)

Cliente elogia postura do motorista pelo atendimento, paciência, respeito e cordialidade com que trata todos os pas-sageiros; os cumprimentando no embar-

que, parando nos pontos sem deixar ninguém a pé, e por ser muito res-ponsável na dire-ção do veículo.

Motorista Gerson, da Transportes Flores, na linha 445I (Nova Igua-çu – Xerém)

Cliente elogia o moto-rista pela honestidade. Conta que esqueceu a carteira dentro do ônibus, e o motorista encontrou-a e devolveu-a intacta, ten-do, ele mesmo, procurado pelo cliente.

Motorista Ale-xandre Neri da Silva, da Viação Ideal, na linha 324 (Ribeira – Castelo)

Cliente conta que, no dia 6 de fevereiro, por volta das 5h30min, na altura do Parque da Alegria, na Avenida Brasil, o motorista uti-lizou de toda a sua educação, ao convencer um homem, aparente-mente drogado, a descer do veícu-lo, garantindo a tranquilidade dos demais passageiros.

5Indo & Vindo 23 - Abril / Maio 2015

Motorista Francisco Rodrigues, da Rio Ita/Itaboraí

Cliente elogia o profis-sional, destacando que é supereducado e aten-cioso. “Um funcionário exemplar e calmo. Fun-cionário padrão”, afirma.

Motorista Carlos Henrique Silva de Paula, da Viação Novacap, na linha 917 (Re-alengo – Bonsucesso)

Cliente elogia motorista pela educação e bom humor. “Trata com educação a todos os passageiros, auxiliando idosos e deficientes no embarque”.

Motorista Edgard Gon-çalves, da Auto Viação ABC, na linha 702M (Barreto – São Cirstó-vão – via Cadeg)

Cliente: “Queria para-benizar o motorista que, no dia 13 de fevereiro, en-controu um celular novo, ainda na caixa, e procurou pela dona para devolvê-lo. É difícil ver isso. Quando chegou no ponto final ele verificou todos os ban-cos e encontrou o celular. Perguntou-me se era meu, e eu disse que não. Então, ele foi atrás da passagei-ra que estava sentada no banco em que achou o aparelho e conseguiu de-volver”. O cliente destaca ainda a educação e aten-ção do profissional com os passageiros. “Quando entrei no ônibus ele me deu boa tarde; não só para mim, mas para todos os outros passageiros”.

Motorista Estácio Evilazio de Oliveira Filho, da Auto Viação Jabour, na linha 866 (Campo Grande – Pedra – via Magarça – circular)

Cliente: “No dia 27 de ja-neiro, às 16h30min, ao che-

gar ao ponto, o ônibus já estava saindo. O motorista, ao me ver, parou imediatamente, pois sou cadeirante. Prontamente, ele saiu do seu assento para me ajudar a subir no ônibus. E, no desembarque, parou fora do ponto visando a facilitar a minha descida do coletivo e me deixando em frente a minha rua. Coisa rara de se ver hoje em dia. Esse profissional tem o meu respeito. São pessoas assim que fazem o nosso dia ser melhor”.

Motorista Vinícius de Almeida, da Viação Ideal, na linha 935 (Ribeira – Portugue-sa – circular)

Cliente elogia o profissional pelo atendi-mento, destacando que é muito educado, eficiente e trata com carinho todos os pas-

sageiros, parando em todos os pontos e aguardando os idosos embarcarem e se sentarem, antes de sair com o ônibus. “É de profissionais assim que os passageiros precisam”, afirma.

6 Indo & Vindo 23 - Abril / Maio 2015

Motorista Antônio Ernesto e cobradora Jane Cleide, da Viação Senhor do Bonfim, na linha Expresso Mambucaba

Cliente: “No dia 5 de fevereiro, por volta das 15h30min, perdi meu celular dentro do ônibus. Quando dei falta do aparelho, liguei e a cobradora atendeu. Com a maior gentile-za, disse-me para esperá-la em determinado ponto e horário para que pudesse me devol-ver. E assim foi feito. São esses gestos que nos mostram quem é quem. Agradeço muito e que a empresa possa contar com mais fun-cionários desse gabarito”.

VOCÊ MERECE

Motorista Edison Andrade de Me-deiros, da Viação Redentor, na linha 614 (Del Castilho – Alvorada)

Cliente: “Como ouvidor da Secretaria Municipal de Educação minha especialida-de é, obviamente, escutar, registrar e me-diar situações em que geralmente a crítica é o principal tom dos relatos. No entanto, vez ou outra, sou surpreendido com elo-gios direcionados ao trabalho de alguém ou à instituição. E isso deve ser destacado. Esta carta se enquadra nesse contexto. O foco deste elogio, porém, não é a Prefei-tura do Rio. Na verdade, vou transmitir o relato de nossa coordenadora de Gestão Escolar e Governança, Kátia Max, que pre-senciou, no dia 25 de fevereiro, um fato que não deveria impressionar, mas que numa cidade como o Rio de Janeiro, com seus contrastes e o corre-corre das gran-des megalópoles, acaba praticamente se tornando uma exceção. Conforme descrito pela professora Kátia, por volta das 11h, no terminal Alvorada, pessoas aguarda-vam na fila para embarcar no ônibus da linha 614, (Alvorada – Nova América), nú-mero de ordem C47676. Entre elas, um se-

nhor cadeirante. Com extrema educação, o motorista do referido ônibus avisou aos passageiros que, antes de abrir a porta de entrada, daria acesso prioritário ao defi-ciente. Com calma, cuidadoso, acionou o degrau hidráulico, posicionou a cadeira de rodas adequadamente e, ao final do pro-cesso, após agradecer aos demais pela espera, abriu a porta dianteira para todos. Tudo isso com a maior tranquilidade e uma expressão facial que refletia uma dedica-ção sincera nessa tarefa. Nosso incons-ciente, às vezes, nos trai. Nem sempre es-peramos educação nas pessoas e ficamos impactados quando a boa postura chega ao extremo. Esse caso se enquadra nessa ideia. O motorista cumpriu o seu dever com dignidade. Assim, fica o registro e o elogio a esse profissional. Esse cidadão reforça a esperança de que, como diz o ditado popu-lar, nem tudo está perdido. Se possível, por favor, faça chegar a ele o relato.

Atenciosamente, Paulo Fernando de Fi-gueiredo, ouvidor da Secretaria Municipal de Educação, e Kátia Max, coordenadora de Gestão Escolar e Governança da Secre-taria Municipal de Educação”.

7Indo & Vindo 23 - Abril / Maio 2015

QUEM SOMOS

O Setranspetro – Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários de Petrópolis – foi fundado no dia 4 de março de 2004, a partir de uma associação criada em 1995. Com o início do sindicato, que reunia sete empresas de transporte coletivo por ônibus na época, veio também a comercialização do Vale-Transporte na região e a implanta-ção de assessorias jurídica, de comunicação e técnica, com o objetivo de profissionalizar o trabalho que viria a ser desen-volvido junto às operadoras, ao poder público e à população pe-tropolitana.

Em 2007 foram implantados o cartão Setranscard Gratuida-de e Valorado, um vale-trans-porte que substituiu o vale em papel. Em agosto de 2008, o Setranspetro se uniu à Fetrans-por, migrando para o cartão Rio-

Card, que a Federação começava a colocar em uso. Com a mudança, realizada de forma gradativa, o sindicato ficou responsável pelo gerenciamento dos cartões de gratuidade em Petrópolis. “Passamos a abastecer o sis-tema de bilhetagem eletrônica com as infor-mações e os dados de gratuidade em nossa região”, afirma Carla Rivetti, assessora de Marketing e Comunicação.

Sob a administração do Setranspetro, em

Posto de Atendimento do RioCard, no Sindicato

Setranspetro: 11 anos fazendo a diferenca para as empresas e a população de Petrópolis

8 Indo & Vindo 23 - Abril / Maio 2015

parceria com a Fetranspor, funcionam, em Petrópolis, três postos de atendimento do RioCard: um para o RioCard Gratuidade Sê-nior, em que já foram realizados o cadastro biométrico de 15.500 dos cerca de 22.000 idosos (com mais de 65 anos) residentes na cidade; outro para atendimento de estudan-tes e pessoas portadoras de necessidades especiais e do Vale-Social, e um terceiro para a compra do RioCard Expresso e de recarga.

Além disso, há outros cinco postos de ven-da e recarga do RioCard Expresso instala-

dos nos terminais urbanos da cidade e cujo atendimento é realizado por ex-cobradores, agora promotores de venda, que foram trei-nados para esse novo papel. “O objetivo do Setranspetro é a implantação de mais pos-tos, para levar à população cada vez mais vantagens”, esclarece Carla. Vantagens como a integração total, que já acontece desde abril de 2014 (antes funcionava em 70% das linhas), e o desconto de R$ 0,10 na tarifa, adotado, desde janeiro passado, para quem paga com cartão RioCard.

“O objetivo do Setranspetro é a implantação de mais postos, para levar à população cada vez mais vantagens”Carla Rivetti, assessora de Marketing e Comunicação

Auditório para treinamento dos rodoviários

QUEM SOMOS

9Indo & Vindo 23 - Abril / Maio 2015

O Setranspetro promove, em suas insta-lações (auditório e sala de treinamento), em parceria com a Universidade Corporativa do Transporte, cursos do Programa Motorista Cidadão, que já certificou 90% do quadro de profissionais de suas empresas associadas. Em conjunto com o Sest Senat, oferece cur-sos da Resolução 168, e com o Sesi Senai, o supletivo do ensino fundamental. “A forma-

ção e a capacitação profissionais são prio-ridades tanto para o sindicato como para suas empresas. Todas possuem escolas de formação de motoristas e dispõem, inclusi-ve, de convênios com autoescolas. As em-presas estão investindo na carreira de seus profissionais, como no caso dos cobradores que passaram a promotores de venda do RioCard”, diz a assessora do Sindicato.

Cidade Real

6 empresas filiadas

Frota de 370 ônibus urbanos, com média de 3 anos de vida útil

4 milhões de passageiros pagantes por mês

Mais de 2 milhões de gratuidades (22 mil idosos, 10 mil especiais e 40 mil estudantes da rede municipal)

Os estudantes da rede particular têm desconto de 50% na tarifa

90% dos motoristas são formados no Programa Motorista Cidadão

Vencedor do Prêmio Mobilidade Urbana de 2010, na categoria Mobilidade Urbana

100% das linhas são integradas2.200 rodoviários222 linhas urbanas

6 postos de venda do RioCard Expresso nos seguintes locais:

Cascatinha

Petro Ita

Turb Petrópolis

Cidade das Hortênsias

Transpal

• Terminal Centro

• Terminal Bingen

• Terminal Itamarati

• Terminal Corrêas

• Terminal Itaipava

• Loja da RioCard

NA PONTA DA LÍNGUA

Vamos falar mais um pouco sobre os vícios de pronúncia, dando continuação ao que enfo-camos na edição anterior? Prestando atenção na forma correta de pronunciar algumas pala-vras que provocam confusão, podemos evitar tropeções na língua falada.

Como se pronuncia?

E NÃO “ENTERTER” COMO OUVIMOS MUITAS VEZES

NASCER

SINUSITE

CURATIVO

TÓXICO

TORÁXICO

FREADA

PNEU

A PALAVRA É MUITO COMUM E FÁCIL, MAS TEMOS A TENDÊNCIA DE PRONUNCIAR COMO SE TIVESSE UM “I” ANTES DO “S” (“NAISCER”). OUTRAS PALAVRAS COM O MESMO ENCONTRO CONSONANTAL COSTUMAM SER PRONUNCIADAS DO MESMO JEITO: “NA(I)SCENTE”, “CRE(I)SCENTE”, ETC. EVITE ESTE ERRO!

JÁ NESTE CASO, O “X” TEM SOM DE “CS”. ESSA LÍNGUA PORTUGUESA PREGA CADA PEÇA!

E NÃO “SINOSITE”. TRATA-SE DE INFLAMAÇÃO NOS SEIOS DA FACE (DO LATIM SINUS).

E NÃO “CORATIVO”. A PALAVRA TEM O MESMO RADICAL DE CURAR, PORTANTO CURATIVO.

A PRONÚNCIA CORRETA É COMO SE, NO LUGAR DO “X”, ESTIVESSEM ESCRITOS DOIS “SS”.

DEVE-SE FALAR COMO É ESCRITA, COM “P” MUDO, E NÃO “PENEU”.

A PALAVRA NÃO TEM “I”, MAS MUITA GENTE FALA “FREIADA”. DÊ UM FREIO NA MÁ PRONÚNCIA!

ENTRETER

Esperamos que você tenha aprendido al-guma coisa nova. E lembre-se: esta revista é sua. Se tem alguma dúvida com relação à língua portuguesa, ou deseja sugerir um tema para o “Na Ponta da Língua”, fi que à vontade, entre no site e dê sua sugestão!

11Indo & Vindo 23 - Abril / Maio 2015

PELO SETOR

Mobilidade Sonora começa apresentações de 2015

O projeto Mobilidade Sonora faz parte de um conjunto de ações da Fetranspor Social voltado para a inclusão social e a melho-ria da qualidade de vida. Criado em 2011, o Mobilidade Sonora leva adolescentes da rede pública de ensino a espaços culturais onde assistem a apresentações de música e aprendem sobre arte e cidadania.

A programação de apresentações de 2015 já está fechada. Confira as datas de maio e junho e programe-se para assistir aos espetáculos.

Dia 13 (quarta-feira) – Teatro de Câmara da Cidade das Artes (antiga Cidade da Música)Avenida das Américas, 5.300 −Barra da TijucaTel.: 3325-0428Sessões: 10h30min às 12h e 14h30min às 16hApresentação: Projeto Villa-Lobos e as Crianças – Orquestra Popular Tuhu

JunhoDia 10 (quarta-feira) –SESI Jacarepaguá Avenida Geremário Dantas – 940 – Pechincha − JacarepaguáTel.: (21) 3312-3753Sessões: 10h30 às 12h e14h30 às 16hApresentação: Projeto Villa-Lobos e as Crianças – Orquestra Filarmônica

MaioDia 8 (sexta-feira) – Arena Carioca Fernando Torres Rua Bernardino de Andrade nº 200 –Parque de Madureira Tel.: (21) 3495-3078Sessões: 14h30min às 16h e19h às 20h30minApresentação: Projeto Villa-Lobos e as Crianças – Orquestra Popular TuhuBailão Mobilidade Sonora – Banda A Quebrada

12 Indo & Vindo 23 - Abril / Maio 2015

PELO SETOR

Fetranspor atualiza e relança seu

Código de Conduta

Fetranspor reúne mulheres que

são referências de sucesso

A Fetranspor relançou, no dia 26 de fe-vereiro, na Universidade Corporativa do Transporte (UCT), seu Código de Conduta, que foi totalmente atualizado. O documento tem como finalidade orientar a conduta dos funcionários da entidade a respeito das re-lações internas de trabalho, bem como no que tange aos relacionamentos com o pú-blico externo.

Na atualização do Código, o conteúdo da primeira versão, lançada em 2002, foi am-pliado. As orientações permanecem alinhadas aos objetivos da Fetranspor, de representar os sindicatos fi liados de forma a contribuir para a melhoria da mobilidade urbana, e promover o aprimoramento do sistema de transporte de passageiros no Estado.

O documento traduz a formalização do compromisso dos funcionários com as regras de ética profi ssional, transparência, equida-de e responsabilidade corporativa.

Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, a diretoria de Gestão de Pessoas da Fetranspor, por intermédio de seu Centro de Serviços e em parceria com a Universi-dade Corporativa do Transporte (UCT), reali-zou, pela primeira vez, uma mesa-redonda, na manhã de 25 de março, na própria UCT, para refl exão sobre o papel da mulher, seus desafi os e suas conquistas no mundo atual. Entre os participantes, estiveram colabora-

dores da Fetranspor e dos departamentos de Recursos Humanos das empresas de ôni-bus do Estado e seus sindicatos.

Conciliar a vida profi ssional com a pes-soal; manter um estereótipo exigido pela sociedade, como a aparência perfeita, um comportamento exemplar e o bom humor, para evitar comentários machistas; enfren-tar preconceitos e a diferença salarial entre homens e mulheres. Estes foram alguns dos

Código de Conduta

13Indo & Vindo 23 - Abril / Maio 2015

temas abordados pela mediadora Richele Cabral, diretora de Mobilidade da Fetrans-por, e pelas convidadas Fernanda Venturini, ex- jogadora de vôlei da seleção brasileira; Sheron Menezzes, atriz, e Inês Corrêa de Souza, primeira mulher a ser presidente de um banco no Brasil. “É frustrante ver mulhe-res abandonarem suas carreiras, ao longo do tempo, diante da primeira difi culdade, ou porque está grávida, ou devido ao casamen-to, fi lhos ou qualquer outra situação. Poucas alcançam o topo de uma organização, e a grande mudança em relação ao mercado de trabalho só vai acontecer quando mais mu-lheres chegarem a este nível”, afi rmou Inês.

Cursos auxiliam no desenvolvimento

do Diálogo JovemOs integrantes do Diálogo Jovem sobre

Mobilidade, programa desenvolvido pela área de Responsabilidade Social da Fe-transpor, iniciaram as atividades de 2015 aprendendo. Eles participaram, nos dias 28 de janeiro, 4 de fevereiro e 11 de mar-ço, de ofi cinas sobre “Comunicação e infl u-ência no dia a dia”, “Jornalismo cidadão” e “Metodologias de diálogo”, três temas relacionados à comunicação, ministrados por profi ssionais da área.

Os encontros tiveram o objetivo de for-necer mais ferramentas aos estudantes para desenvolverem atividades dentro das empresas e das escolas em que traba-lham e estudam, e também na futura pla-taforma digital, prevista para ser lançada neste mês de março.

As ofi cinas atenderam as solicitações dos próprios jovens, que, em abril, retor-nam aos encontros tradicionais. “Estou

cada vez mais apaixonado por falar sobre mobilidade, multiplicar as informações e ouvir os dois lados, tanto o do sistema de transporte por ônibus como o dos passa-geiros”, disse Pedro Felipe de Azevedo Car-doso, monitor do Instituto JCA, no projeto há sete meses.

14 Indo & Vindo 23 - Abril / Maio 2015

PELO SETOR

TransÔnibus implanta Centros de Serviços

O TransÔnibus – Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Nova Iguaçu – de-finiu nova estrutura organizacional, mapeou seus processos e os organizou em centros de serviços, com o objetivo de melhor atender às 35 empresas associadas e partes interessadas, em diferentes

áreas de atuação. Hoje, o sindicato cumpre seu principal papel como centro de apoio, identifican-do as necessidades nas empresas, desenvolven-do serviços que as atendam de forma especiali-zada e otimizada, e dando suporte em soluções de mobilidade e de incentivo ao desenvolvimento de lideranças inovadoras, à maior racionalização operacional e à humanização da gestão.

Os três centros de serviços foram estrutu-rados de acordo com os processos que estão sob sua responsabilidade: o Administrativo e Financeiro envolve os processos internos da entidade e de requisitos legais; o de Gestão da Mobilidade e Sustentabilidade tem como principal frente de atuação a busca de solu-ções de mobilidade urbana e de gestão de operação e tecnologias, e o de Desenvolvi-mento Humano e Organizacional incentiva o desenvolvimento das competências dos pro-fissionais do sindicato e de suas empresas.

PMU 2015 comemora os 60 anos da Fetranspor

O Prêmio Mobilidade Urbana 2015 traz no-vidades em sua sexta edição. Em comemora-ção ao aniversário de 60 anos da Fetranspor, foram criadas as categorias “Personalidade Destaque PMU”, para reconhecer os traba-lhos de personalidades que contribuíram para a melhoria da mobilidade urbana, no âmbito das cinco categorias que o prêmio abrange, e “Personalidade Destaque Especial PMU”, que vai homenagear, pelo conjunto de sua atuação, a pessoa que mais colaborou para a mobilidade urbana no Estado do Rio de Ja-neiro nos últimos 60 anos.

O PMU, uma iniciativa da Fetranspor, busca ampliar o debate sobre a mobilidade urbana no Estado, com o reconhecimento das melho-

res práticas em cinco categorias: Jornalismo (mídia impressa e mídia eletrônica); Educa-ção e Cultura; Planejamento de Transportes e Tecnologia; Desenvolvimento Sustentável; e Relacionamento com Clientes.

Podem concorrer, nessas categorias, pesso-as físicas e organizações públicas ou privadas de todo o Brasil, desde que o trabalho tenha relação, direta ou indireta, com a melhoria da mobilidade no Estado do Rio de Janeiro. As ins-crições vão até o dia 10 de agosto e devem ser feitas pelo site www.premiomobilidadeurbana.com.br. Este ano, o vencedor de cada categoria, além do troféu PMU, vai receber R$ 20 mil; o segundo colocado, troféu e R$ 10 mil, e o ter-ceiro, troféu e R$ 5 mil.

15Indo & Vindo 23 - Abril / Maio 2015

Setransduc promove I Semana de Saúde e Sustentabilidade

Nos dias 23 e 24 de março, o Setransduc – Sindicato das Empresas de Transportes Ro-doviários em Duque de Caxias – promoveu a 1ª Semana de Saúde e Sustentabilidade de 2015. O evento aconteceu no Terminal José Carlos Lacerda, o Lacerdão, localizado na ci-dade de Duque de Caxias, e beneficiou cerca de 500 pessoas, entre trabalhadores rodovi-ários e a comunidade do entorno do terminal.

A ação contou com serviços de assistên-cia jurídica, acolhimento de mulheres em si-tuações de violência, consultoria nutricional, oficinas de artesanato, estética, emissão de documentos, massoterapia e outros. Entre os parceiros do evento estiveram: o INSS, a Se-cretaria de Defesa Civil, o Sest Senat, a Perso-

nal Service, a Trel, a Eudora, a Mary Kay, entre outros. O vice-prefeito de Caxias, Laury Vilar, visitou a ação no segundo dia de realização.

Estão previstas mais duas edições para este ano.

Rio Ônibus leva 14 mil pessoas em seu Circuito Cultural

O Circuito Cultural Rio Ônibus – Edição 450 anos levou mais de 14 mil pessoas a sete atrações culturais do Centro do Rio de Janeiro, nos dois últimos finais de semana de março.

Os ônibus do Circuito, que passavam a cada seis minutos nos pontos, levaram o

público para conhecer: o Theatro Munici-pal, na Cinelândia; o Museu Nacional de Belas Artes; o Instituto Pretos Novos, onde encontram-se os restos arqueológicos de escravos que chegaram ao Brasil no século XVIII; o Espaço Porto Maravilha, onde foram mostradas as transformações pelas quais

esta região da cidade do Rio de Janeiro vem passando; o Centro Cultural Ban-co do Brasil, cuja principal atração foi a exposição de Kandinsky, renomado artista plástico russo; o MAR (Museu de Arte do Rio), e o Museu Histórico Nacional.

“O Rio tem tanta coisa que a gen-te não conhece, que nem sempre o carioca o valoriza direito. Gostei mui-to dos museus”, afirmou o eletricista Maicon Douglas.

16 Indo & Vindo 23 - Abril / Maio 2015

CULTURA E ENTRETENIMENTO

”Detalhes tão pequenos de nós dois...”Rodoviários abrem o coração e contam o

que cantam e o que os encanta na música

Essa tal combinação de sons de forma ca-denciada conhecida como música é mesmo im-pressionante. Desde a barriga das nossas mães, somos embalados por canções capazes de pro-vocar reações diversas entre acalmar e agitar a mente e o corpo. Quando crescemos, aprende-mos outras tantas melodias, expandimos nos-sos conhecimentos na escola da vida, inclusive em outras áreas, e adquirimos preferências por ritmos e letras.

No Brasil, tudo começou com uma mistura de culturas, principalmente a europeia, vinda com os colonizadores portugueses, e a africa-na, herança dos escravos, ambas hoje impreg-nadas na nossa música popular, sem falar nos rastros da contribuição indígena que estão em alguns gêneros do folclore. Ao longo desses mais de 500 anos aconteceram muitas mu-danças: sertanejo, músicas gospel e eletrônica, samba, frevo, maracatu, MPB, rock, pagode, funk, rap, axé, clássica, bolero... Ufa! O brasi-leiro incorpora notas musicais ao seu dia a dia e as reinventa do jeito que melhor lhe satisfaz, porque é apaixonado por música.

E ouvir música é bom? Para encontrar a res-posta, a equipe da Indo & Vindo foi até o Termi-nal João Goulart, em Niterói, e conversou com alguns companheiros a fi m de saber o que pen-sam em relação a isso, suas preferências mu-sicais, os momentos prediletos para se encan-tarem com sons bem diferentes das sinfonias de buzinas ou freadas, suas recomendações, e ‘aquela’, a mais marcante em suas vidas!

17Indo & Vindo 23 - Abril / Maio 2015

Carlos Vinícius Pereira

Gomes, despachante,

Viação Mauá, rodovi-

ário há sete anos

“Gosto de música nos momentos de lazer, mas

quase não escuto. Quando o faço, prefi ro o pagode, sem deixar de lado alguns funks antigos, raps e sertanejos; estes estilos diferentes combinam comigo. A exceção é o rock pesado, o metaleiro (heavy metal). Não me lembro de uma em especial (no momento da entrevista), mas as tocadas pelo Raça Negra são sempre boas; ouvir música é bom para relaxar e pensar na vida”

Alan Fonseca da

Costa, despachante,

Viação Mauá, rodovi-

ário há dez anos

“Meu gênero musical preferido é o pagode, e o

mais marcante na minha vida é ‘Se eu largar o freio’, do Exalta Samba. O melhor momento para ouvir música é depois do trabalho, quando relaxo em casa e me afasto do barulho, ou mesmo nos fi ns de semana com os amigos. E recomendo: no dia de folga ou nas horas de lazer, saia com a família, divirta-se e escute música para passar um dia diferente. Preocupar--se só com problemas gera estresse e acumula tensão.”

Verônica de Leo

Carvalho, cobradora,

Viação Pendotiba,

rodoviária há oito

meses

“Prefi ro MPB por ser mais calma e retratar muito da

nossa realidade, como Vinicius de Moraes, Ana Carolina, Zélia Duncan, Adriana Calca-nhoto, Lulu Santos e Renato Russo. Na mi-nha vida foi ‘Detalhes’, de Roberto Carlos, que fez a diferença. Música é a essência da vida; precisamos escutá-las todos os dias e, se possível, em todos os momentos”

Luiz José de Albu-

querque Calazans,

motorista, Viação

Mauá, rodoviário há

mais de 20 anos

“Prefi ro sempre escutar em casa

os ritmos mais tranquilos para aliviar o estresse do nosso cotidiano, como um clássico, por exemplo. As canções nacionais são boas, mas me encantam as italianas e as francesas, sendo ‘Je T’aime’ a minha fa-vorita. Não sei falar francês, mas todas são muito bonitas. Herdei uma grande coletâ-nea de vinil do meu tio e encontrei um lugar para convertê-la em CDs; assim fi cará mais fácil escutá-la. Esta discoteca, com boleros, Orlando Silva, Nelson Gonçalves, entre tantos outros clássicos nacionais e inter-nacionais, não tem preço; o clássico nunca se acaba. E para o companheiro rodoviário, tenho duas recomendações fundamentais: ouvir música e pescar”

18 Indo & Vindo 23 - Abril / Maio 2015

Carlos Orestes Porto de Mendonça, despachante, Viação Pendotiba, oito

anos na empresa e rodoviário desde 1983

“Quando estou de folga e chego em casa após a igreja, além das confraternizações, prefiro as canções gospel e também as serta-nejas, mas a mais marcante é da minha juventude: em um festi-val no Maracanãzinho(*), em 1969, ganhou uma cantora cha-mada Evinha. Porém, quem fez sucesso naquele dia foi Malcolm

Roberts, um cantor inglês que ficou em terceiro lugar e foi eleito o melhor pelo povo, devido à sua canção ‘Só amor’ (‘Love is All’), regravada por muitos. E ouça música quando estiver com a família, nos momentos de prazer e de lazer; isso distrai a mente e nos faz pensar em Deus, no amor e em outras coisas boas”

CULTURA E ENTRETENIMENTO

Ivonete da Cunha Lima, auxiliar de tráfego e instrutora na Rio Ita há um ano

“Ouvir música é o que mais me relaxa. Se eu pudesse o faria em todos os momentos da minha vida. Não tenho gênero musical favorito, porque todos me atraem e são especiais em situações diferentes, com pessoas diferentes; assim é o ritmo da vida. Antes de ser cristã (afastada atualmente), uma ou outra música real-mente marcava, mas hoje já não possuo esta referência; todas me trazem boas recordações. É preciso escutá-las sempre para acalmar a alma e tirar o estresse”

Roberto Sousa dos Santos,

despachante, Viação Ingá,

rodoviário há três anos

“Escuto pagode e fui criado ouvindo este gênero musical, que

é muito bom para relaxar depois de trabalhar; a nossa profissão exige isso. Já a música da minha vida é a evangélica ‘Eu sei que não estou só’ (conhecida também como ‘Ser hu-mano’), da Bruna Karla. Minha mãe faleceu há dois anos, e esta música faz sentir a presença de Deus, o único caminho diante desta grande perda. E lembre-se disso: para tirar o estresse, ouça música!”

Solimar do Vale, moto-

rista, Viação Fortaleza,

rodoviário há quatro

anos

“Costumo ouvir MPB em casa porque são

as melhores e precisamos valorizar o que é nosso, mas gosto de todo o tipo de música. Minhas preferidas são ‘É isso aí’, com Ana Carolina e Seu Jorge; e a evangélica com o nome do meu filho, ‘Nicolas’, da Aline Barros. Ouvir música é bom, ajuda a relaxar e mexe com as pessoas”

19Indo & Vindo 23 - Abril / Maio 2015

Gilson Pereira Duarte, motorista da Viação Expresso Mira-

mar, rodoviário há 30 anos

“Prefi ro as rádios Nativa e JB, porque são as que têm menos propaganda. Várias canções marca-ram a minha vida, mas ‘Cavalgada’, de Roberto Carlos, foi a mais especial na época. Cada um tem o seu momento e suas músicas que tocaram

seus corações. A música é importante para nos tranquilizar, desde que não seja muito alta, sempre em tom ambiente”

Jauneval Lima Correia, motorista, há 15 anos na

Viação Fortaleza

“Escuto música em casa ou na igreja, e meu estilo favorito é gospel, principal-mente Bruna Karla; e um bom fl ashback também é bem-vindo. A música faz bem à alma e às refl exões; ouçam sempre”

IV Festival Internacional da Canção

*Em 28 de setembro de 1969 aconteceu o IV Festival Internacional da Canção, no Mara-canãzinho. A cantora Evinha, que interpretou “Cantiga por Luciana”, foi eleita a melhor pelo júri, inclusive na fase internacional do festi-val. Entretanto, Malcolm Roberts, com sua voz, charme e simpatia, foi a preferência do público, que vaiou os jurados e só se acalmou quando o can-tor voltou ao palco para cantar novamente e ser ovacionado por cerca de 20 minutos, após a sua apresentação.

Evinha eMalcom Roberts

“Prefi ro as rádios Nativa e JB, porque são as que têm menos propaganda. Várias canções marca-“Prefi ro as rádios Nativa e JB, porque são as que têm menos propaganda. Várias canções marca-“Prefi ro as rádios Nativa e JB, porque são as que “Prefi ro as rádios Nativa e JB, porque são as que “Prefi ro as rádios Nativa e JB, porque são as que “Prefi ro as rádios Nativa e JB, porque são as que

Gilson Pereira Duarte, motorista da Viação Expresso Mira-Gilson Pereira Duarte, motorista da Viação Expresso Mira-

“Prefi ro as rádios Nativa e JB, porque são as que

20 Indo & Vindo 23 - Abril / Maio 2015

HISTÓRIA

Fetranspor 60 anos:

a segunda décadaNa edição anterior da revista Indo & Vindo,

a seção “Cultura e Entretenimento” iniciou uma série de publicações com os aconteci-mentos mais importantes, no Brasil e no Rio de Janeiro, paralelos aos primeiros passos da Fetranspor – uma das homenagens aos seus 60 anos. Desta vez, o mergulho será en-tre 1966 e 1975, logo após o surgimento de Brasília como capital federal, do bicampeo-nato da seleção brasileira, e do destaque à Música Popular Brasileira, em seu primeiro festival.

No começo de 1966 nascia, no Jacarezi-nho, Romário de Souza Faria, o “Baixinho”, um dos mais queridos jogadores brasilei-ros, que se tornou o senador mais votado da história do Estado do Rio de Janeiro nas últimas eleições. Nesse mesmo ano, Chacri-nha coroou, em seu programa “Cassino do Chacrinha”, o cantor e compositor Roberto Carlos, como “Rei da Juventude”, pelo gran-de sucesso “Quero que vá tudo pro Inferno”, dele e do Erasmo Carlos. Na ocasião, ele era apresentador do programa “Jovem Guarda”, estreado na TV Record no ano anterior, e ou-tros hits despontavam entre os mais ouvidos, como “Esqueça”, “É papo firme” e “Eu te da-rei o céu”.

Anos rebeldesO Brasil passava por

um momento de ins-tabilidade política, e o cruzeiro (moeda da época) perdera muito o seu valor com a in-flação. Diante disso, o governo implantou, em

1967, o cruzeiro novo, a nova moeda, que valia 1.000 cruzeiros. A música também mu-dava, por meio do Tropicalismo, movimento cultural estético e comportamental, que se estendeu às artes plásticas, ao cinema e à poesia brasileira. No III Festival de Música Po-pular da TV Record, realizado em outubro de 1967, os destaque foram as apresentações de Gilberto Gil e Caetano Veloso. Em 1968, eles e artistas como Gal Costa, Nara Leão e os Mutantes, entre outros, lançaram o disco “Tropicália”, considerado o manifesto musi-cal do movimento.

Nas ruas do Rio, a repressão. Depois da morte do estudante Edson Luís de Lima Sou-to durante uma manifestação, em março, contra o alto preço das refeições do antigo Calabouço, como era conhecido o Restauran-te Central dos Estudantes, a ação da polícia tornou-se ainda mais truculenta. Em 21 de junho, uma passeata entrou para a história como a “Sexta-Feira Sangrenta”, com 80 fe-ridos e mais de mil presos. Dias depois, a Cinelândia foi palco de uma impressionante

Chacrinha e Roberto Carlos

21Indo & Vindo 23 - Abril / Maio 2015

Fetranspor 60 anos:

a segunda década

11, e em 19 de novem-bro, na Apollo 12.

Em 1970, quem to-cava o topo do mundo da bola era a seleção

brasileira, tricampeã mundial após a partida contra a Itália, cujo placar final foi de 4 a 1, no México. Pelé, Rivelino e Jairzinho eram alguns dos nomes que ouviam, de uma na-ção esperançosa, que tudo daria certo: “90 milhões em ação/ pra frente Brasil/ no meu coração/ Todos juntos vamos/ pra frente Bra-sil/ Salve a Seleção!”. Nas telinhas, a Rede Globo lançava a novela “Irmãos Coragem”, seu primeiro sucesso em âmbito nacional, com Tarcísio Meira, Glória Menezes e Regina Duarte, entre outros. As obras de infraestru-tura, nessa década, se multiplicavam no Rio de Janeiro, como, por exemplo, em 1971, a construção da autoestrada Lagoa–Barra, en-tre a Zona Sul e a Baixada de Jacarepaguá; o Aeroporto de Jacarepaguá/Roberto Marinho, e a duplicação da pista da Avenida Atlântica, com o aterramento em Copacabana.

Impactos no coraçãoA Baixada Fluminense se surpreendeu com

as chamas de até 300 metros resultantes do vazamento de gás na Refinaria Duque de Caxias (REDUC), em 1972. Três explosões em tanques de gás liquefeito de petróleo (GLP) levantaram placas de três toneladas, despertando todo o entorno com o tremor de portas e janelas das suas casas e causando a morte de mais de 35

Vladimir Palmeira discursa durante a “Passeata dos 100 mil”, em 1968

reunião pacífica entre estudantes, professo-res e representantes da igreja, pela redemo-cratização do País, que ficou conhecida como a “Passeata dos 100 mil”. Mas, em dezem-bro, o presidente Arthur da Costa e Silva de-cretou o Ato Institucional nº 5, concedendo poder quase absoluto ao regime militar.

“Pra frente Brasil, do meu coração”No ano seguinte, Gilberto Gil lança, du-

rante seu exílio na Inglaterra, “Aquele Abra-ço”, exaltando bairros, clubes, personagens, entre outros do cotidiano carioca, e cantada como hino por muitos até hoje. A ação política mais marcante foi o sequestro do embaixador americano Charles Burke Elbrick, por militan-tes da Ação Libertadora Nacional (ALN), e do Movimento Revolucionário 8 de Setembro (MR-8), que lutavam pelo fim da ditadura. Ele foi solto mediante libertação de 15 presos políticos e da publicação de um manifesto nos jornais e emissoras de rádio e televisão. Nas passarelas, Vera Fischer era eleita Miss Brasil. Em novembro de 1969, a bola mais comentada foi a do pênalti que o Pelé mar-cou pelo Santos contra o Vasco no Maracanã, o seu milésimo gol. E o mundo inteiro parou para ver o homem pisar pela primeira vez na Lua, em 20 de julho, a bordo da nave Apollo

22 Indo & Vindo 23 - Abril / Maio 2015

HISTÓRIA

No primeiro dia de fevereiro de 1974, São Paulo viveu uma das suas maiores tragé-dias, conhecida até mesmo no exterior: o incêndio no edifício Joelma, que provocou a morte de 191 pessoas e deixou mais de 300 feridas. Em março, a Baía de Guanabara ga-nhava novos traços, com a inauguração da Ponte Presidente Costa e Silva, mais conhe-cida como ponte Rio–Niterói, considerada, na época, a segunda maior do mundo. Em

1975, aconteceu a fusão dos estados da Guanabara e do Rio de Janeiro. E foi em 15 de outubro que o Mé-xico virou, mais uma vez, palco do triunfo do esporte brasileiro, com João Carlos de Oliveira, o João do Pulo. Seu salto de 17,89 metros estabeleceu o novo recorde mundial, superado somen-te dez anos depois, pelo americano Willie Banks, com 17,97 metros. Daqui pra frente, nossa memória já não nos abandona tanto. Aguarde a próxima edição, até lá!

“O gato preto cruzou a estradaPassou por debaixo da escadaE lá no fundo azulNa noite da florestaA lua iluminouA dança, a roda, a festaVira, vira, viraVira, vira, vira homem, vira viraVira, vira lobisomem Vira, vira, vira”

Trecho da letra “O Vira”

Construção da Ponte Presidente Costa e Silva(Ponte Rio-Niterói)

João do Pulo

pessoas, além de aproximadamente 50 feridos. No carnaval de 1973, morreu, na Igreja Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, Pixinguinha, um dos ícones da flauta brasileira, que não resis-tiu a um infarto. E na música, nesse ano, era lançado o primeiro álbum da banda “Secos e Molhados”, de Ney Matogrosso, João Ricardo e Gérson Conrad. Foram vendidas mais de 1 mi-lhão de cópias em todo o País, com destaque para as eternas “Rosa de Hiroshima” e “O Vira”.

23Indo & Vindo 23 - Abril / Maio 2015

ESPORTE

Fórmula Truck:Cores! Adrenalina! Paixão!

Com todo o respeito a quem dá de ombros ao ver a frenética torcida na frente da televi-são, acompanhando corridas emocionantes de caminhões pesadíssimos em pistas em-poeiradas, a verdade é que a Fórmula Truck é um sucesso. A cada etapa das dez compe-tições anuais, um público fi el – e que só vai aumentando – lota as arquibancadas. Tem gente – muita gente – que segue os pilotos aonde forem. Mas é diante da TV que está o público maior, milhares de pessoas assíduas às competições em domingos festivos.

No domingo, dia 12 de abril, teve corrida. E, como sempre, houve novidade para tor-nar a competição mais justa – uma preocu-pação dos organizadores. Além do retorno da Fórmula Truck a Campo Grande, depois de quatro temporadas ausente, a capital do Mato Grosso do Sul teve uma surpresa na pis-ta, nessa data da segunda etapa da sua 20ª temporada.

Novo regulamentoDe acordo com o novo regulamento da

mais popular categoria do automobilismo da

América do Sul, os três primeiros colocados na classifi cação geral tiveram redução de po-tência nos caminhões nas provas seguintes. Na corrida de abertura, a vitória fi cou com Felipe Giaffone (MAN Latin América), com Wellington Cirino (Mercedes-Benz) em segun-do, e Djalma Fogaça (Ford) em terceiro.

Com isso, Giaffone, líder isolado do Cam-peonato Brasileiro (até o fechamento desta edição), com 53 pontos, foi o que mais so-freu, pois seu MAN recebeu a instalação de uma espécie de anel, colocado na entrada de ar da turbina do caminhão, o que reduz a po-tência do motor em cerca de 70 cavalos.

Cirino, o segundo colocado na classifi ca-ção geral, com 44 pontos, perdeu menos: cer-ca de 50 cavalos, pois o restritor utilizado no seu Mercedes-Benz foi de 76 milímetros. Já o Ford de Fogaça, terceiro na pontuação, com 38 pontos, teve a abertura de 78 milímetros, o que implica em algo em torno de 30 cava-los a menos no motor. Todos os outros pilotos, do quarto colocado na tabela de classifi cação geral em diante, tiveram a abertura regula-mentar de 80 milímetros na entrada do turbo.

24 Indo & Vindo 23 - Abril / Maio 2015

ESPORTE

Principais pilotos da categoria

Felipe Giaffone (Man Latin America) – desde 2005Wellington Cirino (Mercedes-Benz) – desde 1997Debora Rodrigues (Man Latin America) – desde 1998Adalberto Jardim (Man Latin America) – desde 2006Roberval Andrade (Scania) – desde 2000Pedro Muffato (Scania) – desde 2000Djalma Fogaça (Ford) – desde 1997Leandro Totti (Man Latin America) – desde 2003Beto Monteiro (Iveco) – desde 1999

Calendário de 2015

1º de março – Caruaru (PE)12 de abril – Campo Grande (MS)17 de maio – Londrina (PR)14 de junho – Brasília (DF)12 de julho – Goiânia (GO)9 de agosto – Santa Cruz do Sul (RS)13 de setembro – Curitiba (PR)4 de outubro – Guaporé (RS)8 de novembro – Cascavel (PR)6 de dezembro – São Paulo (SP)

Wellington Cirino é um dos pilotos mais antigos da categoria

Débora Rodrigues:

“Os homens são bastante

competitivos”

Imparcialidade e segurançaA primeira corrida do ano, disputada no dia 1º

de março, em Caruaru, Pernambuco, não teve os restritores, por ser início de temporada e todos te-rem começado do zero. De Campo Grande até a etapa de Cascavel, no dia 9 de novembro, os três primeiros continuarão a usar os restritores. No en-tanto, na última prova, marcada para 6 de dezem-bro no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, to-dos os pilotos entram com a mesma potência, ou seja, com a abertura de 80 milímetros no turbo.

A preocupação com a imparcialidade e a jus-tiça nas provas, que impõe regras para estabe-lecer igualdade de oportunidade para todos os pilotos, também está presente na questão da segurança. Todos os locais de eventos são es-colhidos segundo critérios e normas que trazem segurança tanto para os pilotos participantes como para o público presente. O que diante da TV nos parece perigoso, na verdade, está acon-tecendo debaixo de rigoroso controle.

Público e MídiaA média de público, em 2014, foi de 43.774.

Só em termos comparativos, na Série A do Bra-sileirão de Futebol essa média foi de 16.555. Isso mostra que a FT tem arquibancadas cheias em todas as dez etapas do ano. Os organiza-dores, porém, destacam que, devido à tradição automobilística dos estados do Paraná e do Rio Grande do Sul, as várias corridas que lá ocorrem

costumam apresentar as maiores torcidas, junto com São Paulo. A Fórmula Truck é a única cate-goria nacional que faz uma etapa no Nordeste há 18 anos, e em Caruaru também há sempre um público fiel lotando as arquibancadas.

O apoio e a cobertura da TV Band são con-siderados decisivos para o crescimento da FT. Segundo Milton, “ter a participação de uma rede de tevê aberta junto é essencial para nos aproximarmos do público e para atrair novos torcedores. Assim, a Rede Bandeirantes é uma importante ferramenta de divulgação da Fór-mula Truck e de seus pilotos e patrocinadores, pois além de transmitir todas as etapas ao vivo, a Band também dá essencial suporte jornalísti-co”. Contudo os eventos, durante as etapas pelo Brasil, também têm cobertura de praticamente todas as retransmissoras locais de outras redes de televisão que marcam presença nas provas.

25Indo & Vindo 23 - Abril / Maio 2015

A Fórmula Truck teve 12 mil pessoas em sua pri-meira prova de exibição, em 1995. De lá para cá não parou de crescer, assim como seu público. No ano de 1995, foram realizadas corridas de exibição em Cas-cavel (PR), Londrina (PR), Tarumã (RS) e Goiânia (GO), mas sem que se tivesse um campeonato oficializado. Em 1996, aconteceu a primeira temporada oficial da categoria que, segundo seus organizadores, tem o maior público do automobilismo continental.

Este ano, a FT está na 20ª temporada. E a lista de grandes pilotos parece não ter fim. “Há sempre mais e mais apaixonados por caminhões na fila para enfrentar essa parada”, diz Milton Alves, divulgador e responsável pelo site www.formulatruck.com.br.

Milton explica como é a organização das diversas etapas: para se montar toda a estrutura nos autódro-mos das cidades que recebem a categoria, são ne-cessários cerca de 20 dias. Uma equipe de profissio-nais especializados desembarca antes nas cidades, e prepara tudo para que o espetáculo seja aproveita-do ao máximo pelos torcedores”.

Há sete anos o idealizador da Fórmula Truck, Au-rélio Batista Félix, faleceu de forma repentina, e sua esposa, Neusa Navarro, assumiu como presidente. Ela já tinha grande experiência na administração dos eventos, pois anteriormente atuava na área financeira, ao lado do marido. Sua filha, Danielle Navarro, hoje é vice-presidente da Fórmula Truck, dando apoio à mãe.

Como em quase todas as ativida-des humanas, também na Fórmula Truck as mulheres vão conquistando cada vez mais espaço. Na pista, há duas pilotos: Débora Rodrigues e Michelle de Jesus. Débora é a mais experiente e a mais conhecida, pois está na categoria há 15 anos. Tem muitos fãs e é uma atração à parte no mundo dos pilotos, que é, em sua maioria, composto por homens. A presença feminina também é mar-cante entre os torcedores da cate-goria.

Débora admite que já houve mais resistência à participação de mu-lheres: “Hoje é mais comum, já se acostumaram, mas ainda tem certa resistência quanto a uma ultrapas-sagem. Eu até entendo, afinal os homens são bastante competitivos e adoram tirar sarro dos que ficam ou são ultrapassados por mim. Levo na esportiva”, diz.

Débora Rodrigues:

“Os homens são bastante

competitivos”

Neusa Navarro, presidente da Fórmula Truck

Mulheres que aceleram

Toneladas de história

26 Indo & Vindo 23 - Abril / Maio 2015

Rodoviária é inspiração para as fi lhas na vida e no trabalho

Filha, esposa, profi ssional e mãe. Multi-plique cada uma destas “funções” por pelo menos três outras, e talvez o resultado se aproxime, um pouco, do que representa a ma-ternidade. Décadas atrás, era comum a mu-lher deixar de lado o emprego e concentrar-se no lar e na educação dos fi lhos. Hoje em dia, enfrentar também os desafi os de trabalhar fora, para oferecer uma vida melhor à família, ou até mesmo sustentá-la inteiramente, faz parte da realidade de milhares de mulheres brasileiras.

Em homenagem ao Dia das Mães, a Indo & Vindo apresenta uma dessas supermães que são espelhos para suas fi lhas dentro e fora de casa. Sandra Helena Pereira Bastos,

cobradora há 18 anos, é a inspiração para Flá-via e Alessandra Bastos Flores, duas das suas quatro fi lhas – tem ainda a Fabiana e a Marli –, que seguem os seus passos, como rodoviá-rias. As três trabalham na Viação Pavunense e consideram a empresa parte da família.

A primogênitaFoi com 13 anos que Alessandra, a primo-

gênita de Sandra, deu início a sua vida profi s-sional, passando por escritórios, restaurantes e inclusive pelo setor rodoviário, em 2000, na Baixada Fluminense, também como cobra-dora, ainda na época em que a cobrança da passagem era feita com talões. Ela parou de trabalhar para cuidar do seu casal de fi lhos e,

o espelho da vida

CAPA

27Indo & Vindo 23 - Abril / Maio 2015

“Antes de ser rodoviária, fui balconista, recepcionista, au-xiliar de enfermagem, sempre gostei de trabalhar com o pú-blico. E onde havia forma de

ganhar dinheiro honestamente, eu estava. Trabalhei por alguns anos em outras duas empre-sas de ônibus, e agora estou

aqui, bastante orgulhosa de ver minhas filhas ao meu lado”

Sandra Helena Pereira Bastos

durante cinco anos, esperou uma oportuni-dade dentro da Pavunense. “Meu padrasto também é rodoviário, há 28 anos, e vendo os dois, resolvi fazer a prova e consegui en-trar na empresa. Sempre gostei do setor e me acostumei tanto a ponto de pensar no trabalho até mesmo em casa; é como um vício. Gosto de lidar com pessoas, ensinar itinerários e participar, de alguma forma, da vida de cada um”, conta.

Puxou à mãe. Sandra também adora o que faz. “Antes de ser rodoviária, fui bal-conista, recepcionista, auxiliar de enfer-magem, sempre gostei de trabalhar com o público. E onde havia forma de ganhar di-nheiro honestamente, eu estava. Trabalhei por alguns anos em outras duas empresas de ônibus, e agora estou aqui, bastante or-gulhosa de ver minhas filhas ao meu lado”. A mais velha, um presente de Deus, segun-do a própria mamãe coruja, por ter nasci-do nove dias depois do seu aniversário, foi a primeira a seguir seus passos, e sua percepção em relação ao setor é positiva, diante das mudanças ao longo dos últimos anos. “Depois que retornei, pude oferecer uma estrutura melhor para a minha famí-lia, e gostaria, inclusive, que o meu filho en-

trasse para a Pavunense, no projeto Jovem Aprendiz”, afirma Alessandra.

A gêmeaFlávia é gêmea de Fabiana. “Não sabia

que eram gêmeas. Primeiro nasceu a Flávia, de parto normal, e já pensava em levantar quando vi os médicos ainda conversando entre si, a barriga ainda grande, e comecei a ficar aflita. Perguntei o que estava aconte-cendo, e a enfermeira disse: ‘mãe, espere um pouco que está vindo outro neném’; quase me joguei da janela”, brinca Sandra, diante da descoberta. “A Flávia parecia um pacote de açúcar quando nasceu, com 1,250 quilo, e sua irmã gêmea com 1,350 quilo”, lembra Sandra, antes de falar sobre a genética da fa-mília. “Meu pai e minha prima tinham irmãos gêmeos, e digo que elas (as filhas) deveriam ter também, para verem como é bom”, fala

28 Indo & Vindo 23 - Abril / Maio 2015

CAPA

Flávia: “Foi minha mãe quem me motivou a voltar ao mercado de trabalho”

Alessandra: “Gosto de lidar com pessoas, ensinar itinerários e participar, de alguma

forma, da vida de cada um”

entre risadas e protestos das suas crias, bem cientes de como seria a labuta em dobro. “Era uma brigando com a outra, querendo o que a ou-tra tinha, quase fiquei maluca”, conta.

O incentivo para Flávia iniciar sua caminha-da como cobradora também veio da matriarca e, com a ajuda da irmã, conseguiu tirar de letra o novo emprego. “Entrei em novembro do ano passado, e antes havia trabalhado, por pouco tempo, como auxiliar de produção e em um posto de gasolina, sendo a maior parte da mi-nha vida dedicada aos cuidados da casa, dos meus sobrinhos e da minha filha. Foi minha mãe quem me motivou a voltar ao mercado de trabalho, dizendo para vir para a Pavunense. Eu a agradeço muito, porque precisava disso”, diz Flávia, que está adorando a oportunidade.

Missão eternaAs filhas cresceram e a luta continua. Os cui-

dados, o carinho, a preocupação, nada acaba

com o passar dos anos na relação entre mãe e filha, independentemente da distância, dos caminhos escolhidos ou das famílias constitu-ídas, o coração vai sempre bater em dobro. “A Alessandra gosta de trabalhar à noite, e eu só dormia quando ela chegava em casa. Telefo-nava várias vezes para saber se estava tudo bem, e a ouvia pedir calma, mas minha pre-ocupação é com o mundo de hoje. Fico preo-cupada, principalmente com a Flávia, por ser iniciante, mas temos a ajuda de todos os cole-gas, e isso é muito bom”, explica Sandra. Cada uma morava em um bairro, e agora todas mo-ram, saem e participam de atividades juntas, em perfeita harmonia.

“Quando saímos, os vizinhos brincam ‘ih, é formação de quadrilha’, e protesto logo, exigin-do respeito”, diz a matriarca sobre a nova fase, que comemora principalmente pela oportuni-dade de ficar ainda mais perto dos netos. A caçula da casa, filha da Flávia, tem cinco anos, já Alessandra é mãe de dois adolescentes: a mais nova tem 14 anos, e o mais velho 17. “Se precisar bater para defender minhas filhas, eu

29Indo & Vindo 23 - Abril / Maio 2015 29Indo & Vindo 23 - Abril / Maio 2015

bato, e se forem meus netos, morro. Agradeço a Deus por elas, e tento fazer o possível para ajudar na educação. E se eu disser que quero de uma forma, não tem ‘vovó, relaxa’”, diz San-dra, orgulhosa de seu duplo papel.

Ajuda dos colegasEntrar em um ambiente já conhecido da

família torna tudo mais fácil, tanto na rotina quanto no relacionamento com os compa-nheiros de trabalho. Mesmo assim, o conse-lho mais importante foi dado pela supermãe: “Tenham sempre fé, porque com Ele tudo fun-ciona”. Segundo Sandra, uma pitada de bom humor também ajuda a enfrentar os dias di-fíceis, e isso é em qualquer profi ssão. “Acho bom incentivar a seguir determinadas profi s-sões e empresa, porque vamos explicando o funcionamento e a realidade das coisas, mos-trando com o que se deve ter cuidado. Assim ele entra menos ansioso, menos tenso e com um pouco mais de segurança”, diz Alessandra, referindo-se ao incentivo dado ao seu fi lho e

também ao recebido de Sandra. “Somos refl e-xo dos nossos pais, apesar de não ser sempre dessa forma, e fui bem recebida aqui; os cole-gas são uns amores”, elogia a primogênita.

Apesar de já adultas, Alessandra, Flávia, Fa-biana e Marli não se cansam do colo da mãe; e esta não se cansa de dar e receber o carinho das fi lhas. “Minha mãe, para mim, é tudo, por-que ela me ajuda, aconselha e está presente na minha vida; é um espelho, e minha fi lha a adora”, declara Flávia. “Minha mãe é um amor de pessoa, tem um temperamento forte, eu me inspiro muito nela. É uma pessoa legal, super pra frente, e nos damos muito bem”, diz Ales-sandra.

“No começo foi difícil, era nova, com três crianças novas (a caçula nasceu anos depois), enfrentando preconceitos, e segui em frente. Elas são tudo para mim. Criar quatro fi lhas... Se eu morrer hoje, morro feliz por estarem enca-minhadas e poderem criar meus netos. Tenho algumas difi culdades, como todo mundo, mas sou muito feliz!”, diz Sandra.

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Já diz o ditado popular: a maré não está para peixe. Traduzindo para o nosso setor, a estrada não está para ônibus. Parece que os cenários político e econômico transitam por um caminho delicado atualmente.

A preocupação de alguns especialistas é que o ajuste fi scal dos governos federal e estaduais e o aumento do combustível possam causar um impasse nos investimentos do transporte público.

Quando olhamos para o retrovisor, a UCT ana-lisa que a educação jamais pode vir a dar mar-cha à ré, mesmo diante de décadas de supera-ção de obstáculos na área de transporte.

Pesquisa encomendada pela Fetranspor aponta que o desejo por se aperfeiçoar profi ssio-nalmente permanece, durante os últimos quatro levantamentos (desde 2008), em índices bas-tante elevados.

A maioria (82%) gostaria de complementar sua escolaridade, especialmente com cursos re-gulares. Os cursos superiores de Administração (21%) e Logística (11%) despertam interesses. A predisposição dos motoristas para fazer cursos segue alta: 94%, principalmente com objetivo de aperfeiçoamento profi ssional (37%).

A UCT acredita que a educação profi ssional é um dos guarda-chuvas nesse cenário complexo. Isso pode ser estimulado por meio do autode-senvolvimento entre os profi ssionais do setor de transporte de passageiros. Veja algumas dicas:

1. Esteja sempre informado. Leia notícias no jornal todos os dias, em fontes dife-rentes de informação.

2. Participe mais das decisões na sua ci-dade. Por meio do site da prefeitura do seu município, procure as audiências públicas que discutem vários temas im-portantes e impactam no seu dia a dia. Um deles é o plano de mobilidade urba-na, que visa à participação da popula-ção na elaboração dos projetos.

3. Estude, leia, busque. Existem portais, como o IPED ou Veduca, com cursos on--line gratuitos. Acesse: www.iped.com.br/cursos-gratis e www3.veduca.com.br.

4. O site da UCT também é atualizado, a cada semana, com conteúdo para os rodoviários: www.uct-fetranspor.com.br.

5. Vá até a área de Gestão de Pessoas da sua empresa e fi que por dentro dos cur-sos oferecidos pela UCT.

6. Leia livros e assista a fi lmes desafi ado-res. Busque estilos diferentes para am-pliar a sua visão de mundo.

7. Apesar da maré vulnerável, é possível “pescar” e encontrar um mar de opções para o autodesenvolvimento profi ssio-nal. Lembre-se: quem ajuda a comandar o navio é você, rodoviário.

EDUCACÃO EM FOCO

Educacãopara não frear o desenvolvimento

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Fique por dentro!Curso de Operação e Manutenção de Ar-CondicionadoA Universidade Corporativa do Transporte (UCT) passa a bola para o Sest Senat Deodoro. O curso, desenvolvido em parceria entre as duas instituições, inclusive com a empresa Spheros, a partir de abril, terá as inscrições feitas pelo Sest Senat Deodoro. Para mais informações ligue: (21) 3503-0550. O Serviço Social do Transporte (Sest) e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat) são entidades civis, sem fi ns lucrativos, criadas para valorizar os trabalhadores do setor de transporte.

Curso de Gestão pela Qualidade As empresas de ônibus fi liadas à Fetranspor já podem se inscrever na segunda turma do curso Gestão para a Excelência do Desempe-nho. O prazo vai até 10 de abril. Cada empre-sa pode inscrever de dois a quatro funcioná-rios que estejam exercendo funções de alta e média liderança, independentemente da área. Não vai perder essa, hein? Saiba mais: www.uct-fetranspor.com.br.

Motorista Cidadão Avance na sua formação, motorista! Por meio do programa Motorista Cidadão, você vai in-corporar valores da cidadania na sua rotina de trabalho e reconhecer seus direitos e deveres. Procure o RH de sua empresa e inscreva-se já!

Formatura Rodoviário Cidadão

Fiquem ligados, motoristas! Está chegan-do mais uma formatura do Projeto Rodo-viário Cidadão. Se você foi aprovado nos programas Motorista Cidadão e Formação de Lideranças e ainda não teve a oportu-nidade de participar da formatura, então, não durma no volante. A novidade deste ano é que o evento será realizado no Vivo Rio, que fi ca na Avenida Infante Dom Hen-rique, 85 − Parque do Flamengo. Anote na agenda: 10/6/15, às 18h30!

Direção por SimuladorChegou a hora de acelerar a evolução do motorista do BRT! A UCT está disponível para ir às empresas e apresentar o Dire-ção por Simulador. Nós já testamos como foi o primeiro ano do programa:

- 97% dos alunos apontam que o projeto contribui para a redução dos vícios de direção.- 100% dizem que o programa colaborou para o próprio desenvolvimento profi ssional.

Faça contato com a UCT para conhecer outros avanços dessa ação educacional pioneira. E-mail de contato: [email protected].

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EDUCACÃO EM FOCO

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Com a palavra, Andrea Ramal

Leia outros artigos da colunista publicados na revista. Acesse www.uct-fetranspor.com.br e clique na seção “Artigos”.

Você cria seus filhos meninos e meninas para uma relação de igualdade?

Recente pesquisa mostrou que a criação, em casa, ainda é muito desigual. Por exem-plo, a cada dez meninas, sete lavam a louça e seis limpam a casa. No entanto, a cada dez meninos, apenas um costuma fazer essas tarefas.

Além disso, quando é preciso ajudar a mãe a tomar conta dos filhos menores, em geral quem faz isso é a menina. Nessa hora, ela precisa parar de estudar ou brincar, enquanto o filho homem segue sua rotina normalmen-te.

Essas diferenças mostram que, na prática, muitos pais ainda reforçam um modelo de re-lacionamento desigual. Enquanto o homem é preparado para ser aquele que vai trabalhar fora, a mulher é responsável pela vida domés-tica e por cuidar dos filhos. Quando adulta, se a mulher também trabalha fora, por desejo ou necessidade, acaba cumprindo jornada tripla: cuida do trabalho, da casa e dos filhos, muitas vezes sem apoio do marido.

Na hora de ganhar presentes, as meninas recebem casinha, fogão, panelinhas, bone-cas... E os meninos? Ganham bola, jogos de tabuleiro, laboratório de ciências, carrinho, peças para montar. Os pais acham que “brin-car de casinha” não é coisa para menino!

O que as famílias precisam entender é que uma criação com mais igualdade dentro de casa poderia ser mais positiva tanto para me-ninas como para meninos.

Fazendo tarefas domésticas, a criança de-senvolve habilidades que serão úteis na vida adulta: planejamento, acompanhamento de

processos, organização, trabalho em equipe, liderança, gestão do tempo.

Além disso, as atividades feitas na infância podem influenciar até a escolha da profissão. Ao brincar com jogos de montagem de peças, aviões, carrinhos ou laboratórios, o menino se inclina para interesses ligados a engenha-ria, física, cálculos e ciências. A mesma opor-tunidade precisa ser dada às meninas.

Educar meninos e meninas com mais igualdade é formá-los para o mundo de hoje, em que homens e mulheres dividem respon-sabilidades não só dentro de casa ou nas empresas, mas até no governo dos países. Assim, ao criar meninos e meninas, siga es-tas dicas:

• Divida as tarefas domésticas igual-mente entre meninos e meninas.

• Dê o exemplo: pais e mães também podem dividir as tarefas de casa.

• Livre-se de preconceitos ao escolher presentes para meninos.

• Ensine os meninos a cuidar da casa, do quarto, de um animal doméstico.

• Faça brincadeiras em que a menina possa revezar a liderança com o menino.

• Veja se a escola está atenta a esta igualdade de papéis e responsabili-dades.

Andrea Ramal é doutora em Educação. Atualmente é consultora do “Bom Dia Rio”,

sempre às terças-feiras, e do programa “Encontro com Fátima Bernardes”, ambos da Rede Globo.

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RIOCARD EXPLICA

O cartão do passageiro vale R$ 1,00

Desde o dia 10 de fevereiro o cartão Rio-Card devolvido pelo passageiro ao cobrador vale R$ 1,00. Os cartões podem ser trocados nos ônibus, nas lojas RioCard ou bilheterias do BRT.

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VIDA DE RODOVIÁRIO

Motorista do BRT Transoeste defende a categoriaProfissional relata experiências e diz que a maioria dos casos

de acidentes é culpa da imprudência de terceiros

A questão da segurança no BRT tem sido pauta de muitas reportagens na mídia. Diver-sas medidas que estão sendo tomadas para diminuir os índices de acidentes nesse modal de transporte já mostram resultados, espe-cialmente os treinamentos de motoristas e a sinalização do local. Entretanto, esta matéria destaca a postura de um dos motoristas que atuam no BRT e sobre como ele defende que, na maioria dos acidentes, a culpa é da falta de respeito, por parte de terceiros, às regras de trânsito próximas ao local.

Sérgio Marcos Soares Pessoa, 41 anos, motorista da Translitoral, que atua no BRT Transoeste, explica que muitos acidentes “nem sempre são culpa dos motoristas. A falta de educação de pedestres, motoquei-

ros e motoristas de carros de passeio é gro-tesca”. Pessoa conta uma experiência que viveu no dia 27 de janeiro, quando trafega-va na linha Mato Alto – Parador, por volta das 19h50, na via segregada, destinada exclusivamente aos ônibus do BRT. “Minha velocidade máxima era de 60 quilômetros por hora. Ao sair da estação Rio Mar, che-gando próximo a um trecho onde havia ma-nifestantes acampados no canteiro central, num tipo de protesto contra o campo de golfe olímpico, um skatista, que estava no meio deles, entrou na pista do BRT, pouco se importando com o perigo a que estava se expondo. Ele saiu do gramado, colocou o skate na pista do BRT e fez um movimento para dar impulso”, conta.

Sérgio Marcos Soares Pessoa

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Manobra certeiraSegundo Pessoa, o skatista ignorou comple-

tamente a aproximação do ônibus. “Quando percebi que ele não estava me vendo, comecei a buzinar, mas o jovem continuava em cima do skate e conversava com alguns manifestantes acampados. Vários passageiros que assistiam à cena já estavam em pânico. Ao me aproximar cerca de dez metros dele, freei e desviei o carro para a direita. Ele, sobre o skate, passou na la-teral, entre o canteiro central e o BRT”, relata o motorista.

Em abril do ano passado, o mesmo motoris-ta postou um depoimento em sua página no Facebook, narrando outro episódio que tam-bém exemplifica a imprudência de pedestres, ciclistas, motociclistas e motoristas de carros de passeio: “Na Avenida das Américas, próximo à Cetex, no sentido Mato Alto, avistei, a 20 metros à minha frente, na faixa da direita, dos carros de passeio, uma moto com dois ocupantes fazendo zigue-zague e balançando num total desiquilí-brio. Pensei que fosse brincadeira do motoquei-ro, pois na pista tinha poucos carros. Mas, em dez segundos, a moto tombou, e os dois ocupan-tes, junto com a moto, deslizaram no asfalto em direção à via do BRT. Eles pararam com a parte do peito até a cabeça dentro da pista do BRT, e com a freada que dei parei a 50 centímetros de passar com a roda dianteira direita em cima da cabeça dos dois. Se tivesse um carro de pas-seio, na faixa da esquerda, bloqueando a minha visão, eu não teria percebido a moto apresentan-do problemas, e a tragédia teria sido pior”, disse.

Em defesa da classePelo retrovisor, Pessoa viu os dois homens

se levantando com dores nos braços e seguiu viagem, pois estava impedindo a passagem de outros BRTs. “Eu não tinha como tirar o BRT da pista para evitar o atropelamento, pois entre as duas pistas do BRT, nessa localidade, existe uma vala funda para escoamento de água da chuva, e se eu desviasse causaria um acidente de gran-des proporções com os passageiros”, explicou.

Ao divulgar as experiências vividas ao volante do ônibus que dirige diariamente no BRT Transo-

este, Pessoa tem em mente um único objetivo: defender os motoristas que, na maioria das ve-zes, são considerados culpados pelos acidentes. “Quando acontece um acidente com o BRT, nós, motoristas, somos transformados em vilões, e até mesmo o próprio sistema é criticado. Mas a verdade é que existe todo um trabalho sendo feito para conscientizar e orientar pedestres, motoristas de carros de passeio, motoqueiros e ciclistas quanto aos perigos de trafegar na via do BRT ou próximo dela. A sinalização é clara e far-ta; porém, ainda assim, eles não respeitam”, diz.

Respeito à sinalizaçãoSegundo Pessoa, a maior parte dos acidentes

que já aconteceram no BRT é fruto da imprudên-cia de terceiros que não respeitam a sinalização. “Se não me engano, apenas três foram culpa do motorista”. E ele vai mais longe: “Muitos aci-dentes são evitados justamente pela capacida-de técnica dos motoristas, pelo conhecimento que temos dos pontos críticos, e devido a toda a preparação e treinamento que nos são forne-cidos para que possamos exercer nosso papel”, afirma. E completa: “Todos nós, motoristas de ônibus articulados do BRT, todos os dias, evita-mos acidentes que nunca são noticiados. Nós não somos personagens do jogo GTA; somos pais, somos filhos, somos homens que sabem da responsabilidade que têm em mão; mas, in-felizmente, nem sempre podemos adivinhar que

VIDA DE RODOVIÁRIO

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“Muitos acidentes são evitados justamente pela capacidade técnica dos motoristas, pelo conhecimento que temos dos pontos críticos, e devido a toda a preparação e ao treinamento que nos são fornecidos para que possamos exercer nosso papel”Sérgio Marcos Soares Pessoa, motorista da Translitoral

alguém fará uma besteira na nossa frente em questão de segundos”.

Pessoa defende a categoria e pede mais consciência por parte da população. “Não sou o melhor motorista de ônibus do mundo e cometo erros como qualquer profissional, em qualquer categoria, mas sempre dirigi com muita atenção e, muitas vezes, tenso com a quantidade de pe-rigo que envolve a pista do BRT; e não acho cor-reto a sociedade massacrar toda uma categoria devido a um acidente ou culpar a velocidade do BRT. É preciso coragem para colocar o dedo na ferida, que é a falta de educação dos cariocas diante do trânsito em nossa cidade”.

Treinamento intensoDe acordo com Pessoa, o treinamento dos

motoristas do BRT é intenso. “São dois me-ses, começando dentro da garagem, onde os profissionais se familiarizam com os ôni-bus articulados. Depois, vamos para a via do BRT, para aprender como entrar e sair de uma estação e conhecer cada detalhe da pis-ta exclusiva. Em seguida, conhecemos a sala do CCO (Centro de Controle Operacional), para entender e assimilar como é realizado o controle e a operação de todo o sistema, como é feito o monitoramento, e como a equipe faz todo o suporte da pista. Eles nos

mostram imagens, como a de pessoas que se colocam em situações de extremo perigo, até se jogando na frente do ônibus para não pagar passagem. Em seguida, participamos do curso do Sest Senat, com aulas teóricas, e, finalmente, fazemos o treinamento no si-mulador, no qual vivenciamos todo o trajeto. Essas etapas nos preparam para o nosso dia a dia”, conta.

Assim como Pessoa, são muitos os motoris-tas do BRT que já conseguiram evitar aciden-tes, colocando a segurança de seus passagei-ros em primeiro lugar. A eles, nossos aplausos e gratidão. Esses profissionais conscientes podem ser considerados verdadeiros heróis urbanos.

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VIDA DE RODOVIÁRIO

Tinha um galho no meio do caminhoA história de heroismo de um motorista que

salvou 60 pessoas das enchentes de 2011

O Brasil inteiro e boa parte do mundo se co-moveram com a tragédia provocada pelas en-chentes na Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro, no começo de 2011. Acompanhamos, pela televisão, o sofrimento de centenas de fa-mílias pela perda de entes queridos, de suas casas, de seus bens, conquistados ao longo de uma vida inteira. Heleno Dias Pinho, motorista da Turb Petrópolis, não assistiu pela TV. Não, ele viu de perto e viveu esse drama. Mais do que isso, foi um verdadeiro herói para algumas des-sas pessoas.

Na noite de 11 de fevereiro de 2011, Heleno, que atua há 18 anos como rodoviário e há 15 como motorista, trabalhava em uma antiga em-presa de ônibus que não opera mais, fazendo o horário da madrugada, no chamado “Corujão”. Já estava chovendo, quando saiu do Centro de Petrópolis rumo ao bairro Cuiabá, ponto final de sua linha. “Quando cheguei em Cuiabá, havia um galho caído na pista, e eu desci do ônibus para retirá-lo e poder prosseguir. Foi aí que apa-receu um rapaz pedindo ajuda para retirar sua família da casa onde morava, que estava prati-camente debaixo d’água”.

Uma vila submersaO rapaz morava numa vila de 48 casas, e to-

das já tinham sido atingidas pela enchente. “A família dele estava na escada. E ajudei a levar os três filhos, três crianças, para o mesmo local. Mas outros moradores também precisavam de ajuda. Fizemos um mutirão e conseguimos res-gatar mais ou menos 60 pessoas, que ficaram abrigadas dentro do ônibus, que estava em cima de uma ponte. A vila ficou totalmente submersa. Algumas pessoas nunca foram encontradas. Só

ali, naquele bairro, mais de 30 pessoas foram dadas como desaparecidas. Foi o local de Petró-polis mais atingido”, conta emocionado.

Heleno acredita que foi Deus quem o colocou ali para ajudar aquelas pessoas. “Se aquele ga-lho não estivesse atrapalhando a passagem do ônibus, eu teria seguido caminho e, com certe-za, nenhuma daquelas pessoas teria se salva-do”, lembra. “Coloquei o ônibus num lugar mais alto e, logo depois, tudo que estava abaixo de-sabou”. Heleno e o grupo saíram, em seguida, em busca de um local mais seguro. Uma casa que ficava num terreiro não tinha sido atingida, e eles resolveram ir até lá. Mas, em questão de se-gundos, assistiram à casa ser arrastada inteira pelas águas e afundar. “Ficamos presos dentro do ônibus, e dali víamos carros serem levados, animais, pessoas gritando no meio da corrente-za. E não podíamos fazer nada”.

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Sete horas de caminhadaO grupo ficou dentro do ônibus das 2h até

as 4h da manhã, quando a água na frente do veículo começou a baixar. “Tinha um rapaz que eu conhecia que morava ali perto, e re-solvemos ir até a casa dele buscar abrigo. Eu levava um menino no ombro, quando atolei na lama até a cintura. Conseguiram me tirar dali. Em seguida, uma grávida também atolou. Ía-mos nos instalar na cocheira da casa desse conhecido, mas não existia mais cocheira. Fi-camos na casa dele até as 6h”.

Quando o dia começou a clarear, Heleno vol-tou ao local onde estava o ônibus para verifi-car as condições do veículo, e constatou que o motor estava funcionando, mesmo tendo sido atingido pelas águas. Mas não tinha como sair dali dirigindo. “Fui a pé até o terminal de Itaipa-va. Cheguei lá às 13h30min. Não tinha como passar carro em nenhum lugar. Ou se ia a pé ou de helicóptero”. Foram mais de sete horas andando em meio ao caos.

Cenas chocantesNo caminho, cenas chocantes e que jamais

saíram da memória de Heleno. “Vi uma mulher desesperada, procurando o filho. Com uma garrafa de água na mão, a cada criança morta, coberta de lama, que ela encontrava, segurava

o corpo e lavava o rosto para ver se era o seu filho. Vi corpos pendura-dos em cercas de arame, partes de corpos espalhadas... Nunca mais vou esquecer”.

Enquanto andava, assistindo atônito a tudo aquilo, Heleno só pensava na esposa e nos filhos, um casal de gêmeos de apenas seis meses na época. “Eu tinha perdido meu celular, não tinha mais nenhum orelhão. Só con-segui ter notícias deles quando cheguei no terminal de Itaipava e encontrei meu sobrinho, que falou que eles estavam bem. Gra-ças a Deus minha casa não foi atingida”.

O reencontro Quando chegou em casa, Heleno foi tomado

pela emoção. “Eu estava todo sujo de lama, mas peguei meus filhos e abracei muito. Eu só pensa-va em dizer obrigado a Deus, por ter me deixado vivo e a minha família também”, conta já com os olhos marejados.

Um mês depois da tragédia, Heleno foi visitar, num local destinado aos desabrigados, algumas das pessoas que conseguiu resgatar. “Eles me abraçaram, me agradeceram muito, e eu dizia para eles: – agradeçam a Deus por ter coloca-do aquele galho no meu caminho”. De vez em quando, ainda encontra um ou outro pela cidade, e eles sempre se abraçam, como uma forma de gratidão e respeito mútuos.

Sobre o que viveu naquela noite, Heleno fala com serenidade: “O ser humano vive em função do outro. Todos dependemos um do outro nesse mundo. E numa situação como essa, na hora a gente só pensa em ajudar. Nada mais”.

“Ficamos presos dentro do ônibus, e dali víamos carros serem levados, animais, pessoas gritando no meio da correnteza. E não podíamos fazer nada”Heleno Dias Pinho, motorista da Turb Petrópolis

VIDA DE RODOVIÁRIO

Carreira, fé e um grande aprendizadoO inspetor Baltar dá

exemplo de determinação

profissional e de fé

Diorge Baltar da Silveira tem 40 anos, 20 de-les dedicados ao setor de transporte coletivo. Hoje, inspetor da Turb Petrópolis, ele começou sua carreira como cobrador, em 1995, em uma antiga empresa de ônibus que não opera mais na cidade. Antes, só havia trabalhado como au-xiliar de serviços gerais em um supermercado.

Foram cinco anos como cobrador, um na tro-ca de disco de tacógrafo e mais um no setor de arrecadação, até chegar a fiscal, cargo que exer-ceu durante dois anos. Com a carteira de habili-tação categoria D, Baltar se inscreveu na escola de formação de motoristas da empresa, e em pouco tempo já estava à frente de um ônibus, transportando a população de Petrópolis.

Ao longo dos dez anos em que atuou como motorista fez diversos cursos de aprimoramen-

to e capacitação, como Atendimento ao Cliente, Motorista Cidadão e Resolução 168 (este obriga-tório para a classe). “Sempre procurei trabalhar de forma correta, e o mais importante é que gos-to do que faço e tenho determinação nos meus objetivos. O reconhecimento foi surgindo ao lon-go do tempo, mas sempre almejei o crescimento profissional. Para mim, hoje, atuar como inspe-tor é um sonho realizado”, conta.

Profissional de valorComo inspetor desde novembro do ano pas-

sado, ocupando uma nova vaga aberta pela Turb, Baltar comanda uma equipe de 400 fun-cionários, acompanha a fiscalização da escala dos profissionais, é responsável pela liberação da frota no período da manhã; em caso de aci-dente vai ao local para acompanhar todo o pro-cedimento legal; orienta motoristas e cobrado-res em suas atribuições, entre outras coisas.

De acordo com a coordenadora de Recursos Humanos da Turb, Roberta Rocha, o nome de Baltar estava muito bem cotado para ocupar a nova vaga de inspetor – antes a empresa conta-va com dois desses profissionais, mas sentiu a

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necessidade de um terceiro. “Buscamos alguns nomes que se encaixavam no perfil, e o Baltar foi o que mais se sobressaiu, pelo seu histórico, comprometimento, talento, capacidade e dedi-cação”, explica.

Roberta esclarece que já é padrão da empre-sa valorizar os bons colaboradores. Através de programas internos, a Turb procura identificar, em seu quadro, os profissionais que se desta-cam. Exemplo é o programa “Motorista Nota 10”, recém-lançado, que sorteará prêmios entre os motoristas que alcançarem as maiores pon-tuações de acordo com os critérios previamente estabelecidos.

Decisão de DeusAntes de assumir o novo desafio profissional

como rodoviário, Baltar atravessou uma fase di-fícil em sua vida pessoal. “Precisei me afastar do trabalho por um período e, ainda assim, a em-presa me deu essa oportunidade, além de ter me ajudado muito com meu problema. Se não tivesse o apoio da empresa, nem sei como teria conseguido enfrentar tudo”, lembra.

Em meados de 2013, sua esposa, Raquel Carvalho Baltar, ficou grávida. O casal já tinha um filho de 17 anos e estava feliz com a iminen-te chegada de mais um membro para a família. Mas, quando Raquel completou cinco meses de gravidez, veio a notícia que mudaria suas vidas – o bebê tinha hidrocefalia (acúmulo excessivo de líquido cefalorraquidiano, levando ao inchaço cerebral).

Os prognósticos não eram bons. A médica que atendia Raquel sugeriu que a gravidez fos-se interrompida. Contudo, o casal não quis. “Nós sofremos muito com a notícia, mas decidimos le-

var a gravidez até o final. Íamos conhecer a nos-sa filha e esperar a decisão de Deus”, lembra, emocionado. Em 24 de outubro de 2013, eles embarcaram para Jacareí, em São Paulo, para aguardar o nascimento da Maria Luiza em um hospital especializado nesses casos. “Lá, fica-mos hospedados na casa de uma senhora que nem conhecíamos, mas que nos recebeu com todo carinho e foi um anjo em nossas vidas. Tí-nhamos que esperar o bebê ganhar mais peso, caso contrário as chances de sobreviver ao parto seriam menores”.

100 dias de aprendizadoNo dia 25 de novembro, Maria Luiza nasceu,

com 3,250 quilos. Três dias depois foi subme-tida a sua primeira cirurgia, para colocar uma válvula. Logo em seguida, passou por proble-mas respiratórios e precisou ser entubada. Quando conseguiram estabilizar o quadro, Ma-ria Luiza foi transferida para um hospital no Rio de Janeiro. Depois, nova cirurgia para a troca da válvula. Foram três meses de internação e três cirurgias. Na última, ela pegou uma infec-ção hospitalar, e no dia 5 de março de 2014 faleceu.

Para Baltar, a filha deixou grandes ensina-mentos, sobre amor incondicional, luta, supera-ção, união e sobre a capacidade de doação das pessoas. “Nunca aprendi tanto como nos 100 dias em que ela esteve conosco”. O final feliz dessa história é que Raquel está novamente grávida de uma menina, que chegará em julho e já tem nome: Laura. “Hoje me sinto plenamente realizado no meu trabalho, tendo conquistado esse cargo de responsabilidade na empresa e na minha vida”, diz o inspetor Baltar.

“Nós sofremos muito com a notícia, mas decidimos levar a gravidez até o final. Íamos conhecer a nossa filha e esperar a decisão de Deus”Diorge Baltar da Silveira, inspetor da Turb Petrópolis, ao lado da esposa, Raquel

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CONCURSO

A Indo & Vindo lançou mais um desafio para os leitores, que cumpri-ram com louvor. No concurso lança-do na última edição da Revista, pe-dimos aos rodoviários para criarem uma frase em homenagem aos 60 anos da Fetranspor, e recebemos cerca de 80 , todas supercriativas.

No dia 1º de abril, no auditório do Rio Ônibus, 29 rodoviários, autores das frases finalistas do concurso, participaram do evento de premia-ção, quando receberam um kit com brindes da Fetranspor, como pen-drive, guarda-chuva do Fale Ônibus, entre outros itens. Os três primeiros colocados ganharam ainda tablets (segundo e terceiro lugares) e um iPad (primeiro lugar).

Confira as frases dos vencedores e, na tabela da página seguinte, os 30 rodoviários classificados.

Rodoviários criam frases em homenagem aos 60 anos da Fetranspor

Fetranspor: Mobilidade com evolução, qualidade em inovação.Danilo dos Santos Ri-beiro, da Viação Barra do Piraí (Sindpass)

FacilidadeEfi ciênciaTRANSparênciaPersistênciaORganização

Com Você Sempre!Dyego Anselmo da Silva, da Real Auto Ônibus (Rio Ônibus)

Transportando conhecimento, inovação, incentivo e valor. Criando meios para cuidar dos rodoviários, sempre de mãos dadas com a qualidade. Hoje festejamos com a Fetranspor 60 anos de sucesso e felicidade.Juliana de Jesus Silva, da Expres-so São Francisco (TransÔnibus)

Agora, a Indo & Vindo desafi a você a tirar uma foto de um ônibus em uma paisagem bonita da sua cidade. As três melhores ganharão vales para com-pras em uma loja de produtos eletrodomésticos e eletrônicos, nos valores de R$ 1.000,00 (1º lugar) e R$ 600,00 (2º e 3º lugares cada).

As inscrições devem ser feitas através do envio da foto pelo site www.revistaindoevindo.com.br, até o dia 20 de maio.

Concurso de fotografi a so São Francisco (TransÔnibus)

desafi a você a tirar uma foto de um ônibus em uma paisagem bonita da sua cidade. As três melhores ganharão vales para com-pras em uma loja de produtos eletrodomésticos e eletrônicos, nos valores de R$ 1.000,00 (1º lugar) e

As inscrições devem ser feitas através do envio da foto pelo site www.revistaindoevindo.com.br,

1o lugar2o lugar 3o lugar

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CONCURSO

ERRATA

RIO ÔNIBUSDYEGO ANSELMO SILVA REAL AUTO ÔNIBUS

BRENDA DO CARMO REAL AUTO ÔNIBUS

MAURÍCIO DA SILVA LEAL REAL AUTO ÔNIBUSDEIVID NUNES DA SILVA LITORAL RIO TRANSPORTES

MARCELO DOS R. MARQUES EXPRESSO PÉGASOMARCOS G. DE SANTANA EXPRESSO PÉGASOSÉRGIO RIBEIRO DE ARAUJO VIAÇÃO REDENTORJÔ ANTONIO DE ANDRADE CITY RIO

SETRANSDUCMIZAEL LIZARRAGA DA SILVA AUTO VIAÇÃO REGINAS

SETRANSOLLEONARDO FÉO DE MELO VIAÇÃO PRIMEIRO DE MARÇO

SETRANSPETROALAN WILBERT PETRO ITAIAN ARAUJO FERREIRA PETRO ITA

WALTER DE ABREU YORIO PETRO ITA

SETRERJERNALDO R. DO NASCIMENTO VIAÇÃO N. S. DO AMPARO

SINDPASSMILTON REZENDE DA SILVA VIAÇÃO CIDADE DO AÇOANDRÉ DE PAIVA VIAÇÃO CIDADE DO AÇODANILO DOS S. RIBEIRO VIAÇÃO BARRA DO PIRAÍELIANE DE A. BATISTA SILVA VIAÇÃO BARRA DO PIRAÍPAULO SÉRGIO DE MORAES VIAÇÃO SENHOR DO BONFIMALINE CORRÊA MUNIZ VIAÇÃO SENHOR DO BONFIMALEXSANDRO DA SILVA VIAÇÃO SUL FLUMINENSE

TRANSÔNIBUSJULIANA DE JESUS SILVA EXPRESSO SÃO FRANCISCOPAULO HENRIQUE DE LIMA TRANSPORTES FLORESCLAUMAX D. NUNES TRANSPORTES FLORESRENÊ ALCANTARA MASTER TRANSPORTESCLAUDIO MÁRCIO DE SOUZA VIAÇÃO PONTE COBERTAVITALINO MADEIRA VIAÇÃO VILA RICAISMAEL DE LIMA FERREIRA TINGUÁ

SINTERJMARCOS AUGUSTO CHAGAS AUTO VIAÇÃO 1001

Na edição passada, cometemos um erro, na listagem de rodoviários premiados do Quiz sobre BRT, ao utilizar o nome de uma empresa já extinta de Petrópolis no lugar da atual empresa Turb Petrópolis. Pedimos desculpas.

CUIDE-SE

Rio de Janeiro tem aumento de casos de MaláriaDoença comum na Amazônia

aparece na Região Serrana

Deve-se ressaltar que o

mosquito permanece nos

locais de mata, e não nas

áreas urbanas desses

municípios

O verão deste ano trouxe mais uma preocu-pação para os fluminenses: além da ocorrên-cia de dengue, já conhecida da população, foi identificado aumento do número de casos de malária no Estado. A doença, caracterís-tica da região amazônica, aparece também em outros pontos do país, pois as pessoas infectadas se deslocam. A incidência fora da Amazônia, porém, é pequena. Os novos regis-tros no Rio foram principalmente na Região Serrana, em locais onde há Mata Atlântica, ou em indivíduos que por lá passaram. Esses

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CUIDE-SE

casos são chamados de autóctones e podem ter sido causados pelo longo período de seca, quando os rios e cachoeiras da região ficaram com níveis mais baixos de água, formando re-presamentos em locais com muitas árvores e sob forte calor.

Os municípios onde há maior risco de inci-dência do mosquito transmissor da malária são: Miguel Pereira, Nova Friburgo, Petrópo-lis, Teresópolis, Macaé, Magé e Guapimirim. Se você mora em algum desses locais, ou vai visitar a região, não se esqueça de usar repe-lente para se proteger.

Deve-se ressaltar que o mosquito permane-ce nos locais de mata, e não nas áreas urba-nas desses municípios, e a Superintendência de Vigilância Epidemiológica e Ambiental do Estado informa que mantém equipes de cam-po nos locais de provável contaminação, para levantamento dos vetores da doença, acompa-nhamento e avaliação dos casos notificados. Em 2015, até agora, houve 23 casos registra-dos no Estado, sem óbito.

Como é o contágio No Brasil três tipos de parasito do gênero

Plasmodium provocam a doença. São trans-mitidos por picadas de fêmeas do mosquito Anopheles, infectadas após terem picado al-guém com a doença. O período de incubação é de oito a 30 dias. Fato curioso é que uma mesma pessoa pode pegar duas malárias ao mesmo tempo, se acontecer de sofrer duas picaduras de Anopheles infectados no mes-mo dia. Nesse caso, apresentará níveis bem maiores de protozoários no sangue e sinto-mas mais fortes.

Cuidados que se deve terSegundo especialistas, a única forma de

evitar a malária é se proteger da picada do mosquito, pois não existe vacina contra a mo-léstia. Se você está ou esteve nas áreas de ris-co, informe seu médico, caso apresente febre. Isto é necessário porque, fora da região ama-zônica, os profissionais de saúde não costu-mam considerar a possibilidade da doença, e

o diagnóstico rápido é importante para a recu-peração. Outros sintomas são diarreia, vômito, dor de cabeça, dor abdominal e mal-estar. A malária da Mata Atlântica tem se apresentado de forma branda, sendo raramente necessária a internação do paciente.

Quem cuida do assuntoFora das regiões endêmicas da malária,

os recursos assistenciais e laboratoriais para tratamento da doença são poucos. Aqui no Rio de Janeiro, o Instituto Oswaldo Cruz pes-quisa a incidência nas regiões de Mata Atlân-tica desde o ano de 1993, antes mesmo da estruturação oficial da atividade.

A Fiocruz monitora os casos autóctones no Estado e coloca à disposição de profissionais da área de saúde o Malária Fone, que pres-ta informações sobre a doença pelo número (21) 99988-0113, de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h. Em casos de emergência mé-dica (paciente febril, sob suspeita de ter con-traído malária), o atendimento pode ser feito a qualquer hora.

Segundo especialistas, a única

forma de evitar a malária é se pro-

teger da picada do mosquito, pois

não existe vacina contra a molés-

tia. Se você está ou esteve nas

áreas de risco, informe seu mé-

dico, caso apresente febre. Isto é

necessário porque, fora da região

amazônica, os profissionais de

saúde não costumam considerar

a possibilidade da doença

47Indo & Vindo 23 - Abril / Maio 2015

Sabendo mais sobre a malária no Brasil

Os mosquitos transmissores da doença não existem apenas em nosso país, mas em muitos lugares no mundo. No Brasil, 99% dos casos se concentram na Ama-zônia. Segundo o imunologista Claudio Tadeu Daniel Ribeiro, chefe do Laborató-rio de Pesquisa em Malária do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), “na Região Amazônica, cerca de 60% dos casos são identificados nas primeiras 48 horas de infecção. Muito diferente do que ocorre na Região Extra-Amazônica, onde, na maio-ria das vezes, o médico não considera a malária como uma das possibilidades de diagnóstico, e menos de 20% dos casos são tratados nesse período inicial da do-ença. Nessa região, em geral, e nesse mo-mento, em particular, é preciso informar

os profissionais de saúde, turistas e a população dessas localidades”, alerta. Embora venha se manifestando em sua forma mais branda na Região Serrana do Rio, é bom esclarecer que a evolução pode se dar de forma muito rápida, e que, se não cuidada convenientemente, a malária pode levar ao óbito.

Apesar de não se tratar de uma epide-mia, e de os dados não serem alarmantes, o aumento da incidência de malária em nosso Estado acende um sinal de alerta.

Portanto, você, que já sabe que precisa ter cuidado com os mosquitos por causa da dengue, se mora ou passeia em locais de Mata Atlântica, redobre as precauções, proteja sua família e se proteja, fazendo uso constante de repelente.

Veja onde se informar sobre a malária

Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI)Endereço: Avenida Brasil, 4.365 – Manguinhos, Rio de Janeiro (RJ) − CEP: 21.040-900

Tel: (21) 3865-9522

Horário de atendimento: De segunda a sexta-feira, das 8h às 17h; sábados e domingos, 24 horas.

Requisitos para atendimento: usuários adultos, encaminhados por serviços do SUS, por-tadores de ficha de referência e documento de identificação com fotografia. As consultas laboratoriais podem ser agendadas por telefone ou pessoalmente, no ambulatório. O usu-ário em primeiro atendimento não necessita de agendamento prévio, devendo comparecer à unidade de segunda a sexta-feira, às 8h. O recebimento de amostras é feito em todos os dias da semana, de 17h às 8h.Malária Fone: 9988-0113, das 8h às 18h, ou 24 horas por dia em caso de emergência (paciente febril com suspeita de malária)

48 Indo & Vindo 23 - Abril / Maio 2015

MoussakáO moussaká é considerado, internacionalmente,

como o prato representativo da culinária grega. Pra-ticamente todos os restaurantes na Grécia têm em seu cardápio o famoso prato, e todo restaurante gre-go, fora da Grécia, também. O prato é uma monta-gem, em camadas, semelhante à da lasanha (prato clássico da vizinha Itália), porém a massa é substitu-ída por camadas de berinjela e batatas, que, interca-ladas com o molho de carne moída, que leva um tem-pero diferenciado, proporcionam um sabor inusitado. Outra tradição grega conhecida é a de quebrar pratos durante a dança, após cerimônias de casamento e outras festas. Mas essa podemos deixar para eles...

Para a montagem

• 1 kg de berinjelas (4 a 5 grandes)• 1 kg de batatas cortadas em

rodelas de aproximadamente 7mm de espessura

• 100 gr de queijo ralado

Molho de carne

• ½ kg de carne moída (patinho ou alcatra)

• 1 cebola média• 1 xícara de polpa de tomate• Sal a gosto• Pimenta-do-reino a gosto• Uma pitada de canela • Uma colher de chá de açúcar• Uma pitada de noz-moscada • 1 folha de louro • 1 xícara de chá de água quente• Azeite

Molho bechamel

• 4 colheres (sopa) de manteiga• 4 colheres (sopa) de farinha de trigo• Sal a gosto• 2 ovos• 4 xícaras de chá de leite• 50 gr de queijo ralado

NO PONTO

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Pré-aqueça o forno a 200o

Numa forma funda, untada com azeite, mon-te o moussaká, colocando primeiro uma cama-da de batatas, salpique com queijo ralado, co-loque as berinjelas, queijo ralado, o molho de carne, mais berinjelas, outra camada de carne, mais uma camada de batatas por cima e, por último, o molho bechamel. Cubra com queijo parmesão.

Coloque no forno para assar por cerca de 45 minutos ou até formar uma crosta mais escura.

Deixe esfriar bem antes de cortar.

Berinjelas

Corte fatias longitudinais de cerca de 1 cm de espessura e frite em frigideira larga ou em chapa com apenas um fio de azeite. Reserve.

Batatas

Cozinhe as batatas em bastante água (para elas não desmancharem) com sal a gosto e reserve.

Molho de carne

Aqueça o azeite numa panela e refogue bem a cebola. Depois acrescente a carne moída e deixe refogar bem, soltando a car-ne com um garfo. Coloque a polpa de toma-te e refogue mais um pouco. Acrescente os temperos e mexa bem. Junte a água e deixe cozinhar em fogo baixo durante 15 a 20 mi-nutos ou até que o molho fique bem seco (muito molho dificulta a montagem).

Molho bechamel

Leve ao fogo a manteiga, deixe derreter e adicione a farinha, mexendo rapidamente. Junte, aos poucos, o leite (devagar e me-xendo sempre para não empelotar). Quan-do terminar de juntar o leite, apague o fogo.

Tempere com o sal e misture o queijo ra-lado.

Numa tigela, bata as claras até espu-mar bem (não precisa bater até o ponto de neve), junte as gemas e bata até ficar homo-gêneo.

Junte os ovos ba-tidos ao creme na panela, aos poucos e mexendo sempre para não talhar.

Modo de preparo

Montagem

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INTERVALOJo

go d

os 7

err

os

Cruzadas Piada

Resp

osta

s

O que uma pá falou para outra?− Opa!***

O menino chega ao pai e diz:− Pai, um menino me disse que

eu sou a sua cara.− E você, o que respondeu a ele?

− Nada, pai. Ele é muito alto e mais forte que eu.

***− Seu Joaquim, por que o

senhor coloca esse pedaço de queijo em cima da televisão?− Para poder pegar o Ratinho.

OsmarPrado, ator

Presídio paulista defamoso massacre em2 de outubro de 1992

Símbolo de Litro

Os vito-riosos da

Copa-2014

Plantaçãoimportante

para aindústriade sucos

Tornamuito frio

Tenro,macio

A home-nageadado mês de maio

Admite a culpa

Dente usado na mastigação

Maior região

brasileira(abrevia-

tura)Imitação

burlesca ecaricatural

R

Corda pa-ra roupasErva usadaem xampus

L

Astro nabandeirado Japão

Quente (inglês)

Comunhão de (...),regime matrimonialMarcha

que moveo carro

para trás

R

Lente deaumentocom cabo

U

Coberturapara car-gas de

caminhões

Ar(inglês)Hiato

de real

Letra queprecede

P e B

A incapa-cidade doanalfabeto

Incerto,duvidosoUm dos

Três Patetas

(...)Garrincha,estádio de

Brasília

Resumo,síntesePoema lírico

A quintaconsoantedo alfabeto

(...) Carrey,ator de

O Máskara(Cinema)

I

Camelo(inglês)

Ene

Barco luxuosoFrequen-tou curso

D

Zezé (...)Camargo,

cantor sertanejo

B

Períodofértil dosanimais

Abrevia-tura deDistrito,em DP

Letra-símbolo do Zorro

(HQ)Carta dobaralho

com a figu-ra feminina

1.501(alga-rismos

romanos)

(...)Moreira,jornalistabrasileiro

Dia dasMães,

domingo

M

Prefixopresen-te em

oosfera

Galvão(...),

locutoresportivo

O 7º planeta doSistema

Solar

(...) do-mingo demaio: Diadas Mães

Dicas: air - aloe - bueno - camel - dubio - hot - laranjal - moe - music - ode

D

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O Clube de Vantagens do Rodoviário, que oferece descontos em diversos estabelecimentos comerciais para rodoviários e suas famílias, apresenta os

nomes dos parceiros dessa iniciativa. Eis os locais que já oferecem descontos para todos os rodoviários do Estado do Rio de Janeiro: