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Economistas analisam como a política cambial pode contribuir para a retomada do crescimento INDúSTRIA, CâMBIO E COMPETITIVIDADE ISSN 1679-2645 FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DA BAHIA SISTEMA FIEB ANO XVIII Nº 220 ABRIL/MAIO 2012 Bahia

IndústrIa, câmbIo e competItIvIdade€¦ · ministro da Fazenda Guido Mantega, mudou o discurso e deixou ... Somando as medidas adotadas no final do ano passado, o Plano Brasil

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Economistas analisam como a política cambial pode contribuir para a retomada do crescimento

IndústrIa, câmbIo e

competItIvIdade

ISSN 1679-2645

Federação daS INdúStrIaS do eStado da BahIa SIStema FIeB aNo XVIII Nº 220 aBrIl/maIo 2012

Bahia

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� Bahia Indústria

Encaixe sua empresa entre as melhores da indústria.

Participe da maior premiação para boas práticas em responsabilidadesocial empresarial. Inscreva sua prática.Período de inscrição: 02 de Abril a 31 de Julho/2012Informações: (71) 3343-1490/1538 ou procure uma Unidade SESI da sua região.Saiba mais no site www.sesi.org.br/psqt2012

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Câmbio, um fator estratégicoQuando o assunto é crescimento e desenvolvimento nacional, o

câmbio desponta como importante fator estratégico para assegu-

rar a competitividade dos bens industriais produzidos no Brasil no

mercado internacional. Uma moeda forte pode trazer consequên-

cias desastrosas em economias como a nossa. De um lado, ao inter-

ferir no preço final do produto vendido fora do país, compromete

as vendas, inibindo o lucro das empresas e, com isso, deprimindo

a perspectiva de novos investimentos. Também tem efeitos sobre

o mercado interno, pois o produto brasileiro acaba tendo custos

de produção mais elevados, ficando mais caro que o concorrente

estrangeiro importado, inibindo, assim, o desenvolvimento da in-

dústria, que passa a experimentar uma tendência à retração.

Apesar dos efeitos nefastos, por longos anos, a equipe eco-

nômica do governo deixou ao sabor do mercado, numa clara in-

fluência das práticas neoliberais, a função de regular a variação

do câmbio, mantendo o Real valorizado. Em abril, no entanto, o

ministro da Fazenda Guido Mantega, mudou o discurso e deixou

claro que a regra agora é influir mais na política cambial para um

maior equilíbrio da moeda nacional face à estrangeira.

Economistas e acadêmicos ouvidos pela Bahia Indústria apro-

vam a mudança de postura do governo e consideram como acerta-

da a política de câmbio flutuante administrada. O setor produtivo

agradece. Somando as medidas adotadas no final do ano passado,

o Plano Brasil Maior, com as mudanças nas taxas de juros e no

câmbio, os analistas de mercado já começam a projetar um de-

sempenho melhor para a indústria brasileira no segundo semestre

deste ano, após uma leve retomada registrada no mês de março. Is-

so, face a um cenário pouco animador, que resultou em um cresci-

mento de apenas 1,1% para a indústria de transformação em 2011,

– um dos segmentos mais atingidos pela concorrência estrangeira

– e aos efeitos do câmbio.

É evidente que mudanças no câmbio e na taxa de juros, além da

desoneração da folha de salários, trazem um pouco de alento pa-

ra o segmento industrial, mas não bastam. Embora o câmbio seja

um forte fator de competitividade, os especialistas são unânimes

quanto à necessidade de adoção de medidas urgentes para equa-

cionar o chamado Custo Brasil e atacar problemas infraestruturais

históricos.

edItorIaL

Conter a valorização do Real face ao dólar é um dos mecanismos para estimular a economia e assegurar a retomada do crescimento industrial

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� Bahia Indústria

SindicatoS filiadoS à fiEBSindicato da indúStria do açúcar e do Álcool no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de Fiação

e tecelagem no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do taBaco no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do curtimento de couroS e PeleS no eStado da Bahia,[email protected] / Sindicato da

indúStria do VeStuÁrio de SalVador, lauro de FreitaS, SimõeS Filho, candeiaS, camaçari, diaS d’ÁVila e Santo amaro, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS grÁFicaS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de extração de

ÓleoS VegetaiS e animaiS e de ProdutoS de cacau e BalaS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria da

cerVeja e de BeBidaS em geral no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS do PaPel, celuloSe, PaPelão,

PaSta de madeira Para PaPel e arteFatoS de PaPel e PaPelão no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúS-

triaS do trigo, milho, mandioca e de maSSaS alimentíciaS e de BiScoitoS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato

da indúStria de mineração de calcÁrio, cal e geSSo do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria da conS-

trução do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de calçadoS, SeuS comPonenteS e arteFatoS

no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS metalúrgicaS, mecânicaS e de material elétrico do

eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de cerâmica e olaria do eStado da Bahia, [email protected] /

Sindicato daS indúStriaS de SaBõeS, detergenteS e ProdutoS de limPeza em geral e VelaS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de SerrariaS, carPintariaS, tanoariaS e marcenariaS de SalVador, SimõeS Filho, lauro

de FreitaS, camaçari, diaS d’ÁVila, Sto. antônio de jeSuS, Feira de Santana e Valença, [email protected] / Sindicato daS

indúStriaS de FiBraS VegetaiS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de PaniFicação e conFeitaria

da cidade do SalVador, [email protected] / Sindicato da indúStria de ProdutoS QuímicoS, PetroQuímicoS e reSinaS Sintéti-

caS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de material PlÁStico do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de ProdutoS de cimento no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da

indúStria de mineração de Pedra Britada do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de ProdutoS Quími-

coS Para FinS induStriaiS e de ProdutoS FarmacêuticoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de

mÁrmoreS, granitoS e SimilareS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria alimentar de congeladoS,

SorVeteS, SucoS, concentradoS e lioFilizadoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de carneS

e deriVadoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do VeStuÁrio da região de Feira de Santana, [email protected] / Sindicato da indúStria do moBiliÁrio do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria

de reFrigeração, aQuecimento e tratamento de ar do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de

conStrução ciVil de itaBuna e ilhéuS, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de caFé do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de laticínioS e ProdutoS deriVadoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindica-

to daS indúStriaS de aParelhoS elétricoS, eletrônicoS, comPutadoreS, inFormÁtica e SimilareS doS municíPioS de ilhéuS e

itaBuna, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de conStrução de SiStemaS de telecomunicaçõeS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS metalúrgicaS, mecânicaS e de material elétrico de Feira de Santana,

[email protected] / Sindicato daS indúStriaS de reParação de VeículoS e aceSSÓrioS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato nacional da indúStria de comPonenteS Para VeículoS automotoreS, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de FiBraS VegetaiS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de

coSméticoS e de PerFumaria do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de arteFatoS de PlÁSticoS,

BorrachaS, têxteiS, ProdutoS médicoS hoSPitalareS, [email protected]

fiEBPresidente José de Freitas Mascarenhas. 1º Vice-

Presidente: Victor Fernando Ollero Ventin. Vice-

Presidentes Carlos Gilberto Cavalcante Farias;

Emmanuel Silva Maluf; Reinaldo Dantas Sampaio;

Vicente Mário Visco Mattos. diretores titulares Alberto Cânovas Ruiz; Antonio Ricardo Alvarez Al-

ban; André Régis Andrade; Carlos Henrique Jorge

Gantois; Claudio Murilo Micheli Xavier; Eduardo Ca-

tharino Gordilho; Josair Santos Bastos; Leovegildo

Oliveira De Souza; Luiz Antonio de Oliveira; Manuel

Ventin Ventin; Maria Eunice de Souza Habibe; Re-

ginaldo Rossi; Sérgio Pedreira de Oliveira Souza;

Wilson Galvão Andrade. diretores suPlentes Adal-

berto de Souza Coelho; Alexi Pelagio Gonçalves

Portela Júnior; Carlos Alberto Matos Vieira Lima;

Juan José Rosário Lorenzo; Marcos Galindo Pereira

Lopes; Mário Augusto Rocha Pithon; Noêmia Pinto

de Almeida Daltro; Paulo José Cintra Santos; Ricar-

do de Agostini Lagoeiro

conSElhoSconselho de economia e desenVolVimento in-

dustrial Antônio Sérgio Alípio; conselho Para

o desenVolVimento emPresarial estratégico Clóvis Torres Júnior; conselho de assuntos Fis-

cais e tributários Cláudio Murilo Micheli Xavier; conselho de comércio exterior Reinaldo Dantas

Sampaio; conselho da micro e Pequena emPresa

industrial Carlos Henrique Jorge Gantois; con-

selho de inFraestrutura Marcos Galindo Pereira

Lopes; conselho de meio ambiente Irundi Sam-

paio Edelweiss; comitê de Petróleo e gás Edu-

ardo Rappel; conselho de inoVação e tecnologia José Luís Gonçalves de Almeida; conselho de

resPonsabilidade social emPresarial Marconi

Andraos Oliveira; conselho de relações traba-

Editada pela Superintendência

de Comunicação Institucional

do Sistema Fieb

conselho editorial Irundi Ede-

lweiss, Maurício Castro, Cleber

Borges e Patrícia Moreira. coorde-

nação editorial Cleber Borges. edi-

tora Patrícia Moreira. estagiário

Milena Marques. Projeto gráFico e

diagramação Ana Clélia Rebouças.

ilustração e inFograFia Bamboo

Editora e Murilo Gomes.

imPressão Stilo Gráfica e Editora Federação das indÚstrias

do estado da bahiaRua Edístio Pondé, 342 –

Stiep, CEP.: 41770-395 / Fone: 71

3343-1280 /

www.f ieb.org.br/bahia_ indus-

tria_online

As opiniões contidas em artigos

assinados não refletem necessa-

riamente o pensamento da FIEB.

Filiada à

Bahialhistas Homero Ruben Rocha Arandas; comitê de

Portos Reinaldo Dantas Sampaio

ciEBdiretor-Presidente José de Freitas Mascarenhas.

Vice-Presidentes José Carlos Boulhosa Baqueiro;

Irundi Sampaio Edelweiss; Marco Aurélio Luiz

Martins. diretores titulares Carlos Antônio Bor-

ges Cohim Silva; Clovis Torres Junior; Fernando

Elias Salamoni Cassis; João de Teive e Argollo;

Luís Fernando Galvão de Almeida; Luiz Antunes

Athayde Andrade Nery; Marconi Andraos Oliveira;

Roberto Fiamenghi; Rogelio Golfarb; Ronaldo Mar-

quez Alcântara; diretores suPlentes Davidson de

Magalhães Santos; Erwin Reis Coelho de Araujo;

Givaldo Alves Sobrinho; Heitor Morais Lima; Jor-

ge Robledo de Oliveira Chiachio; José Luiz Poças

Leitão Filho; Mauricio Lassmann diretor regional

oeste Pedro Ovídio Tassi

SESi

Presidente do conselho e diretor regional José

de Freitas Mascarenhas. suPerintendente José Wagner Fernandes

SEnaiPresidente do conselho José de Freitas

Mascarenhas. diretor regional: Leone Peter Andrade

iElPresidente do conselho e diretor regional

José de Freitas Mascarenhas. suPerintendente Armando da Costa Neto

diretor executiVo do sistema Fieb (interino) Leone Peter Andrade

Para informações sobre a atuação e os serviços oferecidos pelas entidades do Sistema FIEB, entre em contato

Unidades do Sistema FIEB

sesi – serViço social da indÚstria

sede: 3343-1301@Educação de Jovens e Adultos – RMS: (71) 3343-1429 @Responsabilidade Social: (71) 3343-1490@Camaçari: (71) 3205 1801 / 3205 1805@Candeias: (71) 3601-2013 / 3601-1513@Itapagipe: (71) 3254-9930@Itaigara: (71) 3444-4250 / 4251 / 4253@Lucaia: (71) 3205-1801@Piatã: (71) 3503 7401@Retiro: (71) 3234 8200 / 3234 8221@Rio Vermelho: (71) 3616 7080 / 3616 7081@Simões Filho: (71) 3296-9300 / 3296-9330@Eunápolis: (73) 8822-1125@Feira de Santana: (75) 3602 9762@Sul: (73) 3639 9331 / 3639 9326@Jequié: (73) 3526-5518@Norte: (74) 2102-7114 / 2102 7133@Valença: (75) 3641 3040@Sudoeste: (77) 3422-2939 @Oeste: (77) 3628-2080

senai – serViço nacional de aPrendizagem industrial

sede: 71 3343-8090@Cimatec: (71) 3534-8090@Dendezeiros: (71) 3534-8090 @Cetind: (71) 3534-8090@Feira de Santana: (73) 3639-9302 @Ilhéus: (73) 3639-9302 @Luís Eduardo Magalhães: (77) 3628-5609@Barreiras: (77) 3612-2188

iel – instituto euValdo lodi

sede: 71 3343-1384/1328/1256@Barreiras: (77) 3611-6136@Camaçari: (71) 3621- 0774@Eunápolis: (73) 3281- 7954@Feira de Santana: (75) 3229- 9150@Ilhéus: (73) 3639-1720@Itabuna: 3613-5805@Jacobina: (74) 3621-3502@Juazeiro: (74) 3611-0155@Teixeira de Freitas: (73) 3291-0621@Vitória da Conquista: (77) 3424-2558

cieb - centro das indÚstrias do estado da bahia

sede: (71) 3343-1214

sistema fieb nas mídias sociais

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Equipe do SENAI

Cimatec testa o

B-20, nova

fórmula de

biocombustível

novo combustível

A recém-criada Associação das

Indústrias de Eletroeletrônicos,

Telecomunicações e Informática do Polo

de Ilhéus (Assipi) une esforços com o

SINEC pelo desenlvovimento do setor

Polo de InformátIca ganha nova rePresentação

Empresários

chineses buscam

oportunidades de

negócios e

investimentos

mIssão shandong

A 18ª edição da Ação Global realizou

mais de 25 mil atendimentos no bairro

de Lobato, Subúrbio de Salvador, com a

participação de 8.628 pessoas da

comunidade

ação solIdárIa reúne voluntárIos

Revisão da

política de câmbio

e outras medidas

econômicas

trazem novo

fôlego para a

indústria

moedaforte

sumárIo abRil/maio 2012

28

FOTO

S JO

ãO A

LVAREz

Foto de joão alvarez

32

JOãO ALVAREz

18

6 14

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� Bahia Indústria

Parceria cidadãAção Global realiza mais de 25 mil atendimentos no Subúrbio de SalvadorPor Patrícia Moreira e carolina Mendonça fotos João alvarez

Superando as expectativas,

o número de atendimentos

na 18ª edição da Ação Glo-

bal, realizada no dia 5 de

maio, chegou a 25.824. O evento,

promovido por meio de uma par-

ceria entre o SESI e a Rede Globo,

aconteceu este ano no Colégio Mi-

litar do Lobato, no Subúrbio Fer-

roviário de Salvador. Os serviços

mais procurados pelo público, que

alcançou 8.628 pessoas, foram os

de saúde, seguido pelas atividades

de educação e oficinas, cabeleirei-

ro, lazer e serviços jurídicos, pres-

tados pela Defensoria Pública.

De acordo com o superinten-

dente do SESI, José Wagner Fer-

nandes, a escolha do local de rea-

lização do evento se baseia na con-

centração populacional de baixa

renda e carente de serviços, pois

esta é uma oportunidade para a

instituição, que atende o trabalha-

dor da indústria baiana, alcançar

a comunidade como um todo. “A

ação permite que, num movimen-

to de colaboração entre organiza-

ções, entidades e empresas, sejam

oferecidos vários tipos de serviços

ao cidadão”, afirmou.

Na tenda dedicada às ativida-

des esportivas, o SESI mostrou

que é possível praticar modali-

dades olímpicas em tabuleiros.

Ali, basquete, futebol, vela e

até esgrima ganharam vida nas

mãos de crianças e jovens que

puderam exercitar movimentos e

raciocínio. “Com esta adaptação,

mostramos que é possível fomen-

tar o esporte desde muito cedo,

ana cecília e

isabel Filardis

deram apoio

à campanha

realizada

pelo sesi e

rede globo

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Bahia Indústria  �

meninos

de lobato

participam

das atividades

recreativas

estimulando novas habilidades e

conhecimentos”, explicou o líder

técnico da unidade Simões Filho,

Fernando Didier.

Que o digam Anderson Santos

Santana, 14 anos, e Danilo Dias

Silva, 8. Anderson descobriu com

as brincadeiras do stand Momento

Olímpico Valores do Esporte que

dá para aproveitar objetos do dia a

dia para transformar em disputas

esportivas entre amigos. Já Dani-

lo, que derrotou o amigo na dispu-

ta de gols e no basquete de mesa,

gostou mesmo foi da experiência

de ser vencedor.

Por meio do Circuito Saúde, a

instituição ofereceu ainda avalia-

ções antropométricas (peso, al-

tura, massa de gordura, glicemia

capilar), além de orientações so-

bre saúde bucal, alimentação sau-

dável e dicas de reaproveitamento

dos alimentos.

VoluntáriosVoluntário há cinco anos na

Ação, o assistente social da Chesf,

Claudio Brito, 34, levou para a edi-

ção deste ano a campanha de aler-

ta aos riscos de se soltar pipas em

áreas que apresentam fios de alta

tensão. “É gratificante participar,

pois percebemos que o trabalho

tem retorno, que as crianças dei-

xam a atividade com outra consci-

ência”, contou.

“É só uma foto, mas pode mu-

dar uma vida”, relatou o fotógrafo

Jailson Barbosa, responsável pe-

las fotografias que eram utiliza-

das na confecção de documentos

como o RG. Às 9h40, o profissional

já tinha clicado mais de 340 pesso-

as e sabia que, até às 16h, seriam

centenas, mas não se importava,

pois sabia que aquela imagem era

o primeiro passo para a entrada no

mundo cidadão.

Voluntária veterana da Ação

Global, Renata Suzart, 27 anos,

participa da campanha anual pro-

movida pelo SESI em parceria com

a Rede Globo desde os 13 anos e só

não participou no ano passado,

porque só ficou sabendo do even-

to na véspera e não deu tempo se

inscrever. “Gosto muito de ajudar

as pessoas, já fiz de tudo na Ação

Global: teatro, reciclagem, arte-

sanato, atividade esportiva com

crianças, mosaico em cerâmica

com idosos. A gente tem que ser

solidário. Eu ia fazer o que em ca-

sa, assistir à televisão? Para mim,

poder ensinar algo a alguém é ma-

ravilhoso”, declara.

Longe da Bahia há 20 anos, a

atriz soteropolitana Ana Cecília

Números da Ação Global 2012Serviços mais procurados e o total de atendimentos

saúde Escovódromo, aferição de pressão arterial e glicemia capilar; Educação Alimentar 9.164

educação Oficinas para geração de renda e

pintura facial 4.199

lazer Esportes; Cultura 4.081

cidadania Emissão de RG; CPF e Carteira de

Trabalho; Orientações trabalhistas e

jurídicas; Oficinas de educação

ambiental 3.796

outros Foto 3X4, Corte de cabelo, Manicure

e Pedicure 4. 584

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� Bahia Indústria

Costa participou da Ação Global pela primeira vez. A artista,

que ficou conhecida do grande público como a mãe de Açucena,

na novela Cordel Encantado, elogiou o evento e ficou satisfeita

de poder fazer parte. “Como artista baiana, nunca quis perder o

contato com a comunidade, especialmente com esta população

que tem menos acesso aos serviços. Nós precisamos nos colocar,

fazer parte de iniciativas como esta, cidadã”, disse.

incentiVoA atriz Isabel Filardis também marcou presença na Ação

Global 2012. “Fico feliz de emprestar minha imagem algo assim

porque são atendimentos e serviços, às vezes apenas informa-

ções, que podem mudar a vida das pessoas”, acredita a estrela,

que percorreu as tendas conhecendo o trabalho de perto, além

de desenhar e pintar junto com as crianças.

Elas fizeram questão de visitar o posto móvel do Fundação

de Hematologia e Hemoterapia da Bahia. Para Ana Cecília, é

importante apoiar instituições como o Hemoba para estimular

quem tem condições a doar sangue. “Vim dar apoio aos volun-

tários pelo gesto de solidariedade”.

Iniciante na Ação Global, o músico e apresentador Alessan-

dro Timbó ressaltou o papel da arte, uma das atividades desen-

volvidas no evento, como elemento de transformação social. “A

gente sabe que a arte insere as pessoas no mercado de trabalho

e muda a vida de comunidades, contribuindo para diminuir a

violência”, opinou.

Quem aproveitou a Ação Global e saiu do Centro da Cida-

de para resolver problemas foi Wilzinely

Santos de Oliveira, 44 anos, que, acom-

panhada da filha, Safira Pacheco, 3 anos,

também proporcionou à menina ativida-

des de lazer. “Tirei a segunda via do CPF,

fiz a RG e fomos aos estandes de odonto-

logia e oftalmologia. Descobri que tenho

que usar óculos”, contou Wilzinely, que

levou a filha para fazer maquiagem in-

fantil e para brincar no pula-pula. Ela é

moradora do bairro da Lapa.

Mas os grandes beneficiários foram

os moradores do Lobato e de outros bair-

ros do Subúrbio. Edmilson Marçal Barre-

to Junior, 14 anos, que mora em Paripe,

além de colocar sua documentação em

dia – fez a RG, Carteira de Trabalho e CPF

– também visitou o stand da Aeronáuti-

ca, onde pretende servir ao completar 18

anos. “Hoje no SAC, para tirar o RG, le-

va três meses, aqui, em três horas eu já

saí com o documento”, conta Edmilson.

A iniciativa é muito boa, na avaliação

dele, pois “as pessoas acabam aprovei-

tando para resolver várias coisas e ainda

receber informações e orientações, além

de se divertir”, acrescenta. [bi]

circuito de saúde

da ação global

foi um dos mais

procurados

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circuito

Bahia Indústria �

dilma e o uso do capital político A presidente Dilma Rousseff

poderia aproveitar seu “capital

político” para propor mudanças

estruturantes no País, como a

reforma tributária. O comentário é

do gerente de Políticas Econômicas

da Confederação Nacional da

Indústria (CNI), Flávio Castelo

Branco, ao divulgar pesquisa da

CNI/Ibope que apontou Dilma com

avaliação positiva de 77%, maior

do que a dos antecessores Lula e

FHC, no mesmo período de

mandato. “Seria um fato positivo

para ela tratar de temas complexos

e reduzir os custos para a

economia brasileira. A pesquisa

mostra um capital político e

densidade para enfrentar questões

que exigem apoios parlamentares

amplos”, destacou.

medidas emergenciaisAs medidas adotadas pelo

governo, de apoio ao setor

industrial, que cresceu apenas

0,1% em 2011, assumem caráter

emergencial. Portanto, não

significam que possam, por si só,

resolver os problemas do setor,

que começam pelo câmbio

valorizado e envolvem questões

como carga tributária, custo da

energia e má infraestrutura. Em

15 segmentos – têxteis, calçados,

móveis, plásticos, etc. – haverá

desoneração com a troca da

contribuição previdenciária

patronal (20% sobre a folha) por

taxas de 1% a 2,5% sobre o

faturamento. Outra ação

importante: dilatar o prazo de

recolhimento do PIS/Pasep. São

importantes medidas pontuais,

mas para revitalizar a indústria é

preciso atenuar o Custo Brasil.

“há evIdêncIas emPírIcas de que a ProdutIvIdade homem/hora no chão de fábrIca no brasIl e na chIna é PratIcamente Igual. a dIferença está fora do Portão de fábrIca.”

guerra fiscal: novo capítuloDepois que o STF declarou ilegais os incentivos criados por estados brasileiros à revelia

do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), governadores se movimentam para

dar o troco. Querem reabilitar um projeto de lei idealizado por Marconi Perillo, do tempo

em que este era senador, que propõe o fim da obrigatoriedade da unanimidade no Confaz

para aprovação de isenções e outros benefícios fiscais relativos ao ICMS. Tornando letra

morta essa exigência, fariam com que a guerra fiscal retornasse com muito mais vigor.

Por cleber borges

medidas para baixar spreadCom atraso, o governo federal percebe que o spread bancário nas nuvens é um entrave

importante à expansão do mercado interno. No Brasil, o spread médio alcança 31%,

somente abaixo do verificado no Congo. Na China aparece com 3,1%, no Japão é de 1,1% e na

Rússia 4,8%. Os bancos justificam nosso alto patamar com o compulsório elevado

determinado pelo BC, a inadimplência e os impostos altos. Apenas meia verdade, uma vez

que, na composição do spread, o custo administrativo representa nada menos que 13%

(muito mais que nos demais países) e a margem de lucro equivale a 35%. A falta de

concorrência para valer no sistema financeiro é uma das explicações.

delfim netto, ao comentar o peso da alta dos insumos, salários e encargos, supervalorização do câmbio e problemas de infraestrutura na composição de custos da indústria brasileira

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10 Bahia Indústria

JOãO A

LVAREz

Palestra enfoca potencial das mídias digitaisO público conectado à internet atualmente do Brasil gira em torno

de 78 milhões de pessoas acima dos 16 anos, segundo alexandre

bessa, gerente de marketing do Yahoo! para a América Latina.

Com a vantagem de ter um custo baixo e uma perspectiva de

alcance muito maior que as mídias convencionais, as novas

ferramentas de comunicação no ambiente virtual abrem uma

nova perspectiva para amplificar os negócios e comunicar de

forma direta e efetiva com seu público-alvo. Com o objetivo de

facilitar o acesso dos sindicatos e líderes empresariais às novas

ferramentas de comunicação, o consultor Alexandre Bessa deu

uma palestra, no dia 29 de março, no auditório da Federação das

Indústrias do Estado da Bahia, sobre Comunicação Digital. A

iniciativa, explicou o superintendente de Relações Institucionais

do Sistema FIEB, Cid Vianna, teve por objetivo estimular os

associados a adotarem as ferramentas virtuais para que possam

utilizá-las de forma estratégica em suas ações e atividades. Bessa

apresentou dados sobre as redes sociais e sobre o

posicionamento de imagem que as empresas e

representações sindicais podem obter no

ambiente virtual e mostrou a importância de

saber usar estas ferramentas.

sinduscon lança o construção enxutaEliminar atividades que não

agregam valor. Reduzir o

tempo do ciclo de construção

e adotar tecnologias que

padronizem o processo e

aumentem a produtividade.

Esta é a receita do professor de

Engenharia Civil, Carlos

Torres, da Universidade

Federal do Rio Grande do Sul,

para a construção civil,

apresentada no Workshop

Construção Enxuta, no

lançamento do Programa

Construção Enxuta (Lean

Construction), promovido pelo

Sindicato da Indústria da

Construção na Bahia

(Sinduscon-BA) e pelo Serviço

Nacional de Aprendizagem

Industrial (SENAI-BA). “Nosso

desafio é a mudança de

paradigma”, explicou o

professor, na abertura no

evento, no final de abril.

Marcos Vasconcelos Novaes,

da CRolim Engenharia, do

Ceará, destacou que, com a

adoção a Lean Costruction, o

custo de produção caiu 5% e o

lucro cresceu 25%. Tatiana

Ferraz, do SENAI-BA, explica

que o programa foi dividido

em seis módulos e está

inserido em um projeto

nacional do SENAI de práticas

sustentáveis nos canteiros de

obras. O programa na Bahia

teve a adesão de nove

empresas. O próximo módulo

será dia 31 de maio. Após cada

módulo, as empresas recebem

visitas dos consultores do

SENAI visando à implantação

dos conceitos e práticas

aprendidos.

sindicatos

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Bahia Indústria  11

JOãO ALVAREz

jorge cajazeira,

Wagner

Fernandes e

clécia lobo (à

direita)

sindicato da Fiação faz balanço da gestão Durante o jantar anual promovido

pelo Sindicato da Indústria de

Fiação e Tecelagem, no dia 15 de

março, o presidente Eduardo

Catharino Gordilho reforçou a

importância do espírito

associativo entre os empresários e

registrou as ações promovidas

pelo sindicato em 2011,

ressaltando a importância do

diálogo com o sindicato laboral e

o resultado das negociações

coletivas, finalizadas em

fevereiro, com a assinatura da

convenção coletiva de trabalho.

Planejamento estratégicoOs sindicatos da Indústria de

Cosmético e Perfumaria

(Sindcosmetic) e da Indústria de

Reparação de Veículos

(Sindirepa) foram os primeiros a

elaborar seus planejamentos

estratégicos. A iniciativa integra

o Programa de Desenvolvimento

Associativo da Confederação

Nacional da Indústria (CNI) com

apoio da FIEB, por meio da

Superintendência de Relações

Institucionais. Com um software

de elaboração e

acompanhamento, o consultor da

CNI, Hélder Ribeiro, presta o

apoio técnico e auxilia os

sindicatos na definição das

estratégias e desenvolvimento de

seus planos de ação, com o

objetivo de ampliar a

representatividade e a

sustentabilidade dos sindicatos.

A expectativa é que, este ano, 24

sindicatos realizem

Planejamentos Estratégicos.

Dentro do programa, os próximos

são Sinduscon e Sindratar.

No dia 30 de março, o superintendente do SESI-BA, Wagner Fernan-

des, e o presidente do Sindicato das Indústrias de Papel, Celulose, Pape-

lão, Pasta de Madeira para Papel e Artefatos de Papel e Papelão no Estado

da Bahia (Sindpacel), Jorge Emanuel Cajazeira, assinaram um convênio

de cooperação que irá viabilizar a oferta de serviços e programas de quali-

dade de vida e educação para os trabalhadores do setor. Serão oferecidos

serviços odontológicos, de prevenção em saúde e segurança, realização

de diagnósticos, atividades de lazer, eventos culturais, cursos de curta

duração e educação continuada, além de ações de responsabilidade so-

cial. Pelo menos 2.500 trabalhadores diretos serão beneficiados.

SESI e Sindpacel assinam acordo de cooperação

sIndIbrIta. O empresário Fernando Jorge Carneiro, ao lado do presidente da Federação

das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) e do secretário do Planejamento do Estado, José

Sérgio Gabrielli, foi saudado novo presidente do Sindicato da Indústria de Mineração de

Pedra Britada (Sindibrita), em coquetel realizado na sede da FIEB, dia 25 de abril, que

contou com a presença de outras autoridades e líderes sindicais patronais.

VALTER PONTES

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1� Bahia Indústria

o desafio de exportarDificuldades e oportunidades para alcançar mercados externos são discutidas por especialistas na FIEBPor carolina Mendonça

Como fazer de micro, pe-

quenas e médias empre-

sas (MPMEs) baianas

agentes ativos no merca-

do internacional? Este foi o foco

das discussões levantadas duran-

te o Seminário Internacionaliza-

ção: o Caminho para o Aumento da

Competitividade Empresarial, rea-

lizado no dia 28 de março, na Fe-

deração das Indústrias do Estado

da Bahia (FIEB). O evento, promo-

vido pelo Centro Internacional de

Negócios (CIN) do Sistema FIEB,

trouxe informações e orientação

sobre a situação atual do cenário

internacional, às possibilidades

de negócio no exterior.

De acordo com o vice-presiden-

te da Federação das Indústrias do

Estado da Bahia, Reinaldo Sampaio, em 2007, das 563

empresas baianas que realizaram comércio exterior, a

maioria era de pequeno porte. Esta soma, no entanto,

vem caindo nos últimos anos, contexto que exige em-

penho dos setores público e privado para ser transfor-

mado. “A inserção empresarial em outros países está

diretamente relacionada à competitividade, e é preciso

haver ações no plano governamental. Mas, os empre-

sários também devem liderar iniciativas e a FIEB vem

apostando no apoio institucional em todo o estado pa-

ra melhorar as condições dos que querem exportar.”

A Gerente do CIN, Patrícia Orrico, explica que, em-

bora comércio exterior baiano venha apresentando

resultados expressivos, a atividade continua concen-

trada em poucos produtos e em universo limitado de

empresas industriais. Neste sentido, a realização deste

tipo de evento, além das missões, feiras e rodadas de

negócios estão sendo realizados visando à melhoria

das condições de competitividade. “Estamos atuan-

do em prospecção e promoção comercial, cooperação

empresarial e atração de investi-

mentos estrangeiros em setores es-

tratégicos nos principais mercados

internacionais. Outra ação impor-

tante é o Programa de Internacio-

nalização das MPMEs da Bahia,

que está sendo executado em par-

ceria com o Sebrae”, diz.

O secretário de assuntos inter-

nacionais, Fernando Schmidt, afir-

mou que, nesta etapa mais recente

da globalização, é forte a deman-

da por apoio dos agentes públicos

e privados para que as empresas

de todos os portes possam atuar

num sistema de ganha-ganha,

atendendo às exigências de com-

plementariedade. Já o secretário

de Planejamento, José Sérgio Ga-

brielli, defendeu que sejam feitas

JOãO ALVAREz

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Bahia Indústria  13

durante o

evento, foram

apresentadas

as opções de

crédito e os

caminhos para

exportar

ações voltadas para as cadeias dos

nichos de produção local. “Temos

que pensar, por exemplo, no nicho

da geleia de umbu. Se ela estiver

completa, bem estruturada, terá

condições de competir no merca-

do interno e, consequentemente,

exportar”, explicou.

créditoO presidente da Agência de

Fomento do Estado da Bahia S.A

(Desenbahia), Luiz Petitinga, re-

conheceu que muitos empresários

ainda se queixam da dificuldade

de acesso ao crédito, porém, ex-

plicou que o mercado já oferece

inovações nesta área: são os Fun-

dos de Aval (fundos de garantia)

e as Sociedades de Garantia, ins-

tituições formadas por cotistas,

a exemplo da AGC Serra, do Rio

Grande do Sul. De acordo com Pe-

titinga, “essas modalidades facili-

tam o acesso aos recursos e podem

minimizar custos”.

A gerente de estratégias e ne-

gócios internacionais do BNDES,

Simone Lopes, acrescentou que

o Banco também oferece alter-

nativas para facilitar a obtenção

de crédito por micro, pequenas e

médias empresas, além de empre-

endedores individuais e coopera-

tivas. Um deles é o Fundo Garanti-

dor para Investimentos (FGI), que

permite que as instituições apro-

vem o financiamento em melhores

condições. A outra é uma espécie

de cartão de crédito para compra

de produtos e serviços.

O investimento num padrão

internacional de bens e serviços

para as empresas locais também

foi pontuado pela consultora de

gestão em negócios da FGV, Mô-

nica Romero, como uma das prin-

cipais ações pela competitividade

nos mercados interno e global.

“Primeiro, é preciso que os empre-

sários busquem essa qualidade,

depois as informações necessárias

sobre os mercados com os quais

pretendem fazer negócios e, em

seguida, traçar estratégias para a

internacionalização”, apontou.

Com experiência de mais de 20

anos em comércio exterior, o dire-

tor-presidente da José Ruben Trans-

porte e Equipamentos Ltda., José

Souza Filho, falou sobre os princi-

pais cuidados que os empresários

iniciantes em negócios fora do país

devem ter: planejar a logística, cal-

cular custos, deixar margem para

imprevistos (como paralisações

e acidentes), fazer um embarque

com uma carga menor para teste e

estabelecer responsabilidades da

logística em contrato.

A Bahia teve participação de

58,5% nas exportações nordesti-

nas entre 2010 e 2011, mas, para o

diretor técnico do Sebrae Bahia,

Lauro Ramos, o fortalecimento do

associativismo entre as empresas

da região pode trazer melhores re-

sultados. E uma boa oportunidade

para esta aproximação será o En-

contro Internacional de Negócios

do Nordeste (EINNE), que será rea-

lizado entre 23 e 25 de outubro em

Salvador. Informações estão dispo-

níveis no site www.einne.com.br.

Para as empresas que preten-

dem exportar para a África, entre

17 e 22 de julho será realizada a

Feira Internacional de Luanda,

Angola. De acordo com a gestora

do projeto Brasil Trade, da Apex-

Brasil, Raquel Vilharva, o evento

é o mais importante da área de ne-

gócios do continente africano. [bi]

VALTER PONTES

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1� Bahia Indústria

empresários chineses receberam informações sobre a economia baiana visando investimentos e cooperação comercial

bahia-ShandongMissão chinesa aproxima empresários dos dois estados, abrindo novas oportunidades de negóciosPor carolina Mendonçafotos João alvarez

No ano em que completa 13 anos de irmanda-

de com a província de Shandong, a Bahia

dá novos passos para ampliar a cooperação

com o estado chinês. No dia 13 de março,

uma missão oficial da região, liderada pelo vice-go-

vernador Cai Limin, esteve na Federação das Indús-

trias do Estado da Bahia (FIEB), em Salvador, para

conhecer as oportunidades de investimentos e parce-

rias entre os dois povos.

Durante o evento, foi realizada uma reunião com

o vice-governador de Shandong, Cai Limin, o gover-

nador Jaques Wagner e o presidente da FIEB, José de

Freitas Mascarenhas. Wagner reafirmou os laços de

irmandade entre a Bahia e a província chinesa, res-

saltando que, após 13 anos de aproximação entre os

estados, é hora de aprofundar as relações comerciais

visando ao equilíbrio entre importações, exportações

e o desenvolvimento local. “Inte-

ressam-nos as trocas comerciais e,

mais ainda, a industrialização em

solo baiano. Minha opinião é que,

pelo poderio da economia chine-

sa, é possível exportar empresas e

não só os produtos, para que pos-

samos ter fábricas aqui na Bahia”,

pontuou.

O vice-governador de Shan-

dong, Cai Limin, concordou que

é chegado o momento de ampliar

as ações para o estreitamento co-

mercial entre os dois estados, e

afirmou que há espaço para negó-

cios em diversos setores, especial-

mente no agronegócio do algodão,

soja e frutas, além de frutos do

mar e mineração. “Estamos satis-

feitos com esta cooperação com a

Bahia, que vem se desenvolvendo

rapidamente. Temos certeza que o

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Bahia Indústria  15

ambiente é de boas oportunidades

de negócio entre nossos empresá-

rios”, declarou.

O presidente da FIEB, José Mas-

carenhas, ponderou que os enten-

dimentos são facilitados quando

existem os interesses comuns e

complementares, como no caso da

relação Bahia-Shandong, e enfati-

zou as possibilidades de coopera-

ção: “A Bahia pode ser um grande

produtor e fornecedor de matérias-

primas e suprimentos para Shan-

dong, que tem uma população de

mais de 90 milhões de habitantes.

Nós, por outro lado, precisamos

muito da tecnologia nas áreas da

indústria de transformação, auto-

mobilística e da informação. Temos

o Polo de Informática de Ilhéus, por

exemplo, em que a presença chine-

sa poderia ser ampliada e traria

grandes avanços”, apontou.

Missão Composta por 23 empresários e

oito representantes do governo de

Shandong, a comitiva participou

dos workshops temáticos Energia,

Mineração, Infraestrutura e Cons-

trução; e Agronegócio, Fármacos,

Automobilístico, Tecnologia da

Informação e Comércio, ocasião

em que os integrantes obtiveram

informações sobre custos de in-

vestimento, tributação, benefícios

e situação dos mercados.

O superintendente da Secre-

taria de Indústria, Comércio e

Mineração (SICM), Paulo Guima-

rães, apresentou as áreas em que

a Bahia oferece oportunidades

de negócios, com destaque para

química e petroquímica, agro-

negócios e serviços. Guimarães

acrescentou que, além das voca-

ções econômicas, o estado, em

breve, contará com melhorias na

infraestrutura e logística para o

transporte de produtos, citando a

Ferrovia Leste-Oeste e o Porto Sul,

em Ilhéus.

Já o superintendente da Secre-

taria de Agricultura e Irrigação,

Jairo Vaz, mostrou que o agrone-

gócio representa, atualmente, 24%

do PIB baiano, sendo a maior parte

da produção de matérias-primas.

Por isso, o estado tem interesse na

industrialização de vários produ-

tos, como o algodão (Bahia é o se-

gundo produtor nacional), a soja,

as frutas e a pecuária de corte.

Responsável pelas boas vin-

das aos empresários chineses em

nome da FIEB, o vice-presidente

da Federação, Victor Ventin, lem-

brou que o Brasil ainda não está

entre os cinco maiores parceiros

comerciais da China, mas que,

com vontade bilateral, é possível

ampliar os acordos comerciais. “A

expectativa é que, com a vinda da

missão, possamos firmar novas

parcerias”, disse.

E a possibilidade de parcerias

e contratos surgiu ainda durante

o evento, pois membros da comi-

tiva trocaram informações e con-

tatos com empresários baianos

aventando oportunidades futuras.

Representantes de duas empresas

chinesas e da Solo e Subsolo Mi-

neradora e Reflorestamento Ltda.

assinaram um memorando de in-

tenções para estudos preliminares

sobre exploração de ferro e manga-

nês em Brotas de Macaúbas, Ria-

chão das Neves e Campo Alegre de

Lourdes. “Com estes estudos sobre

os nossos ativos minerais, se tudo

der certo, poderemos formar uma

joint-venture com os chineses, o

que vai viabilizar a extração dos

minérios”, comemora Edilson Ri-

beiro da Cruz.

A mineração no estado foi um

dos investimentos que mais atra-

íram os chineses. O gerente-geral

da China Nacional Huachen Ener-

gy Group, Wu Xinmin, trocou in-

formações com o superintendente

da Federação das Associações

Comerciais da Bahia, Sérgio Ca-

valcante Gomes, sobre a extração

de minérios e energias renováveis

e se mostrou entusiasmado com o

cenário local. “A Bahia tem muito

potencial de desenvolvimento, te-

nho interesse em contatar empre-

sários locais”, assegurou. [bi]

o vive-

governador

de shandong,

cai limin,

se reuniu

com jaques

Wagner e josé

mascarenhas

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1� Bahia Indústria

a elaboração da Constituição de 1988 motivou

grandes debates no país, que, entre outros,

definiram as regras da atual legislação am-

biental. O processo foi protagonizado, nas

décadas de 1980 e 1990, pelas organizações não-go-

vernamentais, que participaram mais ativamente

destas discussões, cabendo à indústria um papel co-

adjuvante. Mas, ao longo destes 20 anos, na avaliação

de Shelley de Sousa Carneiro, secretário executivo do

Conselho Estadual de Meio Ambiente (Coema), cou-

be ao segmento realizar os maiores avanços em sus-

tentabilidade. O entendimento agora é que é preciso

apresentar estas realizações à sociedade.

Foi pensando nisso que a indústria resolveu ar-

ticular-se e assumir o protagonismo que lhe cabe

neste momento em que o país se prepara para sediar

a Conferência das Nações Unidas Sobre Desenvolvi-

mento Sustentável – Rio + 20, que acontece de 13 a

22 de junho, no Rio de Janeiro. Sob a coordenação

da Confederação Nacional da Indústria (CNI) estão

sendo promovidos, em diversas regiões do país,

encontros setoriais para recolher propostas para a

conferência. Na Bahia, a 4ª Reunião do Coema – Re-

PRePaRativoS PaRa a

Representantes da indústria participaram da 4ª Reunião preparatória para o encontro

Por Patrícia Moreirafotos João alvarez

gional Nordeste ocorreu no dia

23 de março, na sede da Federa-

ção das Indústrias do Estado da

Bahia (FIEB).

De acordo com Shelley Carnei-

ro, que também é o gerente exe-

cutivo de Meio Ambiente e Sus-

tentabilidade da Confederação

Nacional das Indústrias (CNI), a

indústria está preparando uma sé-

rie de eventos em que se posiciona

como matriz do seu desenvolvi-

mento. Vamos puxar a carroça e

não sermos puxados. Nós vamos

dizer o que nós podemos fazer, o

que vamos fazer e vamos nos com-

prometer com aquilo que podemos

fazer”, explica o representante da

CNI. Ele também destacou que a

indústria se comunica mal e que

este é o momento de mostrar que,

ao longo dos últimos 20 anos, o

segmento foi um dos que mais pro-

moveram sustentabilidade.

interaçãoA reunião do Coema Nordeste

foi aberta pelo vice-presidente do

Centro das Indústrias do Estado

da Bahia (CIEB) e coordenador do

Conselho de Meio Ambiente do

Sistema FIEB, Irundi Edelweiss,

que elogiou a nova postura da CNI

no sentido de promover uma maior

interação entre os diversos setores

da indústria para a formulação de

propostas para a Rio + 20. “Eles

estão indo in loco buscar as per-

Rio+20

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Bahia Indústria  1�

cepções das demandas setoriais

para tentar convergir os pleitos

da indústria para o evento e isso é

muito importante”, ressaltou.

Irundi Edelweiss observou o

interesse da CNI e dos outros esta-

dos em ouvir as peculiaridades de

cada região e ressalta que a Bahia

vive um momento especial em ra-

zão da recente aprovação de uma

nova Lei Ambiental e ressaltou a

importância de se ter uma mesma

linha entre as diversas legislações

estaduais. “Não é interessante ter-

mos uma legislação desbalancea-

da em relação ao meio ambiente,

porque isso cria deformações, ca-

minhos preferenciais, que levam

as empresas a preterirem um esta-

do porque este tem uma legislação

mais cuidadosa.” Por isso, ele jul-

ga importante que se crie elemen-

tos jurídicos uniformes entre os

estados, daí por que a expectativa

em torno destes encontros.

Durante o evento preparatório

realizado na sede da FIEB, o secre-

tário de Meio Ambiente do Estado

da Bahia, Eugênio Spengler, fez

uma explanação sobre os avan-

ços trazidos pela Nova Lei de Meio

Ambiente e também falou sobre a

expectativa em torno da Rio + 20.

“É importante que se compreenda

que a Rio + 20 é um evento da so-

ciedade mundial e não dos gover-

nos e que o setor empresarial tem

um compromisso fundamental”,

observou. Ele ressaltou, no en-

tanto, que é fundamental que as

agendas aconteçam, não apenas

voltadas para a Rio + 20, mas de

forma permanente.

O secretário executivo do Coe-

ma explicou, ainda, que com estas

reuniões, a indústria se prepara

para o fórum nacional, marcado

para o dia 14 de junho, no Rio de

Janeiro. “Vamos apresentar 16 pu-

blicações da CNI sobre A Indústria

e a Sustentabilidade, preparados

por cada uma das associações

(automotiva, mineração, etc.)”,

explica. De acordo com Shelley, a

indústria quer ser protagonista do

seu desenvolvimento no que diz

respeito à sustentabilidade. [bi]

“vamos dizer o que nós podemos fazer, o que vamos fazer e nos comprometer com o que temos condições de fazer

o secretário do

meio ambiente

eugênio

spengler falou

sobre a nova

lei ambiental

da bahia

Shelley Carneiro, secretário-executivo da Coema

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1� Bahia Indústria

Por Patrícia MoreiraIlustração Murilo goMes

Economistas analisam o cenário econômico e discutem os efeitos da valorização do Real frente ao dólar

Competitividade

epois de fechar o ano de 2011 com

a economia brasileira registrando

ritmo de queda e o setor industrial

dando sinais de estagnação, situa-

ção que se manteve até fevereiro, o

mês de março revelou um cenário

um pouco mais animador. A pes-

quisa Indicadores Industriais, divulgada no dia 9 de

maio pela Confederação Nacional da Indústria (CNI),

vai ainda mais longe e aponta para uma perspectiva

de melhor desempenho da indústria, ainda que mo-

derado, no segundo semestre de 2012. Esta retomada é

atribuída aos efeitos positivos do Plano Brasil Maior,

lançado em 2011, e às recentes medidas envolvendo

os juros e o câmbio.

A equação juros altos e câmbio valorizado, que do-

minou a política macroeconômica do governo fede-

ral nos últimos anos, é apontada por vários econo-

mistas como principal fator de comprometimento do

desempenho da indústria, aliada a fatores externos,

como a crise nos países desenvolvidos e a concor-

rência dos países asiáticos, e internos, a exemplo do

Custo Brasil.

O Conjuntura em Foco de março, estudo do Insti-

&câmbio

tuto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), aponta

que a persistência de uma taxa de câmbio sobreva-

lorizada por longo período levou a uma diluição da

densidade das cadeias produtivas na economia e a

uma ruptura na estrutura industrial. Da mesma for-

ma, a perda de participação do setor na renda nacio-

nal e no conjunto do emprego tem sido acompanha-

da, também, de uma redução da participação relativa

dos produtos manufaturados na pauta exportadora.

Embora no plano internacional a intervenção no

câmbio praticada pelos países emergentes tenha re-

cebido críticas, o ministro da Fazenda, Guido Man-

tega, avisou que o país continuará intervindo para

conter a valorização do Real. A nova postura face ao

câmbio representa uma mudança radical por parte

do governo, conforme observa o vice-presidente da

Federação das Indústrias da Bahia e economista,

Reinaldo Sampaio. Segundo ele, até pouco tempo,

a retórica era outra. “O governo vinha resistindo à

ideia do monitoramento da taxa de câmbio, um res-

quício da visão neoliberal”. Um equívoco, na avalia-

ção de Sampaio, pois, na realidade, todos os países

administram as taxas de câmbio. “Quem não o faz

são os Estados Unidos, com uma moeda que é reserva

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�0 Bahia Indústria

internacional, e a União Europeia,

com o euro, porque estabeleceu-

se uma lógica que, se comprarem

reservas, de certa forma, estariam

indicando que suas moedas não

são seguras”, analisa.

A consultora Mônica Romero

Marinho, da Fundação Getúlio

Vargas, especialista em comércio

exterior, também analisa como

acertada a adoção de uma política

de câmbio flutuante com interven-

ções do Banco Central. “Temos

que entender que a variação cam-

bial está sendo provocada muito

mais por fatores externos que in-

ternos, em especial pela ‘sobra’

de dinheiro no mundo buscando

investimentos rentáveis e seguros.

O Brasil está oferecendo as duas

coisas. Claro que os investidores

estão aqui e quanto mais atraen-

te o Brasil fica, maior volume de

moeda estrangeira entra no País,

mais valorizado fica o Real, com-

Um dos segmentos mais afeta-

dos é o setor manufatureiro. No pe-

ríodo 2004/2008, enquanto o PIB

registrou uma taxa média anual

de 4,8%, a indústria de transfor-

mação cresceu a 3,8%. No período

pós-crise mundial (2009/2011) a

média caiu para 3,3% para o PIB

e 0,2% para a indústria de trans-

formação, que, em 2011, cresceu

apenas 1,1%.

O câmbio não só arbitra a im-

portação e a exportação, destaca

Reinaldo Sampaio, mas também a

conta, os fluxos internacionais de

capital. E em países como o Brasil,

que adotam uma conta de capital

livre, o câmbio é um fator deter-

minante nesses fluxos. “O proble-

ma é que o câmbio influencia os

salários, o consumo, a poupança

interna e o investimento, interfere

no processo de desenvolvimento

do país”, explica. Como consequ-

ência, os bens industriais produ-

zidos no Brasil passam a custar

mais caro no mercado externo e a

empresa também perde competiti-

vidade interna, já que sua produ-

ção ficará mais cara do que a dos

importados, inibindo a taxa de lu-

cro das empresas, que é determi-

nante para novos investimentos.

aspectos faVoráVeisMônica Romero aponta, no

entanto, que a situação pode se

reverter em oportunidade. Para

ela, a valorização do Real pode

tirar uma empresa do mercado ou

transformá-la em uma multina-

cional de sucesso. Ela explica que

uma das vantagens é a possibili-

dade de acesso a uma gama maior

de fornecedores (de partes e peças,

máquinas, equipamentos, maté-

rias-primas e outros insumos) que

podem reduzir os custos internos

de produção. “O Real valorizado

plicando a vida dos exportadores,

que precisam ficar alertas às opor-

tunidades da moeda e não somen-

te às suas perdas”, explica.

Desde 2005, conforme reporta-

gem do Valor Econômico, o câm-

bio teve uma valorização de 40%

em termos reais, frente a uma ces-

ta de 15 moedas, o que gerou difi-

culdades para a indústria brasilei-

ra. A tendência de valorização do

Real vem ocorrendo fundamenta-

da não apenas nas taxas de juros

elevadas, mas também no baixo

nível de poupança doméstica e

na necessidade de atrair capitais

para financiar o déficit em con-

ta corrente. Ocorre que a taxa de

câmbio, de acordo com Reinaldo

Sampaio, é o mais estratégico dos

preços macroeconômicos – além

das taxas de juros, inflação, lucro

e de salário –, e é parte importante

da problemática que inibe o de-

senvolvimento nacional.

Fonte: BACEN, elaboração FIEB/SDI.

COMPARATIVO DA EVOLUÇÃO DO DÓLAR NO BRASIL - 2010/2011

1,6654

1,8751

1,4

1,5

1,6

1,7

1,8

1,9

2

DezNovOutSetAgoJulJunMaiAbrMarFevJan

2011

2010

2,5

2

1,5

Fonte: BACEN, elaboração FIEB/SDI.

1,77

2008 2009 2010 2011

EVOLUÇÃO DA COTAÇÃO DO DÓLAR NO BRASIL - 2008/2011

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Bahia Indústria  �1

viabiliza e estimula indústrias de

alto valor agregado. Veja o caso

da indústria de aviões nacional.

Se houver desvalorização do Re-

al, implicará na alta do preço de

fabricação e montagem no Brasil”,

explica a consultora. E acrescenta:

“Temos que lembrar que a CNI,

em 1995 (há 17 anos), já identifica-

va que produzir no Brasil é caro,

principalmente, pelo chamado

Custo Brasil”, observa.

Se por um lado as importações

podem reduzir o custo e aprimo-

rar o produto nacional, explica

Mônica Romero, por outro, as in-

dústrias nacionais passam a estar

mais expostas aos concorrentes

estrangeiros, mesmo no mercado

interno. Para ela, a internaciona-

lização das empresas brasileiras

tornou-se uma necessidade de so-

brevivência.

De acordo com a consultora, as

empresas devem “aproveitar o Re-

al valorizado e o poder de compra

nele contido para adequar seus

produtos e serviços a um cliente

com opções mundiais de compra.

Deve investir em tecnologia, pro-

dutividade, capacitação de pes-

soal, etc. Se esta empresa, mesmo

que pequena, consegue sobrevi-

ver ao Custo Brasil, vendendo no

mercado interno, certamente ela

já pode pensar em investir na ex-

portação”, defende Mônica.

Ela também entende que o Re-

al apreciado pode se reverter em

estímulo ao investimento. “Se

ficarmos aqui aguardando que

as empresas estrangeiras entrem

com seus investimentos, em breve

teremos poucas empresas nacio-

nais no mercado. Se, ao contrário,

as empresas nacionais se dispuse-

rem à internacionalização (mesmo

que com parcerias com capitais

externos), a riqueza gerada pode-

mônica romero,

consultora da FgV,

defende que o câmbio

pode ser usado para

atrair investimento

rá ser preservada no País. Afinal,

a grande poupança nacional não

é alimentada pelo cofrinho das fa-

mílias, mas pelo lucro reinvestido

das empresas”, sintetiza.

Este entendimento, no entan-

to, não é unânime. Na avaliação

de Reinaldo Sampaio, “apostar

no desenvolvimento através da

poupança externa é uma ilusão,

porque o capital que entra para

investimento, ele o faz motiva-

do pelas taxas de crescimento da

economia em desenvolvimento,

desde que sejam superiores às das

economias desenvolvidas e por

uma expectativa de lucro da ati-

vidade produtiva. Mas como essa

opção de poupança externa geral-

mente está associada a um câmbio

apreciado e a uma taxa de juros

elevada, estes capitais entram

com a finalidade eminentemente

especulativa e muito mais volta-

dos para o consumo do que para o

investimento”, observa Sampaio.

Para o economista Oswaldo

Guerra (leia entrevista, p. 22 e 23),

professor da Universidade Fede-

ral da Bahia, pode ser estratégico

atrair o capital estrangeiro produ-

tivo. “Mas para isso, crescimento

econômico, estabilidade de pre-

ços, regras estáveis e críveis, in-

fraestrutura adequada e moderna,

mão-de-obra qualificada, e inves-

timentos em ciência e tecnologia

são cruciais”, lembra.

VALTER PONTES

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�� Bahia Indústria

como o senhor analisa o uso do

câmbio como instrumento de con-

trole da inflação?

osvaldo guerra – No Brasil e em

outros países latinoamericanos

que adotaram planos de combate

à inflação nas últimas duas dé-

cadas, a valorização cambial foi

usada como âncora dos preços

internos, uma vez que ela estimu-

la a entrada de bens importados,

reforçando a oferta doméstica, e

reduz o custo de produção com as

matérias-primas importadas. Este

instrumento, contudo, não pode

ser usado indefinidamente, pois

ele gera efeitos colaterais adversos

sobre a produção local e o balan-

ço comercial do país, na medida

em que faz crescer as importações

e desestimula as exportações. A

estabilidade duradoura de preços

exige ganhos de produtividade que

reduzam os custos de produção e

propiciem um aumento da compe-

titividade autêntica da economia.

quais os erros e acertos da políti-

ca econômica do governo dilma?

og – O ponto positivo é a melhor

coordenação existente entre as

políticas monetária, fiscal, e cam-

bial, fruto de uma maior aproxima-

ção entre o Ministério da Fazenda

e o Banco Central. Os erros talvez

decorram do fato de a política

econômica do governo Dilma ser

ambiciosa, uma vez que ela pos-

sui múltiplos objetivos. O governo

quer conter a valorização cambial;

estimular a economia para que ela

cresça mais de 4% em um cenário

internacional francamente hostil;

defender a indústria nacional do

avanço das importações; incen-

tivar a produção, a pesquisa e o

desenvolvimento tecnológico;

aumentar a oferta de crédito para

pessoas físicas e jurídicas; reduzir

até onde for possível a taxa básica

de juros; cumprir a meta de supe-

rávit primário, e conduzir a infla-

ção de volta para o centro da meta,

depois de ela ter alcançado o teto

de 6,5% em 2011. Diante de tantos

objetivos e da certeza que qual-

quer medida de política econômi-

ca gera custos e benefícios, o go-

verno lança mão de instrumentos

que, muitas vezes, miram o curto

prazo ou se mostram, algumas ve-

zes, contraditórios.

Há vários pontos defensáveis

no recente conjunto de medidas

que complementam o Plano Brasil

Maior, como a desoneração da fo-

lha de pagamentos e as renúncias

fiscais. Elas têm efeito equivalen-

te a uma desvalorização cambial,

mas faltam medidas estruturais,

de longo prazo, focadas em temas

como redução de gargalos logísti-

cos, sistema tributário, e melhoria

da educação. A Cofins sobre os im-

“O progresso depende da capacidade de se criar uma autêntica competitividade”

portados é um dos pontos contra-

ditórios. Quanto maior o uso de in-

sumos importados na exportação

das empresas desoneradas, menor

será o benefício relativo da empre-

sa. Ou seja, a defesa da produção

doméstica via aumento dos custos

dos importados pode prejudicar

as exportações. Além disso, se o

plano lograr êxito em melhorar a

competitividade no curto prazo,

garantindo crescimento das ex-

portações e dos saldos comerciais,

mais dólares entrarão no país, aju-

dando a valorizar o câmbio, algo

que o governo pretende conter. Se

o objetivo é deter as importações e

o plano conseguir isto, o resultado

vai na mesma direção.

qual o desafio para o governo em

relação ao câmbio?

og –Vamos tomar como premissas

a meta de inflação explícita de 4,5%

e metas informais de crescimento,

em torno de 4%, e de câmbio entre

R$ 1,70 a R$ 1,80 por dólar para

preservar a indústria local. Se es-

sas premissas estiverem corretas, a

queda da taxa básica de juros (Se-

lic) contribui para que se alcance

as metas de crescimento e de con-

tenção da valorização do Real, ao

reduzir os ganhos de arbitragem,

mas não ajuda o governo a fazer a

inflação voltar ao centro da meta.

Por outro lado, continuar permitin-

do que o Real se valorize penaliza

fortemente a produção doméstica

que sofre com o Custo Brasil (tribu-

tos, logística, educação, custo de

energia, etc.). O desafio, portanto,

é adequar a taxa de câmbio de mo-

do que ela sirva como instrumento

de combate à inflação e, ao mesmo

tempo, preserve a indústria local e

as exportações. No que diz respei-

to à inflação, não acredito que ela

respeite, em 2012, o centro da meta

Economista e professor da Ufba, Oswaldo Guerra faz uma análise conjuntural dos efeitos do câmbio

“Há vários pontos de-fensáveisno recente conjunto de medidasque comple-mentam o Plano brasilmaior

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Bahia Indústria  �3

de 4,5%, ainda que o Banco Central diga o contrário.

Está existindo no Brasil uma clara alteração de preços

relativos. A inflação de serviços, setor que responde

por cerca de 25% do PIB brasileiro, chegou a 9% em

2011 para um IPCA de 6,5%. Essa alteração não deve

se encerrar no curto prazo, pois não se pode importar

serviços, a oferta demora a reagir, e o setor responde

pouco a juros altos. Uma recessão muito forte, via con-

tenção do consumo, seria necessária para reduzir a su-

bida desses preços, algo que me parece descabido do

ponto de vista social e que certamente o governo não

estará disposto a assumir em ano eleitoral.

o real valorizado compromete as exportações e atin-

ge especialmente o agronegócio baiano, que outros

setores da economia baiana são afetados?

og –Um cenário de baixo crescimento internacional

com valorização cambial pode dificultar não apenas

o agronegócio baiano, mas também setores exporta-

dores de commodities e setores industriais que so-

frem concorrência de produtos asiáticos. Estima-se

que cerca de 50% da indústria baiana depende de

exportações de produtos que têm seus preços fixados

internacionalmente, contra cerca de 10% na média

nacional. Ou seja, é um panorama que torna a econo-

mia baiana mais susceptível a este cenário.

a produção da indústria baiana é destinada basica-

mente ao mercado interno. até que ponto o câmbio

interfere no desenvolvimento industrial baiano?

og – A indústria baiana é extremamente concentrada

na produção de bens intermediários, que são vendidos

internamente e exportados. O crescimento brasileiro

puxado pelo mercado interno e fomentado pela que-

da dos juros, expansão do crédito, aumento real de

salários e transferências deverá continuar a estimular

o comércio varejista na Bahia, mas tendo em vista a

incipiente base local na produção de bens duráveis

e não-duráveis ocorre uma espécie de vazamento de

renda para outras unidades da federação produtoras

desses bens. Diante desse quadro, da crise internacio-

nal e da valorização cambial, as expectativas para a

indústria baiana em 2012 não são muito otimistas. Os

números devem ser melhores que em 2011, pois não

haverá apagão nem grandes paradas programadas no

Polo de Camaçari, mas nada muito animador. As maio-

res possibilidades concentram-se nos investimentos

autônomos previstos em mobilidade urbana, especial-

mente na RMS ampliada, incluindo Feira de Santana,

e seus impactos sobre a construção civil.

o que é preciso para atingir maior competitividade?

og –O progresso econômico depende da capacidade

dos países criarem uma autêntica competitividade

que, por sua vez, vincula-se à sua produtividade

(produzir mais e melhor, usando menos recursos que

seus concorrentes). Para isto, tornam-se necessários

esforços nas dimensões empresarial (investimentos

em modernização gerencial, inovação de produtos,

design, marketing, formas de comercialização, pós-

vendas, qualificação dos trabalhadores), estrutural

(aumento do porte dos grupos empresariais, maior

diversificação produtiva, ampliação da inserção

internacional das empresas, melhor articulação

empresarial ao longo das cadeias produtivas), e sis-

têmica (juros, câmbio, tributos, portos, estradas,

ferrovias, comunicações, educação, legislação de

um modo geral). Ou seja, é uma construção de lon-

go prazo, envolvendo múltiplas variáveis e exigindo

uma permanente parceria entre Estado e iniciativa

privada. A história econômica brasileira é rica em

exemplos de políticas focadas quase exclusivamen-

te no câmbio que geraram competitividade espúria

e ganhos de curto prazo, mas foram incapazes de

garantir uma competitividade autêntica aos setores

produtivos do país. [bi]

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�� Bahia Indústria

mobilidade, um tema prioritário

Prefeito apresentou no Fórum Empresarial projetos para estruturar Salvador para a Copa e os próximos 25 anos

Por Patrícia Moreira e cleber borges fotos João alvarez

três novas avenidas – Tam-

burugy, Atlântica e Linha

Viva –, requalificação da

Estação da Lapa e do entor-

no da Arena Fonte Nova, implan-

tação de corredores viários para o

transporte de massa são projetos

da Prefeitura de Salvador para

solucionar os problemas de mo-

bilidade urbana enfrentados por

Salvador e Região Metropolitana.

Os projetos estão prontos, mas ca-

berá à próxima gestão municipal a

missão de torná-los realidade.

O prefeito João Henrique Car-

neiro (PP) foi o convidado da

reunião mensal do Fórum Empre-

sarial da Bahia, realizada no dia

16 de abril, na sede da Federação

das Indústrias do Estado da Bahia

(FIEB), para falar de um tema que

é motivo geral de preocupação da

população e do setor produtivo:

mobilidade urbana. O evento reu-

niu os 21 membros do fórum, além

de secretários municipais e con-

vidados, e foi uma oportunidade

para os empresários questionarem

o poder municipal sobre suas de-

mandas e também para abrir um

canal de negociação entre o poder

público e alguns segmentos pro-

dutivos.

O presidente do Fórum e pri-

meiro vice-presidente do Sistema

FIEB, Victor Ventin, explicou que

o impacto negativo do problema

de mobilidade em Salvador e na

Região Metropolitana na ativi-

dade produtiva e na vida das

pessoas justificou a escolha do

tema e o convite ao prefeito. “O

tempo que nossos trabalhadores

levam no transporte para ir e vir

do trabalho, prejudica a todos e a

tendência é de agravamento. Por

isso procuramos ouvir do prefeito

soluções para minorar o que já es-

tamos sofrendo e evitar que isso

piore”. A conclusão final foi po-

sitiva, pela importância do tema,

mas “a constatação é que a cidade

tem projetos, mas faltam recursos

para implementá-los”, destacou

Victor Ventin.

MetrôDurante sua explanação, segui-

da de apresentações de secretários

municipais, o prefeito falou sobre

o metrô de Salvador e assegurou

sua intenção de iniciar as opera-

ções ainda no final deste semestre.

Segundo ele, não é razoável o ar-

gumento de que o metrô não deve

entrar em operação por ter apenas

seis quilômetros. Ele lembrou que

os metrôs de São Paulo e Rio de

Janeiro foram implantados com

extensões de 7 e 4 quilômetros,

respectivamente. De acordo com

João Henrique, o trajeto da Lapa à

Rótula do Abacaxi se faz em seis

minutos, sem paradas, e “a po-

pulação tem o direito de usufruir

desse benefício”.

O prefeito também detalhou

a Rede Integrada de Transporte,

iniciativa que faz parte do projeto

Salvador Capital Mundial e inte-

gra as ações de mobilidade para

a Copa do Mundo de 2014. Ele fa-

o prefeito

joão henrique

carneiro

apresentou

cesta de

projetos para

salvador

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Bahia Indústria  �5

Pequenos e médios empresários

que queiram abrir ou expandir ne-

gócios visando aproveitar o boom

de consumo que virá com a aproxi-

mação da Copa do Mundo da Fifa

2014 e da Copa das Confederações,

em 2013, têm uma boa notícia. BN-

DES, Banco do Nordeste e Desen-

bahia abriram linhas de financia-

mento específicas, com juros acei-

táveis, para tais iniciativas.

São linhas com juros anuais

de 6% a 20%, que podem servir

de atrativo para o surgimento de

novos negócios, incluindo o fi-

nanciamento de restaurantes, lo-

jas de artesanato, bares, fábricas

de souvenirs, pousadas e hotéis,

etc. Dinheiro para quem pretende

investir em um novo negócio não

será problema, afirma o superin-

tendente do Banco do Nordeste na

Bahia, Nilo Meira Filho. O banco,

que já financiou R$ 238 milhões

provenientes do Fundo Consti-

tucional de Financiamento do

Nordeste (FNE) para a reconstru-

ção da Arena Fonte Nova, dispõe

também de R$ 300 milhões para

apoiar o setor hoteleiro baiano,

sem falar em recursos para outros

segmentos.

“Somente na área hoteleira, 30

empresas locais já manifestaram

interesse ou já requisitaram recur-

sos para ampliação ou moderniza-

ção”, afirmou Nilo Meira, durante

o evento “Salvador e os Megaeven-

tos Esportivos – Como Financiar

seu Projeto”, realizado dia 17 de

abril, na FIEB, uma promoção do

Escritório Municipal da Copa, da

Prefeitura de Salvador, e do Fórum

de Empresários da Bahia. [bi]

Dinheiro para financiar boas iniciativas

soluções para

desafogar

o trânsito

na avenida

Paralela,

com vias

alternativas e

transporte de

massa, foram

apresentadas

lou das avenidas projetadas para

atender à demanda de crescimen-

to de Salvador para os próximos

25 anos, mas que dependem de

recursos e de parcerias com a ini-

ciativa privada.

Os empresários também apro-

veitaram para apresentar suas

reivindicações, em especial, em

relação ao decreto que regulamen-

ta a carga e descarga em Salvador.

Renato Tourinho, representante

da Associação Baiana dos Agen-

tes de propaganda (ABAP), cobrou

soluções de requalificação da Orla

de Salvador. O Instituto Miguel

Calmon, representado por Adari

Oliveira, cobrou ações voltadas

para revitalizar e gerar receitas na

região do entorno do Porto de Sal-

vador e pediu o apoio político do

prefeito para cobrar da Codeba a

promessa de realizar licitação pa-

ra ampliação do Porto.

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�� Bahia Indústria

IndIcadores Números da Indústria

atividade industrial cai, mas sinaliza recuperação

a produção física anualiza-

da da indústria de trans-

formação da Bahia apre-

sentou redução de 0,4%

em fevereiro último, após registrar

queda de 3,1% em janeiro, sinali-

zando a trajetória de recuperação

da atividade produtiva industrial.

No entanto, o Estado ainda figura

entre os que apresentam resulta-

dos negativos, ocupando o oitavo

lugar no ranking dos 13 estados

que participam da pesquisa indus-

trial do IBGE (denominada PIM-

PF-R). Tal resultado pode ser atri-

buído à retração de três dos oito

Produção física anualizada caiu 0,4% em fevereiro, contra redução de 3,1% registrada em janeiro

segmentos pesquisados: Veículos

Automotores (-12,5%), Metalurgia

Básica (-8,7%) e Refino de Petróleo

e Produção de Álcool (-7,2%). Por

outro lado, apresentaram resulta-

dos positivos os segmentos de Ali-

mentos e Bebidas (6,9%), Produtos

Químicos/Petroquímicos (5,2%),

Minerais não-metálicos (3,7%) e

Borracha e Plástico (3,5%).

Comparando o desempenho de

fevereiro de 2012 com o de igual

mês do ano anterior, a produção

física da indústria de transforma-

ção baiana apresentou um sur-

preendente crescimento de 21,6%

(contra uma queda de 4,4% da

média nacional). Cinco dos oito

segmentos da Indústria de Trans-

formação registraram crescimento

da produção, o principal deles o

de Produtos Químicos/Petroquí-

micos (91,4%), devido ao cresci-

mento na produção de etileno não-

saturado e de polietileno de alta e

baixa densidade, mas principal-

mente por levar em conta a baixa

base de comparação, uma vez que

em janeiro de 2011 houve recuo

no setor de 29,4%, decorrente de

paralisação parcial da produção

da Braskem, com a parada de ma-

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Bahia Indústria  ��

Nota: Exclusive a indústria extrativa mineral (CNAE 10, 11, 13 e 14); base = 100 (média 2002)

90

100

95

110

120

130

140

105

115

125

135

DEZ

NO

V

OU

T

SET

AG

O

JUL

JUN

MA

I

AB

R

MA

R

FEV

JAN

BAHIA - PRODUÇÃO FÍSICA DAINDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO (2010 - 2012)

2011

2010

2012

nutenção em novembro e dezembro nas unidades de

Olefinas 2, Utilidades, PE2, PE3 e PVC.

chope e cerVejaOutros segmentos com bom desempenho: Ali-

mentos e Bebidas (alta de 12,3%), em função do cres-

cimento no verão da produção de cerveja, chope e

produtos derivados do cacau (manteiga, gordura e

óleo), além do óleo de soja em bruto e de farinhas e

“pellets” da extração do óleo de soja; Celulose e Pa-

pel (10,3%), devido ao aumento na produção de celu-

lose; Metalurgia Básica (4,7%,) e Minerais não-metá-

licos (1,9%). O segmento de Borracha e Plástico man-

teve-se estável. Porém, dois segmentos registraram

queda na atividade: Veículos Automotores (-27,2%),

com a redução na produção de automóveis; Refino

de Petróleo e Produção de Álcool (-3,9%), pela menor

produção de óleo diesel e naftas para petroquímica.

Percebe-se que os segmentos produtores de com-

modities, mais influenciados pela conjuntura inter-

nacional adversa, seguem apresentando resultados

inferiores aos verificados nos segmentos mais vol-

tados ao atendimento do mercado interno e produ-

tores de bens finais. A expectativa é que a indús-

tria de transformação baiana apresente resultados

positivos nos primeiros meses de 2012, em função,

principalmente, da base de comparação deprimida

relacionada aos efeitos da interrupção do forneci-

mento de energia elétrica em fevereiro de 2011, que

comprometeu parte da produção das empresas lo-

calizadas no Polo Industrial de Camaçari. [bi]

Fonte IBGe; elaboração Fieb/SdI (1) de acordo com a Pesquisa Industrial anual (PIa) 2006 (divulgada em junho de 2008), os 8 segmentos acima arrolados somaram 83,5% do Valor da transformação Industrial (VtI) do estado da Bahia, em 2006.

extrativa -3,7 -5,1 -4,7

tranformação 21,6 13,8 -0,4

alimentos e bebidas 12,3 8,0 6,9

celulose, papel e prod. de papel 10,1 -6,4 -3,2

refino de petróleo e álcool -3,9 1,9 -7,2

Produtos químicos 91,4 52,3 5,2

borracha e plástico 0,0 4,1 3,5

minerais não metálicos 1,9 1,1 3,7

metalurgia básica 4,7 1,6 -8,7

veículos automotores -27,2 -13,7 -12,5

VARIAçãO (%)

setores FeV12/FeV11 jan-FeV 12/ jan-FeV 11/ mar 11-FeV 12 mar 10-FeV 11

pesquisa industrial mensal produção física - bahia

VARIAçãO (%)

setores FeV12/FeV11 jan-FeV 12/ jan-FeV 11/ mar 11-FeV 12 mar 10-FeV 11

bahia: pim-pf de julho 2011

Indústria de Transformação (1) 21,6 13,8 -0,4

refino de Petróleo e

Prod. álcool -3,9 1,9 -7,2

Produtos químicos/

Petroquímicos 91,4 52,3 5,2

veículos automotores -27,2 -13,7 -12,5

alimentos e bebidas 12,3 8,0 6,9

celulose e Papel 10,1 -6,4 -3,2

metalurgia básica 4,7 1,6 -8,7

borracha e Plástico 0,0 4,1 3,5

minerais não-metálicos 1,9 1,1 3,7

Extrativa Mineral -3,7 -5,1 -4,7

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�� Bahia Indústria

Polo de iNfoRmátiCa foRtaleCido

Por Patrícia Moreira e carolina Mendonça

afetado pela crise econô-

mica de 2009, que levou

ao fechamento de uni-

dades e à reestruturação

das que sobreviveram, o Polo de

Informática de Ilhéus dá sinais

de que vive um novo momento e

busca se mobilizar internamente

enquanto as principais demandas

infraestruturais do segmento não

se resolvem. Com este propósito,

foi criada, no dia 11 de abril, a As-

sociação das Indústrias de Eletro-

eletrônicos, Telecomunicações e

Informática do Polo de Ilhéus (As-

sipi), que visa estimular o desen-

volvimento e a competitividade do

segmento industrial de eletroele-

trônica e informática.

Para Christian Villela Dunce,

presidente da Assipi e proprietário

da Daten Tecnologia Ltda., a cria-

ção da Associação é o marco ini-

cial de uma série de ações que se-

rão propostas visando superar os

desafios enfrentados pelo setor. A

iniciativa visa também promover

o desenvolvimento econômico da

região. “Queremos representar os

empresários, atrair investimentos

para Ilhéus e, acima de tudo, ser-

mos um agente transformador”,

afirmou, quando tomou posse na

presidência da entidade.

A Assipi vem se somar ao Sindi-

cato das Indústrias de Aparelhos

Elétricos, Eletrônicos, Computa-

dores, Informática e Similares dos

Municípios de Ilhéus e Itabuna do

Estado da Bahia (Sinec), para for-

mular as demandas do segmento

e sua criação foi bem recebida. “O

Sinec, juntamente com a Assipi e o

apoio do Sistema FIEB – que está

implementando sua política de in-

teriorização e vai dar suporte nas

ações de qualificação da mão de

obra – fortalecem o setor”, explica

Gentil Pires Filho, presidente do

sindicato.

O presidente da FIEB, José de

Freitas Mascarenhas, elogiou a

iniciativa e assegurou que o Siste-

ma FIEB vai oferecer suporte aos

projetos propostos pela Assipi.

“Como instituição, não temos co-

mo fazer a interlocução com cada

empresário da região, portanto, a

christian Villela

dunce assumiu

em 11 de abril

a presidência

de nova

associação das

indústrias de

informática

Associação recém-criada vai reunir empresas do Polo de Informática de Ilhéus em torno das demandas do setor

JOãO ALVAREz

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Bahia Indústria  ��

associação certamente fará este

diálogo com o setor para que pos-

samos apoiá-los de acordo com su-

as demandas”, acredita.

perspectiVasEm paralelo à mobilização ins-

titucional em torno de entidades

representativas, a WDC Networks

– Livetec, empresa que está no

Polo desde 2004, anuncia a am-

pliação da sua unidade na Bahia,

com incremento na sua escala de

produção, incluindo no portfólio

produtos destinados à nova tecno-

logia de banda larga.

O Polo de Informática de Ilhéus

é hoje a principal fonte de arreca-

dação da região, de acordo com o

presidente do Sinec, Gentil Pires

Filho, mas nem por isso vem re-

cebendo a devida atenção. Entre

as principais demandas do setor

está a atração de uma empresa

âncora, que solidifique o polo, e a

mobilização por investimentos em

infraestrutura para dotar a região

de uma logística moderna, que

permita um melhor escoamento

da produção.

Criado em 1995, o Polo de In-

formática teve seu auge entre 2007

e 2008, mas a falta de políticas

específicas para o segmento e a

crise econômica de 2009 compro-

meteram o seu desenvolvimento.

O fechamento do aeroporto para

operações de carga e descarga, em

setembro de 2008, também atingiu

em cheio o Polo de Ilhéus, que viu

o volume de produtos embarcados

por via aérea reduzir de 120 tone-

ladas/mês para zero.

Nos anos de melhor performan-

ce, entre 2007 e 2008, o fatura-

mento foi superior a R$ 2 bilhões

anuais, com a geração de 2.300

a 2.400 empregos diretos e mais

de 1.600 empregos temporários,

além de empregos indiretos. Hoje,

o complexo industrial gera entre

1.400 e 1.500 empregos diretos e a

estimativa dos empresários é que

o faturamento situe-se em torno

de R$ 1,3 bilhão mensal. Não há

números expressivos quanto à

contratação de temporários.

Em meio às dificuldades infra-

estruturais e à desaceleração da

atividade industrial do setor, a

ampliação da planta da WDC Ne-

tworks - Livetec, que até o final do

mês de maio inaugura nova sede,

é motivo de comemoração. Insta-

lada desde 2004, produzindo equi-

pamentos de telecomunicações,

tais como sistemas wireless, com

a nova filial, a WDC-Livetec estará

ampliando a capacidade produ-

tiva desses produtos e iniciará a

produção de novos equipamentos

de internet via fibra-ótica, os cha-

mados FTTH (Fiber to The Home),

que será a nova tecnologia de aces-

so de alta velocidade a ser adotada

pelas operadoras a partir de 2012.

Constituída com capital cem por

cento nacional, a Livetec mantém

parcerias com empresas america-

nas e chinesas, fornecedoras de

produtos de informática. [bi]

operários

trabalham

na linha da

montagem da

invix, fábrica

que integra o

Polo de ilhéus

CLODOALDO RIBEIRO

Page 30: IndústrIa, câmbIo e competItIvIdade€¦ · ministro da Fazenda Guido Mantega, mudou o discurso e deixou ... Somando as medidas adotadas no final do ano passado, o Plano Brasil

30 Bahia Indústria

Estagiários do Sistema FIEB participaram das atividades de lançamento do novo programa

JOãO ALVAREz

atração de novos talentosModernizar o programa de estágio e torná-lo mais atrativo às novas gerações que chegam ao

mercado, oferecendo uma perspectiva de carreira no âmbito do Sistema FIEB, é o objetivo da

proposta de reestruturação apresentada no dia 10 de abril. A ideia é aprimorar a captação e a

retenção de talentos para atuar nas unidades do sistema. O programa foi lançado pelo diretor-

executivo interino do Sistema Fieb, Leone Peter Andrade, que chamou a atenção para a

demanda crescente por mão de obra qualificada. O superintendente de Gestão de Pessoas,

Renan Bodra Machado, observou que a necessidade de preparar novos talentos é imperativa e

a reformulação do programa de estágio atende à necessidade de preparar sucessores.

Premiação para boas práticas ambientais

Difundir práticas de gestão para uso de tecnologias limpas na otimização de processos

produtivos, estimular a participação e a conscientização da sociedade nas questões

ambientais, além de disseminar os princípios do desenvolvimento sustentável são os objetivos

do Prêmio FIEB Desempenho Ambiental, que está com inscrições abertas. Em sua 10ª edição,

o prêmio é promovido anualmente pela Federação das Indústrias do Estado da Bahia, por

intermédio do seu Conselho de Meio Ambiente (Comam), e é voltado para micro, pequenas,

médias e grandes indústrias em atuação na Bahia. O tema escolhido para este ano é Economia

Verde, o que permite que as ações envolvam questões sociais e a redução da desigualdade,

temas que se afinam com a conferência mundial Rio + 20, que se realizará no Rio de Janeiro,

de 13 a 26 de junho. As inscrições podem ser feitas até 16 de julho e a premiação será entregue

em 16 de agosto. Para maiores detalhes, consultar o regulamento no portal fieb.org.br, onde

também está disponível a ficha de inscrição. Outras informações com o Comam, nos telefones

3343-1260 / 1597 e pelo email [email protected].

painel

inovação para crescerCompetitividade é a

palavra-chave quando se

fala em inovação. Visando

oferecer a empresários e

líderes empresariais que

atuam em processos de

inovação de micro e

pequenas empresas

industriais as ferramentas

para superar este desafio, o

Instituto Euvaldo Lodi –

Bahia (IEL-BA) oferece o

curso Gestão da Inovação. A

proposta é auxiliar as

empresas na elaboração e

implantação de planos de

gestão. Em Salvador, o curso

acontece de 21 a 25 de maio

e de 25 a 29 de junho (2ª

turma); em Vitória da

Conquista, de 11 a 15 de

junho, em Teixeira de

Freitas, de 9 a 13 de julho, e

em Guanambi, de 23 a 27 de

julho. Informações no site

do IEL-BA, no portal fieb.

org.br, e pelos seguintes

contatos: Salvador: (71)

3343-1288, iel.inovacao@

fieb.org.br; Sudoeste: (77)

3422-3814 – [email protected].

br; Eunápolis: (73) 3281-

7954, [email protected].

br e Teixeira de Freitas: (73)

3291-0621, ieltxfreitas@fieb.

org.br. A iniciativa faz parte

da Mobilização Empresarial

pela Inovação (MEI), uma

iniciativa da Confederação

Nacional da Indústria em

parceria com o IEL-BA,

Sebrae, Secretaria de

Tecnologia e Inovação do

Estado e a Fundação de

Amparo a Pesquisa do

Estado da Bahia.

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Bahia Indústria  31

VATER PONTES

1° de maIo - em comemoração ao dia internacional do trabalho, o sesi-ba realizou uma série de atividades esportivas e de lazer para a comunidade e trabalhadores da indústria. do sesi itapagipe, às 9h30, saiu um passeio ciclístico aberto ao público, que circulou pelas principais ruas e avenidas do bairro. nas unidades itapagipe e simões Filho, foram promovidos torneios de futsal, futebol de cinco, futebol de campo, natação, damas, dominó, entre outros. os industriários e seus filhos puderam ainda aproveitar banho de piscina, show, recreação, jogos de salão, apresentações e aulas de dança.

novo estatuto amplia ações do cieb O programa de expansão para o interior do Centro das

Indústrias do Estado da Bahia (CIEB),

iniciado há cerca de um ano e meio,

voltado prioritariamente para as

regiões oeste, sul, sudoeste e

norte da Bahia, agora ganha um

reforço com as alterações no seu

Estatuto e no Regulamento

Eleitoral, aprovados em

Assembleia Geral Extraordinária,

realizada no dia 26 de abril, na sede

da Federação das Indústrias do Estado

da Bahia, sob a presidência do diretor-presidente José de

Freitas Mascarenhas. As novas regras tratam das atribuições

de diretor e vice-presidente, ampliam orientações e

regulamentam a expansão do CIEB no interior. De acordo

com o gerente-geral do CIEB, Evandro Mazo , uma das

alterações do Estatuto permite que não apenas as empresas

do segmento industrial possam se filiar ao Centro, mas

também as empresas aderentes, pertencentes à cadeia de

valor da indústria.

Fieb comemora o fim da guerra dos portosA aprovação no Senado do Projeto de Resolução 72/2011, que

acaba com a chamada “guerra dos portos” entre os estados

brasileiros foi comemorada pela Federação das Indústrias do

Estado da Bahia (FIEB), que foi signatária de campanha

comandada pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI)

contra a medida protecionista praticada por dez estados da

Federação. Na avaliação da FIEB, a “guerra dos portos” é

uma deformação ainda mais nociva da guerra fiscal e uma

prática antipatriótica por impedir o desenvolvimento

nacional. A prática consiste na concessão de isenção fiscal

para mercadorias importadas que entram no país por estes

portos, o que torna o produto importado mais barato que o

nacional. Os efeitos são nocivos à economia, comprometendo

a geração de empregos. Com a aprovação da PR nº 72, que

entra em vigor em janeiro de 2013, a alíquota de Imposto

Sobre Mercadorias e Serviços fica unificada em 4% na

taxação de importados em operações interestaduais. A

medida foi aprovada em votação realizada no dia 24 de abril

e vale não apenas para produtos importados como também

para os que usem mais de 40% de matéria-prima importada

durante o processo de industrialização.

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3� Bahia Indústria

os veículos que circulam

com biocombustível no

país utilizam uma mistura

com 5% de biodiesel. Para aumen-

tar a proporção de combustível ve-

getal, a Petrobras e parceiros, en-

tre eles o SENAI Cimatec, estão de-

senvolvendo testes em todo o país

para avaliar o impacto do aumento

da concentração de biodiesel. Na

Bahia, está sendo desenvolvido o

Projeto B-20 com veículos rodovi-

ários, modelos Ford Ranger e Ford

Transit. A ideia é verificar ocorrên-

cias nos motores e componentes

em contato com o combustível com

20% de biodiesel e 80% de diesel.

Este projeto é financiado pela Pe-

trobras, com recursos da Agência

Nacional de Petróleo (ANP), e con-

ta com parceiros como a Unifacs e

a própria indústria, a exemplo da

Ford, Mahle, Continental, TI Auto-

motive e Michelin.

De acordo com Luciano Santos

Azevedo Souza, gerente da área

de Mobilidade do SENAI Cima-

tec e um dos gestores do projeto,

os resultados deste estudo ainda

não têm data para serem divulga-

dos. Previsto para durar um ano e

meio, o projeto foi iniciado em fe-

vereiro de 2011 e a primeira etapa,

SENAI testanova fórmulade biodieselEquipe do Cimatec participa de projeto para avaliar impacto no motor e componentes de mistura com 20% de combustível vegetal

luciano

azevedo souza

é o líder

responsável

pelo Projeto

b-20 no âmbito

do senai

cimatec

JOãO ALVAREz

que prevê o cumprimento de 100

mil quilômetros pelos carros, ter-

mina em junho. Ao SENAI Cima-

tec cabem os testes de campo nos

oito veículos e sua manutenção, a

aquisição de equipamentos e o en-

vio de informações para os demais

parceiros do projeto. Terminada

esta etapa, os carros serão subme-

tidos a testes de retomada, ensaios

de emissões e serão avaliadas as

condições dos motores e compo-

nentes dos veículos que tiveram

interface com a mistura B-20.

A experiência do SENAI Cima-

tec foi apresentada em Salvador

no 5º Congresso da Rede Brasilei-

ra de Tecnologia de Biodiesel e no

8º Congresso Brasileiro de Plantas

Oleaginosas, Óleos, Gorduras e

Biodiesel, realizado no Centro de

Convenções, em Salvador, de 16

a 19 de abril. Durante o evento, os

veículos utilizados no Projeto B-20

foram colocados em exposição.

Além da experiência com o B-20,

Luciano Azevedo apresentou os

resultados de uma pesquisa que

ele desenvolve há seis anos no

SENAI Cimatec sobre o impacto

da adição do biodiesel ao diesel

marítimo. Hoje, a Resolução nº 52

da Agência Nacional de Petróleo

(ANP) proíbe a mistura, mas os es-

tudos desenvolvidos pela equipe

do Cimatec demonstram sua via-

bilidade. O trabalho foi destacado

com o prêmio Ciência, Tecnologia

e Inovação em Biodiesel.

O congresso foi aberto pelo

ministro da Ciência, Tecnologia e

Inovação, Marco Antonio Raupp,

que falou do desafio do desenvol-

vimento de novas tecnologias para

explorar outras matérias-primas

na produção de biocombustível

para reduzir as emissões de carbo-

no; e, no plano social, fortalecer

a agricultura familiar, enquanto

fornecedora de matéria-prima. [bi]

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Bahia Indústria  33

IdeIas

Por Jair Meneguelli

Pode ser clichê falarmos do uso

consciente da água no dia Mundial

da Água. Mas esta verdade nin-

guém pode contestar: cada mem-

bro da sociedade – independente-

mente de cargo, título, posses ou

nível social – tem a obrigação de

cuidar do bem mais importante pa-

ra a garantia da sobrevivência do

ser humano no planeta, a água.

O despertar para essa consci-

ência demorou. Ele aconteceu só

nos anos 1980, depois de muito

desperdício. Foi nesse período que

a bandeira da sustentabilidade co-

meçou a ser levantada, o que moti-

vou chefes de Estado de 179 países

a participarem da ECO 92, no Rio

de Janeiro, em 1992. A conferência

mundial consagrou a ideia do de-

senvolvimento sustentável, de um

modelo de crescimento econômico

menos consumista e mais adequa-

do ao equilíbrio ecológico.

Um dos principais resultados do

evento foi a assinatura da Agenda

21, documento em que cada país se

comprometeu a refletir, global e lo-

calmente, sobre a forma pela qual

governos, empresas, organizações

não-governamentais e todos os

setores da sociedade poderiam co-

operar no estudo de soluções para

os problemas socioambientais.

O documento aponta caminhos

e define as responsabilidades de

cada agente social na busca do

desenvolvimento sustentável. Um

deles, em particular, trata direta-

mente do papel da indústria nesse

processo. Destaca que as empresas

“podem desempenhar um papel

importante na redução do impacto

O uso sustentável da água e os 20 anos da ECO 92

sobre o uso dos recursos e o meio

ambiente por meio de processos

de produção mais eficientes, es-

tratégias preventivas, tecnologias

e procedimentos mais limpos de

produção ao longo do ciclo de vida

do produto, assim minimizando ou

evitando os resíduos”.

Muitas indústrias já estão aten-

tas a isso. Por meio da adoção de

projetos de sustentabilidade, cada

vez mais, elas cumprem seu papel

de cuidadoras do meio ambiente.

Algumas iniciativas destacam-se,

como a geração de energia limpa e

renovável, gerenciamento de resí-

duos, proteção da água e do solo,

redução de ruído, purificação do ar

e conservação da natureza.

O Sistema Indústria também es-

tá cumprindo o seu papel. O Conse-

lho Nacional SESI, por exemplo, já

desenvolve programas que visam à

sustentabilidade. O programa Co-

zinha Brasil, implantado em todo o

país, promove cursos de educação

alimentar que ensinam a popula-

ção a se alimentar melhor – apro-

veitando os alimentos integralmen-

te com a utilização de cascas, talos,

folhas e sementes – diminuindo o

desperdício em suas casas.

Já o projeto ViraVida, capacita

e insere no mercado de trabalho

jovens vítimas de abuso e explora-

ção sexual em 15 estados. Além da

qualificação, os alunos – que têm

idades entre 16 e 21 anos – recebem

atendimento psicossocial, médi-

co, odontológico e reforço escolar.

Empresas públicas e privadas têm

apoiado o projeto e cumprido um

importante papel de responsabi-

lidade social ao empregar esses

jovens.

jair meneguelli é presidente do conselho nacional do sesi

Mas sabemos que podemos fa-

zer mais. Temos a oportunidade de

trabalhar com um público jovem,

com pessoas preocupadas com o

desperdício, em mudar conceitos,

interessadas no consumo conscien-

te. Pensando assim, o Conselho

Nacional do SESI atuará também

no campo da proteção ambiental.

O ponto de partida será apoiar o

programa Produtor de Águas, da

Agência Nacional de Águas (ANA),

que visa à melhoria da qualidade

da água e ao aumento das vazões

médias dos rios em bacias hidro-

gráficas de importância estratégica

para o país. Para a primeira etapa

do trabalho – que é a recuperação

da Bacia do Pipiripau, no DF – o

SESI fará a doação de 50 mil mudas

nativas do Cerrado. O objetivo é a

recomposição florestal da bacia,

que é a principal responsável pelo

abastecimento de água das cidades

de Planaltina e Sobradinho.

O nosso próximo passo é ana-

lisar a realização de iniciativas

sustentáveis dentro dos projetos

Cozinha Brasil e ViraVida. Espera-

mos, dentro de um curto período,

desenvolver projetos que envol-

vam a sustentabilidade ambien-

tal em todo o país. Estamos em

congruência com os objetivos da

Rio+20, renovando o compromis-

so político com o desenvolvimento

sustentável. A Conferência deve-

rá estabelecer também uma nova

agenda sobre o tema para as pró-

ximas décadas, além de debater

“a economia verde no contexto do

desenvolvimento sustentável e da

erradicação da pobreza” e a “es-

trutura institucional do desenvol-

vimento sustentável”. [bi]

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livros

leitura&entretenimento

100 anos de carlos drummondEm homenagem aos 100 anos de Carlos

Drummond de Andrade (1902-1987), um

dos grandes nomes da poesia do século

XX, a Companhia das Letras lança coleção

de quatro obras, que reúnem depoimentos

líricos, lúcidos e poderosos sobre o amor,

a política, os costumes, a família, a

memória e o Brasil. Clássicos como Claro

enigma, Contos de aprendiz e Fala,

amendoeira estarão à disposição dos

leitores com um projeto gráfico totalmente

moderno.

as aventuras de Pirulão e catarinaAs Rimas de Catarina é um espetáculo infanto-juvenil que

recorre às técnicas do teatro de animação para contar uma

divertida história que se passa no mundo do faz de conta.

A narrativa apresenta a aventura do saltimbanco Pirulão,

que nas suas andanças em busca de alimento conhece a

meiga pasteleira Catarina, uma linda jovem que trabalha

noite e dia fazendo doces e salgados para o seu cruel

patrão Leopoldo vender no Chapadão. A moça sonha em

ganhar o mundo, mas está presa a Leopoldo por um

contrato que a impede de partir.

os próximos 100 anosOnde e por que futuras guerras

acontecerão? A fim de responder a esta

questão, o fundador da Strategic

Forecasting (Stratfor), maior agência de

estratégia e inteligência do mundo, George

Friedman mapeia o cenário histórico dos

padrões geopolíticos contemporâneos.

Além disso, identifica quais países

ganharão e perderão poder político e

econômico, de modo a apontar como as

novas tendências culturais e tecnológicas

irão transformar o modo de vida.

Claro EnigmaCarlos drummond de andrade, Companhia das letras144 p.R$ 29R$ 19,50 (e-book)

George Friedman,Best Business308p.R$ 49,90

DANILO CANGUçU/DIVULGAçãO

ALESSANDRA NOVHAIS/DIVULGAçãO

nelson rodrigues em sete cenasBaseada na obra A vida como ela é, de Nelson Rodrigues,

Atire a Primeira Pedra é uma divertida comédia musical

que apresenta o universo rodrigueano em sete cenas. O

texto tem adaptação de Cleise Mendes e Fernando Santana

e apresenta mulheres que explodem seus desejos

reprimidos e fazem valer sua vontade, vivendo o ônus e o

bônus destas escolhas. A direção do espetáculo é de Luiz

Marfuz. Atire a Primeira Pedra estreou em novembro de

2008 e desde então a peça já foi assistida por um público de

mais de 5 mil pessoas.

não perca Teatro SESI, sáb. e dom., às 20 horas, até 27.5, R$ 30 e R$ 15 (meia). Gratuito para industriários e dependentes. Informações: (71) 3616-7060

não perca Teatro SESI, sáb. e dom., às 16 horas, até 27.5, R$ 20 e R$ 10 (meia). Gratuito para industriários e dependentes. Informações: (71) 3616-7060

teatro

3� Bahia Indústria

Os Próximos 100 anos – Uma previsão para o século XXI

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