148
INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE PROPRIEDADES DOS LUBRIFICANTES NAS CONDIÇÕES DE LUBRIFICAÇÃO EM GEOMETRIA QUATRO-ESFERAS Mariana Ribeiro do Carmo Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-graduação em Engenharia Mecânica, COPPE, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Engenharia Mecânica. Orientador: Sylvio José Ribeiro de Oliveira Rio de Janeiro Setembro de 2012

INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

  • Upload
    lynhu

  • View
    214

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE PROPRIEDADES DOS

LUBRIFICANTES NAS CONDIÇÕES DE LUBRIFICAÇÃO EM GEOMETRIA

QUATRO-ESFERAS

Mariana Ribeiro do Carmo

Dissertação de Mestrado apresentada ao

Programa de Pós-graduação em Engenharia

Mecânica, COPPE, da Universidade Federal do

Rio de Janeiro, como parte dos requisitos

necessários à obtenção do título de Mestre em

Engenharia Mecânica.

Orientador: Sylvio José Ribeiro de Oliveira

Rio de Janeiro

Setembro de 2012

Page 2: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE PROPRIEDADES DOS

LUBRIFICANTES NAS CONDIÇÕES DE LUBRIFICAÇÃO EM GEOMETRIA

QUATRO-ESFERAS

Mariana Ribeiro do Carmo

DISSERTAÇÃO SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO INSTITUTO ALBERTO

LUIZ COIMBRA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA DE ENGENHARIA

(COPPE) DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE

DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE

EM CIÊNCIAS EM ENGENHARIA MECÂNICA.

Examinada por:

_______________________________________________ Prof. Sylvio José Ribeiro de Oliveira, Dr.Ing.

_______________________________________________

Prof. Fernando Augusto Noronha Castro Pinto, Dr.Ing.

_______________________________________________ Prof. Dilson Silva dos Santos, D.Sc.

RIO DE JANEIRO

SETEMBRO DE 2012

Page 3: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

iii

Carmo, Mariana Ribeiro do

Influência dos Parâmetros de Operação e de

Propriedades dos Lubrificantes nas Condições de

Lubrificação em Geometria Quatro-Esferas / Mariana

Ribeiro do Carmo – Rio de Janeiro: UFRJ/COPPE, 2012.

XI, 137 p.: il.; 29,7 cm.

Orientador: Sylvio José Ribeiro de Oliveira

Dissertação (mestrado) – UFRJ/ COPPE/ Programa de

Engenharia Mecânica, 2012.

Referências Bibliográficas: p. 119-121

1. Regimes de Lubrificação. 2. Número de Gumbel. 3.

Tribômetro Quatro-Esferas. I. Oliveira, Sylvio José

Ribeiro de. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro,

COPPE, Programa de Engenharia Mecânica. III. Título.

Page 4: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

iv

AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus por ter me feito chegar até aqui e sem Ele nada seria

possível.

Aos meus pais, a Juju e minha avó “in memoriam” e a toda minha família por

sempre acreditarem em mim. E também pelo forte apoio nos últimos meses da

elaboração da dissertação.

Ao Bernardo Pereira por estar sempre ao meu lado me apoiando.

Ao professor Sylvio José que me orienta desde o projeto final da graduação.

Pela sua orientação e confiança depositada em mim durante todo o mestrado.

À equipe do Laboratório de Tribologia e Metrologia Dimensional pelo apoio,

auxílio para a realização dos testes e na elaboração da dissertação.

À equipe da Gerência de Lubrificantes e Produtos Especiais do

CENPES/PETROBRAS pelo apoio na realização das formulações para este presente

trabalho. Em especial ao engenheiro Luiz Fernando Lastres.

Aos professores Fernando Augusto Noronha Castro Pinto e Dilson Silva dos

Santos por fazerem parte da minha banca.

Page 5: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

v

Resumo da Dissertação apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos

necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M.Sc.)

INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE PROPRIEDADES DOS

LUBRIFICANTES NAS CONDIÇÕES DE LUBRIFICAÇÃO EM GEOMETRIA

QUATRO-ESFERAS

Mariana Ribeiro do Carmo

Setembro/2012

Orientador: Sylvio José Ribeiro de Oliveira

Programa: Engenharia Mecânica

Foram investigados os efeitos da carga, da velocidade e da temperatura nas

características de lubrificação de óleos com base mineral e óleos de base sintética,

ambos com pacotes de aditivos, através de um tribômetro quatro-esferas. Foram

avaliados os efeitos do atrito e foram previstos os variados regimes de lubrificação. Foi

possível observar três regimes de lubrificação distintos: limítrofe, misto e

elastohidrodinâmico. Os resultados também mostraram que para as diferentes

temperaturas, apesar dos coeficientes de atrito terem variado com a temperatura, seus

valores foram sempre próximos. Isso pode ser explicado pela presença dos aditivos, os

quais evitam que as características de lubrificação sejam alteradas com o aumento da

temperatura. Em relação ao tipo de óleo, para a menor carga de teste, quanto maior a

viscosidade, menor foi o coeficiente de atrito encontrado, ou seja, quanto maior a

viscosidade, maior a espessura de filme e, por conseguinte, menor porção de atrito

sólido no contato. Já para a maior carga, os coeficientes de atrito encontrados para os

óleos possuíram aproximadamente o mesmo valor independentemente do tipo e da

viscosidade.

Page 6: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

vi

Abstract of Dissertation presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the

requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.)

INFLUENCE OF OPERATING PARAMETERS AND PROPERTIES OF

LUBRICANTS IN TERMS OF LUBRICATION IN FOUR-BALL GEOMETRY

Mariana Ribeiro do Carmo

September/2012

Advisor: Sylvio José Ribeiro de Oliveira Department: Mechanical Engineering

The effects of load, speed and temperature on the lubricating characteristics of

mineral and synthetic base oils, both with additive packages were investigated using a

four-ball tribometer. The effects of friction coefficient were evaluated and the various

lubricating regimes were predicted. It was possible to observe three distinct regimes of

lubrication: boundary lubrication, mixed lubrication and elastohydrodynamic

lubrication. Also, the results showed that for different temperatures, despite the friction

coefficients had had different values for each temperature, these values were always

closed. This is explained by the additives presence. They avoid that lubricating

characteristics are modified by temperature increase. With respect of type of oil, for the

lowest test load, the higher the viscosity, the lower the friction coefficient found, this is,

the higher the viscosity, the greater the film thickness and hence lower frictional solid

portion in contact. For the highest test load, the friction coefficients founded for all oils

had approximately the same value independently of oil type or oil viscosity.

Page 7: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

vii

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 1

2 FUNDAMENTOS DA TRIBOLOGIA .................................................................. 3

2.1 Atrito .................................................................................................................. 3

2.1.1 Leis de Atrito .............................................................................................. 5

2.2 Lubrificação ....................................................................................................... 8

2.2.1 Lubrificação Hidrodinâmica ..................................................................... 12

2.2.2 Lubrificação Elastohidrodinâmica ............................................................ 15

2.2.3 Lubrificação Mista .................................................................................... 21

2.2.4 Lubrificação Limítrofe ............................................................................. 21

2.3 Viscosidade ...................................................................................................... 24

2.3.1 Relação Viscosidade-Temperatura ........................................................... 25

2.3.2 Relação Viscosidade-Pressão ................................................................... 26

2.4 Lubrificantes .................................................................................................... 27

2.4.1 Óleos Básicos ........................................................................................... 27

2.4.2 Aditivos .................................................................................................... 30

2.5 Tipos de Contatos ............................................................................................ 37

2.6 Ensaios Tribológicos ........................................................................................ 39

3 METODOLOGIA DA DISSERTAÇÃO ............................................................. 47

3.1 Tribômetro do teste .......................................................................................... 47

3.2 Corpos de Prova ............................................................................................... 52

3.3 Caracterização dos Lubrificantes Utilizados nos Experimentos ...................... 53

3.4 Condições de Teste .......................................................................................... 56

3.4.1 Cálculo do Número de Gumbel ................................................................ 57

4 RESULTADOS ...................................................................................................... 61

4.1 Resultados dos Coeficientes de Atrito em Relação à Velocidade ................... 61

4.1.1 Influência da Temperatura no Coeficiente de Atrito ................................ 61

4.1.2 Influência da Carga no Coeficiente de Atrito ........................................... 71

4.1.3 Influência do Tipo de Óleo no Coeficiente de Atrito ............................... 78

4.2 Resultados dos Coeficientes de Atrito em Relação ao Número de Gumbel .... 88

5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ..................................................................... 92

5.1 Cálculo da Espessura de Filme ........................................................................ 92

Page 8: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

viii

5.1.1 Influência da Temperatura e da Carga na Espessura Mínima de Filme ... 97

5.1.2 Influência do Número de Gumbel na Espessura Mínima de Filme ........ 100

5.1.3 Influência do Tipo de Óleo na Espessura Mínima de Filme .................. 102

5.2 Influência do Atrito Viscoso e do Atrito Sólido ............................................ 106

6 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 113

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................. 119

APÊNDICE A – Condições experimentais para os óleos lubrificantes utilizados nos

testes .............................................................................................................................. 122

APÊNDICE B – Gráficos do Número de Gumbel versus coeficiente de atrito para

os óleos utilizados nos testes ........................................................................................ 125

APÊNDICE C – Resultados dos parâmetros adimensionais U e G para os óleos

utilizados nos testes ...................................................................................................... 128

APÊNDICE D – Gráficos da espessura de filme versus velocidade ........................ 131

APÊNDICE E – Gráficos da espessura de filme versus Número de Gumbel ........ 134

APÊNDICE F – Gráficos da espessura de filme para os diferentes óleos a 100⁰C 137

Page 9: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

ix

NOMENCLATURA

EHD – Elastohidrodinâmico

EHL – Lubrificação elastohidrodinâmica

PAO – Polialfaolefina

IV – Índice de viscosidade

FM – Modificador de atrito

AW – Aditivo antidesgaste

EP – Aditivo de extrema pressão

fC – coeficiente de atrito

atF – força de atrito [N]

N – força normal [N]

As – soma das áreas microscópicas de contato

Ss – força de cisalhamento

Pf – média da pressão de contato nas rugosidades

Sy – tensão de escoamento do material

Si – tensão de cisalhamento da interface entre a esfera e a superfície plana

NG – Número de Gumbel

µ - viscosidade dinâmica [P = Pa.s]

u – velocidade [m/s]

W – carga linear ou pontual [N/m]

λ – taxa de espessura de filme

h – espessura de filme [µm]

hmin, h0 – espessura mínima de filme [µm]

hc – espessura de filme central [µm]

22

21 RqRq +=σ

∑=

== Ni

i iyN

Rq1

21– rugosidade média quadrática [µm]

,1Rq 2Rq – rugosidade média quadrática [µm]

∑=

=

=Ni

iiy

NRa

1

1- rugosidade média aritmética [µm]

e – excentricidade

Page 10: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

x

O, O`, O1, O2, O3, O4 – ponto de origem

r – raio do eixo

γ – ângulo da bucha

Q – fluxo

x, y, z – coordenadas cartesianas

p – pressão

U – parâmetro adimensional para velocidade

W – parâmetro adimensional para carga

G – parâmetro adimensional para o material

H – parâmetro adimensional para a espessura de filme

( ) ( )[ ] 1

2221

21 /1/15,0'

−−+−= EEE νν – módulo elástico equivalente [MPa]

E1, E2 – módulo de elasticidade

,1ν 2ν – coeficiente de Poisson

( ) 121 /1/1' −+= RRR – raio equivalente [mm]

R1, R2 – raio [mm]

w – carga total no contato [N]

α – coeficiente de pressão-viscosidade [GPa-1]

k – parâmetro elíptico

β – ângulo de contato

Sl – tensão de cisalhamento do líquido lubrificante

Sm – tensão de cisalhamento do material mais mole

Pm – dureza do material mais mole

αc – proporção da área de contato real

visF – Força viscosa [N]

Ar – área [m2]

A, B, c – constantes relacionadas à viscosidade do fluido

T – temperatura

ν – viscosidade cinemática [St]

ν0 – viscosidade cinemática na pressão atmosférica [St]

ρ – massa específica [g/ml]

d1, d2 – diâmetros das esferas [mm]

a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato [mm]

Page 11: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

xi

Pmáx – pressão máxima de Hertz [MPa]

b – semilargura da área no contato de Hertz para linha contato [mm]

l – comprimento da área no contato de Hertz para linha contato [mm]

E0 – voltagem de saída

Rc – resistência de contato

D – diâmetro da cicatriz

K – desgaste

V – volume de material removido

DH – dureza

S – distância de cisalhamento

R – raio da esfera [mm]

P – força total aplicada no sistema [N]

Pn – força normal entre as esferas [N]

θ – ângulo da configuração das forças em uma geometria quatro-esferas

ω – velocidade angular

visfC . – coeficiente de atrito viscoso

Page 12: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

1

1 INTRODUÇÃO

Quando existem duas superfícies em contato e existe movimento relativo entre

elas, fenômenos tribológicos governam o desempenho e a vida útil de ambas. O atrito e

o desgaste são as duas grandezas que estão sempre presentes governando o contato entre

corpos. Estes, por sua vez, podem ser controlados com o auxílio de lubrificantes que

podem possuir dois objetivos distintos: eles podem promover a separação das

superfícies de trabalho pela criação de uma película fluida capaz de sustentar o

carregamento exigido pelo contato (lubrificação hidrodinâmica); mas também podem

ser somente uma pequena parcela de fluido aderida às superfícies, que tem como função

eliminar ou reduzir a força de adesão entre as superfícies (lubrificação limítrofe).

O estudo do atrito, da lubrificação e do desgaste do contato visa obter

informações que auxiliem nos projetos, ou desenvolver materiais que melhor se

adaptem às condições de trabalho impostas.

Lubrificantes com baixa viscosidade são utilizados visando diminuir o atrito

viscoso do fluido lubrificante na condição de lubrificação hidrodinâmica, onde o filme

fluido é espesso, e assim, reduzir a energia gasta pelas máquinas para o cisalhamento do

mesmo. Porém, a baixa viscosidade do fluido lubrificante não é boa para a condição de

lubrificação limítrofe, visto que a camada deste filme fluido nesta condição de

lubrificação não é capaz de suportar completamente a carga. Para tanto, são utilizados

aditivos a fim de reduzir o atrito e o desgaste entre as superfícies.

Esta dissertação tem o objetivo de analisar o comportamento de lubrificantes

com baixa viscosidade e com a presença de aditivos. Para isso, foram realizados testes

através de um tribômetro quatro-esferas, onde foi analisado o desempenho de

Page 13: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

2

lubrificantes de base sintética e mineral, avaliando-se os efeitos do atrito, bem como se

prevendo os regimes de lubrificação.

Estas análises foram feitas de duas formas distintas. Primeiro, foi avaliado o

comportamento do coeficiente de atrito com a variação de velocidade para diferentes

temperaturas, diferentes cargas e diferentes tipos de lubrificantes. Segundo, foi

analisado o comportamento do coeficiente de atrito variando-se o Número de Gumbel,

também para diferentes temperaturas, cargas e tipos de lubrificantes. O Número de

Gumbel é um parâmetro adimensional, o qual relaciona a viscosidade do fluido

lubrificante, a velocidade relativa das superfícies e a carga aplicada no contato.

Adicionalmente, foi calculada a espessura de filme a fim de prever o tipo de

lubrificação para cada condição de teste, e assim, analisar o comportamento do

coeficiente de atrito para cada regime de lubrificação distinto.

Page 14: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

3

2 FUNDAMENTOS DA TRIBOLOGIA

Tribologia é a ciência que estuda a interação das superfícies com movimento

relativo, incluindo o atrito, a lubrificação e o desgaste. Estes são fenômenos com os

quais o engenheiro irá se deparar em todas as fases de desenvolvimento de um projeto.

Compreender as suas naturezas, suas consequências e as formas de controlar seus

efeitos é fundamental para a realização de projetos econômicos e confiáveis.

Se existe contato entre as superfícies, força normal e velocidade relativa, existe

também um desgaste nas duas superfícies. Tanto a força de adesão como o desgaste

podem ser controlados com o auxílio de lubrificantes adequados que promovam a

separação das superfícies de trabalho pela criação de uma película fluida capaz de

sustentar o carregamento exigido pelo contato.

2.1 Atrito

Segundo Ludema [1], o atrito é a resistência ao movimento relativo de corpos

em contato. Os tipos de atrito incluem: atrito seco, lubrificado, de deslizamento, de

rolamento, dinâmico, estático e viscoso.

A magnitude do atrito seco é usualmente expressa pelo coeficiente de atrito fC ,

a qual é a razão entre a força atF requerida para iniciar ou sustentar o movimento

relativo entre as superfícies e a força normal N que pressiona as superfícies em contato

segundo a equação 2.1,

N

FC at

f = (2.1)

Pode-se dizer que fC depende da força mecânica e da força de adesão das

superfícies. A força mecânica leva em conta o contato entre as rugosidades, enquanto a

força de adesão leva em conta a interação atômica – molecular dos materiais

Page 15: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

4

participantes. Materiais semelhantes têm tendência a se aderirem, então a escolha de um

par de materiais incompatíveis reduz drasticamente a força de adesão.

As superfícies dos componentes mecânicos devem ser adequadas ao tipo de

função que exercem. A rugosidade (erro microgeométrico) é um conjunto de

irregularidades, isto é, pequenas saliências (picos) e reentrâncias (vales) que

caracterizam uma superfície. Estas rugosidades superficiais são de escala microscópica

(centésimos de milímetros ou menos). Na Figura 2.1 é representado um exemplo de

rugosidade superficial.

Figura 2.1 – Rugosidade da superfície [1]

Quanto mais rugosas forem as superfícies, maior será a interação mecânica. Já

quanto mais polidas forem as superfícies, maior será força de adesão. Na Figura 2.2 é

representada uma superfície mais rugosa e uma superfície mais polida.

Figura 2.2 – Comparação entre uma superfície rugosa e uma superfície polida

Page 16: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

5

2.1.1 Leis de Atrito

Segundo Ludema [1], Leonardo Da Vinci observou que atF é proporcional a N,

onde atF é a força para iniciar o deslizamento e N é a força normal que mantém as

superfícies de contato unidas. Amontons, um arquiteto-engenheiro francês, em 1699

relatou à Academia Francesa que atF é aproximadamente igual a N/3 e atF é

independente do tamanho do corpo em deslizamento. Os materiais testados foram:

cobre, aço, chumbo e madeira em várias combinações. Em cada experimento as

superfícies estavam cobertas com gordura de porco. Amontons atribuiu o atrito à colisão

das irregularidades das superfícies. Ou seja, à força mecânica.

Coulomb, um físico-engenheiro francês, confirmou o que Amontons havia dito

sobre o atrito. Ele também desconsiderou que a força de adesão fosse uma origem para

o atrito porque este era geralmente independente da área de contato [1].

De acordo com Ludema [1], em mais recentes estudos, Bowden e Tabor

afirmaram que o atrito dependia da força de adesão. Um modelo mais recente desta

escola tem a ideia que a força de atrito é o produto de As, a soma das áreas

microscópicas de contato, e a força de cisalhamento, Ss, da ligação na região, o qual está

representado na equação 2.2.

ssat SAF = (2.2)

Para completar o modelo, a carga N foi pensada para ser suportada pelos picos

das rugosidades, compreendendo a área total do contato, As, multiplicada pela média da

pressão de contato nas rugosidades, fP , que está representada na equação 2.3.

fsPAN = (2.3)

Logo, o coeficiente de atrito é dado como a equação 2.4.

Page 17: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

6

f

s

fs

ssatf P

S

PA

SA

N

FC === (2.4)

Ss é aproximadamente yS , onde yS é a tensão de escoamento do material. Pf é

normalmente não mais que 3 yS . Então, a razão Ss/Pf é aproximadamente 1/6, não mais

que 0,2. Este valor é geralmente encontrado para metais “limpos” no ar. Porém,

utilizando as melhores estimativas para As e Ss, o coeficiente de atrito estimado mais

próximo é apenas 1/10 dos valores medidos. Estimativa da área real de contato é

considerada o problema mais difícil neste modelo [1].

Desde 1938 quando o modelo acima foi proposto, muitos pesquisadores

investigaram os valores do coeficiente de atrito com o uso de equipamentos de vácuo.

No vácuo, o coeficiente de atrito é medido frequentemente com valores superiores a 0,2,

podendo atingir até mesmo valores superiores a 1,0. Para explicar estes valores e outras

anomalias no atrito, Tabor desenvolveu um novo modelo baseado nos princípios de

tensão biaxial em metais e a influência da deformação plástica nos metais.

Conceitualmente, o modelo da esfera na superfície plana pode ser aplicado. Como a

carga na esfera aumenta, sua área de contato com a superfície plana aumenta e a tensão

passa do regime elástico para o regime plástico [1].

Segundo Greenwood e Willianson [2], esta teoria foi confirmada por Holm. Ele

afirma que embora a tensão global seja elástica, as tensões locais nos pontos de contato

são tão maiores que ultrapassam o limite elástico e o contato se torna regime plástico.

Ele diz que cada contato pode ser visualizado como uma pequena indentação de dureza,

então a pressão média de contato se torna igual à dureza e efetivamente independente da

carga e do contato geométrico.

Page 18: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

7

No regime elástico, a tensão de cisalhamento imposta na esfera produziria uma

deformação elástica por cisalhamento na esfera e a área de contato entre a esfera e a

superfície plana não seria afetada. Porém, no regime plástico, depois que a carga normal

é aplicada, uma força horizontal produzindo uma tensão de cisalhamento na esfera

produziria um novo incremento de deformação na direção da resultante da força normal

inicial e da força cisalhante aplicada. Então, a força cisalhante causaria uma deformação

normal nas rugosidades com o efeito do aumento da área de contato [1].

Na Figura 2.3 é mostrada uma ilustração onde uma superfície plana entra em

contato com uma superfície rugosa. À medida que a força normal é aumentada,

aumenta-se a área de contato entre as superfícies devido à deformação plástica dos picos

das rugosidades.

Figura 2.3 – Contato em uma superfície rugosa [2]

Se a adesão aumenta proporcionalmente com a área de contato, esta crescerá

proporcionalmente à média da tensão de cisalhamento que também pode ser sustentada

ou desenvolvida na interface entre a esfera e a superfície plana. A forma final do

modelo pode ser expressa pela equação 2.5 [1].

13

12

=

s

i

f

S

SC (2.5)

Sendo Si a tensão de cisalhamento da interface entre a esfera e a superfície plana.

Se a razão entre Si e Ss é igual a um neste modelo, então fC é infinito. Isto corresponde

Page 19: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

8

à superfície limpa alcançada no vácuo. Neste modelo também, a área de contato

aumenta indefinidamente com a força de atrito que é aplicada até o contato e a área de

adesão serem consideravelmente grandes. Neste caso, não é possível separar as

superfícies e isto é definido como estado de “solda” [1].

2.2 Lubrificação

De acordo com Matos [3], na década de 1880 foi desenvolvida a formulação

para o mecanismo de lubrificação hidrodinâmica. Este tipo de lubrificação ocorre na

maioria dos componentes mecânicos mais comumente utilizados. Foram três

pesquisadores que a desenvolveram simultaneamente: o russo N. P. Petrov e os

britânicos B. Tower e O. Reynolds. Eles fundaram um novo ramo da engenharia

quando conduziram seus estudos teóricos e experimentais sobre o assunto. Estes três

pesquisadores convergiram em perceber que o processo de lubrificação não existia pela

interação mecânica de duas superfícies sólidas, mas sim pela dinâmica de um filme

fluido que as separava.

Segundo Matos [3], Nicolai Petrov afirmou que a propriedade mais importante

de um fluido em meio ao atrito não é a densidade, como assumido por vários

pesquisadores de sua época, mas a viscosidade. Ele também afirmou que a natureza do

atrito em um mancal não é governada pela interação de duas superfícies sólidas, mas

pelo cisalhamento viscoso em um filme fluido.

Segundo Farias [4], Beauchamp Tower ao realizar uma série de experimentos,

observou a capacidade de um filme fluido em mancal suportar diferentes cargas a partir

dos seus resultados de atrito. Isto o levou à descoberta da presença de pressões

hidrodinâmicas em um filme fluido.

Page 20: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

9

Ainda segundo Farias [4], Petrov e Tower chegaram as suas conclusões a partir

de experimentos realizados, não existia um embasamento teórico para suas observações

experimentais. Osborne Reynolds, quase que simultaneamente com os experimentos de

Petrov e Tower, apresentou sua formulação para explicar o comportamento

hidrodinâmico de um filme fluido.

Após a equação de Reynolds, ficaram definidas as condições necessárias à

formação de um filme hidrodinâmico, separando as superfícies. Tais condições são: a

existência de fluido viscoso, velocidade relativa e convergência geométrica entre as

superfícies.

As pesquisas sobre situações tribológicas foram intensificadas na segunda

metade do século XX, visto que a teoria hidrodinâmica não era mais suficiente para

explicar os fenômenos ocorridos em diversos elementos de máquinas. Em 1916, Martin

tentou explicar a formação de filme em dentes de engrenagens com a teoria

hidrodinâmica, mas, segundo os seus cálculos, as espessuras de filme seriam bem

menores que as observadas na realidade. Os principais problemas com as suposições

estavam no fato de considerar as superfícies rígidas e a viscosidade constante [4].

Ficou claro então, que era preciso estudar os regimes de lubrificação de maneira

separada. Pinkus apresentou os regimes atualmente reconhecidos: o regime limítrofe, o

misto, o elastohidrodinâmico e o hidrodinâmico [4].

Segundo Woydt e Wasche [5], Stribeck também estudou os diversos regimes de

lubrificação. Ele estudou a variação de atrito entre duas superfícies lubrificadas como

função da velocidade para diferentes cargas.

Os gráficos de força de atrito reportados por Stribeck derivam de uma grande

série de experimentos com mancais. Eles mostravam claramente o valor mínimo de

atrito conhecido como a transição entre lubrificação de filme espesso e algumas

Page 21: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

10

interações de rugosidades sólidas. Stribeck estudou diferentes materiais de mancais e

diferentes razões de aspecto D/L de 1:1 a 1:2. A máxima velocidade de deslizamento

encontrada por Stribeck foi de 4 m/s e a máxima pressão de contato foi de 5 MPa. Estas

condições de operação estão relacionadas com os mancais de trens ferroviários [5].

Ainda de acordo com Woydt e Wasche [5], foi então que Gumbel utilizou os

resultados experimentais obtidos por Stribeck dez anos antes e plotou o coeficiente de

atrito contra o parâmetro de lubrificação adimensional, chamado Número de Gumbel e

dado pela equação 2.6.

W

uNG

⋅= µ (2.6)

Sendo µ a viscosidade dinâmica em [Pa.s], u a velocidade entre as superfícies

em [m/s] e W a carga linear em [N/m].

Surgiu assim o diagrama de Stribeck, Figura 2.4. Esta curva é composta no eixo

das abscissas pelo Número de Gumbel e no eixo das coordenadas pelo atrito

desenvolvido em cada regime de lubrificação.

É interessante notar que ao mesmo tempo Hersey descobriu as mesmas relações,

sem saber da descoberta de Gumbel [5].

Figura 2.4 – Diagrama de Stribeck [3]

Page 22: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

11

A região à direita da linha EHD é chamada de lubrificação estável, pois as

variações são autocorretivas. Exemplo: se ocorre um aumento na temperatura do

lubrificante, isso resulta em uma viscosidade inferior e, consequentemente, em um valor

menor de Gumbel. Então o coeficiente de atrito decresce, reduzindo a geração de calor

por atrito e, por conseguinte diminuindo a temperatura do lubrificante.

No caso da região a esquerda da linha EHD, ela é chamada de lubrificação

instável. Pois um decréscimo na viscosidade resultaria em um maior atrito. Disso

decorreria uma elevação na temperatura, e a viscosidade se reduziria ainda mais. O

resultado seria o oposto.

Segundo Kuo et al. [6], os regimes de lubrificação podem ser classificados pela

taxa de espessura de filme (parâmetro λ) mostrado na equação 2.7.

22

21

min

RqRq

hh

+==

σλ (2.7)

Sendo minh a espessura mínima de filme, calculada por uma das várias equações

da teoria da lubrificação elastohidrodinâmica disponíveis e 1Rq e 2Rq são as

rugosidades médias quadráticas das superfícies em contato.

Os regimes de lubrificação na condição de deslizamento puro são classificados

como se segue [6]: lubrificação limítrofe, ;1<λ lubrificação mista, ;31 <≤ λ

lubrificação elastohidrodinâmica, ;53 <≤ λ e lubrificação hidrodinâmica, .1005 <≤ λ

O parâmetro lambda é mais representativo para os casos de lubrificação

elastohidrodinâmica, porém pode ser usado qualitativamente na previsão dos demais

regimes de lubrificação.

Page 23: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

12

2.2.1 Lubrificação Hidrodinâmica

Lubrificação hidrodinâmica significa que as superfícies de carregamento de

carga do mancal encontram-se separadas por um filme relativamente espesso de

lubrificante, a fim de prevenir o contato metal-metal. A espessura de filme chega a 50

vezes a dimensão da molécula de fluido. No regime hidrodinâmico o movimento do

componente fornece energia para que o óleo, ao aumentar a velocidade relativa,

aumente sua pressão fazendo com que essa, sustente e separe as superfícies dos corpos.

De acordo com Shigley et al. [7], a atual teoria de lubrificação hidrodinâmica

originou-se no laboratório de Beauchamp Tower, no início da década de 1880 na

Inglaterra. Os resultados obtidos por Tower apresentavam tamanha regularidade que

Osborne Reynolds concluiu que deveria existir uma equação precisa, relacionado o

atrito, a pressão e a velocidade.

Os mancais de deslizamento são os melhores exemplos desta categoria visto que

a relação entre a carga e a velocidade permite que sejam gerados um filme espesso de

lubrificante e um campo de pressões suficiente para suportar a carga sem que haja

contato entre as partes.

Na Figura 2.5 (a) existe um eixo que está apenas começando a girar no sentido

horário. Sob condições de partida, o mancal estará seco, ou pelo menos parcialmente

seco, tendo como consequência que o eixo subirá para o lado direito do mancal [7].

Quando é introduzido um lubrificante no topo do mancal, como na mostrado

Figura 2.5 (b), a ação do eixo girando é a de bombear o lubrificante ao redor do mancal,

em sentido horário. Uma espessura de filme h0 ocorre não no fundo do eixo, mas

deslocada do fundo em sentido horário como na figura. Isso é explicado pelo fato de que

Page 24: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

13

uma pressão de filme na metade convergente do mesmo alcança um máximo em algum

lugar à esquerda do centro do mancal [7].

Figura 2.5 – Formação de filme [7]

A nomenclatura de um mancal de deslizamento é apresentada na Figura 2.6. O

centro do eixo está em O e o centro do mancal em O’. A distância entre os centros é a

excentricidade, denotada por e. A espessura mínima de filme é designada por h0 e

ocorre na linha de centros. A espessura de filme em qualquer outro ponto é designada

por h.

Figura 2.6 – Nomenclatura de um mancal [7]

Page 25: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

14

Segundo Shigley et al. [7], Reynolds propôs a formulação matemática do

problema da lubrificação hidrodinâmica. Para isso, ele retratou o lubrificante como

aderido a ambas as superfícies e sendo puxado pela superfície móvel de um espaço

estreito, em forma de cunha, de modo a criar uma pressão de fluido ou de filme de

intensidade suficiente para suportar a carga do mancal. As condições de contorno

assumidas por Reynolds para a formulação matemática estão listadas abaixo:

• O filme é fino em comparação com o raio do mancal, então a curvatura

pode ser negligenciada. Isso permite substituir o mancal curvado por um

mancal plano, denominado mancal plano deslizante. São usadas então as

coordenadas cartesianas;

• O lubrificante tem comportamento Newtoniano;

• As forças atribuídas à inércia do lubrificante são ignoradas;

• O lubrificante é incompressível;

• A viscosidade é constante em todo o filme, ou seja, supõe que a

viscosidade não varia com a espessura do filme;

• A pressão não varia na direção axial.

Assim, depois de calcular o equilíbrio das forças, mostrado na Figura 2.7 e o

volume de lubrificante fluindo com o tempo, Reynolds chegou à equação 2.8.

Figura 2.7 – Esquema da lubrificação [7]

Page 26: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

15

t

h

x

hu

z

ph

zx

ph

x ∂∂+

∂∂=

∂∂

∂∂+

∂∂

∂∂ µµ 12633 (2.8)

Esta é a equação do fluxo bidimensional, na direção x e z, onde p é a pressão

hidrodinâmica, h a espessura de filme, µ a viscosidade dinâmica e u a velocidade das

superfícies. O primeiro termo do lado direito está relacionado com a condição de ação

hidrodinâmica, no qual dxdh/ < 0. Já o segundo termo está relacionado com o efeito de

compressão do filme fluido (squeeze film), expresso pela velocidade ./ dtdh

2.2.2 Lubrificação Elastohidrodinâmica

Lubrificação elastohidrodinâmica é o fenômeno que ocorre na área de contato

entre os sólidos elásticos sob cargas relativamente elevadas, separados por um filme

líquido. Os principais exemplos de situações onde se encontram este tipo de lubrificação

são nos mancais de rolamento, engrenagens e cames.

Segundo Dowson [8], foi um problema de lubrificação em engrenagens que

promoveu um estudo para a identificação da lubrificação elastohidrodinâmica.

Experiências mostraram que o contato metal-metal não ocorria na maioria dos conjuntos

de engrenagens e isso sugeria que os dentes das engrenagens eram separados por um

filme fluido.

Ainda de acordo com Dowson [8], Martin considerou os sólidos rígidos, um

lubrificante incompressível e com viscosidade constante. Com isso, ele aplicou a teoria

hidrodinâmica para os dentes de engrenagens, porém sua aproximação forneceu

espessuras de filme muito pequenas, consideradas como irreais. A espessura de filme

alcançada foi de um centésimo de mícron e a superfície da maioria das engrenagens

possui uma rugosidade Ra entre 0,4 e 0,8 mícrons.

Page 27: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

16

Em 1949, Grubin descartou ambas as limitações de Martin, explicando a

deformação elástica das superfícies e incorporando o aumento apreciável na viscosidade

promovido pela elevada pressão no contato. Em consequência, as espessuras de filme

calculadas foram correspondentes às medidas [3]. Grubin assumiu que os sólidos se

comportariam com a forma do contato de Hertz, mas que seriam separados por filme de

lubrificante fino e uniforme [8]. O comportamento é mostrado na Figura 2.8.

Figura 2.8 – Modelo de Grubin para o contato EHD [8]

Matos [3] afirmou que logo após, em 1951, Petrusevich obteve as soluções que

incluíram as equações da elasticidade, culminando na obtenção da forma essencial e

típica da distribuição de pressão elastohidrodinâmica. Na Figura 2.9 estão representadas

a distribuição de pressão de Hertz e a distribuição real.

Page 28: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

17

Figura 2.9 - Distribuição de Pressão em contatos de Hertz sob condições EHD [3]

A distribuição de Hertz é por conta somente do efeito da carga, já a distribuição

real EHD apresenta um pico de pressão p na região anterior à espessura mínima de

filme h0. Este pico de pressão ocorre na saída do contato.

A espessura de filme varia conforme as condições operacionais de cada aplicação.

Sendo assim, é possível dividir a lubrificação elastohidrodinâmica (EHL) em relação

aos efeitos de aumento de viscosidade com a pressão e deformação elástica dos corpos

em quatro distintos regimes [3]:

• rígido-isoviscoso: Martin assume que os corpos são considerados rígidos e a

viscosidade do fluido lubrificante não se altera com a pressão [3];

• rígido-piezoviscoso: Blok incorpora à solução de Martin a variação da

viscosidade do lubrificante [3];

• elasto-isoviscoso: Herrebrugh, por sua vez, avalia os efeitos isolados das

deformações elásticas dos corpos sem considerar a variação de viscosidade [3];

• elasto-piezoviscoso: Dowson-Higgison apresentam um modelo mais próximo da

realidade para os contatos severamente carregados, uma vez que relaciona

Page 29: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

18

ambos os efeitos de aumento de viscosidade e deformações elásticas ao mesmo

tempo [3].

Segundo Dowson [8], tornou-se conveniente para a análise da EHL fazer a

separação dos efeitos da lubrificação em parâmetros adimensionais, os quais são

amplamente empregados até os dias atuais. Eles são descritos pelas equações 2.9, 2.10,

2.11 e 2.12.

''

.

RE

uU

µ= , (2.9)

2''RE

wW = , (2.10)

,'EG α= (2.11)

'min

R

hH = , (2.12)

Sendo, U o parâmetro adimensional para a velocidade, W o parâmetro

adimensional para a carga, G o adimensional para o material e H o adimensional para a

espessura de filme. 'E é o módulo elástico equivalente, 'R é o raio equivalente, w é a

carga total no contato e α é o coeficiente pressão-viscosidade.

E, a partir dos parâmetros adimensionais, a solução numérica de Martin pôde ser

escrita pela equação 2.13.

W

UH 9,4= (2.13)

Já a equação de Grubin pôde ser representada pela equação 2.14.

11/1

11/811/8

95,1W

GUH = (2.14)

Comparando a solução de Martin (modelo de sólido rígido) com a solução de

Grubin (modelo com deformação elástica) pode-se observar a diferença entre estes dois

Page 30: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

19

modelos propostos. A espessura de filme considerando-se deformação elástica é muito

menos sensível à carga que o caso rígido e também é influenciada pelo parâmetro do

material G, o qual abrange propriedades tanto do fluido lubrificante quanto dos

materiais em contato.

Uma nova aproximação para os problemas elastohidrodinâmicos foi proposta

por Dowson e Higginson [8]. Eles propuseram que o esquema convencional de

interação seguia a sequência de: forma de filme, pressão, deformação e novamente

forma de filme. Porém este esquema nem sempre converge, principalmente quando

existem grandes deformações no contato. Para solucionar o problema e permitir a

solução elástica-piezoviscosa, Dowson e Higginson propuseram uma técnica de solução

inversa na qual a equação de Reynolds era usada, não para produzir uma distribuição de

pressão para uma forma de filme específica, mas para calcular uma forma de filme

associada com uma distribuição de pressão dada.

Através das funções adimensionais, a solução numérica de Dowson e Higginson

para linha de contato pode ser representada pela equação 2.15.

13,0

7,054,0

65,2W

UGH = (2.15)

Apesar de tribologicamente a espessura mínima de filme ter uma maior

importância do ponto de vista do desgaste, outro modelo muito utilizado refere-se à

espessura de filme central ch também proposta por Dowson e Higginson, conforme a

equação 2.16.

11,0

69,056,0'06,3

W

UGRhc = (2.16)

Uma característica importante na distribuição de pressão na EHL está

relacionada com o pico de pressão gerado na saída do contato (ver Figura 2.9). Este

Page 31: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

20

efeito é compreendido como uma consequência do rápido aumento da viscosidade com

a pressão, seguido de uma rápida diminuição por conta dos efeitos da deformação

elástica promovida pelo movimento das superfícies. Tal relaxamento elástico na saída

do contato propicia a formação da espessura mínima; o mesmo não ocorre quando os

efeitos sobre a viscosidade são pequenos [8].

Porém, analisando a equação 2.15, observa-se que a variação do parâmetro para

o material G na faixa prática é pequena. Então, o parâmetro de velocidade U assume

papel dominante na equação. Segundo Cheng [9], quando a velocidade diminui ou a

carga aumenta, o pico de pressão avança para a saída do contato, lado positivo da

posição adimensional X (x/b), e eventualmente desaparece para contatos severamente

carregados, conforme mostrado na Figura 2.10.

Figura 2.10 – Distribuição de pressão para um lubrificante compressível, onde W =

3×10-5, G = 5000, U = (0) 0 (contato seco – distribuição de Hertz),

(1) 10-13, (2) 10-12, (3) 10-11, (4) 10-10, (5) 10-9, (5½) 10-8,5, (6) 10-8 [9]

Segundo Dowson [8], um progresso considerável para a previsão de espessura

de filme no contato entre duas superfícies cilíndricas foi conseguido nos anos de 1960,

Page 32: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

21

porém o problema numérico para o contato entre duas superfícies esféricas ainda não

era suficientemente confiável a fim de garantir uma solução completa até os meados dos

anos de 1970.

De acordo com Cheng [9], foi então que em 1976, Hamrock e Dowson

apresentaram uma fórmula para a previsão da espessura mínima de filme para o contato

esférico em regime elastohidrodinâmico, conforme a equação 2.17.

( )keWGURh 68,0073,049,068,0min 1'63,3 −− −⋅⋅⋅⋅= (2.17)

Sendo k o parâmetro elíptico dado pela equação 2.18.

( ) 64,012 /03,1 RRk = (2.18)

Em que R1 e R2 são os raios das duas esferas em contato.

Já para a espessura de filme central para o contato esférico é dada pela equação

2.19 [9].

( )kc eWGURh 73,0067,053,067,0 61,01'69,2 −− −⋅⋅⋅⋅= (2.19)

2.2.3 Lubrificação Mista

O regime misto apresenta-se como uma faixa instável entre dois diferentes

regimes: limítrofe e elastohidrodinâmico. Em certos momentos, o contato metal-metal é

impedido pela formação de uma fina película de lubrificante, entretanto tal película

apresenta-se incapaz de manter sua própria integridade devido às condições

operacionais impostas no regime misto.

2.2.4 Lubrificação Limítrofe

A lubrificação limítrofe é caracterizada pela baixa velocidade relativa entre as

superfícies em contato. Existe uma pequena parcela de fluido lubrificante aderida às

superfícies, nesse caso não há possibilidade de geração de pressão hidrodinâmica. A

Page 33: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

22

lubrificação tem como função eliminar ou reduzir a força de adesão. Os parâmetros que

mais influenciam o coeficiente de atrito neste caso, assim como no regime misto são: a

força de adesão, a deformação plástica, a área de contato real, a rugosidade e as

modificações químicas. Um exemplo deste regime ocorre em guias lineares, onde a

velocidade relativa entre as partes é baixa e a carga é alta, dificultando assim a formação

de filme hidrodinâmico. A propriedade mais importante para os lubrificantes destes

elementos é a capacidade de aderir às superfícies que se deseja lubrificar e a resistência

ao rompimento devido à compressão.

Segundo Komvopoulos et al. [10], a frase Boundary Lubrication foi introduzida

por Hardy. Este por sua vez, afirmou que quando superfícies metálicas em movimento

relativo são separadas por uma fina camada de lubrificante, o atrito é reduzido graças à

interação físico-química entre as superfícies em contato e o lubrificante.

Consequentemente, as primeiras investigações sobre lubrificação limítrofe estavam

focadas em variáveis como estrutura molecular do lubrificante, condições ambientais e

temperatura no contato, fatores que governam a adsorção dos lubrificantes em

superfícies sólidas.

De acordo com Komvopoulos et al. [10], primeiro Beeck sugeriu que longas

cadeias de moléculas polares, quando usadas para lubrificar superfícies polidas,

formavam camadas monomoleculares pela adsorção física nas superfícies metálicas

resultando em baixo atrito. Mais tarde, Bowed afirmou que mesmo em superfícies

ásperas, uma camada molecular de determinado lubrificante poderia promover a

redução de atrito entre as mesmas [10].

Os lubrificantes para este caso possuem resistência à penetração. Estas cadeias

têm a capacidade de rearranjar os elétrons da superfície do metal fazendo com que o

lubrificante fique aderido à mesma. São formadas então duas camadas

Page 34: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

23

monomoleculares na superfície metálica, resultando em uma espessura de filme da

ordem de 10-5 mm. As rugosidades dos materiais não conseguem ultrapassar a última

camada de moléculas, fazendo assim, que as superfícies não entrem em contato.

De acordo com Ludema [11], outra característica do lubrificante para esta

situação é a sua boa molhabilidade. Molhabilidade é a capacidade de um fluido aderir à

superfície. Quando um líquido é derramado sobre uma superfície plana, alguma parcela

dele será espalhada na superfície, mas outra parte não. A tensão de superfície fará com

que o total espalhamento do líquido não seja possível. A parcela de líquido retida em

forma de gotas está relacionada com a molhabilidade do líquido (lubrificante) na

superfície de interesse. A molhabilidade será definida em termos do ângulo de

contatoβ , mostrado na Figura 2.11. Quanto menor o ânguloβ , melhor será a

molhabilidade do fluido.

Figura 2.11 – Ângulo relacionado com a molhabilidade [11]

De acordo com o modelo de lubrificação limítrofe, a força de atrito entre as

superfícies lubrificadas é a soma da força necessária para o cisalhamento do fluido

lubrificante mais a parcela de deformação das rugosidades no contato metal-metal [10].

Então, o coeficiente de atrito, fC , é expresso como a equação 2.20.

( ) plásticadeformaçãoP

S

P

SC

m

mc

m

lcf .1 +

−+

= αα , 10 ≤≤ cα (2.20)

Page 35: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

24

Sendo, Sl a tensão de cisalhamento do fluido lubrificante, Sm e Pm a tensão de

cisalhamento e a dureza do material mais mole respectivamente e cα a proporção da

área de contato real em que o lubrificante adere e separa as rugosidades, sendo este

último parâmetro obtido experimentalmente.

Pela equação acima é possível observar que lubrificantes com baixa tensão de

cisalhamento são melhores para o caso de lubrificação limítrofe. Com essa característica

será possível a diminuição da força de atrito entre o contato.

2.3 Viscosidade

Viscosidade é uma propriedade característica dos líquidos e gases reais

newtonianos que se caracteriza pela medida da resistência ao escoamento que um fluido

oferece quando se encontra sujeito a um esforço tangencial.

Para um fluido newtoniano, a força Fvis necessária para manter o gradiente de

velocidade du/dy, entre planos adjacentes de um fluido de área A, é dada pela equação

2.21.

dy

duAF rvis µ= (2.21)

Sendo µ uma constante denominada coeficiente de viscosidade. Esta constante

tem como unidade o Pascal segundo (Pa.s) ou o Poise (P).

Esta viscosidade é frequentemente denominada viscosidade absoluta ou

dinâmica. Já a viscosidade cinemática ν é dada pela equação 2.22.

ρµν = (2.22)

Page 36: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

25

Sendo ρ a massa específica do fluido em quilogramas por metro cúbico

(kg/m3). As unidades da viscosidade cinemática são o metro quadrado por segundo

(m²/s) ou o Stoke (St) que equivale a 1 cm²/s.

Lubrificantes com maior viscosidade são mais eficientes para a lubrificação

limítrofe, visto que esses possuem maior capacidade de carga. Já para a lubrificação

hidrodinâmica (de filme espesso) lubrificantes com menor viscosidade são mais

eficientes. Para esse caso, lubrificantes com menor viscosidade possuem menor força de

cisalhamento entre as moléculas de fluido.

2.3.1 Relação Viscosidade-Temperatura

De acordo com Klaus e Tewksbury [12], Eyring e Ewell derivaram a relação

entre a viscosidade e a temperatura mostrada na equação 2.23.

RTEeV

Nh /∆=µ (2.23)

Sendo h a constante de Planck, N o número de Avogrado, V o volume

molecular, ∆E a energia de ativação para fluxo viscoso por mol, R a constante do gás e

T a temperatura em Kelvin.

Porém esta equação prevê uma relação linear entre o logaritmo da viscosidade e

o inverso da temperatura. Para uma faixa de temperatura considerável é utilizada então a

equação 2.24 [12].

( )[ ] ( )TBAcv lnlnln 0 −=+ (2.24)

Em que, A e B são constantes que são obtidas a partir de dois resultados de

viscosidade para o fluido estudado, medindo a viscosidade em duas temperaturas

distintas. Já c varia de acordo com a viscosidade e T é a temperatura em Kelvin. A

constante c vale 0,7 para faixas de viscosidade cinemática de 2 a 7102× cSt [3].

Page 37: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

26

2.3.2 Relação Viscosidade-Pressão

A viscosidade de um líquido aumenta com a diminuição da temperatura e com o

aumento da pressão.

Para cada regime de lubrificação, existem valores de pressão e temperatura

típicos. Mancais hidrodinâmicos tendem a exibir temperaturas de até 55⁰C e pressões de

até 96MPa. Para contatos elastohidrodinâmicos em engrenagens, cames e rolamentos de

rolos e esféricos, a temperatura varia entre 55⁰C e 167⁰C e as pressões entre 345MPa a

3450MPa. Lubrificação limítrofe implica em temperaturas na ordem de 343⁰C ou

maiores e pressões na mesma ordem que da lubrificação elastohidrodinâmica [12].

Segundo Klaus e Tewksbury [12], um grande número de equações são propostas

para a relação viscosidade-pressão. As correlações de Fresco, Klaus e So são aplicáveis

para todos os tipos de fluido. A correlação de Kim é específica para soluções

poliméricas. Johnston revisou a literatura das correlações viscosidade-pressão e propôs

uma expressão fundamental relacionando o coeficiente viscosidade-pressão com

propriedades viscosidade-temperatura, compressibilidade e coeficiente térmico de

expansão. Esta expressão está apresentada na equação 2.25.

( ) ( ) ( ) 1162,00975,3010

5976,1010

1903,540627,3010 log999,3log10848,2log143,4216,1 ρα vvBv −×++= − (2.25)

Sendo α o coeficiente pressão-viscosidade em KPa-1 x 10-5, v0 a viscosidade

cinemática atmosférica em cSt na temperatura de interesse, ρ a massa específica

atmosférica em g/ml na temperatura de interesse e B a propriedade viscosidade-

temperatura já mencionada na equação 2.24.

Page 38: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

27

2.4 Lubrificantes

Lubrificantes são substâncias que colocadas entre duas superfícies móveis ou

uma fixa e outra móvel, formam uma película protetora que tem por função principal

reduzir o atrito, o desgaste, bem como auxiliar no controle da temperatura e na vedação

dos componentes de máquinas e motores. Eles proporcionam a limpeza das peças,

protegendo contra a corrosão decorrente dos processos de oxidação, evitando a entrada

de impurezas, podendo também ser agente de transmissão de força e movimento.

Ao longo dos anos, diversos elementos foram usados como lubrificantes de

equipamentos, um exemplo é a gordura animal. Porém, com o uso mais intensivo do

petróleo, esses lubrificantes passaram e possuir um papel secundário.

As formas mais comuns de lubrificantes utilizados na indústria são os

lubrificantes fluidos, as graxas e os lubrificantes sólidos. Normalmente os lubrificantes

fluidos são os óleos minerais. Estes serão abordados mais especificamente no trabalho.

As graxas são utilizadas em condição de baixa velocidade, onde o lubrificante líquido

não é economicamente justificado. Os lubrificantes sólidos são normalmente o grafite

ou MoS2 e são utilizados em condição de alta temperatura e alta pressão de contato.

2.4.1 Óleos Básicos

Os fluidos lubrificantes são formados por um óleo básico ou uma mistura de

óleos básicos com a adição de aditivos que complementam as suas características de

desempenho. Os fluidos básicos podem ser divididos em dois grupos: os minerais e os

sintéticos. Os óleos minerais são obtidos a partir do fracionamento de petróleo. Já os

óleos de base sintética são empregados quando se necessita de alguma propriedade não

atendida pelo óleo básico mineral.

Page 39: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

28

Segundo Farias [4], os óleos minerais são conseguidos a partir de cortes obtidos

na destilação a vácuo do petróleo. Comumente esses cortes destilados são denominados

em função da sua viscosidade como: Spindle, Neutro Leve, Neutro Médio, Neutro

Pesado e Bright Stock, seguindo a ordem do Spindle sendo o menos viscoso e o Bright

Stock sendo o mais viscoso. Os óleos minerais são divididos em parafínicos e

naftênicos.

Óleos minerais de base parafínica possuem ligações químicas relativamente

estáveis e resistentes e não podem ser modificados facilmente com influências químicas.

Sendo assim, as parafinas tendem a não oxidar em temperatura ambiente ou levemente

elevada. Contêm em sua composição química, hidrocarbonetos de parafina em maior

proporção, possuem baixa densidade e são menos sensíveis à alteração de viscosidade

em função da temperatura [13]. A característica de um fluido alterar a viscosidade em

função da temperatura chama-se índice de viscosidade (IV). Quanto maior o índice de

viscosidade, menos sensível é a alteração da viscosidade em função da temperatura.

Óleos minerais são conhecidos pelo seu alto índice de viscosidade.

Enquanto os hidrocarbonetos parafínicos formam correntes em sua estrutura

molecular, os naftênicos formam, em sua maioria, ciclos. Os óleos naftênicos são

utilizados quando há necessidade de lubrificantes para operarem em baixas

temperaturas. A desvantagem dos lubrificantes com base naftênica é a sua

incompatibilidade com materiais sintéticos e elastômeros [13].

Óleos de base sintética são utilizados quando há necessidade de alguma

propriedade que o óleo básico mineral não atenda. Lubrificantes de base sintética são

mais eficientes que lubrificantes de base mineral principalmente para lubrificação

limítrofe. Isto se dá devido a uma forte superfície lubrificante formada pela adesão do

óleo sintético na superfície metálica. As principais propriedades dos óleos básicos

Page 40: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

29

sintéticos são: melhor estabilidade, menor toxicidade, biodegradabilidade, boas

características a baixas temperaturas e alto índice de viscosidade.

Eles são produzidos artificialmente. São obtidos por reação química, havendo

assim maior controle em sua fabricação, permitindo a obtenção de vários tipos de cadeia

molecular, com diferentes características físico-químicas e por isso são produtos mais

puros [13].

Os principais tipos de óleos sintéticos são [13]:

• Hidrocarbonetos sintéticos – Entre os hidrocarbonetos sintéticos destacam-se as

polialfaolefinas (PAO) e os óleos hidrocraqueados. Estes óleos são fabricados a

partir de óleos minerais, porém levam um processo de sinterização, o qual

elimina os radicais livres e impurezas, deixando-os assim mais estáveis à

oxidação. Também conseguem através deste processo um comportamento

excelente em relação à viscosidade-temperatura (alto índice de viscosidade).

• Poliésteres – São utilizados para a fabricação de lubrificantes especiais, fluidos

de freios, óleos hidráulicos e fluidos de corte. Eles possuem biodegradabilidade

e elevado índice de viscosidade.

• Diésteres – São ligações entre ácidos e alcoóis através da perda de água. Certos

grupos formam óleos de éster que são utilizados para a lubrificação e também

fabricação de graxas lubrificantes. Os diésteres são hoje aplicados em grande

escala em todas as turbinas da aviação civil por resistir melhor a altas e baixas

temperaturas e rotações elevadas.

• Óleos de silicone – Os óleos de silicone destacam-se pela alta resistência a

baixas e altas temperaturas e ao envelhecimento. Eles também possuem um alto

índice de viscosidade. Os Fluorsilicones possuem grande importância na

Page 41: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

30

elaboração de lubrificantes resistentes à influência de produtos químicos, tais

como solventes e ácidos.

• Poliésteres perfluorados – Óleos de flúor e fluorclorocarbonos têm boa

estabilidade contra influência química. Eles são quimicamente inertes, porém em

temperaturas acima de 260⁰C, eles tendem a craquear e liberar vapores tóxicos.

2.4.2 Aditivos

Aditivos são adicionados aos óleos básicos com o objetivo de complementar e

dar características de desempenho para cada condição de trabalho. Os aditivos incluem:

antioxidantes, detergentes, dispersantes, inibidores de corrosão e ferrugem,

melhoradores de índices de viscosidade, inibidores de espuma e os aditivos tribológicos:

modificadores de atrito e agentes de extrema pressão e antidesgaste.

As características dos aditivos são:

• Antioxidantes – São agentes químicos que retardam a decomposição por

oxidação do óleo, adiando o seu espessamento e a formação de

compostos ácidos, borras, iodos e vernizes, que se apresentam como

materiais insolúveis aderidos às paredes dos motores [14].

• Detergentes – Reduzem ou previnem a formação de depósitos,

desprendendo os mesmos das superfícies metálicas e solubilizando-os,

mantendo as superfícies lubrificadas limpas [15].

• Dispersantes – Retardam ou previnem a formação de depósitos, pois

mantém os produtos de oxidação e combustão insolúveis em suspensão

[15].

Page 42: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

31

• Inibidores de corrosão – Visam proteger as superfícies metálicas contra o

ataque químico devido à ação da corrosão provocada dos compostos

ácidos e peróxidos [15].

• Inibidores de ferrugem – Protegem a superfície de metais ferrosos da

ferrugem em presença de umidade [15].

• Melhoradores de índice de viscosidade – Reduzem a sensibilidade da

mudança da viscosidade com a mudança da temperatura.

• Inibidores de espuma – Evitam que, em decorrência da formação de

espuma haja um aumento na área de contato com ar, elevando assim a

tendência à oxidação do fluido lubrificante [4].

• Agentes tribológicos controlando o atrito e o desgaste – Eles reduzem o

desgaste no contato metal-metal e aumentam a tensão do filme fluido e

sua capacidade de resistir a carregamento sem se romper.

De acordo com Kadjas [15], no regime hidrodinâmico o filme fluido é espesso e

por isso não há contato entre os sólidos. A espessura do filme que suporta a carga é

governada pela viscosidade do lubrificante. Porém, quando a severidade nas condições

de operação aumenta (alta carga, baixa velocidade, alta rugosidade das superfícies), o

filme fluido não consegue mais suportar completamente a carga. As rugosidades dos

sólidos têm que dividir o apoio da carga com o filme fluido. O regime de lubrificação

passa então para a lubrificação mista e então para a limítrofe. O contato com o sólido

envolve desgaste, aumenta o atrito e o amassamento das rugosidades. A fim de reduzir o

atrito e o desgaste e prevenir o dano da superfície metálica, foram desenvolvidos os

aditivos tribológicos.

Page 43: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

32

Aditivos tribológicos representam um grupo extremamente importante de

compostos químicos incorporados aos óleos lubrificantes. Eles abrangem compostos

orgânicos, metal-orgânicos e inorgânicos. Eles podem funcionar como aditivos

modificadores de atrito (FM – friction modifying), antidesgaste (AW – antiwear) e

extrema pressão (EP – extreme pressure). O desempenho desses aditivos depende da

sua estrutura química e da composição do óleo básico utilizado.

De acordo com Papay [16], o modificador de atrito é mais eficiente para o

regime limítrofe. Ele consiste em pacotes fechados de arranjos multimoleculares,

aderidos uns aos outros e ancorados na superfície metálica pela parte da molécula que é

polarizada. As camadas mais externas do filme podem ser cisalhadas facilmente,

permitindo um baixo coeficiente de atrito.

O modificador de atrito é um aditivo ou a combinação de aditivos que possuem

a finalidade de mudar o perfil de atrito de um sistema lubrificante/máquina.

Modificadores de atrito incluem muitos compostos contendo oxigênio, nitrogênio,

molibdênio, cobre, entre outros [15]. Normalmente, as forças de atrito entre as partes

lubrificadas são controladas pela viscosidade e pela química do fluido lubrificante

existente entre elas. Com um óleo básico, o coeficiente de atrito estático é maior que o

coeficiente de atrito dinâmico. Se aditivos polares forem adicionados ao óleo, eles irão

revestir a superfície metálica e estabelecer um equilíbrio entre a parcela dissolvida no

óleo e a parcela fisicamente ou quimicamente adsorvida no metal. As novas superfícies

revestidas serão então friccionadas uma contra a outra e entre elas não existirá apenas o

filme de óleo, mas seus revestimentos.

Para o caso da lubrificação limítrofe, onde existem altas cargas e/ou altas

temperaturas, a maioria do lubrificante é expulso do contato, com a possibilidade de

ocorrer o contato metal – metal, aumentando assim o coeficiente de atrito. Com a

Page 44: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

33

existência do revestimento entre as superfícies, mesmo que não exista lubrificante

suficiente para não permitir o contato entre os metais, o coeficiente de atrito não irá

aumentar drasticamente visto que as superfícies estarão protegidas pelo filme sólido

adsorvido na superfície do metal. Este comportamento pode ser visto na Figura 2.12,

onde apresenta a curva de Stribeck alterada devido ao modificador de atrito.

Figura 2.12 – Curva de Stribeck alterada devido ao modificador de atrito [16]

Um modificador de atrito dissolvido no óleo é atraído pela superfície metálica

por fortes forças de adsorção. Normalmente, a extremidade da molécula que é

polarizada é atraída pelo metal enquanto a longa cadeia de hidrocarbonetos é

preferencialmente atraída pelo óleo básico, o qual é composto principalmente por

hidrocarbonetos. O resultado é o ancoramento da molécula com sua extremidade polar

na superfície metálica e a longa cadeia saindo para o óleo, perpendicular à superfície

metálica. Devido à força de van der Waals, as moléculas tendem a se alinhar paralelas

umas as outras em aglomerados. Ao mesmo tempo, o campo de orientação da camada

adsorvida induz o posicionamento de outros aglomerados com seus grupos metílicos de

Page 45: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

34

empilhamento para cima dos grupos metílicos da monocamada adsorvida. Isso é

repetido diversas vezes, dependendo da força do grupo polar de orientação [16].

É mostrado na Figura 2.13 o mecanismo deste fenômeno para um modificador

de atrito quimicamente adsorvido. A ligação entre o grupo polar e o metal é chamada de

adesão e é estimada por volta de 13 Kcal/mol. Já a ligação entre as moléculas é

chamada de coesão e é estimada por volta de 0,84 Kcal/mol [16].

Figura 2.13 – Adsorção química [16]

Na Figura 2.14 são apresentados os aglomerados ligados à camada adsorvida

que são cisalhados devido à sua baixa resistência. Isso ocorre, pois é fácil deslizar umas

moléculas contra as outras. O resultado deste mecanismo é a baixa resistência ao

cisalhamento dos modificadores de atrito.

Page 46: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

35

Figura 2.14 – Rugosidade cisalhando camadas do modificador de atrito [16]

Aditivos antidesgaste e de extrema pressão estão entre os tipos de compostos

que fornecem uma boa lubrificação limítrofe. Materiais como dialquil ditiofosfato de

zinco e gordura sulfurada têm mostrado capacidade de construir e manter o filme de

lubrificação limítrofe sob severas condições de carga [16].

A maior diferença entre os aditivos antidesgaste, extrema pressão e os

modificadores de atrito são principalmente nas propriedades mecânicas. Tantos os

antidesgaste como os de extrema pressão são depósitos semiplásticos os quais são

difíceis de serem cisalhados. Logo, sob condição de cisalhamento (condição de filme

espesso), seus coeficientes de atrito são geralmente de moderados para altos. Estes

aditivos não trabalham para diminuir o atrito, mas sim protegendo o contato entre uma

superfície metálica das rugosidades da superfície metálica oposta [16].

Em contatos metálicos onde existe movimento, o aditivo antidesgaste se adsorve

quimicamente e reage com o metal para formar um composto na superfície, o qual é

deformado pelo escoamento plástico a fim de permitir uma nova distribuição de carga.

Page 47: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

36

Aditivos antidesgaste englobam variadas classes de componentes químicos. O mais

importante e mais efetivo para controle ou eliminação do desgaste é o dialquil

ditiofosfato de zinco (ZDDP) [15].

O mecanismo geral dos aditivos antidesgaste é apresentado na Figura 2.15. O

processo é iniciado pela adição de energia ao sistema, geralmente identificada pelo

aumento de temperatura local ou pressão. Então ocorre um processo de deposição por

adsorção química dos novos compostos gerados. Rapidamente, produz-se um filme

sólido totalmente aderido à superfície com alta resistência ao cisalhamento, com

propriedades antidesgaste [3].

Figura 2.15 – Mecanismo geral dos aditivos antidesgaste [4]

Aditivos de extrema pressão são um grupo de aditivos tribológicos que previnem

o desgaste por adesão, o qual promoveria grandes remoções de material (seizure) e

soldagem (as superfícies ficam aderidas) sob severas condições operacionais.

Normalmente, eles controlam o dano quando o número de contatos metálicos aumenta e

a adesão toma lugar. O aumento da capacidade de carga desses aditivos pode estar

associado com a diminuição ou com o aumento do desgaste. Isto está ligado ao fato que

aditivos de extrema pressão normalmente são efetivos apenas por reações químicas.

Logo, o seu uso envolve possíveis problemas de corrosão [15].

Page 48: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

37

2.5 Tipos de Contatos

Os tipos de contato entre superfícies não planas podem ser classificados

conforme a geometria dos sólidos em contato. Os principais são: linha contato, sendo

duas superfícies cilíndricas e ponto contato, com duas superfícies esféricas. São

apresentados nas Figuras 2.16 e 2.17 estes tipos de contato.

Figura 2.16 – Representação do ponto contato [7]

Figura 2.17 – Representação da linha contato [7]

Page 49: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

38

Segundo Farias [4], em 1881, Heinrich Hertz realizou as primeiras análises

sobre estas situações, onde, de acordo com o formato dos corpos e suas propriedades

mecânicas, ocorrem deformações elásticas ou plásticas com aumento de carga. Em seus

trabalhos, Hertz descreve de forma matemática o comportamento da pressão que atua

localmente na região de contato, possibilitando prever o comportamento das

deformações superficiais. Para estes contatos entre corpos quaisquer se dá o nome de

contato de Hertz.

Quando duas esferas sólidas de diâmetros 1d e 2d são pressionadas um contra a

outra por uma força N, se obtém uma área de contato de raio a . Este raio é fornecido

pela equação 2.26.

3

21

2

22

1

21

11

11

8

3

dd

EENa

+

−+

=

νν

(2.26)

Sendo 2,1ν o coeficiente de Poisson dos dois materiais em contato e 2,1E o

módulo de elasticidade dos diferentes materiais.

A pressão dentro da área de contato de cada esfera tem uma distribuição

hemisférica. O valor da pressão máxima máxP é obtido pela equação 2.27.

22

3

a

NPmáx π

= (2.27)

Quando os elementos de contato são dois cilindros, a área de contato é um

retângulo estreito de largura b2 e comprimento l . A semilargura b é calculada a partir

da equação 2.28.

Page 50: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

39

21

2

22

1

21

11

11

2

dd

EE

l

Nb

+

−+

=

νν

π (2.28)

A máxima pressão é obtida pela equação (2.29).

bl

NPmáx π

2= (2.29)

2.6 Ensaios Tribológicos

O objetivo do presente trabalho é comparar o comportamento de óleos com base

mineral e óleos com base sintética, ambos com aditivos, analisando os efeitos do atrito

nos regimes de lubrificação. Para isso, será realizada a variação dos seguintes

parâmetros no ensaio quatro-esferas: velocidade, carga e viscosidade. Esta seção

apresenta os tipos de tribômetros existentes e alguns trabalhos sobre o tema.

O estudo do atrito e do desgaste proveniente do mesmo visa principalmente

obter informações que auxiliem nos projetos ou desenvolver materiais que melhor se

adaptem às condições de trabalho impostas. A eficiência tribológica dos materiais em

contato, dos lubrificantes e dos aditivos são geralmente avaliadas pelo uso de

tribômetros.

Estes tribômetros são alternativas para que seja possível, de forma

economicamente viável e num espaço de tempo relativamente curto, simular as

condições de trabalho de diversos elementos de máquinas. Existem variados tipos de

tribômetros, os mais comuns são representados esquematicamente na Figura 2.18.

Page 51: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

40

Figura 2.18 – Representação simplificada dos principais equipamentos de ensaio

tribológico de desgaste [4]

Na Figura 2.18(a) está representado o ensaio “Four-Ball”, onde uma esfera é

posta a girar contra outras três esferas estacionárias. Já na Figura 2.18(b) é mostrado o

funcionamento do tribômetro pino-disco, que consiste em aplicar uma carga sobre um

pino em contato com um disco que gira. Outro equipamento padronizado conhecido

como “Timken Test” está mostrado esquematicamente na Figura 2.18(c). Na Figura

2.18(d) é apresentado um ensaio onde um cilindro é posto a atritar contra uma lâmina,

pressionada sobre o mesmo. Na Figura 2.18(e) é simbolizado o ensaio “Falex”, onde

dois blocos com formato em “V” são pressionados contra um pino girando. Outro teste

parecido com o “Falex” é mostrado na Figura 2.18(f), que consiste em duas metades de

cilindro em contato com um pino central. Na Figura 2.18(g) está representado um teste

de desgaste onde uma das faces de um disco girante é posta a atritar contra uma

superfície plana. Por último, na Figura 2.18(h) são mostrados dois cilindros

concêntricos, onde um é forçado a deslizar por dentro do outro [4].

Page 52: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

41

Kuo et al. [6] apresentaram um estudo com uma máquina quatro-esferas

equipada com um instrumento de resistência por contato. Este equipamento foi utilizado

para investigar os efeitos da carga normal, velocidade de deslizamento e desgaste nas

esferas nos diferentes modos de lubrificação.

As quatro esferas foram imersas em um óleo de base parafínica. Elas eram

feitas de aço AISI 52100 com diâmetro de 12,7 mm. As três esferas inferiores foram

mantidas fixas para garantir a condição de deslizamento puro. A temperatura alcançada

no teste foi de .30 C° A velocidade de deslizamento variou de 0,192 a 0,96 m/s. A carga

normal em cada esfera variou de 8N a 520N, correspondendo a uma pressão de Hertz

variando de 1,25 a 5 GPa.

Para a investigação do regime de lubrificação foram escolhidos três parâmetros:

o coeficiente de atrito, a resistência de contato e o diâmetro do desgaste. O coeficiente

de atrito foi medido e registrado utilizando extensômetros fixados ao braço de torque. O

diâmetro do desgaste nas três esferas estacionárias foi observado e medido utilizando

um microscópio ótico. Já a resistência do contato entre a esfera deslizante e as esferas

estacionárias foi determinada por um método de queda de tensão, onde as quatro esferas

são isoladas por um testador usando baquelite, então a esfera deslizante e as

estacionárias podem constituir uma ponte de Wheatstone. A relação entre a voltagem de

saída E0 e a resistência de contato Rc pôde ser obtida como mostrado na equação 2.30.

( )c

c

R

RE

2,241288

2,124010 +

+−= (2.30)

Foram realizados dois métodos de teste. O primeiro foi denominado método de

carga específica (método SS). Neste teste, quando a velocidade de deslizamento se

tornava estável, a carga normal era adicionada às esferas. Depois de alcançado o tempo

de 10 segundos, a carga era removida. O segundo método de teste foi denominado teste

Page 53: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

42

padrão (método ST), onde se alcançava uma determinada temperatura e carga normal,

depois que estes valores se tornavam estáveis, a máquina começava a rodar com uma

determinada velocidade.

Variando-se a carga e a velocidade de deslizamento, puderam ser obtidas as

curvas de coeficiente de atrito e de resistência de contato. Para o método de carga

específica, foi observado que o coeficiente de atrito aumentou rapidamente com o

tempo para um valor estável e a resistência de contato diminuiu rapidamente de 100Ω

para um valor estável. Já para o teste padrão, o coeficiente de atrito possuiu o mesmo

comportamento que o anterior, porém a resistência de contato aumentou rapidamente de

um valor abaixo de 0,001 Ω para um valor máximo, mas gradualmente diminuiu até

alcançar um valor estável. Isto se deu devido à ordem em que foram adicionadas a

velocidade e a carga nos dois métodos. O método SS possuiu melhor condição de

lubrificação e se tornou mais estável, visto que a carga só foi adicionada no teste após as

esferas estarem em movimento. Para os dois métodos de teste, a resistência de contato

diminuiu com o aumento da carga, já o coeficiente de atrito aumentou com o aumento

da carga.

Na avaliação na cicatriz de desgaste foi observado que não houve marca para a

carga de 8N para o método SS, mas houve para o método ST sob a mesma carga.

Ocorreu a cicatriz para o teste padrão por conta do contato inicial das esferas sem

velocidade. Logo, foi visto que o regime elastohidrodinâmico só ocorreu para o método

de carga específica para baixa carga. Para as demais cargas, observou-se que a cicatriz

nas esferas aumentava com o aumento da carga. Embora o método SS possuísse uma

melhor lubrificação inicial, para este caso houve um maior valor do coeficiente de atrito

e maior diâmetro de desgaste para as cargas entre 80N e 280N que para o método ST.

Page 54: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

43

Para estas cargas, o regime de lubrificação observado foi o misto. Houve a ruptura total

de filme quando o coeficiente de atrito atingiu o valor de 0,4.

De acordo com os valores obtidos para o coeficiente de atrito fC , a resistência

de contato Rc e o diâmetro da cicatriz D, o modo de lubrificação pôde ser classificado

em quatro regimes:

• Lubrificação Elastohidrodinâmica - ,07,0<fC ,100Ω≥cR .0 mD µ=

• Lubrificação Mista - ,1,007,0 << fC ,1001,0 Ω<<Ω cR .403 mD µ<

• Lubrificação Limítrofe - ,15,009,0 << fC ,1,0 Ω<cR .458342 mDm µµ <<

• Desgaste Prejudicial - ,38,0>fC ,1,0 Ω<cR .920 mD µ<

As cicatrizes foram comparadas com o resultado obtido pela teoria de contato de

Hertz para contato esférico, dada pela equação 2.26, representada abaixo:

3

21

2

22

1

21

11

11

8

3

dd

EENa

+

−+

=

νν

Foi notado que o diâmetro é independente da velocidade de deslizamento. Foi

observado também que o diâmetro da cicatriz obtido nos testes possuía a mesma ordem

de magnitude do diâmetro encontrado pela teoria de Hertz com exceção dos regimes

elastohidrodinâmico e de desgaste prejudicial.

O experimento realizado por Ramalho e Miranda [17] consistiu em estudar o

comportamento do atrito nos diferentes modos de lubrificação em um tribômetro pino-

disco. Os testes foram realizados com diferentes óleos lubrificantes com o objetivo de

avaliar também o comportamento da viscosidade. Os testes foram realizados a

Page 55: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

44

temperatura ambiente ( ).225 C°± A velocidade variou entre 0,1 e 1,45 m/s. Já a pressão

de Hertz variou entre 277 e 862 GPa. Os tempos dos testes foram suficientes para obter

um valor estável de atrito, a aquisição dos dados do atrito ocorreu entre 150 e 1500

rotações depois do começo do teste. A partir dos resultados obtidos, para baixa

velocidade de deslizamento e alta carga, o coeficiente de atrito apresentou um alto

valor. Este fato sugeriu o regime de lubrificação misto, onde a espessura do filme

lubrificante é insuficiente para separar efetivamente as superfícies em contato, sendo

assim, existiu contato metálico entre suas rugosidades. Por outro lado, quando os testes

foram realizados com altas velocidades e para pequenos valores de pressão de contato, o

modo de lubrificação ocorrido foi o regime hidrodinâmico. O aumento da velocidade de

deslizamento levou a menores valores de coeficiente de atrito, isto é, a curva de Stribeck

caiu, ocorrendo então a lubrificação elastohidrodinâmica. Este fato foi mais evidente

para os lubrificantes com baixo valor de viscosidade, porque requerem maiores

velocidades para alcançarem o regime hidrodinâmico.

Waara et al. [18] apresentaram um trabalho onde avaliaram a influência da

concentração e da composição química de três diferentes tipos de aditivos no coeficiente

de atrito e no desgaste para dois tipos de óleos base nas condições limítrofe e mista.

Os lubrificantes base foram um poliol ester sintético e um óleo mineral, os dois

com a mesma viscosidade dinâmica a temperatura de 90⁰C. Foram utilizados três tipos

de aditivos: extrema pressão (EP), antidesgaste (AW) e Cu - passivador. Foram feitas

quatro combinações diferentes de aditivos:

• Combinação 1 – O aditivo EP foi um éster de ácido fosfórico de amina

neutralizada. O aditivo AW foi um trifenil phosphorothionate (TPPT). O Cu -

passivador foi um tiadiazol derivado;

Page 56: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

45

• Combinação 2 – O aditivo EP foi o mesmo da combinação 1. O aditivo AW foi

um metileno-bis (ditiocarbamato) e o Cu - passivador foi um tolil tiadiazol

derivado.

• Combinação 3 – Contem os mesmos aditivos da combinação 1, mas o aditivo

AW é menos concentrado. O aditivo Cu - passivador não foi utilizado.

• Combinação 4 – Contem os mesmos aditivos da combinação 2, com o aditivo

AW em menor concentração. Também não foi utilizado o aditivo Cu -

passivador.

Para a realização do teste, foi utilizado um aparato de esfera–disco. A esfera se

movimentava em um regime oscilatório com amplitude de 4,6 mm. Foi aplicada uma

força entre 12N e 50N e a temperatura utilizada durante os testes foi de 90⁰C. O

coeficiente de atrito foi medido pela máquina de teste. O desgaste foi medido pela

equação 2.31.

NS

DVK H

⋅⋅= (2.31)

Sendo V o volume de material removido, HD a dureza dos espécimes, S a

distância de deslizamento e N a força normal aplicada.

A fim de conhecer as condições para os regimes de lubrificação misto e

limítrofe, foi determinado o parâmetro lambda pela equação 2.7 representada abaixo.

22

21

min

RqRq

hh

+==

σλ

Para o cálculo da espessura mínima de filme, foi utilizada a equação 2.32.

128,0568,0694,0min '714,1 −⋅⋅⋅⋅= WGURh (2.32)

O uso do lubrificante de base de éster sintético, com todas as combinações de

aditivos, resultou em um maior desgaste que para o lubrificante de base mineral com os

Page 57: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

46

mesmos aditivos. Os aditivos de extrema pressão (EP) foram mais efetivos que os

aditivos antidesgaste (AW) para a redução do atrito em ambos os óleos base. Sob a

condição de lubrificação limítrofe, o aditivo de extrema pressão forma uma camada de

sacrifício pela interação química com a superfície do sólido.

A combinação 2 de aditivos mostrou uma melhor resistência ao desgaste que a

combinação 1.

O aditivo antidesgaste não apresentou efeitos significativos quando combinado

com o óleo de base sintética, com exceção da combinação 4. Isto indica que para

menores concentrações deste aditivo (abaixo de 0,3%) o seu efeito se torna mais

significativo, ou seja, para maiores concentrações, ele ultrapassa o seu ponto ótimo. O

excesso deste aditivo pode provocar um aumento do desgaste por meio de mecanismo

corrosivo.

O lubrificante de base sintética com a maior concentração do aditivo EP deu

como resultado um baixo desgaste e um alto coeficiente de atrito. Já o seu

correspondente com baixa concentração de aditivo EP deu resultados de desgaste

maiores e valores de coeficiente de atrito menores. Estes resultados foram

independentes do regime de lubrificação.

Os valores de coeficiente de atrito foram menores para o lubrificante de base

mineral com maior concentração de aditivos EP. Estes valores não tiveram muita

modificação entre as diferentes combinações de aditivos (combinação 1 ou combinação

2).

Page 58: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

47

3 METODOLOGIA DA DISSERTAÇÃO

3.1 Tribômetro do teste

No presente trabalho foi utilizado um tribômetro “Four-Ball” como método de

investigação. A máquina de testes “Four-Ball” ou quatro-esferas é geralmente

empregada para a determinação da carga e das propriedades anti-atrito e antidesgaste de

óleos lubrificantes. Na Figura 3.1 é mostrado um diagrama esquemático da câmara de

testes.

Figura 3.1 – Representação da câmara de testes do ensaio quatro-esferas [4]

O sistema consiste em três esferas estacionárias fixadas em uma cuba por uma

porca de travamento e pressionadas com uma determinada carga contra uma esfera

superior. As esferas fixas estão imersas no lubrificante a ser ensaiado. A esfera superior

é fixada por um mandril e gira com uma velocidade definida. Assim, cria-se uma

condição de deslizamento puro entre as esferas, possibilitando as condições necessárias

à investigação do desgaste.

De acordo com Rico et al. [19], as quatro esferas são arranjadas em forma de

uma pirâmide, logo a força vertical produz uma força oblíqua entre a esfera superior e

Page 59: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

48

cada uma das esferas inferiores, formando um ângulo de °45,49 entre elas. Na Figura

3.2 é apresentado o esquema de distribuição de forças entre as quatro esferas.

Figura 3.2 – Distribuição de força em um arranjo quatro-esferas [20]

Segundo PIEKOSZEWSKI et al. [20], pela geometria do sistema, fica aparente

que as linhas entre os centros das esferas constituem um tetraedro de altura OO1 e de

base 432 OOO . A base é um triângulo eqüilátero de lado 2R (R é o raio da esfera).

A relação entre a força normal entre duas esferas nP e a força total P (aplicada

no sistema) é dada pela equação 3.1.

θcos3P

Pn = (3.1)

Pelo triângulo da direita ,31OOO∆ é possível obter as equações 3.2 e 3.3.

31

1cosOO

OO=θ (3.2)

ROO 231 = (3.3)

Então, segundo a equação 3.4:

R

OO

2cos 1=θ (3.4)

Page 60: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

49

De 432 OOO∆ (triângulo eqüilátero de lado 2R), tem-se a equação 3.5.

ROO3

323 = (3.5)

Do triângulo direito ,31OOO∆ a equação 3.6 é obtida.

( ) 23

21 2 OOROO −= (3.6)

Pela substituição da equação 3.5 na equação 3.6, a equação 3.7 pode ser escrita.

3

221 ROO = (3.7)

Pela substituição da equação 3.7 na equação 3.4, pode ser calculada a equação

3.8.

32cos =θ (3.8)

Então, com base na equação 3.1, a carga nP é expressa como a equação 3.9.

PPPn 408,06

6 == (3.9)

O equipamento utilizado foi o Four-Ball PLINT TE 92. Na Figura 3.3 é

mostrada uma fotografia da máquina.

Page 61: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

50

Figura 3.3 – Máquina quatro-esferas

Na Figura 3.4 (a) é mostrada a montagem da cuba das esferas com mais

detalhes. Na Figura 3.4 (b) é mostrada a cuba das esferas fora do tribômetro

evidenciando o detalhe do arranjo das esferas inferiores.

Figura 3.4 – Detalhe da cuba das esferas

(a) (b)

Page 62: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

51

A máquina possui duas colunas verticais rígidas, assegurando um

posicionamento preciso a fim de respeitar o eixo de carregamento normal. A cuba das

esferas de teste é montada sobre uma viga transversal a qual é guiada por rolamentos

lineares sobre colunas e carregado por um atuador pneumático. O conjunto do atuador

inclui um transdutor de medição de força para o controle da carga.

A cuba de teste é montada sobre um rolamento de esferas e a rotação é limitada

por um extensômetro, dando a medição do torque e do atrito diretamente. O

extensômetro é protegido por uma mola de sobrecarga. A cuba de teste possui também

um aquecedor elétrico para testes de até 200⁰C [21].

O motor de acionamento está ligado ao eixo de acionamento através de uma

correia plana ou dentada, dependendo da velocidade desejada. A máquina possui uma

embreagem eletromagnética montada no eixo de teste [21]. As características da

máquina estão mostradas na tabela 3.1.

Tabela 3.1 – Dados da máquina

Velocidade de rotação (correia dentada) 60 a 3000 RPM

Velocidade de rotação (correia plana) 100 a 10000 RPM

Potência do motor 2,2 kW

14 Nm @ 1500 RPM

7 Nm @ 3000 RPM

Redução da polia 1:1

Toque máximo 20 Nm

Temperatura de trabalho ambiente a 200⁰C

Atuador de baixa carga 0,02 a 1 kN

Atuador de alta carga 0,2 a 10 kN

Toque do motor

A coleta dos dados e o controle da máquina quatro-esferas são feitos por uma

unidade de comunicação.

Page 63: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

52

A interface com o usuário é feita por um software próprio. A máquina de testes é

ligada à unidade de comunicação e esta é ligada ao programa. Com o software é

possível ajustar todos os parâmetros necessário para o teste, como: carga, temperatura e

velocidade. Também é possível acompanhar os resultados do teste em tempo real, assim

como obter todos os resultados para a análise. Na Figura 3.5 é mostrada a página

principal do programa.

Figura 3.5 – Parâmetros de controle durante o teste

O sistema de controle de temperatura é um dispositivo ligado à máquina de

teste. Ele é independente, não é ligado ao programa do computador. A temperatura é

manualmente ajustada. Caso a temperatura exceda o valor determinado, o ensaio,

incluindo a máquina de teste e o programa de computador, é desativado [22].

3.2 Corpos de Prova

Para os testes foram utilizadas esferas de aço rolamento AISI 52100 com

diâmetro de 12,7 mm. Elas possuem módulo de elasticidade igual a 210 GPa e

coeficiente de Poisson igual a 0,3.

Page 64: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

53

A fim de obter a rugosidade média quadrática da superfície, foi utilizado o

rugosímetro Taylor Robson. O valor da rugosidade média quadrática Rq encontrado foi

0,015 µm.

3.3 Caracterização dos Lubrificantes Utilizados nos Experimentos

Os óleos a serem utilizados nos testes foram formulados nas instalações do

LPE/CENPES/PETROBRAS. Todos os óleos de teste possuem características de

lubrificantes com baixa viscosidade. Normalmente, óleos com baixa viscosidade

apresentam viscosidade cinemática menor que 100 cSt.

Segundo Tomanik et al. [23], normalmente para a aplicação automobilística,

óleos lubrificantes de baixa viscosidade são preferenciais visto que apresentam baixo

coeficiente de atrito no regime hidrodinâmico. Entretanto, para trabalharem em regime

limítrofe se faz necessário o uso de aditivos especiais para reduzir o atrito também sob

esta condição de lubrificação. Condições de operação como carga elevada, baixa

velocidade e alta temperatura tendem a aumentar o atrito limítrofe. Como já

mencionado anteriormente na seção 2.3.2, lubrificação limítrofe implica em

temperaturas na ordem de 343⁰C ou maiores e pressões de Hertz entre 345MPa e

3450MPa.

As características dos óleos utilizados nos testes são mostradas na Tabela 3.2.

Tabela 3.2 – Características dos óleos lubrificantes

A5 Neutro Leve (NL) + Neutro Médio (NM) X X X

B2 Neutro Leve (NL) X X X

B2A Neutro Leve (NL) X X

Sintético A1 PAO-4 X X X X

Mineral

Parafínico

ÉsterClasse Formulação Base MIV MA AW - EP

Page 65: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

54

Sendo:

• MIV – Modificador de índice de viscosidade;

• MA – Modificador de atrito;

• AW – Aditivo antidesgaste;

• EP – Aditivo de extrema pressão;

• PAO-4 – Polialfaolefina com viscosidade de 4 cSt a 100⁰C.

Na Tabela 3.3 são apresentadas as caracterizações quanto às viscosidades

cinemática (ν) e dinâmica (µ) à temperatura de 40⁰C e de 100⁰C dos lubrificantes. A

viscosidade cinemática dos óleos lubrificantes foi medida por meio de um viscosímetro.

Com a viscosidade cinemática, foi possível obter a viscosidade dinâmica através da

equação 2.22 que está representada abaixo.

νρµ ⋅=

A massa específica para as temperaturas de 40⁰C e 100⁰C é obtida através da

equação (3.10) [3].

)20(00066,0)20()( −−= TT ρρ (3.10)

Tabela 3.3 – Caracterização dos lubrificantes

Classe Formulação Visc. 40⁰C [cst] Visc. 100⁰C [cst] Visc. Din. 40⁰ [cP] Visc. Din. 100⁰ [cP]

A5 88,92 12,17 77,08 10,07

B2 67,40 9,96 58,42 8,24

B2A 68,14 10,02 59,06 8,29

Sintético A1 60,34 11,90 52,30 9,84

Mineral

Parafínico

A partir das Tabelas 3.2 e 3.3 é possível observar que o óleo A5 é o lubrificante

com a maior viscosidade, os óleos B2 e B2A diferem somente pela presença e pela a

Page 66: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

55

ausência do melhorador de atrito respectivamente, já o A1 é o único lubrificante de base

sintética. Para a temperatura de 40⁰C, o óleo A1 possui a menor viscosidade. Já para a

temperatura de 100⁰C, ele possui uma viscosidade aproximadamente igual à viscosidade

do óleo A5.

Foram escolhidos estes óleos lubrificantes com os seguintes objetivos:

• Investigar o comportamento de lubrificantes de baixa viscosidade e com aditivos

(específicos para condições extremas) em determinados regimes trabalho.

• Avaliar a diferença do comportamento de um óleo de base mineral e de um óleo

de base sintética;

• Observar o comportamento de dois óleos de base mineral com diferentes

viscosidades;

• Investigar a influência do aditivo melhorador de atrito.

Na seção 2.3 foi visto que a temperatura e a pressão influenciam a viscosidade

do lubrificante (ver equações 2.24 e 2.25). Na Tabela 3.4 são mostrados os valores

calculados de A, B e α para os lubrificantes de teste. Estes valores são utilizados para

calcular a espessura de filme teórica.

Tabela 3.4 – Parâmetros de viscosidade

Classe Formulação A B α (40⁰C) α (100⁰C)

A5 20.028 3.224 24.83 16.40

B2 20.410 3.301 23.86 15.86

B2A 20.412 3.302 23.92 15.88

Sintético A1 17.284 2.762 21.17 15.55

Mineral

Parafínico

Page 67: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

56

3.4 Condições de Teste

Foram utilizados quatro óleos lubrificantes diferentes como explicitado

anteriormente. Cada teste foi realizado com uma determinada carga e variou-se a

velocidade. Todos os testes foram realizados com duas temperaturas diferentes.

Os testes foram conduzidos de modo a permitir condições com a maior variação

de carga e velocidade que fossem possíveis para a máquina de teste. Com isso, foi

possível abranger variadas condições de trabalho.

Para o mesmo óleo foram realizados quatro ensaios com quatro cargas

diferentes, foram elas: 98N, 196N, 392N e 588N. Isso equivale a pressões de Hertz de

2,1 GPa, 2,7 GPa, 3,4 GPa e 3,9 GPa, respectivamente. Todas estas cargas são

consideradas elevadas. Pode se considerar elevadas, pressões de Hertz acima de 1 GPa.

Como informado na seção 3.1, o tribômetro com o atuador de baixa carga consegue

atingir cargas entre 20N e 1000N. Foi escolhido o valor de 98N como a carga mínima

visto que em testes preliminares com cargas inferiores a esta acarretou em forças de

atrito pequenas que se tornavam difíceis de serem medidas pelo tribômetro,

principalmente quando as velocidades de rotação eram mais elevadas, acima de 1550

RPM. Para a maior carga de teste, foi escolhido o valor de 588N. Cargas superiores a

esta ultrapassam a condição de testes para a investigação de atrito. Cargas mais altas são

utilizadas em testes de extrema pressão, onde a carga é suficientemente alta para fazer

com que as esferas se soldem umas às outras [23].

Em um mesmo teste, mantendo-se a carga e a temperatura, variou-se a

velocidade a cada 10 minutos. As velocidades utilizadas foram: 60RPM, 120RPM,

250RPM, 510RPM, 780RPM, 1050RPM, 1550RPM, 2080RPM, 2590RPM e

2870RPM. Isso equivale a velocidades de 0,02m/s, 0,05m/s, 0,10m/s, 0,20m/s, 0,30m/s,

Page 68: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

57

0,40m/s, 0,60m/s, 0,80m/s, 1,00m/s e 1,10m/s, respectivamente. Segundo as

informações da seção 3.1, para a configuração da máquina com correia dentada, a

velocidade pode variar de 60RPM a 3000RPM. Logo as velocidades dos testes foram

escolhidas de modo que fosse possível abranger a maior variação de velocidades sem

que fosse necessária a parada do teste para a mudança da correia.

Para cada óleo foram realizados testes a 40⁰C e a 100⁰C. Estas duas

temperaturas foram escolhidas tendo em vista que estes dois valores eliminam o erro de

cálculo para a viscosidade, pois estas são temperaturas normalizadas para os dados de

viscosidade.

Como já dito anteriormente, a velocidade foi variada a cada 10 minutos. A

frequência de obtenção do valor do coeficiente de atrito foi a cada 10 segundos. Foi

esperado um tempo de estabilização do coeficiente de atrito de 6 minutos e seus valores

utilizados nos resultados foram obtidos nos últimos 4 minutos de teste. Com estes

valores obtidos, foi feita a média para cada velocidade. Cada seção de testes foi repetida

3 vezes e assim foi obtido um valor médio de coeficiente de atrito para cada

configuração de teste.

3.4.1 Cálculo do Número de Gumbel

O número de Gumbel se dá segundo a equação 2.6 representada abaixo.

W

uNG

⋅= µ

Porém, para o caso de ponto contato, W é a carga pontual em [N/m].

Viscosidade dinâmica

A viscosidade dinâmica dos óleos lubrificantes de teste foi calculada na seção

3.3.

Page 69: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

58

Cálculo da velocidade

A velocidade na máquina é dada em RPM. Para transformar em m/s segue a

equação 3.11:

Ru ⋅= ω (3.11)

Sendo:

• ω a velocidade angular em RPM transformada para rad/s, apresentada na

equação 3.12.

( )60/2πω ×= rpmu (3.12)

• R o raio que pode ser obtido a partir da equação 3.8 representada abaixo:

32

cos =θ

Então:

27,12R

sen =θ (3.13)

mmR 67,3= (3.14)

Cálculo da carga pontual

A carga pontual é dada pela equação 3.15.

a

PW n

2= (3.15)

Sendo:

• Pn a força vertical decomposta em cada esfera [N];

• a o raio da área de contato segundo a teoria de Hertz [m];

Para o cálculo de Pn deve se decompor a força vertical aplicada na esfera

superior entre as demais esferas. Pela equação 3.9 representada abaixo:

PPn 408,0=

Page 70: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

59

Assim, são mostradas na Tabela 3.5 e 3.6 as condições utilizadas para o óleo A5

nas duas temperaturas de teste. Nos testes a 40⁰C os valores da temperatura variaram

entre 40⁰C e 55⁰C, já para os testes a 100⁰C, os valores da temperatura variaram entre

95⁰C e 105⁰C. Logo, os Números de Gumbel calculados respeitaram estas variações de

temperatura. Os resultados para os demais óleos lubrificantes se encontram no apêndice

A.

Tabela 3.5 – Condições experimentais para o óleo A5 para as cargas de 98N e 196N

vel [RPM] vel [m/s]carga

[N]c. esfera

[N]a [mm]

pressão Hertz [MPa]

carga pontual [N/m]

Gumbel a 40⁰C

Gumbel a 100⁰C

60 0.02 5.863E-09 1.089E-09

120 0.05 1.383E-08 1.872E-09

250 0.10 3.475E-08 5.427E-09

510 0.20 7.088E-08 7.954E-09

780 0.30 1.084E-07 1.693E-08

1050 0.40 1.459E-07 1.638E-08

1550 0.60 2.156E-07 2.816E-08

2080 0.80 2.892E-07 4.518E-08

2590 1.00 3.601E-07 4.041E-08

2870 1.10 3.99E-07 5.213E-08

vel [RPM] vel [m/s]carga

[N]c. esfera

[N]a [mm]

pressão Hertz [MPa]

carga pontual [N/m]

Gumbel a 40⁰C

Gumbel a 100⁰C

60 0.02 4.355E-09 8.206E-10

120 0.05 1.051E-08 1.179E-09

250 0.10 2.18E-08 3.419E-09

510 0.20 4.45E-08 5.011E-09

780 0.30 6.829E-08 8.922E-09

1050 0.40 9.193E-08 1.436E-08

1550 0.60 1.359E-07 1.524E-08

2080 0.80 1.821E-07 2.845E-08

2590 1.00 2.268E-07 2.546E-08

2870 1.10 2.515E-07 3.284E-08

98 40 0.094 2170 213145

196 80 0.118 2734 338346

Page 71: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

60

Tabela 3.6 – Condições experimentais para o óleo A5 para as cargas de 392N e 588N

vel [RPM] vel [m/s]carga

[N]c. esfera

[N]a [mm]

pressão Hertz [MPa]

carga pontual [N/m]

Gumbel a 40⁰C

Gumbel a 100⁰C

60 0.02 2.327E-09 4.323E-10

120 0.05 5.487E-09 7.428E-10

250 0.10 1.379E-08 2.154E-09

510 0.20 2.813E-08 3.157E-09

780 0.30 4.302E-08 5.62E-09

1050 0.40 5.791E-08 7.566E-09

1550 0.60 8.555E-08 9.6E-09

2080 0.80 9.515E-08 1.793E-08

2590 1.00 1.185E-07 1.604E-08

2870 1.10 1.113E-07 2.072E-08

vel [RPM] vel [m/s]carga

[N]c. esfera

[N]a [mm]

pressão Hertz [MPa]

carga pontual [N/m]

Gumbel a 40⁰C

Gumbel a 100⁰C

60 0.02 1.776E-09 3.299E-10

120 0.05 4.187E-09 5.668E-10

250 0.10 1.052E-08 1.644E-09

510 0.20 2.147E-08 2.409E-09

780 0.30 3.283E-08 4.289E-09

1050 0.40 3.664E-08 6.903E-09

1550 0.60 5.412E-08 7.326E-09

2080 0.80 6.158E-08 1.368E-08

2590 1.00 6.426E-08 1.224E-08

2870 1.10 7.121E-08 1.356E-08

392

588

160

240

0.149

0.170

3445

3943

537091

703789

Page 72: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

61

4 RESULTADOS

Neste capítulo será abordado como o coeficiente de atrito é influenciado pela

velocidade, temperatura, carga, Número de Gumbel e características dos óleos

lubrificantes.

4.1 Resultados dos Coeficientes de Atrito em Relação à Velocidade

4.1.1 Influência da Temperatura no Coeficiente de Atrito

Nesta seção será apresentada a influência da temperatura no coeficiente de atrito

para todas as cargas em todos os óleos lubrificantes.

4.1.1.1 Óleo A1

Na Figura 4.1 é mostrado o coeficiente de atrito em função da velocidade e

temperatura para o óleo A1 (óleo de base sintética).

0.000

0.020

0.040

0.060

0.080

0.100

0.120

0.140

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

Co

efi

cie

nte

de

Atr

ito

Velocidade [m/s]

98N

40C

100C

0.000

0.020

0.040

0.060

0.080

0.100

0.120

0.140

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

Co

efi

cie

nte

de

Atr

ito

Velocidade [m/s]

196N

40C

100C

0.000

0.020

0.040

0.060

0.080

0.100

0.120

0.140

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

Co

efi

cie

nte

de

Atr

ito

Velocidade [m/s]

392N

40C

100C

0.000

0.020

0.040

0.060

0.080

0.100

0.120

0.140

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

Co

efi

cie

nte

de

Atr

ito

Velocidade [m/s]

588N

40C

100C

Figura 4.1 – Coeficiente de atrito versus velocidade para o óleo A1 para a mesma carga

Page 73: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

62

O desvio padrão calculado para o coeficiente de atrito foi de ±0,005. Este valor

vale para todos os óleos em todas as configurações de carga, velocidade e temperatura.

Na Figura 4.1 é observado que para a carga de 98N a 40⁰C e a 100⁰C, o

coeficiente de atrito começou mais alto, em torno de 0,070 para ambas as temperaturas,

e foi diminuindo até 0,065 para 40°C na velocidade de 0,20 m/s e até 0,055 para 100°C

na velocidade de 0,30 m/s. A partir daí, o valor do coeficiente de atrito começou a

aumentar, chegando aproximadamente a 0,130 para as duas temperaturas na velocidade

de 1,00 m/s. Para a temperatura de 40⁰C, o coeficiente de atrito foi maior que para a

temperatura de 100⁰C para as velocidades entre 0,10 m/s e 0,80 m/s com uma diferença

de até 0,021. Para as demais cargas, o atrito foi similar para ambas as temperaturas.

Para a carga de 196N, para as duas temperaturas, o valor do coeficiente de atrito

não alterou muito com a variação de velocidade. Ele começou com um valor mais alto,

0,047 para a temperatura de 40°C e 0,037 para a temperatura de 100°C. Depois, chegou

a um valor mínimo para a velocidade de 0,30 m/s, sendo 0,034 para 40°C e 0,028 para

100°C. Com o aumento da velocidade, voltou para um valor aproximadamente igual ao

encontrado para as velocidades mais baixas, 0,052 para 40°C e 0,040 para 100°C. O

coeficiente de atrito foi sempre maior para a temperatura de 40⁰C do que para a

temperatura de 100⁰C, está diferença foi na ordem de 0,009.

Já para a carga de 392N, tanto para a temperatura de 40⁰C quanto para a

temperatura de 100⁰C, o valor do coeficiente de atrito foi sempre diminuindo com o

aumento da velocidade. Para a velocidade de 0,02 m/s, apresentou um valor de 0,082

para 40°C e de 0,087 para 100°C. Já para a velocidade de 1,10 m/s, apresentou um valor

de 0,044 para 40°C e de 0,037 para 100°C. Com relação à temperatura, o coeficiente de

Page 74: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

63

atrito para a temperatura de 40°C foi sempre maior do que para a temperatura de 100°C,

na ordem de 0,005.

Finalmente, para a carga de 588N o comportamento do coeficiente de atrito com

relação à velocidade foi semelhante ao comportamento para a carga de 392N, ou seja,

ele diminuiu com o aumento velocidade. Para a velocidade de 0,02 m/s, o valor do

coeficiente de atrito para 40°C foi de 0,103 e para 100°C foi de 0,105. Para a velocidade

de 1,10 m/s, o seu valor para a temperatura de 40°C foi de 0,057 e para 100°C foi de

0,043. Já em relação à temperatura, para velocidades até 0,20 m/s, o coeficiente de atrito

para as duas temperaturas foi similar. Para velocidades maiores, o coeficiente de atrito a

40⁰C foi maior que para 100⁰C. A maior diferença foi de 0,015 para a velocidade de

0,60 m/s.

Apesar dos coeficientes de atrito terem variado com a temperatura, seus valores

foram sempre próximos. Este comportamento pode ser explicado pelo fato que estes são

óleos especiais para condições de trabalho extremas (cargas elevadas, ou seja, pressões

de Hertz acima de 1 GPa e altas temperaturas, na ordem de 100°C). Seu aditivo de

extrema pressão (EP) lhes dá a capacidade de trabalhar em condições de alta

temperatura e carga sem a perda de suas propriedades. Logo, o coeficiente de atrito não

é significativamente alterado quando se aumenta a temperatura e/ou a carga.

Para o óleo sintético, para todas as cargas, o valor do coeficiente de atrito a

100⁰C chegou a ser menor que a 40⁰C na maior parte dos casos.

4.1.1.2 Óleo A5

Na Figura 4.2 é apresentado o coeficiente de atrito em função da velocidade e

temperatura para o óleo A5 (óleo de base mineral com a maior viscosidade).

Page 75: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

64

0.000

0.020

0.040

0.060

0.080

0.100

0.120

0.140

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

Co

efi

cie

nte

de

Atr

ito

Velocidade [m/s]

98N

40C

100C

0.000

0.020

0.040

0.060

0.080

0.100

0.120

0.140

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

Co

efi

cie

nte

de

Atr

ito

Velocidade [m/s]

196N

40C

100C

0.000

0.020

0.040

0.060

0.080

0.100

0.120

0.140

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

Co

efi

cie

nte

de

Atr

ito

Velocidade [m/s]

392N

40C

100C

0.000

0.020

0.040

0.060

0.080

0.100

0.120

0.140

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

Co

efi

cie

nte

de

Atr

ito

Velocidade [m/s]

588N

40C

100C

Figura 4.2 – Coeficiente de atrito versus velocidade para o óleo A5 para a mesma carga

Na Figura 4.2 é observado que para a carga de 98N, tanto para a temperatura de

40⁰C quanto para a temperatura de 100⁰C, o valor do coeficiente de atrito é

aproximadamente de 0,010 para as velocidades até 0,30 m/s. Ele começa a aumentar a

partir da velocidade de 0,40 m/s, chegando até 0,095 para 40°C e 0,097 para 100°C na

maior velocidade de teste. Para as duas temperaturas, os coeficientes de atrito são

aproximadamente iguais para as mesmas velocidades.

Para a carga de 196N, o valor do coeficiente de atrito não sofreu muita alteração

com o aumento da velocidade. Ele começou mais alto, com um valor de 0,043 para

40°C e 0,055 para 100°C. Depois chegou a um valor mínimo, 0,034 para 40°C e 0,043

para 100°C para a velocidade de 0,40 m/s. Para as velocidades maiores, voltou a

aumentar e ultrapassou os valores encontrados para as velocidades menores. Na

velocidade de 1,00 m/s, o valor do coeficiente de atrito alcançado foi de 0,068 para a

Page 76: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

65

temperatura de 40°C e 0,067 para 100°C. Com relação à temperatura, o valor do

coeficiente de atrito a 40⁰C foi menor que a 100⁰C até a velocidade de 0,80 m/s, a maior

diferença foi de 0,012. Após esta velocidade, os valores do coeficiente de atrito se

tornaram aproximadamente iguais para as ambas as temperaturas.

Para a carga de 392N, o coeficiente de atrito foi menor para as velocidades mais

baixas, 0,087 para 40°C e 0,094 para 100°C para a velocidade de 0,02 m/s. Com o

aumento da velocidade, este valor foi diminuindo, alcançando o valor de 0,058 para

40°C e 0,048 para 100°C para a velocidade de 1,00 m/s. Após isso, apresentou uma

tendência ao aumento do coeficiente de atrito com o aumento da velocidade, chegando a

0,065 para 40°C e 0,066 para 100°C no final do teste. Porém, o coeficiente de atrito

para as menores velocidades foram maiores que para as velocidades mais altas. Já em

relação às temperaturas, os valores dos coeficientes de atrito ora foram maiores para

40⁰C, ora foram maiores para 100⁰C, mas sempre com valores bem próximos, a maior

diferença foi de 0,008.

Para a carga de 588N, o valor do coeficiente de atrito foi sempre diminuindo

com o aumento da velocidade para as duas temperaturas. O valor do coeficiente de

atrito caiu de 0,100 para 0,047 para a temperatura de 40°C e de 0,101 para 0,044 para

100°C. Em relação à temperatura, entre as velocidades de 0,20 m/s e 1,00 m/s, o

coeficiente de atrito a 100⁰C foi menor que a 40⁰C, a maior diferença foi de 0,024 para

a velocidade de 0,40 m/s. Para as demais velocidades, estes valores foram

aproximadamente iguais.

Para o óleo mineral com maior viscosidade, para as cargas mais baixas os

coeficientes de atrito para ambas as temperaturas foram aproximadamente iguais. Com

o aumento da carga estes valores foram se distanciando, tornando os valores dos

Page 77: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

66

coeficientes de atrito para a temperatura de 100°C menores que para a temperatura de

40°C. Porém esta diferença de valores não se mostrou muito significativa. Este

comportamento pode ser explicado também pela presença do aditivo EP.

4.1.1.3 Óleo B2

Na Figura 4.3 é mostrado o comportamento do coeficiente de atrito em função

da velocidade e temperatura para o óleo B2 (óleo de base mineral com menor

viscosidade).

0.000

0.020

0.040

0.060

0.080

0.100

0.120

0.140

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

Co

efi

cie

nte

de

Atr

ito

Velocidade [m/s]

98N

40C

100C

0.000

0.020

0.040

0.060

0.080

0.100

0.120

0.140

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

Co

efi

cie

nte

de

Atr

ito

Velocidade [m/s]

196N

40C

100C

0.000

0.020

0.040

0.060

0.080

0.100

0.120

0.140

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

Co

efi

cie

nte

de

Atr

ito

Velocidade [m/s]

392N

40C

100C

0.000

0.020

0.040

0.060

0.080

0.100

0.120

0.140

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

Co

efi

cie

nte

de

Atr

ito

Velocidade [m/s]

588N

40C

100C

Figura 4.3 – Coeficiente de atrito versus velocidade para o óleo B2 para a mesma carga

Pode ser observado na Figura 4.3 que o coeficiente de atrito para a carga de 98N

aumentou a partir da velocidade de 0,60 m/s para ambas as temperaturas, variou de

0,041 para 0,073 para a temperatura de 40°C e de 0,044 para 0,084 para 100°C.

Page 78: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

67

Também é possível observar que os coeficientes de atrito para a temperatura de 100⁰C

foram sempre maiores que para a temperatura de 40⁰C para todas as velocidades. A

diferença foi da ordem de 0,008.

Já para a carga de 196N, o coeficiente de atrito começou com um valor mais alto

para as velocidades mais baixas, para a velocidade de 0,05 m/s apresentou um valor de

0,068 para 40°C e 0,055 para 100°C. Depois chegou a um valor mínimo para as

velocidades intermediárias, atingiu um valor de 0,056 para 40°C e 0,046 para 100°C

para a velocidade de 0,40 m/s. Para velocidades maiores, o valor do coeficiente de atrito

aumentou, chegando a 0,102 para 40°C e 0,079 para 100°C na velocidade de 1,00 m/s.

Com relação às temperaturas, o valor do coeficiente de atrito para 40⁰C foi sempre

maior que para 100⁰C, na ordem de 0,014.

Para a carga de 392N, o valor do coeficiente de atrito diminuiu com o aumento

da velocidade. Para a temperatura de 40°C, o atrito variou de 0,083 para 0,045, já para a

temperatura de 100°C, o valor variou de 0,084 para 0,039. Os valores do coeficiente de

atrito para as diferentes temperaturas foram próximos para todas as velocidades na

ordem de 0,006, sendo que estes valores foram sempre menores para a temperatura de

100°C.

Finalmente para a carga de 588N, o comportamento do coeficiente de atrito em

relação à velocidade foi semelhante ao comportamento para a carga de 392N. O valor

do atrito foi decaindo com o aumento da velocidade, porém para a carga de 588N este

decaimento foi mais acentuado. Para a temperatura de 40°C, este valor variou de 0,106

para 0,054, já para a temperatura de 100°C, variou de 0,093 para 0,044. Em relação à

temperatura, para 100⁰C o coeficiente de atrito foi sempre menor que para 40⁰C na

ordem de 0,016.

Page 79: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

68

Para o óleo mineral com menor viscosidade, para a carga mais baixa, 98N, os

coeficientes de atrito para a temperatura de 40⁰C foram menores que para 100⁰C. Para

as demais cargas, este comportamento foi invertido (o coeficiente de atrito a 100⁰C se

tornou mais baixo para as mesmas velocidades). Este comportamento é devido ao fato

da presença do aditivo de extrema pressão.

4.1.1.4 – Óleo B2A

Na Figura 4.4 são apresentados os resultados do coeficiente de atrito em função

da velocidade e temperatura para o óleo B2A (óleo de base mineral com menor

viscosidade e sem a presença do modificador de atrito).

0.000

0.020

0.040

0.060

0.080

0.100

0.120

0.140

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

Co

efi

cie

nte

de

Atr

ito

Velocidade [m/s]

98N

40C

100C

0.000

0.020

0.040

0.060

0.080

0.100

0.120

0.140

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

Co

efi

cie

nte

de

Atr

ito

Velocidade [m/s]

196N

40C

100C

0.000

0.020

0.040

0.060

0.080

0.100

0.120

0.140

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

Co

efi

cie

nte

de

Atr

ito

Velocidade [m/s]

392N

40C

100C

0.000

0.020

0.040

0.060

0.080

0.100

0.120

0.140

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

Co

efi

cie

nte

de

Atr

ito

Velocidade [m/s]

588N

40C

100C

Figura 4.4 – Coeficiente de atrito versus velocidade para o óleo B2A para a mesma

carga

Page 80: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

69

De acordo com a Figura 4.4, para a carga de 98N, o coeficiente de atrito

começou com um determinado valor para as velocidades mais baixas. Para a velocidade

de 0,02 m/s, o valor do coeficiente de atrito para a temperatura de 40°C foi de 0,047 e

para a temperatura de 100°C foi de 0,062. Este valor decaiu, chegando a um mínimo

com o aumento das velocidades. Ele chegou a 0,037 para 40°C e velocidade de 0,30 m/s

e a 0,034 para 100°C e velocidade de 0,40 m/s. Após isso, começou a aumentar de

maneira rápida com o aumento da velocidade, chegando a 0,143 para 40°C e 0,132 para

100°C na maior velocidade. Para as velocidades até 0,30 m/s, o valor do coeficiente de

atrito para a temperatura de 40⁰C foi menor, para a velocidade de 0,20 m/s esta

diferença chegou a 0,020. Depois, com o aumento da velocidade, estes valores se

tornaram aproximadamente iguais para as duas temperaturas de teste.

Para a carga de 196N, o coeficiente de atrito começou com um valor mais alto

para as menores velocidades. Para a velocidade de 0,02 m/s, o valor do coeficiente de

atrito foi de 0,085 para 40°C e de 0,081 para 100°C. Posteriormente chegou a um valor

mínimo para as velocidades intermediárias, atingiu o valor de 0,048 para 40°C e 0,043

para 100°C para a velocidade de 0,60 m/s. Para velocidades maiores, o valor do

coeficiente de atrito aumentou novamente chegando a valores próximos aos primeiros,

alcançou 0,074 para 40°C e 0,079 para 100°C para a maior velocidade. Em relação à

temperatura, os valores dos coeficientes de atrito foram aproximadamente iguais para

ambas as temperaturas, com diferença na ordem de 0,007. Ora os valores dos

coeficientes de atrito foram maiores para 40°C, ora foram maiores para a temperatura de

100°C.

Para a carga de 392N, o coeficiente de atrito foi diminuindo com o aumento da

velocidade até 0,60 m/s. Decaiu de 0,106 para 0,041 para 40°C e de 0,117 para 0,042

para 100°C. A partir daí, os valores começaram a ser aproximadamente constantes. O

Page 81: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

70

comportamento para as diferentes temperaturas seguiu o mesmo comportamento que

para a carga de 98N. Para as velocidades mais baixas, até 0,10 m/s, o valor do

coeficiente de atrito para a temperatura de 40⁰C foi menor, a diferença chegou a 0,017

para a velocidade de 0,05 m/s. A partir daí, os valores ficaram próximos para ambas as

temperaturas.

Para a carga de 588N e temperatura de 40⁰C, o valor do coeficiente de atrito foi

diminuindo suavemente com o aumento da velocidade. Ele começou com um valor de

0,097 para a menor velocidade e chegou a 0,047 para a maior velocidade. Já para a

temperatura de 100⁰C, o coeficiente de atrito começou com o valor de 0,120 para a

velocidade de 0,02 m/s e diminuiu abruptamente na velocidade de 0,20 m/s, chegando a

0,077. A partir daí, começou a diminuir suavemente. Para a temperatura de 100⁰C o

coeficiente de atrito foi maior que a 40⁰C até a velocidade de 0,10 m/s, chegando a

diferença de 0,029. Após isso, os coeficientes de atrito a 40⁰C se tornaram maiores, com

diferença na ordem de 0,015.

Para o óleo mineral com a menor viscosidade e sem a presença de modificador

de atrito, os valores dos coeficientes de atrito a 40⁰C foram menores até determinada

velocidade. A partir daí, os valores para as duas temperaturas se tornaram aproximados,

com exceção da maior carga (588N) que possuiu menores coeficientes de atrito para a

temperatura de 100⁰C nas velocidades mais altas. Este comportamento, assim como

para os outros óleos, pode ser explicado pela presença do aditivo de extrema pressão.

Page 82: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

71

4.1.2 Influência da Carga no Coeficiente de Atrito

4.1.2.1 Óleo A1

Na Figura 4.5 é mostrado o comportamento do coeficiente de atrito para todas as

cargas de teste para o óleo A1 (óleo de base sintética) a temperatura de 40⁰C. É possível

observar que para todas as cargas, o valor do coeficiente de atrito diminuiu com o

aumento da velocidade entre 0,20 m/s e 0,40 m/s. Após isso, os coeficientes de atrito

para as cargas de 392N e 588N continuaram a diminuir, mas para as outras cargas (98N

e 196N), o coeficiente de atrito começou a aumentar com a velocidade. Para as menores

velocidades, os maiores valores de coeficiente de atrito encontrados foram para a carga

de 588N. Para a velocidade de 0,02 m/s, o coeficiente de atrito encontrado para a maior

carga foi de 0,103, contra 0,064 para 98N, 0,047 para 196N e 0,082 para 392N. Já para

as maiores velocidades, o coeficiente de atrito se tornou alto para a carga de 98N (a

menor carga) chegando a 0,130 para a velocidade de 1,00 m/s. Os coeficientes de atrito

para as cargas de 196N, 392N e 588N se aproximaram do mesmo valor para esta mesma

velocidade, 0,050, 0,049 e 0,051 respectivamente.

0.0000

0.0200

0.0400

0.0600

0.0800

0.1000

0.1200

0.1400

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

Co

efi

cie

nte

de

Atr

ito

Velocidade [m/s]

40C

98N

196N

392N

588N

Figura 4.5 – Coeficiente de atrito versus velocidade para o óleo A1 para as diferentes

cargas e temperatura de 40°C

Page 83: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

72

Na Figura 4.6 são apresentados os valores dos coeficientes de atrito para o óleo

A1 para a temperatura de 100⁰C em todas as cargas de teste. A partir do gráfico é

possível ver que o comportamento em relação às cargas foi o mesmo que para a

temperatura de 40⁰C. É possível observar que para todas as cargas, o valor do

coeficiente de atrito diminuiu com o aumento da velocidade até 0,30 m/s. Após isso, os

coeficientes de atrito para as cargas de 392N e 588N continuaram a diminuir, mas para

as outras cargas (98N e 196N), o coeficiente de atrito começou a aumentar com a

velocidade. Para as menores velocidades, os maiores valores de coeficiente de atrito

encontrados foram para a carga de 588N. Para a velocidade de 0,02 m/s, o coeficiente

de atrito encontrado para a maior carga foi de 0,105, contra 0,079 para 98N, 0,037 para

196N e 0,087 para 392N. Já para as maiores velocidades, o coeficiente de atrito se

tornou alto para a carga de 98N (a menor carga) chegando a 0,132 para a velocidade de

1,00 m/s. Os coeficientes de atrito para as cargas de 196N, 392N e 588N se

aproximaram do mesmo valor para esta mesma velocidade, 0,041, 0,045 e 0,042

respectivamente.

0.0000

0.0200

0.0400

0.0600

0.0800

0.1000

0.1200

0.1400

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

Co

efi

cie

nte

de

Atr

ito

Velocidade [m/s]

100C

98N

196N

392N

588N

Figura 4.6 – Coeficiente de atrito versus velocidade para o óleo A1 para as diferentes

cargas e temperatura de 100°C

Page 84: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

73

4.1.2.2 Óleo A5

Na Figura 4.7 são representados os resultados obtidos para os coeficientes de

atrito para o óleo A5 (óleo de base mineral com a maior viscosidade) em todas as cargas

de teste a temperatura de 40⁰C. É possível observar que os coeficientes de atrito para as

menores cargas (98N e 196N) possuíram uma tendência ao aumento do seu valor com o

aumento da velocidade e que os coeficientes de atrito para as maiores cargas (392N e

588N) possuíram uma tendência à diminuição do seu valor com o aumento da

velocidade. Para as velocidades até 0,60 m/s, os coeficientes de atrito eram menores

para a menor carga e assim sucessivamente. Após esta velocidade, os coeficientes de

atrito para as diferentes cargas se encontraram e posteriormente, com a maior

velocidade, os valores se inverteram. O valor do coeficiente de atrito para 98N variou de

0,009 para 0,095, para a carga de 196N variou de 0,043 para 0,066, para 392N variou de

0,087 para 0,065 e para a carga de 588N, variou de 0,100 para 0,047. Para a maior

velocidade, o maior valor de coeficiente de atrito foi encontrado para a menor carga

(98N), o menor coeficiente de atrito foi encontrado para a maior carga (588N), já para

as cargas intermediárias (196N e 392N), o valor do coeficiente de atrito foi

aproximadamente igual.

0.000

0.020

0.040

0.060

0.080

0.100

0.120

0.140

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

Co

efi

cie

nte

de

Atr

ito

Velocidade [m/s]

40C

98N

196N

392N

588N

Figura 4.7 – Coeficiente de atrito versus velocidade para o óleo A5 para as diferentes

cargas e temperatura de 40°C

Page 85: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

74

Na Figura 4.8 são evidenciados os resultados obtidos para o óleo A5 para a

temperatura de 100⁰C em todas as cargas de teste. Os resultados foram semelhantes aos

encontrados para a temperatura de 40⁰C para o mesmo óleo lubrificante. É possível

observar que os coeficientes de atrito para as menores cargas (98N e 196N) possuíram

uma tendência ao aumento do seu valor com o aumento da velocidade e que os

coeficientes de atrito para as maiores cargas (392N e 588N) possuíram uma tendência à

diminuição do seu valor com o aumento da velocidade. O valor do coeficiente de atrito

para 98N variou de 0,007 para 0,097, para a carga de 196N variou de 0,055 para 0,065,

para 392N variou de 0,094 para 0,066 e para a carga de 588N, variou de 0,101 para

0,044. Para a maior velocidade, o maior valor de coeficiente de atrito foi encontrado

para a menor carga (98N), o menor coeficiente de atrito foi encontrado para a maior

carga (588N), já para as cargas intermediárias (196N e 392N), o valor do coeficiente de

atrito foi aproximadamente igual.

0.000

0.020

0.040

0.060

0.080

0.100

0.120

0.140

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

Co

efi

cie

nte

de

Atr

ito

Velocidade [m/s]

100C

98N

196N

392N

588N

Figura 4.8 – Coeficiente de atrito versus velocidade para o óleo A5 para as diferentes

cargas e temperatura de 100°C

Page 86: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

75

4.1.2.3 Óleo B2

Na Figura 4.9 é mostrado o comportamento do coeficiente de atrito para o óleo

lubrificante B2 (óleo de base mineral com menor viscosidade) a temperatura de 40°C

para todas as cargas de teste. É possível observar que as menores cargas (98N e 196N)

possuíram uma tendência ao aumento do coeficiente de atrito com o aumento da

velocidade, já as maiores cargas (392N e 588N) tiveram uma tendência à diminuição do

atrito com o aumento da velocidade. Para as velocidades mais baixas, o menor

coeficiente de atrito foi obtido para a menor carga e assim sucessivamente. Para a

velocidade de 0,02 m/s, o valor do coeficiente de atrito foi de 0,037 para a carga de

98N, 0,066 para 196N, 0,083 para a carga de 392N e 0,106 para 588N. Já para as

maiores velocidades, para os dois pares de carga que possuíram o mesmo

comportamento, (98N e 196N aumentaram o coeficiente de atrito e 392N e 588N

diminuíram o coeficiente de atrito com o aumento da velocidade) a carga que possuiu o

maior valor do coeficiente de atrito foi a maior carga, ou seja, a carga de 196N

apresentou coeficiente de atrito igual a 0,093 enquanto a carga de 98N possuiu

coeficiente de atrito igual a 0,060, já a carga de 588N possuiu atrito igual a 0,054

enquanto a carga de 392N possuiu um valor de coeficiente de atrito igual a 0,045.

0.000

0.020

0.040

0.060

0.080

0.100

0.120

0.140

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

Co

efi

cie

nte

de

Atr

ito

Velocidade [m/s]

40C

98N

196N

392N

588N

Figura 4.9 – Coeficiente de atrito versus velocidade para o óleo B2 para as diferentes

cargas e temperatura de 40°C

Page 87: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

76

Na Figura 4.10 é apresentado o comportamento do coeficiente de atrito para o

óleo B2 para a temperatura de 100⁰C e todas as cargas de teste. O comportamento do

coeficiente de atrito foi semelhante à temperatura de 40⁰C. Entretanto tanto os valores

dos coeficientes de atrito para 98N e 196N quanto para 392N e 588N foram mais

próximos para as velocidades mais baixas. Para a velocidade de 0,02 m/s, o valor do

coeficiente de atrito para a carga de 98N foi 0,044, para 196N foi 0,054, para a carga de

392N foi 0,084 e para 588N foi 0,093. Para velocidades mais altas, o coeficiente de

atrito para a carga de 98N se apresentou maior que para a carga de 196N,

diferentemente do acontecido para a temperatura de 40⁰C. Os valores dos coeficientes

de atrito para a velocidade de 1,10 m/s e as cargas de 98N, 196N, 392N e 588N foram

0,066, 0,058, 0,039 e 0,044, respectivamente.

0.000

0.020

0.040

0.060

0.080

0.100

0.120

0.140

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

Co

efi

cie

nte

de

Atr

ito

Velocidade [m/s]

100C

98N

196N

392N

588N

Figura 4.10 – Coeficiente de atrito versus velocidade para o óleo B2 para as diferentes

cargas e temperatura de 100°C

4.1.2.4 Óleo B2A

Na Figura 4.11 são apresentados os resultados dos coeficientes de atrito para o

óleo B2A (óleo de base mineral com menor viscosidade e sem a presença do

modificador de atrito) a temperatura de 40⁰C para todas as cargas de teste. É mostrado

Page 88: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

77

que para as cargas de 98N e 196N, os coeficientes de atrito começaram com um

determinado valor, com o aumento da velocidade, chegaram a um mínimo e depois

aumentaram novamente. Já para as cargas de 392N e 588N, os valores dos coeficientes

de atrito diminuíram com o aumento da velocidade. Para as velocidades mais baixas, o

maior coeficiente de atrito encontrado foi para a carga de 392N, seguido da carga de

588N, depois 196N e por último 98N. Para a velocidade de 0,02 m/s estes valores foram

0,106 para 392N, 0,097 para 588N, 0,085 para 196N e 0,047 para a carga de 98N. Para

as velocidades mais altas, o maior coeficiente de atrito conseguido foi para a carga de

98N, seguido da carga de 196N e depois para as cargas de 392N e 588N com valores

aproximadamente iguais. Para a velocidade de 1,10 m/s, estes valores formam 0,143

para 98N, 0,074 para 196N, 0,044 para a carga de 392N e 0,047 para 588N. Para todas

as velocidades de teste, os coeficientes de atrito para as cargas de 196N, 392N e 588N

ficaram próximas. Já para a carga de 98N, os valores dos coeficientes de atrito se

apresentaram muito menores para a menor velocidade e muito maiores para velocidades

mais altas.

0.000

0.020

0.040

0.060

0.080

0.100

0.120

0.140

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

Co

efi

cie

nte

de

Atr

ito

Velocidade [m/s]

40C

98N

196N

392N

588N

Figura 4.11 – Coeficiente de atrito versus velocidade para o óleo B2A para as diferentes

cargas e temperatura de 40°C

Page 89: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

78

Na Figura 4.12 são mostrados os resultados dos coeficientes de atrito para o óleo

B2A para a temperatura de 100⁰C em todas as cargas de teste. Para as menores

velocidades, o menor coeficiente de atrito foi observado para a carga de 98N e este

valor aumentou com o aumento da carga. Para a velocidade de 0,02 m/s, o valor do

coeficiente de atrito foi de 0,062 para a carga de 98N, 0,081 para 196N, 0,117 para

392N e 0,120 para a carga de 588N. Para as velocidades mais altas, o comportamento

foi o contrário, o maior valor do coeficiente de atrito foi encontrado para a carga de 98N

e este diminuiu com o aumento da carga. Para a maior velocidade, o valor do

coeficiente de atrito encontrado foi de 0,132 para 98N, 0,079 para a carga de 196N,

0,047 para 392N e 0,039 para a carga de 588N.

0.000

0.020

0.040

0.060

0.080

0.100

0.120

0.140

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

Co

efi

cie

nte

de

Atr

ito

Velocidade [m/s]

100C

98N

196N

392N

588N

Figura 4.12 – Coeficiente de atrito versus velocidade para o óleo B2A para as diferentes

cargas e temperatura de 100°C

4.1.3 Influência do Tipo de Óleo no Coeficiente de Atrito

Nesta seção será apresentada a influência do tipo de óleo lubrificante no

coeficiente de atrito.

Page 90: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

79

4.1.3.1 Temperatura de 40⁰C

Na Figura 4.13 são apresentados os valores dos coeficientes de atrito para os

quatro óleos de teste a temperatura de 40⁰C e carga de 98N. O comportamento geral

para todos os óleos foi o aumento do coeficiente de atrito com a velocidade. Quanto

maior a viscosidade, menor foi o coeficiente de atrito para a mesma velocidade. O óleo

A5 possui a maior viscosidade, seguido dos óleos B2 e B2A que possuem viscosidades

aproximadamente iguais. A menor viscosidade é a do óleo A1. Para a velocidade de

0,05 m/s o valor do coeficiente de atrito encontrado foi de 0,011 para o óleo A5, 0,039

para o B2, 0,047 para o óleo B2A e 0,073 para o A1. Já para a velocidade de 1,00 m/s, o

valor encontrado foi de 0,072 para o A5, 0,082 para o óleo B2, 0,118 para o B2A e

0,130 para o óleo A1. Para a velocidade mais alta, 1,1 m/s, houve uma mudança no

comportamento dos óleos, enquanto os valores dos coeficientes de atrito para os óleos

A5 e B2A continuaram a aumentar com o aumento da velocidade, os valores para os

óleos A1 e B2 tiveram um comportamento oposto. Este comportamento pode ter

ocorrido, pois com esta carga mais baixa e velocidade mais alta, a máquina possuía

vibração entre a célula da obtenção dos dados e a cuba de teste oriunda da rotação. Isso

pode ter interferido nos resultados dos testes. Em relação à presença e ausência de

modificador de atrito, até a velocidade de 0,60 m/s os óleos com a mesma viscosidade

possuíram aproximadamente o mesmo valor de coeficiente de atrito. Na velocidade de

0,60 m/s, o óleo B2 possuiu valor de coeficiente de atrito igual a 0,073, enquanto o óleo

B2A possuiu o valor de 0,071. A partir daí, o óleo com a ausência de modificador de

atrito possuiu valores de coeficientes de atrito mais altos. Já para a velocidade de 0,80

m/s, o óleo B2 teve um valor de atrito de 0,065, enquanto o B2A apresentou um valor

de 0,109.

Page 91: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

80

0.000

0.020

0.040

0.060

0.080

0.100

0.120

0.140

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

Co

efi

cie

nte

de

Atr

ito

Velocidade [m/s]

A1

A5

B2

B2A

Figura 4.13 – Coeficientes de atrito para os diferentes óleos, carga de 98N e temperatura

de 40°C

Na Figura 4.14 é mostrado o comportamento do coeficiente de atrito para todos

os óleos para a temperatura de 40⁰C e carga de 196N. O óleo sintético (A1) se tornou

mais eficiente para a carga de 196N. O óleo mineral de maior viscosidade (A5) possuiu

valores de coeficiente de atrito similares aos do óleo sintético com menor viscosidade

até a velocidade de 0,40 m/s. Para esta velocidade o óleo A1 apresentou coeficiente de

atrito igual a 0,035, enquanto o óleo A5 apresentou um valor de 0,034. A partir daí, o

óleo A1 se tornou mais eficiente. Para a velocidade de 1,10 m/s, o valor do atrito foi de

0,052 para o óleo A1 e 0,066 para o óleo A5. Com relação à presença e ausência do

modificador de atrito, o óleo com modificador de atrito (B2) foi mais eficiente que o

óleo sem modificador de atrito (B2A) até a velocidade de 0,40 m/s, apresentando

coeficiente de atrito de 0,056 contra 0,058 para o óleo B2A. Após isso, o óleo B2A

apresentou coeficientes de atrito menores que o óleo B2. Na velocidade de 1,10 m/s o

óleo B2A possuiu coeficiente de atrito de 0,074 e o B2 de 0,093.

Page 92: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

81

0.000

0.020

0.040

0.060

0.080

0.100

0.120

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

Co

efi

cie

nte

de

Atr

ito

Velocidade [m/s]

A1

A5

B2

B2A

Figura 4.14 – Coeficientes de atrito para os diferentes óleos, carga de 196N e

temperatura de 40°C

Na Figura 4.15 são mostrados os resultados obtidos para a carga de 392N e

temperatura de 40⁰C para todos os óleos lubrificantes. Para as cargas mais altas, os

óleos com modificador de atrito possuíram valores de coeficiente de atrito próximos

independentemente da sua natureza e da sua viscosidade. O óleo com mineral com a

maior viscosidade (A5) possuiu valores de atrito maiores. O óleo sintético (A1) possuiu

valores de coeficientes de atrito intermediários para as menores velocidades e menores

coeficientes de atrito para maiores velocidades. Já o óleo mineral com viscosidade

intermediária (B2), possuiu valores de coeficiente de atrito mais baixos para as

velocidades mais baixas e valores aproximadamente iguais ao óleo mineral de maior

viscosidade para velocidades mais altas. Para a velocidade de 0,40 m/s, o valor do

coeficiente de atrito foi de 0,057 para o óleo B2, 0,062 para o óleo A1 e 0,070 para o

óleo A5. Já para a velocidade de 0,80 m/s, o valor foi de 0,048 para o óleo A1, 0,056

para o óleo B2 e 0,058 para o óleo A5. Como esperado, o óleo sem modificador de

atrito (B2A) possuiu valores de coeficiente de atrito bem mais altos para as menores

Page 93: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

82

velocidades que os demais óleos com modificador de atrito. Entretanto, para

velocidades a partir de 0,60 m/s, o óleo sem modificador de atrito possuiu valores de

coeficientes de atrito menores que os demais. Ele possuiu um valor de coeficiente de

atrito de 0,106 para a velocidade de 0,02 m/s e 0,038 para 0,80 m/s.

0.000

0.020

0.040

0.060

0.080

0.100

0.120

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

Co

efi

cie

nte

de

Atr

ito

Velocidade [m/s]

A1

A5

B2

B2A

Figura 4.15 – Coeficientes de atrito para os diferentes óleos, carga de 392N e

temperatura de 40°C

Na Figura 4.16 são apresentados os resultados dos coeficientes de atrito para a

temperatura de 40⁰C e carga de 588N para todos os óleos lubrificantes. Assim como

para a carga de 392N, para a carga de 588N, os coeficientes de atrito para os óleos

possuíram aproximadamente o mesmo valor independentemente do tipo de óleo e da

viscosidade. Com esta maior carga, os valores ainda se tornaram mais próximos que

para a carga anterior. Na velocidade de 0,60 m/s o valor do coeficiente de atrito foi de

0,065 para o óleo A1, 0,067 para o A5 e 0,068 para o óleo B2. Para o óleo sem

modificador de atrito (B2A), para velocidades até 0,10 m/s e acima de 1,00 m/s, ele

possuiu valores de coeficientes de atrito menores que o óleo sintético (A1) e que o óleo

com a mesma viscosidade que a sua, mas com o aditivo de modificador de atrito (B2).

Page 94: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

83

Na velocidade de 0,05 m/s, o óleo B2A possuiu coeficiente de atrito igual a 0,097

contra 0,098 do óleo A1 e 0,103 do óleo B2. Já na velocidade de 1,10 m/s, ele possuiu

valor de atrito igual a 0,047 contra 0,057 do óleo A1 e 0,054 do óleo B2. Para as

velocidades intermediárias, ele possuiu coeficientes de atrito menores que os demais

óleos. Na velocidade de 0,60 m/s, o óleo B2A possuiu um valor de coeficiente de atrito

igual a 0,055.

0.000

0.020

0.040

0.060

0.080

0.100

0.120

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

Co

efi

cie

nte

de

Atr

ito

Velocidade [m/s]

A1

A5

B2

B2A

Figura 4.16 – Coeficientes de atrito para os diferentes óleos, carga de 588N e

temperatura de 40°C

4.1.3.2 Temperatura de 100⁰C

Na Figura 4.17 são apresentados os resultados dos coeficientes de atrito para a

temperatura de 100⁰C e carga de 98N para os quatro óleos de teste. Os resultados para a

temperatura de 100⁰C não são tão lineares quanto para a temperatura de 40⁰C, pois para

esta temperatura há uma grande variação nos seus valores durante o teste. Para os testes

a temperatura de 40⁰C, a temperatura do banho aumentou no começo e/ou no final de

cada teste. Já para os testes a temperatura de 100⁰C, seus valores oscilaram durante todo

o teste.

Page 95: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

84

Pela Figura 4.17 é possível observar que para estas condições de teste, assim

como para a temperatura de 40°C, os valores de coeficiente de atrito aumentaram com o

aumento da velocidade. O óleo mineral com a maior viscosidade (A5) possuiu o menor

coeficiente de atrito em relação aos outros óleos. O óleo sintético (A1), agora com a

viscosidade aproximadamente igual a do óleo mineral (A5), possuiu o maior coeficiente

de atrito em relação aos demais óleos para a maioria das velocidades. Os óleos minerais

com a viscosidade mais baixa (B2 e B2A) possuíram coeficientes de atrito

intermediários. Para a velocidade de 0,02 m/s, o óleo A5 possui um valor de coeficiente

de atrito de 0,007, o óleo B2 de 0,044, o B2A de 0,062 e o óleo A1 de 0,079. Já para a

velocidade de 1,00 m/s, os valores de coeficiente de atrito foram: 0,067 para o óleo A5,

0,092 para o óleo B2, 0,118 para o B2A e 0,132 para o óleo A1. O comportamento dos

resultados para a velocidade de 1,10 m/s foi similar ao ocorrido para a temperatura de

40⁰C. As alterações nos coeficientes de atrito podem ter ocorrido devido à vibração

entre a célula da obtenção dos dados e a cuba de teste no tribômetro oriunda da rotação.

Com relação à presença e ausência de modificador de atrito, o óleo lubrificante com

modificador de atrito (B2) foi mais eficiente para a maioria das velocidades. Porém,

para as velocidades entre 0,30 m/s e 0,60 m/s o coeficiente de atrito para o óleo sem

modificador de atrito (B2A) foi menor que para o óleo B2. A maior diferença foi de

0,012 para a velocidade de 0,60 m/s.

Page 96: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

85

0.000

0.020

0.040

0.060

0.080

0.100

0.120

0.140

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

Co

efi

cie

nte

de

Atr

ito

Velocidade [m/s]

A1

A5

B2

B2A

Figura 4.17 – Coeficientes de atrito para os diferentes óleos, carga de 98N e temperatura

de 100°C

Na Figura 4.18 são mostrados os valores dos coeficientes de atrito para a

temperatura de 100⁰C, com carga de 196N, para os quatro óleos lubrificantes de teste.

Para esta carga, o óleo sintético (A1) foi o mais eficiente, ou seja, possuiu o menor

coeficiente de atrito para todas as velocidades. Em relação aos óleos minerais, a

viscosidade foi determinante para o coeficiente de atrito. O óleo com a maior

viscosidade (A5) possuiu menor coeficiente de atrito em relação ao óleo B2. Para a

velocidade de 0,05 m/s, o valor de coeficiente de atrito foi de 0,037 para o óleo A1,

0,052 para o óleo A5 e 0,055 para o óleo B2. Já para a velocidade de 1,00 m/s, os

valores foram: 0,041 para o óleo A1, 0,067 para o A5 e 0,079 para o óleo B2. Em

relação à presença do modificador de atrito, o óleo sem modificador de atrito (B2A)

possuiu um maior valor de coeficiente de atrito até a velocidade de 0,40 m/s. Para a

velocidade de 0,05 m/s, ele possuiu um atrito igual a 0,085. A partir daí, seus valores se

aproximaram dos valores obtidos para o óleo A5, ou seja, menores do que os valores

Page 97: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

86

obtidos para o óleo com sua mesma viscosidade e com modificador de atrito. Para a

velocidade de 1,00 m/s, ele possuiu um valor de atrito igual a 0,065.

0.0000

0.0200

0.0400

0.0600

0.0800

0.1000

0.1200

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

Co

efi

cie

nte

de

Atr

ito

Velocidade [m/s]

A1

A5

B2

B2A

Figura 4.18 – Coeficientes de atrito para os diferentes óleos, carga de 196N e

temperatura de 100°C

Na Figura 4.19 são apresentados os resultados dos coeficientes de atrito para a

temperatura de 100⁰C e carga de 392N para todos os óleos. Assim como para a

temperatura de 40⁰C, os valores dos coeficientes de atrito foram próximos

independentemente da natureza do óleo e da viscosidade. Neste caso, o óleo sintético

(A1) e o óleo mineral com a menor viscosidade (B2) possuíram valores de coeficientes

de atrito semelhantes e menores que os do óleo mineral de maior viscosidade (A5). Para

a velocidade de 0,05 m/s o valor do coeficiente de atrito foi de 0,078 para o óleo A1,

0,076 para o óleo B2 e 0,085 para o A5. Para a velocidade de 1,00 m/s, os valores de

coeficiente de atrito foram: 0,045 para o óleo A1, 0,043 para o B2 e 0,048 para o óleo

A5. Já o óleo sem a presença de modificador de atrito (B2A) possuiu valores mais altos

de coeficiente de atrito para as velocidades até 0,30 m/s. Para a velocidade de 0,05 m/s,

o valor do atrito foi de 0,118. A partir daí, seus valores se aproximaram dos valores

Page 98: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

87

obtidos para A1 e B2, sendo até 0,005 menores que os valores para B2 entre as

velocidades de 0,40 m/s e 0,80 m/s. A partir daí, voltou a aumentar chegando ao valor

de 0,049 para a velocidade de 1,00 m/s.

0

0.02

0.04

0.06

0.08

0.1

0.12

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

Co

efi

cie

nte

de

Atr

ito

Velocidade [m/s]

A1

A5

B2

B2A

Figura 4.19 – Coeficientes de atrito para os diferentes óleos, carga de 392N e

temperatura de 100°C

Na Figura 4.20 são representados os valores dos coeficientes de atrito para a

temperatura de 100⁰C e carga de 588N para todos os óleos de teste. Os resultados para

os óleos com modificador de atrito possuem o mesmo comportamento que para a

temperatura mais baixa, os valores dos coeficientes de atrito foram próximos para todos

os óleos. Para a velocidade de 0,05 m/s o valor do coeficiente de atrito foi de 0,105 para

o óleo A1, 0,101 para o A5 e 0,093 para o óleo B2. Já para a velocidade de 1,00 m/s

estes valores foram: 0,043 para o óleo A1 e 0,044 para os óleos A5 e B2. Quanto ao

óleo sem modificador de atrito (B2A), ele possuiu valores de coeficientes de atrito bem

mais elevados para velocidades até 0,10 m/s que os demais, sendo 0,121 para a

velocidade de 0,05 m/s. Com o aumento da velocidade, seus valores se tornaram mais

Page 99: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

88

baixos que para os demais óleos. Para a velocidade de 0,40 m/s, esta diferença foi de

0,019 em relação ao óleo B2.

0.000

0.020

0.040

0.060

0.080

0.100

0.120

0.140

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

Co

efi

cie

nte

de

Atr

ito

Velocidade [m/s]

A1

A5

B2

B2A

Figura 4.20 – Coeficientes de atrito para os diferentes óleos, carga de 588N e

temperatura de 100°C

4.2 Resultados dos Coeficientes de Atrito em Relação ao Número de

Gumbel

Nesta seção será apresentado o comportamento do coeficiente de atrito em

relação ao Número de Gumbel para o óleo A1 (óleo de base mineral) para todas as

cargas de teste e para as duas temperaturas de teste. Os resultados para os demais óleos

se encontram no Apêndice B.

Na Figura 4.21 são apresentados os resultados do coeficiente de atrito em função

do Número de Gumbel e da temperatura para o óleo A1 para as cargas de teste

separadamente.

Page 100: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

89

0.0000

0.0200

0.0400

0.0600

0.0800

0.1000

0.1200

0.1400

0.E+00 1.E-07 2.E-07 3.E-07

Coe

ficie

nte

de A

trito

Número de Gumbel

98N

40C

100C

0.0000

0.0200

0.0400

0.0600

0.0800

0.1000

0.1200

0.1400

0.E+00 5.E-08 1.E-07 1.5E-07 2.E-07

Coe

ficie

nte

de A

trito

Número de Gumbel

196N

40C

100C

0.0000

0.0200

0.0400

0.0600

0.0800

0.1000

0.1200

0.1400

0.E+00 2.E-08 4.E-08 6.E-08 8.E-08 1.E-07

Coe

ficie

nte

de A

trito

Número de Gumbel

392N

40C

100C

0.0000

0.0200

0.0400

0.0600

0.0800

0.1000

0.1200

0.1400

0.E+00 2.E-08 4.E-08 6.E-08 8.E-08

Coe

ficie

nte

de A

trito

Número de Gumbel

588N

40C

100C

Figura 4.21 – Número de Gumbel versus coeficiente de atrito para o óleo A1 para a

mesma carga

Na Figura 4.21 é possível observar que para a carga de 98N, o valor do

coeficiente de atrito para as duas temperaturas começou com um valor mais alto, com o

aumento do Número de Gumbel, este valor caiu para um coeficiente de atrito mínimo.

Aumentando ainda mais o Número de Gumbel, este valor do atrito voltou a crescer e

ultrapassou os valores iniciais. Para as duas temperaturas, o comportamento encontrado

foi semelhante, porém em diferentes escalas, ou seja, para um mesmo Número de

Gumbel, o coeficiente de atrito foi diferente dependendo da temperatura. Para o Número

de Gumbel de ,105,4 8−⋅ o coeficiente de atrito foi da ordem de 0,065 para 40°C e 0,094

para 100°C.

Page 101: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

90

Para a carga de 196N, o valor do coeficiente de atrito começou com um

determinado valor, chegou a um valor mínimo e depois aumentou e chegou a um valor

de coeficiente de atrito próximo ao inicial. Em relação à temperatura, como para a carga

de 98N, o comportamento para as duas temperaturas foi semelhante, mas em diferentes

escalas. Porém, para o Número de Gumbel de ,100,3 8−⋅ o valor do coeficiente de atrito

para as duas temperaturas foi próximo. O valor foi de aproximadamente 0,038 para

40°C e 0,039 para 100°C. Este fato aconteceu, pois neste ponto, os valores dos

coeficientes de atrito para 40°C estavam com uma tendência à diminuição com o

aumento do Número de Gumbel e os coeficientes de atrito para 100°C estavam com

uma tendência ao aumento com o aumento do Número de Gumbel.

Já para a carga de 392N, o coeficiente de atrito diminuiu com o aumento do

Número de Gumbel para as duas temperaturas. Como observado para as cargas

anteriores, o comportamento para as duas temperaturas foi semelhante, a única

diferença foi a escala. Para o Número de Gumbel de ,100,2 8−⋅ o valor do coeficiente de

atrito foi de aproximadamente 0,072 para 40°C e 0,045 para 100°C.

Finalmente para a carga de 588N, o comportamento do coeficiente de atrito com

relação ao Número de Gumbel foi semelhante com o obtido para a carga de 392N. Mas

neste caso, a inclinação das curvas foi maior. O comportamento em relação às diferentes

temperaturas foi semelhante às demais cargas, para um mesmo Número de Gumbel, o

valor do coeficiente de atrito foi diferente para as diferentes temperaturas. Para o valor

do Número de Gumbel de ,104,1 8−⋅ o valor do atrito foi de aproximadamente 0,086 para

40°C e 0,042 para 100°C.

É possível concluir que dependendo da temperatura, para o mesmo Número de

Gumbel, o coeficiente de atrito apresenta valores diferentes. Para a mesma carga, o

Page 102: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

91

comportamento da curva para as duas temperaturas distintas foi semelhante, porém cada

uma possui uma escala distinta. Este comportamento também foi observado para os

demais óleos.

Na Figura 4.22 são apresentados os resultados comparando os coeficientes de

atrito para a mesma temperatura e as diferentes cargas.

0.0000

0.0200

0.0400

0.0600

0.0800

0.1000

0.1200

0.1400

0.E+00 5.E-08 1.E-07 1.5E-07 2.E-07 2.5E-07 3.E-07

Co

efi

cie

nte

de

Atr

ito

Número de Gumbel

40C

98N

196N

392N

588N

0.0000

0.0200

0.0400

0.0600

0.0800

0.1000

0.1200

0.1400

0.E+00 1.E-08 2.E-08 3.E-08 4.E-08 5.E-08 6.E-08

Co

efi

cie

nte

de

Atr

ito

Número de Gumbel

100C

98N

196N

392N

588N

Figura 4.22 – Número de Gumbel versus coeficiente de atrito para o óleo A1 para

diferentes cargas

Pela Figura 4.22 é observado que para a mesma temperatura e diferentes cargas,

apesar de existirem valores de coeficiente de atrito distintos para o mesmo Número de

Gumbel, a inclinação das curvas seguiu a mesma tendência para todas as cargas no

mesmo Número de Gumbel. Ou seja, para a temperatura de 40⁰C, as curvas para todas

as cargas apresentaram um comportamento decrescente até aproximadamente o valor de

7100,1 −⋅ e depois as curvas começaram a crescer, apesar de cada uma com sua própria

inclinação e diferentes coeficientes de atrito. Para a temperatura de 100⁰C, as curvas

para todas as cargas apresentaram um comportamento decrescente até aproximadamente

o valor de 8100,2 −⋅ e depois as curvas começaram a crescer. Esta tendência foi

observada também para os demais óleos.

Page 103: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

92

5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

5.1 Cálculo da Espessura de Filme

As variáveis presentes nas equações de espessura de filme são apresentadas em

parâmetros adimensionais conforme já mostrados nas equações 2.9, 2.10 e 2.11. Eles

estão representados abaixo:

,''

.RE

uU

µ=

,' 2RE

wW =

'.EG α=

O parâmetro W depende da carga aplicada. Na Tabela 5.1 são apresentados os

resultados de W para as cargas utilizadas nos testes.

Tabela 5.1 – Parâmetro W

Carga [N] W

98 1.72E-05

196 3.44E-05

392 6.88E-05

588 1.03E-04

Os parâmetros U e G dependem das propriedades do lubrificante como µ e α. Na

Tabela 5.2 são apresentados os resultados destes dois parâmetros para o óleo A1 (óleo

de base mineral) para as duas temperaturas de teste. Os resultados para os demais óleos

encontram-se no Apêndice C. Como já mencionado anteriormente, nos testes a 40⁰C os

valores da temperatura variaram entre 40⁰C e 55⁰C, já para os testes a 100⁰C, os valores

da temperatura variaram entre 95⁰C e 105⁰C. Na Tabela 5.2 os valores estão

Page 104: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

93

apresentados para a temperatura ideal, porém, para os cálculos, foi utilizado o valor real

das temperaturas de teste.

Tabela 5.2 – Parâmetros adimensionais para o óleo A1

U G U G

0.02 7.14E-13 1.34E-13

0.05 1.78E-12 3.36E-13

0.10 3.57E-12 6.71E-13

0.20 7.14E-12 1.34E-12

0.30 1.07E-11 2.01E-12

0.40 1.43E-11 2.69E-12

0.60 2.14E-11 4.03E-12

0.80 2.86E-11 5.37E-12

1.00 3.57E-11 6.71E-12

1.10 3.93E-11 7.39E-12

vel [m/s]40⁰C 100⁰C

4885.66 3588.26

Na Figura 5.1 é mostrado o comportamento do parâmetro U para as duas

temperaturas e sua variação com a velocidade para o óleo A1. É possível observar que o

parâmetro U é mais sensível para maiores viscosidades, ou seja, para a menor

temperatura. Enquanto a variação para a temperatura de 40°C foi de 131014,7 −⋅ a

111093,3 −⋅ , para a temperatura de 100°C, esta variação foi de 131034,1 −⋅ a .1039,7 12−⋅

Os resultados para os demais óleos também seguem esta tendência e se encontram no

Apêndice C.

Page 105: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

94

0.00E+00

1.00E-11

2.00E-11

3.00E-11

4.00E-11

5.00E-11

6.00E-11

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

Par

âmet

ro U

Velocidade [m/s]

Óleo A1

40C

100C

Figura 5.1 – Parâmetro U em função da velocidade para o óleo A1

A partir dos valores apresentados, é possível calcular para cada condição, as

espessuras de filme mínima e central e a taxa de espessura de filme (parâmetro λ) de

acordo com as equações 2.17, 2.19 e 2.7 respectivamente. Estas estão mostradas abaixo.

( )keWGURh 68,0073,049,068,0min 1'63,3 −− −⋅⋅⋅⋅= ;

( )kc eWGURh 73,0067,053,067,0 61,01'69,2 −− −⋅⋅⋅⋅= ;

22

21

min

RqRq

hh

+==

σλ .

Os valores das espessuras de filme mínima e central e a taxa de espessura de

filme para todas as condições de teste estão mostrados na Tabela 5.3 para a temperatura

de 40⁰C e na Tabela 5.4 para a temperatura de 100⁰C. Como apresentado na seção 2.2,

pelos valores do parâmetro λ é possível prever qualitativamente o regime de lubrificação

do contato. Os regimes de lubrificação na condição de deslizamento puro são

classificados como: lubrificação limítrofe, ;1<λ lubrificação mista, ;31 <≤ λ

lubrificação elastohidrodinâmica, ;53 <≤ λ e lubrificação hidrodinâmica, .1005 <≤ λ

Page 106: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

95

Tabela 5.3 – Resultados para temperatura de 40⁰C

40⁰C e 98N

vel [m/s] hc [ µm] h1 [ µm] λ1 hc [ µm] h1 [ µm] λ1 hc [ µm] h1 [ µm] λ1 hc [ µm] h1 [ µm] λ1

0.02 0.0067 0.0037 0.17 0.0090 0.0049 0.23 0.0074 0.0041 0.19 0.0074 0.0041 0.19

0.05 0.0154 0.0085 0.40 0.0188 0.0104 0.49 0.0177 0.0097 0.46 0.0157 0.0086 0.41

0.10 0.0245 0.0136 0.64 0.0345 0.0192 0.91 0.0281 0.0156 0.74 0.0283 0.0157 0.74

0.20 0.0389 0.0219 1.03 0.0550 0.0308 1.45 0.0447 0.0250 1.18 0.0451 0.0252 1.19

0.30 0.0511 0.0288 1.36 0.0721 0.0405 1.91 0.0586 0.0329 1.55 0.0592 0.0332 1.57

0.40 0.0620 0.0350 1.65 0.0874 0.0493 2.32 0.0711 0.0400 1.89 0.0717 0.0404 1.90

0.60 0.0813 0.0461 2.17 0.1147 0.0649 3.06 0.0933 0.0527 2.49 0.0941 0.0532 2.51

0.80 0.0986 0.0561 2.64 0.1391 0.0790 3.72 0.1131 0.0641 3.02 0.1141 0.0647 3.05

1.00 0.1145 0.0653 3.08 0.1615 0.0919 4.33 0.1314 0.0746 3.52 0.1325 0.0753 3.55

1.10 0.1220 0.0697 3.28 0.1722 0.0980 4.62 0.1400 0.0796 3.75 0.1413 0.0803 3.79

40⁰C e 196N

vel [m/s] hc [ µm] h1 [ µm] λ1 hc [ µm] h1 [ µm] λ1 hc [ µm] h1 [ µm] λ1 hc [ µm] h1 [ µm] λ1

0.02 0.0064 0.0035 0.17 0.0097 0.0053 0.25 0.0071 0.0039 0.18 0.0071 0.0039 0.18

0.05 0.0147 0.0081 0.38 0.0207 0.0114 0.54 0.0169 0.0093 0.44 0.0170 0.0093 0.44

0.10 0.0234 0.0130 0.61 0.0330 0.0183 0.86 0.0268 0.0148 0.70 0.0270 0.0150 0.71

0.20 0.0372 0.0208 0.98 0.0525 0.0292 1.38 0.0427 0.0238 1.12 0.0430 0.0240 1.13

0.30 0.0488 0.0274 1.29 0.0688 0.0385 1.82 0.0560 0.0313 1.48 0.0565 0.0316 1.49

0.40 0.0592 0.0333 1.57 0.0835 0.0469 2.21 0.0679 0.0381 1.79 0.0685 0.0384 1.81

0.60 0.0776 0.0439 2.07 0.1095 0.0617 2.91 0.0891 0.0501 2.36 0.0898 0.0506 2.38

0.80 0.0941 0.0533 2.51 0.1328 0.0751 3.54 0.1080 0.0610 2.87 0.1089 0.0615 2.90

1.00 0.1093 0.0621 2.93 0.1542 0.0874 4.12 0.1254 0.0710 3.35 0.1265 0.0716 3.37

1.10 0.1165 0.0662 3.12 0.1644 0.0932 4.39 0.1337 0.0757 3.57 0.1349 0.0764 3.60

40⁰C e 392N

vel [m/s] hc [ µm] h1 [ µm] λ1 hc [ µm] h1 [ µm] λ1 hc [ µm] h1 [ µm] λ1 hc [ µm] h1 [ µm] λ1

0.02 0.0061 0.0033 0.16 0.0082 0.0044 0.21 0.0068 0.0037 0.17 0.0068 0.0037 0.17

0.05 0.0140 0.0077 0.36 0.0171 0.0094 0.44 0.0161 0.0088 0.41 0.0162 0.0089 0.42

0.10 0.0223 0.0123 0.58 0.0315 0.0174 0.82 0.0256 0.0141 0.66 0.0258 0.0142 0.67

0.20 0.0355 0.0198 0.93 0.0501 0.0278 1.31 0.0407 0.0226 1.06 0.0411 0.0228 1.07

0.30 0.0466 0.0260 1.23 0.0657 0.0366 1.73 0.0534 0.0298 1.40 0.0539 0.0300 1.41

0.40 0.0565 0.0316 1.49 0.0797 0.0445 2.10 0.0648 0.0362 1.71 0.0654 0.0365 1.72

0.60 0.0741 0.0417 1.97 0.1045 0.0587 2.77 0.0850 0.0477 2.25 0.0858 0.0481 2.27

0.80 0.0899 0.0507 2.39 0.1099 0.0618 2.91 0.1031 0.0580 2.73 0.1040 0.0585 2.76

1.00 0.0943 0.0533 2.51 0.1276 0.0719 3.39 0.1197 0.0675 3.18 0.1208 0.0681 3.21

1.10 0.1006 0.0569 2.68 0.1199 0.0676 3.19 0.1276 0.0720 3.39 0.1287 0.0726 3.42

40⁰C e 588N

vel [m/s] hc [ µm] h1 [ µm] λ1 hc [ µm] h1 [ µm] λ1 hc [ µm] h1 [ µm] λ1 hc [ µm] h1 [ µm] λ1

0.02 0.0060 0.0032 0.15 0.0080 0.0043 0.20 0.0066 0.0036 0.17 0.0066 0.0036 0.17

0.05 0.0136 0.0075 0.35 0.0167 0.0091 0.43 0.0157 0.0085 0.40 0.0158 0.0086 0.41

0.10 0.0217 0.0120 0.56 0.0306 0.0168 0.79 0.0249 0.0137 0.65 0.0251 0.0138 0.65

0.20 0.0345 0.0192 0.90 0.0487 0.0270 1.27 0.0396 0.0219 1.03 0.0400 0.0221 1.04

0.30 0.0453 0.0253 1.19 0.0639 0.0356 1.68 0.0520 0.0289 1.36 0.0525 0.0291 1.37

0.40 0.0550 0.0307 1.45 0.0672 0.0375 1.77 0.0631 0.0351 1.66 0.0636 0.0354 1.67

0.60 0.0652 0.0366 1.72 0.0882 0.0493 2.33 0.0827 0.0463 2.18 0.0835 0.0467 2.20

0.80 0.0791 0.0445 2.10 0.0942 0.0529 2.49 0.0879 0.0493 2.32 0.0892 0.0500 2.36

1.00 0.0822 0.0463 2.18 0.0955 0.0537 2.53 0.0906 0.0509 2.40 0.1035 0.0582 2.74

1.10 0.0876 0.0494 2.33 0.1018 0.0573 2.70 0.0966 0.0543 2.56 0.1104 0.0621 2.93

Óleo A1 Óleo A5 Óleo B2 Óleo B2A

Óleo B2A

Óleo A1 Óleo A5 Óleo B2 Óleo B2A

Óleo A1 Óleo A5 Óleo B2 Óleo B2A

Óleo A1 Óleo A5 Óleo B2

Page 107: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

96

Tabela 5.4 – Resultados para temperatura de 100⁰C

100⁰C e 98N

vel [m/s] hc [ µm] h1 [ µm] λ1 hc [ µm] h1 [ µm] λ1 hc [ µm] h1 [ µm] λ1 hc [ µm] h1 [ µm] λ1

0.02 0.0026 0.0014 0.07 0.0024 0.0013 0.06 0.0023 0.0013 0.06 0.0021 0.0011 0.05

0.05 0.0039 0.0021 0.10 0.0040 0.0022 0.10 0.0033 0.0018 0.09 0.0034 0.0019 0.09

0.10 0.0075 0.0042 0.20 0.0082 0.0045 0.21 0.0068 0.0038 0.18 0.0068 0.0038 0.18

0.20 0.0108 0.0060 0.28 0.0100 0.0056 0.26 0.0085 0.0047 0.22 0.0085 0.0048 0.22

0.30 0.0142 0.0079 0.37 0.0170 0.0095 0.45 0.0127 0.0071 0.34 0.0128 0.0071 0.34

0.40 0.0190 0.0107 0.50 0.0159 0.0090 0.42 0.0173 0.0097 0.46 0.0173 0.0097 0.46

0.60 0.0204 0.0115 0.54 0.0235 0.0133 0.63 0.0177 0.0099 0.47 0.0178 0.0100 0.47

0.80 0.0273 0.0155 0.73 0.0328 0.0186 0.88 0.0275 0.0156 0.73 0.0275 0.0156 0.73

1.00 0.0351 0.0199 0.94 0.0295 0.0167 0.79 0.0285 0.0161 0.76 0.0286 0.0162 0.76

1.10 0.0307 0.0174 0.82 0.0353 0.0201 0.95 0.0304 0.0172 0.81 0.0268 0.0152 0.71

100⁰C e 196N

vel [m/s] hc [ µm] h1 [ µm] λ1 hc [ µm] h1 [ µm] λ1 hc [ µm] h1 [ µm] λ1 hc [ µm] h1 [ µm] λ1

0.02 0.0024 0.0013 0.06 0.0026 0.0014 0.07 0.0020 0.0011 0.05 0.0020 0.0011 0.05

0.05 0.0037 0.0020 0.10 0.0038 0.0021 0.10 0.0032 0.0017 0.08 0.0032 0.0018 0.08

0.10 0.0072 0.0040 0.19 0.0078 0.0043 0.20 0.0065 0.0036 0.17 0.0065 0.0036 0.17

0.20 0.0103 0.0057 0.27 0.0096 0.0053 0.25 0.0081 0.0045 0.21 0.0093 0.0052 0.24

0.30 0.0135 0.0076 0.36 0.0141 0.0079 0.37 0.0121 0.0068 0.32 0.0122 0.0068 0.32

0.40 0.0181 0.0102 0.48 0.0197 0.0110 0.52 0.0165 0.0092 0.44 0.0165 0.0092 0.44

0.60 0.0195 0.0110 0.52 0.0200 0.0112 0.53 0.0169 0.0095 0.45 0.0170 0.0095 0.45

0.80 0.0261 0.0147 0.69 0.0314 0.0177 0.83 0.0263 0.0148 0.70 0.0235 0.0132 0.62

1.00 0.0335 0.0189 0.89 0.0281 0.0159 0.75 0.0272 0.0153 0.72 0.0305 0.0172 0.81

1.10 0.0293 0.0166 0.78 0.0337 0.0191 0.90 0.0253 0.0143 0.67 0.0255 0.0144 0.68

100⁰C e 392N

vel [m/s] hc [ µm] h1 [ µm] λ1 hc [ µm] h1 [ µm] λ1 hc [ µm] h1 [ µm] λ1 hc [ µm] h1 [ µm] λ1

0.02 0.0023 0.0013 0.06 0.0022 0.0012 0.06 0.0019 0.0010 0.05 0.0019 0.0010 0.05

0.05 0.0035 0.0019 0.09 0.0036 0.0020 0.09 0.0030 0.0017 0.08 0.0031 0.0017 0.08

0.10 0.0068 0.0038 0.18 0.0074 0.0041 0.19 0.0062 0.0034 0.16 0.0062 0.0034 0.16

0.20 0.0098 0.0055 0.26 0.0091 0.0050 0.24 0.0077 0.0043 0.20 0.0089 0.0049 0.23

0.30 0.0117 0.0065 0.31 0.0135 0.0075 0.35 0.0116 0.0064 0.30 0.0102 0.0057 0.27

0.40 0.0173 0.0097 0.46 0.0164 0.0091 0.43 0.0158 0.0088 0.41 0.0158 0.0088 0.41

0.60 0.0186 0.0104 0.49 0.0191 0.0107 0.50 0.0161 0.0090 0.42 0.0162 0.0091 0.43

0.80 0.0226 0.0127 0.60 0.0299 0.0168 0.79 0.0224 0.0125 0.59 0.0225 0.0126 0.59

1.00 0.0320 0.0180 0.85 0.0268 0.0151 0.71 0.0260 0.0146 0.69 0.0291 0.0164 0.77

1.10 0.0279 0.0157 0.74 0.0322 0.0181 0.85 0.0242 0.0136 0.64 0.0244 0.0137 0.65

100⁰C e 588N

vel [m/s] hc [ µm] h1 [ µm] λ1 hc [ µm] h1 [ µm] λ1 hc [ µm] h1 [ µm] λ1 hc [ µm] h1 [ µm] λ1

0.02 0.0020 0.0011 0.05 0.0021 0.0012 0.05 0.0018 0.0010 0.05 0.0018 0.0010 0.05

0.05 0.0038 0.0021 0.10 0.0035 0.0019 0.09 0.0030 0.0016 0.08 0.0030 0.0016 0.08

0.10 0.0060 0.0033 0.16 0.0072 0.0040 0.19 0.0061 0.0033 0.16 0.0061 0.0033 0.16

0.20 0.0087 0.0048 0.23 0.0089 0.0049 0.23 0.0075 0.0041 0.19 0.0076 0.0042 0.20

0.30 0.0126 0.0070 0.33 0.0131 0.0073 0.34 0.0098 0.0054 0.26 0.0113 0.0063 0.30

0.40 0.0152 0.0085 0.40 0.0183 0.0102 0.48 0.0153 0.0085 0.40 0.0153 0.0085 0.40

0.60 0.0181 0.0101 0.48 0.0186 0.0103 0.49 0.0157 0.0087 0.41 0.0158 0.0088 0.42

0.80 0.0242 0.0136 0.64 0.0291 0.0163 0.77 0.0218 0.0122 0.57 0.0244 0.0136 0.64

1.00 0.0282 0.0158 0.75 0.0261 0.0146 0.69 0.0253 0.0142 0.67 0.0223 0.0125 0.59

1.10 0.0272 0.0153 0.72 0.0278 0.0156 0.74 0.0235 0.0132 0.62 0.0271 0.0152 0.72

Óleo A1 Óleo A5 Óleo B2 Óleo B2A

Óleo B2A

Óleo A1 Óleo A5 Óleo B2 Óleo B2A

Óleo A1 Óleo A5 Óleo B2 Óleo B2A

Óleo A1 Óleo A5 Óleo B2

Page 108: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

97

Pela Tabela 5.3, para a temperatura de 40⁰C e cargas de 98N e 196N todos os

óleos possuíram condições em lubrificação limítrofe, mista e elastohidrodinâmica. Na

mesma temperatura e com a carga de 392N, o óleo de menor viscosidade (A1) já não

possuiu regime de lubrificação elastohidrodinâmica para nenhuma velocidade. Para a

carga de 588N, todos os óleos possuíram condições em lubrificação limítrofe e mista.

Esta previsão do regime de lubrificação foi coerente com as inclinações das curvas

obtidas experimentalmente em relação à curva de Stribeck apresentada na seção 2.2.

Pela Tabela 5.4, para todas as cargas, os óleos possuíram condição de

lubrificação limítrofe devido à baixa viscosidade dos lubrificantes para a temperatura de

100⁰C. Para esta temperatura, as curvas obtidas experimentalmente não foram coerentes

com o regime de lubrificação segundo a curva de Stribeck. Este comportamento pode

ser explicado pela presença dos aditivos, os quais são mais eficientes para elevadas

temperaturas. Logo, mesmo com a baixa viscosidade dos óleos, os aditivos fizeram com

que o comportamento do atrito não fosse significativamente alterado.

5.1.1 Influência da Temperatura e da Carga na Espessura Mínima de Filme

Nesta seção será observada a influência da temperatura e da carga na espessura

mínima de filme para um mesmo óleo lubrificante. Nas Figuras 5.2 e 5.3 são

apresentados os resultados para o óleo A1 (óleo de base mineral) para todas as cargas de

teste. Os resultados para os demais óleos estão apresentados no Apêndice D.

Page 109: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

98

0.0000

0.0100

0.0200

0.0300

0.0400

0.0500

0.0600

0.0700

0.0800

0.0900

0.1000

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

Esp

essu

ra d

e F

ilme

[µm

]

Velocidade [m/s]

98N

40C

100C

0.0000

0.0100

0.0200

0.0300

0.0400

0.0500

0.0600

0.0700

0.0800

0.0900

0.1000

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

Esp

essu

ra d

e F

ilme

[µm

]

Velocidade [m/s]

196N

40C

100C

0.0000

0.0100

0.0200

0.0300

0.0400

0.0500

0.0600

0.0700

0.0800

0.0900

0.1000

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

Esp

essu

ra d

e F

ilme

[µm

]

Velocidade [m/s]

392N

40C

100C

0.0000

0.0100

0.0200

0.0300

0.0400

0.0500

0.0600

0.0700

0.0800

0.0900

0.1000

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

Esp

essu

ra d

e F

ilme

[µm

]

Velocidade [m/s]

588N

40C

100C

Figura 5.2 – Espessuras de filme versus velocidade para o óleo A1 para a mesma carga

Pela Figura 5.2 é possível observar que a espessura de filme foi sempre maior

para maiores viscosidades (menor temperatura) independentemente da carga aplicada.

Por exemplo, para a velocidade de 1,00 m/s, a espessura de filme para a carga de 98N

foi de 0,065 µm para 40°C e 0,020 µm para 100°C, cerca de três vezes maior para a

maior viscosidade. Também é observado que quanto maior a carga, menor a espessura

de filme obtida. Ainda para a velocidade de 1,00 m/s, a espessura para a carga de 588N

foi de 0,046 µm para 40°C e 0,016 µm para 100°C.

Para a temperatura de 40⁰C, o aumento da velocidade foi mais significativo para

o aumento da espessura de filme que para a temperatura de 100⁰C. Para a carga de 98N,

a espessura de filme variou de 0,004 µm a 0,070 µm para 40°C e de 0,001 µm a 0,017

µm para 100°C. Este resultado pode ser explicado devido ao parâmetro adimensional U.

Page 110: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

99

Como já dito anteriormente, este parâmetro leva em conta as variáveis de velocidade e

as propriedades do óleo lubrificante. Para maiores viscosidades ele se torna mais

sensível ao aumento da velocidade.

0.0000

0.0100

0.0200

0.0300

0.0400

0.0500

0.0600

0.0700

0.0800

0.0900

0.1000

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

espe

ssur

a de

film

e [µ

m]

velocidade [m/s]

40C

98N

196N

392N

588N

0.0000

0.0050

0.0100

0.0150

0.0200

0.0250

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

espe

ssur

a de

film

e [µ

m]

velocidade [m/s]

100C

98N

196N

392N

588N

Figura 5.3 – Espessuras de filme versus velocidade para o óleo A1 para diferentes

cargas

Na Figura 5.3 é possível observar que para maiores velocidades, o aumento da

carga aplicada se tornou mais significativo na diminuição da espessura de filme. E isso

foi mais evidente para a temperatura de 40⁰C, onde a viscosidade é maior que para

100⁰C, onde a viscosidade é menor. Por exemplo, para a velocidade de 0,02 m/s e

temperatura de 40°C, a espessura de filme variou de 0,004 µm a 0,003 µm com o

aumento da carga de 98N para 588N, já para 100°C, esta se manteve sempre igual a

0,001 µm para todas as cargas. Para a velocidade de 1,10 m/s, a espessura variou de

0,070 µm a 0,049 µm para 40°C e de 0,017 µm a 0,015 µm para 100°C com o aumento

da carga de 98N para 588N.

Esta tendência também foi observada para os outros óleos lubrificantes.

Page 111: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

100

5.1.2 Influência do Número de Gumbel na Espessura Mínima de Filme

Nesta seção será observado o comportamento da espessura de filme devido ao

Número de Gumbel. Nas Figuras 5.4 e 5.5 são mostrados os resultados do óleo A1 (óleo

de base mineral) para todas as cargas de teste. Os resultados para os demais óleos estão

apresentados no Apêndice E.

0.0000

0.0100

0.0200

0.0300

0.0400

0.0500

0.0600

0.0700

0.0800

0.0900

0.1000

0.E+00 1.E-07 2.E-07 3.E-07

Esp

essu

ra d

e F

ilme

[µm

]

Número de Gumbel

98N

40C

100C

0.0000

0.0100

0.0200

0.0300

0.0400

0.0500

0.0600

0.0700

0.0800

0.0900

0.1000

0.E+00 5.E-08 1.E-07 1.5E-07 2.E-07

Esp

essu

ra d

e F

ilme

[µm

]

Número de Gumbel

196N

40C

100C

0.0000

0.0100

0.0200

0.0300

0.0400

0.0500

0.0600

0.0700

0.0800

0.0900

0.1000

0.E+00 2.E-08 4.E-08 6.E-08 8.E-08 1.E-07

Esp

essu

ra d

e F

ilme

[µm

]

Número de Gumbel

392N

40C

100C

0.0000

0.0100

0.0200

0.0300

0.0400

0.0500

0.0600

0.0700

0.0800

0.0900

0.1000

0.E+00 2.E-08 4.E-08 6.E-08 8.E-08

Esp

essu

ra d

e F

ilme

[µm

]

Número de Gumbel

588N

40C

100C

Figura 5.4 – Espessuras de filme versus Número de Gumbel para o óleo A1 para a

mesma carga

O Número de Gumbel é um parâmetro o qual é diretamente proporcional à

viscosidade dinâmica do óleo e à velocidade e inversamente proporcional à carga. Na

Figura 5.4 é observado que quanto maior o Número de Gumbel, maior a espessura de

filme obtida, independentemente da temperatura.

É possível observar que apesar de teoricamente para o mesmo Número de

Gumbel a espessura de filme ser igual para as duas temperaturas de teste, na Figura 4.21

Page 112: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

101

foi observado que para o mesmo Número do Gumbel, o valor do coeficiente de atrito foi

diferente dependendo de temperatura de teste. Na fórmula para a espessura de filme não

é levado em consideração a presença de aditivos.

Quando as curvas para as duas temperaturas tiveram um comportamento

decrescente, o coeficiente de atrito para a temperatura de 100°C foi menor que para a

temperatura de 40°C. Já quando as curvas para as duas temperaturas tiveram um

comportamento crescente, o coeficiente de atrito para a temperatura de 100°C foi maior

que a 40°C. Este comportamento foi observado para todos os óleos lubrificantes

testados.

Uma hipótese para este comportamento é a presença do aditivo de extrema

pressão. De acordo com a curva de Stribeck, quando o Número de Gumbel diminui com

o aumento do coeficiente de atrito é caracterizado o regime limítrofe, com maior

probabilidade de contato metal-metal. Logo, como o aditivo de extrema pressão é mais

eficiente para a temperatura de 100°C, ele consegue diminuir o coeficiente de atrito

neste caso.

0.0000

0.0100

0.0200

0.0300

0.0400

0.0500

0.0600

0.0700

0.0800

0.0900

0.1000

0.E+00 1.E-07 2.E-07 3.E-07

Esp

essu

ra d

e F

ilme

[µm

]

Número de Gumbel

40C

98N

196N

392N

588N

0.0000

0.0050

0.0100

0.0150

0.0200

0.0250

0.E+00 2.E-08 4.E-08 6.E-08

Esp

essu

ra d

e F

ilme

[µm

]

Número de Gumbel

100C

98N

196N

392N

588N

Figura 5.5 – Espessuras de filme versus Número de Gumbel para o óleo A1 para

diferentes cargas

Page 113: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

102

Na Figura 5.5 pode ser observado que para a mesma temperatura e diferentes

cargas, quanto menor a carga, maior foi a variação do Número de Gumbel. Para a

temperatura de 40°C, o Número de Gumbel alcançado foi de 7107,2 −⋅ para a carga de

98N e de 8105,4 −⋅ para a carga de 588N. Já para a temperatura de 100°C, o Número de

Gumbel alcançado foi de 8102,6 −⋅ para 98N e de 8104,1 −⋅ para 588N. E novamente

pode ser visto que para maiores Números de Gumbel, se consegue alcançar maiores

espessuras de filme. Para o Número de Gumbel de 7107,2 −⋅ , a espessura de filme foi de

0,070 µm, já para o Número de Gumbel de 8102,6 −⋅ , a espessura foi de 0,017 µm. Pode

ser observado também que para o mesmo Número de Gumbel, quanto maior a carga,

maior a espessura de filme. Para a temperatura de 40°C e Número de Gumbel de

8100,5 −⋅ , as espessuras de filme alcançadas foram de 0,022 µm, 0,029 µm, 0,038 µm e

0,044 µm para 98N, 196N, 392N e 588N, respectivamente. E para a temperatura de

100°C e Número de Gumbel de 8105,1 −⋅ , as espessuras de filme foram de 0,008 µm,

0,011 µm, 0,014 µm e 0,019 µm para 98N, 196N, 392N e 588N, respectivamente. Isso

se dá devido ao fato que para este caso, para se manter o mesmo Número de Gumbel,

deve-se aumentar a velocidade com o aumento da carga. Como já visto anteriormente,

quanto maior a velocidade, maior é a espessura de filme.

5.1.3 Influência do Tipo de Óleo na Espessura Mínima de Filme

Na Figura 5.6 é evidenciado o comportamento dos óleos lubrificantes nas

diferentes cargas. Os gráficos apresentam os resultados para a temperatura de 40⁰C. Os

resultados para a temperatura de 100⁰C se encontram no Apêndice F.

Page 114: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

103

0.0000

0.0100

0.0200

0.0300

0.0400

0.0500

0.0600

0.0700

0.0800

0.0900

0.1000

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

espe

ssur

a de

film

e [µ

m]

velocidade [m/s]

98N

A1

A5

B2

B2A

0.0000

0.0100

0.0200

0.0300

0.0400

0.0500

0.0600

0.0700

0.0800

0.0900

0.1000

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

espe

ssur

a de

film

e [µ

m]

velocidade [m/s]

196N

A1

A5

B2

B2A

0.0000

0.0100

0.0200

0.0300

0.0400

0.0500

0.0600

0.0700

0.0800

0.0900

0.1000

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

espe

ssur

a de

film

e [µ

m]

velocidade [m/s]

392N

A1

A5

B2

B2A

0.0000

0.0100

0.0200

0.0300

0.0400

0.0500

0.0600

0.0700

0.0800

0.0900

0.1000

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

espe

ssur

a de

film

e [µ

m]

velocidade [m/s]

588N

A1

A5

B2

B2A

Figura 5.6 – Espessura de filme para os diferentes óleos a 40⁰C

O cálculo da espessura de filme não leva em consideração a origem do óleo

lubrificante nem a presença de aditivos. Logo pela Figura 5.6 é possível observar que

para os diferentes óleos, a espessura de filme foi maior para o óleo que apresenta a

maior viscosidade (A5) e assim sucessivamente. Para a carga de 98N e velocidade de

1,10 m/s, a espessura de filme encontrada foi de 0,098 µm para o óleo A5, 0,080 µm

para os óleos B2 e B2A e 0,070 µm para o óleo A1.

Em relação à carga, quanto maior a carga, menor foi a diferença entre as

espessuras de filme para os diferentes óleos. Para a velocidade de 1,10 m/s, as

diferenças das espessuras de filme de A5 (óleo de maior viscosidade) e A1 (óleo de

menor viscosidade) foram de 0,028 µm para 98N, 0,027 µm para 196N, 0,011 µm para

392N e 0,008 µm para 588N.

Page 115: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

104

Já em relação à velocidade, quanto menor a velocidade, menor foi a diferença

entre as espessuras de filme para os diferentes óleos. Para a velocidade de 0,02 m/s, as

diferenças das espessuras de filme de A5 (óleo de maior viscosidade) e A1 (óleo de

menor viscosidade) foram de aproximadamente 0,001 µm para todas as cargas, bem

menores que para a velocidade de 1,10 m/s já mencionadas anteriormente.

Porém, são observados alguns desvios nas curvas. Estes desvios são por conta da

variação de temperatura (entre 40⁰C e 55⁰C) observadas em cada teste. Por exemplo,

para o caso do óleo A5 com carga de 588N e velocidade 1,10 m/s, foi observada que a

temperatura atingiu 55⁰C, logo a viscosidade do óleo diminuiu e a espessura de filme

atingida foi de 0,057 µm, menor que para o óleo B2A que foi de 0,062 µm, pois esse

alcançou a temperatura de 50°C.

Na Figura 5.7 são apresentados os resultados da espessura de filme em

comparação com os coeficientes de atrito encontrados para os diferentes tipos de óleo

para a temperatura de 40°C e carga de 98N.

Figura 5.7 – Comparação entre espessura de filme e coeficiente de atrito para a

temperatura de 40°C e carga de 98N

Page 116: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

105

A partir da Figura 5.7 é possível observar que há a tendência do aumento do

coeficiente de atrito com a velocidade para todos os óleos. Observa-se também que

quanto maior a viscosidade, maior a espessura de filme e menor foi o coeficiente de

atrito. Para a velocidade de 1,00 m/s, a espessura de filme para o óleo A5 foi de 0,092

µm e para o óleo A1 foi de 0,065 µm, ou seja, a espessura de filme foi 1,4 vezes maior

para o óleo com maior viscosidade. Já o coeficiente de atrito foi 0,072 para A5 e 0,130

para A1, ou seja, 1,8 vezes maior para o óleo com a menor viscosidade. Isso significa

que com uma viscosidade maior houve a maior separação das superfícies metálicas,

reduzindo assim o coeficiente de atrito. Quanto maior a viscosidade, melhor a condição

de lubrificação para o caso com carga de 98N.

Na Figura 5.8 é mostrada esta comparação para o caso da temperatura de 40°C e

carga de 588N.

Figura 5.8 – Comparação entre espessura de filme e coeficiente de atrito para a

temperatura de 40°C e carga de 588N

Na Figura 5.8 pode-se observar que a tendência de redução do coeficiente de

atrito total com o aumento da velocidade é similar em todos os lubrificantes, mas, por

exemplo, na velocidade de 0,60 m/s, os lubrificantes B2, A1 e A5 apresentaram

Page 117: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

106

coeficientes de atrito em torno de 0,067, enquanto o óleo B2A teve um coeficiente de

atrito total de 0,055 apesar da espessura de filme prevista ser equivalente à espessura

prevista para o óleo B2. Desse modo, pode-se verificar que não é só a viscosidade o

fator determinante, mas a constituição, pois os óleos B2 e B2A possuem a mesma

viscosidade, mas o óleo B2 possui modificador de atrito e o B2A não.

5.2 Influência do Atrito Viscoso e do Atrito Sólido

A fim de investigar as inclinações das curvas para as diferentes cargas, será

calculado o atrito viscoso considerando o fluido como Newtoniano. A força de atrito foi

explicitada na equação 2.1 e é representada abaixo.

NCF fat ⋅=

Deste modo, a força de atrito viscosa pode ser escrita como a equação 5.1.

NCF visfvis ⋅= . (5.1)

Sendo visfC . o coeficiente de atrito viscoso.

A força viscosa foi explicitada pela equação 2.21, representada abaixo.

dy

duAF rvis µ=

Para o caso dos experimentos, ela pode ser representada de acordo com a

equação 5.2.

crvis h

uAF µ= (5.2)

Sendo µ a viscosidade dinâmica, Ar a área de contato, u a velocidade relativa

entre os corpos e hc a espessura de filme central, a qual é a espessura no contato.

Logo, o atrito viscoso pode ser obtido pela equação 5.3.

Page 118: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

107

c

rvisf hN

uAC

...

.

µ= (5.3)

Nas Figuras 5.9, 5.10, 5.11 e 5.12 são apresentados os resultados obtidos para os

óleos lubrificantes B2 e B2A assim como o coeficiente de atrito total. Como já

mencionado, a diferença entre os dois óleos é que o primeiro possui modificador de

atrito, já o segundo não possui. Foram escolhidas as cargas de 98N e 588N por ser a

menor e maior carga respectivamente.

0.000000

0.000200

0.000400

0.000600

0.000800

0.001000

0.001200

0.001400

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20Co

efic

ien

te d

e A

trit

o V

isco

so

Velocidade [m/s]

B2

B2A

Figura 5.9 – Coeficientes de atrito viscosos para os óleos B2 e B2A para a carga de 98N

e temperatura de 40°C

Na Figura 5.9 são mostrados os coeficientes de atrito viscosos em relação à

velocidade para os dois óleos lubrificantes na carga de 98N e temperatura de 40°C. É

possível observar que o atrito viscoso cresce com o aumento da velocidade. A parcela

do coeficiente de atrito viscoso é bem menor que o coeficiente de atrito total. Enquanto

a parcela do coeficiente de atrito viscoso varia de 0,0003 a 0,0012, o coeficiente de

atrito total varia entre 0,047 e 0,143 para o óleo B2A (vide Figura 5.10). O valor do

coeficiente de atrito viscoso é independente da presença ou ausência de modificador de

atrito, visto que este parâmetro não é levado em consideração nos cálculos.

Page 119: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

108

0.000

0.020

0.040

0.060

0.080

0.100

0.120

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

Co

efi

cie

nte

de

Atr

ito

Velocidade [m/s]

B2

B2A

Figura 5.10 – Coeficientes de atrito para os óleos B2 e B2A para a carga de 98N e

temperatura de 40°C

Na Figura 5.10 é mostrado o comportamento do coeficiente de atrito total para

os óleos B2 e B2A para a carga de 98N e temperatura de 40°C. Como visto no capítulo

4, até a velocidade de 0,60 m/s os óleos com a mesma viscosidade possuíram

aproximadamente o mesmo valor de coeficiente de atrito. Para a velocidade de 0,05 m/s

o valor do coeficiente de atrito encontrado foi de 0,039 para o B2 e 0,047 para o óleo

B2A. Na velocidade de 0,60 m/s, o óleo B2 possuiu valor de coeficiente de atrito igual a

0,073, enquanto o óleo B2A possuiu o valor de 0,071. A partir daí, o óleo com a

ausência de modificador de atrito possuiu valores de coeficientes de atrito mais altos. Já

para a velocidade de 0,80 m/s, o óleo B2 teve um valor de atrito de 0,065, enquanto o

B2A apresentou um valor de 0,109.

Page 120: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

109

0.000000

0.000100

0.000200

0.000300

0.000400

0.000500

0.000600

0.000700

0.000800

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

Co

efic

ien

te d

e A

trit

o

Velocidade [m/s]

B2

B2A

Figura 5.11 – Coeficientes de atrito viscosos para os óleos B2 e B2A para a carga de

588N e temperatura de 40°C

Na Figura 5.11 são mostrados os coeficientes de atrito viscosos em relação à

velocidade para os dois óleos lubrificantes na carga de 588N e temperatura de 40°C. É

possível observar que assim como para a carga de 98N, o atrito viscoso cresce com o

aumento da velocidade. A parcela do coeficiente de atrito viscoso neste caso também é

bem menor que o coeficiente de atrito total. Enquanto a parcela do coeficiente de atrito

viscoso varia de 0,0002 a 0,0007, o coeficiente de atrito total varia entre 0,054 e 0,106

para o óleo B2 (vide Figura 5.12). O valor do coeficiente de atrito viscoso também é

independente da presença ou ausência de modificador de atrito, visto que este parâmetro

não é levado em consideração nos cálculos.

Page 121: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

110

0.000

0.020

0.040

0.060

0.080

0.100

0.120

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

Co

efic

ien

te d

e A

trit

o

Velocidade [m/s]

B2

B2A

Figura 5.12 – Coeficientes de atrito para os óleos B2 e B2A para a carga de 588N e

temperatura de 40°C

Na Figura 5.12 é mostrado o comportamento do coeficiente de atrito total para

os óleos B2 e B2A para a carga de 588N e temperatura de 40°C. Como já dito no

capítulo 4, o atrito total diminuiu com o aumento da velocidade. O óleo B2A sem

modificador de atrito possuiu valores de coeficiente de atrito menores que o óleo B2 em

todo o teste. Na velocidade de 0,05 m/s, o óleo B2A possuiu coeficiente de atrito igual a

0,097 contra 0,103 do óleo B2. Já na velocidade de 1,10 m/s, ele possuiu valor de atrito

igual a 0,047 contra 0,054 do óleo B2.

Para explicar o comportamento obtido nas Figuras 5.9, 5.10, 5.11 e 5.12, é usada

a equação 2.20, representada abaixo:

( ) plásticadeformaçãoP

S

P

SC

m

mc

m

lcf .1 +

−+

= αα , ,10 ≤≤ cα

Sendo

m

l

P

S o coeficiente de atrito da porção líquida e

m

m

P

S o coeficiente de

atrito da porção sólida.

Page 122: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

111

Para menores velocidades e maiores cargas existem mais pontos de contato e

pouco fluido entre as superfícies, com isso a porção do coeficiente de atrito sólido é alta

e a porção de atrito viscoso é baixa. Conforme se aumenta a velocidade e/ou se diminui

a carga, a quantidade de pontos de contato sólido chega a um mínimo, onde tanto a

porção de atrito sólido quanto a porção de atrito viscoso são mínimas. A partir daí, com

o aumento da velocidade e/ou a diminuição da carga, aumenta-se a quantidade de fluido

no contato, mantendo-se a porção do coeficiente de atrito sólido baixa, mas

aumentando-se a porção do atrito viscoso devido ao cisalhamento do fluido.

De acordo com as Figuras 5.9 e 5.10, para a carga de 98N e temperatura de

40°C, o atrito total começou mais alto e o atrito viscoso começou com o seu valor

mínimo. Isso significa que a porção de atrito sólido era mais alta. Posteriormente

chegou a um atrito total mínimo, ou seja, o atrito sólido teve o ser valor mais baixo. A

partir daí, o coeficiente de atrito total começou a aumentar, assim como a parcela de

atrito viscoso, significando que o atrito devido à parcela sólida continuou mínimo, mas

o atrito viscoso aumentou devido ao cisalhamento do fluido.

De acordo com as Figuras 5.11 e 5.12, para a carga de 588N e 40°C, o

coeficiente de atrito total começou máximo e foi diminuindo com o aumento da

velocidade, já a parcela de atrito viscoso começou com seu valor mínimo e aumentou

com o aumento da velocidade. Isso quer dizer que no começo do teste, a parcela do

coeficiente de atrito devido ao contato metal-metal era alta e devido ao cisalhamento do

fluido era mínima. Com o aumento da velocidade, foi aumentando a quantidade de

fluido no contato, aumentando o coeficiente de atrito viscoso, diminuindo assim a

parcela do coeficiente de atrito devido à porção sólida e o coeficiente de atrito total.

Porém, para essa carga, não houve perda de contato suficiente entre as superfícies

Page 123: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

112

sólidas para haver grande aumento do coeficiente de atrito devido ao cisalhamento do

fluido.

Em relação à presença do modificador de atrito. Para a carga mais baixa, quando

houve um aumento do atrito devido ao cisalhamento fluido, o modificador de atrito

trabalhou diminuindo o atrito. Já em relação à carga mais alta, não houve variação

significativa do coeficiente de atrito pela presença do modificador de atrito. O óleo com

modificador de atrito apresentou um coeficiente de atrito mais alto que o óleo sem

modificador de atrito.

Page 124: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

113

6 CONCLUSÃO

Os ensaios realizados em tribômetro de quatro-esferas visaram investigar o

comportamento de quatro lubrificantes, todos contendo em suas formulações aditivos

extrema pressão e anti-desgaste: A1 (sintético), A5 (mineral), B2 (mineral) e B2A

(mineral, mas sem aditivo modificador de atrito). Os testes foram conduzidos com carga

constante de pressão entre esferas e a cada dez minutos as velocidades eram variadas,

passando por 10 diferentes níveis. A velocidade mínima de rotação foi 60 RPM e a

máxima, 2870 RPM, que em geometria de quatro esferas corresponderam à variação nas

velocidades de deslizamento de 0,02 m/s a 1,10 m/s. Com esse procedimento foi

possível abranger diversas condições de lubrificação. Nos ensaios foram utilizadas as

cargas de 98N, 196N, 392N e 588N. Desse modo, as pressões Hertz do contato entre as

esferas variaram entre 2,17 GPa e 3,94 GPa. Além disso, os ensaios foram realizados

com os lubrificantes aquecidos a 40⁰C e a 100⁰C.

Apesar de ter sido observado que os coeficientes de atrito medidos nos ensaios

nas duas temperaturas foram diferentes, essa diferença não foi tão marcante, em relação

aos outros parâmetros investigados. Para a maioria dos óleos, o coeficiente de atrito a

100°C foi menor que para 40°C. Segue um resumo da influência da temperatura para

cada lubrificante ensaiado:

• Óleo A1 – Para todas as cargas, o coeficiente de atrito para 100°C foi menor que

para 40°C para a maioria das velocidades, sendo que a maior diferença média

destes valores foi de 0,010 para 98N e a menor foi de 0,006 para 196N;

• Óleo A5 – Para as cargas de 98N, 392N e 588N, o coeficiente de atrito para

100°C foi menor que para 40°C para a maioria das velocidades, sendo que a

Page 125: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

114

maior diferença média destes valores foi de 0,009 para 588N e a menor foi de

0,003 para 98N;

• Óleo B2 – Para as cargas de 196N, 392N e 588N, o coeficiente de atrito para

100°C foi menor que para 40°C para a maioria das velocidades, sendo que a

maior diferença média destes valores foi de 0,016 para 588N e a menor foi de

0,007 para 392N;

• Óleo B2A – Somente para a carga de 588N, o coeficiente de atrito para 100°C

foi menor que para 40°C para a maioria das velocidades, tendo uma diferença

média do valor do coeficiente de atrito de 0,015. Para a carga de 98N, para a

metade das velocidades, o coeficiente de atrito para 100°C foi menor que para

40°C, com uma diferença média de 0,005. Já para as cargas de 196N e 392N, o

coeficiente de atrito para 40°C foi menor que para 100°C, apresentando uma

diferença média de 0,008 para 196N e de 0,007 para 392N.

Este comportamento pode ser explicado pelo fato que estes são óleos especiais

para condições de trabalho extremas (pressões de Hertz acima de 1 GPa e temperaturas

na ordem de 100°C). Mesmo a viscosidade dos óleos sendo menor à temperatura de

100°C, o aditivo de extrema pressão lhes deu a capacidade de trabalhar sem a perda de

suas propriedades, pois são mais eficientes nestes casos. Logo, o valor do coeficiente de

atrito conseguiu diminuir quando se aumentou a temperatura e manteve-se a velocidade.

Pôde ser visto também que o modificador de atrito também ajudou para a redução do

atrito com o aumento da temperatura, visto que somente para o caso do óleo B2A

(lubrificante sem a presença do modificador de atrito) para a maioria das cargas, o óleo

a 100°C não apresentou valor do coeficiente de atrito menor que para 40°C na maioria

das velocidades.

Page 126: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

115

Para o caso do Número de Gumbel, mesma carga e diferentes temperaturas,

quando a curva possuía um comportamento decrescente, o coeficiente de atrito para a

temperatura de 100°C foi menor que para 40°C. Isso também confirma a hipótese sobre

os aditivos. De acordo com a curva de Stribeck, quando o Número de Gumbel diminui

com o aumento do coeficiente de atrito é caracterizado o regime limítrofe, com maior

probabilidade de contato metal-metal. Logo, como o aditivo de extrema pressão é mais

eficiente para a temperatura de 100°C, ele consegue diminuir o coeficiente de atrito

neste caso.

Quanto à variação da carga, com os resultados obtidos quanto ao lambda e

quanto à inclinação da curva Stribeck, foi possível observar que para a menor carga, 98

N, o começo dos testes apresentava um comportamento de regime limítrofe, passando

para o misto e posteriormente para o elastohidrodinâmico. Começou com um

coeficiente de atrito mais alto para as menores velocidades, foi diminuindo com o

aumento da velocidade até alcançar um mínimo e posteriormente foi aumentando com o

aumento da velocidade. Um exemplo foi para o óleo A1 com carga de 98N e

temperatura de 40°C. Para a velocidade de 0,05 m/s, o valor do coeficiente de atrito foi

de 0,073 e lambda de 0,4 (lubrificação limítrofe), na velocidade de 0,20 m/s, o

coeficiente de atrito caiu para 0,065 e o lambda foi de 1,0 (lubrificação mista), por fim,

na velocidade de 1,00 m/s, o coeficiente de atrito apresentou um valor de 0,130 e

lambda de 3,1 (lubrificação elastohidrodinâmica).

Já a maior carga, 588N, começou com um regime limítrofe e posteriormente

alcançou o misto. O coeficiente de atrito começou alto para as menores velocidades e

foi diminuindo com o aumento da velocidade. Um exemplo foi para o óleo A1 com

carga de 588N e temperatura de 40°C. Para a velocidade de 0,02 m/s, o valor do

coeficiente de atrito foi de 0,103 e lambda de 0,2 (lubrificação limítrofe), já na

Page 127: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

116

velocidade de 1,00 m/s, o coeficiente de atrito caiu para 0,051 e o lambda foi de 2,2

(lubrificação mista).

De acordo com os valores de lambda obtidos para todas as cargas nos ensaios à

100ºC, os óleos possuiriam condição de lubrificação limítrofe devido ao valor reduzido

de viscosidade dos lubrificantes para esta temperatura. Porém o formato da curva de

Stribeck para 100°C foi similar ao formato para 40°C. Este comportamento pode ser

novamente explicado pela presença dos aditivos, os quais são mais eficientes para

elevadas temperaturas.

De acordo com a curva de Stribeck para diferentes cargas, apesar de existirem

valores de coeficiente de atrito distintos para o mesmo Número de Gumbel, a inclinação

das curvas seguiu a mesma tendência para todas as cargas no mesmo Número de

Gumbel. Ou seja, para a mesma temperatura, as curvas para todas as cargas

apresentaram um comportamento de coeficiente de atrito decrescente até determinado

valor de Número de Gumbel, a partir do qual o coeficiente de atrito passou a aumentar.

Já em relação à viscosidade de cada óleo, foi observado que para a carga de 98N

(menor carga), quanto maior a viscosidade, maior a espessura de filme e menor foi o

coeficiente de atrito. Para a velocidade de 1,00 m/s, a espessura de filme para o óleo A5

(óleo com maior viscosidade) foi 1,4 vezes maior que o óleo A1 (óleo com menor

viscosidade). Já o coeficiente de atrito foi 1,8 vezes maior para o óleo com a menor

viscosidade. Isso significa que com uma viscosidade maior houve a maior separação das

superfícies metálicas, reduzindo assim o coeficiente de atrito.

Em relação à presença e ausência de modificador de atrito para a carga de 98N,

até a velocidade de 0,60 m/s, os óleos com a mesma viscosidade (B2 e B2A) possuíram

aproximadamente o mesmo valor de coeficiente de atrito, em torno de 0,070. A partir

daí, o óleo com a ausência de modificador de atrito possuiu valores de coeficientes de

Page 128: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

117

atrito mais altos, cerca de 2,4 vezes maior. Logo, o modificador de atrito só foi eficiente

a partir de uma determinada velocidade.

Ainda com relação à viscosidade do óleo, para a maior carga (588N), os óleos

com aditivo modificador de atrito apresentaram aproximadamente o mesmo valor

independentemente do tipo e da viscosidade. Para a velocidade de 0,60 m/s, os

lubrificantes B2, A1 e A5 apresentaram coeficientes de atrito em torno de 0,067,

enquanto o óleo B2A teve um coeficiente de atrito total de 0,055 apesar da espessura de

filme prevista ser equivalente à espessura prevista para o óleo B2. Desse modo, pode-se

verificar que não é só a viscosidade o fator determinante, mas a constituição do

lubrificante também é importante, pois os óleos B2 e B2A possuem a mesma

viscosidade, mas o óleo B2 possui modificador de atrito e o B2A não.

Com relação ao desempenho de cada óleo, segue abaixo um resumo:

• Carga de 98N – o óleo A5 foi o mais eficiente para ambas as temperaturas. O

modificador de atrito se mostrou eficiente para velocidades acima de 0,60 m/s

para a temperatura de 40°C e se mostrou eficiente para velocidades abaixo de

0,30 m/s e acima de 0,60 m/s na temperatura de 100°C.

• Carga de 196N – o óleo A1 foi o mais eficiente. O modificador de atrito se

mostrou eficiente até a velocidade de 0,40 m/s para as temperaturas de 40°C e

100°C.

• Carga de 392N – o coeficiente de atrito para todos os óleos com modificador de

atrito foi aproximadamente igual. O modificador de atrito se mostrou eficiente

até a velocidade de 0,40 m/s na temperatura de 40°C e se mostrou eficiente para

velocidades abaixo de 0,40 m/s e acima de 0,80 m/s na temperatura de 100°C.

Page 129: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

118

• Carga 588N – o coeficiente de atrito para todos os óleos foi aproximadamente

igual. O modificador de atrito se mostrou eficiente até a velocidade de 0,10 m/s

na temperatura de 40°C e não se mostrou eficiente para a temperatura de 100°C.

Deste modo, após os ensaios realizados foi capaz de identificar que o

modificador de atrito só apresenta influência em determinadas condições de trabalho.

Page 130: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

119

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] LUDEMA, K.C., Handbook of Lubrication: theory and practice of tribology, vol. II:

theory and design. New York, CRC Press, pp. 31-48, 1983, ISBN 0-8493-3902-2.

[2] GREENWOOD, J.A., WILLIAMSON, J.B.P, “Contact of Nominally Flat Surfaces”,

Burndy Corporation Research Division, Connecticut, 1966.

[3] MATOS, T.F., Propriedades Reológicas de Fluidos Lubrificantes sob Condições

Elastohidrodinâmicas. Dissertação de Mestrado COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, 2004.

[4] FARIAS, D.F., Utilização da Geometria Disco-Disco para a Investigação da

Capacidade de Proteção ao Desgaste de Lubrificantes sob Condições

Elastohidrodinâmicas. Dissertação de Mestrado COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, 2005.

[5] WOYDT, M., WASCHE, R., “The history of the Stribeck curve and ball bearing

steels: The role of Adolf Martens”, Wear, v. 268, pp. 1542-1546, 2010.

[6] KUO, W.F., CHIOU, Y.C., LEE, R.T., “A study on lubrication mechanism and wear

scar in sliding circular contacts”, Wear, v. 201, pp. 217-226, 1996.

[7] SHIGLEY, J.E., MISCHKE, C.R., BUDYNAS, R.G., Projeto de Engenharia

Mecânica. 7 ed., Porto Alegre, Bookman, 2005, ISBN 85-363-0562-2.

[8] DOWSON, D. “Elastohydrodinamic and micro-elastohydrodinamic lubrication”,

Wear, v. 190, pp. 125-138, 1995.

[9] CHENG, H.S., Handbook of Lubrication: theory and practice of tribology, vol. II:

theory and design. New York, CRC Press, pp. 139-162, 1983, ISBN 0-8493-3902-2.

[10] KOMVOPOULOS, K., SAKA, N., SUH, N. P., “The Mechanism of Friction in

Boundary Lubrication”, Transactions of the ASME, v. 107, pp. 452-462, 1985.

Page 131: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

120

[11] LUDEMA, K.C., Friction, Wear, Lubrication: a textbook in tribology. Flórida,

CRC Press, 1996, ISBN 0-8493-2685-0.

[12] KLAUS, E.E., TEWKSBURY, E.J., Handbook of Lubrication: theory and practice

of tribology, vol. II: theory and design. New York, CRC Press, pp. 229-254, 1983,

ISBN 0-8493-3902-2.

[13] “Óleo Mineral, Semi-Sintético e Sintético – Diferenças”, Auto-Motivo, 2007.

Disponível em: <http://escolademecanica.wordpress.com/2007/11/18/oleo-mineral-

semi-sintetico -e-sintetico-diferencas/>. Acesso em: 24 jul. 2012.

[14] DANTAS, M.S.G et al., “Avaliação Antioxidativa de Derivados do β-Naftol

Aplicados a Lubrificantes”, 4⁰ PDPETRO, Campinas, Outubro 2007. Disponível em:

<http://www.portalabpg.org .br/PDPetro/4/resumos/4PDPETRO_4_5_ 0051-1.pdf>.

Acesso em: 28 jul. 2012.

[15] KAJDAS, C., “Engine Oil Additives: A General Overview”. In: Engine Oils and

Automotive Lubrication, Alemanha, Expert Verlag GmbH, pp. 149-173, 1993, ISBN 0-

8247-8807-9.

[16] PAPAY, A. G., “Oil Solube Friction Reducers – Theory & Application”, Journal

of the American Society of Lubrication Engineer, v. 39, pp. 419-426, 1983.

[17] RAMALHO, A., MIRANDA, J.C., “Tribological characterization of electroless

NiP coatings lubricated with biolubricants”, Wear, v. 263, pp. 592-597, 2007.

[18] WAARA, P. et al., “Additive influence on wear and friction performance of

environmentally adapted lubricants”, Tribology International, v. 34, p. 547-556, 2001.

[19] RICO, E.F., MINONDO, I., CUERVO, D.G., “Rolling contact fatigue life of AISI

52100 steel balls with mineral and synthetic polyester lubricants with PTFE

nanoparticle powder as an additive”, Wear, v. 266, pp. 671-677, 2009.

Page 132: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

121

[20] PIEKOSZEWSKI, W., SZCZEREK, M., TUSZYNSKI, W., “The action of

lubricants under extreme pressure conditions in a modified four–ball tester”, Wear,

v.249, p. 188-193, 2001.

[21] Operating Instructions: TE92 Microprocessor Controlled Rotary Tribometer.

Phoenix Tribology, 2007.

[22] RE100: Temperature Fail Safe Protection System. Phoenix Tribology, 2004.

[23] TOMANIK, E., LASTRES, L., CARVALHO, L., “Evaluation of an Experimental

Lube Oil On Piston Friction, Engine Performance and Vehicle Acceleration”.

International Brazilian Conference on Tribology – TRIBOBR, 1 ed., Rio de Janeiro,

2010.

Page 133: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

122

APÊNDICE A – Condições experimentais para os óleos lubrificantes utilizados nos

testes

Condições experimentais para o óleo B2

vel [RPM] vel [m/s]carga

[N]c. esfera

[N]a [mm]

pressão Hertz [MPa]

carga pontual [N/m]

Gumbel a 40⁰C

Gumbel a 100⁰C

60 0.02 4.56E-09 1.033E-09

120 0.05 1.264E-08 1.497E-09

250 0.10 2.633E-08 4.305E-09

510 0.20 5.372E-08 6.364E-09

780 0.30 8.216E-08 1.159E-08

1050 0.40 1.106E-07 1.81E-08

1550 0.60 1.633E-07 1.935E-08

2080 0.80 2.192E-07 3.583E-08

2590 1.00 2.729E-07 3.85E-08

2870 1.10 3.024E-07 4.266E-08

vel [RPM] vel [m/s]carga

[N]c. esfera

[N]a [mm]

pressão Hertz [MPa]

carga pontual [N/m]

Gumbel a 40⁰C

Gumbel a 100⁰C

60 0.02 2.873E-09 5.616E-10

120 0.05 7.963E-09 9.432E-10

250 0.10 1.659E-08 2.712E-09

510 0.20 3.384E-08 4.009E-09

780 0.30 5.176E-08 7.301E-09

1050 0.40 6.968E-08 1.139E-08

1550 0.60 1.029E-07 1.219E-08

2080 0.80 1.38E-07 2.257E-08

2590 1.00 1.719E-07 2.425E-08

2870 1.10 1.905E-07 2.257E-08

vel [RPM] vel [m/s]carga

[N]c. esfera

[N]a [mm]

pressão Hertz [MPa]

carga pontual [N/m]

Gumbel a 40⁰C

Gumbel a 100⁰C

60 0.02 1.81E-09 3.538E-10

120 0.05 5.016E-09 5.942E-10

250 0.10 1.045E-08 1.708E-09

510 0.20 2.132E-08 2.525E-09

780 0.30 3.261E-08 4.599E-09

1050 0.40 4.389E-08 7.175E-09

1550 0.60 6.484E-08 7.68E-09

2080 0.80 8.699E-08 1.226E-08

2590 1.00 1.083E-07 1.527E-08

2870 1.10 1.2E-07 1.422E-08

vel [RPM] vel [m/s]carga

[N]c. esfera

[N]a [mm]

pressão Hertz [MPa]

carga pontual [N/m]

Gumbel a 40⁰C

Gumbel a 100⁰C

60 0.02 1.381E-09 2.7E-10

120 0.05 3.828E-09 4.535E-10

250 0.10 7.975E-09 1.304E-09

510 0.20 1.627E-08 1.927E-09

780 0.30 2.488E-08 2.947E-09

1050 0.40 3.35E-08 5.476E-09

1550 0.60 4.948E-08 5.861E-09

2080 0.80 5.593E-08 9.364E-09

2590 1.00 5.961E-08 1.165E-08

2870 1.10 6.608E-08 1.085E-08

588 240 0.170 3943 703789

392 160 0.149 3445 537091

196 80 0.118 2734 338346

98 40 0.094 2170 213145

Page 134: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

123

Condições experimentais para o óleo B2A

vel [RPM] vel [m/s]

carga [N]

c. esfera [N]

a [mm]pressão Hertz

[MPa]carga pontual

[N/m]Gumbel a 40⁰C

Gumbel a 100⁰C

60 0.02 4.56E-09 8.969E-10

120 0.05 1.084E-08 1.515E-09

250 0.10 2.662E-08 4.305E-09

510 0.20 5.431E-08 6.437E-09

780 0.30 8.306E-08 1.166E-08

1050 0.40 1.118E-07 1.808E-08

1550 0.60 1.652E-07 1.958E-08

2080 0.80 2.216E-07 3.582E-08

2590 1.00 2.759E-07 3.871E-08

2870 1.10 3.057E-07 3.624E-08

vel [RPM] vel [m/s]carga

[N]c. esfera

[N]a [mm]

pressão Hertz [MPa]

carga pontual [N/m]

Gumbel a 40⁰C

Gumbel a 100⁰C

60 0.02 2.873E-09 5.65E-10

120 0.05 8.05E-09 9.541E-10

250 0.10 1.677E-08 2.712E-09

510 0.20 3.421E-08 4.802E-09

780 0.30 5.233E-08 7.345E-09

1050 0.40 7.044E-08 1.139E-08

1550 0.60 1.04E-07 1.233E-08

2080 0.80 1.396E-07 1.96E-08

2590 1.00 1.738E-07 2.81E-08

2870 1.10 1.926E-07 2.283E-08

vel [RPM] vel [m/s]carga

[N]c. esfera

[N]a [mm]

pressão Hertz [MPa]

carga pontual [N/m]

Gumbel a 40⁰C

Gumbel a 100⁰C

60 0.02 1.81E-09 3.559E-10

120 0.05 5.071E-09 6.011E-10

250 0.10 1.057E-08 1.708E-09

510 0.20 2.155E-08 3.025E-09

780 0.30 3.296E-08 3.907E-09

1050 0.40 4.437E-08 7.175E-09

1550 0.60 6.555E-08 7.769E-09

2080 0.80 8.79E-08 1.234E-08

2590 1.00 1.095E-07 1.771E-08

2870 1.10 1.213E-07 1.438E-08

vel [RPM] vel [m/s]carga

[N]c. esfera

[N]a [mm]

pressão Hertz [MPa]

carga pontual [N/m]

Gumbel a 40⁰C

Gumbel a 100⁰C

60 0.02 1.381E-09 2.716E-10

120 0.05 3.87E-09 4.587E-10

250 0.10 8.063E-09 1.304E-09

510 0.20 1.645E-08 1.949E-09

780 0.30 2.516E-08 3.531E-09

1050 0.40 3.386E-08 5.476E-09

1550 0.60 5.002E-08 5.929E-09

2080 0.80 5.691E-08 1.085E-08

2590 1.00 7.086E-08 9.9E-09

2870 1.10 7.851E-08 1.3E-08

588 240 0.170 3943 703789

392 160 0.149 3445 537091

196 80 0.118 2734 338346

98 40 0.094 2170 213145

Page 135: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

124

Condições experimentais para o óleo A1

vel [RPM] vel [m/s]carga

[N]c. esfera

[N]a [mm]

pressão Hertz [MPa]

carga pontual [N/m]

Gumbel a 40⁰C

Gumbel a 100⁰C

60 0.02 4.352E-09 1.213E-09

120 0.05 1.132E-08 1.872E-09

250 0.10 2.358E-08 5.053E-09

510 0.20 4.809E-08 9.049E-09

780 0.30 7.356E-08 1.384E-08

1050 0.40 9.911E-08 2.124E-08

1550 0.60 1.462E-07 2.419E-08

2080 0.80 1.962E-07 3.692E-08

2590 1.00 2.443E-07 5.237E-08

2870 1.10 2.707E-07 4.478E-08

vel [RPM] vel [m/s]carga

[N]c. esfera

[N]a [mm]

pressão Hertz [MPa]

carga pontual [N/m]

Gumbel a 40⁰C

Gumbel a 100⁰C

60 0.02 2.697E-09 7.64E-10

120 0.05 7.129E-09 1.179E-09

250 0.10 1.485E-08 3.183E-09

510 0.20 3.03E-08 5.7E-09

780 0.30 4.634E-08 8.729E-09

1050 0.40 6.244E-08 1.337E-08

1550 0.60 9.214E-08 1.524E-08

2080 0.80 1.236E-07 2.326E-08

2590 1.00 1.539E-07 3.299E-08

2870 1.10 1.706E-07 2.821E-08

vel [RPM] vel [m/s]carga

[N]c. esfera

[N]a [mm]

pressão Hertz [MPa]

carga pontual [N/m]

Gumbel a 40⁰C

Gumbel a 100⁰C

60 0.02 1.699E-09 4.813E-10

120 0.05 4.491E-09 7.428E-10

250 0.10 9.356E-09 2.005E-09

510 0.20 1.909E-08 3.591E-09

780 0.30 2.919E-08 4.828E-09

1050 0.40 3.93E-08 8.423E-09

1550 0.60 5.804E-08 9.6E-09

2080 0.80 7.784E-08 1.288E-08

2590 1.00 8.486E-08 2.078E-08

2870 1.10 9.403E-08 1.776E-08

vel [RPM] vel [m/s]carga

[N]c. esfera

[N]a [mm]

pressão Hertz [MPa]

carga pontual [N/m]

Gumbel a 40⁰C

Gumbel a 100⁰C

60 0.02 1.296E-09 3.224E-10

120 0.05 3.427E-09 6.448E-10

250 0.10 7.14E-09 1.343E-09

510 0.20 1.457E-08 2.409E-09

780 0.30 2.228E-08 4.191E-09

1050 0.40 2.999E-08 5.642E-09

1550 0.60 3.877E-08 7.326E-09

2080 0.80 5.199E-08 1.118E-08

2590 1.00 5.599E-08 1.392E-08

2870 1.10 6.204E-08 1.356E-08

213145

588 240 0.170

98 40 0.094 2170

392 160 0.149

7037893943

537091

196 80 0.118 2734 338346

3445

Page 136: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

125

APÊNDICE B – Gráficos do Número de Gumbel versus coeficiente de atrito para os

óleos utilizados nos testes

0.000

0.020

0.040

0.060

0.080

0.100

0.120

0.140

0.E+00 1.E-07 2.E-07 3.E-07 4.E-07 5.E-07

Coe

ficie

nte

de A

trito

Número de Gumbel

98N

40C

100C

0.000

0.020

0.040

0.060

0.080

0.100

0.120

0.140

0.E+00 5.E-08 1.E-07 1.5E-07 2.E-07 2.5E-07 3.E-07

Coe

ficie

nte

de A

trito

Número de Gumbel

196N

40C

100C

0.000

0.020

0.040

0.060

0.080

0.100

0.120

0.140

0.E+00 4.E-08 8.E-08 1.2E-07 1.6E-07

Coe

ficie

nte

de A

trito

Número de Gumbel

392N

40C

100C

0.000

0.020

0.040

0.060

0.080

0.100

0.120

0.140

0.E+00 2.E-08 4.E-08 6.E-08 8.E-08

Coe

ficie

nte

de A

trito

Número de Gumbel

588N

40C

100C

Número de Gumbel versus coeficiente de atrito para o óleo A5 para a mesma carga

0.000

0.020

0.040

0.060

0.080

0.100

0.120

0.140

0.E+00 1.E-07 2.E-07 3.E-07 4.E-07 5.E-07

Co

efi

cie

nte

de

Atr

ito

Número de Gumbel

40C

98N

196N

392N

588N

0.000

0.020

0.040

0.060

0.080

0.100

0.120

0.140

0.E+00 1.E-08 2.E-08 3.E-08 4.E-08 5.E-08 6.E-08

Co

efi

cie

nte

de

Atr

ito

Número de Gumbel

100C

98N

196N

392N

588N

Número de Gumbel versus coeficiente de atrito para o óleo A5 para diferentes cargas

Page 137: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

126

0.000

0.020

0.040

0.060

0.080

0.100

0.120

0.140

0.E+00 1.E-07 2.E-07 3.E-07 4.E-07

Coe

ficie

nte

de A

trito

Número de Gumbel

98N

40C

100C

0.000

0.020

0.040

0.060

0.080

0.100

0.120

0.140

0.E+00 5.E-08 1.E-07 1.5E-07 2.E-07 2.5E-07

Coe

ficie

nte

de A

trito

Número de Gumbel

196N

40C

100C

0.000

0.020

0.040

0.060

0.080

0.100

0.120

0.140

0.E+00 5.E-08 1.E-07 1.5E-07

Coe

ficie

nte

de A

trito

Número de Gumbel

392N

40C

100C

0.000

0.020

0.040

0.060

0.080

0.100

0.120

0.140

0.E+00 2.E-08 4.E-08 6.E-08 8.E-08

Coe

ficie

nte

de A

trito

Número de Gumbel

588N

40C

100C

Número de Gumbel versus coeficiente de atrito para o óleo B2 para a mesma carga

0.000

0.020

0.040

0.060

0.080

0.100

0.120

0.140

0.E+00 5.E-08 1.E-07 1.5E-07 2.E-07 2.5E-07 3.E-07 3.5E-07

Co

efi

cie

nte

de

Atr

ito

Número de Gumbel

40C

98N

196N

392N

588N

0.000

0.020

0.040

0.060

0.080

0.100

0.120

0.140

0.E+00 1.E-08 2.E-08 3.E-08 4.E-08 5.E-08

Co

efi

cie

nte

de

Atr

ito

Número de Gumbel

100C

98N

196N

392N

588N

Número de Gumbel versus coeficiente de atrito para o óleo B2 para diferentes cargas

Page 138: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

127

0.000

0.020

0.040

0.060

0.080

0.100

0.120

0.140

0.E+00 1.E-07 2.E-07 3.E-07 4.E-07

Co

efi

cie

nte

de

Atr

ito

Número de Gumbel

98N

40C

100C

0.000

0.020

0.040

0.060

0.080

0.100

0.120

0.140

0.E+00 5.E-08 1.E-07 1.5E-07 2.E-07 2.5E-07

Co

efi

cie

nte

de

Atr

ito

Número de Gumbel

196N

40C

100C

0.000

0.020

0.040

0.060

0.080

0.100

0.120

0.140

0.E+00 5.E-08 1.E-07 1.5E-07

Co

efi

cie

nte

de

Atr

ito

Número de Gumbel

392N

40C

100C

0.000

0.020

0.040

0.060

0.080

0.100

0.120

0.140

0.E+00 2.E-08 4.E-08 6.E-08 8.E-08 1.E-07

Co

efi

cie

nte

de

Atr

ito

Número de Gumbel

588N

40C

100C

Número de Gumbel versus coeficiente de atrito para o óleo B2A para a mesma carga

0.000

0.020

0.040

0.060

0.080

0.100

0.120

0.140

0.E+00 5.E-08 1.E-07 1.5E-07 2.E-07 2.5E-07 3.E-07 3.5E-07

Co

efi

cie

nte

de

Atr

ito

Número de Gumbel

40C

98N

196N

392N

588N

0.000

0.020

0.040

0.060

0.080

0.100

0.120

0.140

0.E+00 1.E-08 2.E-08 3.E-08 4.E-08 5.E-08

Co

efi

cie

nte

de

Atr

ito

Número de Gumbel

100C

98N

196N

392N

588N

Número de Gumbel versus coeficiente de atrito para o óleo B2A para diferentes cargas

Page 139: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

128

APÊNDICE C – Resultados dos parâmetros adimensionais U e G para os óleos

utilizados nos testes

Parâmetros adimensionais para o óleo A5

U G U G

0.02 1.05E-12 1.37E-13

0.05 2.63E-12 3.44E-13

0.10 5.26E-12 6.87E-13

0.20 1.05E-11 1.37E-12

0.30 1.58E-11 2.06E-12

0.40 2.10E-11 2.75E-12

0.60 3.16E-11 4.12E-12

0.80 4.21E-11 5.50E-12

1.00 5.26E-11 6.87E-12

1.10 5.79E-11 7.56E-12

vel [m/s]40⁰C 100⁰C

5728.97 3784.35

0.00E+00

1.00E-11

2.00E-11

3.00E-11

4.00E-11

5.00E-11

6.00E-11

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

Par

âmet

ro U

Velocidade [m/s]

Óleo A5

40C

100C

Parâmetro U em função da velocidade para o óleo A5

Page 140: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

129

Parâmetros adimensionais para o óleo B2

U G U G

0.02 7.97E-13 1.12E-13

0.05 1.99E-12 2.81E-13

0.10 3.99E-12 5.62E-13

0.20 7.97E-12 1.12E-12

0.30 1.20E-11 1.69E-12

0.40 1.59E-11 2.25E-12

0.60 2.39E-11 3.37E-12

0.80 3.19E-11 4.50E-12

1.00 3.99E-11 5.62E-12

1.10 4.39E-11 6.19E-12

vel [m/s]40⁰C 100⁰C

5506.52 3659.79

0.00E+00

1.00E-11

2.00E-11

3.00E-11

4.00E-11

5.00E-11

6.00E-11

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

Par

âmet

ro U

Velocidade [m/s]

Óleo B2

40C

100C

Parâmetro U em função da velocidade para o óleo B2

Page 141: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

130

Parâmetros adimensionais para o óleo B2A

U G U G

0.02 8.06E-13 1.13E-13

0.05 2.02E-12 2.83E-13

0.10 4.03E-12 5.66E-13

0.20 8.06E-12 1.13E-12

0.30 1.21E-11 1.70E-12

0.40 1.61E-11 2.26E-12

0.60 2.42E-11 3.39E-12

0.80 3.22E-11 4.53E-12

1.00 4.03E-11 5.66E-12

1.10 4.43E-11 6.22E-12

vel [m/s]40⁰C 100⁰C

5520.88 3665.13

0.00E+00

1.00E-11

2.00E-11

3.00E-11

4.00E-11

5.00E-11

6.00E-11

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

Par

âmet

ro U

Velocidade [m/s]

Óleo B2A

40C

100C

Parâmetro U em função da velocidade para o óleo B2A

Page 142: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

131

APÊNDICE D – Gráficos da espessura de filme versus velocidade

0.0000

0.0100

0.0200

0.0300

0.0400

0.0500

0.0600

0.0700

0.0800

0.0900

0.1000

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

Esp

essu

ra d

e F

ilme

[µm

]

Velocidade [m/s]

98N

40C

100C

0.0000

0.0100

0.0200

0.0300

0.0400

0.0500

0.0600

0.0700

0.0800

0.0900

0.1000

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

Esp

essu

ra d

e F

ilme

[µm

]

Velocidade [m/s]

196N

40C

100C

0.0000

0.0100

0.0200

0.0300

0.0400

0.0500

0.0600

0.0700

0.0800

0.0900

0.1000

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

Esp

essu

ra d

e F

ilme

[µm

]

Velocidade [m/s]

392N

40C

100C

0.0000

0.0100

0.0200

0.0300

0.0400

0.0500

0.0600

0.0700

0.0800

0.0900

0.1000

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

Esp

essu

ra d

e fil

me

[µm

]

Velocidade [m/s]

588N

40C

100C

Espessuras de filme versus velocidade para o óleo A5 para a mesma carga

0.0000

0.0100

0.0200

0.0300

0.0400

0.0500

0.0600

0.0700

0.0800

0.0900

0.1000

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

espe

ssur

a de

film

e [µ

m]

velocidade [m/s]

40C

98N

196N

392N

588N

0.0000

0.0050

0.0100

0.0150

0.0200

0.0250

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

espe

ssur

a de

film

e [µ

m]

velocidade [m/s]

100C

98N

196N

392N

588N

Espessuras de filme versus velocidade para o óleo A5 para diferentes cargas

Page 143: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

132

0.0000

0.0100

0.0200

0.0300

0.0400

0.0500

0.0600

0.0700

0.0800

0.0900

0.1000

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

Esp

essu

ra d

e F

ilme

[µm

]

Velocidade [m/s]

98N

40C

100C

0.0000

0.0100

0.0200

0.0300

0.0400

0.0500

0.0600

0.0700

0.0800

0.0900

0.1000

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

Esp

essu

ra d

e F

ilme

[µm

]

Velocidade [m/s]

196N

40C

100C

0.0000

0.0100

0.0200

0.0300

0.0400

0.0500

0.0600

0.0700

0.0800

0.0900

0.1000

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

Esp

essu

ra d

e F

ilme

[µm

]

Velocidade [m/s]

392N

40C

100C

0.0000

0.0100

0.0200

0.0300

0.0400

0.0500

0.0600

0.0700

0.0800

0.0900

0.1000

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

Esp

essu

ra d

e F

ilme

[µm

]

Velocidade [m/s]

588N

40C

100C

Espessuras de filme versus velocidade para o óleo B2 para a mesma carga

0.0000

0.0100

0.0200

0.0300

0.0400

0.0500

0.0600

0.0700

0.0800

0.0900

0.1000

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

espe

ssur

a de

film

e [µ

m]

velocidade [m/s]

40C

98N

196N

392N

588N

0.0000

0.0050

0.0100

0.0150

0.0200

0.0250

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

espe

ssur

a de

film

e [µ

m]

velocidade [m/s]

100C

98N

196N

392N

588N

Espessuras de filme versus velocidade para o óleo B2 para diferentes cargas

Page 144: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

133

0.0000

0.0100

0.0200

0.0300

0.0400

0.0500

0.0600

0.0700

0.0800

0.0900

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

Esp

essu

ra d

e F

ilme

[µm

]

Velocidade [m/s]

98N

40C

100C

0.0000

0.0100

0.0200

0.0300

0.0400

0.0500

0.0600

0.0700

0.0800

0.0900

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

Esp

essu

ra d

e F

ilme

[µm

]

Velocidade [m/s]

196N

40C

100C

0.0000

0.0100

0.0200

0.0300

0.0400

0.0500

0.0600

0.0700

0.0800

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

Esp

essu

ra d

e F

ilme

[µm

]

Velocidade [m/s]

392N

40C

100C

0.0000

0.0100

0.0200

0.0300

0.0400

0.0500

0.0600

0.0700

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

Esp

essu

ra d

e F

ilme

[µm

]

Velocidade [m/s]

588N

40C

100C

Espessuras de filme versus velocidade para o óleo B2A para a mesma carga

0.0000

0.0100

0.0200

0.0300

0.0400

0.0500

0.0600

0.0700

0.0800

0.0900

0.1000

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

espe

ssur

a de

film

e [µ

m]

velocidade [m/s]

40C

98N

196N

392N

588N

0.0000

0.0050

0.0100

0.0150

0.0200

0.0250

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

espe

ssur

a de

film

e [µ

m]

velocidade [m/s]

100C

98N

196N

392N

588N

Espessuras de filme versus velocidade para o óleo B2A para diferentes cargas

Page 145: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

134

APÊNDICE E – Gráficos da espessura de filme versus Número de Gumbel

0.0000

0.0100

0.0200

0.0300

0.0400

0.0500

0.0600

0.0700

0.0800

0.0900

0.1000

0.E+00 1.E-07 2.E-07 3.E-07 4.E-07 5.E-07

Esp

essu

ra d

e F

ilme

[µm

]

Número de Gumbel

98N

40C

100C

0.0000

0.0100

0.0200

0.0300

0.0400

0.0500

0.0600

0.0700

0.0800

0.0900

0.1000

0.E+00 1.E-07 2.E-07 3.E-07

Esp

essu

ra d

e F

ilme

[µm

]

Número de Gumbel

196N

40C

100C

0.0000

0.0100

0.0200

0.0300

0.0400

0.0500

0.0600

0.0700

0.0800

0.0900

0.1000

0.E+00 5.E-08 1.E-07 1.5E-07

Esp

essu

ra d

e F

ilme

[µm

]

Número de Gumbel

392N

40C

100C

0.0000

0.0100

0.0200

0.0300

0.0400

0.0500

0.0600

0.0700

0.0800

0.0900

0.1000

0.E+00 2.E-08 4.E-08 6.E-08 8.E-08

Esp

essu

ra d

e F

ilme

[µm

]

Número de Gumbel

588N

40C

100C

Espessuras de filme versus Número de Gumbel para o óleo A5 para a mesma carga

0.0000

0.0200

0.0400

0.0600

0.0800

0.1000

0.1200

0.E+00 1.E-07 2.E-07 3.E-07 4.E-07 5.E-07

Esp

essu

ra d

e F

ilme

[µm

]

Número de Gumbel

40C

98N

196N

392N

588N

0.0000

0.0050

0.0100

0.0150

0.0200

0.0250

0.E+00 2.E-08 4.E-08 6.E-08

Esp

essu

ra d

e F

ilme

[µm

]

Número de Gumbel

100C

98N

196N

392N

588N

Espessuras de filme versus Número de Gumbel para o óleo A5 para diferentes cargas

Page 146: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

135

0.0000

0.0100

0.0200

0.0300

0.0400

0.0500

0.0600

0.0700

0.0800

0.0900

0.1000

0.E+00 5.E-08 1.E-07 1.5E-07 2.E-07 2.5E-07 3.E-07 3.5E-07

Esp

essu

ra d

e F

ilme

[µm

]

Número de Gumbel

98N

40C

100C

0.0000

0.0100

0.0200

0.0300

0.0400

0.0500

0.0600

0.0700

0.0800

0.0900

0.1000

0.E+00 5.E-08 1.E-07 1.5E-07 2.E-07 2.5E-07

Esp

essu

ra d

e F

ilme

[µm

]

Número de Gumbel

196N

40C

100C

0.0000

0.0100

0.0200

0.0300

0.0400

0.0500

0.0600

0.0700

0.0800

0.0900

0.1000

0.E+00 2.E-08 4.E-08 6.E-08 8.E-08 1.E-07 1.2E-07 1.4E-07

Esp

essu

ra d

e F

ilme

[µm

]

Número de Gumbel

392N

40C

100C

0.0000

0.0100

0.0200

0.0300

0.0400

0.0500

0.0600

0.0700

0.0800

0.0900

0.1000

0.E+00 1.E-08 2.E-08 3.E-08 4.E-08 5.E-08 6.E-08 7.E-08

Esp

essu

ra d

e F

ilme

[µm

]

Número de Gumbel

588N

40C

100C

Espessuras de filme versus Número de Gumbel para o óleo B2 para a mesma carga

0.0000

0.0100

0.0200

0.0300

0.0400

0.0500

0.0600

0.0700

0.0800

0.0900

0.1000

0.E+00 1.E-07 2.E-07 3.E-07 4.E-07

Esp

essu

ra d

e F

ilme

[µm

]

Número de Gumbel

40C

98N

196N

392N

588N

0.0000

0.0050

0.0100

0.0150

0.0200

0.0250

0.E+00 1.E-08 2.E-08 3.E-08 4.E-08 5.E-08

Esp

essu

ra d

e F

ilme

[µm

]

Número de Gumbel

100C

98N

196N

392N

588N

Espessuras de filme versus Número de Gumbel para o óleo B2 para diferentes cargas

Page 147: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

136

0.0000

0.0100

0.0200

0.0300

0.0400

0.0500

0.0600

0.0700

0.0800

0.0900

0.1000

0.E+00 1.E-07 2.E-07 3.E-07 4.E-07

Esp

ess

ura

de

Film

e [

µm

]

Número de Gumbel

98N

40C

100C

0.0000

0.0100

0.0200

0.0300

0.0400

0.0500

0.0600

0.0700

0.0800

0.0900

0.1000

0.E+00 5.E-08 1.E-07 1.5E-07 2.E-07 2.5E-07

Esp

ess

ura

de

Film

e [

µm

]

Número de Gumbel

196N

40C

100C

0.0000

0.0100

0.0200

0.0300

0.0400

0.0500

0.0600

0.0700

0.0800

0.0900

0.1000

0.E+00 5.E-08 1.E-07 1.5E-07

Esp

ess

ura

de

Film

e [

µm

]

Número de Gumbel

392N

40C

100C

0.0000

0.0100

0.0200

0.0300

0.0400

0.0500

0.0600

0.0700

0.0800

0.0900

0.1000

0.E+00 2.E-08 4.E-08 6.E-08 8.E-08 1.E-07

Esp

ess

ura

de

Film

e [

µm

]

Número de Gumbel

588N

40C

100C

Espessuras de filme versus Número de Gumbel para o óleo B2A para a mesma carga

0.0000

0.0100

0.0200

0.0300

0.0400

0.0500

0.0600

0.0700

0.0800

0.0900

0.1000

0.E+00 1.E-07 2.E-07 3.E-07 4.E-07

Esp

ess

ura

de

Film

e [

µm

]

Número de Gumbel

40C

98N

196N

392N

588N

0.0000

0.0050

0.0100

0.0150

0.0200

0.0250

0.E+00 1.E-08 2.E-08 3.E-08 4.E-08 5.E-08

Esp

ess

ura

de

Film

e [

µm

]

Número de Gumbel

100C

98N

196N

392N

588N

Espessuras de filme versus Número de Gumbel para o óleo B2A para diferentes cargas

Page 148: INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE OPERAÇÃO E DE …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/14/pemufrj2012msc... · a – raio da área no contato de Hertz para ponto contato

137

APÊNDICE F – Gráficos da espessura de filme para os diferentes óleos a 100⁰C

0.0000

0.0050

0.0100

0.0150

0.0200

0.0250

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

espe

ssur

a de

film

e [µ

m]

velocidade [m/s]

98N

A1

A5

B2

B2A

0.0000

0.0050

0.0100

0.0150

0.0200

0.0250

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

espe

ssur

a de

film

e [µ

m]

velocidade [m/s]

196N

A1

A5

B2

B2A

0.0000

0.0050

0.0100

0.0150

0.0200

0.0250

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

espe

ssur

a de

film

e [µ

m]

velocidade [m/s]

392N

A1

A5

B2

B2A

0.0000

0.0050

0.0100

0.0150

0.0200

0.0250

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

espe

ssur

a de

film

e [µ

m]

velocidade [m/s]

588N

A1

A5

B2

B2A

Espessura de filme para os diferentes óleos a 100⁰C