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Informações sobre os autores

Maria Elizabete Souza Couto

Graduada em Pedagogia, Doutora em Educação, Professora no Departamento de Ciências da Educação/UESC. Atua no ensino e na pesquisa nas áreas: formação de professores, tecnologias educacionais e educação a distância.

Andréa Maria Brandão Meireles

Graduada em Pedagogia, Especialista em Educação e Relações Étnico-raciais e Psicopedagogia. Professora substituta no Departamento de Ciências da Educação/UESC. Professora da Educação Básica / Município de Ilhéus. Atua na área de formação de professores e educação e relações étnico-raciais.

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INTRODUÇÃO

Cantar, cantar e cantar

a beleza de ser um eterno aprendiz

Gonzaguinha

Caro(a) aluno(a), é na condição de ser um eterno aprendiz que

estudamos, nos módulos anteriores, as disciplinas que fornecem os

fundamentos para pensar a educação, a formação do pedagogo e

de professores no contexto da docência e da prática pedagógica,

tais como: Filosofia, Sociologia, Antropologia, Psicologia, História

da Educação, Teoria do Conhecimento etc. Neste módulo, com o

conhecimento construído anteriormente, avançaremos nos estudos

sobre os saberes necessários para a docência, tendo como ponto

de partida os saberes da formação, do currículo, da disciplina e da

experiência (TARDIF, 2002), visto que estes são saberes plurais,

sociais, culturais, homogêneos, compostos etc., que dão o tom da

docência, ampliando a nossa condição de aprendiz. O professor é um

eterno aprendiz...

APRENDIZAGENS E LINGUAGENS

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SEMINÁRIO INTEGRADOR III

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Aprendizagens e linguagens

Quando falamos de tom da docência, temos como base os saberes necessários

à docência (sobre o aluno, as políticas públicas educacionais, os fins e objetivos

da educação etc.), considerando que não é apenas conhecer a disciplina de

ensino que garante a competência profissional; bem como não é o saber da

experiência que irá garantir essa competência. É um conjunto de saberes

aprendidos no contexto da formação, da história pessoal de cada sujeito, da

escola etc.

Segundo Tardif, para

“os professores, por exemplo, nem sempre é fácil teorizar

a sua prática e formalizar seus saberes, que eles vêem

como pessoais, tácitos e íntimos. Para os pesquisadores,

a legitimação dos saberes dos professores está longe de

ter terminado. A tarefa de construção de um repertório

de saberes baseado no estudo dos saberes profissionais

dos professores supõe, portanto, um exame crítico

das premissas que fundamentam as crenças de uns e

de outros em relação à natureza dos conhecimentos

profissionais. Ela leva igualmente a um questionamento

crítico a respeito das concepções e da relação com os

saberes nos quais os pesquisadores e professores foram

socializados em sua formação e carreiras respectivas.

A [...] tarefa consiste em introduzir dispositivos de

formação, de ação e de pesquisa que não sejam

exclusivamente ou principalmente regidos pela lógica

que orienta a constituição dos saberes e as trajetórias de

carreira no meio universitário. Em outras palavras, esses

dispositivos devem ser pertinentes para os professores e

úteis para sua prática profissional” (2000, p.20).

1 SEMINÁRIO INTEGRADOR: CAMINHOS DA APRENDIZAGEM

DA DOCÊNCIA Segundo o Projeto Pedagógico do Curso de Pedagogia (2007)

e as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia

(2006), a docência é o eixo norteador deste curso, considerando que

esta é construída a partir do repertório de conhecimentos pessoais e

profissionais, aprendidos na escola e nos diferentes contextos sociais

e culturais. Sendo assim, o objetivo deste módulo é refletir sobre

as aprendizagens e linguagens que estão presentes no contexto da

docência, tendo como sujeito dessa construção o professor, aluno

(criança) e demais personagens presentes na escola.

Para ajudar na organização e ilustrar o nosso trabalho, seguem as

ementas das disciplinas que serão estudadas neste módulo:

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Alfabetização e Letramento

O processo da alfabetização e os seus diferentes métodos. As cartilhas de alfabetização: aspectos ideológicos, linguísticos e metodológicos. Práticas de Alfabetização versus aquisição da leitura e escrita. Linguagem e alfabetização: diferentes concepções teóricas. Letramento e a função social da leitura e escrita na sociedade.

Linguística

Perspectivas teóricas básicas: estruturalismo, funcionalismo e gerativismo. Ramos da Linguística que contribuem no processo de Alfabetização: Sociolinguística e Psicolinguística. O processo de aquisição da língua falada. Variação linguística. Estudo e conhecimento linguístico na diversidade de seus níveis e registros.

Didática e Tecnologias II

História das tecnologias na educação. Tendências atuais das tecnologias educacionais: possibilidades e limites do uso das tecnologias na educação. Desenvolvimento de habilidades básicas para a interação sócio-técnica com o vídeo, televisão, rádio, computadores (software) e rede de comunicações, a exemplo da Internet. Propostas e projetos para produção de conhecimentos didáticos mediados pelo uso das tecnologias. As novas percepções de tempo e espaço nos novos territórios, formas de ensino e aprendizagem.

Psicologia e Educação II

Contribuições das principais teorias psicológicas para a compreensão do processo ensino-aprendizagem: comportamentalismo e interacionismo. A construção do conhecimento, as teorias da aprendizagem e a prática pedagógica. Fatores sócio-ambientais e interpessoais da aprendizagem escolar. O sujeito como aprendente no contexto da sociedade tecnológica.

Fundamentos da Educação Infantil

A concepção de infância nos diversos contextos e em diferentes momentos históricos até a contemporaneidade. A organização do espaço e do tempo da aprendizagem: as creches e pré-escolas.

Seminário Integrador IIIAtividades de integração curricular, mediadas pelo encadeamento das disciplinas no módulo em estudo.

Fonte: Projeto Pedagógico do Curso de Pedagogia – EAD/UESC (2007).

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Aprendizagens e linguagens

Essas disciplinas indicam a necessidade de estudar saberes que

são fundantes na formação de professores para a Educação Infantil

e para os Anos Iniciais do Ensino Fundamental que, possivelmente,

podem, também, atender as modalidades: Educação de Jovens e

Adultos, comunidades indígenas, comunidade quilombola etc.

Para a organização dos estudos, vamos revisitar as

possibilidades para realização e desenvolvimento de um seminário.

Segundo Anastasiou e Alves (2003), para que tenhamos as

aprendizagens necessárias na formação de professores, por meio de

um Seminário, várias etapas devem ser seguidas:

• os alunos precisam ter clareza prévia dos diversos papéis que

desenvolverão durante a dinâmica do trabalho: levantamento

das temáticas, objetivo do trabalho, questão problematizadora,

referencial teórico, metodologia - como vou fazer o trabalho -

coleta de dados, análises, comparação, organização de dados

e considerações finais;

• os grupos podem apresentar suas sínteses por escrito;

• o professor deve, além de fazer o fechamento após a

apresentação de cada grupo, realizar uma síntese integradora

no final das apresentações. Esta síntese integradora é o que

nós chamamos, conforme a ementa, de encadeamento das

disciplinas estudadas no módulo para garantir o alcance dos

objetivos propostos para o Seminário Integrador;

• no desenvolvimento das etapas para realização do Seminário

são mobilizados, articulados, construídos conhecimentos

durante os estudos no Módulo, nos diversos momentos (estudo,

leitura, discussão com os colegas e tutores, a base teórica e

prática) de construção e produção de possíveis sínteses;

• essas dimensões estão interligadas, uma enriquece a outra

para o encadeamento dos conceitos e conteúdos estudados,

ao mesmo tempo em que se complementam e indicam novos

objetos de estudo.

Para organizar o Seminário, seguindo estas etapas, é preciso

considerar algumas operações do pensamento, tais como:

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DESCRIÇÃOÉ um espaço em que as ideias devem germinar ou serem semeadas. Portanto, espaço onde um grupo discuta ou debata temas ou problemas que são colocados em discussão.

OPERAÇÕES DE PENSAMENTO (Predominantes)

Análise / Interpretação / Crítica / Levantamento de hipóteses / Busca de suposições / Obtenção de organização de dados / Comparação / Aplicação de fatos e novas situações.

DINÂMICA DA

ATIVIDADE

Três momentos;

1. Preparação – o papel do professor é fundamental (no nosso caso, o papel do professor da disciplina, do tutor presencial e do tutor a distância):

• apresentar o tema e/ou selecioná-lo conjuntamente com os alunos, justificar sua importância, desafiar os estudantes, apresentar os caminhos para realizarem as pesquisas e suas diversas modalidades (bibliográfica, de campo ou de laboratório);

• organizar o calendário para as apresentações dos trabalhos dos alunos;

• orientar os alunos na pesquisa (indicar fontes de consulta bibliográfica e/ou pessoas/instituições) e na elaboração de seus registros para a apresentação do grupo;

• organizar o espaço físico para favorecer o diálogo entre os participantes.

2. Desenvolvimento:

• discussão do tema, em que o secretário anota os problemas formulados, bem como soluções encontradas e as conclusões apresentadas. Cabe ao professor dirigir a sessão de crítica ao final de cada apresentação, fazendo comentários sobre cada trabalho e sua exposição, organizando sua síntese integradora do que foi apresentado.

3. Relatório:

• trabalho escrito produzido individualmente ou em grupo (conforme a orientação para escrita do relatório).

AVALIAÇÃO

Os grupos são avaliados e exercem a função de avaliadores dos demais grupos.

Os critérios de avaliação devem ser adequados aos objetivos da atividade em termos de conhecimentos, habilidades e competências.

Sugestão de critérios de avaliação:

• clareza e coerência na apresentação;

• domínio do conteúdo apresentado;

• participação do grupo durante a exposição;

• utilização de dinâmicas e/ou recursos audiovisuais na apresentação. As dinâmicas devem estar relacionadas com a temática em estudo para apresentação. Serão avaliadas todas as possibilidades para encadeamento do conteúdo apresentado. Uma dinâmica também está carregada de conteúdo.

Fonte: Adaptado de ANASTASIOU, L. das G. C.; ALVES, L. P. (Orgs.). Processos de ensinagem na Universidade. Pressupostos para as estratégias de trabalho em aula. Joinville: UNIVILLE, 2003.

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Aprendizagens e linguagens

Para ampliar nosso repertório de aprendizagens e

conhecimentos, vale lembrar que as operações de pensamentos

que estão presentes durante a elaboração do Seminário Integrador

são processos cognitivos que estão presentes nas construções e

aprendizagens que indicam a autonomia e uma realização cognitiva,

afetiva e social. O pensamento operatório é um todo, faz parte de

uma trama dialética, visto que interfere na construção e superação

dos sujeitos. (É necessário retomar os estudos sobre dialética nas

disciplinas Filosofia e Educação, Sociologia e Educação e Teoria do

Conhecimento). Assim, segundo Ronca (1995) e Anastasiou et al (2003),

o significado de ações operatórias está presente no cotidiano do

trabalho docente, e pode ser compreendido a partir de diferentes

ações do pensamento:

Analisar à significa perpassar entre outros conceitos, trazer para a discussão de aspectos da temática que, muitas vezes, estão subtendidos. É um “exercício dialético que consiste na separação/união de diferentes elementos, em busca de uma compreensão mais ampla, ou seja, da compreensão possível da realidade” (RONCA, 1995, p.59). Entre as demais operações de pensamento analisar é “considerada uma habilidade maior, porque pode ser elaborada concomitantemente a outras habilidades de pensamento: analisar comparativamente, criticamente, resumidamente” (RONCA, 1995, p.59). Em uma aula, pode-se propor análise econômica, sociológica, filosófica, histórica, cultural, educacional, o que ajuda o aluno e o professor a organizar conceitos e compreensão da temática em estudo. Mas, é preciso tomar cuidado para não estabelecer uma amplitude tão grande que seja impossível concluir a análise proposta. Na análise nasce a comparação.

Comparar à consiste em observar seletivamente as ideias, separando os aspectos semelhantes ou diferenciados. Para alcançar tal ação, é necessária a análise do conjunto das partes envolvidas e as peculiaridades que podem ser confrontadas, identificando relações mútuas, pontos de acordo e desacordo.Para comparar faz-se a análise de conceitos, bem como de tabelas, gráficos, exemplos, fatos etc. Solicita, ainda, o encaminhamento do pensamento por meio de critérios de análise: comparação do ponto de vista social, cultural, político, educacional, econômico etc.

Criticar à implica em observar com fidelidade um fenômeno, ideia ou texto, ressaltando as suas dimensões positivas e/ou negativas. Faz julgamento, analisa e avalia com base em um critério.A crítica é consistente se elaborada a partir de fundamentos teóricos explícitos e contextualizada; quando ajuda a ver “por trás das aparências ou daquilo que não está visível” (RONCA, 1995, p.65). Para fazer uma crítica é preciso ver os objetivos do trabalho para estudar as influências sociais, culturais, pedagógicas etc. no cotidiano das pessoas.Fazer uma crítica é difícil, uma operação de pensamento lenta, porque exige maturidade e conhecimentos. É também um movimento dialético, o bem e o mal estão presentes no mesmo fenômeno. A crítica é temporal, conforme os conceitos, valores, ideias e posicionamentos de um determinado momento histórico. Vai além de um juízo de valor.

Interpretar à para interpretar é preciso estar embasado em determinada teoria e ser fiel aos conceitos. Processo de atribuir ou negar sentido à experiência

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exigindo argumentação para defender o ponto de vista.

Comentar à para fazer um comentário é necessário a observação e descrição dos elementos e as dimensões constitutivas de fenômenos, ideias ou textos. É uma ação de pensamento operatório que exige juízo de valor, conforme critérios pessoais - gosto, preferências, predileções, experiências, sentimentos, valores - e ganha consistência quando tenta esclarecer pequenos detalhes que, na maioria das vezes, ficam despercebidos (RONCA, 1995).

É uma habilidade operatória mais próxima do coloquial, envolve aquela magia de quem conta um caso. Comentar é diferente de interpretar.

Concluir à pensar, examinar o fenômeno, ideia, texto, com o objetivo de construir um parecer final. Um exercício de pensamento que requer confrontos com outros referenciais teóricos ou experiências pessoais.Para um exercício de pensamento que vai além da observação, faz-se necessário levantar variáveis ou hipóteses. “Concluir é ir além de!” (RONCA, 1995, p.63). Concluir é uma ação de pensamento que inclui questionamentos e desdobramentos. É necessário, no final de uma aula, trabalho etc. ressaltar os conceitos e pontos importantes da temática em estudo.

Explicar à é uma ação operatória que explica um fato ou ideia com as próprias palavras, podendo contextualizar pedagógica, social, histórica, politicamente etc. É descrever, expor, relacionar, conhecer etc. Para explicar é preciso manter a ideia do tema.

Justificar à uma ação do pensamento operatório que consiste em situar fenômenos, ideias, apresentando suas origens e desenvolvimento. A justificativa é diferente da explicação, pois implica na análise e defesa de aspectos contraditórios. Requer a formulação de argumentos, experimentos. Uma ação que ajuda a confirmar ou não uma hipótese.

Resumir à uma ação do pensamento operatório em que as ideias são descritas com as próprias palavras e em texto menor. É a apresentação de partes importantes, de maneira condensada, sem perder a essência do texto. Resumo não é cópia, mas um novo texto em que prevalecem as ideias básicas estudadas. É uma ação necessária e sempre presente na vida acadêmica, exigindo do professor uma orientação sistemática: leitura, identificação das ideias do texto, elaboração do resumo (oral e escrito).

Assim, o Seminário Integrador está relacionado a uma série

de determinantes: faz parte das disciplinas que compõem a estrutura

curricular do curso; está presente em todos os módulos do curso

com o objetivo de articular e encadear os estudos numa perspectiva

interdisciplinar, de conhecimento como um todo, considerando as

dimensões políticas, sociais, culturais e educacionais dos envolvidos

no processo de ensinar e aprender; oferece uma visão de formação

de professor, conhecimento, saber escolar e organização da escola

em um curso de formação de professores, por meio da EAD, a

profissionais que irão trabalhar em escolas no sistema presencial; e

oferece a construção de uma base de conhecimento para docência

em suas diversas modalidades. Para planejar e organizar o Seminário

Integrador é necessário que o professor, tutores e alunos discutam,

pesquisem, estudem e construam a síntese de seus conhecimentos.

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Aprendizagens e linguagens

2 APRENDIZAGEM E APRENDIZAGENS

Aprendizagem e aprendizagens são ações presentes no

contexto da escola envolvendo professores e alunos no ato de ensinar

e aprender. O verbo ensinar, do latim insignare, significa marcar

com um sinal, que deveria ser de vida, busca e despertar para o

conhecimento. No cotidiano e na realidade da sala de aula, muito se

fala de ensinar, que pode acontecer ou não com o ensino do conteúdo

planejado, mobilizando ou não outras ações de pensamento para a

aprendizagem.

Ensinar é um verbo de ação e contém “duas dimensões: uma

utilização intencional e uma de resultado, ou seja, a intenção de ensinar

e a efetivação dessa meta pretendida” (ANASTASIOU, 2003, p. 13).

Dimensões que acontecem concomitantemente quando o professor

explica um conteúdo com a finalidade de que todos aprendam, mas o

aluno (ou alguns alunos) não aprendeu(ram). Como cumprir as duas

dimensões pretendidas no ato de ensinar e aprender?

ATIVIDADE

As atividades indicadas como ‘parada para pensar’ devem ser postadas no Moodle, no Fórum de Discussão, antes do 1º. Encontro Presencial deste semestre.

1. O que ensinei hoje? A quem? Para quê? Para ensinar foi preciso aprender? Como aprendi?

Depois dessa parada para pensar, faça suas anotações com data e poste, na Plataforma Moodle, no fórum da disciplina Seminário Integrador, para discussão com seus colegas e tutores. Leia as anotações dos seus colegas e faça comentários.

2. Para os alunos que já têm experiência docente:

• Quando ensinei, na minha sala de aula, foi de forma intencional?

• Quando ensinei, na minha sala de aula, esperava um resultado?

• Qual das duas dimensões está mais presente no cotidiano do professor?

• Pense, registre suas anotações e discuta com seus colegas, oralmente, no primeiro encontro presencial.

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Aprender é um verbo que indica a relação entre os sujeitos

e o conhecimento. É derivado da palavra apreender e significa

tomar conhecimento, reter na memória mediante estudo, receber

a informação de outras pessoas e/ou meios de comunicação. Para

aprender estão em ‘jogo’ construções mentais (concretas e abstratas)

que se efetivam na medida em que o sujeito da aprendizagem

reconstrói o objeto de estudo, associando ideias e conceitos já

estudados.

Para aprender a ensinar, três problemas são indicados: a)

requer que os futuros professores compreendam e pensem o ensino

de maneiras diferentes daqueles que aprenderam a partir de suas

próprias experiências como alunos; b) oferecer condições para que

os futuros professores desenvolvam a habilidade de ‘pensar como

professor’, mas devem colocar este pensar em ação; c) refere-se à

complexidade da profissão, isto é, aprender a conhecer e a lidar com

as situações escolares cotidianas: diferentes ritmos de aprendizagens

dos alunos; exigências acadêmicas, burocráticas e das políticas

públicas etc. (HAMMERNES et al, 2005, citado por MIZUKAMI, 2006).

ATIVIDADE

Nos estudos sobre docência (Fundamentos da Docência), como atividade, vocês entrevistaram um professor com experiência docente. Com base no estudo realizado, em quais espaços podemos aprender a ser professor?

Registre sua resposta no fórum da disciplina Seminário Integrador/Plataforma Moodle e leia os comentários dos demais colegas. No final, juntamente com o tutor, construa um texto (3 laudas) apresentando e discutindo os espaços em que os professores aprendem a ser professor.

Para compreender a construção das aprendizagens, Zabala

(1998, citado por ANASTASIOU, 2003) diferencia na aprendizagem

as características de quatro tipos de conteúdos:

• conteúdos factuais: conhecimentos de fatos, acontecimentos,

situações, fenômenos concretos e singulares, às vezes

menosprezados, mas indispensáveis, e cuja aprendizagem é

verificada pela reprodução literal;

• conteúdos procedimentais: conjunto de ações ordenadas e com

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Aprendizagens e linguagens

um fim - regras, técnicas, métodos, destrezas e habilidades,

estratégias e procedimentos - verificados pela realização

das ações dominadas pela exercitação múltipla e tornado

consciente pela reflexão sobre a própria atividade;

• conteúdos atitudinais: valores, atitudes e normas, verificados

por sua interiorização e aceitação, implicando em conhecimento,

avaliação, análise e elaboração;

• aprendizagem de conceitos (conjunto de fatos, objetos

ou símbolos) e princípios (leis e regras que se produzem

num fato, objeto ou situação): possibilita a elaboração e a

construção pessoal nas interpretações e transferências para

novas situações.

As aprendizagens não acontecem da mesma forma, dependem

tanto do tempo, do espaço, do sujeito que aprende, quanto do objeto

de aprendizagem. Para aprender, no espaço escolar, levamos em

consideração as concepções (teorias) da aprendizagem (conforme

estudamos na disciplina Psicologia e Educação).

ATIVIDADE

Os alunos que têm experiência docente irão socializar com os colegas

a maneira como veem o aluno, a sua própria prática pedagógica, o ensino,

a metodologia, a avaliação, a escola e a sociedade.

Após a socialização, os demais colegas participarão de uma discussão

com base nos estudos da Psicologia e Educação e Didática.

Assim, essas aprendizagens exigem rotina, visto que não

acontecem de forma espontânea, são realizadas por meio de estratégias

de ensino e da mediação de outros sujeitos – professor, colega,

amigos etc. No espaço da escola, para que aconteça a aprendizagem

é preciso que o professor planeje e organize a aula como um processo

contínuo, relacionado ao que foi pensado no Projeto Pedagógico da

Escola, apresentando o conteúdo, as estratégias (individual, grupal),

formas de avaliação para que os sujeitos da aprendizagem – professor

e alunos – possam fazer a leitura da realidade, construir conceitos

sobre o conteúdo estudado e utilizar recursos que contribuam para a

aprendizagem (ambientais, culturais, tecnológicos, literários etc.).

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ATIVIDADE

1. O que aprendi hoje? Aprendi sozinha, com outras pessoas, por meios de informações

da TV, rádio, jornal, Internet etc.?

Depois dessa parada para pensar, faça suas anotações com data e poste, na Plataforma

Moodle, no fórum da disciplina Seminário Integrador, para discussão com seus colegas e

tutores. Leia as anotações dos seus colegas e faça comentários.

Para planejar e elaborar o Seminário Integrador, várias ações

operatórias estarão presentes. Assim, ao selecionar a temática, o

grupo será sujeito da observação do objeto de estudo, das estratégias

escolhidas e terá como finalidade o exercício de processos operatórios:

observação, comparação, análise, interpretação, explicação, conclusão

etc. Lembre-se de que essas ações fazem parte da trama dialética

da construção do conhecimento do futuro Pedagogo/Professor da

Educação Infantil e anos iniciais do Ensino Fundamental.

Para a apresentação deste Seminário Integrador, levaremos

em consideração as aprendizagens e os conceitos referentes a:

aprendizagem e aprendizagem docente, linguagem, construção da

linguagem na criança e linguagem como instrumento de socialização,

comunicação, luta etc.

A temática em estudo, neste momento, visa desafiar e

ajudar na construção de novos conhecimentos para a formação de

professores, auxiliando na tomada de decisão sobre as necessidades

socialmente existentes numa formação universitária. Será um

momento de desenvolvimento do pensamento operatório para

construção de conhecimentos que contribuam para a formação de

conceitos da docência.

Vasconcellos (1994) cita categorias que poderão orientar na

construção de conhecimentos e definição de conteúdos e atividades,

tais como:

• significação à estabelecer encadeamento com o conteúdo a

ser desenvolvido em relação ao ‘aprender sobre como ensinar’

e ‘aprender sobre como ser professor’ (KNOLWES et al, 1994),

os interesses com as aprendizagens em relação à docência e

à prática pedagógica;

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Aprendizagens e linguagens

Segundo Knowles e seus companheiros de estudos e pesquisas (1994), aprender sobre como ensinar é um processo que envolve entendimento e desenvolvimento do sujeito para lidar com as atividades, estratégias, conteúdos e técnicas associadas ao aprender. Lida com as atividades em sala de aula e outros lugares de aprender.

Aprender sobre como ensinar é um processo que envolve os papéis, as responsabilidades, as ações, os pensamentos e como emergem os profissionais. Lida com o profissional dentro e fora da sala de aula, as suas aprendizagens inter e extra-escolares.

Aprender sobre como ensinar e aprender sobre como ser professor fazem parte das aprendizagens para a formação de professor. Sendo assim, há três benefícios oferecidos pelas pesquisas sobre aprender sobre como ensinar e aprender sobre como ser professor:

a. o professor, ao ter acesso à literatura sobre aprender a ensinar, começa a facilitar o seu próprio desenvolvimento profissional, tornando-se ‘consumidor’ das atividades educacionais do ser professor iniciante e também em cursos e programas de formação. Não no sentido de ter respostas definitivas para as perguntas, mas começa a fazer questões sobre a educação do professor em geral e, especificamente, sobre o programa em que está inscrito;

b. o processo de aprender a ensinar pode fornecer insight em relação às formas próprias de agir, desenvolver a prática e centrar suas atenções em assuntos interessantes à formação e ao fazer pedagógico;

c. possibilita oportunidade de familiarizar-se com as diversas formas que outros professores já exploraram em suas práticas (COUTO, 2005).

• problematização à para a construção do conhecimento é

necessário um problema em questão, cuja origem deve

ser recuperada no estudo do conteúdo a ser aprendido. O

pensamento do aprendiz (aluno, professor) deve identificar-se

com situações que possam tanto mover-se quanto identificar-

se em diferentes posições, para questionar etc.;

• práxis à desenvolvimento de ação (motora, reflexiva,

perceptiva) do sujeito sobre o objeto em estudo. Toda

aprendizagem é ativa, requer ação, que possibilita o

encadeamento e a articulação do conhecimento com a prática

social e outros conhecimentos;

• criticidade à relaciona-se à visão crítica do conteúdo com a

realidade, superando a simples aparência e a compreensão de

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conceitos que se limitam apenas ao senso comum;

• continuidade e ruptura à parte da realidade, do nível

de conhecimento real, (o que Vygotsky (1992) chamou

de nível de desenvolvimento real/NDR que deve ser o

ponto de partida para construção de conceitos para novas

aprendizagens), possibilitando aprendizagens mais elaboradas

e contextualizadas;

• historicidade à a relação e o encadeamento com os

conhecimentos estudados no módulo, apresentando a síntese

contextualizada, identificando e apresentando as etapas de

elaboração conforme os conteúdos estudados nas diferentes

disciplinas do módulo;

• totalidade à combina a síntese com a análise, articulando e

encadeando o conhecimento construído com a realidade, seus

determinantes sociais, históricos, educacionais e a formação

de professores.

Para concluir o Seminário Integrador é importante o momento

da elaboração da síntese do conhecimento por você e seu grupo

para chegar à construção de novas aprendizagens. Para fazer esta

síntese, é preciso conhecer os conteúdos que foram estudados

durante o semestre, articulando-os e contextualizando com questões

sociais.

Aprender é uma ação constante na vida das pessoas,

independente da sua profissão, da sua idade e do lugar onde vive.

Aprendemos a andar, falar, comunicar, ler, escrever, digitar, navegar

na Internet, ensinar, aprendemos sempre, somos eternos aprendizes.

O mesmo acontece com os professores, aprendem quando estão

preparando-se (curso de formação inicial) para começar a profissão e

continuam a aprender durante toda a trajetória docente.

3 APRENDIZAGENS E DOCÊNCIA

Na formação de professores e na docência, as aprendizagens

estão sempre presentes, no sentido formal e pessoal. Tais

aprendizagens também correspondem aos saberes da docência.

Para Tardif (2000) e Tardif & Lessard (1999), são aprendizagens/

saberes que os professores mobilizam e constroem em seu espaço

Síntese do conhecimen-to à é sempre provisó-ria, visto que o pensa-mento está sempre em movimento e, consequen-temente, em constante alteração. Assim, quanto mais situações de análises (exemplos de situações da sala de aula, da esco-la, da trajetória docente, das relações das pessoas – crianças, professores etc. - do cotidiano) forem propostas e experiencia-das maiores chances serão oferecidas para construir sínteses mais elaboradas. Para a construção de uma síntese está sempre pre-sente a análise. A síntese é um caminho que se pro-cessa no pensamento, sob a orientação do professor, possibilitando novas cons-truções/aprendizagens (ANASTASIOU, 2003). A análise e a síntese são ações operatórias que se fazem presentes na refle-xão da prática pedagógi-ca, no fazer docente e nos demais objeto de estudo e pesquisa.

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Aprendizagens e linguagens

de trabalho cotidiano para desempenhar tarefas. Englobam os

conhecimentos, as competências, as habilidades, as aptidões e as

atitudes, o que foi chamado de saber, saber-ser e saber-fazer. O

saber docente é plural (oriundo de fontes diversas, reunindo saberes

diferentes e heterogêneos). É também temporal (inscreve-se no

tempo, está vinculado às etapas da carreira docente e da vida pessoal

do sujeito, implicando em uma socialização e uma aprendizagem da

profissão), composto (de diferentes naturezas e, se, por um lado,

integram objetividade e precisão – as regras, conteúdos, avaliação –

por outro, implicam subjetividade e imprecisão – a interpretação e o

julgamento dessas regras, avaliação e conteúdos no cotidiano da sala

de aula), heterogêneo (de fontes diversificadas) e social (construído

em interação com diversas fontes sociais de conhecimentos, de saber

ensinar, da cultura do meio, da organização escolar, da universidade

etc.).

A aprendizagem dos saberes para a docência fica subordinada,

material e ideologicamente, às atividades de produção de novos

conhecimentos. Todo saber implica um processo de aprendizagem e

de formação, e

[...] quanto mais um saber é desenvolvido, formalizado, sistematizado, como acontece com as ciências e os saberes contemporâneos, mas se revela longo e complexo o processo de aprendizagem que exige, por sua vez, uma formalização e uma sistematização adequadas (TARDIF et al, 1991, p. 218).

Aprender sobre como ensinar e aprender sobre como ser

professor acontecem ao longo da carreira do professor, sem um

período pré-estabelecido, e constituem um processo que perpassa

toda a trajetória profissional (MIZUKAMI, 1996), considerando os

seus saberes e aprendizagens docentes.

Em se tratando da formação de professores, o ensinar é,

essencialmente, uma profissão que se aprende, e a base de

conhecimento para o ensino não é fixa e final (SHULMAN, 1997).

Para ensinar, o professor precisa aprender a lidar com sua base de

conhecimento que o ajudam a organizar e escolher ações, atividades

e técnicas de ensino que desenvolverão com seus alunos. Aprender é

um “processo que não é estático nem uniforme, mas sim caracterizado

por uma mudança constante” (MARCELO GARCIA, 1998, p.65).

98 Módulo 3 I Volume 1 EAD

99PedagogiaUESC

ATIVIDADE

Para compreender a história pessoal e profissional é preciso entender a minha história familiar:

• Quem sou? Venho de uma família em que meu pai e minha mãe são escolarizados? • Qual a escolaridade do meu pai e de minha mãe?

• Na minha família tínhamos o hábito de ler – história infantil, jornal, revista, revista em quadrinho, romance?

• Quando era criança quais eram os momentos de leitura em casa (no final de semana, a tardinha, na hora de dormir etc.)?

• Essa leitura era tratada como prazer de ler ou uma obrigação?

Questões que precisam ser pensadas para a construção do professor da educação infantil e anos iniciais. Que leitor serei na minha sala de aula? Que escritor serei na minha sala de aula?

LEMBRE-SE: Ler e escrever são atividades básicas na docência.

Escreva um texto de uma lauda, sobre ‘A construção da leitura em minha vida’ e poste no Fórum de discussão para socialização com os colegas, tutores e professor.

Leia a produção dos seus colegas e faça comentários.

A aprendizagem da docência caracteriza-se como uma

aprendizagem plural, formada por um amálgama de vários saberes,

contextos e situações escolares, bem como na experiência pessoal

e profissional. É uma aprendizagem do trabalho que passa por

uma escolarização mais ou menos longa, cuja função é fornecer os

conhecimentos teóricos e práticos que os preparam para o trabalho

(TARDIF, 2002). Aprender é um processo para o desenvolvimento do

ser humano como pessoal e profissional, quer seja de forma individual

ou coletiva. Os diferentes espaços não formativos e a escola são

contextos para o desenvolvimento dessas aprendizagens.

E a aprendizagem do aluno por meio da Educação a Distância?

99PedagogiaUESC

única

SEMINÁRIO INTEGRADOR III

100 Módulo 3 I Volume 2 EAD

Aprendizagens e linguagens

ATIVIDADE

Agora vamos falar do momento atual:

1. Você está cursando a Graduação em Pedagogia, por meio da Educação a Distância. Muitas aprendizagens serão construídas. Pense e descreva duas aprendizagens que você adquiriu neste curso?

2. O que diferencia uma aprendizagem da outra?

3. Retomando os estudos da disciplina Educação a Distância, o que é aprender em um curso na modalidade a distância?

Escreva suas respostas e poste no Fórum de discussão da disciplina Seminário Integrador/Plataforma Moodle para socialização e discussão com todos.

Leia as respostas dos seus colegas e faça comentários.

Estamos construindo um processo de aprender e ensinar em

um curso que é organizado a distância, que atende a pessoas adultas

dispostas a aprender para ensinar. Para realização de tal tarefa

precisamos deslocar o eixo da “formação centrada no ensino” para uma

“formação centrada na aprendizagem”. Nesse sentido, “o importante

não é que se fale ou explique bem os conteúdos: o importante é

como eles são entendidos, organizados e integrados em um conjunto

significativo de conhecimentos e habilidades novas” (ZABALZA, 2004,

p.156). Assim, estaremos construindo aprendizagens significativas.

No contexto geral e, também, na Educação a Distância,

aprender é uma situação social para crianças, jovens, adultos e idosos.

A Educação a Distância atende a uma população de adultos. Nesses

contextos, a comunicação e a aprendizagem são veiculadas por meios

artificiais (telefone, e-mail, ambiente virtual de aprendizagem/AVA

– Plataforma Moodle etc) que nos possibilitam maneiras de garantir

uma “presença social” (GUNAWARDENA, 1995, citado por MOORE et

al, 2007, p.247). Esta presença é uma construção social que favorece

os processos de aprendizagem e ensino.

SAIBA MAIS

Você sabia que a teoria que estuda a educação de adultos é andragogia? Andragogia é a arte e a ciência de ajudar os alunos a aprenderem.

Pesquise na internet sobre a Andragogia e socialize com seus colegas. (Seu tutor irá criar um Fórum na Plafatorma Moodle)

100 Módulo 3 I Volume 1 EAD

101PedagogiaUESC

Um Ambiente Virtual de Aprendizagem/AVA, como a Plataforma

Moodle, pode contribuir para o desenvolvimento de uma aprendizagem

construtiva, expressiva, a distância. Este é um exemplo de como

usar as possibilidades da tecnologia para favorecer a aprendizagem

a distância, e fornecer um bom modelo para os educadores e alunos

dessa modalidade.

O ato de aprender, como processo formativo, é considerado como

momento de busca individual de objetos particulares, os objetos

de conhecimentos, por parte de atores/sujeitos – alunos, tutores,

professores - em situação de interação (LINARD, 1994, citado por

MOORE et al, 2007). Assim, no ato de aprender leva-se em conta o

ponto de vista do sujeito, suas diferenças individuais, diferenças nas

histórias pessoais e nas representações de situações de formação

e de prática, considerando também as condições de aprendizagem,

motivação e habilidades.

Em cursos na modalidade a distância, a aprendizagem acontece

no envolvimento do aluno – sujeito da aprendizagem – com o

texto (material impresso e online), num determinado contexto

(universidade, polo, escola) e com vista à aplicação (atividades em

sala de aula com os alunos e como aluno) (GUTIÉRREZ; PRIETO,

1994). É na relação com o texto e contexto que a aprendizagem se

efetiva. O texto complementa no contexto e, em seguida, na formação

e na prática (COUTO, 2005).

4 APRENDIZAGEM E LINGUAGEM

Segundo as discussões, estudos e pesquisas recentes, a

aprendizagem deve ser, obviamente, uma aprendizagem com

significado. É preciso entender que a aprendizagem é significativa

quando novos conhecimentos (conceitos, ideias, proposições,

modelos, fórmulas etc.) passam a significar algo para o aprendiz,

ajudando na explicação de situações, para resolver problemas novos,

enfim, quando compreende. Essa aprendizagem se caracteriza pela

interação entre os novos conhecimentos e aqueles mobilizados

e relevantes já existentes, na estrutura cognitiva do sujeito que

aprende.

Para Moreira (s/d) o significado da aprendizagem está nas pessoas,

não nas coisas ou eventos. É para as pessoas que sinais, gestos, ícones

e, sobretudo, palavras significam algo. Está aí a linguagem, seja ela

verbal ou não. Sem a linguagem o desenvolvimento e a transmissão

de significados compartilhados seriam praticamente impossíveis.

101PedagogiaUESC

única

SEMINÁRIO INTEGRADOR III

102 Módulo 3 I Volume 2 EAD

Aprendizagens e linguagens

Figura 1. Mapa conceitual para aprendizagem significativa e linguagem (MOREIRA, 003).Fonte: http://www.if.ufrgs.br/~moreira/linguagem.pdf

O conhecimento é linguagem; a chave da compreensão de um

conhecimento, de um conteúdo, ou mesmo de uma disciplina, é

conhecer sua linguagem. As inter-relações entre tais conceitos estão

diagramadas no mapa conceitual apresentado na Figura 1.

A linguagem é importante na formação e na aprendizagem

significativa de conceitos, considerando o significado, a interação e o

conhecimento na construção de novas aprendizagens.

As diferentes formas de conhecimento presentes na sociedade

podem ser categorizadas, segundo Lévy (1993), em três formas de

linguagem: oral, escrita e digital. A história da humanidade foi marcada

pela linguagem oral como forma de construção do conhecimento, de

organização da vida em sociedade e aprendizagens. Esta linguagem

predomina em todas as formas comunicativas.

Considerando as dimensões biológicas e culturais da espécie

humana, a linguagem segue a natureza do desenvolvimento humano.

A herança genética da espécie vai garantir o aparecimento de

possibilidades concretas de comunicação que vão dos movimentos

do corpo à oralidade. Já a cultura propicia formas de utilização do

movimento e da oralidade, da mesma maneira que trará outras

formas de comunicação e expressão, que são resultados da própria

história da humanidade (LIMA, 2003).

A construção da linguagem emerge em tempos longos, está sendo

elaborada à medida que é realizada. O desenvolvimento da oralidade

na espécie estende até por volta de nove a dez anos. Até esta idade

a criança está utilizando o conhecimento construído para comunicar

algo, está elaborando a própria fala no momento em que formula

uma sentença, ou seja, usa sua linguagem ao mesmo tempo em que

a constitui.

102 Módulo 3 I Volume 1 EAD

103PedagogiaUESC

A fala (oralidade) é uma construção social e um espaço de

afetividade entre o adulto e a criança. Quando a criança chega à

fala e começa a desenvolver a oralidade, juntamente com o adulto,

encontra um campo comum de significação. Para o adulto, há uma

mudança importante neste momento, porque a criança passa a

utilizar um sistema simbólico que ele domina (LIMA, 2003).

A oralidade está ligada à expressão gráfica ou à narrativa visual

e se desenvolve antes do domínio da escrita, fornecendo condições

para o desenvolvimento da criança. Assim, é muito importante que a

partir dos três anos as crianças tenham espaço e instrumentos para

realização de desenho e narrar a história do seu desenho. Nessas

atividades a fala organiza a ação e, sendo um exercício simbólico,

torna-se instrumento de descoberta para a criança.

Os sistemas simbólicos (como a escrita), as artes e as

manifestações coletivas (práticas culturais) são alguns dos produtos

da cultura humana, que serão apropriados pela criança em seu

processo de desenvolvimento. Essa apropriação servirá de referencial

para a aquisição de aprendizagens futuras, daí a importância das

práticas pedagógicas desenvolvidas com crianças nos anos iniciais da

escolarização/educação infantil.

A linguagem oral - falada – é a forma mais antiga e utilizada

pelos homens em todos os tempos para aprender e apreender

valores, conceitos, crenças, costumes etc. É por meio da linguagem

que as pessoas criam os diálogos, discursos, conversas, transmitem

informações, avisos e mensagens. A linguagem está presente nos

meios de comunicação mais populares: rádio e televisão. Em casa,

na vizinhança e na escola, é a linguagem oral a forma mais presente

de expressão para ensinar e aprender. Numa aula expositiva, é a

linguagem oral o veículo de comunicação e apresentação de conteúdos

e informações sobre a rotina e organização da dinâmica da aula.

Para Lévy (1993), a nossa primeira tecnologia foi a linguagem falada,

considerada como a ‘tecnologia da inteligência’, sem instrumentos

concretos para manipulação, mas uma extraordinária construção

viva. É pela linguagem que o homem – criança, adolescente, jovem,

adulto e idoso – se distingue dos demais seres da natureza, além de

nomear, definir, delimitar, criar o mundo à sua volta.

Atualmente, na linguagem oral, outros artefatos são introduzidos

como imagens, sons, gestos, símbolos para que mensagens,

conceitos, apelos e informações sejam aprendidos, prevalecendo

a memória e a repetição para a aquisição das aprendizagens. No

exercício da linguagem a criança se comunica com ela mesma, com

outras crianças, com brinquedos, companheiros imaginários, seres

103PedagogiaUESC

única

SEMINÁRIO INTEGRADOR III

104 Módulo 3 I Volume 2 EAD

Aprendizagens e linguagens

da natureza, personagens da literatura etc. Cada linguagem cumpre

objetivos diferentes; e é elaborada, verbalizada e interpretada de

acordo com o interlocutor, o contexto e as mediações.

A capacidade das crianças de lidar com a diversidade revela a

importância de explorar tal dimensão da vivência intercultural para a

formação ética e respeito às diferenças (LIMA, 2003).

Crianças de classes sociais, raças, constituição biológica e ou culturas

diferentes têm várias coisas em comum, que são características

gerais da infância e do ser humano, que as aproximam entre si e

as distanciam dos adultos. Funcionam como uma “linguagem da

infância” que supera e aproxima os contextos de diversidade.

Já a linguagem escrita “surge em outro momento da civilização,

quando os homens ocupam um determinado espaço, onde praticam

a agricultura. A previsibilidade da plantação e da colheita interfere

na criação de suportes para a escrita” (KENSKI, 2003, p.35). Há a

necessidade de compreender a comunicação gráfica – a escrita, Esta

só será aprendida se for ensinada, para qualquer pessoa em qualquer

lugar do planeta.

Com a escrita acontece a autonomia do conhecimento que,

anteriormente, fora aprendido pela oralidade, dando novo

direcionamento para pensar no contexto em que o escrito pode ser

lido e analisado.

PARA CONHECER

Um dia disse uma analfabeta quando pedia a sua vizinha para escrever uma carta a um familiar distante: - Quem não saber ler e escrever não pode ter segredos. (Depoimento de uma analfabeta).

ATIVIDADE

Pense, reflita e socialize, na Plataforma Moodle, com seus colegas e tutores sobre:

1. Será que esta analfabeta demonstrava um repertório de aprendizagens/ conhecimentos?

2. Qual o nosso compromisso, enquanto professores, para melhorar a situação de escolarização/aprendizagem no país?

Poste sua resposta no Fórum da disciplina Seminário Integrador III. Leia e comente as opiniões dos seus colegas.

104 Módulo 3 I Volume 1 EAD

105PedagogiaUESC

A complexidade do código escrito – alfabético – cria condições

para ascensão social e também exclui aqueles que são analfabetos

– iletrados. A linguagem escrita reorienta as forças, poderes e

legitima o conhecimento, interage com o pensamento. Os fatos da

vida cotidiana, os relatos, as histórias e narrativas passam a ser

registrados por meio da escrita.

A história do indivíduo começa onde começam suas recordações; a

de um grupo social começa quando pode deixar rastros gráficos das

suas experiências, dos seus pedidos ou desejos. O escrever é a mais

importante forma de registro gráfico inventada pelo homem. Escrever

é uma atividade física e simbólica que, para ser desenvolvida, precisa

de um sistema gráfico que, em diferentes circunstâncias, produz o

escrito (LANDSMANN, 1998).

A escrita é um produto cultural e sua apreensão depende do ensino

intencional e organizado. Abarca dois tipos principais de atividades:

escrever e ler que, por sua vez, envolvem aspectos cognitivos

distintos, tanto que é possível ler em uma língua e não ser capaz de

escrevê-la. Os falantes de uma língua não sabem lê-la ou escrevê-la,

necessitando vivenciar um processo de aprendizagem específico para

cada uma dessas atividades.

Aprender a escrever é uma prática cultural com diversos níveis de

complexidade e que serve a várias finalidades do ato de escrever.

Embora sejam diversas as funções da escrita, ela se constitui com

instrumento de comunicação, luta, defesa, conquista da cidadania.

A invenção e evolução da escrita acompanhada pelo desenvolvimento

científico e tecnológico propiciaram a criação de uma diversidade de

produtos culturais envolvendo a linguagem escrita. Inicialmente, um

desses produtos foi o livro. Sendo um produto da cultura humana, o

livro precisa ser apropriado por cada indivíduo: seu manuseio é uma

prática de cultura que precisa ser aprendida e vivenciada. Atualmente

temos vários formatos de livro: impressos, e-book e demais matérias

digitalizados.

Com o avanço das tecnologias, nas últimas décadas, a terceira

forma de apropriação das aprendizagens e conhecimentos

acontece no espaço das tecnologias eletrônicas de comunicação e

informação (LÉVY, 1997). “Múltiplas são as tecnologias e diversas

são suas finalidades e funções” (KENSKI, 2003, p.38). Uma função

é o aprender a aprender e aprender a ensinar em curso a distância

que é mediada pelas tecnologias (vídeo aula, computador/e-mail,

Plataforma Moodle);assim, somos convidados a “ver mais, a ouvir

mais, a sentir mais”, e assim “não é o mundo que é global, somos

nós” (STOCKHAUSEM, citado por KERCKHOVE, 1997, p.282).

105PedagogiaUESC

única

SEMINÁRIO INTEGRADOR III

106 Módulo 3 I Volume 2 EAD

Aprendizagens e linguagens

• GPS - O Sistema de Posicionamento Global, popularmente conhecido por GPS (do acrónimo/acrônimo, do original inglês, Global Positioning System ou do português “Geo-Posic ionamento por Satélite”), conforme o nome diz, inclui um conjunto de satélites, é um sistema de informação eletrônico que fornece informações. pt.wikipedia.org/wiki/GPS

• Tecnologia de localização geográfica de altíssima precisão que fornece as coordenadas (latitude e longitude) do local onde está o portador do aparelho equipado com essa tecnologia. www.socid.org.br/dicas_redes.htm

Escreva e exemplifique a maneira como você entendeu o trocadilho: ‘pontos de saber e pontos de não saber ainda’? Esta atividade será socializada oralmente no encontro presencial.

ATIVIDADE

Com isso, ganhamos o poder e a condição de estar em vários

lugares sem sair de casa, falando com várias pessoas ao mesmo

tempo, conhecendo lugares que, talvez, não pudéssemos conhecer

etc.

A linguagem digital rompe com a narrativa/escrita contínua, linear,

com início, meio e fim. (Exemplo: e-mail – texto curto e direto,

algumas vezes, apenas uma palavra, uma frase).

Os professores precisam aprender que as crianças e os adolescentes,

atualmente, já nascem imersos na cultura da linguagem digital.

Falam sobre o GPS, e-mail que recebem, DVD que assistem, site

que acessam, jogos no computador, redes sociais etc., com muita

naturalidade. E é com essas crianças e adolescentes que estamos ou

iremos trabalhar na escola.

As crianças, nossos potenciais alunos, ligam, desligam, mudam

de canal, acessam sites, jogam, aprendem com a naturalidade

de seu tempo. Assim, o desenvolvimento da sua linguagem, sua

aprendizagem tem a marca da sociedade tecnológica, permeada

pelas linguagens oral, escrita e digital. Afinal, as três linguagens são

importantes na construção do sujeito como eterno aprendiz.

Pensando nas palavras do compositor Gonzaguinha, o professor

- homem/ mulher - o aluno - menino/menina também devem ser

considerados como “um eterno aprendiz”. Na condição de aprendizes,

vivemos entre os pontos de saber e os pontos de ‘não-saber-ainda’.

Nas aprendizagens e linguagens que aprendemos durante a

vida, relatamos um pouco da nossa história para ampliar o nosso

repertório de aprendizagens. Entre tantos espaços de aprendizagens

e linguagens, vamos falar de um espaço que retrata a linguagem nas

suas dimensões envolvendo a arte, literatura, música e o homem

como o sujeito da aprendizagem: o Museu da Língua Portuguesa,

inaugurado em 21 de março de 2006, em São Paulo.

106 Módulo 3 I Volume 1 EAD

107PedagogiaUESC

Mixagem - a não ocorrência de uma passagem brusca de uma cultura – a do livro - para outra cultura – a do audiovisual.

Figura 02Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Museuda_L%C3%ADngua_Portuguesa Acesso 29 jul. 2010

ATIVIDADE

1. Ligue o rádio ou a TV para ouvir alguma reportagem, propaganda ou música.

2. Leia uma reportagem de jornal, de revista ou acesse, na Internet, reportagem, propaganda ou música. A escolha é sua...

3. Registre o que está ouvindo e/ou lendo.

4. Entendeu o que ouviu e leu? (as palavras, a mensagem...)

5. Será outra língua? Qual?

6. Agora, poste na Plataforma Moodle, para socializar com seu professor, tutor e colegas a magia das palavras, a compreensão da mensagem que foi transmitida.

7. Leia os comentários dos colegas e estabeleçam uma discussão sobre a linguagem.

Um local que inspira aprendizagem(ns) e ensino, numa mixagem de texto, imagem e som (literatura - cantada e recitada – a presença

da linguagem oral, escrita e digital), que retratam o Brasil nos seus

510 anos para mostrar aos visitantes a construção da linguagem -

a Língua Portuguesa - nas suas dimensões (da literatura, música,

imagens digitalizadas, textos acadêmicos à oralidade). Esta língua que

é falada, cantada, rezada e retratada de muitas maneiras, também

se faz presente nas nossas escolas, ora sob forma da aprendizagem

das regras gramaticais, ora como a linguagem fluente, coloquial e

compreendida por todos.

Visite o Museu. Atualmente

não é preciso ir a São Paulo para

conhecê-lo. Você pode estar aqui e

lá, ao mesmo tempo, para construir

novas aprendizagens e conhecimentos.

Esta é a magia e encanto do ensinar

e aprender no momento atual.

Podemos ter acesso a conhecimentos

e informações com o suporte das

tecnologias e suas linguagens (oral,

escrita e digital).

Visitamos o Museu da Língua Portuguesa. Na chegada,

recebemos um folheto com indicativo sobre as várias maneiras de

pensar a linguagem, o que inspirou a seguinte atividade:

No próximo encontro presencial, organize-se em grupos para

discutir a linguagem e as diferentes formas de linguagem presentes

no cotidiano das pessoas.

107PedagogiaUESC

única

SEMINÁRIO INTEGRADOR III

108 Módulo 3 I Volume 2 EAD

Aprendizagens e linguagens

ATIVIDADE

1) Vamos conhecer o Museu da Língua Portuguesa

http://www.museudalinguapotuguesa.org.br

Anote o que viu, entendeu e aprendeu.

O que pode ser ensinado a outras pessoas para que elas aprendam? Foi possível aprender com a viagem/navegação feita na construção das palavras e da linguagem no Museu da Língua Portuguesa?

No encontro presencial socialize com seus colegas e tutores suas aprendizagens e, em grupo, escreva um texto sobre as aprendizagens adquiridas com a leitura feita no site indicado.

2) A escrita é uma prática cultural tão comum nos nossos dias que não conseguimos imaginar o mundo sem ela. Entretanto, embora estejamos inseridos numa sociedade letrada, grupos sociais diferentes fazem usos diferentes da escrita o que pode facilitar ou dificultar o processo de alfabetização de seus membros.

Para ajudar a pensar, assista ao vídeo Help Desk que você vai encontrar no seguinte endereço e também será postado na Plataforma Moodle:

http://www.youtube.com/watch?v=4ZwJZNAU-hE

Responda as seguintes questões e discuta com seus colegas:

• Qual o tema do vídeo?

• Qual dificuldade foi apresentada pelo protagonista?

• Quais as soluções possíveis?

• Quais relações podemos estabelecer entre o conteúdo do vídeo, a tecnologia e a escrita como prática cultural?

108 Módulo 3 I Volume 1 EAD

109PedagogiaUESC

ATIVIDADE FINAL

RESUMINDO

Para atividade final do Seminário Integrador, podemos pensar nas possibilidades de aprender sobre como ensinar e aprender sobre como ser professor, considerando a linguagem como veículo de construção, reflexão e socialização. Por isso, juntamente com o professor e os tutores, vamos organizar o Seminário Integrador III, apresentando oralmente e por escrito discussão sobre:

1. Entrevistar dois professores (um que está iniciando a docência e um que esteja chegando ao final da sua carreira docente) para refletir sobre a linguagem no processo de aprender a ser professor.

2. Antes de falar com o professor, faça o seguinte exercício:

a. Qual o objetivo da realização desse trabalho?(Escreva). b. Formule sua questão de pesquisa (Escreva).

c. O que sei sobre essa temática e o que devo estudar (Escrever).

d. Estruturar a entrevista (Preparar as questões para fazer ao entrevistado).

e. Escrever suas análises e considerações finais.

Qual o papel da(s) linguagem(ns) na construção do aprender sobre como ensinar e aprender sobre como ser professor?

• A escola, local da docência, contribuiu para construção das aprendizagens e linguagens para lidar com a dinâmica da sala de aula (conteúdos, organização da sala de aula, avaliação, disciplina, pais etc.)?

3. Com base nas aprendizagens, estudos realizados e as entrevistas realizadas, escrever um texto de 5 laudas, apresentando introdução, referencial teórico, metodologia – descrevendo como chegou aos professores, realizou a entrevista e analisou o seu conteúdo. Por fim, as considerações finais, tendo como centro das discussões as linguagens e as aprendizagens docentes na construção do ser professor e referências.

Este módulo tem como temática ‘Aprendizagens e Linguagens’. Assim, a nossa proposta de estudo é a articulação e o encadeamento dos conhecimentos estudados nos diferentes componentes curriculares. A mobilização dos saberes será uma constante com a finalidade de pensar o conhecimento como um ‘todo’. A(s) aprendizagem(ns), a(s) linguagem(ns) e a docência apresentam-se na forma de uma intersecção, ajudando-nos a pensar os saberes da docência para além da sala de aula e o professor como sujeito das aprendizagens, que constrói um repertório de conhecimentos para a docência na educação infantil e nos anos iniciais.

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SEMINÁRIO INTEGRADOR III

110 Módulo 3 I Volume 2 EAD

Aprendizagens e linguagens

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110 Módulo 3 I Volume 1 EAD

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única

Suas anotações

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