60
57 Anexo 2.1.57 Laudos Econômico-Financeiros da Eneva

Informa??es de Companhias em Recupera??o Judicial ou Extrajudicial

  • Upload
    mpxeri

  • View
    6

  • Download
    0

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Anexo 2.1.57 parte 1

Citation preview

Page 1: Informa??es de Companhias em Recupera??o Judicial ou Extrajudicial

57

Anexo 2.1.57

Laudos Econômico-Financeiros da Eneva

Page 2: Informa??es de Companhias em Recupera??o Judicial ou Extrajudicial

Estudo Técnico

AP-0234/15-01

ENEVA

Page 3: Informa??es de Companhias em Recupera??o Judicial ou Extrajudicial

 

Estudo Técnico AP-0234/15-01 1

ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 2

2. DOCUMENTOS RECEBIDOS .................................................................................... 7

3. DESCRIÇÃO DA ENEVA ......................................................................................... 8

4. RAZÕES PARA A CRISE ........................................................................................ 13

5. ANÁLISE DO SETOR ........................................................................................... 15

6. PREMISSAS-CHAVE DO PLANO DE NEGÓCIOS DA COMPANHIA .......................................... 18

7. PREMISSAS OPERACIONAIS DAS USINAS TERMELÉTRICAS ............................................... 22

8. PREMISSAS OPERACIONAIS DAS PRODUTORAS DE GÁS NATURAL ...................................... 25

9. PROJEÇÕES DAS USINAS E CAMPOS DE GÁS ............................................................... 27

9.1 UTE ITAQUI ..................................................................................................... 27

9.2 UTE PECÉM II ................................................................................................... 29

9.3 UTE PARNAÍBA I ................................................................................................ 31

9.4 UTE PARNAÍBA II ............................................................................................... 33

9.5 UTE PARNAÍBA III ............................................................................................... 35

9.6 UTE PARNAÍBA IV .............................................................................................. 37

9.7 PARNAÍBA GÁS NATURAL (PGN) .............................................................................. 39

9.8 BPMB ............................................................................................................. 41

9.9 HOLDINGS E RESULTADO CONSOLIDADO ................................................................... 43

10. ANÁLISE DAS COMPANHIAS COMPARÁVEIS ................................................................ 44

11. PROPOSTA DE REESTRUTURAÇÃO FINANCEIRA ........................................................... 45

12. ALAVANCAGEM ................................................................................................ 49

13. RESUMO DO ESTUDO TÉCNICO .............................................................................. 50

14. RELAÇÃO DE ANEXOS ......................................................................................... 51

Page 4: Informa??es de Companhias em Recupera??o Judicial ou Extrajudicial

 

Estudo Técnico AP-0234/15-01 2

1. INTRODUÇÃO

O presente Estudo Técnico econômico-financeiro do plano de recuperação judicial (“Estudo

Técnico”) da ENEVA S.A., sociedade por ações inscrita sob o CNPJ nº 04.423.567/0001-21, e ENEVA

PARTICIPAÇÕES, sociedade por ações inscrita sob o CNPJ nº 15.379.168/0001-27, ambas com sede na

Rua Praia do Flamengo, nº 66, 9º Andar, Flamengo, na Cidade e Estado do Rio de Janeiro, é

apresentado para auxiliar as companhias em seu processo de recuperação judicial. Daqui em diante,

para fins de simplificação, as duas empresas serão denominadas em conjunto como “ENEVA” ou

“Companhias”.

Este Estudo Técnico foi preparado pela APSIS Consultoria Empresarial Ltda. (“APSIS”) com base em

informações fornecidas pela ENEVA e seus assessores, visando fornecer um maior entendimento

sobre o modelo de negócios da ENEVA e subsídios que atestem a sua viabilidade econômico-

financeira para auxiliar as Companhias em seu processo de recuperação judicial.

O presente Estudo Técnico não constitui, no todo ou em parte, material de marketing ou uma

solicitação ou oferta para a compra de quaisquer valores mobiliários, e não deve ser considerado

como um guia de investimentos, tendo sido elaborado unicamente com a finalidade de ser um

material complementar para auxílio à ENEVA em seu processo de recuperação judicial.

As premissas e declarações futuras aqui contidas têm por embasamento, em grande parte, as

expectativas atuais e as tendências que afetam, ou que potencialmente venham a afetar, os

negócios operacionais das Companhias. Consideramos que estas premissas e declarações futuras

baseiam-se em expectativas razoáveis e são feitas com base nas informações de que atualmente

dispomos, muito embora estejam sujeitas a diversos riscos, incertezas e suposições. Tais premissas

e declarações futuras podem ser influenciadas por diversos fatores, incluindo,

exemplificativamente:

Intervenções governamentais, resultando em alteração na economia, tributos, tarifas ou

ambiente regulatório no Brasil;

Alterações nas condições gerais da economia, incluindo, exemplificativamente, inflação,

taxas de juros, nível de emprego, crescimento populacional e confiança do consumidor;

Fatores ou tendências que possam afetar os negócios, participação no mercado, condição

financeira, liquidez ou resultados das operações da Companhia;

Eventual dificuldade das Companhias em implementar seus projetos, tempestivamente e

sem incorrer em custos não previstos, o que pode retardar ou impedir a implementação do

plano de negócios das mesmas;

Eventual dificuldade das Companhias em realizar os investimentos previstos, devido à

dificuldade de obtenção de financiamentos e/ou acesso ao mercado de capitais;

A extinção das concessões, reversão permanente dos ativos de controladas das

Companhias, bem como a intervenção do Poder Concedente com o fim de assegurar a

adequação na prestação dos serviços, que possam afetar adversamente as condições

financeiras e resultados operacionais das Companhias;

Page 5: Informa??es de Companhias em Recupera??o Judicial ou Extrajudicial

 

Estudo Técnico AP-0234/15-01 3

Decisões desfavoráveis em processos judiciais ou administrativos que possam causar

efeitos adversos para as Companhias;

Deterioração das condições hidrológicas existentes, potencial falta de eletricidade e o

consequente racionamento de energia elétrica que possam ter um efeito adverso sobre as

Companhias; e

As operações das Companhias dependem de sua capacidade de manter, aperfeiçoar e

operar, eficientemente, sua contabilidade, cobrança e serviços ao cliente.

Alguns dos indicadores e dados referentes ao setor de energia apresentados neste Estudo Técnico

foram obtidos perante as seguintes entidades: Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), Banco

Mundial, BNDES e Câmara de Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Tais indicadores financeiros

não foram verificados de forma independente. As informações contidas neste Estudo Técnico em

relação ao Brasil e à economia brasileira são baseadas em dados publicados pelo Banco Central do

Brasil, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Instituto de Pesquisa Econômica

Aplicada (IPEA), por outros órgãos públicos e outras fontes. Todos os indicadores do setor de energia

e dados demográficos utilizados neste Estudo Técnico foram extraídos de fontes consideradas

confiáveis. Apesar de acreditarmos que essas informações provêm de fontes confiáveis, estes dados

macroeconômicos, comerciais e estatísticos não foram objeto de verificação de forma

independente.

Desta forma, quaisquer informações financeiras incluídas nesse Estudo Técnico não são, e não

devem ser consideradas, demonstrações contábeis das Companhias. Os potenciais impactos

financeiros mencionados neste Estudo Técnico têm como base, exclusivamente, informações

disponibilizadas pelas Companhias até a data deste Estudo Técnico.

O presente Estudo Técnico baseia-se em informações públicas no que tange ao entendimento e

conhecimento do setor por parte dos consultores da APSIS e por informações fornecidas pelas

Companhias.

Ao prepararmos o Estudo Técnico, observando a legislação e regulamentação aplicável, nós, da

APSIS, não levamos em conta o impacto de quaisquer comissões e despesas que possam resultar da

consumação da recuperação judicial. Ademais, os cálculos financeiros contidos no Estudo Técnico

podem não resultar sempre em soma precisa em razão de arredondamento.

Este documento não é, e não deve ser utilizado como, uma recomendação ou opinião para os

credores das Companhias sobre se a transação é aconselhável para qualquer credor ou sobre a

justeza da transação (fairness opinion) do ponto de vista financeiro. Não estamos aconselhando tais

credores em relação à recuperação judicial. Todos os credores devem conduzir suas próprias

análises sobre a recuperação judicial e, ao avaliar o processo, devem se basear nos seus próprios

assessores financeiros, fiscais e legais e não no Estudo Técnico.

A elaboração de análises econômico-financeiras, como as realizadas no presente Estudo Técnico, é

um processo complexo que envolve julgamentos subjetivos e não é suscetível a uma análise parcial

ou descrição resumida. Desse modo, a APSIS acredita que o Estudo Técnico deve ser analisado como

um todo, e a análise de partes selecionadas e outros fatores considerados na elaboração podem

Page 6: Informa??es de Companhias em Recupera??o Judicial ou Extrajudicial

 

Estudo Técnico AP-0234/15-01 4

resultar num entendimento incompleto e incorreto das conclusões. Os resultados aqui apresentados

se inserem exclusivamente no contexto do Plano de Recuperação Judicial e não se estendem a

quaisquer outras questões ou transações, presentes ou futuras, relativas às Companhias ou ao setor

em que atuam.

O Estudo Técnico é exclusivamente destinado às Companhias e não avalia a decisão comercial

inerente a estas de realizar a transação, tampouco constitui uma recomendação para as Companhias

e/ou seus credores (inclusive, sem limitações, quanto à maneira pela qual eles devem exercer seu

direito a voto ou quaisquer outros direitos no que tange à recuperação judicial).

No presente Estudo Técnico, foram adotadas algumas premissas-chave, essenciais para o sucesso do

Plano de Recuperação Judicial, informadas pela administração das Companhias. Caso as mesmas não

se realizem, impactos relevantes no Plano de Recuperação Judicial podem vir a ocorrer. Tais

premissas são descritas em detalhes no Capítulo 6.

Apresentamos a seguir o currículo das pessoas físicas e jurídicas que foram envolvidas na elaboração

e/ou revisão do presente Estudo Técnico:

APSIS CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA. — Há mais de 35 anos, a APSIS presta consultoria a

companhias do Brasil, América Latina e Europa em avaliação de empresas, marcas e outros

intangíveis, além de realizar avaliação patrimonial de ativos, consultoria e negócios imobiliários,

gestão de ativo imobilizado e sustentabilidade corporativa. Seguimos o padrão internacional da ASA

– American Society of Appraisers (Washington, DC), através das normas do USPAP – Uniform

Standards of Professional Appraisal Practice, bem como os padrões da ética. Somos membro do

IBAPE - Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia, órgão de classe formado por

engenheiros, arquitetos e empresas habilitadas que atuam na área das avaliações e perícias, cujas

normas foram desenvolvidas de acordo com os princípios básicos das normas internacionais do IVSC -

International Valuation Standards Committee e UPAV - União Pan-Americana de Associações de

Avaliação, o comitê internacional de normas de avaliação do IVSC, integrado por entidades

nacionais do continente americano que se dedicam à área de avaliação.

RICARDO DUARTE CARNEIRO MONTEIRO - Sócio-fundador e Conselheiro da APSIS, é diretor do

Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (IBEF) desde 2001, perito judicial das varas cível e de

fazenda e professor da cadeira de Construção Civil da Pontifícia Universidade Católica do Rio de

Janeiro (PUC-RIO).

Formação: Graduação em Engenharia Civil pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

(PUC-RIO). Pós-Graduação em Engenharia Econômica também pela mesma.

ANA CRISTINA FRANÇA DE SOUZA, ICVS - Conselheira da APSIS, atua há mais de 25 anos em avaliação

de empresas, incluindo ativos tangíveis e intangíveis e consultoria imobiliária. Diretora executiva e

fundadora do Comitê Brasileiro de Avaliadores de Negócios (CBAN) da ANEFAC. É diretora e

professora do Instituto Brasileiro de Executivos Financeiros (IBEF). Lecionou no MBA de Avaliação de

Marcas da FGV e no Instituto de Engenharia Legal (IEL). Palestrante em diversas entidades, como a

Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o International Business Communication (IBC), Licensing

Page 7: Informa??es de Companhias em Recupera??o Judicial ou Extrajudicial

 

Estudo Técnico AP-0234/15-01 5

Executives Society International (LESI), o Instituto Brasileiro de Economia (IBRE), a Universidade do

Estado do Rio de Janeiro (UERJ), o American Chamber (AMCHAM), entre outros. Responsável técnica

no Brasil do International Association of Consultants, Valuators and Analysts (IACVA), por onde é

internacionalmente certificada como avaliadora com a credencial ICVS - “International Certified

Valuation Analyst”.

Formação: Graduação em Engenharia Civil pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ), com pós-

graduação em Avaliação de Empresas e Projetos e em Ciências Contábeis, ambas pela Escola de Pós-

Graduação da Fundação Getúlio Vargas (EPGE - FGV). Cursou BV 201 e BV 202, do programa de

Business Valuation da ASA (American Society of Appraisers). Cursou o BV 301 - Avaliação de Ativos

Intangíveis pelo Institute of International Business Valuers (IIBV), joint venture da ASA com o CICBV

(Canadian Institute of Chartered Business Valuators).

LUIZ PAULO CÉSAR SILVEIRA, ICVS - Vice-presidente Técnico da APSIS, atua há mais de 14 anos em

avaliação de empresas, incluindo ativos tangíveis e intangíveis. Diretor executivo e fundador do

Comitê Brasileiro de Avaliadores de Negócios (CBAN) da ANEFAC. Responsável técnico no Brasil do

International Association of Consultants, Valuators and Analysts (IACVA), por onde é

internacionalmente certificado como avaliador com a credencial ICVS - “International Certified

Valuation Analyst”.

Formação: Graduação em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ) em

1989 e mestrado em Administração de Empresas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro

(COPPEAD-UFRJ) em 1991. Auditor líder ambiental certificado pelo Inmetro (ISO14001). Cursou BV

201 e BV 202, do programa de Business Valuation da ASA (American Society of Appraisers). Cursou o

BV 301 - Avaliação de Ativos Intangíveis pelo Institute of International Business Valuers (IIBV), joint

venture da ASA com o CICBV (Canadian Institute of Chartered Business Valuators).

RENATA POZZATO CARNEIRO MONTEIRO - Presidente da APSIS, atua no mercado de consultoria em

Avaliações e M&A há mais de 10 anos. Experiência na coordenação de projetos, em especial

avaliação de ações judiciais e passivos, e negociações de fusões e aquisições. Já atuou na

coordenação de projetos na área de sustentabilidade, dentre os quais se destaca o desenvolvimento

de projetos pioneiros de créditos de carbono junto à ONU e dimensionamento de passivos

ambientais.

Formação: Graduação em Direito. Pós-Graduação lato sensu em Direito da Propriedade Industrial

pela Faculdade de Direito da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Fez MBA em Gestão de

Negócios pelo Instituto Brasileiro de Mercados e Capitais (IBMEC).

SÉRGIO FREITAS DE SOUZA - Vice-presidente de Novos Negócios da APSIS, possui experiência de mais

de 23 anos na área de Avaliações, Gestão de Ativo Imobilizado e Sistemas de Gestão Integrada ERPs

(Enterprise Resource Planning) e, também, Consultor de Projetos da FGV.

Formação: Graduação em Economia pela Universidade Gama Filho.

Page 8: Informa??es de Companhias em Recupera??o Judicial ou Extrajudicial

 

Estudo Técnico AP-0234/15-01 6

ANTONIO NICOLAU - Diretor da área de Business Valuation da Apsis. Atuou como auditor externo em

uma das Big Four durante 10 anos e foi diretor de controladoria de instituição financeira de grande

porte durante 9 anos.

Formação: Graduação em Direito.

Page 9: Informa??es de Companhias em Recupera??o Judicial ou Extrajudicial

 

Estudo Técnico AP-0234/15-01 7

2. DOCUMENTOS RECEBIDOS

O presente Estudo Técnico foi elaborado com base em informações recebidas pela ENEVA e seus

assessores, na forma de documentos e entrevistas verbais com o cliente. As estimativas utilizadas

neste processo estão baseadas nos documentos e informações, os quais incluem, entre outros, os

seguintes:

Demonstrações financeiras de todas as companhias do Grupo ENEVA em 31 de dezembro de

2014, não auditadas;

Fluxo de Caixa da Companhia (Holdings e operacionais) elaborado pela equipe de valuation

da ENEVA;

Fluxo de Caixa da Companhia (Holdings e operacionais) elaborado pelos assessores

financeiros da ENEVA (base para o plano de Recuperação Judicial);

Apresentações internas do Board of Directors da companhia contemplando as operações de

ativos propostas no Plano de Recuperação Judicial;

Contrato de Compra e Venda de Pecém I;

Pedido de Recuperação Judicial das Companhias elaborado pelo escritório de advocacia

Galdino Coelho Mendes Carneiro Advogados; e

Informações públicas das Companhias.

Também utilizamos bancos de dados selecionados de terceiros para a obtenção de informações

financeiras, incluindo:

Bloomberg LP; e

Relatórios do setor de energia elétrica.

Page 10: Informa??es de Companhias em Recupera??o Judicial ou Extrajudicial

 

Estudo Técnico AP-0234/15-01 8

3. DESCRIÇÃO DA ENEVA

A ENEVA S.A. é uma holding do setor de geração de energia termelétrica no Brasil. A companhia é

detentora de quatro grupos de ativos principais: Geração, Recursos Naturais, Recursos Renováveis e

Projetos Térmicos. Sua principal atividade econômica é a geração e comercialização de energia

elétrica, com negócios complementares em exploração e produção de gás natural. Abaixo, um

quadro com os principais ativos da Companhia e um breve detalhamento sobre cada um deles:

¹ Em dez/2014 a ENEVA realizou a venda de sua participação à EDP, o que está sujeito a aprovações.

² 1/3 ENEVA e 2/3 PGN

³ Imetame, DELP e Ortang

Geração

Projetos com PPAs Assegurados

Parnaíba I 676 MW70% ENEVA

30% Petra

Parnaíba I I 517 MW100% ENEVA

Pecém I ¹ 720MW50% ENEVA50% EDP

Pecém II 365 MW50% ENEVA50% E.ON

Itaqui 360 MW100% ENEVA

Amapari 23 MW51% ENEVA49% Eletronorte

Recursos Naturais

Gás natural

Blocos Exploratórios (MA)

Total de 8 blocos

7 blocos

70% Parnaíba Gás Natural ¹

30% BPMB

1 bloco50% Parnaíba Gás Natural ²50% Consórcio ³

Carvão Mineral

Mina de Seival 30% ENEVA

70% Compelmi

Portfólio de projetos Térmicos

Projetos em desenvolvimento

Parnaíba (Expansão) 872 MW

35% ENEVA35% EnevaParticipações30% Petra

Sul 727 MW

50% ENEVA50% Eneva Participações

Seival 600MW

50% ENEVA

50% Eneva Participações

Açu 5.400MW

50% ENEVA50% Eneva Participações

Renováveis

Projetos de energias renováveis

Ventos

600 MW100% Eneva Participações

Tauá 1 MW100% ENEVA Participações

Projetos em desenvolvimento

Tauá (Expansão)49 MW100% ENEVA Participações

Geração

Projetos com PPAs Assegurados

Parnaíba III 176 MW

35% ENEVA35% Eneva Participações30% Petra

Parnaíba IV 56 MW

35% ENEVA35% Eneva Participações30% Petra

Eneva S.A. Eneva Participações S.A.

Page 11: Informa??es de Companhias em Recupera??o Judicial ou Extrajudicial

 

Estudo Técnico AP-0234/15-01 9

GERAÇÃO

ITAQUI

Localizada no Distrito Industrial de São Luís e movida a carvão mineral, a usina está em

operação comercial desde fevereiro de 2013. A ENEVA S.A. tem 100% de participação no

empreendimento, que tem capacidade para gerar 360 MW de energia.

No leilão A-5 em outubro de 2007, foram contratados 315 MWm por um período de 15 anos,

iniciando-se em fevereiro de 2013. No leilão, foi garantida a receita fixa de R$ 115/MWm,

reajustada anualmente pelo IPCA.

PECÉM I

A usina termelétrica de Pecém I, localizada no município de São Gonçalo do Amarante (CE), produz

energia à base de carvão mineral pulverizado. A usina possui dois módulos de 360 MW, totalizando

720 MW. A ENEVA detinha 50% de participação no projeto e 50% pertencia à EDP. Em dez/2014 a

ENEVA realizou a venda de sua participação à EDP, o que está sujeito a aprovações.

No leilão de energia nova A-5, realizado em outubro de 2007, a usina contratou 615 MW médios,

garantindo uma receita fixa e indexada ao índice de inflação IPCA de cerca de R$ 111,00/MWh (base

dez/2013), durante 15 anos, a partir de janeiro de 2013.

PECÉM II

A termelétrica Pecém II está localizada no município de São Gonçalo do Amarante (CE) e produz

energia à base de carvão mineral pulverizado. Pecém II, um empreendimento 50% ENEVA S.A. e 50%

E.ON, possui capacidade instalada de 365 MW.

Ao comercializar 276 MW médios no leilão de energia nova A-5 de setembro de 2008, a usina

garantiu aproximadamente R$ 117,00/MWh (base: dez/2013) de receita fixa indexada ao IPCA,

durante 15 anos, a partir de junho de 2013. Nesta data, Pecém II se sincronizou com o Sistema

Interligado Nacional (SIN) e concluiu todos os testes elétricos requeridos pelo ONS. Em outubro, a

usina recebeu autorização da ANEEL para iniciar operação comercial.

PARNAÍBA I

A Usina de Parnaíba I está localizada dentro do Complexo de Parnaíba, em Santo Antônio dos Lopes

(MA). A usina utiliza gás natural, está em operação desde fevereiro de 2013 e possui capacidade

instalada de 676 MW. O fornecimento de gás para o Complexo de Parnaíba é feito pela Parnaíba Gás

Natural (PGN), cuja operação está detalhada mais adiante. A Usina de Parnaíba I é controlada pela

ENEVA S.A., que detém 70% das ações. A detentora dos 30% restantes é a Petra Energia.

No leilão de energia A-5 ocorrido em 2008, a Parnaíba I contratou 450 MWm por uma receita fixa de

R$ 112,50/MWh (base dez/13), reajustada anualmente pelo IPCA.

PARNAÍBA II

A Usina de Parnaíba II está localizada dentro do Complexo de Parnaíba, em Santo Antônio dos Lopes

(MA). A usina utiliza gás natural, está em fase pré-operacional e possuirá capacidade instalada de

Page 12: Informa??es de Companhias em Recupera??o Judicial ou Extrajudicial

 

Estudo Técnico AP-0234/15-01 10

518 MW. A ENEVA conseguiu junto à ANEEL um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) que garantiu a

postergação do início de sua operação comercial para julho de 2016. No período de Dez/2014 a

Jun/2016, as turbinas de Parnaíba II estarão arrendadas à Parnaíba I. A ENEVA S.A. é detentora de

100% das ações de Parnaíba II.

No leilão de energia A-3 ocorrido em 2011, a Parnaíba II contratou 400 MWm pra entrega até março

de 2014 e 450 MWm para entrega de janeiro de 2015 por 20 anos. A receita fixa acordada para o

primeiro contrato foi de R$ 79/MWh (base dez/13), enquanto a receita fixa do segundo contrato foi

de R$ 94,82 MWh (base dez/13), ambas reajustadas anualmente pelo IPCA.

PARNAÍBA III

A Usina de Parnaíba III está localizada dentro do Complexo de Parnaíba, em Santo Antônio dos Lopes

(MA). A usina utiliza gás natural, está em operação desde outubro de 2013 e possui capacidade

instalada de 178 MW. A ENEVA S.A. é detentora de 35% das ações de Parnaíba III, enquanto a ENEVA

PARTICIPAÇÔES detém 35% e a Petra 30%.

No leilão de energia A-5 em 2008, a usina contratou 98 MWm por uma receita fixa de R$ 115/MWh

(base dez/13), reajustada anualmente pelo IPCA.

PARNAÍBA IV

A Usina de Parnaíba IV está localizada dentro do Complexo de Parnaíba, em Santo Antônio dos Lopes

(MA). A usina utiliza gás natural, está em operação desde janeiro de 2014 e possui capacidade

instalada de 56 MW. A ENEVA S.A. é detentora de 35% das ações de Parnaíba III, enquanto a ENEVA

PARTICIPAÇÔES detém 35% e a Petra 30%.

A usina de Parnaíba IV tem contrato firmado com a Kinross, por um prazo de cinco anos, para

fornecer 20 MWm de dezembro de 2013 a maio de 2014 e 46 MWm de junho de 2014 a dezembro de

2018. A energia restante será vendida no mercado livre.

AMAPARI

Em operação desde junho de 2008, a Amapari é uma usina termelétrica a óleo diesel, localizada no

município de Serra do Navio (AP), com capacidade de geração de energia elétrica de 23 MW, sendo

51% de propriedade da ENEVA S.A. e 49% da Eletronorte.

Em julho de 2009, a Licença de Operação da unidade foi renovada pela Secretaria de Estado do Meio

Ambiente do Amapá (Sema). A Usina Amapari tem autorização da ANEEL para atuar como Produtor

Independente de Energia (PIE) e possui contrato de fornecimento direto de energia elétrica para a

Anglo Ferrous Amapá Mineração até 2015.

   

Page 13: Informa??es de Companhias em Recupera??o Judicial ou Extrajudicial

 

Estudo Técnico AP-0234/15-01 11

QUADRO RESUMO DOS ATIVOS OPERCIONAIS DA ENEVA  

RECURSOS NATURAIS

BLOCOS EXPLORATÓRIOS DE GÁS NATURAL

A Parnaíba Gás Natural (PGN) - sociedade de propósito específico dividida entre Cambuhy (36%),

OGPar (36%), ENEVA S.A. (18%) e E.ON (9%) - possui participação majoritária na concessão de oito

blocos exploratórios terrestres na Bacia do Parnaíba (MA). Os blocos terrestres têm recursos

riscados estimados em mais de 11 trilhões de pés cúbicos (TCF) e estão localizados em uma área

total de 24.500 km², alcançando mais de 50 municípios.

A PGN tem um percentual de 70% na concessão de 7 blocos exploratórios na Bacia do Parnaíba,

sendo os 30% restantes de posse da BPMB. Além disso, a PGN opera outro bloco exploratório na

Bacia do Parnaíba em parceria com o consórcio formado por Imetrame Energia, Delp e Ortang

Equipamentos, com 50% de participação.

MINAS DE CARVÃO MINERAL - SEIVAL

Localizada no município de Candiota (RS), as reservas da Mina de Seival chegam a 152 milhões de

toneladas, quantidade superior à necessária para a operação das usinas térmicas a carvão do grupo.

Já os recursos totais certificados da mina chegam a 610 milhões de toneladas de carvão.

Fruto de parceria entre a ENEVA S.A. (com 30% do empreendimento) e a Copelmi (70%), a Mina de

Seival poderá ter sua produção comercializada para o mercado local, além de atender ao Complexo

Sul e Seival. A previsão é que o empreendimento alcance uma produção de 10 milhões de toneladas

anuais.

PROJETOS TÉRMICOS EM DESENVOLVIMENTO

SUL ENERGIA

A Usina Termelétrica Sul Energia será abastecida pelo carvão mineral da Mina de Seival. Localizada

no município de Candiota (RS), a planta terá 727 MW de potência instalada, com duas unidades

geradoras de 363,5 MW cada.

A Licença Prévia (LP) do projeto foi concedida em novembro de 2009 para uma capacidade de 600

MW e retificada para os atuais 727 MW pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos

Naturais Renováveis (IBAMA). A UTE Sul Energia é fruto da joint venture entre ENEVA S.A. e ENEVA

PARTICIPAÇÕES.

Nome TipoCapacidade

(MWh)

Início da

operaçãoPrazo do PPA

Receita fixa

(R$/MWh) ¹

Disponibilidade

Declarada

Participação

ENEVA

Itaqui Carvão 360 fev/13 15 anos 114,53 95,1% 100%

Pecém I Carvão 720 jan/13 15 anos 110,96 90,1% 50% ²

Pecém II Carvão 365 jun/13 15 anos 117,25 95,1% 50%

Parnaíba I Gás Natural 675 fev/13 15 anos 112,5 97,0% 70%

Parnaíba II Gás Natural 517 jul/16 20 anos 94,82 96,6% 100%

Parnaíba III Gás Natural 176 out/13 15 anos 114,71 97,0% 70% ³

Parnaíba IV Gás Natural 56 jan/14 5 anos - 95,9% 70% ³

Amapari Óleo Diesel 23 jun/08 - - - 51%

¹ Base = novembro de 2013

² Em dez/2014 a ENEVA realizou a venda de sua participação à EDP, o que está sujeito a aprovações.

³ A participação da Eneva está dividida entre Eneva S.A. (35%) e Eneva Participações S.A. (35%)

Page 14: Informa??es de Companhias em Recupera??o Judicial ou Extrajudicial

 

Estudo Técnico AP-0234/15-01 12

USINA DE SEIVAL

A Usina Termelétrica (UTE) de Seival, localizada no município de Candiota (RS), possui Licença de

Instalação (LI) de 600 MW, em terreno localizado dentro da área de concessão da ENEVA S.A. A UTE

Seival é fruto da joint venture entre ENEVA S.A. e ENEVA PARTICIPAÇÕES.

COMPLEXO AÇU

A joint venture entre a ENEVA S.A. e a ENEVA PARTICIPAÇÕES irá construir um projeto dividido em

duas fases, num total de 5.400 MW, em São João da Barra, região Norte Fluminense do Rio de

Janeiro. A Usina Termelétrica Açu, em sua primeira fase, utilizará o carvão como insumo para

produzir 2.100 MW por meio de quatro unidades geradoras de 525 MW cada. Já a segunda fase da

usina será abastecida com gás natural e terá capacidade de 3.300 MW, com dez turbinas a gás e

cinco a vapor.

PROJETOS DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

PROJETO VENTOS

O Projeto Eólico Ventos está localizado no Rio Grande do Norte, nas cidades de Jandaíra e João

Câmara. Com capacidade instalada total de 600 MW e planejamento de expansão para 600 MW

adicionais, a ENEVA PARTICIPAÇÕES tem um percentual de 100% sobre o projeto.

TAUÁ

Em operação comercial desde agosto de 2011, a Usina Solar Tauá conta com 4.680 painéis

fotovoltaicos para converter a energia solar em elétrica, numa área de aproximadamente 12 mil

metros quadrados. Cerca de R$ 10 milhões foram investidos na unidade, cuja capacidade inicial é de

1 MW – o bastante para suprir 1.500 residências. O projeto possui licença para ampliar sua

capacidade gradualmente para até 50 MW.

Page 15: Informa??es de Companhias em Recupera??o Judicial ou Extrajudicial

 

Estudo Técnico AP-0234/15-01 13

4. RAZÕES PARA A CRISE

Uma das maiores geradoras privadas de energia do país, a ENEVA deu entrada com seu pedido de

Recuperação Judicial no dia 9 de dezembro de 2014, visando ultrapassar o momento de crise e

retomar sua capacidade de pagamento das dívidas contraídas junto a credores públicos e privados.

Esta sessão destina-se a explicitar as principais causas da crise na qual a companhia atualmente se

encontra.

Constituída em 2001 sob a denominação de MPX Energia, a ENEVA S.A. foi criada com o propósito de

investir em companhias e usinas do setor de geração de energia termelétrica, e abriu capital em

2007, em meio a um cenário promissor tanto da economia nacional quanto do setor de energia em

geral.

Já a ENEVA PARTICIPAÇÕES S.A. é resultado da joint venture entre a ENEVA S.A. e a E.ON SE

(“E.ON”), e busca investir em projetos de geração de energia das mais diversas naturezas, incluindo

plantas térmicas, eólicas e solares.

Dentro do contexto de construção, aquisição, expansão e alavancagem de seus projetos, a ENEVA

recorreu a credores públicos e privados objetivando o financiamento destes projetos por via de

operações comumente referidas como Project Finance. Este tipo de operação, comum às Sociedades

de Propósito Específico (“SPEs”), tem por característica principal o suporte contratual do valor

emprestado pelo fluxo de caixa do projeto, servindo como garantia os ativos e recebíveis desse

mesmo projeto.

Por motivos que fogem ao escopo deste trabalho, o início da operação de determinados projetos

teve sua data adiada, alterando-se os prognósticos a respeito do momento inicial de geração de

energia, assim como o programa de rentabilidade da operação. Além disso, determinados projetos

incorreram em custos não previstos pelas Companhias, o que dificultou ainda mais a geração de

resultados favoráveis às SPEs e à ENEVA.

Dado que a ENEVA tem por atividade principal o investimento nos referidos projetos, a postergação

dos recebíveis sem a equivalente postergação das despesas financeiras gerou forte impacto em seu

fluxo de caixa, pressionando cada vez mais sua capacidade de pagamento das dívidas. Vale ressaltar

que, apesar de não operacional, a ENEVA possuía, na data de seu pedido de Recuperação Judicial,

dívidas da ordem de R$ 2,3 bilhões, valor bastante superior ao fluxo de caixa gerado pelas SPEs.

Vale ressaltar ainda, que o valor acima referido restringe-se às dívidas diretas de ENEVA S.A. e

ENEVA PARTICIPAÇÕES S.A., não estando nele inclusos os valores devidos pelas SPEs.

Dado o alto nível de endividamento e os imprevistos operacionais, a ENEVA deu início, em 2014, a

um Plano de Estabilização visando à renegociação das dívidas e a adequação da estrutura de capital

da companhia a uma operação de longo prazo no setor energético. Tal plano previa o alongamento

de prazos das dívidas das SPEs e das holdings, assim como um aumento de capital da ENEVA na

ordem de R$ 3,5 bilhões, especialmente a partir de conversão de créditos detidos por seus credores

e de novos aportes da E.ON.

Page 16: Informa??es de Companhias em Recupera??o Judicial ou Extrajudicial

 

Estudo Técnico AP-0234/15-01 14

Embora o início do plano tenha mostrado resultados satisfatórios, eventualmente os credores e as

Companhias entraram em desacordo a respeito dos termos de renegociação das dívidas, impedindo a

concretização dos objetivos finais e mais relevantes do Plano de Estabilização. Diante da falha em

articular uma renegociação da dívida que viabilizasse a operação de longo prazo das Companhias, a

ENEVA optou pelo pedido de Recuperação Judicial como alternativa mais viável à recuperação de

sua capacidade de geração de caixa e de pagamento de suas dívidas, sem comprometimento de seu

potencial em longo prazo.

Page 17: Informa??es de Companhias em Recupera??o Judicial ou Extrajudicial

 

Estudo Técnico AP-0234/15-01 15

5. ANÁLISE DO SETOR

Segundo o IPL (Instituto Politécnico de Leiria), o setor de energia elétrica brasileiro tem atravessado

diversas mudanças estruturas nas últimas décadas. Entre as principais, estão a criação da Agência

Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) em 1996 e a introdução do Novo Modelo do Setor Elétrico em

2004. De modo geral, a comercialização de energia passou a ocorrer em dois ambientes separados,

o Ambiente de Contratação Regulada (ACR), onde participam geradoras e distribuidoras, e o

Ambiente de Contratação Livre (ACL), no qual podem participar geradoras, comercializadoras,

importadores, exportadores e consumidores livres.

Este processo fez com que a estrutura do setor se tornasse menos estritamente regulamentada e

verticalizada. No modelo atual, as companhias do setor são divididas em geradoras, transmissoras e

distribuidoras. Enquanto a transmissão e a distribuição continuam inteiramente regulamentadas, a

produção das geradoras é hoje negociada em mercado livre.

Também foram criadas, nesse ínterim, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a Câmara de

Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Esta última

tem o objetivo de desenvolver estudos para o planejamento da expansão do sistema, enquanto o

ONS coordena as usinas de rede e transmissão do Sistema Interligado Nacional (SIN) e a CCEE tem a

função de viabilizar um ambiente de negociação de energia seguro e competitivo.

A EPE (Empresa de Pesquisa Energética) afirma que a geração de energia elétrica no Brasil em

centrais de serviço público e autoprodutores foi de cerca de 570 TWh (Terawatt-hora, equivalente a

1 milhão de MWh) em 2013, o que configura um aumento de 3,2% em relação ao ano anterior. A

oferta interna de energia elétrica como um todo foi majoritariamente oriunda de energia

hidráulica, que teve cerca de 70,6% de participação em sua composição, seguida por fontes

derivadas do gás natural, com 11,3%, e de fontes de biomassa, com 7,6%. O quadro a seguir oferece

um breve resumo da composição da oferta interna de energia:

O Balanço Nacional Energético publicado em maio de 2014 pela EPE, indica uma redução de 5,4% na

oferta interna de energia hidráulica em 2013 em relação ao ano interior, e a participação de

energias renováveis na composição da matriz energética nacional decresceu de 84,5% em 2012 para

Page 18: Informa??es de Companhias em Recupera??o Judicial ou Extrajudicial

 

Estudo Técnico AP-0234/15-01 16

79,3% em 2013. A geração derivada de energia eólica aumentou em 30,2% no mesmo período, mas o

aumento do consumo de eletricidade no país, da ordem de 3,6% em 2013 foi sustentado por geração

térmica, principalmente da derivada de carvão mineral, gás natural e bagaço da cana. As mudanças

percentuais na participação de cada tipo de energia foram da seguinte ordem:

De acordo com a ANEEL, a ordem de despacho das usinas, determinada pelo ONS, é definida pela

preferência a energias de menor custo. De modo geral, começa com a geração de energia pelas

hidrelétricas e, em seguida, é acionada a geração pelas térmicas por ordem de menor custo.

Um estudo sobre a competitividade da geração termelétrica a gás natural no Brasil, publicado na Rio

Oil & Gas Expo and Conference 2014, afirma que o setor elétrico brasileiro se encontra em um

ponto de inflexão, pois a demanda vem apresentando um aumento constante enquanto a

capacidade de regularização dos reservatórios hídricos se reduz nesse processo. Desta forma, a

fonte termelétrica se apresenta como fonte de backup e alternativa para a geração na base.

Adicionalmente, o Balanço Nacional Energético mostra que a participação da energia termelétrica

em 2013 chegou a 30,3% da oferta de energia total, contra 23,9% em 2012, o que configura um

aumento de 31% no período. A energia termelétrica teve a seguinte composição em 2013:

Page 19: Informa??es de Companhias em Recupera??o Judicial ou Extrajudicial

 

Estudo Técnico AP-0234/15-01 17

Já o Plano de Operação Energética, publicado pelo ONS em 2013, apresenta um resumo do

panorama do setor e estima a seguinte evolução das participações das diferentes fontes de energia

na composição da matriz energética entre 2013 e 2017:

Page 20: Informa??es de Companhias em Recupera??o Judicial ou Extrajudicial

 

Estudo Técnico AP-0234/15-01 18

6. PREMISSAS-CHAVE DO PLANO DE NEGÓCIOS DA COMPANHIA

Como mencionado na Introdução do presente Estudo Técnico, o plano de recuperação da ENEVA

depende da confirmação de algumas premissas-chave. Caso as mesmas não se realizem, a

implementação do plano pode vir a ser comprometida. São estas:

Consolidação das dívidas da ENEVA S.A. e ENEVA PARTICIPAÇÕES: As Companhias deram

entrada em conjunto com o pedido de Recuperação Judicial. Assim, para efeitos de

renegociação das dívidas com os credores e para fins de fluxo de caixa projetado, foi

considerada a dívida consolidada dessas duas empresas, atingindo conjuntamente um valor

total de R$ 2,3 bilhões.

Renegociação das dívidas das usinas: Atualmente as dívidas detidas pelas usinas estão

sendo renegociadas entre a administração da ENEVA e os respectivos bancos de cada

empresa. Para fins de fluxo de caixa, considerou-se um cenário contemplando a

renegociação dessas dívidas (prazos e taxas). Este é o cenário que a administração da ENEVA

entende ser o mais provável.

Funding para CAPEX: O fluxo de pagamento da dívida considerada neste Estudo Técnico

para fins de estudo de viabilidade, prevê que parte da dívida será convertida em ação pelos

credores, em troca de um aumento de capital na ENEVA. O percentual de dívida convertida

em ações e consequentemente o valor que será aportado na Companhia está baseado em

estimativas passadas pela ENEVA, com base em seu plano de Recuperação Judicial, não

tendo a APSIS validado os valores considerados.

Contrato Bilateral de Fornecimento de Energia com a MMX: Em 2009, a ENEVA assinou um

contrato bilateral de fornecimento de energia com a MMX, com o objetivo de viabilizar a

construção de Parnaíba IV e atender à futura demanda de energia da MMX. Por motivos

diversos que incluíram a redução significativa na demanda de energia da MMX e a restrição

no volume de gás do Complexo Parnaíba, as partes estão avaliando a possibilidade de

rescindir o contrato de forma antecipada. A ENEVA fez uma proposta de pagamento à MMX

no valor total de R$ 45 milhões, a ser pago em meados de 2015 (valor considerado no fluxo

de caixa projetado do Plano de Recuperação). A administração da ENEVA acredita que esta

proposta será aceita pela MMX.

Contratos de PPA das Usinas: As projeções de preço de venda de energia considerado no

fluxo das usinas foram baseadas nos contratos de PPA existentes para cada usina

operacional, sendo corrigido pela inflação projetada por todo o período projetivo. Para a

renovação dos PPA’s foi utilizada a premissa de que os preços da energia serão reajustados

somente pela inflação projetada. Como os PPA’s em vigor possuem contratos de longo

prazo, esta premissa tem pouco impacto no modelo.

Curva de despacho considerada: As projeções de despacho esperado foram baseadas nas

premissas da ENEVA e de seus assessores financeiros de modo a refletir suas expectativas na

data de elaboração do plano.

Page 21: Informa??es de Companhias em Recupera??o Judicial ou Extrajudicial

 

Estudo Técnico AP-0234/15-01 19

PROPOSTA DE REESTRUTURAÇÃO DE ATIVOS – CENÁRIO BASE

Pecém I: Em 9 de dezembro de 2014, a ENEVA S.A. vendeu sua participação de 50% em

Pecém I para a EDP – ENERGIAS DO BRASIL S.A. por um montante de R$ 300 milhões. Como a

ENEVA S.A. encontra-se em Recuperação Judicial, a eficácia desta operação está sujeita às

seguintes condições: i) os credores da empresa devem aprovar o plano de reorganização das

Companhias; ii) A Corte responsável pela Recuperação Judicial deve homologar o Plano de

Recuperação; e iii) A operação necessita da autorização dos bancos IDB, BNDES e quaisquer

outras instituições financeiras que possuam contratos com Pecém I. A entrada de caixa

referente à venda deste ativo deve ocorrer em junho de 2015 e o caixa deverá ser utilizado

para financiar a holding até o início da entrada de caixa gerado pelos ativos operacionais.

Parnaíba I, III e IV: É considerada no Plano de recuperação Judicial a incorporação dos 30%

de participação nas usinas de Parnaíba I, III e IV detidas pela Petra. Considera-se também

que as ações dessas SPE’s detidas pela ENEVA PARTICIPAÇÕES sejam incorporadas pela

ENEVA S.A.

Parnaíba Gás Natural (PGN): O plano considera um cenário base, no qual a E.ON contribui

com seus 9% de participação na PGN junto à ENEVA. Desta forma, a participação final da

ENEVA na PGN considerada no plano é de 27,3%.

BPMB: É considerada no Plano de Recuperação Judicial a incorporação dos 100% de

participação em BPMB detidos atualmente pelo BTG Pactual. Desta forma, a ENEVA passaria

a deter aproximadamente 50% dos blocos de gás, uma vez que sua participação seria de

27,3% na PGN e 100% na BPMB, que possuem 70 e 30% dos campos de gás, respectivamente.

PROPOSTA DE REESTRUTURAÇÃO DE ATIVOS - CENÁRIOS ALTERNATIVOS

Ausência de contribuição dos Ativos Petra (Parnaíba I e Parnaíba IV): O cenário base

contempla a contribuição da totalidade dos Ativos Petra (Parnaíba I e Parnaíba IV). Na

hipótese de a Petra não manifestar seu interesse em participar do Aumento de Capital

mediante subscrição com os ativos supracitados, a ENEVA manterá sua participação de 70%

em ambas as usinas e deixará de assumir uma dívida referente à compra dos Ativos Petra no

valor de R$ 42 milhões. As premissas operacionais das usinas remanescentes não se alteram

neste caso, mas a proposta de reestruturação financeira se ajusta a esta possibilidade, de

modo a conservar a viabilidade econômico-financeira do Plano de Recuperação frente à

dívida adicionada. Maiores detalhes acerca das possíveis alterações na proposta de

reestruturação financeira podem ser encontrados na sessão 10 deste relatório.

Ausência de contribuição dos Ativos E.ON: Também existe a hipótese de a E.ON não

manifestar seu interesse em participar do Aumento de Capital com os ativos PGN, Parnaíba

III e Parnaíba IV. Neste caso, não haveria alteração no montante total da dívida a ser

renegociada, mas sim na participação total de ENEVA nos ativos operacionais. No entanto, a

viabilidade econômico-financeira do plano não será prejudicada.

Page 22: Informa??es de Companhias em Recupera??o Judicial ou Extrajudicial

 

Estudo Técnico AP-0234/15-01 20

Estrutura considerada no Plano de Recuperação: Cenário Base

ENEVA

Itaqui

Pecém II

Parnaíba I

Parnaíba II

Parnaíba III

Parnaíba IV

PGN

BPMB

100%

100%

100%

100%

100%

50%

27,3%

100%

Page 23: Informa??es de Companhias em Recupera??o Judicial ou Extrajudicial

 

Estudo Técnico AP-0234/15-01 21

ATIVOS CONTRIBUTÓRIOS CONSIDERADOS NO PLANO DE REESTRUTURAÇÃO DA COMPANHIA

Ativos Contributórios Considerados: Para fins de fluxo de caixa utilizado no plano de

Recuperação Judicial das Companhias, foram consideradas as seguintes unidades geradoras

de caixa, já refletindo a reestruturação proposta: Pecém II (50% de participação), PGN

(27,3% de participação) e Parnaíba I, II, III, IV, Itaqui e BPMB (todas com 100% de

participação), assim como a holding ENEVA S.A., que carrega as despesas de pessoal

administrativo do grupo.

Ativos Operacionais não Considerados: Os ativos Amapari e Tauá não foram considerados

para fins de fluxo de caixa do plano de reestruturação. Estes ativos não possuem dívida e

seu fluxo de caixa é pouco significativo comparado aos demais ativos da ENEVA. Assim,

optou-se por não projetar seus fluxos.

Ativos que ainda não estão Operacionais: O restante dos ativos da companhia que ainda

não estão operacionais (Green Field), citadas no Capítulo 2, não foi considerado no fluxo de

caixa para fins de pagamento de dívida. Conforme conversas com a administração da

ENEVA, a relevância destes ativos sobre o caixa da companhia não é significativa no curto

prazo, tendo pouco ou nenhum efeito sobre a viabilidade do plano de Recuperação Judicial.

Desta forma, o início da operação destes ativos no futuro poderá representar um upside ao

cenário projetado no plano de Recuperação Judicial.

Page 24: Informa??es de Companhias em Recupera??o Judicial ou Extrajudicial

 

Estudo Técnico AP-0234/15-01 22

7. PREMISSAS OPERACIONAIS DAS USINAS TERMELÉTRICAS

RECEITAS

Usinas termelétricas podem operar no Ambiente de Contratação Regulada (ACR) ou no Ambiente de

Contratação Livre (ACL). No ACR, os contratos de fornecimento de energia (Purchase Price

Agreement – PPA) são divididos entre uma receita fixa e uma receita variável e têm prazo médio de

15 anos. No ACL, os contratos de PPA determinam um valor por MWh fornecido.

Os Contratos de Comercialização de Energia em Ambiente Regulado (CCEAR) para as termelétricas

são realizados na modalidade intitulada “contratos por disponibilidade de energia”. Nesta

modalidade de contratação, os agentes geradores de energia são pagos de acordo com sua

quantidade de energia assegurada e não com base na energia efetivamente gerada.

A energia assegurada leva em consideração a potência total da usina, as taxas de indisponibilidade

forçada e programada declaradas pelo empreendedor, o custo variável unitário do empreendimento

declarado também pelo empreendedor, dentre outros fatores. Quanto maior o custo variável da

usina, menor será a energia assegurada atribuída à usina, dado que quanto maior seu custo variável,

menor a probabilidade de ser despachada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

Em contrapartida à energia assegurada que estará adicionando ao sistema, o empreendedor recebe

uma receita fixa, reajustada anualmente pelo IPCA. Esta receita é destinada a cobrir todos os custos

fixos da usina, incluindo despesas de depreciação, e a remunerar o capital investido.

Além da receita fixa, o empreendedor é ressarcido pelos custos variáveis decorrentes de sua

operação quando a usina é despachada pelo ONS. Esta modalidade de receita é chamada de “receita

variável” e cobre os custos com combustível e os custos de O&M incorridos a mais pela geração de

energia da usina.

A projeção de receita variável para as usinas está atrelada ao despacho esperado nos anos de

projeção. Considera-se que haja despacho sempre que o PLD (Preço de Liquidação das Diferenças)

seja superior ao CVU (Custo Variável Unitário).

A companhia contratou uma consultoria especializada para projeção de diversos cenários mensais

para o PLD. Caso mais de 50% destes cenários aponte o PLD acima do CVU em um determinado

período, considera-se que há despacho de 100% da capacidade da usina. Caso menos de 50% das

séries aponte para um PLD superior ao CVU, considera-se que a usina não é despachada naquele

período. Por este motivo, no fluxo de caixa projetado pela Companhia, quando o PLD é muito

próximo ao CVU há grande volatilidade do despacho esperado.

TRIBUTOS

Foi considerada uma alíquota de PIS/COFINS de 9,3% sobre a ROB pelo período projetado. Além

disso, uma parcela dos custos com O&M e compra de combustível é dedutível do pagamento de

PIS/COFINS, por isso a projeção dos tributos totais desconta o crédito criado por estes custos do

montante a ser pago pela receita bruta.

Page 25: Informa??es de Companhias em Recupera??o Judicial ou Extrajudicial

 

Estudo Técnico AP-0234/15-01 23

CUSTOS OPERACIONAIS

Os custos envolvidos na operação de usinas Termelétricas dividem-se entre fixos e variáveis,

segundo a descrição abaixo:

CUSTOS FIXOS

o Custos com Pessoal

Tal linha de custos refere-se ao pessoal da ENEVA alocado na operação das usinas termelétricas.

o Serviços Prestados por Terceiros

Parte do pessoal alocado nas usinas da ENEVA é terceirizada, e esta linha reflete os custos

envolvidos com a contratação deste pessoal.

o Taxa ANEEL

A TFSEE (Taxa de Fiscalização de Serviço de Energia Elétrica) é destinada a prover os recursos

necessários ao funcionamento da ANEEL, e seu valor é estabelecido anualmente. O cálculo do valor

devido é feito sobre a Potência Instalada da usina.

o Taxa de Uso do Sistema de Transmissão (TUST)

O transporte de energia elétrica no Brasil é realizado por meio de linhas de transmissão e

subestações que compõem a chamada Rede Básica. A Taxa de Uso do Sistema de Transmissão (TUST)

tem como objetivo a manutenção desta infraestrutura de transmissão e é definida anualmente pela

ANEEL. Os reajustes ocorrem anualmente e a tarifa é definida pela ANEEL para cada agente do setor

elétrico.

o Taxa da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE)

Os agentes da CCEE têm obrigação de efetuar o recolhimento das contribuições relativas ao

funcionamento da CCEE a fim de cobrir seus custos e investimentos. A taxa foi considerada como R$

0,11 em 2014 e seu reajuste é realizado anualmente pelo IPCA.

o Despesa com seguros

As usinas possuem seguro sobre sua receita fixa e variável, cobrindo 100% das duas mediante

pagamento anual com reajuste pelo IPCA.

CUSTOS VARIÁVEIS

o O&M variável

Considera-se em cada usina um valor de O&M calculado sobre a energia despachada bruta. O valor

considerado por MWh inclui gastos com insumos de produção, como diesel, tratamento das cinzas,

água, químicos, cal, consumo interno de energia e outros.

o Pesquisa e Desenvolvimento (P&D)

É considerado que as usinas investem 1% de sua receita líquida de PIS/COFINS em Pesquisa e

Desenvolvimento. O cálculo deste valor para a rubrica de custos variáveis foi feito sobre a receita

variável líquida de PIS/COFINS.

Page 26: Informa??es de Companhias em Recupera??o Judicial ou Extrajudicial

 

Estudo Técnico AP-0234/15-01 24

o Custo com compra de combustíveis

Caso a usina seja despachada é necessária a aquisição de combustível para alimentá-las. O preço de

mercado por tonelada de carvão foi baseado nas previsões de preço da CIF-ARA e foram

consideradas as taxas de degradação por aquecimento de cada usina, assim como os tributos

envolvidos na compra da matéria-prima.

Já o preço por metro cúbico de gás foi baseado na cotação do Henry Hub e nos valores acordados

entre as usinas do Complexo de Parnaíba e a Parnaíba Gás Natural (PGN) pela compra do gás.

GASTOS POR INDISPONIBILIDADE

Caso a indisponibilidade efetiva da usina seja superior à indisponibilidade declarada no ato de

contratação do PPA, a usina deve pagar, pelo critério ADOMP, uma multa equivalente a esta

diferença vezes o spread entre o preço spot da energia e o custo variável da usina. Vale ressaltar

que a companhia pleiteou a alteração desta metodologia de cálculo junto à ANEEL, de modo que o

cálculo seja realizado com base na média móvel histórica da disponibilidade da planta. A projeção

de despesas por indisponibilidade considerou o cálculo baseado na média móvel histórica da

disponibilidade das plantas.

OVERHAULING

As usinas termelétricas reconhecem os gastos com manutenção sob a rubrica de Overhauling, dentro

de custos. Os custos até 2019 foram estimados de acordo com o MTP (Medium Term Plan) elaborado

pela companhia e os valores considerados para os anos seguintes foram reajustados pelo IPCA.

Page 27: Informa??es de Companhias em Recupera??o Judicial ou Extrajudicial

 

Estudo Técnico AP-0234/15-01 25

8. PREMISSAS OPERACIONAIS DAS PRODUTORAS DE GÁS NATURAL

RECEITAS

o RECEITAS POR VENDAS DE GÁS

As receitas por venda de gás da PGN e BPMB são provenientes das vendas de gás da companhia por

prazos e preços pré-estabelecidos sob contrato. O volume considerado varia segundo a demanda dos

compradores.

o RECEITAS DE ARRENDAMENTO

As Companhias possuem receitas provenientes de arrendamento pagos pelas plantas termelétricas

do Complexo Parnaíba. Tais receitas são determinadas por contrato e dividem-se entre uma parcela

fixa e outra variável.

A receita fixa é reajustada pela inflação e anualmente de modo que a Taxa Interna de Retorno (TIR)

de cada planta termelétrica seja igual a 15%. As receitas variáveis são determinadas pela diferença

entre receitas e custos variáveis, quando positiva, conforme estabelecido por contrato.

TRIBUTOS

Os tributos devidos pelas companhias são o ICMS, com alíquota de 4,6% incidente sobre a receita

bruta e o PIS/COFINS, com alíquota de 9,25% incidente sobre a receita bruta. Há geração de

créditos fiscais derivados dos custos operacionais, que são abatidos dos tributos totais a pagar. Os

valores projetados consideram tanto as alíquotas destacadas quanto os créditos citados.

CUSTOS OPERACIONAIS

o O&M

As despesas de Operação e Manutenção referem-se aos gastos envolvidos na produção de gás, tais

como salários dos funcionários, manutenção dos poços e equipamentos, custo de operação dos poços

de gás e dos insumos necessários à sua exploração. Tais custos dividem-se entre fixos e variáveis,

sendo os fixos reajustados pela inflação e os variáveis seguindo o volume de gás extraído.

o PESQUISA E DESENVOLVIMENTO

A ANP define que exploradores de gás natural são obrigados a destinar recursos para Pesquisa e

Desenvolvimento em montante equivalente a 1% da Receita Bruta da Produção do campo. Tal valor

é destinado majoritariamente a Universidades e Institutos de Pesquisa e Desenvolvimentos

credenciadas pela ANP.

o PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

Exploradores de petróleo e gás natural em campos de alta rentabilidade estão sujeitos, segundo o

Decreto nº 2.705, de 1998, ao pagamento da chamada Participação Especial. Seu cálculo incide

sobre a receita líquida da produção trimestral de cada campo, consideradas as deduções previstas

por lei, de acordo com a localização da lavra, o número de anos de produção e o respectivo volume

de produção trimestral fiscalizada. Os valores considerados foram estimados pela companhia.

Page 28: Informa??es de Companhias em Recupera??o Judicial ou Extrajudicial

 

Estudo Técnico AP-0234/15-01 26

o ROYALTIES

Trata-se de compensação financeira devida aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem

como a órgãos da administração direta da Usina, em função da produção de gás natural sob o

regime de concessão.

o CUSTOS DE EXPLORAÇÃO

Trata-se dos custos envolvidos nos estudos de geologia e geofísica e na procura por novos campos de

gás natural a serem explorados pela companhia.

Page 29: Informa??es de Companhias em Recupera??o Judicial ou Extrajudicial

 

Estudo Técnico AP-0234/15-01 27

9. PROJEÇÕES DAS USINAS E CAMPOS DE GÁS

9.1 UTE ITAQUI

RECEITA BRUTA

As receitas foram projetadas segundo os termos do PPA contratado em leilão A-5 em outubro de

2007, considerando uma receita fixa com reajustes anuais pelo IPCA. As receitas variáveis

acompanham a evolução dos custos variáveis. Os dados projetados para receita, percentual de

despacho esperado e disponibilidade estão resumidos no gráfico abaixo:

Entre 2014 e 2026, o PLD projetado situa-se muito próximo do CVU da usina, o que explica,

conforme apontado na página 22, a volatilidade no despacho esperado para Itaqui. A variação do

despacho esperado é refletida na receita, no custo e na margem EBITDA, conforme destacado

abaixo.

CUSTOS

Os custos de Itaqui foram projetados de acordo com as expectativas da companhia e considerando

sua natureza fixa e variável, segundo o gráfico abaixo:

 

Percebe-se um movimento da queda da participação dos custos sobre a Receita Operacional Líquida

(ROL) no período entre 2014 e 2021, em grande parte devido à diminuição do despacho esperado.

Isto ocorre pois a margem variável da companhia é inferior à margem fixa. Conforme a participação

Page 30: Informa??es de Companhias em Recupera??o Judicial ou Extrajudicial

 

Estudo Técnico AP-0234/15-01 28

da receita variável na receita total aumenta, há uma tendência à diminuição da margem bruta

operacional.

EBITDA

Considerando todas as receitas, despesas e tributos, a evolução considerada para o EBITDA de Itaqui

está demonstrada abaixo:

Conforme destacado acima, a variação da margem EBITDA de Itaqui entre 2021 e 2026 é explicada

pela variação do despacho esperado pela companhia. Pode-se perceber que, quando o despacho

esperado é igual a zero, a margem aproxima-se de 55% (como observado em 2020 e 2021), e quando

o despacho é igual a 100%, a margem aproxima-se de 20% (como observado em 2015 e 2016).

Page 31: Informa??es de Companhias em Recupera??o Judicial ou Extrajudicial

 

Estudo Técnico AP-0234/15-01 29

9.2 UTE PECÉM II

RECEITA BRUTA

As receitas foram projetadas segundo os termos do PPA contratado em leilão A-5 em 2008

considerando uma receita fixa com reajustes anuais pelo IPCA. As receitas variáveis acompanham a

evolução dos custos variáveis. Os dados projetados para receita, percentual de despacho esperado e

disponibilidade estão resumidos no gráfico abaixo:

CUSTOS

Os custos de Pecém II foram projetados de acordo com as expectativas da companhia e

considerando sua natureza fixa e variável, segundo o gráfico abaixo:

Percebe-se um movimento da queda da participação dos custos sobre a ROL no período entre 2014 e

2021, em grande parte devido à diminuição do despacho esperado. Isto ocorre pois a margem de

receita e custos variáveis da companhia é inferior à margem de receita e custos fixos. Conforme a

participação da receita variável na receita total aumenta, há uma tendência à diminuição da

margem bruta operacional.

Page 32: Informa??es de Companhias em Recupera??o Judicial ou Extrajudicial

 

Estudo Técnico AP-0234/15-01 30

EBITDA

Considerando todas as receitas, despesas e tributos, a evolução considerada para o EBITDA de

Pecém II está demonstrada abaixo:

Page 33: Informa??es de Companhias em Recupera??o Judicial ou Extrajudicial

 

Estudo Técnico AP-0234/15-01 31

9.3 UTE PARNAÍBA I

RECEITA BRUTA

As receitas foram projetadas segundo os termos do PPA contratado em leilão A-5 em 2008,

considerando uma receita fixa com reajustes anuais pelo IPCA. As receitas variáveis acompanham a

evolução dos custos variáveis. Os dados projetados para receita, percentual de despacho esperado e

disponibilidade estão resumidos no gráfico abaixo:

CUSTOS

Os custos de Parnaíba I foram projetados de acordo com as expectativas da companhia e

considerando sua natureza fixa e variável, segundo o gráfico abaixo:

792876

678575

406 444 440534

438 433 444

711838

1.019 991 906

79,0%72,3%

64,1%60,7% 57,8%

73,3%69,7%

0,0%

20,0%

40,0%

60,0%

80,0%

100,0%

0

200

400

600

800

1.000

1.200

1.400%

RO

L

mil

hõe

s de

R$

PARNAÍBA I

Custos Operacionais % Custos / Receitas

Page 34: Informa??es de Companhias em Recupera??o Judicial ou Extrajudicial

 

Estudo Técnico AP-0234/15-01 32

EBITDA

Considerando todas as receitas, despesas e tributos, a evolução considerada para o EBITDA de

Parnaíba I está demonstrada abaixo:

683

1.373

1.0171.108

903734

561675 687

803 722 740 768

1.069 1.143

1.352 1.421 1.350

80259 225 232 226 160 155 231 247 269 284 306 324 358 305 333 430 444

12%

19%22% 21%

25%22%

28%

34%36% 34%

39%41% 42%

33%

27%25%

30%33%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

0

400

800

1.200

1.600

2.000

2.400

2.800

Mg.

EB

ITD

A (

%)

mil

hõe

s d

e R

$

PARNAÍBA I

Receita Líquida EBITDA Mg. EBITDA

projetadorealizado

Page 35: Informa??es de Companhias em Recupera??o Judicial ou Extrajudicial

 

Estudo Técnico AP-0234/15-01 33

9.4 UTE PARNAÍBA II

RECEITA BRUTA

As receitas foram projetadas segundo os termos do PPA contratado em leilão A-3 em 2011,

considerando uma receita fixa com reajustes anuais pelo IPCA. As receitas variáveis acompanham a

evolução dos custos variáveis. Os dados projetados para receita, percentual de despacho esperado e

disponibilidade estão resumidos no gráfico abaixo:

Cabe ressaltar que em 2016, ano de início da operação da usina, ela opera somente 6 meses, por

isso há um descasamento entre o percentual de despacho esperado e a receita bruta neste ano.

CUSTOS

Os custos de Parnaíba II foram projetados de acordo com as expectativas da companhia e

considerando sua natureza fixa e variável, segundo o gráfico abaixo:

Como descrito acima, em 2016, a usina opera somente 6 meses, por isso há um descasamento entre

o percentual de despacho esperado e os custos operacionais neste ano.

Page 36: Informa??es de Companhias em Recupera??o Judicial ou Extrajudicial

 

Estudo Técnico AP-0234/15-01 34

EBITDA

Considerando todas as receitas, despesas e tributos, a evolução considerada para o EBITDA de

Parnaíba II está demonstrada abaixo:

Page 37: Informa??es de Companhias em Recupera??o Judicial ou Extrajudicial

 

Estudo Técnico AP-0234/15-01 35

9.5 UTE PARNAÍBA III

RECEITA BRUTA

As receitas foram projetadas segundo os termos do PPA contratado em leilão A-5 em 2008,

considerando uma receita fixa com reajustes anuais pelo IPCA. As receitas variáveis acompanham a

evolução dos custos variáveis. Os dados projetados para receita, percentual de despacho esperado e

disponibilidade estão resumidos no gráfico abaixo:

Pode-se observar uma forte queda das receitas projetadas entre 2016 e 2017, devido à forte queda

esperada para o percentual despachado.

CUSTOS

Os custos de Parnaíba III foram projetados de acordo com as expectativas da companhia e

considerando sua natureza fixa e variável, segundo o gráfico abaixo:

Page 38: Informa??es de Companhias em Recupera??o Judicial ou Extrajudicial

 

Estudo Técnico AP-0234/15-01 36

EBITDA

Considerando todas as receitas, despesas e tributos, a evolução considerada para o EBITDA de

Parnaíba III está demonstrada abaixo. Pode-se observar que a queda da receita é acompanhada de

um aumento da margem, uma vez que a margem de receita e custos fixos da companhia é superior

à margem de receita e custos variáveis.

Page 39: Informa??es de Companhias em Recupera??o Judicial ou Extrajudicial

 

Estudo Técnico AP-0234/15-01 37

9.6 UTE PARNAÍBA IV

RECEITA BRUTA

As receitas foram projetadas segundo os termos do PPA com a Kinross, considerando uma linha de

receita proveniente da venda de gás no mercado Spot e no PPA e outra referente às receitas de

produção própria. Dada a magnitude dos fluxos de caixa de Parnaíba IV, a ausência de

endividamento da usina e a incerteza quanto à renovação do contrato de venda de energia com a

Kinross, o Plano de Recuperação contempla tais fluxos apenas até o fim do contrato existente:

CUSTOS

Os custos de Parnaíba IV foram projetados de acordo com as expectativas da companhia e

considerando sua natureza fixa e variável, segundo o gráfico abaixo:

6468

7275

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

0

10

20

30

40

50

60

70

80

mil

hões

de R

$

PARNAÍBA IV

Receita PPA e Spot Receitas de produção própria Despacho Esperado Disponibilidade Esperada

49 51 50 53

78,9%77,8%

72,8% 73,4%

60%

70%

80%

0

50

100

150

200

% R

OL

mil

hõe

s de R

$

PARNAÍBA IV

Custos Operacionais % Custos / Receitas

Page 40: Informa??es de Companhias em Recupera??o Judicial ou Extrajudicial

 

Estudo Técnico AP-0234/15-01 38

EBITDA

Considerando todas as receitas, despesas e tributos, a evolução considerada para o EBITDA de

Parnaíba IV está demonstrada abaixo.

5062 65 69 72

21 13 15 19 19

42%

21% 22%

27% 27%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

0

50

100

150

200

250

Mg.

EB

ITD

A (

%)

mil

hõe

s d

e R

$

PARNAÍBA IV

Receita Líquida EBITDA Mg. EBITDA

projetadorealizado

Page 41: Informa??es de Companhias em Recupera??o Judicial ou Extrajudicial

 

Estudo Técnico AP-0234/15-01 39

9.7 PARNAÍBA GÁS NATURAL (PGN)

RECEITA BRUTA

As receitas foram projetadas segundo as vendas de gás e as receitas de arrendamento da

companhia. Os dados projetados para receita, abertos por vendas de gás e receita de

arrendamento, estão detalhados abaixo:

Dado que nem toda a receita da companhia é fixa, há variação do valor de vendas de gás e receitas

de arrendamento segundo a demanda por gás considerada. Por este motivo, a curva de receitas tem

um movimento não linear.

CUSTOS

Os custos de PGN foram projetados de acordo com as expectativas da companhia e considerando sua

natureza fixa e variável, segundo o gráfico abaixo:

697

876

744641

516571

684

820 814894

968 9941.085 1.121 1.169

1.221

0

200

400

600

800

1.000

1.200

1.400

mil

hões

de R

$

PARNAÍBA GÁS NATURAL

Vendas de Gás Receita de Arrendamento

169212 231

200 182216 244

282 289 311 335 357 384 400 417 43826,6%

34,1%38,4% 38,6% 38,5% 37,6% 37,1%

39,8%

-10,0%

10,0%

30,0%

50,0%

0

100

200

300

400

500

600

700

800%

RO

L

mil

hões

de R

$

PARNAÍBA GÁS NATURAL

Custos Operacionais % Custos / Receitas

Page 42: Informa??es de Companhias em Recupera??o Judicial ou Extrajudicial

 

Estudo Técnico AP-0234/15-01 40

EBITDA

Considerando todas as receitas, despesas e tributos, a evolução considerada para o EBITDA de PGN

está demonstrada abaixo:

582 630795

678586

475 528633

758 752 824 891 9141.033 1.021 1.049 1.095

437 461583

447 386293 312

389476 463 513 556 557

649 621 632 657

75% 73% 73%66% 66%

62% 59% 61% 63% 62% 62% 62% 61% 63% 61% 60% 60%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

0

400

800

1.200

1.600

2.000

Mg.

EB

ITD

A (

%)

mil

hõe

s d

e R

$

PARNAÍBA GÁS NATURAL

Receita Líquida EBITDA Mg. EBITDA

realizado projetado

Page 43: Informa??es de Companhias em Recupera??o Judicial ou Extrajudicial

 

Estudo Técnico AP-0234/15-01 41

9.8 BPMB

RECEITA BRUTA

As receitas foram projetadas segundo as vendas de gás e as receitas de arrendamento da

companhia. Os dados projetados para receita, abertos por vendas de gás e receita de

arrendamento, estão detalhados abaixo:

Dado que nem toda a receita da companhia é fixa, há variação do valor de vendas de gás e receitas

de arrendamento segundo a demanda por gás considerada. Por este motivo, a curva de receitas tem

um movimento não linear.

CUSTOS

Os custos de PGN foram projetados de acordo com as expectativas da companhia e considerando sua

natureza fixa e variável, segundo o gráfico abaixo:

299

376

319275

221245

293

352 349383

415 426465 480 501

523

0

100

200

300

400

500

600

mil

hões

de R

$

BPMB

Vendas de Gás Receita de Arrendamento

80 7291 99

86 7893

105121 124

133143

153164 172 179

26,6%

34,1%38,4% 38,6% 38,5% 37,6% 37,1%

39,8%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

0

50

100

150

200

250

% R

OL

mil

hões

de

R$

BPMB

Custos Operacionais % Custos / Receitas

Page 44: Informa??es de Companhias em Recupera??o Judicial ou Extrajudicial

 

Estudo Técnico AP-0234/15-01 42

EBITDA

Considerando todas as receitas, despesas e tributos, a evolução considerada para o EBITDA de BPMB

está demonstrada abaixo:

249 270341

291251

203 226271

325 322353 382 392

443 437 449 469

170 198250

192 166125 134

167204 198 220 238 239

278 266 271 282

68%73% 73%

66% 66%62% 59% 61% 63% 62% 62% 62% 61% 63% 61% 60% 60%

0%

20%

40%

60%

80%

0

200

400

600

800

Mg.

EB

ITD

A (

%)

mil

hõe

s d

e R

$

BPMB

Receita Líquida EBITDA Mg. EBITDA

projetadorealizado

Page 45: Informa??es de Companhias em Recupera??o Judicial ou Extrajudicial

 

Estudo Técnico AP-0234/15-01 43

9.9 HOLDINGS E RESULTADO CONSOLIDADO

A projeção considera as despesas com o pessoal administrativo alocado nas holdings como despesa

do grupo e, por isso, o resultado consolidado deve incluir estes desembolsos de caixa na verificação

do saldo disponível final. Para fins de projeção, as despesas com pessoal da ENEVA S.A. e da ENEVA

PARTICIPAÇÕES foram consolidadas de modo a facilitar a compreensão.

Os custos com o pessoal foram estimados de acordo com premissas da companhia e segundo o cargo

e salário de seus funcionários. A projeção evolui conforme o gráfico abaixo:

No final de 2014, como parte da reestruturação das Companhias, a ENEVA iniciou uma reforma em

seu quadro de funcionários, reduzindo os custos com pessoal administrativo alocados na Holding. Os

custos do ano de 2015 são impactados pelas despesas referentes ao processo de Recuperação

Judicial.

Considerando as receitas, tributos e custos operacionais das usinas citadas acima, bem como as

despesas das holdings referentes aos encargos da administração, o resultado consolidado de receita,

EBITDA e margem EBITDA segue o gráfico abaixo:

1.4392.103

2.7153.292 2.925 2.609

2.261 2.511 2.7413.251 3.067

3.429 3.3204.009 4.241

4.596 4.829 4.899

-89

317694 959 1.026 960 905 1.052 1.173 1.281 1.263 1.415 1.477 1.522 1.461 1.598 1.717 1.748

-6%

15%

26%

29%

35%37%

40%42% 43%

39%41% 41%

44%

38%34% 35% 36% 36%

-10%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

-2.000

0

2.000

4.000

6.000

8.000

10.000

Mg.

EB

ITD

A (

%)

mil

hõe

s d

e R

$

ENEVA - Consolidado

Receita Líquida EBITDA Mg. EBITDA

projetadorealizado

Page 46: Informa??es de Companhias em Recupera??o Judicial ou Extrajudicial

 

Estudo Técnico AP-0234/15-01 44

10. ANÁLISE DAS COMPANHIAS COMPARÁVEIS

 

O gráfico acima expõe a margem EBITDA histórica de algumas companhias brasileiras do setor de

geração de energia elétrica. Pode-se observar que esta vem mantendo-se relativamente constante e

próxima a 55%. A estabilidade das margens é fruto da alta regulação do mercado de energia no

Brasil, conforme exposto no Capítulo 5. Exceção pode ser feita à margem da AES Tietê em 2014, ano

no qual, segundo a própria companhia, sofreu fortes perdas derivadas do rebaixamento médio do

MRE (Mecanismo de Realocação de Energia).

Vale ressaltar que a margem EBITDA média projetada para ENEVA situa-se em 16% e 19% em 2015 e

2016, respectivamente, bastante abaixo da margem média projetada para as companhias do setor

nestes anos. Primeiramente, vale reiterar que as usinas termelétricas possuem custo marginal

superior às usinas hidrelétricas e, por esta razão, é esperado que as primeiras apresentem margens

inferiores às segundas, o que explicaria parte do gap entre as margens das empresas destacadas

(primordialmente geradoras de energia hidrelétrica) e a ENEVA.

Ademais, a projeção de resultado operacional abaixo da média de mercado é resultado do alto

despacho esperado para os primeiros anos de projeção e do ramp-up de algumas usinas, como é o

caso de Parnaíba II. Nos anos subsequentes, no entanto, a margem EBITDA média da ENEVA

aproxima-se dos 40%, mais em linha com o restante das empresas do setor e ligeiramente abaixo da

média do setor, conforme o esperado para usinas com custo variável superior às destacadas.

55% 54%58%

55%

41%37%

50%54%

-10%

10%

30%

50%

70%

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015* 2016*

Margem EBITDA - Setor Energético

*Projeção Bloombergfonte: Bloomberg

CPFL Energia

CESPTractebelAES Tietê

Média

Page 47: Informa??es de Companhias em Recupera??o Judicial ou Extrajudicial

 

Estudo Técnico AP-0234/15-01 45

11. PROPOSTA DE REESTRUTURAÇÃO FINANCEIRA

A elaboração do fluxo de pagamentos da dívida previsto no Plano de Recuperação Judicial levou em

consideração: (i) os valores dos Créditos constantes da Lista de Credores e (ii) a capacidade de

geração de caixa das Companhias.

De acordo com Plano de Recuperação Judicial elaborado pelas Companhias e seus assessores, e

conforme o endividamento das mesmas, a proposta de pagamento da dívida dar-se-á da seguinte

forma:

Credores trabalhistas: Os Créditos Trabalhistas serão pagos integralmente — sem deságio — por

meio de 2 (duas) parcelas iguais e sucessivas, sem a incidência de correção monetária e juros, a

serem pagas no 30º (trigésimo) dia após a Data de Homologação Judicial do Plano e 30º (sexagésimo)

dia após a Data de Homologação do Aumento de Capital.

Credores com garantia real: Na presente data, as Companhias não reconhecem a existência de

Credores com Garantia Real na Data do Pedido e, até o momento, nenhum Credor com Garantia

Real foi incluído na Lista de Credores pela Administradora Judicial.

Primeiro cenário de pagamento dos credores quirografários: Na hipótese de a Petra manifestar

seu interesse em participar do Aumento de Capital mediante subscrição com os Ativos Petra, o

pagamento dos Créditos Quirografários observará o disposto nos pontos abaixo:

Pagamento Linear de até R$ 250 mil a todos os Credores Quirografários: O montante de

até R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais) será pago integralmente — sem deságio

— a cada um dos Credores Quirografários, limitado ao valor do respectivo Crédito

Quirografário, em 2 (duas) parcelas, sem a incidência de correção monetária e juros,

conforme segue: (i) 50% (cinquenta por cento) será pago no 30º (trigésimo) dia após a Data

de Homologação Judicial do Plano e (ii) 50% (cinquenta por cento) será pago no 30º

(trigésimo) dia após a Data de Homologação do Aumento de Capital.

Redução Obrigatória de 20% (vinte por cento) do Valor dos Créditos Quirografários,

mediante deságio parcial do crédito: A aprovação do Plano implica necessariamente a

redução, em relação a cada Credor Quirografário, de 20% (vinte por cento) do valor do

Crédito Quirografário no montante que superar o valor de R$ 250.000,00 (duzentos e

cinquenta mil reais), o que ocorrerá por meio de deságio (isto é, cancelamento) parcial do

Crédito Quirografário

Redução Obrigatória de 40% (quarenta por cento) do Valor dos Créditos Quirografários,

mediante capitalização do Crédito Quirografário: Concomitantemente à aplicação do

deságio previsto no ponto acima, o montante correspondente a 40% (quarenta por cento) do

valor do Crédito Quirografário que superar o valor de R$250.000,00 (duzentos e cinquenta

mil reais) será capitalizado no âmbito do Aumento de Capital, através do procedimento de

Capitalização dos Créditos.

Page 48: Informa??es de Companhias em Recupera??o Judicial ou Extrajudicial

 

Estudo Técnico AP-0234/15-01 46

Pagamento do Saldo Remanescente dos Créditos Quirografários: O Saldo Remanescente

dos Créditos Quirografários será pago nas seguintes condições:

o Juros: 100% (cem por cento) do CDI acrescido de juros de 2,75% (dois vírgula

setenta e cinco por cento) ao ano, incidentes a partir da Data de Homologação

Judicial do Plano, para os Créditos Quirografários em reais (e para os convertidos

para reais, por opção do Credor Quirografário); ou 100% (cem por cento) do LIBOR,

incidentes a partir da Data de Homologação Judicial do Plano, para os Créditos

Quirografários denominados em moeda estrangeira.

o Carência: Período de carência de amortização de principal de 8 (oito) anos e de

pagamento de juros de 4 (quatro) anos, contados da Data de Homologação Judicial

do Plano.

o Pagamento de juros: A cada mês decorrido no período compreendido entre o 5º

(quinto) e o 8º (oitavo) anos após a Data de Homologação Judicial do Plano, será

realizado o pagamento dos juros previstos neste Plano.

o Amortização de principal e pagamento de juros: A cada mês decorrido no período

compreendido entre o 9º (nono) e o 13º (décimo-terceiro) anos após a Data de

Homologação Judicial do Plano, serão realizadas amortizações de principal e

pagamento de juros, observando-se o seguinte cronograma de pagamento:

Segundo Cenário de Pagamento dos Credores Quirografários: Na hipótese de a Petra não

manifestar seu interesse em participar do Aumento de Capital mediante subscrição com os Ativos

Petra, o pagamento dos Créditos Quirografários observará o disposto nas cláusulas abaixo:

Pagamento Linear de até R$ 250 mil a todos os Credores Quirografários:O

montante de até R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais) será pago

integralmente — sem deságio — a cada um dos Credores Quirografários,

limitado ao valor do respectivo Crédito Quirografário, em 2 (duas) parcelas,

sem a incidência de correção monetária e juros, conforme segue: (i) 50%

(cinquenta por cento) será pago no 30º (trigésimo) dia após a Data de

Homologação Judicial do Plano e (ii) 50% (cinquenta por cento) será pago no 30º

(trigésimo) dia após a Data de Homologação do Aumento de Capital.

Redução Obrigatória de 20% (vinte por cento) do Valor dos Créditos

Quirografários, mediante deságio parcial do crédito: A aprovação do Plano

implica necessariamente a redução, em relação a cada Credor Quirografário, de

20% (vinte por cento) do valor do Crédito Quirografário no montante que

superar o valor de R$250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais), o que

ocorrerá por meio de deságio (isto é, cancelamento) parcial do Crédito

Quirografário.

9º Ano 10º Ano 11º Ano 12º Ano 13º Ano

15% 15% 20% 25% 25%

Page 49: Informa??es de Companhias em Recupera??o Judicial ou Extrajudicial

 

Estudo Técnico AP-0234/15-01 47

Redução Obrigatória de 50% (cinquenta por cento) do Valor dos Créditos

Quirografários, mediante capitalização do Crédito Quirografário:

Concomitantemente à aplicação do deságio previsto no ponto acima, o

montante correspondente a 50% (cinquenta por cento) do valor do Crédito

Quirografário que superar o valor de R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil

reais) será capitalizado no âmbito do Aumento de Capital, através do

procedimento de Capitalização dos Créditos.

Pagamento do Saldo Remanescente dos Créditos Quirografários: O Saldo

Remanescente dos Créditos Quirografários será pago nas seguintes condições:

o Juros: 100% (cem por cento) do CDI acrescido de juros de 2,75% (dois vírgula

setenta e cinco por cento) ao ano, incidentes a partir da Data de Homologação

Judicial do Plano, para os Créditos Quirografários em reais (e para os convertidos

para reais, por opção do Credor Quirografário); ou 100% (cem por cento) do LIBOR,

incidentes a partir da Data de Homologação Judicial do Plano, para os Créditos

Quirografários denominados em moeda estrangeira;

o Carência: Período de carência de amortização de principal de 8 (oito) anos e de

pagamento de juros de 4 (quatro) anos, contados da Data de Homologação Judicial

do Plano.

o Pagamento de juros: A cada mês decorrido no período compreendido entre o 5º

(quinto) e o 8º (oitavo) anos após a Data de Homologação Judicial do Plano, será

realizado o pagamento dos juros previstos neste Plano.

o Amortização de principal e pagamento de juros: A cada mês decorrido no período

compreendido entre o 9º (nono) e o 13º (décimo-terceiro) anos após a Data de

Homologação Judicial do Plano, serão realizadas amortizações de principal e

pagamento de juros, observando-se o seguinte cronograma de pagamento:

Para efeitos de modelagem da dívida, no fluxo de caixa anexo a este Estudo Técnico, foram

consideradas as seguintes premissas como integrantes do cenário base:

Credores Trabalhistas: Pagos de acordo com o plano proposto;

Credores Quirografários com créditos até R$ 250 mil: Pagos em sua totalidade

Credores Quirografários com créditos superiores a R$ 250 mil: Para fins de modelagem

foi considerado que a Petra, a E.ON e a BTG Pactual manifestarão seus interesses em

participar do Aumento de Capital mediante subscrição com os seguintes ativos: Parnaíba I,

III e IV, por parte da Petra, Parnaíba III, IV e PGN, por parte da E.ON e BPMB, por parte do

BTG Pactual. Desta forma, considerou-se o percentual definitivo de redução do crédito

quirografário como 60%, e foi considerado que os aprox. R$ 738 milhões restantes serão

pagos a uma taxa de CDI + 2,75%, com o início de sua capitalização em maio de 2015.

9º Ano 10º Ano 11º Ano 12º Ano 13º Ano

15% 15% 20% 25% 25%

Page 50: Informa??es de Companhias em Recupera??o Judicial ou Extrajudicial

 

Estudo Técnico AP-0234/15-01 48

Vale ressaltar que o Plano de Recuperação Judicial contemplou as premissas consideradas como

mais prováveis. O fluxo de repagamento da dívida poderá mudar em função da real contribuição dos

ativos operacionais de Petra, E.ON e BTG Pactual.

Ressalva-se que o resumo da forma de repagamento descrita acima não contempla todas as

previsões estabelecidas no Plano. Na hipótese de haver qualquer inconsistência entre a forma de

repagamento da dívida aqui descrita e a forma descrita no plano, ao qual este Estudo Técnico está

anexo, o Plano prevalecerá.

Page 51: Informa??es de Companhias em Recupera??o Judicial ou Extrajudicial

 

Estudo Técnico AP-0234/15-01 49

12. ALAVANCAGEM

De posse das premissas operacionais da ENEVA e das premissas-chave consideradas no plano de

Recuperação Judicial, descritas no Capítulo 6 e 7 do presente estudo, e também das propostas de

reestruturação da dívida descritas no Capítulo 10, destacamos no gráfico abaixo a dinâmica

projetada do endividamento da companhia, assim como o nível de alavancagem calculado sobre o

EBITDA consolidado, sendo ambos pautados na estrutura operacional esperada. Percebe-se que o

EBITDA consolidado torna-se superior à dívida líquida a partir de 2024, enquanto a dívida bruta

torna-se zero a partir de 2027, após atingir seu ápice entre 2018 e 2022.

   

1.128

1.303

1.506

1.739 1.739 1.739 1.739 1.739

1.478

1.217

869

434

1,3x

1,0x 1,1x 1,0x0,7x

0,7x 0,8x0,6x

0,3x

0,0x0,0x

0,5x

1,0x

1,5x

2,0x

2,5x

3,0x

0

400

800

1.200

1.600

2.000

Dív

ida

Líq

uid

a/EBIT

DA

mil

hões

de R

$

Endividamento - Eneva S.A. e Eneva Participações S.A.

Dívida Bruta ENEVA Dívida Líquida / EBITDA

Page 52: Informa??es de Companhias em Recupera??o Judicial ou Extrajudicial

 

Estudo Técnico AP-0234/15-01 50

13. RESUMO DO ESTUDO TÉCNICO

A Apsis realizou o Estudo Técnico econômico do plano de recuperação judicial da ENEVA S.A. e

ENEVA PARTICIPAÇÕES. Este estudo centrou-se na viabilidade econômica do plano de recuperação,

não considerando sua viabilidade sob os aspectos societários, tributários e legais.

O presente quadro de credores baseia-se em informações fornecidas pelas Companhias e seus

assessores legais até a data de elaboração deste estudo, sendo assim, este quadro estará sujeito a

alterações.

Após nossa análise da reestruturação dos passivos e ativos, das condições de liquidez das

Companhias no médio e longo prazo, e considerando suas origens de recursos, despesas e estrutura

de ativos e passivos, acreditamos que o desempenho operacional das Companhias e consequente

geração de caixa suportam a viabilidade econômico-financeira das Companhias após a saída do

processo de Recuperação Judicial, bem como possibilitam aos credores a satisfação dos seus

créditos conforme determinado pelo plano de recuperação. Nossa análise assume que todas as

premissas macroeconômicas e operacionais contidas nesse relatório, bem como todas as premissas

de reestruturação de créditos, sujeitos ou não ao plano de recuperação, apresentadas no plano de

Recuperação Judicial serão verificadas e atingidas. A não verificação ou atingimento de qualquer

uma das premissas adotadas, incluindo, mas não se limitando a, estabilidade econômica do país,

manutenção do atual modelo regulatório e desempenho operacional esperado das Companhias

poderão tornar esta análise inválida.

A APSIS entende que o plano de recuperação da ENEVA S.A. e ENEVA PARTICIPAÇÕES deveria ser

revisto na ausência, atraso ou redução de qualquer uma das premissas-chave descritas no Capítulo

6, bem como no caso de não verificação ou atingimento de quaisquer premissas apresentadas nesse

relatório e no plano de recuperação judicial.

Estando o relatório concluído, composto por 51 (cinquenta e uma) folhas digitadas de um lado e 3

(três) anexos, a APSIS Consultoria Empresarial Ltda., CREA/RJ 82.2.00620-1 e CORECON/RJ

RF/2.052-4, empresa especializada em avaliação, abaixo representada legalmente pelos seus

diretores, coloca-se à disposição para quaisquer esclarecimentos que, porventura, se façam

necessários.

Rio de Janeiro, 09 de abril de 2015.

Vice-Presidente (CREA/RJ 1989100165) Diretor

Page 53: Informa??es de Companhias em Recupera??o Judicial ou Extrajudicial

 

Estudo Técnico AP-0234/15-01 51

14. RELAÇÃO DE ANEXOS

1. DRE CONSOLIDADO PROJETADO

2. FLUXO DE PAGAMENTO DA DÍVIDA

3. PREMISSAS MACROECONÔMICAS

RIO DE JANEIRO - RJ Rua da Assembleia, nº 35, 12º andar Centro, CEP 20011-001 Tel.: + 55 (21) 2212-6850 Fax: + 55 (21) 2212-6851

SÃO PAULO - SP Av. Angélica, nº 2.503, Conj. 42 Consolação, CEP 01227-200 Tel.: + 55 (11) 3666-8448 Fax: + 55 (11) 3662-5722

Page 54: Informa??es de Companhias em Recupera??o Judicial ou Extrajudicial

Anexo 1

Page 55: Informa??es de Companhias em Recupera??o Judicial ou Extrajudicial

ESTUDO TÉCNICO AP-0234/15-01 ANEXO 1

DRE CONSOLIDADO - ENEVA

(R$ milhões)(% crescimento) 21,2% -11,2% -10,9% -13,3% 7,6% 9,1% 18,0% -5,5% 11,6% -2,7% 20,0% 4,8% 9,3% 5,4% 1,5%

RECEITA OPERACIONAL BRUTA (ROB) 3.014 3.652 3.242 2.890 2.507 2.698 2.944 3.474 3.284 3.665 3.567 4.282 4.488 4.905 5.172 5.248 ENEVA - - - - - - - - - - - - - - - - Itaqui 673 727 671 602 604 530 520 708 648 823 767 968 1.027 1.082 1.141 1.202

Pecém II (50%) 313 352 288 253 224 216 219 299 290 306 324 401 393 448 472 498 Parnaíba I 1.132 1.233 1.005 817 624 738 751 874 789 808 839 1.157 1.229 1.451 1.533 1.461 Parnaíba II - 285 555 556 552 640 807 847 814 924 771 861 868 873 924 981 Parnaíba III 344 374 128 136 140 173 167 170 172 176 186 198 209 265 282 249 Parnaíba IV 64 68 72 75 - - - - - - - - - - - - PGN (27%) 190 239 203 175 141 156 187 224 222 244 264 271 296 306 319 333

BPMB 299 376 319 275 221 245 293 352 349 383 415 426 465 480 501 523 DEDUÇÕES/IMPOSTOS ( - ) (298) (360) (317) (281) (246) (187) (203) (223) (217) (236) (248) (272) (247) (309) (343) (350)

ENEVA - - - - - - - - - - - - - - - - Itaqui (68) (73) (68) (60) (61) (36) (39) (40) (43) (46) (49) (51) (54) (58) (61) (65)

Pecém II (50%) (32) (36) (29) (26) (23) (15) (16) (18) (19) (20) (21) (23) (24) (26) (27) (29) Parnaíba I (115) (125) (102) (83) (63) (63) (64) (71) (67) (69) (71) (88) (86) (99) (113) (112) Parnaíba II - (29) (56) (56) (56) (31) (36) (37) (31) (39) (38) (38) (29) (39) (38) (36) Parnaíba III (35) (38) (13) (14) (14) (11) (12) (12) (13) (14) (15) (16) (17) (18) (19) (20) Parnaíba IV (2) (2) (3) (4) - - - - - - - - - - - - PGN (27%) (18) (22) (18) (15) (11) (12) (14) (17) (17) (19) (21) (22) (14) (27) (33) (34)

BPMB (29) (35) (28) (24) (18) (18) (22) (27) (26) (30) (33) (34) (22) (43) (52) (54) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA (ROL) 2.716 3.292 2.925 2.609 2.261 2.511 2.741 3.251 3.067 3.429 3.320 4.009 4.241 4.596 4.829 4.899

CUSTOS OPERACIONAIS ( - ) (2.024) (2.336) (1.901) (1.651) (1.376) (1.481) (1.590) (1.994) (1.829) (2.041) (1.871) (2.518) (2.811) (3.031) (3.146) (3.188) ENEVA (105) (56) (58) (62) (73) (77) (82) (87) (93) (98) (105) (119) (127) (135) (144) (154) Itaqui (479) (539) (442) (354) (334) (244) (216) (398) (311) (473) (390) (579) (614) (642) (676) (708)

Pecém II (50%) (193) (221) (168) (126) (107) (94) (89) (159) (141) (148) (157) (222) (204) (245) (258) (271) Parnaíba I (792) (876) (678) (575) (406) (444) (440) (534) (438) (433) (444) (711) (838) (1.019) (991) (906) Parnaíba II (37) (170) (278) (273) (261) (365) (497) (525) (553) (579) (445) (534) (652) (557) (623) (714) Parnaíba III (250) (272) (63) (67) (68) (105) (95) (94) (91) (90) (95) (101) (107) (152) (163) (128) Parnaíba IV (51) (54) (53) (55) - - - - - - - - - - - - PGN (27%) (46) (58) (63) (54) (50) (59) (67) (77) (79) (85) (91) (98) (105) (109) (114) (120)

BPMB (72) (91) (99) (86) (78) (93) (105) (121) (124) (133) (143) (153) (164) (172) (179) (188)

2030

ANEXO 1 - DRE PROJETADO DA EMPRESA

2023 2024 2025 2026 2027 2028201720162015 2018 2019 2020 2021 2022 2029

APSIS CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA. 1/2

Page 56: Informa??es de Companhias em Recupera??o Judicial ou Extrajudicial

ESTUDO TÉCNICO AP-0234/15-01 ANEXO 1

DRE CONSOLIDADO - ENEVA

(R$ milhões)2030

ANEXO 1 - DRE PROJETADO DA EMPRESA

2023 2024 2025 2026 2027 2028201720162015 2018 2019 2020 2021 2022 2029

LAJIDA/EBITDA ( = ) 692 957 1.024 958 885 1.030 1.150 1.257 1.238 1.388 1.448 1.492 1.430 1.565 1.682 1.711 margem Ebitda (Ebitda/ROL) 25,5% 29,1% 35,0% 36,7% 39,1% 41,0% 42,0% 38,7% 40,4% 40,5% 43,6% 37,2% 33,7% 34,1% 34,8% 34,9%

DEPRECIAÇÃO/AMORTIZAÇÃO ( - ) (247) (333) (383) (363) (333) (409) (524) (561) (785) (845) (878) (875) (1.162) (747) (495) (160) ENEVA - - - - - - - - - - - - - - - - Itaqui (94) (95) (95) (96) (94) (117) (117) (117) (286) (286) (286) (286) (286) (286) (216) (3)

Pecém II (50%) (34) (34) (35) (35) (35) (44) (44) (44) (104) (104) (104) (104) (104) (104) (104) (4) Parnaíba I (43) (44) (44) (44) (44) (62) (123) (123) (123) (123) (123) (123) (123) (52) (2) (2) Parnaíba II (9) (34) (57) (57) (57) (59) (59) (59) (59) (112) (138) (138) (138) (138) (138) (116) Parnaíba III (7) (7) (7) (7) (7) (10) (20) (20) (20) (20) (20) (20) (20) (8) (0) (0) Parnaíba IV (7) (7) (7) (7) - - - - - - - - - - - - PGN (27%) (21) (44) (54) (46) (38) (46) (63) (77) (75) (78) (80) (79) (191) (61) (13) (13)

BPMB (33) (69) (84) (72) (59) (72) (99) (121) (117) (122) (126) (124) (300) (96) (21) (21) RESULTADO FINANCEIRO ( - ) (441) (454) (432) (404) (420) (369) (318) (265) (221) (180) (174) (129) (82) (62) (38) (24)

ENEVA - - - - - - - - - - - - - - - - Itaqui (123) (134) (137) (134) (128) (115) (102) (86) (67) (45) (46) (28) (13) (4) (1) (2)

Pecém II (50%) (70) (72) (72) (58) (53) (44) (37) (29) (25) (23) (21) (13) (3) 1 2 2 Parnaíba I (77) (59) (41) (21) (53) (41) (34) (34) (36) (37) (37) (30) (23) (20) (16) (14) Parnaíba II (107) (132) (130) (129) (120) (111) (96) (76) (62) (55) (64) (62) (51) (44) (43) (29) Parnaíba III (13) (8) (1) (11) (9) (9) (9) (8) (8) (8) (8) (8) (8) (8) (8) (7) Parnaíba IV - - 0 0 - - - - - - - - - - - - PGN (27%) (31) (28) (27) (25) (32) (29) (24) (19) (14) (7) 2 12 16 13 26 27

BPMB (20) (22) (24) (27) (25) (21) (17) (13) (8) (4) 0 - - - - - LAIR/EBT ( = ) 4 169 209 191 132 251 308 432 232 363 397 488 186 757 1.149 1.527

IR/CSLL ( - ) (31) (58) (48) (31) (28) (33) (39) (54) (47) (120) (139) (166) (87) (253) (388) (482) Taxa de IRCS Efetiva (IRCS/EBIT) -790,8% -34,0% -23,0% -16,2% -21,0% -13,0% -12,6% -12,6% -20,4% -33,0% -35,0% -34,1% -46,8% -33,4% -33,7% -31,5%

ENEVA - - - - - - - - - - - - - - - - Itaqui - - - - (1) (2) (4) (5) - - - (3) (9) (15) (37) (94)

Pecém II (50%) - - (0) (0) (1) (1) (2) (3) - (1) (4) (8) (11) (14) (17) (44) Parnaíba I (14) (14) (15) 1 (0) (10) (7) (9) (10) (45) (51) (64) (48) (82) (132) (136) Parnaíba II 46 26 (1) (5) (11) (6) (8) (9) (6) (10) (6) (7) - (25) (25) (24) Parnaíba III (3) (4) (2) (4) (4) (3) (2) (3) (3) (14) (15) (16) (18) (25) (30) (30) Parnaíba IV - - (0) (0) - - - - - - - - - - - - PGN (27%) (25) (30) (14) (12) (4) (4) (7) (11) (13) (19) (25) (29) (1) (41) (63) (66)

BPMB (34) (36) (15) (12) (7) (7) (10) (14) (15) (32) (38) (39) - (51) (85) (89) LUCRO LÍQUIDO (=) (27) 112 161 160 104 219 269 377 185 244 258 321 99 504 762 1.045

margem líquida (LL/ROL) -1,0% 3,4% 5,5% 6,1% 4,6% 8,7% 9,8% 11,6% 6,0% 7,1% 7,8% 8,0% 2,3% 11,0% 15,8% 21,3%

APSIS CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA. 2/2

Page 57: Informa??es de Companhias em Recupera??o Judicial ou Extrajudicial

Anexo 2

Page 58: Informa??es de Companhias em Recupera??o Judicial ou Extrajudicial

ESTUDO TÉCNICO AP-0234/15-01 ANEXO 2

ANÁLISE DE ENDIVIDAMENTO - ENEVA

(R$ milhões)

CAIXA BOP 68 238 337 408 740 1.144 1.008 863 982 1.086 1.433 2.291 2.790 3.127 4.307 5.959

( + ) Resultado Operacional Holdings (105) (56) (58) (62) (73) (77) (82) (87) (93) (98) (105) (119) (127) (135) (144) (154)

( + ) Outras Receitas (Despesas) ¹ 255 - - - - - - - - - - - - - - -

( + ) Rendimento do caixa ² 19 40 49 84 144 124 109 119 142 175 255 305 343 453 624 829

( + ) Transferência de caixa das Operacionais - 114 81 308 585 55 65 324 536 716 1.199 839 588 863 1.172 1.277

( - ) Pagamento de Juros - - - - (252) (237) (237) (237) (221) (185) (144) (91) (32) - - -

( - ) Amortização da Dívida - - - - - - - - (261) (261) (348) (435) (435) - - -

CAIXA EOP 238 337 408 740 1.144 1.008 863 982 1.086 1.433 2.291 2.790 3.127 4.307 5.959 7.911

DÍVIDA BRUTA BOP 1.026 1.129 1.304 1.506 1.740 1.740 1.740 1.740 1.740 1.479 1.218 870 435 0 0 0

( + ) Juros a pagar 103 175 202 233 252 237 237 237 221 185 144 91 32 - - -

( - ) Pagamento de Juros - - - - (252) (237) (237) (237) (221) (185) (144) (91) (32) - - -

( - ) Amortização de Principal - - - - - - - - (261) (261) (348) (435) (435) - - -

DÍVIDA BRUTA EOP 1.129 1.304 1.506 1.740 1.740 1.740 1.740 1.740 1.479 1.218 870 435 0 0 0 0

¹ Refere-se à venda de Pecém I e ao pagamento à MMX referente a um contrato antigo.

² A empresa aplica o saldo do caixa a uma rentabilidade equivalente ao CDI.

2016 2018 2019 2020 2021 2029 2030

ANEXO 2 - ANÁLISE DA POSIÇÃO DE CAIXA E ENDIVIDAMENTO

2023 2024 2025 2026 2027 20282017 20222015

APSIS CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA. 1/1

Page 59: Informa??es de Companhias em Recupera??o Judicial ou Extrajudicial

Anexo 3

Page 60: Informa??es de Companhias em Recupera??o Judicial ou Extrajudicial

ESTUDO TÉCNICO AP-0234/15-01 ANEXO 3

PREMISSAS MACROECONÔMICAS 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030

Taxa de câmbio (R$/US$) 2,70 2,78 2,77 2,89 2,95 3,02 3,09 3,16 3,24 3,32 3,40 3,48 3,57 3,65 3,74 3,83 IPCA (% a.a.) 6,0% 5,8% 5,8% 6,0% 6,0% 6,0% 6,0% 6,0% 6,0% 6,0% 6,0% 6,0% 6,0% 6,0% 6,0% 6,0%IGPM (% a.a.) 5,1% 5,0% 5,0% 5,0% 5,0% 5,0% 5,0% 5,0% 5,0% 5,0% 5,0% 5,0% 5,0% 5,0% 5,0% 5,0%EUA CPI (% a.a.) 3,6% 3,9% 3,9% 3,8% 3,8% 3,7% 3,5% 3,5% 3,5% 3,5% 3,5% 3,5% 3,5% 3,5% 3,5% 3,5%Câmbio NDF's - Capex 2,57 2,68 2,77 2,89 2,95 3,02 3,09 3,16 3,24 3,32 3,40 3,48 3,57 3,65 3,74 3,83 Câmbio NDF's - Dívida 2,65 2,76 2,86 2,98 3,05 3,11 3,19 3,26 3,34 3,42 3,51 3,59 3,68 3,77 3,86 3,95 TJLP (% a.a.) 4,8% 4,8% 4,8% 4,8% 4,8% 4,8% 4,8% 4,8% 4,8% 4,8% 4,8% 4,8% 4,8% 4,8% 4,8% 4,8%CDI (% a.a.) 12,8% 12,8% 12,8% 12,8% 12,8% 11,8% 11,8% 11,8% 11,8% 11,8% 11,8% 11,8% 11,8% 11,8% 11,8% 11,8%LIBOR (% a.a.) 1,7% 2,2% 2,2% 2,2% 2,2% 4,0% 4,0% 4,0% 4,0% 4,0% 4,0% 4,0% 4,0% 4,0% 4,0% 4,0%CIF ARA (coal) - 6300 Kcal/kg GAR 80,80 82,85 85,85 85,85 85,85 106,47 103,36 105,83 108,29 111,10 113,56 116,54 118,49 119,85 121,38 123,17 Coal Fuel Index (Custos) 86,50 93,78 111,70 112,50 114,10 118,30 121,60 124,50 127,40 130,70 133,60 137,10 139,40 141,00 142,80 144,90 Gas Fuel Index (Receitas ACR) 4,28 4,47 4,64 4,85 5,03 5,64 5,92 6,20 6,38 6,65 6,99 7,19 7,52 7,69 7,93 8,25 Gas Fuel Index (Custos) 6,54 6,94 7,29 7,71 8,17 8,66 9,18 9,73 10,32 10,94 11,59 12,29 13,03 13,81 14,64 15,51

ANEXO 3 - PREMISSAS MACROECONÔMICAS

APSIS CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA. 1/1