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LEIA NO PANORAMA GERAL Produção de alimentos no RS: avaliação e projeções LEIA NESTA EDIÇÃO Feijão: Primeira safra em ritmo final de semeadura N.º 1.377 23 de dezembro de 2015 Aqui você encontra: Panorama Geral Condições Meteorológicas Grãos Hortigranjeiros Criações Análise dos Preços Semanais EMATER/RS-ASCAR Rua Botafogo,1051 90150-053 – Porto Alegre – RS Fone: (051) 2125-3144 Fax: (051) 3231-7414 http://www.emater.tche.br Elaboração: Gerência de Planejamento – GPL Núcleo de Informações e Analises – NIA Impresso na EMATER/RS Permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada a fonte Informativo Conjuntural – Desde 1989 auxiliando você na tomada de decisões. PANORAMA GERAL Produção de alimentos no RS: avaliação e projeções O cultivo de milho, mesmo obtendo produtividade acima do esperado inicialmente para esta safra de verão, tem diminuído a área plantada e observa-se o avanço da soja sobre essas áreas, bem como sobre as lavouras de arroz do RS. A soja também tem avançado sobre as áreas tradicionalmente cultivadas com feijão, o que preocupa, pois precisamos fortalecer a produção desse alimento, imprescindível para a segurança alimentar de muitas famílias gaúchas. Nesse momento de final de ano, é importante refletirmos não apenas sobre a produção de alimentos, em quantidade e qualidade, mas sobre o consumo, já que a maior parte do que comemos vem da agricultura familiar, ou seja, dos pequenos e médios produtores. A diversificação da produção é uma prática que a Emater/RS-Ascar defende ao longo de sua história de mais de 60 anos, e essa conquista é por nós comemorada junto à agricultura familiar, onde as famílias produzem para seu sustento e vendem o excedente dessa produção, melhorando sua renda. Já o leite produzido no nosso Estado vai além da subsistência das famílias e hoje pode ser considerado um produto que incentiva a agroindustrialização, agregando valor e garantindo a sucessão familiar rural. Importante também destacar que as fraudes que ocorreram com o leite, e que vieram à tona através da Operação Leite Compensado, não foram cometidas pelos produtores que, a partir da Assistência Técnica e Extensão Rural e Social recebida dos técnicos e extensionistas da Emater/RS-Ascar, primam pela qualidade do leite, respeitando e se adequado a leis sanitárias e às normativas que fortalecem e buscam ainda mais essa qualidade. Claro que ainda há gargalos que podem atingir inúmeras cadeias produtivas do nosso Estado, que precisamos superar com parcerias e otimismo, como a penosidade no meio rural, que pode ser amenizada a partir da implantação de novas tecnologias. É nesse sentido que a Emater/RS-Ascar pode contribuir para que os jovens permaneçam na propriedade. Como em qualquer outra profissão, os agricultores e produtores gaúchos têm que se qualificar e, para isso, o ideal é buscar a assessoria da Emater/RS-Ascar, cujos técnicos e extensionistas também se capacitam para a prestação de uma Aters comprometida com o desenvolvimento do meio rural gaúcho com qualidade e sustentabilidade social, produtiva, econômica e ambiental. Assim, nossos votos são de um futuro promissor para todos os gaúchos e gaúchas, especialmente aos nossos colaboradores, parceiros e público assistido, na conquista de alimentos saudáveis e na melhoria da renda e qualidade de vida das famílias. Um feliz e saudável Natal! Clair Tomé Kuhn Presidente da Emater/RS e Superintendente Geral da Ascar

Informativo Conjuntural 1377 de 23 12 15 · Alimentos (PAA) e o de Alimentação Escolar (Pnae). Fonte: MDA ... unidades de processamento de mel, que juntos empregam, temporária

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LEIA NO PANORAM A GERAL Produção de alimentos no RS: avaliação e projeções LEIA NESTA EDIÇÃO Feijão: Primeira safra em ritmo final de semeadura

N.º 1.377 23 de dezembro de 2015

Aqui você encontra:

� Panorama Geral

� Condições Meteorológicas

� Grãos

� Hortigranjeiros

� Criações

� Análise dos Preços Semanais

EMATER/RS-ASCAR Rua Botafogo,1051 90150-053 – Porto Alegre – RS Fone: (051) 2125-3144 Fax: (051) 3231-7414 http://www.emater.tche.br Elaboração: Gerência de Planejamento – GPL Núcleo de Informações e Analises – NIA Impresso na EMATER/RS

Permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada a fonte

Informativo Conjuntural – Desde 1989 auxiliando você na tomada de decisões.

PANORAM A GERAL

Produção de alimentos no RS: avaliação e projeções O cultivo de milho, mesmo obtendo produtividade acima do esperado inicialmente para esta safra de verão, tem diminuído a área plantada e observa-se o avanço da soja sobre essas áreas, bem como sobre as lavouras de arroz do RS. A soja também tem avançado sobre as áreas tradicionalmente cultivadas com feijão, o que preocupa, pois precisamos fortalecer a produção desse alimento, imprescindível para a segurança alimentar de muitas famílias gaúchas. Nesse momento de final de ano, é importante refletirmos não apenas sobre a produção de alimentos, em quantidade e qualidade, mas sobre o consumo, já que a maior parte do que comemos vem da agricultura familiar, ou seja, dos pequenos e médios produtores. A diversificação da produção é uma prática que a Emater/RS-Ascar defende ao longo de sua história de mais de 60 anos, e essa conquista é por nós comemorada junto à agricultura familiar, onde as famílias produzem para seu sustento e vendem o excedente dessa produção, melhorando sua renda. Já o leite produzido no nosso Estado vai além da subsistência das famílias e hoje pode ser considerado um produto que incentiva a agroindustrialização, agregando valor e garantindo a sucessão familiar rural. Importante também destacar que as fraudes que ocorreram com o leite, e que vieram à tona através da Operação Leite Compensado, não foram cometidas pelos produtores que, a partir da Assistência Técnica e Extensão Rural e Social recebida dos técnicos e extensionistas da Emater/RS-Ascar, primam pela qualidade do leite, respeitando e se adequado a leis sanitárias e às normativas que fortalecem e buscam ainda mais essa qualidade. Claro que ainda há gargalos que podem atingir inúmeras cadeias produtivas do nosso Estado, que precisamos superar com parcerias e otimismo, como a penosidade no meio rural, que pode ser amenizada a partir da implantação de novas tecnologias. É nesse sentido que a Emater/RS-Ascar pode contribuir para que os jovens permaneçam na propriedade. Como em qualquer outra profissão, os agricultores e produtores gaúchos têm que se qualificar e, para isso, o ideal é buscar a assessoria da Emater/RS-Ascar, cujos técnicos e extensionistas também se capacitam para a prestação de uma Aters comprometida com o desenvolvimento do meio rural gaúcho com qualidade e sustentabilidade social, produtiva, econômica e ambiental. Assim, nossos votos são de um futuro promissor para todos os gaúchos e gaúchas, especialmente aos nossos colaboradores, parceiros e público assistido, na conquista de alimentos saudáveis e na melhoria da renda e qualidade de vida das famílias. Um feliz e saudável Natal!

Clair Tomé Kuhn Presidente da Emater/RS

e Superintendente Geral da Ascar

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PRONAF: LIQUIDAÇÃO DE DÍVIDA Esgota-se o prazo para liquidação das dívidas do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) com desconto de 70%. Até o dia 30 de dezembro, assentados da reforma agrária e agricultores familiares, beneficiários do Crédito Fundiário, que não conseguiram pagar as parcelas dos grupos “A” e “A/C” podem colocar as contas em dia. Podem participar da ação produtores rurais que contrataram financiamento do Pronaf até dezembro de 2010. O processo é bem simples. Basta o agricultor procurar a instituição financeira onde foi feito o financiamento e apresentar o RG e o CPF. Os funcionários do banco farão o cálculo do saldo devedor e emitirão o boleto com o novo valor, já com o desconto, para pagamento à vista. Além de zerar as contas com a liquidação, o agricultor e o assentado podem voltar a tomar o crédito do Governo Federal, para investir na produção, bem como acessar os programas de comercialização, como o de Aquisição de Alimentos (PAA) e o de Alimentação Escolar (Pnae). Fonte: MDA

O CENÁRIO DA APICULTURA BRASILEIRA A atividade de criação de abelhas, dita apícola, é exercida em todo planeta há milhares de anos, desde os primórdios, tanto de forma artesanal, tecnificada, como arcaica. Hoje, existem no país mais de 300 mil apicultores e uma centena de unidades de processamento de mel, que juntos empregam, temporária ou permanentemente, quase 500 mil pessoas em 2 milhões de colmeias, segundo estimativas da Confederação Brasileira de Apicultura (CBA). Trata-se de produtores que sempre exerceram a atividade milenar de forma artesanal, tecnificada ou arcaica. O Brasil é uma grande potência melífera (produção de mel) sendo, atualmente, o sexto maior produtor (ficando atrás da China, Estados Unidos, Argentina, México e Canadá). No entanto, a produtividade brasileira ainda é reduzida quando comparada com a produção internacional. Hoje o mercado está avaliado em 360 milhões de dólares, com um aumento de 4,5% no número de apicultores nos últimos dez anos, segundo estimativas da Confederação Brasileira de Apicultura. Dados apontam ainda que no Brasil a produção chega a mais de 40.000 t/ano, detendo a região Sul 49% da nacional, seguida da região Sudeste, com 24%, e 18% da região Nordeste. Deve-se e pode-se melhorar este cenário. Fonte: CBA

CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS

CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS OCORRIDAS NA SEMANA DE 18/12/2015 A 24/12/2015

A influência do fenômeno El Niño marcou o período entre 18 e 23 de dezembro, e novamente as áreas de instabilidade, associadas com chuva intensa, predominaram em grande parte do RS. Entre a sexta-feira (18/12) e o sábado (19/12), a propagação de uma frente fria provocou chuva em todas as regiões, com temporais e altos volumes acumulados em áreas isoladas. No domingo (20/12) e na segunda-feira (21/12), a presença de uma massa de ar quente garantiu o tempo firme, com sol e temperaturas altas. Nos dias 22/12 (terça-feira) e 23/12 (quarta-feira), a atuação de uma área de baixa pressão entre o Norte da Argentina e o Uruguai, provocou chuva intensa na Campanha e parte da fronteira Oeste. Na faixa Leste e na Serra do Nordeste foram registrados os menores volumes do período, que oscilaram entre 10 mm e 40 mm na maioria das áreas. No restante do Estado, os valores foram mais significativos e superaram 60 mm na maioria das estações do INMET. Os totais mais elevados foram observados em Camaquã (117 mm), Santa Maria (118 mm), Frederico Westphalen (127 mm), Cruz Alta (139 mm), Bagé (144 mm), Encruzilhada do Sul (157 mm), Santiago (173 mm), Uruguaiana (175 mm), Alegrete, Ibirubá e São Luiz Gonzaga (187 mm), São Gabriel (214 mm), Caçapava do Sul (227 mm) e Quaraí (327 mm). As temperaturas permaneceram mais amenas durante o período noturno e elevadas durante o dia. A mínima registrada no período ocorreu no dia 20/12 no Chuí (11,0°C) e a máxima foi observada em São Luiz Gonzaga (34,4°C) no dia 22/12.

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PREVISÃO METEOROLÓGICA PARA A SEMANA DE 24/12/2015 A 30/12/2015

A última semana de 2015 permanecerá sob a influência de grandes áreas de instabilidade em todo RS. No período de 24 a 30 de dezembro, a previsão meteorológica indica a propagação de uma frente fria entre a quinta-feira (24/12) e a sexta-feira (25/12), o que deverá provocar chuva em todas as regiões, com possibilidade de novos temporais e altos volumes acumulados na maior parte do território gaúcho. Entre o sábado (26/12) e a quarta-feira (30/12), o ingresso de ar e úmido manterá a nebulosidade e as temperaturas elevadas, com pancadas de chuva e trovoadas, e possibilidade de temporais isolados, principalmente na faixa Oeste e na Metade Norte. Os totais acumulados oscilarão entre 50 mm e 80 mm na Zona Sul. No restante do Estado, os valores deverão superar os 100 mm acumulados na maioria das localidades, com totais acima de 150 mm em áreas isoladas, especialmente no Planalto Médio e na Serra do Nordeste. As temperaturas permanecerão elevadas em todo Estado. Fonte: CEMETRS – INMET/FEPAGRO

GRÃOS Arroz – As chuvas excessivas continuam dificultando as atividades neste término de plantio. Em Rio Pardo, por exemplo, a semeadura ainda não foi concluída, sendo que, conforme zoneamento agrícola de risco climático para a cultura, o período de semeadura se encerrou no dia 20 de dezembro. Com relação às lavouras implantadas mais cedo, algumas apresentam desenvolvimento vegetativo mais lento do que o desejado, em função da baixa

luminosidade, o que poderá determinar uma diminuição do potencial produtivo dessas lavouras. Também em alguns locais persistem dificuldades no controle das plantas invasoras, devido à rapidez com que a infestação ocorre e as condições desfavoráveis para o trabalho da aviação agrícola. A irrigação já está estabelecida em muitas lavouras e com as chuvas das últimas semanas o trabalho fica bastante facilitado para os produtores, além de necessitar de menores quantidades de água, uma vez que o solo já se encontra saturado.

Arroz: fases da cultura no

RS

Safra Atual Safra Anterior Média

Em 23/12

Em 17/12

Em 23/12

Em 23/12

Plantio 100% 100% 100% 100% Ger./Des. Vegetativo 93% 96% 88% 85% Floração 07% 04% 12% 11% Enchimento de grãos 0% 0% 0% 04%

Milho – A cultura segue apresentando bom potencial produtivo e um desenvolvimento bastante satisfatório. O grande volume de precipitação não compromete a cultura até o momento, embora se observe grande escorrimento superficial de água, provocando o carreando de solo e nutrientes. O desenvolvimento das espigas e a formação dos grãos indicam possibilidade de altas produtividades. As lavouras implantadas no início do período recomendado para o plantio estão entrando na maturação, com 2% da área nesta situação. Com relação às lavouras destinadas à produção de silagem, 9% já se encontram colhidas, tendo ainda 11% delas maduras e prontas para o corte. Para esta safra, estima-se que foram cultivados cerca de 350 mil ha para este fim.

Milho: fases da cultura

no RS

Safra Atual Safra Anterior Média

Em 23/12

Em 17/12

Em 23/12

Em 23/12

Plantio 100% 99% 98% 97% Ger./Des. vegetativo

33% 35% 35% 39%

Floração 37% 35% 29% 34% Enchimento de grão

28% 28% 32% 24%

Maduro por colher

02% 01% 02% 01%

Soja – Cultura praticamente implantada, restando poucas e pequenas áreas a serem concluídas. O clima quente e úmido, associado a mais

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luminosidade, contribui para o rápido crescimento da cultura. Nota-se também a diminuição na morte de plantas, em decorrência da incidência de fungos de solo nas plantas mais desenvolvidas. Nas plantas em estádios iniciais de desenvolvimento, a intensidade ainda é um pouco maior. Os produtores também têm encontrado dificuldades para realizar os tratos culturais, devido ao excesso de umidade no solo, o que impossibilita a entrada de máquinas nas lavouras. Nos últimos dias foi confirmado (por laboratórios) o aparecimento dos primeiros casos de ferrugem em lavouras monitoradas, porém ainda de maneira insipiente. Nesse sentido, nas próximas semanas serão divulgados os primeiros resultados obtidos nessas Unidades de Referência Técnica, trabalho realizado em cooperação pela Emater/RS-Ascar, Embrapa e produtores.

Soja: fases da cultura

no RS

Safra Atual Safra Anterior Média

Em 23/12

Em 17/12

Em 23/12

Em 23/12

Plantio 97% 93% 97% 98% Ger./Des. Vegetativo

94% 90% 95% 96%

Feijão safra – Muito perto de encerrar a implantação das lavouras de 1ª safra no Estado, a colheita já se estende por algumas regiões. Nas regiões Celeiro e Alto Jacuí, as primeiras lavouras colhidas apresentaram boa produtividade e produto de ótima qualidade e a cultura se encaminha para o final do ciclo, com baixa incidência de pragas e doenças. Na região Central, em Pinhal Grande, a 1ª safra do feijão de cor semeada no cedo já está sendo colhida, enquanto a 1ª safra do feijão preto encontrasse em término de maturação e tratos culturais finais. Na Fronteira Noroeste e Missões, a colheita vem sendo prejudicada pelo excesso de chuva, inclusive muitos agricultores tiveram que recolher o produto e armazenar em galpão com pé inteiro para não perder a qualidade do grão. Os produtores que conseguiram fazer a debulha estão muito satisfeitos com a qualidade e a produtividade do produto neste ano. Existe a expectativa de ampliar a área com feijão safrinha nessas áreas. Essas lavouras são destinadas para o consumo da própria família. As primeiras vendas ocorrem ao preço de R$ 7,00 o quilo do feijão limpo, na feira do produtor, ao passo que o comércio está pagando ao produtor o valor de R$ 3,00/kg. Na região Norte, no entorno do município de Erechim, destaca-se uma redução na área para

esta safra, decorrente de falta de mão de obra, preços pouco atrativos, valorização da soja e alto risco da cultura. Isso tudo tem afastado os plantadores dessa tradicional cultura. Nesta região, a situação das lavouras é boa e com bom desenvolvimento. A adubação de cobertura ocorre de forma normal e o desenvolvimento também. Algumas áreas já estão maduras e prontas para serem colhidas. A maior parte das lavouras no Estado, exceto nos Campos de Cima da Serra, está entre os estádios fenológicos de floração e enchimento de grão.

Feijão 1ª safra:

fases da cultura no

RS

Safra atual Safra anterior Média

Em 24/12

Em 17/12

Em 24/12

Em 24/12

Plantio 99% 97% 100% 100% Ger./Des. Vegetativo

22% 28% 21% 15%

Floração 30% 32% 22% 13% Enchimento de grãos

25% 24% 25% 28%

Maduros e por colher

10% 7% 21% 21%

Colhido 8% 3% 11% 22%

OUTRAS CULTURAS Fumo - A chuva excessiva dificulta a colheita nas lavouras do Vale do Rio Pardo. O rendimento está abaixo do esperado e isso se deve aos fatores climáticos adversos durante o ciclo da cultura - excesso de chuva e baixa radiação solar. No Noroeste há dificuldade na realização da colheita. Há o aparecimento de doenças e morte de plantas em locais de encharcamento. Também está ocorrendo apodrecimento das plantas colhidas já no interior de galpões e estufas. Evidente perda de qualidade do produto em função da umidade, além de casos de produtores que estão abandonando parte do produto devido ao rápido apodrecimento do mesmo.

HORTIGRANJEIROS

Situações Regionais Nas regiões Celeiro, Alto Jacuí e Noroeste Colonial , os dias ensolarados permitiram que os produtores conseguissem avançar nos tratos culturais, semeaduras e transplante das espécies. Continua o excesso de umidade no solo e ar,

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provocando aumento da incidência de doenças. As cucurbitáceas ainda apresentam grande ocorrência de doenças, com destaque para o míldio. Os cultivos de folhosas em ambiente desprotegido apresentam bons rendimentos, mas com perdas por podridões. A cultura do tomate se encontra com grande incidência de mancha de septória. É boa a oferta de folhosas e incremento nas de cenoura e beterraba. Videiras com grande incidência de míldio e baixo potencial produtivo. Na Fronteira Oeste e Campanha , os produtores prepararam-se para atender a grande demanda, tradicional do período de festas, e estão cultivando e ofertando hortaliças, como cenoura, alface, couve, rúcula, beterraba e plantas condimentares, como a cebolinha e salsa. A produção de hortaliças aumenta gradativamente para atendimento do mercado. A demanda por folhosas está equilibrada e as produções em ambiente protegido são mais garantidas do que aquelas produzidas a campo, que também estão com boa capacidade de desenvolvimento. Os produtores estão investindo em sombrite e em sistemas de irrigação para aumentar a produtividade nos dias mais quentes do verão.

Semelhante à semana anterior, no Vale do Rio Pardo e Alto da Serra do Botucaraí predominou dias com maior luminosidade e calor na maior parte das áreas, favorecendo o desenvolvimento das culturas olerícolas em geral. As temperaturas elevadas, normais para esta época do ano, são amenizadas com a instalação de sistemas com sombreamento (sombrites). Com as temperaturas elevadas, associadas à umidade relativa do ar e do solo, intensifica-se a ocorrência de doenças fúngicas em culturas como tomateiro e pepineiro, entre outras. Nesta última, a mancha de Leandria a Pseudomonas está presente. Nesta época também torna-se mais comum o aparecimento de pragas, neste ano favorecidas pela condição de clima úmido. A Diobrotica speciosa (vaquinha) é um exemplo, que causa prejuízos nas cucurbitáceas e feijão de vagem. O aipim de segundo ano está sendo colhido. Culturas como cebola e alho estão em colheita, assim como a batata inglesa. Novamente as fortes chuvas afetaram negativamente os canteiros de hortaliças em cultivo não protegido, sendo necessário o replantio de mudas, principalmente em hortaliças folhosas, nas áreas da Fronteira Noroeste e Missões . As hortas domésticas foram seriamente atingidas pelas chuvas, com perda na qualidade e

degradação das culturas. O clima muito úmido e quente tem prejudicado o cultivo de tomate e pepino, mesmo em estufa, ampliando o aparecimento de doenças e dificultando o controle. No cultivo de tomate está ocorrendo a colheita de aproximadamente ¼ do previsto e as plantas estão murchando e morrendo, assim como a colheita de pepino chegando ao fim e muitas plantas murchando e morrendo devido à alta umidade e calor. Nessas regiões, está em andamento a colheita de uva, com boa produtividade (apesar do ataque intenso de abelhas e pássaros quando atinge o amadurecimento) e preço recebido pelos produtores por volta de R$ 5,00/kg. Também as bananeiras e mangueiras apresentam excelente carga de frutas. Produtores de laranja relatam boa carga de novos frutos para a próxima safra, porém há um controle intenso da larva minadora. Está finalizando a colheita de moranguinho e do pêssego precoce. A cultura do melão está nas fases de formação do fruto e maturação, sendo que a ocorrência de chuvas frequentes não favorece a cultura, provocando doenças foliares e dificultando o controle das doenças. Frutícolas Pêssego - Cultura está em plena colheita nas regiões do Vale do Rio Pardo e Alto da Serra do Botucaraí. Os fruticultores estão realizando tratamentos fitossanitários para controle da mosca da fruta, que apresenta incidência significativa, favorecida pelas condições climáticas (clima úmido). Há incidência bastante expressiva de podridão parda, que também está associada à condição de tempo úmido. Estão sendo realizados tratamentos para a broca dos ponteiros Grapholita molesta, que atacam nesta época do ano. Uva - Já findada colheita da variedade superprecoce cultivada nas áreas mais quentes da região da Serra – a Vênus, tendo apresentado produtividade dentro da media, com sabor e coloração um pouco deficientes. Houve descarte de considerável volume produzido por causa das podridões de bagas, condicionadas pelos longos períodos de molhamento do cacho e pouca insolação. Há duas semanas, iniciou nesses mesmos locais a colheita da principal variedade de mesa cultivada na Serra, a Niágara Rosada, maturação essa antecipada em pelo menos 15 dias pelas condições do clima. Videiras apresentam carga pequena de cachos,

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contrastando enormemente com a safra passada, a maior já registrada. Além de pouca produtividade, os cachos se mostram de tamanho reduzido na maioria dos pomares, também como resultado do clima, além do fator “alternância fisiológica” das vinhas, por esgotamento das reservas nutri-hormonais, condicionada pela excessiva carga da safra anterior. A variedade Bordô, segunda em área e volume produzido na região serrana, mostra também antecipação na maturação, sendo que nesses locais mais quentes já está com coloração típica. De maneira geral, os vinhais apresentam crescimento dos ramos – vigor bem menor do que o tradicional, deixando muitas copadas sem fechamento do dossel vegetativo. Incidência da mufa em muitos vinhedos, comprometendo o aspecto visual e o crescimento dos ramos e bagas. Há casos de áreas sendo abandonadas pela impossibilidade de controle da fitopatia. Também há o surgimento de “grão larvado” ou “negrão”, denominação dado à mufa que afeta a baga, deixando-a de aspecto escuro e inviável para seu aproveitamento. Bagas afetadas vão caindo até a colheita do cacho. Houve forte aumento no número de tratamentos e custos de produção na presente safra. Momento de aplicação da calda mais tradicional na região, a Bordalesa, bem como a poda verde nas variedades de mesas ou para vinho fino. O preço médio da Niágara na propriedade está em R$ 3,30 o kg. Citros - A colheita de frutas cítricas do Vale do Caí encontra-se na entressafra. Nesta época, os citricultores estão realizando práticas de manejo nos pomares de bergamoteiras e laranjeiras, como roçadas nas entrelinhas, podas e tratamentos preventivos à ocorrência de doenças. Uma exceção quanto ao período de colheita de frutas cítricas encontra-se no município de São José do Hortêncio, onde os citricultores aplicam técnicas de cultivo que prolongam o período de colheita da laranja Valência. Esta cultivar é a de colheita mais tardia entre as laranjeiras cultivadas no Vale do Caí, e sua colheita encerra em anos normais no mês de novembro. Entretanto, os citricultores de São José do Hortêncio conseguem manter as frutas maduras nas plantas até o mês de março. Estas frutas mantêm sua qualidade inalterada, com alto teor de suco e alto grau brix (quantidade de açúcar). A Valência é uma laranja que se destina essencialmente para a elaboração de suco. Como na época da entressafra o valor das frutas cítricas aumenta consideravelmente, os citricultores

recebem preços mais compensadores. Nesta semana, os citricultores de São José do Hortêncio estão recebendo em média R$ 20,00 pela caixa de 25 kg. Em novembro, quando as últimas frutas de Valência foram colhidas na região, o preço médio recebido pelos citricultores foi de R$ 12,00 a caixa. A primeira fruta cítrica que será colhida é a bergamota Satsuma, ainda no mês de março. Nos pomares da bergamota Satsuma, os citricultores estão realizando o raleio, que consiste na retirada de parte das frutas nas plantas, com o objetivo de que as frutas remanescentes fiquem maiores. Continua a colheita e comercialização da lima ácida Tahiti, popular limão da caipirinha. A planta de Tahiti produz flores e frutas durante todo o ano, com maior intensidade no inverno. Para as frutas produzidas no verão, os citricultores recebem preços mais elevados, apesar da produção ser em menor quantidade. Os preços médios recebidos atualmente são de R$ 30,00 para a caixa de 25 kg, mas já estiveram em R$ 70,00 no final do mês de novembro. Os preços tiveram esta expressiva queda em função da grande entrada de frutas de São Paulo, maior produtor nacional, que iniciou a nova safra. Melancia – Nos municípios da região Centro-Sul, entre eles Triunfo, Arroio do Ratos, São Jerônimo, Charqueadas e Butiá, os produtores estão realizando a aplicação de fungicidas, de contato e sistêmico, nas lavouras com estágios mais avançados. A cultura terá lavouras com desuniformidade na colheita devidos aos replantios. Há previsão de colheita para a próxima semana. Preço estimado de R$ 0,90/kg para melancias grandes (acima 11-13 kg) e R$ 0,60 para melancias menores. Ameixa - Colheita das variedades precoces, como América e Fortune, já está concluída na região serrana. O volume de fruta colhida ficou bem abaixo da média de produtividade, afetada principalmente pela ocorrência de geada fora de época e chuvas em excesso no período de florada. A qualidade da fruta colhida ficou dentro dos padrões normais, apesar de ainda ocorrer algumas deformações relacionadas à má formação do caroço. Os produtores aproveitam o mercado comprador e remunerador para diminuir o estoque da fruta e recuperar as perdas no volume produzido. Principal variedade cultivada na região, a Letícia também deverá ter baixa produtividade e já inicia sinais de maturação. Preços na propriedade variando entre R$ 3,00 e R$ 3,30 o kg.

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Olerícolas Cebola - Momento de pico na colheita da safra, colhendo-se a principal variedade cultivada na região da Serra, a Crioula. Produtores concentrando esforços mais do que o normal em virtude de chuvas frequentes, incrementando umidade no solo e plantas. Cebolicultores com áreas maiores buscam reforço em equipes de colhedores, vindos de outras regiões, sendo pagos normalmente por rendimento do serviço. Bulbos arrancados são amarrados em feixes e logo levados aos galpões de maturação e cura, sem passarem pelo período de pré-cura a campo. Apesar de todos os contratempos durante o período de cultivo, rendimentos médios das lavouras estão satisfatórios, embora abaixo do esperado, e com bom potencial produtivo, pela tecnologia aplicada. Essa redução está mais ligada a podridões de bulbos, emissão do pendão floral e falhas nos canteiros. Preços na propriedade entre R$ 1,10 e R$ 1,30 para bulbos toaletados.

Comercialização de Hortigranjeiros Dos 35 produtos principais analisados semanalmente pela Gerência Técnica da CEASA/RS, entre 15/12/2015 a 22/12/2015, tivemos 19 produtos estáveis em preços, 05 em alta e 11 em baixa. Observamos que são analisados como destaques em alta ou em baixa somente os produtos que tiveram variação de 25% para cima ou para baixo. Terça-feira da semana de Natal com mercado movimentado, presença maciça de compradores varejistas e boa oferta. A procura varejista foi cautelosa buscando bons preços para garantir lucros satisfatórios e evitar perdas. As aquisições foram moderadas e os preços em geral foram represados em função do momento em que a Economia se encontra em baixa. Dois produtos destacaram-se em alta: Morango : de R$5,71 para R$7,14/kg (+ 25,04%) - Fruta muito apreciada não só como decoração da Ceia Natalina, mas usada também em recheios de tortas doces, ponches, coquetéis, drinks, etc. Tradicionalmente esta fruta alcança a maior cotação anual por ocasião das Festas de Final de Ano.

Tomate Caqui Longa Vida : De R$3,25 para R$5,00/kg (+ 53,85%) - Entraram nesta oportunidade para comercio cerca de 308.814kg de Tomates tipo Caqui Longa Vida, volume este bem inferior a media por dia forte ocorrida nos últimos três anos para dezembro que foi 429.460kg. A oferta geral brasileira está reduzida por diversos motivos. No caso do RS, a safra Gaúcha está recém iniciando, estando atrasada, tendo entrado para comercialização cerca de 206.000kg, ou seja, 67% do volume total. Já o Paraná auxiliou com 15,3%, o Espírito Santo com 8,7% e Santa Catarina com 6%. A produção paulista que deveria estar auxiliando o abastecimento nacional teve muitas perdas por excesso de chuvas e granizo. Como observação uma elevação dos preços de atacado também ocorreu nesta semana na CEAGESP, que em relação à semana anterior teve as cotações do Tomate Salada Ext. A elevada em torno de 32%. Nenhum produto destacou-se em baixa. Fonte: CEASA/RS

CRIAÇÕES Pastagens - A área cultivada de pastagens perenes está aumentando a cada ano, através da implantação de novas lavouras, devido ao seu bom desempenho produtivo, além de permitir a sobressemeadura no inverno. No campo nativo o acumulo de forragem está crescendo apresentando maior produção e melhor qualidade. Os produtores estão manejando os rebanhos que utilizam o campo nativo, e realizando o ajuste da carga animal. As condições do clima com maior luminosidade e umidade vai permitindo que ocorra o rebrote do campo nativo e das pastagens perenes de verão, melhorando as condições de alimentação para os rebanhos. Outro fator que também é observado é o controle das plantas indesejáveis nas pastagens, como capim anonni, caraguatá, mio-mio, maria-mole, e carquejas menor qualidade e palatabilidade, e algumas são tóxicas para os bovinos. Em alguns municípios o excesso de umidade pode estar afetando a velocidade de estabelecimento das pastagens, independentemente do sistema de preparo de solo e de semeadura. Seguem ainda os trabalhos de colheita de sementes de azevém e fenação nas pastagens de trevo e cornichão. As sementes de trevo e cornichão ainda não estão sendo colhidas. As áreas de campo nativo encontram-se em excelente estado com a realização de roçadas e

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aplicação de fertilizantes, sendo adotada por número de produtores cada vez maior. O interesse por pastagens de verão perenes tem aumentado significativamente. Em Hulha Negra está sendo fornecido mudas de capim elefante anão para produtores multiplicarem e estabelecerem as pastagens nas propriedades. As pastagens perenes com leguminosas estão com boas condições e estão incrementando a qualidade das pastagens, proporcionando melhoria na produção dos rebanhos. De maneira geral os produtores estão concluindo a implantando das pastagens de verão, como milheto, sorgo forrageiro, capim sudão e Tifton 85. Em algumas regiões as pastagens estão sendo utilizadas para o pastejo. Alguns relatos de problemas no nascimento das pastagens, em virtude de chuvas pesadas após o plantio. Bovinocultura de corte - Para este início do verão as condições climáticas estão favoráveis ao desenvolvimento das pastagens nativas, aumentando gradativamente a oferta forrageira, e a taxa de acúmulo de forragem, proporcionando melhores condições nutricionais aos animais. Fase final do nascimento de terneiros, período de cuidado com as matrizes e terneiros nascidos nesta temporada. Manejo com o rebanho de cria e cuidados com os touros, nesta temporada reprodutiva que deve se estender de maneira geral até fevereiro-março. Algumas propriedades estão realizando o trabalho de inseminação de novilhas e IATF em vacas com cria. Ocorre engorda de animais destinados para comercialização. Em alguns municípios o aumento da temperatura intensificou a infestação de carrapatos. A infestação por carrapatos continua preocupando os produtores de algumas regiões, pela intensidade que vem ocorrendo, alguns produtos para controle não estão dando resultado esperado, ocorre relatos dos produtores de grande resistência de alguns carrapaticidas. Prosseguem os trabalhos para controle do carrapato, combate da verminose e mosca do chifre. Ocorre vacinação da brucelose nas terneiras entre 3 a 8 meses. Produtores também relatam alguns casos de Tristeza Parasitária. Tendência de diminuir a oferta de animais para abate, pela proximidade do término da safra de gado gordo que eram oriundos das pastagens de inverno e os preços com ligeira alta, característico da época, em algumas regiões os preços pagos pelo kg vivo dos animais continuam atrativos, há procura por animais de recria e para terminação.

Na região de Santa Maria , com a diminuição dos lotes de bois para venda o preço médio teve uma reação positiva, com o preço médio do boi gordo a R$ 5.15/Kg. Na região de Passo Fundo preço médio de comercialização boi gordo de R$ 145 a 160,00, a arroba. Vacas descarte com preço médio de R$ 123,00. Em Santa Rosa com a diminuição da oferta de boi gordo, os produtores estão na expectativa de preços melhores. Porém é comum nesta época do ano os frigoríficos trazerem carne de outros estados assim acredita-se que o preço do boi gordo deverá continuar girando em torno dos R$ 5,00 a R$ 5,50, vaca gorda R$ 4,50 a 4,70 e vaca magra R$ 4,10 a 4,20. Bovinocultura de leite - O clima quente e as chuvas frequentes estão favorecendo o desenvolvimento das forrageiras e das demais culturas de verão. As chuvas acima da média, aliadas as temperaturas mais elevadas, têm favorecido o desenvolvimento das pastagens, havendo sobra de pasto em várias propriedades. As pastagens anuais têm sofrido com o pisoteio nos dias de chuva. A oferta de forragem na maioria das propriedades é bastante abundante e o retorno dos animais aos piquetes tem ocorrido em média a cada 15 dias. Período de intensos trabalhos no preparo e implantação das áreas de forrageiras e milho para silagem, além de produção de feno em algumas áreas. A expectativa é de que as pastagens de capim sudão, milheto e sorgo forrageiro atinjam condições adequadas de pastejo apenas em janeiro, fato que limita consideravelmente o potencial produtivo dos rebanhos que estão com grande número de vacas em pico de lactação nas próximas semanas. Em razão do excesso de chuvas as estradas estão com séries dificuldade de trafegabilidade com isto prejudicando o recolhimento de leite em algumas propriedades rurais, como é o caso das estradas de Tupanciretã e Santiago. Em alguns municípios os animais provavelmente apresentarão uma queda na produção devido as condições climáticas do momento. O grande volume de chuvas que é benéfico ao desenvolvimento das plantas, também traz transtornos para o manejo dos animais e controle de doenças, como a Mastite Bovina em função do acúmulo de barro na entrada das estrebarias. O produtor de leite deve estar atento ao bem-estar animal, para que possa obter os melhores índices de produção zootécnica. Aspectos como agua de

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qualidade e sombra para os animais devem ser observados nos períodos de calor mais intenso. As áreas utilizadas para pastejo durantes os dias mais úmidos apresentam perdas consideráveis de plantas e dificuldade na retomada do rebrote, além da alta degradação do solo provocada pelos animais. Os produtores tem evitado utilizar o pastejo nos dias mais úmidos, aumentando o fornecimento de alimento no cocho (silagem e ração). Em Tupanciretã permanece a dificuldade de comercialização de leite por produtores que tem baixo volume de produção. O preço apresentou baixa e é considerado insatisfatório pelos produtores. Em Santiago na maioria das localidades o preço pago aos produtores de leite está abaixo do mercado. Esta situação de preços baixos, aliada a problemas de recolhimento do leite e linhas desativadas ou precarizadas com recolhimento temporalmente mais espaçado, tem provocado alguns abandonos da atividade leiteira por parte dos produtores. Em Amaral Ferrador a Pecuária leiteira do município passa por dificuldades perante o mercado. Além disso, os produtores de leite enfrentam carência de infraestrutura produtiva. No mês de novembro, em parceria com a EMBRAPA, foi instalada uma Unidade de Observação de pastagens na UPF de um produtor de leite. Foram 7 espécies de mudas implantadas: Capiaçu, Kurumi, amendoin forrageiro, grama missioneira, Jigs e duas espécies de Hermatria. O preço do leite pago ao produtor, na regional de Lajeado, tomando por base o pagamento de dezembro (referente ao leite entregue em novembro), manteve-se igual, ficando entre R$ 0,82 e R$ 1,05/litro. A diferença de preços pagos aos produtores em relação ao mês anterior, só aconteceu devido a qualidade (CCS, UFC, Proteína, Gordura, etc.). Em Erechim os preços do litro de leite variaram de R$ 0,68 a R$ 1,02, com média R$ 0,85, com tendência de baixa. Na regional de Porto Alegre o valor do litro do leite pago ao produtor descontado o frete, FUNDESA e fundo rural são de R$ 0,70 a 0,95/litro, valores pagos conforme quantidade e qualidade do leite, ou seja, melhores parâmetros de Proteína, gordura, CCS conforme IN 62 do MAPA. Os valores estão estáveis conforme referência, utilizando o mês de produção setembro. No Balanço anual divulgado pelo Conselho Paritário do Leite (Conseleite) indica que 2015 foi de retração de preços e dificuldade ao produtor

e à indústria. Em valores corrigidos pelo IPCA, o preço do litro do leite referência caiu 8,5% no último ano, passando de R$ 0,9286, em 2014, para R$ 0,8492, em 2015. A redução é ainda mais expressiva se levar em conta o valor de 2013, quando o leite valia R$ 0,9837. Ovinocultura - Fase final de realização da esquila e cuidados do rebanho especialmente dos cordeiros. Em alguns locais ficou atrasada para a época em função da grande quantidade de chuvas no período. No manejo do rebanho alguns produtores conduzem os rebanhos com boa oferta de forragem e abrigo, preferentemente próximo à sede, para facilitar o acompanhamento do rebanho. Em Uruguaiana a esquila realizada com preços pagos aos donos de máquinas em R$5,00/cabeça, em Manoel Viana a lã de velo de ovinos da raça Ideal está sendo comercializados a R$ 12,00/kg. Desta safra com boa valorização em relação ao ano passado. Em São Gabriel estimativa de 90% do rebanho já esquilado. Lã desta safra com boa valorização em relação ao ano passado. Além dos valores informados sobre o preço pago pela Lã Cruza um Especial, informamos o valor da Merina de R$ 16,50 e Amerinada R$ 15,50. Houve grande valorização de lãs médias, como prima B, cruza 1 e cruza 2 (característicos do Corriedale) e das lãs grossas como a cruza 3, característicos das raças de carne. Em Jaguarão a máquina de esquila da Cooperativa de Lãs Mauá segue trabalhando em Municípios da Região, esquilando Talli-hy e acondicionando a lã em bolsas de polietileno. Durante todo o período de nascimento dos cordeiros, tivemos relatos de perdas de cordeiros e ovelhas mordidos por cachorros e Javalis. Alguns rebanhos realizaram o desmame dos cordeiros. Época indicada para vacinação dos cordeiros contra clostridioses. No aspecto geral os rebanhos apresentam boa condição corporal, porém, em algumas regiões o excesso de umidade causa transtornos aos animais. Também enfrentam ataque de parasitas onde há uma incidência elevada de verminose nos rebanhos principalmente nos cordeiros. Os produtores realizam controle de piolhos, das verminoses principalmente onde ocorrem altas contaminações das pastagens por larvas de vermes, os ovinos ingerem grandes quantidades destas larvas e constantemente estão sendo infestados, também devido ao excesso de chuvas os animais podem estar mais suscetíveis a doença do hemoncose neste período de chuvas mais

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frequentes. Outro problema que vem sendo observado é a manqueira dos ovinos que causa grandes prejuízos e é de difícil controle, também realizam a vacinação para carbúnculo. Os produtores têm redobrado a dedicação aos rebanhos para controle dessas moléstias. Observa-se em algumas regiões a oferta de animais para o mercado de final de ano quando ocorrem muitos negócios de animais para abate. Alguns produtores estão comercializando cordeiros, os preços pagos ao produtor estão atrativos, também ocorre alguma comercialização de ovelhas para descarte. Os produtores continuam preparando lotes de cordeiros em pastagens cultivadas ou em campo nativo melhorado, para serem comercializados neste final de ano. Em Arroio Grande foi realizado um remate de ovinos de Natal onde foram comercializados 307 animais, a média geral ficou em R$ 4,97/kg vivo, sendo cordeiros R$ 5,47 e Capões R$ 4,95/kg. Há uma boa procura por ovinos para o abate o que aquece os preços, em função das festas de fim de ano. Suinocultura - Em Erechim os produtores estão insatisfeitos com o retorno econômico obtido com a atividade. Isso se deve, principalmente devido ao alto valor dos insumos. Com a chegada das festas de Final de Ano há perspectivas de melhora. Segundo as empresas que atuam com suíno na região o alojamento de matrizes e animais para abate continua estável. Na região o milho está sendo comercializado de R$ 28,00 a 35,00 por saca, o kg do farelo de soja de R$ 1,40 a 1,70 e o kg do suíno vivo R$ 3,20. O preço pago ao produtor independente no Rio Grande do Sul foi de R$ 3,75, conforme pesquisa semanal da cotação do suíno, milho e farelo de soja feita hoje (21/12/2015), pela Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (ACSURS). Os produtores integrados estão recebendo como preço médio R$ 3,13. As agroindústrias e cooperativas apresentaram as seguintes cotações: Cotrel R$ 3,20; Cosuel/Dália Alimentos R$ 3,11; Cotrijuí R$ 3,05; Cooperativa Languiru R$ 3,10; Cooperativa Majestade R$ 3,10; Ouro do Sul R$ 3,40; Alibem R$ 3,10; BRF R$ 3,10; JBS R$ 3,10; e Pamplona R$ 3,10. O valor da saca de 60 quilos do milho subiu para R$ 32,85. O farelo de soja está em R$ 1.255,00 no pagamento à vista e R$ 1.275,00 no pagamento com 30 dias de prazo. Fonte: Assessoria de Comunicação da ACSURS.

Elaboração: João Alfredo de Oliveira Sampaio – ESREG de Lajeado. Piscicultura - O regional Lajeado nos informa que estamos no período com ocorrência de muita nebulosidade, que associado a excessos de matéria orgânica e de alimentação descontrolada (excessiva), tem causado diversas mortalidades de peixes de peso entre 1,5 a 8,0 kg, normalmente em açudes com lotações maiores do que 1 peixe para 4 metros quadrados e mais de um ano de cultivo. Quando ocorre como na última sexta-feira, ou seja, a entrada de frio acompanhado de chuva em locais aonde a precipitação é maior, pode ocorrer a chamada inversão térmica na água, o que causa mortalidade de algas que por sua vez deprimem o oxigênio dissolvido a níveis letais aos peixes. Como até o dia 03 de janeiro/2016 temos a previsão de chuvas e consequente nebulosidade, fica nosso alerta para que em caso de ocorrência de chuvas frias (até mesmo granizo), devem ser acompanhados os açudes com processos de oxigenação da água (principalmente à noite), para que não ocorram mortalidades. Continuam os trabalhos de alevinagem, preparo de açudes com desinfecção e adubação.

Preços mantidos em relação à semana anterior na

Região de Porto Alegre (R$/Kg) Espécie Mínimo Máximo Carpa Capim (Vivo) 5,50 6,00 Carpa prateada (Vivo) 5,50 6,00 Carpa Cabeça Grande (Vivo)

5,,50 6,00

Carpa Húngara (Vivo) 5,50 6,00 Tilápia (vivo) 5,50 6,50 Carpa Capim (Feira - vivo) 10,00 12,00 Carpa prateada (Feira - Vivo)

10,00 12,00

Carpa Cabeça Grande (Feira - Vivo)

10,00 12,00

Carpa Húngara (Feira - Vivo)

10,00 12,00

Tilápia (filé) 25,00 27,00 Carpas em geral (Eviscerada)

11,00 13,00

Carpas em geral (postas) 18,00 20,00

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Apicultura - Com a ocorrência de temperaturas mais elevadas, aumenta a movimentação das abelhas em função do clima e da oferta de alimentos. O período de floração está ampliado com várias espécies entre nativas e eucalipto. A extração de mel possui perspectivas de média para boa safra. Em alguns locais a temporada foi considerada ruim em virtude do excesso de chuvas, danificando as floradas, diminuindo a produção no geral. Apicultores estão realizando manejo das colmeias, com colocação de sobre caixas para produção de mel e com a realização de colheita, em regiões de microclima mais aquecido. Apicultores deverão manejar adequadamente as colmeias, com vistas a obtenção de enxames mais fortes, o que amplia a capacidade de resistência a ataques externos ao enxame. Alguns produtores já começaram a oferecer alimentação artificial para induzir a postura da Abelha Rainha. Existe uma preocupação maior com as chuvas mais intensas dessa época do ano, em função da “lavagem” do pólen e néctar das flores reduzindo a oferta de alimentos para os enxames. Avicultura - Foi divulgado resultado da pesquisa da ASGAVE sobre o consumo atual de ovos no RS que chegou a 227 ovos por habitante. Salvador do Sul é o município do Estado que mais produz ovos, chegando a 2.400.000 ovos por dia.

Preços mantidos em relação à semana anterior na

Região de Pelotas (R$/Kg) Produto Mínimo Máximo Corvina 1,65 4,00

Jundiá 1,50 1,80

Linguado 5,00 6,00

Pintado 1,50 1,60

Tainha 2,50 3,00

Traíra 3,50 4,00

ANÁLISE DOS PREÇOS SEMANAIS RECEBIDOS PELOS PRODUTO RES

COMPARAÇÃO ENTRE OS PREÇOS DA SEMANA E PREÇOS ANTER IORES

Produtos Unidade Semana Atual Semana

Anterior Mês Anterior Ano Anterior Médias dos Valores da Série Histórica – 2010/2014

24/12/2015 17/12/2015 26/11/2015 25/12/2014 GERAL DEZEMBRO

Arroz em Casca 50 kg 39,97 40,02 39,91 40,66 33,73 34,54

Feijão 60 kg 129,32 128,06 120,05 126,81 117,43 119,50

Milho 60 kg 30,08 30,08 29,30 26,94 26,11 27,26

Soja 60 kg 74,33 73,70 72,72 66,30 58,13 61,03

Sorgo Granífero 60 kg 26,30 26,07 23,59 22,25 21,74 21,63

Trigo 60 kg 33,28 33,50 32,96 27,76 30,51 29,80

Boi para Abate kg vivo 5,17 5,13 4,96 5,23 3,74 3,88

Vaca para Abate kg vivo 4,63 4,63 4,46 4,74 3,36 3,49

Cordeiro para Abate kg vivo 5,22 5,18 5,20 4,84 4,22 4,37

Suíno Tipo Carne kg vivo 3,52 3,49 3,32 4,06 2,95 3,28

Leite (valor liquido recebido) litro 0,85 0,85 0,86 0,96 0,82 0,82

21/12 - 25/12 14/12 - 18/12 23/11 - 27/11 22/12 - 26/12 Fonte: Elaboração: EMATER/RS-ASCAR. Gerência de Pla nejamento / Núcleo de Informações e Análises (NIA). Índice de correção: IGP-DI (FGV). NOTA: Semana Atual, Semana Anterior e Mês Anterior são preços correntes. Ano Anterior e Médias dos Valores da Série Histórica, são valores corrigidos. Média Geral é a média dos preços mensais do quinquênio 2010-2014 corrigidos. A última coluna é a média, para o mês indicado, dos preços mensais, corrigidos, da série histórica 2010-2014.