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CENTRO DE ANALISES E ESTUDOS ESTRATÉGICOS INFORMATIVO CONJUNTURAL Nº 13 – Abril de 2006

INFORMATIVO CONJUNTURAL · Já a corrente “ortodoxa”, identificada com o Banco Central, ainda apresenta como riscos a aceleração inflacionária por conta do aumento da demanda

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CENTRO DE ANALISES E ESTUDOS ESTRATÉGICOS

INFORMATIVO CONJUNTURAL

Nº 13 – Abril de 2006

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GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Aécio Neves da Cunha Governador

SECRETARIA DE ESTADO DE AGRICULTURA, PECUÁRIA

E ABASTECIMENTO - SEAPA/MG

Secretário de Estado Marco Antônio Rodrigues da Cunha

Secretário Adjunto

Marcelo Franco

Chefe de Gabinete Evandro Oliveira Neiva

Superintendente de Economia Agrícola

João Ricardo Albanez

Centro de Análises e Estudos Estratégicos José Kalil Salles

Matheus Ferreira da Silva Vitor Soares Lopes

Renato Nogueira Starling Ana Tereza Pereira Macedo

Superintendente de Abastecimento

Ilidia Maria Leite Rabelo Lemos

Superintendente de Planejamento, Gestão e Finanças Amarildo José Brumano Kalil

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EMPRESA DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS - EMATER/MG

Presidente

José Silva Soares

Diretor Técnico Roberval Juarês de Andrade

Diretor Administrativo e Financeiro Vicente José Gamarano

Diretor de Promoção e Articulação Institucional

Fernando José Aguiar Mendes

Gerente do Departamento Técnico (DETEC) Feliciano Nogueira de Oliveira

Coordenador do CIAGRO-EMATER-MG

Valdo Berbert Camilo

Editoração e Coordenação do Informativo José Fernando N. Domingues

Redatores do Informativo Alexsandra F. Caetano

Cínthya Leite Madureira de Oliveira Dirceu Alves Ferreira

Everton Augusto Paiva Ferreira Frederico Ozanam de Souza

Ildeu de Souza José Alberto de Ávila Pires

José Fernando N. Domingues Luiz Fernando Ferreira

Marcelo de Pádua Felipe Marcos Melo Meokarem

Reinaldo Nunes de Oliveira Willy Gustavo De La Piedra Mesones

e-mails: [email protected] - [email protected]

Tel: (31) 3349 8285 - (31)3349 8076 - Fax: (31) 3349 8082

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INDICE

• Comentário Econômico

• Análise Safras

• Painel Conjuntural de Culturas

Algodão Banana

Café Milho Soja

Tomate

• Painel Conjuntural de Pecuária

Boi Gordo Frango e Ovos

Suíno Leite Peixe

• Preços Médios Recebidos nas Ceasa’s

• Preços Médios Recebidos pelos Agricultores

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COMENTÁRIO ECONÔMICO A recente mudança no comando da política econômica federal trouxe alguns sinais para a redução das taxas de juros, desvalorização do Real e afrouxamento dos recursos na economia. Digamos sinais porque o fato gerador da troca de comando não esteve atrelado a questões econômicas. Os novos responsáveis, em especial o Ministro Mantega, apressaram-se em chancelar a continuidade da política vigente e as mudanças não alcançaram o Banco Central e os membros do Copom. Por outro lado, Guido Mantega e sua equipe sempre foram críticos velados da “ortodoxia” de Palocci e há uma pressão dos meios empresariais e exportadores pelo afrouxamento da política monetária (moeda e juros). As primeiras medidas concretas mostraram bem este “dilema”; a TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo), que rege os financiamentos de longo prazo do BNDES, foram cortados, mas não na intensidade desejada por muitos, ficando em 8% aa. Espera-se que o mesmo ocorra com as taxas básicas de juros (definidas pelo Copom), e mesmo com o Dólar, este, no caso, no sentido da desvalorização. Pesam a favor dos “desenvolvimentistas”, a partir de agora identificados no Ministério da Fazenda, a baixa taxa de inflação – o IGPM de março apresentou deflação, -0,45% - sólido superávit comercial e fiscal e o cenário externo estável, apresentando taxas de crescimento do PIB acima de 7% aa. nas economias emergentes. Já a corrente “ortodoxa”, identificada com o Banco Central, ainda apresenta como riscos a aceleração inflacionária por conta do aumento da demanda interna, via consumo, que, aliado ao alto grau de ocupação da capacidade instalada na indústria, ao potencial de reajuste nas contas públicas e à perspectiva de desvalorizações cambiais mais intensas no 2o semestre, podem lançar a economia num ciclo de expansão desenfreada de consumo e focos inflacionários. Para estes existe uma “regra de ouro” da estabilidade, criada há quase 10 anos, onde, considerado o superávit fiscal como premissa, a inflação estável é mantida por uma combinação entre câmbio e juros atuando em sentido contrário um ao outro (desvalorização do dólar, juros elevados ou valorização do dólar, corte nos juros). Em termos práticos toda essa discussão, agora mais intensa, deve produzir como resultados um gradualismo contínuo no sentido de corte nos juros e maior flexibilidade na oferta de moeda na economia, especialmente crédito. No aspecto câmbio, aposta-se na manutenção do atual quadro (R$ 2,20/US$), ainda por alguns meses, especialmente enquanto a balança comercial se mantiver superavitária e desvalorizações bem graduais, de acordo com o ambiente político. Essa combinação tem condições de manter a inflação baixa e permitir o aumento do consumo, especialmente via crédito, mas, como nos anos anteriores, com “fôlego curto” até a demanda aquecida começar a influenciar os preços. Ou seja, no dia a dia, há uma mudança de rumo na gestão da economia.

Everton Augusto P. Ferreira E-mail: [email protected]

Tel.: (31) 3349.8061

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ANÁLISE SAFRAS Segundo dados do GCEA a área do plantio da cultura de grãos da safra 2005/2006 em Minas Gerais reduziu 9,84% com relação à área da safra anterior (2004/2005). Essa redução foi conseqüência do veranico ocorrido nos meses de janeiro e fevereiro e do desestímulo dos agricultores em relação aos preços baixos recebidos por alguns produtos. Na previsão de março houve uma queda de mais 1,86% na previsão em relação a fevereiro. Espera-se que com o plantio da 2ª safra essa situação se altere, pois o que tudo indica é que a área de plantio da 2ª safra já está 3% a mais do que foi a da 1ª safra. A variação das culturas se encontra na tabela 1. Na cultura algodão o interesse dos produtores pela cultura diminuiu com relação à safra anterior. Isso porque a desvalorização do dólar, a entrada de produtos têxteis da China e as conseqüentes condições de mercado são desfavoráveis ao cultivo desse produto, provocando quedas acentuadas. Na cultura amendoim, segundo a reavaliação da área dos maiores produtores de amendoim de Minas Gerais, houve queda na produção. A chuva durante o período da colheita prejudicou a retirada do produto do solo, comprometendo o rendimento. Outro fator foi o aumento da safra paulista no ano de 2005, afetando os preços desse produto, gerando dificuldades na comercialização em Minas Gerais. Na cultura arroz sequeiro, a queda se deu devido às más condições de mercado e ao atraso nas operações de preparo de solo. Muitos agricultores, de praticamente todas as regiões, não optaram por esse cultivo no Estado causando queda acentuada na produção. Na cultura feijão de 1ªsafra houve queda na produção devido à estiagem que afetou a produtividade, porém para o feijão de 2ª safra há expectativa de aumento de área. As chuvas ocorridas no final de fevereiro e em março foram boas para a produtividade desta cultura. A esperança de bons preços está estimulando os agricultores. Na cultura soja a desvalorização do dólar, o alto custo de produção e o endividamento dos produtores, desestimularam os agricultores de todas as regiões tradicionais produtoras de soja. Um outro fator que agravou o cultivo foi a incidência da ferrugem asiática que prejudicou a produtividade da cultura, acentuando a queda na produção.

Tabela 1. Comparação da área, produção e produtividade do mês de fevereiro e março. Safra 2005/2006

Área (ha) Produção (t) Produtividade (kg/ha)

Produto Fev. Mar. Var% Fev. Mar. Var% Fev. VarMar. %

Algodão 37.097 35.743 -3,65 62.911 65.315 3,82 2.713 2.924 7,77 Amendoim 2.821 2.455 -12,97 4782 3.868 -19,11 1.695 1.576 -7,05Arroz 88.912 83.647 -5,92 189.912 182.917 -3,68 2.136 2.187 2,38 Feijão 1ªsafra 204.716 199.132 -2,73 181.052 176.769 -2,37 884 888 0,37 Feijão 2ªsafra 150.965 152.237 0,84 171.606 177.580 3,48 1.137 1.166 2,62 Soja 998.936 1.000.541 0,16 2.633.503 2.584.994 -1,84 2.636 2.584 -2,00Milho 1.283.859 1.243.123 -3,17 5.219.963 5.107.940 -2,15 4.066 4.109 1,06 Sorgo Verão 11.187 10.061 -10,07 23.495 22.250 -5,30 2.100 2.212 5,33 Mamona 3.883 3.578 -7,85 6.417 6.067 -5,45 1.653 1.696 2,60 Milho 2ªsafra 16.409 63.414 3.865 Sorgo safrinha 69.998 164.383 2.348

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Trigo 11.616 50.782 4.372

Fonte: CGEA/MG - Elaboração: CIAGRO/EMATER-MG

Alexsandra F.Caetano E-mail: [email protected]

Tel.: (31) 3349.8287 ALGODÃO Os analistas de mercado estão um tanto quanto otimistas com relação ao comportamento dos preços do algodão em 2006. A projeção é que o produto volte a recuperar o preço no mercado, isto em função da pouca oferta provocada pela redução da área plantada associada às condições desfavoráveis do clima em algumas regiões produtoras. Segundo dados da CONAB a produção da safra brasileira de 2005/06 deverá ser na ordem de 1,0 milhão de toneladas, das quais 400 mil toneladas são destinadas à exportação, sobrando 600 mil toneladas, volume insuficiente para suprir o consumo interno estimado em 900 mil toneladas algodão pluma. Assim, analisando os dados da safra 2005/06 quando comparada safra passada nota-se que as perspectivas são boas e favoráveis à elevação dos preços do produto regulado pelas leis de mercado. Entretanto, no caso de Minas Gerais, deve-se ressaltar que nos dados existentes verificamos situações em que a produção não sofrerá grande impacto. É o caso do GCEA que, em março, prevê para a safra 2005/2006 a produção de 65.315 toneladas de algodão em caroço numa área de 35.743 ha, e de Safras & Mercado que prevê a produção de 79.013 toneladas em 32.250 hectares. Por outro lado para a Associação Mineira dos Produtores de Algodão (AMIPA), a situação da cotonicultura mineira não é nada otimista. A previsão da AMIPA para a safra atual é de uma redução de 45%, na produção, ou seja, deverão ser produzidas 29 mil toneladas contra as 53 mil toneladas da safra 2004/05. A situação mais crítica da cultura do algodão está no Norte de Minas onde os dados de acompanhamento de safra agrícola da Emater-MG, demonstram redução de área plantada em 70%, associada à perda de produção estimada em 86% devido à falta de chuvas nos meses de janeiro e fevereiro, observando ainda que 90% da produção de algodão advem dos agricultores familiares o que implica em graves problemas sociais para a região.

Reinaldo Nunes de Oliveira E-mail: [email protected]

Tel.: (38) 3223.2130 BANANA O tempo no Norte de Minas Gerais no mês de março, apesar das chuvas serem localizadas e de pequena intensidade, foram favoráveis à cultura da banana. A temperatura média ainda elevada mostra uma diminuição em relação ao mês anterior. Ainda assim as lavouras exigiram maior número de pulverizações no controle fitossanitário da Sigatoka Amarela. A estrada Montes Claros a Belo Horizonte continua em más condições e inspirando cuidados. Um trecho de cerca de 30 km está em estado precário de conservação. A oferta de Banana Prata aumentou na região, como já era esperado. A qualidade da produção está bastante aquém do desejável com muita banana magra saindo dos bananais, em função

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da maturação acelerada provocada pelo forte calor do mês de fevereiro. Por tudo isto houve uma redução 33 % no preço da fruta, do início para o final do mês de março, em nível de propriedade rural. As baixas foram consecutivas e de R$1,00 por caixa por semana. A cultura encontra-se na fase inicial da entrada da safra do Norte de Minas. O valor atual de R$10,00 pela caixa ainda remunera o produtor, especialmente aquele que tem boa produtividade e qualidade da produção. Há de se considerar que o produtor que colhe alta percentagem de frutos de segunda categoria, recebe apenas 60 % do preço da fruta de primeira classificação, valor que fica muito a desejar. Atacadistas afirmam que o preço atual da banana deverá manter-se estável, mas com possibilidade de nova desvalorização durante os próximos trinta dias. A banana tipo Cavendish, Nanica/Nanicão, mostrou reação nos preços a partir da segunda quinzena de março, em virtude da escassez dessa cultivar nos maiores centros produtores, Vale do Ribeira e Santa Catarina. Em conseqüência, o valor de venda, que estava totalmente achatado, foi elevado em 150 %, precisando subir ainda mais para ser competitivo. São esperadas novas altas nos preços já na primeira quinzena de abril.

Valores de venda da banana de 1ª classificação, na propriedade rural na Região de Janaúba

Mês de Março 2006 - Preço (R$/ cx. 20 kg)

Cultivar 1 a 2 3 a 7 8 a 12 13 14 a

19 20 21 a 22

23 a 27 a 26 31

Banana Prata 15,00 14,00 13,00 13,00 12,00 11,00 11,00 10,00 10,00

Banana Nanica 2,00 2,00 2,00 3,00 3,00 3,00 4,00 4,00 5,00

Fonte: FRUTIVALE

Ildeu de Souza E-mail: [email protected]

Tel.: (38) 3821 1589 CAFÉ COTAÇÕES VALORIZAÇÃO DO REAL DIFICULTA MAIOR AGRESSIVIDADE DAS PONTAS COMPRADORA E VENDEDORA. A valorização do Real continua prejudicando o setor produtivo de café, limitando a sua competitividade e rentabilidade, constituindo-se no principal obstáculo ao bom desempenho do mercado. Neste ano, os preços alcançaram o pico em janeiro, caíram em fevereiro, seguindo em queda ao longo de março (ver quadro a seguir) e, ao que tudo indica, devem se intensificar nos próximos meses com a chegada da nova safra que começa a ganhar formas mais detalhada. Neste cenário de dificuldade, o produtor deverá se preparar adequadamente para a comercialização futura. O conhecimento do custo de produção (varia de lavoura para lavoura), da sazonalidade dos preços (estabelece o período de safra e entressafra) e o mercado de clima são informações e instrumentos fundamentais para o estabelecimento de

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uma estratégia de comercialização (venda ou armazenamento), permitindo escalonar posições para toda a temporada evitando os períodos de achatamento de preços. É importante relembrar que a entrada da safra brasileira (sem sobressaltos climáticos) derruba as cotações. Ao longo do mês de março, o preço da bica dura de café arábica tipo 6,0 com bom aspecto e catação entre 10,0% e 20,0%, oscilou entre R$ 250,00 e R$ 268,00 (6,8 %) a saca de 60 quilos no Sul de Minas, fechando o período em R$ 255,00.

Mercado Interno – R$ 1,00 - Período 01 a 31/03/2006 Região Há 04

Semanas Há 03

SemanasHá 02

SemanasHá 01

Semana31/03 Variação

Mensal Sul de Minas 268,00 260,00 250,00 250,00 255,00 -4,9% Cerrado Mineiro 273,00 265,00 255,00 255,00 260,00 -4,8% Mogiana Paulista 268,00 260,00 250,00 250,00 255,00 -4,9% Paranaense 258,00 250,00 240,00 240,00 245,00 -5,1% Bahia 258,00 250,00 240,00 240,00 245,00 -5,1% Cons. - 600 Def 210,00 210,00 210,00 210,00 215,00 +2,3%

Preços médios para cafés com bom aspecto e com catação de 10% a 20%, por saca de 60 kg. Fonte: Safras & Mercado, CCVV, M.M. e Cooperativas de Cafeicultores. Elaboração: EMATER-MG No Sul de Minas Gerais, tendo como base os preços líquidos praticados pela Cooperativa dos Cafeicultores de Três Pontas - COCATREL apontam um deságio de R$ 54,00 por saca de 60 kg para o Café Rio/Consumo Interno no fechamento do mês de fevereiro. Confira na tabela a seguir:

DESÁGIOS – 31/03/2006

Café Rio/C. Interno... (-51,00) Café manchado... (- 4,00) Café Riado... (- 10,00) Café Rio Barrento... (- 10,00) Café Duro Riado/Rio... (- 15,00) Café discrepante... (- 8,00) Café com seca má... (- 8,00) Café muito discrepante... (- 12,00)

Base - Dura/Melhor 60 defeitos R$ 241,00 6 Base 80 defeitos R$ 247,00 7 Base 160 defeitos R$ 236,00 7 Base 270 defeitos R$ 225,00

Os futuros norte-americanos de Café Arábico finalizaram as operações no mês com preços moderadamente mais baixos, impulsionada por compras de fundos e especuladores. Em março encerrou os trabalhos em campo negativo, com o mercado futuro de Café Arábico alcançando 107,00 centavos de dólar por libra-peso, finalizando com um ganho de -1,60 pontos na posição maio de 2006. O mercado interno calmo, com apenas alguns negócios isolados sendo realizados. Confira no quadro a seguir:

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MERCADO FUTURO – 31.03.06 Bolsa de N.Y. Bolsa M.F. Contrato Contrato

Fechamento Variação Fechamento VariaçãoMaio/2006 107,00 -1,60 Maio/2006 129,00 -1,95 Julho/2006 109,85 -1,55 Julho/2006 130,00 -2.40 Setembro/06 112,30 -1,45 Setembro/06 132,15 -1,95

Fonte: Safras & Mercado, G.M. CCW, MM, Cooperativas de Cafeicultores. Elaboração: EMATER-MG. NY: US$ cents/Libra peso ------ BMF: US$/60 KG

Poder de Troca do Café.

Sacas necessárias de café para adquirir 1,0 tonelada de fertilizante 20-05-20

Meses R$ Poder de Us$ troca Fevereiro/05 280,00 107,61 3,00 Agosto/05 255,00 110,44 3,07 Fevereiro/06 285,00 106,05 2,94

Base: Saca RA 1, 15% de catação. Fonte: COOXUPÉ

COMERCIALIZAÇÃO DA SAFRA 2005/2006 Segundo o levantamento realizado por SAFRAS & Mercado junto a cooperativas, produtores e corretores chegam-se ao final de fevereiro com cerca de 81,0 % da produção comprometida (... dos produtores para o mercado...). Isto representa um avanço de 5% em relação ao mês de janeiro. Considerando uma produção máxima de 34,30 milhões de sacas para a temporada 2005/2006, cerca de 27,76 milhões de sacas já teriam mudado de mãos, passando para comerciantes, atravessadores e exportadores, restando a venda ainda de 6,54 milhões de sacas.

Evolução da Comercialização – Brasil – Safra 2005/2006

Em milhões de sacas de 60 kg – Base 28 Fevereiro

Estado Produção Comercia-lização

Fevereiro Janeiro 2005 % % M.Gerais 16,00 12,11 76 71 79 Sul/Oeste 7,20 5,20 72 68 75 Cerrado 3,10 2,35 76 71 78 Z. da Mata 5,70 4,56 80 75 86 E. Santo 7,20 7,10 87 81 82 Arábica 2,20 1,50 68 61 75 Conillon 6,00 5,60 93 88 86 S.Paulo 3,30 2,40 73 70 78 Paraná 1,50 1,40 93 89 84 Bahia 2,10 1,81 86 82 80 Arábica 1,60 1,36 85 81 77 Conillon 0,50 0,45 90 86 90

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Rondônia 1,70 1,68 99 96 95 Outros 1,59 1,26 84 77 83 Arábica 0,55 0,41 75 71 78 Conillon 0,95 0,85 89 80 85 ARÁBICA 25,15 19,18 76 72 79 CONILLON 9,15 8,58 94 89 88

TOTAL 34,30 27,76 81 76 80

Fonte: Safras & Mercado

AGRONEGÓCIO

CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL LIBERA R$ 1,57 BI PARA O CAFÉ Produtores, indústria e exportadores comemoraram a decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) de liberar recursos para o agronegócio do café. O voto encaminhado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento prevê R$ 1,57 bilhão, com recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira – Funcafé. Deste montante, R$ 178 milhões serão destinados a torrefadores para a compra de café verde no mercado interno. O restante R$ 1,4 bilhão será destinado aos produtores para colheita (600 milhões) e estocagem (até 800 milhões) da safra 2006/07, a juros de 9,5% ao ano. O limite dos financiamentos é de R$ 140 mil por cafeicultor. Foi a primeira vez que o CMN votou em uma única reunião a liberação de todos os recursos do Funcafé para uma safra. Anteriormente, a aprovação se dava conforme a necessidade, no decorrer do ciclo de produção e comercialização, causando atrasos e descontinuidade. Essa mudança faz parte do Plano de Safra de 24 meses do Café, proposto pelo Conselho Nacional do Café (CNC) e pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que foi discutido com toda a cadeia do agronegócio do café e com o ministério e aprovado na última reunião do Conselho Deliberativo da Política Cafeeira (CDPC) realizada dia 22/03/06. A liberação dos recursos vai permitir a diminuição da pressão da oferta, com a retirada do mercado de cerca de 8,0 milhões de sacas de 60 quilos. Do total, 3,0 milhões de sacas seriam deslocadas para o final de 2007 e início de 2008. O voto do CMN prevê ainda R$ 60 milhões para a equalização da taxa de juros do Funcafé. A liberação efetiva dos recursos dependerá da aprovação do Orçamento Geral da União deste ano, que está no Congresso Nacional. Fonte: CNC FENICAFÉ 2006 - SEMINÁRIO DE ARAGUARI CONSULTOR DA P&A MARKETING INTERNACIONAL RECOMENDA INVESTIR NA CAFEICULTURA. Para manter ou melhorar sua posição dentro da cafeicultura mundial e buscar um crescimento de receita com o café para os produtores, o Brasil precisa caprichar e investir em vários pontos via iniciativa privada e governo. Segundo Carlos Brando, consultor da P&A, o Brasil tem grandes áreas ainda a tecnificar, seguindo exemplo do cerrado mineiro. A irrigação abrange hoje no país apenas 9,3% da área total e, é um importante caminho para melhorar a produtividade do cafeeiro. Baixar custos é outra palavra de ordem, com o produtor precisando nesse ponto buscar um gerenciamento de riscos e necessitando contar com um plano de safra por parte do governo.

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Os produtores devem investir cada vez mais em qualidade, em cafés certificados e concursos de qualidade, que levam a leilões dos grãos premiados, além de tentar novos tipos de processamento do café, como o cereja descascado, o conillon cereja descascado, polido/ vaporizado. Brando lembrou que em 2006 o Brasil deverá exportar um milhão de sacas de cafés especiais, que são mais valorizados, gerando maior receita ao produtor. No consumo interno, de acordo com Brando, o país deve continuar com o excelente trabalho comandado pela Associação Brasileira da Indústria do Café (ABIC), que traça como meta um consumo interno de 20 milhões de sacas em 2010, o que levaria o país a estar bem próximo de alcançar o posto de maior consumidor mundial de café. O Selo de Qualidade da ABIC é um instrumento novo de marketing que tende a fazer com que o consumidor valorize cada vez mais a qualidade da bebida, o que pode levar a preços mais altos para a marca. As exportações de café torrado e moído são da mesma forma importante para o país crescer e ter maiores receitas. Hoje elas são pequenas, mas estão crescendo. Brando pontuou que os obstáculos no momento são o câmbio, a concorrência com fortes marcas e a falta de recursos para marketing aliada ao fato de que o mundo bebe blends (cafés de diferentes origens mixados pelas grandes indústrias) e o Brasil não pode importar, ao contrário de outros países concorrentes do primeiro mundo. Precisamos fortalecer a indústria do solúvel, ressaltou Carlos Brando. Para isso é importante a expansão da produção de conillon do país. O Brasil também tem de ser forte na luta contra as barreiras tarifárias, que afastam nossos produtos dos mercados consumidores. O consultor lembrou ainda que o país não pode parar de buscar novos mercados, com o solúvel sendo uma importante porta de entrada em mercados emergentes, como a Europa Oriental, Rússia, e China, entre outros. Outra questão para a qual o Brasil deve estar atento são as lojas de cafés, que podem ser usadas como estratégia comercial e de marketing, o que já é feito pela Colômbia (lojas Juan Valdez), segmento dominado pela Starbucks.

Fonte: Safras & Mercado

Marcelo de Pádua Felipe [email protected]

Tel.: (31) 3349.8472 MILHO COMPARATIVOS DE ÁREA, PRODUÇÃO E CONSUMO A CONAB em seu levantamento extra, divulgado em 20 de março aponta para uma redução de 2,9 % na produção de milho no Brasil quando comparado com o 3º levantamento, passando a previsão de 32,9 para 31,9 milhões de toneladas. A safra americana projetada para 2006 apresenta uma redução de área de aproximadamente 5 % em relação a 2005. Na Argentina a previsão de produção na safra 2005/2006 é de 15,6 milhões de toneladas. A safrinha brasileira na região Centro Sul projeta um plantio de 2,864 milhões de hectares superior ao 2,635 milhões de hectares cultivados no ano passado, garantindo assim uma produção semelhante à do ano anterior. O Estado de Minas, que nos últimos anos estava em escala ascendente de produção, este ano, por conta da estiagem, deverá apresentar uma redução em torno de um milhão de toneladas, produzindo cerca de 5,2 milhões de toneladas.

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PERSPECTIVAS EM 2006 Pelos números descritos a produção brasileira e o consumo estimado no mercado nacional deverão manter-se em equilíbrio, no patamar de 40 milhões de toneladas. As reações que poderão beneficiar os envolvidos com a cadeia produtiva do milho estarão condicionadas a diversos fatores como: deslocamento geográfico da produção, intervenção do estado no financiamento e comercialização do produto, custos dos insumos, uso da biotecnologia como novo paradigma tecnológico, expansão do consumo interno em substituição aos entraves provocados pela gripe aviária, inserção no mercado internacional via criação de Consórcios e Condomínios de produtores para exportação e também pelo uso de milho na produção de etanol nos Estados Unidos e, principalmente, pela recuperação da economia brasileira através de um crescimento superior aos praticados nos últimos anos. SITUAÇÃO DA COLHEITA DA SAFRA DE VERÃO E PLANTIO DA SAFRINHA O Brasil já está com 65,5 % de sua produção colhida. Em Minas Gerais cerca de 25 % da área já estão colhidos. A área de plantio de safrinha já está concluída em 92,6 % da previsão para este ano. Fonte: Safras & Mercado, CONAB, Comitê Gestor de Grãos /SEAPA

Luiz Fernando Ferreira

E-mail: divinó[email protected].: (37) 3214-3800

SOJA PRODUÇÃO MENOR, MAS AINDA RECORDE O acompanhamento da colheita está permitindo a visualização de indicativos mais seguros sobre a dimensão da safra brasileira de soja, fato que tem propiciado identificar uma redução de área, produtividade e, conseqüentemente, produção com relação a estimativas anteriores, principalmente nos estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Goiás que sofreram problemas climáticos tanto de estiagens como de excesso de chuva. Mas, mesmo com os novos números, a produção prevista de 55.904 mil toneladas para uma área de 21.978 mil hectares e uma produtividade de 2.544 kg/ha, aponta para uma safra 6% maior que a do ano passado. Estes números, comparados com a safra anterior, representam uma redução de área da ordem de 6% mas um incremento na produtividade de 10%.

Comparativo de Área e Produção entre as duas últimas safras

Área Produção Região

Mil ha 2006/ 2005 (%)

2006/ Mil t 2005 (%)Sul 8.235 - 5 19.350 + 49 Centro-Oeste 10.057 - 6 27.270 - 7 Sudeste 1.710 - 10 4.340 - 12 Minas Gerais 1.040 - 7 2.600 - 17 Nordeste 1.470 + 2 3.600 - 13

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Norte 506 - 4 1.344 - 8 Brasil 21.978 - 6 55.904 + 6

Adaptado de Safras & Mercado

COLHEITA EM RITMO NORMAL

A colheita está sendo processada em toda a região produtora do país, já alcançando mais de 50% da área plantada e que corresponde a uma média considerada normal com relação aos anos anteriores. A ocorrência de chuvas em alguns estados como Minas Gerais, Mato grosso do Sul e Goiás, tem atrasado um pouco os trabalhos. Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo já colheram em torno de 80% das produções; Goiás em torno de 50% e os estados de Minas Gerais, Bahia, Santa Catarina e Rio Grande do Sul ainda estão na faixa de 10% de área colhida. CONJUNTURA A oscilação no valor do Real frente ao Dólar ocorrida nas últimas semanas e a demissão do Ministro da Fazenda e a entrada de seu substituto, que aparentemente, através da mídia, teriam pontos de vista diferentes com relação aos juros, trouxeram no seu bojo certa inquietação especulativa que foi alimentada, ainda, por vários outros indicativos como alterações de preços na Bolsa de Chicago, certo interesse no mercado comprador externo e a espera pela divulgação do relatório do USDA sobre a intenção de plantio da nova safra norte-americana. Como já sugerido em relatórios anteriores, estas altas circunstanciais de preços devem ser aproveitadas pelos produtores para comercializar parte da safra e assim mitigar os tempos difíceis que o produto está passando com relação a preços remuneradores. Mais ainda considerando indicativos de redução no consumo mundial de farelo e óleo, o que traz como conseqüência um acréscimo no volume dos estoques, aumentando assim a perspectiva de queda de preços do produto. No mercado externo, a soja, pelo segundo ano consecutivo, perde participação na pauta de exportação, sendo 5,7% no ano passado e a previsão de 3,5% para esta safra, havendo principalmente uma tendência para um avanço na venda de grãos e um recuo na de farelo e óleo. Holanda e China são os maiores compradores da soja em grão brasileira, Holanda e França com relação ao farelo e a China e Índia com relação ao óleo. PREÇOS No final de março os preços praticados foram de R$ 27,00 em Ponta Grossa - PR, de R$ 20,50 em Rondonópolis - MT e R$23,50 em Uberlândia – MG. Fonte: Safras & Mercado, CONAB, EMATER-MG.

Willy Gustavo De La Piedra Mesones E-mail: [email protected]

Tel.: (34) 3338-5100

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TOMATE Excepcionalmente não apresentamos, neste número, o informativo conjuntural da cultura do tomate.

BOI GORDO PREÇOS PRESSIONADOS Depois de permanecerem estáveis durante, praticamente, quase toda a primeira quinzena de março/06 (Gráfico 1), os preços da arroba do boi gordo apresentaram uma tendência de queda durante toda a segunda quinzena, e uma “ligeira” recuperação e estabilidade, durante a última semana. No geral, a queda foi de R$1,30 por arroba, 2,6%, ou seja, de R$50,10 para R$ 48,80 (Atenção: preços base para o Estado de São Paulo). Considerando-se que estamos no período considerado de safra, ou seja, de maior oferta de animais para abate, este cenário pode ser considerado “menos grave”, dentro do esperado para esta época do ano. O fato “positivo” foi a sinalização de “recuperação” durante a última semana do mês.

Gráfico 1 - Indicador Esalq/BM&F do Boi gordo, à vista – 10 a 31.03.2006

48,70

48,90

49,10

49,30

49,50

49,70

49,90

50,10

50,30

10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

R$/@

MERCADOS REGIONAIS Para o boi rastreado, o quadro a seguir mostra as cotações da arroba do boi gordo em três grandes praças produtoras do Brasil: Triângulo Mineiro (MG), Araçatuba (SP) e Campo Grande (MS), em 31 de Março de 2006. Valores brutos, descontar 2,2% de INSS. Prazo para pagamento sete dias.

Valor (R$/arroba) Índice Região

(%) Mínimo Máximo Médio Triângulo Mineiro - MG 52,00 52,00 52,00 116,59 Araçatuba - SP 50,00 50,15 50,03 112,17 Campo Grande - MS 44,00 45,00 44,60 100,00

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Fonte: GAZETA MERCANTIL, pesquisa ESALQ, Piracicaba – SP. Com relação aos preços médios de 06 de março/06, observou-se que houve na região do Triângulo uma “recuperação” (alta) de R$ 2,50 por arroba (5%), e em Araçatuba-SP de cerca de R$ 0,50 (1%). Já em Campo Grande - MS as cotações tiveram “queda” de R$ 4,00 por arroba (- 1%), provavelmente reflexo ainda da ocorrência de focos de aftosa naquele estado. Detalhe importante: Cotações para macho castrado, rastreado, bem acabado (gordo), com peso vivo mínimo de 450 kg e máximo de 550 kg, e idade máxima de 42 meses (seis dentes definitivos). Portanto, animais de qualidade. Durante o mês de março/06, novamente as cotações da arroba de boi gordo estiveram cerca de R$2,00 mais altas na região do Triângulo Mineiro, em comparação com o Araçatuba - SP. Antes da recente ocorrência dos focos de aftosa no Mato Grosso do Sul, o estado de São Paulo sempre apresentou as maiores cotações para a arroba do boi gordo a nível nacional. Atualmente, os melhores preços pagos ao pecuarista estão sendo identificados na região do Triângulo Mineiro, segundo levantamentos feitos pela ESALQ (Escola Superior de Agricultura Luiz Queiroz de Piracicaba-SP).

Gráfico 2 - Mercado Regional Comparativo 28 Fevereiro 2006 - 31 Março 2006

52

49,5

50,0349,5

44,645

4041424344454647484950515253

fev/06 mar/06

Triângulo-MGAraçatuba-SPC. Grande-MS

BEZERRO DE CORTE Ainda segundo levantamentos da ESALQ, na região de Campo Grande – MS, as cotações do bezerro de corte (machos desmamados, peso vivo mínimo de 170 kg, raça nelore ou anelorados) apresentaram uma tendência de queda durante quase todo o mês de março e recuperação durante a última semana (gráfico 2). Esta queda foi de R$2,00 por cabeça, cerca de 1% (um por cento), com cotações variando de R$ 336,50 e R$338,50, por bezerro. O que corresponde a valores próximos a R$ 60,00 por arroba de bezerro para uma região em que a cotação da arroba de boi gordo variou de R$44,00 a R$45,00 (ver quadro).

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Gráfico 3 - Indicad or de Preço a Vista Esalq/BM&F do Bezerro - Mar.20 06

336,0

336,5

337,0

337,5

338,0

338,5

339,0

10 12 14 16 18 20 2 2 2 4 26 2 8 3 0

CENÁRIO SAFRA E ENTRESSAFRA Durante o mês de março/06 as cotações “projetadas” pelo Mercado Futuro do Boi Gordo da BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros) apresentaram poucas alterações. Para os próximos meses (março/06 a maio/06), considerados de SAFRA (maior oferta) as cotações inicialmente apresentaram-se em queda e depois se mantiveram com valores entre R$48,50 e R$50,50. Já para as cotações consideradas de ENTRESSAFRA (julho a outubro), o preço da arroba mostra uma “recuperação” a partir de julho (próximo a R$54,00) e as melhores cotações durante os meses de outubro a dezembro/06 (entre R$58,50 e R$59,00). NOTA: Um acompanhamento diário deste Mercado Futuro do boi gordo pode ser feito pelo site www.bmf.com.br , cotações agropecuárias, boi e bezerro. A grande expectativa do setor, pelo menos do pecuarista, é saber se haverá, de fato, esta “recuperação” de preços dos atuais R$50,00 para R$ 60,00, cerca de R$10,00 por arroba (20%), nos próximos seis meses, de abril a outubro de 2006. Esta expectativa de “RECUPERAÇÃO” é em função dos preços alcançados na safra de 2004/2005, quando a arroba chegou a R$60,00 – R$62,00, conforme mostramos nos “Informativos Conjunturais” anteriores. Portanto, “fiquem atentos” e VAMOS ACOMPANHAR!

José Alberto de Ávila Pires [email protected]:

Marcos Melo Meokarem [email protected]

Tel.: (31) 3349-8272

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FRANGO E OVOS COMÉRCIO MUNDIAL DE AVES Mesmo reconhecendo que os atuais episódios da Influenza Aviária afetarão o comércio mundial de frangos no corrente ano, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), ainda acredita que as exportações mundiais do produto encerrarão o exercício com resultado positivo em relação a 2005. E embora tenha havido uma redução nas projeções anteriores (outubro de 2005), em mais de 5%, a previsão é de que os principais exportadores de carne de frango ampliarão suas vendas externas em quase 5,5%, ultrapassando a casa dos 7 milhões de toneladas. Mas não é só isso. Nas expectativas do USDA, em vez do frango, as exportações de carne bovina é que sofrerão redução em 2006, caindo (dados preliminares), de 7,043 milhões de toneladas no ano passado para 6,894 milhões de toneladas neste ano. Assim, pela primeira vez na história, o comércio mundial de carne de frango poderá superar o de carne bovina. Em síntese, as previsões da agricultura norte-americana em relação à avicultura não são muito diferentes daquelas divulgadas pela FAO no final de fevereiro. E, como aponta o USDA, os resultados positivos estarão concentrados em quatro países – Argentina, Brasil, China e Tailândia. Em relação ao Brasil, o Departamento prevê que as exportações de carne de frango somarão 2,9 milhões de toneladas, volume 4,61% inferior ao projetado em outubro de 2005, mas ainda 5,88% maior que o efetivamente alcançado em 2005. Fonte: Avisite ALOJAMENTO DE PINTOS PARA POSTURA Levantamento da União Brasileira de Avicultura (UBA) indica que, em fevereiro, foram alojados no Brasil perto de 5,5 milhões de pintos comerciais de postura (76% para a produção de ovos brancos), representando um aumento de 3,92% sobre fevereiro de 2005. Em dois meses, o total alojado no país soma 11,188 milhões de pintos comerciais de postura. Esse volume corresponde a um aumento de 3,52% sobre o mesmo bimestre de 2005. Por ora, apesar da crise da avicultura, o alojamento acumulado em 12 meses (março de 2005 a fevereiro de 2006) é quase 14% superior ao registrado nos 12 meses imediatamente anteriores, chegando a superar em meio por cento (0,5%), o total alojado em 2005. Fonte: Avisite COPA DO MUNDO SEM FRANGO. PODE? A notícia deve ter desdobramentos. E, com certeza, desmentidos. Mas uma agência de notícias internacional divulgou que “os serviços de refeições prontas da Copa 2006 não oferecerão pratos com carne de ave nos estádios como forma de evitar a propagação da gripe aviária”. Naturalmente, os protestos, vindos principalmente da avicultura, começaram de imediato na própria Alemanha onde a Copa será realizada. Aguardam-se, agora, os desmentidos da FIFA a esse verdadeiro absurdo. Mesmo porque, em qualquer campeonato de futebol, a presença do frango é indispensável. A menos que mudem as regras e se eliminem os goleiros.

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PRODUÇÃO DE MILHO CRESCE 17% NA SAFRA DE VERÃO A produção brasileira de milho, na safra principal, mesmo apresentando uma redução de 2,9% em relação ao que havia sido previsto no levantamento anterior (em fevereiro), deve registrar um aumento próximo de 17% alcançando os 31,9 milhões de toneladas neste ano. A expansão, no entanto, se concentra quase que totalmente na região Sul, a maior produtora do País, já que as regiões Norte, Nordeste e Sudeste devem apresentar resultados negativos em relação a 2005 e na região Centro-Oeste o incremento previsto não chega aos 8%. Fonte: Avisite

Variação nas cotações de frangos (R$/kg)

Atacado FOB Granja Produto28/02/06 31/03/06

Peito Resfriado. 2,70 2,40 Coxa Resfriada. 2,20 1,80 Frango Vivo c/ ICMS. 1,50 1,33 Frango Vivo s/ ICMS. 1,39 1,25

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Frango Abatido Inteiro. 1,90 1,40 Asa Resfriada. 2,50 1,80 Filé de Peito Resfriado. 5,10 4,50 Frango Vivo - Integração 1,10 0,70

Fonte: AVIMIG

Variação nas cotações de ovos

Valor R$/ cx. 30 dz.Ovos

31/03/06 28/02/06 Ovos Extra 33,00 29,00 Ovos Grandes 32,00 28,00 Ovos Médios 31,00 27,00 Ovos Pequenos 29,00 25,00 Ovos Vermelhos. 36,00 34,00

Fonte: AVIMIG

Variação nas cotações de aves de descarte

Atacado Fob/Granja (R$/kg)Aves de descarte

31/03/06 28/02/06 Poedeira Vermelha 0,65 0,14 Poedeira Branca 0,35 0,30 Matrizes de Corte 0,55 0,20

Fonte: AVIMIG TENDÊNCIAS DA AVICULTURA Comparativamente a janeiro de 2006, o volume ofertado em fevereiro sofreu um recuo aparente de 13,10%. Isto significa uma queda em fevereiro comparativamente a janeiro de apenas 3,78%. No entanto, esta é uma tendência que deve permanecer e agravar-se em função da gripe das aves. Fonte: Avisite Apesar da vontade do produtor de ovos, de olho na virada do mês e em plena Quaresma, os preços ainda não conseguem suporte para iniciar sua tão esperada recuperação. Tudo indica que na entrada de um novo mês, as ofertas continuarão excessivas. Fonte: Mercadodoovo

Dirceu Alves Ferreira [email protected]:

Tel.: (31) 3349.8272

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SUINO Segundo dados da e SECEX ABIPECS, as exportações brasileiras de carne suína, em janeiro de 2006, alcançaram um volume de 36.305 toneladas, 3,3% a menos que no mesmo mês de 2005. No acumulado dos últimos 12 meses, o volume exportado atingiu 624,1 mil toneladas, ante 526,4 mil toneladas em igual período anterior, representando um crescimento de 18,6%. No entanto, os representantes comerciais da União Européia, reunidos no Rio de Janeiro, acreditam que não se conseguirá grandes avanços nas negociações comerciais globais. O encontro do Rio é parte dos esforços dos 149 países da Organização Mundial do Comércio (OMC) para definir, até 30 de abril, uma redução de alíquotas para o comércio de bens agrícolas e manufaturados, assim como o corte dos subsídios agrícolas. O Brasil, maior potência econômica da América do Sul, pressiona a UE para que reduza drasticamente suas barreiras agrícolas, enquanto o bloco europeu pede a Brasília um maior acesso ao mercado local de bens industriais e serviços. RÚSSIA LEVA SETOR DE EXPORTAÇÃO DE CARNES AO FUNDO DO POÇO Sem os russos no mercado, os preços desabam. As exportações de carne suína recuaram 40% na primeira quinzena de março em relação às do mesmo período de fevereiro. Os estoques crescem e os armazéns especiais para estocagem já não têm mais espaço. As carnes começam a ser estocadas em contêineres de carretas. Segundo Pedro Camargo Neto, presidente da Abipecs (Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína), essa situação é provocada quase que exclusivamente pelo embargo russo. O excesso de carne suína no mercado interno devido aos embargos acontece em decorrência da febre aftosa no Mato Grosso do Sul e no Paraná. Para Camargo, "o embargo russo não tem lógica e sua continuidade desestabilizará o setor, principalmente o de carne suína, que cresceu exatamente para atender à demanda russa". Ele cita o exemplo do Rio Grande do Sul, mercado que nunca poderia ter sido fechado pelos russos, não só pelas regras da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e da Organização Mundial do Comércio (OMC), mas também devido ao protocolo sanitário assinado por Brasil e Rússia. Dos 4,9 milhões de toneladas de carnes exportadas pelo Brasil no ano passado, um quinto foi para a Rússia. As receitas somaram US$ 7,8 bilhões, sendo US$ 1,6 bilhão da Rússia. O setor mais dependente é o de suínos. Das 625 mil toneladas exportadas em 2005, 404 mil (65%) tiveram como destino aquele país. Com a porteira externa fechada, os preços desabam. Acompanhamento diário da Folha de São Paulo mostra que, do início de 2005 até agora, o preço da carne suína caiu 60% no mercado paulista; o da de frango, 56%; e o da bovina, 23%. SUINOCULTOR QUER SELO DE QUALIDADE Os suinocultores de Minas Gerais vão dar ênfase aos programas de certificação e rastreabilidade, buscando ainda, entre outros benefícios, o suporte do crédito rural para fortalecer a atividade e ter mais condições de alcançar o mercado internacional de alimentos, além de agregar valor à demanda interna. Esses objetivos foram definidos pela Câmara Técnica de Suinocultura do Conselho Estadual de Política Agrícola (Cepa), por causa do alto nível de exigência dos compradores mundiais com relação à qualidade dos alimentos.

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De acordo com o Secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Silas Brasileiro, a busca da certificação e da rastreabilidade integra a suinocultura no esforço do governo de Minas Gerais para consolidar a política de segurança alimentar. "A garantia da qualidade em todos os estágios da cadeia produtiva é de fundamental importância para a agregação de valor ao produto", enfatiza.

Cotações Suíno - 21/03/2006

Região (R$/kg)SP 1,60 RS 1,59 SC 1,60 PR 1,57 a 1,60 MS 1,45 a 1,60 MT 1,30 GO 1,90 a 2,00

Relação preço de suíno – 2006

R$/kg de Cevado

R$/kg de Cevado

Data

Data

Diferido/ Tributado/ Bolsa de BH Referência

05/01 2,17 05/01 2,60 12/01 2,00 12/01 2,40 19/01 2,00 19/01 2,40 26/01 1,65 26/01 1,98 Média Jan. 1,96 Média Jan. 2,3502/02 1,80 02/02 2,16 09/02 2,00 09/02 2,40 16/02 2,20 16/02 2,64 23/02 2,20 16/02 2,64 Média Fev. 2,05 Média Fev. 2,46

TENDÊNCIAS DA SUINOCULTURA O mercado praticou no dia 30/04, pela manhã, venda em R$ 1,39 a R$ 1,44/kg = R$ 26,00 a R$ 27,00/arroba. A indignação por parte dos produtores está chegando ao limite. Frigoríficos que mostravam "satisfação" pela queda nos preços, agora demonstram também preocupação na viabilidade econômica de sua estrutura. Enfim, preço baixo é suicídio coletivo.

Dirceu Alves Ferreira E-mail: [email protected]

Tel.: (31) 3349.8272

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LEITE Foi lançado no dia 21 de março, na SEAPA-MG, o Centro de Inteligência do Leite (CILEITE). Projeto integrante do Programa Minas Leite, o centro tem como finalidade fortalecer a pecuária leiteira em todo o Estado através da difusão de informações. Isso irá possibilitar estudos e análises para definição de políticas públicas visando o desenvolvimento sustentável do agronegócio do leite. Mais uma boa notícia para o agronegócio foi a assinatura, pelo Presidente da República, do decreto regulamentando a Lei 9.712, que trata do fortalecimento da defesa agropecuária e institui o Sistema Unificado de Atenção à Saúde Agropecuária. O sistema coordenará as ações de fiscalização sanitária vegetal e animal, permitindo aos governos federal, estaduais e municipais reforçar a atuação nessas áreas. A medida, segundo o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, permitirá ao Brasil modernizar as normas de sanidade animal e vegetal para oferecer maior segurança alimentar aos consumidores, atendendo às exigências do mercado, e contribuirá para aumentar as exportações do agronegócio brasileiro (Fonte: Mapa). MERCADO Os preços pagos aos produtores em março - referente ao leite entregue em fevereiro - subiram 3,92% em relação aos valores de fevereiro deste ano, com o litro do leite tipo C cotado na média (ponderada) a R$ 0,4491. Analisando apenas os movimentos de fevereiro de 2006 (pagamento ao produtor feito em março), constata-se que os preços variaram mais intensamente que a diminuição do volume captado. De acordo com pesquisadores do Cepea, houve um aumento na demanda de leite por parte das indústrias de alimentos – nacionais e multinacionais – uma vez que os preços dos lácteos no mercado internacional estão elevados. Ocorreu também diminuição do volume ofertado, conforme apontado pelo ICAP-L/Cepea, o que reforça os motivos para as altas verificadas em janeiro e em fevereiro. Os produtores têm se deparado com um cenário pouco favorável. Apesar das chuvas abundantes em todas as bacias leiteiras, que ajudam na produção das pastagens, em muitos casos, é necessária uma suplementação à dieta com concentrados. Contudo, os baixos preços recebidos em dezembro e em janeiro fizeram com que muitos produtores contivessem os custos de produção diminuindo, e até mesmo cortando, o uso do concentrado para as vacas. Em março, o preço do leite pago ao produtor registrou grandes reajustes no estado de Goiás (12,62%). Em São Paulo e em Minas, as altas foram menores, na casa de 2%. Preços do leite pago aos produtores – Cotações nas principais indústrias e cooperativas

do Estado de Minas Gerais – Março/2006– R$/litro

Tipo C Tipo B Região Mínimo Máximo Mínimo Máximo

Sul 0,29 0,60 0,42 0,63 Triângulo/Noroeste 0,23 0,58 - - Zona da Mata 0,25 0,58 - -

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Norte/Nordeste 0,23 0,50 - - Centro 0,25 0,52 - -

Fonte: EMATER-MG TENDÊNCIAS As expectativas para o setor lácteo em 2006 começam a melhorar. O aumento da renda da população, bem como o das exportações, estão gerando ligeiro otimismo no setor para este período de entressafra. A tendência é de melhora no preço do leite nos próximos meses.

Cinthya Leite Madureira de Oliveira

E-mail: [email protected] Tel.: (31) 3349 8234

PEIXE PANORAMA Estamos vivendo um momento bastante delicado no setor agropecuário. Na agricultura, houve um aumento da produção de milho comparando com o mesmo período do ano passado, porém os preços baixos do produto vem desestimulando os produtores. No setor da pecuária, o mercado internacional da avicultura, vive uma série crise com o aparecimento do vírus causador da gripe do frango, registrando-se números negativos com relação às exportações. Uma das alternativas de amenizar uma crise é a diversificação de atividades, que, em alguns casos, serve de salvação para os produtores rurais. A piscicultura é uma dessas alternativas, proporcionando, de forma eficiente, renda e emprego no campo, aferindo ao produtor uma melhoria bastante importante do ponto de vista sócio-econômico. O cultivo de peixe exige poucos investimentos, podendo-se aproveitar estruturas já existentes na propriedade rural, como açudes e represas, que servirão de suporte à produção. Na região sul de nosso Estado, foram implantadas seis Unidades de produção de peixes em sistema super-intensivo. Em todos os casos houve um retorno liquido de 23% a 45% com o cultivo da tilápia, espécie que ocupa a terceira maior produção mundial da aqüicultura. MERCADO O mercado para peixe continua em franco crescimento. Estamos nos deparando com a falta de matéria-prima e os frigoríficos estão tendo que buscar o peixe em regiões distantes, e a importação bate números recordes. Estamos nos aproximando do melhor período do ano para o comércio de peixe e o que se vê são sistemas de produção operando com capacidade mínima, o que, com toda certeza, deverá elevar o preço final do produto. Comparando-se com os preços praticados em fevereiro, o preço médio pago ao produtor se elevou em março. O peixe vivo da espécie tilápia ficou em torno de 3,50 a R$ 4,00/kg e o filé a R$ 12,00/kg. Os peixes redondos, vivos, como o Pacu, Matrinchã e Tambaqui tiveram seus preços cotados, em média, de 4,50 a R$ 5,00/Kg. Já a truta (peixe de clima temperado) ficou,

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em média, de 4,50 a R$ 5,00/kg do peixe vivo. Agregando valor à truta com a utilização de defumação, este peixe pode chegar a R$ 18,00/kg. O Surubim e o Dourado, considerados peixes de carne nobre, o preço variou entre 9,00 e R$ 10,00/kg, peixe vivo. TENDÊNCIAS Com aproximação da Semana Santa os preços tendem a subir pelo crescimento da demanda e pouca oferta do produto. A tendência é de haver um aumento no valor da carne de peixe entre 20 e 45%.

Frederico Ozanam de Souza E-mail: [email protected]

Tel.: (35) 3522 1166

PREÇOS MÉDIOS RECEBIDOS NAS CEASAs

Produto Unidade MG SP RJ ES

Abacate 20 kg 7.00 8.00 14.00 10.00Abacaxi dz 25.00 29.00 36.00 18.00Abóbora Italiana 18 kg 9.00 22.00 20.00 8.00 Abóbora Menina 18 kg 9.00 11.00 20.00 8.00 Alface dz 6.00 4.00 5.00 6.00 Alho Brasileiro 10 kg 43.00 53.00 50.00 23.00Banana Nanica 18 kg 11.00 10.00 14.00 8.00 Banana Prata 18 kg 16.00 24.00 25.00 11.00Batata 50 kg 68.00 79.00 80.00 75.00Batata-doce 22 kg 17.00 13.00 18.00 12.00Berinjela 12 kg 8.00 8.00 18.00 3.00 Beterraba 22 kg 15.00 14.00 22.00 9.00 Cebola 20 kg 14.00 14.00 20.00 16.00Cenoura 22 kg 16.00 27.00 25.00 19.00Chuchu 22 kg 7.00 8.00 10.00 3.00 Couve-flor 06 unid. 13.00 10.00 9.00 9.00 Inhame 20 kg 14.00 19.00 20.00 11.00Jiló 16 kg 10.00 21.00 18.00 8.00 Laranja 22 kg 16.00 26.00 24.00 28.00Limão Tahiti 20 kg 6.00 9.00 13.00 9.00 Mamão Formosa 18 kg 18.00 15.00 22.00 ----- Mamão Havaí 8 kg 12.00 16.00 11.00 10.00Mandioca 22 kg 8.00 10.00 15.00 9.00 Mandioquinha 22 kg 28.00 46.00 35.00 35.00

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Manga 6 kg 10.00 10.00 6.00 9.00 Maracujá 14 kg 25.00 31.00 27.00 24.00Melancia kg 0.50 0.78 1.20 0.50 Milho Verde 25 kg 5.00 7.00 8.00 7.00 Moranga 25 kg 9.00 18.00 15.00 16.00Ovos de granja 30 dz 29.00 33.00 30.00 27.00Pepino 21 kg 7.00 11.00 14.00 8.00 Pimentão 10 kg 8.00 11.00 15.00 5.00 Quiabo 14 kg 9.00 15.00 19.00 10.00Repolho 25 kg 10.00 11.00 14.00 3.00 Tangerina Ponkan 15 kg 10.00 18.00 24.00 ----- Tomate Longa Vida 22 kg 13.00 36.00 20.00 13.00Tomate Maçã 22 kg 15.00 62.00 ----- ----- Uva Itália 6 kg 13.00 15.00 11.00 20.00Vagem 13 kg 15.00 28.00 32.00 13.00

Datas das S 08/03/2006 - MG 07/03/2006 - RJ 07/03/2006 - SP 07/03/2006 Datas das atualizações de preços: SP 30.03.06, MG, ES e RJ 31.03.06. Fonte: CEASAMINAS

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PREÇOS MÉDIOS RECEBIDOS PELOS AGRICULTORES – Período de coleta: 01 a 31 de março/2006

Produtos

Unidade

I Central

II Mata

III Sul

IV Triân- gulo

V Alto

Para- naíba

VI Centro- Oeste Minas

VII Noro-este

VIII Norte

de Minas

IX Jeq./

Mucuri

X Média Rio das

Doce Regiões

Arroz Agulhinha Saca 60 kg 28,00 22,80 23,00 24,60 Arroz Sequeiro Saca 60 kg 22,00 21,00 19,00 20,67 Bezerro Mestiço Cabeça 310,00 277,00 380,00 322,33 Bezerra Mestiça Cabeça 225,00 300,00 235,00 330,00 272,50 Bezerro Nelore Cabeça 345,00 300,00 293,00 312,67 Bezerra Nelore Cabeça 260,00 256,67 250,00 255,56 Boi Gordo Nelore Arroba 48,25 51,00 40,00 45,00 44,00 42,00 45,04 Café Arábica Saca 60 kg 244,86 261,25 254,17 255,00 253,82 Feijão Carioca Saca 60 kg 91,67 87,50 86,67 94,17 99,17 91,84 Milho Saca 60 kg 14,19 13,00 14,09 16,00 14,50 20,00 15,30 Soja Saca 60 kg 23,00 21,50 22,25

Fonte: EMATER-MG Elaboração: CIAGRO/EMATER-MG Descrição: Algodão Pluma Tipo (6) Fibra Longa em arroba (15 kg); Arroz Sequeiro com grãos acima de 45% de inteiro sc 60 kg; Arroz Agulhinha com grãos acima de 50% de inteiro sc 60 kg; Café Beneficiado Arábica Tipo (6) bebida dura para melhor em sc 60 kg. Todos livres de ICMS e INSS, postos na sede do município produtor. Região Central e Zona da Mata, sem informação.

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