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Informe Empreender - Revista Globo Rural - Outubro 2013

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Tema: Qualidade Reconhecida

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Page 1: Informe Empreender - Revista Globo Rural - Outubro 2013

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OUTUBRO/2013 – SEBRAE.COM.BR – 0800 570 0800

QUALIDADE RECONHECIDACom apoio do Sebrae, produtores de cachaça da região de Salinas conquistam selo de Indicação Geográfica de Procedência

Aunião dos produtores de cachaça artesanal da região de Salinas, no Norte de Minas, está ren-dendo bons frutos. Unidos, eles passaram a rece-ber apoio técnico do Sebrae e melhoraram todo

o processo de fabricação. Desde a escolha da variedade de cana-de-açúcar mais adequada à produção da bebida até a comercialização e distribuição do produto. As medidas repercutiram no aperfeiçoamento da qualidade da bebida. Ao mesmo tempo, aumentaram o interesse de oportunistas. Há comerciantes que vendem cachaça de outros lugares como sendo de Salinas. Há produtores que fabricam pelo processo industrial e comercializam o produto como se fosse artesanal.

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Page 2: Informe Empreender - Revista Globo Rural - Outubro 2013

EMPREENDER2INFORME SEBRAE. Presidente do Conselho Deliberativo Nacional: Roberto Simões. Diretor-Presidente: Luiz Barretto. Diretor-Técnico: Carlos Alberto dos Santos. Diretor de Administração e Finanças: José Claudio dos Santos. Gerente de Marketing e Comunicação: Cândida Bittencourt. Edição: Ana Canêdo, Antônio Viegas. Fone: (61) 3348-7494

POR MEIO DO PROJETO, QUE COMEÇOU EM 2008, SÃO REALIZADAS CAPACITAÇÕES, CONSULTORIAS E OUTRAS AÇÕES. GRAÇAS A ESTA PARCERIA, A QUALIDADE DA CACHAÇA DE SALINAS FOI APERFEIÇOADA E OS PRODUTORES SE PREPARAM PARA AMPLIAR MERCADO

CRES CIMEN TO

TradiçãoO cuidado é para resguardar a cachaça de alambique de Salinas, bebida que fez a cidade conhecida internacional-mente. Inclusive, desde 2002, a cidade sedia o Festival Mundial da Cachaça. Não por acaso, a bebida é a segunda maior fonte de renda do município, só perdendo para a indústria da cerâmi-ca. Tudo começou na década de 40 com o lendário Anísio Santiago, que faleceu em 2002. Ele foi o produtor que colocou Salinas no mapa e abriu caminho para dezenas de outros se-guirem seus passos. A cidade hoje tem 40 mil habitantes e mais de 70 marcas de cachaça.

Na região predomi nam os peque-nos produtores, a maioria agricultores familiares que vivem da produção da bebida. No caso da família de Eilton Santiago, associado da Apacs e fabri-cante da cachaça Canarinha, eles são em seis pessoas e possuem 9 hectares. Segundo ele, as condições de terra e clima da cidade favorecem a qualidade do produto. “Nosso solo é mais arenoso e não temos tanta chuva, então a cana tem um alto teor de açúcar e a cachaça sai melhor”, explica.

Na parte agrícola, a Apacs tem o suporte técnico do Instituto Federal do Norte de Minas, da Universidade Fede-ral de Ouro Preto (Ufop) e da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Ru-ral (Emater – MG). Nessas institui ções, há vários pesquisadores analisando o

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A forma encontrada para driblar o problema foi entrar com o pedido de In-dicação Geográfica de Procedência (IGP) no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Para isso, a Associação dos Produtores Artesanais de Cachaças de Salinas (Apacs), entidade que reúne 25 produtores de Salinas, Taiobeiras, Novorizonte, Rubelita, Fruta de Leite e Santa Cruz de Salinas, contou com o apoio do Sebrae. “O registro da IGP atesta que uma série de critérios foram respeitados durante o processo de fabri-cação do produto, sendo, por isso, uma garantia para o consumidor, que tem a segurança de adquirir marcas que pos-suam todos os atributos que se espera das cachaças de Salinas. É um meca-nismo para agregar valor e diferenciar os produtos frente aos concorrentes”, diz Fernando Machado Ataide, do Sebrae em Minas Gerais.

A solicitação de IGP foi feita em 2009. Produtores associados da Apacs e não associados puderam se candida-tar para receber o selo. Um comitê jul-gador avaliou os inscritos e somente as empresas aprovadas seguiram no pro-cesso. A concessão saiu em julho deste ano e, a partir de janeiro, as cachaças da região sairão com o selo. “O consu-midor poderá conferir se a cachaça é autêntica. Ela virá com um código de segurança e ele poderá checar a pro-cedência”, diz Nivaldo Gonçalves das Neves, presidente da Apacs e produtor da cachaça Fascinação.

Eilton Santiago acredita que as distribuidoras autorizadas serão a redenção dos produtores

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ras e lojas especializadas em bebidas. Foram identificados 88 cidades e

um potencial para mais de 200 reven-das. Na região metropolitana de São Paulo, a ideia é que haja um distribui-dor a cada 2 milhões de habitantes. No restante do Brasil, o objetivo é ter um revendedor a cada 300 mil habitantes. Os polos turísti cos, cidades com poucos habitantes, mas com um fluxo grande de turistas, também serão contempla-dos. “Vai ser a redenção dos produtores, porque hoje há muita concorrência. O forte deles é produzir, não é comercia-lizar”, diz Eilton.

Nesta etapa, uma consultoria con-tratada pelo Sebrae está ajudando os associados na precificação do produto. Enquanto isso, os logotipos das cacha-ças estão sendo reformulados e o si-te da Apacs também. “Vai haver uma área dentro do site exclusiva para as revendas”, diz Neves. O projeto tam-bém contempla o consumidor final. Ao acessar o site, ele poderá colocar seu CEP e localizar a distribuidora mais perto dele.

Com isso ganham todos: produtor, consumidor e distribuidores. O pri-meiro porque terá um melhor retorno financeiro. O segundo pela segurança de saber que está comprando uma le-gítima cachaça da região de Salinas. O terceiro porque terá a exclusividade de venda da bebida da região. Conclusão: a expansão do mercado beneficiará to-dos os elos da cadeia. E

processo de produção de cachaça. “Eles indicam quais são as melhores varieda-des de cana-de-açúcar, as leveduras en-dêmicas da região, bem como maneiras de controlar substâncias indesejáveis na produção da bebida”, diz Neves. A finalidade é otimizar a produção e a qualidade. Segundo a Fundação de Apoio e Desenvolvimento da Educa-ção Tecnológica da Escola Agrotécnica Federal de Salinas (Fadetec), 53% dos produtores têm uma produtividade de cana satisfatória, acima de 50 tonela-das de cana por hectare. Mas 25% dos agricultores não alcançam 40 tonela-das por hectare, o que pode implicar na necessidade de compra da matéria--prima de terceiros.

Eilton produz 98% da cana que precisa, apenas 2% são comprados de outros agricultores. Ele é um dos 135 produtores beneficiados pelo projeto desenvolvido pelo Sebrae Minas, que já investiu cerca de R$ 1,9 milhão desde 2008. Os recursos foram destinados à estruturação da associação, diagnóstico dos canaviais, missões técnicas, partici-pação em eventos, consultorias, entre outras ações. “O acesso ao mercado e o posicionamento do produto precisam ser feitos por especialistas, e aí que en-tra o Sebrae”, diz Neves.

Viabilidade econômicaNo momento, a atenção dos associa-dos da Apacs está voltada para os dois programas em fase de implantação: o registro de Indicação Geográfica e as re-vendas autorizadas. Este último é uma maneira de viabilizar comercialmente a cachaça dos pequenos produtores. O Sebrae contratou uma consultoria que mapeou em todo o Brasil as distribuido-

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135PRODUTORES

SÃO BENEFICIADOS PELO PROJETO DO SEBRAE

Nivaldo Gonçalves das Neves, à frente da Apacs: produtor tem se dedicado a combater à falsificação e abrir mercado para o produto

SAIBA MAISwww.sebrae.com.br/setor/derivados-de-cana