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CENTRO UNIVERSITÁRIO SALESIANO DE SÃO PAULO
UNISAL – CAMPUS MARIA AUXILIADORA
Sergio Donisete Clauss
INTERDISCIPLINARIDADE: ESTUDO DE CASO DE UM PROJETO
APLICADO NO CURSO DE ANÁLISE E DESENVOLVIMENTO DE
SISTEMAS DA FACULDADE DE TECNOLOGIA DE INDAIATUBA
Americana
2016
Sergio Donisete Clauss
INTERDISCIPLINARIDADE: ESTUDO DE CASO DE UM PROJETO
APLICADO NO CURSO DE ANÁLISE E DESENVOLVIMENTO DE
SISTEMAS DA FACULDADE DE TECNOLOGIA DE INDAIATUBA
Dissertação de Mestrado apresentada como exigência parcial para a obtenção do título de Mestre em Educação à Comissão Julgadora do Centro Universitário Salesiano de São Paulo. Orientadora: Professora Doutora Sueli Maria Pessagno Caro
Americana
2016
Catalogação: Bibliotecária Mariana de Matos CRB- 8/9075
Centro Universitário Salesiano de São Paulo - UNISAL
C554i
Clauss, Sergio Donisete
Interdisciplinaridade: estudo de caso de um projeto aplicado
no curso de análise e desenvolvimento de sistemas da faculdade
de tecnologia de Indaiatuba / Sergio Donisete Clauss. – Americana:
Centro Universitário Salesiano de São Paulo, 2016.
162 p.
Dissertação (Mestrado em Educação). UNISAL – Centro
Universitário Salesiano de São Paulo.
Orientadora: Profa. Dra. Sueli Maria Pessagno Caro.
Inclui Bibliografia.
1. Interdisciplinaridade. 2. Projeto Pedagógico. 3. Práticas
Interdisciplinares. I. Título. II. Autor.
CDD – 370.7
SERGIO DONISETE CLAUSS
INTERDISCIPLINARIDADE: ESTUDO DE CASO DE UM PROJETO APLICADO NO CURSO DE ANÁLISE E DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS DA FACULDADE DE TECNOLOGIA DE INDAIATUBA.
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu do Centro Universitário Salesiano de São Paulo, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em Educação – área de concentração: Educação Sociocomunitária.
Linha de pesquisa: A intervenção educativa sociocomunitária: linguagem, intersubjetividade e práxis. Orientadora: Profa. Dra. Sueli Maria Pessagno Caro
Dissertação defendida e aprovada em 26 de agosto de 2016, pela comissão julgadora: __________________________________________ Profa. Dra. Sueli Maria Pessagno Caro – Orientadora Centro Universitário Salesiano de São Paulo – UNISAL
__________________________________________
Prof. Dr. Francisco Evangelista – Membro Interno Centro Universitário Salesiano de São Paulo – UNISAL __________________________________________ Prof. Dr. Claúdio Roberto Leandro – Membro Externo Centro Paula Souza (FATEC - Indaiatuba)
Agradecimentos
Agradeço, antes de tudo e por tudo, a Deus.
Agradeçoa minha família – Aristides, meu pai; Deonesia, minha mãe; Rosângela e
Telma, minhas irmãs; Aparecido, meu cunhado e Aaron, meu sobrinho - que
sempre me apoiou nas minhas decisões e nos estudos, pois, sem o seu apoio, não
seria possível chegar ao final dessa etapa.
Agradeço a minha orientadora, por suas contribuições nas aulas e pela dedicação
na orientação deste trabalho.
Aos demais professores do mestrado da Unisal, em especial aos professores
Francisco Evangelista, Maria Luísa Amorim Costa Bissoto, Severino Antônio Moreira
Barbosa, Renata Sieiro Fernandes,os quais foram meus mestres, que, além dos
conhecimentos e experiências transmitidas, foram amigos. Em especial, ao
professor Francisco Evangelista e ao Professor Cláudio Roberto Leandro, que
participaram da banca de qualificação e de defesa e muito contribuíram, com as
suas observações teórico-metodológicas para o desenvolvimento desta pesquisa.
Agradeço à Faculdade de Tecnologia de Indaiatuba - Fatec Indaiatuba – que
permitiu a realização deste trabalho. Aos professores, principalmente aos do curso
de Análise e Desenvolvimento de Sistemas, que, além de amigos, colaboraram com
o trabalho e se tornaram sujeitos da pesquisa.
Agradeço, em especial, a minha amiga e companheira de pesquisa Yara Brito
Brasileiro, por suas infinitas horas de dedicação para me ajudar nesta pesquisa
RESUMO
A complexidade existente na atualidade não possibilita que se pense o mundo organizado de forma linear. Por um lado, as inovações tecnológicas e as novas possibilidades de comunicação permitiram o estabelecimento de diferentes conexões e, por outro, geraram uma demanda pela resolução de problemas cada vez mais complexos. A educação profissional e tecnológica está inserida nesse contexto, pois é de sua responsabilidade formar profissionais com habilidade de aplicar conhecimentos de forma inovadora com o objetivo de resolver problemas no âmbito da sociedade. Entretanto, não é possível alcançar esse objetivo sem que se integre saberes oriundos de diferentes áreas do conhecimento e/ou de diferentes disciplinas. Disso resulta o questionamento do como ensinar e surge a discussão sobre a interdisciplinaridade. Considerando essas questões, o trabalho objetiva: conceituar interdisciplinaridade; verificar, na realização do Projeto Interdisciplinar do curso de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, qual a compreensão dos docentes da prática interdisciplinar; identificar, sob a perspectiva dos discentes, quais as contribuições que as práticas interdisciplinares tiveram para a realização da tarefa proposta; avaliar se os alunos, ao realizar o trabalho estabeleceram uma integração entre as disciplinas; avaliar se as práticas do projeto do curso permitem a construção de um projeto interdisciplinar. Como delineamento de pesquisa, adotou-se o estudo de caso, posto que se procura estudar em profundidade a realização do projeto. Como técnicas de coleta de dados foram realizadas entrevistas estruturadas com os docentes e aplicados questionários aos discentes. Também foi analisado o Manual do Projeto Interdisciplinar. Além disso, foi utilizada a técnica do focus group para obter informações a partir das percepções dos envolvidos no processo. A compreensão do conceito de interdisciplinaridade, sustentada na fundamentação teórica, possibilitou afirmar que a estrutura apresentada hoje no projeto analisado é interdisciplinar. Apesar de não teoricamente fundamentada, os professores compreendem interdisciplinaridade como integração. Tanto os docentes quanto os discentes, embora reconheçam limitações, consideram que há contribuições significativas na realização do projeto.Pode-se concluir que algumas condições estruturais e algumas práticas dificultam ou até mesmo limitam, mas não impedem que haja um trabalho interdisciplinar.
Palavras-Chave: Interdisciplinaridade. Projeto Interdisciplinar. Práticas interdisciplinares.
ABSTRACT
The complexity that exists in current times doesn’t allow for one to think of the organized world in a linear form. On one hand, technological innovation and the new possibilities in communication have permitted the establishment of different connections and, on the other hand, have generated the demand for the solving of increasingly complex problems. Technological and professional education is within this context, because it is its responsibility to produce professional with the ability to apply their knowledge in an innovative way, with the objective of solving problems in society. However, it’s not possible to reach this objective without integrating different breadths of knowledge from diverse areas of knowledge and/or from different studies. From this we reach a line of questioning regarding how to teach, and also the discussion around interrelated studies. Taking these matters into consideration, this essay has the following objectives: conceptualize interrelated academic studies; verify, by carrying out the Interdisciplinary Project of the course Systems Analysis and Development Technology, what is in fact teachers’ understanding of interrelated studies; identify, from the student’s point of view, what contributions interrelated studies had to the realization of the proposed task; evaluate if the student, whilst carrying out the project established an integration between studies; evaluate if the practices of the course’s project allowed the construction of an interdisciplinary project. As an outline of the study, a case study was taken, with the objective of deepening the study and reach of the project. With data capturing techniques, structured interviews were carried out with teachers and students with the use of questionnaires. The Interdisciplinary Project Manual was also analyzed. Beyond this, focus group methodology was used to obtain information based on the perception of those involved in the process. The comprehension of the concept of Interrelated or Correlated studies, based on theoretical grounding, made it possible to affirm that the structure presented in the project today is in fact interdisciplinary. Despite it not being based in theory, professors understand interrelated studies as integration. Both educators and pupils alike, although recognizing limitations, acknowledge that there are significant contributions in carrying out the project. It can be concluded that some structural conditions and some practices can complicate and even limit, but do not impede that an interdisciplinary study takes place.
Key words: Interrelated studies, Interdisciplinary projects, Interdisciplinary practices.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1: Gráfico referente ao recebimento do manual do PI ..................................................... 58
Figura 2:Gráfico referente a apresentação geral do PI ................................................................ 58
Figura 3: Disciplina que fez a apresentação geral do PI .............................................................. 59
Figura 4: Gráfico que representa a porcentagem de professores que apresentou o conteúdo
do PI ..................................................................................................................................................... 60
Figura 5: Relevância do PI para o aprendizado ........................................................................... 61
Figura 6: Relação direta das disciplinas com o projeto ................................................................ 61
Figura 7: Gráfico que representa as disciplinas que fazem parte do PI e têm relação direta 62
Figura 8: Gráfico que representa a integração entre as disciplinas ........................................... 63
Figura 9: Gráfico que representa a importância de todas as disciplinas para realizar o PI ... 64
Figura 10: Gráfico que representa o número de componentes por grupo ................................ 65
Figura 11: Gráfico dos alunos que cursam todas as disciplinas ................................................. 65
Figura 12: Gráfico da relação dos alunos que têm dificuldade de trabalhar em grupo ........... 66
Figura 13: Gráfico que representa a relação dos alunos que tiveram dificuldade de fazer o
trabalho em grupo .............................................................................................................................. 67
Figura 14: Gráfico que representa a estratégia a ser utilizada para desenvolver o PI ........... 68
Figura 15: Gráfico que representa as estratégias utilizadas no desenvolvimento do projeto 69
Figura 16: Gráfico da relação de alunos analisaram as disciplinas de forma isolada ............. 70
Figura 17: Gráfico de aprofundamento do conteúdo de sala de aula ........................................ 71
Figura 18: Gráfico sobre a compreensão dos conteúdos abordados em sala de aula ........... 72
Figura 19: Gráfico da aplicação da teoria ....................................................................................... 72
Figura 20: Gráfico sobre o relacionamento entre os alunos ........................................................ 73
Figura 21: Gráfico sobre a estratégia para se comunicarem ...................................................... 74
Figura 22: Gráfico que representa o relacionamento com os professores do projeto ............ 74
Figura 23: Gráfico sobre o grau de aproximação com os professores ...................................... 75
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Interdisciplinaridade Científica e Interdisciplinaridade Escolar ............................... 33
Quadro 2 - Relação dos cursos por cidade .................................................................................... 36
Quadro 3 - Estabelecimentos cadastrados na cidade de Indaiatuba ......................................... 40
Quadro 4 - Matriz Curricular do Primeiro Semestre ...................................................................... 43
Quadro 5 - Matriz Curricular do Segundo Semestre..................................................................... 43
Quadro 6 - Matriz Curricular do Terceiro Semestre ...................................................................... 44
Quadro 7 - Matriz Curricular do Quarto Semestre ........................................................................ 44
Quadro 8 - Matriz Curricular do Quinto Semestre ......................................................................... 44
Quadro 9 - Matriz Curricular do Sexto Semestre .......................................................................... 45
Quadro 10 - Vantagens e desvantagens da Técnica Focus Group ........................................... 53
SUMÁRIO
RESUMO ............................................................................................................................................... 6
ABSTRACT ........................................................................................................................................... 7
INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 10
CAPITULO I ......................................................................................................................................... 14
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................................................ 14
1.1 Multidisciplinaridade ................................................................................................................ 15
1.2 Pluridisciplinaridade ................................................................................................................. 16
1.3 Interdisciplinaridade ................................................................................................................. 17
CAPÍTULO II ....................................................................................................................................... 36
O CURSO ............................................................................................................................................ 36
2.1 Centro Paula Souza ................................................................................................................ 36
2.2 Fatec - Indaiatuba .................................................................................................................... 39
2.2.1 Curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas .................................................... 41
2.2.2 Projeto Interdisciplinar ..................................................................................................... 45
CAPÍTULO III ...................................................................................................................................... 46
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ....................................................................................... 46
3.1 O papel dos procedimentos metodológicos......................................................................... 46
3.2 Fundamentos teóricos do delineamento da pesquisa e da coleta e análise de dados 46
3.3 Delineamento da pesquisa: estudo de caso ........................................................................ 47
3.3 Os sujeitos de pesquisa .......................................................................................................... 49
3.4 Técnicas de coleta e análise de dados ................................................................................ 50
3.4.1 Análise dos documentos ................................................................................................. 50
3.4.2 Questionários .................................................................................................................... 50
3.4.3 Entrevista ........................................................................................................................... 51
3.4.4 Focus Group ...................................................................................................................... 53
3.5 Natureza da Análise de Dados .............................................................................................. 54
CAPÍTULO IV ...................................................................................................................................... 55
EXPOSIÇÃO E ANÁLISE DE DADOS ............................................................................................ 55
4.1 Exposição dos Dados ............................................................................................................. 55
4.1.1 Manual ................................................................................................................................ 55
4.1.2 Questionários .................................................................................................................... 57
CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................................. 92
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 95
Apêndice A – Questionário 1 e 2 .......................................................................................................... 97
Apêndice B: Questões para entrevistar os Docentes ............................................................................. 99
Apêndice C: Entrevista com a professora de Programação Orientada a Objeto ................................. 101
Apêndice D: Entrevista com a professora de Engenharia de Software ............................................... 107
Apêndice E: Entrevista com a professora de Banco de Dados ............................................................ 115
Apêndice F: Entrevista com a professora de Inglês ............................................................................ 122
Apêndice G: Entrevista com o professor de Gestão e Governança de TI ........................................... 127
Apêndice H: Entrevista com o Coordenador ....................................................................................... 136
Apêndice I: Focus Group .................................................................................................................... 140
ANEXO A – Manual do Projeto Interdisciplinar ................................................................................ 153
INTRODUÇÃO
É inegável que existe, na atualidade, uma complexidade maior. Não é
possível mais pensar em um mundo organizado linearmente. Morin (2000a, p.11),
afirma que “os próprios desenvolvimento de nosso século e de nossa era planetária
fazem com que defrontemos cada vez mais amiúde e, de modo inelutável, com os
desafios da complexidade”.
Se, por um lado, as inovações tecnológicas, as novas possibilidades de
comunicação permitiram a construção de conexões estabelecidas em diversas
direções, por outro lado, pode-se afirmar que há também uma demanda pela
resolução de problemas gerados por essa transformação.
Essas mudanças influenciam diretamente nas relações ligadas à Educação e
colocam em questão o que e como ensinar. Observa-se, então, que, sejam de
bacharelado, licenciatura ou de tecnologia, há uma necessidade de novos e
específicos cursos de graduação para atender a essas demandas.
Nesse trabalho, tem-se como foco de estudo a graduação em tecnologia.
Atribui-se à educação profissional e tecnológica a responsabilidade de formar
profissionais com habilidade de utilizar os conhecimentos de forma inovadora ao
aplicá-los e difundi-los no mundo do trabalho.
A perspectiva de um curso de educação tecnológica é a formação de um
profissional especializado em áreas específicas. Portanto, a inovação também
proposta por esse curso, necessariamente, obriga-o a se relacionar com a solução
de problemas complexos do mundo contemporâneo. Entretanto, considerando a
análise de Morin (2000a, p.11)
Nossa formação escolar e, mais ainda, a universitária nos ensina a separar os objetos de seu contexto, as disciplinas uma das outras não para relacioná-las. Essa separação e fragmentação das disciplinas é incapaz de captar “o que está tecido em conjunto”, isto é, o complexo, segundo o sentido original do termo.
Dessa forma, trabalhar com o complexo exige a integração de saberes
provenientes de diferentes áreas do conhecimento e/ou de diferentes disciplinas e,
portanto, relaciona-se à prática interdisciplinar. Isso porque a solução de problemas
complexos do mundo contemporâneo exige a integração de saberes provenientes
de diferentes áreas do conhecimento e/ou de diferentes disciplinas.
11
Dessa forma, levanta-se a questão do como ensinar e, na busca de novas e
mais eficientes metodologias de ensino, surge a discussão sobre a
interdisciplinaridade.
Tal discussão não é recente. Porém, continua fomentando debates e se
tornou objeto de reflexão nos vários níveis de ensino: fundamental, médio,
graduação e pós-graduação. Embora muito discutida e, quase que
consensualmente, aceita como necessária e positiva para os processos de ensino e
pesquisa, a prática interdisciplinar ainda apresenta muitos desafios, tanto no aspecto
teórico-conceitual quanto metodológico.
Apesar de o senso comum trazer a ideia de que todo e qualquer trabalho que
se proponha a envolver mais de uma disciplina se caracteriza como interdisciplinar,
isso é um equívoco, pois, para que ocorra a interdisciplinaridade, é necessário rigor
teórico e metodológico.
É nesse contexto que esse trabalho se propõe a pesquisar a prática
interdisciplinar proposta pelo curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas da
Faculdade de Tecnologia de Indaiatuba. Para isso, buscará responder às seguintes
questões:
Qual a compreensão que os docentes têm do conceito de
interdisciplinaridade? Como é desenvolvido e aplicado o Projeto Interdisciplinar no
curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas? A forma como hoje está sendo
desenvolvido permite considerá-lo um projeto interdisciplinar? Que contribuições ele
oferece para o processo de aprendizagem e para a formação dos discentes?
Ao responder a essas questões, o trabalho se propõe alcançar os seguintes
objetivos:
Conceituar interdisciplinaridade.
Verificar, na realização do Projeto Interdisciplinar, qual a compreensão
do docente da prática interdisciplinar.
Identificar, sob a perspectiva dos discentes, ao finalizar o projeto, quais
as contribuições que as práticas adotadas no projeto tiveram para a
realização da tarefa proposta.
Avaliar se os alunos, ao realizar o trabalho, estabeleceram uma
integração entre as disciplinas, analisando a sua percepção no início e
no final do processo.
12
Avaliar se os objetivos e a realização do trabalho proposto
possibilitaram construir um trabalho Interdisciplinar.
As observações assistemáticas de fatos do dia a dia da aplicação do PI, por
parte do pesquisador, levaram à elaboração da hipótese de que, ainda que não
teoricamente fundamentada, essa prática pode ser considerada interdisciplinar.
Considerando que a interdisciplinaridade possibilita a integração do conhecimento e
sua contextualização, espera-se que a aplicação do projeto contribua positivamente
para o processo de aprendizagem dos alunos e para o aprimoramento das práticas
docentes.
A realização da pesquisa se justifica por permitir uma compreensão mais
aprofundada da prática interdisciplinar no âmbito de um curso de tecnologia. Tal
compreensão pode levar a um processo de ensino-aprendizagem mais significativo,
pois possibilita a transformação do conhecimento científico em conhecimento
tecnológico. Além disso, a análise da prática interdisciplinar em estudo, feita de uma
perspectiva mais distanciada, permite descrever e avaliar o processo de uma forma
mais criteriosa, o que pode contribuir para, se necessário, reestruturar, aprimorar ou
validar estratégias do Projeto Interdisciplinar do Curso de Análise de
Desenvolvimento de Sistemas da Faculdade de Tecnologia de Indaiatuba.
Para o pesquisador, como professor da instituição e participante do projeto, o
resultado da pesquisa será de grande valia para sua prática docente, pois
oportunizará a construção e um olhar acadêmico sobre os projetos interdisciplinares
aplicados na instituição de ensino. Isso leva a uma reflexão sobre a própria prática
docente.
Na busca de atingir os objetivos, será adotado como delineamento de
pesquisa o Estudo de Caso. Essa escolha se deve ao fato de que tal delineamento
permite um estudo aprofundado de um determinado tema. Inicialmente será
realizada uma pesquisa bibliográfica com o objetivo de compreender, com mais
profundidade, o conceito de interdisciplinaridade e procedimentos didáticos ligados à
prática interdisciplinar. Também será realizada uma pesquisa de campo envolvendo
como sujeitos de pesquisa, o coordenador do curso, os professores participantes do
Projeto Interdisciplinar e os alunos. Como técnicas de coleta de dados, serão
realizadas entrevistas e aplicados questionários aos envolvidos no processo. Além
disso, serão analisados documentos de regulamentação do curso e do Projeto
Interdisciplinar. A análise dos dados será feita de modo quantitativo e qualitativo.
13
O trabalho está organizado em quatro capítulos. O primeiro constitui a
fundamentação teórica e aborda os conceitos de disciplina, multidisciplinaridade,
pluridisciplinaridade e interdisciplinaridade.
Já no segundo capítulo, é apresentada a Fatec Indaiatuba - Archimedes
Lammoglia – ligada ao Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, da
Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia. Esse capítulo
aborda não somente a faculdade, mas também as características da cidade e a
região onde ela está inserida. Apresentam-se também os cursos oferecidos pela
Instituição de Ensino Superior, em especial o curso de Análise e Desenvolvimento
de Sistema que é o foco desta pesquisa.
No terceiro capítulo, descrevem-se detalhadamente os procedimentos
metodológicos adotados na realização do trabalho. Como a pesquisa busca realizar
um estudo em profundidade, adota-se o Estudo de Caso como delineamento da
pesquisa e define como sujeitos os alunos do terceiro semestre, os professores e o
coordenador do referido curso.
Os dados coletados são descritos e analisados no quarto capítulo. A
apresentação é feita textualmente e em gráficos. Para análise, adota-se uma
perspectiva teoricamente fundamentada.
Além dos quatro capítulos propostos, há também as considerações finais, na
qual se responde à problematização e verifica-se se os objetivos propostos foram
atingidos.
CAPITULO I
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1.1 Contextualização
Falar e discutir sobre “Interdisciplinaridade”, “Integração de Conteúdos”é
uma prática cada dia mais constante entre os docentes, principalmente os que
trabalham com o ensino superior. Porém é fato que, muitas vezes, esses
conceitos são utilizados a partir do senso comum e sem rigor teórico.
Para uma melhor compreensão, é necessário definir, primeiramente, o
conceito de disciplina. Segundo Repko, disciplina é:
[...] um ramo particular de ensino ou um corpo de conhecimento cujos elementos definidores – ou seja, fenômenos, hipóteses, epistemologia, conceitos, teorias e métodos – o distinguem de outros campos do conhecimento.
(REPKO, apud SOMMERMAN, 2015, p.180)
Japiassu (1976, p. 72) define disciplinaridade como:
[...] a exploração científica especializada de determinado
domínio homogêneo de estudo, isto é, o conjunto sistemático e
organizado de conhecimentos que apresentam características
próprias nos planos do ensino, da formação, dos métodos e
das matérias; esta exploração consiste em fazer surgir novos
conhecimentos que se substituem aos antigos.
A estrutura de ensino fundamentada em uma organização baseada na
matriz curricular com disciplinas de forma delimitada e isolada pode limitar a
compreensão dos discentes. Mesmo estudantes do Ensino Superior podem ter
dificuldade de relacionar conceitos abordados em diferentes disciplinas,
principalmente se, em sua história acadêmica, a prática de integração não
tenha sido trabalhada. Assim:
O caráter disciplinar do ensino formal dificulta a aprendizagem
do aluno, não estimula ao desenvolvimento da inteligência, de
resolver problemas e estabelecer conexões entre os fatos,
conceitos, isto é, de pensar sobre o que está sendo estudado.
“O parcelamento e a compartimentação dos saberes impedem
apreender o que está tecido junto”.(MORIN, 2000b, p. 45).
15
Por isso, pensar em práticas interdisciplinares em cursos de graduação
e de pós-graduação tem sido uma preocupação constante nas universidades
do Brasil e do mundo. Um exemplo dessa prática no exterior é o projeto da
Universidade da Noruega, apresentado no artigo escrito por Letizia Jaccheri
(2007), no qual os alunos do curso de Engenharia de Software desenvolvem
um projeto durante quatro semestres, que tem como objetivo construir um
software para os alunos do curso de Arte. No artigo, evidencia-se a interação
entre os cursos, pois, uma vez por semana, o tempo de aula é destinado para
discussão e desenvolvimento do projeto. O autor conclui que há ganhos, tanto
no que se refere à aprendizagem quanto na interação entre os alunos.
Para que isso ocorra, é necessário que as disciplinas não trabalhem de
forma isolada, sendo fundamental haver uma interação entre elas. De acordo
com o grau de interação entre as disciplinas, Jantsch (1972) fez uma
classificação e propôs a distinção entre Multidisciplinaridade,
Pluridisciplinaridade, Interdisciplinaridade e Transdisciplinaridade.
1.1 Multidisciplinaridade
Pode-se definir como multidisciplinaridade o fato de várias disciplinas
abordarem o mesmo assunto, porém com uma visão centrada em seu saber,
não havendo, portanto, uma interação entre elas.
Um estudo, uma pesquisa multidisciplinar acontece quando várias pessoas, pesquisadores, estudiosos, profissionais de diferentes especialidades emitem seus pontos de vista acerca de um único objeto. Multidisciplinaridade é o exame, avaliação e definição de um único objeto sob diversos olhares de diferentes disciplinas. Cada especialista, neste caso, faz suas próprias observações considerando seus saberes, sem estabelecer contato com os saberes diferentes do seu. Não há, neste caso, articulações entre os diferentes pontos de vista acerca do mesmo assunto.
[...] Não há, no trabalho multidisciplinar, qualquer intenção de se estabelecer relações diretas e integrativas entre as diversas disciplinas. O que se pretende com a reunião das diferentes especialidades é que cada especialista emita um ponto de vista único, a partir de seus saberes particularizados. 1
1http://www.portaleducacao.com.br/direito/artigos/32412/o-que-significa-multidisciplinaridade
16
Seguindo essa mesma linha de raciocínio, Nogueira (1998) afirma quea
multidisciplinaridade ocorre quando as diferentes disciplinas não têm a
preocupação de integrar os conteúdos.
[...] a justaposição de diferentes conteúdos de disciplinas distintas, porém sem nenhuma preocupação de interação. Desta forma, cada disciplina teria objetivos próprios. Não existe nenhuma relação entre as disciplinas, assim como todas estariam no mesmo nível sem a prática de um trabalho cooperativo. (NOGUEIRA, 1998, p. 25)
Para Japiassu (1976), os diferentes termos utilizados - multidisciplinar,
pluridisciplinar, interdisciplinar e transdisciplinar- deve-se ao fato de existirem
diferentes formas de interações entres as disciplinas. No termo multidisciplinar,
as diferentes disciplinas trabalham com o mesmo tema, porém não existem
relações entre elas. Dessa forma, para o autor, a multidisciplinaridade se
caracteriza por uma gama de disciplinas propostas simultaneamente.
1.2 Pluridisciplinaridade
Outra possibilidade de interação entre as disciplinas é a
pluridisciplinaridade. Para (Nicolescu, s.d.)
A pluridisciplinaridade diz respeito ao estudo de um objeto de uma mesma e única disciplina por várias disciplinas ao mesmo tempo. Por exemplo, um quadro de Giotto pode ser estudado pela ótica da história da arte, em conjunto com a da física, da química, da história das religiões, da história da Europa e da geometria. Ou ainda, a filosofia marxista pode ser estudada pelas óticas conjugadas da filosofia, da física, da economia, da psicanálise ou da literatura. Com isso, o objeto sairá assim enriquecido pelo cruzamento de várias disciplinas. O conhecimento do objeto em sua própria disciplina é aprofundado por uma fecunda contribuição pluridisciplinar. A pesquisa pluridisciplinar traz um algo a mais à disciplina em questão (a história da arte ou a filosofia, em nossos exemplos), porém este “algo a mais” está a serviço apenas desta mesma disciplina. Em outras palavras, a abordagem pluridisciplinar ultrapassa as disciplinas, mas sua finalidade continua inscrita na estrutura da pesquisa disciplinar. (NICOLESCU, s.d.)
Portanto, a pluridisciplinaridade pode ser compreendida como a
interação entre as disciplinas de mesmo nível hierárquico com o foco em um
objeto de uma delas. O fato de várias disciplinas abordarem o mesmo objeto
faz comque haja um enriquecimento no estudo do tema abordado, posto que
17
pode ser tratado de diferentes perspectivas. Nesse sentido, é correto afirmar
que o estudo e, consequentemente, o conhecimento torna-se mais amplos.
Acrescente-se que, se comparada à multidisciplinaridade, a
pluridisciplinaridade está em um segundo nível de interação, pois se
caracteriza por um aumento do grau de interação entre as disciplinas, ou seja,
há uma inter-relação entre elas (BERNINI, 2010).
1.3 Interdisciplinaridade
Com o objetivo de estudar as definições de interdisciplinaridade e
transdisciplinaridade, Sommerman (2015)afirma que, em 2012, realizou uma
ampla pesquisa quantitativa e qualitativa sobre esses conceitos nos campos da
educação, saúde e ambiente. Com base nos resultados, o autor se propôs a
deixar mais claro o objeto, os métodos e a finalidade da interdisciplinaridade.
Para isso, Sommerman (2015), partiu da definição “clássica” elaborada
por Michaud e Abt para o cabeçalho do segundo grande questionário da
Organização para Cooperação e o Desenvolvimento Econômico. As questões
foram enviadas aos professores e pesquisadores responsáveis pelas
atividades interdisciplinares dos países membros que participaram do Primeiro
Seminário Internacional sobre a Pluridisciplinaridade e a Interdisciplinaridade,
realizado na Université de Nice, na França, de 7 a 12 de setembro de 1970.
Interdisciplinar: Interação existente entre duas ou mais disciplinas: essa interação pode ir da simples comunicação das ideias até a interação mútua dos conceitos diretores, da epistemologia, daterminologia, da metodologia, dos procedimentos, dos dados e da organização da pesquisa e do ensino a ela relacionado. Um grupo interdisciplinar se compõe de pessoas que receberam informação nos diferentes campos do conhecimento (disciplinas), cada um deles tendo conceitos, métodos, dados e termos próprios. (APOSTEL et al, apud SOMMERMAN, 2015, p.171).
Partindo dessa definição “clássica”, o autor, em seu estudo, comparou-a
com as definições dadas por diversos autores que participaram do seminário
de Nice e com outras apresentadas nas décadas seguintes.
Sommerman (2015) inicia o contraponto conceitual por ele proposto
pelas ideias de Piaget. Este, fazendo uma análise das ciências experimentais,
afirmou que elas despertam o problema geral que dá sentido à
interdisciplinaridade. Isso porque, com o positivismo, a realidade “foi
18
fragmentada em muitos territórios mais ou menos superpostos
correspondentes a campos bem delimitados das disciplinas científicas”
(SOMMERMAN, 2015, p. 171). Nesse âmbito do positivismo, as disciplinas
analisam apenas os fenômenos observáveis, descrevendo-os, mensurando-os
e relacionando-os, o que leva à descoberta de leis mais ou menos especiais ou
gerais, mas sem se ocuparem das causas desses fenômenos.
Para Piaget, a posição positivista excluía qualquer pesquisa
interdisciplinar, o que, consequentemente, levou-o a afirmar:
Nada nos obriga mais a fragmentar o real em compartimentos estanques ou em estados simplesmente superpostos correspondentes às fronteiras aparentes das nossas disciplinas científicas e tudo nos obriga, ao contrário, a nos engajar na investigação a respeito das interações e dos mecanismos comuns. A interdisciplinaridade deixa assim de ser um luxo ou um produto de ocasião para tornar-se a condição mesma do progresso das pesquisas. A fortuna relativamente recente das tentativas interdisciplinares não nos parece, portanto, devida ao acaso das modas nem (ou não apenas) às imposições sociais, que colocam problemas cada vez mais complexos, ou seja, do esforço para completar mediante “modelos” causais a simples legalidade, e do caráter cada vez mais estrutural (no sentido matemático do termo) que tais modelos assumem. (PIAGET, apud SOMMERMAN, 2015, p.172)
Ao concluir seu artigo, advertiu que se se quisesse extrair conclusões
sobre a natureza da interdisciplinaridade, seria necessário distinguir três níveis:
O patamar inferior poderia ser chamado ‘multidisciplinar’ e é encontrado quando a solução de um problema requer informações tomadas de duas ou mais ciências ou setores do conhecimento, mas sem que as disciplinas que dão sua contribuição para aquela que as utiliza sejam modificadas ou enriquecidas. (PIAGET, apud SOMMERMAN, 2015, p.173).
Piaget observou que há problemas que só seriam resolvidos quando
estes estivessem no patamar multidisciplinar. A partir dessa observação é que
ele propõe uma definição de interdisciplinaridade
Nós reservamos, ao contrário, o termo interdisciplinaridade para caracterizar um segundo nível, no qual a colaboração entre disciplinas diversas ou entre setores heterogêneos de uma mesma ciência conduz a interações propriamente ditas, isto é, a certa reciprocidade nas trocas, de tal modo que haja um total enriquecimento mútuo. (PIAGET, apud SOMMERMAN, 2015, p.173)
Outro autor que se destacou na definição dos conceitos de
interdisciplinaridade foi o astrofísico austríaco Erich Jantsch. As ideias
19
expressas por ele no artigo “VersI’ interdisciplinarité et La
transdisciplinaritédansI’enseignement et I’inovation” influenciaram o conceito de
interdisciplinaridade e foram publicadas por Apostel et al. (1973) no livro que
resultou do seminário de Nice de 1970.
Como Piaget, Jantsch combateu o positivismo ainda reinante na ciência
e na estrutura universitária. Assim, “ele se posicionou entre aqueles que
consideram que a ciência, o ensino e a inovação constituem um sistema
integrado, com objetivos sociais claros.” (SOMMERMAN, 2015, p. 174).
A definição que ele propôs para o conceito de interdisciplinaridade é a
seguinte:
Axiomática comum a um grupo de disciplinas conexas, definida no nível ou subnível hierárquico imediatamente superior, o que introduz uma noção de finalidade; interdisciplinaridade teleológica se coloca entre o nível empírico e o nível pragmático; a interdisciplinaridade normativa se coloca entre o nível pragmático e o nível normativo; e a interdisciplinaridade objetivizada se coloca entre o nível normativo e o nível dos objetivos. (JANTSCH apud SOMMERMAN, 2015, p. 175)
Sommerman (2015, p.175), assim desdobra e explica esquema de
Jantsch
[...] o nível empírico é constituído pelas ciências explicativas:
ciências físicas, ciências da vida, ciências psicológicas; o nível
pragmático é constituído pelas tecnologias da física, as
tecnologias da biologia e as tecnologias provenientes de outras
ciências; o nível normativo é constituído pelo direito, pelas
ciências ecossistêmicas e pela ciência macroeconômica; o
nível dos objetivos é constituído pela filosofia, pelas artes, pela
religião. Cada um desses níveis, segundo Jantsch, tem uma
linguagem de organização. No nível empírico, essa linguagem
é a lógica; no nível pragmático, é a cibernética; no nível
normativo, é a planificação; no nível dos objetivos, é a
antropologia. Por isso, a interdisciplinaridade teleológica
procuraria extrair uma linguagem comum e princípios comuns
entre a linguagem lógica do nível empírico e a linguagem
cibernética do nível pragmático; a interdisciplinaridade
normativa procuraria fazer o mesmo entre a linguagem
cibernética do nível pragmático e a linguagem da planificação
do nível normativo; e a interdisciplinaridade objetivizada
buscaria fazer o mesmo entre a linguagem da planificação do
nível normativo e a linguagem antropológica do nível dos
objetivos.
20
Outra referência no assunto é Julie Thompson Klein, professora do
departamento de Ciências Humanas da Wayne State University, ex-presidente
Association for Integrative Studies (AIS), ex-diretora da revista Issues in
Integrative Studies, que publicou algumas obras fundamentais sobre a
interdisciplinaridade entre as quais Interdisciplinarity: history,
theory&pratice(1990).
Klein questionou a definição “clássica” de interdisciplinaridade proposta
no Seminário de Nice (1970), observando que a primeira parte da definição
aponta, em sua visão, para o conceito de multi ou pluridisciplinaridade. Mas,
lembrou que:
Piaget considerava que a interdisciplinaridade só ocorre quando há assimilação entre as disciplinas, e que Gusdorf afirmava que um verdadeiro trabalho em equipe era fundamental para a interdisciplinaridade. (SOMMERMAN, 2015 p. 177).
A autora apresentou outras definições menos influentes como a de Heiz
Heckhausen e de Marcel Boisot e, em seu livro, tentou traçar um perfil de um
indivíduo interdisciplinar (confiabilidade, flexibilidade, resiliência, sensibilidade
aos outros, disposição para correr riscos, pele grossa ou ego forte, tolerância à
ambiguidade, iniciativa e criatividade, educação ampla, preferência por
diversidade e novas funções sociais, e sentido de insatisfação com os limites
disciplinares).
Considerando as características do indivíduo interdisciplinar, Klein
propôs a sua própria definição de interdisciplinaridade:
A interdisciplinaridade não é uma temática nem um conteúdo. É um processo para realizar uma síntese integradora, um processo que normalmente começa com um problema, uma questão, um tópico ou um tema. Indivíduos devem trabalhar para superar problemas criados pelas diferenças entre linguagens e as visões de um mundo disciplinares. (KLEIN, 1990 apud SOMMERMAN, 2015, p. 178).
Após definir e considerar interdisciplinaridade como um processo,
sugeriu certos passos, ou seja, um método para realizá-lo.
1 a. Definir o problema [questão, tópico e tema]; b. determinar os conhecimentos necessários, inclusive os representantes e consultores disciplinares apropriados, bem como modelos, tradições e literaturas relevantes; c. desenvolver um quadro integrativo e questões apropriadas a serem investigadas;
21
2. a. especificar determinados estudos a serem realizados; b. engajar a “negociação dos papeis”(no trabalho em equipes); c. coletar todo o conhecimento disponível e buscar informações novas; d. resolver os conflitos disciplinares trabalhando para a construção de um vocabulário comum (e buscar uma aprendizagem recíproca no trabalho em equipe); e. edificar e manter a comunicação mediante técnicas integrativas; 3.a. cotejar todas as contribuições e avaliar sua adequação, relevância e adaptabilidade; b. integrar as peças individuais para determinar um padrão para o relacionamento e a relevância mútuas; c.decidir sobre a gestão ou disposição da tarefa/projeto/cliente/currículo futuro. (KLEIN apud SOMMERMAN, 2015 p. 178).
Pode-se afirmar que Klein, ao propor passos para realizar essa síntese
integradora apresentou o “como” da interdisciplinaridade, ou seja, o método.
Foi um importante avanço, visto que, nos anos 70, o método não estava claro.
Klein (1998) escreveu um artigo intitulado “Ensino Interdisciplinar:
Didática e Teoria”, em que examina o contexto histórico e curricular com a
finalidade de direcionar seus estudos para a formação de uma base teórica
sobre interdisciplinaridade.
Depois de examinar o contexto histórico e curricular, a autora considerou
que quatro questões são fundamentais para essa formação: pedagogia
apropriada, processo integrador, mudança institucional e relação entre
disciplinaridade e interdisciplinaridade.
Observando e analisando o aumento considerável de currículos
baseados em problemas nas últimas três décadas, Klein afirma que foi possível
ter uma maior visão de realidade, pois considera que o mundo real opera como
um todo. Os que propõem este tipo de trabalho argumentam que ele gera
maior motivação nos alunos, os tornam mais capazes de lidar com problemas
complexos, conseguem atingir um nível mais alto de pensamento. Além disso,
mostram-se mais criativos e atentos e com possibilidade de melhor assimilação
em decorrência das múltiplas conexões exigidas por esse tipo de trabalho.
[...]“em cursos ‘interdisciplinares’, as pressuposições subjacentes de diferentes materiais e abordagens são examinadas e comparadas de maneira a conseguir uma síntese integrada das partes que propiciam um entendimento mais amplo e mais holístico”. (KLEIN 1998, p.120).
22
Klein (1998) cita o documento da Association of American College,
segundo o qual, de um ponto de vista integrador, a interdisciplinaridade exige
equilíbrio entre amplitude, profundidade e síntese. Amplitude se refere a uma
larga base de conhecimento e informação; profundidade assegura o requisito
disciplinar , profissional e/ou conhecimento e informação interdisciplinar para a
tarefa a ser executada. A síntese assegura o processo integrador.
A autora afirma que o ensino interdisciplinar acarreta mudança
institucional e não é uma simples mudança curricular, pois envolve diferentes
atitudes sociais, psicológicas e políticas. Muitos conflitos podem ser gerados no
meio acadêmico. Para minimizá-los, Klein e Newell sugerem começar esta
mudança perguntando por que ela é desejada e o que se espera alcançar.
Em sua pesquisa, observam-se sete obstáculos na educação superior:
reconhecimento e recompensa; tempo; fundos; atitude; comunicação; estrutura
e ignorância.
Klein (1998) afirma, ainda, que a disciplinaridade e interdisciplinaridade
não são categorias incontestáveis, explicando que não há entre elas uma
relação dicotômica, mas sim, de complementaridade, fertilidade cruzada,
oposição e crítica.
Citando um trabalho do ano de 1994 com Newell, Klein destaca uma
observação do autor: “os professores que planejam cursos a não cobrir muito
conteúdo, mas a considerar cuidadosamente as disciplinas apropriadas a um
determinado tema ou tópico e, então, ancorar o estudo na atenção pró ativa do
processo integrador e na análise dos limites e da força interdisciplinares.”
Retomando o trabalho de Sommerman (2015), este considera a obra de
Allen F. Repko fundamental para as questões metodológicas (“o como”) da
interdisciplinaridade. Repko – diretor do Programa de Estudos Interdisciplinares
da escola de assuntos urbanos e públicos da University of Texas - em 2008,
escreveu o livro Interdisciplinary research: process and theory. Para
Sommerman (2015), é a única obra que propõe uma reflexão aprofundada
sobre uma metodologia para o ensino, a pesquisa e a prática interdisciplinares.
Apoiando-se em definições anteriores de Klein e Newell, Repko propõe
uma definição sobre o conceito de estudos interdisciplinares.
Estudos interdisciplinares são processos desenvolvidos para responder a uma questão, resolver um problema ou abordar
23
um tema que é muito amplo ou complexo para ser tratado adequadamente por uma única disciplina e baseiam-se nas perspectivas disciplinares e integram seus insigths para produzir uma compreensão mais abrangente ou um avanço cognitivo. (REPKO, 2008, apud SOMMERMAN, 2015, p. 181).
O autor considera que a pesquisa interdisciplinar é um processo e não
um método. Portanto, é necessário que haja integração entre os insights, isto é,
entre a contribuição acadêmica de cada disciplina para compreensão clara de
um problema. Isso leva à produção de um insight interdisciplinar, que é a
compreensão integrada e intencional de um problema.
Em sua análise, o resultado dessa integração “é algo totalmente novo,
distinto, à parte e além do limite de qualquer disciplina e, assim, aditiva para o
conhecimento”. (REPKO, 2008, apud SOMMERMAN, 2015 p. 181).
Para Repko, a concepção de pesquisa interdisciplinar como processo
pressupõe a existência de três etapas principais: identificar os insights
relevantes das disciplinas para o problema, integrar os insights e produzir uma
compreensão interdisciplinar. Ressalta, ainda, que, “no caso da
interdisciplinaridade, a prioridade é mais integrar conhecimentos para produzir
um conhecimento novo do que produzir um conhecimento unificado”
(SOMMERMAN, 2015, p. 183).
Aprofundando a sua reflexão, aborda a questão “como realizar a
integração dos insights de diferentes disciplinas para a resolução de problemas
complexos. Entretanto, primeiramente e com base em uma pesquisa extensa
da literatura disponível sobre interdisciplinaridade, explicita alguns
pressupostos nos quais a interdisciplinaridade se sustenta e apresenta diversas
características e habilidades importantes para os sujeitos nas equipes
interdisciplinares.
Os pressupostos por ele apresentados são:
- A realidade que está além da academia requer uma abordagem interdisciplinar. - As disciplinas são fundamentais para os estudos interdisciplinares. - As disciplinas por si mesmas são inadequadas para tratar problemas complexos. - As perspectivas disciplinares revelam apenas uma parcela da realidade. - A integração de insights das disciplinas produzirá um avanço cognitivo que não seria possível quando são utilizados apenas
24
os meios de uma única disciplina. (REPKO, 2008, apud SOMMERMAN, 2015, p. 185).
A partir de sua própria pesquisa, Repko (2008) ampliou as
características dos sujeitos interdisciplinares propostas por Klein:
[...] iniciativa; amor pela aprendizagem; reflexão; tolerância à
ambiguidade e ao paradoxo em meio à complexidade;
receptividade a outras disciplinas e às perspectivas das outras
disciplinas; desejo de alcançar um conhecimento adequado ou
uma percepção geral em muitas disciplinas; apreciação da
diversidade; desejo de trabalhar com outros; humildade.
(SOMMERMAN, 2015, p. 185).
Além das características dos sujeitos interdisciplinares, destacou
também suas habilidades: “habilidades para comunicação competente;
habilidade para pensar abstratamente; habilidade para pensar dialeticamente;
habilidade para desenvolver um pensamento não linear; habilidade para pensar
criativamente; habilidade para pensar holisticamente” (SOMMERMAN, 2015,
p.186).
Definidos os pressupostos, as características e as habilidades dos
sujeitos interdisciplinares, Repko se aprofunda na questão metodológica,
apresentando a sua resposta ao “como” integrar saberes ou insights de
diversas disciplinas para resolução de um problema, que não poderia ser
tratado por meio de uma única disciplina.
Em sua perspectiva, “[o] verbo integrar significa ‘unir ou misturar em um
todo funcional’. Então, a integração interdisciplinar é a atividade de avaliar
criticamente e combinar criativamente ideias e conhecimentos para formar um
novo todo ou um avanço cognitivo.” (REPKO, 2008, apud SOMMERMAN,
2015, p. 187).
A integração deve levar a uma síntese. Dessa forma, alcança-se o novo
e a síntese final é maior que a soma de suas partes. Nesse processo, duas
atividades cognitivas devem estar envolvidas: tomada de perspectiva e
pensamento holístico. A primeira diz respeito a levar em consideração as
particularidades das disciplinas e suas contribuições para a resolução do
problema, assim como identificar as diferenças entre elas. Já a segunda refere-
se à habilidade de compreender como essas particularidades se relacionam na
busca de uma solução.
25
O conhecimento disciplinar deve ser, ao mesmo tempo, profundo e
amplo, o que permite se utilizar da profundidade disciplinar e integrar saberes
de disciplinas epistemologicamente distantes.
O autor sugere quatro passos necessários para realizar o processo de
integração das disciplinas:
- Identificar os conflitos entre os saberes das disciplinas envolvidas e localizar o motivo desses conflitos. - Criar um fundamento comum entre esses saberes ou insights. - Utilizar esse fundamento comum para integrar os saberes ou insights conflitivos. - Produzir uma compreensão interdisciplinar do problema e testá-la. (REPKO, 2008, apud SOMMERMAN, 2015, p. 189).
Desses passos, Repko destaca a importância do primeiro e afirma que
a realização do segundo constitui-se como a tarefa mais difícil, porém
essencial, pois: “O fundamento comum interdisciplinar é uma ou mais teorias,
conceitos e pressupostos pelos quais insights conflitivos podem ser
reconciliados e integrados” (REPKO, 2008, apud SOMMERMAN, 2015, p.190).
Para a criação de um fundamento comum, Repko indica cinco técnicas:
A técnica integrativa da expansão: por meio da qual se modifica
uma teoria de modo que ela possibilite tratar os fatores causais
relacionados ao problema em questão;
A técnica integrativa da redefinição: permite que se crie um
sentido comum modificando ou redefinindo conceitos ou
pressupostos utilizados pelas disciplinas envolvidas;
A técnica integrativa da extensão: possibilita a ampliação do
sentido de uma ideia para além do campo de uma disciplina por
meio do tratamento de conflitos entre pressupostos disciplinares;
A técnica integrativa da organização: identifica, redefine e
organiza os conceitos e pressupostos de diferentes disciplinas
com o objetivo de explicitar a relação entre eles;
A técnica integrativa da transformação: oportuniza a integração de
conceitos ou pressupostos não somente diferentes, mas
contrários. Por essa técnica, busca-se distanciar de classificações
dicotômicas, que produzem polarizações conceituais. Para isso,
propõe que seja utilizado o conceito de variável contínua, por
meio do qual é possível avaliar os conceitos em uma escala.
26
Na década de 70, outro autor que influenciou Repko foi o filósofo
americano Joseph J. Kockelmans que publicou um livro, em 1979, sobre
interdisciplinaridade com o tema: “Interdisciplinarity nadhighe reducation”.
Segundo Sommerman (2015), Kockelmans oferece contribuições
importantes para uma compreensão mais aprofundada “do que”, “do como” e
“do porquê” da interdisciplinaridade do ensino, posto que destaca alguns
aspectos não trabalhados pelos outros autores. Entre esses, a importância das
disciplinas das humanidades para a interdisciplinaridade.
Em seu trabalho, o autor defende que, para que a interdisciplinaridade
ocorra com êxito, é necessário não apenas as disciplinas das áreas formais e
empíricas. Ele trata de uma terceira grande área acadêmica designada
humanities (filosofia, artes, literatura, história da arte, música, estudos das
religiões, religiões comparadas, teatro, teologia).
Para sustentar seu ponto de vista, retoma como o conceito de
humanidade foi tratado ao longo do tempo. Em língua latina, o conceito
descrevia as qualidades, disposições e modos de comportamentos que um
indivíduo deveria desenvolver para ter um comportamento considerado
humano. Na Idade Média, priorizava-se o ensino da literatura latina e grega e
da filosofia. Hoje, autores não mais o relacionam com o humanismo nem com
as letras clássicas. Alguns até consideram que a manutenção delas nos
currículos universitários está ameaçada e deveria ser substituída pelas ciências
sociais e humanas. Outros pensam que essa é uma opinião equivocada.
Kockelmans resgata o termo latino humanitas, utilizado por Cícero para
descrever seu programa educacional e que também foi utilizado por outros
educadores romanos, em uma relação de correspondência com a concepção
grega de paidéia – a educação que tinha por finalidade formar homens livres
para a humanidade e para a cidadania.
No início do século XX, houve um grande avanço do conhecimento
científico, o que gerou uma demanda por especialização crescente e a
proliferação de disciplinas. Além disso, as universidades passaram a orientar-
se exclusivamente na direção da formação profissional.
Entretanto, Kockelmans (1979) observou que as humanidades englobam
disciplinas cujo objetivo é conduzir a um amadurecimento da pessoa como
indivíduo e como cidadão. Assim, “[...] elas buscam familiarizar o estudante
27
com sua herança cultural e ajudá-lo a encontrar uma resposta ou atitude
apropriada em relação a ela”. (Kockelmans, 1979, apud SOMMERMAN, 2015,
p.193-194).
O autor, então, conclui:
Parece-me que a universidade deve preparar seus estudantes para essa busca pela integração e pela unidade. Isso pode ser feito assegurando-se de que todos os estudantes são introduzidos de maneira apropriada tanto nas ciências quanto nas humanidades. Quando, mais tarde, na vida real da sociedade, sérios problemas sociais tiverem de ser resolvidos, nossos graduados deverão estar preparados para sugerir soluções cientificamente realizáveis e humanisticamente respeitáveis. (KOCKELMANS, 1979, apud SOMMERMAN, 2015, p.194).
Sommerman (2015) avalia que essas reflexões correspondem às
seguintes categorias por ele identificadas, em um trabalho anterior, para o
sujeito da interdisciplinaridade: valores e atitudes sociais e humanas, formação
mais ampla da pessoa, abertura para multirreferencialidade e para o olhar mais
global, pensamento crítico.
A discussão sobre a humanização da ciência já havia ocorrido na
década de 60, e foi também uma das preocupações principais dos trabalhos de
Georges Gusdorf - filósofo e humanista francês, professor da Universidade de
Estrasburgo. Ele foi o precursor da interdisciplinaridade, sua principal obra na
área de educação foi “Professor pra quê?”.
Gursdorf, em sua vasta obra, propôs-se a integrar o conhecimento, e a humanizar a ciências tendo como princípio básico considerar o homem como ponto de partida e ponto de chegada do conhecimento científico, por entender que a fragmentação do conhecimento desnaturaliza a natureza, por um lado, e desumaniza a humanidade, por outro – isto por promover as rupturas entre os conhecimentos da natureza e do mundo social.(SOMMERMAN, 2015, p.195).
O autor aponta que a interdisciplinaridade encontraria quatro
obstáculos: epistemológicos (resistências impostas pelos especialistas),
institucionais (inércia das instituições e fragmentação das disciplinas),
psicossociológicos e culturais. Ressalta ainda que a interdisciplinaridade tem
que se fundamentar nas competências dos especialistas, porém estes devem
contribuir nas suas especificidades, junto com outros para resolverem
problemas maiores e mais complexos.
28
Gursdorf é considerado fundador das reflexões interdisciplinares no
Brasil. Um dos seus orientandos que se destacou na área de
interdisciplinaridade foi o brasileiro Hilton Japiassu, cuja tese de doutorado foi
orientada por ele, em 1975, sob o título: “L’épistémologie dês relations
interdisciplinares dansles sciences humaines”. Japiassu publicou diversas
obras com o tema interdisciplinaridade, como: “Interdisciplinaridade e patologia
do Saber” de 1976; “O sonho transdisciplinar” de 2006.
Inspirado no trabalho de Gursdorf, em seu primeiro livro, Japiassu afirma
que a interdisciplinaridade é a possibilidade de acabar com o esfacelamento do
saber. Apoiou-se na definição clássica de seminário de Nice (1970),
considerando que não basta um encontro ou uma justaposição das disciplinas,
é necessária uma comunicação profunda entre os saberes. Para que isso
ocorra, é fundamental que: “[...] os especialistas deixem de apegar-se às suas
‘verdades’ congeladas, a seus dogmas estabelecidos e não resistam às novas
teorias exteriores a seus domínios de competências”. (JAPIASSU, 2006, apud
SOMMERMAN, 2015, p. 197).
Nessa mais recente obra, Japiassu define que a interdisciplinaridade
deve ser compreendida não como uma categoria do conhecimento, mas sim
como uma categoria de ação a qual se apóia no desenvolvimento das próprias
disciplinas. Além disso, concordando com Klein e Repko, considera
interdisciplinaridade como um processo que, necessariamente, leva os sujeitos
a uma troca intersubjetiva forte e prolongada. Salienta, ainda, que a integração
das disciplinas para a resolução de um problema complexo deve ocorrer sem
negar as disciplinas, pois essas são seu fundamento principal.
Outro nome que, no Brasil, ganhou destaque no estudo da
interdisciplinaridade foi a filósofa da educação e antropóloga Ivani Catarina
Arantes Fazenda. Sua perspectiva é fortemente inspirada em Gusdorf,
Japiassu e no educador brasileiro Paulo Freire. Em seus trabalhos sobre
interdisciplinaridade, há uma ênfase, principalmente, no sujeito:
A primeira das evidências, constatadas após múltiplas observações, descrições e análises de projetos interdisciplinares em ação, é de que a premissa que mais fundamentalmente predomina é a do respeito do modo de ser de cada um, ao caminho que cada um empreende em busca de sua própria autonomia - portanto, concluímos que a interdisciplinaridade decorre mais do encontro entre indivíduos
29
do que entre disciplinas. (FAZENDA, 2003, apud SOMMERMAN, 2015, p. 198)
Essa afirmação coloca o diálogo entre os indivíduos como condição para
o diálogo entre as disciplinas. Nessa perspectiva, as seguintes atitudes,
anunciadas pela autora, colocam toda a ênfase no sujeito e na subjetividade, e
se aproximam das categorias identificadas por Sommerman e já apresentadas
nesse trabalho:
[...] abertura para outros modos de conhecimento; reciprocidade que impele à troca e ao diálogo (com pares idênticos, anônimos ou consigo mesmo); humildade ante a limitação do próprio saber; perplexidade ante a possibilidade de desvendar novos saberes; desafio ante o novo e em redimensionar o velho; envolvimento e comprometimento com os projetos e as pessoas neles envolvidas; construir sempre da melhor forma possível; responsabilidade; alegria, revelação encontro, vida. (FAZENDA, 2003, apud SOMMERMAN, 2015, p. 198).
Fazenda (2011), em seus estudos, propõe-se a estudar a
interdisciplinaridade no ensino, ou seja, a fazer um estudo da dimensão
pedagógica da interdisciplinaridade.
A autora considera que:
Interdisciplinaridade é um termo utilizado para caracterizar a colaboração existente entre disciplinas diversas ou entre setores heterogêneos de uma mesma ciência (exemplo: Psicologia e seus diferentes setores: Personalidade desenvolvimento social etc.). Caracteriza-se por uma intensa reciprocidade nas trocas, visando a um enriquecimento mútuo. Não é ciência, nem ciência das ciências, mas é o ponto de encontro entre o movimento de renovação da atitude diante dos problemas de ensino e pesquisa e da aceleração do conhecimento científico. (FAZENDA, 2011, p.73)
A autora pondera que a interdisciplinaridade não é uma panaceia que
garantirá um ensino adequado, mas possibilitará uma reflexão aprofundada e
crítica sobre o mesmo. Mas traz a possibilidade de estabelecer uma relação
entre a atividade profissional e a formação escolar.
Assim, com base nessa reflexão epistemológica e sustentando-se nas
principais conclusões a que chegaram os estudiosos no Seminário de Nice
(1970), Fazenda propôs-se a definir a utilidade, valor e aplicabilidade da
interdisciplinaridade, caracterizada em sete aspectos:
Meio de conseguir uma melhor formação geral: ultrapassar as barreiras
disciplinares é imprescindível para compreender a quantidade e
30
complexidade de informações presentes no mundo atual. Nesse sentido,
assumir o enfoque interdisciplinar permite uma identificação entre o
vivido e o estudado. É no processo dialógico que se constitui o
conhecimento, pois esse não se restringe a campos delimitados de
especialização.
Meio de atingir uma formação profissional: atualmente, as atividades
profissionais têm exigido saberes de diferentes disciplinas. O fato de
existir uma mobilidade de emprego, faz com que o indivíduo necessite
de uma formação profissional plurivalente. Além disso, o
desenvolvimento de uma atitude interdisciplinar promove a manutenção
de interesse e curiosidade constantes, uma vez que o profissional está
vivenciando a situação, isso porque resolver problemas do cotidiano é
mais motivador. Some-se a isso a possibilidade de realizar objetivos
comuns a partir de pontos de vista diferentes.
Como incentivo de formação de pesquisadores: a interdisciplinaridade
permite desenvolver no pesquisador a capacidade de colocar
problemas, reconhecendo os limites do seu próprio sistema conceitual.
Tal reconhecimento leva-o a buscar um diálogo produtivo com outras
disciplinas. A interdisciplinaridade tem como objetivo principal a
superação do dualismo da pesquisa teórica com a pesquisa prática, pois
não é possível separar o conhecimento da prática. Portanto, a
interdisciplinaridade é o princípio da unificação e não unidade acabada.
Como condição para uma educação permanente: formar indivíduos
capazes de continuar a sua educação após o término de seus estudos.
Capazes de se reciclarem para as atividades profissionais, de se
engajarem na vida social e política e de aperfeiçoarem suas
personalidades.
Como superação da dicotomia ensino-pesquisa: para que a superação
ocorra, é necessário construir uma metodologia adequada que
possibilite passar um conhecimento setorizado para um conhecimento
integrado. O que dependerá de uma atitude capaz de modificar hábitos
já estabelecidos.
Para que isto ocorra, faz-se necessário um treinamento adequado dos professores no efetivo exercício de uma prática
31
interdisciplinar, pois somente a partir de um treino na arte de compreender e fazer-se entender, na reciprocidade, co-participação e respeito pela opinião alheia, aliados a uma busca e luta para objetivos comuns, haverá condições de eliminação dessa dicotomia. (FAZENDA, 2011, p.81)
Como forma de compreender e modificar o mundo: a
interdisciplinaridade possibilita a integração das fragmentações que
foram geradas pela ocidentalização do conhecimento. Esta produziu a
ideia deturpada de valorizar o indivíduo, de acordo com a sua
capacidade de absorver o maior número de “fragmentos”. Isso fez com
que o homem deixasse de ser sujeito-efetivo (agente de transformação)
para o sujeito-objeto (receptor da transformação). Portanto, a
interdisciplinaridade, por meio da passagem da subjetividade para uma
intersubjetividade, objetiva a recuperação da unidade humana.
Integração como necessidade e interdisciplinaridade: integração é um
aspecto funcional da interdisciplinaridade. A integração é um processo
anterior a interdisciplinaridade, tem o papel de questionar a realidade e
sua perspectiva de transformação, entretanto, não é um fim em si
mesma. Caso isso aconteça, ocorre a estagnação. Já
interdisciplinaridade caminha para uma mudança ou transformação da
própria realidade, para que isso ocorra são necessários novos
questionamentos, novas buscas, enfim, mudanças de atitudes de
compreender e entender.
Outra autora estudada por Sommerman é a professora e assistente, Lisa
R. Lattuca, do Departamento de Liderança, Fundações e Aconselhamento
Psicológico da University Loyola, de Chicago, realizou uma pesquisa sobre
interdisciplinaridade com 38 universitários. Os resultados são apresentados em
seu livro publicado em 2001: “Creating interdisciplinarity: interdisciplinary
research and teaching among college and university faculty”
A pesquisadora afirma que a maioria das definições atuais para o
conceito de interdisciplinaridade coloca a ideia de integração como a questão
central. Já a autora, considerando que, deixando aberta a questão da
integração e adotando como questão central a interação entre as disciplinas, foi
possível explorar as entrevistas com maior liberdade conceitual.
32
Em seu levantamento bibliográfico, observou que muitos estudiosos da
interdisciplinaridade consideram que a integração é parte fundamental da
definição atual, entre eles destacam-se: Epton (1984), Roy (1979). Porém, vale
salientar que existe um grupo contrário a essa ideia – feministas, pós-
estruturalistas e pós-modernistas – que criticam a disciplinas e buscam uma
redefinição do conhecimento, objetivando desmantelar as perspectivas
disciplinares. Cita, ainda, que há os teóricos da sistêmica e os estruturalistas
buscam uma ciência unificada e que integre todas as disciplinas.
Lattuca (2001) conclui sua pesquisa, citando vários estudos que:
[...] demonstram que a pouca comunicação entre os membros de uma equipe provenientes de diversas disciplinas inibe o sucesso das equipes de pesquisa; que interação é um conceito mais forte para a interdisciplinaridade do que o de colaboração; e que a criação de uma linguagem comum é fundamental para equipes de pesquisa interdisciplinar. (LATTUCA, 2001, apud SOMMERMAN, 2015, p. 201-202).
Dessa forma, Sommerman (2015) observa que o conceito de
interdisciplinaridade será mais atual ao passar da colaboração para interação
frequente e desta para a integração.
Outro autor que merece destaque é o pesquisador canadense Yves
Lenoir, o qual priorizou em sua pesquisa a reflexão no contexto da educação e
considera a interdisciplinaridade no contexto disciplinar.
Diferentemente da maioria dos autores, Lenoir chama a atenção para a
questão da diferença entre as disciplinas científicas e as disciplinas escolares,
considerando que, ainda que sejam similares, apresentam outros conteúdos,
outros métodos e outras finalidades. Disso resulta uma classificação de duas
categorias: interdisciplinaridade científica e interdisciplinaridade escolar.
Destaca,ainda, duas perspectivas de interdisciplinaridade: a conceitual e
a prática. A primeira busca a unidade de conhecimento enquanto a segunda
busca a resolução de um problema concreto. Entretanto, o autor considera que
elas não são opostas, mas sim complementares. Porém, ambas se articulam
em três campos de operacionalização que podem ser: investigada (pesquisa),
professada (ensino) ou praticada (aplicação).
O autor apresenta um quadro com a distinção entre elas quanto aos
seus objetos, seus métodos e suas finalidades:
33
Quadro 1 - Interdisciplinaridade Científica e Interdisciplinaridade Escolar
Interdisciplinaridade
Científica
Interdisciplinaridade Escolar
Finalidades Tem por finalidade a
produção de novos
conhecimentos e a resposta
a necessidade sociais:
Pelo estabelecimento de
ligações entre as
ramificações das ciências
Pela hierarquização
(organização das
disciplinas científicas)
Pela estrutura
epistemológica
Pela compreensão de
diferentes perspectivas
disciplinares,
restabelecendo as
conexões sobre o plano
comunicacional entre os
discursos disciplinares
Tem por finalidade a difusão do
conhecimento (favorecer a
integração de aprendizagens e
conhecimentos) e a formação de
autores sociais:
Colocando-se em prática as
condições mais apropriadas
para suscitar e sustentar os
desenvolvimentos dos
processos integradores e a
apropriação dos conhecimentos
como produtos cognitivos com
os alunos; isso requer uma
organização dos conhecimentos
escolares sobre os planos
curriculares, didáticos e
pedagógicos
Pelo estabelecimento de
ligações entre teoria e prática
Pelo estabelecimento de
ligações entre os distintos
trabalhos de um segmento real
de estudo
Objetos Ter por objeto as disciplinas
científicas
Tem por objeto as disciplinas
escolares
Modalidades de
aplicação
Implica a noção de pesquisa:
tem o conhecimento como
sistema de referência
Implica a noção de ensino, de
formação: tem como sistema de
referência o sujeito aprendiz e sua
relação com o conhecimento.
Sistema
referencial
Retorno à disciplina na
qualidade de ciência (saber
sábio)
Retorno à disciplina como matéria
escolar (saber escolar), para um
sistema referencial que não se
restringe às ciências
34
Consequência Conduz: à produção de
novas disciplinas segundo
diversos processos; às
realizações técnico-
científicas
Conduz ao estabelecimento de
ligações de complementaridade
entre as matérias escolares
Fonte: LENOIR, 1998, p.52
No que se refere à integração, Lenoir afirma que:
[...] a integração é vista como um processo interno, de construção de produtos cognitivos, processo que interessa ao sujeito e que exige ajuda apropriada de um terceiro, que age a título de mediador momentâneo (educador), colocando em prática as condições didáticas favoráveis às orientações de integração. (LENOIR, 2011, apud SOMMERMAN, 2015, p.204).
O autor pondera que, antes de se pensar uma ação pedagógica escolar
de integração das matérias, é necessário, que se saiba porque integrar, o que
integrar, quem fará a integração, que processo os sujeitos realizarão, que
concepção de saber fundamenta a integração, de que maneira promover a
integração da aprendizagem e dos saberes.
Nesse sentido, a interdisciplinaridade articula-se em:
Interdisciplinaridade curricular: faz uma análise da matriz
curricular, com o objetivo de estabelecer as ligações de
interdependência, de convergência e de complementaridade entre
as disciplinas. Para que isso ocorra, é fundamental excluir a
hierarquia entre as disciplinas, estabelecer uma metodologia,
linguagem e técnicas comuns.
Interdisciplinaridade didática: estabelece as dimensões
conceituais, antecipativas, organiza e avalia a interdisciplinaridade
pedagógica, considerando a estruturação do currículo e
articulando-a com a aprendizagem.
Interdisciplinaridade pedagógica: é a aplicação da
interdisciplinaridade didática na sala de aula. É a vivência
concreta na aplicação de projeto interdisciplinar.
Chegar com êxito à dimensão pedagógica só é possível se as outras
duas dimensões (a curricular e a didática) forem executadas. Caso contrário,
ocorrerá quatro tipos de divagações: mistura (transmissão de um conteúdo
35
temático de forma diversificada, desarticulada, descontextualizada);
popularidade (banalização dos conceitos ou exclusão destes, utilização do
senso comum); relações de dominância(a priorização de apenas determinadas
disciplinas); inexistência de ligações (as matérias estão ligadas ao tema, mas
não umas às outras).
Na literatura levantada por Lenoir, foi possível apontar duas
perspectivas principais de interdisciplinaridade também identificadas por Julie
T. Klein. A primeira é a epistemológica – reflexiva e crítica, que busca uma
síntese conceitual e uma unidade do conhecimento, é predominante nos países
de cultura francesa. A segunda perspectiva é a instrumental ou pragmática, se
caracteriza pela busca respostas para problemas que são colocados pela
sociedade e é predominante nos Estados Unidos e na parte anglo-saxã do
Canadá
Além dessas duas perspectivas, Lenoir, com base nos trabalhos de
Ivani Fazenda, apresenta uma terceira perspectiva, que não se direciona nem
para o saber, nem para o fazer, mas sim para a pessoa do docente em seu
fazer pedagógico. Essa terceira perspectiva é a fenomenológica.
Lenoir conclui suas reflexões sobre as três perspectivas
interdisciplinares afirmando que elas não devem ser vistas como opostas e sim
como complementares, o que permite enriquecer muito a formação dos
docentes.
A discussão sobre interdisciplinaridade, do ponto de vista teórico, não
se esgota, pois práticas interdisciplinares são constantemente realizadas, o que
obriga a pensar a relação teoria e prática.
CAPÍTULO II
O CURSO
2.1 Centro Paula Souza
Mesmo sobre uma forte pressão em que o país vivia com um regime
militar, o governador de Roberto Costa de Abreu Sodré (1967 – 1971) assinou
um decreto lei, em 6 de outubro de 1969, que criou uma Instituição de Ensino
que tinha como principal objetivo oferecer cursos de Ensino Superior de
Tecnologia de curta duração (dois a três anos).
Essa Instituição começou a operar no ano de 1970, nas cidades de
São Paulo e de Sorocaba, com o nome de Centro Estadual de Educação e
Tecnologia de São Paulo (CEET). Oferecia, inicialmente, três cursos que eram:
Construção Civil; Desenhista Projetista; e Oficinas.
No ano de 2015, que comemora os seus 46 anos de existência, o
Centro Paula Souza, como é chamado, é uma Autarquia do Governo do estado
de São Paulo e está subordinado à Secretaria de Desenvolvimento. Oferece
cursos de nível Superior por meio das Fatecs e cursos de tecnologia em nível
médio oferecidos pela ETECs. Há também os cursos de pós-graduação, tanto
o Lato Sensu (no segundo semestre de 2015 foram oferecidos os cursos de
MBA Excelência em Gestão de Projetos e Processos Organizacionais - 25ª
turma; MBA Executivo em Gestão Empresarial – 16ª Turma) e Strictu Sensu
(Gestão e Tecnologia em Sistemas Produtivos; Gestão e Desenvolvimento da
Educação Profissional).
De acordo com o site do Centro Paula Souza, acessado em 14 de
outubro de 2015, há 65 Fatec distribuídas em 59 municípios no estado de São
Paulo, oferecendo um total de 72 cursos diferentes conforme o quadro abaixo:
Quadro 2 - Relação dos cursos por cidade
Cursos Cidades
Agroindústria Capão Bonito
Agronegócio Botucatu; Itapetininga; Jales; Mococa; Mogi das Cruzes; Ourinhos; Presidente Prudente; São José do Rio Preto; Taquaritinga
Alimentos Marilia; Piracicaba
37
Análise e Desenvolvimento de Sistemas
Americana; Araçatuba; Botucatu; São Paulo; Carapicuíba; Cruzeiro; Franca; Garça; Guaratinguetá; Indaiatuba; Itapetininga; Itu; Jundiaí; Lins; Mococa; Mogi das Cruzes; Mogi Mirim; Ourinhos; Paia Grande; Presidente Prudente; Ribeirão Preto; Santos; São Caetano do Sul; São José do Rio Preto; São José dos Campos; Sorocaba; Taquaritinga; Taubaté
Automação de Escritórios e Secretariado
São Paulo
Automação Industrial Bauru; São Paulo; Catanduva; Osasco; São Bernardo do Campo; Tatuí
Automação e Manufatura Digital
São José dos Campos
Banco de Dados Bauru; São José dos Campos
Biocombustíveis Araçatuba; Jaboticabal; Piracicaba
Comércio Exterior Barueri; São Paulo; Indaiatuba; Itapetininga; Praia Grande
Construção Civil - Modalidade Edifícios
São Paulo
Construção Civil - Movimento de Terra e Pavimentação
São Paulo
Construção de Edifícios São Paulo
Construção Naval Jaú
Controle de Obras São Paulo
Cosméticos Diadema
Eletrônica Automotiva Santo André; Sorocaba; Taubaté
Eletrônica Industrial São Paulo
Eventos Barueri; São Paulo; Cruzeiro; Itu; Jundiaí; Presidente Prudente
Fabricação Mecânica Mauá; São Paulo; Sorocaba
Gestão Ambiental Jundiaí
Gestão Comercial Assis; São Paulo; Guaratinguetá; Itaquaquecetuba; Santana de Parnaíba; São Roque.
Gestão Empresarial Americana; São Paulo; Catanduva; Cotia; Cruzeiro; Garça; Guaratinguetá; Indaiatuba; Jales; Mococa; Piracicaba; Praia Grande; Presidente Prudente; Santos; São Sebastião; Sertãozinho; Tatuí
Gestão Financeira Bragança Paulista; Guaratinguetá; Osasco
Gestão de Negócios e Inovação
São Paulo
Gestão Portuária Santos; São Sebastião
Gestão da Produção Industrial
Cotia; Cruzeiro; Franca; Itapetininga; Itapira; Itatiba; Jaú; Lins; São José dos Campos
Gestão de Recursos São Paulo; Mogi das Cruzes
38
Humanos
Gestão de Serviços Indaiatuba
Gestão da Tecnologia da Informação
Barueri; Bragança Paulista; Campinas; Catanduva; Guaratinguetá; Itapira; Itaquaquecetuba; Itu; Jaú; Jundiaí; Mococa; Tatuí
Gestão de Turismo São Paulo; São Roque
Geoprocessamento Jacareí
Hidráulica e Saneamento Ambiental
São Paulo
Informática para Negócios
Mauá; São Bernardo do Campo; São José do Rio Preto
Instalações Elétricas São Paulo
Jogos Digitais Americana; Carapicuíba; Lins; Ourinhos; São Caetano do Sul
Logística Americana; Bebedouro; Botucatu; São Paulo; Carapicuíba; Guaratinguetá; Guarulhos; Jaú; Jundiaí; Lins; Mauá; Mogi das Cruzes; Santos; São José dos Campos; Sorocaba
Logística Aeroportuária Guarulhos; Indaiatuba
Manutenção de Aeronaves
São José dos Campos
Manutenção Industrial Osasco; Pindamonhangaba; Sertãozinho; Tatuí
Marketing São Paulo
Materiais São Paulo
Mecânica - Modalidade Processos de Produção
São Paulo
Mecânica - Modalidade Projetos
São Paulo
Mecânica Automobilística
Santo André
Mecânica de Precisão São Paulo
Mecânica: processos de soldagem
São Paulo; Pindamonhangaba; Sertãozinho
Mecanização em Agricultura de Precisão
Pompeia
Mecatrônica Industrial Garça; Itu; Mogi Mirim; Santo André
Meio Ambiente e Recursos Hídricos
Jacareí; Jaú
Microeletrônica São Paulo
Polímeros São Paulo; Sorocaba; Mauá
Processos Metalúrgicos Pindamonhangaba; Sorocaba
Processos Químicos Campinas; Praia Grande
Produção Fonográfica Tatuí
Produção Industrial Botucatu; Taquaritinga
Produção Têxtil Americana
Projetos de Estruturas Aeronáuticas
São José dos Campos
Projetos Mecânicos Mogi Mirim; Pindamonhangaba; Sorocaba
Radiologia Botucatu
39
Redes de Computadores
Bauru; Indaiatuba; Osasco
Refrigeração, ventilação e ar condicionado
São Paulo
Secretariado Carapicuíba; Itaquaquecetuba; São Caetano do Sul
Segurança da Informação
Americana; Ourinhos; São Caetano do Sul
Silvicultura Capão Bonito
Sistemas Navais Jaú
Sistemas Biomédicos Bauru; Sorocaba
Sistemas para Internet Carapicuíba; Jales; Jaú; Santos; São Roque; Taquaritinga
Soldagem São Paulo
Têxtil e Moda Americana
Transporte Terrestre Barueri; São Paulo
2.2 Fatec - Indaiatuba
A Faculdade iniciou as suas atividades no ano de 1994, com o curso de
Superior de Tecnologia em Automação de Escritórios e Secretariado, conforme
consta no site da Fatec Indaiatuba:
A Faculdade de Tecnologia de Indaiatuba é resultante de
intenção tripartite entre o Centro Estadual de Educação
Tecnológica "Paula Souza", Prefeitura Municipal de Indaiatuba
e a AIMI- Associação das Indústrias do Município de
Indaiatuba. Esses segmentos se organizaram em comissão
para estudos da implantação do Curso Superior de Tecnologia
em Automação de Escritórios e Secretariado, nomeada através
da Portaria CEETEPS nº 49, de 18 de agosto de 1993 do
Senhor Diretor Superintendente, assim composta: Prof. Paulo
Yamamura, Prof. Luiz Santilli Junior, professores da FATEC -
São Paulo; Profª Maria de Lourdes Baraldi Barbosa Côrrea e
Profª Jane Shirely Escodro Pranstretter, da Prefeitura Municipal
de Indaiatuba e Engº Sr. Koji Arita, representante da AIMI,
encontrando a presidência sob a responsabilidade o primeiro.
(http://www.fatecid.com.br/v2014/index.php/graduacao.html)
A cidade de Indaiatuba está localizada numas das regiões mais
prósperas do país. Hoje, a cidade apresenta, de acordo com o IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística, 2015), uma população estimada em
231.033 habitantes.
De acordo com o site oficial da prefeitura de Indaiatuba, a cidade
contava, no ano de 2013, com 843 indústrias, esse número veio aumentando
40
nos últimos anos. Além disso, estão presentes na cidade empresas dos setores
de serviços e comércio que apresentaram também um aumento significativo
nos últimos anos. Isso pode ser observado no quadro de número de
estabelecimentos cadastrados no município, oferecido pelo DEREM
(Departamento Rendas Mobiliárias)
Quadro 3 - Estabelecimentos cadastrados na cidade de Indaiatuba
2010 2011 2012 2013 Novos até 30/09/2014
Total
Comércio 2.979 3.539 4.140 4.395 439 4.614
Serviços 3.168 3.977 5.025 6.141 1.066 6.985
Indústria 694 772 852 843 42 864
Fonte: Prefeitura Municipal de Indaiatuba
É nesse cenário que a Fatec Indaiatuba está instalada e, de acordo com
o Plano Político Pedagógico da Instituição, tem como missão: “Formar
tecnólogos profissionalmente competentes, cidadãos com postura crítica, ética
e humanística, responsáveis e comprometidos com o desenvolvimento
sustentável, preparados para oferecerem soluções sociais e economicamente
produtivas.”.
Por essa razão é que, após pesquisar e analisar as necessidades da
cidade e região, a Fatec Indaiatuba implantou os seguintes cursos presenciais:
Gestão Empresarial; Análise e Desenvolvimento de Sistemas; Redes de
Computadores; Gestão de Serviços; Logística Aeroportuária; Comércio
Exterior; e apenas um a distância, o curso de Gestão Empresarial.
Com o decorrer dos anos, devidos as alterações e implantações de
novos cursos,os objetivos iniciais também foram modificados e no ano de 2015
a Instituição tem os seguintes objetivos:
Promover um ambiente de aprendizagem que favoreça o desenvolvimento das competências, habilidades e atitudes para o atendimento das demandas da sociedade.
Integrar e participar do desenvolvimento regional sustentável, promovendo ações e oferecendo soluções para o bem comum.
Promover o desenvolvimento da cultura empreendedora e da ação produtiva.
Atuar construtivamente para a prevalência da igualdade de oportunidades e da convivência simbiótica entre os homens
41
através da Tecnologia, da Tolerância e do Talento no ambiente globalizado.
Oferecer soluções para a melhoria dos padrões de Qualidade de Vida. (www.fatecid.com.br/v2014/index.php/missaoobjetivo.html)
2.2.1 Curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas
O curso de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas
(ADS) da Fatec Indaiatuba é um curso de nível superior, com duração de 3
anos, totalizando uma carga horária de 2.800 horas. A carga horária do curso é
distribuída da seguinte maneira: 2400 horas de aula, 240 de estágio
supervisionado e 160 de trabalho de graduação.
O curso tem como objetivos gerais: “Formar profissionais que projetem,
implementem e coordenem infraestrutura de tecnologia da informação,
atendendo a necessidade de mudanças provocadas pelas inovações
tecnológicas nas empresas”(CESU, 2010, p. 2).
Além dos objetivos gerais, o projeto pedagógico apresenta também os
objetivos específicos, a saber:
• Formar profissionais capazes de analisar problemas e desenvolver soluções para as organizações, através da modelagem e implementação de sistemas de informação; • Formar profissionais com visão interdisciplinar, que busquem o aperfeiçoamento contínuo, integrando conhecimentos para o desenvolvimento de soluções computacionais adequadas às organizações. • Promover sólida formação técnico-científica para o desenvolvimento e gerenciamento de projetos de sistemas de informação • Estimular o egresso a interagir junto aos problemas sócio tecnológicos da comunidade e das organizações. • Formar profissionais com visão global, humanística e calcada na ética. • Incentivar a investigação científica, visando o desenvolvimento da ciência e da tecnologia. (CESU, 2010, p. 2)
De acordo com o plano Pedagógico do Curso, ao final do curso a
expectativa é que o aluno formado seja capaz de desenvolver as seguintes
funções:
o Propor e coordenar mudanças organizacionais, definir políticas e diretrizes decorrentes da tecnologia da informação.
42
o Analisar as áreas funcionais da empresa e suas necessidades em relação aos sistemas de informação. o Planejar e desenvolver o modelo de dados que atendam às necessidades atuais e futuras da empresa. o Elaborar os planos de desenvolvimento de sistemas de informação focalizando todas as áreas de negócio da empresa. o Organizar e apresentar de maneira clara aos usuários os processos envolvidos nos sistemas. o Transformar o potencial dos sistemas de informação em suporte para toda a empresa. o Avaliar os modelos de organização das empresas garantindo a sua sobrevivência em ambiente interconectado e competitivo. o Conhecer técnicas de avaliação da qualidade dos processos empresariais. o Avaliar os sistemas oferecidos pelo mercado e indicá-los quando convenientes para a empresa. o Identificar oportunidades para futuros empreendimentos. o Avaliar os sistemas operacionais e gerenciadores de banco de dados oferecidos pelo mercado e indicá-los quando convenientes para a empresa. o Avaliar a infraestrutura e propor soluções técnicas adequadas às necessidades das instituições. o Planejar a implementação do modelo de dados especificados pelo administrador de dados que atendam às necessidades atuais e futuras da empresa. o Planejar e desenvolver redes que atendam às necessidades atuais e futuras da empresa. o Identificar e avaliar os dispositivos e padrões de comunicação, reconhecendo suas implicações nos ambientes de rede. o Integrar os sistemas de informação da empresa otimizando o uso das bases de dados e dos recursos em rede. o Garantir segurança, integridade e performance do sistema operacional, das bases de dados e das redes utilizadas nas empresas. o Conhecer as restrições impostas às redes pelos sistemas de telecomunicações. o Elaborar planos de contingências para manter os sistemas em funcionamento. o Facilitar a comunicação entre as diversas áreas de negócio da empresa e os profissionais de tecnologia da informação. (CESU, 2010, p. 3)
Ao finalizar o curso, o discente deverá ter desenvolvido as seguintes
competências:
Conhecimento de ferramentas computacionais que auxiliem na solução de problemas em Sistemas de Informação;
Capacidade para identificar necessidades, desenvolver e implementar soluções, utilizando a tecnologia da informação;
Capacidade de raciocínio lógico, de observação, de interpretação e análise crítica de dados e informações;
Capacidade para selecionar recursos de Software e Hardware específicos às necessidades das instituições;
43
Capacidade de propor e coordenar mudanças organizacionais, definir políticas e diretrizes decorrentes do uso da tecnologia da informação;
Capacidade de organizar e coordenar recursos humanos e técnicos envolvidos no desenvolvimento e manutenção dos Sistemas de Informação;
Interesse para o aprendizado contínuo de novas tecnologias;
Capacidade de desenvolver atividades de forma colaborativa em equipes multidisciplinares;
Capacidade de comunicação interpessoal e expressão correta em documentos técnicos, inclusive em Língua estrangeira.
Espírito empreendedor e visão crítica na busca de novas oportunidades de desenvolvimento profissional;
Criatividade e intuição aguçadas aliadas a preparo técnico adequado;
Visualizar novas oportunidades de desenvolvimento profissional.
Formação ético-profissional que propicie sensibilidade para as questões humanísticas, sociais e ambientais;
Ser receptivo na aquisição e utilização de novas ideias e tecnologias. (CESU, 2010, pp. 2-3)
De acordo com o projeto pedagógico do curso, e visando atender os
objetivos do mesmo e o desenvolvimento das competências do egresso, a
matriz curricular é composta pelas seguintes disciplinas distribuídas nos 6
semestres conforme os quadros abaixo:
Quadro 4 - Matriz Curricular do Primeiro Semestre
Atividade Distribuição da Carga Didática Aulas
semanais
Teoria Prática Total ILM-001 Programação em Microinformática 4 20 60 80 IAL-002 Algoritmos e Lógica de Programação 4 40 40 80 IHW-100 Laboratório de Hardware 2 10 30 40 IAC-001 Arquitetura e Organização de
Computadores
4 40 40 80 AAG-001 Administração Geral 4 60 20 80 MMD-
001
Matemática Discreta 4 60 20 80 LIN-100 Inglês I 2 20 20 40 Totais 24 Semestre 480 Fonte: Adaptado de CESU, 2010
Quadro 5 - Matriz Curricular do Segundo Semestre
Atividade Distribuição da Carga Didática Aulas
sema
nais
Teoria Prátic
a
Total IES-100 Engenharia de Software I 4 40 40 80 ILP-010 Linguagem de Programação 4 40 40 80 ISI-002 Sistemas de Informação 4 60 20 80 CCG-001 Contabilidade 2 20 20 40 MCA-002 Cálculo 4 40 40 80 LPO-001 Comunicação e Expressão 4 40 40 80 LIN-200 Inglês II 2 20 20 40
44
Totais 24 Semestre 480 Fonte: Adaptado de CESU, 2010
Quadro 6 - Matriz Curricular do Terceiro Semestre
Atividade Distribuição da Carga Didática Aulas
seman
ais
Teoria Prátic
a
Total IES-200 Engenharia de Software II 4 40 40 80 ILP-007 Programação Orientada a Objetos 4 40 40 80 IBD-002 Banco de Dados 4 40 40 80 ITI-003 Gestão e Governança de Tecnologia
da Informação
4 60 20 80 CEF-100 Economia e Finanças 2 20 20 40 MET-
100
Estatística aplicada 4 40 40 80 LIN-300 Inglês III 2 20 20 40 Totais 24 Semestre 480 Fonte: Adaptado de CESU, 2010
Quadro 7 - Matriz Curricular do Quarto Semestre
Atividade Distribuição da Carga Didática Aulas
seman
ais
Teoria Prátic
a
Total AGO-
005
Gestão de Projetos 4 40 40 80 IED-001 Estruturas de Dados 4 40 40 80 IHC-001 Interação Humano Computador 2 20 20 40 ISO-100 Sistemas Operacionais I 4 20 60 80 ILP-508 Programação WEB 4 40 40 80 HST-002 Sociedade e Tecnologia 2 20 20 40 TTG-001 Metodologia da Pesquisa Científico-
tecnológica
2 20 20 40 LIN-400 Inglês IV 2 20 20 40 Totais 24 Semestre 480 Fonte: Adaptado de CESU, 2010
Quadro 8 - Matriz Curricular do Quinto Semestre
Atividade Distribuição da Carga Didática
Aulas Teoria Prática Total
IES-300 Engenharia de Software III
4 20 60 80 ISG-003 Segurança da Informação
2 20 20 40 IBD-100 Laboratório de Banco de Dados 4 40 40 80 ISO-200 Sistemas Operacionais II
4 20 60 80
ILP-506 Programação para dispositivos móveis 4 40 40 80 MPL-
001
Programação Linear e Aplicações
4 40 40 80 LIN-500 Inglês V 2 20 20 40
Totais 24 Total do
semestre 480
Fonte: Adaptado de CESU, 2010
45
Quadro 9 - Matriz Curricular do Sexto Semestre
Atividade Distribuição da Carga Didática
Aulas Teoria Prática
Total
IES-301 Laboratório de Engenharia de Software 4 40 40 80
IRC-008 Redes de Computadores 4 40 40 80
ITE-002 Tópicos Especiais em Informática 4 40 40 80
ISA-002 Auditoria de Sistemas 4 40 40 80
AGR-101
Gestão de Equipes 2 20 20 40
CEE-002
Empreendedorismo 2 20 20 40
HSE-001
Ética e Responsabilidade Profissional 2 20 20 40
LIN-600 Inglês VI 2 20 20 40
Totais 24 Semestre 480
Fonte: Adaptado de CESU, 2010
2.2.2 Projeto Interdisciplinar
O Projeto Interdisciplinar é desenvolvido nos seis semestres do curso de
Análise e Desenvolvimento de Sistemas, desde a implantação do curso na
Fatec – Indaiatuba. A cada semestre, é proposto um trabalho diferente
integrando diversas disciplinas que compõem a matriz curricular. Nesse
trabalho, os alunos se preparam para desenvolver um sistema de informática.
Os procedimentos adotados para sua realização buscam simular ambientes
empresariais que os futuros profissionais encontrarão no mercado de trabalho.
De acordo com o Manual do Projeto Interdisciplinar (ANEXO A) seu
objetivo é “promover a integração entre as disciplinas de forma a torná-lo mais
dinâmico e integrado, ou ainda realizar a integração entre outros cursos da
Fatec Indaiatuba”. A cada semestre, é proposta uma atividade pelos docentes
e um documento é elaborado e entregue aos discentes, constando: os
conteúdos exigidos em cada disciplina para a realização do projeto; a forma de
apresentação do trabalho (escrita e oral); e o cronograma de entregas.
Considerando que a pesquisa será feita com os alunos do 3º semestre e
que o Manual do Projeto Interdisciplinar será objeto de estudo, ele será
retomado e analisado mais detalhadamente no próximo capítulo.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
3.1 O papel dos procedimentos metodológicos
Para a realização de uma pesquisa científica, é imprescindível que
sejam previamente estabelecidos os procedimentos metodológicos, pois:
[...] o método é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais, que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo – conhecimentos válidos e verdadeiros – traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista (MARCONI; LAKATOS 2010, p. 65).
A sistematização proposta pelo método é um requisito essencial para
que se produza um trabalho científico, posto que permite ao pesquisador
realizar uma análise distanciada e objetiva do fenômeno estudado e validar os
resultados obtidos. Além disso, é definindo os procedimentos metodológicos
que, criteriosamente, estabelece-se o delineamento da pesquisa, escolhem-se
o local e os sujeitos, e definem-se as técnicas de coleta e análise de dados.
3.2 Fundamentos teóricos do delineamento da pesquisa e da coleta e
análise de dados
A definição do delineamento da pesquisa e das técnicas de coleta de
dados deve ser realizada com base nos pressupostos teóricos que sustentam a
pesquisa. Isso porque o pesquisador precisa de um distanciamento em relação
ao seu objeto de estudo. Portanto, faz-se necessário modelar procedimentos
teoricamente fundamentados de coleta e de análise de dados. Isso resulta em
uma análise descentrada de suas próprias percepções e também das dos
sujeitos de pesquisa.
CAPÍTULO III
47
A fundamentação teórica realizada, nesta pesquisa, com base nos
estudos de Klein, Repko, Lenoir, Lattuca, Japiassu e Fazenda, permitiram
compreender a interdisciplinaridade em duas dimensões: a conceitual e a
procedimental. E são essas as dimensões que nortearam a análise da
aplicação do PI.
Conceitualmente, interdisciplinaridade é compreendida como processo
que considera a perspectiva disciplinar, deve levar a uma integração e a uma
compreensão mais abrangente ou a um avanço. Para que isso aconteça a
contento, são fundamentais as atitudes dos sujeitos.
Dessa forma, determinou-se como delineamento da pesquisa o Estudo
de Caso e, como técnicas de coleta e de análise de dados, utilizou-se de
entrevistas, questionários, focus group e documentos.
A fundamentação teórica estabelece alguns passos para a realização da
interdisciplinaridade: definição de um problema; determinação de
conhecimentos necessários; desenvolvimento de um quadro integrativo;
negociação de papeis; construção de um vocabulário comum; considerações
de todas as contribuições; decisão sobre a gestão ou disposição da tarefa. Tais
questões também fundamentaram os questionários que foram aplicados junto
aos discentes e as entrevistas com os docentes.
Portanto, ao realizar as questões que foram aplicadas aos discentes, as
entrevistas com os docentes e a técnica dos Focus Group procuraram-se
identificar e avaliar que etapas foram seguidas na realização do projeto, assim
como as características dos sujeitos interdisciplinares.
Ressalte-se que, ao especificar as duas dimensões, não se pretende
produzir uma dicotomia. Isso porque a conceito de interdisciplinaridade
materializa-se na prática e está intrinsecamente ligada às atitudes dos sujeitos.
3.3 Delineamento da pesquisa: estudo de caso
A tarefa de classificar uma pesquisa não é fácil. Gil (2010), analisando
essa questão, afirma que a dificuldade ocorre porque os ambientes de
pesquisa, os métodos e as técnicas para coleta e análise de dados, os
enfoques adotados para análise e interpretação são muito diversificados.
48
Por isso, propõe que a classificação da pesquisa seja feita com base em
seu delineamento e esclarece:
Por delineamento (design, em inglês) entende-se o planejamento da pesquisa em sua dimensão mais ampla, que envolve os fundamentos metodológicos, a definição dos objetivos, o ambiente de pesquisa e a determinação das técnicas de coleta e análise de dados. Assim, o delineamento da pesquisa expressa tanto a ideia de modelo quanto a de plano. (GIL, 2010, p.29)
Neste trabalho, adotou-se o Estudo de Caso de caráter exploratório
como delineamento da pesquisa. Esse delineamento “[c]onsiste no estudo
profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu
amplo e detalhado conhecimento, tarefa, praticamente impossível mediante
outros delineamentos já considerados.”(GIL, 2010, p.37).
Com o objetivo de aprofundar a definição de Estudo de Caso,
apresentam-se suas características, baseando-se nos estudos de Gil (2009):
É um delineamento de pesquisa: dessa forma, não se confunde com
métodos ou técnicas para coletar dados;
Preserva o caráter unitário do fenômeno pesquisado: a unidade-caso é
analisada na sua totalidade, pode ser constituída por um indivíduo, uma
organização, um processo, um grupo;
Investiga um fenômeno contemporâneo: o fenômeno estudado ocorre no
momento em que se realiza a pesquisa;
Não separa o fenômeno do contexto: não restringe as variáveis a serem
estudadas, pois o contexto faz parte da investigação;
É um estudo em profundidade: utiliza-se de várias técnicas para a coleta
de dados, que devem ser aplicadas com o objetivo de obter um maior
nível de profundidade. Os dados obtidos de diversas fontes devem ser
analisados no conjunto, comparando-se as informações obtidas entre as
técnicas de coleta de dados aplicadas.
Gil (2010) afirma que a definição da unidade-caso está relacionada
com os objetivos da pesquisa. A unidade-caso determinada neste estudo é a
aplicação do Projeto Interdisciplinar, do 3º semestre do Curso Superior de
Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistema da Faculdade de
49
Tecnologia de Indaiatuba, sob a perspectiva da interdisciplinaridade, pois se
refere a um grupo que tem uma prática específica na instituição.
Portanto, para fazer esse estudo, foi realizada, inicialmente, uma
pesquisa bibliográfica com o objetivo de compreender, com mais profundidade,
o tema abordado. Foi também a pesquisa bibliográfica que forneceu
embasamento teórico, tanto para direcionar a coleta de dados, quanto para
analisá-los com vistas a alcançar os objetivos propostos pela pesquisa.
Além disso, procedeu-se uma pesquisa de campo. De acordo com
Marconi e Lakatos (2010, p. 169):
Pesquisa de campo é aquela utilizada com o objetivo de conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um problema, para o qual a procura de uma resposta, ou de uma hipótese, que se queira comprovar, ou ainda, de descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles. Consiste na observação de fatos e fenômenos tal como ocorrem espontaneamente, na coleta de dados a eles referentes e no registro de variáveis que se presumem relevantes, para analisá-los. (MARCONI; LAKATOS, 2010, p.169).
3.3 Os sujeitos de pesquisa
Considerando os objetivos desta pesquisa – avaliar a aplicação do
Projeto Interdisciplinar do curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas da
FATEC e identificar as compreensões que docentes e discentes têm do projeto
– escolheram-se como sujeitos de pesquisa o coordenador do curso, os
professores e os alunos integrantes do projeto. Isso porque os sujeitos citados
vivenciam a aplicação do Projeto Interdisciplinar e, portanto, puderam oferecer
informações detalhadas sobre sua aplicação, desenvolvimento e resultados
obtidos.
Delimitaram-se, como sujeitos de pesquisa, no que se refere ao corpo
discente e docente, os professores e os alunos do 3º semestre do referido
curso. A escolha desses alunos se deve ao fato de eles já terem participado de
projetos em dois semestres anteriores, o que possibilitaria um maior senso
crítico sobre a aplicação do projeto e uma melhor compreensão do Projeto
Interdisciplinar na sua formação acadêmica e profissional.
50
A análise dos procedimentos e das percepções do coordenador e dos
professores foi fundamental para identificar se e de que forma ocorre a
interdisciplinaridade no desenvolvimento do projeto, uma vez que sua aplicação
se constitui como uma prática pedagógica do curso.
3.4 Técnicas de coleta e análise de dados
3.4.1 Análise dos documentos
Com o intuito de compreender os objetivos, a metodologia aplicada, o
conteúdo solicitado em cada disciplina, foi analisado o Manual do Projeto
Interdisciplinar - documento institucional elaborado pelo colegiado da FATEC
Indaiatuba - do Curso de Análise de Desenvolvimento de Sistemas.
De acordo com Gil (2009), a consulta a fontes documentais é essencial
para a realização de um estudo de caso. A análise de documentos elaborados
por uma organização ou instituição permite acessar informações referentes à
sua estrutura. Tais informações podem auxiliar o pesquisador a construir
parâmetros para elaboração de questionários e entrevistas. Pode ser a base
para a análise do processo em estudo, pois permite confrontar as informações
obtidas por outras técnicas.
3.4.2 Questionários
Considerando a fundamentação teórica, a análise do Projeto
Interdisciplinar, foram elaborados e aplicados questionários aos discentes. Os
questionários foram aplicados em dois momentos. Isso se deu para melhor a
percepção sobre interdisciplinaridade no início e no final do processo. Os
dados levantados, na aplicação dos questionários, foram tabulados e
apresentados em formato de gráficos para uma melhor leitura.
Segundo Marconi e Lakatos (2010, p.184), define-se como questionário:
“um instrumento de coleta de dados, constituído por uma série ordenada de
perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do
entrevistador”.
Seguindo a classificação proposta pelas autoras, foram elaboradas
perguntas abertas – que permitem o questionado responder livremente, emitir
51
opiniões, utilizando linguagem própria – e perguntas de múltipla escolha – de
acordo com um determinado assunto, apresenta um conjunto de opções como
respostas.
A seleção da amostra foi do tipo intencional, pois os sujeitos foram
convidados a participar e responderam aqueles que se predispuseram a isso.
Por se tratar de um estudo de caso, o questionário se configurou como
mais um tipo de coleta de dados e foi utilizado com caráter exploratório, para
identificar os processos e as atitudes dos sujeitos. Nesse sentido, se constituiu
como um instrumento respondido pelos sujeitos de forma escrita e sem a
presença do pesquisador e cujos resultados foram analisados em conjunto com
as outras técnicas de coleta de dados da pesquisa.
3.4.3 Entrevista
Outra técnica utilizada no projeto para a coleta de dados foi a Entrevista.
Essa técnica consiste no encontro de duas pessoas e permite, mediante uma
conversa de natureza profissional, obter informações sobre um determinado
assunto.
Segundo Selltiz (apud MARCONI; LAKATOS, 2010), ao se aplicar essa
técnica de coleta de dados, é possível apresentar seis tipos de objetivos:
a) Averiguação de fatos: verificar a compreensão que as pessoas têm em
relação a um determinado fato.
b) Determinação das opiniões sobre os fatos: entender o que as pessoas
pensam sobre determinado fato.
c) Determinações sobre os sentimentos: através de sentimentos e anseios,
compreender determinadas atitudes perante determinados fatos.
d) Descoberta de plano de ação: por meio das definições do indivíduo
traçar ações adequadas para determinadas situações.
e) Conduta atual ou do passado: analisar a atual conduta para inferir qual
era a do passado e qual poderá ser no futuro.
f) Motivos conscientes para opiniões, sentimentos, sistemas ou condutas:
identificar o que pode influenciar nas opiniões, sentimentos e condutas.
52
Neste trabalho, as entrevistas objetivaram verificar qual era a
compreensão dos docentes e do coordenador do curso em relação à aplicação
do PI, e o que os mesmos pensavam sobre essa prática.
Além dos objetivos, as entrevista podem ser classificadas em três tipos
de acordo com Marconi e Lakatos (2010):
Padronizada ou Estruturada: São entrevistas que seguem
um protocolo de perguntas padrão a todos os entrevistados. Nessa
modalidade o entrevistador não possui a liberdade de alterar as
perguntas mediante determinada situação.
Desapropriada ou não estruturada: esse tipo de abordagem
se difere da anterior, pois o entrevistador tem a liberdade de elaborar
novas questões de acordo com as respostas, portanto o entrevistador
não fica restrito apenas às perguntas estabelecidas antecipadamente.
Painel: essa técnica consiste em repetir, de tempo em
tempo, várias vezes a mesma pergunta, a fim de verificar se há
distorção das respostas e evolução das opiniões em período de tempo
pequeno.
As entrevistas realizadas seguiram uma padronização, pois as questões
foram previamente elaboradas e, durante o questionamento, manteve-se um
roteiro pré-estabelecido.
O levantamento de dados por meio da entrevista apresenta vantagens e
limitações. No que se refere às vantagens, pode-se citar: a possibilidade de
entrevistar qualquer segmento da população, independente de ser alfabetizado
ou não; o entrevistador tem a liberdade de esclarecer dúvidas na hora da
entrevista; há possibilidade de analisar as atitudes, a conduta, os gestos do
entrevistado ao ser questionado; oportunizar a obtenção de dados que não se
encontram em fontes documentais; trabalhar para que os dados obtidos sejam
quantificados e submetidos às análises estatísticas; e a obtenção de dados
mais precisos podendo ser confrontados imediatamente durante a entrevista.
Porém, essa técnica não possui apenas vantagens, podendo ser citadas
algumas limitações como: a possibilidade do entrevistado ser influenciado em
suas respostas pelo questionador; o tempo necessário para se aplicar essa
técnica; a dificuldade de comunicação de ambas as partes; a incompreensão
53
das perguntas o que leva a falsa interpretação; pequeno grau de controle sobre
a situação na hora que ocorre a entrevista; reter informações uma vez que a
sua identidade é revelada; e a dependência do entrevistado passar as
informações.
3.4.4 Focus Group
Posto que o estudo de caso é um delineamento de pesquisa que
pressupõe um estudo em profundidade, é necessário que se utilize de diversas
técnicas de coletas de dados para que se obtenham informações mais
precisas. Nesse sentido, a técnica do focus group vem a complementar a
pesquisa, pois
[...] é um tipo de entrevista em profundidade realizada em grupo, que privilegia a observação e o registro de experiências e reações dos participantes. Essa entrevista é conduzida por um moderador, que introduz um tópico a um grupo de respondentes e direciona sua discussão sobre o tema de uma maneira não estruturada. Constitui, portanto, técnica apropriada para obtenção de dados em pesquisas que tenham por objetivo saber como as pessoas consideram uma experiência, um evento ou um fato. (GIL, 2009, p.83-84).
O focus group propicia riqueza e flexibilidade na coleta de dados, mas,
como todas as técnicas, essa apresenta vantagens e desvantagens. Como
pode ser observado no quadro abaixo:
Quadro 10 - Vantagens e desvantagens da Técnica Focus Group
Vantagens Desvantagens
Pode ser aplicada coletivamente, é uma técnica rápida e econômica;
Cria-se uma situação que favorece a sinergia;
Privilegia a observação e o registro de experiências e reações dos indivíduos participantes do grupo, o que não seria possível por outros métodos;
Bastante flexível, pois o moderador pode facilmente dirigir a discussão para os tópicos
O pesquisador tem pouco controle sobre os dados gerados e mais dificuldade para analisá-los;
A dificuldade de identificar se os comportamentos são individuais ou influenciados pelo grupo;
Não há garantia da espontaneidade dos participantes;
A eficácia depende da competência do moderador;
Dificuldade de reunir todos os participantes do grupo;
Não é baseado em um ambiente
54
apropriados.
Permite ao pesquisador aumentar o tamanho da amostra de dados.
natural
Fonte: Elaborado pelo autor com base em GIL (2009).
3.5 Natureza da Análise de Dados
A natureza da análise dos dados foi qualitativa e quantitativa. Para as
técnicas de entrevista e focus group, adotou-se a análise qualitativa, pois não
se tinha como foco o número ou a quantidade de respostas, mas sim uma
preocupação com o universo de significados e de percepções, que não
poderiam ser reduzidos à operacionalização de variáveis.
Nesse processo, fez-se análise fundamentada teoricamente. Esta,
segundo Gil (2009, p.93), “Consiste na definição de procedimentos analíticos
com fundamentos em proposições teóricas”.
Os questionários foram analisados quantitativamente, pois foi possível
fazer uma representação matemática para melhor apresentação e
compreensão dos dados.
A utilização conjunta da análise quantitativa e qualitativa permitiu coletar
um número maior de informações do que se poderia conseguir isoladamente.
CAPÍTULO IV
EXPOSIÇÃO E ANÁLISE DE DADOS
4.1 Exposição dos Dados
4.1.1 Manual
A formalização escrita do projeto é feita por meio de um documento com
uma estrutura pré-definida. Inicialmente, o responsável por ele é o coordenador
do curso, o qual designa um professor coordenador do projeto para cada
semestre.
O coordenador do projeto tem a função discuti-lo com todos os
professores envolvidos, durante a semana de planejamento pedagógico – que
ocorre, geralmente, uma semana antes do início do semestre letivo. Outra
função do coordenador do projeto é enviar o documento, para que todos os
envolvidos preencham o que será solicitado em suas respectivas disciplinas.
Tal documento é disponibilizado para os alunos e professores por e-mail e
também na rede de computadores da faculdade.
Esse documento apresenta a seguinte estrutura:
Objetivo;
Disciplinas envolvidas;
Grupos de Trabalho;
Metodologia;
Avaliação e cronograma.
O projeto tem como objetivo principal promover a integração de
disciplinas e proporcionar aos alunos uma visão mais abrangente sobre as
fases de desenvolvimento do projeto de software.
Note-se que ao estabelecer esse objetivo, propõe-se que ele esteja
relacionado com a modelagem de sistema e que envolva a manipulação de
banco de dados.
No terceiro semestre de ADS, o projeto consiste em desenvolver um
software que atenda às necessidades de uma determinada empresa definida
pelo grupo.
56
Para atingir tais objetivos, foram definas as seguintes disciplinas que
fariam parte do projeto do terceiro semestre: Engenharia de Software II,
Programação Orientada a Objeto; Banco de Dados, Inglês III e Gestão e
Governança de Tecnologia de Informação. O documento reforça que as
disciplinas “atuarão de forma conjunta com o objetivo de promover a
interdisciplinaridade”.
Há uma orientação para que os grupos tenham no máximo cinco
integrantes.
Na sequência, o projeto explicita a metodologia adotada. Inicialmente,
apresenta-se o papel de cada disciplina e, de forma resumida, os conteúdos
que serão exigidos para desenvolvimento do projeto.
Analisando o papel descrito de cada disciplina, observa-se que há uma
interação entre as mesmas. Isso fica claro quando em Engenharia de Software
descreve que haverá a necessidade de descrever um cenário, este mesmo
cenário será utilizado em Banco de Dados para a modelagem de dados que
será utilizado na disciplina de programação. Já a disciplina de Gestão e
Governança em TI utiliza-se do mesmo cenário para definir os recursos
necessários para rodar o programa desenvolvido em programação.
Para tal desenvolvimento é necessário definir um tema para cada grupo.
No terceiro semestre cada grupo teve a liberdade para a escolha do tema.
Os grupos tiveram até o dia 26/02/2016 para definir os seguintes temas:
Vaga Fácil; Clínica Odontológica; Sistema de Controle de Pedidos; Cinema;
Cozinha Industrial; Azul, Controle de Treinamentos; Encomendas para Festas.
O documento define duas formas de apresentação escrita: relatórios
parciais e a redação final do trabalho. Os relatórios parciais devem ter o
conteúdo definido pelas disciplinas e as entregas conforme um cronograma
apresentado no projeto. O relatório final deve conter: introdução, papel das
disciplinas, descrição do projeto prático, lições aprendidas e principais
dificuldades, oportunidades de melhoria, conclusões e ficha técnica.
Define também a forma de apresentação oral que, no documento, é
denominada seminário, indicando a ordem que os conteúdos devem ser
apresentados. Essa apresentação oral é feita para uma banca composta por
professores que fazem parte do projeto.
57
Finalizando o documento, estabelece-se o critério de avaliação e o
cronograma. O peso atribuído na composição da média final de cada disciplina
fica a critério do professor, podendo corresponder, no máximo, a 30%. A nota
do PI é composta pela média da banca e pelos relatórios parciais. Observa-se
que não há obrigatoriedade de que todos os professores atribuam a mesma
nota.
A Banca avaliadora utiliza-se de uma ficha avaliativa com os seguintes
critérios: introdução em Inglês (0,5); domínio do assunto (0,5); término no
tempo previsto (0,5); postura e comportamento (0,5); papel e integração das
disciplinas (1,0); artefatos produzidos (2,0); desenvolvimento do projeto (5,0).
4.1.2 Questionários
A aplicação dos questionários foi feita em duas etapas: a primeira foi
realizada no dia 12/03/2016 e a segunda, no dia 29/06/2016. O primeiro
questionário foi respondido por 27 alunos de um total de 29 alunos
matriculados, o que representa 93,1%. Já o segundo questionário, aplicado ao
final do semestre, foi respondido por 19 alunos o que representa 65,5%. A
redução dessa porcentagem se deve, provavelmente, ao fato do segundo
questionário ser aplicado ao final do semestre, quando alguns alunos podem
ter desistido do curso, entretanto, para o cálculo da porcentagem, foi utilizado o
número de alunos matriculados no início do semestre.
A tabulação dos dados será apresentada a seguir.
Quando questionados a respeito do recebimento do manual de Projeto
Interdisciplinar, quatro alunos (14,8%) relataram que não haviam recebido o
manual. Acredita-se que o não recebimento se deve ao fato de não estarem
matriculados na disciplina de Programação, disciplina esta ministrada pelo
coordenador do projeto. Os demais alunos (23 alunos que corresponde a
85,2%) afirmaram que receberam o Projeto Interdisciplinar.
58
Figura 1: Gráfico referente ao recebimento do manual do PI
Fonte: Autor
A maioria dos alunos (65,4%) afirmaram que houve uma apresentação
geral do projeto Interdisciplinar, por outro lado, 34,6% afirmaram que não
houve uma apresentação geral do projeto.
Figura 2:Gráfico referente a apresentação geral do PI
Fonte: Autor
Sim
Não
85,2%
14,8%
Recebimento do Manual do PI
Sim Não
65,4%
34,6%
Apresentação geral do Projeto
59
Dos alunos que afirmaram que houve uma apresentação geral, ao
questioná-los sobre que disciplina a fez, obtivemos a seguinte resposta: 82,4%
responderam que foi a disciplina de programação e 17,6% a disciplina de
Engenharia de Software. É compreensível que a maioria cite a disciplina de
Programação, pois o professor dessa disciplina é também o coordenador do
Projeto Interdisciplinar. Uma hipótese que poderia explicar o fato de os alunos
citarem que o projeto interdisciplinar não foi apresentado é a de que nem todos
os alunos cursam todas as disciplinas.
Figura 3: Disciplina que fez a apresentação geral do PI
Fonte: Autor
Uma porcentagem considerável (40,7%) dos alunos respondeu, no
primeiro questionário, que nem todos os professores apresentaram o conteúdo
que será exigido no projeto; 3,7% afirmam que não houve a apresentação do
conteúdo e 55,6% afirmam que sim, houve a apresentação do conteúdo que
será exigido.
Eng. De Software Programação
17,6%
82,4%
Disciplina responsável pela apresentação geral do PI
60
Figura 4: Gráfico que representa a porcentagem de professores que apresentou o conteúdo do PI
Fonte: Autor
Outra questão abordada foi a respeito da relevância do Projeto
Interdisciplinar para o seu aprendizado. Essa pergunta foi feita em dois
momentos: no questionário 1 (Você considera que a proposta do PI a ser
desenvolvido é relevante para o seu aprendizado? ), e no questionário 2 (Você
considera que a proposta do PI desenvolvido foi relevante para o seu
aprendizado? ).
Em ambos os momentos os alunos consideraram relevante ou
parcialmente relevante o PI para o seu aprendizado, com exceção de um aluno
que deixou em branco no primeiro questionário e dois alunos que não
consideraram importante no segundo questionário.
Sim Nem todos Não
55,6%
40,7%
3,7%
Apresentação do conteúdo exigido no projeto pelo professor de cada disciplina
61
Figura 5: Relevância do PI para o aprendizado
Fonte: Autor
Em se tratando da relação entre as disciplinas, ao questionar os alunos -
Na sua avaliação, as disciplinas que fazem parte do PI têm relação direta com
o projeto? – 48,1% afirmaram que sim, 25,9% afirmam que há alguma relação
e 25,9% a maioria das disciplinas fazem relação direta com o Projeto. Nenhum
aluno selecionou a opção não.
Figura 6: Relação direta das disciplinas com o projeto
Fonte: Autor
Sim Parcialmente Não Em branco
48% 48%
0% 4%
36,8%
52,6%
10,5%
0,0%
Relevância do PI para o aprendizado do aluno
Questionário 1 (27 participantes) Questionário 2 (19 participantes)
Sim Algumas A maioria delas Não
48,1%
25,9% 25,9%
0,0%
Relação direta das disciplinas que fazem parte do PI com o projeto
62
Ao finalizar o projeto e aplicar o segundo questionário, novamente foi
questionado sobre a relação direta entres as disciplinas - Na sua avaliação, as
disciplinas que fizeram parte do PI têm relação direta com o Projeto? – a
porcentagem dos alunos que responderam que “sim”, aumentou para 52,6%, já
36,8% responderam a opção “algumas”, e os que responderam a opção “a
maioria” correspondem a 10,5%. Nenhum aluno respondeu que “não.
Figura 7: Gráfico que representa as disciplinas que fazem parte do PI e têm relação direta
Fonte: Autor
Ao questioná-los sobre a integração das disciplinas, no primeiro
questionário ao perguntar: Como aluno, você consegue perceber se haverá
integração entre as diferentes disciplinas que fazem parte do PI neste
semestre? 59,3% conseguem perceber que haverá a integração entre as
disciplinas, enquanto 33,3% conseguem perceber parcialmente e apenas 7,4%
não conseguem observar a interação que haveria entre as disciplinas. Ao
questioná-los no final do projeto, (Como aluno, você consegue perceber se
houve integração entre as diferentes disciplinas que fizeram parte do PI neste
semestre?), esta percepção reduziu para 31,6% os que conseguem perceber,
parcialmente houve um aumento para 57,9% e os que apontam que não há
integração corresponde a 10,5%.
Sim Algumas A maioria Não
52,6%
36,8%
10,5%
0,0%
Disciplinas que fizeram parte do PI
63
Figura 8: Gráfico que representa a integração entre as disciplinas
Fonte: Autor
Para alguns alunos, no primeiro questionário, havia disciplinas que não
tinham relação direta com o projeto. Entre as disciplinas citadas pode-se
destacar: Inglês (citada seis vezes), Governança de Tecnologia de Informação
(citado quatro vezes), Sistemas de Informação (citado duas vezes), e uma
citação para Programação. Vale ressaltar que os alunos podiam citar mais de
uma disciplina.
Nessa mesma linha de questionamento, interrogou-se – Você considera
que todas as disciplinas são importantes para conseguir realizar o PI? .
Obteve-se como resposta, no primeiro questionamento, que 59,3%
consideraram que todas as disciplinas são importantes, porém 40,7% não
consideram todas as disciplinas importantes para a realização do PI.
Sim Parcialmente Não
59,3%
33,3%
7,4%
31,6%
57,9%
10,5%
Integração entre as disciplinas
Questionário 1 Questinário 2
64
Figura 9: Gráfico que representa a importância de todas as disciplinas para realizar o PI
Fonte: Autor
Ao finalizar o projeto, foi questionado se havia uma disciplina que eles
consideraram mais importante para realização do projeto, e o resultado para
esta pergunta foi que sete alunos não consideraram nenhuma disciplina mais
importante, porém doze consideraram as seguintes disciplinas como sendo as
mais importantes: somente Programação (seis alunos), Banco de Dados e
Programação (quatro alunos); Governança de Tecnologia de Informação e
Programação (um aluno) e um aluno colocou todas.
Observa-se que dos alunos que responderam que consideram alguma
disciplina mais importante, todos consideram Programação ou de forma isolada
ou com outra disciplina.
Outro levantamento feito junto aos alunos foi o número de componentes
no grupo. Observa-se que há grupos com apenas dois componentes enquanto
existem grupos com mais de quatro componentes.
Sim Não
59,3%
40,7%
Importância das disciplinas na realização do PI
65
Figura 10: Gráfico que representa o número de componentes por grupo
Fonte: Autor
Mesmo existindo grupos com mais componentes, isso não significa que
todos os alunos estavam matriculados em todas as disciplinas que fazem parte
do PI, como pode ser analisado no gráfico abaixo:
Figura 11: Gráfico dos alunos que cursam todas as disciplinas
Fonte: Autor
Dois Três Quatro + de Quatro
3,7%
11,1%
44,4% 40,7%
Número de componentes no grupo
Todos Um Dois Três Quatro oumais
29,6%
7,4%
14,8%
22,2%
25,9%
Alunos do grupo que cursam todas as disciplinas do PI
66
Pensando no fato dos alunos trabalharem em grupo, onde nem todos
cursam todas as disciplinas, foi questionado se ele tinha dificuldade de
trabalhar em grupo - Você tem dificuldade de fazer trabalhos em grupo?
Mesmo com estes fatores, as respostas dos alunos não apresentaram grandes
diferenças, 55,6% afirmam que têm dificuldades enquanto 44,4% não têm
dificuldade.
Figura 12: Gráfico da relação dos alunos que têm dificuldade de trabalhar em grupo
Fonte: Autor
No primeiro questionário, foi solicitado para os alunos citarem qual a
dificuldade de trabalhar em grupo. As razões citadas por eles foram:
O resto do grupo não se interage;
Interação;
Dividir as tarefas e delegar;
Organizar;
Tomar atitude;
Estabelecer horários e rotinas;
Tempo para reunir e fazer;
Sim Não
44,4%
55,6%
Dificuldade de trabalhar em grupo
67
É muito difícil dividir as tarefas e acaba sobrando sempre para um ou
dois;
Integração;
Divisão das tarefas com objetivo de todos participarem do processo;
Delegar responsabilidade, combinar metas.
A mesma questão foi feita no final do semestre (no segundo questionário
- Você teve dificuldade de fazer trabalhos em grupo?), e a respostas foi bem
diferente do primeiro questionário, pois a maioria 63,2% afirmam que tiveram
dificuldade, enquanto 36,8% continuam afirmando que não tiveram dificuldade.
Figura 13: Gráfico que representa a relação dos alunos que tiveram dificuldade de fazer o trabalho em grupo
Fonte: Autor
Os que afirmaram que tiveram dificuldade em trabalhar em grupo,
citaram como principais dificuldades:
A união e divisão de tarefas dependendo do tamanho do grupo é
complicada, porque nem todos fazem suas tarefas;
Lidar com os prazos;
Organizar o grupo;
Tempo; disponibilidade de tempo dos integrantes;
Não Sim
36,8%
63,2%
Dificuldade de fazer trabalhos em grupo
68
Integração entre os membros;
Falta de tempo;
Participação de todos;
Tempo fora de aula para fazer o PI;
Atender as vontades dos integrantes;
Realizar as tarefas dentro do prazo estipulado;
Tempo/carga de trabalho entre os membros.
Foi levantado, junto aos alunos, qual a estratégia traçada para
realização do PI e duas opções possíveis seriam:
Opção 1:Todos os componentes do grupo realizarão as atividades em
conjunto.
Opção 2:Cada componente do grupo ficará responsável por uma parte
do trabalho e a integração será feita no final.
As respostas obtidas apontam que 29,6% responderam a opção 1, que
todos iriam realizar as tarefas em conjunto, porém 70,4% responderam a opção
2, cada componente do grupo ficaria responsável por uma parte do trabalho e a
integração seria feita no final.
Figura 14: Gráfico que representa a estratégia a ser utilizada para desenvolver o PI
Fonte: Autor
Opção 1 Opção 2
29,6%
70,4%
Estratégia traçada para desenvolver o PI
69
Ao finalizar o projeto, foi novamente feita a pergunta - Considerando que
o trabalho foi realizado em grupo, que estratégia foi traçada para desenvolver o
PI.? E três opções de respostas foram apresentadas:
Opção 1:Todos os componentes do grupo realizaram as atividades em
conjunto.
Opção 2:Cada componente do grupo ficou responsável por uma parte
do trabalho e a integração foi feita no final.
Opção 3:Cada componente do grupo ficou responsável por uma parte
do trabalho e houve encontros pontuais para discutir o trabalho
Apenas 5,3%, afirmaram que as atividades foram feitas em conjunto, já a
opção 2, a qual afirma que a integração foi feita ao final corresponde a 63,2%
das respostas, enquanto 31,6% confirmaram que houve encontros pontuais
para discutir o trabalho.
Figura 15: Gráfico que representa as estratégias utilizadas no desenvolvimento do projeto
Fonte: Autor
Foi levantado junto aos alunos que relação as interações entre as
disciplinas - Ao planejar o desenvolvimento do PI, você leva em consideração
as interações entre as disciplinas ou você avalia cada disciplina de forma
isolada?
Opção 1: Leva em consideração as interações entre as disciplinas.
Opção 2: Avalia as disciplinas de forma isolada.
Opção1 Opção2 Opção3
5,3%
63,2%
31,6%
Estratégia traçada para desenvolver o PI
70
Chama a atenção o fato de que no primeiro questionário, 59,3%
planejarem que para realizar o PI, avaliariam as disciplinas de forma isolada,
enquanto 40,7% consideraram as interações entre as disciplinas
Figura 16: Gráfico da relação de alunos analisaram as disciplinas de forma isolada
Fonte: Autor
Em relação ao aprofundamento dos conteúdos abordados em sala de
aula e aplicado no projeto, 73,7% das respostas apontaram que houve um
aprofundamento nos conteúdos, 26,3% este aprofundamento foi de forma
parcial e nenhum aluno afirmou que não houve a necessidade de aprofundar
nos conteúdos para realizar o projeto.
Opção 1 Opção 2
40,7%
59,3%
Forma de considerar a interação entre as disciplinas ao planejar o desenvolvimento do
71
Figura 17: Gráfico de aprofundamento do conteúdo de sala de aula
Fonte: Autor
O aprofundamento do conteúdo evidenciado pela maioria das respostas
pode resultar em uma melhor compreensão dos conteúdos. Isso é observado
na resposta à questão: O desenvolvimento do PI proporcionou uma melhor
compreensão dos conteúdos abordados em sala de aula? Como resultado
dessa questão, 73,7% afirmaram que houve uma melhor compreensão dos
conteúdos e apenas 26,3% afirmaram que não houve.
Sim Parcialmente Não
73,7%
26,3%
0%
Aprofundamento dos conteúdos abordados em sala de aula
72
Figura 18: Gráfico sobre a compreensão dos conteúdos abordados em sala de aula
Fonte: Autor
Ao analisar a aplicação dos conteúdos teóricos na prática, 42,1%
concluíram que os conteúdos foram aplicados na prática, 47,4% forma
parcialmente aplicados, e apenas 5,3% colocaram que o conteúdo não foi
aplicado. Houve resposta em branco para esta questão.
O resultado dessa questão está condizente com a proposta do Projeto
Interdisciplinar no que se refere à aplicação de conteúdos na prática.
Figura 19: Gráfico da aplicação da teoria
Fonte: Autor
Sim Não
73,7%
26,3%
Compreensão dos conteúdos abordados em sala de aula
Sim Parcialmente Não Branco
42,1%
47,4%
5,3% 5,3%
Aplicação dos conceitos teóricos na prática
73
Mas, mesmo com as dificuldades apontadas em trabalhar em grupo,
muitos consideram que o relacionamento entre os alunos melhorou (68,4%),
apenas uma pequena porcentagem (5,3%) afirmou que não houve alteração
entre os alunos e há um grupo que considera que piorou o relacionamento
(26,3%).
Figura 20: Gráfico sobre o relacionamento entre os alunos
Fonte: Autor
Pensado na questão do relacionamento entre os alunos, foi questionada
qual a estratégia utilizada pelos alunos para se comunicarem. A maioria dos
alunos (56,5%) se utilizou de aplicativo de celular para se reunirem, 21,7% se
reuniam de forma presencial e o restante (21,7%) utilizaram-se de outros meios
para se reunirem.
Melhorou Piorou Não houve alteração
68,4%
26,3%
5,3%
Relacionamento entre os alunos
74
Figura 21: Gráfico sobre a estratégia para se comunicarem
Fonte: Autor
Também foi questionado junto aos alunos, sobre o relacionamento com
os professores que fazem parte do Projeto Interdisciplinar. De acordo com
73,7% dos alunos a interferência foi positiva; para 21,1%, não houve alteração;
e apenas 5,3% afirmaram que interferência foi negativa.
Figura 22: Gráfico que representa o relacionamento com os professores do projeto
Fonte: Autor
ReuniõesPresenciais
Não se reuniam Aplicativo deCelular
Outros
21,7%
0,0%
56,5%
21,7%
Estratégia do grupo para se comunicar
Positivamete Negativamente Não houve alteração
73,7%
5,3%
21,1%
Relacionamento com os professores participantes do PI
75
Questionou-se os alunos com quais professores eles tiveram maior
aproximação durante o semestre. Para 68,4%, o grau de aproximação foi maior
com os professores participantes do PI; 31,6% afirmaram que não houve
diferença; e nenhum aluno citou os professores que não fazem parte do PI.
Figura 23: Gráfico sobre o grau de aproximação com os professores
Fonte: Autor
Ao finalizar o segundo questionário, foi solicitado aos alunos que
citassem os pontos negativos e positivos do Projeto Interdisciplinar. Como
pontos negativos foram citados:
Tempo, excesso de carga na semana de prova;
Projeto com curto prazo, como possuo pouco tempo disponível;
Falta de tempo e informação;
Falta de tempo para dedicar ao trabalho;
É a questão da divisão das tarefas que é complicada. Falta mais base
para desenvolvimento do software;
Ter que fazer o PI + PTG (Projeto do Trabalho de Graduação) no5º
semestre e PI + TG (Trabalho de Graduação) no 6º semestre visto que o
PI toma tanto tempo e esforço quanto o PTG e o TG;
30% das notas é uma porcentagem muito alta;
Falta de tempo. Falta de uma aula voltada somente para ele;
Professores PI Professores Não PI Não Houve diferença
68,4%
0,0%
31,6%
Grau de aproximação com os professores
76
Falta de gerenciamento por parte dos professores para realização do PI
em sala de aula;
Se tornar muito cansativo devido o projeto ser bem pesado;
Projeto complexo e extenso;
Talvez promover pontualidade em relação as entregas, já que o PI toma
muita parte do tempo, e acaba por ocorrer conflitos em relação a matéria
dada em aula;
O peso do PI na nota gera uma pressão muito grande nos alunos, pois
quase não há tempo para conciliar trabalho / faculdade e o peso do PI
torna tudo mais difícil.
Como pontos positivos foram apontados:
Nos faz colocar em prática o que aprendemos nas aulas;
Ele cria maior compreensão na prática, sobre para o que serve os
assuntos discutidos em sala;
Auto-aprendizado;
Poder visualizar a integração entre as matérias e utilizar os termos
abordados em sala;
Aproximação de alunos com professores, trabalho em equipe;
É desafiador;
Melhor compreensão das matérias;
Criar uma relação entre as disciplinas;
Ideia de integração é boa e aprofunda conhecimento dado em sala de
aula;
Divisão das tarefas e pesquisa;
Integração das disciplinas, aplicação dos conteúdos ensinados;
Como projeto proporcionou novos conhecimentos e como negócio abriu
oportunidades;
Integração, criação de ideias e aproximação do grupo.
77
4.1.3 Entrevista com os Professores
Uma outra técnica de levantamento de dados aplicada foi a entrevista
com os professores envolvidos no Projeto do 3º semestre de ADS. O
pesquisador conversou com cada um deles, de forma isolada, e explicou os
objetivos da pesquisa esclarecendo que a participação era espontânea e as
informações obtidas seriam utilizadas exclusivamente para fins acadêmicos.
As entrevistas foram feitas nas dependências da própria instituição, no
período de 14 a 30 de maio de 2016. Sob o consentimento dos entrevistados,
foram gravadas e transcritas na íntegra conforme Apêndices C a H.
Na sequencia, apresenta-se a sumarização da entrevista. Ao questioná-
los sobre a sua compreensão sobre interdisciplinaridade, a ideia de
interdisciplinaridade está presente quando são citados termos como: disciplinas
interligadas, articulações de diferentes saberes, integração de conteúdos de
diferentes disciplinas, relação entre disciplinas, conversa, correlacionar as
disciplinas.
Note-se que os entrevistados apontam que essa interligação objetiva
desenvolver um tema, um trabalho prático, um projeto.
Para todos os entrevistados, ao serem questionados se o PI é um
projeto interdisciplinar, a resposta foi unânime, todos responderam que sim.
A terceira e quarta questão referiam-se à apresentação e definição do
tema para os docentes. A maioria dos professores afirmou que a apresentação
e a definição do tema são feitas no início do semestre nas reuniões
pedagógicas. Para todos os professores, o tema é discutido na reunião
pedagógica, porém nem todos os professores (inglês) estavam na reunião para
discutirem o tema. Os docentes definiram que os temas poderiam ser definidos
pelos alunos; “tema livre”, porém o tema livre refere-se ao local (empresa, ramo
de atividade) o qual o será desenvolvido o software.
Ao questioná-los sobre a participação dos demais docentes do
semestre, os quais a sua disciplina não fazem parte do PI, somente o
coordenador do curso afirma que estes professores participaram da discussão
do tema, para os docentes entrevistados (que participam do PI) os demais
docentes não participaram da definição do tema.
78
Ressalte-se que um dos professores afirma que a escolha do tema
depende do conhecimento específico do professor, por se tratar de uma área
muito específica.
A respeito da análise da matriz curricular, as respostas permitiram
afirmar que houve uma análise da matriz curricular. Essa análise se restringiu
às disciplinas do terceiro semestre. Ao questionar se havia alguma disciplina
mais importante, todos afirmaram que não diretamente, porém, por se tratar de
desenvolvimento de um sistema (software) a disciplina de programação se
destaca perante as demais. Isso mostra que os professores consideram este
destaque uma decorrência da tarefa a ser realizada e da necessidade de se ter
um produto.
Vale ressaltar que nenhum professor desconsidera o papel das outras
disciplinas. Uma das entrevistas afirma: “Não é a importância da disciplina, é
de acordo com a característica do sistema que a gente desenvolve...”. É o
problema que vai determinar que conhecimentos deverão ser mobilizados.
No que se refere ao documento escrito, inicialmente, o responsável pelo
documento é o coordenador do curso de Análise e Desenvolvimento de
Sistema, que delega ao coordenador do PI a responsabilidade de atualizar a
cada semestre junto com os professores envolvidos.
Há uma preocupação em tornar disponível para todos os envolvidos
(professores e alunos) enviando através de email, disponibilizando na área da
rede da Fatec Indaiatuba.
Os professores entrevistados disseram que, em consenso, escolhe-se
um dos professores participantes do projeto para ser coordenador. Pelo que se
depreende das falas, este tem um papel muito importante na realização do
projeto, pois terá a função de apresentá-lo, estabelecer e verificar o
cumprimento de prazos, fazer a articulação do trabalho entre os professores e
entre estes e os alunos.
Duas professoras relataram que, em princípio, os alunos reclamam do
projeto como uma tarefa complicada e trabalhosa. Na visão delas,
especialmente da professora de Engenharia de Software, isso é resultado da
dificuldade de aplicar conhecimento. Segundo o seu relato, quando cada
conteúdo está circunscrito no estudo da disciplina, para os alunos, isso lhes
parece mais fácil. Entretanto, quando se deparam com a relação do aprendido
79
a situações concretas, no caso, aplicando-os e integrando-os aos conteúdos
das outras disciplinas para a resolução do problema, apresentam dificuldade.
Sobre a carga horária, todos os professores relataram que não existe um
tempo específico na matriz curricular para execução do PI, muitas tarefas são
feitas dentro da carga horária da própria disciplina. Dois professores
reconhecem que o PI resulta em uma sobrecarga de tarefas, isso pode produzir
efeitos negativos como: falta de tempo para a disciplina, eventualmente a
abordagem da disciplina mais superficial.
Considerando que, na realização do projeto, houve uma análise da
matriz curricular, e que os conteúdos necessários para a realização do PI
fazem parte dos conteúdos abordados em aula, não houvea necessidade de
disponibilizarem materiais extras, pois estes seriam os mesmos das disciplinas.
Ao questioná-los se o PI interferiu na prática pedagógica, todos os
professores da área técnica afirmaram que não interferiu. A única que afirmou
que interferiu foi a professora da disciplina de inglês (disciplina não técnica)
que precisou se adequar às novas realidades para a realização do Projeto.
Porém, os conceitos de todas as disciplinas foram aplicados na realização do
PI.
Pelo fato de existir um tema norteador, as respostas dos professores
confirmam que as disciplinas estão ligadas a ele. Quanto à interligação entre as
disciplinas, durante o desenvolvimento de Projeto Interdisciplinar, o que se
pode depreender das respostas é que cada professor trabalha de forma
isolada, isso não significa que não há uma interação entre eles durante o
semestre, porém essa interação ocorre informalmente.
O fato de não ocorrer de maneira formal se deve ao fato da dificuldade
de conciliar o horário de todos os professores. Tal dificuldade também é
relatada pela professora coordenadora do PI, que para o preenchimento do
documento precisou conversar com os pares na sala dos professores.
Sobre a questão das divergências, a maioria dos professores tenta
resolver as divergências na própria sala de aula. Há o relato de um professor
que tenta solucionar as divergências com alguns de seus pares, isso ocorre,
talvez, pela proximidade dos conteúdos das disciplinas.
80
Embora os relatos informem que há pouca interação, não se pode negar
que há uma predisposição entre os docentes para interagir com o objetivo de
melhorar o desenvolvimento do projeto.
Ao questionar se os alunos vivenciaram o PI na sala de aula, todos os
professores afirmaram que sim. Disseram que acompanham o trabalho,
analisando, discutindo e corrigindo durante o processo.
É consenso que não seria possível realizar o projeto sem a disciplina de
programação, porém, para todos, as demais disciplinas são importante, visto
que todos os docentes relataram que reconhecem a importância das demais
disciplinas, assim como a sua disciplina é reconhecida.
Para os entrevistados, há envolvimento de todos na realização do
projeto. Há a percepção, por parte dos professores, de que, em alguns casos, o
envolvimento deveria ser maior.
Ao questioná-los sobre a avaliação, percebeu-se que ela ocorre em dois
momentos: no decorrer dos semestres, durante as aulas, e uma apresentação
ao término do semestre.
Durante o semestre, os docentes solicitam entregas parciais, as quais
são corrigidas e/ou discutidas com o grupo.
Ao final do semestre, os grupos entregam o trabalho escrito e o
apresentam para uma banca formada por de professores que participaram do
PI. Para essa avaliação, os docentes se utilizam de uma grade com os critérios
de avaliação pré-definidos. De acordo com o exposto pelos professores, na
maioria das vezes, discute-se a nota e se chega, em consenso, a uma nota a
ser atribuída e, somente em caso de grande divergência, faz-se uma média.
A nota atribuída pelo grupo fará parte da média final de cada disciplina.
Porém, fica a critério do professor definir o percentual que cada um irá utilizar.
Vale ressaltar que esse percentual pode variar entre 20 a30% da média do
aluno.
Apesar de haver uma grade com os critérios pré-definidos, observa-se,
nos relatos, que a nota final é atribuída após uma discussão entre os pares,
momento em que há uma avaliação de todo o processo ocorrido no semestre.
Do ponto de vista de um professor, no que se refere à avaliação da
apresentação oral, existem as seguintes preocupações: a questão do tempo,
81
deveria reservar um tempo maior para os alunos apresentar e os docentes
discutirem com eles; o comprometimento de todos os professores.
Procurando compreender a percepção dos professores, solicitou-se, de
uma forma mais aberta, que eles relatassem os aspectos positivos e negativos
do PI.
Foram citados como pontos negativos: a reclamação dos alunos, o
tempo para desenvolver todo o sistema no semestre; o problema para
administrar os alunos que não cursam regularmente o semestre; o acúmulo das
outras atividades a serem desenvolvidas durante o semestre.
Por outro lado, no que se refere aos pontos positivos, observou-se que
há pontos positivos em comum como: aproximação da realidade uma vez que
os conceitos são aplicados na prática; aproximação entre as disciplinas;
preparação para o mercado de trabalho; conexão entre as disciplinas.
Alguns professores destacaram significativos pontos positivos como:
postura do aluno; na busca de respostas os alunos estudam mais; há uma
maior interação entre os alunos e entre os alunos e professores; faz os
professores e alunos pensarem mais para resolver o problema;
amadurecimento; superação da individualidade e aprendizado do trabalho em
grupo.
4.1.4 Focus Group
O focus group é um tipo de entrevista que possibilita a observação e o
registro de experiências e reações dos participantes.
Para que a técnica tenha êxito, é necessário planejar adequadamente,
para isso. Gil (2009) recomenda alguns passos: definição dos objetivos;
definição da população alvo; determinação do tamanho e da composição dos
grupos; escolha do moderador; definições das questões para o roteiro para a
entrevista; definição do local, data e tempo de duração.
Tomando como base os passos de Gil (2009), estabeleceu-se, neste
trabalho, como objetivos analisar:
Os procedimentos que o grupo adotou para realizar o
trabalho e as formas de interação entre os componentes da equipe;
A importância do PI para a sua formação profissional;
82
A percepção dos alunos no que se refere às relações entre
as disciplinas.
Foi definido como público alvo para este trabalho os alunos do terceiro
semestre do curso de ADS da Fatec Indaiatuba.
Inicialmente, no dia 18/06/2016, foi feita uma breve apresentação para
os alunos com a finalidade de explicar os objetivos e convidá-los a participarem
dessa dinâmica, a qual seria agendada para o dia 02/07/2016. Nesse dia, foi
passada uma lista solicitando o nome e e-mail dos alunos que se dispuseram a
participar. Deixou-se claro que a participação objetivava unicamente a coleta
de dados para a pesquisa e, portanto, não havia a obrigatoriedade e nem
implicações na avaliação dos alunos. No dia 01/07/2016, foi enviado um e-mail
a todos os alunos que assinaram a lista, confirmando o local e o horário.
Considerando a facilidade de reunir o grupo, foi definido como local para
a realização da entrevista em grupo o Laboratório de Simulação da Fatec
Indaiatuba. Soma-se, como justificativa para essa escolha, a necessidade de
criar um ambiente favorável e conhecido pelo grupo, ao mesmo tempo em que
estar nas dependências da Instituição de Ensino cria-se certa formalidade. O
horário definido foi às 19h30min do dia 02/07/2016, e teve a duração de,
aproximadamente, 45 minutos.
O grupo era composto por oito alunos, mais o moderador (o autor do
trabalho) e a auxiliar (professora da instituição). Esses oito alunos
representavam 4 grupos diferentes, vale ressaltar que havia 7 grupos de
Projeto Interdisciplinar no 3º semestre de ADS.
O moderador, durante a sessão abordou os seguintes tópicos:
A forma que o grupo se organizou para realizar o projeto.
As questões das divergências entre os componentes do
grupo e formas de solucioná-las.
Como seriam trabalhadas as habilidades.
Contribuição do PI para compreensão dos conteúdos
estudados.
A integração entre as disciplinas.
A interferência do PI nas relações entre os alunos, e entre
os alunos os professores.
83
Pontos negativos do PI.
Pontos positivos do PI.
Todos esses tópicos foram abordados na entrevista em grupo. As
respostas dadas pelos alunos foram objeto de análise, assim como as
percepções oriundas da observação do moderador e da professora auxiliar.
Apesar de, inicialmente, o grupo se apresentar um pouco tímido,
percebeu-se que, rapidamente, ficou bastante à vontade para a realização da
entrevista. Isso pode estar relacionado ao fato de a participação ser
espontânea.
Observou-se um engajamento dos alunos na entrevista, pois mostraram-
se dispostos a responder, a detalhar e a discutir o processo de realização do
PI. O processo do focus group possibilitou aos alunos expor o seu ponto de
vista, colocando não somente os pontos negativos e positivos, mas também
discutindo maneiras de melhorar, o que evidenciou a importância do PI para a
sua aprendizagem.
O primeiro tópico levantado foi sobre a forma de organização para
realizar o projeto.
As respostas mostraram que as tarefas foram divididas. Em consenso,
os grupos privilegiaram as habilidades de cada componente. Para interagir e
trocar informações sobre o andamento do projeto, os componentes dos grupos
se reuniam não somente na faculdade, mas, muitas vezes, de forma virtual.
Inclusive relataram que a forma de contato mais utilizada foi o uso do aplicativo
WhatsApp.
Quanto às divergências entre os componentes do grupo, foram
levantadas as seguintes questões: o não cumprimento das tarefas no prazo
combinado e/ou realizadas de maneira insatisfatória; falta de compromisso com
o grupo; falta de interesse e iniciativa pessoal.
Para trabalhar as diferentes habilidades, a divisão das tarefas era feita
de acordo a facilidade de cada integrante do grupo. Apesar de ter uma
integração entre as tarefas, ficava a cargo de cada integrante solicitar uma
explicação, caso houvesse alguma dúvida. Isso fica claro na fala de um
determinado aluno: “No meu caso o programa em Java, circulou na mão de
84
todo mundo, então ia de você ver o código e ver se tinha alguma dúvida e
consultar quem fez, mas a pessoa não ia se dispor a pegar o programa do zero
e falar: ‘vamos ver como está funcionando isso!’”.
Observou-se, pelas falas dos integrantes do grupo, que eles estavam
abertos a trocas de experiências, é o que evidencia o trecho a seguir: “No meu
caso eu cheguei a perguntar para o Murilo como estava o Projeto. Porque ele
ficou encarregado, no nosso grupo, da parte de programação e eu iria mexer
com layout, eu já havia conversado com ele para ele me explicar os dados, os
códigos porque a gente fez de dois jeitos a programação e uma bem diferente
da outra, então eu tinha que aprender.”
Sobre a contribuição do PI para a compreensão dos conteúdos
estudados, foram relatadas as seguintes contribuições: aplicação prática do
conteúdo desenvolvido em sala de aula; buscar um trabalho além do que foi
exigido obriga um aprofundamento dos conhecimentos; desfaz-se a ideia de
trabalhar de forma isolada (disciplina) e sim de forma integrada. Algumas
dessas contribuições podem ser evidenciadas no seguinte relato: “O que eu
acho legal do PI, é que é uma maneira de você juntar tudo que você aprendeu
no decorrer do semestre, e como você liga as matérias. Porque você aprende
Banco de Dados daí você aprende ela isolada, aí você aprende programação,
você até vê como conecta com o Banco, mas você não vê os dois juntos. E no
PI a gente tem a integração das matérias. É o que eu acho mais interessante
do PI.”
Apesar de as disciplinas contribuírem para o aprendizado do aluno,
segundo os relatos, nem todas estão completamente integradas ao projeto.
Foram citadas as seguintes disciplinas: Inglês e Governança de Tecnologia da
Informação.
A interferência do PI nas relações entre os alunos foi tanto positiva
quanto negativa. Negativamente, foram citados os conflitos gerados pelo não
cumprimento das tarefas por parte de algum integrante do grupo.
Positivamente, os relatos destacam: a possibilidade de troca de saberes; o
aprendizado do trabalho em grupo, que oportuniza gerenciar conflitos e,
consequentemente, preparar para o mercado de trabalho.
A interferência no relacionamento ocorreu também entre alunos e
professores. Os relatos apontaram apenas aspectos positivos: o PI favoreceu
85
uma maior aproximação, pois, diante da necessidade de aprofundar
conhecimento e tirar dúvidas, os alunos procuravam mais os professores do
projeto e, por sua vez, os professores envolvidos no projeto mostraram-se
dispostos a discutir e orientá-los. Como demonstra o relato de um dos alunos:
“É que o PI gera como se fosse um motivo para que haja esta aproximação, já
quando não tem PI, acredito que fica somente na relação do aluno com o
professor.”
Com o objetivo de possibilitar que os alunos expusessem suas opiniões
sobre a realização do Projeto, foi solicitado que eles apontassem os aspectos
negativos e positivos.
Os aspectos negativos apontados foram: o tempo insuficiente para a
realização do PI; o peso que o PI tem uma influência muito grande na nota final
das disciplinas; a falta de acompanhamento de alguns professores na fase
inicial do projeto; o fato de haver o PI no 5º e 6º semestre concomitante com o
trabalho de graduação acarreta uma sobrecarga, o que resulta em adiar o
trabalho de graduação por alguns alunos.
Já os aspectos positivos apontados foram: o aprendizado que o PI
proporcionou; o estímulo a ir além do que foi abordado em sala de aula; a
eliminação de trabalhos paralelos para fazer um trabalho único que integra
todas as disciplinas.
4.2 Análise
Para uma melhor compreensão e organização, estabeleceram-se duas
categorias para nortear a análise dos dados levantados, as quais foram
pensadas com base na fundamentação teórica que permitiu observar a
interdisciplinaridade pela perspectiva do seu processo e da atuação dos
sujeitos.Ressalta-se que, apesar de fazer essa divisão, considera-se que essas
duas perspectivas estão interligadas.
Assim, retomam-se os conceitos de Klein e Repko que, em seus
estudos, definem interdisciplinaridade como um processo e sugerem alguns
passos para realizá-lo: definir o problema; determinar os conhecimentos
necessários; desenvolver um quadro integrativo; determinar os estudos a
serem realizados; definir o papel de cada componente da equipe; coletar,
86
organizar e buscar novas informações; resolver os conflitos disciplinares na
busca de um vocabulário comum; desenvolver estratégias de comunicação;
avaliar todas as contribuições; integrar as partes para a formação de um
projeto único; gerenciar as tarefa/projeto/cliente/currículo futuro.
Os passos sugeridos pelos autores evidenciam-se na análise do Manual
do Projeto Interdisciplinar, elaborado pelos professores do PI e pelo
coordenador do curso, o qual contempla: a definição do problema; a
determinação dos conhecimentos necessários ao eleger as disciplinas que
fariam parte do PI e estas os conteúdos que deveriam ser abordados no
trabalho; a definição dos grupos; a constante comunicação dos professores
com os grupos e a determinação de datas para as entregas parciais e final.
Tais questões também foram observadas nas demais técnicas aplicadas
para coleta de dados. Nas entrevistas com os professores e com o
coordenador do curso, reafirmaram-se os passos evidenciados no Manual do
Projeto Interdisciplinar. Nos resultados da aplicação dos questionários junto
aos alunos o que fica em evidência, dos passos, é a definição do problema,
desenvolvimento de estratégias de comunicação; avaliação de todas as
contribuições; integração das partes para a formação de um projeto único;
gerenciamento de tarefa.
No focus group, apesar de não ser marcante, foi possível observar
alguns passos no desenvolvimento da Interdisciplinaridade, pois os alunos
afirmaram que havia um documento com os conteúdos que seriam exigidos
pelas disciplinas.
Não se pode negar que existem deficiências na aplicação do projeto.
Isso é evidenciado no focus group, nas entrevistas e nos questionários quando
é citado que alguns professores demoram para passar os conteúdos que serão
exigidos no projeto, a questão do tempo e o peso na nota final. Algumas
dessas deficiências são naturais devido à aplicação prática de um projeto, que
está sujeita à interferência de fatores corriqueiros da vida acadêmica.
Apesar disso, existe um comprometimento por parte dos docentes com a
organização do processo. Isso porque, quando essas deficiências são
observadas pelos eles, há a preocupação de serem solucionadas para os
próximos semestres. É o que revelou as afirmações dos professores nas
entrevistas.
87
Até aqui se discutiu a categoria processo. Passar-se-á, na sequência, a
análise da ação do sujeito na interdisciplinaridade.
As proposições teóricas de Klein, Repko e Fazenda permitiram listar um
conjunto de características/atitudes do sujeito interdisciplinar, a saber:
confiabilidade; resiliência; flexibilidade; motivação; troca; responsabilidade;
desejo de trabalhar em grupo; apreciação da diversidade; humildade; desejo de
alcançar conhecimento; receptividade a outras disciplinas; amor pela
aprendizagem; tolerância à ambiguidade; iniciativa e criatividade; educação
ampla; sentido de insatisfação com limites; sensibilidade aos outros, disposição
para correr riscos, abertura para outros modos de conhecimento, reciprocidade
que impele à troca e ao diálogo (com os pares idênticos, anônimos ou consigo
mesmo), envolvimento e comprometimento com os projetos e as pessoas neles
envolvidas.
Essas serão algumas das referências teóricas que sustentarão a análise
dos sujeitos da pesquisa enquanto participantes do projeto.
A pré-disposição dos professores, juntamente com o coordenador do
curso, de elaborar e desenvolver um projeto com o objetivo de integrar as
disciplinas já é reveladora das características/atitudes do sujeito interdisciplinar.
Isso porque a escolha do problema proposto no PI, o qual não poderia ser
resolvido com os conceitos de uma disciplina isoladamente, é um trabalho
desafiador, na medida em que obriga a estabelecer comunicação e a se
relacionar com os pares na busca pela integração, mesmo considerando os
limites e contribuições de cada disciplina.
Analisando os alunos como sujeitos interdisciplinares, há alguns
estudantes que não possuem as seguintes características/atitudes desejadas
para interdisciplinaridade: confiabilidade; motivação; responsabilidade; desejo
de trabalhar em grupo; desejo de alcançar conhecimento; iniciativa e
criatividade. Pelas respostas apresentadas nos questionários e na aplicação do
Focus Group, é possível identificar duas causas que podem explicar tais
atitudes do sujeito: a falta de tempo, e o fato de nem todos os alunos cursarem
todas as disciplinas envolvidas no projeto. Entretanto, podem existir outros
fatores que não foram identificados na pesquisa.
Por outro lado, para a maioria dos alunos, a necessidade de realização
do projeto como uma proposição pedagógica do curso, permitiu que eles
88
revelassem e desenvolvessem características/atitudes de um sujeito
interdisciplinar.Sustentando-se nos relatos do focus group fica clara a questão
da motivação dos alunos, o desejo de ir além dos conteúdos aprendidos em
sala de aula, disposição para o trabalho em equipe, a iniciativa tanto na divisão
das tarefas quanto na realização das mesmas, a responsabilidade com as
tarefas e com o grupo.
Um aspecto que chama a atenção ao analisar os dados é em relação à
integração das disciplinas. Por meio da análise dos questionários, observa-se
que a maioria dos alunos percebe que há uma relação direta entre as
disciplinas e a realização do projeto, entretanto consideram a disciplina de
programação como a mais importante e as disciplinas de Inglês e Governança
de TI com menor relação ao projeto. Essa visão se deve ao fato de a tarefa
estar ligada a produção de um software, que é desenvolvido diretamente com a
disciplina de programação. Acontece, porém, que a tarefa não é desenvolver
um software qualquer/genérico. É um software destinado à realidade de uma
determinada empresa escolhida pelo grupo. Nesse sentido, é necessária uma
contextualização que ultrapasse o ato de programar, a qual só será possível
com os conceitos das demais disciplinas. A disciplina de Engenharia de
Software é responsável por fazer o levantamento dos requisitos, análise e
projeto; Banco de Dados, o projeto do armazenamento e consulta dos dados;
Governança de TI, o gerenciamento das informações; Inglês, a realização de
pesquisa e a utilização dos termos técnicos.
Apesar de, no questionário, a disciplina de Programação ser
considerada a mais importante, no focus group, os alunos observam a
importância das demais disciplinas e a relação entre elas na realização do
projeto. Conseguiram compreender qual a aplicação prática dos conteúdos
estudados, o que possibilitou ultrapassar os limites das disciplinas e construir
uma visão mais contextualizada, na medida em que produziram um software
que utilizando conhecimentos de todas as disciplinas envolvidas. Segundo os
relatos dos próprios alunos, isso oportunizou melhor compreensão dos
conteúdos estudados.
Essa visão de desenvolver um produto não se restringe apenas aos
alunos, mas também aos professores, como exposto nas entrevistas.
89
Mesmo relatando que existem deficiências geradas por falta de tempo,
os sujeitos da pesquisa desenvolveram atitudes e estratégias para amenizá-
las. É o que ocorre quando criam grupos no WhatsApp, procuram por
professores nos corredores, fora do horário de aula, criam ambientes para
compartilharem os materiais. No caso dos professores, as conversas informais
durante os intervalos, o reconhecimento de que o projeto, muitas vezes, obriga-
os a procurar os pares e a pesquisar. Consequentemente, tal como exposto
nos questionários e no focus group, houve uma maior aproximação entre os
alunos e entre os alunos e os professores.
A análise dos dados levantados sob a perspectiva dessas duas
categorias - processo e atuação do sujeito – oferece elementos para alcançar
uma compreensão da aplicação do Projeto Interdisciplinar em sua totalidade.
No percurso teórico realizado neste trabalho, foram apresentados
diferentes conceitos de interdisciplinaridade, assim como diferentes
classificações. Entretanto, essas diferenças não estão em uma relação de
oposição, mas de complementaridade. São olhares diferentes para os mesmos
aspectos ou um olhar para um aspecto não considerado por outrem.
Dessa forma, analisar o PI, considerando-o como uma prática
pedagógica adotada pelos professores e buscando compreender se ele
possibilitou a construção de um trabalho interdisciplinar, faz retornar ao
trabalho de Lenoir, pois este priorizou seus estudos no campo da educação. A
classificação de interdisciplinaridade proposta por ele distingue a
interdisciplinaridade científica e a interdisciplinaridade escolar.
A estrutura e a forma de aplicação do projeto remetem à
interdisciplinaridade escolar. Desde a concepção do projeto, os seus
idealizadores tinham como objetivo desenvolver um trabalho que promovesse a
integração de aprendizagens e conhecimentos por meio da aplicação prática.
Para isso, fizeram a análise da matriz curricular, definiram quais as disciplinas
que seriam envolvidas e estabeleceram a sequência didática para a realização
do projeto. Dessa forma, o foco era o conteúdo das disciplinas, posto que cada
professor definiu o que seria exigido no projeto.
Quanto à modalidade de aplicação, ficou evidente que o sistema de
referência é o sujeito aprendiz e a sua relação com o conhecimento, uma vez
que os professores relataram que os alunos aprendem mais, mostram-se mais
90
motivados a aprofundar os conhecimentos, melhoram a sua comunicação,
preparam-se para o mercado de trabalho. Como consequência, o trabalho de
produção de um software leva a estabelecer ligações de complementaridade
entre as disciplinas.
Tais procedimentos estão de acordo com a ponderação de Lenoir de
que não basta integrar matérias, é necessário saber porque integrar, quem fará
a integração, que processos os sujeitos realizarão, que concepção de saber
fundamenta a integração, e de que maneira promover a integração da
aprendizagem e dos saberes.
Poderia parecer contraditório e redutor afirmar que o PI é uma forma de
interdisciplinaridade escolar e não científica. Porém, é necessário considerar as
especificidades de um curso de graduação em tecnologia: ter três anos de
duração, ter foco em uma especialidade e ser voltado para o mercado de
trabalho. Com isso, não se pretende afirmar que em curso de graduação em
tecnologia não se possa e não se faça pesquisa, mas que não é esse o seu
direcionamento principal.
Entretanto, essas especificidades não reduzem o papel que o PI tem no
Curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas da Faculdade de Tecnologia
de Indaiatuba. Isso fica evidente quando se retoma a utilidade, o valor e a
aplicabilidade da interdisciplinaridade definidos por Fazenda, os quais foram
resumidos em sete aspectos: meio de conseguir melhor formação geral, meio
de atingir uma formação profissional; formação de pesquisadores; condição
para uma educação permanente; superação da dicotomia ensino e pesquisa;
forma de compreender e modificar o mundo; integração como necessidade e
interdisciplinaridade.
No que se refere ao meio de conseguir melhor formação geral, o PI
permite ultrapassar os limites das disciplinas e relacioná-las, o que resulta na
possibilidade de fazer novas conexões, por meio da contextualização do
saberes. Capacitar os alunos para compreender e saber fazer estas relações é
fundamental para prepará-los para o mercado de trabalho, uma vez que este,
como parte do mundo real, não é fragmentado.Para que isso aconteça, o PI
possibilita aos alunos aplicarem os conhecimentos que são passados de forma
teórica e fragmentada, na prática do desenvolvimento de um software.
91
Os desafios propostos pelo PI – trabalhar em grupo, pesquisar,
relacionar diferentes conteúdos – contribuem para o processo de educação
permanente e para o engajamento dos docentes na vida social e política.
Para que se obtenham os resultados esperados do PI, existe uma etapa
anterior, a de preparação por parte dos docentes. Estes precisam estar
dispostos ao exercício da prática interdisciplinar que pressupõe mudanças de
atitude: maior reciprocidade entre os docentes e entre estes e os alunos;
respeito pela opinião alheia; busca de um objetivo comum.
É preciso, ainda, considerar o PI como uma prática pedagógica do curso
e retornar aos objetivos deste: formar profissionais capazes de analisar
problemas e desenvolver soluções, ter uma visão interdisciplinar, promover
uma formação técnico-científica, interagir com os problemas da sociedade, ter
uma visão global e humanista, incentivar a investigação científica.
É possível afirmar que essa prática pedagógica vai ao encontro desses
objetivos, pois o PI proporciona aos docentes estratégias para aproximar os
alunos da realidade do mercado de trabalho e, assim, alcançar os objetivos
propostos no curso.
Ao finalizar a análise, reconhece-se que há pontos frágeis no
desenvolvimento do PI. Talvez a estruturação da tarefa em que se dividem os
conteúdos das disciplinas e leve os alunos a se organizarem de modo que
cada componente fique responsável por uma parte do trabalho. Isso aponta
para uma fragmentação do conhecimento que não atenderia a uma perspectiva
que se pretende interdisciplinar.
Entretanto, não se pode dizer que ela inviabiliza completamente a
interdisciplinaridade, posto que, ao reunirem-se para integrar esses conteúdos,
a integração pode ser estabelecida. Volta-se à questão teórica que pressupõe
a necessidade de produzir uma síntese após o exercício da interação. Além
disso, o referencial teórico aponta para o fato de que não há
interdisciplinaridade sem considerar as especificidades das disciplinas. Nesse
sentido, é necessário reconhecer que não se é o detentor de todo o
conhecimento e, por isso, deve-se recorrer a outras disciplinas e a outros
sujeitos que o detenham. Dessa forma, a prática adotada, embora não seja
ainda a ideal, não inviabiliza a realização de um projeto interdisciplinar.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Iniciou-se o trabalho buscando compreender com mais profundidade o
conceito de interdisciplinaridade. O desafio era sair do senso comum e
entender sua dimensão teórica e prática. A leitura, sob a perspectiva de
diferentes autores, permitiu compreender que a interdisciplinaridade é uma
resposta a uma questão ou a resolução de um problema; é um processo; parte
da perspectiva disciplinar, mas deve levar à integração e à síntese; deve
produzir uma compreensão mais abrangente.
Após uma compreensão aprofundada, empreendeu-se uma análise da
aplicação do Projeto Interdisciplinar no Curso de Análise e Desenvolvimento de
Sistemas da Fatec Indaiatuba, que permitiu responder às questões propostas
nesta pesquisa.
Quanto à compreensão do conceito de interdisciplinaridade pelos
docentes, na aplicação do projeto, por meio das entrevistas, observou-se que
estes revelaram compreender o significado da interdisciplinaridade como
integração. Entretanto, a falta de uma compreensão teoricamente
fundamentada mostrou que há falhas no projeto como prática interdisciplinar.
Tais falhas decorrem da maneira como a tarefa é proposta, pois fragmenta as
disciplinas. Além disso, evidenciou-se que há uma disciplina como sendo a
principal. Nesse sentido, a maior parte do tempo, trabalha de modo paralelo e
não totalmente integradas.
Também foram levantados alguns outros problemas: a falta de tempo
para a realização em função do acúmulo de tarefas, o peso que a nota do PI
representa na média final das disciplinas, a falta de envolvimento por parte de
alguns professores e alunos, o fato de nem todos os alunos cursarem todas as
disciplinas.
Apesar disso, os professores envolvidos consideram que a realização do
projeto traz contribuições significativas para a formação e aprendizagem dos
alunos, pois destacam que, ao ter como tarefa o desenvolvimento de um
software para uma empresa, os alunos aplicam os conteúdos e se aproximam
da realidade do mercado de trabalho. Nesse processo, há uma necessidade de
93
aproximação entre as disciplinas, fazendo que os alunos aprofundem
conhecimentos, se aproximem mais dos professores e aprendam a trabalhar
em equipe.
Do ponto de vista dos alunos, o projeto oportuniza a vivência prática dos
conteúdos estudados em sala de aula, o estabelecimento de relações entre as
disciplinas, desenvolve uma atitude de responsabilidade pelo próprio
aprendizado por meio da pesquisa e enfrentam os desafios de trabalharem em
grupo.
A proposição da tarefa – criar um software para uma empresa – em si,
mesmo que com limitações, exigiu que houvesse uma interação entre as
disciplinas, pois não poderia ter sido idealizada e executada com saberes de
uma única disciplina. No caso desse curso, embora ainda não tenha na matriz
curricular uma disciplina especificamente destinada ao desenvolvimento do
projeto, sua proposição revela o esforço de ultrapassar a rigidez que uma
matriz curricular pode gerar.
Apesar disso, a estrutura apresentada hoje não possibilita afirmar que o
projeto analisado é totalmente interdisciplinar. Considerando que, para que
haja interdisciplinaridade, é preciso haver disciplinas com o grau de interação
mais profundo entre elas, de modo que, ao finalizar o projeto, os limites se
tornem imperceptíveis, posto que houve construção de um todo.
Por isso, rever alguns aspectos no que se refere à estrutura de sua
aplicação pode contribuir para o aprimoramento da prática. Algumas ações
poderiam ser pensadas nesse sentido. Uma delas seria incluir na matriz
curricular uma disciplina destinada ao PI, que poderia se constituir como um
momento de discussão e de troca que facilitaria a integração. Outra ação é
proporcionar, ao longo do processo, encontros sistematizados entre os
professores para que estes pensem os conteúdos de forma integrada e não
fragmentada, possam discutir e rever estratégias, ultrapassando o isolamento
de sua prática pedagógica. Tais práticas, certamente, terão reflexo nas atitudes
dos alunos no desenvolvimento do PI.
Essas ações envolvem toda a instituição – direção, coordenação e
professores -, que têm se mostrado dispostos a desenvolverem atitudes de
sujeitos interdisciplinares. É necessário destacar que há ações que não
94
dependem exclusivamente da instituição FATEC Indaiatuba, uma vez que esta
se reporta a um órgão maior – o Centro Estadual de Educação Tecnológica
Paula Souza- responsável pelas questões legais e financeiras da Instituição.
Pode-se concluir que algumas condições estruturais e algumas práticas
podem dificultar ou até mesmo limitar, nesse momento, que haja um trabalho
totalmente interdisciplinar. É importante considerar que, entendendo
interdisciplinaridade como processo, a aplicação do projeto não está totalmente
acabada. Vem sendo, durante sua realização, aprimorada, reorganizada e
revisada. Portanto, tem potencial para se tornar um projeto interdisciplinar.
É fato que há ganhos na realização do projeto.
REFERÊNCIAS
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Superior.2. ed.São Paulo: Summus, 2009.
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educação a distância no Ensino Interdisiciplinar.Cachoeiro de Itapemirim:
Centro Universitário São Camilo, 2010.
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Sistemas . São Paulo,2010.
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FAZENDA, Ivani.Catarina Arantes.A virtude da força nas práticas
interdisciplinares. Campinas: Papirus, 1999.
FAZENDA, Ivani. Catarina Arantes. Interdisciplinaridade: história, teoria e
pesquisa. 10. ed. Campinas: Papirus, 2002.
FAZENDA, Ivani Catarina Arantes. Integração e interdisciplinaridade no
ensino brasileiro, efetividade ou ideologia. 6. ed. São Paulo: Edições
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Valor. Cosmopolis.
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http://www.ibge.gov.br/. Acesso em 14/10/2015.
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JACCHERI, Letizia; SINDRE Guttorm. Software Enginnering Students meet
Interdisciplinary Project work and Art. Norwegian University of Science and
Tecnology, 2007.
96
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Janeiro: Imago, 1976.
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necessária e incontornável. In: FAZENDA, Ivani. (Org). Didática e
Interdisciplinaridade. Campinas: Papirus, 1998.
------- Três interpretações da perspectiva interdisciplinar em educação em
função de três tradições culturais distintas. Revista E-Curriculum. São Paulo,
v. 1, n. 1, dez./jul. 2005-2006. Disponível em:
http://revistas.pucsp.br/index.php/curriculum/article/view/3109/2049. Acesso
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metodologia científica. 7.ed. São Paulo: Atlas, 2010.
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multidisciplinaridade> . Acesso em 12/12/2015.
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interdisciplinaridade. In: PHILLIPPI Jr, Arlindo; FERNANDES, Valdir.Práticas
da Interdisciplinaridade no ensino e pesquisa. São Paulo: Manole, 2015.
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO 1 E 2
Questionário aplicado junto aos alunos do 3º Semestre de Análise e
Desenvolvimento de Sistema da Fatec – Indaiatuba.
1- Você considera que a proposta do PI a ser desenvolvido é relevante para o seu
aprendizado?
( ) Sim ( ) Parcialmente ( ) Não
2- Você recebeu o Manual do Projeto Interdisciplinar com as diretrizes do projeto?
( ) Sim ( ) Não
3- Houve uma apresentação geral do projeto?
( ) Sim ( ) Não
4- Caso sim, pelo professor de qual disciplina:
( )Eng de software
( ) Programação
( ) Banco de Dados
( ) Inglês
( ) Economia e Finanças
( ) Gestão e Governança em TI
5- O Professor de cada disciplina apresentou o conteúdo que será exigido no
projeto?
( ) Sim ( ) Não ( ) Nem Todos
6- Como aluno, você consegue perceber se haverá integração entre as diferentes
disciplinas que fazem parte do PI neste semestre?
( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente
7- Na sua avaliação, as disciplinas que fazem partem do PI têm relação direta com
o projeto?
( ) Sim ( ) Algumas ( ) A maioria
delas
( ) Não
98
8- Na sua percepção, qual(is) disciplina(s) envolvida(s) no PI não tem relação
direta com projeto?
_______________________________________________________________
9- Quantos componentes fazem parte de seu grupo?
( ) Dois ( )Três ( ) Quatro ( ) Mais de
Quatro
10- Você tem dificuldade de fazer trabalhos em grupo?
( ) Sim ( ) Não
11- Caso você tenha dificuldade em trabalhar em grupo, qual a dificuldade?
_____________________________________
12- Em seu grupo, quantos componentes cursam todas as disciplinas envolvidas?
( ) Todos ( ) Um ( ) Dois ( ) Três ( ) Quatro ou mais
13- Você considera que todas as disciplinas são importantes para conseguir realizar
o trabalho?
( ) Sim ( ) Não
14- Considerando que o trabalho será realizado em grupo, que estratégia será traçada
para desenvolver o PI.
( ) Todos os componentes do grupo realizarão as atividades em conjunto
( ) Cada componente do grupo ficará responsável por uma parte do trabalho e a
integração será feita no final.
15- Ao planejar o desenvolvimento do PI, você leva em consideração as interações
entre as disciplinas ou você avalia cada disciplina de forma isolada?
( ) Leva em consideração as
interações entre as disciplinas
( ) avalia as disciplinas de forma
isolada
99
APÊNDICE B: QUESTÕES PARA ENTREVISTAR OS DOCENTES
Perguntas norteadoras para entrevistar os professores participantes, do Projeto
Interdisciplinar (PI), do 3º semestre, do curso de Análise e Desenvolvimento de
Sistema da Fatec – Indaiatuba.
Questões para entrevistar os Docentes
1- O que você entende por interdisciplinaridade?
2- Para você o PI é um projeto Interdisciplinar? Justifique
3- De que maneira o PI foi apresentado para os docentes?
4- Você participou das discussões para definição do tema?
5- Todos os professores que ministram aula no referido semestre
participaram da escolha do tema?
6- Nesse processo, houve uma análise da matriz curricular do curso para a
compreensão das interações entre as disciplinas?
7- Nesse processo, alguma disciplina foi considerada mais importante que
a outra para a realização do trabalho?
8- Houve a definição de um professor coordenador para o Projeto
Interdisciplinar? O que se esperava deste “coordenador”?
9- Foi elaborado algum documento e apresentado a todos os docentes
envolvidos no PI? Quem ficou responsável pela redação desse
documento?
10- Todos tiveram acesso à documentação completa do PI?
11- Como são definidas as datas para a realização do PI?
12- No curso, há uma carga horária destinada para a realização do PI?
13- Houve a preocupação de disponibilizar os materiais necessários para os
alunos realizarem o PI? (laboratório, livros....)
14- Como o PI é apresentado pelos alunos (escrito, oralmente)? Existem
orientações de padronização quanto à estrutura do trabalho escrito?
15- De que forma este projeto foi apresentado para os discentes?
16- O projeto integrador foi vivenciado concretamente na sala de aula? De
que forma?
17- O PI interferiu na sua prática pedagógica? Se interferiu, foi positiva ou
negativamente? Especifique.
100
18- Os conceitos abordados por sua disciplinas foram aplicados na
realização do projeto? Eles foram integrados ao tema?
19- Havia uma interligação entre as disciplinas ou apenas ao tema
norteador?
20- Como o projeto Integrador é avaliado? Quais os instrumentos utilizados
na avaliação do PI?
21- Todos os docentes utilizam os mesmos critérios de avaliação?
22- Cada professor atribui sua nota isoladamente ou em conjunto com os
demais professores?
23- Durante a realização do PI, quando houve alguma divergência, você se
propôs a procurar e discutir uma solução com os outros professores?
Seus pares estavam abertos à discussão? Algum docente o procurou?
24- Foi possível observar a importância de sua disciplina para integrar
25- Houve a percepção, por parte dos demais docentes, que a sua disciplina
contribuía para a realização do PI? E você conseguiu perceber a
contribuição das outras disciplinas?
26- Na sua percepção, houve o envolvimento de todos os docentes na
realização do projeto?
101
APÊNDICE C: ENTREVISTA COM A PROFESSORA DE PROGRAMAÇÃO ORIENTADA A
OBJETO
Pesquisador: Bom, bom dia.
Professora de POO: Bom dia.
Pesquisador: Bom a primeira pergunta é a seguinte: O que você entende por
Interdisciplinaridade?
Professora de POO: Ah, eu entendo que seria uma relação entre as
disciplinas, das várias disciplinas do semestre.
Pesquisador: Tá. Para você o PI é um projeto Interdisciplinar?
Professora de POO: Eu acho que sim. Porque ele faz essa relação entre
várias disciplinas no semestre. É ele faz esta ligação.
Pesquisador: O PI foi apresentado inicialmente, assim pelo grupo do docente,
como você ficou sabendo o que era necessário do PI, ou seja de que maneira
o PI foi apresentado para os docentes?
Professora de POO: o PI tem um coordenador, que neste caso, o do terceiro
semestre, sou eu. Eu fiz a comunicação por e-mail mesmo do arquivo do PI
cada professor envolvido, fiz a atualização do documento e aí a gente teve
algumas conversas... é não oficiais nas salas dos professores , coisa deste
tipo.
Pesquisador: O PI tem um problema a ser resolvido, você participou da
definição deste problema a ser resolvido? Ou foi trazido pela coordenação
geral do curso?
Professora de POO: Então este PI do terceiro semestre, a gente deixou o
tema livre, ou eles poderiam continuar no tema que eles estavam
anteriormente.
Pesquisador: Então foi um acordo entre os professores em geral que
participam?
Professora de POO: Isso. Isso mesmo.
Pesquisador: Nesse processo houve uma análise da matriz curricular do curso
para compreensão entre as diferentes disciplinas que fariam parte deste projeto
102
ou não? Foi analisado a matriz, quais disciplinas tinham antes que vai
complementar.
Professora de POO: Então. Acredito que foi analisado pelo professor XXX
(coordenador do curso), que inclusive tinha disciplina que estava no PI que
saiu. No meu caso (terceiro semestre) tinha disciplina de Economia que foi
trabalhado no PI do terceiro semestre, no semestre passado, e neste PI e ela
não entrou. Então a coordenação fez uma analise e algumas disciplinas que
faziam parte não está porque achou que não tinha ... é .... não dava pra fazer
esta relação, não tinha ... Não ia agregar valor.
Pesquisador: Neste processo alguma disciplina foi considerada mais
importante que a outra na realização do trabalho? Tem alguma disciplina mais
importante, outra menos ou todas têm mais ou menos o mesmo grau de
importância?
Professora de POO: Todas as disciplinas são importantes, eu acho que a
relevância é a mesma. ... Apesar que, eu sempre acho que a minha é a mais
importante, que é a parte de programação, é que eu já consigo mostrar o
projeto se ele estiver programado, porém não posso dizer que é a mais
importante, por que a professora de Engenharia de Software tem que fazer uns
documentos de Engenharia de Software. Então eu acho que o grau de
importância é o mesmo.
Pesquisador: Houve a definição de um professor coordenador para o projeto
interdisciplinar? O que se esperava deste coordenador?
Professora de POO: Sim, eu fui a escolhida...rsss... Como coordenadora por
conta da disciplina que ministro, nhé programação. É porque de acordo com a
coordenação do curso seria mais adequado que o professor de programação
fosse o professor coordenador. E o que a gente espera que no final deste PI o
aluno consiga mostrar o sistema desenvolvido, o sistema proposto já
desenvolvido.
Pesquisador: E o que o grupo de professores espera de você como
coordenadora do projeto de PI?
Professora de POO: O grupo espera que eu possa auxiliá-los durante o
desenvolvimento do sistema, é .... cada professor é .... solicita alguns
documentos, e o professor coordenador .... então .... os alunos esperam que
este professor faça toda esta conexão. E no meu caso específico os
103
acompanhe durante o desenvolvimento do sistema. E em sintonia com os
demais professores, eu estou sempre atenta as entregas, a documentação que
estão sendo cobrado também nas outras disciplinas.
Pesquisador: Há um documento que é feito pro PI?
Professora de POO: Sim
Pesquisador: Quem ficou responsável pela redação deste documento
inicialmente?
Professora de POO: Então .... é o coordenador do Projeto, que sou eu, é o
coordenador do PI que faz a atualização deste documento. É como eu disse,
este documento veio previamente pronto pela coordenação e eu como
coordenadora do projeto fiz as atualizações neste documento .... é ..... de
acordo com as considerações dos demais professores envolvidos neste projeto
interdisciplinar.
Pesquisador: Então todos os professores envolvidos tiveram acesso a este
documento?
Professora de POO: Sim. Este documento está disponível .... é na área da
Fatec pra todos os professores e também foi enviados também por e-mail
inclusive a versão atualizada.
Pesquisador: E a questão de datas de entrega e a realização do PI foi
definido, como foram definidas estas datas?
Professora de POO: As datas foram definidas e estão no final deste
documento no cronograma de entrega é e a gente fez e definiu estas datas de
acordo com o calendário acadêmico mesmo.
Pesquisador: Tá, Mas não existe uma carga horária no próprio curso para
realização do PI, ou existe?
Professora de POO: Não existe uma carga horária específica. O PI tem que
ser feito fora da sala e em algum momento da aula mesmo. Então, por
exemplo, eu cedo um espaço da aula, não é toda a semana. Eu marco
algumas datas com eles (alunos) pra fazer este acompanhamento e aí uso um
pedaço da minha disciplina. Os outros professores, que estão envolvidos,
acredito também fazem a mesma prática. Que não há um horário na matriz
dedicada ao Projeto interdisciplinar.
Pesquisador: E a questão de materiais, houve uma preocupação da
disponibilização de materiais, laboratório, livros, para os alunos ou não? Já que
104
não existe uma disciplina para isto. Como fica a disponibilização de software,
laboratórios?
Professora de POO: É neste sentido, acho não houve uma grande
preocupação, porque a maioria dos grupos já tem computadores. Então a
maioria já está fazendo uso dos seus próprios notebooks, as entregas parciais
eles já estão me mostrando apresentando o PI nos próprios notebooks e muita
consulta na internet de algumas matérias. E próprio material dos professores
envolvidos.
Pesquisador: E como o PI foi apresentado para os alunos? Escrito ou foi feito
uma apresentação? Ou um seminário?
Professora de POO: Pra mim da disciplina de programação orientada a objeto,
eles fizeram uma apresentação em sala mesmo na própria máquina que era a
apresentação do sistema.
Pesquisador: Mas como os alunos souberam que teria que ser feito no PI?
Professora de POO: O PI foi apresentado por mim, então como coordenadora
do PI do terceiro semestre, .... é .... depois que este documento estava
atualizado, que todos os professores me deram um feedback de quais
documento seriam cobrados a gente fechou um cronograma. Ai, eu apresentei
e agendei com os alunos uma aula e fiz a apresentação do documento formal
do PI.
Pesquisador: E como os alunos irão apresentar o trabalho no final?
Professora de POO: Os alunos! ... A coordenação fará um cronograma de
apresentação, este alunos serão avaliados por alguns professores envolvidos
no PI. Eles (alunos) terão que fazer uma apresentação oral e também terão
que entregar, além de todos os artefatos solicitados, um documento escrito de
acordo com as normas da ABNT.
Pesquisador: E como está sendo a vivencia dos alunos na sala de aula no
desenvolvimento do PI ?
Professora de POO:É ... Eles estão diretamente relacionados porque muitos
deles escolheram temas do dia a dia, por exemplo, um dos temas é .... dentro
do contexto deles .... é .... eles acabam vivenciando fora e na sala de aula a
gente tem uns momentos que a gente faz discussão do PI tira a dúvida
Pesquisador: O PI interferiu na sua prática pedagógica? Se interferiu foi
positivamente ou negativamente?
105
Professora de POO: É .... deixa eu pensar .... é eu acho que o PI não interferiu
na minha prática pedagógica, porque na minha disciplina de programação
orientada a objeto eu já trabalho com algum desenvolvimento de sistema que
os alunos me apresentam inclusive de forma oral .... então, acho que não.
Pesquisador: Os conceitos abordados em sua disciplina foram aplicados para
a realização do projeto. Eles foram integrados ao tema.
Professora de POO: É... alguns conceitos foram, é .... aplicados pra poder
desenvolver o sistema. Logicamente foram integrados ao tema do projeto
Pesquisador: Bom, se há uma integração entre as disciplinas e não é apenas
um tema norteador e as disciplinas não trabalham de forma isolada, correto?
Professora de POO: Sim
Pesquisador: Bom se há uma integração!.... É entre as disciplinas trabalham
de que forma; e quais os instrumentos utilizados na avaliação
Professora de POO: É .... O projeto integrador é .... ele é avaliado por cada
um dos professores é.... cada professor das respectivas disciplina envolvida
atribui a sua nota com base nos artefatos dos documentos escrito
normalmente ao final nós professores é.... com base nestas notas monta uma
nota final gera uma nota final.
Pesquisador: Todos então utilizam o mesmo critério, então para esta
avaliação
Professora de POO: É .... Deveria .... rsss.... Deveria usar o mesmo critério,
porém o porcentual atribuído pode ser de 20 a 30% que é estipulado pela
coordenação do curso então nem todos os professores dão o mesmo peso é....
para as notas em relação a disciplina. Por exemplo, minha disciplina de
programação orientada objeto 30% da nota vem do PI ..... respondi o que vc
perguntou?
Pesquisador: Sim...Durante a realização do PI quando houve alguma
divergência ou quando há alguma divergência, você procura discutir uma
resolução com outros professores? Seus pares sempre estavam abertos pra
discuti uma solução ou algum docente te procurou?
Professora de POO: Olha .... esta relação do PI ela precisa madurece muito
.... Porque eu senti dificuldade desde o momento da colaboração dos
professores pra fazer a atualização do documento ..... é ..... porque
normalmente funcionou por e-mail , então muitas vezes o time de respostas
106
demora um pouco pra chegar .... é, e a gente tem prazo pra disponibilizar o PI
para os alunos explicar o que eles têm que fazer, então os momentos de
alguns professores algum problema, no meu caso foram resolvidos mas com
conversas com professores de forma informal .... que achei que foi o
mecanismo mais rápido .... conversa em sala de professores mesmo .....mas
eu consegui.
Pesquisador: Foi possível observar a importância da sua disciplina para
integrar todo o conteúdo?
Professora de POO: Com certeza. A minha disciplina é a parte de
programação então ela consegue fazer a integração, e justamente por isso,
professor XXX (coordenador do curso) me atribuiu a coordenação deste PI .
Pesquisador: E todos os outros docentes conseguiram perceber a importância
da sua disciplina, como uma disciplina pra integrar o conteúdo? Ou têm
professores que não consegue observar que a sua disciplina faz parte desta
integração?
Professora de POO: Então, acredito que sim, porém neste ..... é ..... neste PI,
acho que está super sintonizado as disciplinas as cobranças dos documentos
.... acho que está tudo ok ..... que deu pra perceber claramente que na verdade
todas as disciplinas são importantes, que os professores conseguiram vê, os
colegas conseguiram vê a importância da disciplina de programação orientada
objeto.
Pesquisador: Então o envolvimento geral dos docentes para a realização do
PI neste semestre
Professora de POO: Sim. Terceiro semestre com certeza
Pesquisador: É só
Professora de POO: só
107
APÊNDICE D: ENTREVISTA COM A PROFESSORA DE ENGENHARIA DE SOFTWARE
Pesquisador: Primeiramente, o que você entende por interdisciplinaridade?
Professora de Engenharia de Software: Eu entendo que são disciplinas
interligadas desde que consigam trabalhar um tema, e elas consigam trabalhar
em conjunto
Pesquisador: Pra você o projeto de PI é interdisciplinar?
Professora de Engenharia de Software: É
Pesquisador: Focando o projeto do terceiro semestre?
Professora de Engenharia de Software: É, porque eu consigo ver muito bem,
por exemplo, o que eu vejo em Engenharia de Software II, que é modelagem, o
que eles estão programando, eles fazem diagramas de classe e depois
implementam, então tem uma ligação e é bem claro isso pra eles, não sei se
todas as disciplinas, mas que estou atuando, sim.
Pesquisador: Legal, de que maneira o PI foi apresentado para os docentes?
Como você recebeu as informações do que teria que ser feito no PI do terceiro
semestre? Teve uma reunião?
Professora de Engenharia de Software: É já tinha modelos anteriores de
documentos, já estava fazendo o PI em outros semestres, ..... então..... Do
terceiro, especificamente, eu não sei te dizer, assim como surgiu. Porque a
gente já fazia, nos outros cursos, no curso de Banco de Dados e em outros
semestres e tal. Eu acho que este foi o último semestre que eu peguei, porque
a disciplina não é minha. Mas como já tinha dos outros foi casando, como pega
professor que já pegou outro PI já vai mais fácil, o que é mais difícil é quando
pega professor novo, ele não tem experiência, e nem é culpa dele, mas deste
semestre não teve nenhuma reunião específica, porque já estava formatado, já
estava acontecendo, já estava funcionando.
Pesquisador: O PI tem uma problematização que tem o qual será necessário
resolver! Certo? Um problema que é desenvolver um sistema! Como foi
definido este tema, ou cada grupo faz um?
108
Professora de Engenharia de Software: É.... mas pelo que eu vejo, o tema
do terceiro.... deixa eu vê....do terceiro, foi passado na reunião .
Pesquisador: Na reunião?
Professora de Engenharia de Software: É.
Pesquisador: No começo do semestre?
Professora de Engenharia de Software: No começo do semestre.
Pesquisador; Tá. Todos os professores participaram, pelo menos os que
participam naquele semestre, participaram na escolha do tema?
Professora de Engenharia de Software: Não.
Pesquisador: Não?
Professora de Engenharia de Software: Não. Acho que deste estava meio
livre, e aí acho que os alunos saíram dizendo, alguma coisa assim...... Agora,
mas não foi algo assim, que a equipe (de professores) disse e os professores
discutiram não. Foi meio um tema livre e os alunos definiram...Acho que é isso.
Pesquisador: Tá. É nesse processo de escolha do tema, então não houve
uma análise da matriz curricular do curso para a compreensão das interações
entre as disciplinas? Se há esta interação?
Professora de Engenharia de Software: Não. Assim, eu já vi de PI que teve a
análise do curso que estava ocorrendo e tentaram colocar outras disciplinas,
como cálculo ou coisa assim, e aí buscou um tema que casasse com todas as
disciplinas pra conseguir puxar as disciplinas que não trabalhavam. Mas, não
funcionou muito bem, pois ficou, na boa vontade de início, e aí precisou de
mais conversas e mais ajustes, aí no final pelo que eu tenho visto, ou os alunos
escolhem um tema ou vem um tema decorrente dos primeiros semestres. Aí
este tema perdura. Os alunos escolhem ou professores. Ou entre projeto entre
cursos, aí tem que se encaixar, então não acho que tenha uma escolha, pois
há tema que prejudicam algumas disciplinas e é visível.
109
Pesquisador: Então, em sua opinião, no terceiro semestre, há disciplina que é
considerada mais importante do que as outras pra realização do projeto?
Professora de Engenharia de Software: Não. Eu acho em que todos os PI, a
disciplina mais importante é a de desenvolvimento. Porque a gente foca muito
em produto e não na documentação e no percurso completo. A gente sempre
quer um sistema pronto. Então, sempre, independente do terceiro ou de outros
semestres, a disciplina de programação do semestre é a mais importante que
as outras neste sentido, mas, além disso, acho que todas têm a sua
importância.
Pesquisador: Foi elaborado algum documento escrito pelos professores
envolvidos no projeto?
Professora de Engenharia de Software: Sim.
Pesquisador: E quem ficou responsável por redigir este documento?
Professora de Engenharia de Software: Este documento já vem de antes, daí
o coordenador do PI fica responsável por atualizar e validar com os
professores, normalmente é feito por e-mail. E é ele que pública para os
alunos.
Pesquisador: Que no caso é a professora de programação?
Professora de Engenharia de Software: É a professora.
Pesquisador: Este documento está disponível para todos os alunos e
professores no referido semestre?
Professora de Engenharia de Software: Sim, normalmente na área de rede,
no ambiente da rede. É disponível sim, os alunos sabem onde fica!
Pesquisador: Foi definido um coordenador, o que se espera deste
coordenador de PI? Qual a sua função?
Professora de Engenharia de Software: É... de início, conseguir a
atualização deste documento, que os professores atualizem, para depois os
alunos não dizerem que não sabiam o que era para ser feito. Desde o início, os
110
alunos serem notificados do que é para ser feito. Desde o início do projeto e
não só lá no final....
Pesquisador: E de que maneira o PI é apresentado para os alunos? Existe
algum seminários ou não?
Professora de Engenharia de Software: Não.... eu acho que nos primeiros
dias de aula, assim como existe a apresentação do Plano de Ensino, da
ementa, de prova, de coisas assim, é apresentado o PI. Inclusive dizendo
documento onde está quais são as entregáveis, quais são as datas destes
entregáveis, geralmente não é no primeiro dia, porque precisa da validação dos
professores, mas é pelo menos nos primeiros 15 – 20 dias, no primeiro mês
certeza, porque o coordenador cobra a data. Pra ele entregar para os alunos.
Pesquisador: No curso há uma carga horária destinada para a realização do
PI?
Professora de Engenharia de Software: Não.
Pesquisador: Houve a preocupação de disponibilizar material necessário para
os alunos realizarem o PI? Por exemplo, laboratório, livros; existe esta
preocupação?
Professora de Engenharia de Software: Existe a preocupação de cada
professor verificar e elaborar algumas aulas para acompanhamento de PI, e é
preciso dar retorno, pois os alunos entregam os parciais e os professores
deveriam corrigir. Retornar e não só receber, para que no final, seja bom! E
eles corrijam durante os semestres.
Pesquisador: O PI interferiu na sua prática pedagógica? Se sim foi
positivamente ou negativamente?
Professora de Engenharia de Software: Não.
Pesquisador: Não alterou em nada em sua aula então?
Professora de Engenharia de Software: Ah, sim! A gente, do tipo, vê um
padrão de projeto e gente já faz a programação. Eu vejo o diagrama de classe
e depois, eu vejo a ferramenta para eles. Eu poderia ter visto
111
com eles, mas não é nada que há impacto muito grande assim. Não assim,
então como eles têm um contato muito próximo com programação, a gente
consegue casar bem. Ela segue um padrão de desenvolvimento, então eu vou
utilizar este padrão ... É eu falava só sobre o padrão, agora eles utilizam o
padrão e é cobrado que eles entregam utilizando o padrão. Mas não mudou, eu
não via o padrão e agora estamos vendo o padrão, não foi uma mudança
brusca. Eu via um padrão, mas poderia escolher qualquer um, eu escolhi o que
ela esta usando pra poder casar, então não acho que interferiu.
Pesquisador: Os conceitos abordados em sua disciplina foram aplicados na
realização do PI? Eles foram integrados ao tema então?
Professora de Engenharia de Software: Sim.
Pesquisador: Há uma integração entre as disciplinas ou apenas ao tema
norteador?
Professora de Engenharia de Software: Sim, entre as disciplinas sim.
Pesquisador: O projeto foi vivenciado concretamente na sala de aula? E de
que forma está sendo vivenciado?
Professora de Engenharia de Software: é que eles trazem, há por exemplo
qual a relação do conceito que eu vi com a professora de Banco de Dados com
o que você está vendo em diagrama de classe... é a mesma coisa? Não .... em
partes tem algumas coisas podem se associar, tem outras que não. Há
professora vai ter que implementar isso, então eles vão vendo....vão ter que no
semestre ver esta junção ... em um sistema só.E cada disciplina com um ponto
de vista diferentes de sistema e que eles têm o papel de cada um ....Aí há
outros que pega muito mais rápido, tem outros mais devagar.... e acham que
tudo é mesma coisa e faz uma misturada ..... mas, no geral eles vêem.
Pesquisador: Durante a realização do PI quando houver uma divergência,
você procura discutir com os outros professores? Seus pares estão abertos pra
esta discussão ou não há?
112
Professora de Engenharia de Software: Assim, do terceiro qualquer coisa eu
converso com a Professora de Banco de dados ou a Professora de
Programação, funciona.
Pesquisador: De maneira informal mesmo?
Professora de Engenharia de Software: Eu cheguei a fazer o modelinho de
classe específico, apresentei para professora de Banco de dados, para depois
ela me apresentar o código, daí eu olho, vejo para fazer uma análise. Então
tem acontece. Os professores estão abertos.
Pesquisador: Seria possível realizar o Projeto sem os conceitos da sua
disciplina? Os alunos conseguiriam?
Professora de Engenharia de Software: Conseguiriam.
Pesquisador: Fazer o projeto sem utilizar a Engenharia de Software seria
possível então?
Professora de Engenharia de Software: É porque o foco do PI é
desenvolvimento.
Pesquisador: Há a percepção por parte dos outros professores da importância
da sua disciplina, que a sua disciplina contribui para o projeto?
Professora de Engenharia de Software: É pergunte aos pares.....rsss... é
deviam.
Pesquisador: E você conseguiu perceber das outras disciplinas a importância?
Professora de Engenharia de Software: Sim, dá pra ver bem.
Pesquisador: Na sua percepção houve o envolvimento de todos os docentes
na realização do projeto? Que estão envolvidos.
Professora de Engenharia de Software: Neste semestre sim.
Pesquisador: Como o projeto é avaliado pelos professores? .... Como vocês
fazem a avaliação destes projetos?
Professora de Engenharia de Software: Depende da leva.....rsssss......
113
Pesquisador: Deste pessoal, dos professores que estão envolvidos neste
semestre?
Professora de Engenharia de Software: Neste semestre. Deixa eu ver .....
esta é uma percepção minha, não sei porque a gente não conversou muito
sobre o andamento disto, o grupo é muito grande e é difícil acompanhar que
cada equipe está fazendo e dar um retorno direitinho para cada equipe... então
eu não sei o que vai sair.... tem gente muito boa, tem gente muito esforçada ...
pra mim é uma caixinha de surpresa esperar pra ver...
Pesquisador: Mas quais são os critérios que vocês utilizam para dar uma nota
para este projeto?
Professora de Engenharia de Software: Se eles fizeram os entregáveis nas
datas estipuladas, é se eles ... nos entregáveis, aceitaram as correções se eles
melhoraram, é porque tem vez que eles entregam e não estão nem aí... e o
sistema final. Então há a apresentação final, desde a postura de apresentação
até o sistema construído final, se eles conseguiram apresentar o papel que
cada disciplina do projeto e se o sistema rodou conforme esperado.
Pesquisador: Cada professor atribui a sua nota isoladamente ou é em
conjunto?
Professora de Engenharia de Software: Normalmente em conjunto. A final é
em conjunto. O que a gente normalmente faz, tem os entregáveis esta é
anotação nossa. Nos dias das apresentações, os professores que participam
da banca, a gente senta e depois a gente vê e deixa uma nota igual para todo
mundo e aí cada professor passa a sua nota, ele pode alterar pra mais ou pra
menos baseado nos entregáveis daquela equipe. Pode ser assim, no todo ele
pode ter sido muito bom, mas ele não fez uma entrega na minha disciplina,
então não posso dar nota pra ele, daí preciso baixar um pouquinho mesmo que
pras outras disciplinas a postura foi boa o sistema é muito bom, aí a gente faz
algumas alterações na disciplina, mas uma nota de grupo a gente faz a mesma
nota.
Pesquisador: No dia da apresentação mesmo.
114
Professora de Engenharia de Software: No dia da apresentação, com os
professores que estavam presentes. E passa para os professores que não
estavam, se os professores quiserem contribuir fazer uma média alguma coisa
assim.
Pesquisador: E quais são os pontos positivos e negativos do PI?
Professora de Engenharia de Software: Os pontos positivos? O aluno faz a
prática, porque a teoria é muito linda ou é muito difícil ou e muito fácil e eles
têm muita dificuldade de transferir isso pra prática e ao fazer o PI eles
conseguem ver isso aí, eles conseguem ver que o banco de dados é legal, mas
que conectar ao banco não é tão legal assim e que exige esforço, e apesar que
ter o tutorial pronto o que eles vão fazer pro sistema não é apenas copiar e
colar já ter muita dificuldade que isto vai ser importante pra eles. A modelagem
a mesma coisa então é muito bom esta vivencia pra eles.
Pesquisador: É palpável.
Professora de Engenharia de Software: É palpável... Agora melhora a
postura da apresentação, você vê no decorrer do PI as apresentações o quanto
eles evoluem muito, senão a gente fica só com o software só o programa,ajuda
muito senão no TCC o cara fica pulando na apresentação. Eu já vi
apresentação de TI no começo de semestre que o cara apresentava pulando,
literalmente pulando. Então assim, a gente arruma isso antes de chegar no
TCC é muito bom. É difícil porque quanto mais o semestre vão avançando mais
difícil é fazer um PI, porque as disciplinas vão estar num nível avançadas e o PI
não acompanha, porque vai começar do zero o sistema não terá tempo hábil
para o desenvolvimento então há alguns semestre que é difícil casar a ementa
com o PI, mas acho que todos os PI é muito, muito valido.
115
APÊNDICE E: ENTREVISTA COM A PROFESSORA DE BANCO DE DADOS
Pesquisador: Boa Noite. O que entende por interdisciplinaridade?
Professora de Banco de Dados: Boa noite. É tem toda uma visão teoria toda
que eu desconheço. O Meu ponto de vista é integrar o conteúdo das disciplinas
por meio de um trabalho específico, por meio de um trabalho prático. Pra mim
já está de ótimo tamanho, mas tem um contexto teórico que eu desconheço, eu
vejo apenas o lado prático. Então a integração dos conteúdos no trabalho.
Pesquisador: Então pra você o projeto de PI que é desenvolvido aqui na Fatec
é um projeto interdisciplinar?
Professora de Banco de Dados: Do meu ponto de vista, leigo, é.
Pesquisador: De que maneira o Projeto interdisciplinar deste semestre foi
apresentado para os docentes? Como os docentes que estão envolvidos neste
projeto discutiram o tema, houve uma reunião para apresentar ou não?
Professora de Banco de Dados: Olha, nós discute o tema nas reuniões, nas
reuniões no início do período, depois não houve uma reunião específica. Mas,
um pouco também porque a gente faz isso rotineiramente, então, a gente já
acaba entrando no esquema já sei como é que faz e daí envia por e-mail o
tema escolhido e é só isso. A parte que nos compete dentro daquele tema.
Pesquisador: Mas este tema foi definido pelos professores?
Professora de Banco de Dados: Definido pelos professores, cada semestre
um tema diferente, as vezes é continuidade do semestre anterior pra fazer o
trabalho durante um ano, então tem duas possibilidades, ou é continuidade do
semestre anterior ou definição
Pesquisador: E pra definir este tema, em algum momento, é analisado a
matriz curricular do curso? Ou não?
Professora de Banco de Dados: Olha a gente tenta é... que o tema de
alguma forma contemple tudo que está sendo visto naquele semestre, e a
gente aprende com os erros do passado, então se um semestre a gente foi
116
infeliz na elaboração do tema no outro a gente tenta mudar para que pegue
mais disciplina. O que acontece é que as vezes algum tema não dá destaque
em alguma disciplina .... acontece. Então, por exemplo, tem sistemas que o uso
de banco de dados é muito pequena é muito restrito .... é .... então depende da
característica algumas disciplinas ficam menos privilegiadas .... mas, não dá
pra fazer tudo.
Pesquisador: Você acredita que neste semestre tem alguma disciplina que
está sendo considerada mais importante do que a outra?
Professora de Banco de Dados: Não é a importância da disciplina, é de
acordo com a característica do sistema que a gente desenvolve, por exemplo,
um sistema que use mobile que é do 5 semestre, a parte de banco de dados
fica totalmente.... é .... em segundo plano, pois usa SQL, usa outro tipo de
recurso, mas tem que ter ser priorizado móbile, eu acho neste momento. Então
por exemplo, a minha disciplina no 5 ela fica sempre meio ..... valor pequeno. ...
é isso .... mas, acho que está certo.
Pesquisador: Neste semestre que estamos referindo, que é o 3 semestre,
banco de dados.
Professora de Banco de Dados: Não para este semestre (3 semestre),
específico para bando de dados está bem de acordo, tem modelos de entidade
relacionamento bem grandes, está bem apropriado. Já houve semestre que
não.
Pesquisador: Para este PI é elaborado um documento escrito, que é o
responsável por redigir este documento?
Professora de Banco de Dados: Todos. Tem uma parte que já está pré
pronta, o coordenador é responsável, o mais responsável, vamos dizer assim,
pela elaboração do texto, faz algumas adaptações.
Pesquisador: Quando você fala coordenador, é o coordenador do PI?
Professora de Banco de Dados: O coordenador do PI, o coordenador do PI...
e a gente verifica, cada professor verifica se a sua parte precisa ser adequada
ou está de acordo , ele verifica as tarefas se precisam ser alteradas e as datas
117
Pesquisador: Tá, então o coordenador fica responsável pela redação este
documento, e qual a outra função deste coordenador teria no projeto?
Professora de Banco de Dados: Bom ele tem que integrar todos os
professores, .... né .... pois, cada um tem um conjunto de solicitações, então ele
integra estas solicitações, ele define as datas de entrega, e ele dá condução ao
PI, ele é o que mais trata normalmente com os alunos de como está a
execução do projeto. O coordenador, pelo menos é o que a gente espera, o
coordenador é o que mais fica lá em cima do aluno, dos grupos pra ver o
andamento.
Pesquisador: Então ele é o responsável por apresentar o PI para os alunos?
Professora de Banco de Dados: Ele é o responsável por apresentar o PI para
os alunos.
Pesquisador: Ele seria o único? Ou os outros professores também, ou tem
algum outro professor?
Professora de Banco de Dados: Ele é o responsável. Mas, cada professor
explique o que é da sua parte, mais detalhadamente. Ele (coordenador) explica
o projeto como um todo e o professor explica, eu pelo menos explico para os
alunos o que eu quero da minha parte, apesar de estar escrito no projeto.
Pesquisador: Tá, e não existe uma carga definida dentro do curso só para o
PI, como uma disciplina?
Professora de Banco de Dados: Não existe. Neste curso não. Alguns
professores, principalmente de programação, reservam uma parte da aula
muitas vezes para desenvolvimento. Nas minhas disciplinas, por exemplo, o
que eu faço, a disciplina de banco de dados, eu faço a correção com os
grupos, na minha aula enquanto os outros grupos fazem a atividade da aula, o
exercícios da aula, eu vou corrigindo com os alunos, grupo a grupo.
Pesquisador: Bom, se não há uma disciplina, como fica a questão de
disponibilização dos laboratórios caso eles precisarem vir fora do horário,
material. Existe um mecanismo de disponibilizar este material que são
necessários para eles realizarem o Projeto interdisciplinar?
118
Professora de Banco de Dados: Bom o laboratório eles têm que vir fora do
horário da aula deles, ou na própria casa. O que o material, por exemplo que
normalmente eles vão para outras empresas ou eles vem para a própria Fatec,
eles têm que disponibilizar tempo além das aulas, por isso toda esta
dificuldade.
Pesquisador: Então fica por conta do aluno mesmo?
Professora de Banco de Dados: Fica por conta do aluno se virar. Eu acho
ótimo!
Pesquisador: O PI interferiu na sua prática pedagógica? Se sim foi
positivamente ou negativamente? O que ele afeta na sua aula no dia a dia?
Professora de Banco de Dados: Não sei se ele afeta na minha aula. Eu diria
que ele afeta no conhecimento do aluno. Na capacidade do aluno de entender
por que as coisas são aplicadas, mais para o aluno do que para a minha aula.
Pesquisador: Os conceitos abordados na sua disciplina foram aplicados então
integra para a realização do projeto.
Professora de Banco de Dados: Na integra, pelo menos os conceitos mais
práticos são colocados no projeto.
Pesquisador: Há uma interligação entre as disciplinas, a sua disciplina com as
outras disciplinas ou somente com o tema? Há uma conversa com os pares, ou
você foca apenas na sua disciplina sem se preocupar muito com que os outros
professores estão abordando?
Professora de Banco de Dados: Nossa.... é
Pesquisador: Por exemplo, a professora de programação, a professora,
deixou bem claro que a disciplina de Banco de Dados que vai dar suporte
então, ela não vai focar apenas ao tema e sim na importância das outras
disciplinas também.
Professora de Banco de Dados: Eu não foco acho que eu não foco não,
falando bem.... é lógico, pra mim, a disciplina de programação é sempre a mais
importante, é o foco na minha opinião, mas é.... a conversa de eu mudar
119
alguma coisa em relação a isso, não. No fim acaba sendo alguma coisa
estanque. Por isso, eu acho importante o PI, é um momento que
realmente....Desculpe a professora Yara, que é da área de comunicação, que
vai achar que eu sou louca , mais assim, na minha opinião a gente acaba
dando a nossa aula mesmo normal, mas o trabalho ele tem esta .... a hora que
a gente dá este trabalho a gente consegue um resultado que seria o ideal, sei
lá um bom resultado, ideal é muito forte.
Pesquisador: Bom, pelo que está dando pra perceber o projeto está sendo
vivenciado constantemente na sala de aula.
Professora de Banco de Dados: Constantemente. É eu faço, verifico que eles
estão fazendo. Eu corrijo as etapas. São duas etapas: eu corrijo; eles arrumam,
voltam pra mim. Este semestre foi bastante assim ir-voltar, este semestre há
alunos bastante interessados.
Pesquisador: Durante a realização do PI, quando há alguma divergência, você
propôs procurar discutir com os outros professores, ou não há esta
preocupação, você tenta resolver em sala de aula com os próprios alunos.
Professora de Banco de Dados: Bom, eu resolvo com os alunos sempre.
Normalmente, é.... a questão de banco de dados eu escuto se algum outro
professor sugeriu alguma outra coisa, eu escuto e vejo se está bom ou não.
Não tem muito assim estas divergências. O próprio aluno, a gente interage.
Pesquisador: Seria possível realizar o projeto, do terceiro semestre, sem a sua
disciplina?
Professora de Banco de Dados: Então; este semestre não. Dependendo do
semestre é muito pouquinho é quase mínima a utilização, dependendo do
sistema. Este semestre está mais
Pesquisador: Do terceiro semestre a sua disciplina é uma das fundamentais?
Professora de Banco de Dados: Primeiro lugar sempre a de programação,
mas é uma disciplina importante do terceiro.
120
Pesquisador: Houve a percepção por parte dos demais docentes que a sua
disciplina contribui para a realização do PI?
Professora de Banco de Dados: Ah sim! Minha disciplina é muito técnica,
esta com certeza sim.
Pesquisador: E você conseguiu perceber a contribuição das outras disciplinas.
Professora de Banco de Dados: Com certeza.
Pesquisador: Na sua percepção há o envolvimento de todos os docentes na
realização do PI? Todos estão envolvidos?
Professora de Banco de Dados: Todos..... no terceiro semestre todos os
professores.
Pesquisador: E como este projeto no final será avaliado pelos professores
para dar uma nota aos alunos?
Professora de Banco de Dados: Bom a gente tem feito basicamente, apesar
das entregas parciais e a gente anota notas, no final a gente vê a
apresentação, avalia como foi o rendimento durante o semestre pelas pessoas,
como foi a apresentação, o resultado final e a gente discute na hora, a gente
acaba de ver o projeto e a gente discute como foi o andamento do grupo em
cada disciplina, como foi a apresentação naquele momento, como foi o
transcorrer do curso e a apresentação final. E a gente delibera uma nota, a
gente acaba dando uma nota e na maioria das vezes a gente acaba
concordando, se houver uma discordância muito grande, daí cada um põem a
sua nota para fazer uma média, mas na maioria das vezes a gente chega num
consenso.
Pesquisador: Dá uma nota única para o grupo.
Professora de Banco de Dados: única para o grupo. É, na maioria das
vezes.... engraçado que a gente fala e sempre estamos naquele próximo olha
pra mim vale 8 pro outro acha 8,5, rara as vezes que a gente fez média
mesmo; só se for muito diferente.
Pesquisador: E quais são os pontos positivos e negativos do projeto?
121
Professora de Banco de Dados: Positivo é que os alunos entendem a
realidade, é lógico que aqui é sempre um “mundinho”, é sempre um “mundinho”
nunca vai ser a realidade, mas é mais próximo da realidade. Pontos fracos a
única coisa que os alunos ele não entende Ra que serve ele fica naquela
reclamação .... reclamação ....reclamação e a gente tem que lutar e tem que
ficar defendo o projeto toda vez, mas fora isso
Pesquisador: Mas você acha que no terceiro há grupos que ainda não
consegue enxergar.
Professora de Banco de Dados: Não é que eles não enxergam, eles têm
preguiça mesmo, eles têm má vontade muitas vezes, no terceiro ainda eles
estão melhores, conforme eles vão indo no semestre eles vão cada vez mais
....”que saco que é isso”... mas, eles sabem que é uma coisa que eles estão
aprendendo, mas mesmo assim, dá muito trabalho, eles reclamam muito que
dá muito trabalho... que eu não estou nem aí claro rsss...., lógico.
Pesquisador: Mas é só isso. Obrigado.
122
APÊNDICE F: ENTREVISTA COM A PROFESSORA DE INGLÊS
Pesquisador: Boa noite!
Professora de Inglês: Boa noite.
Pesquisador: Primeiramente o que você entende por interdisciplinaridade?
Professora de Inglês: Eu entendo.... Eu entendo interdisciplinaridade quando
nós .... é articulamos diferentes saberes, buscamos entender que diferentes
saberes têm incomum para desenvolver um projeto de um único
entendimento.
Pesquisador: Pra você o PI é um projeto interdisciplinar?
Professora de Inglês: Ele tem a proposta de ser interdisciplinar. Pelo menos
ele tem a natureza, esta proposta de ser interdisciplinar...... diferentes saberes
na sua composição para os alunos terem um entendimento macro daquilo que
eles estão estudando.
Pesquisador: De que maneira o PI foram apresentado para os docentes?
Professora de Inglês: Em reunião, sempre no começo do semestre, no
planejamento do semestre a gente conversa como foi o último PI e o que ele
pode melhorar para o próximo.
Pesquisador: Então você participou da discussão pra definição do tema?
Professora de Inglês: Não do tema, do tema não. Mas, informação e assim o
que a gente pode conversar, mas o tema já é dado.
Pesquisador: Todos os professores que ministram aula no referido semestre
participaram na discussão do tema?
Professora de Inglês: Não sei te informar.
Pesquisador: Neste processo de definir o tema, você sabe informar se houve
uma análise da matriz curricular do curso, quais as disciplinas que estavam
envolvidas?
Professora de Inglês: Sim, a disciplinas sim. Sim com certeza.
Pesquisador: Então foi analisada a matriz curricular?
Professora de Inglês: Sim! Olha sim!
Pesquisador: Você sabe dizer se alguma disciplina foi considerada mais
importante do que a outra para a realização do projeto?
123
Professora de Inglês: Mais importante!...... não definimos assim, de mais
importante, declaradamente não, a não menos que tenha algo mais sutil, mas
não assim, está é mais importante do que esta, isto não.
Pesquisador: Foi elaborado algum documento escrito pelos professores para o
projeto do PI?
Professora de Inglês: Sim, ele até circula entre nós depois pela internet e
cada um vai acrescentado as suas contribuições.
Pesquisador: Este documento está disponível, então para os professores e
para os alunos?
Professora de Inglês: Sim.
Pesquisador: Na própria rede da faculdade?
Professora de Inglês: Isso.
Pesquisador: Houve a definição de um professor coordenador para o Projeto?
Professora de Inglês: Sim
Pesquisador: E o que se esperava deste coordenador?
Professora de Inglês: Rsss..... o que esperava?........ Que ele coordenasse.....
que ele integrasse as disciplinas dos diferentes professores, dos diferentes
saberes e os alunos, fizesse esta integração.
Pesquisador: E você sabe me dizer como foi apresentado este tema para os
alunos?
Professora de Inglês: O tema do PI?
Pesquisador: O tema do PI, isso.
Professora de Inglês: Eu imagino que o coordenador tenha falado em linhas
gerais e depois os professores apresentam a sua parte, acho que é isto.
Pesquisador: Há uma carga horária para a realização do PI? Ou é feito nas
próprias aulas?
Professora de Inglês: Ah... na minha aula, nas próprias aulas eu até estou
deixando bastante tempo este semestre. Eu dediquei mais tempo a discussão
do PI em sala de aula, hoje vamos ficar tanto tempo para o PI, vi que estava
um pouco acumulado. E tentei sempre puxar o PI, claro para o que eu estava
explicando na semana, para fazer mais sentido pra eles, a sobrecarga é muito
grande.
124
Pesquisador: Houve uma preocupação de disponibilizar materiais para a
realização do PI?
Professora de Inglês: Na minha disciplina? Vindo de outros professores, não.
Pesquisador: O PI interferiu na sua prática pedagógica? Se sim foi
positivamente ou negativamente?
Professora de Inglês: Sim, positivamente! Por exemplo, na área de gestão
empresarial tive que estudar plano de negócio.... foi bom.
Pesquisador: Os conceitos abordados em sua disciplina foram aplicados na
realização do PI? E eles foram integrados ao tema?
Professora de Inglês: Sim, inglês sim.
Pesquisador: Havia uma interligação entre as disciplinas ou apenas um tema
norteador?
Professora de Inglês: A minha, eu observo mais ao tema norteador. Na
minha.
Pesquisador: Mas se você analisar o projeto, ao final, está ligada mais ao
tema ou ao projeto de PI?
Professora de Inglês: Ao final tenho esta visão maior. Depois que o projeto
está pronto.
Pesquisador: O projeto foi vivenciado concretamente na sala de aula? E de
que forma?
Professora de Inglês: Na aula de inglês sim, porque a gente tem algumas
unidades que nós adotamos que trata de assuntos do PI, a gente se aprofunda
bastante, é tem interação sim. Na elaboração do projeto, tem que fazer
pesquisa que eles realizam.. sim.
Pesquisador: Na realização do PI, quando há alguma divergência você
procura conversar com os outros professores ou você tenta resolver em sala de
aula?
Professora de Inglês: Em sala de aula, com os alunos.
Pesquisador: Há uma dificuldade de conversar com os professores?
Professora de Inglês: Não é uma dificuldade, não sei talvez, é por causa dos
problemas que aparecem que tem que resolver, a gente consegue resolver em
sala de aula e dá certo. O tipo de problemas que aparecem não sabe se em
outras disciplinas aparecem outros tipos de problemas diferentes do meu.
125
Pesquisador: Seria possível realizar o projeto sem os conceitos de sua
disciplina?
Professora de Inglês: Sem os conceitos? Sim
Pesquisador: Houve uma percepção por parte dos outros docentes que a sua
disciplina contribui para a realização do PI?
Professora de Inglês: Sim. Inclusive o coordenador de ADS (Análise e
Desenvolvimento de Sistema) é.... sempre sugere fortemente que as
apresentações comecem em inglês.
Pesquisador: E você consegue perceber a importância das outras disciplinas
para a realização do PI?
Professora de Inglês: Sim.
Pesquisador: Na sua percepção houve o envolvimento de todos os docentes
para a realização do PI? O pessoal do terceiro.
Professora de Inglês: Do terceiro.... Creio que sim. Os alunos sempre
comentam também.
Pesquisador: Rssss.... fazendo as reclamações....
Professora de Inglês: rssss... é
Pesquisador: Como o projeto é avaliado pelos professores?
Professora de Inglês: Bom, existe uma banca, primeiro que existe uma
avaliação pessoal, sempre a gente está ali com eles falando, revendo.... e
existe uma banca composta por professores, eu já fui banca outras vezes,
também já fui convidada e ele é avaliado em ADS a gente tem uma grade com
os quesitos e a gente vai ali avaliando e conversando entre nós e pontuando,
depois temos uma outra reunião mais entre os professores para fechar a
avaliação. Os professores de ADS, a banca que eu participei foi assim.
Pesquisador: Então os professores não dão uma nota só de forma isolada, e
sim em conjunto?
Professora de Inglês: Sim na banca.
Pesquisador: Mas eles dão uma nota isolada
Professora de Inglês: Isolado, mas todo mundo juntinho comentando e depois
fecha em uma única nota.
Pesquisador: Então todos utilizam o mesmo critério de avaliação?
Professora de Inglês: Sim, desta banca que eu participei. Sim.
126
Pesquisador: E quais seriam os pontos positivos e os pontos negativos do PI?
Professora de Inglês: Eu vejo muitos pontos positivos, exatamente por dar
bastante trabalho faz os alunos estudar mais, envolver mais, perceber a
interseção dos saberes. Tem uma prática para eles, por exemplo, tem que criar
alguma coisa utilizando os conceitos teóricos que ele aprende, e buscam mais
as fontes, os professores para tirar suas dúvidas não só na literatura escrita
maiscom a gente também, eu acho que ele aproxima, ele faz a gente realmente
pensar os alunos e professores, acho que é isso. Pontos negativos eu ouso as
pessoas comentando que é muito trabalho, os alunos falarem ah professora
tem muita coisa pra fazer..... Mas é bom, mas é bom!! Você estão aqui apenas
três anos, tem que ter .... é bom que tem porque vocês vão ganhando as
diferentes áreas, articulando onde elas se tocam, onde elas divergem, então é
um sofrimento bom.
Pesquisador: tem mais pontos positivos que negativos.
Professora de Inglês: Eu acho.
127
APÊNDICE G: ENTREVISTA COM O PROFESSOR DE GESTÃO E GOVERNANÇA DE TI
Pesquisador: Bom. Primeira pergunta. O que você entende por
interdisciplinaridade?
Professor de GTI: Interdisciplinaridade .... puxa é bem desafiante a gente fazer
isso. Cara, mas eu entendo que se a gente correlacionar às disciplinas, as
ementas que a gente tem de cada disciplina e com base nisso trazer uma
maior aderência e coerência entre aquilo que a gente está explicando está
ensinado entre cada um dos professores.
Pesquisador: Pra você o PI é um projeto Interdisciplinar? Do terceiro
semestre.
Professor de GTI: Sim. Ele é um projeto interdisciplinar, não tenho dúvida
nenhuma, até no próprio elaboração do escopo a gente deixa isso bem claro
para os alunos, até as entregas e a apresentações entre as disciplinas inglês e
outras.
Pesquisador: De que maneira o PI foi apresentado para os professores?
Professor de GTI: Eu acho que faltou preparação, faltou preparação, abordar
mais detalhes de que cada um irá fazer e as fronteiras entre as disciplinas e até
sobre ..... não só sobre as fronteiras porque há sobreposição entre as
disciplinas este é o principal ponto de tratamento, a sobreposições de cada
professor. Individualmente os professores são bons, mas quando a gente fala
sobre sobreposição poderia ser mais bem trabalhada.
Pesquisador: Você participou sobre a discussão para a definição de um tema
neste semestre?
Professor de GTI: Muito superficialmente, acho que poderia ser melhor
abordado, se eu falar que não participei é mentira, mas acho que poderia ser
melhor tratado.
Pesquisador: Todos os professores que ministram aulas no terceiro semestre
participaram desta escolha.
128
Professor de GTI: Não... eu entendo que só uma parte participaram da
escolha e foi direcionado até pelo tipo de conhecimento que cada professor
tem aptidão, eu não vejo que todos participaram não, até porque nem todos
têm interesse em cima do assunto, pois dá trabalho fazer o projeto
interdisciplinar.
Pesquisador: Para a escolha do tema houve uma análise da matriz curricular
do curso para a compreensão das interações entre as disciplinas?
Professor de GTI: Puxa.... rsss..... mais uma vez eu entendo que faltou
preparação. Para gente abordar este com mais profundidade, escolha e até
continuidade entre os semestres, porque hoje o projeto interdisciplinar está
muito isolado a um único semestre e não tem continuidade, então é um
assunto que debatemos bastante com os professores do curso..... Então
entendo que falta muita preparação ainda. Está muito imaturo.
Pesquisador: Alguma disciplina foi considerada mais importante do que a
outra para a realização do PI?
Professor de GTI: Eu vejo que.... como a Fatec ... é ..... ela tem uma missão
de produção de produtos, pelo menos um desejo talvez não uma missão, um
desejo na produção de um produto, com base nisso as disciplinas voltadas a
programação normalmente recebem maior destaque.... por isso.
Pesquisador: Foi elaborado algum documento escrito pelos professores
envolvidos no projeto? Se sim quem ficou responsável pela redação deste
documento?
Professor de GTI: Normalmente o único documento introdutório redigido, pelo
menos até onde eu sei, que é o professor coordenador do projeto
Interdisciplinar.... e ..... ele com uma pequena colaboração dos outros
professores adicionam pequenos itens lá dentro. Complementam e.... é até
muito difícil garantir que isso seja cumprido no decorrer do trabalho, porque
cada professor dentro da sala tem autonomia e isso fica difícil de ser controlado
... nem sempre ele faz aquilo que ele escreveu ainda que sucintamente.
129
Pesquisador: Este documento está disponível para todos os alunos e
professores no semestre?
Professor de GTI: Também eu entendo que sim esteja disponível num drive de
rede, ou um e-mail compartilhado ou... mas eu entendo que sim; normalmente
está disponível.
Pesquisador: Pelo que você disse tem um professor que é responsável, que é
o coordenador do projeto.
Professor de GTI: Sim, isso mesmo.
Pesquisador: E o que se esperaria deste coordenador?
Professor de GTI: Para poder traçar toda expectativa em cima de alguma
coisa tem que ter algo muito bem combinado e claro. Falar pelo curso de ADS
que eu sou professor, vejo que falta tempo para que as coisas aconteçam.... e
uma vez que falte tempo fica muito difícil de fazer cobranças mais forte em
cima daquilo que precisa ser feito, até porque o professor abre mão do tempo
de matéria dele muitas vezes em prol da interdisciplinaridade, então ele passa
a abordar eventualmente a disciplina mais superficialmente para garantir a
interdisciplinaridade do trabalho, porque os alunos têm muita confusão já na
disciplina a hora que integra então se vira uma bola de neve na cabeça deles,
então eu acho que o ponto de cobrança é algo muito complicado de ser feito.
Tem outros cursos que têm algumas horas de atividades fora do horário da
aula regular para tratar isso. Eu acho que é o melhor caminho, porque daí você
não tem perda de conteúdo... né.... no tratamento da aula.
Pesquisador: De que maneira o PI foi apresentado para os alunos? E o PI tem
uma problematização, um problema a ser resolvido como os alunos ficaram
sabendo? Houve um seminário, teve um professor responsável?
Professor de GTI: Eu acho que a problematização é muito superficial porque
para ter uma boa problematizaçao deveria ter uma pesquisa de campo, a
elaboração de problema, e a gente vai muito mais para área .... como posso
dizer .... acadêmica se posso dizer e foge daquela ideia do PI produção de
produto e pelo fato de ser um produto geralmente vem muito mastigado para o
130
aluno, muito , muito.... é ...pronto antecipadamente e tira a flexibilidade até a
pesquisa dele quanto a um real problema até gera conflito quanto a questão da
elaboração posteriormente de trabalhos de graduação
Pesquisador: Mas os alunos ficam sabendo do que tem que ser feito como?
Professor de GTI: Pelo escopo que o professores estabelecem previamente,
aquele documento sucinto e depois abordam com mais profundidade na aula.
Pesquisador: Bom, se não há uma carga horária destinado pro PI como você
está relatando; como fica a questão de disponibilização de material para este
aluno, laboratório.... material em geral?
Professor de GTI: Normalmente acontece durante a aula na própria área do
professor, onde ele faz interações, faz revisões não são todos os professores
que conseguem fazer uma revisão em cima do PI sobre o material que está
sendo trabalhado até porque ele já tem o material dele de aula pra fazer, então
hora por tempo, hora por desconhecimento da missão do PI e horas por
desinteresse já que não é uma obrigação. Ele faz! Até a gente usa uma
expressão em inglês Best effect....melhor esforço. O PI.... acho que seria muito
mais profissionalizado se fosse uma obrigação como é o TG e o PTG que o
cara tem uma elaboração de problema daí ele mesmo escreve o objetivo com
base naquele problema, geral as hipóteses dele e aí tira as conclusões. Eu vejo
o PI muito mais direcionado, nesse sentido inflexível, porque a gente dá, nós
professores, o caminho das pedras já muito pré moldado para que o aluno tem
que fazer.
Pesquisador: O PI interferiu na sua prática pedagógica? Se Sim foi
positivamente ou negativamente?
Professor de GTI: Eu sou uma pessoa que vem do mercado, eu tenho uma
formação boa acadêmica, mas tenho uma formação do mercado razoável,
então eu gosto muito da questão prática, da questão de produto me atrai
bastante. Então eu acho que ninguém influenciou mais colaborou fortemente
pra desenvolver, tem coisa que já vão de encontro com interesse como
professor, então não é por acaso que estou na Fatec, eu sou mais prático do
131
que teórico, acadêmico meu mestrado é em ...é profissional não é nem
mestrado acadêmico então ..... a questão de mercado me atrai bastante.
Pesquisador: Os conceitos abordados na sua disciplina foram aplicados na
realização do projeto? Eles foram integrados ao tema?
Professor de GTI: É.... parcialmente, é lógico a gente tem que fazer um filtro,
até porque a disciplina normalmente tem um escopo bastante grande e o que a
gente faz aí é ver o que é mais importante dentro da disciplina pra poder
abordar. O que é mais importante a gente coloca.... como uma parte mais
nobre para o aluno poder exercitar até a interdisciplinaridade, o que ele vê no
mercado depois.....Sim eu vejo
Pesquisador: Há uma integração entre as disciplinas ou apenas um tema
norteador?
Professor de GTI: São várias disciplinas... eu não vejo todas integradas, eu
vejo algumas com nível de integração maior outras muito menor e até algumas
que a gente chega a conclusão que não tem nenhum tipo de relação. Porque a
grade curricular inicialmente não foi desenhada para ter projeto integrador.
Então, eu vejo a gente fazendo uma adaptação muitas vezes. Tem hora que
saí ótimos trabalhos de duas ou três disciplinas integradas. Uma, duas ou três
no máximo....mas as cinco no semestre a gente não consegue estar no mesmo
nível de maturidade e de sinergia. Eu acho que os professores também quanto
mais conversam sobre isso, mais colaboram quanto mais a gente faz o PI
também cada vez a gente faz melhor .... a prática mostra que a gente também
aprende a fazer PI.
Pesquisador: O projeto foi vivenciado concretamente na sala de aula e de que
forma?
Professor de GTI: O projeto é vivenciado na sala de aula sim, até com debate
com discussões, com os alunos tirando dúvida, mas acho que depende muito
do interesse do aluno também naquilo que ele quer. Tem aluno que vê o PI
mais como uma chateação, como mais uma obrigação como se fosse uma
prova que ele tivesse que fazer. Ele tem que tirar nota para aquilo pronto
acabou. Mais aí é muito o perfil do aluno. Mas eu vejo debate na sala de aula,
132
aluno interessado, aluno tirando dúvida até em corredor... dentro de aula, fora
de aula, por e-mail em fim ... quando o aluno é interessado ele vai atrás
Pesquisador: Durante a realização quando há uma divergência você propôs
procurar discutir soluções com os outros professores? E eles estavam abertos
ou não?
Professor de GTI: Primeiro é difícil conciliar os horários dos professores dentro
da escola, muitas vezes já não batem, cada dia é um vem, em horário
diferente. A própria questão logística já é um problema, então a minha visão é
que os professores em grande parte tentam resolver individualmente os
problemas norteando os alunos e muitas vezes até interferindo nas disciplinas
de outros até pela formação de grupos entre os alunos, que muitas vezes tem
sinergias não tem, então a gente acaba muitas vezes; até acaba pondo pitaca
na disciplina do outro quanto a formação de grupo. Mais ....... Eu posso falar
por mim, também que eventualmente coloco pitacas nas questões de inglês até
é uma coisa que eu peço pro alunos abordarem em sala de aula.... porque é
uma demanda de mercado ... eu vejo que é algo importante, então até para
eles apresentarem alguma coisa da minha disciplina técnica ou de gestão, mas
em inglês. Então eu vejo colocando a colher na panela do outro professor
frequentemente. Eu vejo pouca conversa entre a gente por limitação de tempo
Pesquisador: É uma questão logística.
Professor de GTI: É mais uma questão logística do qualquer outra coisa.
Pesquisador: Seria possível realizar o projeto do terceiro semestre sem o
conceito da sua disciplina?
Professor de GTI: Minha disciplina do terceiro semestre é GTI, eu vejo a
minha disciplina como uma disciplina de suporte. Como eu disse, acredito ter
uma disciplina principal que é a disciplina de programação, então vejo ela como
carro chefe e até vejo as outras .... Conseguir fazer um projeto sozinho sem
interdisciplinaridade. Mas, pensando interdisciplinaridade, partindo desta
premissa, eu vejo que a minha disciplina é uma disciplina importante como um
suporte para os alunos mapearem o sistema e verem como o sistema de
informação funciona e ..... muito mais suporte. Não é obrigatório poderia
133
funcionar sem, mas ela existe... a única que não poderia funcionar sem é
programação .... as outras individualmente não seriam obrigatórias, mas daí
não teria o conceito do projeto.
Pesquisador: Houve a percepção por parte dos demais professores que a sua
disciplina contribui para a realização do PI e você conseguiu perceber a
contribuição das outras disciplinas?
Professor de GTI: Sim. Mas está falando das outras disciplinas mais
coadjuvantes, eu acho que a gente não interage tanto como a principal interage
com a gente. Acho que esta principal interage com as outras muito, mas entre
nós .... entre as outras coadjuvantes interage pouco, está todo mundo olhando
para o produto, a nossa orientação é o produto, então como o produto vai sair e
muitas vezes a gente não se preocupa com a parte acadêmica da
interdisciplinaridade em detalhes das outras disciplinas, acho que poderia ser
melhor.
Pesquisador: Na sua percepção houve o envolvimento de todos os docentes
na realização do projeto? Existe este envolvimento?
Professor de GTI: Acho que tem uma pergunta anterior que faz um
questionamento próximo a isso. Eu não vejo todos envolvidos como deveria,
acho que dá para ser muito mais explorado, nem todos vê como uma obrigação
de passar....Vamos fazer aí o nosso melhor possível.
Pesquisador: Como o projeto é avaliado pelo professores?
Professor de GTI: Acho que não dá para generalizar os professores, há os
que estão comprometidos com o projeto, fazem questão até de participar das
apresentações e revisar os conteúdos e ser muito mais críticos avaliar a
interdisciplinaridade e até não se preocupa eventualmente com o tempo das
apresentações até prol de avaliar o conteúdo. Têm outros que já não tem uma
visão mais objetiva de tempo e não conseguem ver a importância disso para o
aluno e para a formação dele dentro do mercado, então também deixa a
desejar.
134
Pesquisador: Bom, mas nem todos utilizam o mesmo critério de avaliação,
Correto?
Professor de GTI: Correto. Isso é quase impossível de ser feito, cada pessoa
tem uma estratégia diferente. Eu por exemplo, sou uma pessoa que bato
bastante durante a apresentação, mas na hora de dar nota sou um pouco mais
flexível, tem outros o contrário, bate um pouco menos na apresentação nos
questionamentos que fazem para os alunos, muitas vezes nem leram o
trabalho antes, talvez não fazem o questionamento aí chega na hora de dar a
nota dá uma nota alta então .... eu gosto muito da linha da coerência eu bato
bastante pra ver o envolvimento do aluno para poder avaliá-lo já que o PI pra
nós é uma avaliação.
Pesquisador: E como é esta nota, cada professor dá a sua nota e esta nota é
uma média ou entra em um consenso?
Professor de GTI: Existe uma recomendação de peso da nota dentro da
disciplina, a recomendação é que tem o peso de 30%, na prática não existe
nenhum controle sobre isso, cada professor dá a nota que quer no final do dia
.... É ..... porém, da minha experiência de banca, da participação a gente tem
tirado uma média ponderada sobre isso. Se uma disciplina pesou mais, ou
menos, então a gente tenta tirar média compartilhada com os outros
professores e acredita que eles vão aplicar esta nota que a gente deu dentro
do trabalho. Mas eu diria que até é um desafio contra isso são os alunos que
não cursam todas as disciplinas do PI, porque foram dispensados, ou porque
estão adaptando disciplinas, então o próprio quesito da nota tem que ser
flexível contra isso e a autonomia do professor prevalecer senão a gente não
conseguiria tratar caso deste tipo.
Pesquisador: Quais são os pontos positivos e os pontos negativos do PI?
Professor de GTI: Pontos positivos acho que a própria interação entre os
alunos, que eu vejo que no curso de TI a gente tem muito, como ponto fraco a
questão de relacionamento os alunos falarem entre si, a questão da
individualidade é muito forte, principalmente para aqueles que já sabem fazer o
produto, o cara fala eu sei fazer isso não preciso falar com ninguém, e na hora
135
que a gente chega no mercado a gente depende de pessoas, e processos e
tecnologias e tem que conversar com muitas pessoas e até cliente tem o que
ele quer senão eles levam um produto horrível lá. Então o principal ponto forte
do PI pra mim apesar da gente entender que é o produto o resultado final, eu
gosto bastante como os alunos entre si amadurecem o relacionamento deles,
acho que isso é mais importante até as minhas disciplinas na escola a grande
maioria, apesar de ter algumas técnicas mas é gestão eu fico feliz quando eles
se relacionam bem.
Pontos fracos: ponto fraco do PI...... o tempo, a gente tem prova, muitas vezes
tem TG e PTG, no terceiro semestre ainda não tem, mas eu diria que o
acumulo de coisas, atividades e o acumulo de coisas que a gente tem para
fazer um trabalho em equipe.
Pesquisador: Uma solução seria ter uma disciplina para o PI?
Professor de GTI: Acho que um tempo específico, acho que .... não sei se
uma disciplina, mas se tornar algo opcional para os alunos que querem se
envolver com isso, se tornar uma disciplina não obrigatória, mas uma disciplina
que ele possa puxar, uma eletiva para garantir que a gente tem um bom
produto, pois se o cara se interessa em fazer ele veio na escola para estudar,
pois a gente vê que tem aluno que vem buscar diploma, outro porque o pai
mandou, outro porque o chefe falou que só vai promover se ele tiver a
graduação, então do que a gente tem que focar no aluno que está interessado
em ter uma formação, orientação e aí sim a gente focaria naquilo que é
importante, é isso.
136
APÊNDICE H: ENTREVISTA COM O COORDENADOR
Pesquisador: Boa noite! Bom, que você entende por interdisciplinaridade?
Coordenador: Ah, eu entendo que é pegar os conteúdos das disciplinas que
estão sendo oferecidas em determinado momento e fazer com que elas
conversem fazer um projeto que unam estes conteúdos.
Pesquisador: Para você o PI é um projeto Interdisciplinar?
Coordenador: Pra mim é interdisciplinar, já que ele faz isso que eu acabei de
dizer, já que ele agrega conteúdos das diversas disciplinas em um mesmo
projeto.
Pesquisador: De que maneira o PI foi apresentado para os docentes?
Coordenador: De que maneira ele é apresentado para os docentes?
Pesquisador: Isso, para os professores do terceiro semestre.
Coordenador: Os temas têm variações, tem vezes que a gente põe um tema
específico, ou a gente deixa a critério dos próprios alunos definirem os temas
por interesse deles, é bem diversificado.
Pesquisador: Todos os professores, do terceiro semestre, participam da
escolha e da definição do tema?
Coordenador: É normalmente sim. Quando a gente inicia o semestre, nas
reuniões pedagógicas a gente até fala sobre o isso, e sugere opiniões, isso
quando é um tema específico, agora quando é aberto não, os alunos que
decidem.
Pesquisador: E há uma análise da matriz curricular do curso para a definição
deste tema?
Coordenador: É, a gente sempre procura colocar temas que têm relação com
aquilo que ele está estudando, por exemplo, eu não posso pedir para o cara
fazer um sistema web se ele na está tendo esta disciplina no semestre, então
tem que ter relação sim.
Pesquisador: Alguma disciplina foi considerada mais importante que a outra
para a realização do trabalho?
Coordenador: É eu acredito que sim. A cada semestre sempre tem uma
disciplina ou um conjunto delas que é mais importante que as outras.
137
Pesquisador: É elaborado um documento escrito com os professores
envolvidos no projeto? Se sim, quem ficou responsável por redigir o
documento?
Coordenador: Este documento inicialmente quem fica responsável é a
coordenação.
Pesquisador: A coordenação do PI?
Coordenador: O coordenador do curso na verdade, que depois passa para o
orientador de cada projeto interdisciplinar que revisa junto com os professores.
Na verdade todos os professores naquele semestre que deverão participar
desta correção.
Pesquisador: Este documento está disponível para todos os alunos e
professores do semestre?
Coordenador: Exato.
Pesquisador:Houve a definição de um professor Coordenador para o Projeto
Interdisciplinar? O que se espera deste “Coordenador”?
Coordenador: É sempre a gente escolhe um professor do semestre. O que a
gente espera dele é que oriente os trabalhos, na medida do possível ele possa
estar orientando melhor o andamento do trabalho.
Pesquisador:De que maneira o PI foi apresentado para os alunos?
Coordenador: De que maneira? .... Pelo orientador do PI do próprio semestre.
Normalmente ele apresenta no começo do semestre, apresenta o que se
espera do PI. E agora a gente está pedindo que os professores orientadores,
inclusive apresentem trabalhos anteriores para os alunos terem uma ideia do
que deve ser feito.
Pesquisador:No curso, há uma carga horária destinada para a realização do
PI?
Coordenador: Não. No momento não.
Pesquisador: Houve a preocupação de disponibilizar os materiais necessários
para os alunos realizarem o PI? (laboratório, livros....)
Coordenador: Você fala em relação ao material para os alunos fazerem o PI?
Pesquisador: Isso.
Coordenador: A gente espera que os professores da disciplina apresentem o
conteúdo aos alunos, agora a forma como eles disponibilizam não existe um
138
padrão; pode disponibilizar na área dele, pode disponibilizar só durante a aula,
ou pode disponibilizar em outro local na internet. Não existe um padrão assim.
Pesquisador: Há uma interligação entre as disciplinas ou apenas ao tema
norteador?
Coordenador: A um tema no começo ou o aluno que define junto ao
orientador, a partir deste tema se busca identificar o que cada disciplina pode
contribuir dentro daquele tema
Pesquisador: Então as disciplinas vão trabalhar bem em conjunto mesmo.
Coordenador: É a idéia é esta.
Pesquisador: Elas conversarem bastante.
Coordenador: Nem sempre a gente consegue isso 100%, mas a ideia é que
as disciplinas se auxiliem principalmente a este tema.
PesquisadorDurante a realização do PI, quando há divergência, os
professores já chegaram te procurar e discutir uma solução?
Coordenador: Olha, eu não vou dizer que nunca aconteceu, mais assim... é
raro o aluno chegar aqui dizendo que houve um problema sério de PI... é que
aluno por sua natureza eles reclamam de qualquer coisa, então o PI reclamem
pelo fato de fazer, então por falta de organização, ou por falta de dedicação de
professores, sempre tem alguma discussão no sentido de melhoria, de tentar
melhorar, fora isso não tem problema.
Pesquisador: Na sua percepção, como coordenador, há um o envolvimento de
todos os docentes, referindo ao terceiro semestre, na realização do projeto?
Coordenador: Então, na minha visão a gente tem o envolvimento da maioria,
mas a gente percebe que tem colegas que, não diria nem que não acreditam,
mas que deixam para um segundo plano o projeto interdisciplinar.
Pesquisador: Como o projeto é avaliado pelos professores?
Coordenador: O projeto é avaliado no final do semestre, os alunos têm que
apresentar este projeto, além da parte escrita que eles entregam, dependendo
do professor ele faz aquele acompanhamento por relatórios parciais, além de
destes relatórios o alunos apresentam e entregam uma versão final do
documento, então a análise é feita em cima do modelo escrito e da
apresentação oral.
Pesquisador: Quais os pontos positivos e os pontos negativos do PI.
139
Coordenador: Pontos positivos! Bom pelo menos na minha concepção, ponto
positivo é esta integração entre as disciplinas, os alunos eles, muitas vezes, até
testemunham que eles aprendem mais quando eles têm que fazer o projeto
porque uma coisa é ver a disciplina de forma isolada e outra coisa é aplicar o
conhecimento que eles aprenderam pra compor este projeto, então eles falam
que aprendem mais com isso. Um outro ponto positivo que eu vejo é que a
experiência do aluno. O aluno saí daqui, já tendo participado de vários projetos
interdisciplinares, então quando o cara vai fazer uma entrevista na empresa, é
bastante comum o entrevistador o selecionador perguntar: Você já participou
de algum projeto, você já elaborou um projeto? Eu acredito, que os nossos
alunos por terem projeto interdisciplinares já é um ponto positivo pra eles, pois
pode dizer, olha eu já participei disso, já participei daquilo outro, ou mesmo se
for o mesmo projeto durante os dois anos, não importa, o importante é que eles
participam deste projeto e a experiência pra eles.
É ... estes são os dois pontos positivos fortes, um ponto negativo, é que muitas
vezes os alunos precisam trocar de grupo, alguns grupos desaparecem é meio
difícil gerenciar isso. Porque os alunos nem sempre fazem de maneira regular,
as vezes disciplinas de diversos semestres separados e então fica meio difícil
gerenciar isso. Mas eu acredito que os pontos positivos são bem maiores que,
supera bastante.
140
APÊNDICE I: FOCUS GROUP
Pesquisador: Primeiramente uma das perguntas é sobre de que forma o grupo
se organizou para realizar o Projeto Interdisciplinar (PI). Por que o PI vocês
muitas vezes têm que se organizar dentro da sala de aula, fora de sala de aula.
De que forma você se organizaram para realizar o projeto?
Aluno M: Foi dado uma tarefa para cada pessoa, e cada um foi fazendo a sua
parte.
FED: A gente se dividiu.
Aluno 3: A gente fez uma consulta geral para saber quem se identificava
melhor com cada parte. E aí a gente designou para cada um uma parte.
Aluno 4: Tinha vontade de se desenvolver .
Aluno B: Que cada um era melhor.
Pesquisador: Mas vocês se reuniam em tempos para discutir?
Aluno M: Sim, reunia. Pelo WhatsApp também.
Aluno 2: Pelo WhatsApp é o ambiente que tínhamos mais contatos. A gente
conversa, pois toda a hora a gente está com o celular, então, o Whatsapp a
gente acaba falando mais fora daqui (faculdade).
Pesquisador: Então de certa forma vocês faziam reuniões virtuais, vamos
dizer assim!
Aluno B: É. Temos até um grupo.
Pesquisador: E na sala de aula?
Aluno 2: Sim!
Pesquisador: Houve alguma divergência entre os componentes dos
grupos? E como esta divergência era trabalhada? ...Ah, eu não quero
fazer isso; você faz aquilo, ou alguma coisa do tipo?
141
Aluno M: Divergência grande assim, não teve. O cara que não quer fazer a
gente não põem o nome no trabalho.
Pesquisador: Fácil de resolver!
Alunos: É RSS... tem que fazer.
Aluno Esquerda (AE): Sempre tem um plano B, assim, oh você tem até
quarta-feira para entregar, se na terça-feira a pessoa não deu nada, falando
que está feito, ou pelo menos começando, já faz o plano B que é fazer a parte
dela, porque se a pessoa não fazer, você já tem feito. Para não por a sua mão
no fogo, não confia 100%.
Pesquisador: Está é a maneira que vocês encontraram para resolver as
divergências?
Aluno M: O pessoal do meu grupo até fazia, mas o mais difícil não é nem
designar, mas a pessoa ter o interesse. A pessoa não tem interesse nenhum, a
pessoa não vem perguntar, não toma iniciativa, como se fosse obrigado a dar
uma tarefa para aquela pessoa. Poxa, mas o PI é nosso.
AE: É isso aconteceu no nosso grupo e a gente precisou cobrar a pessoa.
Pesquisador: Tá, e aí como vocês resolveram Isso? A pessoa fez?
Aluno Frente Esquerda (AFE): Fazer... é ela fez umas parte e tal (fala de uma
maneira que a pessoa fez de qualquer maneira). Daquele jeito, bem empurrado
mas....
Pesquisador: Os conflitos que vocês tinham eram estes?
AFE: Também a pessoa acaba assumindo compromissos fora da faculdade, e
acaba ficando bem atarefada, a gente até entende. Só que ela assumiu um
compromisso com a gente. É bom ela honrar.
AE: Não tem o porquê ela não cumprir, foi ela que pediu para fazer.
Auxiliar: Estou pensando assim, houve alguma divergência assim, como
vocês faziam para integrar o que vocês estavam fazendo?
142
Pesquisador: Porque um faz a programação, outro faz o Banco de dados,
como vocês faziam para juntar tudo?
Aluno M: Então a gente usou um serviço na nuvens, a gente colocava tudo
que estava fazendo lá dentro e qualquer um do grupo tinha o usuário e a
senha, entra e pega o que ele quiser.
AE: O que geralmente a gente faz também é além de ter o conteúdo na nuvem
é deixar numa máquina só. Porque é como se fosse um backup na máquina,
porque naquela máquina a gente vai ter certeza que tudo vai estar integrado e
funcionando, aí você vai saber o que está divergente o que não está
conversando e teoricamente você vai descobrir e fica mais fácil de resolver.
Pesquisador: E como vocês trabalham nas habilidades, por que tem gente
que gosta mais de programação, o outro mais de engenharia.... vocês
trabalham estas habilidades.
Aluno M: Então primeiro a gente coloca o que cada um gosta de fazer ou que
cada um gostaria de fazer, e acabamos dividindo e tal. Aí acabou um ficando
com algo que ele não gosta. Ah beleza, a gente ajuda, arranja maneiras de
fazer. Mas, assim na hora de dividir não houve tantos problemas assim.
Pesquisador: E vocês, assim, um ajudava o outro. Por exemplo, um gosta
de programação, e tem mais facilidade de programação o outro menos,
havia esta interação; aquele que não havia tanta facilidade de
programação ser ensinado pelo componente que tinha mais facilidade?
AE: Não.
Aluno B: Pelo menos no meu grupo não.
Aluno M: Não!
AE – 2: O aluno que tem mais facilidade de programação faz e depois a gente
junta tudo, mas não tinha este hábito de ensinar o outro fora de sala de aula.
AEF: No meu caso o programa em Java, circulou na mão de todo mundo,
então, iria de você ver o código e ver se tinha alguma dúvida e consultar quem
143
fez, mas a pessoa não iria se dispor a pegar o programa do zero e falar:
“vamos ver como está funcionando isso!”.
Pesquisador: Mas se um tivesse dificuldade, por exemplo eu tenho
dificuldade de programação ou Engenharia de Software, e se eu chegasse
a falar para o Aluno B, olha eu não entendi isso, havia ou há esta abertura
para trocar estas experiências?
Aluno M: Lógico!
AEF: No meu caso eu cheguei a perguntar para o Aluno M como estava a
Projeto. Porque ele ficou encarregado, no nosso grupo, da parte de
programação e eu iria mexer com layout, eu já havia conversado com ele para
me explicar os dados, os códigos porque a gente fez de dois jeitos a
programação e uma bem diferente da outra, então eu tinha que aprender .
Pesquisador: Então havia uma grande interação entre vocês?
Aluno M: Sim, mas não com todos com a mesma intensidade, mas não era
sozinho.
AE: Sempre tem que ter um aval para dizer se está bom.
Pesquisador: a realização do PI contribuiu para uma melhor compreensão
dos conteúdos estudados?
Aluno M: Bastante, viu Clauss.
Aluno Esquerda Meio (AEM): Foi aplicado na prática
Aluno M: O interessante do PI é que você aprende uma coisa na sala de aula,
só que é .....mas muitas vezes o que você viu na sala de aula, você vai aplicar
no PI, então você tem que ir atrás, aprende muitas coisas por fora, e aplicar
também o que você viu em sala de aula. Então você aplica bastante coisa.
AD: Eu vejo que quando a gente faz um PI ou um TG (trabalho de graduação)
ou algo assim, a gente sempre quer ir além do que estou aprendendo em sala
de aula. A gente tem que colocar aquele toque a mais. Pelo menos o nosso
grupo, a gente, eu e a Aluna G, que faz a parte de programação, que já
144
fizemos o colégio Técnico, utiliza alguns conhecimentos do curso técnico pra
agregar um pouco mais, então sempre tem aquela curiosidade de fazer algo
melhor, então a gente acaba aprendendo muito com isso.
Aluno G: O que eu acho legal do PI, é que é uma maneira de você juntar tudo
que você aprendeu no decorrer do semestre, e como você liga as matérias.
Porque você aprende Banco de Dados, daí você aprende ela isolada, você
aprende programação, você até vê como conecta com o Banco, mas você não
vê os dois juntos. E no PI a gente tem a integração das matérias. É o que eu
acho mais interessante do PI.
Pesquisador: Então na percepção de vocês, há uma interação, uma
interligação de todas as disciplinas envolvidas?
Aluno M: Não! Eu não diria todas assim...
Aluno B: Tem algumas que ficam de fora.
Pesquisador: Mas as que fazem parte do PI, há uma integração, ou
mesmo estas aí, nem todas fazem esta interação?
AQ2: Nem todas, por exemplo, inglês, ela faz parte do PI, mas não está
integrada com as outras. Você tem que fazer a apresentação em Inglês, mas
não tem nada a haver com que você está desenvolvendo.
Aluno B: É que inglês faz parte da programação.
AQ3: Mas mesmo gestão governança do professor.
AQ2: Pelo menos no meu trabalho vai ficar a disciplina do professor
(Governança de Tecnologia de Informação) e Inglês meio isolado, não está
integrado totalmente.
Aluno M: Ficou meio jogado.
AD: Talvez se fizer o PI todo em Inglês, talvez integra bem!
Pesquisador: Na sua percepção o PI interferiu no relacionamento entre
vocês?
145
Todos: Sim
Pesquisador: Isso foi de forma positiva ou negativa?
AE: Eu diria que foi os dois... Rsss (geral)
Pesquisador: Então vamos lá fala a negativa e depois a positiva.
AE: Começar pela negativa! A negativa foi a gente estava com um grupo
semestre passado em que nem todos faziam o que foi determinado, então
como eu disse no começo tivemos que correr para o Plano B. Em que você não
podia confiar na pessoa, na parte dela, pra caso não tivesse entrega já ter
garantido. A gente teve que usar isso, mais de uma vez e não foi muito legal e
a gente acabou desentendendo bastante.
Já a parte positiva eu diria que foi a possibilidade de tirar dúvidas, aprofundar
no assunto. Por exemplo, eu não entendia bem Banco de Dados, então eu falei
com o Renato, que o cara que está fazendo a parte de Banco de Dados e ele
conseguiu me ensinar muitas coisas, como você puxa os dados, como você faz
imput de dados, eu diria que foi muito bom.
Aluno G: Eu acho que foi bom para a gente aprender a trabalhar em equipe...
a gente se conheceu melhor, tanto como pessoa e levar isso a sério como no
presente. Quando a gente estiver no mercado de trabalho, quando trabalhar
em TI (tecnologia de Informação) provavelmente iremos trabalhar em equipe,
então você terá uma noção de como será quando você for trabalhar.
Pesquisador: E como foi a relação dos alunos com os professores
envolvidos?
Aluno M: Em geral foi bem produtiva, a gente conseguiu extrair bastantes
informações dos professores, no nosso caso ele ajudou bastante.
AFE: É quando a gente tinha alguma dúvida eles sempre ajudaram.
Aluno B: Eles foram bem atenciosos, auxiliaram bastante no desenvolvimento.
Pesquisador: Vocês acreditam que está aproximação com vocês ajudou
na aprendizagem?
146
Aluno M: Sim
Aluno G: Sim. Bastante.
Os demais também concordaram.
Aluno M: Sim, porque se eles ficassem cobrando só. Eles não ficaram
cobrando eles ajudaram a desenvolver, entendeu?
AE: Já chegou a gente apresentar uma parte do trabalho para o professor e ele
falar que estava errado desde o começo, só que ao invés dele só falar que
estava errado e sair. Ele parou, sentou com a gente meia hora, uma hora e
explicou exatamente como tinha que ser feito para que não houvesse este erro
novamente.
Pesquisador: Como vocês estão falando há uma aproximação com estes
professores que estão envolvidos no PI. Esta aproximação existe com os
professores que não fazem parte do PI? Porque nem todas as disciplinas
fazem parte do PI, esta aproximação existe nestas disciplinas? O já é
mais difícil?
AFE: Com o professor Carlos (estatística) até tem.
AE2: Com o Carlos é bem tranquilo, o outro professor já é mais na dele.
AD: É que o PI gera como se fosse um motivo para que haja esta
aproximação, já quando não tem PI, acredito que fica somente na relação do
aluno com o professor.
AE2: O PI vale uma porcentagem de sua nota, então se você não tem
interesse de ir atrás para ver o que está certo ou não isso vai afetar a sua
média no final do semestre. As matérias que não está envolvida você acaba,
ah eu estudo depois, eu faço em casa, deixa para ver a nota na prova mesmo.
Já, as que estão no PI, isso geram um interesse maior de você correr atrás de
buscar o que você está precisando.
AFE: Ah Clauss a matéria do Carlos também tem lista então, para você ir bem
na prova, se você estuda fazendo as listas é Dez, você consegue tirar Dez, só
que você tem que ir atrás e quando você vai atrás você terá dúvidas, porque
147
ele passa 6 a 7 listas por semestre e já na matéria de Economia e Finanças
não tem uma lista assim, então vai mais do interesse pela matéria, se você
tiver interesse maior e conversar com o professor aí você consegue ter uma
aproximação maior, mas se você não vai atrás e nada então ....há uma relação
mais profissional.
Aluno M: A integração acontece.
Pesquisador: Mas o PI então ajuda nesta aproximação?
Todos: Sim.
AE2: O PI é como te obriga a ir atrás para aprender, ou você vai mal no
trabalho, como ele vale uma boa porcentagem da nota então acaba esforçando
a pessoa correr atrás.
Pesquisador: Então o PI ajudou tanto na aproximação entre vocês de uma
forma positiva ou negativa porque vocês tiveram as divergências do
grupo, que acredito isso ser normal, e entre os professores.
Todos: SIM
Pesquisador: Quais são os pontos positivos e os pontos negativos do PI.
Vamos começar com os pontos negativos ou pelos negativos.
Negativos.
Aluno B: Acho que é o tempo.
Aluno M: O quanto ele vale na nota cara, 30% do trabalho.
Pesquisador: Então, os pontos negativos é a porcentagem na nota final.
Aluno M: Você imagina o cara que tira 10 nas duas provas de e sua média é 7.
Aluno B: É verdade.
Aluno M: Puxa você se esforçou na aula e está com 7.
AE2: É verdade, é tirou 10 nas provas e está um pouco acima do mínimo para
passar.
148
AD: E se por algum motivo a gente for mal, no PI, a gente fica com a nota
baixa mesmo tendo muito bem nas avaliações.
AFE: Por exemplo, se um professor te avaliou bem e o outro mal, o que te
avaliou mal vai abaixar a sua nota, acho que deveria ser uma nota separada
para cada disciplina... ou talvez com peso menor.
Aluno M: Muitos professores falam: “Não vou dar a P3, vocês têm o PI”.
AD: Talvez o PI ser uma avaliação separada das matérias.
Aluno B: Algo complementar, algo complementar .
Pesquisador: Um peso menor poderia ser?
AE1: Eu acho legal o PI ter uma nota, porque ele dá aquele tom de
obrigatoriedade, você tem que fazer, você tem que entregar, você tem que
relacionar com os amigos, você tem que tirar as suas dúvidas, senão você não
vai bem. Mas, acho que 30% fica muito pesado. Se fosse uns 15 a 20% ficaria
mais leve.
AFE: As vezes a gente fica meio perdido também.
Aluno M: Também.
AFE: No começo assim, não tem muito um acompanhamento, por exemplo, um
professor passa o outro demora, um certo tempo, para passar aí já decorreu
um tempo a gente precisa correr um pouco atrás para poder integrar as coisas .
Deveria, por exemplo, pelo menos ter uma reunião com todos os professores,
todo semestre, pra cada um passar a sua parte do PI , todo mundo conversar e
organizar certinho desde o começo, não tentar arrumar durante o semestre.
AD: Todo o PI, no começo a gente fica meio perdido.
AFE: Eu tinha conversado com os professores na última apresentação, foi uma
sugestão que eu tinha dado.
Aluno M: Uma coisa que eu acho errado o PI no quarto e quinto semestre, o
cara fazendo o TG (Trabalho de Graduação).
149
Pesquisador: No quinto e no sexto!
Aluno M: É no quinto e sexto, desculpa no quinto e sexto, ao invés de poder
fazer um projeto para ajudar a comunidade, um projeto pessoal mesmo, o cara
está focado, pois tem o tal do PI ali que pesa 30% que tem que fazer.
AFE: Atrapalha bastante.
Aluno M: Atrapalha muito. Você entendeu? Aí o cara fica mais um semestre na
faculdade porque tem que fazer PI
AFE: Aí o cara é até prejudicado.
Todos: Todos falam ao mesmo tempo criticando o PI no quinto e sexto
semestre.
AE2: Vejo os alunos do quinto e sexto semestre deixando o TG para fazer o PI
e ficando mais um semestre, pois trabalha o dia todo e não dá tempo pra fazer
os dois. Não dá pra focar nos dois ao mesmo tempo.
AD: Eu conheço pessoas, umas duas pessoas que esperaram terminar a
faculdade para depois fazer o TG.
Aluno M: É, porque tem que fazer o PI.
AD: Porque não tinha como fazer tudo ao mesmo tempo. Deixou o TG para
depois do sexto semestre. Só o TG.
Pesquisador: Estes são os pontos negativos, e os positivos?
AE2: Positivo seria mais integração entre os alunos com os professores
mesmo.
AD: E o aprendizado.
Aluno M: É o aprendizado.
Aluno B: Positivo até o quarto semestre...rsss
AE: Um ponto positivo que não foi comentado antes é o fato dele te instigar a
correr atrás de ir além do que foi ensinado na aula. Por exemplo, a gente viu o
150
básico de interface na aula de programação, só que se você usar o básico o
seu programa não vai ficar bonito, então você corre atrás de alguma outra
coisa que dinamize o seu programa para ele ficar bonito que atraia o usuário a
usar aquilo. Então eu acho que é isso dele instigar a você ir além.
Todos: concordam.
Pesquisador: Tem mais alguma colocação que vocês querem colocar?
Tanto positivo quanto negativa?
Aluno B: Pra mim, um ponto negativo, principalmente que saio do serviço só
dá tempo de trocar a roupa e vim é a questão do tempo, é muito pouca aula
para fazer o PI. As vezes o professor só libera duas aulas ou parte do final da
aula para tirar a dúvida do PI, é muito pouco tempo e a gente não consegue
fazer fora da faculdade. Pois a gente não tem só o PI, a gente tem que estudar
pra prova, tem que fazer as listas, e não dá tempo.
Aluno M: Só ressaltando o que o Bruno falou, tem uma parte da aula pra tirar a
dúvida, só que na sala têm oito grupos pra tirar a dúvida, então em uma aula o
professor consegue tirar dúvida de uns quatros.
Aluno B: Você acaba pegando o professor por fora da sala de aula.
Pesquisador E qual seria a solução para isso?
Aluno B: Ter uma aula destinada só para o PI.
AD: Ter uma aula só para o PI e a avaliação ser desta disciplina. Como se
tivesse uma matéria de PI por semestre, e a avaliação seria em cima desta
matéria.
AE: Eu acho que deveria ser um pouquinho diferente, acredito que a solução
seria uma vez por mês todos os professores se juntarem e conversarem com
os grupos para ver como estar e saber em que pode ajudar, o que tem de
errado, como pode modificar isso. Porque como o aluno B disse, fica muito
bagunçado, fica muita gente para um professor só e tem muita gente acaba
não conseguindo tirar a dúvida. Eu acho que esta reunião conseguiria sanar
isso.
151
Aluno M: Eu concordo com o AE, mas teria o problema da disponibilidade do
professor, o professor não tem tempo pra reunir fora da data de aula.
AD: Mas um professor só pra o PI, gerando uma matéria chamada PI e todo
semestre
AE: Mas para ter um professor pra a matéria de PI ele teria que entender de
todas as matérias.
AD: É
AFE: E não é a gente que decide isso, em faculdade pública, precisa de todo
uma burocracia.
Aluno B: Então a solução é o professor tirar uma aula por semana, vamos falar
assim, só para ele ajudar a gente.
Pesquisador: Por mês.
AFE: Por exemplo, se a gente cria uma aula só pro PI, vamos supor, seis aulas
destinada, são seis matéria, uma hora para cada professor ali. Eles tentando
ajudar os alunos, isso seria... como posso disser ... uma solução temporária
não é... Até poder chegar uma solução melhor do que isso. ... Mas acho que
isso ajudaria bastante, nhé. Melhorar a qualidade do projeto.
Ségio: E vocês acham que o projeto no final atingiu os objetivos? Os que
vocês fizeram no semestre passado o que vocês estão terminando este
semestre.
AE2:Que objetivo você fala, do trabalho?
Pesquisador: É.
AE2: Acho que atingiu em partes, chega agora no final, terminou a semana de
prova agora, a prova sub, alguns grupos dá uma corrida para terminar, porque
se não apresentar eu já estou de DP. Sempre acaba ficando alguma coisa pra
trás só pra apresentação, ou você tira alguma coisa que não vai dar tempo pra
fazer.
152
AD: Por falta de tempo, você acaba deixando de fazer muita coisa pra poder
apresentar, não sei dos outros grupos, pois se você quiser fazer o que você
tem em mente, você não consegue porque não tem tempo.
AFE: E não tem todo o conhecimento ainda, não deu tempo para tirar a dúvida
de correr atrás.
Pesquisador: Mas mesmo aquilo que vocês fizeram vai além daquilo que
foi passado em aula?
Aluno M: É. Sim!
AE: A maioria, mas nem sempre alguma coisa ficam não dá tempo.
Aluno M: Uma coisa que eu acho boa, que eu esqueci, é que se não existisse
o PI seria passado trabalho, toda disciplina um trabalho diferente, seria
extremamente maçante, o PI elimina estes trabalhinhos paralelo. Eu vejo o
pessoal que não faz o PI, o cara sofre porque tem que entregar um baita
programa para o professor e em banco tem que fazer aquilo lá, então o cara
que não faz o PI sofre pra caramba, é muito trabalho, trabalho, trabalho... O PI
é bom porque elimina isso e faz um trabalho que integra tudo isso.
AE2: Faz um trabalho só que atende tudo. E todos integram
Pesquisador: Mais alguma coisa? Não? Posso tirar uma foto de todos.
Todos: Concordaram.
153
ANEXO A – MANUAL DO PROJETO INTERDISCIPLINAR
Curso Superior de Tecnologia em ANÁLISE E DESENVOLVIMENTO
DE SISTEMAS
Turno: NOTURNO
Disciplinas do 3º Período
1. Objetivo
O objetivo deste projeto interdisciplinar é promover a integração de disciplinas do
terceiro semestre do curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas, de forma a
torná-lo mais dinâmico e integrado, ou ainda realizar a integração com outros cursos
da FATEC Indaiatuba.
Por ser direcionado ao 3º semestre, pretende proporcionar aos alunos uma visão mais
abrangente sobre as fases de desenvolvimento dos projetos de software, relacionados
com modelagem de sistemas orientados a objetos e implementação de sistemas
utilizando linguagens de programação orientadas a objetos, envolvendo manipulação
de bancos de dados.
2. Disciplinas envolvidas
As disciplinas do 3º semestre atuarão de forma conjunta com o objetivo de promover a
interdisciplinaridade, a saber: Engenharia de Software II, Programação Orientada a
Objetos, Banco de Dados, Inglês III e Gestão e Governança de TI.
PROJETO INTERDISCIPLINAR
1º SEMESTRE DE 2016
154
3. Grupos de trabalho
Os grupos de trabalho podem ser compostos por, no máximo, 5 alunos. A tabela
seguinte apresenta os integrantes de cada grupo e os temas correspondentes:
Grupo Integrantes Tema Nota
1 Vaga Fácil
2 Clínica Odontológica
3 Sistema de Controle de Pedidos
4 Cinema
5 Cozinha Industrial
6 Azul, controle de treinamentos
7 Encomendas para festa
4. Metodologia adotada
O desenvolvimento do projeto deverá levar em consideração todos os itens aqui descritos, divididos da seguinte maneira:
4.1. O papel de cada disciplina
Como se trata de um projeto interdisciplinar, cada disciplina terá sua contribuição para a elaboração do projeto. A seguir é apresentado um parágrafo em que o professor descreve, de maneira resumida, qual serão as exigências que os alunos deverão cumprir em cada disciplina.
Engenharia de Software II:Profa: Lílian Simão Oliveira
Baseado no cenário especificado deve-se realizar a modelagem orientada a objetos tendo em vista o levantamento de requisitos, das regras de negócio, do papel dos atores no sistema, da elaboração dos diagramas de casos de uso, diagramas de classe e diagrama de sequência, para servirem de subsídio à posterior implementação.
Inglês III:Profa: Magali Barçante
Os alunos deverão fazer apresentação oral do trabalho desenvolvido nas disciplinas. A
apresentação deverá conter introdução, objetivo e importância do projeto.
Paralelamente, os alunos deverão elaborar um folder de divulgação do produto
(projeto) a fim de convencer o potencial comprador acerca de sua importância.
155
Banco de Dados:Profa: Graça Tomazela
A partir do cenário especificado os alunos devem fazer a modelagem de dados por
meio do diagrama entidade relacionamento e em seguida criar o banco de dados
relacional. Devem ser definidas restrições de chave primária, chave estrangeira e
outras restrições pertinentes ao projeto. Os grupos deverão criar também um conjunto
de 10 consultas envolvendo todos os principais comandos SQL apresentados na
disciplina.
Programação Orientada a Objetos: Profa. Janaine C. S. Arantes
O sistema deve ser desenvolvido em camadas, com a utilização da interface gráfica da
linguagem de programação Java, e contemplar a manipulação de Banco de Dados.
Também deve estar de acordo com os requisitos do usuário e os modelos
desenvolvidos durante a sua elaboração.
Gestão e Governança de TI: Prof. Michel Munhoz
A partir do cenário especificado os alunos devem fazer viabilidade comercialização do
aplicativo, pré-requisitos de instalação e formas de licenciamento baseado na forma de
uso (exemplo: cliente servidor, standalone, etc.).
4.2. Escolha dos temas
Os temas serão de livre escolha pelos alunos.
A data limite para a definição do escopo é 26/02/16, data em que os alunos o
apresentarão ao orientador do projeto, a professora Janaine C. S. Arantes, ou ainda
para os outros professores envolvidos.
4.3. Projeto escrito
Existem duas partes escritas a serem consideradas: relatórios parciais e o projeto
final.
Os relatórios parciais devem conter o conteúdo definido pelo professor de cada
disciplina, conforme apresentado no item 5 (Avaliação e Cronograma) desse
documento.
156
O projeto escrito final deve ser feito de acordo com os padrões técnicos definidos pela
FATEC. Ele deverá ser entregue em formato digital aos professores envolvidos no
projeto.
O projeto escrito deve conter os seguintes tópicos:
I - INTRODUÇÃO
Deve apresentar uma contextualização do projeto, descrevendo em que ambiente ele
se insere. Deve fornecer uma visão geral do que será o projeto, quais são suas
principais funções e limites. Em outras palavras, deve ser definido o escopo
(abrangência) do projeto. Apresentar de maneira breve quem são os envolvidos e
interessados no projeto (empresa, curso da FATEC, etc.).
Deve deixar clara a justificativa para sua elaboração, isto é, descrever a importância
do projeto e para que (e para quem) será usado. Se você fosse vender esse projeto
para alguém como convenceria o comprador? Por que seu projeto é importante?
Deve deixar claro também o objetivo do projeto e quais os resultados que se pretende
alcançar. Os objetivos são redigidos com verbos no infinitivo, p.ex.: elaborar, projetar,
identificar, compreender, analisar, verificar.
II - PAPEL DAS DISCIPLINAS
Para cada disciplina envolvida no projeto, descreva qual sua importância, isto é,
aponte o que você precisou conhecer da disciplina para produzir o projeto. Além da
importância das disciplinas, insira os artefatos produzidos na elaboração do projeto
(diagramas, relatórios, tabelas, códigos, script, etc.), juntamente com uma pequena
descrição a respeito (descrever o diagrama, por exemplo). O texto referente a
disciplina de inglês deve ser redigido na língua inglesa.
III - DESCRIÇÃO DO PROJETO PRÁTICO
Deve conter um pequeno manual do usuário, contendo as principais telas e uma breve
descrição de cada uma. Dessa forma, será possível apresentar as principais funções
que o usuário pode utilizar no sistema.
IV - LIÇÕES APRENDIDAS E PRINCIPAIS DIFICULDADES
Como o nome sugere, nessa seção devem ser descritas as lições aprendidas durante
o desenvolvimento do projeto e que serviram para aumentar o conhecimento da
equipe. As dificuldades também devem ser relatadas.
157
V - OPORTUNIDADES DE MELHORIA
Descreva o que poderia ser adicionado ao projeto, caso um outro grupo queira
dar continuidade ao trabalho. Caso o projeto não esteja funcionando conforme o
projeto inicial, descreva o que faltou. Na visão do grupo, descreva ainda outras
funções que poderiam ser adicionadas ao projeto (para fazer um upgrade).
VI - CONCLUSÕES
Deve conter os resultados finais alcançados com o projeto, descrevendo se ele atende
ou não as necessidades levantadas inicialmente. Pode conter conclusões conceituais
e/ou técnicas.
VII - FICHA TÉCNICA
Trata-se do resumo do projeto que poderá ser divulgado no site da FATECID.
A ficha técnica deve conter o layout seguinte (substitua o texto em azul pelos dados de
seu projeto):
Título: Jogo das Frações - para Android
Semestre: 2014-2
Turma: 6° Semestre de ADS
Autores: Amanda Ulitska, Caroline Apresenta. Carpanezi e Amália da Rocha
Descrição: O Jogo das Frações é um jogo educativo para ser utilizado como
ferramenta adicional no aprendizado de frações e para praticar os
conhecimentos teóricos de forma envolvente. Recomendado para
crianças em fase de aprendizado do tema, no período do ensino
fundamental, pode ser utilizado por qualquer público que tenha
interesse.Possui interface amigável, lúdica e intuitiva.
158
Imagens
da tela:
4.4. Seminário
A apresentação deverá ser feita com o uso de recursos multimídia (projetor multimídia - data show, retro projetor, televisão, entre outros) e seguido o modelo padrão para apresentação de slides disponível no site da FATEC. Todos os alunos deverão apresentar uma introdução do projeto em inglês.
159
Na sequência da apresentação deverá ter, obrigatoriamente:
1. Título- Um slide contendo o título do trabalho, nome da faculdade, nome do curso, nome dos integrantes do grupo e data.
Slide contendo osnomes das disciplinas e dos professores para qual foi elaborado o projeto.
Slide contendo um sumário com os tópicos que serão abordados no decorrer da apresentação.
2. Introdução
Introdução do projeto - correspondente a do trabalho escrito. Objetivo do projeto - correspondente a do trabalho escrito. Justificativa do projeto - correspondente a do trabalho escrito
Visão geral do projeto em Inglês.
3. Desenvolvimento
Apresentação dos artefatos produzidos a partir das disciplinas (Modelos, Diagramas e outros elementos pertinentes)
4. Apresentação do projeto
Apresentação das funcionalidades do programa executável. (Inclusive o rodar o programa)
5. Resultados
Que resultados você encontrou? Até onde chegou e parou o seu trabalho?
Lições Aprendidas e dificuldades encontradas.
4.5. Ordem de apresentação
A ordem das apresentações será feita obedecendo-se o número dos grupos.
5. Avaliação e Cronograma
Cada grupo deverá entregar três relatórios parciais para cada uma das disciplinas envolvidas no projeto interdisciplinar. Os relatórios deverão ser entregues no período definido na tabela abaixo e serão usados para compor a nota de todas as disciplinas referentes ao projeto interdisciplinar. O professor de cada disciplina terá autonomia para definir o percentual da nota do projeto interdisciplinar, de acordo com a importância que sua disciplina representa na constituição do projeto. Recomenda-se o limite de até 30% da média final. A nota do projeto poderá ser concedida por disciplina, dependendo do
160
desempenho do grupo na disciplina em questão, ou seja, não necessariamente todos os professores darão a mesma nota para o projeto interdisciplinar. A média final do projeto será composta pela média aritmética das disciplinas envolvidas no projeto interdisciplinar.
O projeto e a apresentação final serão avaliados no dia da apresentação por uma banca avaliadora composta pelos professores envolvidos. A nota final será atribuída e divulgada somente após a reunião dos professores presentes na banca.
Segue cronograma geral envolvendo as disciplinas mencionadas e o conteúdo desejado em cada relatório parcial:
26 de
fevereiro
Data limite para definição das equipes
26 de
fevereiro
Definição do Escopo do projeto
27de junho a
02 de julho
Entrega da versão final projeto escrito e apresentação de todos os grupos para
os professores envolvidos no projeto.
Obs.: O dia da apresentação será definido pelo professor da disciplina.
DISCIPLINA Março e Abril
(28/03 a 01/04/2016)
Abril
(25 a 29/04/2016)
Maio
(23 a 27/05/2016)
Engenharia
de Software
II
Técnicas de
Levantamento e os
Casos de Uso
Diagrama de classe
Diagrama de Sequência
Banco de
Dados
Modelo entidade-
relacionamento
Modelo relacional:
Tabelas criadas e linhas
inseridas
Consultas elaboradas
Inglês III
Rascunho da
apresentação da
Introdução e dos
Objetivos
Apresentação da
Introdução e dos
Objetivos e rascunho da
Importância do projeto e
do folder.
Apresentação da
Importância do projeto e
do folder articulada com
as etapas anteriores.
161
POO
Protótipo da Interface do
Usuário.
Codificação das classes
de negócio a serem
usadas no projeto.
Finalização da
implementação do
sistema com acesso ao
Banco de Dados.
Gestão e
Governança
de TI
Entrega única após a
implementação do
sistema
As entregas do trabalho deverão ser realizadas em formato eletrônico (.PDF),
juntamente, com os arquivos originais em Word e Excel, por exemplo.