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Interferentes endócrinos no meio ambiente: a problemática dos micropoluentes Dezembro/2018 ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 16 Vol. 01 Dezembro/2018 Interferentes endócrinos no meio ambiente: a problemática dos micropoluentes Juliana do Carmo [email protected] Perícia, Auditoria e Gestão Ambiental Instituto de Pós-graduação IPOG Florianópolis, SC, 21 de abril de 2018 Resumo Os interferentes endócrinos são micropoluentes presentes nas matrizes ambientais capazes de alterar o sistema endócrino animal quando inseridos nos seus organismos. Essas substâncias podem ser representadas por medicamentos, agrotóxicos, produtos de higiene, etc. As pesquisas que envolvem a temática são recentes, apesar dos registros entre 1940 e 1970 que abordam as consequências negativas encontradas em espécies animais. Diante disso, o objetivo desse trabalho é informar sobre a problemática dos micropoluentes no meio ambiente e, por intermédio de pesquisa bibliográfica, proporcionar o conhecimento acerca do que são os interferentes endócrinos, quais os mecanismos de ação, a ocorrência nas matrizes ambientais, e quais substâncias são classificadas como interferentes endócrinos. Como principais resultados, foram levantados que o mecanismo de ação dos interferentes endócrinos no organismo consiste de três formas possíveis; os micropoluentes são encontrados no meio ambiente em concentrações da ordem de μg L -1 e ng L -1 , e a remoção eficiente de micropoluentes em estações de tratamento de água e efluentes depende das tecnologias aplicadas. A partir disso, conclui-se que é uma área pouco conhecida, contudo a preocupação com os efeitos, as fontes originárias, bem como com os métodos de remoção dos micropoluentes, vem sendo fortalecida com as descobertas apontadas pelas pesquisas científicas. Palavras-chave: Interferentes endócrinos. Micropoluentes. Meio ambiente. 1. Introdução A busca por novos medicamentos, pesticidas e produtos químicos para o desenvolvimento e melhoria dos diversos setores industrias e da saúde, negligencia por vezes sua interferência negativa ao meio ambiente. Como consequência, os efeitos resultantes dessas substâncias, quando dispostos no ambiente, são pouco conhecidos e as descobertas não acompanham o ritmo do surgimento das novas tecnologias e inovações desses produtos. Os interferentes endócrinos (IE) são considerados poluentes orgânicos emergentes e são representados por uma variedade de compostos químicos presentes em medicamentos, agrotóxicos, embalagens de alimentos, produtos de higiene, entre outros (SILVA; COLLINS, 2011). De fato, estudos sobre as alterações no funcionamento do sistema endócrino de algumas espécies animais devido à exposição a essas substâncias são recentes, no entanto essa questão vem chamando a atenção da comunidade científica, principalmente devido ao número

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Interferentes endócrinos no meio ambiente: a problemática dos micropoluentes

Dezembro/2018

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 16 Vol. 01 Dezembro/2018

Interferentes endócrinos no meio ambiente: a problemática dos

micropoluentes

Juliana do Carmo – [email protected]

Perícia, Auditoria e Gestão Ambiental

Instituto de Pós-graduação – IPOG

Florianópolis, SC, 21 de abril de 2018

Resumo

Os interferentes endócrinos são micropoluentes presentes nas matrizes ambientais capazes de

alterar o sistema endócrino animal quando inseridos nos seus organismos. Essas substâncias

podem ser representadas por medicamentos, agrotóxicos, produtos de higiene, etc. As

pesquisas que envolvem a temática são recentes, apesar dos registros entre 1940 e 1970 que

abordam as consequências negativas encontradas em espécies animais. Diante disso, o

objetivo desse trabalho é informar sobre a problemática dos micropoluentes no meio ambiente

e, por intermédio de pesquisa bibliográfica, proporcionar o conhecimento acerca do que são

os interferentes endócrinos, quais os mecanismos de ação, a ocorrência nas matrizes

ambientais, e quais substâncias são classificadas como interferentes endócrinos. Como

principais resultados, foram levantados que o mecanismo de ação dos interferentes endócrinos

no organismo consiste de três formas possíveis; os micropoluentes são encontrados no meio

ambiente em concentrações da ordem de μg L-1 e ng L-1, e a remoção eficiente de

micropoluentes em estações de tratamento de água e efluentes depende das tecnologias

aplicadas. A partir disso, conclui-se que é uma área pouco conhecida, contudo a preocupação

com os efeitos, as fontes originárias, bem como com os métodos de remoção dos

micropoluentes, vem sendo fortalecida com as descobertas apontadas pelas pesquisas

científicas.

Palavras-chave: Interferentes endócrinos. Micropoluentes. Meio ambiente.

1. Introdução

A busca por novos medicamentos, pesticidas e produtos químicos para o desenvolvimento e

melhoria dos diversos setores industrias e da saúde, negligencia por vezes sua interferência

negativa ao meio ambiente. Como consequência, os efeitos resultantes dessas substâncias,

quando dispostos no ambiente, são pouco conhecidos e as descobertas não acompanham o

ritmo do surgimento das novas tecnologias e inovações desses produtos.

Os interferentes endócrinos (IE) são considerados poluentes orgânicos emergentes e são

representados por uma variedade de compostos químicos presentes em medicamentos,

agrotóxicos, embalagens de alimentos, produtos de higiene, entre outros (SILVA; COLLINS,

2011). De fato, estudos sobre as alterações no funcionamento do sistema endócrino de

algumas espécies animais devido à exposição a essas substâncias são recentes, no entanto essa

questão vem chamando a atenção da comunidade científica, principalmente devido ao número

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crescente de publicações que relatam o aumento da incidência de disfunções no sistema

endócrino de seres humanos e, mais significativamente, efeitos fisiológicos adversos

observados em espécies animais para as quais a relação causa/efeito é mais evidente

(GHISELLI e JARDIM, 2007).

A presença de IE no meio ambiente, em especial nas águas superficiais, é atribuída à

disposição indevida de águas residuárias não tratadas, bem como ao lançamento de efluentes

oriundos das estações de tratamento de águas e efluentes. Essas substâncias são encontradas

no meio ambiente em concentrações da ordem de μg L-1 e ng L-1 (BILA; DEZOTTI, 2007).

Processos convencionais de tratamento, amplamente utilizados e estudados, não são

projetados para remover IE, uma vez que acabam por degradar apenas parte dessa carga de

micropoluentes orgânicos resultando na sua descarga em águas superficiais (FERREIRA,

2013; PETRIE; BARDEN; KASPRZYK-HORDERN, 2015).

Nas duas últimas décadas, organizações e agências mundiais vêm elaborando listas dos

principais produtos químicos classificados como IE com a finalidade de estabelecer níveis

máximos de concentração presentes na natureza, promover a diminuição do uso dessas

substâncias pelas indústrias, além de apontar quais dessas são preferenciais para a condução

de estudos mais aprimorados (EUROPEAN COMMISSION, 2011; EUROPEIAS, 1999;

GHISELLI; JARDIM, 2007).

Embora os efeitos desses compostos nos seres humanos ainda estejam em debate, apenas a

presença já merece atenção devido à persistência química, à resistência microbiana e aos

efeitos sinérgicos que essas substâncias podem apresentar. A remoção desses compostos

abrange técnicas de tratamento diversificadas, e dependendo da natureza dos compostos alvo,

pode ser exigida a utilização de mais de uma técnica a fim de permitir a eliminação completa

dos poluentes (TIJANI; FATOBA; PETRIK, 2013).

Diante disso, o objetivo principal dessa pesquisa é informar sobre a problemática desses

micropoluentes no meio ambiente e por intermédio de revisão bibliográfica, especialmente em

revistas científicas, proporcionar o conhecimento acerca do que são os interferentes

endócrinos, quais os mecanismos de ação dessas substâncias no organismo, a ocorrência dos

micropoluentes nas matrizes ambientais e quais são classificadas como interferentes

endócrinos.

2. Interferentes endócrinos

A desregulação endócrina é um mecanismo cujos efeitos incidem sobre as funções do sistema

endócrino, a saber, sobre o desenvolvimento, o crescimento, a reprodução e o comportamento

dos seres humanos e de outras espécies animais. Existe uma crescente preocupação em

relação às substâncias que são suspeitas de interferir no sistema endócrino – os chamados

desreguladores endócrinos ou ainda interferentes ou disruptores endócrinos. Essas substâncias

podem causar efeitos adversos sobre a saúde, como câncer, alterações no comportamento e

anomalias na função reprodutiva dos animais (COMISSÃO DAS COMUNIDADES

EUROPEIAS, 1999; GHISELLI; JARDIM, 2007).

Consoante Ghiselli e Jardim (2007), muitas definições no que se refere a Interferentes

Endócrinos (IE) têm sido propostas, contudo todas elas trazem em comum a seguinte

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descrição: substância química que pode interferir no funcionamento natural do sistema

endócrino de espécies animais, incluindo os seres humanos.

Há duas classes de substâncias que podem ser causadoras de desregulação endócrina,

conforme Comunicação da Comissão ao Conselho e ao Parlamento Europeu (1999):

• Hormônios Naturais: estrogênio, progesterona, testosterona, que ocorrem naturalmente

no corpo humano e dos animais, e fitoestrogênios, substâncias contidas em algumas

plantas, como os brotos de alfafa e as sementes de soja, que apresentam uma atividade

semelhante aos estrogênios quando ingeridas pelo organismo;

• Substâncias Artificiais:

o Hormônios de síntese – contraceptivos orais, terapias hormonais, aditivos

utilizados na alimentação animal;

o Substâncias químicas artificiais – produtos de limpeza, fármacos, produtos de

cuidados pessoais, pesticidas, aditivos plásticos.

Os efeitos dos IE começaram a ser levantados entre os anos de 1940 e 1970 com o

aparecimento de câncer no sistema reprodutivo de filhas de mulheres que usaram

dietilestilbestrol (DES) na gravidez (BIRKETT e LESTER, 2003 citado por BILA;

DEZOTTI, 2007; SUIDAN et al., 2005). A ação dos IE também foram relatadas em um

estudo elaborado na Dinamarca que constatou a diminuição da qualidade do sêmen de

homens durante aproximadamente 50 anos (1938 a 1990) (CARLSEN et al., 1992 citado por

BILA; DEZOTTI, 2007). Outro caso importante que despertou interesse da comunidade

científica para os IE foi na década de 80 quando características femininas foram observadas

em machos de aves coloniais da região dos Grandes Lagos (EUA-Canadá) devido a exposição

a agrotóxicos. Os mesmos efeitos foram apontados em populações de jacarés na Flórida

(SETAC, 2000 citado por FILHO; ARAÚJO; VIEIRA, 2006).

As preocupações que cercam o tema são vastas: se essas substâncias podem produzir efeitos

tóxicos em baixas concentrações; quais substâncias estão associadas aos efeitos tóxicos a

baixas concentrações; se essas substâncias estão presentes em concentrações ambientalmente

relevantes que possam ser uma ameaça à saúde de humanos e animais; se existe uma

concentração limiar abaixo da qual essas substâncias químicas podem ser consideradas como

seguras; se os novos tipos de ensaios, usados para prever os efeitos causados em organismos

expostos, podem realmente fornecer ferramentas para o entendimento do mecanismo de ação

dessas substâncias e, se esses ensaios podem ser facilmente usados em larga escala para

monitorar seus efeitos no meio ambiente (BILA; DEZOTTI, 2007).

3. Mecanismos de ação

O sistema endócrino é constituido por um conjunto de glândulas localizadas em diversas áreas

do organismo animal, tais como hipófise, tireoide, timo, supra-renais, e pelos hormônios

sintetizados por elas. Os hormônios por sua vez são substâncias químicas produzidas e

excretadas pelas glândulas endócrinas e que lançadas na corrente sanguínea, são responsáveis

pela coordenação de todo o organismo (Figura 1). Algumas funções que controlam são:

atividades de órgãos completos, níveis de sais, açúcares e líquidos no sangue, o uso e

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armazenamento de energia, o crescimento e o desenvolvimento de um determinado

organismo, sua reprodução, suas características sexuais (BILA; DEZOTTI, 2007; NORRIS,

2016).

Figura 1 – Sistema endócrino

Fonte: Adaptado de Norris (2016)

Em suma, os IE podem causar distúrbio no funcionamento do sistema endócrino pelo menos

por três formas possíveis: (a) imitando a ação de um hormônio produzido naturalmente pelo

organismo, como o estrogênio (feminino) ou a testosterona (masculino), e desencadeando

reações químicas semelhantes no corpo; (b) bloqueando os receptores nas células que

recebem os hormônios, impedindo assim a ação dos hormônios naturais; ou (c) afetando a

síntese, o transporte, o metabolismo e a excreção dos hormônios, alterando as concentrações

dos hormônios naturais (COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS, 1999;

GHISELLI; JARDIM, 2007). Suidan e colaboradores (2005) apresentam um esquema que

facilita esse entendimento (Figura 2).

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Figura 2 – Representação dos diferentes mecanismos dos IE. a) Hormônio específico se ligando com um

receptor hormonal e gerando uma resposta fisiológica normal; b) IE se ligando com um receptor hormonal e

originando uma resposta semelhante à de um hormônio específico; c) IE bloqueando a ação de um hormônio

específico mesmo em sua presença, não obtendo resposta

Fonte: Adaptado de Suidan et al. (2005)

Alguns efeitos citados na literatura, tais como diminuição na eclosão de ovos de pássaros,

peixes e tartarugas; feminização de peixes machos; problemas no sistema reprodutivo em

peixes, répteis, pássaros e mamíferos e, alterações no sistema imunológico de mamíferos

marinhos, têm sido associados à exposição de espécies de animais aos desreguladores

endócrinos. Em alguns casos esses efeitos podem conduzir ao declínio da população. Em

seres humanos esses efeitos incluem a redução da quantidade de esperma, o aumento da

incidência de câncer de mama, de testículo e de próstata e, a endometriose (BILA; DEZOTTI,

2007).

4. Ocorrências em ambientes aquáticos

Estudos mostram que as concentrações de alguns IE encontradas em efluentes de Estações de

Tratamento de Efluentes (ETE) brasileiras apresentam níveis preocupantes quando

comparados aos valores desses mesmos compostos mencionados na literatura científica de

países como Alemanha, Canadá, Estados Unidos e Japão (FERREIRA, 2012; LOPES et al.,

2008; TERNES et al., 1999). No caso dos hormônios sexuais naturais e sintéticos, as

concentrações encontradas nas matrizes aquosas ambientais brasileiras (esgoto bruto, tratado

e águas superficiais) mostram-se semelhantes ou até três ordens de grandeza superiores às

concentrações comumente relatadas na literatura (AQUINO; BRANDT; CHERNICHARO,

2013).

Bila e Dezotti (2003) em sua pesquisa acerca de fármacos no meio ambiente apresentou um

esquema que sugere possíveis caminhos para os fármacos, quando descartados no ambiente

(Figura 3).

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Figura 3 – Possíveis rotas de fármacos no meio ambiente

Fonte: Bila (2003)

Os IE podem contaminar a água de várias formas: (a) Fontes pontuais – efluentes de estações

de tratamento de águas residuais, efluentes de indústrias, efluentes da atividade agrícola,

lixiviados; e (b) Fontes difusas – infiltração no solo de compostos utilizados na agricultura e

indústria até atingirem os lençóis freáticos, recarga de aquíferos com água contaminada,

fossas sépticas, espalhamento de lodo provenientes do tratamento de águas residuais

(FERREIRA, 2012).

A remoção eficiente de micropoluentes em estações de tratamento de água e efluentes

depende das tecnologias aplicadas. O uso de processos de adsorção para a remoção de IE é

uma das técnicas promissoras, sendo o carvão ativado o material mais frequentemente

aplicado. Esse processo apresenta inúmeras vantagens tais como: aplicabilidade em baixas

concentrações de contaminantes, facilidade de operação, área superficial específica elevada e

alto grau de microporos (ECKHARD WORCH, 2012; VONA et al., 2015).

Carvão ativado é uma substância carbonácea inerte com elevada capacidade de adsorção, cuja

produção provém a partir de diversas matérias-primas, tais como madeira, casca de coco,

casca de arroz, carvão betuminoso, resíduos de petróleo, entre outros (BARROS, 2001;

CLAUDINO, 2003; ECKHARD WORCH, 2012; MÜLLER, 2011; THOMAS;

CRITTENDEN, 1998) e pode ser aplicado na forma de pó (CAP) ou granular (CAG).

Outro processo de retirada de IE é a filtração por membranas, em especial as membranas de

nanofiltração (NF) e de osmose reversa (OR) (DOLAR; VUKOVI; Aˇ, 2011; RADJENOVIĆ,

J.; PETROVIĆ, M.; VENTURA, F.; BARCELÓ, 2008; YOON et al., 2006, 2007), que são

conhecidas por removerem moléculas com baixa massa molecular (MM), contudo a energia

dispendida na aplicação da força motriz adequada para a utilização dessas membranas

encarece e inviabiliza o uso expandido da tecnologia. A ultrafiltração (UF) quando utilizada

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visa, especialmente, a remoção de matéria orgânica e de microrganismos, obtendo baixas

eficiências de rejeição de micropoluentes devido seu mecanismo de separação.

Assim, têm-se promovido a combinação de diferentes tipos de tecnologias de tratamento,

visando a retirada eficiente de IE, como é o caso de pesquisas que envolvem a associação de

UF/NF (VONA et al., 2015), CAP como pré-tratamento de UF (SHENG et al., 2016; VONA

et al., 2015), e mais recentemente, a produção de nanocompósitos utilizando adsorventes e

polímeros (APUL et al., 2017; CHATTERJEE; DE, 2015; GAO; QIAO; YANG, 2014;

MAJEED et al., 2012; MATSUI et al., 2003; QIU et al., 2009; WU; TANG; WU, 2010)

5. Substâncias classificadas como interferentes endócrinos

De acordo com Ghiselli e Jardim (2007) organizações e agências mundiais vem elaborando

relações de substâncias classificadas como IE (ou IE potenciais), tais como UKEA – Agência

Ambiental do Reino Unido, USEPA – Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos,

OSPAR – Comissão de Paris e Oslo, JEA – Agência Ambiental do Japão, e WWF –

Organização não governamental. A União Europeia em 1999 a 2001 também elaborou um

relatório contendo uma vasta lista de substâncias suspeitas de interferir no sistema endócrino,

tanto de seres humanos como de diferentes espécies animais.

A estratégia utilizada pela Comissão Estratégica comunitária em matéria de desreguladores

endócrinos estabelecida pela Comissão das Comunidades Européias abordava as necessidades

essenciais de novos estudos, a cooperação internacional, a informação ao público e as

medidas políticas adequadas, apresentando recomendações para ações a curto, médio e longo

prazo (EUROPEIAS, 2001). Como uma ação de curto prazo, em 1999, a Comissão

estabeleceu uma lista prioritária de substâncias para uma futura avaliação do seu papel na

desregulação endócrina. Desse modo, foi proposta uma relação de 553 substâncias e dessas,

foram identificadas 118 substâncias, sendo 12 destas designadas prioritárias para a condução

de estudos mais detalhados (BILA; DEZOTTI, 2007; EUROPEIAS, 1999). São elas:

dissulfeto de carbono, orto-fenilfenol, difenil éter tetrabromado, 4-cloro-3-metilfenol, 2,4-

diclorofenol, resorcinol, 4-nitrotolueno, 4-octilfenol, estrona, estradiol, etinilestradiol e 2,2’-

bis(4-(2,3-epoxipropoxi)fenil)propano (COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS,

2001). Desde então, outros compostos vêm sendo incluídos constantemente na relação. Um

dos princípios enfatizados pelo Conselho Europeu é o princípio da precaução e salienta a

necessidade de desenvolver estratégias de gestão dos riscos rápidas e eficazes e a necessidade

de coerência com a política global em matéria de substâncias químicas (EUROPEIAS, 2001).

Diversas substâncias químicas classificadas por diferentes organizações e entidades mundiais

como IE, estão listadas no Quadro 1.

Classe Subclasse Substância

Fármacos

Analgésico

Acetaminofeno

Ácido Acetilsalicílico

Naproxen

Tramadol

Morphine

Antibiótico

Ciprofloxacin

Clorotetraciclina

Eritromicina

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Lincomicina

Norfloxacina

Oxitetraciclina

Penicilina

Roxitrocina

Sulfametoxazol

Tetraciclina

Trimetoprim

Tilosina

Vancomicina

Amoxicillin

Metronidazole

Triclosan

Anticonvulsivo Carbamazepina

Antidepressivo

Fluoxetina

Venlafaxina

Dosulepina

Amitriptilina

Nortriptilina

Anti-histamínico Ranitidina

Cimetidine

Anti-inflamatório

Cetoprofeno

Diclofenaco

Ibuprofeno

Indometacina

Antilipêmico Bezafibrato

Sinvastatina

Anticâncer Tamoxifen

β-bloqueador

Betaxolol

Bisoprolol

Propanolol

Metoprolol

Sulbutamol

Atenolol

Hipertensão Valsartan

Hipnótico Diazepam

Temazepam

Contraste de Raios-X

Iopamidol

Iopromida

Iopromida

Iomeprol

Pesticidas

Inseticidas

DDT (2,2 bis-p-clorofenil-

1,1,1-tricloroetano)

DDE (2,2 bis-p-clorofenil-

1,1dicloroetileno

Deltametrin

Carbofurano

Herbicida Atrazina linuron

Fungicidas

Vinclozolina

Carbendazime

Penconazol

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Procloraz

Propiconazol

Epoxiconazol

Procimidona

Tridemorfos

Pesticidas organoclorados Lindane (1,2,3,4,5,6 -

hexacloroexano)

Hidrocarbonetos aromáticos

policíclicos

Naftalina

Acenaftileno

Acenafteno

Fluoreno

Fenantreno

Antraceno

Fluoranteno

Pireno

Benzo[a]antraceno

Criseno

Benzo[b]fluoranteno

Benzo[k]fluoranteno

Benzo[a]pireno

Indeno[123-cd]pireno

Dibenzo[ah]antraceno

Benzo[ghi]perileno

Hormônios naturais

Estrona (E1)

17β-estradiol (E2)

Estriol (E3)

Progesterona

Testosterona

Hormônios sintéticos Dietilestilbestrol (DES)

17α-etinilestradiol (EE2)

Fitoestrogênios

Isoflavona: daidzeína e

genisteína.

Lignanas: metaresinol e

enterodiol

Produtos de cuidados pessoais

Plastificante Bisfenol A

Proteção solar

1-benzofenona

2-benzofenona

3-benzofenona

4-benzofenona

Preservativo

Metilparabeno

Etilparabeno

Propilparabeno

Butilparabeno

Quadro 1 – Substâncias classificadas como interferentes endócrinos

Fonte: Bila e Dezotti (2003), Bila e Dezotti (2007), Ghiselli e Jardim (2007), Ferreira (2013), Petrie, Barden e

Kasprzyk-Hordern (2015)

Entre os IE, uma classe em especial vem chamando a atenção de pesquisadores, os hormônios

sexuais naturais e sintéticos que são encontrados no meio ambiente em concentrações na faixa

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de μg.L-1 e ng.L-1 (FERREIRA, 2012). Existem três grupos principais de hormônios sexuais:

progestogênios, androgênios e estrogênios. Os primeiros estão representados especialmente

pela progesterona, hormônio associado ao ciclo menstrual e à manutenção da gravidez. A

testosterona é o androgênio mais potente, estando presente em ambos os sexos, embora se

destaque em concentrações mais acentuadas no sexo masculino. A presença de testosterona

está indiretamente ligada às características sexuais secundárias, bem como promove o

crescimento muscular e esquelético (SUIDAN et al., 2005). Por fim, a estrona, o estradiol e o

estriol, conhecidos como E1, E2 e E3, respectivamente, são os estrogênios endógenos mais

importantes. Desses, o estradiol possui maior atividade biológica, seguido da estrona, a qual

apresenta um terço dessa atividade, e do estriol, cuja atividade está relacionada apenas a 1%

quando comparado com a ação do estradiol (JOHNSON; BELFROID; CORCIA, 2000).

O estradiol é facilmente convertido em estrona e são os principais estrogênios presentes em

mulheres não grávidas. O estriol é um produto metabólico de estradiol e estrona. A

concentração de estriol, que geralmente é baixa, aumenta durante a gravidez, tornando-se, de

longe, o hormônio sexual predominante na mãe e no feto (JOHNSON; BELFROID;

CORCIA, 2000). O Quadro 2 apresenta os níveis médios de estrogênios encontrados em

mulheres e homens.

Hormônio

sexual

Mulheres

não grávidas

(µg/24h)

Mulheres

grávidas

(µg/24h)

Mulheres

pós

menopausa

(µg/24h)

Homens

(µg/24h)

Estriol 4,8 6000,0 1,0 1,5

Estrona 8,0 600,0 4,0 3,9

Estradiol 3,5 259,0 1,0 1,6

Quadro 2 - Níveis médios de estrogênios na urina de mulheres e homens

Fonte: Adaptado de Johnson; Belforid; Corcia, (2000)

Além dos níveis naturalmente presentes, hormônios sexuais naturais e sintéticos são utilizados

para fins terapêuticos e não-terapêuticos. As quantidades administradas de hormônios são

geralmente altas e, na maioria dos casos, um percentual significativo não é assimilado, mas

excretado. Aproximadamente 65% dessa administração de esteroides é encontrada na urina e

aproximadamente 15% nas fezes. (JOHNSON; BELFROID; CORCIA, 2000). Antes da

excreção, os hormônios são inativados via sulfatação ou glucoronidação, contudo a atividade

bacteriana no esgoto bruto e nas plantas de tratamento podem romper os hormônios

conjugados, voltando-os para a forma endócrina ativa. (JOHNSON; BELFROID; CORCIA,

2000; TERNES et al., 1999).

Por serem considerados os de melhor conformação com os receptores hormonais, os

estrogênios naturais e sintéticos despertam maior preocupação, uma vez que em contato com

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os receptores resultam em respostas máximas tornando-se assim responsáveis pela maioria

dos efeitos disruptores. Apesar de possuírem meia-vida relativamente curta quando

comparados a outros compostos orgânicos (como alguns pesticidas), os estrogênios naturais

são continuamente introduzidos no ambiente, o que lhes concede um caráter de persistência

(FILHO; ARAÚJO; VIEIRA, 2006).

Em se tratando de fármacos, este pode ser definido como uma substância química ativa,

droga, ou matéria-prima que tenha propriedades farmacológicas com finalidade

medicamentosa utilizada para diagnóstico, alívio, ou tratamento, empregada para modificar

ou explorar sistemas fisiológicos ou estados patológicos em benefício da pessoa na qual se

administra (BRASIL, 2010). Os produtos farmacêuticos incluem antibióticos, antidiabéticos,

antiepilépticos, antimicrobianos, ansiolíticos, entre outros.

A maioria dos fármacos são polares, altamente hidrofílico com baixo coeficiente de partição

(Kow) e parcialmente solúvel em meio aquoso. Sua presença e a biodisponibilidade no

ambiente aquático depende sobretudo de uma série de processos de transformação de fases

envolvendo biodegradação, diluição e fotólise no ambiente aquático, enquanto que, na fase

sólida, podem ser adsorvidos nos sedimentos e lodos (TIJANI; FATOBA; PETRIK, 2013).

Os pesticidas compreendem um grupo de substâncias produzidas com o objetivo de eliminar

um organismo indesejável ou controlá-lo de alguma maneira, por exemplo, interferindo em

seu processo reprodutivo. Todos os pesticidas têm a propriedade comum de bloquear um

processo metabólico vital dos organismos para os quais são tóxicos. A classificação dos

pesticidas ocorre de acordo com sua função, como por exemplo, inseticidas, herbicidas,

fungicidas, algicidas, e conforme seu poder tóxico. Esta segunda classificação é fundamental

para o conhecimento da toxicidade aguda de um determinado pesticida (GHISELLI;

JARDIM, 2007).

Resíduos de vários pesticidas vêm sendo encontrados em alimentos, água potável e corpos

hídricos. Os pesticidas foram largamente utilizados no mundo por vários anos, sendo o maior

grupo de substâncias classificadas como desreguladores endócrinos. Na classe dos pesticidas,

estão inclusos inseticidas, herbicidas e fungicidas, que são utilizados na agricultura, na

aquicultura e no uso domiciliar (BILA; DEZOTTI, 2007).

6. Conclusão

A temática sobre interferentes endócrinos é recente na literatura científica e vem ganhando

espaço devido aos efeitos negativos decorrentes da disposição dessas substâncias no meio

ambiente, mesmo em baixas concentrações. Por conta disso, é relevante a promoção de

pesquisas aprofundadas acerca dos reais efeitos oriundos dos interferentes endócrinos, da

sinergia dos compostos, das tecnologias de identificação e quantificação, bem como dos

processos de tratamento de águas e efluentes.

Com isso, iniciativas como as das agências, entidades e organizações mundiais serão capazes

de alcançar suas estratégias estabelecendo políticas e limites máximos de concentrações de

micropoluentes presentes na natureza.

Para trabalhos futuros, recomenda-se a abordagem das principais propriedades físico-

químicas que facilitam ou dificultam a permanência dos interferentes endócrinos nas matrizes

ambientais, tais como solubilidade em água, toxicidade, coeficiente de partição e

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biomagnificação. Ainda, pesquisas que envolvam tecnologias que objetivem a remoção

eficiente dos micropoluentes em águas e efluentes devem ser priorizadas, em especial, aquelas

que possam ser utilizadas como tratamento terciário e adaptáveis às estações de tratamento

existentes.

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