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Investigação, idade e envelhecimento

Investigação, idade e envelhecimento - pierretap.com · e aspectos fisiológicos do envelhecimento. Estes últimos estão associados a mecanismos intrínsecos (genéticos, celulares,

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Investigação, idade e envelhecimento

Processo de construção do objecto de investigação

acerca da idade e do envelhecimento

OBJECTO

Processo de construção do objecto de investigação

Envelhecimento

Corpo(estrutura)

Envelhecimento(processo)

Idade ou Identidade(estado)

?

Contexto 1(família)

Contexto 2(casal)

Contexto 3(Misericordia)

PessoaPopulação

OBJECTO

Problema

Processo de construção do objecto de investigação

SITUAÇÃO

PROBLEMÁTICA

SITUAÇÃO

OBJECTO

Hipóteses

Problema

Processo de construção do objecto de investigação

PROBLEMÁTICA

SITUAÇÃO MÉTODO

OBJECTO

Hipóteses

Problema Técnica

Processo de construção do objecto de investigação

PROBLEMÁTICA

SITUAÇÃO

OBJECTO

Hipóteses

Problema

Processo de construção do objecto de investigação

Especulativa

PROBLEMÁTICA

MÉTODO

OBJECTO

Hipóteses

Técnica

Processo de construção do objecto de investigação

Conjectural

PROBLEMÁTICA

SITUAÇÃO MÉTODO

OBJECTO

Problema Técnica

Empírica

Processo de construção do objecto de investigação

PROBLEMÁTICA

SITUAÇÃO MÉTODO

OBJECTO

Especulativa ConjecturalHipóteses

Problema Técnica

Empírica

Processo de construção do objecto de investigação

Contexto

Posições ecaracterísticas

do investigadorObjectivos pessoais

Recursos

Condicionantes

Contexto

Problemática

Situação Método

Resultadosparciais

Processo de construção do objecto de investigação

Objecto

2. Definições do envelhecimento da populaçãoe da pessoa

(Definições do objeto de investigação : natureza e limites)

2a. Importa fazer a diferença entre a definiçãoobjectiva do envelhecimento e a forma como cada

um desenvolve uma definição subjectiva do processode envelhecimento, através das suas implicações pessoais.

2b. O envelhecimento é um processo que implica evolução e mudança,

no sentido de degradação.

O envelhecimento transforma um sujeito adulto de boa saúde num indivíduo fragilizado e vulnerável.

2c. Não existe necessariamente uma associação entre idade cronológica (longevidade)

e aspectos fisiológicos do envelhecimento.

Estes últimos estão associados a mecanismos intrínsecos (genéticos, celulares, hormonais)

e extrínsecos(condições ecológicas de vida e de trabalho, clima, alimentação, habitação, higiène, etc.).

Os mecanismos intrínsecos são fortemente influenciadospelos mecanismos extrínsecos

2d. O fim de vida, inelutável, tende a avançar, uma vez que

75% dos óbitos acontecem depois dos 65 anos,

60% depois dos 75 anos

e 30% após os 85 anos.

Neste sentido, as diferenças entre homens e mulheres tendem a diminuir. Contudo, as mulheres têm uma maior longevidade: 43% das mulheres morrem depois dos 85 anos, contra apenas 20% dos homens.

Uma Europa para todas as idadesPromover a prosperidade

e a solidariedadeentre gerações

« um novo paradigma da política em matéria de envelhecimento».

Após a redacção do texto intitulado“Uma Europa para todas as idades” (1999), comemorativo do Ano Internacional das Pessoas Idosas, organizado pelas Nações Unidas, uma conferência de 250 peritos propôs «um novo paradigma da política em matéria de envelhecimento».

O envelhecimento activo foi apresentado como uma estratégia coerente que permitiria envelhecer bem nas sociedades envelhecidas.

O envelhecimento activo implica que adaptemos o nosso modo de vida à melhoria das condições de existência: aumentar a longevidade, melhorar a saúde e os recursos materiais.

O envelhecimento activo é também aproveitar as ocasiões resultantes da sua própria melhoria.

Este tipo de dados, quantitativos e colectivos, influenciam a forma como as pessoas representam o seu próprio envelhecimento e retardam os efeitos negativos.

Mas, a representação do envelhecimento não depende apenas de dados factuais, de informações e de incitações mediáticas ou peritas.

Ela depende da própria dinâmica da pessoa, da sua forma de reagir aos acontecimentos e às perturbações fisiológicas, relacionais e psicológicas. Todas as representações se inscrevem efectivamente na dinâmica da conduta pessoal.

3. A conduta (pessoal ecolectiva): complexidade

e processo de personalização

A noção de conduta remete para a hipótese do carácterorganizado, estruturado e unificado da pessoa (Lagache, 1951). A conduta não se pode limitar aos seus aspectos físicosou sociais.

O comportamento (movimentos, acções e palavrasperceptíveis exteriormente) faz parte do facto psicológico,que compreende também a dinâmica motivacional interna, a intenção, a tomada de consciência, a deliberação interna, etc…

Podemos dizer que a conduta é o conjunto organizado dasactividades comportamentais e mentais orientadas pelosdesejos, motivações, valores a defender e defesas a activar.

Assim, as convicções e as crenças, os fantasmas e os sonhos,a linguagem interior, os sentimentos amorosos ou agressivos,as avaliações mentais na actividade profissional são, destaforma, operações psicológicas que permitem articularas representações e as acções, o corpo e as comunicaçõessociais.

Dinâmica da Conduta

ATITUDES

(Mundo psíquico, social, do outro, de si

próprio…)

Rep. do Envelhecimento, do corpo, de si

Mobilização

VALORES ACÇÕES

NORMAS, REGRASMODELOS

PAPEIS, ESTATUTOS

PROJECTOS

REPRESENTAÇÕES

SANÇÕES

Legitimação

Controle(Necessidades, pulsões,

desejos…)Motivações

Auto-Estima

InformaçãoEnergia

Mas, autores como Meyerson (1948) e Malrieu (2003) mostrarama importância das emoções, dos sentimentos e dos sistemasde valores na emergência e funcionamento das representaçõessócio-pessoais.

O primeiro cita Pirandello, que escreveu na suaobra Seis personagens à procura do autor : « Os factos são comoos sacos, se estão vazios não se aguentam em pé. Para queum facto se ponha de pé e faça sentido, é necessárioenchê-lo dos motivos e dos sentimentos que o provocaram».

A conduta compreende precisamente tudo aquiloque permite à pessoa atribuir sentido à sua situação, legitimaros seus próprios comportamentos em função dos valores quedefende e dos projectos que desenvolve.

PRESENTE

actorDispositivo situação

Passado

Futuro

Dinâmica pessoal

Disposições

Meio Ambiente

PRESENTE

actor

situação

Passado

Futuro

Dinâmica pessoal

Meio Ambiente

PRESENTE

actor

situação

Outros actores

Passado

Futuro

Dinâmica pessoal

Orientação Controle

Dar sentido e valor

Legitimação

Passado

Futuro

Presente

Dinâmica pessoal

Afirmaruma identidade

Ancoragem

Passado

Futuro

Presente

Afirmaruma identidade

Integrar-sesocialmente

Ancoragem Empenho

Dinâmica pessoal

Passado

Futuro

Presente

Adaptação

Afirmaruma identidade

Integrar-sesocialmente

Fazer faceao stress

Ancoragem Empenho

Dinâmica pessoal

Passado

Futuro

Presente

Adaptação

Afirmaruma identidade

Construirprojectos

Integrar-sesocialmente

Fazer faceao stress

Ancoragem

Abertura

Empenho

Dinâmica pessoal

Identisação Acção

Anticipação

Afirmaruma identidade

Integrar-sesocialmente

Construirprojectos

Fazer faceao stress

Reconhecimento

Ancoragem Empenho

Abertura Adaptação

Ancoragem

Abertura Adaptação

Legitimação

Orientação

Identisação Acção

Anticipação

Controle

Dar sentido e valor

Empenho

Afirmaruma identidade

Integrar-sesocialmente

Construirprojectos

Fazer faceao stress

Reconhecimento

4. Alguns exemplos da evolução dos comportamentos e das atitudes

em função da idade

4. 1. Avaliação subjectiva da saúde

Avaliação Subjectiva da Saúde

9,249

10,92

13

15,5415,1

15,31

14,04

12,8

11,36

8

9

10

11

12

13

14

15

16

18-23 24 - 27 28 - 31 32 - 35 36 - 40 41 - 46 47 - 51 52 - 58 59 - 68 69 e +

Idades

Scor

es d

a A

valia

ção

Subj

ectiv

a da

Saú

de

Avaliação Subjectiva da Saúde Vs Estatuto

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18-23 24 - 27 28 - 31 32 - 35 36 - 40 41 - 46 47 - 51 52 - 58 59 - 68 69 e +

Idades

Scor

es d

a Av

alia

ção

Subj

ectiv

a da

Sa

úde

PrecárioNão Precário

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18-23 24 - 27 28 - 31 32 - 35 36 - 40 41 - 46 47 - 51 52 - 58 59 - 68 69 e +Idades

Scor

es d

a A

valia

ção

Subj

ectiv

a da

Saú

de

Exame NormalPatologia CrónicaPatologia Transitória

8

9

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11

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17

18-23 24 - 27 28 - 31 32 - 35 36 - 40 41 - 46 47 - 51 52 - 58 59 - 68 69 e +Idades

Sco

res

da

Ava

liaçã

o S

ub

ject

iva

da

Saú

de

FemininoMasculino

4. 2. Auto-depreciação

Auto-depreciação

12

13

14

15

16

18-23 ans 24 - 27 ans 28 - 31 ans 32 - 35 ans 36 - 40 ans 41 - 46 ans 47 - 51 ans 52 - 58 ans 59 - 68 ans 69 ans et +

Idades

Sco

re d

a au

to-d

epre

ciaç

ão

Auto-depreciação

10

11

12

13

14

15

16

17

18 - 23 24 - 27 28 - 31 32 - 35 36 - 40 41 - 46 47 - 51 52 - 58 59 - 68 69 e +

Idades

Scor

es d

a au

to-d

epre

ciaç

MulheresHomens

4. 3. Auto-estima

Evolução da autoestima ao longo da vida

pessoas

Auto-estima

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

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11

12

18-23 anos 24 - 27 anos 28 - 31 anos 32 - 35 anos 36 - 40 anos 41 - 46 anos 47 - 51 anos 52 - 58 anos 59 - 68 anos 69 anos e +

Idades

Sco

res

da a

uto-

estim

MulheresHomens

4. 4. Stress

Investigação franco-portuguesa (cf. Tap & Vasconcelos, 2004, 500 pessoas)

Stress by sex

26

28

30

32

34

36

38

40

42

44

46

16 - 23 24 - 27 28 - 33 34 - 38 39 - 43 44 - 47 48 - 52 53 - 58 59 - 65 66 - 85

Age

Sco

res

of

stre

ss

FemaleMale

Stress by countries

25

27

29

31

33

35

37

39

41

43

45

47

49

51

53

55

16 - 23 24 - 27 28 - 33 34 - 38 39 - 43 44 - 47 48 - 52 53 - 58 59 - 65 66 - 85

Age

Scor

es o

f str

es

PortugalFrance

Stress global

30

31

32

33

34

35

36

37

38

39

40

41

42

18-23 24 - 27 28 - 31 32 - 35 36 - 40 41 - 46 47 - 51 52 - 58 59 - 68 69 e +

Idades

Scor

e do

str

ess

Investigação Coimbra, 2005 (448 pessoas)

Valores: exemplo

16

16,5

17

17,5

18

18,5

18-23 24 - 27 28 - 31 32 - 35 36 - 40 41 - 46 47 - 51 52 - 58 59 - 68 69 e +

idades

scor

es d

os v

alor

SaúdeFamilia

Valores sócio-afectivos (dignidade, familia, amor, amizade)

54

55

56

57

58

59

60

61

62

63

64

65

66

67

68

18 - 23 24 - 27 28 - 31 32 - 35 36 - 40 41 - 46 47 - 51 52 - 58 59 - 68 69 e +

Idades

Sco

res

dos

val

ores

sóc

io-a

fec

MulheresHomens

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

18-23 24 - 27 28 - 31 32 - 35 36 - 40 41 - 46 47 - 51 52 - 58 59 - 68 69 e +Ages

Scor

es P

rofe

ssio

nal V

alue

s Professionalvalues

Valores tradicionais :Religão, saúde

Valores universais :Libertade, Justiça, Igualdade

Prazer

Valores Tradicionais et Universais

15

20

25

30

35

40

45

18 - 23 24 - 27 28 - 31 32 - 35 36 - 40 41 - 46 47 - 51 52 - 58 59 - 68 69 e +

idades

sco

res

valo

res

Mulheres TradHomens TradMulheres UnivHomens Univ

4.5. Integração social

30

31

32

33

34

35

18-23 24 - 27 28 - 31 32 - 35 36 - 40 41 - 46 47 - 51 52 - 58 59 - 68 69 e +AgesSc

ores

of G

loba

l Soc

ial I

nteg

ratio

n

Social Integration

Integração Social

27

28

29

30

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34

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18-23 24 - 27 28 - 31 32 - 35 36 - 40 41 - 46 47 - 51 52 - 58 59 - 68 69 e +

idades

scor

es d

a in

tegr

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so

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