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Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica
Graduação em Engenharia Biomédica
IOHANNA WIELEWSKI DE SOUZA VIGINESKI
ANÁLISE DA IMPLANTAÇÃO DA CENTRAL DE COMPRESSORES DE AR
COMPRIMIDO PARA GERAÇÃO DE AR MEDICINAL NO HOSPITAL DE CLÍNICAS
DE UBERLÂNDIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA.
Uberlândia 2016
IOHANNA WIELEWSKI DE SOUZA VIGINESKI
ANÁLISE DA IMPLANTAÇÃO DA CENTRAL DE COMPRESSORES DE AR
COMPRIMIDO PARA GERAÇÃO DE AR MEDICINAL NO HOSPITAL DE CLÍNICAS
DE UBERLÂNDIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA.
Trabalho apresentado como requisito parcial de avaliação na disciplina Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia Biomédica da Universidade Federal de Uberlândia.
Orientador: ProfaDra Selma Terezinha Milagre
______________________________________________
Assinatura do Orientador
Uberlândia 2016
Dedico este trabalho aos meus pais, por
sempre me apoiarem e nunca me deixarem
desistir e a minha irmã por ser minha
inspiração para a vida, amo vocês.
ii
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por ter me possibilitado chegar até aqui, aos meus pais e a minha
irmã por serem sempre a minha base e o meu suporte, por sempre terem tido a paciência,
compreensão e a preocupação comigo.
À minha orientadora, Selma Milagre, pelo suporte necessário, pelo apoio constante e por instruir
este trabalho de perto nunca deixando faltar nada.
Àtoda equipe da Bioengenharia do HCU-UFU que auxiliou este trabalho e fez com que o mesmo
se tornasse possível, ao Diretor Marcos Rezende e ao Engenheiro Rodrigo Gonçalvez obrigada
por me auxiliar no decorrer deste trabalho e torná-lo possível. Às minhas queridas amigas Brunna
Ribeiro e Camille Alves pelo carinho e por ter dividido toda essa experiência comigo. A toda equipe
do setor de Eletrônica: Victor, André, Carolina, Douglas, Rodrigo e Diego por me acompanharem
durante toda a jornada e ao Cristiano do setor de Mecânica pelo apoio técnico.
iii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Diagrama ilustrativo central de suprimento abastecida por cilindros .......11
Figura 2 – Diagrama de funcionamento de um misturador de ar medicinal ..............12
Figura 3 – Diagrama de funcionamento do sistema de refrigeração.........................16
Figura 4 – Diagrama esquemático central de ar comprimido.....................................19
Figura 5 – Posto de utilização de um leito no HCU....................................................22
Figura 6 – Rede de Tubulação em comodato Clínica Médica....................................23
Figura 7 –Rede de Tubulações de Comodato Cirúrgica I..........................................24
Figura 8 –Custos dos gases referentes ao ano de
2004............................................................................................................................25
Figura 9 –Custo de consumo de oxigênio das três instituições.................................27
Figura 10 –Levantamento dos últimos 27 meses de Oxigênio e Nitrogênio..............28
Figura 11 –Investimento para a geração de Ar Comprimido......................................29
Figura 12 –Evolução da conta de gás do HCU-UFU de 2009 a
2015............................................................................................................................32
Figura 13 –Avaliação da economia da conta de gás do HCU-
UFU............................................................................................................................32
Figura 14 –Economia acumulada com a conta de gás..............................................33
Figura 15 –Porcentagem dos gastos de gases medicinais em março de
2004............................................................................................................................35
Figura 16 – Porcentagem dos gastos de gases medicinais em março de
2014............................................................................................................................35
Figura 17 –Compressores de ar comprimido da central de gases do HCU-UFU........36
Figura 18 – Componentes do compressor de ar comprimido...................................37
iv
Figura 19 – Sistema de Secagem por Adsorção central de ar comprimido HCU-
UFU............................................................................................................................37
Figura 20 – Resfriador Posterior da central de ar comprimido do HCU-UFU............38
Figura 21 – Monitoramento de ponto de orvalho........................................................39
Figura 22 – Sistema de climatização da central de gases do HCU-
UFU............................................................................................................................40
v
LISTA DE SIGLAS
EAS – Estabelecimento Assistencial Saúde
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
NBR – Normas Brasileiras
SUS – Sistema Único de Saúde
HCU – Hospital de Clínicas de Uberlândia
UFU – Universidade Federal de Uberlândia
RDC – Resolução da Diretoria Colegiada
PSA – PressureSwingAdsorption
VPSA VacuumPressure Swing Adsorption
FAEPU – Fundação de Estudo e Pesquisa de Uberlândia
UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais
vi
LISTA DE TABELA
Tabela 1- Características do ar medicinal...................................................................7
Tabela 2: Planilha para cálculo de gases.....................................................................9
Tabela 3: Identificação das cores dos cilindros para gases medicinais.......................10
Tabela 4: Cor de identificação de gases e vácuo.......................................................20
Tabela 5: Custo dos Gases referentes ao ano de 2004.............................................24
Tabela 6: Comparação dos dados dos hospitais de Minas Gerais............................25
Tabela 7: Custo do Oxigênio para diferentes instituições de Minas Gerais...............26
Tabela 8: Estimativa de economia com a implantação da central de gases, baseado
nos demais hospitais..................................................................................................28
Tabela 9: Valor da conta de gases do HCU-UFU de 2003 a
2009............................................................................................................................30
Tabela 10: Valores conta de gases do HCU-UFU de 2010 a janeiro de
2016............................................................................................................................31
Tabela 11: Consumo mensal de gases no HCU-UFU de março de 2004,
continua......................................................................................................................33
Tabela 12: Consumo mensal de gases no HCU-UFU de março de
2014............................................................................................................................34
Tabela 13: Custo da central de compressores de ar comprimido do HCU-UFU........39
vii
RESUMO
A atuação do Engenheiro Biomédico dentro de um hospital, conhecido como
Engenheiro Clínico, tem como função auxiliar, tecnicamente a administração do EAS,
exercendo um papel fundamental para diminuição de gastos e aumento na eficácia do
procedimento sempre visando a qualidade do paciente. Gases medicinais são
considerados medicamentos sendo assim existe uma necessidade de gerar, controlar
e gerenciar os gastos com os mesmos. Os gases mais comuns encontrados em
hospitais são: oxigênio, ar medicinal, óxido nitroso e ainda o vácuo. O ar medicinal
consiste na mistura pura do ar que respiramos, sendo constituído basicamente por
nitrogênio e oxigênio, para sua produção o EAS pode escolher entre: cilindros
estacionários, sistema de mistura produzindo ar medicinal sintético e por último
sistema de compressores de ar comprimido. Um EAS executa essas escolhas a partir
do consumo e do gasto gerado baseando-se na norma ABNT NBR 12188.O Hospital
de Clínicas de Uberlândia é o maior hospital universitário do estado de Minas Gerais,
seu gasto com gases gerava uma conta de mais de um milhão de reais, com isso a
equipe da Bioengenharia, setor de manutenção, gerou um levantamento dos gastos
totais com os gases em questão e decidiu por implementação de um central de
compressores geradores de ar comprimido medicinal, abandonando o antigo sistema
de mistura que fazia da instituição totalmente dependenteda empresa que fornecia os
gases. Este trabalho visou analisar a fase de transição em que o hospital passou por
adotar o sistema de geração de ar comprimido, evidenciando a economia gerada e a
importância do engenheiro clínico atuando diretamente nos EASs.
viii
ABSTRACT
The row developed by a biomedical engineer in a hospital, also known as clinical
engineer,is to technically assist the EAS administration, playnk a key hole on cost
reduction and increasing process efficiency aiming patient quality. Medical gases are
considered drug and so there is a need to generate, track and manage its consumption
and the cost envolved. Most common gases found in a hospital are: Oxigen, medical
air, nitrous oxide and even the vacuum. Medical air consists of the blend of the air we
breathe, so it consists primarily of nitrogen and oxygen, for its production three
methods can be used: stationary cylinder, mixing system producing synthetic medicinal
air and compressed air compressor system. An EAS makes the choice based on
consumption and related cost, as regulated by ABNT NBR 12188. The Uberlândia
Clinical Hospital is the largest universitary hospital in Minas Gerais state, the medicinal
air generation cost was na account of over one million reais, in order to reduce this
cost the team of bioengineering, maintenance sector, generated an study of total
spending and decided to implement a compressor central of medical air, abandoning
the old mixing system that made the EAS totally dependent of the supplier company
gas. This work is aimed to study and analyse the transition phase in which the hospital
started to generated his own compressed air, showing the cost reduction generated
and the importance of the clinical engineer direct work on the EAS.
ix
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 1
1.1 Justificaiva ............................................................................................................. 3
1.2 Objetivo Geral ....................................................................................................... 3
1.3 Objetivos Específicos ............................................................................................ 4
2. DESENVOLVIMENTO .......................................................................................... 5
3.1 GASES MEDICINAIS ............................................................................................ 5
3.1.2 Oxigênio ............................................................................................................. 5
3.1.3 Óxido Nitroso ...................................................................................................... 6
3.1.4 Ar Medicinal ........................................................................................................ 6
3.1.5 Vácuo Clínico ..................................................................................................... 8
3.2 Consumo de Gás no HCU-UFU ............................................................................ 8
3.3 CENTRAL DE SUPRIMENTO COM CILINDROS ................................................. 9
3.4 CENTRAL DE SUPRIMENTO COM DISPOSITIVO ESPECIAL DEMISTURA ... 11
3.5 CENTRAL DE SUPRIMENTOS COM COMPRESSORES DE AR ...................... 12
3.5.1 Compressor de pistão ...................................................................................... 13
3.5.2Compressor de palheta ..................................................................................... 13
3.5.4 Dispositivos de segurança na central de ar comprimido .................................. 17
3.6 REDE DE DISTRIBUIÇÃO .................................................................................. 19
3.6.1 Tubulações ....................................................................................................... 19
3.6.2 Válvulas de Seção ............................................................................................ 20
3.6.3 Sistema de Alarme e Monitorização ................................................................. 20
3.6.4 Postos de Utilização ......................................................................................... 21
3. RESULTADOS ................................................................................................... 23
4. CONCLUSÃO ..................................................................................................... 41
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 43
1
1. INTRODUÇÃO
A área da saúde tem acompanhando o atual avanço tecnológico que acerca o
mundo hoje, os objetivos das novas técnicas tendem a melhorar a qualidade de vida
tanto do paciente quanto da equipe médica/enfermagem. Juntamente com a inserção
no mercado de novas tecnologias os custos de aquisição e manutenção acompanham
a demanda [1].
Para administrar, avaliar, treinar e até mesmo adquirir as novas tecnologias que
estão por vir o Engenheiro Biomédico atuando nos Estabelecimentos Assistenciais de
Saúde (EASs) deve possuir as competências para tal função. Consiste em
profissionais multidisciplinares com conhecimento na área de saúde, eletrônica e
administrativa. A Engenharia Biomédica tende a ser utilizada para a identificação de
problemas e a necessidade do sistema de saúde, que podem ser resolvidos por meio
das tecnologias e sistemas metodológicos. Trata-se de uma batalha constante para
manter a alta qualidade a um custo razoável mantendo o sistema eficaz e eficiente,
visando a melhoria na qualidade de vida [2].
A organização hospitalar é uma das mais complexas, não apenas pela nobreza
e amplitude de sua missão, mas, sobretudo, por apresentar uma equipe
multidisciplinar com elevado grau de autonomia para dar assistência à saúde em
caráter preventivo, curativo e reabilitador a pacientes em regime de internação, onde
se utiliza tecnologia de ponta e adicionalmente se constituiu ainda num espaço de
prática de ensino[3]. Assim, administradores da área de saúde lidam com o desafio
de conduzir organizações de grande porte e alta complexidade e que possuem
processo de forte interatividade entre diferentes meios e equipes onde a capacidade
de atendimento desempenha um papel estratégico que envolve recursos escassos de
alto custo [4].
O elevado custo de manutenção de estoques de um lado e a necessidade de
proporcionar um excelente nível de atendimento aos pacientes do outro, requer
2
grande proficiência do gestor de materiais. Com a redução de custos na compra de
materiais e medicamentos, o hospital público consegue equilibrar seu orçamento [4].
Segundo [5], o comportamento dos custos pode ser classificado em: custos
fixos, variáveis e mistos. Custos fixos são aqueles que não têm relação com a
quantidade produzida (não sofre alteração com o volume de produção). Custos
variáveis são ligados ao volume de produção e variam de acordo com a produção
(quanto maior a produção, maior o custo variável). E por último custo mistos são
aqueles que possuem parcela fixa e variável.
Os gases medicinais como oxigênio e ar comprimido medicinal são
considerados medicamentos, sendo assim existe a necessidade de gerenciar esses
gastos e consumos analisando a melhor forma de obtê-los de acordo com cada EAS.
Gases medicinais podem ser classificados em custos mistos, pois sempre haverá
gastos com gases medicinais em um EAS (valor fixo), porém não se pode prever a
quantidade exata que será gasta em determinado mês (valor variável).
Segundo [6] a partir da década de 50 os trabalhadores da área da saúde
reconheceram os perigos de mover cilindros pesados e de alta pressão para diversos
locais de um EAS. Os cilindros então foram armazenados em locais apropriados
equipados com reguladores de pressão e mangueiras de borracha. O grande
consumo de oxigênio justificava a necessidade de um gerador de oxigênio no hospital
para evitar que os cilindros de oxigênio se esgotassem criando então uma rede de
tubulação de cobre. Quando os problemas com bombas foram identificados outros
sistemas foram instalados e outros gases foram seguindo o mesmo procedimento de
criação.
O Hospital de Clínicas de Uberlândia da Universidade Federal de Uberlândia
(HCU-UFU) é o maior hospital público de Minas Gerais e o terceiro maior hospital
universitário do Brasil, tendo sido sendo criado em 1970 com somente 27 leitos para
ensino dos estudantes do curso de Medicina, em 1988 se tornou um aliado do governo
atendendo na rede do Sistema Único de Saúde (SUS). Atende 86 municípios de
Uberlândia e região totalizando aproximadamente três milhões de pessoas, consiste
hoje em um hospital referência em média e alta complexidade para o atendimento de
urgência e emergência [7].
3
Possui atualmente 520 leitos divididos em 4 unidades: Unidade de Urgência e
Emergência, Unidade Ambulatorial, Unidade Cirúrgica e Unidade de Internação.
Realiza cerca de 17.178 internações por ano, 9.987 procedimentos anestésicos e
1.912.360 exames [7].
1.1 Justificativa
Devido ao grande porte e alta complexidade do HCU-UFU, visualizou-se a
necessidade de um novo sistema de instalação de produção de ar medicinal, pois o
gasto com oxigênio nos dias atuais é o segundo maior gasto de um hospital, após o
seu gasto com o quadro de funcionários. Mantendo a qualidade do ar entregue a seus
pacientes e visando uma economia financeira significativamente grande, além de uma
maior independência, em 2007 a equipe do setor da Bioengenharia do HCU-UFU
decidiu por projetar um sistema de suprimento de ar medicinal por compressores
abandonando o antigo sistema de misturador.
Porém, os dados e análises resultantes dessa implantação ainda não tinham
sido reunidos em um único documento.
1.2 Objetivo Geral
Neste contexto, o objetivo desse trabalho foi avaliar os resultados em relação
aos custos e a efetividade após a instalação do sistema de compressores para
geração de ar medicinal no HCU-UFU.
4
1.2 Objetivos Específicos
Este trabalho visou também:
Analisar os diferentes tipos de gases medicinais encontrados dentro de
um EAS;
Analisaras diferentes formas de obtenção de ar comprimido medicinal
encontrado nos diversos Estabelecimentos assistenciais da Saúde,
baseado na norma ABNT NBR 12188 de 2016 [14].
Comparar economicamente os gastos com a conta de gás antes e
depois da instalação da central de compressores de ar comprimido
medicinal no HCU-UFU.
5
2. DESENVOLVIMENTO
3.1 GASES MEDICINAIS
Gases medicinais ou gases terapêuticos podem ser considerados uma mistura de
gases produzidos a fim de tratar, prevenir e remediar casos clínicos. Possuem a
função de entrar em contato direto com o organismo humano através de terapia de
inalação, anestesia ou para conservar e transportar órgãos [8].
Os gases podem ser classificados em puros, como o oxigênio, nitrogênio, óxido
nitroso e dióxido de carbono, ou ainda em misturas padronizadas como o ar medicinal.
São amplamente utilizados na área hospitalar desde o serviço de urgência, salas
cirúrgicas e recuperatórias e até mesmo no leito do paciente.
3.1.2 Oxigênio
O oxigênio é o elemento mais abundante encontrado na superfície terrestre. Seu
uso na medicina é essencial podendo ser utilizado na oxigenoterapia e na anestesia.
O objetivo da oxigenoterapia consiste em aumentar a quantidade de oxigênio
carregado pelo sangue aos tecidos no caso de hipóxia (baixa taxa de oxigênio no
sangue), mas pode ser utilizado também no caso de paradas cardiorrespiratórias,
débito cardíaco e crise respiratória. No caso de anestesia geral o oxigênioé utilizado
juntamente com outros gases para gerar um estado de analgesia e reflexos
autônomos [9].
O oxigênio medicinal deve atender as especificações da ANVISA segundo a RDC
N° 69/2008 [10] possuindo como características: nível de pureza mínimo 99%,inodoro,
6
insípido, não inflamável, além de ser isento de umidade, microrganismos e resíduos
poluentes.
O oxigênio da forma medicinal pode ser fabricado em três diferentes processos:
criogênico, PSA (Pressure Swing Adsorption) e VPSA(Vacuum Pressure Swing
Adsorption). Na forma criogênica o oxigênio apresenta-se no estado líquido em
tanques estacionários onde este é vaporizado antes de ser inserido nas tubulações
de oxigênio local. O processo PSA consiste em obtenção do oxigênio através de
adsorção onde dois vasos metálicos contêmuma peneira molecular que retém o
nitrogênio permitindo que o oxigênio atravesse como produto final. Já o processo de
VPSA é uma tecnologia semelhante ao PSA, porém utiliza vácuo na peneira [9].
3.1.3 Óxido Nitroso
O óxido nitroso é um gás medicinal utilizado na anestesia juntamente com o
oxigênio, é conhecido como gás hilariante pelo efeito que causa no sistema nervoso
central deixando o paciente inconsciente. Potencializando a anestesia o óxido nitroso
reduz a aplicação de outras drogas otimizando o custo pela rápida indução, além uma
melhor recuperação no paciente, por apresentar baixo coeficiente de solubilidade e
toxidade [11].
Os requisitos para o óxido nitroso medicinal são: nível de pureza 98%, incolor,
insípido e não inflamável. O processo de obtenção do gás varia conforme a
necessidade de consumo de cada EAS, sendo oferecido na forma líquida semelhante
ao oxigênio ou em cilindros de aço [12].
3.1.4 Ar Medicinal
O ar medicinal consiste no ar que respiramos na atmosfera, porém de uma
forma totalmente pura. É amplamente utilizado na área hospitalar para diversas
7
finalidades como transporte de medicamentos ao organismo, ventilação mecânica,
limpeza e secagem de materiais e instrumentos hospitalares e tratamento de doenças
crônicas, agudas e de emergências [13].
Consiste em uma mistura de diversos gases onde predominam Nitrogênio
(78%) e oxigênio (21%), possui como características ser inodoro, incolor, atóxico e
não corrosivo. Pode ser obtido de duas formas: central de suprimento com
compressores de ar medicinal ou uma central de suprimento com dispositivo de
mistura (ar sintético). O método de obtenção através da mistura necessita de duas
fontes, de oxigênio e nitrogênio, produzidos pela indústria pelo processo criogênico
armazenados em tanques criogênicos por meio de um equipamento denominado
‘misturador’ produzindo então o ar sintético.
Segundo a norma ABNT NBR 12188 de 2016 [14] o Nitrogênio para uso
medicinal deve ser composto de 99% de pureza e 1% de oxigênio. Para o método de
obtenção por meio de compressores, que será detalhado posteriormente, os níveis de
gases exigidos pela norma estão dispostos na Tabela 1.
Tabela 1: Características do ar medicinal
Componentes ABNT NBR 12188
N2 Balanço;
O2 20,4% a 21,4%;
CO 5ppmmáx ,v/v;
CO2 500 ppmmáx, v/v;
SO2 1ppmmáx .v/v;
NOx 2ppm máx. v/v;
Óleos e Partículas 0,1 mg/m³ máx. v/v;
Ponto de Orvalho* -45°C
* Ponto de Orvalho: temperatura na qual o vapor começa a condensar. Fonte:[14]
8
3.1.5 Vácuo Clínico
O vácuo clínico pode ser utilizado de duas formas nos EASs, a forma de vácuo
clínico (utilizado para fins terapêuticos do tipo seco onde o material do paciente é
coletado) e vácuo de limpeza (para fins não terapêuticos) [15].
Para obtenção de vácuo clínico utilizam-se centrais de suprimento compostas
por no mínimo duas bombas, com capacidade máxima provável, funcionando de modo
alternado ou paralelo além de reservatórios e filtros que formam pressão negativa que
é conduzida por meio de tubulações até o paciente [11].
3.2 Consumo de Gás no HCU-UFU
A norma ABNT NBR 12188 oferece uma tabela para o dimensionamento das redes
de distribuição e suprimento de acordo com o fator de utilização de cada setor. A
tabela encontra-se no Anexo C.1 para os dados de fator de simultaneidade, que
consiste no percentual médio em relação à quantidade total de postos em um
determinado local de um Estabelecimento Assistencial de Saúde, por área de cada
unidade. No Anexo C.3 estão os dados de demanda por posto de utilização. Os dados
são dispostos de acordo com cada setor para os gases: oxigênio, óxido nitroso, vácuo
clínico e ar medicinal.
Baseando-se no número de leitos e as referências normativas a Tabela 2 mostra
o cálculo de vazão para os gases [7].
9
Tabela 2: Planilha para cálculo de gases
Cálculo Gás Leitos % Ox % Ox Nit. % Vacuo % Ar med Ox Ox Nit. Vacuo Ar med Ox Ox Nit. Vacuo Ar Med
Leitos UTI 35 80 0 50 80 60 0 60 60 100,8 0 63 100,8
Leitos UTI Neo 14 80 0 50 80 60 0 60 60 40,32 0 25,2 40,32
Cuidados Int Neo 27 10 0 10 10 60 0 60 60 9,72 0 9,72 9,72
Internação 332 10 0 10 10 20 0 30 20 39,84 0 59,76 39,84
Imagem Rec. Hem 24 25 0 10 25 60 0 60 60 21,6 0 8,64 21,6
Sala Cirurgia 28 100 100 100 100 60 8 60 60 100,8 13,44 100,8 100,8
Sala Parto 4 100 100 100 100 60 8 60 60 14,4 1,92 14,4 14,4
Pre parto 7 100 0 0 100 30 0 0 30 12,6 0 0 12,6
TOTAL 471 340,08 15,36 281,52 340,08
PLANILHA PARA CÁLCULO DE GASES
Simultaneidade Demanda - Litros/ min m3/hora
Fonte: Dados gases FAEPU.
Para encontrar a vazão de cada gás o número de leitos é multiplicado pela
simultaneidade que é multiplicado pela demanda previamente convertida na unidade
em questão (m³/h) como pode ser visto na Equação 1.
1000
60**
100
*]/[ tan3 demandaesimul FFleitosN
hmVazão
(1)
Como resultados podemos observar na Tabela 3 o consumo de gases do HCU-
UFU na ordem 340,08m³/h de oxigênio medicinal, 15,36m³/h de oxido nitroso,
281,52m³/h de vácuo medicinal e 340,08m³/h de ar medicinal. Os dados foram
baseados no consumo máximo provável de cada setor. A NBR 12188 determina que
para o suprimento de reserva o cálculo seja do consumo efetivo médio, definido como
a média aritmética do consumo do EAS dos últimos 12 meses. O valor adquirido na
Tabela 2 trata-se do consumo máximo provável por hora, para calcular o valor mensal
deve-se multiplicar o resultado obtido por 720, o que equivale a 24horas de um dia em
30 dias do mês, resultando em 244.800m³/mês de oxigênio medicinal,
11.059,2m³/mês de oxido nitroso, 202.694,4m³/mês de vácuo medicinal e
244.857,6m³/mês de ar medicinal.
3.3 CENTRAL DE SUPRIMENTO COM CILINDROS
10
Os cilindros que compõe um sistema primário e secundário de fornecimento
são atualmente utilizados para o armazenamento e fornecimento de óxido nitroso e ar
medicinal [16]. Cada bateria deve ser conectada a uma válvula reguladora de pressão
capaz de reduzir a pressão de estocagem para a pressão de distribuição, sempre
inferior a 8kgf/cm², e capaz de manter a vazão máxima do sistema centralizado [14].
Próximo à válvula reguladora de pressão deve haver um manômetro a
montante, para indicar a pressão de cada bateria de cilindros e outro para indicar a
pressão na rede. Segundo a norma ABNT NBR 12176 [17], os cilindros devem ser
identificados pela cor de cada gás que é estabelecida pelo código internacional de
cores como mostra a Tabela 3.
Tabela 3: Identificação das cores dos cilindros para gases medicinais
Componentes Cores
Ar comprimido Medicinal Cinza-claro na calota e no corpo do cilindro e a cor verde
em uma faixa no centro do corpo
O2 Medicinal Cor Verde no cilindro por inteiro
N2O medicinal Cor azul marinho no cilindro por inteiro
Fonte: [17]
Um sistema de segurança deve estar localizado com um mecanismo próximo
ao sistema primário, para evitar a descarga dos cilindros de gás por inteiro. Deve
existir uma válvula de alívio de pressão para o ambiente externo, sem riscos de atingir
pessoas. O fornecimento de gás não deve ser interrompido por falta de energia
elétrica. A central de suprimento deve ser formada por duas baterias contendo dois
cilindros que são ligados por meio de chicotes ao bloco central. Este é formado por
válvulas reguladoras de pressão, manômetros, válvulas de bloqueio e dispositivos de
segurança como alarme operacional e válvula de segurança. O sistema de
abastecimento deve seguir como o Anexo D da norma NBR 12188, exemplificada na
Figura 1, como diz a norma NBR 254 já revogada [18].
11
Figura 1: Diagrama ilustrativo central de suprimento abastecida por cilindros.
Fonte:[18].
3.4 CENTRAL DE SUPRIMENTO COM DISPOSITIVO ESPECIAL DE MISTURA
O ar comprimido envolvido neste processo é conhecido como ar medicinal
sintético, trata-se de um sistema composto por duas fontes: uma de oxigênio e a outra
de nitrogênio com as devidas especificações de pureza recomendada pela norma
NBR 12188. Os dois gases são armazenados na forma de tanques criogênicos nas
concentrações de 79% de nitrogênio e 21% de oxigênio, mesma proporção
encontrada no ar atmosférico ambiente, para que ocorra a mistura se faz uso de um
equipamento chamado de 'misturador' que é o responsável por garantir a correta
12
composição do ar esteja de acordo [11]. Um esquema pode ser observado na Figura
2:
Figura 2: Diagrama de funcionamento de um misturador de ar medicinal
Fonte [ Autora]
A NBR 12188 recomenda ainda que o sistema deve ser projetado segundo o
conceito 'segurança contra falha' a fim de que para qualquer falha que possa ocorrer
exista um dispositivo que bloqueie a operação do equipamento impossibilitando que
seja fornecido ar medicinal fora dos padrões estabelecidos. Acionando assim, uma
central de suprimento reserva que deve possuir a capacidade para o consumo máximo
provável [14].
O sistema de suprimento por misturador é muito utilizado por EAS que possuem
baixa demanda de ar medicinal, este sistema possui algumas vantagens como: baixo
custo de instalação e manutenção, possibilidade de expansão sem a necessidade de
novos investimentos, baixo ruído, isenção de óleos ou hidrocarboneto, baixo gasto de
energia elétrica, ausência de umidade reduzindo riscos de infecção hospitalar [19].
3.5 CENTRAL DE SUPRIMENTOS COM COMPRESSORES DE AR
O ar medicinal pode ser produzido a partir do ar atmosférico através de
compressores de ar adquiridos para aplicações médicas.
Compressores são equipamentos cuja função é aumentar a pressão de um
determinado volume de ar, até uma determinada pressão. Segundo o princípio de
13
trabalho os compressores podem ser divididos em maquinas de deslocamento
positivo e maquinas de deslocamento dinâmico, também conhecido como máquinas
de fluxo. O deslocamento positivo consiste simplesmente na redução do volume do ar
gradativamente gerando a compressão quando certo valor de pressão é atingido,
válvulas são abertas e o ar pode prosseguir para câmara de compressão. Já o
deslocamento dinâmico o aumento da pressão é dado a partir da energia cinética que
será convertida em energia de pressão, o ar então é posto em contato com impulsores
que possuem função de acelerar o ar transmitindo energia cinética [20].
Existem diferentes tipos de compressores no mercado, os mais comuns são:
Compressores alternativos de pistão;
Compressores rotativos de palheta;
Compressores rotativos de parafuso.
Todos os compressores citados são do tipo de deslocamento positivo.
3.5.1 Compressor de pistão
Compressor alternativo de pistão, ou compressor de êmbolo, é apropriado para
níveis de pressão. O ar aspirado será comprimido pelo primeiro êmbolo e comprimido
outra vez pelo próximo êmbolo. O êmbolo efetua o movimento descendente e o ar é
admitido na câmara superior, enquanto que o ar contido na câmara inferior é
comprimido e expelido e assim as câmaras vão alternando o movimento, realizando o
ciclo de trabalho. A principal vantagem dos compressores de pistão é a alta eficiência
[21].
3.5.2Compressor de palheta
14
O compressor de palheta é classificado como um compressor rotativo, possui
um rotor, ou tambor, central que gira dentro de uma carcaça cilíndrica. O tambor é
provido de palhetas radiais que pela força centrífuga são jogadas contra a parede da
carcaça. O volume compreendido entre duas palhetas consecutivas é variável o que
permite a compressão. Como vantagem desse tipo de compressor pode-se destacar
o baixo ruído, fornecimento igualitário de ar com pequenas dimensões. Como
desvantagens tem-se um compressor de baixa eficiência e alto custo de manutenção
[22].
3.5.3 Compressor de parafuso
Este compressor é composto por uma carcaça que contém dois rotores que
giram em sentidos opostos denominados de ‘macho’ e ‘fêmea’. O ar ocupa o espaço
entre os rotores, à medida que os rotores giram o volume do compartimento vai
diminuindo fazendo com que o ar seja comprimido levado pela porta de saída do
compressor. Apesar de ser um compressor que exige um baixo custo de investimento
e manutenção, por se tratar de um compressor onde se faz muito uso de engrenagens
este depende fortemente do atrito e existe então uma grande necessidade de
lubrificação com óleo [21].
Um eficiente sistema de ar comprimido inicia-se pela escolha do compressor, o
compressor pode ser de qualquer tipo para o ar medicinal, desde que seja adequado
para funcionamento contínuo e atenda a demanda do EAS [21].
Além disso, o compressor de ar medicinal deve ser concebido para evitar a
introdução de contaminantes ou líquidos dentro das tubulações. A contaminação pode
ser adquirida se o compressor eliminar óleo ou se o compressor não contiver filtro
para separação de hidrocarbonetos [23].
15
Após passar pela fase de compressão o ar, já comprimido, necessita de
tratamento. A compressão do ar comprimido é a junção da contaminação atmosférica
com outras partículas inseridas durante o processo de compressão.
A ISO 8573 indica que os possíveis contaminantes do ar possam estar na forma
sólida como a poeira atmosférica ou por corrosão existente dentro do sistema de ar
comprimido. Na forma líquida os principais agentes são a água oriunda da
condensação e o óleo lubrificante. Na forma gasosa os contaminantes são
semelhantes, pois são os vapores d'água e do lubrificante do compressor [24].
Os prejuízos causados pela contaminação do ar comprimido estão muito além
de custos financeiros quando se fala em âmbito hospitalar pois existem vidas
dependentes da qualidade do ar que está sendo gerado. Um grande problema que
aparece para hospitais com tubulações novas ou recém-instaladas é o arraste de
material contaminante para o paciente [25].
Em um sistema de central de ar comprimido após a fase dos compressores o
ar é passado por um sistema de refrigeração cuja função é remover o calor gerado e
aumentar a eficiência do compressor entre os estágios. Um sistema ideal é aquele
cuja temperatura do ar de saída do resfriador é a mesma da temperatura na entrada
do compressor. Um resfriador posterior é formado por um corpo cilíndrico e um
separador de condensado dotado de dreno. O resfriamento à água é o mais adequado
por provocar condensação do ar e permitir uma maior vazão e maior troca de calor. O
processo começa pela circulação da água através da câmara de baixa pressão, o ar
do compressor entra pelos tubos e flui em sentido oposto da água mudando
constantemente de direção garantindo uma maior perda de calor [20]. O diagrama de
funcionamento do sistema de refrigeração à água pode ser visto na Figura 3.
O pré-filtro é instalado antes do secador de ar e tem a função de separar o
restante das partículas sólidas e líquidas que o separador de condensado do
refrigerador posterior não conseguir remover. O filtro então protegerá de antemão o
secador de partículas que poderia prejudicar sua eficiência de troca térmica [25].
16
Figura 3: Diagrama de funcionamento do sistema de refrigeração.
Fonte: [20].
A presença de umidade no ar comprimido é sempre prejudicial para as
automatizações e assim, a função do secador é eliminar a umidade (líquido e vapor)
do fluxo de ar.
O ar comprimido não é aquele isento totalmente de água, mas sim aquele
possui um valor de umidade baixo e tolerável conforme as recomendações. Existem
dois principais tipos de secadores de ar comprimido, por refrigeração (com ponto de
orvalho à +3°C) ou por adsorção (com ponto de orvalho -40°C) [20].
Secagem por refrigeração:
Consiste em submeter o ar comprimido a uma temperatura suficientemente
baixa para que a água existente seja retirada quase por completo, além de
eliminar a água o secador por refrigeração forma uma emulsão juntamente
como o óleo lubrificante auxiliando assim a sua remoção. Depois de removido
o condensado alguns secadores por refrigeração reaquecem o ar;
17
Secagem por adsorção:
Consiste na remoção dos vapores de ar comprimido sem que exista a
necessidade de condensá-los, trata-se da fixação das moléculas de um
adsorvato na superfície de um adsorvente. Adsorção é o processo de atrair
moléculas de gases e líquidos para a superfície de um sólido que é chamado
de adsorvente mantendo então estas, aderida na mesma.
Após o processo de secador um pós-filtro é acoplado a fim de eliminar
qualquer umidade residual, na prática tem a capacidade de reter apenas partículas
sólidas produzidas pela abrasão do material adsorvedor [25].
Um sistema de ar comprimido possui um ou mais reservatórios, que possuem
função geral de armazenar o ar à temperatura ambiente, estabilizá-lo e regularizar o
trabalho dos compressores aumentando a vida útil dos mesmos [11]. O reservatório
deve ser dimensionado para prover determinada quantidade de ar por um período
suficiente para pôr em prática uma alternativa de fornecimento no caso de paradas
forçadas do compressor. Parte da umidade contida no ar é condensada durante a
compressão, gerando um acumulo de água no reservatório do compressor os
reservatórios instalados na horizontal devem possuir um sistema (automatizado ou
não) de sangria deste acumulo de água enquanto que os reservatórios instalados na
vertical têm facilidade à retirada de água do seu interior. O acumulo de água varia com
a umidade média do ar na região onde o hospital está instalado [26].
3.5.4 Dispositivos de segurança na central de ar comprimido
Uma central de ar comprimido possui diversos dispositivos de controle de
segurança: pressostato, válvula de segurança, alarme de baixa e alta pressão, além
dos componentes já citados que mantém a qualidade do ar que são os filtros.
Primeiramente o pressostato é um dispositivo destinado a ligar e desligar o
compressor, acionado e desacionado quando a pressão no interior do reservatório
18
atinge respectivamente valor crítico inferior e o valor crítico superior, ou seja, trata-se
de um dispositivo que controla o funcionamento do compressor. É considerado um
dispositivo de segurança que protege o equipamento, deve ser regulado de modo que
evite um período curto entre o acionamento e o desacionamento. A válvula de
segurança consiste em um dispositivo de segurança que deve ser instalado no
reservatório central de ar comprimido, trata-se de uma válvula que se abre para a
atmosfera em determinado valor de pressão (pressão de abertura) permitindo que o
fluxo de ar do reservatório saia para o ambiente até que a pressão em seu interior
atinja valor menor do que a pressão de abertura; a partir desse pontoa válvula se fecha
automaticamente. A válvula de segurança deve possuir dispositivo que permita abri-
la manualmente, procedimento com rotina de no máximo 30 dias, evitando que a
mesma emperre. É aconselhável o acionamento de um alarme (sonoro e visual)
simultaneamente com a abertura da válvula pois o acionamento dela indica erro no
controle do sistema. Esses alarmes devem ser instalados de preferência, em locais
onde haja profissionais capacitados a responder adequadamente a situações que
levam ao seu acionamento [26].
Alarme de baixa e alta pressão é mais um dispositivo de segurança pois avisa
a equipe de engenharia e manutenção no caso de ocorrência de qualquer defeito na
central. O alarme de baixa pressão é acionado quando a pressão do reservatório está
menor do que o valor crítico inferior. Nesse caso, inúmeras situações podem estar
ocorrendo, entre elas: o pressostato não envia o sinal para acionar o compressor,
problemas no acionamento devido a falhas na alimentação elétrica no motor ou falhas
mecânicas. O alarme de alta pressão deve ser acionado para um valor de pressão
superior ao da válvula de segurança. Quando acionado indica problema grave com o
pressostato e com a válvula de segurança [26].
A Figura 4 representa um esquema comum de central de ar comprimido com
as seguintes fases: compressor, resfriador posterior, pré-filtro, secador, pós filtro e
reservatório.
19
Figura 4: Diagrama esquemático central de ar comprimido
Fonte: [Autora]
3.6 REDE DE DISTRIBUIÇÃO
Segundo a norma NBR 12188 um sistema de rede de distribuição pode ser
definido como: "Conjunto de tubulações, válvulas e dispositivos de segurança que se
destina a prover gases ou vácuo através de ramais, aos locais onde existem postos
de utilização apropriados". Portanto compreende os sistemas de tubulação, válvulas
de seção e sistema de alarme.
3.6.1 Tubulações
Os tubos e conexões devem ser construídos com materiais adequados ao tipo
de gás com o qual irão trabalhar afim de resistir às pressões específicas. A NBR 12188
recomenda que as tubulações sejam de cobre ou aço inoxidável para que fiquem
protegidas de corrosão e outros danos, não devendo estar apoiada em outras
tubulações. Em todo o trajeto das tubulações os gases não deverão entrar em contato
com óleos ou qualquer outro tipo de substância contaminante [6].
Para facilitar a manutenção e evitar possíveis acidentes com a tubulação, a
rede dever ser projetada no sentido descendente sendo assim: do teto em direção ao
piso [27]. A fim de criar um padrão unificado a norma NBR 12188 apresenta uma
20
tabela como anexo identificando o padrão de cores estabelecido de cada gás e vácuo
assim representado na Tabela 4.
Tabela 4: Cor de identificação de gases e vácuo
Gás Cor
Ar Medicinal Amarelo-Segurança
Óxido Nitroso Azul-marinho
Oxigênio Medicinal
Verde-emblema
Vácuo Cinza-claro
Fonte: [14]
3.6.2 Válvulas de Seção
As válvulas de seção são dispositivos que têm como função regular o fluxo de
gás ou vácuo no decorrer da tubulação interferindo em uma determinada área, sem
que afete as demais, possibilitando assim a realização de manutenção [11]. As
válvulas de seção devem ser instaladas em local acessível, sem barreiras que
impeçam sua operação em casos de manutenção ou de emergência. É recomendado
que exista uma válvula de seção após a saída da central e antes do primeiro ramal de
distribuição. A unidade de terapia intensiva, os centros cirúrgicos e obstétricos devem
possuir atendimento prioritário através da tubulação principal da rede de distribuição,
assim sendo, deve ser instalada uma válvula de seção à montante do painel de alarme
de emergência específico de cada uma dessas unidades [15].
3.6.3 Sistema de Alarme e Monitorização
21
Os sistemas de alarme indicam por meio de sinais visuais e sonoros quando o
sistema centralizado de gases está com algum tipo de problema. Todos os alarmes
devem ser identificados e instalados de modo que sua observação seja constante.
Para sistemas centralizados o alarme operacional deve agir de modo que quando a
rede pare de receber suprimento primário, o alarme operacional visual só seja
apagado por completo quando o suprimento primário for restabelecido. Para a central
de suprimento com compressores de ar deve existir ainda um dispositivo de
monitoração da umidade do ar na saída do processo [9].
Setores que estão ligados diretamente à vida devem ser equipados com
alarmes de emergência independentes do alarme operacional. Este alarme atua
quando a pressão no manômetro de distribuição atingir um valor mínimo de operação
de3,1kgf/cm², ou a queda do sistema de vácuo for abaixo de 200mmHg da pressão
atmosférica [15].
Os alarmes devem ser muito bem identificados e a pessoa que está no local de
observação deve ser instruída a acionar o setor de manutenção do hospital,
racionalizar o uso do gás que está com problemas em questão, e providenciar o envio
imediato de cilindros individuais para os respectivos locais do hospital. Além disso, no
caso dos alarmes operacionais, deve verificar se houve falta do produto ou problemas
técnicos com o fornecimento do suprimento primário[11].
3.6.4 Postos de Utilização
Os postos de utilização desempenham função de identificar os gases oriundos
da rede de distribuição observando no mesmo o nome, símbolo e cor do respectivo
gás onde serão conectados os equipamentos médico hospitalares. A norma NBR
12188 recomenda a utilização de válvulas autovedantes e rotuladas legivelmente com
22
o nome ou abreviatura ou símbolo ou fórmula química com fundo de cor conforme
orienta a norma NBR 11906.
A norma NBR 11906 regula as válvulas vedantes em que deve ser destinado
ao bloqueio do fluxo de gás quando este estiver desacoplado do posto de utilização e
regula os elementos vedantes em que estes devem ser indicados que são inertes aos
gases que manterão contato. Para válvulas roscadas a norma ainda assegura que o
acoplamento e o desacoplamentos das conexões roscadas devem ser sempre
executáveis sem o auxílio de ferramenta apenas com o aperto manual, podendo ser
executado por qualquer pessoa garantindo a vedação completa [28].
Os postos de utilização junto ao leito do paciente devem estar localizados a
uma altura aproximada de 1,5m acima do piso, ou embutidos em caixa apropriada, a
fim de evitar danos físico à válvula, bem como ao equipamento de controle e
acessórios como mostra a Figura 5 [15].
Figura 5: Posto de utilização de um leito no HCU-UFU
Fonte: [ Autora ]
23
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
O Hospital de Clínicas de Uberlândia tinha um contrato com a empresa White
Martins gerando um alto gasto mensal para a instituição, o que se tornou a justificativa
principal para a adoção da central de compressores de ar comprimido. Os contratos
impostos pela empresa além de conter preços com valores elevados, referente aos
gases, exigia um consumo mínimo mensal de cada gás e a cada ano renovado
aumentava-se as taxas. A rede de tubulações na época era de acordo comodato com
o Hospital, o que gerava uma grande restrição da manutenção (por parte da empresa)
apresentando vazamentos e problemas constantes. As tubulações não possuíam
projeto ou dimensionamento, não possuíam identificação necessária, além de
apresentar ‘remendos’, estrangulamento da rede sem necessidade, tubulações tortas
e número excessivo de ramais e válvulas além de outros problemas que podem ser
vistos nas Figuras 6 e 7.
Figura 6: Rede de Tubulação em comodato Clínica Médica
Fonte: Dados FAEPU
Para a instalação da central de ar comprimido a equipe da Bioengenharia do
HCU-UFU realizou uma minuciosa análise dos dados de custos e consumo
referente a todos os gases consumidos na instituição. Com o levantamento desses
dados foi possível ter uma visão clara e objetiva do valor da conta com a empresa
White Martins.
24
Figura 7: Rede de Tubulações de Comodato Cirúrgica I
Fonte: Dados FAEPU
Os gastos com ar comprimido medicinal e com gases em geral podem ser vistos
na Tabela 5 e melhores ilustrados na Figura 8, referentes ao ano de 2004.
Tabela 5: Custo dos Gases referentes ao ano de 2004.
Mês
Custo Ar Comprimido (R$)
Custo Geral dos Gases (R$)
Proporção Ar Comprimido (%)
01/2004 31.365,10 108.183,59 28,99 02/2004 36.824,26 108.722,38 33,87 03/2004 43.252,80 132.995,04 32,52 04/2004 32.407,63 120.148,19 26,97 05/2004 45.033,62 126.408,50 35,63 06/2004 33.068,51 118.454,40 27,92 07/2004 34.927,90 142.590,96 24,50 08/2004 33.003,81 125.194,26 26,36 09/2004 28.721,20 115.216,49 24,93 10/2004 37.848,70 126.455,22 29,93 11/2004 27.991,00 150.476,98 18,60 12/2004 35.293,00 103.643,14 34,05
Fonte: Dados FAEPU
25
Figura 8: Custos dos gases referentes ao ano de 2004
Fonte: Dados FAEPU
Para melhor entender o que se passava no complexo hospitalar em torno do
estado de Minas Gerais foi feita uma comparação em relação a outros dois
hospitais: Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais e o
Complexo Hospitalar São Francisco, ambas instituições localizadas na cidade de
Belo Horizonte no estado de Minas Gerais. Comparando as três unidades
hospitalares e coletando dados referentes ao ano de 2013 pode-se observar que
o HCU-UFU é o maior dentre eles realizando um número maior de exames,
consultas e cirurgias, seguido pelo Hospital da Universidade de Minas Gerais e
então o Hospital São Francisco sendo o menor entre os três, como pode ser visto
na Tabela 6.
Tabela 6: Comparação dos dados dos hospitais de Minas Gerais
UFU UFMG São Francisco
Cirurgias 2756 1600 874 Internação 1677 1500 1068 Consulta 44796 36000 2341
Fonte: [7,29,30]
0,00
20000,00
40000,00
60000,00
80000,00
100000,00
120000,00
140000,00
160000,00
jan
/04
fev/
04
mar
/04
abr/
04
mai
/04
jun
/04
jul/
04
ago
/04
set/
04
ou
t/0
4
no
v/0
4
dez
/04
Custo Ar Comprimido
Custo Geral dos Gases
26
As duas outras instituições apesar de serem de menor porte, no sentido de
produção, possuíam o sistema de produção de ar comprimido medicinal através
dos compressores, enquanto o HCU-UFU ainda produzia ar medicinal sintético por
meio do misturador, comprando oxigênio e nitrogênio e realizando a mistura ideal
entre os gases. A Tabela 7 mostra o quanto cada hospital pagava pelo m³ do
oxigênio comparando com o HCU-UFU que comprava oxigênio e nitrogênio
referentes ao ano de 2004, que pode ser melhor visualizado na Figura 9.
Tabela 7:Custo do Oxigênio e Nitrogênio para diferentes instituições de Minas
Gerais em 2004.
Mês UFU UFMG SÃO FRANCISCO
Oxigênio Nitrogênio Oxigênio Nitrogênio Oxigênio Nitrogênio
2,5626 0,8541 1,48 0 0,63 0
jan/04 65.912,63 18.175,00 38.067,08 0 16.204,23 0
fev/04 73.720,88 20.447,00 42.576,64 0 18.123,84 0
mar/04 85.772,78 23.981,00 49.537,08 0 21.086,73 0
abr/04 69.607,90 17.968,00 40.201,24 0 17.112,69 0
mai/04 80.291,38 24.968,00 46.371,36 0 19.739,16 0
jun/04 64.669,77 18.334,00 37.349,28 0 15.898,68 0
jul/04 75.171,31 19.395,00 43.414,32 0 18.480,42 0
ago/04 70.599,63 18.298,00 40.774,00 0 17.356,5 0
set/04 67.498,88 15.924,00 38.983,20 0 16.594,2 0
out/04 80.732,15 20.984,00 46.625,92 0 19.847,52 0
nov/04 80.299,07 15.519,00 46.375,80 0 19.741,05 0
dez/04 62.627,38 19.567,00 36.169,72 0 15.396,57 0
Fonte: Dados FAEPU
27
Figura 9: Custo de consumo de oxigênio e nitrogênio das três instituições
Fonte: Dados FAEPU
Foi realizada uma análise de 27 meses entre janeiro de 2003 e março de 2005
caso o HCU-UFU adotasse o sistema de compressores e caso o hospital pagasse o
mesmo preço que os demais hospitais, visto que os mesmos pagavam quase a
metade do preço que o HCU-UFU em relação ao m³ do oxigênio líquido. O HCU-UFU
gastava R$ 2.477.029,00 com o sistema de mistura, se adotasse o sistema de
compressores não haveria mais o gasto da compra de nitrogênio, o que daria um gasto
de R$ 1.549.935,09 anual. Mas caso o hospital pagasse pelo mesmo preço que a
UFMG em relação ao m³ do oxigênio líquido, o valor seria de R$ 1.132.713,56 reais e
enquanto que, pagando o mesmo preço que o hospital de São Francisco o gasto seria
R$ 482.168,6 por mês. Resultando uma economia significativa que pode ser visto na
Tabela 8 e no gráfico comparativo demonstrado na Figura 10.
0
10000
20000
30000
40000
50000
60000
70000
80000
90000
100000
jan
-04
fev-
04
mar
-04
abr-
04
mai
-04
jun
-04
jul-
04
ago
-04
set-
04
ou
t-0
4
no
v-0
4
dez
-04
UFU
UFMG
São Francisco
28
Tabela 8: Estimativa de economia de 27 meses (janeiro de 2003 e março de
2005) com a implantação da central de gases, baseado nos demais hospitais.
Custo Economia
Atual R$ 2.477.029,07 -
Com Compressores R$ 1.549.935,09 R$ 927.093,98
Preço UFMG R$ 1.132.713,56 R$1.344.315,51
Preço São Francisco R$ 482.168,61 R$1.994.860,46
Fonte: Dados FAEPU
Figura 10: Levantamento de 27 meses (janeiro de 2003 e março de 2005) de
Oxigênio e Nitrogênio.
Fonte:Dados FAEPU
Após avaliar a possibilidade de redução de custos com a implantação de
compressor de ar medicinal, a equipe da Bioengenharia analisou o investimento inicial
necessário e o tempo em que este investimento retornaria ao hospital (tempo de
payback).Ao realizar o cálculo conforme definido pela norma técnica vigente o
consumo mensal de ar medicinal para o ano em questão o cálculo máximo provável
seria de 436.341,60m³/mês um número totalmente inviável e impossível de ser
implementado no hospital por se tratar de valores exuberantes daqueles em que o
hospital realmente consome. Assim sendo o hospital adotou o cálculo de consumo
R$ 2
.477.0
29,0
7
R$ 1
.549.9
35,0
9
R$ 1
.132.7
13,5
6
R$ 4
82.1
68,6
1
-
R$ 9
27.0
93,9
8
R$
1.3
44.3
15,5
1
R$ 1
.994.8
60,4
6
R$ -
R$ 500.000,00
R$ 1.000.000,00
R$ 1.500.000,00
R$ 2.000.000,00
R$ 2.500.000,00
R$ 3.000.000,00
Atual Com Compressores Preço UFMG Preço São Francisco
Custo Economia
29
efetivo médio entre julho/2004 e junho/2005 o que resultou em 27.224m³/mês, para
maior segurança a implementação foi calculada a partir da maior média mensal que é
37.000m³/mês.
Para uma análise de custo-benefício com a implementação da central de
compressores de ar comprimido fora analisado o consumo do ar comprimido
(incluindo o frete) de janeiro de 2003 até março de 2005 o que gerou um valor de
R$33.742,41 médio. Para cálculo de gastos com os compressores e os demais
equipamentos que acompanham seria de R$245.136,96 reais divididos em 6 meses
equivalendo a R$40.856,16 reais em cada mês. Considerando um valor fixo para a
central de compressores em que são considerados gastos de manutenção juntamente
com energia elétrica consumida pelos motores elétricos dos mesmos, totalizando um
valor de R$3.751,75 reais. Assim pode-se demonstrar o gasto investido e o retorno
que o hospital teria com a implementação da central de gases, como pode ser visto
na Figura 11.
Figura 11: Investimento para a geração de Ar Comprimido
Fonte: Dados FAEPU
Com o gráfico da Figura 11 pode-se observar que a partir do mês 06 após o
pagamento da central de compressores o gasto se estabiliza para um gasto fixo, assim
fazendo com que o retorno de investimento aumente progressivamente. Assim no
-60000,00
-40000,00
-20000,00
0,00
20000,00
40000,00
60000,00
80000,00
100000,00
120000,00
140000,00
160000,00
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Val
ore
s (R
$)
Mês
white
gerador
retorno
acumulado
30
início do ano de 2006 a central foi instalada operando juntamente com o misturador
durante 03 meses em uma fase de experiência, após passada a fase sem nenhum
relato de problemas foi dado a independência total dos compressores.
As vantagens que a central de compressores trouxe para o hospital está também
associada com a independência e disponibilidade do ar comprimido que está sempre
sendo produzido sem a necessidade de transporte e sem interrupções. Porém
destaca-se a grande economia realizada pelo hospital, que passou a economizar
aproximadamente R$1.000.000,00 na conta total de gases, o que demonstra um
ganho significativo a partir da ideia inicial de economia de gastos, os dados do
histórico da conta de gases do HCU-UFU podem ser vistos nas Tabelas 9 e 10. O ano
de 2016 em questão não foi lançado no sistema de gestão da Bioengenharia até o
desenvolvimento deste trabalho.
Tabela 9: Valor da conta de gases do HCU-UFU de 2003 a 2009
Fonte:Dados FAEPU
Mês 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
1 103.219,33 108.183,59 124.994,97 91.287,20 36.460,94 31.131,04 23.755,00
2 121.250,98 108.722,38 93.215,27 83.745,84 25.641,74 18.726,40 27.256,41
3 125.069,79 132.995,04 129.362,54 70.378,36 22.692,70 21.384,21 28.629,43
4 113.350,21 120.148,19 128.021,83 76.078,65 19.248,74 30.048,52 22.300,27
5 113.821,70 126.408,50 131.394,90 47.285,41 30.139,51 31.879,70 35.813,84
6 102.355,01 118.454,40 129.486,50 57.484,66 16.557,31 22.440,04 46.571,10
7 124.115,23 142.590,96 138.857,24 64.569,21 23.245,44 28.964,69 31.825,37
8 94.238,60 125.194,26 100.067,86 56.112,44 22.542,22 34.078,28 40.923,22
9 126.644,00 115.216,49 79.620,94 56.071,26 23.684,72 22.358,56 34.630,35
10 98.493,03 126.455,22 98.911,93 60.430,48 28.756,39 35.993,60 31.940,15
11 115.961,96 150.476,98 93.048,97 47.545,46 31.528,51 43.049,70 27.352,13
12 137.940,45 103.643,14 66.925,95 36.222,52 18.270,37 42.336,24 38.696,82
Total
1.376.460,29
1.478.489,15
1.313.908,90
747.211,49
298.768,59
362.390,99 389.694,0
9
31
Tabela 10: Valores conta de gases do HCU-UFU de 2010 a janeiro de 2016
Mês 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
1 22.310,11 28.962,64 26.328,75 25.902,44 29.661,52 29.868,65 47.314,86
2 26.015,43 21.738,07 36.956,86 33.052,76 33.061,06 24.491,82 -
3 26.206,43 25.916,21 44.751,80 21.602,99 30.284,95 53.294,93 -
4 26.295,70 38.958,32 46.229,29 40.313,49 41.731,78 38.964,83 -
5 23.046,70 21.980,96 44.124,66 37.319,74 58.114,41 50.191,57 -
6 34.379,69 26.359,87 36.273,48 36.483,07 27.751,27 56.123,84 -
7 23.685,15 37.815,47 30.436,77 45.202,34 50.117,27 50.805,90 -
8 28.992,54 32.410,99 34.651,34 38.735,76 54.738,45 35.543,53 -
9 38.437,70 21.825,17 28.262,06 29.270,38 48.062,01 44.765,77 -
10 31.109,06 33.054,77 33.286,61 270.484,03 43.062,64 40.219,29 -
11 21.814,09 26.684,74 33.125,28 44.645,23 42.262,69 30.748,54 -
12 33.958,21 52.842,80 39.290,34 51.205,39 46.981,30 32.481,70 -
Total 336.250,81 368.550,01 433.717,24 674.217,62 505.829,35 487.500,37 47.314,86
Fonte: Dados FAEPU
As tabelas mostram claramente a diminuição da conta de gases do HCU-UFU
após a instalação da central de compressores, basicamente do ano anterior à
instalação 2005 para 2006 houve uma economia de R$566.697,41 reais totalizando
uma redução de 43%. Para ilustrar graficamente a evolução da conta de gases no
decorrer desses 14 anos pode-se observar na Figura 12 que representa o valor gasto
no decorrer dos respectivos anos contabilizando todos os gases consumidos na
instituição. Para poder obter um comparativo da economia adquirida em todos esses
anos a Figura 13 representa a economia realizada a partir do ano anterior subtraída
do ano presente. Se a economia gerada em todos esses anos fosse se acumulando
teríamos no ano de 2015 uma economia superior a R$10.000.000,00 como ilustra a
Figura 14.
32
Figura 12: Evolução da conta de gases do HCU-UFU de 2009 a 2015.
Fonte: Dados FAEPU
Figura 13: Avaliação da economia da conta de gases do HCU-UFU
Fonte: Dados FAEPU
R$ 0
R$ 200.000
R$ 400.000
R$ 600.000
R$ 800.000
R$ 1.000.000
R$ 1.200.000
R$ 1.400.000
R$ 1.600.000
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Evolução da Conta de Gases HC
R$ 0
R$ 200.000
R$ 400.000
R$ 600.000
R$ 800.000
R$ 1.000.000
R$ 1.200.000
R$ 1.400.000
R$ 1.600.000
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Valor Conta Gases HC
Valor Economia
33
Figura 14: Economia acumulada com a conta de gases do HCU-UFU
Fonte: Dados FAEPU
Para uma comparação mais específica, analisa-se a conta de gases mensal
com cada gás específico, do mês de março de 2004, Tabela 11 e março de 2014,
Tabela 12, os gases representados nas tabelas são também considerados na forma
líquida devida a sua capacidade de armazenamento.
Tabela 11: Consumo mensal de gás no HCU-UFU de março de 2004.
Produto Quant. m³ Frete Valor Unitário(R$) Total(R$)
Ar. Comp 239,40 - 17,75 4.249,35 Gás CO2 33,00 - 12,79 422,07 Acetileno 1,00 - 26,76 26,76
Mist. Padrão 3,00 - 1.190,04 3.570,12 Oxido Nitroso
Gás 4,50 - 52,55 236,48 Nitrogênio Gás 39,60 - 14,32 567,07 Nitrogênio Líq. 28.077,00 5.053,86 0,68 24.146,22 Oxido Nitroso
Líq. 400,00 745,84 23,64 10.201,84 O2 Gás 1,60 - 968,78 1.550,05
O2 Gás Cil. G 55,00 - 26,77 1.472,35 O2 PP 23,00 - 13,46 309,58
/
- - 164.580 895.858
2.075.578
3.191.677
4.280.472
5.422.710
6.532.649
7.577.421 8.381.693
9.354.352
10.345.341
R$ 0
R$ 2.000.000
R$ 4.000.000
R$ 6.000.000
R$ 8.000.000
R$ 10.000.000
R$ 12.000.000
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Economia Acumulada na Conta de Gases
34
( conclusão)
Produto Quant.
m³ Frete Valor
Unitário(R$) Total(R$)
O2 líquido 33.471,00 6.623,91 2,36 85.615,47 Dióxido CO2 13,50 - 17,37 234,50
Oxido W Med. - - 0,00 Argônio - - - 0,00
StarGold Plus - - - 0,00
TOTAL 132.601,85
Fonte: Dados FAEPU
Tabela 12: Consumo mensal de gases do HCU-UFU de março de 2014
Produto Quant.
m³ Frete Valor
Unitário(R$) Total(R$)
Ar. Comp 9,60 - 6,41 61,54 Gás CO2 75,00 - 24,79 1.859,25 Acetileno - - 28,58 0,00
Mist. Padrão 3,00 - 802,14 2.406,42 Oxido Nitroso
Gás - - 10,63 0,00 Nitrogênio Gás 118,80 - 8,05 956,34 Nitrogênio Líq. - - - 0,00 Oxido Nitroso
Líq. - - 10,65 0,00 O2 Gás 40,00 - 6,41 256,40
O2 Gás Cil. G 156,00 - 27,14 4.233,84 O2 PP 27,00 - 6,41 173,07
O2 Líquido 26.133,00 - 0,75 19.599,75 Dióxido CO2 - - - 0,00
Oxido W Med. 25,00 - 20,34 508,50 Argônio 1,00 - 40,00 40,00
StarGold Plus 6,00 - 31,64 189,84
TOTAL 30.284,95
Fonte: Dados FAEPU
Observa-se além da economia, a retirada de um contrato abusivo o que em
2004 o m³ do oxigênio líquido custava R$ 2,36 e que 10 anos após esta data o m³
custou R$ 0,75 e que na atualidade custa para a instituição R$ 0,81 centavos. A conta
de gases varia muito de mês a mês, além de possuir uma ampla variedade de gases
que podem ser utilizados, também não se pode afirmar a quantidade exata a ser
consumida, o que pode ser exemplificado pelas Tabelas 11 e 12. A economia foi de
35
77% no passar dos anos, porém observa-se que o maior consumo ainda é de O2
líquido em que ambas as contas representam 65% do gasto geral como pode ser visto
nas Figuras 15 e 16.
Figura 15: Porcentagem dos gastos de gases medicinais em março de 2004
Fonte: Dados FAEPU
Figura 16: Porcentagem dos gastos de gases medicinais em março de 2014
Fonte: Dados FAEPU
3% 3%
18%
8%
1%
1%
65%
Ar. Comp Gás CO2 Acetileno Mist. Padrão
Oxido Nitroso Nitrogenio Gás Nitrogenio Liq Oxido Nitroso Liq
O2 Gás O2 Gas Cil. O2 PP O2 Liquido
Dioxido CO2 Oxido W Med. Argônio StarGold Plus
6%8%
3%
1%
14%
1%65%
2% 1%
Ar. Comp Gás CO2 Acetileno Mist. Padrão
Oxido Nitroso Gás Nitrogenio Gás Nitrogenio Líq. Oxido Nitroso Líq.
O2 Gás O2 Gás Cil. G O2 PP O2 Líquido
Dioxido CO2 Oxido W Med. Argônio StarGold Plus
36
Observa-se o consumo de gases como argônio e stargold plus em 2014 que
em 2004 não eram utilizados, por se tratarem de gases muito específicos, contudo
observa-se também que gases foram deixando de ser consumidos ao longo do
período estudado, como o caso do nitrogênio líquido e dióxido de carbono (CO2). O
gás stargold plus é utilizado para solda de aço de carbono e de baixa liga, o gás
argônio se faz presente hoje nos bisturis de argônio que conduz corrente via gás e o
acetileno é utilizado para soldagem de metalúrgica em geral.
Assim, para a geração de ar medicinal a central de gases do HCU-UFU hoje é
composta por 6 compressores sendo que 02 são compressores reservas e a escolha
dos que operam é feita de buscando igualar o número de horas de trabalho de cada
um dos equipamentos, que são vistas na Figura 17.
A opção por este sistema foi devida a economia gerada, devido a
implementação gerando uma diminuição na conta de gases além de uma
independência da produção de ar comprimido medicinal.
Figura 17: Compressores de ar comprimido da central de gases do HCU-UFU
Fonte: [Autora]
Os compressores são do tipo alternativo de pistão, livre de qualquer utilização
de óleo nas lubrificações com risco zero de contaminação por óleo. Composto por
uma unidade compressora de vazão efetiva de 89m³/h, um motor elétrico trifásico e
37
um pulmão, ou tanque de armazenagem, que visa eliminar as pulsações sofridas
durante a compressão, o esquema pode ser observado na Figura 18. O custo de cada
compressor da empresa Daltech foiem torno deR$ 41.000,00 enquanto que apenas o
bloco compressor custou R$ 25.000,00 [31].
Figura 18: Componentes do compressor de ar comprimido
Fonte:[31].
Para o tratamento do ar comprimido são utilizados 03 sistemas de secador por
adsorção, com um ponto de orvalho de -40°C e pode ser observado na Figura 8. O
custo de cada equipamento foi de R$ 7.500,00.
Figura 19: Sistema de Secagem por Adsorção central de ar comprimido HCU-UFU
Fonte: Autora
38
O sistema ainda conta com 03 resfriadores posterior composto de: entrada e
saída de ar, motor elétrico, grades de proteção, separador de condensado e dreno
automático do tipo bóia. O esquema do resfriador pode ser visto na Figura 20, onde
cada resfriador teve um custo de R$ 20.650,00.
Figura 20: Resfriador Posterior da central de ar comprimido do HCU-UFU
Fonte: [Autora]
Existe ainda um sistema de monitoramento de ponto de orvalho, composto por
uma válvula de reguladora de pressão, display digital e compensador para variação
de temperatura e pressão, o custo do painel foi de R$ 9.500,00 e pode ser observado
na Figura 21.
Segundo o orçamento da empresa responsável o sistema de gás centralizado
do Hospital de Clínicas de Uberlândia teve custo de, R$307.950,00, como pode ser
visto na Tabela 13.
39
Figura 21: Monitoramento de ponto de orvalho.
Fonte: [Autora]
Tabela 13: Custo da central de compressores de ar comprimido do HCU-UFU
Equipamento Quantidade Custo Unitário (R$)
Custo Total (R$)
Compressor 4 41.000,00 164.000,00
Bloco compressor
2 25.000,00 50.000,00
Secador 3 7.500,00 22.500,00
Resfriador 3 20.650,00 61.950,00
Monitoração 1 9.500,00 9.500,00
TOTAL 307.950,00
Fonte: [31]
Recentemente a Bioengenharia verificou a necessidade de instalação de um
sistema de climatização a fim de garantir a temperatura ideal dos componentes
evitando falhas na central por superaquecimento nas válvulas. O sistema de
resfriamento teve um custo de R$ 6.596,00 juntamente com a instalação [32]. Com
40
isso a central de gases de ar comprimido medicinal opera a dois anos sem falhas
corretivas e o sistema pode ser visto na Figura 22.
Figura 22: Sistema de climatização da central de gases do HCU-UFU
Fonte: Autora
41
4. CONCLUSÃO
A instalação da central de compressores de ar comprimido medicinal resultou
em grande economia para o HCU-UFU. Os dados trazidos até agora, demonstram
inicialmente que o ar comprimido representava um consumo de apenas 30% no
gasto da conta em geral, o que no final resultou em uma economia de
aproximadamente 77% em todos esses anos. Com isso conclui-se que um
consumo que matematicamente não influenciava diretamente na conta, na
verdade se tratava de um dos maiores gastos para a instituição.
O projeto não só trouxe uma economia para o hospital como também trouxe a
independência em relação à empresa White Martins, que antes exercia total
controle deste processo no funcionamento do EAS. A criação da central pode
mostrar que nem sempre a terceirização é uma solução, aos olhos dos
administradores da FAEPU o que se pagava não poderia ser alterado, porém aos
olhos dos engenheiros responsáveis pela Bioengenharia os valores pagos não
condiziam com a verdadeira escala de produção e com a atividade que a empresa
realizava dentro do hospital. Diversas negociações, novos contratos, novas
cláusulas e novos lances de ‘pregão’ foram necessários até a dispensa dos
serviços parciais da empresa White Martins.
A dificuldade encontrada pela equipe veio desde a decisão até a
implementação, durante o projeto do cálculo necessário de consumo dos
compressores, se viu diante de um número totalmente abusivo e surreal para a
instalação com isso teve-se então um confronto direto com a norma. A norma
exigia que o cálculo adotado fosse do consumo máximo provável, o que para o
HCU-UFU seria uma vazão de 436.341,6m³/mês tornando a implementação
totalmente inviável, com isso o HCU-UFU adotou o sistema de consumo efetivo
médio o que o cálculo era de 37.000m³/mês por medida de segurança uma vez
que a que nunca houve um gasto maior que este valor durante algum mês para a
instituição. O valor do consumo máximo provável é 32 vezes maior que o consumo
efetivo médio, o que colocou a equipe da Bioengenharia diante de uma grande
discussão: se a norma realmente era confiável e ainda se a mesma empresa que
42
vendia o gás não estaria por trás dos valores de consumo pré-estabelecidos pela
norma.
Até 2005 o sistema já havia gerado uma economia acumulada de
aproximadamente 10 milhões de reais, o que mostra que o objetivo principal da
instalação foi atingido, gerando uma grande economia. A central de compressores
de ar comprimido medicinal desde sua instalação, 2006, já passou por reformas,
recentemente foi instalado um sistema de refrigeração para manter a temperatura
das válvulas adequadas evitando problemas e possíveis defeitos, com isso, hoje
atua há mais de dois anos sem interrupção e sem que haja necessidade de
manutenção corretiva. A manutenção preventiva é feita no período mensal, porém
todos os dias dados do tempo de trabalho dos compressores são coletados e
salvos em uma planilha por técnicos responsáveis.
Visando sempre a união entre a melhor tecnologia e a segurança do paciente,
buscando melhorar a qualidade de vida, o hospital tem hoje um sistema de gás
medicinal totalmente eficaz, seguro e autossuficiente, pode-se dizer que isto só foi
possível graças à atuação da Engenharia Clínica perante a direção da Fundação
responsável, pois somente engenheiros com uma visão dinâmica do
funcionamento do processo poderia contestar o sistema de produção de gás e o
valor pago por este.
O trabalho mostrou o verdadeiro papel dos Engenheiros atuando na
Engenharia Clínica dentro de um Hospital, em que este tende a encarar desafios,
superar problemas e encontrar circunstâncias viáveis para garantir o bom
funcionamento da instituição de saúde em que o mesmo atuam. Quando o
Engenheiro Clínico fornece apoio técnico, científico e gerencial para a
administração é possível chegar a um ponto de equilíbrio para redução de custos
e aumento da eficácia dos procedimentos relacionados com a tecnologia buscando
sempre preservar a qualidade de vida do paciente.
43
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] BRASIL,PORTAL ANVISA;Engenharia Clínica como Estratégia na Gestão
Hospitalar, disponível em :
<http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/7da7c88047458e619768d73fbc4c6735
/capitulo4.pdf?MOD=AJPERES> Acesso, 9 maio de 2016.
[2] BRONZINO, J.The Biomedical Engineering Handbook- Biomedical Engineering
Fundamentals, Ed 3°, 2003.1552p.
[3] AZEVEDO, C. S. Gestão hospitalar: a visão dos diretores de hospitais públicos
do município do Rio de Janeiro. Revista de Administração Pública, Rio de
Janeiro,1995, vol. 29, n. 3, 33-58p.
[4] RIBEIRO,V.; COVAS, T.; ULHOA, W.Gestão administrativa e financeira de
organizações de saúde, São Paulo: ATLAS, 2009. 272p.
[5] SCARPI, M. J.Gestão de Clínicas Médicas.São Paulo: Futura, 2004.795p;
[6] WEBSTER, N. H. ; FRANK, W.The Clinical Engineering Handbook :Medical
Gas Services, Massachusetts: Elsevier, 2004 Cap 110, 522- 524p.
[7] ESTRUTURA FÍSICA HC, disponível em http://www.hc.ufu.br/pagina/estrutura-
fisica. Acesso, 21 abril de 2016.
[8]BRASIL, Agência Nacional de Vigilância Sanitária,Resolução RDC Nº 32, de 5 DE
JULHO DE 2011.Dispõe sobre os critérios técnicos para a concessão de
Autorização de Funcionamento de empresas fabricantes e envasadoras de gases
medicinais.
[9] OTERO, V. Produção local de oxigênio hospitalar, 2006. Trabalho de
Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Mecânica) Universidade de São
Paulo - São Paulo, 2006, 59p.
[10] BRASIL, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Resolução RDC N°68, de 1°
DE OUTUBRO DE 2008.Altera a Resolução - RDC n.º 70, de 1º de outubro de 2008,
para prorrogar o prazo de notificação de gases medicinais e dá outras disposições.
[11] ALVES, R. Sistema centralizado de gases e vácuo medicinais- uma
abordagem para o gerenciamento da tecnologia médico-hospitalar, 2002 Tese
de defesa de Mestrado (Mestre em Engenharia Elétrica) – Universidade Federal de
Santa Catarina, Florianópolis:2002, 166p.
[12] BRASIL, Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo. Gases medicinais,
São Paulo, 2015 ,vol 12.
[13] MACHADO, C. Gases medicinais, disponível em
http://www.protecaorespiratoria.com/gases-medicinais/. Acesso, 23 abril de 2016.
44
[14]ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, revisão 2003. Sistemas
centralizados de oxigênio, ar, óxido nitroso e vácuo para uso medicinal em
estabelecimentos assistências de saúde.NBR12188.Rio de Janeiro, 25p.
[15] BRASIL, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Resolução RDC N°50 DE 21
DE FEVEREIRO DE 2002.Dispõe sobre o Regulamento Técnico para planejamento,
programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos
assistenciais de saúde.
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