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1 ISSN 1679-0189 Ano CXIII Edição 51 Domingo, 22.12.2013 R$ 3,20 Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901 No dia 5 de dezembro o mundo perdeu um grande líder, Nelson Mandela. Suas ações foram de grande impacto para a história do mundo. Um homem que fez a diferença na sociedade e todos agradecem a Deus por sua vida. Veja na página 10 o depoimento do Secretário Geral da Convenção Batista da África do Sul. A África do Sul está eternamente grata a Deus por seu líder exemplar, lendário: Nelson Mandela Um presente para Jesus: #AmorQueServe Na época do Natal, uma igreja entende o verdadeiro significado do Natal e pensa em um presente para dar a Jesus, assim nasce a campanha #AmorQueServe. As atuações foram tantas que hoje a Igreja Batista Água Viva, em Vinhedo, SP, tem uma ONG que completa 5 anos, passando neste tempo de 14 crianças para 175 crianças sendo atendidas 365 dias por ano (págs. 08 e 09).

Jornal Batista - 51

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Na época do Natal, uma igreja entende o verdadeiro significado do Natal e pensa em um presente para dar a Jesus, assim nasce a campanha #AmorQueServe. (págs. 08 e 09) Nelson Mandela um homem que fez a diferença na sociedade e todos agradecem a Deus por sua vida. Veja na página 10 o depoimento do Secretário Geral da Convenção Batista da África do Sul.

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1o jornal batista – domingo, 22/12/13?????ISSN 1679-0189

Ano CXIIIEdição 51 Domingo, 22.12.2013R$ 3,20

Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901

No dia 5 de dezembro o mundo perdeu um grande líder, Nelson Mandela. Suas ações foram de grande impacto para a história do mundo. Um homem que fez a diferença na sociedade e todos agradecem a Deus por sua vida. Veja na página 10 o depoimento do Secretário Geral da Convenção Batista da África do Sul.

A África do Sul está eternamente grata a Deus

por seu líder exemplar, lendário: Nelson Mandela

Um presente para Jesus: #AmorQueServe

Na época do Natal, uma igreja entende o verdadeiro significado do Natal e pensa em um presente para dar a Jesus, assim nasce a campanha #AmorQueServe. As atuações foram tantas que hoje a Igreja Batista Água Viva, em Vinhedo, SP, tem uma ONG que completa 5 anos, passando neste tempo de 14 crianças para 175 crianças sendo atendidas 365 dias por ano (págs. 08 e 09).

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2 o jornal batista – domingo, 22/12/13 reflexão

E D I T O R I A L

O Natal está che-gando, dia 25 de dezembro, não exatamente neste

dia que Jesus nasceu, mas é exatamente este dia que os cristãos comemoram com alegria o nascimento de Jesus.

E com Ele nasce a esperança de dias melhores, o consolo para dias de luta. Nasce tam-bém o entendimento, os ho-mens agora podem entender como é o verdadeiro amor.

Amor este que não espera nada em troca, amor que ama quem for, conhecido

ou desconhecido. Amor que sabe dar, mas também sabe receber, apenas o que lhe é devido.

Jesus nasceu com um pro-pósito e cumpriu sua missão. Toda sua vida é exemplo até hoje para os mais diversos meios. Como psicólogo foi o melhor, como comunicador foi o melhor, como pastor foi o melhor,...

Ser melhor foi o que Ele ensinou. O registro de sua infância, quando conversava com doutores da lei, não mostra apenas uma criança

muito sábia, mas uma pessoa que ainda criança buscava a verdade no ensino, nas palavras.

Nasce com Jesus o ensino sobre diversos assuntos, en-sino este que nasceu antes mesmo de Jesus nascer. A humildade de João e Maria ao aceitarem de coração o desafio de cuidar do Filho de Deus, é sem dúvida um grande ensinamento.

Mesmo não tendo recebido o melhor dos homens, ensi-nou a dar o melhor. O bebê que nasceu num estábulo

cuidou das pessoas ao seu redor. Com Jesus nasceu o cuidado uns com os outros.

Em mais um Natal o ho-mem tem a oportunidade de lembrar e celebrar o nasci-mento do Salvador. Aquele que mesmo sendo Deus, veio na terra como homem para viver ensinando e morrer por todos.

Viva o Natal de Jesus! Viva o Salvador! Glória a Deus pela oportunidade de cele-brar o nascimento de Jesus! Feliz Natal!

(AP)

O JORNAL BATISTAÓrgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso.

Fundado em 10.01.1901INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189

PUBLICAÇÃO DOCONSELHO GERAL DA CBBFUNDADORW.E. EntzmingerPRESIDENTELuiz Roberto SilvadoDIRETOR GERALSócrates Oliveira de SouzaSECRETÁRIA DE REDAÇÃOArina Paiva(Reg. Profissional - MTB 30756 - RJ)

CONSELHO EDITORIALCelso Aloisio Santos BarbosaFrancisco Bonato PereiraGuilherme GimenezOthon AvilaSandra Natividade

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REDAÇÃO ECORRESPONDÊNCIACaixa Postal 13334CEP 20270-972Rio de Janeiro - RJTel/Fax: (21) 2157-5557Fax: (21) 2157-5560Site: www.ojornalbatista.com.br

A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal.

DIRETORES HISTÓRICOSW.E. Entzminger,fundador (1901 a 1919);A.B. Detter (1904 e 1907);S.L. Watson (1920 a 1925);Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940);Moisés Silveira (1940 a 1946);Almir Gonçalves (1946 a 1964);José dos Reis Pereira (1964 a 1988);Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002)

INTERINOS HISTÓRICOSZacarias Taylor (1904);A.L. Dunstan (1907);Salomão Ginsburg (1913 a 1914);L.T. Hites (1921 a 1922); eA.B. Christie (1923).

ARTE: OliverartelucasIMPRESSÃO: Jornal do Commércio

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3o jornal batista – domingo, 22/12/13reflexão

bilhete de sorocabaJULIO OLIvEIRA SANCHES

Confesso! Não nego! Sinto profunda tris-teza nesta época de festividades natali-

nas. Ao ver a “alegria” das pessoas a correr com pesados embrulhos, sinto tristeza. Assistir pessoas endividadas tentando “conciliação” para ter o crédito liberado e fazer novas dividas, gera tristeza. Coitados, tentam o milagre da multiplicação daquilo que não é possível multiplicar.

As músicas, sempre as mesmas, trazem-me tédio sentimento de frustração, de perda de tempo e de senti-do. Até mesmo as cantatas, com péssimas interpretações, atualmente nas igrejas geram tristezas. Tais músicas nada tem a ver com o cântico dos anjos entoado naquela pri-meira noite de Natal. Minha alma é tomada de profunda angústia ao ouvir os comer-ciais na TV. Você compra, se inscreve e concorre a uma viagem à Disney.

Os cartazes anunciando os preços exibem péssimos gos-tos artísticos. Geladeiras, fo-

Manoel de Jesus ThePastor e colaborador de OJB

O registro que te-mos do nasci -mento de Cristo, nos dá ideia de

que houve dois natais. Va-mos usar um pouco da ima-ginação. Deus convoca uma assembleia celestial. Comu-nica que resolveu enviar seu Filho para cobrir, com seu sangue, os pecados dos humanos. Os anjos pedem para que a obra seja outor-gada a eles. Veio a resposta: “Os pecadores salvos salvam outros”.

A seguir explica a forma da encarnação. “Enviarei uma

gões, freezers, Tvs com mais polegadas, colchões, móveis especiais são oferecidos como “presentes de Natal”. Isso sem contar com perus, baca-lhaus, aves especiais, carnes com selo de garantia, mesas fartas. E “Feliz Natal”. Claro que não pode faltar o vinho importado, que na maioria das vezes é o vilão da festa. É muita tristeza ante às mesas coloridas, enquanto milhares de famintos não tem o que saborear. Quanta tristeza!

O que dizer do maldito “Papai Noel?” Aparece em todos os lugares. Até mes-mo nos “cultos natalinos” realizados às pressas pelos salvos. O peru nos espera, que o sermão termine logo! Satanás, astuto, cruel, sádico, atrevido, conseguiu macular o Natal de Cristo com a in-trodução do “bom velhinho”. Machuca a alma ver crianças sentadas no colo do “Papai Noel” crendo estar sentadas no colo de Jesus ou de Deus. Impossível não sentir tristeza ao ver os coristas com o gorro do maldito velhinho cantan-

estrela para ensinar o local do seu nascimento”. Houve estrondosa ovação celestial. “Vocês formarão o coral de boas vindas”. Outra ova-ção, ainda mais estrondosa e alegre. Depois, informa a plateia de ouvintes da sin-fonia celestial. Os humildes pastores.

Agora vamos ao Natal seguinte. Um rei vaidoso marca um alistamento, para saber quantos súditos estão em seu poder. Era o de-creto de Cesar Augusto. O Rei das Nações, Imperador Celestial, dando honras a um rei pecador, escravo da vaidade. Uma distância só hoje, através da rodovia

do “Noite Feliz”. Feliz nada! Noite de morte. Desastres. Discussões e comilanças. Impossível não sentir a alma triste. Creio que para Deus--Pai, que enviou seu Amado Filho ao mundo para redimir a criatura decaída, este é um período de tristeza também. Como Deus se alegra quando um pecador é levado ao arre-pendimento, há que ocorrer tristeza quando seu projeto de redenção é deturpado pela comemoração que se faz do Natal de Jesus.

Os sorrisos e os votos de Feliz Natal que recebemos são mais tristes ainda. Ao desejarem “Feliz Natal” as pessoas desconhecem o sig-nificado da vinda de Jesus. Falta-lhes verdadeira experi-ência com Jesus. Como augu-rar “Feliz Natal” a alguém ou recebê-lo de alguém, se não conheço o seu verdadeiro sentido do Natal.

Até mesmo os musicais, cantatas, cultos especiais nas igrejas são tristes. Ensaios e mais ensaios. As apresen-tações se multiplicam. Nos

que corta Israel de ponta a ponta, confortável, mas naqueles dias, um enorme sacrifício. Começa aqui o Natal dos humanos, em contraste com o Natal Ce-lestial. Grávida, pobre, mo-radora distante de Belém, origem das raízes familiares de José e Maria, lá vai a mãe sofredora ao lombo de ani-mais. Chega à Belém, não há hospedagem. Novamen-te os animais se comportam melhor que os humanos. Além de transportá-los, ago-ra os hospedam.

Os magos, introduzidos sem o saber, no Natal dos mortais, obedecem às infor-mações celestiais. Prestam-

templos, nas janelas, nas praças, nos shoppings, nos hospitais, nos abrigos dos ve-lhinhos esquecidos, cansados e tristes, nas casas lares e até mesmo nos presídios ocor-rem apresentações natalinas. Os integrantes dos corais se apresentam tristes e cansados de tantos ensaios. Sorrisos for-çados, nada que convença ser este o verdadeiro sentido do Natal. Presidiários que aguar-dam permissão para deixar as prisões no Natal, se alegram. Alguns porque não retornarão mais. Outros porque apro-veitarão a oportunidade para novos delitos. Serão instru-mentos de tristezas para mui-tos. Nas estradas os acidentes extrapolam as estatísticas dos anos anteriores. Mais mutila-dos. Mais mortes, mais gente chorando a lembrança de um Natal triste.

Não quero estragar sua “alegria” natalina. Mas isto não diminui minha tristeza. Queria que o Natal continu-asse simples, como aquela noite na manjedoura em Belém. Sem árvores ilumi-

-lhe honras, homenagens e oferecem ofertas. Os hu-manos ainda não haviam completado o seu infame Natal. A política entra em cena. Herodes quer a morte do infante. Inveja, apego ao poder, ambição, sem-pre presentes nas relações celestiais e humanas. Lá se vão os três sofredores. O nenê (um recém nascido), mulher ainda restabelecen-do-se, e o pobre carpinteiro, abrindo mão do seu traba-lho, para salvar o vilipen-diado infante, digno de todo conforto e honras. Comida diferente, língua diferente, costumes diferentes, viagem desconfortável, cheia de

nadas, minis ou gigantescas. Sem sininhos. Sem luzes piscando. Sem fogos de arti-fícios. Sem mesas fartas. Sem cultos apressados e estres-santes. Sem compras. Sem comércio funcionando noite e dia. Sem pessoas em filas nas lojas. Sem embrulhos coloridos. Sem cartões de boas festas. Sem telefonemas dos amigos e parentes que só lembram que existo nes-se dia do ano. Sem aquele cartão ultrapassado daquele deputado que todos os anos envia a mesma mensagem com os mesmos dizeres. Sem as tristezas que o Natal me proporciona. Ah! Se pu-desse restaurar as alegrias do primeiro Natal. Ver o verbo divino a se fazer carne para se identificar comigo. Con-templar a sua glória e adorá--lo na beleza da santidade divina que mediante a graça me concedeu salvação.

Então o Natal seria só ale-gria. Como não consigo mu-dar as pessoas, persiste o meu Natal triste.www.pastorjuliosanches.org

perigos, sol escaldante de dia, frio gélido a noite. É esse o Natal oferecido pelos humanos, ao infante de Be-lém. Era preciso depender dos gentios, para que não fosse riscado do calendário, o primeiro Natal.

Olhe ao seu redor. O Na-tal Celestial acontecendo no conforto dos templos, lá fora, o Natal dos humanos. Pobreza, fome, ameaças, so-frimento. Quanta diferença do Natal Celestial do Natal dos humanos! Qual Natal o amado leitor escolheu? Ou escolheu trazer o Natal Ce-lestial, de encontro ao Natal dos humanos? Saiba, esse é o desejo de Deus.

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4 o jornal batista – domingo, 22/12/13

GOTAS BÍBLICASNA ATUALIDADE

OLAVO FEIJÓ Pastor, professor de Psicologia

O Eterno invade Belém

reflexão

O Evangelista João descreve o Natal de uma forma te-ológica: “Aquele

que é a palavra, tornou-se carne e viveu entre nós. Vi-mos a Sua glória, glória como do Unigênito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade” (João 1.14).

Na ampla visão bíblica da introdução do Seu evange-lho, João nos apresenta duas dimensões: a dimensão do tempo, que é a nossa; e a dimensão da eternidade, que é a divina. De acordo com o Evangelista, aquilo que nós chamamos de Natal é a invasão da eterna graça do Senhor, penetrando e

abençoando as limitações humanas do tempo.

Natal é a invasão do Deus eterno, via Belém. É a ini-ciativa divina, para restau-rar e aperfeiçoar a criatura humana. É o nascimento terreno do processo divino de capacitar seres huma-nos, que aceitam ser filhos de Deus. Natal é Emanuel, o “Deus conosco” de forma acessível, para todo aquele que crê. É sempre Natal, quando alguém abre a man-jedoura do seu coração, permitindo a bênção do nascimento do Salvador. Natal é passado e futuro, é Belém e a nossa futura morada com Deus.

Iracy de Araújo LeiteRecife

Era véspera de Natal!Em casa de D. Van-

da, todos se prepa-ravam para as come-

morações do grande e espe-rado dia. Alguns já haviam chegado e participavam dos preparativos, das iguarias, do planejamento da grande festa que seria vivenciada no Dia de Natal!

Sem nenhuma explicação, a dona da casa e uma filha, resolvem deixar os afazeres e saem para uma boa cami-nhada num parque não muito longe e assim, respirar o ar puro de uma bela manhã de sol.

Cheias de planos e com es-pírito de festa, deixam o carro e iniciam a tarefa matutina. A mãe caminha para um lado, mais lentamente, enquanto a filha corria veloz pelo lado oposto fixada no exercício, sem atentar para a beleza exuberante das lindas árvores que a rodeavam.

Tranquila, D.Vanda mar-chava firme, quando de re-pente soluços de uma criança lhe fizeram interromper os passos, porém, não estava disposta a cortar o ritmo, precisava prosseguir! Tentou, mas os soluços aumenta-vam produzindo uma certa inquietação por descobrir o que estava acontecendo.

Espraiou o olhar ansioso e tímido pelo jardim a fora quando contemplou ao lon-ge o vulto de uma criança sentado no tronco de uma árvore, em prantos. Sem re-lutar, abandonou o ritmo da

marcha e correu para o local a fim de verificar de perto o que de fato acontecia.

Estava ali, era um menino que aparentava sete anos, vestidinho, calçado, com meias nos pés e chorava con-vulsivamente. D. Vanda abai-xou-se até conseguir ficar ao seu lado. Tentou logo iniciar um pequeno diálogo:

- Querido, por que chora? Qual é o seu nome? Quem o trouxe para aqui?

- Foi um homem, respon-deu, soluçando.

E nada mais saiu da sua boca. Insistiu: Por quê? Nada falou. Depois de algum tem-po, porém, disse fortemente: - Estou com fome!

Muito comovida, D. Vanda falou: - Meu filho vou arran-jar um lanche para você. Mas, insistiu ela, por que você está aqui? Olhe, estou com o carro bem pertinho, posso levá-lo de volta para sua casa. Por favor, onde você mora?

Foi nesse instante, que aquele menino aparentemen-te calmo, levantou os olhos firmes, vermelhos como fogo e exclamou:

- Eu odeio você! Eu odeio você! Saia, saia daqui! Meu lugar é aqui, daqui não saio!

Pausa profunda! Coração partido, de cabeça baixa, D. Vanda iniciou a marcha de retorno. Olhava agora para todos os lados. Precisava de ajuda...

Nisto, contempla ao lon-ge um grupo de jovens que caminhava alegremente em sua direção. Correu para eles, pediu ajuda, sem deixar de recomendar: “não falem na

família daquela criança”. Ao longe, pode contemplar uma roda animada de jovens e a criança que saboreava um recheado sanduíche, enquan-to ela retornava para casa, tentando apasiguar o conflito que invadia-lhe a alma.

Doze horas, mesa de Natal, muita festa, todos felizes, a angústia porém rasgava--lhe o peito. Onde estaria aquele menino agora? Estaria com fome? Sozinho? Choran-do....? Não, não poderia par-ticipar daquele banquete sem correr atrás daquele menino, abraça-lo e saciar-lhe a fome.

Assim, com uma marmita saborosa, correram mãe e filha para o parque, ávidas, ao encontro da criança. An-daram por todos os lados. Sol a pino, calor causticante do meio dia, mas não desis-tiram. Nenhum sinal porém daquela criança. O parque estava deserto.

Mais uma vez, tomada pela frustração, com a marmita em punho, retomava a caminha-da de volta para casa.

- Não posso voltar com esta comida, disse D. Vanda. Ela não nos pertence mais, have-remos de encontrar alguém que nos alegre o coração recebendo este almoço de Natal!

Já dentro do carro, olhava ansiosa para todos os lados, e nada! Quem gostaria de estar caminhando debaixo de um sol tão intenso de pleno meio dia! A tristeza lhe invade a alma. Mil perguntas sem respostas chegaram-lhe ao coração. E assim, continua-vam, mãe e filha, o caminho do retorno.

Eis que de repente, viu ao longe, numa esquina, alguém que removia um grande bal-de de lixo onde certamente estavam acumulados os res-tos de comida de um edifício que se erguia ao lado. Olhou mais atentamente e percebeu que era uma criança.

- Meu Deus, exclamou D. Vanda! Quase não acreditou no que via. Naquele instante, o menino levava à boca ossos recolhidos daquele depósito imundo.

Era um menino lindo, cuja beleza transparecia, apesar do

rostinho sujo de lama. Parou o carro, olhou bem para seus olhos azuis e disse: Meu filho, jogue fora esses ossos secos, aqui está seu almoço de Natal.

Indescritível a expressão daquela criança ao receber a marmita. Admirado, levan-tou os olhos para D. Vanda e disse com timidez: “Muito obrigado”.

As palavras fugiam-lhe na-quele momento. O silêncio cortava-lhe o pranto. Voltou--se para ele, deu-lhe um abra-ço e exclamou:

“Feliz Natal, meu filho!”

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5o jornal batista – domingo, 22/12/13reflexão

PARÁBOLAS VIVASJoão Falcão Sobrinho

José Carlos PradoPastor, jornalista, membro da SIB Campo Grande, MS

Era dezembro de 1998, e eu, na sala de casa, animava o Matheus, meu caçula temporão

– na época com dez meses de vida – a dar seus primei-ros passinhos, entre os so-fás. O televisor ligado trazia aquela avalanche de propa-gandas, que transformam o Natal de Jesus na data mais comercial do ano, sem qual-quer referência com a sua verdadeira motivação.

Uma peça publicitária pren-deu minha atenção. Visível na tela aquele presépio clás-sico de Natal, reproduzindo a estrebaria com alguns ani-mais, o casal messiânico, e o Divino Bebê acomodado na manjedoura. Uma voz – em off – dizia, mais ou menos as-sim: “Você não precisa expor sua família a uma moradia rude e acanhada. Leve sua família para morar no me-lhor lugar: edifício “tal”, um lugar refinado, na área mais nobre da cidade...” E aí o off continuava descrevendo as qualidades dos apartamentos do tal edifício, cujas maque-tes internas iam se sucedendo para o telespectador. Por fim, o convite para uma vi-sita ao stand de vendas, era arrematado pelo quadro fixo com números de telefones do empreendimento imobiliário.

Pensei por algum tempo, lamentando que o Natal de

Jesus sofresse tal agressão. Mas, ao mesmo tempo, foi surgindo uma pergunta in-quietante no meu íntimo: “Porque a estrebaria de Be-lém?” E, justifiquei minha pergunta. Tudo bem que não fosse o melhor hotel de toda a Palestina, que não fosse o mais suntuoso palácio do oriente médio, nem a mais confortável de todas as residências da Ju-déia. Merecer, aquEle bebê merecia. Toda a beleza e suntuosidade do mundo inteiro seriam pouco dian-te do anúncio angelical de quem foi dito ser o Messias de Deus.

Mas, Senhor, não deste a Teu Filho nem sequer um sofá (atualizei meu discur-so com o Todo-Poderoso) na sala da casa de um pa-rente de José, ou de Maria, como maternidade na hora de Seu nascimento. Porque, meu Deus? Uma manjedou-ra numa estrebaria foi Seu primeiro bercinho... Porque, Senhor? Eu perguntava, (con-fesso!) sofrendo.

Parêntesis: respeito a opi-nião daqueles que pensam e dizem que Deus já revelou tudo que queria dizer ao ho-mem naquilo que chamamos de Bíblia Sagrada. Mas, por favor, respeitem-me também, quando afirmo que o Espírito Santo atua, hoje, assim como sempre, na comunicação di-reta com homens e mulheres, conforme Lhe apraz. Claro, nunca contradizendo o que

já foi revelado na Bíblia. Pelo contrário, esclarecendo e ajudando a compreensão do texto sagrado. Como neste caso.

Perguntei, mas não espe-rava resposta. Porém, ouvi claramente uma voz suave, mas firme, dizer: A resposta está em João 1.29. (Sou do tempo em que as igrejas ba-tistas ensinavam seus mem-bros, de todas as idades, a decorar versículos bíblicos. E, este – João 1.29 – eu ainda conservo na mente). “No dia seguinte, João, vendo a Jesus que vinha para ele, disse à multidão: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”, recitei para o Espí-rito Santo.

Pensei. Pensei. Não achei conexão e confessei: perdoe a ignorância, Senhor, mas ainda não entendi.

“Você conhece lugar mais adequado para o surgimento de um Cordeiro?” Aquela voz suave e firme perguntou tranquilamente, parecendo não precisar ouvir resposta à própria indagação.

Respondi para mim mes-mo: Não! Não há lugar me-lhor para um Cordeiro nas-cer! Por isso a manjedoura, por isso a estrebaria em Be-lém da Judéia entrou na his-tória: lá nasceu o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo!” Aleluia!

“Glória a Deus nas alturas e paz na terra entre os ho-mens!” Jesus nasceu! Aleluia! Feliz Natal!

Quem é este homem?Ele nasceu numa estrebaria,mas para ele foram construídosos maiores e mais belos templos do mundo.Não era médico,mas curou toda a espécie de enfermidades.Não era filósofo,mas nunca ninguém encarnou ou ensinoua Verdade como ele a encarnou e ensinou.Não era um general,mas jamais alguém teve tantos milhões dehomens e mulheres dispostos a morrerpara cumprir suas ordens.Não tinha diploma de pedagogia,mas foi o maior Mestre de toda a história.Não era político,mas é quem exerce a maior influênciasobre todos os povos da terra.Não foi um psicólogo,mas construiu o mais perfeito sistema deequilíbrio mental e emocional de toda a humanidade.Nunca frequentou uma escola de comunicação,mas os soldados mandados para prendê-lovoltaram dizendo: “Nunca homem algum falouassim como esse homem”.Não fundou uma religião,mas ninguém jamais levou o ser humano mais perto de Deus.Não escreveu um livro,mas a respeito dele foram escritos mais livros do que sobrequalquer outra pessoa na história da humanidade.Viveu como homem na terra apenas 33 anos,mas dividiu a história em antes dele e depois dele.Você não pode vê-lo nem apertar sua mão,mas ele é seu melhor amigo, que deu sua vida parapagar a culpa dos seus pecados na cruz do Calvário.Ele é Jesus. Neste Natal, abra o seu coração para ele ereceba-o pela fé.

(Adaptado)

A Familia Lins Correa de Oliveira convida para o Culto de Gratidão pela passagem dos 105 anos de vida da Sra. EDLA LINS DE OLIVEIRA – esposa do saudoso pastor Eliézer C. de Oliveira.

Na ocasião será o pregador da noite – Pastor Fernando Brandão – Secretário Executivo de Missões Nacionais, e terá a participação da cantora lírica – Elizeth Gomes.

Dia 29/12 às 19h30, na Igreja Batista em Catete, rua Benjamim Constant, nº 39 – Glória – RJ.

Convite

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6 o jornal batista – domingo, 22/12/13 reflexão

Márcio Sarraf de AlmeidaColaborador de OJB

Se fosse jogador de bola, quem seria Pelé?Se pilotasse, quem seria Senna?Se pintasse quadros, quem seria Da Vinci?Se fosse navegador, quem seria Cristóvão Colombo?Se fosse teólogo, quem seriam Tomás de Aquino, Martinho Lutero, João Calvino,

Jonathan Edwards, Augustus Strong?Se fosse filósofo, quem seriam Jean Baudrillard, Soren Kierkegaard, Blaise Pascal?Se fosse jornalista, quem seriam Mino Carta, Jânio de Freitas, Paulo Francis?Se construísse aviões, quem seria Santos Dumont?Se fosse engenheiro de TI, alguém teria ouvido falar de Steve Jobs e Bill Gates?Se fosse cantor de ópera, quem seria Luciano Pavarotti?Se tocasse guitarra, quem seria Eric Clapton?Se tivesse uma banda de rock, quem seriam The Beatles?Se cozinhasse, quem seria Alex Atala?Se fosse escritor, quem seriam Guimarães Rosa, Machado de Assis, William

Shakespeare?Se fosse cineasta, quem seriam Jean-Luc Godard, Federico Fellini, Ridley Scott?

Não importa o que Ele poderia ter sido, mas o que Ele de fato é: “Ali estava a luz verdadeira, que alumia a todo o homem que vem ao mundo” (João 1.9).

Eufrázio AraújoPastor da família, da IB Emanuel em Boa Viagem, Recife

A iminência do Na-tal nos remete às imagens de luzes piscando, compras,

trocas de presentes, jantares em família etc. Sabemos que estas realidades fazem parte, mas não expressa o conteúdo fundante daquelas comemo-rações. Logo, quero jogar o meu olhar sobre a tentativa de mostrar o porquê de o Natal ter se tornado no que se tornou.

A vivência numa socieda-de dominada pelo capital, onde aquele que tem mais vale mais e aquele que paga “manda”, produziu um mun-do cheio de tensões e adoe-cimentos. São pressões pela produção industrial em série, pela velocidade desalmada em que as coisas precisam acontecer. As pessoas foram suplantadas, a pressa nos ace-lerou, o estresse nos adoeceu e o trânsito desumanizado das grandes metrópoles, nos azeda todos os dias.

Assim, a vida tornou-se um lugar da banalização da vida, onde o normal é ser anormal. Numa avenida em que a esmagadora maioria viaja na contramão, aqueles que forem trafegar na direção certa é que serão tidos como “errados”!

No mundo moderno o de-sign tem mais influência do que o conteúdo; a estética é priorizada à ética; a apa-rência sobrepuja a essência. O indivíduo passa a valer pelo que ostenta e não pelo que é. Ao invés de tornar-se um ser consciente, tornou-se quociente, um percentual de uma equação orçamentária na matemática empresarial e governamental. O ser / pessoa é transmutado em ser-produção, uma coisa de-sencarnada e coisificada. Os valores basilares da vida são desconsiderados em detri-

mento do pragmatismo vi-gente. A ética é descartada, o respeito mútuo, a dignidade humana e a dimensão trans-cendente posta pelo Criador em cada criatura, feita à sua imagem, são desrespeitados. Não se percebe que “Tudo fez formoso em seu tempo; também pôs na mente do homem a ideia da eterni-dade, se bem que este não possa descobrir a obra que Deus fez desde o princípio até o fim” (Eclesiastes 3.11). Assim, as relações interpes-soais, desde as familiares até às sociais mais amplas, que poderiam ser saudáveis, são sacrificadas no altar do deus--consumo. A produção e o lucro são fins em si mesmos, o homem é meio, instrumen-to “mecânico”. O retorno monetário é mais importante do que os cérebros, bíceps e mãos que o produzem.

Disto resultam as míse-ras condições de vida e até mesmo de escravidão ainda presentes em nossa geração, inclusive no Brasil. Veja esta informação: “Na primeira semana que estive no Mi-nistério, uma equipe móvel descobriu no sul do Pará um grupo de 230 trabalhadores em regime de escravidão” (Jaques Wagner, Ministro do Trabalho, em entrevista à re-vista Você S.A., Fev.2003, p. 23.). Isto é uma gota no oce-ano de maus tratos, espolia-ções e abusos daqueles que são possuidores do capital e se constituem, infelizmente, donos de pessoas. Em muitas situações os próprios presen-tes que compramos para o nosso encontro no jantar do Natal, foram produzidos por mãos infantis que deveriam estar na escola, ou por adul-tos em condições desumanas de trabalho.

Esta realidade capitalista produziu a cultura das sen-sações corporais e da estética que impera em nosso meio: forma física, corpo perfeito, juventude, beleza exterior, sensualidade, “silicones”, bo-

tox, drogas etc., onde o que importa é a boa imagem, a aparência que impressiona, o status quo. Tudo isso em de-trimento dos sentimentos que deveriam nortear as nossas vidas: amor, respeito ao pró-ximo, fidelidade, compromis-so, temor a Deus etc. Mas o que ocorre é que “As pessoas hoje precisam ser belas e jo-vens, enfrentar a competição, suportar tensões sem reagir, viver sem amparos trabalhis-tas que estão ruindo e com suportes familiares cada vez mais precários” (JÚNIOR, Banílton Bezerra, do Instituto de Medicina Social da UERJ). Enquadrar-se neste perfil é aviltar a dignidade humana.

Neste contexto, as dro-gas, liberadas e proibidas, se tornam muletas, falsos

confortos, míseros refúgios anestésicos, largamente uti-lizados. Elas se inserem nos vazios deixados por pais e mães, que deveriam priorizar os filhos, mas estão distantes buscando garantir um futuro digno para suas famílias, mas quando retornam com o “fu-turo”, muitos não têm mais filhos, famílias, lares. De que valem estas conquistas?

Como subproduto surge uma nova humanidade cons-truída sobre os escombros ca-pitalista, nos terrenos baldios da “existência favelizada”, não importa onde ele venha morar: num barraco, numa palafita, ou num luxuoso condomínio, no cenário ur-bano atual diversificado e insensível, tantas vezes, à dor do outro, numa desigualdade

social aviltante. As pessoas perderam os referenciais que as dotam da disposição de sacrificar liberdade pessoal, sexual e dinheiro por amor, qualidade de vida e respeito ao próximo.

Toda esta conversa se con-figura numa tentativa de lhe convidar a voltar para casa a tempo de ser pai/mãe de seus filhos, marido de sua mulher ou mulher de seu marido e usufruírem do lar que o Bom Deus lhes ofertou. Que sua família seja não apenas dor-mitório, mas refúgio, amparo, proteção, colo, beijo, abraço, afago, remanso na corrente-za da vida. Lugar de graça e afago que ressignificam a existência e dotam a vida de leveza e possibilidades.

Que assim seja!

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7o jornal batista – domingo, 22/12/13missões nacionais

Ana Luiza MenezesRedação de Missões Nacionais

Mo m e n t o s d e emoção e grati-dão ao Senhor marcaram a gra-

vação do especial de Natal do programa Seja Luz, exibi-do pela Rede Boas Novas. Pr. Fernando Brandão, diretor executivo de Missões Na-cionais, e apresentador do programa, recebeu o coral Cristolândia Rio, composto por integrantes que foram ajudados pela Missão Batista Cristolândia e enviados para unidades como Comunidade Terapêutica Élcia Barreto So-ares, em Campos dos Goyta-cazes (RJ), Projeto Sonho de Mãe, em Italva (RJ), e Centro de Formação Cristã, em Alcântara, bairro de São Gonçalo (RJ).

Alguns participantes do coral não apenas cantaram, mas também compartilharam seus testemunhos de vida. O jovem Davidson Wallace, do CFC Alcântara, foi um dos entrevistados. Ele contou que esteve nas ruas durante 20 anos, desde os 6 anos de idade, e declarou que, desde que foi retirado das ruas da região da Central do Brasil, no centro da cidade do Rio de Janeiro, tem visto milagres em sua vida. Ao ser entrevistado, afirmou: “Eu nunca imaginei que estaria num programa de TV, mas Deus sabe o que faz. Gostei muito e para mim foi uma grande honra, um privilégio que Deus concedeu. Ele tem restaurado minha vida e já até encontrei minha família.”

Para Lucimar Ferreira Pe-reira, do Projeto Sonho de Mãe, essa participação vai ajudar outras pessoas que estão sem esperança. Ela está no projeto há pouco mais de um ano, após ter sido reti-rada da cracolândia de São Paulo, grávida. Em Italva, ela pode se tratar ao lado de sua filha porque o projeto acolhe mães e seus filhos.

“Há mulheres que têm filhos e não se recuperam porque não sabem que existe um lugar adequado onde pode-mos nos tratar ao lado deles. Após essa gravação, elas irão procurar ajuda e vão querer se recuperar”, afirma.

Também do Sonho de Mãe, Maria Lúcia Silva de Jesus teve a oportunidade de testemunhar durante o pro-grama. “Essa gravação, para mim, foi importante porque quem não viu como éramos, às vezes nem acredita. Hoje, podemos conviver com a so-ciedade, e temos renascido a cada dia. Deus tem reno-vado nossas forças e nós ve-mos que somos capazes de mudar com a ajuda d’Ele.” Maria Lúcia é da Bahia e foi levada para a Cristolândia de Vitória (ES) pelas filhas. De-pois foi encaminhada para Italva com a filha mais nova que completou neste mês 1 ano de vida. Lúcia teve 8 filhos, porém deu todos para que outras famílias cuidas-sem porque não conseguia se livrar do vício. Segundo

ela, agora que aceitou o de-safio de assumir a filha que atualmente cuida, está se sentindo verdadeiramente mãe pela primeira vez.

“Pessoas que foram tiradas das cracolândias estiveram nos estúdios da Rede Boas Novas para comemorar o nascimento de Cristo em suas vidas e mostrar aos ou-tros que n’Ele há esperança. Tudo isso é possível porque os batistas estão investindo nessa obra. O passado des-sas pessoas já não importa, o que nos interessa é falar sobre a transformação que o poder de Deus está fazendo em suas vidas”, disse Pr. Fer-nando.

Para a missionária Roseane Pereira, da CT Élcia Barreto Soares, ter levado as alunas para a gravação representou também a oportunidade de um recomeço de vida. “A presença delas no programa é prova de que Jesus tem feito milagres. E nós pudemos lou-var todos juntos, mostrando que realmente Jesus Trans-forma.”

“Estou feliz porque Deus surpreende a gente. Usei drogas, praticamente, minha vida inteira, mas hoje estou aqui como Igreja do Senhor para mostrar a beleza de sua santidade e também expor minha gratidão porque agora posso louvar ao Senhor por ter sido um dia ajudada pela Cristolândia de Vitória”, con-tou Margarida Alves Faria, que está na CTEBS.

Estatísticas do Instituto Bra-sileiro de Geografia e Estatís-tica (IBGE) estimam que o nú-mero de usuários de crack no Brasil esteja em torno de 1,2 milhão. Por isso, investimento no resgate e recuperação des-tas pessoas não é em vão, mas sim o papel da igreja, uma vez que Cristo veio para os cativos e enfermos. A igreja deve ser marcada pelas ações de com-paixão para que a sociedade incrédula veja sua relevância.

Emiliano de Oliveira, do CFC Alcântara, agradeceu a todos os batistas que têm se envolvido com os trabalhos que resgatam dependentes químicos. Ele viveu como

viciado durante 15 anos de sua vida e agora se apoia na Palavra para testemunhar em igrejas e também para que outras pessoas recebam a Cristo. E deixa um apelo: “Peço que continuem in-vestindo porque essa obra funciona. Existem pessoas nas ruas que já pertenceram a uma igreja, e agora depen-dem do povo batista que é um povo que sempre se levanta para resgatar”.

Missões Nacionais agrade-ce a todos que têm ajudado as Cristolândias e demais projetos de tratamento para dependentes químicos, seja por meio de orações, ofer-tas ou serviço voluntário. A campanha do Panetone Cristolândia, que visa captar recursos para melhoria da in-fraestrutura das unidades, foi um sucesso porque corações se comovem com a dor do próximo. Para aqueles que ainda desejam participar des-ta campanha, basta acessar o site www.panetonecristolan-dia.com, pois ainda dá tempo de contribuir virtualmente.

Missionários que atuam nas unidadesPr. Fernando, o coral e equipe da Boas Novas

Vidas transformadas no especial de Natal do Seja Luz na TV

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8 o jornal batista – domingo, 22/12/13 notícias do brasil batista

Ruan Noce GomidesPastor na IB Água Viva, Vinhedo, SP

A ficha caiu! Final-mente nós, como Igreja Batista Água Viva, entendemos o

real signficado do Natal. Se cremos que esta data

representa o nascimento de Jesus, cremos também que em todo ano, o dia 25 de dezem-bro é o anirversário D’Ele. Agora, se o aniversário é de Jesus, por que não festejamos junto com Ele? Por que não damos presentes para Ele? Por que nesta data pensamos de maneira tão egoista, consu-mista e materialista?

Esta foi a pergunta que nos fizemos durante algum tem-po, ela nos fez refletir e rea-valiar nossa atitude perante a sociedade. A resposta a esta indagação nos fez tomar uma atitude: queremos que a Igre-ja, a partir de hoje, dê a festa de Natal para Jesus, que o presente seja entregue a Ele.

Mas então, caímos em outra questão: Como é que podemos fazer isso? Como podemos dar uma festa para Jesus? Como podemos pre-senteá-lo? Como fazer isso na prática?

Ao estudarmos a Bíblia nos deparamos com o seguinte texto: “Pois eu tive fome, e vocês me deram de comer; tive sede, e vocês me deram de beber; fui estrangeiro, e vocês me acolheram; necessi-tei de roupas, e vocês me ves-

tiram; estive enfermo, e vo-cês cuidaram de mim; estive preso, e vocês me visitaram. Então os justos lhe respon-derão: ‘Senhor, quando te vimos com fome e te demos de comer, ou com sede e te demos de beber? Quando te vimos como estrangeiro e te acolhemos, ou necessita-do de roupas e te vestimos? Quando te vimos enfermo ou preso e fomos te visitar? O Rei responderá: ‘Digo a ver-dade: O que vocês fizeram a algum dos meus menores irmãos, a mim o fizeram” (Mateus 25.35-40).

A partir da leitura e medi-tação deste texto, tudo come-çou a fazer sentido. Até então nunca tinhamos entendido este texto da forma como passamos a vivê-lo. Cremos que o Espírito Santo nos ilu-minou para compreendermos o que precisavamos fazer. En-tendemos então, que cuidar daqueles que nescessitam é dar presentes para Jesus, que servir as pessoas é parabeni-zar Jesus e que amar o próxi-mo como a nós mesmos é dar uma grande festa para Ele.

Tudo isso parece muito cla-ro e muito fácil e talvez você até esteja pensando: “Mas se é isso, eu já sabia!” Então te pergunto: Por que é que você não fez nada? Roger Garaudy certa vez disse: Ver a borboleta na larva, a santa na prostituta, a águia no ovo, o irmão em meu próximo dis-tante e no sorriso efêmero do jasmim, a ressureição eterna

da primavera. É o nosso de-ver, pois tal é o olhar de Jesus sobre o mundo. Que tal olhar para o mundo com os olhos espirituais?

Com essa visão deixamos de ser uma Igreja que tem os bancos “virados” para o púlpito, para se tornar uma Igreja que tem os bancos “virados” para a porta. Dei-xamos de investir todos os nossos recursos no conforto e em uma mega estrutura, para investirmos naqueles que realmente precisam, para investir na cidade.

Bancos confortáveis são importantes, mas tal conforto atrapalha quando o crente tem que sair para cumprir a grande comissão. O ar condi-cionado ajuda, mas também em certos aspectos gera uma situação cômoda para aque-les que preferem ficar dentro das quatro paredes. E o nosso chamado não é para ficar, mas sim para ir.

Não estou dizendo que não devemos ter conforto na Igreja, mas o que quero dizer é: este não deve ser o foco. Tudo isso será consequência quando a sua igreja entender e cumprir o seu chamado. Ariovaldo Ramos certa vez disse: “Deus está disposto a multiplicar aquilo que você está disposto a dividir”.

Agora se tudo isso é ver-dade, se cremos na palavra de Deus, se cremos na sua missão, por que é que não fa-zemos o que nos é proposto? Por que ainda não vivemos o

Natal de forma verdadeira? Por que a igreja prefere viver a sua estrutura, do que abalar as estruturas do mundo? Por que?

Através dos Pequenos Gru-pos conseguimos impactar não só nossa cidade como também toda a nossa região, temos Pequenos Grupos em todos os bairros e condomi-nios da cidade, eles estão em quase todas as escolas de Vi-nhedo, nas rampas de Skate e já começamos a implanta-los também nas empresas.

Lembro-me que em 2011 a Igreja Batista Água Viva, vi-veu uma campanha de Natal muito impactante para todos que dela participaram. Esta campanha ficou conhecida como #AmorQueServe. O centro desta campanha era impactar a região onde a Igreja estava estabelecida, com o amor de Deus. Como exemplo do que estamos fa-lando, nos horários de pico, entregamos nos cruzamentos da cidade uma garrafa de água para as pessoas. Elas nos perguntavam: “Quanto é?” E nós respondiamos: “é de graça!” Interessante, porque as pessoas não queriam acei-tar a água de graça, queriam pagar. Pois, não estavam acostumadas a receber um amor espontâneo.

Então perguntavam: “Mas, vocês são de algum partido político?” Nós respondiamos: “Não.” Então as pessoas no-vamente indagavam: “Mas, o que vocês estão ganhando

com isso?” E nós respondia-mos: “Nada!” Elas novamente nos perguntavam: “Por que então vocês estão fazendo isso?” E nós respondiamos: “Por amor! Da mesma forma que Deus nos amou sem que fizéssemos nada para me-recer, nós te amamos e por isso estamos lhe entregando esta água”.

O mundo tem dito que o amor é via de mão dupla, onde eu dou à medida que eu recebo. Mas, na verdade o amor é via de mão única, onde dar é melhor que re-

Um presente para Jesus: #AmorQueServe

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9o jornal batista – domingo, 22/12/13notícias do brasil batista

ceber, onde eu dou, sem es-perar receber algo em troca. Deus nos ensinou isso, nos amando sem que fizéssemos nada por merecer, Jesus nos ensinou isso entregando sua própria vida por nós, enquan-to nós o rejeitávamos.

O verdadeiro amor é es-pontanêo, é livre, age sem esperar recompensa, sem pensar em trocas, sem inte-resses. A Igreja deve cuidar dos que nescessitam, mas deve fazer isso sem colocar como requesito a presença destas pessoas nos cultos,

sem forçá-las a darem teste-munhos, sem esperar receber nada em troca. A Igreja deve entregar cestas básicas, pagar a conta de água, reformar as casas, simplesmente por amor. Amor e nada mais do que amor.

Naquela campanha tive-mos o privilégio de visitar asilos, orfanatos, hospitais, reformar casas, entregar água nos sinais, adotar crianças carentes, doar sangue e disci-pular pessoas. Passamos a ser uma Igreja atuante na região onde estamos inseridos. Te-

mos hoje uma ONG, chama-da Arca, que completa seus 5 anos e neste período passa-mos de 14 crianças para 175 crianças sendo atendidas 365 dias por ano, passamos de um pequeno espaço físico, para 2 unidades, de 3 funcio-nários para 22 funcionários e mais de 20 voluntários.

O ano de 2014 nem co-meçou e já assumimos, em parceria com a prefeitura de Vinhedo, a casa de aco-lhimento da Cidade. Desta forma, dobraremos o número de funcionários chegando a 45 e mais de 50 voluntários. Na casa de acolhimento, hoje se encontram 9 crianças que ficam permanentemente. E que também serão transfor-madas pelo #amorqueserve.

Ao final deste ano o Prefeito da nossa cidade nos home-nageou em um ato solene e durante seu discurso ele disse as seguintes palavras: “Estávamos a procura de uma instituição séria e comprome-tida como esta, para selarmos uma parceria pois, as crianças desta cidade precisavam de ajuda”. O pastor presidente da Igreja, André Fontana, subiu e disse as seguintes palavras: “Não foram vocês que nos acharam, foi Deus que achou vocês. Vocês são respostas de oração. Pois a responsabilidade pelo cui-dado com as crianças desta cidade não é de vocês, mas é nossa, é da Igreja”. Porque Deus chamou a Igreja para ser luz do mundo e sal da terra.

Meu querido, o chamado para implantar o Reino de Deus é da igreja e o Reino de Deus não é teoria, é prática. Quando você prega o amor de Deus você tem que acabar com a fome, você precisa res-taurar a dignidade daquelas pessoas. Por isso, a igreja é responsável por aquilo que acontece na cidade, se o sal perder sua habilidade de salgar, para que ele servirá?

Fabio Carrenho, também pastor de nossa Igreja, em sua mensagem disse as seguintes palavras: “Da mesma forma que Jonas quando fugia do chamado de Deus estava dor-mindo no meio de uma ver-dadeira tempestade, a igreja hoje que foge do chamado de Deus está dormindo em meio ao caos”. Está na hora da igre-ja acordar! Da mesma forma, que Deus em Gênesis 1 colo-ca ordem em meio ao caos, Ele espera que nós, seguindo seu exemplo, coloquemos ordem em meio ao caos.

Não existe escuridão, o que existe é falta de luz, se a cida-de em que vivemos é violen-ta ou sofre por desigualdade social, talvez esteja na hora de reavaliarmos o conceito de igreja e a missão que a mesma tem desempenhado. Basta se perguntar: o que eu como igreja, tenho feito para contribuir com a missão de Deus?

Nós, como Igreja Batista Água Viva, não buscamos um crescimento vertical, não queremos ser uma mega igre-

ja. Buscamos um crescimento horizontal, estamos implan-tado igrejas na região, com esta mesma visão a fim de transformar o local em que vivemos. Aprendi muitas coisas nestes últimos anos e uma delas é que, quando a Igreja está disposta a amar, Deus paga a conta.

O Natal está chegando, se você ou a sua igreja quiser dar um presente para Jesus, quiser fazer uma festa para Ele, saiba de uma coisa: Basta morrer! Da mesma forma que a semente de acácia negra só germina após sua morte, nós só geraremos vidas quando morrermos para nós mesmos e para o nosso conforto. Jesus ao morrer gerou vida, e nós precisamos fazer o mesmo.

Que tal dar a sua vida de presente neste Natal para Jesus?

Um presente para Jesus: #AmorQueServe

Pastor Ruan Noce e sua esposa Keila

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10 o jornal batista – domingo, 22/12/13 notícias do brasil batista

Pastor Chris DikanaSecretário Geral da Convenção Batista da África do Sul

Nelson Rolihlahla Mandela verdadeiramente serve como ícone e símbolo de reconciliação. A Igreja de Deus foi beneficiada imensamente através da sua luta pela liberdade, porque apesar de ser chamado

de país cristão, a África do Sul fora dividida de acordo com conceitos raciais. Isso significava que a igreja não conseguia demonstrar a unidade em Jesus Cristo, o Senhor, para a qual ela mesma clamava e orava. O ato de adoração ao Senhor, como demonstração da sua fé, estava confinada à raça e/ou “comunidade de origem” (homeland) da pessoa. A fé cristã de Mandela era muito profunda, como resultado da sua formação, que foi a cargo da igreja, e das suas raízes na Igreja Metodista.

A igreja também tira o seu chapéu para Mandela por sua li-derança e postura durante o processo de reconciliação. Se não fosse por sua liderança, e pela fé cristã que o influenciou neste processo, a nação facilmente poderia ter sido lançado em um conflito profundo e possível guerra civil.

Ele foi o primeiro político negro a servir como presidente da África do Sul, e o primeiro a ser eleito em uma eleição multir-racial de representatividade plena. Isso significa que a maioria dos Sul Africanos confiava na sua liderança, porque acreditavam nos seus valores, princípios e ideais políticos.

Ele se distingue de muitos líderes Africanos, se não de todos os outros, que levaram o seu povo à liberdade. Ele não era corrupto, nem ganancioso. Fato demonstrado quando ele vo-luntariamente se sujeitou ao imposto de renda, apesar da lei o isentar. Recusou, também, a tentação de se manter no poder, ao não aceitou um segundo mandato como presidente.

Mandela cultivava muito respeito pelos líderes espirituais. Isso ficou bastante evidente quando aceitou a repreensão do Bispo Anglicano Desmund Tutu por seu relacionamento extra--conjugal com Graça Maciel, decidindo assim casar-se com ela, para dar um bom exemplo como líder nacional.

A vida de Mandela há inspirado todos. Estimaremos sempre os seus valores, como perdão, democracia e igualdade. Estamos verdadeira e eternamente gratos a Deus por um homem de tal estatura.

Tradução: Mark GreenwoodEste artigo foi comissionado, e cedido a OJB para tradução,

por BMS World Mission, Inglaterra (bmsworldmission.org)

A África do Sul está eternamente grata a Deus por seu líder exemplar,

lendário: Nelson Mandela

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11o jornal batista – domingo, 22/12/13missões mundiais

Willy RangelRedação de Missões Mundiais

O Natal está che-gando, e as men-sagens de amor e c a r i n h o d e

centenas de pessoas serão enviadas às crianças atendi-das pelo PEPE e pelo POPE em El Salvador, África do Sul, Moçambique, Senegal e Cabo Verde e às meninas do projeto Jeevan Sach, no Sul da Ásia. É a campanha Doe Esperança, de Missões Mundiais.

O prazo para envio das mensagens já terminou, mas você ainda tem até o dia 31 de dezembro para fazer sua doação financeira ao Doe Esperança ou enviar kits com produtos de higiene bucal. A ideia é fazer com que, neste Natal, nossos pequeninos experimentem mais do amor de Jesus.

Missões Mundiais repetiu em 2013 a campanha Doe Esperança, que para a coor-denadora do PEPE Interna-

Marcia PinheiroRedação de Missões Mundiais

Missões Mundiais entrou em cam-po na Jordânia através do fute-

bol para anunciar a salvação em Cristo às crianças mais pobres daquela região do Oriente Médio. Num ano em que a seleção local disputou pela primeira vez na história a repescagem para a Copa do Mundo e ainda recebeu a visi-ta inédita da taça de campeão da Fifa, os nacionais abriram portas para a modalidade em projetos sociais. O futebol já desbancou o basquete como o mais popular na região.

A iniciativa conta com o apoio da embaixada brasileira nesse país e é liderada pelo Pr. Jessé, ex-jogador de fute-bol e atualmente missionário de Missões Mundiais. O pro-jeto atende a jovens acima de 12 anos de um orfanato local.

“Nós temos tentado desen-volver alguns projetos. E as portas se abriram exatamente nesse ano em função da Copa do Mundo. Todo mundo aqui de alguma forma está que-rendo se envolver, e ter um treinador brasileiro desen-volvendo uma atividade é

relevante para eles. Acredito que contribuiu bastante para nosso trabalho, que é a parte técnica e a questão de valo-res”, explicou o missionário, que passou cinco anos no país.

Após dois meses com duas aulas por semana no período da noite, depois do horário escolar, o curso foi interrom-pido devido à chegada do inverno, que provoca queda brusca de temperatura na região. O curso retornará em 2014.

Em julho, ele e outros téc-nicos brasileiros ensinaram futebol a crianças de um campo de refugiados.

“Eu t inha desist ido de realizar o projeto. Inúme-ras dificuldades como falta de recursos financeiros, problemas de violência no campo e incerteza se os vo-luntários conseguiriam vir, me levaram a preparar um e-mail para os voluntários comunicando que o projeto não seria mais realizado. Porém, duas noites antes

de enviar o e-mail, nós tive-mos uma reunião de oração em nossa casa que entrou pela madrugada. Naquela reunião recebemos muitas palavras de encorajamento e de afirmação que Deus estava conosco”, revelou Jessé.

Logo depois, ao acom-panhar a embaixadora do Brasil no país em um even-to esportivo, ele falou que desistiria do projeto. Ela o pediu para não fazer isso, pois uma ONG que dirige o

cional, missionária Terezinha Candieiro, é um gesto de amor que dá “oportunidade de as crianças terem acesso a serviços básicos para de-senvolverem as atividades pré-escolares e uma refeição digna uma vez ao dia”.

No ano passado, a cam-panha atendeu as unidades mais carentes do PEPE. Este ano, a campanha foi esten-dida ao POPE e ao projeto Jeevan Sach, que resgata me-ninas da exploração sexual no Sul da Ásia.

Envie sua doação de pro-dutos de higiene bucal para: Rua Sergipe, 47, Maracanã – Rio de Janeiro/RJ – CEP: 20.271-310. Para doações financeiras, entre em con-tato com nossa Central de Atendimento pelos telefo-nes 2122-1901 ou 2730-6800 (cidades com DDD 21) ou 0800-709-1900 (de-mais localidades). Conheça mais sobre esta campanha em www.doeesperanca.org.br.

Doe Esperança neste Natal e durante o ano inteiro.

trabalho com as crianças no acampamento tinha entra-do em contato com ela no dia anterior e dado o sinal verde para a realização das oficinas de futebol com as crianças. Ela ainda contou que havia outras instituições interessadas em receber os voluntários para a clínica de futebol.

Pelo projeto inicial a meta era atender cerca de 120 crianças no acampamento com um orçamento de 1.800 dólares, dos quais não havia um centavo sequer. Pouco antes de sua realização, as coisas mudaram: mais crian-ças passaram a ser atendidas e o orçamento dobrou; em junho, já havia alcançado 70% de seu valor total por meio de patrocínios.

“Quando paro, reflito e oro sobre o projeto, sempre me vem em mente a promes-sa de Jeremias 33.3: Clame a mim e eu responderei e lhe direi coisas grandiosas e insondáveis que você não conhece. Com o projeto, Deus está abrindo portas que jamais imaginei. Ele tem me colocado em contato com pessoas influentes e que podem ser estratégicas para futuros projetos”, conclui.

Neste Natal, Doe Esperança

Evangelho alcança crianças através do esporte no Oriente Médio

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12 o jornal batista – domingo, 22/12/13 notícias do brasil batista

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PIB de Caruaru – há 90 anos abençoando esta cidade

13o jornal batista – domingo, 22/12/13notícias do brasil batista

A Primeira Igreja Batis-ta em Caruaru foi or-ganizada no dia 07 de outubro de 1923

com sete membros oriundos da cidade Ilhetas, interior de Pernambuco e o pastor fun-dador foi L. L. Johnson. E em 1961 foi construído um novo Templo com capacidade para 300 pessoas. Neste local a Igreja funcionou durante 42 anos, onde cresceu e frutifi-cou, saindo dela homens de Deus que fundaram outras igrejas na cidade de Caruaru e em outras cidades.

Vendo a necessidade das famílias na sociedade, alguns irmãos sentiram o desejo de iniciar um trabalho de En-contro de Casais com Cristo. Depois de vários casais da igreja participarem, eles senti-ram o desejo de começar esse trabalho pioneiro na cidade, abençoando a comunidade e outras igrejas. Hoje há um grande número de casais na Igreja e cidade que foram abençoados por esse ministé-rio e conquistados para Cristo.

Em 1995, o irmão Manoel Luis da Silva Neto, sentiu no coração um desejo de ajudar os mais necessitados da cidade, na área de saúde. Trabalhando junto com al-guns médicos, iniciou com a permissão do pastor da Igreja, na época pastor Manoel Nas-cimento Pereira, um peque-no consultório com trabalho de atendimento médico. A procura foi aumentando e o trabalho foi sendo ampliado com a ajuda de vários mé-dicos que, voluntariamente, prestavam seus serviços aos mais necessitados. O traba-lho foi se ampliando e, logo depois, vieram os advogados, prestando assessoria jurídica.

O espaço físico não com-portava mais o número de pessoas que procuravam o Ambulatório Batista, e assim a Igreja alugou uma casa ao lado do Templo, onde perma-neceu por três anos. Em 1995 nascia a AASEPIB – Associa-ção de Assistência Social e Evangélica da Primeira Igreja Batista em Caruaru.

Foi a partir daí que Deus co-locou no coração da liderança da Igreja um sonho de cons-truir um novo Templo, mas o sonho foi expandido para o desejo de construção de um complexo socioeducacional e religioso. Diante dos olhos dos membros da Igreja pare-cia uma utopia, pois era um projeto grandioso, desafiador, maior do que os recursos e a força da Igreja, mas olhando para o Deus dos impossíveis e confiando na sua provisão enfrentaram o desafio.

Em 1997, por meio de uma parceria com a Prefeitura de Caruaru, que doou parte do terreno respaldada no Projeto Social, a Igreja adquiriu uma área de quase 6.000 m². No dia 10 de agosto deste ano,

o Pr. José Nazareno celebrou junto a Igreja, membros e con-gregados, um culto de entrega ao nosso Deus daquela área onde haveria de construir o Complexo Social, com uma Policlínica Batista, uma Escola e a construção do Templo. Após a elaboração do projeto, iniciou-se a construção da Po-liclínica Batista que foi inau-gurada no dia 14 de agosto de 1999 com 22 salas voltadas à realização de pequenas ci-rurgias, atendimento cardio-lógico, ginecológico, otorri-nolaringológico, pediátrico, psicológico, de urgência, etc. A Policlínica desde então vem prestando serviço à comuni-dade, fazendo atendimentos gratuitos a pessoas carentes da cidade e região, bem como um trabalho evangelístico semanalmente, glorificando a Deus que nos chamou para escrever esta história.

No ano 2000 foram inicia-das as obras do prédio de Edu-cação Religiosa sendo con-cluída em 2004 e iniciou-se a Escola Batista, com turmas de Maternal I e II, Jardim I e II, e aproximadamente 50 crianças

matriculadas, pagando uma mensalidade diferenciada apenas para ajudar nos cus-tos dos professores. No ano seguinte, funcionou Educação Infantil até a Alfabetização. Com o passar dos anos, a Es-cola foi aumentando o núme-ro de salas de aulas e também disponibilizando novas séries. Hoje permanece em funcio-namento com 10 salas de aula e 229 alunos matriculados da Educação Infantil até o Fun-damental I. Além do ensino convencional, a Escola ofere-ce uma preparação religiosa visando educar a criança com base bíblica preparando-o para a vida.

Durante essas nove déca-das, passaram pela Igreja mui-tos pastores, homens de Deus que lutaram e abençoaram o rebanho com seu trabalho, dinamismo, inovações e ardor evangelístico. Cada um dei-xou a sua contribuição para a Igreja e para o Reino de Deus nesta cidade. Nestes 90 anos de existência, várias Igrejas foram organizadas dentro e fora de Caruaru. Dentre elas a Igreja Batista Taquaritinga

do Norte, Igreja Batista em São Caetano, Igreja Batista Memorial em Caruaru, Igre-ja Batista da Esperança em Caruaru, Igreja Batista em Santa Cruz do Capibaribe, Igreja Batista El Shadai, Igreja Batista Emanuel em Caruaru. Hoje há duas congregações em Altinho e Rosanópolis. Como Igreja só temos que agradecer pela vida e ministé-rio de cada um deles e rogar as bênçãos de Deus para suas vidas e famílias. Que Deus os recompense. Só temos que agradecer ao Autor da nossa história pelas vitórias, lutas e desafios vencidos. A Ele toda a glória.

Em 06 de julho deste ano, tomou posse no ministério pastoral e presidência da nos-sa Igreja, o pastor Paulo Ro-berto Dantas, tendo também a sua esposa Luzeni Dantas sido empossada como Educa-dora Religiosa. E nesses meses que o Pr. Paulo Dantas está pastoreando a PIB de Carua-ru, a Igreja tem contemplado momentos de muita alegria com a conversão de pessoas em quase todos cultos reali-zados. Sabemos que há muito para fazer, mas já sentimos verdadeiramente que Deus está nos abençoando e cre-mos que o crescimento da Igreja em uma membresia qualitativa e quantitativa será fruto do trabalho e dedicação do pastor e Igreja, juntos para engrandecer o Reino de Deus. Hoje podemos dizer que te-mos vivido um novo tempo, tempo esse que há muito almejávamos. Podemos dizer como o salmista: “Grandes coisas fez o Senhor por nós, por isso, estamos alegres”. E como Samuel: “Até aqui nos ajudou o Senhor”.

Departamento de Ação Social da CBB

Igreja Batista em Sítio Novo, Olinda, completou 79 anos

Marta Regina Cavalcante de OliveiraSecretária da Igreja

A Igreja Batista em S í t i o N o v o e m Olinda, PE, com-pletou 79 anos em

novembro passado. As fes-tividades começaram no dia 09, com a entrega de presentes à Igreja, feita pelos membros e congregados, quando também houve um momento de confraterniza-ção. No domingo, dia 10, o

Pr. Marinaldo Lima e a Igreja homenagearam os membros do Corpo Diaconal consa-grados em 28 de setembro passado (Diácono Manoel José de Lima e Diaconisas Alcione Alves R. D. Lima, Ivanilda Alves Duarte, Isau-ra Laurentino Cavalcante e Margarida Ramos de Me-deiros), lembrando o Dia do Diácono Batista.

Nos dias 15 a 17 foi re-alizada uma série de con-ferências evangelísticas, tendo como pregador o Pr.

Severino Lucena da Igreja Batista em Engenho Maran-guape em Paulista. Foram três dias abençoados com a participação dos conjun-tos de crianças, jovens e mulheres da Igreja local, do Conjunto da M.C.A. da Igreja Batista em Engenho Maranguape e da cantora Kétsia Duarte.

No domingo houve apre-sentação de louvor em libras com o Profº Fábio Souza e a participação do Conjunto Expressão e Vida com belos

louvores coreografados. Nos três dias os cânticos e hinos foram acompanhados pelo conjunto musical dirigido

pelo Profº Fábio Menezes.A Igreja agora prepara-se

para comemoração dos seus 80 anos em 2014!

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14 o jornal batista – domingo, 22/12/13 ponto de vista

Esta pergunta nos in-quieta. Sabemos que a vida pertence a Deus. É relevante vive-la com

temor e tremor. Sendo um dom de Deus, a vida deve ser vivida na perspectiva Dele. O ano de 2013 está findando e logo vamos entrar em 2014. Ao percebermos o tempo, as oportunidades, as circunstân-cias e as expectativas, somos desafiados a uma confiança na fidelidade do Deus que nos ama profundamente em Cristo Jesus, nosso Senhor. O nosso Pai permanecerá fiel sempre, pois não pode negar--se a Si mesmo (II Tm 2.13).

Do ano de 2013 devemos trazer lembranças positivas e um aprendizado efetivo para entrarmos no novo ano. As coisas que nos edificaram cer-tamente serão instrumentos nas mãos de Deus para nos

Mu i t a s v e z e s pensamos que as coisas acon-tecem simples-

mente porque teriam de acontecer. Tenho notado que em algumas ocasiões não temos de fato controle sobre os acontecimentos, mas tam-bém tenho percebido que a maioria dos acontecimentos podem ser preveníveis e po-demos decidir sobre eles.

Há um livro que foi editado pela Editora Vida (FRIESEN & MAXSON, “Como descobrir e fazer a vontade de Deus”), que traz importante discussão demonstrando que a vontade de Deus é dupla: (1) sobera-na, determinando as macro questões do Universo; e, (2) moral ou ética, que traz prin-

aperfeiçoar em 2014. Não repitamos os erros do ano passado. As possibilidades do novo ano são imensas. É muito importante o planeja-mento pessoal. Deus requer de nós devoção, relaciona-mentos saudáveis, trabalho sério e criativo, excelência e visão das oportunidades para melhorar nossas vidas e as dos nossos semelhantes.

Neste próximo ano, preci-samos repensar as nossas pos-turas diante de Deus, vivendo uma vida de fé e obediência; perante a família, assumindo responsabilidades a cada dia; diante da Igreja, sendo mem-bros amorosos e efetivos; e diante da sociedade, sendo cidadãos responsáveis, éticos, relevantes e solidários. Deus exige de nós fé, esperança e amor. Ele quer que sejamos crentes consagrados, visio-

cípios a serem considerados em nossas decisões pessoais. Ao analisar cada versículo da Bíblia que trata da vontade de Deus, o livro traz tam-bém importante descoberta demonstrando que Deus dá a cada pessoa a oportunidade de tomar decisões conside-rando a sua verdade ética, em vez de determinar cada fato da vida da pessoa, que ela deve saber descobrir. A conclusão do livro é que, além dos princípios éticos, devemos pedir sabedoria a Deus (Tiago 1.5ss) para que possamos considerar aquilo que melhor puder se encaixar em nossos planos de vida e tomarmos nossas decisões.

Em outras palavras, Deus nos coloca às mãos o desa-

nários e comprometidos com o caráter de Cristo, vivendo como Seus discípulos verda-deiros, impactando o mundo.

O próximo ano deve ser marcado por atitudes e ações orientadas pelo Espírito Santo. Que o Senhor seja a nossa PRIORIDADE. Que o Rei-no de Deus seja almejado em primeiro lugar (Mt 6.33). Que Cristo seja tudo em nós (Cl 3.11). Deixemos todo o embaraço e o pecado que tenazmente nos assedia, e corramos com perseverança a carreira que nos está pro-posta, olhando para Jesus, Au-tor e Consumador da fé (Hb 12.1,2). O Pai requer de nós o melhor, o mais excelente. O Seu caráter deve ser a nossa marca, o Seu imprimatur em nós.

Que 2014 seja um ano de muitas possibilidades. Que

fio de tomarmos decisões para a gestão de nossa vida diária, precisamos conside-rar os princípios éticos de Sua Palavra e avaliarmos os diversos aspectos e implica-ções de cada decisão a ser tomada.

Portanto, está em suas mãos a decisão sobre a maioria dos acontecimentos do próximo ano. O que você espera ter conquistado daqui há um ano? Em dezembro do próximo ano qual o balanço que você poderá obter das decisões tomadas no decor-rer do próprio ano?

Quais planos você tem para este próximo ano? Talvez de-dicar mais tempo para a famí-lia, para seu casamento, para seus amigos? Mais tempo

o nosso coração descanse na fidelidade de Deus. Seja Jesus o nosso modelo de vida e ministério. Vivamos com intensidade todo o evangelho. Dependamos do Senhor nas mínimas coisas. Que Ele seja sempre o nosso foco. Que a nossa plena satisfação esteja nele. Que O louvemos seja qual for a circunstância.

Algumas dicas para este novo ano: vivam uma vida de oração; meditem na Palavra dia e noite; sejam membros de família responsáveis; pro-curem ser assíduos e pontuais nas atividades da Igreja e nos outros compromissos; apro-veitem todas as oportunidades para testemunhar de Cristo; sejam fiéis em tudo e façam prova de Deus (Ml 3.10); se-jam disciplinados; tratem as pessoas com muito amor e consequente sinceridade, per-

para refletir periodicamente sobre a vida? Mais tempo para ler a Palavra de Deus? Mais tempo para demonstrar aos outros como Cristo tem transformado a sua vida?

E aqueles hábitos que lhe perturbam? Como, chegar geralmente atrasado em compromissos; responder com rispidez e ser insensível às pessoas; ser precipitado em julgar as atitudes dos outros. Ou mesmo, gastar compulsivamente fazendo dívidas ou desperdiçando re-cursos que Deus tem te dado por meio do seu trabalho. Ou ainda deixar de cumprir promessas; deixar de dar ca-rinho e afeto no matrimônio e na família; deixar de usar bem o tempo diário; ficar

doando sempre; leiam bons livros; cuidem da saúde, se alimentando muito bem, se submetendo a exames perió-dicos e fazendo exercícios re-gulares; observem a natureza humana com o objetivo de se-rem úteis; criem um grupo de solidariedade para trabalhar numa comunidade carente; tratem o meio ambiente com excelência; elaborem um pla-nejamento pessoal e familiar, pois quem falha em planejar, planeja falhar; e vivam uma vida de equilíbrio em Cristo Jesus. Orem ao Senhor agra-decendo 2013 e pedindo por 2014. Velho ano, novo ano. O mesmo Senhor que este-ve conosco no ano passado certamente estará neste novo ano, pois Ele prometeu, afir-mando: “e eu estou convosco todos os dias, até o final dos tempos” (Mt 28.20).

protelando compromissos ou decisões caindo em pro-crastinação.

Agora é o momento de colocar tudo num papel e, diante do altar de Deus, pedir para ele sabedoria e capaci-tação para escrever uma his-tória de vida neste próximo ano que valha a pena ter sido vivida.

E lembre-se, se você ficar sem tomar nenhuma deci-são, já tem tomado a decisão de “não-decidir”, pois uma “não-decisão” é também uma decisão. Os meses, dias, ho-ras e minutos passarão do mesmo jeito e você poderá ter perdido a chance de ter uma vida melhor que será construída ao longo de todo próximo ano. Você decide!!!

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15o jornal batista – domingo, 22/12/13ponto de vista

Samuel Rodrigues de SouzaMinistro da 3ª e 4ª idades da Igreja Batista Carioca, Méier, RJ / Gerontólogo pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia – Seção RJ

Conta uma lenda muito antiga, que havia uma igreja com janelas de vi-

dros coloridos, um órgão de canudos possantes, na torre estavam os grandes e lindos sinos de prata. Eles somente podiam ser tocados pelos anjos que Deus mandava quando se agradava de algo feito pelos homens. Já faziam muitos anos que os sinos não tocavam. Aí então o rei daquela terra organizou uma grande festa de Natal. E foi feito o anúncio e espalhada a ordem real: Todos tragam sua oferta mais preciosa para agradar a Deus.

Cada um passou a refletir, indagando: O que será mais precioso? Todos procuraram algo que consideraram de grande valor, seus bens mais preciosos. Outros chegaram a ficar tristes, pois não sabiam o que ofertar. Alguns che-garam a comentar: Não sei com o que poderei agradar a Deus.

Bem distante daquela igre-ja, viviam dois meninos, com muita dificuldade. Eles também ouviram o anúncio real, mas diziam que nunca tinham ido naquela linda igreja, com sinos de prata. Mas, eles também tinham um coração grato a Deus, e comentaram que gostariam muito de levar uma oferta para que o sino voltasse a tocar. Ficaram, no entanto, muito desanimados, pois não possuíam nada de valor. Pro-curando e procurando, entre-tanto, acabaram por encon-trar uma moedinha de cobre que haviam ganho devido a um trabalhinho feito.“Então, está decidido, esta será a nos-sa oferta, a nossa moedinha de cobre”.

Chegou o grande dia. No santuário forrado de ramos verdes e estrelado de luzes coloridas, estava a multidão que faiscava de jóias e rou-pas maravilhosas. A igreja se encheu de ofertas, mas o sino

não tocava. O rei tirou de sua cabeça a coroa real e ofertou, mas o sino não tocou. Depois deu o cetro real e pedras pre-ciosas, mas o sino não tocou. A moça rica, o milionário, o industrial, o general, todos ofertaram o que possuíam de mais precioso, mas o sino não tocou, e todos começa-ram a sair tristes do santuário.

Enquanto isso, um dos meninos falou ao amigui-nho: Como é, vamos logo, já estamos atrasados; mas o outro refutou: Olha, ali está uma velhinha passando mal, temos que correr até o ambulatório médico buscar socorro para ela. Eles não tinham como chegar rápi-do ao ambulatório médico, mas perceberam que uma carruagem seguia para lá. O problema é que não tinham com o que pagar a passagem, a não ser aquela moeda de cobre que iam levar de oferta ao santuário.

Diante da fragilidade da-quela senhora ao relento, os dois meninos não tiveram ne-nhuma outra opção, a não ser gastar a moeda no transporte, para ajudar. Mais tarde, fi-caram muito felizes ao ver que a senhora foi muito bem atendida e estava passando bem.

Os meninos então segui-ram até a linda igreja e fi-zeram a seguinte oração: Ó Meu Deus, eu e meu amigo desejávamos dar uma oferta, mas não foi possível. Precisa-mos da moeda para socorrer a velhinha. Essa era a nos-sa oferta. Mas, nós estamos aqui, a nossa vida é a nossa oferta!

Nesse momento, todos fi-caram extasiados de emoção, dizendo uns para os outros: Escutem! Estão ouvindo? Os sinos estão tocando!

Esta linda história nos des-perta para o sentido do Natal, que deve ser doação, genero-sidade, fraternidade pura. No contexto do primeiro Natal, encontramos o palácio de Herodes e de César Augusto, bem distantes da gruta de Belém e da casa do artesão de Nazaré.

Contra eles está a prática de Jesus e suas palavras sobre o despojamento, a simplicida-de, a humildade e o poder

como serviço e não como fazem os príncipes pagãos e “os grandes que subjugam e dominam: convosco não deve ser assim; o maior seja como o menor e quem man-da, como quem serve” (Lucas 22.26).

Nesses dias de festas nata-linas devemos nos despertar para este verdadeiro sentido do Natal de Jesus Cristo. O Natal foi desvirtuado, em lugar de Jesus colocaram a figura nítida do “Papai Noel”. Em lugar da ação de graças e louvor, são postas mesas.

O comércio, este pintou o Natal com as cores exuberan-tes da propaganda, porque nele só o que interessa é vender. Muitos se esquecem da figura principal, o Filho Unigênito de Deus e de ofe-recer suas vidas no altar do Senhor, mas fazem festas para si mesmos.

O Natal não deve se basear apenas em festas e comemo-rações, pois nossos olhos devem estar postos em Jesus, que, sendo Deus, se fez car-ne e habitou entre nós. Natal é tempo de louvor, exaltação, glorificação e adoração ao Senhor Jesus Cristo, que se doou para nos redimir. Que presente podemos oferecer ao Senhor nesse Natal, que tem nos abençoado grande-

mente com a longevidade? Estamos vivendo muito e muito mais devemos ofertar. “Que darei ao Senhor por todos os benefícios que me tem feito?” (Salmos 116.2).

Na noite de Natal, os pasto-res estavam no campo. Deus chama pessoas ocupadas, por mais ocupado que seja o idoso, o Senhor tem algo, um propósito especial, para que cumpramos, não para o nos-so próprio prazer, mas para o prazer do nosso Senhor. Os pastores do campo rece-beram a mensagem, a “Boa Nova”: É nascido o Salvador que é Cristo, o Senhor. De-vemos abrir nossos corações para as mensagens de Deus.

Natal é tempo de sinais de Deus. Os pastores encontra-ram o menino envolto em panos. Devemos dar lugar ao poder de Deus em nossas vidas e velhices. Deus não parou e não para de produzir bênçãos. Os sinos ainda po-dem tocar em nossas vidas, pois o Senhor não terminou a sua obra na Cruz. Devemos sonhar tudo aquilo que Deus tem programado para nós.

Os anjos louvaram a Deus e os pastores também louva-ram a Deus. “Deus é Espírito, e importa que os que o ado-ram o adorem em espírito e em verdade” (João 4.24).

Alguns idosos adoram a si mesmos, têm orgulho de sua longevidade, de tudo quanto conquistaram na vida e de tudo quanto podem realizar. Precisamos louvar e adorar a Deus que nos concede viver mais e mais para cumprir os propósitos que têm para nós.

Os pastores foram até Be-lém, devemos ir e aproveitar as oportunidades. Devemos sempre andar para frente, progredir. Idosos lentos estão ultrapassados. O idoso de hoje tem que ser ágil, obje-tivo e incansável. Devemos perceber a luz de Deus em nossas vidas. Os pastores viram um grande clarão nos céus na noite do primeiro Natal. A glória do Senhor resplandeceu ao redor deles.

Os meninos do conto, quando os sinos tocam, de-ram a moedinha de prata e puderam buscar socorro para a velhinha que sofria. Ao chegar ao altar, sem nada de precioso fisicamente, mas com corações que buscavam sinceramente ao Senhor, em sua humildade, fizeram os sinos tocarem. Não será pos-sível que, ao viver nossas vidas, criemos algo de bom para acrescentar ao repertó-rio de onde viemos? O que faremos? Será que os sinos vão tocar para nós?

Francisco Mancebo ReiColaborador de OJB

Com grande alegria é que se esperao dia mui festivo e angelical.Arte está presente em quem se esmerana sedutora mesa de Natal.

Bombons, bebidas, nozes e castanhas;peru, leitão e frango aí estão.São coisas para alguns até estranhase causam facilmente indigestão.

Nem todos têm assento a essa mesaque discrimina, à base do orçamento.Pra muitos é excesso de despesa,e da mesa fica longe esse ornamento.

E o Cristo, que é motivo de tal festa?Lugar de honra a ele oferecem?Aprova tudo, e nada contesta?À mesa de Natal, dele se esquecem?

No símbolo do alimento, Cristo ensina:Ele é do céu o pão que mata a fome;sacia a todos; é vida que fascinaa qualquer que toma desse pão e come.

A mesa é complemento de Natal,pois une, alegra e bons amigos faz.O evangelho não exclui o social,mas só com Cristo à mesa temos paz.

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