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1 ISSN 1679-0189 Ano CXIII Edição 33 Domingo, 18.08.2013 R$ 3,20 Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901 A primeira Trans Crianças foi uma experiência maravi- lhosa para todos aqueles que participaram. As crianças ribeirinhas que moram na Ilha de Marajó, no Pará, foram abençoadas por 23 voluntários do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Maranhão, Bahia e mais 22 volun- tários do Pará (pág. 07). Despertar 2013: Coram Deo – Diante da Face de Deus Trans Crianças Ribeirinhas Entre os dias 17 e 20 de julho, jovens e adolescentes de todas as partes do Brasil se encontraram no estado do Pará e, literalmente viveram dias onde desfrutaram da preciosa presença de Deus por meio de momentos de edificação, ministração e louvor realizados durante o Despertar 2013 (págs. 08 e 09).

Jornal Batista - 33

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Leia o Jornal Batista de Semana e fique por dentro de tudo que está acontecendo no meio Batista.

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1o jornal batista – domingo, 18/08/13?????ISSN 1679-0189

Ano CXIIIEdição 33 Domingo, 18.08.2013R$ 3,20

Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901

A primeira Trans Crianças foi uma experiência maravi-lhosa para todos aqueles que participaram. As crianças ribeirinhas que moram na Ilha de Marajó, no Pará, foram abençoadas por 23 voluntários do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Maranhão, Bahia e mais 22 volun-tários do Pará (pág. 07).

Despertar 2013: Coram Deo – Diante da Face de Deus

Trans Crianças Ribeirinhas

Entre os dias 17 e 20 de julho, jovens e adolescentes de todas as

partes do Brasil se encontraram no estado do Pará e, literalmente

viveram dias onde desfrutaram da preciosa presença de Deus por meio de momentos de edificação,

ministração e louvor realizados durante o Despertar 2013

(págs. 08 e 09).

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E D I T O R I A L

Cartas dos [email protected]

Queremos ser ouvidos

• O Brasil estava acostu-mado com a repressão di-tatorial aos trabalhadores, o “coronelismo” oprimindo a classe pobre e a Igreja se-parando o clero do laicato. Mesmo depois do “Diretas Já” não houve quem repre-sentasse o brasileiro para a Ordem e o Progresso.

O caminho malufista do “roubo, mas faço” foi apren-dido e o Brasil cresceu para que poucos enriquecessem muito. A prepotência dos po-líticos em tomarem decisões não representativas, mas a favor de si mesmos, de suas campanhas eleitoreiras, ou de seus interesses financeiros foi permitida até hoje por uma população conduzida por rédeas culturais. Com o advento do Salário Família descriminalizou-se, em parte, a entrega de cestas básicas para a compra de votos.

Mas mesmo com a edu-cação “analfabetizadora” e adestradora, a saúde doente e paralítica, e a segurança es-tatelada e sem vida uma parte da população não se confor-mou e buscou uma condição

consciente e desprendida da hipnose que transformava brasileiros em zumbis pa-gadores de impostos. Essa condição tem sido difundida sem a ajuda do governo, mas a partir da própria população que agora questiona o gover-no e seus líderes.

Talvez em função disso o governo tentou a última cartada: “pão e circo”, R$ 28 bilhões para a Copa do mun-do. Foi um tiro no pé!

A população cansou e “o gigante acordou”. Resta saber por quanto tempo o povo conseguirá se mani-festar! Quero muito saber como serão as próximas campanhas eleitorais: se os políticos contarão com o “es-quecimento” dos brasileiros mais uma vez.

Mas chego sempre a mes-ma pergunta: chegaremos a paz definitiva um dia? É pos-sível que não haja “grandes”

corruptos e nem “pequenos”? É possível que mentirosos “pequenos” consertem os mentirosos “grandes”? Que os “pequenos” ladrões mo-ralizem os “grandes” ladrões? Que pecadores tenham um padrão de vida a ser vivido com garantias de paz e segu-rança, Ordem e Progresso?

Oremos pela nossa na-ção e pelos nossos líderes. Oremos pelos nossos votos; santifiquemos nossos can-didatos. Intercedamos pela nova geração cristã nesse mundo para que com suas atitudes e palavras, ações e valores Jesus confirme: “Eles me representam”. Que seus gritos não valham apenas centavos, mas apresentem a passagem gratuita para a eternidade, e que de suas bocas se ouça o grito: “só Jesus Cristo Salva”.

“Porque eis que as trevas cobriram a terra, e a escu-ridão os povos; mas sobre ti o Senhor virá surgindo, e sua glória se verá sobre ti” (Is 60.2).

Pr. Wagner KöhlerIgreja Batista Ebenézer –

Mooca, SP

No dia do jovem batista o que os líderes estão fa-zendo por seus

jovens? Felizmente muitos estão incentivando, mui-tos líderes estão apoiando, orientando, encaminhando no ensino teológico, mu-sical, para área de saúde, para as artes, para as ci-ências, para a literatura. Diversos líderes estão se envolvem de forma integral na vida dos seus jovens para poder apoiá-los nas suas decisões, na vida familiar, no convívio com os ami-gos, no convívio estudantil. Entretanto, se pode ver que muitos líderes estão minan-do seus jovens.

As atitudes são diversas, bem como suas razões. Al-guns não apoiam o trabalho da juventude da associação, geralmente por “picuinhas” pessoais, e por isso seus jo-vens não contribuem e parti-cipam da Juba local. Outros líderes desamparam seus jovens porque veem em ou-tros problemas assuntos mais importantes. Ainda tem a pior atitude possível, de líderes que humilham a nova gera-ção com sua soberba e acre-ditando no seu próprio nome como imponente. Esquecem o poder do Nome sobre todo nome.

Talvez você esteja achando isso tudo um pouco absur-do ou exagero. Afinal de

contas, estamos falando de líderes cristãos, de pastores. Mas infelizmente esta é uma realidade que precisa urgen-temente ser podada. A estatís-tica de pessoas que saem da igreja quando chegam à ju-ventude é enorme. E isso não deve só ao pecado existente no mundo que tem atraído a juventude, mas também a líderes que tem sido omissos, ou pior, tem tratado jovens com certa maldade apenas por interesses próprio.

Valorizar a nova geração, de verdade, é sobre todo esse contexto se autoanalisar, verificando se tem orientado os jovens ou sido omisso, se tem abençoado ouvindo os jovens ou amaldiçoado com

palavra de destruição. Se tem o tempo todo se justificado por atitudes questionáveis para com os jovens, ou se suas atitudes são tão transpa-rentes que não tem necessi-dade de explicações.

A verdadeira valorização só acontecerá quando os líderes e pastores pedirem o auxílio do Espírito Santo para esclarecer suas próprias atitudes diante dos jovens. Mesmo quando achar que suas atitudes são coerentes, a orientação do Espírito Santo é primordial.

“A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo seja com todos vós. Amém” (II Coríntios 13.14). (AP)

As mensagens enviadas devem ser concisas e identificadas (nome com-pleto, endereço e telefone). OJB se reserva o direito de publicar trechos. As colaborações para a seção de Cartas dos Leitores podem ser en-caminhadas por e-mail ([email protected]), fax (0.21.2157-5557) ou correio (Caixa Postal 13334, CEP 20270-972 - Rio de Janeiro - RJ).

O JORNAL BATISTAÓrgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso.

Fundado em 10.01.1901INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189

PUBLICAÇÃO DOCONSELHO GERAL DA CBBFUNDADORW.E. EntzmingerPRESIDENTELuiz Roberto SilvadoDIRETOR GERALSócrates Oliveira de SouzaSECRETÁRIA DE REDAÇÃOArina Paiva(Reg. Profissional - MTB 30756 - RJ)

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INTERINOS HISTÓRICOSZacarias Taylor (1904);A.L. Dunstan (1907);Salomão Ginsburg (1913 a 1914);L.T. Hites (1921 a 1922); eA.B. Christie (1923).

ARTE: OliverartelucasIMPRESSÃO: Jornal do Commércio

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Carlos Alberto PereiraPastor da PIB em Três Marias, MG

“Ai dos filhos rebeldes, diz o Senhor, que tomaram conse-lho, mas não de mim! E que se cobriram com uma cobertura, mas não do Meu Espírito, para acrescentarem pecado a peca-do!” (Isaías 30.1).

Isaías, profeta de Deus, sendo instrumento di-vino, faz um alerta à Nação de Israel que se

envolvera com uma religio-sidade fria, obscura, mística e ritualística, copiando e se permitindo envolver num ecumenismo com outras re-ligiões dos povos que viviam em derredor. Israel experi-mentara o que era ser povo de Deus. Experimentara, no passado, o grande livra-mento do jugo faraônico por mediação do próprio Deus, instrumentalizado pela mão do líder Moisés. Vira o sobre-natural. Constatara o que era servir a Deus ou não, como nos afiança o profeta Mala-quias, quando diz: “Então, vereis outra vez a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus e o que não serve” (Malaquias 3.18).

Mas o povo se esquecera

de Deus. Tal fato nos acon-tece hoje também. Quando abandonamos a Palavra de Deus para a substituirmos com conceitos espúrios, mo-dernistas que apresentam tinturas religiosas e adaptadas ao nosso tempo, entramos em caminhos perigosos. Por-tanto, meu prezado leitor, não se deixe levar pelo que os teus olhos veem ou teus ouvidos ouvem sem buscar a cobertura do Senhor.

E o que é a cobertura do Senhor? Temos tal cobertura do Senhor, quando recebe-mos a Sua Unção. E como recebemos tal Unção? Re-cebemos tal Unção quan-do cremos em Jesus, como nosso Senhor e Salvador. Vejamos o que nos diz o Evangelho de João: “Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus: aos que creem em Seu Nome” (João 1.12), e ainda, em I João 2.27, constatamos: “E a unção que vós recebestes dele fica em vós, e não ten-des necessidade de que al-guém vos ensine. Mas, como a sua unção vos ensina todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, como ela vos ensinou, assim Nele perma-necereis”.

Coisa maravilhosa é ficar debaixo da cobertura (unção) de Deus. Você não ficará ti-tubeando entre o falso e o verdadeiro, entre o certo e o errado. Aleluia! Você terá a certeza das coisas de Deus. Não entrará “em canoa fura-da”. Quando você procura conselho, orientação, direção em outra fonte que não seja o próprio Deus, pela Sua Pala-vra, você, indubitavelmente, entra em rebeldia. E, estando em rebeldia, você se torna um feiticeiro. A própria Palavra de Deus nos adverte contra tal: “Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e o porfiar é como iniquidade de idola-tria. Porquanto tu rejeitaste a Palavra do Senhor, ele tam-bém te rejeitou a ti, para que não sejas rei” (I Samuel 15.23).

Concluindo, prezado leitor, digo a você: Cubra-se com o manto, a unção do Senhor, confessando a Jesus como Seu Senhor e Salvador e a sua vida não será mais a mesma coisa. Faça a seguinte oração, conforme nos prescreve o Apóstolo Paulo em Roma-nos 10.9-10: “Senhor Deus, confesso com a minha boca e creio de todo o meu coração que Jesus, Teu Filho, ressus-citou dos mortos e portanto estou salvo” – Amém!

GOTAS BÍBLICASNA ATUALIDADE

OLAVO FEIJÓ Pastor, professor de Psicologia

De que lembrar,

na mocidade

Indo na contramão de todos aqueles que en-xergam, no período da juventude, a melhor

época de “gozar” a vida, sem nenhuma preocupa-ção com o futuro, Salomão recomenda: “Lembra-te do Teu Criador, nos dias da tua mocidade” (Eclesiastes 12.1).

Enganam-se aqueles que ensinam que a mocidade é, por natureza, frívola. E é ilustrativo observar que, na sua maioria, os adultos que mais exploram comer-cialmente os jovens são, exatamente, os indivíduos que propalam o descom-promisso dos moços com relação a coisas produtivas. Porque é próprio do ma-rketing sem compromisso humano a atitude de sugar

os recursos dos seus con-sumidores, sem nenhuma intenção construtiva.

Jovens que são respeita-dos, por causa de suas ca-racterísticas de idealismo e de envolvimento intenso, respondem entusiasticamen-te aos desafios elevados que recebem. Deuses e religiões que meramente repetem o passado e se limitam a rituais sem muito significado ou aplicações no cotidiano, não atraem os jovens. O Criador dos moços deve ser, no mí-nimo, uma entidade viva, profunda, realizadora, como diz a Bíblia. Este Criador, quando descoberto pelos moços, é abraçado, amado, seguido. É este Criador en-tusiasmante que devemos anunciar aos jovens, nos dias da sua mocidade.

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PARÁBOLAS VIVASJoão Falcão Sobrinho

O que é ser livre? No culto especial para crianças ao encerramento da

Escola Bíblica de Férias na Igreja Batista da Liberdade, no Rio, o Pr. Carlos Henrique Falcão, muito criativamen-te, usou uma pipa a fim de ilustrar sua mensagem sobre liberdade. No início do cul-to, ele entrou correndo pelo meio da nave do templo em-pinando uma pipa, vestido como um menino, de bermu-das, tênis e camisa listrada. Todas as crianças sabem o que é uma pipa e como colo-cá-la no alto. É um brinquedo tão conhecido, que comporta vários nomes: Pandorga (RS), quadrado ou maranhão (SP), arraia, cafifa, papagaio, que é a denominação genérica, barrilete, raia e por aí vai. Em vários países da Ásia, empinar pipa é arte de gente grande e há concursos para premiar as mais bonitas, as que descrevem melhores firulas no céu ou as maio-res. Depois que os meninos cariocas inventaram o cerol, prática extremamente peri-gosa, a pipa deixou de ser um brinquedo inocente. O objetivo do cerol, que é uma mistura de vidro moído e cola passada na linha, é cor-tar as linhas de outras pipas. A maior glória dos garotos consiste em cortar a linha de outra pipa e trazê-la (aparar) presa à sua linha. Certa vez, na Curicica, Jacarepaguá, eu vi quando uma pipa vinha aparando outra e um terceiro menino cortou a linha que a estava arrastando e aparou as três “na mão”. Foi o má-ximo. Quando um menino consegue colocar uma pipa no alto, vive um momento mágico, em que ele se sente projetado em sua pipa, como se ele mesmo estivesse lá em cima, dançando entre as nuvens, pairando acima de todos os males e problemas do seu cotidiano.

Depois de explicar como se faz e se empina uma pipa, o pastor mostrou uma pipa “avoada”, que é aquela que foi cortada ou se soltou e foi bailando no ar até se en-ganchar nos fios da rua, nas antenas, ou nos galhos de uma árvore. Então ele per-guntou: “Qual a pipa que é livre: a que está presa à linha ou a que está avoada?” Sem pestanejar, as crianças

responderam em coro: “A avoada, livre é a avoada”. Aí o pregador, segurando ambas as pipas, a presa e a avoada, explicou que a pipa avoada não é livre porque não tem liberdade para subir, para brincar no céu, nem para voltar à mão do seu dono. A livre de verdade é a pipa que está segura pela linha, firme nas mãos do seu dono, que poderá recolhê-la quando quiser. E aplicou com muita propriedade a ilustração à vida cristã. O crente avoado, que teve cortada pelo inimi-go ou partida a linha da sua comunhão com Deus, per-deu a sua liberdade. Ele mos-trou o esqueleto (varetas) de uma pipa que estivera presa em um galho de árvore que o vento derrubou e completou: “Este é o destino de quem se solta das mãos de Deus”. Pena é que o Diabo seja tão astuto em usar o cerol da tentação para cortar a comu-nhão dos salvos com Deus. A pessoa avoada, que é ilu-dida por uma falsa noção de liberdade, perde seu valor, sua beleza e se torna apenas o esqueleto morto de uma es-perança. O apelo aos crentes era evidente: “Não deixe sua vida voar. Permaneça seguro nas mãos de Deus. Essa é a verdadeira liberdade”. Não seja vítima das “crocodila-gens” (trapaças) de Satanás. Havia também um apelo aos que ainda não aceitaram a Jesus: “Deixe Deus colocar e sustentar você no alto, bem no alto, e dirigir sua vida, aceitando Jesus como seu Salvador”.

No livro As Faces do Espí-rito, o Pr. Marcelo Aguiar diz que, como a pipa não sobe se não houver vento, assim tam-bém a igreja não sobe sem o sopro do Espírito. Muitas igrejas estão “embicando” no chão, sem frutos e sem glória, porque lá o Espírito não está soprando. Ou porque Satanás está armando contra ela as suas crocodilagens.

Após o culto, ao se despe-dir de mim, uma senhora da MCA, crente antiga e ama-durecida, me disse sorrindo: “Essa mensagem de hoje foi boa para as crianças e melhor ainda para nós os adultos”. A julgar pelo entusiasmo com que toda a igreja cantou o cântico final com a criança-da, todos estavam pensando o mesmo.

Alonso GonçalvesPastor da IB Central em Pariquera-Açu, SP

É típica nos evangelhos sinóticos a distinção entre multidão e discí-pulos. Por um lado há

discípulos que seguem Jesus, e por outro há a multidão que vai atrás.

As semelhanças entre mul-tidão e discípulos são eviden-tes. Tanto a multidão quanto os discípulos estão ouvindo às palavras de Jesus em diver-sas ocasiões nos evangelhos. A multidão é amigável; ela fica maravilhada com os ensi-namentos de Jesus (Mt 7.28). As diferenças entre esses dois segmentos também são cla-ros. A multidão não tem ros-to; ela é anônima; a multidão é mutante, em um momento busca Jesus em outro mo-mento prefere Barrabás; na multidão não há uma cons-tância; a multidão quer estar junto de Jesus, mas não quer se comprometer com ele; a multidão vai atrás de Jesus não pelos seus ensinamentos, mas pelo milagre dos pães (Jo 6). Os discípulos seguem Je-sus. Mesmo não entendendo muita coisa da caminhada de Jesus e sua mensagem sobre o Reino de Deus, estão lá; mesmo dormindo no Monte das Oliveiras, mas estão lá.

Essa dialética – multidão e discípulos – me fez lembrar um livro do teólogo jesuíta uruguaio Juan Luis Segun-do – Massas e minorias: na dialética divina da libertação (São Paulo: Loyola, 1975). Nesse texto Segundo trata da dimensão minoritária e massificante do Cristianis-mo colocando de que, ori-ginalmente, Jesus visou uma minoria – os discípulos, por exemplo – e não estava atrás da massa e nem mesmo se deixa se encantar por ela.

Um livro que vale a pena ser lido por ser tão atual para os nossos dias.

Essa relação multidão-dis-cípulos e massa-minoria são patentes no segmento de-nominado de “evangélico”. Parece que há uma sensa-ção de que quando a massa está aderindo ao movimento (dados do IBGE apontou os “evangélicos” em 22,2% da população brasileira) é si-nônimo de crescimento do Reino de Deus. Os pastores, bispos e apóstolos midiáticos quando atraem multidões é sinal de que Deus está “sal-vando” pessoas. Seria bom que fosse! A mensagem de Jesus sobre gratuidade, amor, perdão, diálogo, ou seja, os valores inegociáveis do Rei-no de Deus, não são vincula-dos nas grandes reuniões de milagres e vitória financeira. É a formação de multidão que corre atrás do milagre, da cura, não, propriamente de Jesus. Quando Jesus quis ensinar a multidão ela se

dispersou, ouvir Jesus e seus ensinos não era relevante.

O segmento “evangélico” de massa está abarrotando os bolsos de pessoas que estão lucrando com a fé. Há verdadeiros impérios finan-ceiros construídos a partir da boa vontade de pessoas que, sem arrependimento, não encontraram Jesus, mas sim Mamom (Mt 6.24).

Essa síndrome da massa tem, infelizmente, prejudica-do a noção de comunidade. Geralmente a pergunta entre os pastores quando se conhe-cem é: “Quantos membros tem a sua igreja?”. Pelo que me consta o evangelho de Cristo tem a ver com doação ao próximo; com a nossa ma-neira de ler a realidade; com a transformação da vida a partir do Reino de Deus. Por-tanto, não aceito um “evan-gelho” que ignora a premissa máxima da mensagem de Cristo – “buscar em primeiro lugar o Reino de Deus” (Mt 6.33).

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5o jornal batista – domingo, 18/08/13reflexão

vida em famíliaGilson e Elizabete Bifano

Nossa convenção, neste ano, esco-lheu como tema norteador a valori-

zação da nova geração. “Va-lorizando a nova geração” é o tema. Um tema importante para uma denominação cen-tenária. Sobre o tema e tendo em vista a ênfase desta edi-ção do Jornal Batista desejo trazer algumas reflexões.

A primeira delas é que o tema está no gerúndio. A principal característica do ge-rúndio é que ele indica uma ação contínua, que está, este-ve ou estará em andamento, ou seja, um processo verbal não finalizado.

Creio que ao escolher o tema, a direção da nossa con-venção, desejou transmitir a ideia de que esta preocupa-ção deve ser contínua, não somente para 2013, mas para os anos seguintes. Uma insti-tuição que deseja se manter ao longo dos anos deve sem-pre ter esta preocupação em mente.

Valorizar a nova geração tem algumas implicações práticas que devemos sempre lembrar. Um tema não deve ser apenas um tema, mas deve ser colocado em prática para que o mesmo se torne uma realidade e uma bênção para hoje e o amanhã.

Valorizar a nova geração requer correr riscos, mas não tem outro jeito. Quando valo-rizamos a nova geração temos que ter em mente que a gera-ção vindoura não irá fazer as mesmas coisas que a geração anterior sempre fez. Muitas vezes temos medo de valo-rizar a nova geração porque achamos que as coisas que a nossa geração sempre fez são perpétuas, imutáveis, as certas e eficazes. “Sempre fizemos assim e deu certo” é a frase que marca este pensamento. Erros e acertos acontecerão mas farão parte do processo.

Valorizar a nova geração precisará de investimentos. Investir na nova geração re-quererá tempo e recursos fi-nanceiros em vários sentidos.

Preparar uma nova geração para assumir os desafios do futuro precisará da geração atual dedicação de tempo. Eu fico a imaginar o quanto

Moisés investiu em tempo, conversando com Josué e Calebe, preparando-os para assumir a nova jornada.

Devemos investir recursos financeiros para capacitar a nova geração. Quais os Josués e Calebes estão entre nós que mereceriam um in-vestimento para um preparo adequado para assumir car-gos chaves na liderança de nossa denominação? Com certeza eles estão entre nós.

O que precisa ser feito é pedir sabedoria a Deus para identificá-los, compartilhar os desafios, a visão, dar-lhes tarefas, avaliação contínua, andar com eles e colocar sobre eles, a capa da respon-sabilidade. Moisés fez isto com Josué, e Elias fez tudo isto com Eliseu. Como líder devemos buscar em Deus os Josués e Eliseus para da-rem continuidade à obra do Senhor.

Valorizar a nova geração requererá dar espaço para que esta geração que chega se sentir bem entre nós. Para isto precisamos adaptar, mui-tas vezes, nossa linguagem, a maneira de fazer as coisas, de se expressar. É difícil? Claro que é, mas não tem jeito se queremos ter a nova geração assumindo os desafios de hoje e amanhã. Por exemplo, gosto muito dos antigos hinos e ensinei minhas filhas ama-rem alguns deles, mas apren-di com elas muitos cânticos contemporâneos que hoje me abençoam muito. Uma geração pode aprender uma com as outras.

Por último, devemos sem-pre lembrar que as gerações passam, mas Deus não. Gos-to muito do pensamento de Charles Swindoll no seu livro devocional sobre Moisés (Editora Mundo Cristão). Ao comentar a morte de Moisés (Dt 34.7), escreveu: “Moisés morreu, mas Deus não!”.

Quantas vezes passa por nossa mente que a obra che-gará ao fim com a nossa morte! Ledo engano. Se lem-brarmos disso, sempre, será bem mais fácil valorizar e deixar que a nova geração assuma os desafios e faça com que o povo de Deus siga sua jornada.

Wanderson Miranda de AlmeidaMembro da IB Betel de Italva, RJ

A questão da prefe-rência está em pau-ta. Sei que poderia falar de outras coi-

sas, mas a preferência é um assunto interessante, então, prefiro falar sobre ela.

Você já deve ter ouvido aquela famosa frase que diz que “gosto não se discute”, mas, em alguns momentos, me questiono sobre a realida-de disso. Está certo que nós, seres humanos, somos dife-rentes, pensamos de forma diferente, agimos de forma diferente... eu sei, mas em dados momentos nossa pre-ferência vem mostrar nosso caráter (se é que ele existe), nossa visão e, além de outros aspectos, nossa intimidade com Deus.

Em Lucas 8.26-39 encon-tramos a história do ende-moninhado gadareno. Since-ramente, não me lembro de alguém ter usado esse texto para pregar sobre “preferên-cias”, mas é isso que quero ressaltar.

Jesus, um dia, entra na cida-de de Gadara e um homem, possesso de demônios vem ao encontro dele. O Mestre, que sempre demonstrou sua preocupação com o sofri-mento humano, ordena que

os demônios saiam daquele homem. Os demônios saíram daquele homem e foram para os porcos, com permissão de Jesus. A manada se precipita de um despenhadeiro em um lago e afoga-se. As pessoas que viram todo o ocorrido, vão para a cidade e contam tudo. Os que vieram ver, fi-cam possuídos de temor e pe-dem que Jesus se retire dali.

Tudo bem, o texto fala que eles pedem a Jesus para se retirar por causa do medo, afinal, que poder era aque-le? Como alguém poderia curar um endemoninhado dessa forma? Como alguém poderia restaurar a vida de um homem que não tinha casa e andava nu, parecendo um animal? Isso causa medo, com certeza!!!

Mas quero que você pense em outra coisa: Por que eles não fizeram outra escolha? Por que eles não pediram para Jesus continuar por ali com eles? Por que eles não quiseram conhecer mais so-bre esse homem que tem todo poder? Por que o texto não diz sobre a felicidade deles pela cura do endemo-ninhado? Talvez, porque eles preferiam os porcos. Sim, afinal, as pessoas não pensam do mesmo modo, não é? Houve um grande prejuízo material ali. Muitos porcos morreram e isso, cer-tamente, doeu no coração de

alguém. As pessoas não são tão importantes, não é? Pelo menos, aquele homem que foi restaurado por Jesus não pareceu ser importante nessa situação.

Querido, qual tem sido seu critério na hora de fazer esco-lhas? O que te motiva a esco-lher a opção A ou a opção B? Temos que fazer escolhas a todo instante e, cá entre nós, muitas vezes escolhemos mal, baseados em interesses egoístas, mesquinhos, pen-sando em nós mesmos e não nos preocupamos com o que pode acontecer com nossos amigos, nossa família, nossos vizinhos, nossa igreja... Mui-tas vezes, nossas escolhas são para satisfazer nosso ego, nosso “eu” e isso demonstra quanta podridão há dentro de nós.

Pensando de forma cristã, aquelas pessoas poderiam ter voltado seus olhos para aque-le homem e ter se alegrado com ele. “Alegrai-vos com os que se alegram...”. Mas o texto não diz que fizeram isso. Em nenhum momento eles demonstram alegria pela cura daquele homem. Eu não quero ser assim. Quero olhar com os olhos de Deus, quero ter os valores que Deus tem e, na hora de escolher, quero escolher direcionado pelo Espírito Santo. Prefiro assim.

Os gadarenos preferiam os porcos. E você?

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6 o jornal batista – domingo, 18/08/13 reflexão

DEPARTAMENTO DE AÇÃO SOCIAL - DASOferece assessoria e facilita treinamentos em:• Como iniciar um ministério social cristão;• Elaboração de projetos sociais;• Participação nos conselhos de direito;• Política de proteção infantil;• Captação de recursos;• Educação alimentar;• Meio ambiente;• Prevenção e terapia em dependência química;• Capelania prisional, dentre outros.

DEPARTAMENTO DE AÇÃO SOCIAL - DAS

Contato: (21) 2157-5562 [email protected]

www.batistas.com

Vilmar PaulichenPastor da PIB Indaiatuba, SP

O mundo está cheio de pessoas que promovem triste-za ruim nos ou-

tros. No comércio, são as pessoas que compram e não pagam; na empresa, tem os que trabalham só quando o patrão está vendo (Ef 6.6); na família, os cônjuges come-tem adultério e há filhos que desonram os pais; no gover-no, tem os que governam em benefício próprio.

E na igreja? Na igreja tam-bém existe tristeza ruim. A falta de perdão, a fofoca, o orgulho, a vaidade, a falta de arrependimento, todas essas coisas produzem tris-teza ruim.

A falta de perdão causa gran-des transtornos à obra do Espí-rito Santo. Sem perdão, a igreja fica estagnada, “cega, surda e muda” ao que o Espírito Santo está dizendo. A tristeza ruim está em quem sempre ouve a Bíblia, mas nunca obedece (Tg 1.22). A tristeza que essas pes-soas produzem é tão grande que atinge até o Espírito Santo (Ef 4.30).

A tristeza ruim existe no coração de quem vive sem esperança eterna (I Ts 4.13); são pessoas que ainda não se arrependeram completamen-te (I Jo 1.9), e quando vão orar, sentem pesar a culpa no coração (I Jo 3.20), que as deixam espiritualmente fracas para exortar o pecador (Mt 18.15), que esteja preci-sando de ajuda (I Cor 5.2).

A pessoa que produz a tris-teza ruim resiste a humilha-ção (I Pe 5.6) por se conside-rar melhor que os outros (Is 5.21). A tristeza ruim existe por causa de pecados não curados (Is 1.15; Tg 5.16).

Mas, na igreja, existe um tipo de tristeza que é bên-ção; é a tristeza segundo Deus; é a tristeza boa. Na igreja a tristeza boa se ma-nifesta na vida de quem ouve o Evangelho, sendo confrontado pelo Espírito Santo ao ouvir a Palavra de Deus (II Cor 4.2). A tristeza boa nasce no coração quan-do o pecador pede ajuda a Deus, sendo convencido pelo Espírito Santo que é pecador, e com a ajuda dos membros da igreja, chega ao arrependimento (Jo 16.8). O

arrependimento é a tristeza boa (Tg 4.9,10).

Essa é a tristeza segundo Deus, que produz arrepen-dimento e salvação (II Cor 7.10). A tristeza boa é pes-soal, intransferível e faz par-te da vida do convertido a Cristo (Mt 26.45); o efeito dessa tristeza é benção para o crente e glória para Deus (At 5.41).

A tristeza segundo Deus aperfeiçoa a igreja (II Cor 7.9) fortalecendo a unidade (Rm 12.15). A tristeza de saber que somos desobedientes é o caminho para alcançar a misericórdia (Rm 11.32).

Quem é entristecido segun-do Deus aceita a disciplina do Senhor (Hb 12.11) porque deseja ser santificado em Cristo (Hb 12.13), e a santi-

ficação capacita dar graças a Deus sempre (I Ts 5.18), sabendo que tudo coopera para o bem dos que amam a Deus (Rm 8.28).

Quem experimenta a tris-teza segundo Deus pode ajudar quem quer se libertar da alegria do mundo que causa a morte (II Cor 7.10). A tristeza segundo Deus é a melhor maneira de ajudar quem busca a vida, força e alegria que vem do Senhor (Ne 8.10).

Esse poder que vem de Deus é fundamental para quem quer viver em paz com Deus, unido com Jesus Cristo (Rm 5.1,9). Nos unimos com Cristo porque qualquer triste-za de hoje, não se compara com a alegria que virá depois (I Pe 4.12,13).

Tristeza boa e a tristeza ruim

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7o jornal batista – domingo, 18/08/13missões nacionais

Jaqueline de Carvalho Augusto da Hora SantosMissionária Coordenadora do Programa de Evangelização de Crianças da JMN

A p r i m e i r a T r a n s Crianças foi uma experiência mara-vilhosa. Estabelece-

mos como alvo atuar entre as crianças ribeirinhas que moram na Ilha de Marajó, no Pará. Fomos 23 voluntários oriundos dos estados Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Maranhão, Bahia e mais 22 voluntários do estado do Pará, membros da Igreja Tabernáculo Batista em Ma-rituba – igreja hospedeira da Trans e dirigida pelos missio-nários de Missões Nacionais, Pr. Luiz Gonzaga e Aurideia Ferreira. Foram 17 horas via-jando de barco de Belém até o Rio Canaticu, para chegar até uma comunidade ribei-rinha que fica cinco horas depois de Curralinho.

Comemos bastante peixe e açaí, que são iguarias típicas do local. Tomamos banho de rio porque não há chuveiro e nem banheiros nos moldes que conhecemos. Dormimos em rede e tivemos que nos adaptar aos diversos tipos de mosquitos e outros insetos típicos.

No entanto, lá encontra-mos dezenas de crianças que aprenderam sobre Jesus du-rante a Trans. Fizemos evan-gelismo pessoal apresentando as cores representativas do Plano da Salvação, evangeli-zamos por meio do folheto O caminho para o Céu, realiza-mos EBF, Kids Games, e cultos infantis durante todas as noi-tes do projeto. Ajudamos na

capacitação da obreira local que atua entre crianças, de-senvolvemos atividades com as mães, fizemos distribuição de roupas, brinquedos, mate-rial escolar, doces e material de higiene pessoal que foram doados pelas igrejas parceiras desta Trans. Também promo-vemos palestras sobre higiene bucal, escovando os dentes das crianças e passando flúor em todas elas.

Uma das maiores dificulda-des foi chegar até as crianças porque as distâncias são gran-des e era necessário um barco adequado (conhecido como voadeira) para fazer visitação. Como só tínhamos a rabeta (canoa com pequeno motor), então nos concentramos nos moradores mais próximos, que estavam a cerca de 1 hora de distância. Ainda assim, atendemos uma média de 70 crianças e 30 adultos por dia.

Os moradores foram recep-tivos em todo o momento. As crianças, muito carentes de afeto, ficavam conosco o dia todo e só iam embora à noite. Várias delas tomaram uma de-cisão ao lado de Jesus. Não sa-bemos quantas permanecerão firmes, mas temos a certeza que o Espírito Santo falou ao coração delas. Nosso desejo é ver uma nova geração de ribeirinhos surgindo, geração que não estará envolvida com os vícios e a prostituição, mas uma geração que louvará o Deus Eterno.

Um dos motivos que nos faz pensar assim é o teste-munho de um menino de 8 anos. Ele falava em matar com faca os colegas que dis-cordavam dele, dava muito trabalho, era extremamente agressivo e parecia não pres-tar atenção ao que estava sendo dito. Entretanto, ele

aprendeu sobre Jesus, en-tendeu que Deus o ama e decidiu-se por Cristo. Ao ser perguntado pelo missionário o que havia mudado em sua vida, o menino respondeu com confiança que agora tem Jesus no coração e que não quer mais matar ninguém.

Outro testemunho forte foi ver um pai, um homem ribeirinho, pedindo perdão publicamente à sua filha de 15 anos por não tê-la visto crescer porque passou boa parte da vida envolvido com o vício da bebida. Hoje, ele conhece Jesus e é diferente. Num dos cultos que a equipe da Trans dirigiu, ele falou a todos que agora trabalha para que as famílias e as crianças cresçam amando Jesus e para que tenham uma vida dife-rente da que ele teve um dia. São muitos relatos que mexe-ram com nosso coração.

Percebemos muitas difi-culdades que nós, crentes batistas, podemos ajudar a mudar. Crianças com vários tipos de enfermidades cau-sadas pelas condições locais, com seus dentes precisando de cuidados mais adequa-dos. Fazemos um apelo aos médicos, dentistas e outros profissionais para que sejam voluntários das próximas Trans. Vocês serão muito úteis servindo a Deus e ao próximo com sua profissão.

Oramos ao Pai para que envie trabalhadores, homens e mulheres dispostos a viver entre os ribeirinhos. Terão uma vida simples, completa-mente diferente do conforto que estamos acostumados na cidade, porém serão ins-trumentos de Deus para a proclamação do evangelho que transforma vidas.

Ainda temos muito a dizer, muito a compartilhar e con-vidamos você a ler os perió-dicos de Missões Nacionais com outros detalhes. Tam-bém deixamos no Facebook, tanto na página de Missões Nacionais como na página Crianças da JMN, um álbum com diversas fotos para que conheçam melhor o trabalho desenvolvido durante a Trans Crianças Ribeirinhas.

Por fim, queremos agrade-cer a todas as pessoas que colaboraram na realização da Trans, bem como aos volun-tários inscritos – que forma-ram uma equipe maravilhosa e unida num só propósito. Agradecemos especialmente a UNIGRANRIO e a Igreja Batista do Méier, que doou uma grande quantidade de biscoitos, escovas e pastas de dente que muito serviram às crianças ribeirinhas.

Equipe de voluntários

Evangelismo pessoal com duas meninas de uma comunidade Crianças recebendo a Jesus como Senhor e Salvador

Trans Crianças Ribeirinhas

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8 o jornal batista – domingo, 18/08/13 notícias do brasil batista

Departamento de Comunicação da JBB

Entre os dias 17 e 20 de julho, jovens e ado-lescentes de todas as partes do Brasil se

encontraram no estado do Pará e, literalmente viveram dias onde desfrutaram da preciosa presença de Deus por meio de momentos de edificação, ministração e louvor realizados durante o Despertar 2013, evento bienal promovido pela Ju-ventude Batista Brasileira (JBB). Desta vez, o Hangar (maior centro de conven-ções da América Latina) foi o ponto de encontro.

No congresso, nós ou-vimos, vimos, sentimos, aprendemos, compartilha-mos e crescemos. Este foi um Congresso que prepara-mos para proporcionar, re-flexão, onde consideramos o alcance, a possibilidade, a juventude, a influencia, o legado, a motivação, a capacitação, o futuro, o re-torno, o transculturalismo,

a transformação, a experi-ência, a benção e o poder de promover.

Deus sempre tem algo novo para ser derramado sobre seus filhos na terra, quando pensamos que não temos mais o que oferecer, o Pai vem com o seu renovo e nos surpreende com a sua criatividade e presença, que nos tira do nosso conforto e nos leva a viver experi-ências que mudam a nossa forma de ver a vida e de se relacionar com Ele.

No processo de prepara-ção do Despertar, tivemos o privilégio de desfrutar do cuidado de Deus nos conduzindo com a sua mão poderosa. Mais uma vez, Deus nos deu as medidas que precisávamos. Fizemos exatamente o que o Espírito Santo nos conduziu a fazer.

Leia aqui um panorama perfeito deste encontro da galera jovem batis ta do Brasil. Vamos contar, para você, apenas alguns deta-lhes dessa programação! Se você não foi, ficará ansioso

pelo Despertar 2015! E, se você foi um participante, poderá reviver aqueles mo-mentos bons, com o sabor da memória.

Nada mais justo do que iniciar esses dias celebran-do. Os dias de comunhão, alegria, reflexão, formação e festa começaram na noite do dia 17 de julho. Uma abertura impactante levou a juventude a silenciar, ou-vir, se concentrar e por fim, uma explosão de alegria e contentamento tomou conta do ambiente, proporcionan-do uma atmosfera de alegria e desejo de aproveitar tudo que a noite tinha para ofe-recer. Daí então, agitação total! A turma animadíssima do ministério de louvor que foi formado especificamente para o Congresso, contava com jovens do estado do Pará e a condução foi da Ministra de Música, Tallita Barros, da PIB de Curitiba, levou a juventude para mais perto de Deus, cantando, sorrindo e se abraçando. A galera pôde expressar toda

a sua gratidão e alegria a Deus por participar deste encontro.

O presidente da Conven-ção Batista Paraense e pastor da PIB do Pará, igreja parcei-ra na realização desse Con-gresso, Vitor Hugo, assumiu o microfone dando boas--vindas aos participantes do Despertar: “Que alegria ter vocês aqui! A minha oração é que, ao participarem des-te Congresso, vocês sejam impactados pela presença de Deus, e pelo poder do Espírito Santo”. Expressou a alegria do povo paraense em receber jovens de várias partes da nossa nação.

E a JBB pôde contar com o apoio do Diretor Executivo da Convenção Batista Bra-sileira, pastor Sócrates Oli-veira de Souza, e afirmou: “Nós acreditamos que vocês não são o futuro das igrejas, dos batistas, mas são o pre-sente. A JBB tem um lugar muito especial no coração e nos sonhos da CBB, e não queremos que estes sonhos fiquem apenas em sonhos,

mas se tornem realidade, como denominação quere-mos valorizar e investir mais na nova geração. Quando olho para vocês fico pensan-do: Para quem vamos passar o bastão? Então fico feliz em ver uma juventude como a nossa. Louvado seja Deus pela vida de vocês”.

Depois de mais um mo-mento de adoração e lou-vor, o pastor Tércio Ribeiro, pastor da PIB de Maceió, preletor oficial do Congres-so, assumiu a palavra e de-safiou nossa juventude a vi-ver uma vida inteira diante da face de Deus.

E assim iniciou o DESPER-TAR 2013, tivemos a pre-sença de vários outros pre-letores como o pr. Henrique Araújo e Washington Viana falando nas celebrações da manhã. Dr. Russel Shedd inspirando nossa juventude através do estudo do livro de Tiago, no período Devo-cional que acontecia todas as manhãs. Pr. Alexandre Robles, falando sobre Jesus no momento que chamamos

Despertar 2013:Coram Deo – Diante da Face de Deus

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9o jornal batista – domingo, 18/08/13notícias do brasil batista

de A Influência. Cada men-sagem sentíamos a visitação de Deus, desafiando e me-xendo com a nossa juventu-de. Várias outras atividades foram desenvolvidas, tais como: Sessão de Diálogo, Multiplex, Alta Frequência, Fórum – Discutimos a redu-ção da maior idade penal e Direitos Humanos, oportu-nidade ímpar de incentivar a nossa turma a se envolver com políticas públicas e políticas públicas de juven-tude, Atividade Missionária com os Ribeirinhos e Can-jão – A galera pode soltar a voz e todo seu talento nesse espaço.

Destacamos a eleição da nova diretoria da JBB. A liderança foi apresentada durante a última noite, na celebração de encerramen-to, mas antes, algo muito especial aconteceu.

Tido como um dos mo-mentos de maior emoção do Despertar, a Diretora Executiva da JBB, Gilciane Abreu, agradeceu ao pastor Diego Bravim pelos 2 anos

que ficou à frente da orga-nização: “Queremos agra-decer ao pastor Diego pelo período que ficou à frente da JBB. Que o Senhor conti-nue abençoando a sua vida. Alargando suas fronteiras. Deus tem altas expectativas ao seu respeito”.

Pr. Diego entregou uma bandeira do Brasil à nova diretoria como símbolo da entrega do cuidado dos ado-lescentes e dos jovens batis-tas do Brasil.

Confira quem está na lide-rança da Juventude Batista Brasileira no período de 2013 a 2015:

• Presidente: Jairo Lima (PA)• 1º vice-presidente: Alex (MS)• 2º vice-presidente: Pastor Felipe Oliveira (RJ)• 1º secretário: Luiz Carlos (RJ)• 2º secretário: Pastor Jairon Paiva (RN)

Se pudesse resumir em palavras o que Deus fez no Despertar, realmente não

encontraria nenhuma ex-pressão: foi muito intenso, tivemos muitas batalhas, desafios, mas podemos de-clarar sorrindo que em todas essas coisas SOMOS MAIS QUE VENCEDORES.

Cada atividade progra-mada foi uma surpresa, foi além do que pedimos, e pensamos, e em todas tivemos porção dobrada de bênçãos, pois muitas sementes foram lançadas, muitos frutos serão colhidos pelo Brasil, alguns testemu-nhos que pudemos ouvir, mas centenas de vidas, com certeza, foram alcançadas para a glória do nosso Se-nhor Jesus.

Nossa gratidão a PIB do Pará por ter acreditado que seria possível a realização desse Congresso e nos ofere-ceu o melhor, e o melhor que nos ofereceram, foi além do que pedimos ou pensamos. Mobilizaram 500 voluntá-rios de todo estado, jovens e adultos que trabalharam incansavelmente, sendo ex-celente em tudo que fizeram.

A JBB aproveita o tempo das férias escolares para realizar 2 super eventos! O projeto missionário Pés no Arado que em 2013 aconteceu no estado do Tocantins, em 2014 vai acontecer em Santa Catarina. Não perca a oportunidade de pregar e demonstrar o amor de Deus aos Catarinenses! A juventude é a fase da vida onde mais fazemos escolhas, e é em projetos como o “Pés no Arado” que muitas pessoas se sentem chamadas e escolhem viver integralmente no Reino de Deus como missionários. Uma experiência missionária e transfor-madora na vida de qualquer um que participa, por isso, não deixe de participar e desde já orar pelo projeto. O #PésNoArado2014 acontece dos dias 3 a 13 de janeiro.

E nos dias 15 a 18, vai rolar o #TeenBrasilSudeste em São Paulo! Você que é adolescente, e tem entre 12 e 18 anos, cola com a gente nesse Congresso. O tema desse ano é “E quando juntos, dá sempre certo!”. Serão ótimos dias para louvar, orar, fazer novas amizades, reforçar as antigas e principalmente estreitar o relacionamento com Deus. Contamos com a animação do sudeste para fazer desse Teen Brasil o melhor de todos os tempos! Faça parte disso!

Despertar 2013:Coram Deo – Diante da Face de Deus

Não perca!

Muita coisa aconteceu e ainda está acontecendo! São os ecos do Despertar. Mas não para por a í ! A galera do Mato Grosso do

Sul já está se preparando para receber a Juventude Batista Brasileira no Des-per ta r 2015 em Campo Grande!

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10 o jornal batista – domingo, 18/08/13 notícias do brasil batista

Mauricio Santana DiasMembro da IB em Campo Limpo, Feira de Santana, Bahia

Na manhã do dia 16 de junho de 2013, às 9h30, na oca-sião do 43º ani-

versário da Igreja Batista de Campo Limpo, em Feira de Santana – Ba, foi realizado o lançamento do livro “Ba-tistas em Feira de Santana: A trajetória da Igreja Batista de Campo Limpo” (1970 – 2013), de autoria do irmão Mauricio de Santana Dias com a colaboração de alguns membros da referida Igreja.

Após quase dois anos de pesquisa bibliográfica sobre a história, princípios e carac-terísticas dos batistas, da lei-

Rogério AlencarMinistério de Homens da Igreja, Coordenado do EventoIB Rancho Novo, Nova Iguaçu, RJ

No dia 23 de junho foi realizada a 3ª Ação Social IBRN. Evento que neste

ano foi realizado em parceria com a Prefeitura de Nova Iguaçu, SESC, Fundação Leão III e Empresários da Cidade e ainda contou com os apoios da Guarda Municipal e do 20º Batalhão de Polícia Mili-tar, possibilitando que o even-to atendesse mais de 2.500 pessoas nas áreas assistenciais oferecidas e listadas abaixo:• Bolsa Família• Minha Casa Minha Vida• Certidão de Nascimento• Identidade• Escovação e Aplicação

de Flúor• Carteira de Trabalho• Oficina com Material

Reciclado (Recreação Infantil)

• Biblioteca• Aferição de Pressão Arte-

rial, glicose e colesterol• Cadastro de Pessoas

com Necessidades Es-peciais

• Orientação Nutricional• Distribuição de Cestas

Básica• Corte de Cabelo

tura de todas as atas da Igreja Batista de Campo Limpo até o primeiro semestre de 2013 e de algumas entrevistas à alguns atuais e ex-membros conseguimos publicar este livro que, segundo afirmação do autor, irmão Mauricio Dias: “(...) se justifica pelo fato de que o registro oral é mais perecível no decorrer do tempo. Sendo assim, faz--se necessário o registro escri-to das informações coletadas a partir de fontes primárias (leituras de Atas) e orais (en-trevistas de irmãos).” (DIAS, 2013, p. 9)

O livro versa sobre a traje-tória histórica da Igreja, des-de quando foi fundada como Congregação (1965) até os dias atuais elencando todos os pastores, diáconos, mem-

Foi um dia muito especial para as crianças, que brinca-ram com pula-pula, escor-rego e tivemos distribuição de algodão-doce e pipoca. Enquanto se divertiam, seus pais buscavam atendimen-to social, atualizando seus documentos, dentre outras coisas.

A Ação IBRN também con-tou com a ajuda da Subse-cretaria da Pessoa Portadora de Deficiência Física, que colocou à disposição os fun-cionários daquele Órgão, para distribuição de cadeiras de rodas, muletas e demais aparelhos destinados ao de-ficiente.

bros fundadores, congrega-ções que foram organizadas em igrejas, congregações atuais, organizações missio-nárias (SMHB, MCA, GAM, JCA, ER, MR, AM), álbum dos atuais membros, entre outros. Traz também o estudo sobre a etimologia do termo batista, origem dos batistas no mun-do, chegada dos batistas na América, no Brasil, na Bahia e em Feira de Santana.

Após uma breve apresen-tação do livro pelo irmão Mauricio houve o momento de algumas homenagens. Representando os membros fundadores da IBCL a irmã Clesina Santos recebeu um exemplar do livro. Igualmen-te, representando o Corpo Diaconal da Igreja, o Diá-cono Natanael Guedes de

Assis (In Memorian) também recebeu um exemplar. E, já no encerramento da apre-sentação do livro o pastor

atual da IBCL, Pr. Gabriel Bessa de Oliveira entrega um exemplar do livro às mãos do casal pastoral Shults.

Igreja Batista em Campo Limpo lança livro sobre a sua história

Homenagem aos membros fundadores, pastores e diáconos (da direita para esquerda Ir. Clesina, Casal Pastoral Shults e Diácono Natanael Guedes

Igreja Batista Rancho Novo realiza ação social em parceria com a

Prefeitura de Nova Iguaçu

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11o jornal batista – domingo, 18/08/13missões mundiais

Marcia PinheiroRedação de Missões Mundiais

“Por cuja causa padeço também isto, mas não me envergonho; porque eu sei em quem tenho crido, e es-tou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele dia” (II Tm 1.12).

A partir deste versí-culo, o diretor exe-cutivo de Missões Mundiais, Pr. João

Marcos Barreto Soares, deu seu recado aos três jovens da quarta turma do projeto Radical Luso-Africano. Na primeira fileira da capela do Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, durante o culto de gratidão e comissio-namento, realizado no dia 6 de agosto, eles ouviram aten-tos a mensagem que tocou

Willy RangelRedação de Missões Mundiais

Desde 1993 na Es-panha, o casal missionário Gel-son e Cláudia No-

gueira começou este ano uma nova fase de seu mi-nistério. Eles assumiram a Comunidade Cristã Parque Vitória, nas proximidades de Málaga, sul da Espanha, onde desde abril trabalham com a firme determinação de torná-la uma igreja que serve a comunidade sem perder a identidade cristã e missionária.

“Sempre pedimos a Deus um ministério desafiador para alcançar esta nação, e parece que o Senhor ouviu

seus corações e os incentivou a seguir em frente.

O pastor lembrou aos Radi-cais Luciano Rodrigues, Fabia-ne Farias e Ilana Bispo sobre as dificuldades que encontrarão em Guiné-Bissau, campo para onde seguiram no dia 8 de agosto. Ele citou o risco da malária, as dificuldades de rela-cionamento, a falta de conforto, mas que em todos os momen-tos o autor da nossa salvação, a razão de eles estarem no campo, estará com eles.

“A sua confiança tem que estar em Jesus. O que man-terá você firme no campo será o conhecimento que você tem de Cristo. Esse co-nhecimento é adquirido dia-riamente. Jesus é o maior interessado no sucesso de vocês, porque Ele acredita no seu ministério. É Ele quem protege vocês. Por isso, po-

nossa voz e nos concedeu o pedido”, diz o Pr. Gelson.

Os missionários explicam que o edifício onde os 80 membros da Comunidade Cristã Parque Vitória se reú-nem foi construído há apro-ximadamente 16 anos e que não é um templo típico.

“É um ginásio multiuso, com quadra de futebol, gi-

dem arriscar, ousar e sonhar”, disse o Pr. João Marcos.

A cerimônia contou ainda com a participação de pastores e colaboradores de Missões Mundiais, além de amigos e parentes dos Radicais e de um grupo de pessoas da comuni-dade atendida pelos jovens du-rante o período de treinamen-to. O culto foi dirigido pelo Pr. Fabiano Pereira, coordenador do Programa Radical.

Um dos pontos mais emo-cionantes foi a homenagem que as turmas do Radical Ásia e Radical Haiti fizeram aos colegas do Luso através do louvor. Eles cantaram e dan-çaram em crioulo haitiano e em chinês. A nona turma do Radical África, que já está no campo e também passou um período do treinamento com eles, não poderia ficar de fora. Eles enviaram uma mensagem de incentivo através de um vídeo. A emoção foi geral.

Ao final da cerimônia, as integrantes da coordenação do Radical Daniele Valério, Adriana Brito e Tatiana Ma-cedo fizeram a entrega dos diplomas e das alianças de compromisso com o Pro-grama Radical. A oração de comissionamento foi feita pelo Pr. Hans Udo Fuchs, co-ordenador dos missionários da JMM na África.

Em meio às lágrimas de emoção e abraços de felicita-ções, os jovens Radicais con-seguiram manifestar a alegria que é cumprir o chamado de Deus, usando seus dons, talentos e vocação:

“O culto foi uma bênção. É um momento único na

násio, escolas de inglês e de música, e foi construído para servir a vizinhança”, conta a missionária Cláudia Noguei-ra. “Nosso templo é a quadra de futebol, que no domingo se transforma em lugar de culto ao Senhor”, acrescenta.

Segundo o casal missioná-rio, a vizinhança da igreja é atendida de várias formas, seja com distribuição de alimentos a famílias carentes, reforço escolar e através da escola de inglês, com 150 alunos.

“A cada dia, mais de 200 pessoas entram e utilizam as instalações do nosso centro multiuso. Nosso objetivo é levar a Palavra de Deus a cada uma dessas pessoas”, diz o Pr. Gelson.

Para cumprir este propó-sito, os missionários orga-

vida de um Radical. Mas a expectativa maior é pela chegada ao campo, onde estão as vidas que desejamos alcançar com a mensagem do Evangelho de Cristo. Eu sou enfermeira; estou levando al-guns equipamentos e preten-do anunciar Cristo, também, através da minha profissão. Trabalharei com pré-natal, cuidando de gestantes.” – Fabiane Farias, formada em Enfermagem.

“Pretendo estar à disposi-ção do que o Senhor mos-trar. Inicialmente, pegando tudo o que eu tenho e sei e disponibilizando para a obra de Deus, seja na área de edu-cação ou em qualquer outra. E quando eu retornar, quero poder contar sobre muitas bênçãos, conversões, tudo para a honra e glória do Se-nhor.” – Luciano Rodrigues, formado em História.

“A minha maior emoção, desde o treinamento, foi per-ceber que o Senhor estava cuidando das minhas coisas enquanto eu cuidava das Dele.

nizarão em outubro confe-rências para mulheres com o objetivo de criar vínculos entre elas, bem como com os homens que visitam o centro multiuso, para que possam ser ajudados em al-guma área de necessidade em suas vidas.

Outra meta dos missioná-rios é a criação de pequenos grupos, que consideram ser “a forma de a igreja che-gar à cidade onde ela está”. Atualmente, dez líderes de pequenos grupos estão sendo preparados.

“Nosso objetivo é chegar a 25 pequenos grupos em dois anos”, destaca o Pr. Gelson.

Em julho, foi realizado o Verão de Missões, evento que reuniu 80 jovens de vá-rias nacionalidades compro-

Satisfazer e obedecer ao Se-nhor é o mais importante para mim. Quero transformar vidas em Guiné-Bissau através dos meus pequenos e grandes gestos. Meu trabalho será foca-do em educação e princípios bíblicos com crianças.” – Ilana Bispo, Bacharel em Teologia.

Eles descreveram Guiné--Bissau, na costa ocidental da África, como um país ani-mista, com cerca de 45% da sua população formada por muçulmanos e onde as mu-lheres não são valorizadas.

“Em Guiné-Bissau, as mu-lheres são consideradas pes-soas sem inteligência. Eu quero mostrar que tanto mu-lheres, como homens e crian-ças são criaturas do Senhor. Todos precisam se sentir es-peciais”, concluiu Ilana.

Ore e contribua financeira-mente para o trabalho destes jovens em Guiné-Bissau. Peça a Deus que lhes dê força e sabedoria para cumprirem a missão para a qual foram cha-mados. E se você deseja ser um missionário Radical, escreva para [email protected].

metidos com a evangeliza-ção. Através de teatro, músi-ca, atividades circenses nas praças e ruas, os missionários já contam 20 decisões por Cristo e mais de 100 pessoas interessadas em receber uma vista ou estudo bíblico.

“Entendemos que somente podemos entrar em campo como igreja quando ela sai das suas paredes e se envol-ve com seus vizinhos, suas necessidades e problemas. Os cultos são focados para os não crentes, com uma men-sagem clara do Evangelho e com uma linguagem fácil de compreender para quem não é da igreja”, explica o Pr. Gelson. “É impossível que uma igreja cresça na Espanha sem sair às ruas para evange-lizar”, conclui.

Novos desafios na Espanha

Gelson e Claudia Nogueira

Fabiane Farias, Ilana Bispo e Luciano Rodrigues recebem seus certificados do projeto Radical Luso-Africano;

Pr. João Marcos ora pelos Radicais

Radical Luso-Africano entra em campo com Cristo

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12 o jornal batista – domingo, 18/08/13 notícias do brasil batista

Samuel Rodrigues de SouzaGerontólogo pela Sociedade Brasileira de Geriatria e GerontologiaMinistro da 3ª e 4ª Idades da Igreja Batista Carioca, Méier, RJ

“Então a nossa boca se en-cheu de riso e a nossa língua de cântico; então se dizia en-tre as nações: Grandes coisas fez o Senhor a estes. Grandes coisas fez o Senhor por nós, e por isso estamos alegres” (Salmo 126.2,3).

Deus tem abençoa-do poderosamen-te o ministério da terceira e quarta

idades da Igreja Batista Ca-rioca.

A Bíblia nos fala que “na velhice serão viçosos, flores-centes e darão muitos frutos” (Salmo 92.14). Idosos aviva-dos poderão abalar o mundo, pois “estes que têm alvoro-çado o mundo, chegaram também aqui” (Atos 17.6). Idosos podem deixar suas marcas, modificar, interferir, não se conformar, mas agir.

Os idosos cariocas são abençoados e abençoam aos que os rodeiam na família, igreja, comunidade, e onde Deus os envia para testemu-nharem e brilharem com os talentos e a longevidade que receberam do Pai Celestial.

Desenvolvemos pratica-mente dois trabalhos, um com os idosos que ainda estão extremamente bem, na saúde, na família, no tra-balho, na igreja; outro, com aqueles mais fragilizados, com dificuldades de loco-moção, alguns até mesmo acamados por longo tempo,

sem poderem mais levantar--se ou só levantando para alimentar-se e tomar banho.

Iniciamos o grupo com cer-ca de 30 idosos e, para glória do nosso Deus, crescemos, entre batizados e visitantes temos encontros e presença de mais de 500 participantes.

O Ministério dos Idosos Cariocas reúne-se dominical-mente, antes do culto da ma-nhã, em um salão do prédio de discipulado e compromis-sos da Igreja, na Rua Getúlio, 18, Méier, para estudar e debater trechos da Palavra de Deus. Não temos um profes-sor titular. Isto quer dizer que os professores da terceira ida-de, com experiência e consa-gração de vida no altar do Se-nhor, passam a ler os textos, pesquisam, exercitando a sua “força grisalha”, vivenciando a máxima que “aprender pes-quisando, falando, fazendo” é afinal um desafio e uma forma de colaborar com seus talentos e crescer. No grupo é feita uma escala, dando-se oportunidade aos que assim desejarem de apresentar o es-tudo. Ninguém é impedido de fazer indagações, colocar ideias, dar opiniões, compar-tilhar problemas relativos aos assuntos discutidos.

O trabalho da comunhão e visitação aos lares é de-senvolvido por um pequeno grupo ambulante com al-guns idosos que se dedicam a apoiar pessoas que não têm mais condições de sair de suas casas ou apartamentos.

Trabalhamos também visi-tando, proporcionando aco-lhimento, proteção, amparo cristão aos que se encontram em situação de saúde ter-minal ou convalescentes de

cirurgias e períodos de inter-nação em hospitais.

Visitamos alguns netos re-cém-nascidos levando-lhes presentes, apoiamos também com a presença, cerimônias de casamentos de netos de nossos idosos para os quais somos convidados, e ainda festas de aniversários, de 60, 70, 80 e 90 anos.

Quando um esposo de nos-sas irmãs tornou-se prisio-neiro, estivemos visitando e orando com ele na cadeia, obedecendo a ordem de Je-sus de trabalhar também com prisioneiros.

Temos a cada ano os even-tos ponte, que visam atrair idosos sem igreja, imigrantes idosos, amigos, ao nosso convívio cristão. O Chá da Alegria é um evento vitorioso e cresce em número de par-ticipantes a cada ano, sendo que no último, chegamos a quase seiscentos idosos presentes. Fomos honrados com a participação de uma das mais importantes líde-res femininas, a irmã Helga Kepler Fanini, Diretora do Programa Reencontro, da TV Brasil, que nos trouxe a bela mensagem, A Excelência do Serviço Cristão, baseada em Josué 24.15.

Tivemos também a Ceia de Natal, quando fomos buscar diversas caravanas de idosos nas instituições de longa per-manência para se alegrarem conosco, e assistirem a bri-lhante palestra apresentada pela geriatra Sílvia Pereira, Presidente Nacional da So-ciedade Brasileira de Geria-tria e Gerontologia.

O Jantar da Primavera é também muito prestigiado, quando recebemos caravanas

de irmãos de muitas igrejas, além de dezenas e dezenas de visitantes da comunidade do Méier, quando temos a apresentação de grupos fol-clóricos portugueses e outras belas atrações.

Um dos eventos com maior repercussão foi o Café com Especialistas, quando tive-mos a participação de cinco especialistas, dois médicos, uma psicóloga, um terapeuta ocupacional e uma farmacêu-tica, trazendo orientações e respondendo às indagações dos idosos relativas a sua saúde e bem estar subjetivo.

Um trabalho missionário é desenvolvido em institui-ções de longa permanência, quando um ônibus repleto de idosos saudáveis percorre di-versos asilos do grande Méier, durante uma tarde de sábado. É a Caravana da Alegria e ali cantamos, desenvolvemos dinâmicas, fazemos palestras e pregações, etc. Um trabalho especial é feito com os que já não podem sair de suas camas, que recebem um acompanha-mento especial. Até o mo-mento conseguimos trabalhar com cerca de 200 idosos, no Amparo Thereza Cristina, Lar de Francisco, Solar da Tercei-ra Idade, Asilo da Legião do Bem da Velhice Desamparada, Abrigo Presbiteriano, Casa de Repouso Vale do Canaã, Clíni-ca Santa Gertrudes.

Temos o Coro Alegria Cario-ca, regido por Marcos Brito, e nos apresentamos em asilos, igrejas e festas. Chegamos até mesmo a ser abençoados, pois Deus nos deu a oportunidade de nos apresentar na Catedral Católica do Rio de Janeiro, no VII Encontro de Convi-vência da 3ª idade da Caritas

Arquidiocesana do RJ, além da palestra que fomos cha-mados para apresentar-lhes. Louvamos ao nosso Deus e testemunhamos com os hinos “Asas da Alva” e “Maravilhosa Graça”. Este coro de idosos apresentou-se também em outras igrejas: Itacuruçá, Re-creio, Engenho Novo, Olaria, Flamengo, Caxias, Filadélfia, Ilha do Governador, Igreja Católica de Piedade, etc.

Para levar as boas novas à comunidade do Méier, foram promovidas duas marchas, uma delas a Marcha Natalina, com a linda participação da Banda do Corpo de Bom-beiros do Rio de Janeiro, e a apresentação do nosso coro de idosos, com o Musical Natal Missionário.

Tivemos encontros mensais denominados Longevidade Carioca, quando recebíamos advogados, geriatras, psicó-logos, profissionais especiali-zados, trazendo importantes ajudas para a saúde e o bem estar da terceira e quarta idade, sendo abertos a outros gru-pos evangélicos e sem igreja, constituindo-se um serviço gerontológico comunitário.

Promovemos a vacinação contra a gripe em nossas dependências, com a cola-boração de uma enfermeira. Desenvolvemos um projeto de adoção espiritual aos ado-lescentes da igreja, concluído com um inesquecível passeio e churrasco, num sítio.

Em todos esses anos de tra-balho temos recebido o apoio do nosso pastor titular, Wa-shington Rodrigues. São oito anos de conquistas e bênçãos em nome do Senhor Jesus Cristo, “até aqui nos ajudou o Senhor” (I Samuel 7.12).

Idosos cariocas contam bênçãos

Ceia de Natal no Clube Mackenzie, Méier

Edna Moraes, ex líder nacional das MR, apresenta a oradora, Helga Fanini (na direita)

Vacinação contra a gripe

Pr. Washington Rodrigues e esposa, psicóloga Marisete

Participação da Banda do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro

Coro Alegria Carioca

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13o jornal batista – domingo, 18/08/13notícias do brasil batista

Jandira LimaMembro da IB do Leme, Rio, e da Sociedade Internacional Bonhoeffer

Com o aud i tó r io da Primeira Igreja Batista de Botafo-go (Zona Sul do

Rio de Janeiro) totalmente tomado por uma audiência formada na maioria por pas-tores, educadores religiosos e estudantes de teologia, a seção brasileira da Socieda-de Internacional Bonhoeffer promoveu na tarde de 29 de junho um fórum de dis-cussão sob o tema “Dietrich Bonhoeffer e a voz profética da igreja”. Antes dos deba-tes realizados a partir das intervenções dos integrantes da mesa, foi exibido o filme “Bonhoeffer – o agente da graça”, que acompanha a trajetória do teólogo alemão na reta final da luta que ele e outros resistentes travaram contra o regime nazista e que culminou em sua exe-cução como conspirador em 9 de abril de 1945, aos 39 anos de idade.

A iniciativa do encon-tro foi do Departamento de Educação Religiosa da PIB de Botafogo, lidera-

do pelo pastor Thiago Ti-tillo. A mesa de debates foi composta pelo pastor Luis Eduardo Pires Cumaru, pre-sidente da seção brasileira da SIB; pastor Henrique Ribeiro de Araújo, doutor em teologia e professor do Seminário Betel; Daniel Barbosa de Souza, vice--diretor da área de educa-ção da PIB de Botafogo e vice-presidente da SIB; e pelo pastor Macéias Nu-nes, Editor da Convicção Editora e membro do Con-

selho Editorial de OJB. A participação do plenário foi intensa, com perguntas dirigidas à mesa e através de temas levantados a partir dele próprio.

A contribuição de Dietrich Bonhoeffer à teologia cristã ainda não está dimensio-nada em sua plena exten-são. O contexto em que a II Guerra Mundial pode ser gestada e desenvolvida a partir da ascensão do na-zismo na Alemanha ainda continua sendo objeto de

estudos mais aprofunda-dos, com novas abordagens surgindo com base em do-cumentos até então indis-poníveis. Bonhoeffer foi um dos primeiros a perceber na implantação do hitlerismo em seu país, a geração do ovo da serpente, que na sequência mergulharia a Europa e o mundo em uma quase interminável noite de terror e sangue.

Ele não apenas percebeu o mal nascente e, por fim, dominante – inclusive pela

posição omissa ou conivente de muitos vultos eclesiás-ticos -, mas, a partir de sua consciência pessoal sobre o imperativo do discipulado e do testemunho cristãos, preparou-se para lutar contra ele ao risco de sua própria vida. Seu sacrifício ilustra com perfeição a incondicio-nalidade da fé presente em seus escritos. Quando falou em graça barata, ele não es-tava cobrando dos outros o que não se dispunha a dar de si mesmo.

Estes e outros temas aqui esboçados foram tratados no fórum. Ao final, o pastor titular da PIB de Botafogo, Márcio Mattos, que deu seu irrestrito apoio à realização do evento, orou abençoan-do os participantes. Outros encontros estão sendo pre-parados.

*Sociedade Internacional BonhoefferSeção Língua Portuguesa/BrasilRua Vereador Duque Estrada 22/302Cep 24240-210 Niterói – RJTel (21) 26119756Presidente - Luís Cumaruwww.sociedadebonhoeffer.org.br

Sociedade Bonhoeffer* se reúne no Rio

Bancada discute sobre a Sociedade Bonhoeffer

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14 o jornal batista – domingo, 18/08/13 ponto de vista

Segundo Morris West, ao se iniciar o proces-so de canonização de um santo, há um per-

sonagem chamado O advo-gado do diabo (título de um de seus livros) incumbido de levantar todos os defei-tos e aspectos negativos do candidato à santidade, para evitar que se santifique al-guém indevidamente. Numa cultura de “babação de ovo”, em que todo mundo quer ser simpático e ninguém quer ser politicamente incorreto, eu assumo esse papel, no tocante à vinda do Papa Francisco. Sem receio: jogo de cena e que não terá desdobramentos práticos. A Igreja Católica não se reerguerá no Brasil pelo fato de ele ter vindo. Não se reerguerá em lugar algum do mundo por causa dele.

Quererão comer meu fíga-do. Até os evangélicos mais preocupados com “o olhar do outro” (seja lá o que isso seja) que com o olhar das Escrituras. Faz-nos falta um Reis Pereira, que com olhar seguro, visão bíblica, discer-nia esses eventos e os expu-nha em editoriais brilhantes de O jornal batista! Ele tinha sólida bagagem histórica, vi-são teológica e base bíblica. Interpretava os fatos e evitava o “oba oba” tão comum entre nós. Não tenho um décimo de sua capacidade cultural, de seu brilho literário e de sua sobriedade, mas, como ele, não tenho medo. Foi jogo de cena. Que não soerguerá a Igreja. Como não a soergueu o Papa João Paulo I (“O papa que ri” e que morreu pouco mais de um mês após sua elei-ção). Nem o Papa que foi alvo de tiros, perdoou o agressor e beijava o solo aonde chegava. Um poço de simpatia, sucedi-do depois por um Papa teólo-go, pensador sisudo, que em novo lance, mudou o viés, da simpatia para a lógica teológi-ca. Renunciou porque a Igreja não mudou, nem com riso, nem com simpatia nem com teologia. Messias humanos não salvam. Plus ça change, plus c’est la même chose...

“O papa que veio do fim do mundo”, “o papa simples”, o “papa sul americano” (esse

culto ao sul americanismo ou latino americanismo não me ilude), “o papa de olhar magnético”, e mais uma sé-rie de adjetivos. Slogans publicitários. O homem está no posto há menos de um ano. Não realizou nada, não marcou época, não efetuou mudança alguma (a não ser cosmética) e é dado como o homem da grande virada da Igreja. Uma multidão foi vê-lo, o aclamou, e a mídia loou seu charme. Multidão é inconstante. Entre “Ho-sana ao Filho de Davi” e “Crucifica-o!”, não se passou uma semana! Mídia? Leiam (leiam mesmo!) os editoriais do Correio da Manhã, O Di-ário de Notícias, O Jornal do Brasil, O Globo, a revista O Cruzeiro da Época. Quantos elogios à revolução de 64! Leiam os exemplares de dois anos depois e verão as críticas à ditadura de 64.

Fui católico. Minha mãe, Nelya Werdan, cedo enfer-mou gravemente. Dos meus 7 aos meus 14 anos, ia dor-mir esperando que ela mor-resse à noite. Lembro-me de um momento em que ela parecia ter morrido. Eu tinha 7 anos e enquanto todos gri-tavam pela casa, eu chorava nos fundos sozinho. Um ga-roto magrelo, chorando nos fundos da casa, na Rua Barata de Almeida, 81, Engenho da Rainha. Ela voltou a si. Sua morte sucedeu aos meus 14 anos. Em sua busca de cura, foi levada para o espiritismo por D. Irene, que tinha um Centro, na Estrada Velha da Pavuna. Mais tarde foi para um Centro em Padre Miguel, na rua Cerejeira, 24. Neste Centro, dia 23 de fevereiro de 1963 fez-se uma reunião por um ano de sua morte. Eu fora batizado treze dias antes. Era menino. Entrei no Centro, levado por meu pai e minha avó, Maria Werdan. A “entidade” não incorporava no “aparelho”. Um incrédulo quebrava a corrente: o meni-no batizado. Pediram-me que saísse. A “entidade” incorpo-rou. Voltei. A “entidade” foi embora. Expulsaram-me. Fui jogar bola na frente do Cen-tro, e até rasguei a calça. Mas

D. Nelya, mesmo iludida pelo espiritismo, me ensinou as orações católicas. Eu era o único dos Gomes Coelho--Werdan, da família, que ia à missa. Ainda sei de cor o Pai nosso, a Ave Maria, a Confis-são de pecados, a Oração ao anjo da guarda, Oração pela manhã e a Oração da noite. Após sua morte, ia semanal-mente à sua sepultura, no Cemitério de Irajá, sepultura 8968, e rezava por sua alma. Rezava por sua alma todas as manhãs e todas as noites. Eu pensei em ser padre. Guardo livros católicos desde os 10 anos! Eu era o único católico praticante da família! Deixei de sê-lo ao conhecer o evan-gelho na Igreja Batista de Acari, com 14 anos. Conheci Jesus Cristo. Minha angústia espiritual foi saciada. Sou ba-tista há 50 anos. Minha mãe adubou-me o interesse por Deus. Eu quis Deus, desde criança, e ela entendeu isso. Mas me mostrou o caminho equivocado. A graça de Deus me trouxe ao caminho certo.

Mostrado meu débito com o catolicismo, na infância, vamos aos fatos. A questão não é algo que o Papa disse. Foi o que não disse. Ele ter dito que quer que a Igreja vá para a rua, que diferença faz! Os militares foram para as ruas em 1964. Os caras pintadas foram para a rua e Collor está aí. A UNE ia para as ruas e hoje é chapa bran-ca! Que diferença faz ir para as ruas? Dizer o quê? Fazer o quê? Ele disse que não é ninguém para julgar os gays. Semanas antes disse haver um lobby gay muito forte no seio da Igreja. A Gaystapo e simpatizantes se abespi-nharão. Não estou emitindo juízo de valor! Conseguem ser objetivos?

O Papa não falou o que o líder da maior denomina-ção cristã do mundo deveria ter dito. Que só Jesus Cristo salva. Que o evangelho é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê. Na revista “Veja” ele aparece beijando uma estatueta de Aparecida. Chocante! Um ar-tefato menor que seus braços! Não o vi segurando um Novo

Testamento! Lembrei-me da queixa de Deus, por Oséias, de homens beijando ídolos, ao invés de reverenciarem a Palavra de Deus (Os 13.2). O Papa falou de Maria, mas não falou de Jesus. Citou-o, mas não falou dele. Não falou do único “mandamento” de Ma-ria: “Fazei tudo o que ele vos disser!” (Jo 2.5).

O Papa é simpático. E dis-põe de um grande aparato midiático. É matéria que ven-de jornais e revistas. Mas não falou o que devia: que só Jesus Cristo salva.

Os evangélicos me chocam pelo seu acriticismo. Raia à alienação. Encantam-se com movimentos neopentecos-tais. Que passarão porque cometem o mesmo erro da Igreja Católica: não falam de Jesus. A Igreja, com Maria. Os neopentecostais, com o Espírito Santo. Confundem o Ruah com sua psychê, o Espí-rito com seus insights. Com seu poder midiático e seus recursos financeiros encantam evangélicos incautos, mas não falam do poder da mensagem da cruz. Não pregam o Cruci-ficado. Todo movimento que não esteja alicerçado sobre Jesus ruirá (Mt 7.24-26).

Falei num retiro de pasto-res certa vez. Antecedeu-me um preletor que mostrou como o mundo será muçul-mano. Eles têm mais filhos que os cristãos e assim ge-ram mais adeptos que nós (como se o leito conjugal, e não o mundo, fosse o maior campo missionário da igre-ja!), eles aplicam mais di-nheiro na obra, eles fazem mais adeptos que nós, com-pram jornais, levantam mes-quitas, etc. Com um monte de gráficos, deprimiu todo mundo. Sucedi-o e comecei com estas palavras: “O reino deste mundo passou a ser de nosso Senhor e de seu Cristo!” (Ap 11.15). O futuro é do evangelho, é de Jesus. A história seguirá. O que for de Jesus permanecerá de pé. O que não for ruirá. O nome não é Maomé. Não é Maria. Não é Francisco. Não é Isaltino. O NOME é Jesus.

Podem desancar-me. Mas pensem (não é pecado): o

Papa voltará dentro de 4 anos. Meçam, então, o quan-to a Igreja Católica terá cresci-do. Meçam quanto as igrejas evangélicas terão crescido. Naquela multidão na Praia, foto que encantou a tantos, havia milhares de pessoas, como o menino Isaltino, de dez, doze anos, que queria algo para seu coração, e des-cobriu, mercê do Espírito de Deus, que suas necessidades espirituais e emocionais se encontravam no evangelho de Jesus. Abracei-o há 50 anos. Sou pastor há 42 anos. Agora, no poente, me aflijo, me frustro, até choro, por que não tenho mais 42 anos para servi-lo. Vita brevis.

No tempo de Jeremias ha-via profetas que diziam o que o povo queria ouvir. Eram o eco dos corações humanos. Os pecadores continuam tentando ditar a agenda para Deus: “A Igreja tem que ser mais humana, tem que se aproximar mais do povo!”. Querem que ela abençoe o povo em seus pecados. A ótica certa é outra: “A igreja não pode perder seu caráter de origem divina. Ela é a úni-ca instituição em toda a terra que pode reivindicar isto. E o povo tem que se aproxi-mar de Deus!”. O referencial não é o povo. É a igreja ou ela não tem valor. A igreja não é uma ONG religiosa para prestar os serviços que o povo deseja. Ela é o Corpo de Cristo, incumbida de cha-mar os homens a acertarem suas vidas com Deus! Ela não deve almejar vencer um concurso de popularidade, mas pregar o que o Batista pregou, o que Jesus pregou, o que a Igreja de Jerusalém pregou: reconciliem-se com Deus! Mudem de vida!

Todos gostaram quando o Papa disse: “Não tenho ouro nem prata, mas o que tenho isto te dou”. Ouro e prata a Igreja tem. E muito. Mas ele não completou a frase: “Em nome de Jesus Cristo, o Na-zareno!”. Jesus foi o grande ausente, e o seu evangelho foi o grande ignorado.

Sem Jesus não há fé real. Sem Jesus não há futuro. Uma volta à cruz, Papa Francisco.

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15o jornal batista – domingo, 18/08/13ponto de vista

Jair FernandesMembro da IB Dois de Julho - Salvador, BA

Missão. Se eu fos-se formular uma definição pesso-al, usaria as se-

guintes palavras: aquilo que uma pessoa recebe como objetivo na vida, alvo para o qual um ser humano deve aplicar sua energia e tempo produtivo a fim de alcançá--lo, por entender que trata-se de incumbência divina.

Alguém poderia usar os termos relacionados “vonta-de de Deus” ou “propósito”. Vamos adotar o primeiro termo, “missão”, até mesmo pela vinculação direta com um conceito e realidade tão cara entre nós, Batistas, qual seja: “missões”, que é o es-forço evangelístico e discipu-lador aqui, ali e além, nosso motivo de existir enquanto cristãos.

Pensando sobre missões, lembro-me da história de dois grandes homens de Deus. Histórias que apontam para a busca e a vivência da mis-

Francisco Mancebo ReisColaborador de OJB

Num estilo poético e cativante, Isaías fala à nação eleita na figura de uma

vinha zelosamente cuidada pelo vinhateiro. Terreno fértil e bem preparado, uma torre para o vigia, um tanque ade-quado para esmagar as uvas. Favoreceu a colheita de me-lhor qualidade, mas quanta decepção! As parreiras não corresponderam à expecta-

são pessoal. O primeiro é o indiano K.P. Yohannan, que exerce sua missão individual por meio da organização Gospel for Asia (Evangelho para Ásia). O segundo balu-arte, como os Batistas mais antigos costumam dizer, é o evangelista brasileiro Jonas Barreira de Macêdo, que também manteve o foco na missão pessoal, no sertão da Bahia e alcançou conterrâ-neos no lombo de animais e em estradas empoeiradas, sob quente sol.

K. P. Yohannan nasceu em um pequeno vilarejo no sul da Índia. No livro Re-volution in World Missions (Revolução no Mundo de Missões), o obreiro conta um pouco de sua biogra-fia. Evangelista de lugarejo em lugarejo não-alcançado do seu País, Yohannan, no final da adolescência, se materializou como resposta das orações de sua mãe. Ela jejuava às sextas-feiras e intercedia, constantemente, para que um de seus filhos fosse ministro de tempo integral.

tiva, antes produziram uvas azedas (Isaías 5.1-7).

Essa mensagem dirigida a Israel se estende aos cristãos e assume uma dimensão es-catológica em Mateus 21.33-46, no ensino do Mestre. São numerosos e variáveis os frutos que o divino vinhatei-ro espera de nós: de justiça, de paz, de misericórdia, de perdão, de santidade, de co-munhão, de alegria, de fé, e outros. Sujeitos estamos, no entanto, a oferecer frutos de injustiça, discórdia, ódio,

Em contato com John Ed-mund Haggai, fundador do Instituto que leva seu sobre-nome, o indiano Yohannan foi confrontado a achar sua missão pessoal. Buscou-a e encontrou-a. Pela provisão de Deus, Yohanan foi para os Estados Unidos estudar. No decorrer desse tempo, descobriu que deveria dedi-car a vida à evangelização de regiões não-alcançadas na Ásia por meio de missioná-rios nativos. Essa é a missão pessoal de Iohannan: nos EUA, Canadá e mundo a fora, levantar sustento para milha-res de missionários asiáticos que pregam para asiáticos. E tem provado, pela comunhão íntima com Deus, o sustento do seu ministério. Hoje, ele vive aqui próximo, em Car-rolton, região metropolitana de Dallas, no Texas.

O segundo gigante da fé que teve sua missão defi-nida e vivida foi Jonas Bar-reira de Macêdo. Trata-se de comerciante que, tendo sentido o chamado de Deus, iniciou sua carreira primeiro em tempo parcial. Depois,

avareza, orgulho, maledi-cência, incredulidade. Uns, doces e saborosos; outros, amargos e intragáveis. Frutos que alimentam e frutos da-nosos à saúde. Como somos falhos!

Instrutiva é a relação entre a videira e os ramos, em João 15. Humildemente devemos reconhecer nossa posição de galhos dependentes do vínculo ao troco. Vale re-cordar o v. 4: “Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo, se não perma-

sentiu que a dedicação de-veria ser total. Assim como ocorre com Yohannan, Jonas experimentou o suprimento diário das suas necessidades e a indicação do que ele de-veria fazer, passo a passo, em seu ministério itinerante de evangelização e implantação de igrejas.

Em uma das experiências narradas no livro auto-bio-gráfico Meditações e Re-miniscências, Jonas conta uma experiência que vale ser mencionada, não só pelo sobrenatural, mas pelo “faro” que ele tinha de Deus. Em suas andanças pelo sertão, sentiu inclinação do Espírito para ir até determinada vila. Assim o fez. Lá, encontrou um homem para quem tinha pregado há alguns anos. Na-quela mesma semana, aquele homem do campo tinha dito à esposa que chegaria ali um homem que explicaria para ela assuntos da fé sobre os quais ela tinha dúvida. Para ser mais fiel ao relato, a espo-sa tinha colocado como con-dição para crer a aparição de alguém que pudesse falar da

necer na videira, assim nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim”. Para as tarefas produtivas na Causa, impõe-se a união com Cristo, consoante o v. 5: “Sem mim nada podeis fazer”. Não é sem propósito que o texto inclui o verbo permanecer repetidamente (vs. 4,5,6,7,9,10,16), co-brando frutificação contínua, bem como o advérbio muito expressa intensidade na ex-pressão “muito fruto” (v. 5). Nossas limitações, porém,

religião que o marido estava seguindo. Tal qual Tomé, ela só creu ao ver o missionário Jonas ali, diante dela.

Paro por aqui. E faço uma pergunta. Qual a sua missão individual? Talvez você não tenha a resposta agora. Se Deus está falando ao seu coração, não tarde em obe-decer. Se ainda não a achou, busque-a diante de Deus. Enquanto espera, cumpra as responsabilidades para as quais Deus lhe convocou no seio da família, da sociedade, em sua profissão, na igreja de Cristo.

Quem já achou ou está certo sua missão individual, continue seguindo esta orien-tação, caminhando rumo ao horizonte de expectativas e concretizações que Deus mesmo está desenhando para você (Jeremias 29.11-13). Se não são esses os termos que você usa (“missão”, “propósi-to”), não me leve a mal. Pelo menos, busque a vontade de Deus para a sua vida. Esta é, indiscutivelmente, “boa, perfeita e agradável” (Roma-nos 12.2).

resultam em interrupções e escassez. Note-se que a pa-rábola dos talentos responsa-biliza cada servo pelo que é capaz de produzir.

Bem conhecido é o fru-to do Espírito em Gálatas 5.22,23, opondo-se às obras infrutuosas da carne. Em Efé-sios 5.9, o apóstolo registra três frutos da luz: bondade, justiça e verdade. São uvas deliciosas. O Viticultor re-prova as uvas azedas - tam-bém reprovadas por quem tenha bom gosto.

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