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1 Teen Brasil é Família Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901 Rua Senador Furtado, 56 . RJ ISSN 1679-0189 Ano CXII Edição 08 Domingo, 19.02.2012 R$ 3,20 Motociclistas deixam de falar apenas sobre potência de motores, eventos e casacos de couro e compartilhar a Palavra de Deus pelas estradas do Brasil. Durante o caminho novas histórias são construídas e novos rumos são definidos. Como aconteceu com o casal Luiz Antônio e Inezita, que aceitaram a Cristo como Salvador no meio da estrada, quando foram obrigados a parar por conta de uma recapagem de asfalto. Veja esta bela notícia na página 10. A proteção é um dos princípios em que se baseia a Declaração Universal dos Direitos da Criança, ratificada pelas leis brasileiras e é com esta base que Terezinha Candieiro, coordenadora internacional do PEPE, destaca as necessidades básicas das crianças, assim como também a postura que os cristãos devem ter a respeito das crianças. Veja na reflexão da página 5 como proteger uma criança e como orientá-la. Águias de Cristo: Os evangélicos do asfalto A proteção das crianças contra a violência A Juventude Batista Brasileira conseguiu fazer a diferença através do Teen Brasil realizado na região Sudeste. Em janeiro, mais de 400 adolescentes foram impactados a partir do tema “Família é tudo”. Veja na página 8 o depoimento de alguns adolescentes que foram orientados, tiveram sua vida familiar restaurada e o chamado missionário confirmado. Os ensinamentos bíblicos foram passados de forma direta, sem deixar de lado a diversão saudável, a qual todo adolescente merece ter.

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1o jornal batista – domingo, 19/02/12?????

Teen Brasil é FamíliaÓrgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901 Rua Senador Furtado, 56 . RJ

ISSN 1679-0189

Ano CXIIEdição 08 Domingo, 19.02.2012R$ 3,20

Motociclistas deixam de falar apenas sobre potência de motores, eventos e casacos de couro e compartilhar a Palavra de Deus pelas estradas do Brasil. Durante o caminho novas histórias são construídas e novos rumos são definidos. Como aconteceu com o casal Luiz Antônio e Inezita, que aceitaram a Cristo como Salvador no meio da estrada, quando foram obrigados a parar por conta de uma recapagem de asfalto. Veja esta bela notícia na página 10.

A proteção é um dos princípios em que se baseia a Declaração Universal dos Direitos da Criança, ratificada pelas leis brasileiras e é com esta base que Terezinha Candieiro, coordenadora internacional do PEPE, destaca as necessidades básicas das crianças, assim como também a postura que os cristãos devem ter a respeito das crianças. Veja na reflexão da página 5 como proteger uma criança e como orientá-la.

Águias de Cristo: Os evangélicos do asfalto

A proteção das crianças contra a violência

A Juventude Batista Brasileira conseguiu fazer a diferença através do Teen Brasil realizado na região Sudeste. Em janeiro, mais de 400 adolescentes foram impactados a partir do tema “Família é tudo”. Veja na página 8 o depoimento de alguns adolescentes que

foram orientados, tiveram sua vida familiar restaurada e o chamado missionário confirmado. Os ensinamentos bíblicos foram passados de forma direta, sem deixar de lado a diversão saudável, a qual todo adolescente merece ter.

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2 o jornal batista – domingo, 19/02/12 reflexão

E D I T O R I A L

os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais. Por isso, vistam toda a armadura de Deus, para que possam resis-tir no dia mau e permanecer inabaláveis, depois de terem feito tudo. Assim, mante-nham-se firmes, cingindo--se com o cinto da verdade, vestindo a couraça da justiça e tendo os pés calçados com a prontidão do evangelho da paz. Além disso, usem o escudo da fé, com o qual vo-cês poderão apagar todas as setas inflamadas do Maligno. Usem o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus. Orem no Espírito em todas as ocasiões, com toda oração e súplica; tendo isso em mente, este-jam atentos e perseverem na oração por todos os santos” (Efésios 6.10-18).

Parabéns aos cristãos que neste período de carnaval saem às ruas vestindo a ca-

Os três dias imediatamente anteriores à quarta-feira de cinzas, dedicados a diferen-tes sortes de diversões, folias e folguedos populares, com disfarces e máscaras; tríduo de momo (três dias dedica-dos ao deus da sátira e do riso). 3. Confusão, trapalha-da, desordem”.

Depois de ler esta descri-ção sábia, fica ainda mais evidente que a postura do cristão nesta festa deve ser: fazer a diferença. Para isso é necessário deixar as más-caras de lado e se revestir da armadura do crente, a qual é tão importante, que para deixar clara na men-te, aqui está por completa. Mesmo que você saiba este texto, faça um esforço e leia por completo: “Finalmente, fortaleçam-se no Senhor e no seu forte poder. Vistam toda a armadura de Deus, para poderem ficar firmes contra as ciladas do Diabo, pois a nossa luta não é contra seres humanos, mas contra

ue o carnaval é uma festa da car-ne, todo cristão já sabe, mas ain-

da tem muitos preocupados com qual máscara usar na festa da carne. No dicionário Novo Aurélio Século XXI, o carnaval é descrito de três formas enfáticas. Se o que os líderes dizem não fica claro, o próprio dicionário esclarece o que é o carna-val: “1. No mundo cristão medieval, período de festas profanas que se iniciava, geralmente, no dia de Reis (Epifania) e se estendia até a quarta-feira de cinzas, dia em que começavam os jejuns quaresmais. Consistia em fes-tejos populares e em mani-festações sincréticas oriundas de ritos e costumes pagãos, como as festas dionisíacas, as saturnais, as lupercais, e se caracterizava pela alegria desabrida (insolente), pela eliminação da repressão e da censura, pela liberdade de atitudes críticas e eróticas. 2.

misa de Cristo, deixando o Espírito Santo usar suas vidas em prol do Reino. Como instrumentos de Deus le-vam almas a Jesus e fazem a diferença. Parabéns aos cristãos que neste período de carnaval participam de retiros espirituais para a batalha de todo o restante do ano. Para que não só o mundo, mas dentro das igrejas, consigam ir contra o pecado e as mani-festações de Satanás.

Quanto aos jovens e adul-tos, líderes ou não, que en-ganam a si mesmos com diversas máscaras durante todo o ano, ora-se para que o carnaval revele a sua real aparência. E em seguida, dei-xem o próprio Espírito Santo modificar sua vida. Que a Bíblia seja mais do que um livro histórico e sirva como Palavra viva, modificadora e fortalecedora para cristãos e não cristãos. Que todos os que seguem a Cristo não ape-nas saibam das armas espiri-tuais, mas também as usem.

O JORNAL BATISTAÓrgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso.

Fundado em 10.01.1901INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189

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INTERINOS HISTÓRICOSZacarias Taylor (1904);A.L. Dunstan (1907);Salomão Ginsburg (1913 a 1914);L.T. Hites (1921 a 1922); eA.B. Christie (1923).

ARTE: OliverartelucasIMPRESSÃO: Jornal do Commércio

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Cartas dos [email protected]

Por um avivamento bíblico e transformador

• Louvo a Deus pela lide-rança atual da Convenção Batista Brasileira. É muito bom ver o presidente da CBB abordando assunto tão im-portante, “um avivamento bíblico e transformador”. Eu tenho lido e ouvido sobre avivamento espiritual desde que me converti em 1963. Fui batizado pelo pastor Enéas Tognini na Igreja Ba-tista em Perdizes, São Paulo, SP, em 24 de janeiro daquele ano. Desde então, o assunto avivamento espiritual sempre toca em meu coração. Creio também que precisamos de um grande despertamento espiritual. Oro sobre isso, e

espero. Creio que antes da volta de Jesus, e à medida que o domínio do mal vai au-mentando, teremos em con-tra partida uma grande mani-festação do Espírito Santo, se buscarmos de todo o cora-ção. Louvo a Deus também pelo espírito de sabedoria e moderação com que nossa liderança atual tem convivi-do com a diversidade batista brasileira. Creio mesmo que no que depender de nossos líderes atuais nunca mais teremos uma divisão como a que tivemos na década de 1960 por causa da intolerân-cia de alguns. Louvado seja Deus por tudo.

Pr. Adriano Pereira de Oliveira, Tapiraí, SP.

Q

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3o jornal batista – domingo, 19/02/12reflexão

Manoel de Jesus ThePastor e colaborador de OJB

Em nossos dias, a ado-ração transformou--se numa arte. Não queremos, de modo

algum, enaltecer a rigidez da liturgia antiga, nem tampou-co enaltecer a liturgia atual.

O mau uso da adoração, ou seu uso para outros fins, é coisa antiga. O teólogo Dietrich Bonhoffer, coloca a adoração como algo en-volvido em certo mistério. Ele diz que há serviço cris-tão que prestamos a Deus através de pessoas, e que há serviço que prestamos só a Deus. É, no seu di-zer, a oração em secreto. Ela é um serviço exclusivo para Deus, é uma comu-nhão com Deus. O valor que ele dá a essa adoração é altamente exaltado pelo

Sergio DusilekPastor e colaborador de OJB

Já pediu algo para Deus e parece que Ele ficou em silêncio? É uma experi-ência angustiante, não é

mesmo? Pois com Jesus não foi diferente. Ele fez um pedi-do de todo o coração ao Pai, repetiu o mesmo três vezes e só obteve o silêncio divino. Isso ocorreu no Getsêmani.

O Getsêmani era o local onde havia uma prensa (uma grande roda de pedra que moia as azeitonas, para que elas vertessem o óleo, o azei-te), cercado por um olival, o qual terminou dando o nome aquela localidade de Monte das Oliveiras. Tal monte era uma cadeia de colinas das quais a mais alta situava-se a 900m acima do nível do mar. O Monte das Oliveiras ficava a leste de Jerusalém, separada dela pelo Vale de Cedrom.

O silêncio do Pai aconte-ceu na última noite de liber-dade de Jesus. Nas próximas 24h o Mestre seria preso, dilacerado e morto. E nesse episódio da vida de Jesus percebemos que o Senhor não era uma “aparição”, mas sim alguém que tinha carne. No Getsêmani vemos a hu-manidade de Jesus manifesta não só na sua angústia, mas

teólogo. Ele chama de ex-clusivismo celestial.

É interessante como em nossos dias, o valor do culto e da adoração coletiva al-cançou níveis de exaltação incríveis. Há disputas por tal privilégio, igrejas dividem--se por causa do momento musical, da adoração, do louvor, ou qualquer nome que os irmãos queiram cha-mar esse momento nos nos-sos cultos. Ás vezes gasto um tempo observando o conjunto que monitora o “louvor” cantando sozinho. O irmão me perguntará, e lhe darei razão: “Por que o irmão não canta junto?”. Bem, é que não consigo, o instrumental é tão superior ao vocal que não escuto a letra. Outro aspecto é que são músicas escritas para solo, e não para canto co-letivo. Eu que já canto mal

também nos dois pedidos que fez aos discípulos (pediu a companhia e a intercessão deles). No Getsêmani nota-mos a humanidade de Jesus pela prensa emocional que passou e enfrentou. Aliás, como bem disse pastor Levi Araújo, “sem prensa não há óleo e sem óleo não há un-ção”.

a) O pré Getsêmani:Jesus tinha acabado de re-

ceber mais uma tentação: um convite para ir para a Grécia, ser um dos grandes mestres de filosofia da humanidade (João 12.20-25). Provavel-mente eles já tinham ouvido falar de Jesus e queriam que ele estivesse por lá, vivendo e sendo valorizado como sábio. Só que Cristo sabia que ele não tinha vindo para ser reconhecido, mas sim para se dar a conhecer e para cumprir o propósito retentivo de Deus. A prensa já tinha começado a girar antes mes-mo da entrada do Mestre no Jardim das Oliveiras.

b) No Getsâmani:A riqueza da Bíblia mostra

que os destinos da humani-dade foram selados em dois jardins: a morte no Jardim do Éden e a vida no Jardim do Getsêmani. E isso porque Adão não quis beber o cálice

qualquer música, já imagi-naram como fico?

Com grande prejuízo para nossas vidas, temos ido à cultos que temos perdido no que se refere ao espiri-tual. Creio que é esse culto altamente valorizado que Bonhoffer quer se referir quando fala em adoração em secreto. Trata-se do cul-to descrito no capítulo 8 do livro de Apocalipse. O Cor-deiro está presente e agindo nesse culto. Os anjos rece-bem trombetas, instrumento sempre presente nos cultos bíblicos, um anjo mistura incenso com a oração dos santos. O anjo enche esse incensário, onde já estão o incenso e as orações dos santos, com fogo do altar. Junta os três elementos, e os lança sobre a Terra. Houve trovões, vozes, relâmpagos e terremoto.

da obediência; mas Jesus o sorveu até o fim (Rom 5).

A figura do cálice aqui está associada a ideia contem-porânea de “injeção letal”. Tomar o cálice no Mundo Antigo era não só padecer, mas experimentar um sofri-mento tal que redundaria na morte. Sócrates foi obrigado a tomar o cálice com veneno (cicuta) para que recebes-se sua condenação. E Jesus estava tomando o cálice da obediência que continha o veneno da humanidade, isto é, todo pecado cometido na história. E ele fez isso movido por amor e por livre vontade.

A noção da liberdade que Jesus tinha (daí sua angústia) está exalada na intercessão que ele fez. Jesus orou fazen-do um pedido entre iguais eritao (no grego). Um pedido de Deus para Deus, de Deus Filho para Deus Pai. Ele não orou aiteo (no grego – Mat 7.7), pedindo algo ao Pai como sendo inferior/subor-dinado a ele. Jesus tinha total condição de desistir, mas ele insistiu. E por conta disso temos hoje a salvação.

Algumas lições do Getsêmani:

Jesus nos ensina que de-vemos orar e vigiar o tempo todo. Orar e vigiar impede--nos de cair em tentação e

Agora reflitamos: O irmão já imaginou que, com suas orações, o irmão estará par-ticipando de uma adoração celestial? E que suas orações promovem mudanças gi-gantescas na Terra? Porque damos tanto valor (não há nada de errado nisso), às nossas adorações coletivas, e não damos valor à nossa adoração celestial? Já imagi-nou que o irmão tem entrada e participação num culto celestial, pelas suas orações, embora esteja ainda na Ter-ra? Já pensaram que ficamos contra nosso irmão por cau-sa do culto terreno, quando há um culto muito mais ele-vado em espiritualidade a nossa disposição? Estamos, através de nossas orações, unidos diante do trono, ser-vidos por anjos presentes à uma adoração celestial ao Cordeiro, e ficamos nos

evita também que deixemos de notar a chegada do fim (Mat 24.42). Por vezes nos comportamos como os dis-cípulos: fizemos tanta coisa no dia que quando anoitece e chegamos ao nosso jardim (nossa casa) não consegui-mos nem orar. Só o que fa-zemos é dormir. Penso que quando isso ocorre ocasio-nalmente, por atendimento a uma emergência ou outra até que é tolerável. Contudo, se sua vida no quarto só se resu-me a dormir, creio que você precisa urgentemente fazer uma alteração de agenda. A prioridade tem que ser Deus.

Precisamos aprender tam-bém que nem todo pedido nosso vai redundar em aten-dimento imediato, como a nossa geração do controle re-moto gosta tanto de ter, nem tampouco em algo próspero (como muitas igrejas aprego-am por aí). Pode ser que o Pai queira que sejamos como a segunda parte da galeria da fé (Heb 11.32-40). Gente da qual o mundo não é digno, mas que honra a fé e é herói dela também.

Jesus nos exemplifica que nas horas de angústia, de agrura, é também a hora de fi-car com os discípulos. Temos de ter companhia de discípu-los de Jesus nos momentos da vida em que somos prensados

pondo uns contra os outros por desejarmos espaço na adoração aqui na Terra.

Outro ponto importante a salientar, e que coloca ponto final em nossa reflexão. Se marcarmos presença maior nesse culto celestial através de nossas orações, será que não haverá mudanças excep-cionais em nossas adorações terrenas? Sem dúvida que ha-verá! O terremoto começará por aí em nossas igrejas, te-mos certeza disso. Eis a razão por que estamos buscando tantas fórmulas para dar sen-tido à nossa adoração, e não conseguimos. Façamos como os magos: “viemos adorá--lo”. Adoremo-lo em nosso secreto, antes de adorá-lo em público. Quem chega alimentado na adoração ce-lestial, chega alimentado na adoração terrena. Isso faz grande diferença.

pelas circunstâncias adversas. O Senhor se manteve a uma pequena distância dos após-tolos. Jesus se mostra também um Deus que se recusa a ficar longe de nós, mas que anseia por proximidade. Na hora do aperto, quem está próximo de você? Quem você con-vida para entrar no “jardim espiritual”contigo?

Por fim há uma figura in-teressante aqui. Alegorica-mente podemos traçar um link entre o Getsêmani e o Pentecostes. Jesus, prensado e vertido em azeite no Get-sêmani, sinaliza para a vinda do Azeite celestial, o Espírito Santo da promessa, no perío-do do Pentecostes (At 2). Não houve prensa desnecessá-ria, mas até o Getsêmani foi anunciador do cumprimento da profecia de Joel 2.28.

Quando somos prensados devemos recorrer a única coisa que cabe-nos fazer no nosso Getsêmani – orar. Se você está sendo prensado, ore, se derrame diante de Deus, mas se sujeite à von-tade soberana dele. Saiba também que todas as prensas pelas quais passamos Deus usa para nosso bem (Rom 8.28). Há coisas que não entendemos agora, porém a compreenderemos depois. Foi assim com Jesus, por que não seria assim conosco?

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4 o jornal batista – domingo, 19/02/12

GOTAS BÍBLICASOLAVO FEIJÓ

Pastor, professor de Psicologia

Amor por Obras

reflexão

Depois de lamentar os crentes que di-zem amar a seus irmãos, mas que

nada fazem para ajudá-los praticamente, o apóstolo João ensina: “Filhinhos, não amemos de palavra nem de língua, mas por obras e em verdade” (I João 3.18).

João não admite que um membro de igreja cristã aja com indiferença, diante das necessidades materiais de um irmão na fé. Ele chega a dizer que “o amor de Deus” não permanece naqueles que, mesmo possuindo “bens deste mundo”, nada fazem para socorrer irmãos sem recursos. O apóstolo não se preocupa com teo-rizações: Cooperativismo? Socialismo? Assistencialis-mo? A postura dele é sim-ples e clara – se é que o

amor de Cristo habita em nós, ajudar os irmãos de-sempregados, injustiçados, preteridos, é uma questão obrigatória da prática do amor cristão.

Não nos faltam desculpas, quando decidimos que as necessidades dos outros não constituem problema nosso. “A culpa é deles, que não têm ambição profissional. Afinal, com um salário tão reduzido, para que tantos filhos?”. “A finalidade da Igreja é cuidar das coisas dos céus e não da Terra...”. João é definitivo, na sua lógica espiritual: “Todo aquele que aborrece a seu irmão é ho-micida...”.

Amar é pôr a sua vida em jogo. É fazer causa comum. É chorar com os que choram. Em outras palavras, é “amar por obras e em verdade”.

Antonio Mendes GonçalesPastor e colaborador de OJB

Sou admirador da ex-posição bíblica. Há mais de 30 anos ini-ciei meu ministério

pastoral acompanhado de perto pelo meu querido mes-tre pastor Karl Lachler. A partir daí nunca deixei de pregar expositivamente. Ou-vindo o pastor Russel She-dd na última Assembleia da Convenção Batista Brasileira em Foz do Iguaçu, lembrei--me do que João Crisóstomo disse: “No sermão expositivo Deus fala mais e o homem fala menos”.

A eficácia do sermão ex-positivo está no fato de que o importante é o que o texto diz e não o que o pregador pensa que o texto diz. O sermão expositivo gera com-prometimento, lealdade, in-tegridade do pregador com o texto.

Quando penso em inte-gridade me vem à mente a definição de Ted Engstrom em seu livro A busca da ex-celência: “Integridade é você fazer aquilo que disse que faria”. Era isso que Paulo que-ria de Timóteo: “E o que de minha parte ouviste através de muitas testemunhas, isso

mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos para instruir outros” (2Tim 2.2).

Não quero com isso des-prezar os sermões textuais e tópicos, embora tenha difi-culdade em aceitá-lo como a melhor forma da pregação e ensino da Palavra. A expo-sição bíblica prende você no texto num comprometimento de absoluta lealdade a ele. Quando você, depois de exaustivamente ler e reler o texto e parte para formular a grande ideia do texto, a coisa fica fascinante. A gran-de ideia deve expressar de forma sucinta o que diz o texto todo.

Assim o pregador descorti-na o texto de forma conden-sada às suas ovelhas. Depois vem os pilares da exposição que dão sustentação à pro-posição, formando assim a estrutura da mensagem fica fácil a compreensão.

A exposição bíblica afasta a tentação de se pregar um sermão genérico, que parece estar ocupando um espaço muito grande em púlpitos por aí. Chamo de genérico aqueles sermões que não chamam o pecado de peca-do, pois isso poderia ferir al-gumas ovelhas que gozam de certo privilégio por questões

financeiras, posição social e até por serem proprietárias da igreja.

Outros grandes perigos dos “genéricos” são: a falta de profundidade, tendência a ser apenas de auto ajuda, corporativista e triunfalista. Os “genéricos” se tornam pratos cheios para os prega-dores que gostam de agradar plateias, já que emergem mais da cabeça deles e não da cabeça de Deus. É como se fosse jogar para a torcida. “Não servindo à vista, como para agradar a homens, mas como servos de Cristo, fazen-do, de coração, a vontade de Deus” (Gal 6.6).

Creio que a exposição bí-blica é a maneira mais eficaz para trazer às ovelhas as ver-dades expressas no texto e levá-las à prática. Timóteo foi advertido por Paulo quanto aos falsos profetas que es-tavam sempre à espera de uma brecha para abocanhar rebanhos (2Tim 4.3-4). O seu conselho a Timóteo foi simplesmente fantástico, pois ele não apela para outra coisa senão a pregação da Palavra: “Prega a Palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, cor-rige, repreende, exorta com toda a longanimidade e dou-trina” (2Tim 4.2).

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5o jornal batista – domingo, 19/02/12reflexão

PARÁBOLAS VIVASJoão Falcão Sobrinho

Terezinha CandieiroCoordenadora Internacional do PEPE

Numa perspectiva bíblica e de Jesus podemos afirmar que a criança é

uma pessoa integral, criada à imagem de Deus, com valor e dignidade. Como Jesus, nós temos que dar à ela amor, respeito, cuidado e proteção.

A proteção é um dos prin-cípios em que se baseia a Declaração Universal dos Direitos da Criança, ratificada pelas leis brasileiras. Para seu desenvolvimento saudável e integral (físico, mental, social e espiritual) a criança precisa crescer num ambiente que lhe proporcione a segurança que ela necessita. Sua prote-ção contra os diferentes tipos de violência afeta diretamen-te seu desenvolvimento in-tegral.

Em Lucas 2.40, encontra-mos: “O menino crescia e se fortalecia, enchendo-se de sabedoria, e a graça de Deus estava sobre ele”. Je-sus crescia e se desenvolvia de maneira integral. No li-vro “Celebrating Children” ( Celebrando as crianças) o editor Glenn Miles declara que Jesus “desenvolveu-se mentalmente (sabedoria), fisicamente (estatura) e em graça diante de Deus (espiri-tualmente) e dos homens (so-cialmente). Este é o modelo perfeito de desenvolvimento humano, então todo ser hu-mano deveria se desenvolver desta forma”.

No mundo em que vive-mos, a violência tem se tor-nado um triste fenômeno com estatísticas alarman-tes de violências cometidas contra as crianças e adoles-centes em diversas catego-rias. Existem muitos casos relacionados a maus tratos, abuso físico, emocional e sexual, principalmente no seio das famílias de todos os níveis sociais.

A UNICEF estima que dia-riamente 18 mil crianças e adolescentes são espanca-dos no Brasil. Os acidentes de violência doméstica pro-vocam mais da metade das mortes das crianças e adoles-centes. As agressões no am-biente doméstico constituem a principal causa de mortes entre crianças e jovens entre 9 a 19 anos.

Conceitos: violência ou violências?

Segundo a autora Viviane Guerra, a violência é interpes-soal, acontece nos relaciona-mentos, é um abuso de poder, é um processo de maus tratos à vítima. A violência contra crianças e adolescentes é uma forma de violação dos direitos essenciais como pessoas.

A violência que acontece no espaço doméstico, chama-se violência doméstica. Quando esta violência acontece entre pessoas com vínculos de san-gue e/ou afetivos ela se torna mais danosa ainda. Normal-mente ela é mantida em segre-do, mas precisa ser combatida.

A violência doméstica se manifesta de quatro formas:

Violência física – quando há o emprego da força física contra a criança, de forma não acidental, pelo pai, mãe, padrasto ou madrasta, ou pa-rentes, causando-lhe diversos ferimentos.

Violência emocional – é uma tortura psicológica que ocorre quando um adulto constantemente deprecia uma criança, causando-lhe sofri-mento mental.

Violência sexual – ocorre por meio de um ato ou jogo sexual entre um adulto, mem-bro da família, e uma criança ou adolescente com a finali-dade de estimular sexualmen-te a criança ou utilizá-la para obter uma estimulação sexual.

Negligência – representa uma omissão e a escolha em não prover as necessidades físicas e emocionais de uma criança ou adolescente.

Como podemos proteger as crianças contra as violências?

É preciso que haja uma ação conjunta de diversos segmen-tos da sociedade para a pro-teção das crianças. No nosso meio eclesiástico, é funda-mental que os membros das igrejas sejam sensibilizados e capacitados para lidar com as questões da violência domésti-ca, afinal segurança e proteção às crianças fazem parte da vida dos seguidores de Jesus.

É importante que as lide-ranças estejam aptas para identificar os sinais de abuso e dar suporte à criança e suas famílias. Existem vários recur-sos disponíveis nas organi-zações especializadas nesse assunto para a capacitação dos membros.

Além dos membros das igre-jas, os pais também precisam ser sensibilizados e compar-tilhar com os filhos alguns princípios importantes para a proteção deles próprios.

Participamos da elaboração de um folheto para os pais e crianças do PEPE (www.pepe-network.org) que sugere alguns procedimentos para as crianças se protegerem contra a violência. Sugerimos aos pais e responsáveis que com-partilhem com as crianças:

Abraços: Abraços e beijos podem ser muito bons. Mes-mo quando eles te fizerem sentir bem, nunca devem ser guardados em segredo.

Corpo: Seu corpo pertence a você e a ninguém mais. Ninguém tem direito de te machucar nem de te tocar de forma que não pareça certo.

Fuja: Se alguém mais velho que você tentar te tocar de modo que te faça mal, tentar te levar à algum lugar ou ten-tar te maltratar, FUJA!

Grite: Se alguém tentar te machucar ou te fizer ficar com medo, pode gritar “NÃO” ou “SOCORRO” o mais alto que você puder.

Conte: Conte a um adulto em quem você confia se al-guém te fizer ficar com medo ou se alguém fizer você se sentir inseguro. Nunca será sua culpa.

Você pode acessar o site da CBB (www.batistas.com/acao-social), e clicar em “recursos infantis” para fazer download desse folheto citado.

No mundo atual as crianças e adolescentes estão cada vez mais expostos a todo tipo de violência. A família tem a grande responsabilidade de trazer a criança ao mundo e o mundo à criança. Ela pode ser um lugar de segurança ou o pior lugar onde as crianças descobrirão o quanto estão sem proteção. As marcas dei-xadas pela família são para toda a vida. É no fortaleci-mento da família que se en-contra o fortalecimento das crianças e de toda sociedade. Este é um grande desafio pos-sível de ser alcançado com fé, esforço, sábia orientação e a construção conjunta de relacionamentos saudáveis baseados no amor e respeito ao próximo. Precisamos for-mar e trabalhar numa rede de proteção. A proteção das crianças é responsabilidade de todos nós!

Certa vez, fizemos um movimento de oração para supli-car a Deus em favor

de uma irmã que estava atra-vessando grande dificuldade. O caso parecia não ter solu-ção, pois envolvia pessoas que não tinham nenhum temor de Deus. Depois de uma intensa batalha espiri-tual, Deus deu a resposta de um modo que não deixou qualquer dúvida quanto à atuação divina, sobrenatural. O comentário da irmã ao sa-ber que Deus ouvira nossas orações foi: “E não é que Deus ouviu mesmo?”. Muitos cristãos oram por orar, sem esperar na certeza de que serão ouvidos. Creem na oni-potência de Deus, aceitam que Deus é misericordioso e responde às orações, mas no seu caso objetivo não têm certeza de uma resposta de Deus. Oram, mas não confiam, não entregam seu problema a Deus.

Lembram a propaganda de certa seguradora na qual as pessoas confiam que não vão precisar de seguros, mas a empresa sutilmente suge-re: “E vai que...” surgindo em seguida uma cena onde se comprova que o seguro deveria ter sido feito. Nunca devemos orar nessa dúvida: “E vamos que Deus respon-da...”. A resposta será uma surpresa total, como se não fosse do ofício divino res-ponder às súplicas dos seus filhos. Evidentemente, não deve ser essa a atitude dos salvos. Desde que eles se tornaram filhos de Deus, es-tão debaixo da promessa de Jesus: “Pedi o que quiserdes e vos será feito”, uma vez que seja previamente cumprida a condição de permanecer em Jesus e na obediência às suas palavras.

A dúvida sobre a resposta de Deus às nossas orações resulta do fato de que não estamos praticando a von-tade de Deus. Essa atitude que diz “E vamos que Deus responda...”, denuncia falta de obediência à Palavra de Jesus. Pois Deus jamais deixa de nos atender, embora nem sempre nos dê exatamente o que pedimos, pois ele sem-pre tem o melhor para nos dar. Muitas vezes estamos pedindo sem sabedoria, mas na verdade Deus, na sua onisciência, sempre sabe melhor do que nós o que

é melhor para nós. Nossa apólice de seguro total foi paga na cruz. “Aquele que não poupou seu próprio Fi-lho, antes o entregou por todos nós, como não nos dará também com ele todas as coisas?”, pergunta Paulo em Romanos 8.32. Quem já obteve pela fé o mais difícil, a salvação da sua alma, não tem o direito de não crer que Deus lhe dará todas as coisas que, a juízo de Deus, sejam necessárias para o seu viver.

Deus responde, irmão, às suas orações. Na hora certa, do modo certo, Deus lhe dará a coisa certa como resposta às suas súplicas. Naturalmente, há algumas condições para que Deus nos ouça. 1ª) A oração tem que ser feita em nome de Jesus, pelo mérito de Jesus e nunca por merecimento de quem ora. 2ª) A oração tem que ser conforme a von-tade de Deus, expressa na Palavra de Deus. A oração para ganhar no jogo do bi-cho jamais terá resposta de Deus porque o jogo de azar contraria a ética bíblica do trabalho. 3ª) A resposta de Deus tem que glorificar a Deus, não a quem ora. Se a sua oração visa passar a ideia de que você tem po-der, esqueça. Na oração res-pondida, o poder é de Deus e a glória é para Deus. 4ª) O que você pede deve ser para o seu benefício. Deus jamais responderá à sua súplica se o que você pede vai resul-tar em algo mau para você, ainda que você não o saiba. 5ª) A oração deve ser feita com fé, como Jesus ensina em várias ocasiões. O que é fé? Fé é a certeza interior de que Deus agirá. Fé não é competência para obrigar Deus a fazer o que se pede, como ensinam os adeptos da confissão positiva. Isso não é fé: é presunção. A fé nos tor-na humildes, não petulantes. “Eu ordeno, eu determino” são expressões típicas de arrogância, não de fé.

Nós podemos e devemos crescer na fé, o que significa crescer no conhecimento da graça de Jesus em nossa ex-periência de vida cristã. Cres-cer na fé é crescer na humil-dade de quem depende cada vez mais da graça e cada vez menos de si mesmo. Ouse orar. Não aconteça de você ter que dizer: “É, eu devia ter feito o seguro da oração”.

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6 o jornal batista – domingo, 19/02/12 reflexão

SABEDORIA PARA HOJEPASTOR LÉCIO DORNAS

Liderança perdoadoraA prática do perdão como condição para o exercício da liderança cristã

ele deseja fazer parece ser intempestivo ou inoportuno. Neste caso o líder precisa ter paciência consigo mesmo (I João 3.20) e com os demais. Paciência tem a ver com auto controle, aquela habilidade de controlar os impulsos.

O interessante na resposta de Jesus é que deixa claro que nem sempre há um alívio temporal para as questões inerentes à lide-rança. Não chegará o dia do fim da paciência; tudo precisará ser resolvido de outra forma, através da atitude do próprio líder, não pelo calendário.

3. Liderança pressupõe fraternidade

“...o meu irmão...”. Pedro se recorreu a Jesus para orientar--se sobre como deveria portar--se quando seus irmãos pecas-sem contra ele. A liderança cristã não pode prescindir deste pano de fundo formado pela consciência da fraternida-de na qual vivemos. A igreja é uma comunidade fraterna (I Timóteo 3.15). Ser líder é também ser irmão.

O segredo para um rela-cionamento fraterno é preci-samente o que os principais interlocutores contemporâne-os da chamada liderança de serviço, como James C. Hunter que em seu livro “The world’s most powerful leadership prin-ciple”, lembra uma declaração muito séria e relevante do Dr. Martin Luther King Jr., sobre servir, quando disse: “Todos podem ser grandes, porque

Mesmo escrito em datas diferentes, relacionam duas verdades, dois ensinos da pa-lavra de Deus. Não há louvor sem perdão, nem perdão de Deus se não perdoarmos ao nosso irmão. É o que preve-niu Jesus em Mateus 6.14-15: “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, tam-bém vosso Pai celestial vos perdoará a vós; se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vos-so Pai vos não perdoará as vossas ofensas”.

Um bom exercício para o cristão é, antes de louvar, procurar saber como está o seu coração em relação ao seu semelhante. Caso haja algum problema, cumpra o

Para início de conversa...“Então, Pedro, aproximando-

-se, lhe perguntou: Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes?” (Mateus 18.21).

A pergunta até poderia ser tida por infantil ou, por outro lado, legalista. Mas na verda-de, foi de profunda pertinên-cia: Existe um limite para a gente perdoar quem nos ofen-de? Que parâmetros devem nos nortear neste assunto? A pergunta de Pedro merece reflexão, não apenas a resposta do Mestre, embora muita aten-ção tenha sido dada a esta e, quase nenhuma, àquela.

Porém, é exatamente quan-do nos fixamos na pergunta de Pedro que percebemos a importância do perdão para o exercício da liderança cristã. Pois nela, subjazem preciosas inferências que muito ajudarão os líderes de nossas igrejas hoje; tanto aludindo aspectos pessoais, quanto se referindo às questões inerentes ao mi-nistério.

Algumas reflexões:1. Liderança pressupõe

relacionamentos Pedro era um líder e se pre-

parava para exercer liderança em estágios ainda mais exi-gentes. Pedro sabia que lide-rar é conviver, caminhar, se comunicar, enfim, relacionar--se com pessoas. Liderar é se relacionar. Liderar bem é se relacionar bem.

Neemias LimaPastor da IB do Braga, Cabo Frio, RJ.

Experiência agradável que desfrutamos em nossa Igreja é ter criado a Sala de Oração. Fica

aberta toda quarta-feira, desde 6h59 até terminar o culto, por volta de 21h15. Quem passa por lá, encontra um ambiente preparado, material impresso para reflexão, livro para anota-ções e oportunidade de com-partilhar bênçãos e aflições.

Passar um tempo lá tem sido uma experiência marcante. Não só pelos benefícios da oração em si, mas também pelas pérolas que encontramos registradas por irmãos e irmãs.

Da problemática dos rela-cionamentos emerge a ques-tão da comunicação e, por decorrência, a da linguagem. Pois para nos relacionarmos bem, precisamos nos comu-nicar bem, e liderar é saber conversar, como bem ensinou Kim H. Krisko em seu livro “Leadership: The art of con-versation – Conversation as a management tool”.

Mas relacionamentos levam aos conflitos, atritos e choques de opiniões. Lidando com coi-sas assim, as pessoas erram, deixam a desejar, ficam por muitas vezes a quem das ex-pectativas dos outros e de si mesmas. Surge a necessidade do exercício do perdão. Então, liderar é também saber perdoar.

2. Liderança pressupõe paciência

“...Quantas vezes..” foi a per-gunta de Pedro. A versão Revis-ta e Corrigida trás “Até quantas vezes...”. O líder precisa ter paciência com as pessoas que lidera (Tiago 5.10 ). Nem todos responderão com a mesma eficácia e prontidão aos ensi-namentos e diretrizes. Alguns precisarão de mais tempo para digerirem alguns princípios e alguns conceitos e alguns nunca aceitarão determinadas coisas, mas com paciência o líder dá a cada um o tempo que necessita para crescer.

O próprio líder também, em muitos casos, precisa ser alvo da paciência dos liderados. Especialmente quando o que

Registro duas pérolas en-contradas lá, feitas em 17 de novembro de 2011 e 01 de dezembro de 2011, respecti-vamente:

Logo que cheguei,Orei e agradeci ao Senhor.Unção, então, senti pelas bênçãos,Vitória pela graça que me deste.Ouviste, Senhor, meu clamor.Risos, paz, amor e gratidão.

Perdão pelos meus pecados.Escuta, Senhor, o meu clamor.Rogo, Pai amado, eu fui liberto.Dai-me tua salvação.Agradeço, pois eu fui liberto,Orando na sombra da tua pro-teção.

todos podem servir. Você não precisa ter um curso univer-sitário para servir. Você não precisa saber fazer o sujeito concordar com o verbo para servir... Você não precisa co-nhecer a segunda teoria da termodinâmica na Física para servir. Você só precisa de um coração cheio de graça. Uma alma gerada pelo amor”. Se você conseguir servir seus lide-rados, amá-los como a irmãos, então você será um bom líder.

4. Liderança pressupõe disposição para perdoar

Sem disposição para o per-dão o líder nunca terá relacio-namentos saudáveis, jamais conseguirá ser paciente e tam-bém não será capaz de servir a uma fraternidade. Na ver-dade não será um bom líder. Pedro disse “...quantas vezes devo perdoar...”. Na versão revista e atualizada lemos: “...até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe?”. Pedro assumiu que deveria perdoar, embora precisasse ser orientado sobre como e com que limite deve-ria fazê-lo. Leia Marcos 11.25.

A chave é o amor (I Corín-tios 13.7). Para perdoar o líder vai precisar amar seus lidera-dos. Por favor, não confunda isso com declarar que ama seus liderados, pois fazer isso é fácil demais. É necessário mostrar que ama através de gestos e de atitudes concretas, mormente através de doação de si mesmo aos liderados.

que está em Mateus 5.23-24: “Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar--te primeiro com teu irmão e, depois, vem e apresenta a tua oferta”.

É curioso encontrar cris-tãos, depois de dois mil anos de cristianismo, que ainda pensam que servir a Deus não se relaciona com servir ao próximo. Por imaturidade ou rebeldia, o fato é que alguns, e até mesmo nós in-corremos neste erro, louvam no templo no domingo e de segunda à sexta, no trabalho, em casa ou no lazer, ferem

O tipo de amor que deve estar presente na liderança perdoado-ra está bem descrito em I Corín-tios 13: paciente, bondoso, res-peitável, não egoísta, perdoador, honesto, comprometido. Assim, o líder perdoa porque ama e ama porque foi amado primeiro.

Encerrando o assunto...Liderança perdoadora é es-

sencial na obra do Reino de Deus, pois a todo tempo es-tamos lidando com pessoas; e pessoas erram, mas acabam acertando se forem lideradas de forma perdoadora.

Aprendamos olhar as pessoas pelo resultado delas e não pe-las fases de suas vidas. Nunca fotografemos nossos liderados e nossos irmãos num corte que isole apenas uma ou algumas fases de sua vida. Desenvol-vamos a capacidade de olhar em quem elas se tornaram tendo passado por todas as fases de sua vida até aqui. E se quisermos ser ainda melhores líderes, como Jesus, olhemos as pessoas vislumbrando o que elas poderão vir a ser no futu-ro. Isso se nós, como líderes, formos capazes de liderá-las de forma perdoadora, dando a elas as oportunidades de que necessitam para se tornarem também como Jesus.

Talvez sua pergunta agora seja semelhante à de Pedro: Até quantas vezes devo dar uma nova chance, uma, duas, sete? A pergunta é semelhante, mas a resposta é exatamente a mesma: “...setenta vezes sete.”

com muita facilidade o se-melhante.

Interessante a observação de João em sua epístola, capí-tulo 4, verso 20: “Se alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu?”.

Como foi edificante ler os poemas. Tocou-me o cora-ção. Inundou-me a alma. Refrigerou minha vida. Re-animou-me. Encorajou-me.

E como toda citação deve ter a fonte, a autora dos acrós-ticos é a irmã Vilma Baptista Guimarães, frequentadora as-sídua da Sala de Oração. Por falar nisso, você passa algum tempo na Sala de Oração?

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7o jornal batista – domingo, 19/02/12missões nacionais

Redação da JMN

á no mês de janeiro fo-ram realizadas Trans nos três estados da região Sul e também em Sergi-

pe, no nordeste, e no Ama-zonas, norte do país. Muitas vidas puderam ter acesso à Palavra que liberta porque muitos voluntários tiveram a disposição de dedicar parte de suas férias em prol da evangelização.

No norte, os participantes se reuniram em Manaus para o comissionamento e, em seguida, partiram para Co-dajás (AM), que foi a cidade base do projeto. As equipes atenderam os bairros da ci-dade e comunidades ribei-rinhas. Desafios surgiram, mas muitas vitórias puderam ser compartilhadas pelos irmãos que estiveram pre-sentes nessa parte do país. “Foi um tempo muito aben-çoado para toda essa região. Tivemos uma resposta muito positiva de vários voluntá-rios de diversos estados. O grande desafio começou com a questão do traslado de Manaus para Codajás. No último momento tivemos que locar um barco à jato para conseguir transportar os voluntários, mostrando assim o quanto é difícil fa-zer Trans ou qualquer outro trabalho evangelístico no interior de nosso estado, mas para glória de Deus a Trans foi um sucesso e todo empenho e investimento nos trouxe, como resultado, vidas transformadas e im-pactadas pela mensagem do Reino”, relataram os missio-nários Josias e Cristiane Lira, coordenadores regionais de missões em Manaus.

Outra emoção vivida pelos voluntários foi a realização de um trabalho de parto quando a equipe estava se deslocando de barco, da cidade de Codajás para a re-gião do lago Taracuá-miuá. Eles encontraram a canoa dos ribeirinhos Mario Socor-ro e sua mulher, Evânia, que estava em trabalho de parto. Prontamente, todos se empe-nharam para auxiliar o casal no nascimento do bebê que recebeu o nome de Moisés. Como resultado, a mãe da criança foi evangelizada e entregou a vida para Jesus.

Em Joinville (SC), uma das várias cidades catarinenses que recebeu a Trans em ja-neiro, os voluntários foram usados por Deus no cum-primento do Ide. Durante os 15 dias em que estiveram na cidade, visitaram mais de 445 casas, dando um total de 325 adultos e 117 crian-ças evangelizadas. Foram dois dias de EBF, com 56

crianças presentes em cada dia. Além disso, 57 adultos e 41 crianças reconheceram a Cristo como salvador, e 78 Bíblias, doadas pela Socieda-de Bíblica do Brasil, foram distribuídas. Segundo o Pr. Gueisburgue Gutembergue das Flores, que atua como missionário na cidade, jun-to com sua esposa Vânia, também foram feitas algu-mas visitas à boca de fumo, onde usuários e traficantes ouviram falar do amor de Cristo. O voluntário Rafael Lacerda, da Igreja Batista Memorial em Silva Jardim (RJ), fez parte do grupo que evangelizou viciados jun-to com Pr. Gutembergue e classificou como fantástica a experiência de alcançar pessoas entregues às drogas para Cristo. “Essa foi a minha primeira Trans. Passamos por dificuldades, mas sem elas não teríamos grandes vitórias. Meus olhos pude-ram contemplar os milagres de Deus, colocando tudo em suas mãos e confiando no seu agir”, disse.

No Rio Grande do Sul, estado ainda considerado como maior desafio para evangelização, os voluntá-rios suportaram o intenso calor característico dessa época do ano, com até 40º de temperatura, e tiveram de encarar a grande batalha es-piritual existente nas cidades gaúchas. A irmã Anne Berto-lino Fleury, da Igreja Batista de Mauá (SP), atuou como voluntária em Canoas, aju-dando uma congregação que com 20 anos de existência, possuía 20 membros. Em seu relato sobre a realidade espi-ritual do estado, afirmou: “Vi que aqui tem muita macum-baria e muita resistência ao evangelho. As pessoas não gostam dos evangélicos e têm dificuldade em aceitar a Jesus, por acharem que já são pessoas boas e que não

têm pecado”. Nesta base, os voluntários realizaram estu-dos com pessoas da própria congregação que, apesar de já frequentá-la a tempos, ainda não tinham tomado uma decisão por Cristo. Se-gundo Anne, o resultado foi positivo e muitas pessoas manifestaram o desejo de se batizar já na semana seguin-te. Parentes de membros da igreja também foram visita-dos, recenseados e recebe-ram estudos bíblicos.

Em Flores da Cunha, os “amarelinhos”, como são chamados os voluntários por causa de suas blusas amare-las, conseguiram chamar a atenção de cada morador ao realizarem caminhadas pela cidade, oferecendo orações e falando de Jesus. Também houve visitas aos lares, estu-dos bíblicos e para surpresa de todos, foi possível tam-

bém evangelizar pessoas que moram em chácaras de parreirais. No final de um dos dias de evangelismo na cidade, o grupo se reuniu em um dos pontos mais al-tos, o Parque da Vindima, para estender as mãos e orar, clamando por cada morador, autoridade, problema social e, acima de tudo, para que mais pessoas conhecessem o verdadeiro Deus. No dia se-guinte, eles estiveram, junto com os missionários locais, Pr. Robson e Aline Scardini, na Prefeitura Municipal para visitar o prefeito. “Foi um momento muito especial para nós, quando conversa-mos, oramos e entregamos a ele um exemplar da Bíblia Sagrada. O prefeito ressaltou a importância do trabalho das igrejas evangélicas na cidade”, contou Pr. Robson. Outras oportunidades de

evangelismo surgiram por meio da oficina de artesa-nato e do Kid’s Games, uma gincana esportiva realizada com o apoio dos irmãos da Igreja Batista Mont’Serrat (Porto Alegre), que atraiu 73 crianças e 28 pais na quadra esportiva de um colégio da cidade.

De norte a sul Deus tem manifestado seu poder. Não vamos parar diante dos de-safios, e sim continuar bata-lhando para que nossa nação seja alcançada. Convocamos o povo batista a fazer parte da grande Trans de julho, em todos os estados brasilei-ros. Queremos, durante esse período, evangelizar mais de 2 milhões de pessoas e contamos com as orações e a participação de cada batista para que o evangelho de Cristo seja proclamado em todo o país.

Rumo à conquista da Pátria para Cristo

Voluntário durante evangelismo de viciados em Joinville (SC)

Parto realizado na Trans em Codajás (AM)

Visita ao prefeito de Flores da Cunha (RS)

J

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8 o jornal batista – domingo, 19/02/12 notícias do brasil batista

Redação da JBB

E “Família é tudo”. Foi nesse clima fa-miliar que nos dias 25 a 28 de janeiro aconteceu o Teen Brasil Sudeste deste ano, organizado pela Juventude Batista

Brasileira. Mais de 400 adolescentes foram de-safiados a terem um olhar diferente sobre suas famílias, resgatando lembranças e valores que haviam se perdido com o tempo e influências externas. Cada caravana que chegava era uma festa a parte, tanto dos participantes quanto da equipe da JBB. Desde a recepção até a despedida dava para sentir que a galera estava

vivendo intensamente o tema proposto. E os pequenos grupos, que se transformaram em pequenas famílias, ajudaram nesta condução. Neste ano, 16 casais ministraram os pequenos grupos, onde os adolescentes compartilhavam frustrações, sonhos e esperanças.

As preleções do pastor Tércio de Souza, de Alagoas, geravam mudança imediata nas atitu-des. Foi um canal de transformação ali naquele lugar, somado aos louvores ministrados pelo cantor Roger Marques, que conduziu com muita empolgação os momentos de intensa celebração e adoração ao nosso Deus. Erik Saes e Bruna Steudel, membros da PIB de Curitiba,

mandaram muito bem nas esquetes sobre situ-ações familiares do cotidiano adolescente. A frase “Caia na real”, falada no final de todas as atuações, ficou na mente de todos. E a “Festa do Circo”? Que emoção! Palhaços, bailarinas, mágicos, mímicos, muita criatividade exposta. Foi o momento onde os adolescentes aproveita-ram sua fase da vida de forma saudável e alegre.

Ver adolescentes inteiramente rendidos aos pés do Senhor com muita seriedade e certeza foi algo inenarrável. Foram tantos os aconteci-mentos especiais que nada melhor do que eles mesmos para contarem o significado do Teen Brasil na vida deles.

Teen Brasil é Família

Ah, se as palavras fossem suficientes para

explicar uma experiência com Deus...

E que venha o Teen Brasil Nordete em

setembro, e Norte em novembro. Até a

próxima, galera!

“Esse ano foi a minha primeira vez no Teen e sinceramente foi uma experiência única. Consegui aprender muitas coisas sobre a família, fiz novos amigos e cresci mais espiritualmente. Aprendi que qualquer mudança a ser tomada é difícil e vêm com uma luta, porém quem tem fé, crê no poder de nosso Senhor Jesus Cristo, vencerá qualquer luta. As brigas que eu tinha em casa com minha irmã diminuíram muito, aprendi a ouvir mais minha mãe. Só tenho a agradecer a Deus por estar agindo em minha vida.”Geovanni Rosa, PIB Campo Grande, RJ.

“Já fui a muitos congressos e acampamentos, mas nada foi como o Teen Brasil. Momentos ótimos com Deus e com as pessoas, além de muita organização e animação o tempo todo! Farei de tudo para ir em 2013 para o ES.”Matheus Machado, PIB Cosmos, RJ.

“Primeira vez que participei do Teen e simplesmente adorei, achei o tema muito bom de ser abordado e com os pequenos grupos simplesmente encaixou certinho. A organização do evento é incrível, todo mundo disposto a ajudar e dar o seu melhor, estão todos de parabéns. Agradeço pela oportunidade te ter participado.”Thaynara Ruel, PIB de Santa Mônica, ES.

“Essa foi minha primeira vez no Teen, e para mim foi uma das melhores experiências que eu já pude ter. O tema foi muito bem trabalhado pelo pastor, os pequenos grupos foram ótimos, mas o que mais me marcou nesse Teen, foi a confirmação do meu chamado missionário. Fiz muitos amigos no Teen, conheci pessoas incríveis e Deus trabalhou muito na minha vida.”Débora Kaiser, PIB de Santa Mônica, ES.

“Um dos melhores momentos foi o dos pequenos grupos, onde fomos separados em “famílias” e pudemos trocar experiências, problemas, alegrias entre nós. Minha “família” foi a Vianna, meus pais, João Paulo e Rose, souberam tratar do tema com muita sabedoria, vinda de Deus. São momentos que ficarão guardadas em meu coração.”Ana Raquel Tavares Braz, PIB de Biritiba Mirim, SP.

Erik e Bruna da PIB de Curitiba apresentando uma das esquetes

Pastor Tércio de Souza preletor do Teen Brasil Sudeste

Roger Marques conduzindo a adoração durante os cultos

Adolescentes convivendo como família

Diretora executiva, Gilciane Abreu, em momento de entrega a Deus

“Participar da edição Sudeste do Teen Brasil 2012 foi realmente indescritível para mim. Fui para o Teen de certa forma como um compromisso institucional, mas ao chegar lá Deus já começou a ministrar em minha vida através da galera e das mensagens. Não tenho dúvidas que esse congresso marcou a vida de cada um que por ali passou e sei que muitas famílias serão transformadas pela vida de nossos congressistas.”Ilson Junior, presidente da JUBESP, SP.

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9o jornal batista – domingo, 19/02/12notícias do brasil batista

por eles cantou, entusias-mando mais ainda a grande congregação.

A noite terminou com a mensagem do Presidente Paschoal Piragine. Focali-zou ele textos da vida do rei Ezequias, e as reformas que promoveu no reino de Judá. Conduziu de forma tal sua mensagem que foi ela alcan-çando os corações daquela multidão levando-a a expres-sar com as mãos e a expressar com os lábios aquilo que alcançava seus corações. Era a presença do Espírito Santo abençoando os batistas do Brasil para o grande sonho de um “Despertamento Espiritu-al”. Mencionou os “100 dias que impactarão o Brasil”, campanha que se realizará entre os dias 22 de abril e 31 de julho, quando milhares de igrejas estarão reunidas numa

cruzada de oração ininterrup-ta. Convidou os batistas a se comprometerem individual-mente no grande sonho de ver o Brasil alcançado pela mensagem do Evangelho. E teve a resposta!

O pastor Paschoal Piragine é o homem que Deus está usando no Brasil atual para despertar os batistas e os evangélicos para um forte testemunho de integridade. Ele parece que está alcan-çando aquilo que Rosalee Appleby, David Gomes, Mauro Israel Moreira sonha-ram: o Brasil voltado para o Calvário, onde Cristo morreu sacrificialmente. Ele cami-nha nos passos de homens que o precederam como evangelistas, dentre os quais cito Oliveira de Araújo.

Ressalto também a parti-cipação de outros oradores

que comoveram o plenário com suas mensagens. Irland Pereira de Azevedo, orador oficial, honraria que coube a ele também em 1965, em Niterói, ano da campanha de evangelização “Cristo é a Única Esperança”; Cássia Virgínia Guimarães Albu-querque; a saudação ple-na de erudição poética de Luiz Roberto Silvado; Pastor David Baêta Motta; Pastor John Upton, presidente da Aliança Batista Mundial. Parece-me que foi a primeira vez que um presidente da A.B.M. pregou numa Assem-bleia da Convenção Batista Brasileira. E que mensagem!

Numa digressão menciono também a excelente reunião da Ordem dos Pastores Batis-tas do Brasil, presidida pelo pastor Éber Silva, na manhã do dia 19 de janeiro, quando nosso presidente pronunciou breve, mas incisiva saudação bíblica aos pastores ali pre-sentes desafiando-os para o despertamento espiritu-al de que o Brasil carece. Igualmente registro que a participação das Juntas mis-sionárias foi relevante. Os diálogos entre Margarida Gonçalves e Antônio Gal-vão; entre Humberto Sousa Machado, missionário da Cristolândia e “Dawei”, mis-sionário na Ásia; e João Mar-cos, executivo de Missões Mundiais e Fernando Bran-dão, executivo de Missões Nacionais foram notáveis com realce para o primeiro.

A 92ª Assembleia foi, repi-to o título: uma Assembleia para não se esquecer! Como mensageiro testemunhei a proposta de um mensageiro que gostaria de ver prorro-gado o mandato de toda a diretoria. “Para que eleição? O homem que Deus está usando, Paschoal Piragine, deve continuar”. Estatuta-riamente e regimentalmente tal proposta estava fora de ordem. Observo, porém, que a manifestação daquele mensageiro expressa sua confiabilidade no líder que está conduzindo a denomi-nação. A presença batista foi tão importante que o Prefeito da cidade, presente na sessão final, convidou os batistas para voltarem.

entrelaçamento entre suas instituições. Lembrou, na ocasião, que o trabalho que ele desenvolve está alicerça-do naquilo que João Falcão Sobrinho, Orivaldo Pimen-tel Lopes e Salovi Bernardo como ex-executivos, antes dele, realizaram.

No domingo, dia 24, no Culto de Celebração aconte-ceu o batismo de 48 novos crentes oriundos da Cris-tolândia e recuperados para a reintegração na família e na sociedade. 48 pastores foram convidados para batizarem os ex-dependentes de crack e de outras drogas. À medi-da que iam sendo imersos a grande congregação aplau-dia. Conduziu a cerimônia o Pastor Paulo Eduardo Gomes Vieira, da Primeira Igreja Ba-tista de São Paulo. Concluído os batismos o coro formado

Othon Ávila AmaralColaborador de OJB

Pela quarta vez os ba-tistas brasileiros vol-taram ao Paraná para a realização da 92ª

Assembleia da Convenção Batista Brasileira. A primeira vez foi em 1962 quando 673 mensageiros foram inscritos e a Assembleia aconteceu no Colégio Estadual de Curitiba; a segunda foi em 1977 com 1636 mensageiros reunidos em lugares diferentes; a ter-ceira Assembleia foi na ci-dade de Londrina, em 1992, com o número expressivo de mensageiros, 3149; e a quarta em 2012, mais uma vez numa cidade do interior, Foz do Iguaçu, com 2251 mensageiros, nas dependên-cias do Hotel Rafain, onde haviam auditórios para todas as reuniões.

Na gestão executiva do pastor Sócrates Oliveira de Souza, a 92ª Assembleia foi a que teve maior número de mensageiros. Pela ordem cronológica aconteceram 10 Assembleias: Vitória, 2.249 mensageiros, em 2003; Belo Horizonte, 1984 mensagei-ros, em 2004; Rio de Janeiro, 2160 mensageiros, em 2005; Teresina, 1565 mensagei-ros, em 2006; Florianópolis, 1954 mensageiros, em 2007; São Luís, 1352 mensageiros, em 2008; Brasília, 2090 men-sageiros, em 2009; Cuiabá, 1190 mensageiros, em 2010; Niterói, 1495 mensageiros em 2011. Das 10 Assem-bleias realizadas na atual gestão, os batistas estiveram pela primeira vez no Estado do Piauí. E estaremos tam-bém pela primeira vez, em 2014, no Estado da Paraíba.

A Assembleia em Foz do Iguaçu foi sobre todos os as-pectos excelente em todas as sessões. Na minha percepção as mensagens foram alta-mente relevantes para que o nível espiritual, o clímax da Assembleia fosse aquecido com o desfilar dos oradores. Convenhamos, ouvir todas as manhãs Russel Shedd é um privilégio. Foi igualmen-te notável a mensagem do Pastor Sócrates Oliveira de Souza, abordando o sistema cooperativo dos batistas; o

Uma Assembleia para não se esquecerFotos Sélio Morais

Russel Shedd falou aos congressistas todas as manhãs

Diretoria da Ordem dos Pastores Batistas do Brasil

48 pastores foram convidados para batizar 48 ex-dependentes químicos

Batismos de pessoas da CristolândiaAlegria é expressa nos 48 novos cristãos

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10 o jornal batista – domingo, 19/02/12 notícias do brasil batista

Pr. Júlio César MesquitaSecretário executivo dos Águias de Cristo – Nova Friburgo – RJ.www.aguiasdecristomc.com.br

“... Nazaré? Pode vir algu-ma coisa boa de la? Disse Felipe: Venha e veja” (João 1.46). Parafraseando este texto da Palavra de Deus po-demos dizer: Motociclistas? Pode vir alguma coisa boa de lá? Eles responderam: Venha e veja!

Com histórias passadas de violência, sexo, drogas e muitas vezes identificadas e marginalizadas como ar-ruaceiros, os moto clubes possuíam uma imagem arre-dia da sociedade. Mas como Deus usa as coisas loucas deste mundo para confundir os que não são, em meio a estes grupos Deus levantou um homem e lhe deu a visão para transformar esta história. Assim como Abrão, ele saiu do círculo dos motociclis-tas, deixou de compartilhar apenas potência de motores, eventos e casacos de couro para acima de tudo seme-ar a Palavra que traz vida eterna e salvação, nascendo desta forma um ministério interdenominacional. Através da vida do irmão Ernani, a quem Deus concebeu a visão dos Águias de Cristo – Moto Clube, hoje este ministério alcança boa parte do nosso Brasil e já está chegando aos confins da terra.

Com 11 anos de história, os Águias de Cristo tem sua sede em Nova Friburgo – RJ, e já conta com mais de mil associados em todo o Brasil,

com muitas sedes indepen-dentes dentro do próprio es-tado do Rio de Janeiro e nos estados de: Minas Gerais, Es-pírito Santo, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e ainda este ano, se Deus permitir, estará sendo inaugurado nos estados da Bahia e Ceará. No exterior já chegamos pela Graça de Deus em Miami, EUA e em Montevidéu, no Uruguai. O irmão Benin hoje é o presi-dente nacional dos Águias de Cristo e, é o responsável por coordenar todo o tra-balho deste ministério que tem transformado vidas pelas estradas à fora.

E, pensar que na sua funda-ção no dia 17 de novembro de 2000, na Igreja Evangélica Maranata, sob a benção de Deus através do apoio do pastor Renato Gonçalves e com apenas quatro “Águias pingadas”, Deus começava a escrever uma história que iria transformar a vida de muitas pessoas.

Dentre tantos milagres de conversão durante este pe-ríodo podemos mencionar a conversão dos irmãos Luiz Antônio e Inezita, que na viagem de retorno à Espera Feliz – MG, entre a cidade de Carangola e a BR 116, du-rante uma parada no trânsito devido a uma recapagem de asfalto, este casal aceitou o Senhor Jesus como Salvador de suas vidas, ali na frente de veículos parados em uma área cercada por cones. “Ao seguir viagem não contive minhas lágrimas e emoção, pois não me lembrava quan-do foi a última vez que senti

a presença de Deus em meu coração. Quando paramos no primeiro posto de abaste-cimento, corri para o banhei-ro para ninguém perceber que eu estava chorando. No dia 8 de agosto de 2010, na Igreja Batista Filadélfia nos batizamos, pois nesse momento já era mais que um desejo, era uma neces-sidade, afim de confirmar definitivamente a nossa nova vida abençoada por Deus em nome de Jesus Cristo. Hoje temos uma célula semanal em nossa casa, e toda a nossa família foi abençoada”, disse Luiz Antônio emocionado.

Certa fez em uma reunião da Adhonep, o irmão Relbert dos Águias de Cristo de Belo Horizonte, da Igreja Batista da Lagoinha, ministrava uma palestra quando já no final começou a falar deste minis-tério abençoado. E um dos valores mais enfatizado é o da família. Muitas pessoas que tinham amor maior pela moto do que pela esposa foram alcançadas pelo moto clube e tiveram seus casa-mentos e relacionamentos conjugais transformados pelo poder de Deus. Famílias in-teiras hoje fazem parte deste ministério, após o chefe des-tas terem sido ajudados por integrantes do moto clube, hoje todos podem afirmar que a paz voltou a reinar em seus lares. Existe uma frase trágica que diz: “Ela mandou escolher entre a moto e ela, escolhi a moto”. Alguns motociclistas que es-tavam ali ainda tinham esta mentalidade, mas quando o irmão Relbert começou a

ministrar a importância da família para o Reino de Deus e como devemos amar mais a esposa do que o vil metal, ainda que este esteja mate-rializado numa linda Harley Davidson, um homem que estava sentado na última ca-deira levantou-se em prantos, com essa frase em seu colete e disse: “Eu fiz esta escolha, vou correndo ao encontro de minha esposa, pois ainda há tempo de restaurar meu casamento”.

Dentre outros casos de con-versão e mudança de vida, existem alguns que não po-demos citar por medidas de segurança. Há integrantes que estão jurados de morte por desafiar um sistema con-trário aos nossos objetivos, por terem se convertido e integrado aos Águias de Cris-to. São desafios como estes de superação, de fé e amor à Cristo que nos levam a con-duzir este ministério.

São milagres como estes que estamos testemunhando e vendo como Deus tem agi-do através de nossas vidas, por este Brasil a fora. Incum-bir valores, respeito às leis de trânsito e aos motoristas são questões primordiais em nossos discursos. Transfor-mar motoqueiros em verda-deiros motociclistas faz parte também de nossa missão. Com esta visão missionária e social estamos expandindo o evangelho de Cristo Jesus com nossas sedes locais. E no último dia 4 de fevereiro Deus nos concedeu mais uma sede missionária dos Águias de Cristo na cidade de Itaocara – RJ.

No final de 2011 estivemos distribuindo cestas básicas e brinquedos por Nova Friburgo, num trabalho social que visa ajudar aqueles que necessitam. O Lar para idosos Frederico Meyer, em Banquete, foi con-templado com esse trabalho social e ali pregamos a Palavra de Deus e fizemos a alegria dos idosos que ali estão.

Motociclistas de qualquer igreja evangélica podem participar das viagens e dos encontros, mas para fazer parte dos Águias de Cristo é preciso mostrar muita dedica-ção aos ideais do grupo. São seis meses de avaliação, e o caráter é a melhor avaliação. Em cada encontro de motos, muita confraternização, a paixão pelas motos, a Mo-tociata e o que chamamos de Moto Culto, que é o mo-mento de celebração a Deus. “Fazemos de nossas viagens um momento de comunhão com Deus, andar de moto é um privilégio que Deus deu para nós”, afirma Ernani. É a oportunidade de reunirmos os Águias de todo o Brasil para celebrarmos a Deus por esta missão que Ele nos con-fiou. Nossas reuniões acon-tecem todas as sextas-feiras às 19h30, em nossa sede na Alameda Adolpho Iaggi, 166, Prado, Nova Friburgo, RJ.

Nossas próximas atividades são:

Dia 31 de março – I Con-gresso Regional dos Águias de Cristo em Pederneiras – São Paulo.

Dia 20 de maio – 1º Ani-versário dos Águias de Cris-to de Caraguacetuba – São Paulo.

Águias de Cristo: Os evangelistas do asfalto

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11o jornal batista – domingo, 19/02/12missões mundiais

Ailton de FariaRedação de Missões Mundiais

De 3 a 5 de fevereiro, a Junta de Missões Mundiais (JMM) ofereceu treina-

mento e capacitação a 500 promotores de Missões que atuam em igrejas no Rio de Janeiro. Este foi o 5º Acam-pamento de Promotores de Missões do estado e aconteceu no município de Rio Bonito, a 70 quilômetros da capital fluminense.

O missionário Dawei (Sudes-te da Ásia), Pr. Adílson Santos (coordenador dos Missionários Mobilizadores da JMM), Pr. Antônio Galvão (Missionário Mobilizador), duas turmas do Radical África – Voluntários Sem Fronteiras, Pr. Marcos Grava (coordenador do Pro-grama Esportivo Missionário – PEM), Pr. Pedrão (CB Rio), Jaci Madsen (gerente de Co-municação e Marketing da JMM) e o Pr. Paulo Pagaciov (Paraguai), que trabalha com o Programa de Odontologia Preventiva e Educativa (POPE), foram os preletores do evento.

Estiveram também presen-tes os Missionários Mobiliza-dores da JMM que atuam no estado do Rio de Janeiro: Tia-go Almeida, Deivison Costa,

Sebastião Augusto, Sílvio Ca-milo e Paulo Gonzaga, que ajudaram na coordenação do evento. Além desses, partici-param do acampamento o Pr. Edgard Barreto (PIB de Nova Iguaçu/RJ), que representou a Convenção Batista Brasi-leira (CBB), os missionários Raul e Júlia (Sul da Ásia) e o presidente da Convenção Batista de Cuba Ocidental, Dr. Victor Samuel González, que agradeceu aos batistas brasileiros pelo investimento na obra de evangelização em seu país, onde atuam 166 missionários da terra.

Os promotores fluminenses ficaram muito impactados com o trabalho que Missões Mundiais realiza em 63 cam-pos missionários através de 719 missionários espalhados no mundo. Os promotores saíram empolgados do en-contro e dispostos a levarem às suas igrejas os desafios apresentados pelos missioná-rios e equipe da JMM.

Missões Mundiais solicita aos pastores e líderes batis-tas que fiquem atentos aos próximos eventos a serem re-alizados e que enviem repre-sentantes. Precisamos da par-ticipação de todas as igrejas e crentes para levar ao mundo Cristo, a paz que liberta.

Redação de Missões Mundiais

A JMM promove dois grandes eventos que ajudam a mo-bilizar os crentes

brasileiros a intercederem e contribuírem para Missões Mundiais. São os congressos Conexão Missionária e os Acampamentos de Promoto-res de Missões.

Há cinco anos, o Conexão aproxima o Brasil dos cam-pos missionários estrangeiros através da mobilização de uma igreja ou associações e a região do seu entorno.

Mais de 100 eventos Co-nexão foram realizados em 2011, alcançando mais de 30 mil pessoas. O even-to acontece sempre com a presença do Missionário Mobilizador da região, que atua como ponte entre as necessidades da igreja para o evento e a JMM.

Os mobilizadores também organizam Acampamentos com Promotores de Mis-sões e Pastores, a fim de orientá-los sobre a Campa-nha de Missões Mundiais, cujo tema este ano é “Eles precisam de Cristo, a paz

que liberta”. Nesses acam-pamentos, os Promotores também recebem material de apoio, dicas de como mobilizar a igreja, entre outras informações. É nos acampamentos que os pro-motores têm a oportunidade de conversar de perto com os missionários, saber mais sobre o campo onde atuam e outras curiosidades.

Confira abaixo a agenda dos eventos Conexão Mis-sionária e acampamentos de promotores deste primeiro semestre. Participe e envol-va-se em Missões Mundiais!

JMM reúne 500 promotores em

acampamento no Rio

Eventos despertam igrejas para

Missões Mundiais

Líderes da CBB e da JMM unidos em Missões.

Parte do grupo de promotores que participou do acampamento em Rio Bonito

Pastores Edgard, Antônio Galvão e o Dr. Victor Manuel (da esq. para dir.).

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12 o jornal batista – domingo, 19/02/12

Isaltino Gomes Coelho FilhoColaborador de OJB

Tomou posse como Secretária Geral da Convenção Batista Amapaense, no dia

28 de janeiro, a professora Eliane Ferreira Borges da Graça, que exercera ante-riormente a presidência. O culto sucedeu na Igreja Batista Central de Macapá, onde ela é membro e contou com boa frequência, sob a direção do pastor Charles Wendel, atual Presidente da COBAP.

Eliane é terceira de dez filhos do casal Eduardo e Maria de Lourdes, sendo ele pastor batista ligado à

Convenção Batista Nacio-nal. Ela é casada com o professor João da Graça e mãe de Abner, Rafaela Pris-cila e Abraão. O primeiro é membro da Memorial de Macapá e os dois segun-dos, da Central. É avó de Izabella de Lourdes. Eliane é contabilista, bacharela e licenciada em História pela Universidade Federal do Amapá, e bacharela em Direito pelo Centro de Ensi-no Superior do Amapá. Foi funcionária da Prefeitura de Macapá por 8 anos. Atual-mente é tutora do Pólo da UNIGRAN e diretora da Escola Batista de Macapá, que fundou em 2007.

Decidiu-se por Cristo ain-da na infância, na Igreja Batista Nacional, e aos sete anos, após conhecer duas missionárias que realizaram uma EBF no vilarejo onde morava, ouviu falar de mis-sões, e a partir daí assumiu que quando crescesse seria missionária. Aos 12 anos, foi batizada por seu pai, na Igreja Batista Monte Sião de Aquidauana, MS. Aos 16 anos seguiu para o Institu-to Bíblico Betel Brasileiro, em João Pessoa, PB, para cursar Educação Religio-

sa. Ao regressar, serviu na sua igreja e assistia duas congregações, uma na Vila Santa Terezinha e a outra na cidade de Bonito. Em Mato Grosso do Sul, foi missio-nária nas cidades de São Gabriel D’Oeste, Rio Verde de Mato Grosso, Bonito e Jardim. Em 1996 chegou a Macapá como missionária da Igreja Batista Nacional de Macapá, onde serviu por dois anos, e depois por quatro anos na Igreja Batista Nacional do Infraero II, da qual foi fundadora.

Em 2002 tornou-se mem-bro da Igreja Batista Me-morial de Macapá, da Con-venção Brasi leira, e em 2005 assumiu o Ministério de Missões da IBM, onde assistia as congregações de Tartarugalzinho, Araxá, Loteamento Amazonas e apoiou a implantação das congregações de Afuá e Oiapoque. Neste mesmo ano foi eleita 1ª Secretária da COBAP. Em 2006 ideali-zou o Instituto Bíblico Batis-ta Amapaense, com o apoio do Seminário Teológico Batista Equatorial, onde es-tudaram mais de 40 alunos e 26 concluíram o curso. No final de 2006, transferiu-se

para Igreja Batista Central de Macapá. Em 2007, a convite da Secretária Geral da COBAP, Ester Godoy, foi Gerente de Missões no período da TRANS Amapá, quando liderou a equipe de voluntários que implantou a Congregação em Cutias do Araguari. Em 2009 foi eleita presidente da COBAP para o mandato de dois anos e desde janeiro de 2011 acumulou a função de Se-cretária Geral Interina. No dia 7 de janeiro de 2012, foi eleita Secretária Geral pelo Conselho de Planejamento e Coordenação da COBAP, para ser serva dos servos do Senhor.

O t rabalho bat i s ta no Amapá é pequeno e fraco. Somos 24 igrejas e 26 con-gregações, e cerca de 3.500 batistas em todo o estado. As cidades do interior são pequenas e de acesso difí-cil. Somos o único estado do Brasil sem contato rodo-viário com outros estados. Aqui se chega ou de avião ou de barco. Para efeitos de comparação: nossa área geográfica é um pouco mais de três vezes a do Estado do Rio (142.814,585 km² contra 43.696,054 km²).

Mas nossa população é 684.301 habitantes contra 15.993.583, do Estado do Rio. A densidade demográ-fica fluminense é de 366 ha-bitantes por km². A nossa é de 4,79 habitantes. Mais da metade do Amapá ainda é floresta intocada. Na época das chuvas, o acesso ao Oia-poque, pouco mais de 500 quilômetros de Macapá, pode durar dias. O desafio da irmã Eliane é grande. Dela esperamos muito. Em sua gestão como presidente da COBAP os obreiros do interior foram valorizados, passaram a receber apoio mais pessoal, inclusive atra-vés da criação do Centro de Formação Pastoral, que visa dar-lhes formação bíblico teológica. Que Deus a aben-çoe em seu ministério e que condições lhe sejam dadas de desempenhá-lo. Ela já provou sua competência e seu amor por missões neste estado. Esperamos as ora-ções dos batistas brasileiros por este campo pequeno e distante dos grandes centros urbanos, onde as dificulda-des são expressivas, mas não insuperáveis. Principal-mente se o povo batista bra-sileiro interceder por nós.

Hináriopara o Culto Cristão

www.geograficaeditora.com.br

Este hinário, é o fruto de intenso trabalho, de consulta e pesquisa junto às igrejas e aos

ministros de música, maestros, instrumentistas e músicos, que buscam a cada dia, através da música, levar mais e

mais pessoas a apresentarem-se diante de Deus com verdadeiro louvor.

p

d

notícias do brasil batista

Convenção Batista Amapaense tem nova secretária geral

Eliane Ferreira Borges da Graça

Page 13: O jornal Batista

13o jornal batista – domingo, 19/02/12notícias do brasil batista

Arina PaivaSecretária de Redação da CBB

Em nota enviada ao pastor Sócrates Olivei-ra, diretor executivo da Convenção Batista

Brasileira, a Polícia Rodovi-ária Federal, na pessoa do coordenador geral, Alvarez de Souza Simões, convida todos os cristão batistas a

participarem da campanha “Uma luz para vida”. Tendo por objetivo diminuir os ca-sos de acidentes no trânsito.

Segundo o próprio coor-denador, no Brasil os dados do Ministério da Saúde dão conta de que morrem por ano por volta de 40mil bra-sileiros vítimas de acidentes de transporte. Entretanto, os dados do Seguro de Dano Pessoais causados por veícu-

los automotores, dão conta de que o número de mortos aproxima-se de 60mil. Os dados estatísticos da PRF revelam que mais de 90% das causas dessas mortes envolvem o comportamento do motorista, destaca-se com a falta de atenção, velocidade incompatível, ultrapassagem indevida, ingestão de álcool e desobediência à sinaliza-ção.

A Polícia Rodoviária Fede-ral não quer que neste próxi-mo feriado esses números se repitam, por isso incentiva a todos à aderirem a campa-nha “Uma luz para a vida” e orienta com as seguintes dicas de segurança:

Respeito aos limites de ve-locidade.

Não dirigir sob efeito de álcool ou substância de efeito análogo.

Não ultrapassar em local proibido.

Utilizar o cinto de segu-rança (todos os ocupantes, inclusive no banco traseiro), bem como o assento adequa-do para crianças.

Conduzir motocicleta com segurança e utilizar os equipa-mentos de proteção adequados.

Maior atenção ao trânsito de pedestres, especialmente nos aglomerados urbanos.

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14 o jornal batista – domingo, 19/02/12 ponto de vista

F. Cerqueira BastosPastor e advogado, membro da PIBN

Jesus ao afirmar “todo aquele que vem a mim, de maneira nenhuma o lançarei fora”, estaria

querendo dizer que o inves-timento feito no pecador, salvo pela sua graça, seria protegido das oscilações da vida e reinvestido para que possa render ainda mais, sem nenhuma perda.

Quando alguém (crente) alega temor quanto à vida

cristã, temendo, inclusive, sofrer perdas no correr da trajetória da “fé uma vez en-tregue aos santos” (Judas 3) não estaria pondo em dúvida a promessa do Mestre?

Deus investe no pecador arrependido o que lhe custou “o seu próprio sangue” (Atos 20.28), portanto, um inves-timento sob a proteção de todas e quaisquer mudanças que possam surgir no correr de sua administração. Admi-tir insucesso nessa operação seria afirmar que Deus não é um bom investidor em vidas,

o que seria desconfiar de sua capacidade de planejamento, aplicação e resultados.

O empreendedor Eike Ba-tista quando investe nas em-presas do seu grupo, o faz na certeza do retorno a curto, médio e longo prazos. Ele não investe o seu capital econômi-co-financeiro em coisas que possam ameaçar o seu poder de “oitavo homem mais rico do mundo”. Ele é tão seguro de seus investimentos, que tem planos de tornar-se “o primeiro mais rico do mundo” por volta de 2016.

Eis aqui quem é maior do que Eike Batista: o nosso bom Deus, criador de todas as riquezas do mundo, desco-bertas e por descobrir. Deus está fazendo, aqui na terra, o maior e único investimento que salta para vida eterna.

Para investir na humani-dade, os céus escancararam as portas, descendo para habitar conosco no maior investimento de todos os tempos, único e suficiente para a eternidade – custou a Deus enviar o seu filho, seu único filho, para oferecer-se

em nosso lugar, resgatando as almas do poder do inferno.

Este benefício de tão alto custo, nos leva a indagar “que darei eu ao Senhor por todos os benefícios que me tem feito” (Salmo 116.12). Mas aqui, vale ressaltar que “todos os benefícios” decor-rentes, conferidos à humani-dade, nos remete à relação primeira exposta neste artigo “custo/benefício: investimen-to divino”, em que o céu investiu tudo de bom e sagra-do, esvaziando-se até mesmo de sua magnificente glória.

Nas palestras que apresentou no Trinity College, em Glascow, o

teólogo suíço Emil Brunner focalizou os escândalos do cristianismo ao mundo da razão. A primeira palestra abordou o escândalo da re-velação histórica. Ele co-menta a recusa do homem em aceitar que em um deter-minado período da história, em três décadas, Deus este-ve presente fisicamente no mundo, fez história e todo o destino da humanidade foi definido neste período. Isto soa como nonsense. Além disto, é um absurdo crer que Deus escolheu um povo, Israel. Por que não a Índia? Por que não outro mais adiantado? Por que não falou com todos? Os mór-mons “resolveram” isto. Não deixaram os Estados Unidos para trás. Fizeram surgir uma “revelação” nos States. O mormonismo resolveu este complexo de inferioridade norte americano (“Deus fez

uma revelação aqui, tam-bém!”).

A revelação de Deus na história é uma declaração da impossibilidade do homem em encontrar Deus sem que este se manifeste. Afirma também que a salvação do homem está fora dele. Por-que o metafísico os homens constroem com seu raciocí-nio. A revelação de Deus na história independe do que-rer e fazer humanos. Fichte expressou bem a frustração do orgulho humano, mesmo que não quisesse reconhecer isto: “Somente o metafísico salva, não o histórico”. Em outras palavras: sou eu, e não algo fora de mim, que deve me salvar. Lessing foi além de Fichte: “Fatos históricos jamais podem ser uma prova para a verdade eterna da ra-zão”. O problema, Lessing, é que fatos históricos, embora possam ser culturalmente reinterpretados, não podem ser mudados. São eternos. A razão não é eterna, porque se modifica. A única coisa que

não muda na razão é o orgu-lho, mas as opiniões mudam. A razão não pode oferecer algo imutável. Só a história.

Rejeitando fatos históricos como a revelação de Deus no tempo e no espaço, e na pessoa histórica, concreta e real de Jesus de Nazaré, o homem transforma a religião em misticismo oco. Repleta de sentimentos, intuições, insights, etc., como a religião de Platão, das ideias eternas, conhecimento de uma ver-dade divina na consciência, um eterno místico escondido no eu. Não há um parâme-tro e passamos a ter tantas religiões quantas sejam as cabeças. Isto faz do homem o seu referencial. Sem certezas.

Volto a Brunner: “Eis por-que a revelação histórica é o grande escândalo ou obs-táculo para os homens na-turais. O homem, repleto de seu amor próprio e orgulho próprio, não quer ser desco-berto porque não quer que seu orgulho seja infringido. Reconhecer a revelação his-

tórica significa reconhecer que a verdade não está em nós, e que a relação correta com Deus não pode ser es-tabelecida por nossa parte; que a brecha entre Deus e nós é de tal natureza que não podemos fazer nada a esse respeito”. Tem razão.

Mas o orgulho humano em colocar a fonte de auto-ridade no homem não está apenas nos incrédulos. Está também nos crentes. É por isso que em muitos segmen-tos evangélicos a Bíblia tem sido posta de lado e Jesus tem sido esquecido, preterido pelo “Espírito Santo”, que não se assemelha à terceira pessoa da Trindade, mas se identifica com os insights das pessoas. Há muita gente confundindo sua psychê com o Ruah do Senhor. Pensa as-sim: se está na minha mente, foi Deus quem pôs. Como disse um jovem: “Não preci-so ler a Bíblia porque Deus mora em mim, e tudo que preciso saber ele coloca em meu coração”. A pessoa se

fecha a qualquer correção e tudo que ela diga ou faça foi orientado por Deus. Por isso o conceito de pecado está se diluindo entre nós. Se nossos sentimentos são a revelação, nosso agir é sempre puro, sempre certo. O subjetivis-mo oriundo do desprezo da historicidade e objetivida-de doutrinária produz isso, mas ignora Jeremias 17.9: “Quem pode entender o co-ração humano? Não há nada que engane tanto como ele; está doente demais para ser curado”. Não podemos ser a revelação. Estamos espiritual-mente doentes. Gravemente doentes. A revelação de Deus na história é Graça que so-corre os pecadores caídos.

Não há cristianismo nem verdade sem a revelação de Deus na história. A que as Escrituras registram e a que Jesus manifestou. Por mais que o mundo se escandalize, a igreja deve reafirmar isto: a verdade está num livro e num homem. A verdade está na Bíblia e em Jesus.

Fuga da história e da razão

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15o jornal batista – domingo, 19/02/12ponto de vista

Gérson VagnerEscritor e membro da IB Itaipú, Foz do Iguaçu

Certa vez ouvi um pastor dizer que ha-via em si uma moti-vação especial em

defesa do choro, dentre outras defesas que ele citou. Foi uma mensagem um tanto diferente do que se espera; um misto de criatividade, arte e assunto pouco tratado nas igrejas de forma mais enfática.

Um dos textos base que o pastor utilizou, encontra-se em I Samuel 30.1-4, onde o rei Davi, após ter sido man-dado para fora do acampa-mento dos filisteus, volta para Ziclague e vê a cidade con-sumida pelo fogo e constata a ausência das esposas e fi-lhos seus e de seus soldados; os amalequitas os levaram cativos. Após este evento, os durões homens de Davi, junto dele choram amarga-mente até que suas forças se esvaem. Davi toma então o éfode, colete sacerdotal, e consulta ao Senhor, que lhe garante a certeza da vitória e restituição de seus entes.

Outro texto utilizado na reflexão, foi a passagem do choro de Cristo diante da morte de Lázaro, seu amado amigo. Em João 11.32-35 podemos ler esta história tão conhecida. Jesus demorou a ir até Lázaro, mas nisto estava um plano fabuloso: manifestar a Glória de Deus mais uma vez. Contrito e ob-servando os chorosos, Jesus chora. Mas após o choro, Jesus agradece ao Pai pelo milagre que ainda se daria, falando em voz alta para que o povo que ali se encontrava cresse que ele era aquele a quem Deus enviou. Lázaro foi ressurreto.

Em resumo, podemos per-ceber que Davi não sabia de

sua alegria final, mas cho-rou, e depois consultou a Deus para que sua próxima investida fosse pautada na palavra do Senhor, e não por um ímpeto sentimental. De forma diferente, Jesus sabia que Lázaro voltaria o fôlego da vida, mas ainda assim, em seu íntimo havia dor e cho-rou, para depois agradecer pelo que Deus faria no breve momento que segue. Apesar da pequena diferença, o cho-ro tem, nas duas passagens, uma importância interessan-te. Há que se ter em vista, que os dois foram choros de tristeza, mas os dois também trouxeram vigor.

Chegando em casa, após meditar sobre a mensagem, comecei a repaginar a Bíblia em minha mente, e textos lacrimais foram brilhando em minha memória, os quais pincei e depositei no papel para refletir um pouco mais sobre o assunto.

Um dos primeiros textos que aprendi em minha in-fância, além do tão utiliza-do Salmo 23, foi o texto de Romanos 12.15, aonde diz: “Alegrai-vos com os que se alegram; e chorai com os que choram”. A igreja de Roma, em sua maioria gentílica, tinha uma parcela considerá-vel de judeus, e isso levava a atritos comuns concernentes a diversos assuntos tradicio-nais do povo hebreu. Entre-tanto, neste trecho, no qual Paulo observa a comunhão entre os irmãos, aonde pede que o amor não seja fingido e que ele sobreleve toda ati-tude adversativa, como por exemplo, se deixar vencer do mal, mas antes vencer o mal com o bem, o apóstolo traz à reflexão o companheirismo sentimental que deve haver na cumplicidade dos irmãos.

Em uma questão de lógica simples, eu diria que: se eu

amo meu irmão, e ele está chorando, logo, chorarei com ele. Evidentemente que esta minha fórmula é muito mais complexa na prática, tendo em vista que teríamos que talvez explicar filosoficamen-te este amor e este choro. Entretanto, um ponto impor-tante está na razão principal do choro da segunda pessoa. Este não é um choro arqui-tetado, encenado ou pre-meditado a fim de consolar somente, mas sim, um choro causado pelo amor que te-nho pelo meu irmão. Vivo a alegria ou a dor que ele vive naquele momento.

Do mesmo modo podemos refletir sobre o “fazer a von-tade de meu Pai” em Mateus 7.21. O que Cristo está di-zendo não está relacionado estritamente ao verbo fazer, mas sim à subserviência que levará você a fazer a vontade de Deus. Ou seja, não é pelo que faço que entrarei no Rei-no dos Céus, mas sim a quem sirvo. Ora, não é pelas obras, logo não é pelo meu fazer. Fazer a vontade do Pai será tão natural para quem serve a ele e o adora em espírito e em verdade, que torna esse ato uma parcela incutida no todo. Isso não exclui de for-ma alguma a nossa perseve-rança em buscar conhecer ao Senhor e prosseguir em co-nhecê-lo (Oséias 6.3). Enfim, este é um assunto para outro momento. Mas, em suma, o choro está ligado àquilo em que estamos envolvidos de forma física e mental ou espiritual. É consequência do nosso envolvimento.

O livro de Joel é um misto de profunda tristeza com magnífica glória. É o po-der de Deus contrapondo a fragilidade e o pecado do povo de Judá. Nele o profeta chama o povo a jejuar, orar, ajuntar o povo, junto com

as crianças e bebês, numa assembleia santa e regada a choro. Não vejo nas palavras de Joel uma espécie de con-selho para que chorem, mas sim um conselho para que abram os olhos, trazendo à mente que a situação estava tão desaventurada, que a humildade e reconhecimen-to do desvio era necessário. Se outrora o povo era fiel a Deus, e hoje eles abrem os olhos para a sua situação pecaminosa, logo chorarão por sua desgraça, na espe-rança de que Deus volte e restitua a alegria e a abas-tança dos tempos passados. O amor que sentiam a Deus, os levam a chorar face à sua quebra de integridade.

O Salmo 30 nos revela uma “fórmula” interessante. O dia é difícil; a noite é chorosa e de reflexão; mas a manhã é de consolo, alegria e com as misericórdias do Senhor re-novadas (Lamentações 3.22-23). É na noite de choro, no momento de sombras, de solidão, que podemos refle-tir, analisar e chegar a uma sã consciência, na qual o próximo passo está firmado, mas erigido sobre a vontade e misericórdia do Senhor.

E por fim, lemos as pala-vras do sábio pregador que nos diz: “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu” (Eclesiastes 3.1). Até mesmo o choro (v.4) está inserido entre os itens temporais, que fazem parte de nossa vida, que tem seu propósito e fundamento, mas que são passageiros de igual

forma. Não devem nos pren-der, mas nos servem para o momento oportuno.

O que nos fica é a verdade: há uma importância vital no choro, não o choro fingido ou choro cerimonial, apenas compartilhando as lágrimas como sinônimo de apoio. A importância está na real vivência do que Deus quer para você. Se eu estou apega-do ao Senhor, eu saberei que as lutas não acabam, assim como a milícia entre meu espírito e a minha carne con-tinuarão presentes, e, num reconhecimento da minha fraqueza, a lágrima será na-tural. Você enxerga melhor, você interpreta melhor, e você age melhor. O tempo de noite chorosa lhe faz sen-tir aliviado e ao amanhecer você terá duas coisas: a mise-ricórdia do Senhor renovada e seu ânimo recobrado.

Aliás, você já ouviu a fra-se: “Chorar lava a alma”? A palavra alma na língua portuguesa vem do latim anima, que é base para nossa palavra ânimo. E algo que se lava não fica como novo? Em suma, podemos mudar essa frase para compreendermos melhor a ação do choro em nossas vidas. Podemos assim dizer: “chorar renova o âni-mo”, renova as forças, revi-gora, restabelece a vitalidade e nos impulsiona a reflexões mais sábias, pensadas, ma-turadas durante a noite de choro, para que ações mais sólidas e com resultados mais eficazes venham à lume.

Quem nunca teve um mo-tivo para chorar?

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